SAB Revista V24-02 PgSimples

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REVISTA DE ARQUEOLOGIA VOLUME 24 _ NUMERO 2 _ DEZEMBRO 2011

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  • REVISTA DE ARQUEOLOGIAVOLUME 24 _ NUMERO 2 _ DEZEMBRO 2011

  • REVISTA DE ARQUEOLOGIAVOLUME 24 _ NUMERO 2 _ DEZEMBRO 2011 _ ISSN 0102-0420

  • REVISTA DE ARQUEOLOGIAVOLUME 24 _ NUMERO 1 _ jULhO 2011 _ ISSN 0102-0420

    Diretoria da SABSociedade de Arqueologia BrasileiraPresidnciaEduardo G. Neves (Universidade de So Paulo)Vice-PresidnciaSilvia M. Cop (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)SecretariaLus Cludio Symanski (Universidade Federal do Paran)Sibeli Aparecida Viana (Pontifcia Universidade Catlica de Gois)TesourariaLoredana Ribeiro (Universidade Federal de Pelotas)Jacionira Coelho Silva (Universidade Federal do Piau)Comisso EditorialGabriela Martin Dvila (Universidade Federal de Pernambuco)Arno A. Kern (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul)Lucas M. Reis Bueno (Universidade de So Paulo)Comisso de SeleoOndemar Dias Jr. (Instituto de Arqueologia Brasileira)Maria Lcia F. Pardi (Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional)Vera Lcia C. Guapindaia (Museu Paraense Emilio Goeldi)Conselho FiscalPedro Igncio Schmitz (Instituto Anchietano de Pesquisas)Fernanda B. Tochetto (Prefeitura Municipal de Porto Alegre)Cludia Alves de Oliveira (Universidade Federal de Pernambuco)

    Museu de Arqueologia e EtnologiaUniversidade de So PauloAv. Prof. Almeida Prado, 1466So Paulo - SP - Brasil05508-900

    Comisso Editorial: Gabriela Martin, Arno Kern, Lucas BuenoEditor Responsvel: Lucas BuenoGesto 2009-2011

    Conselho EditorialAbdulay CmaraAdriana S. DiasAstolfo Gomes de Mello AraujoAlberico Nogueira de QueirozAndr P. ProusAndr O. RosaClaudia Rodrigues Ferreira de CarvalhoDenise P. SchaanEduardo G. NevesFabola A. SilvaGilson RambelliGislene MonticelliGustavo PolitisJoo Pacheco de Oliveira FilhoJos Lopez MazzLoredana RibeiroLuiz Cludio SymanskiLuiz OssterbeekMarco Aurlio Nadal De MasiMichael HeckenbergerSheila Mendona de SouzaTania Andrade LimaVeronica Wesolovski

    A Revista de Arqueologia, fundada em 1983 pela Prof Maria da Conceio M. C. Beltro e editada originalmente pelo Museu Paraense Emilio Goeldi/CNPq, uma publicao oficial e semestral da Sociedade de Arqueologia Brasilieira - SAB.

    Revista de Arqueologia / Sociedade de Arqueologia Brasileira, 2011. So Paulo: SAB, 2011, V. 24, N1

    Semestral a partir de 2008: 2011.ISSN: 0102-0420

    1. Cincias Humanas. 2. Arqueologia. 3. Antropologia.4. Sociedade de Arqueologia Brasileira

    Dados Internacionais de Catalogao

  • SUMRIO

    ARTIGOS

    RESEnhAS

    TESES E DISSERTAES

    EDItoRIAL

    EXPLotACIN DE MYoCAStoR CoYPUS EN EL EXtREMo MERIDIoNAL DE LA CUENCA DEL PLAtA DURANtEEL HoLoCENo tARDIoAlejandro Acosta y Julieta Sartori

    toCAS Do GoNGo, So RAIMUNDo NoNAto, PIAU, BRASIL: UMA BIoARqUEoLoGIA REtRoSPECtIVADella Collins Cook , Sheila Maria Ferraz Mendona de Souza

    EStUDoS ARqUEoLGICoS NA REGIo DE PoRto tRoMBEtAS, PAVera Guapindaia e Daniel Lopes

    UM BREVE ENSAIo SoBRE PAtRIMNIo ARqUEoLGICoE PoVoS INDGENASMarcia Bezerra

    SoBRE o oLHAR UM EXERCCIo DE APRESENtAo E DISCUSSo Do CoNHECIMENto PRoDUzIDo SoBRE oS GRAfISMoS RUPEStRES DA REGIo DE DIAMANtINA,MINAS GERAIS.Luiza Cmpera

    CRoNIStAS, ARqUELoGoS E SEU DIStANCIAMENto DESNECESSRIo: AS RICAS INfoRMAES DoS CRoNIStASSoBRE oS ARtEfAtoS PoLIDoS.Gustavo Neves de Souza

    tERRItoRIo PRIMItIVo. A INStItUCIoNALIzAoDA ARqUEoLoGIA No BRASIL (1870-1917)Resenhado por Cristina Barreto

    PEtRGLIfoS SUL-AMERICANoSResenhado por Franz Scaramelli

    AS ICoNoGRAfIAS DAS URNAS fUNERRIAS ANtRoPoMoRfAS MARAC (AMAP) A CoLEo GRUtA DAS CAREtASCarlos Augusto Palheta Barbosa

    ARqUEoLoGIA ECo-HIStRICA DAS LAVRAS Do ABADEDiogo M. Costa

    NoRMAS EDItoRIAIS

    0710

    30

    50

    74

    86

    102

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    150

  • Editor Responsvel: Lucas Bueno

    EDITORIAL

    Apresentamos neste numero seis artigos, duas resenhas e dois resumos de dissertaes de mestra-do. Os temas discutidos abrangem reas geogrfi-cas distintas, temas e abordagens tambm diferen-ciadas. So tratados aspectos relativos zooarqueologia, arqueologia amaznica, produo do conhecimento em arqueologia e sua relao com a diversidade de fontes disponvel ao arque-logo, alm da relao entre patrimnio arqueolgi-co e povos indgenas.

    O artigo de Acosta e Sartoi discute a importn-cia da explorao de Myocastor Coipos por grupos caadores-coletores na bacia do Prata no Holoceno Tardo e apresenta uma relao bastante consisten-te entre aportes terico, metodologia, amostras analisadas e discusso. Em seu trabalho os autores enfatizam e demonstram a importncia de estudos tafonmicos para interpretao do papel dos vest-gios faunsticos nas estratgias alimentares dos grupos responsveis pela formao do registro ar-queolgico analisado.

    O artigo de Della Cook e Sheila Mendona de Souza traz um estudo de bioarqueologia sobre co-lees de remanescentes humanos provenientes de intervenes arqueolgicas realizadas em um con-junto de stios denominados Tocas do gongo, Piau. Alm da importncia dos dados apresentados para

    a discusso relativa ao processo de ocupao da regio no holoceno tardio, o artigo enfatiza a rique-za e diversidade de dados que podem ser obtidos atravs da anlise de colees j musealizadas, contribuindo para o aprimoramento e reviso de interpretaes formuladas a partir da escavao dos stios arqueolgicos. Estudos de coleo tm sido cada vez mais frequentes no Brasil, embora sejam ainda muito tmidos em quantidade e tam-bm em relao abordagem terica e metodolgi-ca adotada.

    O terceiro artigo deste nmero, de autoria de Vera Guapindaia e Daniel Lopes, apresenta novos dados sobre uma regio constantemente menciona-da nas discusses relativas complexidade social na Amaznia a bacia do rio Trombetas. Vincula-da atividades de arqueologia de contrato os dados apresentados ilustram a potencialidade de projetos desta natureza para gerar dados inditos e de qua-lidade acadmica.

    O artigo de Marcia Bezerra traz uma reflexo

    fundamental para a Arqueologia Brasileira na atu-alidade, tendo em vista a crescente participao dos povos nativos na realizao e reivindicao por trabalhos arqueolgicos em reas tradicionalmente ocupadas por essas populaes. Em seu artigo a autora discute a categoria de patrimnio, os senti-

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  • 8dos das paisagens arqueolgicas para as comunida-des nativas e os desafios na construo de um dis-curso simtrico na Arqueologia.

    Luiza Cmpera, autora do quinto artigo deste nmero, apresenta uma discusso consistente e importante sobre a produo do conhecimento em arqueologia, enfatizando a especificidade desse

    processo no que se refere arte rupestre. Utilizan-do como estudo de caso os grafismos rupestres da

    regio de Diamantina, MG, a autora traz tona reflexes que afligem todos os sujeitos envolvidos

    no processo de produo do conhecimento ao en-fatizar as dificuldades e questes que perpassam a

    definio de critrios como objetividade x subjeti-vidade.

    O sexto artigo, escrito por Gustavo Neves, fe-cha este nmero com uma discusso sobre a im-portncia e relevncia da utilizao das fontes escritas, especificamente do trabalho dos cronis-tas para construo de interpretaes em Arqueo-logia. Utilizando como estudo de caso colees arqueolgicas de material ltico polido, o autor dilogo com diferentes tipos de fonte para gerar novas informaes a sobre esta categoria de ves-tgios que normalmente se v relegada pela Ar-queologia Brasileira.

