Revista Plantar

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Revista Plantar - 54 - A Vanguarda da tecnologia nacional

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A parceria Stara e Querência Máquinas disponibiliza o novo lançamento Hércules 3.8 na

Tecnoshow 2012

www.revistaplantar.com.br

O Boom do milho

Seguro rural

O milho está realmente valendo a pena

Um dos mais importantes instrumentos de política

agrícola

A Vanguarda da

Hécules 3.8 super lançamento da Stara e Querência Máquinas

tecnologia nacional

BananaA banana é fonte de alimento desenvolvida principalmente

nas regiões tropicais

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[email protected]

Edição 53 - Revista Plantar - Ano 2012Uma publicação da Monte Rio Editora

CNPJ: 02.673.050/0001-65

Publicação:

EditorDivino Onaldo [email protected]

Diretora Administrativa e FinanceiraEdiene de Souza [email protected]

Diretor Comercial - GoiásAlaor Braz Vieira dos [email protected]

Diretor Comercial - Distrito FederalRegis Tadeu dos [email protected]

Jornalista ResponsávelSimone Silva - MTb 10882/MG

Estagiárias Lidiane Guimarães

Projeto GráficoRuan Cavalcante

Editora de TextoMara Costa

Editoração EletrônicaDigital ArtDepartamento de Arte Joaquim Dias da Costa Neto [email protected]

FotografiaVolnei Mendonça

CTP e ImpressãoGráfica Renascer

Endereços para correspondênciaGOIÁSRua Nizo Jaime de Gusmão, nº 1200, Praça 5 de Agosto - CentroRio Verde - Goiás - CEP: 75.901-140Tel.: (64) 3623-2818E-mail: [email protected]ório São Paulo Avenida Lino de Almeida Pires, nº 282 Vila Guarani - São Paulo - SP - CEP: 04317-180 Telefone: 11 4102-3480 Email: [email protected] Escritório Brasília SRES Quadra 4, Bloco X, Lote 56 – Cruzeiro VelhoBrasília – DF – CEP 70.648-243Tel. (61) 3233-8230

Distribuição:

Nacional Dirigida: Governos dos Estados do Brasil - Prefeituras - Associações - Federações - ONG`s - Bureau de Aeroportos - Embaixadas - Setor Produtivo Comercial e Industrial .

Distribuição Nacional Saturada: Produtores Rurais, Engenheiros Agrônomos, Veterinários, Cooperativas, Sindicatos Rurais, Universidades, Órgãos Públicos Municipais, Estaduais e Federais.

A Revista Plantar não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos seus encartes publicitários, anúncios, artigos assinados, informes publicitários ou por nossos colaboradores, não tendo ne-nhum vínculo empregatício com os mesmos.

Lays Almeida

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Exportador ficará isento do IOF sobre empréstimos

Código Florestal terá que ser revisto em cinco anos

Rotação de cultura de cana com soja é feita em Rio Verde

As empresas exportadoras terão isenção da cobrança de 6% de Impos-to sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos, com vencimentos de até cinco anos, tomados no exterior. O Ministério da Fazenda decidiu ajus-tar a medida para não prejudicar as empresas exportadoras que recorrem ao crédito externo para alavancar suas operações domésticas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que uma alteração será necessária porque o objetivo do governo é conter a en-trada de capital especulativo no País, impedindo uma valorização ainda maior do real frente ao dólar, e não atrapalhar os exportadores. Segundo o ministro, normalmente o governo es-colhe uma medida para resolver um problema e depois precisa fazer apri-moramentos. “Às vezes, o remédio tem efeito colateral. Mas vamos tirar isso fora”, disse Mantega. “É difícil separar o joio do trigo”, acrescentou.

De acordo com o presidente da Embra-pa, Pedro Arraes o novo texto do Código Florestal representa um avanço sobre o tema e precisa ser aprovado, mas está prejudicado por questões políticas e ide-ológicas. Pedro acredita que, ainda que o Legislativo chegue a um consenso, o texto terá que ser revisto em cinco anos. Além das regras que podem ficar comprome-tidas pela incapacidade de fiscalização de todo o território nacional, Arraes tam-bém alerta sobre as diversas realidades produtivas que existem no país. Em sua opinião, é difícil construir uma legislação nacional para uma questão que guarda tantas especificidades. A diversidade de biomas também foi apontada por Pedro

A rotação de cultura entre cana-de-açúcar e soja como forma de aumentar a produtivi-dade já está sendo utilizada na cidade de Rio Verde. Em experiência inédita na região, o produtor Bruno Selaysin, fornecedor de cana para a unidade de Jataí da Raízen, iniciou, em dezembro de 2011, o plantio de soja no mesmo local ocupado anteriormente pela cana. A área experimental da nova cultura é de 40 hectares e já registra bons resultados. “Com o término do ciclo da cana, optei por testar o plantio de soja por cima da palhada, sem utilizar a queimada como recurso”, conta Bruno Selaysin. Segundo o produtor, o plantio

Arraes como uma dificuldade no cálculo exato e nacional do que seria o estoque de florestas suficiente para garantir uma agricultura sustentável.

direto da soja foi fundamental para o bom cres-cimento da leguminosa.

