RIO NOVO DO SUL
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PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURALPROATER 2011 - 2013
RIO NOVO DO SUL
Fonte:sgtrangel
PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE AÇÕES – (2011)
Equipe Responsável pela elaboraçãoRonaldo Alemães Stephanato
Contribuições na elaboração do diagnóstico e planejamento Prefeitura Municipal de Rio Novo do Sul, principalmente, através da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico, Rural, Industrial e Meio Ambiente, da Secretaria Municipal de
Educação, Cultura, Esporte e Laser e Secretaria Municipal de Ação Social;
Dezoito Associações Comunitárias Rurais;
Escola Família Agrícola do Mepes de Rio Novo do Sul – EFA-MEPES;
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - COMDERS;
Câmara Municipal de Vereadores;
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Novo do Sul;
Cooperativa de Laticínios Selita;
Banco do Brasil S.A.;
Sicoob;
Banestes S.A..
Equipe de apoio na elaboraçãoJosélio Antônio Altoé (MDR Litoral Sul)
Gilson Tófano (CRDR Litoral Sul)
Célia Jaqueline Sanz Rodriguez (Área de Operações Ater)
Gardênia Marsalha de Araújo (Área de Operações Ater)
Sabrina Souza de Paula (Área de Operações Ater)
Thyerri Santos Silva(CPD)
APRESENTAÇÃO
O Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Proater é um instrumento norteador das
ações de Assistência Técnica e Extensão Rural - Ater que serão desenvolvidas junto aos
agricultores familiares. A programação está respaldada em diagnósticos e planejamento
participativos, com a qual agricultores, lideranças, gestores públicos e técnicos contribuíram
ativamente na sua concepção.
Mais do que um instrumento de gestão, o Proater tem como grande desafio contribuir com o
desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. As ações de assistência técnica e extensão
rural ora planejadas são vistas como um processo educativo não formal, emancipatório e
contínuo. Assim, a melhoria da qualidade de vida das famílias rurais é o grande mote e
direcionamento dos esforços dos agentes de Ater envolvidos no processo.
Este documento está dividido em duas partes: a primeira, o diagnóstico, apresenta informações
acerca da realidade do município (aspectos demográficos, naturais/ambientais, sociais e
econômicos), os principais desafios e as potencialidades. A segunda, o planejamento, encerra a
programação de ações para o ano de 2011.
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
1.1 Localização do município
Rio Novo do Sul tem uma área territorial de 204 Km² (IBGE) e está localizado na Região Sul (4) do
Espírito Santo, Microrregião (11) Pólo Cachoeiro, tendo como municípios vizinhos Alfredo Chaves
ao Norte, Iconha e Piúma a Leste, Vargem Alta a Oeste e Itapemirim ao Sul.
1.2 Aspectos históricos, populacional e fundiários
1.2.1 – Histórico da colonização, etnia, costumes e tradições
A área urbana que originou a sede de Rio Novo do Sul nasceu a partir da primeira colônia
particular do Espírito Santo. Foi em 1854 que o Major Caetano Dias da Silva fundou a Associação
Colonial do Rio Novo, obtendo do governo concessão para explorar terras devolutas naquela
região. Em 7 de outubro de 1861 o governo comprava da associação à colônia.
Em 6 de março de 1880, Rio Novo passou a constituir um dos distritos de Paz do município de
Itapemirim; em 14 de abril de 1883, foi elevado à freguesia de Santo Antônio de Rio Novo e,
finalmente, em 23 de novembro de 1893, pela Lei nº 30, tornou-se sede de município, com
território desmembrado de Itapemirim. A instalação se deu em 6 de janeiro de 1894.
1.2.2 – Distritos e principais comunidades
Rio Novo do Sul possui 21 comunidades rurais e dois distritos.
Figura 1 – Mapa do município/ distritos
1.2.3 – Aspectos populacionais
Em pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, divulgada no
Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, Rio Novo ocupa, em relação ao Espírito Santo, o 18º
lugar (0,76), no ranking do I.D.H. - Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD/2000). Os índices
avaliados foram: longevidade, mortalidade, educação, renda e sua distribuição.