    Apesar da diversidade geogrfica e temtica os

    artigos que compem este nmero dialogam entre s destacando dois pontos cruciais para a Arqueolo-gia Brasileira hoje: 1) a diversidade de fontes dis-ponveis para o arquelogo, sejam elas de natureza distinta (escritos ou materiais) ou estejam elas em contextos fsicos e institucionais distintos (acervo de museus, stios arqueolgicos); 2) o processo de produo de conhecimento em arqueologia, o qual envolve reflexes metodolgicas sobre a interao

    sujeito/objeto na definio de critrios de anlise e

    sobre o papel do arquelogo na construo de um discurso simtrico na Arqueologia.

    Com esta composio este nmero fecha um ciclo e consolida um novo projeto visual e linha editorail para a Revista de Arqueologia. Essa linha editorial, que enfatiza a importncia da manuten-

    o de um dilogo aberto entre pareceristas e auto-res a fim de contribuir positivamente para a quali-dade os textos submetidos Revista, comeou a ser implantada em gestes anteriores, atravs de um esforo sempre pessoal dos editores responsveis em cada gesto. Nesse sentido, essa consolidao, que envolve tambm a manuteno da periodicida-de da revista, resultante de um projeto que envol-ve planejamento e continuidade, o qual esperamos seja mantido durante a prxima gesto da Revista de Arqueologia. O projeto visual, implantado na gesto 2009-2011, contou com participao efetiva da Diretoria da Sociedade de Arqueologia Brasilei-ra e contribuiu de forma significativa para fomentar

    um novo conceito sobre o peridico, o qual tem recebido artigos em fluxo contnuo, indicando um

    crescimento da demanda pela publicao neste que o peridico cientfico oficial da Sociedade de Ar-queologia Brasileira.

  • ARTIGO

    10EXPLOTACIN DE

    MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO ME-

    RIDIONAL DELA CUENCA DEL

    PLATA DURANTE EL HOLOCENO TARDIO

    Alejandro Acosta* y Julieta Sartori**CONICET-Instituto Nacional de Antropologa y Pensamiento Latinoamericano,

    3 de Febrero 1378 (C1426BJN), Ciudad Autnoma de Buenos Aires (Argentina).E-mail: acosta@ retina.ar / [email protected]

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    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :10-29 - 2012

    RESUMENEl objetivo de este trabajo es analizar

    distintos aspectos vinculados con la explo-tacin de Myocastor coypus (coipo) por par-te de los grupos cazadores-recolectores que habitaron el extremo meridional de la cuen-ca del Plata durante el Holoceno tardo. Para ello, se tuvieron en cuenta las principales caractersticas que posee esta especie como recurso y se analiz en detalle el registro arqueofaunstico de M. coypus proveniente de cuatro sitios arqueolgicos. Se conside-raron distintos factores relacionados con la integridad de los conjuntos seos y diversas conductas relacionadas con la obtencin, procesamiento y consumo de este roedor. Finalmente, se plantea la importancia eco-nmica que adquiri el coipo, a nivel regio-nal, en el marco de las estrategias y de los dems recursos faunsticos explotados por los grupos humanos que ocuparon el rea de estudio.

    PALABRAS CLAVE_Myocastor coypus, ca-zadores-recolectores, Holoceno tardo

    ABSTRACTThe aim of this paper is to analyze dif-

    ferent aspects linked to Myocastor coypus (coipo) exploitation on hunter-gatherer so-cieties that inhabited the southern portion of the Del Plata basin during the Late Holo-cene. For that porpoise, we considered the main properties of this specie as faunal re-source and analyzed the M. coypus archaeo-faunal record of four archaeological sites. We measured different aspects related with bone assemblage integrity and behaviors linked to the acquirement, processing and consumption of this rodent. Finally, we sta-ted the economic relevance of coipus in the regional level, in the frame of the strategies and the faunal resources exploitation of those human groups that inhabited the stu-dy area.

    KEywORdS_Myocastor coypus, hunter--gatherer, Late Holocene

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    INTROdUCCINEl coipo (Myocastor coypus) constituye

    una especie que ha sido sistemticamente explotada por las poblaciones humanas a travs del tiempo. Arqueolgicamente, se en-cuentra representada en diversos sitios, pro-ducto de las numerosas ocupaciones abor-genes prehispnicas que se han registrado en distintos sectores y tramos de la cuenca Parano-Platense (ver Caggiano 1984, Miotti y Tonni 1991, Brunazzo 1999, Prez Jimeno 2007, Loponte 2008, Santini 2008, Santini et al. 2009, Sartori 2010, entre muchos otros). En este caso analizamos en detalle el registro arqueofaunstico de M. coypus recuperado en cuatro depsitos arqueolgicos situados en el extremo meridional de la cuenca del Plata, ms especficamente en el humedal del Paran inferior (en adelante HPI).

    Las muestras de M. coypus que aqu se analizan provienen de los siguientes sitios arqueolgicos: Anah, Garn, La Bellaca 2 y Playa Mansa. Todos ellos se encuentran si-tuados en el sector continental del HPI y fue-ron generados por cazadores-recolectores del Holoceno tardo (ver cronologa de los sitios en tabla 1). En lneas generales, los cuatro depsitos arqueolgicos se caracteri-zan por presentar una abundante alfarera, artefactos lticos y seos, restos faunsticos con una representacin taxonmica similar y otras evidencias que indican eventos rela-cionados con su procesamiento y consumo final. Asimismo, en tres de ellos (Anah, Ga-rn, La Bellaca 2) tambin se han recuperado restos humanos, caracterstica que sumada a los dems rasgos mencionados permite cate-gorizarlos como base residenciales o sitios de actividades mltiples (ver detalles de los sitios y de su registro en Escudero 1999, Feu-lliet Terzaghi 2002, Acosta 2005, Loponte 2008).

    El rea de estudio (HPI) pertenece a la Ecoregin denominada Delta e Islas del ro

    Paran (sensu Burkart et al. 1999); la cual se extiende entre los 32 5` LS, al sur de la ac-tual ciudad de Diamante (provincia de En-tre Ros) y los 34 29` LS, en la cercanas de la ciudad de Buenos Aires (Argentina) (ver figura 1). Dicha regin rene una serie de condiciones que han facilitado el desarrollo de extensas poblaciones de M. coypus, ya que se encuentran estrechamente vincula-das con los requerimientos eto-ecolgicos que posee esta especie (ver infra). Entre los rasgos ms conspicuos que posee el HPI debe mencionarse su alta productividad ambiental, ecolgicamente regulada por los pulsos de inundacin del ro Paran (B y Malvrez 1999; Neiff 1999). Esta caracters-tica se traduce en una elevada oferta de re-cursos (vegetales y animales) que jugaron un rol de significativa importancia para los grupos humanos que ocuparon el HPI. La conformacin (ecolgica y geolgica) que

    actualmente presenta el HPI habra comen-zado a generarse entre los ltimos 2000 a 3000 aos AP, rango dentro del que se ubi-can los sitios y las muestras de M. coypus aqu estudiadas. Bajo estas condiciones, adems del coipo, el ambiente fue coloniza-do por otras especies, siendo los peces (Cha-raciformes y Siluriformes), los crvidos (Blastocerus dichotomus y Ozotoceros be-zoarticus), el cuis (Cavia aperea) y los mo-luscos (Diplodon sp.) las de mayor impor-tancia para las economas aborgenes dado que se encuentran representadas en la ma-yora de los sitios arqueolgicos (para ma-

    Tabla 1. Fechados radiocarbnicos de los cuatro sitios ar-queolgicos de donde provienen las muestras de M. coypus analizadas en este trabajo.

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    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :10-29 - 2012Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    yores detalles sobre la evolucin del am-biente y las estructura de los recursos del HPI ver Loponte 2008).

    dISTRIBUCIN y ETO-ECOLOGA dE MyOCASTOR COyPUS

    M. coypus es un roedor nativo de Suda-mrica (cf. Parera 2002) y posee una amplia distribucin geogrfica en el subcontinente, ya que abarca distintas regiones de Chile, Argentina, Paraguay, Uruguay, Bolivia y sur de Brasil (Baroffio et al. 1980, Eisenberg y Redford 1999, Woods et al. 1992). En Argen-tina, las poblaciones ms densas se concen-tran especialmente en las costas del Ro de la Plata y del Paran (Ferrari 1983). En gene-ral se caracteriza por ser una especie que posee una elevada capacidad reproductiva, dispersiva y de colonizacin (B et al., en prensa). Es un roedor gregario y cavcola, aunque tambin construye otras estructuras (nidos y descansaderos) particularmente en las reas en donde existen juncales y totora-les (Ferrari 1983, Colantoni 1993). Se en-cuentra estrechamente vinculado a cuerpos acuticos, siendo su hbitat tpico los ros y pantanos con abundante vegetacin. Dichas caractersticas determinan que la densidad de sus colonias aumente en la medida en que exista una mayor cantidad de agua

    emergida por hectrea y un determinado tipo de cobertura vegetal (Ferrari 1983).