De acordo com João Saccomano, gerente de pólo agrícola da Raízen, a alternância entre leguminosas e gramíneas é altamente reco-mendável para repor as condições de fertilida-de do solo. “A rotação de culturas também é fundamental para quebrar o ciclo de pragas e doenças de cada cultura”, explica Saccomano. O uso da soja ainda traz vantagens diretas para as próximas safras de cana-de-açúcar, como a fixação de nitrogênio e a incorporação de matéria orgânica, o que reduz a aplicação de fertilizantes nos plantios futuros.

Atualidades

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Exportações mineiras de carne suína aumentam 84%

Cientistas argentinos criam batata transgênica resistente a vírus

Apesar da crise mundial, as exporta-ções mineiras de carne suína continuam em expansão. As vendas do produto no primeiro bimestre de 2012 possibilita-ram uma receita da ordem de US$ 11,5 milhões, cifra 84% superior à registrada em idêntico período do ano passado. No Brasil, as exportações da suinocultura movimentaram US$ 190,8 milhões, re-

gistrando uma retração de 0,2% no pe-ríodo. Para o superintendente de Política e Economia Agrícola, João Ricardo Alba-nez, a suinocultura foi beneficiada pela forte valorização das commodities nos maiores mercados de destino dos pro-dutos mineiros em 2011; agora, o setor começa a obter resultados com as vendas para a China.

A batata é o quarto alimento mais cul-tivado do mundo, com produção anual de 300 milhões de toneladas. Entretan-to, as lavouras sofrem com infecções virais que ocasionam perdas econô-micas e de produtividade. Em alguns casos as perdas podem chegar a 80% da plantação. Um grupo de cientistas liderados pelo Dr. Fernando Bravo, criou plantas GM resistentes ao PVY e já realizou ensaios em várias regiões da

Argentina. Foram usadas 2000 plantas de duas linhagens GM, durante 6 anos. Os resultados foram satisfatórios, com todas as plantas geneticamente modi-ficadas (GM) sem infecção, enquanto entre as plantas não transgênicas a taxa de infecção foi de até 80%. No que diz respeito à segurança alimentar, a con-clusão foi que as batatas GM e as con-vencionais são idênticas, agronômica e bioquimicamente.

MG renova 39% das lavouras de café

A área de cafezais em formação aumen-tou 26% no último ano no Brasil. Estimu-lados pelos preços remuneradores do grão produtores têm aberto novas áreas ou reno-vado lavouras antigas. Em sua primeira es-timativa para a safra 2012, divulgada em janeiro, a Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab) estimou a área em formação em 279.082 hectares, ante 221.681 em 2011. Minas Gerais puxa esse aumento, com 189.613 hectares em formação (68% do total), um aumento de 39%. No total, o Brasil tem 2,351 milhões de hectares em produção. Comparado à área em formação em 2010, quando se iniciou o ciclo de alta dos preços do café, o aumento previsto em 2012 é de 30% no País e 44% em Minas.

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“ O agricultor que gostar de determinada tecnologia, terá condições de investir, iremos

trabalhar com juros baixos e prazos mais longos.” ----------------------------------------------------------------------------------------------

Produtor de soja e milho, natural de Aramina, in-terior do Estado de São Paulo, Antonio Chavaglia iniciou suas atividades cooperativistas em 1974, no Estado de Goiás. Em 1975, juntamente com um grupo de produtores rurais, fundou a Coope-rativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Su-doeste Goiano. Nesta en-trevista concedida a Re-vista Plantar, Chavaglia fala sobre a organização, expectativa, e novida-des da Tecnoshow Co-migo 2012, em Rio Ver-de, que ocorre nos dias 9,10,11,12 e 13 de abril

Revista Plantar > Quanto tempo a Comigo gasta para organizar a Tecnoshow?

Chavaglia > Trabalhamos em prol da feira durante todo o ano. Em média, 200 pes-soas trabalhando na organização, princi-palmente 60 dias antes do evento. É feito também um trabalho com os empresários, e a maioria já deixam seus espaços reser-vados. Quando acontece um aumento de expositores, ampliamos o espaço da feira, nessa edição tivemos que aumentar o ta-manho da Tecnoshow, será mais de 400 expositores, ano passado a feira teve 45 hectares, e agora está com 55 hectares.

RP>A Comigo irá liberar linhas de crédito para o produtor investir em tecnologia?

Chavaglia > Sim, esperamos ultrapassar a margem de 500 milhões em negócios. O sistema financeiro estará todo presen-te, com linhas de crédito para o peque-no, médio e grande produtor. O agricultor que gostar de determinada tecnologia, terá condições de investir, iremos trabalhar com juros baixos e prazos mais longos. É importante que o produtor analise as li-nhas que estarão disponíveis, e se ele tem necessidade de comprar uma máquina ou um animal para melhorar sua produtivi-dade, caso a resposta seja sim, terá uma linha de crédito a disposição dele. O mo-

mento é bom e os preços estão firmes para o homem do campo.