Tabela 1 – Aspectos demográficos
SITUAÇÃO DO DOMÍCILIO/ SEXO 2010
Urbana 5946Homens 2915
Mulheres 3031
Rural 5379Homens 2822
Mulheres 2557Http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=608&z=cd&o=3&i=p, em 12 de maio de 2001.
1.2.4 – Aspectos fundiários
Os aspectos fundiários de um município refletem, a grosso modo, a forma como a terra está
sendo distribuída entre as pessoas e os grupos. Existem muitas formas de observar e conceituar a
partir desses números. Optamos por utilizar dados do Incra (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária) onde a quantidade de módulos fiscais define a propriedade em minifúndio,
pequena (entre 1 a 4 módulos fiscais), média (acima de 4 até 15 módulos fiscais) e grande
propriedade (superior a 15 módulos fiscais). Os módulos fiscais variam de município para
município, levando em consideração, principalmente, o tipo de exploração predominante no
município, a renda obtida com a exploração predominante e o conceito de propriedade familiar
(entre outros aspectos, para ser considerada familiar, a propriedade não pode ter mais que 4
módulos fiscais)1.
Em Rio Novo do Sul o módulo fiscal equivale a 20 hectares.
A estrutura fundiária de Rio Novo retrata o predomínio das pequenas propriedades, de base
familiar, onde os trabalhos produtivos são feitos pela própria família ou no regime de parcerias
agrícolas. No município não existem assentamentos rurais e a estrutura fundiária encontra-se
assim distribuída:
Tabela 2 – Aspectos da Estratificação Fundiária
MUNICÍPIO MINIFÚNDIO PEQUENA MÉDIA GRANDE TOTAL
Rio Novo do Sul 656 292 30 0 978Fonte: Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) 10/01/2011
1 Legislação: Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 e Instrução Normativa Nº 11, de 04 de abril de 2003).
1.3 Aspectos Edafoclimáticos e Ambientais
1.3.1 Caracterização edafoclimática
O clima é quente com uma temperatura média anual de 23° C e precipitação pluviométrica média
anual de 1.425 mm, apesar de no ano de 2005 ter ultrapassado os 2.000 mm, sendo que a maior
ocorrência de chuvas, se dá nos meses de outubro a janeiro.
Figura 2 – Zonas naturais do município de Rio Novo do Sul
Algumas características das zonas naturais1 do município de Rio Novo do Sul
1 Fonte: Mapa de Unidades Naturais(EMCAPA/NEPUT, 1999);2 Cada 2 meses parcialmente secos são contados como um mês seco;3 U – chuvoso; S – seco; P- parcialmente seco.
1.3.2 - Aspectos Ambientais
Nos aspectos ambientais muito já foi desmatado, mas a população rural está se conscientizando
da necessidade de se preservar, inclusive recuperando parte do que foi dizimado e também
protegendo as nascentes.
Temperatura Relevo Água
Meses secos, chuvosos/secos e secos3ZONASmédia min.mês maisfrio (oC)
média máx.mês mais
quente (oC)
Declividade No Mesessecos2
J F M A M J J A S O N D
Zona 2: Terras de Temperaturas Amenas,Acidentadas e Chuvosas
9,4 - 11,8 27,8 - 30,7 > 8% 1,0 U U U U U U U P P U U U
Zona 4: Terras Quentes, Acidentadas eChuvosas
11,8 - 18,0 30,7 - 34,0 > 8% 2,5 U P U U U P P P P U U U
Zona 5: Terras Quentes, Acidentadas eTransição Chuvosa/Seca
11,8 - 18,0 30,7 - 34,0 > 8% 4,5 U P P P P P P S P U U U
5 P P P P P P P S P U U U
Zona 6: Terras Quentes, Acidentadas e Secas 11,8 - 18,0 30,7 - 34,0 > 8% 6 P S P P P P P S P P U U
Zona 8: Terras Quentes, Planas e TransiçãoChuvosa/Seca
11,8 - 18,0 30,7 - 34,0 < 8% 5 P P P P P P P S P U U U
1.4 Organização Social
Tabela 3 – Associações de agricultores familiares existentes no município
Nº NOME DA ORGANIZAÇÃO LOCAL DA SEDE
Nº DE SÓCIO
SPRINCIPAIS ATIVIDADES
COLETIVAS DESENVOLVIDAS
1 AEFAR – Associação da Escola Família Agrícola Rionovense Pau D’alho 50 -Capacitação; Cursos, Palestras
2 ASVALE – Associação dos Agropecuaristas do Vale do Orobó
Rio Novo do Sul -Projetos na área ambiental
3 ASFAR – Associação das Famílias Rurais de Arroio das Pedras
Arroio das Pedras 30 -Compra Conjunta: Gás e
Fertilizantes.