    Algunos autores han estimado densida-des poblacionales mximas de unos 2,25 i/ha (= 225 i/km2) con valores promedios de 1,69 i/ha2 (B y Porini 2001). Se caracteriza por tener conductas territoriales y hbitos alimenticios bsicamente crepusculares y nocturnos. Las hembras pueden llegar ate-ner hasta 5 alumbramientos, de entre 5 y 7 cras, cada dos aos (Bianchi y Dabo-ve1984). Aunque los picos de paricin son a principios del invierno y del verano, es co-mn que se reproduzcan a lo largo de todo el ciclo anual (Crespo 1974, Colantoni 1993). En verano las cras suelen tardar entre 3 y 4 meses en alcanzar su madurez sexual, en cambio si nacen en el otoo recin madu-ran a los 6 o 7 meses (lvarez Romero y Me-delln Legorreta 2005). El peso de los adul-tos es de entre 5 y7 kg, pudiendo llegar a un mximo de 10 kg (Colantoni 1993, Ferrari 1983, Leblanc 1994). Estudios relacionados con la palatabilidad de su carne sealan que la misma es tierna y jugosa, su olor es agra-dable y no tiene componentes fuertes como otras carnes salvajes (Bianchi y Da-bove 1984). Los individuos, con un peso vivo promedio de 4,75 kg., luego de ser cue-reados, eviscerados y sin la cabeza, la cola y

    las garras llegan a pesar unos 2,266 kg. Dicho va-lor, con la extraccin del tejido graso superficial, se reduce a 2,073 kg, sien-do la cantidad de carne obtenida, luego de ser to-talmente descarnado de 1,467 kg; aproximada-mente (Bianchi y Dabove 1984). La caza de M. coy-pus mediante trampas (o caza al acecho en forma ms espordica), consti-

    Figura 1. Mapa general del rea de estudio (tomado de Malvrez 1999)

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    tuye una prctica muy frecuente entre los actuales pobladores del Delta del Paran y de otras regiones adyacentes, siendo un re-curso muy valorado no solo como alimento, sino tambin por la muy buena calidad que tiene su piel (Amaya 1984, B y Porini 2001, Colantoni 1993, Ferrari 1983).

    MARCO TERICO GENERAL y METOdO-LOGA

    En los anteriores acpites sealamos al-gunas de las propiedades que presenta la estructura ambiental del HPI y considera-mos las principales caractersticas eto-eco-lgicas que posee M. coypus. En tal sentido, conocer aspectos tales como la distribu-cin, predicibilidad, abundancia y disponi-bilidad de los recursos en un determinado espacio o regin (cf. Ambrose y Lorenz 1990) constituye una va de entrada para comprender las potenciales estrategias y formas mediante las cuales fueron aprove-chados (Peters y Blumenschine 1995). Di-chas propiedades, tal como lo predicen los distintos modelos generados en el mbito de la ecologa-evolutiva (cf. Smith y Winter-halder 1992), pueden condicionar la toma de decisiones y el modo en que los huma-nos explotan los distintos recursos que brin-da el ambiente (Smith 1983, Bettinger 1991, Kelly 1995, entre otros). El aprovechamien-to de los recursos faunsticos por parte de grupos cazadores-recolectores involucra una secuencia de tcticas y actividades que incluyen su procuramiento, transporte, pro-cesamiento, preparacin, consumo y des-carte final. Gran parte de estas conductas implican una desorganizacin anatmica progresiva de las presas y dependen de nu-merosos factores tales como, la tecnologa disponible para su obtencin, procesamien-to y consumo, los medios de movilidad dis-ponibles, el tamao y el numero de inte-grantes de la partida de caza, la distancia a

    recorrer, el grado de movilidad residencial y tiempo de permanencia en los asenta-mientos, el tamao de la presa y la cantidad de animales cazados que hay que procesar, entre otros aspectos (ver Binford 1978,1980, Lyman 1987, 1992, 1994, OConnell et al. 1988, 1993, Gifford-Gonzlez 1989, Emer-son 1993, Oliver 1993, Kelly 1995, Lupo 2006, entre muchos otros).

    Como sealamos al comienzo, uno de los principales objetivos de este trabajo es discutir la importancia econmica que tuvo M. coypus, para los grupos cazadores-reco-lectores que habitaron el HPI, analizando las diferentes y posibles estrategias involu-cradas en su captura, procesamiento y con-sumo final. Para ello, en lneas generales, emplearemos como marco de referencia principios tericos derivados de los mode-los de costo-beneficio o de predacin pti-ma (cf. Bettinger 1980, Smith 1983, Kelly 1995), ya que los mismos constituyen una herramienta adecuada para abordar y eva-luar los puntos mencionados y porque ade-ms han sido ampliamente desarrollados dentro de las investigaciones zooarqueol-gicas (una detallada sntesis sobre estos modelos y su aplicacin en los estudios zooarqueolgicos puede verse en Lupo 2007). De igual modo se utilizan distintas observaciones etnoarqueolgicas que, en su mayora, son tericamente compatibles con dichos modelos. Cabe agregar que toda in-ferencia o interpretacin conductual que se realice del registro arqueofaunstico requie-re de un previo monitoreo tafonmico (Ly-man 1994, Marean y Cleghorn 2003), razn por la que tambin hemos considerado los distintos y posibles procesos naturales invo-lucrados en la formacin de los conjuntos seos aqu estudiados.

    Desde el punto de vista metodolgico, para el anlisis cuantitativo de los restos seos, seguimos los tradicionales ndices de

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    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :10-29 - 2012Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    cin dentaria de M. coypus propuestos por Rusconi (1930). Si bien este autor estudi la evolucin dentaria (superior e inferior), aqu solo consideramos el desarrollo de la mandbula debido a la alta frecuencia que esta posee, en la mayora de las muestras estudiadas, respecto del maxilar superior.

    ANLISIS dE LAS MUESTRASLos conjuntos seos de M. coypus, en ge-

    neral, se encuentran bien conservados. El 90 % de los especmenes no supera los estadios meteorizacin 1-2 de Behrensmeyer (1978). En todos los casos, la marcas de roedores y/ carnvoros no alcanzan el 1% del NISP total. Si bien se han reconocido marcas de races y seales de ataque qumico sobre los huesos, la magnitud de estos procesos es muy baja por lo que no habran tenido una incidencia importante en la preservacin diferencial de partes esqueletarias. En todos los conjuntos los especmenes presentan una coloracin con graduaciones del marrn claro al negro, producto de alto contenido mineral (funda-mentalmente hierro y manganeso) que po-see la matriz sedimentaria en donde se loca-lizan los depsitos arqueolgicos (ver Acosta 2005, Loponte 2008 y ms abajo). La integri-dad anatmica de los huesos es bastante alta, tal como puede apreciarse a travs de la relacin que existe entre el NISP y el MNE (ver tabla 2). En tal sentido, la fragmenta-cin general de cada conjunto seo, estima-da a travs de la razn NISP:MNE1, arroj valores muy bajos (Anah= 1,19, Garn= 1,16, La Bellaca 2= 1,14 y Playa Mansa= 1,91). En cuanto a las covariaciones efectua-das entre la DM y los %MAU los resultados obtenidos sugieren que los cuatro conjuntos seos de M. coypus no dependeran de esta propiedad (ver tabla 3).

    Los NMI de los sitios Anah, Garn y La Bellaca 2 se obtuvieron a partir de las he-mimandbulas, las que tambin represen-

    abundancia taxonmica (NISP y NMI) y de partes esqueletarias (MNE, MAU y %MAU) (Binford 1984, Grayson 1984, Lyman 1994). Para evaluar los perfiles anatmicos tam-bin utilizamos el MNE estandarizado y los ndices de completividad anatmica (MNEt/NMI) (ver Stiner 1994, Mengoni Goalons 1999). En relacin a la integridad de las muestras (sensu Binford 1981), se tuvo en cuenta el estado de meteorizacin (sensu Behrensmeyer 1978), el grado de incidencia de agentes naturales tales como carnvoros, roedores y races, y otros aspectos (pH y contenido mineral) vinculados con la ma-triz sedimentaria de los depsitos arqueol-gicos (Binford 1981, Lyman 1994, Mengoni Goalons 1999)

    Se efectuaron, adems, correlaciones entre la densidad mineral sea (DM) y los porcentuales MAU. Al no disponer de valo-res destitomtricos para M. coypus, decidi-mos utilizar los generados por Lyman et al. (1992) para Marmota sp., dado que el tama-o y la estructura esqueletaria que posee este ltimo roedor son similares a las del coipo. Dichos autores midieron la DM a partir de una serie de scans sites efectuados sobre diferentes puntos o regiones del hue-so (ver Lyman 1994 Tabla 7.6: 248). En nuestro caso decidimos correlacionar los valores (scans sites) ms altos obtenidos para cada unidad anatmica; de este modo pudimos evaluar si los conjuntos seos se hallaban o no realmente mediatizados por esta propiedad (DM). El grado de fragmen-tacin de los conjuntos seos fue obtenido a partir de la razn NISP:MNE (cf. Lyman 1994). Sobre la base de los criterios utiliza-dos por distintos autores (Binford 1981, Ly-man 1994, Mengoni Goalons 1999) eva-luamos la presencia de fracturas, huellas de corte y las seales de termoalteracin. Cabe agregar que los perfiles etarios fueron esti-mados en funcin de los estadios de erup-

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    tan el 100 % del MAU (ver tabla 2). En el caso de Playa Mansa el NMI fue obtenido a partir del fmur, cbito y astrgalo, ya que los tres elementos arrojaron los mismos va-

    lores. El total de individuos identificados fue de 25 en Anah, de 56 y 34 en Garn y La Bellaca 2, y de 6 en Playa Mansa. Con res-pecto a los perfiles etarios, en Playa Mansa, debido a su estado fragmentario, tan slo dos de las hemimandbulas resultaron ti-les para determinar la edad de los indivi-duos (N= 2 adultos). En los tres sitios res-tantes dicha unidad presenta una mayor representacin e integridad anatmica. Los

    Tabla 2.Representacin anatmica (NISP, MNE y MAU) de M. coypus en los sitios Anah, Garn, La Bellaca 2 y Playa Mansa.

