Revista U Nº30
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A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO
Estudo: REpATRIADOS
açorianos
anGra
a PErDEr
HaBiTanTEs PÁG. 04
edição 34.866 · U 30 · 08 de outubro de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)
pUBLICIDADE
E-mail: [email protected] • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919
Área Clínica Médicos
Análises Clinicas
Anestesiologia
Laboratório Dr. Adelino Noronha
Dr. Pedro Carreiro
Cardiologia Dr. Vergílio Schneider
Cirurgia Geral Dr. Rui Bettencourt
Cirurgia Vascular
Podologia
Dr. Fernando Oliveira
Drª Patrícia Gomes
Cirurgia Plástica Dr. António Nunes
Clínica Geral Dr. Domingos Cunha
Medicina DentáriaDr.ª Ana FanhaDr.ª Joana RibeiroDr.ª Rita Carvalho
Dermatologia
Fisiatria
Dr. Rui Soares
Dr.ª Ana Santos
Endocrinologia Dr.ª Lurdes MatosDr.ª Isabel Sousa
Gastroenterologia Dr. José Renato PereiraDr.ª Paula Neves
Ginecologia/Obstetícia
Drª Paula BettencourtDrª Helena LimaDrªAna FonsecaDr. Lúcio Borges
Medicina Interna Dr. Miguel Santos
Medicina do Trabalho Dr.ª Cristiane Couto
Nefrologia Dr. Eduardo Pacheco
Neurocirurgia Dr. Cidálio Cruz
Neurologia Dr. Rui Mota
Neuropediatria Dr. Fernando Fagundes
Nutricionismo Dr.ª Andreia Aguiar
Otorrinolaringologia Dr. João MartinsDr. Rocha Lourenço
Pediatria
Doenças de Crianças
Dr.ª Paula Gonçalves
Dr.ª Patrícia Galo
Pneumologia Dr. Carlos Pavão
PsicologiaDr.ª Susana AlvesDr.ª Teresa VazDr.ª Dora Dias
Psiquiatria Dr.ª Fernanda Rosa
Imagiologia(TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética)
Dr.ª Ana RibeiroDr. Miguel LimaDr. Jorge Brito
Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética) Dr.ª Rosa Cruz
Reumatologia Dr. Luis Mauricio
Terapia da Fala Dr.ª Ana NunesDr.ª Ivania Pires
Urologia Dr. Fragoso Rebimbas
08 outubro 2012 / 03
Sem caSa a que regressarTEXTO / Marco de Bettencourt Gomes | [email protected]
Se é difícil ser filho não o é menos ser pai ou mãe.O debate está aberto e os pensadores da educação tentam analisar para compreender as transformações de que têm dado nos últimos 50 anos na instituição fa-miliar.Ter que sair do país e emigrar para novas paradas em busca de um presente com futuro foi um cenário que marcou uma nova trajectória no rumo do nosso país, de uma forma particularmente acentuada nos açorianos.Ter que ir estudar “para fora” após a conclusão do ensino secundário de certa forma continua a desenrai-zar os jovens do arquipélago. A redução do número de filhos por casal e a família nuclear deixar de incluir a figura dos avós são outros factores que certamente al-teram a socialização e a percepção do mundo por parte dos jovens.Ter que viver numa terra estranha conduz a uma de duas vias: a da integração por assimilação ou a mar-ginalidade por agressão. A deportação traz consigo o drama da identidade.Ter duas pátrias é pior do que não ter nenhuma.Vemos adultos grandes no corpo mas infantilizados e débeis no pensamento. Adultos que recusam ser adul-tos e por isso agarram-se com unhas e dentes à se-gurança que lhes dá a figura paterna e ao afecto que os apazigua a figura materna. A identidade passa por assumir papeis e os modelos disponíveis não são a isso indiferentes.Um cidadão sem pátria e sem mátria é um náufrago.
sUMÁrIO
pág. 16
NA CaPa...
Conhecer melhor a realidade da deportação nos Açores. Esta foi o principal objectivo do estudo “Emigrantes Deportados nos Açores”, recentemen-te apresentado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores. A U esteve à conversa com Gilberta Rocha, um dos elementos responsáveis, que nos revelou os contor-nos do trabalho desenvolvidos e as suas primordiais conclusões.
EDITORIAL / SUMÁRIO
o poder do teatro 26música na biblioteca 29
francesco de gregori 15portugal 21limites 23
helsínquia 14
nunca acredites num deus em ruinas 25
que mundo estamos a criar? 06
a propósito de gente 08arte africana no museu carlos machado 10porque não comer melhor? 11samacaio 13
fritar é com óleo 07
tempo parado 05
08 outubro 2012 / 04
ANGRA A PERDER HABITANTES
Em década e meia a população dos Aço-res aumentou em oito mil habitantes, mas as duas maiores cidades, Ponta Del-gada e Angra do Heroísmo, perderam população.Entre 1996 e 2010 a população da Re-gião Autónoma dos Açores aumentou de 237789 (117266 homens e 120523 mulheres) para 245811 habitantes, dos quais 121969 homens e 123641 mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).A tendência de crescimento não se ve-rificou entre 1997 e 2000, anos em que a população decresceu de 237473 para 237028 habitantes.Ponta Delgada, com 63 709 habitantes (31040 homens e 32699 mulheres) era, em 2010, a cidade com maior popula-ção, mas registando um decréscimo em relação a 1996, data em que somava 64 028 habitantes, dos quais 31 117 homens e 32851 mulheres.Angra do Heroísmo, o segundo concelho em população, registou igualmente uma perda, descendo de 35075 habitantes em 1996 para 34858 em 2010.A tendência de descida afectou ainda os concelhos de Calheta que, no mesmo período, perdeu 473 habitantes, Lajes do Pico (587), Povoação (56) e Vila do Porto (156).Ribeira Grande, o terceiro maior conce-lho da Região Autónoma dos Açores, li-dera por seu lado, a lista das cidades cuja população cresceu.Os 27684 moradores do concelho, em
decréScimo em relação a 1996
Angra do Heroísmo registou uma per-da, descendo de 35075 habitantes em 1996 para 34858 em 2010
1996, ascenderam, em 2010, a 31 608 (assinalando um crescimento de 3924 habitantes).Lagoa, que em 2010 somava mais 2475 habitantes que em 1996, ocupa o segun-do lugar na lista de concelhos em cres-cimento, seguida de Horta (mais 1246), Vila Praia da Vitória (834), Madalena (498), S. Roque do Pico (305), Santa Cruz das Flores (236), Santa Cruz da Graciosa (131), Corvo e Vila Franca do Campo (am-bos com 112), Nordeste (42), Vela (25) e finalmente Lages da Flores com apenas mais oito pessoas.Proporcionalmente a subida mais sig-nificativa registou-se no Corvo, onde a população aumentou de 395 habitantes (em 1996) para 507 (em 2010).Já em Lages das Flores, apesar do au-mento, a tendência foi de diminuição po-pulacional entre 1997 e 2001. Nos anos seguintes o número de habitantes voltou a aumentar, com excepção de 2004 (em que perde um habitante).Dos 18 concelhos da Região Autónoma dos Açores, dez (Corvo, Horta, Lagoa, Lages das Flores, Lajes do Pico, Mada-lena, Ribeira Grande, São Roque do Pico, Velas e Vila Franca do Campo) têm mais homens que mulheres.De acordo com os resultados dos Censo 2001 a densidade populacional no arqui-pélago formado por nove ilhas era de 104,12 habitantes por km2, enquanto no continente era de 110,84 e no país 112,38.Em 2011, os resultados provisórios dos Censos davam nota de um aumento da
REVISÃO
anGra reGiStou Perda
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moSteiro, com 43 HaBitanteS, é a maiS Pequena FreGueSia doS açoreS, um territÓrio onde daS 156 FreGueSiaS trinta não cHeGam aoS 500 moradoreS
densidade populacional que nos Açores ascendeu a 106,3 habitantes por km2, quando no continente o valor era de 112,8 e no país 114,5.
MENOS DE 500 HABITANTESMosteiro, com 43 habitantes, é a mais pequena freguesia dos Açores, um terri-tório onde das 156 freguesias trinta não chegam aos 500 moradores e apenas duas somam mais de dez mil, segundo os Censos 2011.Dos 19 concelhos em que se dividem as nove ilhas do arquipélago dos Açores que têm eleições para o Parlamento Regional a 14 de Outubro, 12 (Vila do Porto, Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande, Angra do Heroísmo, Lajes do Pico, São Roque do Pico, Horta, Lajes das Flores, Santa Cruz das Flores e Corvo) têm fre-guesias com menos de 500 habitantes.Lages das Flores, na Ilha das Flores, é concelho com mais freguesias desta di-mensão (seis), entre as quais as mais pe-quenas do arquipélago, como Mosteiro (43 habitantes), Fajãzinha (76), Lajedo (93), Fajã Grande (202), Lomba (206) e Fazenda (257).Na mesma ilha, no concelho vizinho de Santa Cruz das Flores, mais três fregue-sias não ultrapassam os 500 habitantes: Caveira (77), Cedros (128) e Ponta Del-gada (359).Nordeste, na Ilha de S. Miguel, é o se-gundo concelho com mais freguesias de idêntica dimensão, entre as quais Achada (436 habitantes), Salga (488), Santana (475), Algarvia (290) e Santo António de Nordestino (273).
