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SCG-HC-UFPE
SCG-HC-UFPE
EDMUNDO MACHADO FERRAZ
Prof. Titular – Chefe
Serviço Cirurgia Geral
HC - UFPE
A Cirurgia Segura
Uma Exigência no Século XXI
SCG-HC-UFPE
Organização Mundial de Saúde
OMSWorld Alliance for Patient Safety
2005 - 2006
Harvard University
Safe Surgery Saves Lives
25-06-08 - OPAS - Washington - DC
SCG-HC-UFPE
SCG-HC-UFPE
Dados OMS - 2008
•No. operações anuais – 234 milhões
1 para 25 pessoas vivas
•30% pop. mundial recebem 75% operações complexas (países desenvolvidos)
–Mortalidade anual – 1 milhão
– Complicações (50% evitáveis) - 7 milhões
•Pacientes operados por ano (em milhões)
– Trauma – 63
– Câncer – 31
–Gravidez relacionada – 10
SCG-HC-UFPE
Atividades e Procedimentos de Risco
Processos de Segurança
> 50% pacientes cirúrgicos
1 – Usinas Nucleares
6 – Admissões hospitalares 1 óbito em cada 300 pacientes
50% preveniveis
Three Mile Island - Chernobyl
2 – Prospecção Águas Profundas
3 – NASA
4 – Aviação – mortalidade 1 - > 1.000.000 passageiros
5 – Anestesia - mortalidade
– Década 70 1 - 5.000 anestesias
– > 2.000 1 - 250.000 anestesias
– > 2.000 1 - 100 anestesias África Sub-Saariana
SCG-HC-UFPEPrograma Global Patient Safety
Organização Mundial de Saúde
2005 - 2006
1,4 milhões sofrem Infecção Hospitalar
Risco I.H. 2 a 20 vezes maior
Alguns países > 25%
Países em desenvolvimento
5 a 10% pacientes em hospitais modernos adquirem 1 ou
mais I.H.
Países desenvolvidos
SCG-HC-UFPE
Infecção Sítio Cirúrgico
Uma queda de 25% até 2020 implicaria em uma
significativa da morbidade e mortalidade
SCG-HC-UFPE
Aumento explosivo da Tx. Prevalência de idosos ( >65 anos-USA) à
partir de 2010. > 40 milhões USA
elevação de 16 p/ 20% do PIB das despesas de saúde nos USA em
7 anos (NEJM, Feb.7. 2008)
50% Inf. Hospitalares (subnotificadas)
Conseqüências:
doenças vasculares
obesidade
diabetes tipo 2
fatores de risco
ISC
Infecção Sítio Cirúrgico
Século XXI
SCG-HC-UFPE
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
Incisional profunda - fáscia e músculo
Superficial - pele tecido subcutâneo
60 - 80%
Órgão-espaço Mangram, AJ et al
Infec. Control Hosp. Epidemiol.
20 (4): 247- 278, 1999
SCG-HC-UFPE
Freqüente
Agressiva
Associada a fatores de risco
Infecção de órgãos e espaços são cada vez mais
Infecção Sítio Cirúrgico
SCG-HC-UFPE
SCG-HC-UFPE
Síndrome de Fournier – Diabetes descompensada
SCG-HC-UFPE
20-03-07 - Bolsa de Bogotá (colocada em 17-03-07)
SCG-HC-UFPE
26-03-07 - 4o curativo. Tela de polipropileno
SCG-HC-UFPE
- Na enfermaria após banho de chuveiro10.04.0724o dia internação. Sem antibióticos
SCG-HC-UFPE
Infecção Sítio CirúrgicoImpacto Clínico
USA
2 a 3% de todos procedimentos cirúrgicos são subnotificados com
expectativa de crescimento (Urban, 2006)
500.000 a 750.000 - ISC / ano
15% de todas as infecções hospitalares
Bratzer – Houck, 2005, Edminston et al 2006
SCG-HC-UFPE
Infecção Sítio CirúrgicoImpacto Clínico
USA
Kirkland et al 1999
Paciente cirúrgico com ISC
5 – 10 dias permanência hospitalar
Kirk / and et al, 1999
Mangram et al, 1999
Risco x 5 re-hospitalização
Risco x 1,6 UTI
Risco x 2 mortalidade
custo 10 bilhões U$ dólares / ano (direto e indireto)
Urban, 2006
SCG-HC-UFPE
Infecção Sítio Cirúrgico
Ocorre: Do 5o ao 14o DPO - 87,6%
21o DPO - 95,6%
Maioria – Pós-alta (Cirurgia Limpa)Ferraz, EM et al.Am J. Inf. Control 1995; 23: 290
Razões de subnotificação Ausência estrutura – Hospital Registro próprio cirurgião Falta de observador independente Ausência seguimento pós-alta
Altemeier (cêrca 50% USA – cirurgias limpas)
SCG-HC-UFPE
Custo
Complicações
Permanência hospitalar
Mortalidade
ISC eleva
Impacto Clínico
Infecção Sítio Cirúrgico
SCG-HC-UFPE
Patient Safety
OMS - 2004
Meta prioritária2006 - 2007
Melhoria da segurança
Prevenção
Efeito adverso
Erro médico
SCG-HC-UFPE
3a. Causa de mortalidade após câncer e cardiopatia
UK
Êrro Médico
150.000 óbitos / ano (estimativa)
USA
SCG-HC-UFPE
Não podemos modificar a condição humana,
porém podemos modificar as condições em que
nós humanos trabalhamos.