RP>A comigo representa os produtores rurais, a cooperativa vai aproveitar essa oportunidade para fazer alguma queixa aos políticos presentes?

Chavaglia > O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho e o governador Mar-coni Perillo já confirmaram a presença. Além deles, deputados e senadores tam-bém estarão aqui para mostrar a importân-cia da nossa região no cenário econômico mundial. Nas palestras que serão minis-tradas, teremos pessoas para comentar o momento político.

RP>Qual a importância da feira para o desenvolvimento da cidade?

Chavaglia > A feira não tira dinheiro da sociedade e leva embora, o dinheiro fica aqui na cidade. A Tecnoshow gera apro-ximadamente cinco mil empregos, a mo-vimentação nos hotéis e restaurantes é muito grande. Além disso, a Tecnoshow traz uma divulgação imensa para nossa cidade e nosso potencial econômico. A grande maioria das empresas expositoras terá algo novo para mostrar, inúmeros lan-çamentos estão previstos. Espero que o produtor busque saciar seus anseios.

Antonio Chavaglia

Texto: Lidiane Guimarães Foto:Lorena Leão

ENTREVISTA

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A Querência Máquinas é uma empresa que atua na prestação de serviços do ramo agrícola desde sua inauguração no dia 15 de março de 2009. Com planejamento e uma atuação impecável, os proprietários: Cleber de Araújo Massing, Denis Stochero Antunes e Gilmar Albino Geib fazem os melhores negócios para os produtores rurais.

Repleta de tecnologia, comprovada pelo portfólio de produtos inovadores, a Querência apresenta-se no mercado como uma empresa dinâmica que se antecipa as necessidades dos agricultores, geran-do tecnologia voltada para o aumento da produti-vidade e do lucro. Juntamente com três grandes

PARCERIA CONSOLIDADA

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A definição correta para o trabalho que a Quêrencia Máquinas de Rio Verde e a Stara fazem juntas é justamente esta parceria consolidada.O objetivo final é a

completa satisfação dos clientes.parceiros: Stara, Kuhn e Sollus, a empresa tra-balha com vendas de máquinas agrícolas novas e usadas, com assistência técnica na região e venda de peças em todo Centro-Oeste.

Composta por 21 colaboradores, a Querência diponibiliza máquinas e equipamentos com alto desempenho, para que os investimentos sejam otimizados para que os trabalhos sejam feitos na hora certa. Além disso, os clientes da Querência contam com amplo estoque de peças, eficiência e rapidez no pós-venda, atendimento personali-zado e consultores de vendas preparados.

CAPA

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“A Querência Máquinas é uma empresa com estrutura financeira saudável, trabalha com recursos próprios e por isso consegue fazer os melhores negócios. Buscado dar condições para os clientes, viabilizando sua máquina usada, no novo negócio. Graças a sua credibilidade junto aos bancos e indústrias sempre conseguiu os melhores preços e as melhores formas de pagamento para os agricultores. A empresa vem conseguindo grandes faturamentos superando sua própria expectativas, recentemente tornou-se uma das maiores reven-das Stara do Brasil. Ao longo desses três anos viabilizou conseguiu viabilizar tecnologia no campo”.

Cleber de Araújo Massing

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A Querência Máquinas tem investido permanentemente na qualificação dos seus colaboradores, assim como, na contratação de novos profissionais, fa-zendo de sua equipe uma das mais bem preparadas do interior de Goiás.

EquipeQuerência Máquinas

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Gilmar Albino Geib Denis Stochero Antunes

Equipe VitoriosaDiretores e colaboradores da Querência Máquinas

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------------------------------------------ Hércules 3.8

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Imperador 3100O Imperador 3100 é o primeiro pulverizador autopropelido do MUNDO com barras centrais, que garante maior estabilidade para a pulverização em condições atípi-cas. A grande estabilidade das barras centrais possibilita realizar aplicações em até 32km/h.

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O super lançamento da Stara.

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O período ideal para o plantio do trigo irri-gado no Cerrado do Brasil Central (Minas Gerais, Goiás, oeste da Bahia, Distrito Fe-deral e Mato Grosso) tem início em abril. Nos plantios realizados de 11 de abril a 31 de maio, a cultura atinge seus melho-res resultados. A recomendação é feita pelo pesquisador Julio Cesar Albrecht, da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), uni-dade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa).

As cultivares de trigo da Embrapa indica-das para o plantio irrigado no Cerrado são BRS 254, BRS 264, Embrapa 22 e Em-brapa 42. Estas cultivares são plantadas em aproximadamente 90% da área culti-vada com trigo irrigado no Brasil Central. Devem ser plantadas em áreas com alti-tudes superiores a 500 metros, em fun-ção principalmente das temperaturas e da umidade no ar.