ANGRA E A sENsAÇÃo dO TEMPO PARADO
TEXTO / João Rocha / [email protected]
Fora da ilha Terceira há cerca de uma dé-cada, um antigo colega de lides jornalísti-cas comentava recentemente que ficou surpreendido com a evolução registada na Praia da Vitória, ao mesmo tempo que fez transparecer evidente desolação por Angra do Heroísmo (sua cidade natal) dar mostras de “estar parada no tempo”.Actualizando diariamente a sua visita no Facebook, deu conta que alguns dos ami-gos perguntaram se Angra do Heroísmo “não teria pessoas” face à falta de movi-mento nas principais artérias visível nas fotos que publicou na rede social.Se o amorfismo citadino já é visível na In-ternet, mais fácil é detectá-lo por todas as pessoas que percorrem o burgo diaria-mente.Ruas despidas de gente, lojas comerciais às moscas e calçadas a causar tormentos representam algumas marcas do cenário tristonho que envolve Angra do Heroísmo.A mui nobre cidade, outrora conhecida pelo palpitar social e cultural, parece que se descaracterizou totalmente, perdendo literalmente a alma.E, pior do que tudo, é a imagem de que quase ninguém se importa com a deca-dência.
rUas DEsPiDas DE GEnTE, LoJas
CoMErCiais Às MosCas
REVISÃO
Falta de movimento naS ruaS
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QUe MUndOEsTaMosa Criar?TEXTO / p. Dennis Clark*
Uma jovem mãe estava a ter um dos piores dias da sua vida. o marido havia perdido o empre-go; o esquentador tinha explodi-do; o carteiro trouxe um monte de contas que ela não podia pa-gar; o seu cabelo estava péssimo e sentia-se gorda e feia. Estava quase no ponto de rutura quan-do levantou o seu filho de um ano e o sentou na cadeira de bebé, apoiou a cabeça no tabuleiro e começou a chorar. sem um mur-múrio, a criança tirou a chucha da sua boca... e carinhosamente colocou-a na dela!Compaixão: Ele desconhecia a palavra mas o seu coração co-nhecia a necessidade. E deu o que tinha. nós somos, de tantas maneiras, os artífices dos mundos dos outros. Minuto após minuto criamos o mini-mundo em que vivemos juntos. E na maior parte das vezes nem sequer pressenti-mos como é enorme a nossa ca-pacidade de levar alegria ou tris-teza, cura ou dor aos outros.Por exemplo, quando participa-mos na missa estamos a criar um breve e pequeno mundo. outras pessoas, cujos nomes nem se-quer conhecemos, prepararam o espaço para nós: limparam o pó e varreram, arranjaram e coloca-ram flores, ensaiaram os cânticos. agora é a nossa vez de fazer da celebração um espaço calmo, pacífico e acolhedor, um espaço onde podemos ajudar os outros
a experimentar a presença amo-rosa de Deus, a sua força, o seu conforto e apoio.Fazemos isso de inúmeras ma-neiras: o modo como entramos e saímos, o modo como cantamos e rezamos em conjunto, o modo como damos espaço uns aos ou-tros, o modo como fazemos silên-cio uns para os outros. são mui-tas as maneiras como criamos ou destruímos algo admirável.Toda a nossa vida é assim: des-de o momento em que abrimos os nossos olhos pela manhã até quando os fechamos à noite, te-mos o poder de criar e o poder de destruir, o poder de dar os nossos dons – grandes e pequenos – e o poder de os recusar.Provavelmente nenhum de nós en-contrará alguma vez um homem a morrer na berma da estrada. E a maior parte de nós raramente será chamada a fazer um sacrifí-cio realmente significativo por ou-tra pessoa. Mas todos nós iremos encontrar milhares de pessoas cujas vidas podemos tornar um pouco mais ricas, um pouco mais felizes porque estávamos lá e por-que demos o que tínhamos – tal como aquela criança deu a sua chucha.a cada momento cada um de nós tem alguma coisa a dar, alguma coisa que é precisa. Dá-la-emos? Temos de dar, simplesmente por-que dar os nossos dons é a única maneira possível de encontrar a felicidade. a vida não é um des-porto de bancada! Dar os nossos dons – todos eles, todos os dias – é a única maneira de realizar a nossa vida, a única maneira de crescermos à imagem e seme-lhança de Deus.
* in Catholic Exchange Trad. e adapt.: rm da secretariado nacional da nPC
Genuína vontade PoPularOU COndICIOnaMentO POlítICO?TEXTO / Carmo Rodeia
O Governo Regional da Catalunha acaba de desafiar o governo central de Madrid, ao convocar eleições antecipadas para legitimar uma possível secessão da Espanha. Artur Mas, Presidente da Generalitat, conseguiu que o Parlamento antecipasse as eleições regionais para o dia 25 de Novembro.Na resolução aprovada, sublinha-se que o parlamento catalão constata a “necessi-dade de que o povo da Catalunha possa determinar livre e democraticamente o seu futuro coletivo, e exorta o governo local a promover uma consulta popular dentro da próxima legislatura”. As sondagens, para já, não são conclusivas. No fim de semana, os vários estudos de opinião realizados por jornais nacionais, como o El País ou La Vanguardia (catalão) davam números diferentes, mas todos no sentido da vitória do sim à independência.A crise espanhola, traduzida como cá, no aumento do desemprego, na perda de po-der de compra, no aumento dos impostos e no acentuar das clivagens sociais, fez renascer o clamor separatista espanhol, sem que se saiba ao certo onde e como irá terminar. A situação é de tal forma preocupante que o Rei Juan Carlos, no renovado site da Casa Real espanhola e numa atitude inusitada, escreveu que no meio desta crise “o pior que se pode fazer é dividir forças, incentivar discussões, perseguir quimeras, apro-fundar feridas”.O rei sabe o quanto custou unir a Espanha. A Catalunha, tal como o País Basco, sem-pre lutaram para conseguir a independência. A história destas duas regiões, com uma língua e cultura muito arreigadas, legitimou sempre os discursos mais inflamados que, o bom senso de alguns políticos, conse-guiu esfriar com sucesso. Até mesmo quando, no plano económico a Catalunha, deu sempre mais do que recebeu. É responsável por cerca de 18% do PIB espanhol, é uma das mais ricas e o Estado nunca lhe devolveu algumas das suas receitas fiscais.A crise veio por a nu estas contradições e recuperou velhos fantasmas, que vão para além da Catalunha.Portugal deveria acompanhar com atenção o curso dos acontecimentos. A democra-cia infelizmente não é um gene que nasça com o homem. Tal como todos os sistemas tem de ser acarinhado e justificado. Sempre!
OpINIÃO
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Fritar é com ÓleoTEXTO / paulo Brasil pereira
Surgiram há cerca de um ano as famosas fritadeiras “sem óleo”. Deu-me curiosi-dade esta maquineta, pois, supostamen-te o que nos fará mal, agora passaria a não fazer.Para além de menos óleo (para bata-tas fritas pedem uma colher de óleo), também tem menos sabor. As batatas não ficam crocantes, ficam queimadas por fora e moles por dentro. Segundo os provadores, o sabor é desagradável, parecendo cruas. As congeladas ficam muito pálidas e o paladar classificado de “mau”. A explicação pode estar na insufi-ciente distribuição da temperatura.Estas fritadeiras aceleram o ar quente a uma velocidade turbo, gerando um vórtice de calor que se choca contra os
alimentos, fritando e assando mais rápi-do, sem cheiro, sem fumaça e sem usar óleo!? Mas com acrimalida, uma substân-cia encontrada pela proteste, que a partir de certos valores (como foi o caso) são altamente cancerígenos.Em termos de consumos, gasta mais 25% de energia do que a fritadeira tradicional. A marca de eleição desta fritadeira é a Philips, que nos pede 219 euros. Já uma convencional pode custar a partir de 29,90 euros. Sempre ouvi dizer: “Com a comida não se brinca”. Nada como umas batatas caseiras, com óleo a altas temperaturas para as tornar crocantes e saborosas depois de uma generosa pita-da de sal. Faz mal, mas alegra! Ao menos faz-nos esquecer a crise.
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FERRAMENTAS
Fritadeira Sem Óleo não convence
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PÉdIaBÉtICOA Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica cada vez mais frequente na nos-sa sociedade. Esta patologia é caracteri-zada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue (hiperglicémia) e deve-se em alguns casos à insuficiente produção de insulina (tipo 1) noutros à insuficiente ação da insulina (tipo 2). No ano de 2010, a prevalência da Diabe-tes na população portuguesa é de 12,4 %. Uma das complicações mais graves da DM é o Pé Diabético. É estimado que cerca de 25% das pessoas com diabetes tenham condições favorá-veis ao aparecimento de lesões nos pés. As lesões do pé diabético surgem da insensibilidade provocada pela neuro-patia sensitivomotora e/ou da isquemia provocada pelas lesões de aterosclerose no membro inferior. Ao ser atingida, de forma preferencial, uma destas duas es-truturas, nervos ou vasos, irá condicionar o aparecimento de um pé neuropático ou de um pé neuroisquémico. O risco que um paciente com DM tem de desenvolver uma úlcera no pé ao longo da sua vida, situa-se por volta dos 15%. Existe uma forte relação entre aparecimento da úlcera e o risco de amputação, sendo que em 85% dos casos, as amputações em diabéticos são precedidas da úlcera. É estimado que em Portugal ocorram 1600 amputações/ano não traumáticas, sendo que 50 a 85% destas podiam ser
evitadas. Consequentemente, 50% dos pacientes amputados de uma das ex-tremidades apresentam complicações no pé contralateral ao fim de 2 anos, e existe 50% de possibilidade de uma nova amputação entre 3-5 anos seguintes.Estas complicações podem ser adiadas ou prevenidas, através de uma boa edu-cação ao doente diabético. O paciente com pé diabético deve:Lavar diariamente os pés com água morna e de preferência com sabonete neutro; Secar bem os pés, especialmente entre os dedos (deixando absorver e não fazendo fricção) se possível com uma to-alha macia e branca; O corte das unhas deve ser de forma reta, não demasiado curtas e de preferência com alicate de unhas ou lima de cartão; Examinar dia-riamente os pés ou pedir a alguém que o faça; Se tiver calos, calosidades NUNCA usar calicida; Recorrer a um profissional de saúde sempre que tenha uma feri-da ou alguma alteração no pé; Hidratar diariamente os pés, de preferência com creme para o pé diabético; Nunca aplicar creme entre os dedos; É aconselhado o uso de sapatos confortáveis e adequa-dos a cada actividade; O calçado deve manter-se limpo e arejado; Nunca andar descalço; Usar sempre meias folgadas, limpas e de preferência de algodão.Para a prevenção e bem-estar dos seus pés consulte um Podologista.
Cada vez mais embirro com as “se-nhoras da catequese”. Por senhoras da catequese não se deve entender aqui, propriamente, as senhoras da catequese, mas todas aquelas pes-soas (senhoras e senhores) cheias de princípios e de frases colhidas nas leituras aconselháveis.Penso: Às vezes são pessoas bem in-tencionadas. E mal penso isto, logo
TEXTO / Fernando Aires*
CIÊNCIA / OpINIÃO
25% DOS DIABéTICOS
pROpENSOS AO pé DIABéTICO
TEXTO / Clínica Médica
da praia da Vitória
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digo para mim que são criaturas ele-mentares e presumidas que usam no carro um macaquinho de peluche dependurado do pára-brisas por um ganchinho metálico. Não gosto de gente que usa no automóvel, depen-durado do pára-brisas, um macaqui-nho de peluche. Se me perguntarem porque é, não sei responder. A verda-de é que não gosto. Talvez porque são esses que trazem no carro dois faróis a mais (às vezes três) que fazem um espalhafato de luz pelas estradas. Não gosto dessa gente. Imagino que lá em casa têm coisas com cromados
nas escadas. E refegos dourados nos móveis da sala de visitas. E quadros horríveis pelas paredes. Também imagino que as senhoras dessa gen-te, à noite, espalham no quarto insu-portável cheiro a cosméticos que vai fazer murchar as violetas. Embirro com essa gente por tudo isto – ou talvez não principalmente por causa disto, mas porque têm a pretensão de cultivar a virtude sem saber o que é virtuoso. - E o que é ser virtuoso?
