Serí(e)ssima: Psi - No Cerne da Violência

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MINHA SÉRIE... Carlo Antonini (Emílio de Me- llo) é mais do que um psicana- lista, como ficou extremamen- te claro na 1ª temporada de PSI. Seu envolvimento emo- cional com alguns pacientes, em diversos momentos, é a melhor prova disso, principal- mente quando os conflitos do divã coincidem com proble- mas que o médico enfrenta fo- ra do consultório. O mesmo acontece com sua colega de profissão — e confidente nas horas vagas Valentina (Claudia Ohana). Os dois, como se espera, es- tão prontos para ajudar nos casos mais difíceis, mas nem por isso conseguem lidar com suas situações pessoais como gostariam — ou aconselham. Tanto que Carlo, no fim do 1º ano, embarcou para a Itália com o intuito de fazer o que era o melhor para seus pacien- tes naquele momento: “me tratar”, como ele mesmo diz. Só que o 2º ano da produ- ção finalmente chegou. A es- treia acontece hoje, às 22h, com Carlo de volta ao Brasil após esse ano sabático na Eu- ropa. Agora, ele é coordena- dor clínico de uma ONG cha- mada O Abrigo, especialista em prestar ajuda a vítimas de violência doméstica. Exata- mente por isso, os casos se tor- nam mais intrigantes e difí- ceis, fazendo com que os no- vos dez episódios deixem de lado os conflitos de Carlo e Va- lentina e foquem nos dilemas das vítimas que passam pela instituição. “Na 1ª temporada, há uma cena em que Carlo faz uma au- toanálise, ele deita no divã e fala consigo mesmo, contan- do um pouco da sua história. Agora na 2ª temporada, não há absolutamente nada sobre sua vida. A questão passa a ser exclusivamente a relação dele com os outros”, explicou o ator Emílio de Mello à Serí(e) ssima, durante o lançamento do novo ano, na semana pas- sada. “Ele é um personagem que se mostra por meio de seus pacientes. Ele não tem vi- da própria, sua vida é bem sem graça, aliás. Um cara soli- tário. Então o bacana foi en- contrar o personagem pelos pacientes, porque eles dão a profundidade do Carlo, a di- mensão dele. E eu gosto as- sim”, completou. E já que Carlo e Valentina agora trabalham n’O Abrigo, outra diferença é que a 2ª tem- porada de PSI tem um tema: a violência, claro, e suas muitas vertentes, como doméstica, ur- bana, social, sexual... Portan- to, prepare-se para um ano mais soturno, mais denso, com um primeiro episódio (O abuso) tenso e difícil do início ao fim. “A violência está pre- sente o tempo inteiro. A vio- lência do justiceiro, a violên- cia do próprio desejo, diversas formas de tratar esse tema, exatamente como a gente pla- nejou”, diz o diretor-geral, ro- teirista e psicanalista Contar- do Calligaris. “Para isso, eu fiz uma lista com diversas propos- tas de figuras, personagens saí- dos do meu consultório, e apresentei ao Thiago (Dottori, que assina o roteiro com Con- tardo) e a gente começa a pen- sar como eles podem virar dra- maturgia.” Na estreia, o público entra- rá na casa de uma família em que o marido, sem qualquer explicação, espanca a mulher — uma triste e frequente reali- dade em muitos lares por aí. Mesmo assim, apesar dos te- mas difíceis, Claudia Ohana confessa que a questão maior ao sair do set de filmagem é outra: “O difícil mesmo é con- viver com os outros depois de mergulhar numa série como essa e numa personagem co- mo a Valentina porque a gen- te se sente analista e passa a avaliar o namorado, a mãe, o vizinho, o filho”, diz a atriz, aos risos. “Por outro lado, fil- mar é uma delícia. O clima da série pode ser tenso, mas na hora de fazer é superdiverti- do. Tem hora que eu me vejo até fria demais com o assunto, bem ER (Plantão Médico), sa- be. Aí, o Contardo me lembra de ser mais amorosa, mais atenciosa com o paciente, por- que a cena pede”, confessa. O motivo para a descontra- ção no set é explicado pela di- retora Laís Bodansky, premia- da pelo filme Bicho de Sete Ca- beças e responsável pelos epi- sódios 6 (O que aconteceu co- migo?)e8(As meninas). “O te- ma é tenso, mas o elenco prin- cipal e toda a equipe técnica participam de uma leitura de mesa com o Contardo para en- tender tudo, cada detalhe, o motivo das questões apresen- tadas ali. Então quando se che- ga ao set, ninguém está diante daquele tema-tabu pela pri- meira vez. A gente sabe que história vai contar e isso faz to- da a diferença”, afirma. Para a 2ª temporada, Con- tardo continua como diretor- geral, mas escolheu a dedo cinco diretores para dar conta dos dez episódios: além de Laís Bodansky, participaram Alex Gabassi, diretor de O Hip- notizador; Tata Amaral, direto- ra dos premiados longas-me- tragens Hoje e Antonia; Rodri- go Meirelles, diretor da série A Vaga, também da HBO, e epi- sódios de Som e Fúria; e Max Calligaris, produtor associado e diretor assistente na primei- ra temporada de PSI. HBO é cinema. Então ca- da diretor pôde dar o tom que quis aos seus episódios, até porque cada um tem um esti- lo, um toque, um traço bem próprio. E isso, em nenhum momento, atrapalhou o anda- mento da série”, explicou o di- retor-geral. “Temos capítulos com um ritmo tarantiniano, pois são episódios de ação, brutais. E o oposto também, como o primeiro episódio, que é mais introspectivo, ou como a gente gosta de dizer, mais europeu do que america- no. A diversidade entre os ca- pítulos é enorme, com muitas possibilidades de contar essas histórias”, conclui. Andreza Alexandre, 25 anos, estudante de comunicação social Sense8 é uma série que, definitivamente, é impossível parar de assistir. A história é tão simples que acaba se tornando extremamente complexa, o que deixa tudo muito louco. Afinal, estamos falando apenas de oito pessoas bem diferentes que, de alguma forma, estão conectadas. Vamos nos conectando com cada ‘sensate’ e compreendendo o quanto a telepatia de cada um influencia na trama e na vida do outro. Já estou ansiosa pela 2º temporada.” 5 50 17 1 150 10 A SEGUNDA TEMPORADA de PSI, que estreia hoje na HBO, muda o foco de INTRIGAS, antes monopolizado por CARLO e VALENTINA. Na sequência da série, Carlo coordena uma ONG que presta ajuda a vítimas de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, e os dilemas dessas pessoas vão CONDUZIR os rumos da trama diretores No cerne atores semanas de filmagens episódios locações ...o canal AMC estreia a série de ficção científica Humans. Ambientada em um subúrbio de Londres, a produção se passa em um tempo presente paralelo, quando o sonho de consumo de famílias comuns é um Synth - um empregado de inteligência artificial altamente desenvolvido e estranhamente parecido com os seres humanos. A 1º temporada começa hoje, às 23h, conta com 8 episódios e é estrelada por William Hurt (Damages) no papel de Dr. George Millican. 1 diretor-geral da violência NESTA SEMANA... Campinas DOMINGO 4 / 10 / 2015 CORREIO POPULAR