A BRS 264 classificada como trigo Pão, de ciclo precoce, em torno de 110 dias da emergência a colheita, enquanto as ou-tras cultivares têm um ciclo em torno de 120 dias. A cultivar tem potencial para produzir em torno de 130 sacos por hec-tare. Em Minas Gerais e Goiás já se obser-vou lavouras, irrigadas com pivô central, com produtividades de aproximadamente 127 sacos por hectare. A cultivar BRS 254 classificada como trigo Melhorador tem potencial para produzir em torno de 115 sacos por hectare. A Embrapa 22 e Embrapa 42 classificadas como trigo Me-lhorador têm potencial em torno de 105 sacos por hectare.

Segundo o pesquisador, nas lavouras plan-tadas entre o dia primeiro e 20 de maio têm se observado os maiores rendimentos de grãos. Se o triticultor plantar nos pri-meiros dez dias da época indicada (do dia 11 até 20 de abril) é maior o risco da in-cidência de doenças causadas por fungos,

principalmente a brusone. “O agricultor terá que monitorar a lavoura diariamente e antecipar as aplicações preventivas com fungicidas recomendados conforme as in-dicações da Comissão Brasileira de Pes-quisa de Trigo e Triticale”, alerta Albrecht.

Deixar o plantio para o final da época indi-cada (do dia 20 até 31 de maio) corre-se o risco da ocorrência de chuvas no período de maturação final dos grãos e da colheita, o que prejudicaria a qualidade industrial dos grãos e a produtividade. Caso seja ne-cessário fazer o plantio tardio, a sugestão é plantar cultivares com grãos mais duros, como a BRS 254, Embrapa 22 e Embrapa 42. A cultivar BRS 264 tem como carac-terística um grão menos duro que as cul-tivares citadas anteriormente, por isso não tolera chuvas no período de maturação final dos grãos e da colheita. A BRS 264 deverá ser plantada até, no máximo, dia 15 de maio, o que diminui a possibilidade de chuvas na colheita.

Trigo começou a ser plantado no cerrado em abril

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AGRICULTURA

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Ao que tudo indica, o culti-vo do milho está realmente valendo a pena. Produtores estão aumentando a área do plantio, vendendo antecipa-damente, a fim de aproveitar

o bom preço do grão. “Pela primeira vez vende-se uma safra brasileira, antes de começar o plantio da safra americana. A comercialização sempre acontecia no se-gundo semestre, os produtores brasileiros estão vendendo antecipadamente a 2º sa-fra para comprar seus insumos.”, afirmou o presidente da Cooperativa Agroindus-trial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano, Antônio Chavaglia. A área cultivada também está surpreen-dendo. Segundo a Conab, a produção do milho safrinha, em Goiás, deve crescer 5,7% em relação ao ano passado. Para o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a área do plantio, que já era recorde, continuou aumentando durante o plantio do cereal e atingiu 2,42 milhões de hectares, 38,4% superior à da safra 2010/11. Segundo o instituto, esse aumento se deu, primeiramente, pelo mer-cado, que se mantém elevado desde o final da 2ª safra passada, confirmado pelos pre-ços acima dos R$ 20,00/sc ofertados no mercado spot, e também pela quebra da safra do Sul, que animou o produtor a bus-car suprir a possível ausência de soja sulista.

“Os produtores estão apostando em maio-res áreas plantados para atender a deman-da, contando com um faturamento alto, já que a viabilidade é clara. Além disso, é notório o aumento de interesse por parte da china no Brasil, tendo em vista que o maior produtor de milho do mundo (USA) está com os menores níveis de estoque dos últimos 16 anos”, expôs Paulo de Mello, corretor de cereais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o estado de Goiás deve aumentar em 31% a produ-ção de milho. Segundo o órgão, serão plan-tados um milhão de hectares a mais do que na safra anterior. A estimativa da área a ser colhida em 2012 é de 50,3 milhões de hectares, 3,4% maior que em 2011. Em relação ao ano anterior, tanto a produção de arroz como a de soja tiveram redução de 13,2% e 9,3%, respectivamente, enquanto o milho aumentou 12,8%. Quanto à área a ser colhida, o arroz apresenta uma queda de 9,6%, o milho um acréscimo de 11,3% e a soja um aumento de 2,1%. Soja, milho e arroz são as três principais culturas e re-presentam juntas 90,7% da produção total, ocupando 83,1% da área a ser colhida