* “Histórias do Entardecer”
“NA AMAzoN V”
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MONTRA / OpINIÃO
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ARTE AFRICANANo MusEuCArloS MAChADo
TEXTO / Wellington Nascimento
FOTO / Museu Carlos Machado
Em 1893 o Museu Carlos Machado incorporou à sua Coleção um conjunto de artefatos africanos doa-dos pelo 2° Conde de Fon-te Bela, Jacinto da Silveira Gago da Câmara. Esses artefatos originalmente pertenciam ao Contra-Al-mirante Pedro Carlos de Aguiar Craveiro Lopes (Capitão do Porto de Pon-ta Delgada entre 1886 e 1888). Após a sua morte a Sr.ª Mariana Ambar, viúva do Contra-Almirante, ven-deu o espólio por um con-to de reis ao 2º Conde de Fonte Bela. A Coleção é um acervo unitário e fechado, com cerca de 600 peças, de diversas etnias e locali-dades da África. A Coleção é composta de estatuetas, máscaras, armas, instru-mentos musicais, encos-tos de cabeça, etc., sendo mais comuns as peças de madeira e metal. Pouco mais se sabe sobre a Co-leção e a gênese de sua formação, e até a data da incorporação da Coleção no acervo do Museu Car-los Machado também é imprecisa, constando ape-nas o primeiro registo da sua catalogação, em 20 de abril de 1893, da responsa-bilidade do Sr. Manoel An-tonio de Vasconcelos, pre-parador do Museu nesse período. A par destas in-formações decidi em 2011 pôr em prática um Projeto de Doutoramento com a finalidade de investigar a Coleção de Arte Africa-na do MCM, este projeto
conta com a participação e apoio do MCM, do Cen-tro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores e do Fundo Regional da Ciência e Tec-nologia. Sob a orientação científica da Professora Doutora Manuela Canti-nho - Curadora do Museu Etnográfico da Sociedade de Geografia de Lisboa e do Professor Doutor Paulo Simões da Universidade de Évora, este Projeto de Doutoramento tem como principal objetivo resgatar a dignidade inicial da Cole-ção através de um estudo profundo e minucioso que possibilitará responder questões relevantes para a compreensão e con-textualização da Coleção. Contando já com 119 anos de presença no acervo do Museu Carlos Machado o estudo, dinamização e divulgação da Coleção de Arte Africana constituem uma necessidade, por se revestir de inegável inte-resse científico e cultural para a Região Autónoma dos Açores, para a sua sal-vaguarda e para aprofun-dar o conhecimento sobre o Património Regional.
é NECESSÁ-RIO O ES-TUDO, DINA-MIzAçÃO E DIVULGAçÃO DA COLEçÃO DE ARTE AFRI-CANA
CIÊNCIA
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A CAusA
dAs CoisAs:
Porque
não Comer
melhor?
TEXTO / Joaquim Neves
… muitos dos produtos frescos só mesmo para porcos…
Se considerarmos que existem 80.000 alimentos conhecidos disponíveis a toda a humanidade, dos quais a Europa goza de uns míseros 2.500 tipos diferentes, quantos tipos de alimentos diferentes in-gerimos por semana? Pão, massas em ge-ral do trigo uns flocos de cevada. Batata, arroz, feijão. Ovo, nas massas e maionese. Carne, que seja de vaca, porco e frango, peixe. Legumes, cenoura, couve e lom-bardas, cebola, tomate, curgete, alface. Os molhos de compra tipo ketchup e outros tipos de bases compradas com amidos de milho e soja. Na tentativa de alimentação saudável, talvez mais uns nabos, couve rocha, batata-doce, pimentos, salsa. Café, alguns chás de ervas. Leite e derivados ul-trapasteurizados. Frutas que não passam de meia dúzia. Por vezes algumas nozes, amêndoas, coco, amendoim, embrulhadas e confeccionados em doces, muito açú-car. Azeite e óleos de base vegetal como soja, girassol. Especiarias. Talvez uns 10 a 15? Com isto tudo dá para combinar e recombinar. Pouco mais é introduzido na alimentação quotidiana. Legumes frescos, do que tenho visto nos supermercados e oferta dos fornecedores, é francamente vergonhoso. Numa volta pela ilha e mer-
MESA
morte lenta
enlatadoS, deSde SemPre
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cados e principais “superes”, muitos dos produtos frescos só mesmo para porcos, francamente vergonhoso, velhos, enruga-dos, sem frescura na maior parte das ve-zes, importados do Continente, Espanha e confins do mundo. Empestados por pro-dução intensiva com hormonas de sabor, pesticidas, tudo dentro da lei. Oferecidos a preços exorbitantes. Pacotes de conge-lados, ou enlatados, que perdem muito do sabor e valor nutritivo. Pouco mais que a alface, tomate medíocre, curgetes já meio podres no mercado, é produzida na ilha. Ervas aromáticas? Nem sabem bem o que é. Se formos dar o exemplo dos Corvinos até a salsa mandam vir das Flores. Para um povo que vive em festas, que gosta de comer, e comer bem, não admira que acabem doentes, diabéticos e com pro-blemas oncológicos. Quem paga a gula de quem não sabe fechar a boca? Todos nós. Não admira que os hospitais estejam falidos. Depois ainda se exige que se seja tratado porque se descontou uma vida, mas esquece-se que se comeu para ficar doente uma vida também, que não paga um tratamento. Quer continuar a pagar essa factura, mais as margens de lucro e de transporte dos intervenientes? Quanto aos restaurantes, mesmo dos poucos que há, que se aventuram a originalidade, ser-vem para os residentes. Mas turistas que querem provar iguarias locais, gostam razoavelmente, mas cansam-se de ser sempre o mesmo, onde só varia a maneira de fazer com as mesmas coisas. A ilha da Madeira por comparação envergonha-nos com mérito. Sentem que a qualidade deixa a desejar. Come-se melhor no Brasil profundo, em África pobre ou na Ásia em geral. Responsabilidade? Alguém prefere que seja assim, preferível importar, ga-nham as farmacêuticas, indústrias quími-cas, todos os que não se importam a não ser com o lucro. Culpados? Todos nós.Conclusão, comer em restaurantes em média é francamente medíocre. Em casa ainda é razoável. Safa-se quem minima-mente esclarecido produz para si. Somos o que comemos, e estamos tão doentes quanto a nação.
Receita
CozinHar Para TEr CanCro
oU FiCar DoEnTE.
Ingredientes recomendados:Bisfenol, encontra em 99% dos enla-tadosLegumes e fruta à vontade em quase todos os produtos agrícolas de cultivo intensivo, mas evite, pode haver um ou outro aceitável e pode ser quase saudável.“E”´s é uma festa esteja atento:E-310 – Galato de propilo, E – 320- BHA, E-321-BHT, E-952 – ácido ci-clâmico, E-954 - sacarina, E –123 – Amaranto, E-250 – Nitrato de sódio, E – 251- nitrato de sódio , E-252- Nitrato de potássio, E-407- Carragenina.O corante muito cancerígeno Sudan 1. Ácido benzoico/ Benzoato de sódio. Encontra em: Refrigerantes, cervejas, refrescos, doces e geléias, produtos de frutas, queijo, molhos, margarina e creme vegetal e produtos de confei-taria, molho para salada, petit suisse.Glutamato monossódico encontra-os em: Sopa desidratada, mostarda, maionese, molho para salada, batata palha, lasanha congelada, pratos se-miprontos, entre outros.Alguns Corantes: Amarelo Crepúscu-lo, Vermelho 40, Vermelho Bordeaux, Vermelho Ponceau 4R e tartrazina. BHA e BHT São utilizados como antio-xidantes, encontra-os em: Maionese, óleo de soja, milho, gira-sol e molho para salada.Nitratos e nitritos: funcionam como conservadores e fixadores de cor. Encontra-os em Presunto, mortadela, salsicha e linguiça industrializados. Carnes e peixes mariscos importados, com antibióticos e metais pesados, escolha produtos asiáticos e alguns norte-americanos. Açúcar, sempre adoça. Para começar… Coma à vonta-de, resultados em poucos anos.Coragem em pequenas doses todos os dias VOCÊ consegue.Boa sorte!
MESA
Pelo Gelo, quer?
conGeladoS, cozidoS
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SamaCaIOTEXTO / Eduarda Ferraz*
samacaio, folião.Embarcou num certo dianum barco de papelão,Porque outro não havia.
samacaio deu à costano porto de são Fernando,Em riba dum caranguejoQue ali andava nadando.
samacaio armou a tascaPara o dia de tourada,Com verdelho e molho d’unhaPara a favinha escoada.
samacaio foi às lapassegunda-feira de Bodo.apanhou vinho de cheiroE com ele pintou-se todo.
samacaio fez o Maio:Pô-lo à porta do palheiro;Depois veio a melra preta,ali fez o seu ‘linheiro’.
*Grupo de Bailado regional sapateia açoriana
pALAVRAS
Buffets:RiscosPaRte ii
08 outubro 2012 / 14
TEXTO / ACRA / Angra do
heroísmo
“Há tendência para ser-vir muitos alimentos não cozinhados, ou mal cozi-nhados, como maioneses, ovos moles, sobremesas com natas, rosbife, etc., o que significa que os mi-crorganismos não foram destruídos pela cozedura.Por outro lado, muitas ve-zes a comida é preparada com uma grande antece-dência para garantir que tudo está pronto a tempo, e exposta na mesa à medi-da que vai ficando pronta, muitas vezes a descoberto, estando sujeita à contami-nação do ambiente. Como grande parte deste tipo de festas se realiza nas al-
turas m a i s quen-tes do a n o o u , c a s o c o n -trário, e m locais bem aquecidos, as bactérias têm a temperatura ideal e o tempo suficiente para se poderem multiplicar.Há ainda um outro fator que não ajuda nada e que contribui para aquilo a que se costuma chamar “con-taminação cruzada”. É frequente as pessoas usarem os mesmos talheres para servir diferentes pratos. Existe determinados cuidados que se devem ter para minimizar o risco de uma infeção ou intoxicação alimen-tar:1. Deve-se evitar servir carnes mal passadas;2. Sempre que possível, devem-se utilizar ovos pasteu-rizados na preparação de alimentos;3.Os alimentos mais susceptíveis de contaminação de-vem ser servidos o mais próximo possível do momento de serem consumidos, mantendo-os até lá no frio ou a cerca de 65ºC, que é considerada uma temperatura segura.4.Caso tenham que ficar expostos durante muito tem-po, deve-se garantir que se encontrem refrigerados, ou mantidos a 65ºC, se forem para ser servidos quentes;5.Deve-se garantir que existem talheres para servir cada um dos pratos, de modo a evitar a contaminação cruzada; 6.A comida deve-se manter coberta até ao momento de ser servida.” ASAE.