James Reason
BMJ 2000; 320; 760 - 770
SCG-HC-UFPE
Pacientes hospitalizados
Projecto Safe Surgery Saves Lives
Harvard Univ. X OMS
Genebra - 2007
Efeitos adversos - 4 - 16%
– > 50% pacientes cirúrgicos
– > 50% preveníveis
– Cirurgiões
– Anestesistas
– Enfermagem
SCG-HC-UFPE
Efeitos Adversos (EA)
Descuidos com a esterilização e a utilização
inadequada de antibióticos (tipo, início dose e
duração) são muitos elevados.
OMS - 2008
SCG-HC-UFPE
Efeitos Adversos (EA)
• Estudos prospectivos melhoram a qualidade e
diminui o número de erros.
• Estudos retrospectivos identificam 5% de EA porém
os prospectivos elevam para 30%
Rebasa et al World J Surg (2009) 33: 191-198
SCG-HC-UFPE
O que falta?
Protocolo Adequado - Registro– Conformidades
– Efeitos adversos
– Êrro
Como Evitá-los no Futuro
?
SCG-HC-UFPE
Prevenção
Infecção Sítio Cirúrgico
Medidas estabelecidas
Guidelines – Evidência estabelecida
CDC (Mangram et al – 1999)
2009 (William Schecter)
Mudança aprendizado e treinamento
Auditoria – Cirúrgica
HC - UFPE
OMS - Harvard – PQC (CBC)
SCG-HC-UFPE
INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
Comissão de Controlede Infecção Hospitalar
Prevenção
OBJETIVOS
Educação da comunidade
Profilaxia
SCG-HC-UFPE
Mudança no treinamento do cirurgião
Necessidade inadiável
SCG-HC-UFPE
Treinamento do CirurgiãoResidência de 5 anos
(William Halsted – Osler – John Hopkins – Sec XX)
HC – UFPE – 20 anos de Residência de 5 anos
20 – R.4, R.5
100 Residentes
(Cirurgia geral + Cirurgia Ap. Digestivo)
Cirurgia torácica
Anestesia
Cirurgia vascular
Anatomia Patológica
Gineco obstetrícia
Urologia
Clínica médica
Rodízios ultrapassados
Terapia Intensiva
Simuladores e caixas / habilidades
Endocospia avançada
Cirurgia experimental
Vídeolaparoscopia avançada
Radiologia invasiva
USG intraoperatória
Em detrimento de
SCG-HC-UFPE
Hospital das Clínicas - UFPE
Serviço de Cirurgia Geral - HC
SCG-HC-UFPE
SCG-HC-UFPE
Cirurgia traçadora
Avaliação desempenho cirurgião
Indicador qualidade do serviço
Infecção Sítio Cirúrgico
Indicador de desempenho
Cirurgia limpa
– PQC
– Repercussão reembolso despesas
SCG-HC-UFPE
SERVIÇO CIRURGIA GERAL
Auditoria Cirúrgica
HC – UFPE
Resultados de um estudo Prospectivo de 63.484
cirurgias durante 30 anos.