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Entrevista com o elenco da série da HBO

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MINHA SÉRIE...

Carlo Antonini (Emílio de Me-llo) é mais do que um psicana-lista, como ficou extremamen-te claro na 1ª temporada dePSI. Seu envolvimento emo-cional com alguns pacientes,em diversos momentos, é amelhor prova disso, principal-mente quando os conflitos dodivã coincidem com proble-mas que o médico enfrenta fo-ra do consultório. O mesmoacontece com sua colega deprofissão — e confidente nashoras vagas — Valentina(Claudia Ohana).

Os dois, como se espera, es-tão prontos para ajudar noscasos mais difíceis, mas nempor isso conseguem lidar comsuas situações pessoais comogostariam — ou aconselham.Tanto que Carlo, no fim do 1ºano, embarcou para a Itáliacom o intuito de fazer o queera o melhor para seus pacien-tes naquele momento: “metratar”, como ele mesmo diz.

Só que o 2º ano da produ-ção finalmente chegou. A es-treia acontece hoje, às 22h,com Carlo de volta ao Brasilapós esse ano sabático na Eu-ropa. Agora, ele é coordena-dor clínico de uma ONG cha-mada O Abrigo, especialistaem prestar ajuda a vítimas deviolência doméstica. Exata-mente por isso, os casos se tor-nam mais intrigantes e difí-ceis, fazendo com que os no-vos dez episódios deixem delado os conflitos de Carlo e Va-lentina e foquem nos dilemasdas vítimas que passam pelainstituição.

“Na 1ª temporada, há umacena em que Carlo faz uma au-toanálise, ele deita no divã efala consigo mesmo, contan-do um pouco da sua história.Agora na 2ª temporada, não

há absolutamente nada sobresua vida. A questão passa aser exclusivamente a relaçãodele com os outros”, explicouo ator Emílio de Mello à Serí(e)ssima, durante o lançamentodo novo ano, na semana pas-sada. “Ele é um personagemque se mostra por meio deseus pacientes. Ele não tem vi-da própria, sua vida é bemsem graça, aliás. Um cara soli-tário. Então o bacana foi en-contrar o personagem pelospacientes, porque eles dão aprofundidade do Carlo, a di-mensão dele. E eu gosto as-sim”, completou.