* Associação de Consumidores da Região Açores
CONSUMO/OpINIÃO
viaGenS: ao cerne daS coiSaS XXi
HelSínquia
Helsínquia pareceu-me, na altura (e fruto de uma daquelas paragens de um ou dois dias), uma cidade fria e escura, incaracterística, embora com aquela es-cultura de exterior maciça e super realista, comum da União Soviética, que marcou os seus países satélites e/ou vizinhos. Ficámos nos alojamentos universitários que as férias tinham deixado livres, e a pouca luz do sol nunca desapareceu completamente, deixando-nos num lusco-fusco desde o deitar ao levantar. Mas este levantar foi às quatro da manhã, ao ouvirmos correrias nos corredores e vozes agitadas. Viemos então para a rua, para o meio de um cenário esplendoroso: uma aurora boreal! Uma estadia tão curta e tivemos a sorte de ser brindados com esse espectáculo! Nada do que já conheci me deixou uma impressão tão grandiosa, ou melhor, tão cósmica! Nem estrelas cadentes, nem mesmo o Cometa Haley (que vi na Índia, de bordo de um barco, no rio Mandovi), nada me pareceu tão majestoso. E Helsínquia surgiu bem menos sombria quando três horas depois voltámos para a rua. Mas a cidade é cem anos mais nova que Angra! E isso é uma espécie de pecado que um açoriano não perdoa facil-mente, pois quando sai está ansioso por ver história… O classicismo novato dos seus edifícios não nos esma-ga, não causa emoção nem convence. Não responde àquele imaginário austero, mas majestoso que se julga comum no Norte. Tem vários museus e escolas de arte que formaram no país uma consciência artística notá-vel, mas... então partimos para os fiordes.
NOVA qUE ANGRA
CIDADE CEM ANOS MAIS
TEXTO / Antonieta Costa * / [email protected]
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Cantor romano dado à crítica social e à reflexão em geral. Cantor de in-tervenção, poeta popular, trovador do quotidiano da classe operária, filósofo armado da sua guitarra acústica e das palavras dirigidas ao mundo. Em suma, uma pérola rara no meio de tanta música que se faz para consumo imediato.É também admirador de Bob Dylan (não o são todos?) mas consegue ter um timbre mais comercial. E Dylan, infelizmente, perdeu mesmo a voz nos últimos anos (eu sei, sem-pre foi um caso aparte mas agora é notória a degradação das cordas vocais; os textos continuam muito bons).O som deste italiano também é bas-tante anglo-saxónico; aquela mistu-ra de rock, blues e derivativos com direito a pianos e harmónica. Do cardápio consta também a guitarra slide, ingrediente maior do Country. Não por acaso, estes senhores não são muito novos mas rodeiam-se de músicos jovens e inventivos (não por acaso, ambos gostam de usar chapéu!).
Tempo real
País de terra, terra de cãesPaís de terra e póPaís de ovelhas e tubarõesE de fogo debaixo das cinzasNas câmaras do poder a autoridadesenta-se à mesa com a anarquiaEnquanto o retrato da verdade se desfaze o verniz saiE o público espera que tudo volte ao normalQue seja só um dado da tecnologia.Sob os olhos da fraternidade a liberdade, como um parafuso, tor-tura a democracia
País de terra e de fumoPaís de filhos de mulheres da ruaOnde se roubas ninguém morree o crime compensaHá um desenho de giz no chãoe gente que observaAlguém acusa alguémmas só o viu passarE ninguém se lembra da cara do carniceiroé uma recordação desagradávelE fica só o risco do giz na terramas não há um culpado
País de açúcar, terra de melPaís de água e de grãoPaís de crescimento em tempo reale planos urbanísticos debaixo do vulcãoPaís de ricos e exuberantesE impostos pagos pelos pobrese pão que cresce nas árvoresE carros em fila ao sol
País de bancos, de comboios de avi-ões e naviosque explodemainda à procura de autoresPaís de homens de um pedaço sóQue todos têm preçoe nada tem valor
País de terra de sale vales sem mais lágrimasJardim da Europa, estrela e botapapoilas e víboras e patosOnde foi parar a tua doçura, famosa há muito tempo?Está fechada à chave na tristezanos buracos negros das tuas cida-desQuem sabe se alguma vez existiu ou era fábula?Ou se voltará?Mas se se pudesse nascer outra vezpreferia não nascer aqui
FranCesCODE GrEGori
OpINIÃO
TEXTO / pe. Teodoro Medeiros
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Identidade. Ou a falta dela. Um obstácu-lo e, também, um conceito enredado nas teias das relações sociais e das leis vigen-tes em dois países tão familiares quanto desconhecidos. Falamos de deportados e o peso que carregam das viagens, filhos de duas pátrias, que, na sua maioria, se per-deram na trajectória inicialmente traçada por eles ou por quem os antecedeu.Há histórias por detrás desses homens que vivem com duplo coração. E foram es-sas mesmas histórias que a Universidade dos Açores foi conhecer através do Centro de Estudos Sociais.Predomina a faixa etária jovem nos de-portados vindos para os Açores desde os Estados Unidos da América e Canadá, dois países que, refere, deportaram para os Açores 1175 emigrantes portugueses nos últimos 25 anosPara um melhor entendimento, a U falou com Gilberta Rocha, professora catedráti-ca e um dos elementos responsáveis por este estudo recentemente apresentado em Ponta Delgada.
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DESTAqUE
teXto / Sónia Bettencourt / [email protected] / centro de estudos sociais
e a união / arquivo
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U - Qual o grande objectivo do estudo Emigrantes Deportados nos Açores levado a cabo pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores?Gilberta Rocha (GR) – O objetivo base foi conhecer melhor a realidade da deportação, um aspeto relevante dos estudos sobre as migrações nos Aço-res, sendo que esta é uma das linhas
prioritárias de investigação do Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores. Vem, de resto, na sequên-cia de outros estudos que realizámos, como os relativos aos imigrantes e aos emigrantes regressados, ambos disponíveis no site do CES. Acresce-se ainda que, por um lado, alguns dos membros têm participado em Encon-tros Científicos nacionais e internacio-nais com comunicações (algumas já publicadas) sobre a imigração, emi-gração e regresso de emigrantes e, por outro, que no âmbito do mestrado em Ciências Sociais, designadamen-te na sua vertente de “Migrações e Sociedade” já foram realizadas duas teses de mestrado sobre a imigração e uma especificamente sobre a de-portação nos Açores. Apesar do muito que há ainda para fazer nos últimos anos tem sido efetuada muita inves-tigação e já possuímos uma boa base de conhecimento sobre os fenómenos migratórios.
U - Tratou-se de uma actualização de dados ou de uma investigação mais profunda das eventualmente realiza-das até então? GR – Não, não foi uma atualização dos dados que, de resto, nunca tinham sido trabalhados, nem sequer estavam organizados de forma a poderem ser o suporte de um estudo. É uma base administrativa que teve de ser orga-nizada com vista à sua utilização para fins científicos. Refiro-me, de modo particular, à base de dados que nos foi facultada pela Direção Regional das Comunidades, fundamental para a ca-raterização da população deportada. Todavia, já em 1995/1996, quando os deportados começaram a ter alguma visibilidade social, o CES-UA tinha
realizado um estudo, solicitado pelo então Instituto de Acção Social, sobre esta problemática “Repatriados e In-tegração Social: estudo sociológico na ilha de São Miguel”, com base num inquérito. Desta vez, além da análise da informação constante na base de dados, e com vista ao aprofundamen-to do fenómeno da deportação optou-
se, não por um inquérito, mas sim pela realização de entrevistas, quer aos próprios deportados, como a atores privilegiados, ou seja, a técnicos que com eles trabalham mais diretamente, além de uma recolha na imprensa - o jornal Açoriano Oriental.
U - Que impactos sofrem atualmente os deportados no contexto das mu-danças sociais?GR - Se atendermos a um dos aspetos do estudo e que tem a ver com os com-portamentos da designada geração um e meio, ou seja, aquela que emigra com idades compreendidas entre os 0 e 15 anos (nas quais cremos que se inserem a maioria dos deportados), as mudanças sociais respeitam, em primeiro lugar, àquelas que viveram nas regiões de acolhimento. Ou seja, no caso desta última geração, contra-riamente aos pais (primeira geração) o processo de socialização fez-se, em grande parte, se não na quase totali-dade, nesses países, pelo que não ad-mira que tenham estado mais expos-tos aos modos de vida das sociedades em que cresceram e residiam antes
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DESTAqUE
conFerência de aPreSentação
da deportação. Este aspeto sobressai igualmente quando chegam aos Aço-res, cuja sociedade desconhecem, e nem sempre entendem, e não raras vezes não se identificam, nem querem identificar.Um outro aspeto relevante em termos de mudança, mais especificamente de mudança política, ideológica, vertida na legislação sobre a imigração, leva-nos a correlacionar o aumento de flu-xos de deportados que chegaram aos Açores com as alterações legislativas que se têm vindo a verificar nos EUA e Canadá, bem visível no caso dos EUA.
U - Existem naturalmente trajectórias desviantes. Quais as que predomi-nam?GR - Não podemos falar em trajetórias desviantes. Apesar de em termos teó-ricos sabermos que as segundas gera-ções, bem como a geração um e meio, apresentam níveis de criminalidade superiores aos da primeira geração de emigrantes (não é um caso específico dos Açores, nem de Portugal), estas têm de ser inseridas e devidamente enquadradas nas sociedades em que cresceram e socializaram, o que obri-ga a um conhecimento aprofundado destas sociedades e não propriamen-te a uma comparação com as socie-dades em que nasceram e para a qual são deportados.No entanto, se pretende saber quais os principais motivos que estiveram na base da ordem de expulsão dos EUA e do Canadá, releva-se a posse, o consumo e o tráfico de estupefacien-tes; a permanência ilegal e os crimes contra o património.
U - Como falar de identidade no caso de deportados?GR - De modo sintético podemos dizer que para muitos é a identidade forja-da no país de acolhimento.
