Sandor Ferenczi

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Grupo: Priscila Rosimere Soraya 6º semestre Psicologia - Noturno

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Grupo: Priscila

Rosimere Soraya Daiana

Leonardo

Bruna

6º semestre Psicologia - Noturno

Desde seus primeiros anos voltados à prática psicanalítica, Ferenczi já se destacava pela dedicação e pelo espírito empreendedor com o qual atuava e produzia suas importantes contribuições. Era, desde o começo, uma das pessoas mais próximas a Freud e um dos seguidores mais brilhantes e promissores dentre os pioneiros do movimento recém-nascido.Porém Ferenczi se dedicava muito mais à cura e ao alívio dos sintomas de seus pacientes do que a construção teórica e metapsicológica do saber psicanalítico. Assim a técnica e prática analítica logo começaram a inquietá-lo e Ferenczi ousou e começou a experimentar.

Passou a desviar-se dos caminhos que há haviam sido estabelecidos dentro do pensamento psicanalítico na busca por outros modos de trabalho clinico e manejo terapêutico, sempre na esperança de obter melhores resultados práticos

Ferenczi, desse modo, procurava outras articulações, outras respostas e saídas mais apropriadas ao que ainda não possuía explicação ou solução. Atuava “marginalmente”, em relação à ortodoxia psicanalítica de seu tempo. Desta maneira, não só produziu novos aportes teóricos e postulou técnicas e manejos clínicos a partir da própria experiência como também ilustrou muito bem a atitude de um verdadeiro cientista psicanalítico: sempre se questionar acerca de seu papel e trabalho.

• 1873 - Nasce Sándor Ferenczi, em 7 de julho, em Miskolc, na Hungria. • 1888 - Morte de Bernàt Ferenczi, pai de Sándor• 1894 - Sándor obtém seu diploma de medicina em Viena; já se interessa pelos

fenômenos psíquicos e pela hipnose.• 1897 - Optando pela carreira médica, trabalhou no Hospital Saint Roch em

Budapeste, logo se mostrou adepto da medicina social se tornando médico assistente no asilo de pobres e prostitutas.

• 1900 - Estabelece-se como neurologista.• 1904 - Chefe do serviço de neurologia.

Tornou-se companheiro de Gizella Palos, oito anos mais velha que ele. Essa ligação era tolerada pelo marido desta, que, entretanto lhe recusava o divórcio.

1906 - Sempre pronto a ajudar os oprimidos, a escutar os problemas das mulheres e a socorrer os excluídos e marginais, tomou, a defesa dos homossexuais em um texto corajoso apresentado à Associação Médica de Budapeste.1907 - Entusiasmou-se pela obra de Freud.1908 - Participou do I Congresso de Psicanálise em Salzburgo e fez uma conferência sobre “Psicanálise e pedagogia”.

- Começo de uma longa relação com Freud que se tornaria seu analista, mestre e amigo.- Durante um quarto de século, Ferenczi trocaria com o mestre de Viena 1.200 cartas.- Freud e Ferenczi compartilharam várias férias de verão.

1909 - Acompanhou Freud em sua célebre viagem aos Estados Unidos, juntamente com Jung. 1910 - Congresso de Nuremberg. Fundação da Associação Internacional de Psicanálise (IPA). Jung é o primeiro presidente.

1913 - Criou a Sociedade Psicanalítica de Budapeste.1914 - Ferenczi analisou duas grandes figuras do movimento psicanalítico: Geza Roheim e Melanie Klein.1918 - Eleito presidente da Associação Internacional de Psicanálise, mas renunciou após alguns meses. Seu nome é o único que não figura na galeria dos presidentes.

1919 – Casa-se com Gizella. O casal não teve filhos.Criada pela primeira vez no mundo, uma cátedra de ensino (a primeira cadeira de psicanálise), na Universidade de Budapeste.

1921 - Ferenczi vai a “Baden-Baden conhecer Groddeck, que seria seu amigo por toda a vida”.