4 ACAP – Associação Comunitária de Agricultores de Princesa Princesa 32 -Compra Conjunta: Fertilizantes
5 ASCOV – Associação Comunitária de Vila Alegre Vila Alegre 20
-Compra Conjunta: Fertilizantes, Telefonia rural, Internet-Secador Comunitário de Café
6 A.M.C.M. – Associação dos Moradores de Couro dos Monos
Couro dos Monos 30
-Compra Conjunta: Fertilizantes-Tanque Comunitário de resfriamento de leite
7 ASCOSV – Associação Comunitária de São Vicente São Vicente 25
-Compra Conjunta: Fertilizantes-Tanque Comunitário de resfriamento de leite-Secador Comunitário de Café
8 ASNOVO – Associação Comunitária de Mundo Novo
Mundo Novo 26
-Compra Conjunta: Gás, Fertilizante-Tanque Comunitário de resfriamento de leite
9 AFANOVA – Associação das Famílias Rurais de Virgínia Nova
Virgínia Nova 31 -Compra Conjunta: Gás, fertilizantes
-Secador Comunitário de Café
10 ASFASAR – Associação das Famílias de Santa Rita Santa Rita 20 -Tanque Comunitário de resfriamento
de leite
11 ASCOCAN – Associação Comunitária de Capim Angola
Capim Angola 38 -Secador Comunitário de Café
12 AMOCA – Associação dos Moradores de Cachoeirinha
Cachoeirinha 27
-Tanque Comunitário de resfriamento de leite.-Secador Comunitário de leite
13A.P.M.C.C.M. – Associação dos Produtores e Moradores de Copaíba e Cachoeira do Meio
Copaíba 18
-Tanque Comunitário de resfriamento de leite-Venda Conjunta: Biscoitos e Pães.-Feira Municipal da Agricultura Familiar
14 AAVV – Associação dos Agricultores de Virgínia Velha
Virgínia Velha 21 -Compra Conjunta: Gás e
Fertilizantes.
15 ASCOQ – Associação Comunitária de Quarteirão de Sant’Ana
Quarteirão de Sant’Ana 17 -Compra Conjunta: Gás
16 A.M.I.S.F – Associação dos Moradores de Itataíba e São Francisco Itataíba 19 -Tanque Comunitário de resfriamento
de leite
17 AFAMA – Associação das Famílias de Monte Alegre
Monte Alegre 22 -Compra Conjunta: Gás
-Alimentação escolar
18 ASCSD – Associação Comunitária de São Domingos
São Domingos 16 -Compra Conjunta: Gás
Nº NOME DA ORGANIZAÇÃO LOCAL DA SEDE
Nº DE SÓCIO
SPRINCIPAIS ATIVIDADES
COLETIVAS DESENVOLVIDAS
19ADERIR – Associação de Desenvolvimento Comunitário de Ribeirão
Ribeirão 20 -Compra Conjunta: Gás e Fertilizantes
20 AGRICON – Associação Agrícola Comunitária de Cananéia e Concórdia Cananéia 22 -Compra Conjunta: Gás e Fertilizantes
Fonte: ELDR de Rio Novo do Sul - INCAPER
Tabela 4 – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável – CMDRS
Nº ENTIDADE REPRESENTANTE
1 Secretaria Municipal de AgriculturaEFETIVO: Maria Albertina Menegardo Freitas (presidente)
SUPLENTE:Ana Paula Alves Moreira
2 Secretaria Municipal de PlanejamentoEFETIVO: Daniele Garcia da Silva (secretária)
SUPLENTE:
3 Secretaria Municipal de AdministraçãoEFETIVO: Danuza Amaral Rohr Louzada
SUPLENTE:Elisângela Dutra Serpa
4 Secretaria Municipal de FinançasEFETIVO: Walter Paulino Rosseto