U - A dada altura o estudo aponta o papel da imprensa neste contexto social. O que costuma estar ou devia estar em evidência? GR - Ainda que a análise da imprensa seja um dos aspetos que pode e deve ser aprofundado, tanto em termos de profundidade, como de extensão, designadamente a outros jornais da região, a imprensa faz voz de alguns estereótipos, embora seja relevante o seu papel na chamada de atenção quando se altera a intensidade dos fluxos de deportação.
U - Há estigma hoje em dia acerca de quem vive à força entre duas terras? GR - Não diria assim, mas a diferença ainda é motivo de alguma rejeição ou pelo menos de atitudes mais ou me-nos defensivas. Mas também aqui há muito para investigar, quer nos Aço-res, quer nas sociedades de emigra-ção açoriana.
“PodemoS dizer que
Para muitoS é a identidade
Forjada no PaíS de acolHimento”
Bico doce (ii) em:
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LOJAS
Revista U
Rua da Rosa, 199700-144 Angra do Heroísmo
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DirectorMarco Bettencourt Gomes
EditoraHumberta Augusto
RedacçãoJoão Rocha, Humberta Augusto,
Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt
Design gráficoFrederica Lourenço
PaginaçãoIldeberto Brito
Colaboradores desta ediçãoAdelina Fontes, Adriana Ávila, Antonieta Costa, Dennis Clark, Carmo Rodeia, Eduarda Ferraz, Fernando Aires, Joaquim Neves, João Pires, Júlio Ávila, Madalena Caixeiro, Margarida Ataíde, Margarida Cordo, Marisa Leonardo, Nuno Pereira, Paulo Brasil Pereira, Teodoro Medeiros e Wellington Nascimento.
Contribuintenº 512 066 981nº registo 100438
Assinatura mensal: 9,00€Preço avulso: 1€ (IVA incluído)
Tiragem desta edição 1600 exemplaresMédia referente ao mês anterior: 1600 exemplares
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Novo PlANopArA AsÉtIMa arte
Depois de uma nova e muito dis-cutida lei do cinema e audiovisual, a Lei nº 55/2012 publicada no pas-sado dia 6 de Setembro, acaba de ser anunciado o novo Plano Nacio-nal de Cinema.Na lei, a referência ao plano surge no artigo 23.º com o seguinte texto: «Formação de público escolar – O Estado promove um programa de literacia para o cinema junto do público escolar para a divul-gação de obras cinematográficas de importância histórica e, em particular, das longas-metragens, curtas-metragens, documentários e filmes de animação de produção nacional».Criada pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Ministério da Ed-ucação e Ciência, a medida visa “a criação de novos públicos, a divul-gação de obras cinematográficas de importância histórica, a sensibi-lização do público para as práticas cinematográficas e, em particular, para o cinema português”. Para tal, foi apresentada publi-camente uma lista de 37 obras cinematográficas contemplando filmes nacionais e estrangeiros de géneros diversificados, distribuída pelos vários níveis de ensino do 5.º ao 12.º anos da escolaridade obrigatória.Numa primeira fase, o plano é implementado em vinte e três es-colas-piloto do país, o que permite testar e avaliar a sua aplicabilidade a contextos diversos, contando cada projecto com a coordenação de um professor, sob respons-abilidade do director da escola ou agrupamento.A coordenação do Plano a nível na-cional compete, especificamente, a Graça Lobo, professora de por-tuguês do 2.º ciclo e mestre em Gestão Cultural, aproveitando a sua experiência de, pelo menos, duas décadas, na coordenação de inicia-tivas integrando as componentes
de educação e cinema: primeiro a partir do dinâmico Cineclube de Faro (realizando projectos com es-colas locais) e mais tarde liderando o projecto “Juventude Cinema Es-cola”, desenvolvido pela Direção Regional do Algarve (desde 2004). Pelo impacto verificado a nível lo-cal, estes mesmos projectos têm merecido a atenção de investiga-dores nacionais (de universidades diversas) que apontam para o suc-esso efectivo dos mesmos na cria-ção de novos públicos, medidos não apenas a curto mas também a longo prazo – quando é possível avaliar resultados em alunos cuja escolaridade foi completada com o “suporte” de projectos extra-esco-lares como estes.Não obstante o fato de não ter sido ainda publicamente apresentado em detalhe o Plano Nacional de Cinema, o que urge acontecer para que destinatários, meios de comu-nicação e público interessado pos-sam apreciar devidamente a sua validade pedagógica (dissipando ou confirmando de modo funda-mentado potenciais dúvidas), é, à partida, de louvar a iniciativa.
TEXTO / Margarida Ataíde *
pORTUGAL
o maiS recente da liSta
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Num ensino obrigatório que ao longo de 12 anos ignora de modo crasso a formação aprofundada e abrangente em comunicação au-diovisual e novas tecnologias, resu-mindo-a à perspectiva utilitária e a competências técnicas no âmbito da disciplina TIC (tecnologias de informação e comunicação) – que invariavelmente os alunos já domi-nam no ano de escolaridade a que lhes acedem –, a possibilidade de abordagem cinematográfica pode constituir uma porta aberta ao aprofundamento e reflexão sobre a criação, a técnica, a comunicação e as formas, enfim, como através do cinema a vida se projecta. Filmes incluídos no Plano Nacional de Cinema:5.º ano“Estória do Gato e da Lua” (Portu-gal, 1995); “O Estranho Mundo de Jack” (EUA, 1993); “A Bola” (Moçambique, 2001); “Com Quase Nada” (Portugal e Cabo Verde, 2000);“Aniki-Bobó” Oliveira (Portugal, 1942) “As coisas lá de Casa” (Por-tugal, 2003). 6.º ano“O Garoto de Charlot” (EUA, 1921); “ET, o Extraterrestre” (EUA, 1982) e “Diz-me Onde Fica a Casa do Meu Amigo” (Irão, 1987).7.º anoHistória Trágica com Final Fe-liz” (Portugal, 2005); “A Noiva Cadáver” (EUA, 2005); “Saída de Pessoal Operário da Camisaria Confiança” (Portugal, 1896); “A Invenção de Hugo” (EUA, 2011); “Serenata à Chuva” (EUA, 1952) e “Shane” (EUA, 1953).8.º ano“Adeus, Pai” (Portugal, 1996) e “Eduardo, Mãos de Tesoura” (EUA, 1990). 9.º ano“Romeu e Julieta” (EUA, 1996); “A Suspeita” (Portugal, 1999); “O Barão” (Portugal, 2011) e “Outro
País” (Portugal, 1999). 10.º ano“Persépolis” (França, 2004); “A Noite” (Portugal, 1999); “Douro, Faina Fluvial” (Portugal, 1931); “Jai-me” (Portugal, 1974); “Rafa” (Por-tugal, 2012) e “Luzes da Cidade” (EUA, 1931).11.º ano“Os 400 Golpes” (França, 1959); “Senhor X” (Portugal, 2010) e“A Esquiva” (França, 2004).12.º ano“Belarmino” (Portugal, 1964); “Fado Lusitano” (Portugal, 1995); “Os Respigadores e a Respiga-dora” (França, 2000); “Viagem à Lua” (França, 1902); “O Estranho Caso de Angélica” (Portugal, 2010); “Os Salteadores” (Portugal, 1993) e “A Cortina Rasgada” (EUA, 1966).
* Grupo de Cinema do SNPC
pORTUGAL
na PerSPectiva da criança
narrativaS centradaS
Ponto de Partida Para FuturaS deScoBertaS
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LIMItes
Era difícil saltar a barreira cons-tituída por esse enorme lago azul
O nosso encontro era sempre no momento do crepúsculo. A praia estava sempre quente e húmida, coberta por aquela eterna cara-paça de desconhecido que pas-sava das terras para as almas das
gentes, limitadas pelas limitações impostas pelo vulcão, limitadas pelos preconceitos e pelas ideias que se transmitiam, eloquente-mente mudas. As avós passavam os conceitos para as mães e estas passavam-nos às filhas e estas en-goliam-nos já de má vontade mas acabavam por os passar às suas próprias filhas e os homens, ape-sar de tudo, também os iam pas-sando para outros homens iguais a si, iguais nos gestos, nos rostos, nos próprios nomes com que se chamavam, os nomes próprios, os nomes das famílias e também as alcunhas nascidas da profissão ou do sítio onde tinham nascido, pas-savam as propriedades, as sebes e o gado, os ganhos e os lucros, pas-savam o seu sonho americano aos que embarcavam.Estes levavam consigo os sonhos imprecisos dos que ficavam nas ilhas, era difícil saltar a barreira constituída por esse enorme lago azul, cujo termo alguns adivinha-vam e outros conheciam, mas mais difícil era tirar a roupa dos armários, o dizer adeus e até já.