E já que Carlo e Valentinaagora trabalham n’O Abrigo,outra diferença é que a 2ª tem-porada de PSI tem um tema: aviolência, claro, e suas muitasvertentes, como doméstica, ur-bana, social, sexual... Portan-to, prepare-se para um ano

mais soturno, mais denso,com um primeiro episódio (Oabuso) tenso e difícil do inícioao fim. “A violência está pre-sente o tempo inteiro. A vio-lência do justiceiro, a violên-cia do próprio desejo, diversasformas de tratar esse tema,exatamente como a gente pla-nejou”, diz o diretor-geral, ro-teirista e psicanalista Contar-do Calligaris. “Para isso, eu fizuma lista com diversas propos-tas de figuras, personagens saí-dos do meu consultório, eapresentei ao Thiago (Dottori,que assina o roteiro com Con-tardo) e a gente começa a pen-sar como eles podem virar dra-maturgia.”

Na estreia, o público entra-rá na casa de uma família emque o marido, sem qualquerexplicação, espanca a mulher— uma triste e frequente reali-dade em muitos lares por aí.Mesmo assim, apesar dos te-mas difíceis, Claudia Ohanaconfessa que a questão maiorao sair do set de filmagem éoutra: “O difícil mesmo é con-viver com os outros depois demergulhar numa série comoessa e numa personagem co-mo a Valentina porque a gen-te se sente analista e passa aavaliar o namorado, a mãe, ovizinho, o filho”, diz a atriz,aos risos. “Por outro lado, fil-mar é uma delícia. O clima dasérie pode ser tenso, mas nahora de fazer é superdiverti-do. Tem hora que eu me vejoaté fria demais com o assunto,bem ER (Plantão Médico), sa-be. Aí, o Contardo me lembrade ser mais amorosa, maisatenciosa com o paciente, por-que a cena pede”, confessa.

O motivo para a descontra-ção no set é explicado pela di-retora Laís Bodansky, premia-

da pelo filme Bicho de Sete Ca-beças e responsável pelos epi-sódios 6 (O que aconteceu co-migo?) e 8 (As meninas). “O te-ma é tenso, mas o elenco prin-cipal e toda a equipe técnicaparticipam de uma leitura demesa com o Contardo para en-tender tudo, cada detalhe, omotivo das questões apresen-tadas ali. Então quando se che-ga ao set, ninguém está diantedaquele tema-tabu pela pri-meira vez. A gente sabe quehistória vai contar e isso faz to-da a diferença”, afirma.

Para a 2ª temporada, Con-tardo continua como diretor-geral, mas escolheu a dedocinco diretores para dar contados dez episódios: além deLaís Bodansky, participaramAlex Gabassi, diretor de O Hip-notizador; Tata Amaral, direto-ra dos premiados longas-me-tragens Hoje e Antonia; Rodri-go Meirelles, diretor da série AVaga, também da HBO, e epi-sódios de Som e Fúria; e MaxCalligaris, produtor associadoe diretor assistente na primei-ra temporada de PSI.

“HBO é cinema. Então ca-da diretor pôde dar o tom quequis aos seus episódios, atéporque cada um tem um esti-lo, um toque, um traço bempróprio. E isso, em nenhummomento, atrapalhou o anda-mento da série”, explicou o di-retor-geral. “Temos capítuloscom um ritmo tarantiniano,pois são episódios de ação,brutais. E o oposto também,como o primeiro episódio,que é mais introspectivo, oucomo a gente gosta de dizer,mais europeu do que america-no. A diversidade entre os ca-pítulos é enorme, com muitaspossibilidades de contar essashistórias”, conclui.

● AndrezaAlexandre, 25anos, estudante decomunicação social“Sense8 é uma sérieque, definitivamente, éimpossível parar de assistir. Ahistória é tão simples que acabase tornando extremamentecomplexa, o que deixa tudomuito louco. Afinal, estamosfalando apenas de oito pessoasbem diferentes que, de algumaforma, estão conectadas.Vamos nos conectando comcada ‘sensate’ ecompreendendo o quanto atelepatia de cada um influenciana trama e na vida do outro. Jáestou ansiosa pela 2ºtemporada.”

5 50

17 1

150 10

A SEGUNDA TEMPORADA de PSI, que estreia hoje na HBO, muda o foco de INTRIGAS, antesmonopolizado por CARLO e VALENTINA. Na sequência da série, Carlo coordena uma ONG que presta ajudaa vítimas de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, e os dilemas dessas pessoas vão CONDUZIR os rumos da trama

diretores

No cerne

atores

semanas de filmagens

episódios

locações

...o canal AMC estreia a série de ficção científica Humans. Ambientadaem um subúrbio de Londres, a produção se passa em um tempopresente paralelo, quando o sonho de consumo de famílias comuns éum Synth - um empregado de inteligência artificial altamentedesenvolvido e estranhamente parecido com os seres humanos. A 1ºtemporada começa hoje, às 23h, conta com 8 episódios e é estreladapor William Hurt (Damages) no papel de Dr. George Millican.

1 diretor-geral

da violência

NESTA SEMANA...

CampinasDOMINGO 4 / 10 / 2015

CORREIO POPULAR