SUPLENTE:Pedro Amadeu Correa
5 Secretaria Municipal de Educação e CulturaEFETIVO:Margareth Hemerly Martins
SUPLENTE:Gleice Maria Silva do Nascimento
6 Secretaria Municipal de Saúde
EFETIVO: Ila Jane Fernandes Louzada
SUPLENTE: Moacyr Gonçalves Nunes
7 Secretaria Municipal de Assistência SocialEFETIVO: Izaura Amaral Silva Sartório
SUPLENTE: Michella Vichi André
8 INCAPER
EFETIVO: Ronaldo Alemães Stephanato
SUPLENTE:Kátia Regina da S. Alves Louzada
9 IDAF EFETIVO: Altino de Sousa e Silva
SUPLENTE: Jorge Hemerly Togneri
10 MEPES EFETIVO: Vandeir Spadetti
SUPLENTE: Ronald de Souza Rohr
11 Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Novo do SulEFETIVO: Camilo João Thompson DiirrSUPLENTE: Pedro Bortolotti
12 SINTAES
EFETIVO: Marcus Vinícius Oliveira de CastroSUPLENTE: Simone Louzada Martins Togneri
13 Sindicato Rural de Rio Novo do Sul EFETIVO: João Antonio ZampirolliSUPLENTE: Silvano Castelari
14 AFAMA – Associação das Famílias Rurais de Monte Alegre
EFETIVO: Francisco Antonio Marim
SUPLENTE:Alexson Bonadiman Sartório
15 ACAP – Associação Comunitária de Agricultores de Princesa EFETIVO:Santo Inácio MarchiórioSUPLENTE: Antonio Mozer
16 ASFAR – associação das Famílias Rurais de Arroio das Pedras
EFETIVO: Lorival BatistaSUPLENTE: Elias Cézar Siller
Nº ENTIDADE REPRESENTANTE
17 ASCOSV – Associação Comunitária de São Vicente EFETIVO: José Armando Schayder
18 AMOCA – Associação dos moradores de cachoeirinha EFETIVO: Jorge Alberto Louzada
19 ASCOV – Associação Comunitária de Vila Alegre EFETIVO: Melquisedeque Laquini Moro (Vice presidente)
SUPLENTE:Fonte: ELDR de Rio Novo do Sul – INCAPER
1.5 Aspectos Econômicos
Tabela 5 – Principais atividades econômicas
ATIVIDADES % NO PIB MUNICIPAL/2008
Agropecuária 17,91
Indústria 14,01
Comércio e Serviços 68Fonte: http://www.ijsn.es.gov.br/index.php?ption=com_content&view=category&layout=blog&id=281&Itemid=258
Na indústria destaca-se a extração e o beneficiamento do granito. Na agropecuária o café, a
banana e a pecuária leiteira, sendo que o café á a principal atividade agrícola do município,
cultivado em mais de 80% das propriedades rio-novense.
Tabela 6 – Principais atividades agrícolas (Área, Produção, Produtividade e valor total das principais atividades agropecuárias do município)
PRODUTO ÁREA TOTAL (HA)
ÁREA A SER COLHIDA
(HA)QUANTIDADE
PRODUZIDA (T)RENDIMENTO
MÉDIO (KG/HA)PRODUÇÃO
ESTIMADA (T)
Arroz 15 15 38 2553 38
Banana 910 910 5460 6000 5460
Borracha 139 74 126 1703 126
Café 2760 2269 2519 2774 6294
Cana 50 50 1500 30000 1500
Coco-da-baía 55 55 550 10000 550
Feijão safra1 30 30 18 0 -
Feijão safra 2 40 40 24 1000 40
Laranja 30 30 350 11667 350
Limão 3 3 75 25000 75
Mandioca 180 180 3240 18000 3240
Milho safra 1 100 100 300 3000 300
Palmito 10 3 6 2000 6
Fonte: IBGE/LSPA do Estado do Espirito Santo (Agosto/2010).