01-01-1977 - 31-12-2007
SCG-HC-UFPE
Auditoria Cirúrgica
Parâmetros avaliados
SCG – HC - UFPE
1 – ISC
2 – ISC em cirurgia limpa
3 – ISC em cirurgia limpa por cirurgião
4 – Infecção urinaria
5 – Infecção urinária relacionada com uso de cateter urinário
6 – Infecção respiratória
7 - Infecção respiratória relacionada com uso de ventilador mecânico na UTI
8 – Morbidade
9 – Letalidade
10 – Mortalidade
11 – Novo parâmetro após 2000 após órgãos e espaços
SCG-HC-UFPESCG – HC - UFPE
Características do Programa
Auditoria Cirúrgica
Quem levanta os números não analisa
Princípios
Quem analisa não levanta os números
SCG-HC-UFPESCG – HC - UFPE
Auditoria Cirúrgica
Uso de Antibiótico
Profilático – Cirurgias eletivas No. doses - 1 a 3 doses – Evidencia IA
Início – indução anestésica
Preferencial – Cefazolina
1 a 2g c/ ou s/ metronidazol
Curativo – pacientes com infecção ativa
Curta duração - 1 a 3 dias
Longa duração - 5 a 7 dias
Estendida - mais 7 dias
(necessita autorização independente)
- grande número casos com controle do foco (eficiente > 90% casos)
SCG-HC-UFPE
Prescrição antibióticas
Padronizada
Folha especial verde
Supervisão infectologista / Chefia do Serviço
Autorização novas drogas ou fora
padronização
SCG – HC - UFPE
Auditoria Cirúrgica
Uso de Antibiótico
SCG-HC-UFPE
14,312,5
5,97,6
11,3
3,3
4,8
4
7,7
10,311,5
7,2
10,4
12,710,611,2
10
9,2
9,810,2
10,9
4,37
7,57,7
12
18,918,520,1
15,116,2
0
5
10
15
20
25
77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
anos
%
01 03 05 07
200019901980
INFECÇÃO SÍTIO CIRÚRGICO (Superficial e Profunda)
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPEPeríodo: 1-1-1977 - 31-12-2007
SCG-HC-UFPE
10,5
12,7
5,4
3,1
9,2
6,7
2,5
5,3
3
7,7
12,3
3,63,9
3,7
4,74,24,4
3,43,4
4,25,5
2,4
8,58,4
2,1
3,43
16,4
12,8 12,5
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
%
01 03 05 07
Anos200019901980
INFECÇÃO SÍTIO CIRÚRGICO CIRURGIA LIMPA
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPEPeríodo: 1-1-1977 - 31-12-2007
SCG-HC-UFPE
22,9
7,2
15,9
6,9
0,72,6
6,8
0,2 0,5
3,30,30,8
1,8 1,70,6
1,3
2,71,42
4,24,7
4,11,5
1,332,1
1,8
2,61,3
4,9
4,2
0
5
10
15
20
25
77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
%
Anos200019901980
01 03 05 07
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPEPeríodo: 1-1-1977 - 31-12-2007
SCG-HC-UFPE
31,2 0,1
0,71,7
0,5 0,150,81,21,30,411,11,5
3,5
1,9
2,32,52,92,42,62,93
1,7
223,7
18,2
4,4
4,5
5,2
02468
101214161820
77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
%
Anos200019901980
01 03 05 07
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPEPeríodo: 1-1-1977 - 31-12-2007
INFECÇÃO URINÁRIA
SCG-HC-UFPE
2,8
1,5
0,6 0,6 0,6 0,81,1 1,1
2,7
0,7
1,6
4,4
5,14,9
2,62,3
0,9
0,7
1,11,5
1,81,3
1,2
1,7
1,51
0,6
1,21,1
0,9
1,5
0
1
2
3
4
5
6
77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99
%
Anos200019901980
01 03 05 07
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPEPeríodo: 1-1-1977 - 31-12-2007
MORTALIDADE
SCG-HC-UFPE
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
Período: 1-1-2000 - 31-12-2007
Infecção de Órgãos e Espaços
Total operações 5.364
ISC – órgãos e espaços 104
1,93%
SCG-HC-UFPE
PROGRAMA DE CONTROLE DE
INFECÇÃO DIMINUI
Robert Haley, 1995
Infecção Sítio Cirúrgico 35%
Infecção Urinária 38%
Infecção Respiratória 27%
Infecção Hospitalar 32%
SCG-HC-UFPE
SSI 609%
SSI-Cirurgia Limpa 713%
Infecção Respiratória 2.862%
Infecção Urinária 1.213%
Mortalidade 53%
RESULTADOS EM 30 ANOS
O Programa de Auditoria Diminuiu Significativamente
SERVIÇO CIRURGIA GERALAuditoria Cirúrgica
HC – UFPE
SCG-HC-UFPE
Auditoria Cirúrgica
Controle de Qualidade
Desempenho
Tx. Complicações
Tx. Mortalidade
SCG-HC-UFPE
AUDITORIA CIRÚRGICA
Depende
1 – Liderança
2 – Compromisso
3 – Processo bem desenhado
4 – Práticas seguras
SCG-HC-UFPE
SCG-HC-UFPE
Edmundo Ferraz, Federal Hospital of Pernambuco, Brazil
SCG-HC-UFPE
Checklist de segurança em cirurgia
Baseado em 3 princípios
• Simplicidade
• Ampla aplicabilidade
• Possibilidade de mensuração
OMS - 2008
SCG-HC-UFPE
Cirurgia Segura
Dez Objetivos Essenciais
1 – A equipe operará paciente e local corretos
2 – A equipe impedirá danos na administração de anestésicos enquanto protege o paciente da dor
3 – A equipe deve estar preparada para perda da via aérea ou da função respiratória que ameaçam a vida do paciente
4 – A equipe deve estar preparada para grandes perdas de sangue
5 – A equipe evitará a indução de efeitos adversos e a reação alérgica a drogas de risco para o paciente.