1928 - Ferenczi reviu sua técnica ativa e elaborou uma nova, dita de relaxamento e indulgência: “Elasticidade da técnica ativa”.1933 - Queima de livros “antialemães” nas fogueiras em Berlim.1953 - Aos 60 anos de idade, em 24 de maio, acontece o falecimento repentino de Sándor Ferenczi, em consequência de problemas respiratórios provocados por uma anemia perniciosa.

• A primeira leitura que Ferenczi teve da psicanálise não lhe agradou. Só em 1907, estimulado por F. Sein a reler a Interpretação dos Sonhos, vê-se entusiasmado por Freud e resolve conhecê-lo pessoalmente. Em Janeiro de 1908 escreve-lhe pedindo para visitá-lo em Viena.

• Ferenczi ansiava encontrar em Freud, além de um mestre e amigo incondicional, um pai protetor (talvez um tanto "maternal"). Tal "necessidade insaciável de apoio", confessada por Ferenczi, nunca seria totalmente superada.

• A longa e inicialmente contínua correspondência entre Sigmund Freud e Sándor Ferenczi abarca o período do 1908 até sua morte, em 1933.

De: Sándor Ferenczi

Para: Freud

Resposta de Freud para Sándor

• Teoria das relações objetais e do conceito de introjeção

• Foi o primeiro analista a dar uma significativa importância à pessoa real do analista

Não acreditava em nenhum critério definitivo de analisabilidade; pelo contrário, advogava a ideia de que todo paciente que solicitasse uma ajuda psicanalítica

deveria recebê-la

A importância da empatia.

• 1899Publicação de numerosíssimos artigos pré-analíticos até 1908, dentre eles, “Espiritismo”, dedicado à transmissão de pensamento.

• 1908

Dedicou toda sua obra a questionar a psicanálise, procurando ampliar seus limites terapêuticos e, em suas preocupações, privilegiou o tratamento de psicóticos, de pacientes psicossomáticos e casos-limites, seno que muitas de suas idéias encontram-se na origem da teoria psicanalítica das escolas inglesas e francesas.

• 1909Publicou seu primeiro grande trabalho teórico “Transferência e introjeção”. Nele, introduziu o termo introjeção, que Freud retomaria e aprofundaria.

• 1912Publica: “O conceito de introjeção”.

• 1913Publica um caso clínico: “O Pequeno Homem-Galo”.Publicou nessa época vários artigos importantes, entre os quais “Ontogênese dos símbolos”, “Desenvolvimento do sentido das realidades e seus estágios”.Redigiu também uma crítica de “Metamorfoses e símbolos da libido”, de Jung, expondo publicamente sua posição no tocante ao conflito Jung-Freud. Sem ambigüidade, Ferenczi tomou o partido deste último.

• 1919Publicação de “A técnica psicanalítica”, ponto de partida de uma reflexão aventurosa, original e que conduziu a uma ruptura com Freud e o movimento psicanalítico.

• 1921Publicação de “Prolongamentos da técnica ativa em psicanálise”.

• 1922Apresentação de “Thalassa: teoria da genitalidade”, no Congresso de Berlim.

• 1923Publicação de uma série de observações clínicas, entre elas o “Sonho do bebê sábio”.

• 1924Primeira edição de “Thalassa, ensaio sobre a teoria da genitalidade”.Co-autor, com Otto Rank, de “Perspectivas da psicanálise”.

• 1926Publicação de “Contra-indicações da técnica ativa”.Abandono da “técnica ativa” em prol da “técnica de indulgência e relaxamento”.Publicação de “Fantasias gulliverianas”.

• 1928Conferência pública em Budapeste sobre “Elasticidade da técnica psicanalítica”.Ferenczi reviu sua técnica ativa e elaborou uma nova, dita de relaxamento e indulgência: “Elasticidade da técnica ativa”.

• 1929Publicação de “O filho mal recebido e sua pulsão de morte.”Apresentação da conferência “Princípio de relaxamento e neocatarse”, no Congresso de Oxford.