TEXTO / Madalena Caixeiro
FOTO / Adelina Fontes
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NUNCA ACREdItEs NUM DEUS EM rUinas
Lá venho eu carregando o automóvel pela rua de São Pedro abaixo; experimen-tando as suspensões pelas pouco suportáveis tampas que já fazem parte da idiossincrasia daquela artéria; deslizando por entre os retrovisores mais afoitos dos carros mal estacionados; atento, não vá alguém mais miúdo aparecer por entre as duas filas intermináveis de veículos, até chegar perto da igreja e esta-cionar. Paro, fecho o vidro, puxo o travão de mão, apago, destranco o cinto de segurança, olho para a esquerda e lá está ele.Cara escurecida por milhares de milhões de segundos de coisas tortas na vida. Cenho carregado. Olhos de uma intensa, agónica agressividade. Olhos tremen-dos de uma espécie de ódio por tudo. E, no entanto, ao primeiro pestanejo, lento, meloso, o olhar desvanece-se em algo vencido, zombie, os gestos de uma lenti-dão sonolenta e desequilibrada adivinham algo que caminha entre o álcool e os comprimidos; aquele espaço em que a mão tem que perguntar ao cérebro para onde e a que velocidade se deve mover.Dizem-me todos, diz-me a consciência, que não lhe devo dar dinheiro. Que o devo levar ao café e dar-lhe de comer e ele não quer. E o que hei-de fazer? Como o posso salvar? Se ele comprar um maço de cigarros para mitigar, por uns minutos, a dor insuportável de viver que lhe está inerente, não o ajudei? Mais uma cerveja com o meu euro… mais uma hora para esquecer o que não se pode esquecer… Que hei-de fazer? A ele e a outras bastas centenas desta ilha. De quem é a culpa? A infância violentada, a juventude perdida, o álcool, a droga, a prisão. Parece que tudo está encadeado de tal forma que não pode ser senão assim… Quem o pode salvar? Não suporto respostas fáceis. Há poucos dias alguém, com lágrimas que inchavam os olhos, veio pedir-me aju-da, conselho, intercessão para o filho e para a nora, ambos com um curso supe-rior, ambos desempregados, ambos sem direito a subsídio de desemprego e com um filho de dois anos nos braços desamparados. Há meses à procura de empre-go. Porquê? Como? Como foi possível chegar a esse ponto? De quem é a culpa?Sempre tive receio de negócios de intermediários, que, mexendo com pouco mais do que um dedo, fazem com que um produto, demasiado barato no pro-dutor, se torne demasiado caro no consumidor. Não suporto os que jogam com dinheiro, criando e desfazendo bolsas e bolhas e lançando famílias e nações para a pobreza. Abomino aqueles que, não mexendo mais nem menos do que meia dúzia de neurónios e numas teclas, produzem falcatruas com nomes economi-camente estrangeiros (tudo isso se devia chamar “falkatruking”), conseguindo, com isso, mandar para a miséria bandos de famílias. A essa gente, a consciência devia doer como dói espetar um alfinete, entre a unha e o dedo, até à cabeça do alfinete ficar debaixo da unha. Infelizmente, essa gente não têm consciência; ou – o que é pior – diz que a tem limpa, coisa que me faz lembrar as toalhas que as senhoras põem nas casas de banho só para ornamentar, e que estão sempre limpas porque nunca são usadas.“O mundo é dos audazes”, diz-me um execrável ditado. Não! O mundo é dos “falkatrukers”, que precisam ir exactamente para o lugar que merecem.Amanhã, vou olhar para o olhar dolorosamente sonolento do trintão desgraçado, que sempre foi desgraçado, e vou sentir as picadelas da consciência por que não tenho tempo ou capacidade para o salvar. Vai continuar amanhã o calvário da minha angústia por aquele casal “vítima da conjuntura”, com a fome a berrar-lhe que lhe quer entrar pela casa dentro. Estes e muitos, muitos outros.O dinheiro sempre foi um deus muito poderoso, mas um deus sempre em ruínas. Vinga-se dos seus adoradores. O problema é que também se vinga naqueles que nunca o adoraram. Numa palavra: os inocentes estão a pagar pelos crimes dos culpados. Acho que em bem poucas épocas da história da humanidade o mundo foi tão injusto.
OpINIÃO
TEXTO / pe. José Júlio Rocha
oPodeR dotea-tRoA magia do teatro in-tensifica-se quando o bichinho começa a crescer por de trás do pano fechado de um palco. No meio de um guião, das posições, da postura, da construção de um personagem, das correcções linguísticas, aprendemos não só a fazer teatro mas tam-bém coisas que podem ser úteis para o nosso dia-a-dia.Ao lermos o guião culti-vamo-nos, ao sentirmos fazemos crescer as nos-sas emoções, ao cons-truirmos estudamos personalidades. Um processo, todo ele má-gico, no qual são poucos os que têm o privilégio de ver a magia. Aquilo que aprendo hoje interiorizo. Já não vejo uma telenovela, um filme, uma série ou uma
peça de teatro como via antes. Hoje assisto com olhos de ver tendo em conta o pouco que aprendi até hoje. Por outro lado vejo também os bastidores do filme “O quanto é difícil ser actor”. Assim tenho visto o te-atro. Contudo, fazer te-atro é uma experiência fantástica que nunca antes tinha vivido! Um área onde devemos preservar a humildade porque nunca sabemos tudo e estamos sempre a aprender com cada personagem e com os diferentes colegas de trabalho.Actualmente enfrento um desafio ao interpre-tar o Firmino (senhor bem posto, convicto daquilo que defende e sensível ao ver uma mu-lher) da peça “Marias ao Poder” do grupo de teatro Pequeno Palco de Lisboa, com ence-nação do actor Rui Luís Brás. Uma comédia, com um conjunto de temas bastante actuais: emancipação feminina e machismo; que tem por base a “Lisístrata” e a obra “Mulheres na Assembleia” de Aristó-fanes (dramaturgo gre-go; n447 a.C, m385 a.C). Num tempo em que a troika, a crise econó-mica e as medidas de austeridade invadem os nossos jornais e telejor-nais, não há nada me-lhor que assistir a este espectáculo. Muitas vezes faz-me lembrar aquilo que ve-mos no nosso, típico e
pARTIDAS
TEXTO / Nuno pereira
FOTO / João pires
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IDA
DE
único, Carnaval da Ilha Terceira onde muitas vezes retratamos re-alidades e momentos políticos que estamos a viver ou que já vivemos. Um excelente espec-táculo que pode ser le-vado à minha ilha e aos Açores em geral.Com o espectáculo po-demos rir ao mesmo tempo que bebemos um pouco de cultura. Uma cultura que hoje tem cada vez menos apoio e que enfrenta inúmeros obstáculos.
UMA COMé-DIA, COM UM CONJUNTO DE TEMAS BASTANTE ACTUAIS: EMANCIpA-çÃO FEMINI-NA E MAChIS-MO
pARTIDAS
mariaS ao Poder
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artePOrtU-gUesa desBraVaa CHina
O artista plástico português José de Gui-marães tornou-se o primeiro ocidental a expor no novo museu da histórica cidade de Suzhou, leste da China, confirmando a sua afinidade com a Ásia Oriental.Trata-se também da terceira exposição de José de Guimarães na China continen-tal em apenas uma década, com cerca de 80 obras, incluindo pinturas, instalações e maquetas das suas esculturas públicas.“Sinto uma certa afinidade com esta re-gião, que tem uma cultura muito antiga, e penso que, num futuro próximo, a arte ocidental pode ter na China uma zona de implantação muito forte”, disse o artista à agência Lusa.A exposição, intitulada “Metropolis - Ci-ties and Citizens” (Metrópolis - Cidades e Cidadãos), está patente até 21 de no-
vembro no novo Suzhou Jinji Lake Art Museum, aberto na primavera passada.“É uma grande exposição de arte por-tuguesa contemporânea”, salientou o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares, que foi convidado para a inauguração.Parte das obras expostas, entre as quais “pinturas de grande formato” (quatro por dois metros de comprimento), já foram apresentadas nas instalações do Parlamento Europeu em Bruxelas, mas o conjunto é inédito em Portugal.José Guimarães, 73 anos, formado em engenharia, iniciou a carreira na década de 1960.É um dos mais viajados artistas portu-gueses contemporâneos, com obras espalhadas por museus de 15 países, e há cinco anos fez também uma grande exposição em Pequim, no Today Art Mu-seum.O Shuzou Jinji Lake Art Museu descreve a obra de Guimarães como “uma magni-ficente osmose entre culturas” e diz que o artista segue “um método semelhante ao de um antropólogo, através do qual mergulha em diversas civilizações”.José de Guimarães concorda que o seu trabalho tem “um certo paralelismo com a pesquisa antropológica”, mas prefere identificar-se como “nómada transcultu-ral”: “A minha obra é a de um artista nó-mada, que caminha ao longo da História e da Geografia”, diz.
“nunca se escreve para si mesmo”Jean-Paul sartre
CArTooN
ÓCIOS / OpINIÃO
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No início de 2013 - hOSpITAL DA TERCEI-RA COM MEDICINA NUCLEAR
Extinção em causa - FUTURO DA CULTU-RANGRA DEBATIDO NA pRÓXIMA SEMANA
F. S.
QUEsTionÁrio
A EDA pRES-TA UM SER-VIçO ACEI-TÁVEL AOS CONSUMI-DORES?Sim 29 (16,38%)
não 148 (83,62%)
total: 177 (100%)
08 outubro 2012 / 29
ArTE POrtUgUesaArte Portuguesa é o nome da exposição inaugurada no final de Setembro no Núcleo de Santa Bárbara do Museu Carlos Machado em Ponta Delgada. No âm-
EXPosiçÃobito da comemoração do centenário da funda-ção da colecção de arte do Museu inscreve-se a exposição de arte por-tuguesa, de 1840 a 2010, estruturada nas valên-
CarlOs MaCHadO
cias do acervo da colecção, abarcando neste lato pe-ríodo temporal um total de cento e treze obras, entre escultura, pintura, desenho e fotografia, da autoria de quarenta e três artistas nacionais. A exposição divide-se em quatro secções «Canto da Maya 1890-1981»; «1840-1930 Identidades»; «1940-1960 For-ma - Signo» e «1970-2010 Código-Objeto-Espaço».
MÚSICA na biblioteca
A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo associa-se às comemorações do Dia Mundial da Música, apresentando uma mostra di-dáctica de Tratados de Teoria Musical, dirigida ao público interessado e, de forma mais particular, aos estudiosos e aos professores e estudantes de Música de Angra do Heroísmo.Nesta mostra é disponibilizado um conjunto de do-cumentos, assinados por alguns dos principais no-mes de referência nesta área: João Vaz Barradas Muito Pão e Morato, Francisco Ignácio Solano, José Maurício, Fr. Domingos de São José Varela, Rodrigo Ferreira da Costa, José Maria Martins Leoni, Antoi-ne Reicha, Luís de Freitas Branco e Tomás Borba.A selecção e as notas às obras referenciadas no catálogo são da autoria do Dr. Luís Henriques, mu-sicólogo da Unidade de Música e Musicologia da Universidade de Évora.A mostra poderá ser visitada até 15 de Outubro en-tre as 9h00 e as 19h00.