SCG-HC-UFPE
Cirurgia SeguraDez Objetivos Essenciais
6 – A equipe utilizará procedimentos de evidência para evitar ISC
7 – A equipe impedirá a retenção de compressas e de instrumentos cirúrgicos nos sítios operatórios
8 – A equipe identificará todas as peças cirúrgicos retiradas
9 – A equipe dialogará com o objetivo de realizar cirurgia de modo seguro
10 – Os Hospitais e os sistemas de saúde estabelecerão a vigilância sobre o número e resultados do tratamento cirúrgico realizados.
OMS - 2008
SCG-HC-UFPE
OMS – Surgical Safety Checklist
•Antes da indução anestésica
• Antes da incisão
• Antes Paciente sair da S. O.
SCG-HC-UFPE
OMS – Surgical Safety ChecklistAntes da Anestesia
– Identidade– Lado a ser operado– Operação a que vai ser submetido– Consentimento esclarecido
Paciente confirma
Sítio assinalado
Anestesia Check List Realizado
(se necessário)
Oximetria de Pulso Funcionando
SCG-HC-UFPE
?– Risco de sangramento
– Dificuldade respiratóriaRisco de aspiração ?
NãoSim – aspirador disponível
> 500 ml7 ml por kg (criança)
NãoSim – acesso venoso adequado
– reposição líquidos planejada
Paciente tem:
– Alergia
Sim
Não
OMS – Surgical Safety Checklist
SCG-HC-UFPE
Todos os membros se apresentam
– Nome e função
Cirurgião – Anestesista e Enfermagem
Confirmam verbalmente
– Paciente
– Lado
– Procedimento
Antes da incisão
OMS – Surgical Safety Checklist
SCG-HC-UFPE
Anestesista
Enfermagem
– A indicação da esterilização está correta ?
– Os equipamentos necessários estão presentes ?
– Quais as preocupações especiais do caso ?
Antecipação Eventos Críticos
Cirurgião
– Quais os tempos críticos e eventos inesperados ?
– Duração da operação
– Possibilidade de sangramento ?
OMS – Surgical Safety Checklist
SCG-HC-UFPE
– É necessária a presença das imagens
Sim
Não
– O antibiótico profilático foi administrado nos
últimos 60 minutos ?
Sim
Não
OMS – Surgical Safety Checklist
SCG-HC-UFPE Antes do paciente deixar S.O.
OMS – Surgical Safety Check List
Tipo de procedimento registrado ?
Instrumentos, compressas, gases e agulhas contadas ?
Paciente e peças etiquetados ?
Há problema com algum equipamento a ser registrado ?
Cirurgião, Anestesista ou Enfermagem
Desejam fazer alguma recomendação para a recuperação e
tratamento do paciente ?
SCG-HC-UFPE
Cirurgia SeguraChecklist reduz morbidade e mortalidade
Estudo de 7.688 pacientes antes e depois da utilização do check-list (Boston. Seattle, Toronto, Londres, Nova Delhi, Aukland, Aman, Manilha, Tanzânia)
– Antes 3.733
– Depois 3.955
– Grandes complicações 11 para 7%
p < 0,001
– Mortalidade 1 para 0,8%
p = 0,03
New Engl J Med Jan 14 e 29, 2009
36%
47%
SCG-HC-UFPE
Citações - 15-01-2009
NBC – (News)
New York Times
Washington Post
USA Today
Science News
ABC (News)
Associated Press
BBC
Time
Boston globe
Scientific American
SCG-HC-UFPE
Efeitos adversos
Êrro