    Tabla 3. Correlaciones entre %MAU y DO (M. coypus) en los sitios Anah, Garn, La Bellaca y Playa mansa. *Canti-dad de casos ploteados. Las unidades anatmicas con sus respectivos %MAU pueden verse en la tabla 2.

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    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :10-29 - 2012Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    porcentajes obtenidos, sobre el total de ca-sos analizados Anah (N= 35), Garn (N= 64) y La Bellaca 2 (N= 29), indican un claro predominio de individuos con el m total-mente erupcionado (estadios 5 y 6 de Rus-coni 1930); esto sugiere que existi un alto grado selectividad en la captura de indivi-

    duos adultos (maduros y/o seniles) (ver fi-gura 2).

    La representacin anatmica en trmi-nos del NISP indica una presencia relativa-mente completa de la carcasas (ver tabla 2). Sin embargo, si vemos los % MAU notamos que los elementos axiales se encuentran su-

    brepresentados respecto de los apendiculares (ver tabla 2 y figura 3). Esta di-ferencia se aprecia de un modo mucho ms claro a travs de los valores obte-nidos mediante el ndice de completividad anat-mica, en donde la regin apendicular se encuentra mucho ms completa que la axial, tendencia que se verifica en los cuatro si-tios, motivo por el que tambin comparten una completividad global muy similar (ver figura 4).

    A travs de las subre-giones anatmicas consi-deradas para el clculo del MNE estandarizado2 (cabeza, columna verte-bral y cintura, miembros anteriores y posteriores) vemos que los valores ms elevados correspon-den a la cabeza. Dicha caracterstica obedece fundamentalmente a la alta representacin que presenta la mandbula (ver tabla 2). Adems, se aprecia una muy baja proporcin de la cintura y la columna vertebral, mientras que los miem-bros (anteriores y poste-

    Figura 1. Perfil etario de M, coypus estimado sobre la base de la secuencia de erup-cin dentaria segn Rusconi (1930).

    Figura 3. Porcentaje MAU de M. coypus en los sitios Anah, Garn. La Bellaca 2 y Playa Mansa.

    Figura 4. Porcentajes por regin anatmica y global de M. coypus obtenidos a travs del ndice de completividad anatmica.

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    riores) tienden a presentar valores mucho ms altos (ver figuras 5). La baja represen-tacin de la segunda subregin (cintura y columna vertebral), se debe principalmen-te, como vimos, a la escasa cantidad de vr-tebras y costillas identificadas, situacin que podra estar parcialmente relacionada con las tcnicas empleadas durante la pre-

    paracin y consumo de estos segmentos anat-micos, aspectos que reto-maremos en la discusin.

    Por otra parte, no se observaron fracturas que puedan ser claramente atribuidas a modificacio-nes intencionales, aun-que existen casos que re-quieren de una revisin exhaustiva dado que po-dran corresponder a da-

    os de similares caractersticas a los regis-trados experimentalmente por Prez Ripoll (2005) producto de la mordedura humana sobre huesos del conejo europeo, los que tambin habran sido arqueolgicamente reconocidos por dicho autor (ver detalles en Prez Ripoll 2005). Las huellas de corte identificadas presentan un porcentaje signi-

    Figura 5. MNE estandarizado por subregin anatmica (M. coypus) en los cuatro sitios estudiados sitios (Garn, La Bellaca 2, Anah y Playa Mansa).

    Figura 6. Representacin de los distintos sectores topogrficos de la mandbula de M. coypus en donde se han identificado huellas de corte.

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    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :10-29 - 2012Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    ficativamente bajo respecto del total de es-pecmenes identificados (NISP). A pesar de la escasa cantidad de huellas que se han registrado, se visualiza una clara tendencia o patrn en tres de los cuatro conjuntos analizados. En este sentido, vemos que en Anah, el 100 % de estas ltimas se localizan en las mandbulas, mientras que en los si-tios La Bellaca 2 y Garn el 71,8 y el 85% de los cortes tambin corresponden a esta uni-dad anatmica.

    Las incisiones en la mandbula son en su mayora oblicuas y de longitud variable; su frecuencia es relativamente alta y suelen estar localizadas y distribuidas en distintos sectores de la mandbula. Al respecto, en la figura 6 pueden apreciarse las diferentes re-giones topogrficas en las que se han regis-trado, recurrentemente, los cortes. En Garn y La Bellaca 2, el resto de las huellas se pre-sentan especialmente sobre los huesos lar-gos (hmero, fmur y tibia) y se ubican en las epfisis y en las difisis (ver detalles en Acosta 2005), hecho que sugiere actividades relacionadas tanto con la desarticulacin como con la remocin muscular de dichos huesos (sensu Binford 1981). En Playa Man-sa slo el 0,97% de los elementos contaron con huellas de corte. Las mismas fueron identificadas en la epfisis proximal y en la difisis del fmur (N=2), dos en el cbito -en un caso en la difisis y en otro en la ep-fisis proximal-, una en la epfisis distal de una tibia y otra en la difisis de un metapo-dio. Las huellas son en todos los casos, cor-tas, poco profundas y se hallaron en una frecuencia de ms de una por elemento en el caso de un hmero y una mandbula que cont con tres cortes oblicuos a la diastema.

    Por ltimo, la cantidad de restos seos con seales visibles de termoalteracin es significativamente baja en la mayora de los sitios. Mientras que en el sitio Anah direc-tamente no se registraron casos, en Garn se

    identificaron 3 especmenes (1 vrtebra cer-vical y 2 lumbares) en estado de quemado avanzado, 3 (1 radio proximal, 1 vrtebra caudal y 1 falange) con evidencias de carbo-nizado y 1 (vrtebra caudal) de calcinado. Por ultimo, en La Bellaca 2, se individuali-zaron 2 restos (1 difisis de tibia y 1 carpia-no) con seales de quemado avanzado, otros 23 (9 molares, 1 cbito, 6 vrtebras caudales, 1 tibia, 1 rtula, 3 falanges, 1 car-piano y 1 tarsiano) en estado carbonizado y 9 (4 vrtebras caudales, 1 metapodio, 3 fa-langes, 1 tarsiano) calcinados. En Playa mansa el 3,8% de los especmenes presenta-ron seales de haber sido expuestos al fue-go directo. Cabe sealar que las mismas slo se hallaron en elementos correspon-dientes a falanges, vrtebras caudales y me-tapodios. Esto podra estar indicando que las secciones de bajo rinde econmico (como la cola y los huesos del autopodio) fueron eventualmente descartados en zonas de combustin.

    dISCUSINEn relacin a la integridad tafonmica

    de los conjuntos pertenecientes a M. coypus, notamos que siguen una tendencia de simi-lares caractersticas a la registrada en los dems vertebrados (peces y mamferos) re-presentados, tanto en los sitios estudiados como en otros depsitos arqueolgicos del HPI. La baja meteorizacin que registran los conjuntos seos es compatible con las altas tasas sedimentacin, baja erosin eli-ca y fluvial del ambiente y con la alta y lo-calizada pedognesis del tipo de geoformas (albardones) en donde se localizan la mayo-ra de las ocupaciones arqueolgicas del HPI. Estas condiciones posibilitan que los restos seos se entierren de forma relativa-mente rpida favoreciendo de este modo su preservacin, situacin posteriormente po-tenciada por el reducido pH y fundamental-

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    mente por la alta proporcin de hierro (Fe) y manganeso (Mn) que presentan los suelos en el rea de estudio (cf Bonfils 1962), los cuales aumentan de manera significativa la mineralizacin de los huesos. Estos proce-sos sumados a la baja incidencia que ha-bran tenido, como vimos, otros agentes (e.g carnvoros y roedores) y la ausencia de co-variaciones positivas entre la DM y los %MAU, permiten presuponer que tafonmi-camente las muestras analizadas no fueron sustancialmente modificadas (para ms de-talles sobre los procesos tafonmicos y su grado de incidencia en los conjuntos ar-queofaunsticos de HPI ver Acosta 2005, Lo-ponte 2008). A continuacin intentaremos dar cuenta de los comportamientos cultura-les involucrados en la formacin de los cua-tro conjuntos seos analizados.