VENDA DE ESTOQUES PÚBLICOS DE MILHOA Companhia Nacional de Abastecimen-to (Conab) já deu início às operações de venda em balcão de 200 mil toneladas de

milho dos estoques oficiais para atender pequenos criadores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nestes estados, as cota-ções do cereal subiram por causa da forte quebra de safra provocada pela estiagem. Segundo divulgou a Conab, cada produtor rural poderá adquirir individualmente até seis toneladas do milho do total que está sendo oferecido pelo preço de R$ 21,00 a saca. As cotações atuais do cereal no mercado de balcão estão na faixa de R$ 27,50 no Rio Grande do Sul e de R$ 24,50 em Santa Catarina.A Conab divulgou ainda que começou a embarcar no último dia 12 de março cer-ca de 72 mil toneladas de milho, sendo 50 mil toneladas para o Rio Grande do Sul e outras 22 mil toneladas para Santa Catarina. A operação de venda em bal-cão destina-se apenas para os produtores inscritos no Programa Nacional da Agri-cultura Familiar (Pronaf), e que sejam de localidades onde tenha sido declarado estado de calamidade. No caso das co-operativas, terão que apresentar a Decla-ração de Aptidão ao Pronaf (DAP) para se habilitar a participar do programa. Cada cooperativas poderá adquirir até 6 mil toneladas de milho. A Conab afirma que pretende iniciar ainda neste mês as ven-das em balcão para os demais estados, com oferta prevista de 190 mil toneladas de milho.

O Boom do Milho----------------------------------------------------------------------------------------------

Por Lidiane Guimarães

“Pela primeira vez vende-se uma safra brasileira, antes de começar o plantio da safra americana. Os produtores brasileiros estão vendendo

antecipadamente a 2º safra para comprar seus insumos.”,

AGRICULTURA

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O Brasil possui uma das biodiversidades mais ricas do mundo, a maior reserva de água doce do planeta e um terço das flores-tas tropicais que ainda restam. Estima-se que aqui está uma em cada 10 espécies de plantas ou animais existentes. Atual-mente programas de Agricultura e Meio Ambiente buscam mostrar as experiências de sucesso da relação com o setor produ-tivo de grãos para outras grandes culturas, objetivando a produção e as estratégias socioambientais no dia-a-dia do produtor. A consciência ambiental e a conservação da natureza devem ser exercitadas não só pela sociedade, mas também por cada um de nós em nosso cotidiano.

Preocupada com a degradação do Meio Ambiente e a necessidade de plantio de

árvores, a FORT AVIAÇÃO AGRÍCOLA lançou o programa NATUREZA FORT na safra 2009/2010, onde foram colocadas para serem doadas aos clientes na primei-ra etapa 2.000 mudas de árvores nativas do cerrado e também outras espécies para serem plantadas em suas propriedades. Já na safra 2010/2011 foram colocadas em torno de 3.000 mudas para serem doadas sem nenhum custo, na safra 2011/2012 serão disponibilizadas 4.000 mudas. Bas-tando apenas entrar em contato com a empresa. Todos os anos a partir de agora serão distribuídos mudas para o plantio. A expectativa é que dentro de pouco tempo haja uma grande quantia de árvores plan-tadas que irão melhorar a Vida e o Meio Ambiente.

PROGRAMA NATUREZA

FORT

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A semente é vista como diferencial de produtividade, quando estamos seguros que ela é capaz de expressar o máximo do vigor no momento que estamos realizando a semeadura de nossas áreas.

Elas podem sofrer mudanças desde o momento da produção das sementes até a realização da semeadura, havendo um longo caminho para “manter” as caracte-rísticas altamente desejadas.

O Centro-Oeste possui algumas carac-terísticas contrastantes de armazenagem. O ambiente seco favorece principalmente a inibição do desenvolvimento de fungos nas sementes. Porém, as temperaturas elevadas são favoráveis para degradação da qualidade, pois alguns danos nas se-mentes, muitas vezes, imperceptíveis como danos por umidade, progridem com o tempo de armazenamento, reduzindo a germinação e, principalmente, o vigor das sementes.

Os dois fatores temperatura e umidade ideais para armazenagem podem garantir a conservação da qualidade dos lotes e uma redução nos níveis de deterioração por umidade. As condições de “Umidade Relativa do Ar” devem ser mantidas ao re-dor de 40% e a “temperatura” ao redor de 20°C. A umidade relativa é considerada o fator mais importante, pois a cada grau de acréscimo de umidade diminuímos pela metade a viabilidade do lote armazenado.

O procedimento de reduzir a tempera-tura no armazenamento tem sido adotado por várias empresas de sementes que es-tão localizadas nas regiões do centro-oeste com a preocupação de “MANTER” o alto padrão de qualidade das sementes. O de-créscimo em cada 5° C na “Temperatura” pode dobrar o período de armazenamento de um lote de sementes.

Contudo a produção de sementes na re-gião ainda sofre com alguns problemas no processo de produção, é o que chamamos de armazenagem no campo (após o pon-to de maturidade fisiológica). As chuvas abundantes na colheita, os danos por inse-tos como percevejos e infecção por fungos são alguns pontos a considerar.

A atenção por parte dos produtores na aquisição de sementes melhoradas de alta qualidade pode ser fator crítico de sucesso para o seu negócio, sendo que esta atitu-de não requer alto investimento. Existem vários trabalhos que mostram um diferen-cial de produtividade de até 25%, apenas com a utilização de um lote de sementes de alto vigor versus um lote de médio ou baixo vigor da mesma variedade utilizada.