• 1930Publicação de “Princípio de relaxamento e neocatarse”.Redação da primeira parte das “Notas e fragmentos”.

• 1931Publicação do artigo “Análises de crianças com adultos”.Inauguração de uma policlínica psicanalítica em Budapeste.Redação das “Reflexões sobre o trauma”.

• 1932Começo do “Diário clínico”, onde conduziu a conceber a possibilidade de uma análise mútua.Redação de “Confusão de língua entre os adultos e a criança”.

• Primeiro ponto, provavelmente o mais conhecido.Freud do lado da abstinência e da frustração, e Ferenczi ao lado da gratificação e da indulgência.

• Segundo ponto, Freud está mais orientado em direção à cabeça e ao intelecto, enquanto Ferenczi nitidamente se orienta em direção ao coração e aos sentimentos.

• Terceiro ponto Mostra que Freud se inclina mais para uma relação analítica autoritária e

assimétrica; Ferenczi, pelo contrário, procura apaixonadamente uma relação de mutualidade e igualdade com Freud, seu antigo analista.

• Crítica a postura do analista – Ferenczi crítica a insensibilidade do analista, na busca de uma postura mais afetuosa e próxima ao analisado.

• A importância da contratransferência real – Ferenczi é contrário a visão da contratransferência como falha e a compreende na realidade como “bussola norteadora”.

• Técnica ativa – A técnica ativa tem como objetivo a superar a estagnação da análise criada pelo prazer experimentado pelo analisando durante as sessões, provocando tensão e assim criando o surgimento de novo material associativo.

• Consequências Negativas da Técnica Ativa - A técnica ativa não deu a Ferenczi o que procurava, pois, seu caráter autoritário não provocava sentimentos hostis no paciente, apenas remetia-o à cena traumática, a uma nova submissão ao agressor. Mas pôde conceber a importância do agressor, uma vez que submetia o analisando docilmente ao desprazer que lhe era proposto, porém, o conforto combatido pela técnica ativa permanecia.

• Modificação da Técnica Ativa – Evitar a transferência negativa seria prejudicial a atitude afetuosa, uma vez que a transferência positiva não teria sustentação na experiência clínica. Sendo assim a abordagem clínica necessitava de uma atuação mais delicada que a técnica ativa.

• A elasticidade da técnica - “O tratamento psicanalítico não pode ser confortável nem para o analista, nem para o paciente”.

“Os pais e os adultos deveriam aprender a reconhecer, assim como nós, analistas, por trás do amor de transferência, submissão ou adoração de nossos filhos, pacientes, alunos, o desejo nostálgico de libertação desse amor opressivo. Se ajudarmos a criança, o paciente ou o aluno a abandonar essa identificação e a defender-se dessa transferência tirânica, pode-se dizer que fomos bem sucedidos em promover o acesso da personalidade a um nível mais elevado.”

Ferenczi, 1933

BibliografiaCASADORE, M. M. Sándor Ferenczi e a Psicanálise: pela errância das experimentações. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012

MENDES, Anna Paula Njaime  and  FRANCA, Cassandra Pereira. Contribuições de Sándor Ferenczi para a compreensão dos efeitos psíquicos da violência sexual. Psicol. estud. [online]. 2012, vol.17, n.1, pp. 121-130. ISSN 1413-7372.

Núcleo Brasileiro de Pesquisa Psicanalista, bibliografia, Sándor Ferenczi. Disponivel em: http://www.nucleodepesquisas.com.br/biografias/sandor-ferenczi-1873-1933/

Sándor Ferenczi. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$sandor-ferenczi .

Sigmund Freud & Sándor Ferenczi: Correspondência/ editado por Ernest Falzeder, Eva Brabant e Patrizia Giampieri; tradução do alemão de CláudiaCavalcanti e Susana Kampff Lages; revisão técnica e notas da ediçãobrasileira de Marialzira Perestrello. - Rio de Janeiro: Imago Ed., 1994.3v.