    Sabemos que la selectividad de las pre-sas por parte de los grupos cazadores-reco-lectores se encuentra en gran medida vin-culada con las propiedades socio-ecolgicas que stas poseen, razn por la que se torna necesario tenerlas en cuenta para entender distintos aspectos relacionados con su ex-plotacin (e.g. Steelle y Baker 1993, Stiner et al. 2000, entre otros). Al respecto, hemos visto que el coipo tiene la capacidad de reu-nir una importante cantidad de individuos por unidad de superficie, hecho que suma-do a su marcada territorialidad lo convierte en un recurso estable y por lo tanto muy predecible. Adems, se encuentra disponi-ble a lo largo de todo el ciclo anual y tiene una elevada tasa de reproduccin que, junto a su rpida maduracin y dispersin (r-es-trategas sensu Pianka 1970), posibilita que puedan obtenerse varios individuos por evento de caza, siendo adems una presa cuya captura es de muy bajo riesgo. Tam-bin vimos que, a pesar de ser un mamfero de pequeo porte, ofrece un importante vo-lumen de carne, pero tambin es portador

    de una piel de excelente calidad. Creemos que los factores y/o propiedades menciona-das explicaran gran parte de su recurrente presencia y la numerosa cantidad de sitios arqueolgicos de la cuenca Parano-Platense en donde fue identificada esta especie.

    Con respecto a las estrategias y tcticas que utilizaron los grupos humanos para su captura, debe considerarse que la alta den-sidad poblacional, concentracin y localiza-cin espacial de M. coypus en todo el HPI, junto a su predicibilidad, baja peligrosidad y tamao, son factores que posibilitan pen-sar en pequeos rangos de accin para su obtencin y en un bajo costo en lo que res-pecta a su bsqueda, captura y transporte (cf. Smith 1983, Bettinger 1991). La caza pudo realizarse a travs de arco y flecha, pero tambin es posible que se hayan em-pleado trampas (cf. Acosta 2005, Loponte 2008), siendo ste un mtodo efectivo dado que permite obtener varios individuos a la vez (e.g. Amaya 1984, B y Porini 2001). Como pudimos ver los perfiles anatmicos de M. coypus permiten plantear que debie-ron de ingresar como presas enteras a las bases residenciales, conducta esperable de-bido al reducido peso que tiene dicha espe-cie, ya que generalmente las presas de me-diano y pequeo tamao suelen ser transportadas enteras, tal como lo han re-gistrado otros investigadores mediante es-tudios etnoarqueolgicos realizados con distintos grupos de cazadores-recolectores (ver Jones 1983, 1993, Yellen 1991a y b, Oli-ver 1993, entre otros).

    En cuanto al procesamiento y consumo final, la baja fragmentacin que exhiben los conjuntos seos, as como la aparente au-sencia de fracturas intencionales, es posible que tambin tengan algn tipo de relacin con su tamao corporal, particularmente debido al escaso contenido de medula y gra-sa sea que contienen los huesos del coipo

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    respecto de otros mamferos de mayor porte como los crvidos, los cuales presentan ni-veles de fragmentacin muchos ms eleva-dos y otras evidencias tales como, por ejem-plo, negativos de impacto (Acosta 2005, Loponte 2008, Mucciolo 2010). Dentro de este mismo contexto, tambin hay que sea-lar la baja frecuencia de huellas de corte que, con excepcin de las hemimadbulas, registran la mayora de sus partes esquele-tarias. En este sentido, diferentes estudios han mencionado que las carcasas de las presas con un porte similar o incluso mayor al de M. coypus generalmente requieren, ya sea para ser asadas y/o hervidas, de un bajo nivel de trozamiento (Yellen 1991a, Jones 1983, 1993). Por lo tanto, es esperable que sus huesos tiendan a exhibir una baja can-tidad de huellas de procesamiento.

    Las huellas de corte localizadas en las hemimandbulas requieren de una men-cin en particular porque constituyen un rasgo sistemtico que, con mayor o menor frecuencia, tambin han sido identificadas en otros sitios del HPI. Los diferentes atri-butos que presentan estas ltimas (ver ms arriba) indica que se produjeron como con-secuencia de dos o ms actividades en las que pudieron estar involucradas, la desarti-culacin de la mandbula del crneo y la remocin de los msculos que unen la piel con el hueso, conductas que habran estado ms bien relacionadas con la modalidad o tcnica utilizada para la extraccin de la piel antes que con el procesamiento para su consumo. Es posible, adems, que la frag-mentacin de los incisivos (ver nota 2) tam-bin se relacione con el proceso de obten-cin de la piel (Salemme 1987, Acosta 2005, Loponte 2008). Asimismo, es probable que la tendencia que observamos en los perfiles etarios hacia individuos preferentemente adultos, no se relacione solamente con la posibilidad de obtener un mayor volumen

    de carne, son tambin con el tamao de sus pieles, las cuales se habran utilizado para confeccionar toldos y/o vestimenta. En am-bos casos el tamao del cuero debi ser un factor importante. Por ejemplo, datos etno-grficos procedentes de otros sectores de la cuenca del Plata indican que los aborgenes mocoves, para elaborar una manta simple, utilizaban entre dieciocho y veintids pieles de M. coypus (ver Paucke 1944). En el HPI contamos al menos con dos referencias et-nohistricas del siglo XVI que reflejan la importancia que adquirieron las pieles para los grupos aborgenes; una de ellas tambin es indicativa del proceso de preparacin al que eran sometidos los cueros, ambos as-pectos surgen de las observaciones que, di-recta o indirectamente, realizaron los si-guientes cronistas:

    ...y mas adelante en la mesma costa, pa-sando el ro Nero, est otra gente que se dize

    chanastinbus, que viven en islas de la costa

    ya dicha, y que se mantienen de pesquera

    (...) tienen muchas pieles de nutrias y

    buenas... (Fernndez de Oviedo 1944: 154, el nfasis es nuestro);

    ...en la localidad de los susodichos Que-randes (...) no hallamos nada fuera de

    corambre sobado de nutrias (....) y mucho

    pescado.... (Schmidl 1948: 46-47, el nfasis es nuestro).

    Dentro de las modalidades utilizadas para la preparacin y consumo final de las presas puede plantearse el uso individual o combinado de ms de una tcnica culinaria que habra implicado tanto el uso de fuentes de calor seco (e.g. asado o ahumado) como hmedo (e.g. hervido) (cf. Wansdnider 1997). Tampoco debe desestimarse la posi-ble produccin de ciertos derivados a travs del secado y/o molido de su carne y/o hue-sos, tal como parece haber sucedido en el caso de los peces (Acosta et al. 2007). En relacin al asado, creemos que los bajos

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    porcentajes que hemos identificado de hue-sos con evidentes seales de termoaltera-cin, no implica restarle importancia al uso de esta prctica culinaria. La coccin de las presas enteras o partes de ellas mediante el ahumado y/o el uso directo del fuego, no implica necesariamente un aumento signi-ficativo en la frecuencia de huesos quema-dos, los que adems, cuando se encuentran carbonizados o calcinados, pueden ser el resultado de otras actividades, tales como su descarte final en estructuras de combus-tin (ver De Nigris 2004 y ejemplos all co-mentados).

    Por su parte, el hervido es una tcnica que posibilita maximizar el aprovecha-miento de la presas, dado que aparte de fa-cilitar la remocin de la carne y/o el tejido blando remanente, tambin permite la ex-traccin efectiva de la grasa que contiene el tejido esponjoso de los huesos (Vehik 1977, Oliver 1993, Lupo y Schmitt 1997, Church y Lyman 2003). En otros trabajos (Acosta 2005, Loponte 2008, Mucciolo 2010) hemos planteado que uso del hervido debi ser una prctica efectiva entre los cazadores-reco-lectores del HPI debido, fundamentalmente, a la alta proporcin de alfarera utilitaria (con evidencias de su exposicin al fuego) que existe en todos los depsitos arqueol-gicos generados por estas poblaciones du-rante el Holoceno tardo (para una sntesis ver Loponte 2008).

    Cuando se utiliza el hervido, el tamao de los contenedores y el de las carcasas de las presas, son factores que pueden condi-cionar o determinar el grado fragmentacin de los huesos y/o segmentos anatmicos; especialmente la regin axial (cf. Oliver 1993). En otras palabras, los huesos de las presas ms grandes, para poder ser introdu-cidos en los contenedores, pueden estar ex-puestos a una mayor fragmentacin. A su vez, el tamao de los fragmentos tambin es

    un factor a considerar dado que puede tor-nar ms eficiente el proceso de la extrac-cin de la grasa sea (cf. Church y Lyman 2003). En nuestra regin de estudio, esta posibilidad ha sido considerada para el caso, por ejemplo, de los crvidos (B. dicho-tomus y O. bezoarticus), en donde la baja representacin anatmica que presentan sus elementos axiales, no sera consecuen-cia del transporte diferencial de sus carca-sas, sino del procesamiento intensivo al que habran sido sometidos con el propsito de maximizar su retorno energtico, siendo posiblemente el hervido una de las prcti-cas culinarias vinculadas con su destruc-cin y escasa representacin (cf. Acosta 2005, Loponte 2008, Mucciolo 2010). En cuanto a M. coypus, a travs de los diferen-tes ndices utilizados, pudimos ver que el esqueleto axial tambin se encuentra subre-presentado. Aqu es ms difcil determinar si esta situacin tambin se encuentra po-tencialmente relacionada con el hervido (cf. Acosta 2005), tanto por el reducido tamao que posee como por los bajos niveles de fragmentacin identificados. Esto no impli-ca decir que no fueran hervidos, sino que el empleo de esta prctica con el coipo pudo implicar un menor trozamiento de sus car-casas y una fragmentacin mucho ms baja de los huesos respecto del que habran re-querido las presas de mayor tamao.