Sementes com danos latentes ou ime-diatos (danos mecânicos durante a colhei-ta ou no beneficiamento), danos aparentes ou não (umidade, percevejos, mecânicos), podem trazer junto com um alto poten-cial de inóculo de fungos (principalmente

Aspergillus ssp e Penicillium ssp,) uma depreciação enorme às sementes, percep-tíveis pelos agricultores apenas na seme-adura.

Sementes de soja: da Produção à

SemeaduraPor Eng° Agr° MSc Arlene A. Andrade – Responsável Técnica Germinar Agroanálises

PESQUISA

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Existem alguns testes que ajudam na avaliação de danos latentes ou imediatos. Os mais eficazes são o teste de hipoclorito, o teste de tetrazólio e o teste de sanidade. O teste de hipoclorito indicará a percenta-

gem de danos mecânicos de colheita. Já, o teste de tetrazólio, indicará a qualidade fisiológica de vigor e viabilidade. Por fim, o teste de sanidade indicará o potencial de inóculo de um grão de sementes. To-

dos estes testes devem fazer parte das análises de rotina, para quem tem a pre-ocupação com a qualidade de sementes. Estes testes auxiliarão na tomada de deci-são no momento da seleção dos lotes que serão utilizados como sementes, evitando o aparecimento de “plantas dominadas” de soja, que apesar de ter um potencial de compensação elevado, competirão no espaço por água, luz e nutriente, elemen-tos estes que se for limitado em uma safra pode potencializar os prejuízos.

A análise de sementes serve para atestar a qualidade dos lotes determinando a por-centagem de germinação, pureza, vigor e sanidade. O monitoramento da qualidade da semente é necessário desde o início do processo de colheita, durante o armazena-mento e principalmente no momento da semeadura. Este monitoramento irá garan-tir o sucesso da implantação da lavoura.

Em recente palestra nas Sementes Ce-real Ouro, o Dr. José Barros França Neto - Pesquisador da Embrapa Soja – Londrina e Presidente da ABRATES, abordou o as-sunto sobre “VIGOR” e tivemos o privilégio de receber sua visita no Laboratório GER-MINAR em Rio Verde nessa ocasião.

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Sorgo sacarino pode ser mais uma alternativa para produção de etanol

A Embrapa está investigando em diversas regiões do país, entre elas o estado de Mato Grosso, as formas mais eficientes para o

plantio do sorgo sacarino para a produção de etanol. O objetivo é que essa cultura se alie à cana-de-açúcar e se torne mais uma opção de biocombustível para os períodos de entressafra da cana.Desde a década de setenta, por causa da falta de petróleo no Brasil, existem sinali-zações para que o sorgo sacarino seja uti-lizado na produção de etanol. No período, porém, apenas a cana-de-açúcar foi inte-grada à produção do combustível. Atual-mente, com a busca por alternativas menos poluentes, ele está novamente valorizado e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária em Milho e Sorgo (Embrapa Milho e Sorgo) está realizando uma pesquisa em Mato Grosso e outros estados, para verifi-car quais as melhores formas de plantio do sorgo para produção de álcool.O sorgo sacarino é uma planta alta e com colmos (as hastes do vegetal) suculentos e doces. Apesar de ter uma capacidade de produção de álcool menor do que a da cana, seu ciclo produtivo é mais cur-to. Enquanto a cana-de-açúcar demora de um ano a um ano e meio para maturar, o sorgo sacarino está pronto para ser proces-sado em quatro meses. Ao todo, a pesquisa abrange as regiões Sul, Sudeste e Centro--Oeste. Em Mato Grosso, está sendo feita na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop. Os pesquisadores verificam melhores épo-cas de plantio, desempenho de cultivares e condições ideais de espaçamento entre plantas e densidade populacional.De acordo com o pesquisador da Embrapa, o agrônomo Alexandre Ferreira, os estudos

sobre o sorgo sacarino contribuem para atender a necessidade de redução da quei-ma de combustíveis fósseis e de emissão de CO₂ na atmosfera. Além disso, podem ser importantes em locais onde é proibido o plantio da cana-de-açúcar (que utiliza herbicidas agressivos) e também geram informações técnicas para que o produtor saiba como plantar e manter o sorgo con-forme a finalidade da lavoura e a tecnolo-gia existente.Segundo Alexandre Ferreira, o sorgo saca-rino também é utilizado para produção de ração, forragem animal e energia elétrica (a partir do bagaço). A vantagem da sua utilização como biocombustível é que ele pode ser processado para se transformar em etanol nas mesmas usinas que a cana--de-açúcar. No desenvolvimento desta pesquisa, a Embrapa conta com diversos parceiros. Entre eles, proprietários de usi-nas, que permitem que a instituição utilize