CULTURA
já é do conheci-mento de alguns que a cura para uma doença não depende apenas da medicina conven-cional, existem ou-tras vertentes tais como a Holística.Hoje temos uma oferta de compri-midos fáceis de en-golir, mas com gra-ves consequências para o organismo. os alimentos e su-plementos naturais, são apaziguados, a industria farmacêu-tica será a primeira a impor o consumo deste tipo de alter-nativa, por mero in-teresse económico. Há países que tra-balham com o po-tencial de ervas, ali-mentos funcionais para a cura e para a prevenção de doen-ças! a socialização torna-se mais fácil quando consumis-mos os alimentos que a nossa cultu-ra impinge, mas já reflectiu por exem-plo, o tamanho do sofrimento que um animal passa antes de chegar ao seu prato? nos meios de comunicação a mensagem para o consumo de leite e da carne é cons-tante, porém, vários estudos mostram que o nosso san-gue torna-se dema-siado ácido após o consumo da prote-ína animal, expe-lindo deste modo o cálcio presente nos nossos ossos, logo, isto justifica uma das razões para o aumento da oste-oporose em todo o mundo e como o corpo humano não está preparado para receber a pro-teína animal. Fique atento, a ali-mentação é a chave para a sua saúde!como “amante da Sociedade”, deixo-vos a pensar neste tema com um novo olhar!
alIMentaçãOvsINDUSTrIA
TEXTO / Marisa Leonardo
pU
BLIC
IDA
DE
BalúnTEXTO / Adriana Ávila
Unidos pela paixão pelas artes incluindo cinema, música clássica, experimental, folk entre outros os jovens Porto Riquenhos José Olivares e Angélica Negrón, atualmente fixados em Brooklyn Nova Iorque integrando também o músicos Andrés Fontanez. Em 2006 realizaram o seu primeiro álbum de originais “Something Comes our Way” pela Brilliante Records, depois do autodidatismo na produção caseira das suas músicas. Com um estilo musical que se aproxima muito do eletrónico experi-mental , este grupo utiliza um espectro muito variado de instrumentos tais como, violino, acordeão, guitarra clássica, toy piano e guitarra colombiana; A fusão entre todos estes instrumentos é assim transformada numa
MeMórIa textIl
sonoridade singular e acolhedora. O último disco de nome Memória Textil foi lançado em 2010 pela Sgulp! Discos, posteriormente no ano passado realizaram dois singles em formato digital “Camila” , “El Columpio Ase-sino” e “Adriana Calcanhotto”
aiLLEUrsA Casa Manuel Arriaga na Horta recebe a partir de 9 de Outubro a exibição “ Ailleurs” de Helena Lousinha, que ficara patente até 16 de Novembro.Esta exposição agrega pintura, fotografia e instalaçãoA mostra estará disponível para visita de terça a sexta-feira das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
INsENsÍvEIs PreMIadOO filme “Insensíveis”, de Juan Carlos Medina, uma copro-dução luso-franco-espanhola, recebeu o Meliés de Prata para o Melhor Filme Fantástico Europeu, no Festival de Cinema de Estrasburgo. “Insensíveis” é a primeira longa-metragem de Juan Carlos Medina, com guião de Luiso Berdejo e coprodução da Fado Filmes com Les Films d’Antoine e Tobina Film (França), Roxbury Pictures, A Contracorriente Films e a colaboração da Televisão da Catalunha. O filme estrear-se-á nos cinemas portugue-ses no primeiro trimestre do próximo ano.
a caiXa de amYA editora Universal Music editou uma caixa com os três álbuns de Amy Winehouse, falecida em Julho do ano passado. A caixa inclui “Frank”, editado pela Island Records em 2003, que valeu à intérprete um disco de platina. O segundo álbum é o muito aplau-dido pela crítica “Back to Black”, que inclui temas como “Me & Mr. Jones” ou “Rehab”. Finalmente, o terceiro álbum, editado já depois da sua morte, in-clui o dueto com Tony Bennett, “Body and soul”.
CULTURA
08 outubro 2012 / 31
O CãO de KOONs
Um cachorro formado por flores, me-dindo 16 metros de altura, construído num jardim de um palácio. È o mais famoso trabalho de Jeff Kons, feito em protesto por não ter participado da Documenta de Kassel, em 1992, na Alemanha, comparando a cidade à Disneylandia. Actualmente a “escultura” está no Museu Gugge-nheim de Bilbao.
CUrTAS naCIOnaIsA rubrica “Amostra-me Cinema Português” deste mês apresenta não um mas duas “curtas” de Cláu-dia Varejão – ‘Um dia frio’ e ‘Luz da manhã’.
10 DE oUTUBro
A sessão dupla tem lu-gar no dia 10 de Outu-bro pelas 21h no Centro Cultural de Congressos de Angra do Heroísmo.Estes dois filmes fa-zem parte de uma tri-logia de curtas onde a realizadora se debruça
sobre o tema dos (des)encontros familiares e como a tentativa de compreender as forças “ocultas” da vida quotidiana é uma tarefa demasiado violenta e inútil.
a caPellaa igreja de nossa Senhora da Guia em angra do He-roísmo recebe a 12 de outubro, pelas 21h30, um concer-to do grupo “ca-pella duriensis”.dirigido por jona-than ayerst, du-rante o espectá-culo, integrado na direcção tempora-da de música dos açores, serão in-terpretados temas de j. tavener, i. Stravinski, j. alain, a. Gretchaninoff, B. Bartók, K. Pendere-cki e G. ligeti.os capella durien-sis são um ensem-ble vocal especia-lizado em música a cappella.
ClÁUdIa VareJãO
OpINIÃO / AGENDA
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Local: Sociedade Musical Recreio da Terra ChãDia: 17 de Junho de 2010Hora: 21H00
GRUPO DE TEATRO DA SOCIEDADE MUSICAL RECREIO DA TERRA-CHÃ
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M A R Ç OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 31 —D 4 11 18 25 — —
A B R I LS — 2 9 16 23 30T — 3 10 17 24 —Q — 4 11 18 F —Q — 5 12 19 26 —S — F 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —D 1 P 15 22 29 —
M A I OS — 7 14 21 R —T F 8 15 22 29 —Q 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 31 —S 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —D 6 13 20 27 — —
J U N H OS — 4 11 18 25 —T — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —Q — F 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —D 3 F 17 24 — —
J U L H OS — 2 9 16 23 30T — 3 10 17 24 31Q — 4 11 18 25 —Q — 5 12 19 26 —S — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —D 1 8 15 22 29 —
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S E T E M B R OS — 3 10 17 24 —T — 4 11 18 25 —Q — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —D 2 9 16 23 30 —
O U T U B R OS 1 8 15 22 29 —T 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 31 —Q 4 11 18 25 — —S F 12 19 26 — —S 6 13 20 27 — —D 7 14 21 28 — —
N O V E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q F 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 — —D 4 11 18 25 — —
D E Z E M B R OS — 3 10 17 24 31T — 4 11 18 N —Q — 5 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —S F F 15 22 29 —D 2 9 16 23 30 —
J A N E I R OS — 2 9 16 23 30T — 3 10 17 24 31Q — 4 11 18 25 —Q — 5 12 19 26 —S — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —D F 8 15 22 29 —
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A UNIÃODirector: Marco de Bettencourt Gomes • Ano 119 • Jornal Diário • nº 34.837 • Preço (IVA incluído): 0,60€
Sábado, 1 de Setembro de 2012
JOVENS DA TERCEIRA
PROMOVEM REGIÃO
Na Turquia | pág. 04
DIABÉTICOS TROCAM
EXPERIÊNCIA
Semana Educativa | pág. 05
RIAC ACEDE A DADOS
CONFIDENCIAIS
Médicos preocupados | pág. 07
AÇORES LABORATÓRIO
DE BIODIVERSIDADE pág. 03
XV Congresso Ibérico de Entomologia
O Governo iniciou ontem o pagamento antecipado
de ajudas agro-ambientais aos agricultores, no valor
de 13,7 milhões de euros, anunciou a ministra da
Agricultura, Assunção Cristas, durante uma visita
às ilhas do Faial e do Pico, nos Açores.
Assunção Cristas, que se deslocou ao arquipélago na
qualidade de vice-presidente do CDS-PP, afirmou
à Lusa que se trata de um “esforço de antecipação”
dos apoios destinados ao sector agrícola, no âmbito
das medidas agro-ambientais e de compensação
pelas intempéries que o executivo decidiu pagar
mais cedo.
GOVERNO ANUNCIA PAGAMENTO ANTECIPADO DE AJUDAS AGRO-AMBIENTAIS
pág. 06
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Em São Mateus Pag|05
Pesca também para as mulheres
Diminuição de 15% Pag|03
Director: Pe. Manuel Carlos • Sábado - 04 Dezembro 2010 • Ano: 118 • Jornal Diário • N.º 34.321 • Preço (Iva incluído): 0,50¤Aos funcionários públicos Pag|04
Apoios sem custos para o Estado O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, assegurou on-O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, assegurou on-tem que a medida de apoio aos funcionários públicos aprovada pelo parlamento regional “não custa um cêntimo ao Estado ou aos cidadãos de qualquer região do país”. “Trata-se de uma questão de opções e prioridades”, afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas em Vila Franca do Campo.
Câmara de Angra investe 20 milhões de euros em 2011.
A Associação das Mulheres de Pescadores e Armadores da Ilha Terceira, localizada na freguesia de São Mateus, concelho de Angra do Heroísmo, faz balanço positivo de quase três anos desde o início da sua actividade. Segundo a res-ponsável, Maria Glória Brasil, a instituição, que apostou forte-mente na formação e informação de várias temática direccionadas para as mulheres de pescadores, prepara-se agora para desenvolver um projecto na pesca-turismo.
opuniãoD. António Marcelino pag|09
José do Cantoem livro
INVESTIGAÇÃO pag|02
> Considerado um visioná-rio da economia açoriana do século XIX, a vida e história de José do Canto acabam de ser compilados em livro, num trabalho da investigação inédito de Maria Filomena Mónica. A apresentação da obra decorre em três ilhas dos Açores. Hoje, é a vez da Terceira.
Autocarrosmais ecológicos
NO ARQUIPÉLAGO pag|07
> A renovação da frota de autocarros nos Aço-res iniciada em 2001 já permitiu “baixar para seis vezes menos a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera” dos veículos que asseguram o transpor-te colectivo de passageiros no arquipélago.
Suplemento
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DesfilesTouradasConcertosFesta Fotos: Fotaçor
Todas as informações
referentes às Danças
e os Bailinhos de Carn
aval foram disponibiliz
adas pelos seus elem
entos, os quais salvag
uardaram, porém, a e
xistência de alteraçõe
s de última hora.
Director: Pe. Manuel Carlos 2010
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FOTOS: JOÃO COSTA
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Junta de Freguesia de São Mateus da Calheta
Boletim Informativo
Director: José Gaspar Rosa de LimaAno XVI – Nº 50
O NegritoO Negrito Distribuição GratuitaJaneiro a Junho 2010
1
Tipo Local Datas
Touradasnão tradicionais
Canada do Capitão-Mor 10 Julho
Canada do Capitão-Mor 11 Julho
Bravio 28 Agosto
Bravio 29 Agosto
Bezerrada
Canada do Capitão-Mor 1 Maio
Largo da Igreja 22 Maio
Cantinho 3 Junho
Terreiro 5 Junho
Terra do Pão 6 Junho
Biscoitinho 7 Agosto
TouradasTradicionais
Terreiro 26 Maio
Terra Alta 1 Junho
Terreiro 2 Junho
Porto 13 Agosto
Porto 14 Agosto
Vacada em cerrado Cantinho 31 Maio
Touradas 2010
Até ao princípio do mês de Junho, estão previstas cerca de 17
touradas à corda, em São Mateus. Fique com um resumo das
que estão já programadas para poder acompanhá-las.