    Loponte (2008) sostuvo que la baja can-tidad de vrtebras de M. coypus podra rela-cionarse con su destruccin in situ y con su bajo nivel de identificabilidad una vez que se fragmentan, adems consider que la au-sencia de costillas y del esternn, tambin podra constituir un sesgo analtico. Tampo-co puede descartarse, que los segmentos axiales hayan sido intensamente aprove-chados, como sealramos, a travs de su secado y molido para la produccin de cier-tos farinceos, siendo esta una de variantes

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    culinarias que se habran empleado para el aprovechamiento de otros recursos como los peces (ver detalles en Loponte y Acosta 2004, Acosta 2005, Acosta et al. 2007, Lopon-te 2008). Mas all de los distintos y posibles factores implicados, un ltimo aspecto que posibilita plantear que los elementos axia-les habran tenido una trayectoria diferente respecto de otros huesos o segmentos ana-tmicos, es la gran cantidad (e integridad) de vertebras caudales identificadas frente a las dems vertebras que integran la colum-na (ver tabla 2). Esta representacin dife-rencial, podra estar vinculada con el hecho de que, cuando se trata de presas pequeas, la cola suele ser descartada debido a su es-caso a nulo valor alimenticio (e.g Yellen 1991a), motivo por el que las caudales pu-dieron tener un mayor grado de superviven-cia que las dems vertebras, ya que estas ltimas, como planteamos, pudieron estar posiblemente expuestas a procedimientos ms destructivos.

    CONSIdERACIONES FINALESHasta aqu hemos realizado una sntesis

    sobre los distintos factores que permiten en-tender porque el coipo fue una presa jerar-quizada por las poblaciones humanas, as como las distintas estrategias y tcticas que se habran utilizado para su obtencin, pro-cesamiento y consumo. A continuacin tra-taremos de explicar, a modo de conclusin, cual fue el rol y la importancia econmica que adquiri esta especie en relacin al res-to de los recursos explotados por los caza-dores-recolectores del HPI. Para una mejor comprensin de este problema es conve-niente realizar una breve introduccin so-bre el proceso de evolutivo y los principales rasgos que caracterizaron a los grupos hu-manos bajo estudio. Durante el Holoceno tardo, en la medida en que se fue consoli-dando la elevada y concentrada oferta de

    recursos que caracteriza al HPI, el ambiente posibilit la ocupacin y la generacin de grandes ncleos poblacionales humanos con mecanismos de adaptacin denso-de-pendientes (sensu Krebs 1995). Esta situa-cin implic una serie de conductas tales como, baja movilidad asociada a una esta-bilidad residencial relativamente alta, as-pectos, entre otros, compatibles con las de-nominadas estrategias o modelos de lugar central o central place foraging (cf. Orians y Pearson 1979).

    Desde las bases residenciales los rangos de accin terrestres, para al captacin de los recursos, habran sido de entre 4 y 6 km, mientras que en las zonas fluviales pudie-ron ser >10 km (cf. Kelly 1995), dado que contamos con evidencias (etnohistricas y arqueolgicas) que avalan la existencia de dispositivos para la navegacin. Paralela-mente, se produjo la generacin de sofisti-cados equipamientos tecnolgicos que per-mitieron maximizar la obtencin y el procesamiento de las presas que, junto a los dems aspectos sealados, habra deri-vado en un proceso de intensificacin en el uso de los recursos (animales y vegetales), la generacin de excedentes susceptibles de ser almacenados y en la formacin de orga-nizaciones socialmente complejas (para un desarrollo ms extenso de estos procesos ver Loponte 2008, Loponte et al. 2006, Acos-ta et al. 2010a).

    Dentro de los procesos mencionados aqu nos interesa particularmente sealar los relacionados con la intensificacin de los recursos faunsticos, hecho que se ha-bra desarrollado bsicamente a travs de la explotacin de los peces (Characiformes y Siluriformes) y de los ungulados (B. dicho-tomus y O. bezoarticus) (cf. Acosta 2005, Lo-ponte 2008). La informacin (arqueolgica y etnohistrica) relacionada con su captura, procesamiento y consumo avalan su apro-

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    EXPLOTACIn DE MYOCASTOR COYPUS EN EL EXTREMO MERIDIONAL... Alejandro Acosta y Julieta Sartori

    vechamiento intensivo, no solo por su valor alimenticio, sino porque adems los ungu-lados, principalmente, constituyeron una importante fuente de materia prima (cuero y huesos) para la elaboracin de diversos artefactos (Loponte 2008, Acosta et al. 2010b, Buc 2010). Los datos arqueofauns-ticos obtenidos en diez sitios arqueolgicos (incluidos los aqu estudiados) muestran que el porcentaje NISP promedio de los pe-ces (estimado sobre el total de los restos faunsticos) es del 62 %, mientras que los ungulados (B. dichotomus + O. bezoarticus) representan el 2,3 % y M. coypus el 9 %. La diferencia que existe entre estos dos lti-mos porcentajes no implica que M. coypus haya tenido una mayor importancia econ-mica. Al respecto, en casi todos los sitios hasta ahora estudiados la relacin entre NMI y biomasa (en bruto) indica que los pe-ces y los ungulados se encuentran entre las presas de mayor valor econmico, dado que su contribucin en trminos de biomasa aportada es muy superior a la que presenta M. coypus y otras especies explotadas (ver detalles en Loponte 2008, Musali 2010). Dentro de este contexto, si bien M. coypus tambin fue un recurso jerarquizado, su rol dentro de la subsistencia habra sido mas bien complementario, aunque marcada-mente diferente frente al que tuvieron otros recursos secundarios como, por ejemplo, Cavia aperea (cuis) (cf. Acosta y Pafundi 2005, Loponte 2008).

    Es muy posible que uno de los principa-les factores que posicionaron al coipo en un lugar diferente fue la importancia que debi adquirir la obtencin y uso de sus pieles, cuya calidad es muy superior respecto de las que debieron obtenerse de otras presas como los crvidos (O. bezoarticus y B. dicho-tomus, ver Acosta 2005, Loponte 2008) que, a pesar de tener mayores dimensiones, la calidad de su pelaje no rene las excelentes

    propiedades que presenta el de M. coypus. Para finalizar, creemos que el atributo men-cionado y otras consideraciones efectuadas a los largo del trabajo, permiten compren-der porque el coipo ha sido y es un recurso muy valorado por las poblaciones humanas que habitaron el HPI y otras reas de la cuenca Parano-Platense desde tiempos pre-hispnicos hasta la actualidad.

    NOTAS1 Para calcular el ndice de la fragmenta-cin se excluyeron los incisivos y molares sueltos. En el caso de los primeros debe se-alarse que en general se encuentran frag-mentados, muy probablemente por causas de origen antrpico, dado que se trata de elementos muy compactos y densos, cuya fractura requiere de la intervencin de al-gn proceso muy destructivo. Asimismo, a pesar de estar fragmentados, los incisivos presentan un excelente estado de preserva-cin motivo por el que la rotura de los mis-mos no se relacionara, ya sea directa o in-directamente, con el decaimiento mineral o meteorizacin de su tejido dental.

    2 Para poder comparar las muestras se de-cidi excluir de estos anlisis a los huesos del autopodio debido que, al ser extremada-mente pequeos, pudieron estar sujetos a problemas de identificabilidad y/o de recu-peracin. Se opt por excluir tambin a las vrtebras caudales, dado que ests suelen ser muy variables entre los individuos, ra-zn por la que es muy difcil establecer con exactitud el MNE esperado para las mismas. De esta manera, la cantidad de partes esque-letarias esperadas para el esqueleto axial fue de 58 y de 16 para el apendicular, siendo la razn entre ambas regiones de 3,62.