o maquinário de processamento da cana para a realização dos estudos.Alexandre Ferreira explicou que a intenção não é substituir a cana pelo sorgo, mas sim, fazer as duas culturas funcionarem em conjunto, já que o sorgo pode ser plantado no período de entressafra da cana, e até de outras culturas, como a soja. Para ele, isso também poderá contribuir com o equilíbrio do preço do combustível: “Quando o preço do etanol da cana fica alto, durante a en-tressafra, o sorgo poderá suprir a necessi-dade, baixando os valores“.O pesquisador contou ainda que hoje em dia existem 50 mil hectares de sorgo sacarino no país, mas que a expectativa é que este número suba para 120 mil, com o apoio dos plantadores de cana e proprietários de usinas. A coleta de dados relacionados ao plantio, da pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo, deve ser conclu-ída até maio.

A Embrapa está investigando em diversas regiões do país, entre elas o estado de Mato Grosso, as formas mais eficientes para o plantio do sorgo sacarino para a produção de etanol

Fonte: FAPEMAT

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AGRICULTURA

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Como recuperar o crédito----------------------------------------------------------------------------------------------

no mercado do agronegócio

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Marcus Reis, advogado

CRÉDITO

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Uma biodiversidade inigualável, água em abundância, solo fértil e clima privilegia-do com estações definidas na maioria do ano em vários estados brasileiros. Este é o cenário que faz do Brasil um dos paí-ses mais propícios ao desenvolvimento da agropecuária, agronegócio e agroindústria. Com isso, estes setores têm se tornado um grande celeiro de emprego, atraindo empresas e indústrias do mundo inteiro a investir em terras tupiniquins.

Porém, com tantos atrativos e com o óti-mo momento, o agronegócio nacional assinala alguns pontos negativos, entre eles, o número crescente de endividados e inadimplentes que hoje somam uma fa-tia considerável do bolo deste setor. Um grupo significativo de produtores mantêm dívidas antigas, muitas vezes já renegocia-das mais de uma vez, que os impedem de contratar novos empréstimos. Com isso, surge a dificuldade do aumento dos negó-cios e dificulta cada vez mais a recupera-ção do crédito.

Para Marcus Reis, diretor presidente do escritório Reis Advogados, em Uberlân-dia, no Triângulo Mineiro - e que esteve presente recentemente em um dos maio-res fóruns de discussão do setor, o FO-NAGRO – realizado em Curitiba, o Brasil passa por um momento único no setor de agronegócios, em especial o interior por ser o foco de todo o investimento exter-no que gira em torno de infraestrutura. “O Brasil é a bola da vez mundialmente neste setor. Isso acontece por vários mo-tivos, entre eles pela escassez mundial de alimentos, pela imensa extensão territorial agricultável e pela abundância de água e tecnologia de ponta. O agronegócio, que hoje representa quase 30% de nosso Pro-duto Interno Bruto – PIB, experimenta em nosso país, um momento excepcional que deverá perdurar no mínimo pelos próximos três a cinco anos”, analisa.

RECUPERAÇÃO DO CRÉDITO

O advogado especialista em direito do agronegócio explica que o setor se expan-diu de tal forma que gerou um grande nú-mero de credores, devido à facilidade para financiamentos e empréstimos destinados aos produtores para a expansão de seus negócios. Por isso, não há como se obter

números exatos do valor desta dívida. “O levantamento de um número de credores demandaria um esforço gigantesco e com resultados incertos, tamanha a gama de negócios espalhados pelo interior do país”, avalia.

A recuperação de crédito no agronegócio brasileiro possui uma importância superior à maioria das outras atividades comer-ciais. Como traduz o jargão do setor, “a agricultura é uma empresa a céu aberto”, sujeita a sol e chuva em excesso ou escas-sez, pragas, necessidade de conhecimen-tos técnicos apurados, além dos demais fatores atinentes à famosa lei da oferta e demanda. Esses e outros fatores trazem uma maior insegurança na concessão de créditos ao financiamento rural. “Eis aí a origem das tensões comuns não só aos concedentes de financiamentos agrícolas como aos tomadores deste”, explica.

Por isso, a recuperação de crédito começa quando o débito ainda inexiste, ou seja, inicia-se com os primeiros contatos do se-tor comercial com o tomador/comprador de certo empréstimo ou produto. “Nos treinamentos que ministro, faço questão de solicitar a presença de representantes de todos os setores da empresa. Costumo dizer que cada área representa o elo de uma corrente onde a ruptura de apenas um desses elos tornará ineficaz o esforço de todas as partes envolvidas”, diz.