Aprovado novo
regulamento de Taxas
A junta de Freguesia apro-vou o novo regulamento de taxas cobradas pela autarquia pelos serviços prestados à co-munidades no inicio de 2010. São taxas cobradas por serviços administrativos, regis-tro de animais, cemitério, casa mortuária, campo de jogos e outros serviços. Assim, a taxa cobrada pela emissão de atestados, certi-dões e declarações é de um euro e a taxa sobre a certifica-
ção de fotocópias é de três euros. A taxa devida pelo re-gisto de cães e gatos varia en-tre os 0.90 e os 14.40 euros.Os custos dos serviços do cemitério variam entre os cin-co euros e os três mil euros. Quanto à casa mortuária, a taxa devida sobre o seu uso éde 25 euros. Por fim, o uso do campo de jogos varia entre os 10 e os 45 euros, mediante apresentação de uma caução no valor de 250 euros.
Telenovela gravada em
São Mateus
O Porto de São Mateus e o espaço da Quinta do Martelo foram palco, no passado mês de Fevereiro, das gravações da mais recente telenovela do canal TVI, Mar de Paixão. Também foram realizadas gra-
vações no centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo.A telenovela, estreada em Março, recorreu a cinco acto-res locais e a 65 figurantes da ilha. A protagonista da histó-ria, Paula Lobo Antunes, con-tracena com actores como José Carlos Pereira, Rogério Samora e Delfina Cruz.o local foi escolhido para recriar uma aldeia piscatória, dando o mote à história da protagonista, uma pescadora
que luta contra uma doença car-díaca terminal e que aguarda por um novo coração. Ângelo Meneses, Eduarda Bor-ba, Francisco Sales, Graça Drum-mond e Judite Parreira foram os actores terceirenses selecciona-dos para contracenar com alguns dos principais protagonistas.Foram recrutados 65 figuran-tes para preencher o quadro piscatório, sendo a maioria com-posta por habitantes da fregue-sia.
Meia Maratona
dos Bravos
No primeiro de Maio a estrada entre a Serreta e São Mateus voltou a encher-se de corajosos corredores e andari-lhos, na vigésima edição da Meia Maratona dos Bravos.Com meta no campo de jo-gos, os quase 21 quilómetros foram galgados por 39 atletas. Paulo Marques e Ângela Arru-da foram os grandes vencedo-res do evento, organizado com a colaboração do Grupo Baile da Canção Regional Terceiren-se. Paralelamente, participa-ram 31 concorrentes na déci-ma edição da caminhada, num total de 70 atletas a cruzar a meta do campo de jogos .
Fotografia: a união
São Mateus,
uma freguesia limpa
A Junta de Freguesia tem vindo a cumprir um trabalho persistente para tornar São Ma-teus numa freguesia conotada com a limpeza e com o asseio. Para isso têm contribuído, ao longo do tempo, o protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de angra do Heroís-mo para a limpeza diária da fre-guesia.Além disso, o serviço que a junta presta na recolha de resíduos sólidos tem-se provado útil à população e decisiva para eliminar a imagem de sucatas e monstros à beira da estrada. Em 2009, foram transportadas cerca de 10 toneladas de resí-duos sólidos e detritos para o Aterro Sanitário de Angra do Heroísmo, num esforço exclu-sivo da junta de freguesia já que este serviço não é protocolado com nenhuma entidade. Mais recentemente, o brio no trabalho feito e nos esforços constantes de limpeza levaram a que a Junta inscrevesse a fre-
guesia no concurso promovido pela Direcção Regional do Ambi-ente, o Eco-Freguesias.Depende, também, de todos nós mantermos e melhorarmos o trabalho feito. É com o esforço de todos que conseguiremos alcan-çar este galardão, cuja importân-cia está relacionada, acima de tudo, com o melhor prémio de todos: termos uma freguesia verdadeiramente limpa. No passado dia 20 de Março, a associação ambiental Gê-Questalevou a cabo uma limpeza da orla marítima integrada na iniciativa nacional Limpar Portugal. A Gê-Questa trabalhou em parceria com o Agrupamento de Escutei-ros Marítimos 497, com os Esco-teiros de Portugal, com a Junta de Freguesia e com a empresa Floriazoris, mostrando que de-pende de cada um de nós a limpeza da freguesia. Fazer separação de lixos em casa; denunciar lixeiras ilegais em baldios... Vamos tornar São Ma-teus numa Eco-Freguesia!
EDITORIAL No dia 6 de Setembro a Freguesia da Terra Chã vai comemorar os 183 anos em que foi elevada a
freguesia independente. Para assinalar este evento vão decorrer, pela 18.ª vez, as comemorações do Dia da Freguesia que
acontecem, como já é tradicional, no primeiro domingo de Setembro, dia 7. Como também é habitual, marcamos esta data com a apresentação das obras que efectuamos nos dois
miradouros das Veredas: o antigo miradouro do Alto das Lages e o novo miradouro com vista para
nascente. Para além destes melhoramentos temos vindo a trabalhar para que importantes projectos arranquem ainda
neste ano. Estamos a referirmo-nos à necessária e urgente obra de requalificação do nosso Bairro Social, da
responsabilidade do Governo Regional e da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Na verdade, a situação de degradação em que se encontra a maior parte das habitações, a necessidade de
se construírem habitações adequadas aos actuais agregados familiares, a necessidade da renovação de
rede de águas e de esgotos, a necessidade de dotar todas as habitações de ruas e espaços de
estacionamento apropriados, a necessidade de modificar o local central do bairro, dotando-o de um espaço
mais amplo com equipamentos sociais que promovam o seu desenvolvimento, levou-nos a considerar este
investimento como 1.ª prioridade a realizar na Freguesia.
O projecto do Parque Tecnológico da Terceira é outro investimento do Governo Regional em que nos
temos empenhado para ser implementado na Terra Chã, nos terrenos da Universidade. Trata-se, com
efeito, de uma iniciativa de grande relevo para a freguesia que já se encontra em elaboração, abrangendo
entidades públicas e privadas de âmbito local e regional com intervenção nas áreas das novas tecnologias.
Também importante para a nossa freguesia será a obra de requalificação do Largo de Belém (Largo da
Igreja) obra que terá o seu início ainda no corrente ano, estando o seu projecto a ser elaborado por uma
equipa técnica. É desta forma que sempre temos trabalhado para o progresso e bem estar da Freguesia da Terra Chã,
cumprindo assim os compromissos que assumimos para com a freguesia.
5 e 6 de Setembro de 2010BOLETIM Nº 24
NOVO ELENCO AUTÁRQUICO
A Junta de Freguesia da Terra Chã, elegeu nas últimas eleições autárquicas, novo elenco, que foi eleito pelo Partido Social Demo-crata – várias foram as peripécias à volta desta tomada de posse (mas após algum tempo desnecessariamente perdido, a tomada de posse tornou-se efectiva).
O elenco autárquico ficou assim distribuído:
Presidente: Rómulo Ficher CorreiaSecretária: Sandra Maria Viegas BorgesTesoureiro: Bruno Miguel Ferreira Fagundes
Assembleia de Freguesia:
Presidente: Jorge António Ávila da Silva1º Secretário: Paulo Manuel Correia da Silva2º Secretário: Durval Henrique Melo FestaVogais: Elvino de Reis Leonardo Lourenço; Francisco Severino Matos Bettencourt; José Luís dos Santos Bertão; Elsa Maria da Rocha Freitas, Ulisses Fernando Linhares Rosa; Paulo Sérgio Corvelo Soares.
Órgãos AutárquicosEDITORIAL185 anos da freguesiada Terra Chã
Caros cidadãos, mais um aniversário da freguesia da Terra Chã, se aproxima. Este ano num formato que alberga dois dias festivos, novidade que se pretende manter, sendo uma aposta do programa eleitoral do Partido Social Democrata.O início deste mandato não foi fácil, tomado o pulso à vida da autar-quia, verificou-se que parte da obra de requalificação do Largo da Igreja estava por pagar, situação que veio condicionar o normal andamento da Junta Tivemos nós que abdicar de alguns dos projectos que nos propunhamos para pagar o montante que estava em dívida. Uma situação que é desagradável porque o dinheiro que seria para utilizar nos projectos do nosso progra-ma eleitoral, tiveram que ser adiados, foi usado para saldar o montante em dívida das obras de requalificação do Largo da Igreja.A novidade nesta comemoração dos 185 anos de existência como freguesia, é o facto de ser festejado em dois dias. Pretende-se assim dar maior intensidade e importância que deve ter este dia na freguesia e para os seus habitantes.No dia 5 de Setembro, a aposta é feita com um programa intenso e variado, que decorrerá por inteiro na Quinta da Fonte Faneca, ou tendo pelo menos como ponto de partida e chegada esse mesmo local.O programa contempla variadíssimas componentes, tentando abranger o maior número de preferências da população da Terra Chã.No dia 6 de Setembro, a festa será concentrada no Largo da Igreja, com animação musical, o indispensável bolo de aniversário e uma surpresa no final.O Dia da Freguesia, reúne grande número da população desta localidade, sendo de realçar o almoço de confraterni-zação que a Junta irá servir, sendo sempre de saudar as várias famílias que levam o seu “farnel” e se juntam naquele agradável espaço, convivendo e desfrutando de toda a ambiência de um local que é por exce-lência promotor de bem estar e saudável convívio.Aproveitamos para convidar toda a população a comparecer na Quinta da Fonte Faneca e no dia seguinte no Largo da Igreja, aproveitando para um usufruir de um saudável convívio.
Algumas reclamações têm chegado à Junta em relação à limpeza na zona da calçada da Fonte Faneca até aos Miradouros, deixamos aqui a nota de que a limpeza nessa zona é da responsabilidade da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
União Gráfica AngrenseCONTRIBUINTE N.º 999 999 999Rua da Rosa, 19 • 9700 Angra do HeroísmoTelefone: 295 214 275 • Fax: 295 214 030
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Isento de IVA - Alínea f) do nº 5 do Artº 36º do CIVA
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Hora ________ h ________
Recebido por ______________________________
Entregue por ______________________________
Matrícula _________ – _________ – _________ O Condutor ____________________________
U. G. A. • Contribuinte nº 512 066 981 • Rua da Rosa, 19 • Angra do Heroísmo • Aut. Minist. 2-3-88 • 1 bl. c/ 50x3 ex. • 6-2011 Os bens/serviços foram colocados à disposição do cliente nesta data
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