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  • TOCAS DO GONGO,SO RAIMUNDO

    NONATO,PIAU, BRASIL:

    UMA BIOARqUEOLOGIA RETROSPECTIvA

    Della Collins Cook1 , Sheila Maria Ferraz Mendona de Souza2

    1.PhD, Professor - Department of Anthropology, Indiana University,Bloomington, IN 47405-7100, Indiana USA, FAX: 001-812-855-43-58

    [email protected], Pesquisador Titular Departamento de Endemias Samuel Pessoa

    Escola Nacional de Sade Pblica Srgio Arouca, Fundao Oswaldo Cruz Rio de Janeiro - Brasil, FAX: 0055-21-25982610

    [email protected] (autor para correspondncia)

    ARTIGO

    30

  • 31

    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :30-49 - 2012

    RESUMOPartes de 20 indivduos adultos e jovens

    associados com cermica, cabaas e teci-dos, foram recuperados em pequenos abri-gos-sob-rocha denominados Tocas do Gon-go, em So Raimundo Nonato, Piau, Brasil. Uma nica data (no calibrada) de 2090 + 110 BP est disponvel para estes stios. Os abrigos foram associados a aldeamentos com cermicas similares nas proximidades. Os remanescentes esquelticos esto em di-ferentes estados de conservao. So prove-nientes de sepultamentos primrios diretos e secundrios em urnas. A maior parte de-les provem de nveis perturbados, tendo sido escavados sem a presena de bioarque-logos. A presente anlise dos remanescen-tes humanos s foi realizada muitos anos depois, com a finalidade de ajudar a inter-pretar o material e proporcionar informa-es adicionais sobre o stio. Um homem adulto apresentou leso inflamatria crni-ca afetando a calota craniana e uma fratura cicatrizada no nariz. Em diferentes indiv-duos indicadores inespecficos de estresse foram observados em ossos e dentes; fratu-ras compressivas cicatrizadas no calcneo e na coluna vertebral, leses entesopticas de

    mos e ps, artroses generalizadas e um es-poro do calcneo indicam trauma crnico associado a trabalho e locomoo. O des-gaste dentrio leve e as cries numerosas apontam para dieta cariognica, provavel-mente relacionada horticultura. A abraso forte na face vestibular dos incisivos inferio-res de um adulto do sexo masculino indica o uso de tembet de pedra. A reviso com-pleta dos remanescentes e sua classificao por diferentes critrios permitiu estabelecer com segurana o NMI, e tambm re-asso-ciar ossos dos mesmos indivduos que ain-da estavam misturados. A associao destes dados com as informaes publicadas, ou originais, sobre os mesmos stios permiti-ram melhorar a interpretao dos espaos funerrios. Os resultados da presente revi-so confirmam a importncia de analisar colees musealizadas antigas, no sentido de melhorar as interpretaes arqueolgi-cas com base na reviso de colees de re-manescentes humanos.

    PALAVRAS-ChAVE_Paleopatologia, Bio-arqueologia, Horticultura, Adornos Labiais

  • 32

    TOcAs DO GONGO, sO RAIMuNDO NONATO, PIAu, BRAsIL: .. . Della Collins Cook, Sheila Maria Ferraz Mendona de Souza

    ABSTRACTParts of 20 individuals, both adults and

    juveniles, associated to pottery, gourds and textiles, were recovered in small rock shel-ters called Tocas do Gongo, at So Raimun-do Nonato, Piau State, Brazil. The only date (non calibrated) for the sites is 2090 + 110 BP (GIF 3223). The shelters were possibly associated to settlements with similar pot-tery at the vicinities. The skeletal remains are in different states of preservation. They come from primary direct burials and sec-ondary burials in pots. Most of them were disturbed in soil, and there was no bioar-chaeologist available to help during the ex-cavation. The present analysis of the hu-man remains was performed many years later, in order to help interpreting the re-mains and recovering some additional in-formation about the site. An adult male dis-played a chronic inflammatory process affecting the vault and a healed fracture of the nose. In different individuals non-spe-cific stress indicators were present in some bones and teeth; healed calcaneous and vertebral compression fractures, entheso-

    pathic lesions of hand and feet, generalized osteoarthritis and a heel spur point to high levels of trauma associated with labor and locomotion. Light teeth abrasion, associated to many dental caries, suggest a cariogenic diet, possibly associated to horticulture. Strong abrasion at the vestibular surface of the lower incisors in one adult male provide evidence for the use of a stone tembet. The complete review of the remains, separating them by different criteria, helped to estab-lish the MNI, and to associate bones of the same skeleton that had been commingled. Data association to published and non pub-lished documents about the same site helped to interpret the burial ground. The results of the present review confirm the value of describing old musealized collec-tions to improve the archaeological inter-pretations, based on retrospective studies of human bones.

    KEy-wORdS_Paleopathology, Bioarche-ology, Horticulture, Lip Ornaments

  • 33

    REVISTA DE ARQUEOLOGIA Vo lume 24 - N .2 :30-49 - 2012

    INTROdUOEscavaes arqueolgicas feitas h mais

    de trs dcadas no Parque Nacional da Serra da Capivara, So Raimundo Nonato, Piau, Brasil, recuperaram material de abrigos--sob-rocha denominados Tocas do Gongo. Este trabalho foi feito pelo Museu Paulista em cooperao com o Centre National de la Recherche Scientifique, da Frana, dentro do mbito do Projeto Piau. Estes abrigos situ-am-se na localidade chamada Gongo, no Municpio de So Joo do Piau, no Semi--rido nordestino. Formados em um paredo calcreo voltado para o sul, estes abrigos de solo seco so favorveis preservao ar-queolgica. A datao (no calibrada) feita a partir de carvo de fogueira associada ao Se-pultamento 4 foi de 2090 + 110 (GIF 3223), conforme informa Maranca (1976,1991).

    Deste trabalho de campo resultou uma pequena coleo de ossos humanos prove-nientes de sepultamentos humanos diretos e indiretos, feitos em covas preenchidas por sedimentos e folhas secas. Segundo Maranca (1976), seis sepultamentos foram inicialmen-te retirados da Toca do Gongo I, quatro dire-tos e dois em urnas de cermica. Em publi-cao posterior (Maranca, 1991) a mesma autora informa que um total de nove sepulta-mentos, 4 em urnas e 5 diretamente no solo, chegaram a ser retirados do Gongo. Infeliz-mente este trabalho no foi acompanhado por especialista em remanescentes huma-nos, o que resultou em algumas dificuldades na identificao imediata das estruturas, principalmente por conta de ossos dispersos e misturados por distrbios tafonmicos ocorridos no stio, e pela existncia tanto de sepultamentos primrios, como secund-rios, diretos e indiretos no mesmo local fune-rrio. Outro fator de dificuldade na interpre-tao foram as anlises tardias dos ossos, feitas por profissionais que no participaram dos trabalhos de campo.

    A presena de cermica utilitria, artefa-tos lticos lascados e polidos, amendoim, fei-jo, cabaas e restos de foges, entre outros materiais, indicam que o local teria sido tam-bm usado para abrigo temporrio. Pinturas rupestres foram tambm descritas por Gui-don (1975) na rocha do abrigo, mas este tes-temunho foi associado com ocupaes mais antigas de caadores-coletores da regio.

    O material das primeiras seis estruturas funerrias, e tambm aquele escavado na Toca do Arapu do Gongo, da mesma rea, foram cedidos s autoras para estudo pela FUNDHAM, durante a realizao do I Curso de Especializao em Paleopatologia em 1991, na Escola Nacional de Sade Pblica/Fiocruz. O pequeno nmero de ossos e sua disperso por diferentes stios, no estimu-lou a sua publicao imediata.

    Embora haja poucos esqueletos no Gon-go, e sua preservao no seja boa, o presen-te trabalho se prope a apresentar uma des-crio detalhada dos mesmos, proporcionando dados sobre sua sade e outros aspectos da biologia esqueltica. A metodologia empregada foi a separao e identificao de todos os materiais, conside-rando as identificaes que acompanhavam o material; a limpeza com escovas macias, quando necessrio; a associao de ossos avulsos aos seus esqueletos de origem; a ob-servao das principais alteraes tafonmi-cas nos ossos; a estimativa do nmero mni-mo de indivduos (NMI) em cada conjunto funerrio, ou unidade de coleta em campo; a descrio dos principais aspectos paleopato-lgicos, em especial indicadores inespecfi-cos de estresse, sinais de trauma, patologias e variaes morfolgicas mais importantes; e a realizao de algumas medidas como o clculo de estatura. No chegou a ser feita a restaurao, o que significa que os resulta-dos da anlise podero ser ampliados poste-riormente. Por outro lado, a integrao das

  • 34

    TOcAs DO GONGO, sO RAIMuNDO NONATO, PIAu, BRAsIL: .. . Della Collins Cook, Sheila Maria Ferraz Mendona de Souza

    observaes com os dados de campo dispo-nveis nas publicaes e imagens do arquivo do Museu do Homem Americano, permitiu uma abordagem bioarqueolgica retrospec-tiva dos materiais analisados.

    Considerando-se a escassa informao sobre remanescentes pr-histricos huma-nos para a regio, os resultados apresentados aqui podero ser teis para a proposio de futuras hipteses sobre a vida no Semi-rido. O exerccio detalhado de identificao dos ossos, a separao dos ossos misturados em reas perturbadas do stio, e sua re-associa-o aos esqueletos, feitos na coleo da Toca do Gongo, proporcionam um exemplo ade-quado das dificuldades enfrentadas no estu-do de colees j musealizadas, cujas condi-es de coleta nem sempre puderam ser ideais, e cuja documentao original de cam-po nem sempre esteve disponvel. A discus-so dos resultados e dificuldades encontra-das tambm se prope a contribuir para reforar a necessidade do trabalho minucio-so e capacitado de bioarquelogos, desde a etapa de campo. Esta posio, defendida por muitos, vem sendo facilitada nos ltimos anos no Brasil pelo nmero crescente de profissionais com formao especfica.