Nos últimos anos temos observado um certo desestímulo à cultura do café arábica, associado ao
incremento nas áreas de cultivo de café conilon, com esta espécie sendo cultivada cada vez em
terrenos mais altos.
Mantendo sua condição de segundo lugar entre as explorações agrícolas no município, a cultura
da banana tem, nos últimos anos, pequenas alterações em área e produção entre as três
principais variedades cultivadas em Rio Novo do Sul. A maior alteração foi para as cultivares do
grupo “d’água” que teve dobrada sua área de cultivo, enquanto identificou-se uma pequena
redução de área cultivada para as variedades do grupo “prata”. Quanto à banana da terra não se
observou mudança significativa, já que as áreas desta cultivar sofrem naturalmente alguma
variação de um ano para o outro, por serem replantadas a cada dois a três anos.
Tabela 7 – Atividade pecuária
MUNICÍPIO TIPO DE REBANHO 2008 2009
Bovino 15713 16204
Suíno 2767 2537
Rio Novo do Sul Caprino 66 61
Ovino 70 108
Galos, Frangas, Frangos, Pintos 6897 7483
Galinhas 3657 4004
Codornas 104 -
Variável: Valor da Produção (Mil reais)
MUNICÍPIO TIPO DE PRODUTO 2008 2009
Leite 3593 3653
Rio Novo do Sul Ovos de Galinha 42 57
Ovos de Codorna - -
Mel de Abelha 36 40Fonte: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/ppm/default.asp e http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pecua/default.asp?
t=1&z=t&o=23&u1=1&u2=1&u3=1&u4=1&u5=1&u6=1&u7=1, em 2011.
Dos produtores que tem a atividade leiteira como uma fonte de renda, cerca de 90% dos
pecuaristas de nossa área de atuação entregam suas produções para a Cooperativa de Laticínios
Selita, 10% para a Cooperativa de Laticínios de Alfredo Chaves – CLAC.
Temos ainda alguns produtores que comercializam sua pequena produção, através da confecção
de queijos e leite “in natura”, no comércio local e residências da sede e também diversos
produtores que produzem leite, somente para a subsistência.
O município tem um potencial grande para a diversificação agrícola, principalmente na fruticultura,
e também em florestas plantadas como o eucalipto e palmáceas, bem como, a ampliação das
áreas de plantio em seringueira.
Tabela 8 – Principais atividades Rurais Não Agrícolas
Nº ATIVIDADES NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
1 Agroindústria 04
2 Artesanato 01
3 AgroturismoFonte:INCAPER/ ELDR de Rio Novo do Sul, 2010.
1.6 Aspectos Turísticos
O interior do município é muito bonito e tem potencial para o turismo rural, mas ainda estamos
caminhando muito lentamente neste processo, precisando de mais apoio do poder público e
interesse dos agricultores.
2. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO E DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO
2.1 Metodologia de elaboração do Proater
A metodologia utilizada para a realização deste programa está baseada nos princípios de uma
práxis extensionista dialógica, participativa e emancipadora. Desta forma, agricultores
participaram ativamente de todos os processos, discutindo e refletindo sobre sua realidade de
vida, os anseios e as possibilidades de mudança.
A adoção de metodologias participativas de Ater para a condução dos trabalhos deste programa
buscam, além de um diagnóstico que realmente reflita a realidade vivida pelas famílias, aprimorar
a construção da cidadania e a democratização da gestão da política pública.