    Finalmente, testemunhando a dificulda-de representada por stios com mltiplas es-truturas funerrias e muito perturbados, este relato aponta para mudanas significativas na qualidade e quantidade de informaes que a presena do especialista pode propor-cionar.

    O STIO FUNERRIO dO GONGO Segundo Maranca (1976, 1991) os enter-

    ramentos dispunham-se linearmente e num mesmo nvel arqueolgico, numa depresso que forma a base do stio, representando uma nica ocupao apesar das diferenas nos ritos funerrias. As estruturas funerrias da Toca do Gongo I esto alinhadas de oeste

    para leste, na seqncia: Sepultamento 3, Se-pultamento 1, Sepultamento 2, Urna I, Sepul-tamento 4, Urna II, estruturas estas regular-mente espaadas com cerca de um metro de distncia entre elas, no havendo sobreposi-o de covas ou urnas. Vasilhames de cer-mica ou cabaas estavam sobre as cabeas. Junto dos esqueletos havia restos de objetos (bolsas?) feitos de fibras de caro (Neoglazo-via variegata). Os enterramentos diretos se-riam primrios tendo os corpos sido coloca-dos em posio fetal, em decbito lateral, ou sentados. O mesmo padro funerrio foi ob-servado na Toca do Arapu do Gongo. A ce-rmica das urnas funerrias do Gongo I, se-gundo Maranca (1976) e Martin (1997) era fina, globular ou piriforme, tendo tratamento superficial alisado ou corrugado, havendo urnas com dimetro da boca superior a 50cm, o que permitiria enterros primrios.

    Na literatura consultada (Maranca 1976; 1991) no se encontrou referncia clara aos ossos provenientes de reas perturbadas, mas segundo Maranca (1976), as estruturas funerrias, nomeadas a seguir tal como constam da referida publicao, teriam apre-sentado as seguintes caractersticas no to-cante aos esqueletos:

    Urna I - Registrada em campo como Urna II, depois re-numerada para Urna I, estava em uma fossa de 70 x 110 cm (ver foto em Maranca, 1976) contendo ossos em mau estado de conservao, muitos dos quais no puderam ser identificados. Um crnio estava apoiado sobre eles. A impresso da autora foi de tratar-se de sepultamento secundrio.

    Urna II - Registrada inicialmente em campo como Urna III, foi re-numerada para Urna II. Estava em fragmentos, com os-sos muito danificados (ver foto em Maranca, 1976), sendo impossvel definir-se a posio do sepultamento.

    Sepultura 1 - feita em uma fossa de 65 x 50 cm, continha um esqueleto descrito como

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    firmam que a partir de 3.000 anos atrs, gru-pos ceramistas j sepultavam seus mortos em abrigos da regio (Martin, 1997). Devido aridez e ao enterro em urnas, alguns destes remanescentes no Gongo, como em outros stios do Piau (Souza et al., 2002), ainda apresentam partes moles preservadas.

    Aldeias pr-histricas grandes e circula-res encontradas na regio apresentam cer-mica assemelhada dos abrigos com sepul-tamentos, o que faz supor que os grupos que utilizaram os abrigos podem ter habitado tais aldeias (Maranca, 1991). Artefatos lti-cos, cachimbos, adornos labiais (tembets) e discos de pedra perfurados medindo de 2 a 10 cm j foram encontrados no solo destas aldeias arqueolgicas. Para Martin (1997), entre os stios em aldeias que poderiam rela-cionar-se aos enterramentos do Gongo esto Queimada Nova e So Braz. Talvez por isso esta autora refira uma estimativa mais con-servadora de datao, em torno de 1.600 anos AP, para a ocupao ceramista do Gon-go (Martin, 1997). Ainda assim, como aponta Luna (2006), as datas mais antigas para a cermica do Nordeste esto nos abrigos.

    J foi sugerido que os stios-habitao em aldeias poderiam ser relacionados aos gru-pos de lngua Macro-J que viviam na regio at o contato com os Europeus (Monzon, 1978), destacando-se os Pimenteira (Guidon, 1975). Outros como os Kariri, Akro, Aru, Guegu e Kamakan tambm so conhecidos na regio, j tendo a sua proximidade com as populaes pr-histricas locais sido sugeri-da na literatura (Pinto, 1935; Roquette-Pinto, 1932). Referncias locais falam ainda de Ro-deleiros, Botocudos, Beiudos, Coroados, Ca-nelas e Mocoaz, que parecem poder ser asso-ciados aos chamados J Orientais (Guidon, 1991; IBGE 1981). Tambm h referncias a alguns grupos de tronco lingustico Tupi e Karib na regio (Pinto, 1935; Guidon, 1975). No entanto, para autores como Prous (1992),

    em posio fetal, com a face para o sul, mas o crnio, o maxilar e outros ossos no esta-vam mais articulados; apenas o trax, a pel-ve e os ossos dos membros estavam em sua posio original. Sobre a fossa e corpo havia uma fogueira, e o esterno tinha marcas de queima. A este esqueleto corresponde o cr-nio descrito por Prates (1974).

    Sepultura 2 - Tambm em fossa, medindo cerca de 60 cm, esta sepultura perturbada es-tava associada com uma fogueira. O corpo fora depositado em decbito lateral fetal, mas alguns ossos estavam desarticulados e anato-micamente incoerentes. Segundo a descrio tinha vrtebras lombares sobre a parte dis-tal do fmur esquerdo, vrtebras cervicais sobre a distal do fmur direito, uma tbia des-locada em relao posio original..., o que sugeriu grande perturbao do que seria um enterro primrio. Embora o crnio no tenha sido encontrado na escavao, havia cabelos em abundncia junto aos ossos.

    Sepultura 3 - Tambm em fossa medin-do 70 x 75 cm, associada a restos de foguei-ra, continha um esqueleto em decbito late-ral esquerdo fetal, totalmente articulado, exceto pelo crnio que estava apoiado sobre o trax, com a base voltada para cima e co-berto por uma cabaa. (ver a Prancha III em Maranca, 1976).

    Sepultura 4 - Registrado inicialmente em campo como Urna I, porque o crnio acha-va-se coberto por vasilhame cermico inter-pretado inicialmente como uma tampa de urna, este sepultamento era de fato direto (ver Prancha IV em Maranca, 1976), estando em uma fossa funerria medindo 80 cm, as-sociada a uma grande fogueira de onde foi retirado o carvo para datao do stio. O es-queleto em decbito lateral esquerdo, fetal, estava articulado, mas a pelve havia sido da-nificada por um ninho de insetos. Estava pra-ticamente em contato com a rocha-suporte.

    Dados arqueolgicos para a regio con-

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    TOcAs DO GONGO, sO RAIMuNDO NONATO, PIAu, BRAsIL: .. . Della Collins Cook, Sheila Maria Ferraz Mendona de Souza

    e a prpria Maranca (1991), ainda no pos-svel uma clara filiao etno-arqueolgica para estes enterros.

    A nica descrio anterior encontrada para os remanescentes humanos do Gongo foi a de Prates (1974), que refere material proveniente de cinco sepultamentos (dois em urna, trs no), nos quais haveria trs crnios de adultos, um deles masculino e dois femininos. Apenas o crnio masculino, referido como do Sepultamento 1, foi medido e a idade estimada em 50 anos. Como resul-tado do estudo craniomtrico, aquele autor concluiu tratar-se de um indivduo hiperbra-quicrnico, com dimetros transversos pre-dominando sobre os verticais, nariz largo e com capacidade craniana pequena. A seme-lhana fsica desse exemplar com os crnios do stio pr-histrico Furna do Estrago, em Pernambuco, do ponto de vista do ndice Craniano Horizontal e outras caractersticas, foi sugerida por Mello e Alvim (1991) e Sou-za & Mello e Alvim (1992).

    OS ESqUELETOS hUMANOS As unidades contendo os ossos analisa-

    dos estavam empacotadas separadamente e identificadas pelos nmeros do stio e do se-pultamento. Em alguns ossos ainda havia sedimentos, alem da cera e adesivos usados em tentativas de restauro. De um modo ge-ral, os conjuntos continham ossos de dife-rentes indivduos. Alguns deles estavam em pacotes identificados como Sepultamentos perturbados, e s puderam ser reportados ao seu conjunto original aps a anlise.

    O material apresentava estado de preser-vao varivel. Muitos ossos tinham cor de marfim, sendo duros. Outros tinham aspecto de espcimes macerados recentes. Alguns destes tinham partes moles ainda aderidas, e alguns estavam coloridos por pigmento mar-rom escuro, sendo friveis. A pouca informa-o sobre o contexto arqueolgico impede

    que se explique a diferena de preservao. O material identificado como Sepultamentos perturbados tinha os bordos das fraturas pouco intemperizados, o que faz sugere que parte dos distrbios no stio fossem recentes. No foram vistas marcas de corte, ou outras evidncias de desarticulao, como as encon-tradas nos enterros secundrios, mas havia ocre em alguns ossos. Um calvrio sem iden-tificao tambm foi analisado, tendo sido reunido aos Sepultamentos perturbados.

    O nmero de osso