A prática utilizada nos diversos encontros com os agricultores familiares estão baseadas em
técnicas e métodos de Diagnóstico Rural Participativo – DRP, nos quais o diálogo e o respeito são
pontos fundamentais para o entendimento coletivo de determinadas percepções.
A tabela 9 indica o cronograma de encontros realizados no município.
Tabela 9 - Cronograma de encontros para elaboração do Proater
Nº COMUNIDADE/LOCAL PÚBLICO DATA Nº PARTICIPANTES
1 Sede do Município Agricultores familiares 27/04/10 48
2 Monte Alegre Agricultores famíliares 10/05/10 15
3 Sede do Município Agricultores familiares 10/05/10 06
4 Monte Alegre Agricultores famíliares 14/06/10 08
5 Sede do município Agricultores familiares 16/08/10 05Fonte:INCAPER/ ELDR de Rio Novo, 2010.
Fotos de Oficinas para elaboração do Proater
2.2 Diagnóstico municipal de problemas e potencialidades
O diagnóstico apresentado abaixo foi definido de forma participativa, conforme identificamos na
metodologia de elaboração.
Os problemas e potencialidades diagnosticados estão organizados em três eixos: Meio ambiente;
Econômico/produtivo e Social (este contempla aspectos sociais, culturais e políticos).
Destacamos que estão apresentados todos os problemas e potencialidades do município. Desta
forma, este diagnóstico possibilita pensar ações em outras áreas e para além da Assistência
Técnica e Extensão Rural.
Meio Ambiente
• Problemas
- Utilização inadequada de agrotóxico, em excesso e sem orientação técnica;- Falta de fiscalização direta sobre o uso de agrotóxicos;- Falta local apropriado para destinação das embalagens dos agrotóxicos;- Topografia acentuada dificulta algumas ações;- Existência de poucas fossas sépticas;- Esgotos de currais, pocilgas e domésticos sem destinação adequada;- Nascentes desprotegidas, sem isolamento;- Drenagem de valas e córregos, ainda é uma prática comum, em áreas de preservação;- Desmatamento e/ou corte de árvores sem autorização por órgão competente;- Lixão municipal inadequado com relação à forma de deposição; próximo à cidade e margens da estrada Caminhos do Campo.
• Potencialidades
- Nascentes e recursos hídricos em abundância no município;- Belezas naturais e paisagísticas, com potencial turístico;- Presença da Pastoral Ecológica; porém precisa de reestruturação e motivação;- Envolvimento de órgãos e entidades em defesa do meio ambiente (Pastoral Ecológica, Associações, MEPES, Prefeitura, IDAF, INCAPER e Sindicato de Trabalhadores Rurais).
Econômico/Produtivo
• Problemas
- Baixa produtividade e lucratividade das lavouras de café e de banana;- Dificuldade de escoamento da produção de café e de banana, em função do estado de conservação das estradas vicinais e no interior das propriedades;- Elevado custo dos insumos;- Preço baixo do leite, impactando a economia, nas propriedades onde esta é atividade única;- Perdas de animais, por mortes em decorrência de manejo inadequado dos bovinos, principalmente por problemas nutricionais nos animais jovens;- Dificuldade de administração da propriedade;- Carência de assistência técnica, em função de quadro reduzido de profissionais no município;- Dificuldade de acesso ao crédito em decorrência da burocracia;- Inexistência de registro em cartório, de algumas propriedades, inviabilizando, por exemplo, o acesso ao crédito rural.
• Potencialidades
- O programa de Alimentação Escolar, trás novos horizontes de comercialização, no próprio município,- Linhas de crédito do PRONAF, possibilitam a manutenção e novos investimentos na agropecuária;- A cafeicultura e a bananicultura são tradição e base da economia no município;- Clima e solo propícios para café e banana;- Interesse dos produtores para melhorar a qualidade do café;- Existência de associações de produtores rurais;- Existência dos núcleos de inseminação artificial;- Proximidade da BR 101, facilita comercialização, comunicação e escoamento da produção;- Metade da população de Rio Novo do Sul vive no meio rural.
Social
• Problemas
- Drogas entre os jovens rurais e urbanos;- Desemprego, com poucas opções de trabalho, principalmente na área urbana;- Falta ou enfraquecimento das lideranças nas comunidades- Falta de escolas em algumas comunidades e creches no meio rural;- Falta de mão-de-obra no meio rural, principalmente pela expectativa de melhores condições na área urbana;- Infra estrutura no meio rural, com falta de opções de lazer, principalmente aos jovens, que tendem a ir para as cidades;- Falta de alternativas de renda no meio rural, onde a economia está baseada na cafeicultura, bananicultura e pecuária de leite;- Desavenças políticas e religiosas nas comunidades;- Vendedores de agrotóxicos, que acabam por substituir a orientação técnica regular;- Êxodo de jovens, que migram para a sede de Rio Novo do Sul e cidades próximas;- Associação desorganizada, sem clareza e cumprimento dos objetivos;- Estradas ruins, com sistema de escoamento inadequado, sem caixas secas, por exemplo;
• Potencialidades
- Número expressivo de associações;- Metade da população de Rio Novo do Sul é rural;- Município agrícola, baseado nas culturas do café conilon, da banana e pecuária de leite.- Presença da Escola Família Agrícola, próxima à sede do município;- A Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agricultura disponibiliza a ação de 1 técnico agrícola, e 1
veterinário.
3. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE ATER DO ELDR
As ações planejadas pelo ELDR foram formatadas com a efetiva participação dos agricultores,
suas instituições de representação, técnicos e gestores públicos. Estes sujeitos participaram não
só do diagnóstico como do planejamento em si, apontando as prioridades e as ações que
identificaram como fundamentais.
Além da prospecção das demandas levantadas com os agricultores, o Proater também está
alicerçado nos programas do Governo do Estado, coordenados pelo Incaper e pela Secretaria da
Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca.
A tabela a seguir é um quadro resumo das principais ações/atividades a serem desenvolvidas pelo
ELDR no ano de 2011.
PROGRAMAÇÃO ANUAL DAS ATIVIDADES DE ATER – 2011Rio Novo do Sul
Público Assistido Crédito Rural Nº
Agricultores Familiares 240 Projeto Elaborado 18
Assentados Projeto Contratado 18
Quilombolas Mercado e Comercialização Nº
Indígenas Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) -
Pescadores Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 1
Outros Agricultores 10 Inclusão/Apoio a feiras 1
Outros Públicos Inclusão/Apoio outros mercados 1
Somatório 250 Organização e gestão da comercialização -
TABELA – Resumo da programação por atividadeINDICADORES
ATIVIDADES
Con
tato
Vis
ita
Reu
nião
Enc
ontro
Cur
so
Dia
de
Cam
po
Dia
Esp
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l
Exc
ursã
o
Sem
inár
io
Ofic
ina
Out
ros
Café Arábica 10 2 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Café Conilon 50 20 50 2 5 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 6 2 0
Fruticultura 78 20 43 3 2 1 - - 1 - - - 1 - - - 6 - 2
Olericultura - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Culturas Alimentares - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Pecuária 60 30 33 8 - - 2 1 - 1 - - - - - - 6 - -
Pesca e Aquicultura - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Silvicultura 15 2 13 1 - - 1 - - 1 - 1 - - 1 - - - 4
Floricultura - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Recursos Hídricos e Meio Ambiente 52 - 42 - - - 1 - - - - - - - - - - - -
Atividades Rurais Não Agrícolas 40 - 10 - - - 2 - - - - - - - - - - - -
Agroecologia - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Organização Social 7 10 4 - - 1 - 1 - - - - - - - - 1 -
Somatório 305 81 209 18 7 2 7 1 2 3 0 1 1 0 1 0 18 3 6
Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
Nº Pessoas Assistidas
Nº
Pes
soas
A
ssis
tidas
Dem
onst
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Mét
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Ráp
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Par
ticip
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Ela
bora
ção
de
Pro
jeto
s
Apo
io a
E
vent
os
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IJSN – Instituto Jones dos Santos Neves
INCAPER – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.