O diretor ainda explica que recuperação do crédito tem início em uma boa venda, onde informações sobre quem compra o serviço devem ser colhidas pelo setor co-mercial, que por sua vez, serão repassadas ao setor de cadastro, cujo risco da opera-ção será analisado pelo setor de análise, que encaminhará para os setores de crédi-to e financeiro, responsáveis pela aprova-ção final de crédito. Nesse último caso, é esse setor que fornecerá material e subsí-dio suficientes aos setores de cobrança ou jurídico, que entrará em cena nos casos de inadimplência. “Esses setores somente conseguirão êxito na recuperação de cré-dito se todas as fases anteriores tiverem andando bem. Caso contrário não haverá milagres. Um título mal formatado, invia-bilizará a tomada de medidas judiciais rá-pidas e eficazes”, diz Reis.

Advogado especialista fala sobre o bom momento do setor e de como se livrar da

inadimplência rural

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O governo federal através de ban-cos que detém part ic ipação, dentre os quais Banco do Brasi l , Banco do Nordeste, Banco da Amazônia S/A e outros, di reciona f inancia-mentos especí f icos no sent ido de fomentar o desenvolv imento de regiões determinadas, atraindo agr icul tores e empresas interessa-dos em tais benef íc ios, dentre eles prazos di latados e juros reduzidos. “Estes programas de incent ivo são conhecidos de todo setor agr ícola e estão à disposição dos empresá-r ios rurais que queiram invest i r em lugares distantes dos grandes cen-

tros econômicos de nosso país”, expl ica Reis.

Houve uma época em que o agr i -cul tor t inha no governo uma tábua de salvação, pois entendia que a responsabi l idade pelas inconsis-tências e v ic iss i tudes comuns ao setor eram de responsabi l idade deste e nunca de s i própr ios. “Foi a época das famosas anist ias onde os f inanciamentos federais t inham seus pagamentos prorrogados por décadas a juros baix íss imos”, diz.

Marcus Reis expl ica que hoje em

dia, com a mudança de posic io-namento do governo, o mercado pr ivado ocupou sua real posição, encarando a agr icul tura como ou-tro negócio qualquer. “A grande di ferença atual entre o governo e o mercado pr ivado é a de que este úl t imo tem interesse em f inanciar a agr icul tura desde que lhe seja concedido garant ias de recebi-mento de seu crédito devidamen-te acrescido de um lucro razoá-vel . Em breves palavras este é o cenár io do crédito agr ícola atual . Prof iss ional , moderno, dinâmico e global izado”, f inal iza o diretor.

LINHAS BANCÁRIAS DE NEGOCIAÇÃO

“Foi a época das famosas anist ias onde os f inancia-mentos federais t inham seus pagamentos prorrogados

por décadas a juros baixíssimos”

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Num ano marcado por expansão de 9% na área de soja e milho, o Centro-Norte brasileiro começa a colheita de verão em meio a relatos de quebra e de ampliação na produtiwvidade. Mesmo com alter-ações climáticas, praticamente todos os agricultores perseguem um novo patamar de rendimento por hectare na região. Os produtores do MaToPiBa assentam suas expectativas entre 60 e 70 sacas/ha. Os técnicos que atuam em campo confirmam: é perfeitamente possível subir mais um de-grau com as novas tecnologias disponíveis, ainda nesta temporada.

A evolução tecnológica é medida, por exemplo, pela disponibilidade de semen-tes de soja de alto potencial. Até meados da década passada, apenas cinco varie-dades eram consideradas apropriadas ao cultivo. Hoje são mais de 20. E não param de chegar grãos com rendimento capaz de colocar o MaToPiBa, uma região em que a terra nua mais parece com areia, no topo do ranking nacional de produtividade. A média local de rendimento não é maior devido á própria expansão da produção. Nas terras que são cultivadas pela pri-

meira vez, o solo, com baixa concentração de nutrientes, rende perto de 40 sacas de soja por hectare. Essa marca é suficiente para cobrir custos e está fazendo com que o arroz perca espaço.

Com 4 mil hectares de soja, a família Pieta abre 500 ha por ano em Currais, no Piauí. Como ainda cobre as áreas no-vas com arroz, a expectativa é que a ole-aginosa chegue a 60 sacas por hectare, afirma Ivo Pieta, um dos quatro irmãos catarinenses de São Lourenço do Oeste que migraram para a nova fronteira 11 anos atrás. “Tiramos 52 sacas por hect-are ano passado e agora, como não faltou chuva, podemos chegar a 60”. Na Bahia, uma estiagem fora de época atrapalha essa evolução. O fenômeno é considerado normal em janeiro, mas, como chegou em fevereiro, prejudicou a fase de enchimen-to das vagens e a formação dos grãos. Os casos de perda estão ao sul e a noroeste de Luís Eduardo Magalhães. Já em For-mosa do Rio Preto, mais a oeste, as chu-vas chegaram em volume suficiente.

Com 2 mil hectares de soja num desses bolsões de seca em LEM, Franco Bosa prevê queda de 60 para 50 a 55 sacas por hectare. Em 200 hectares de milho, não houve perda. Os 30% das lavouras da oleaginosa colhidos nos últimos dias con-firmam o recuo em produtividade. O clima quente e seco acelerou o ciclo das lavouras e reduziu os números de grãos por planta, explica o agricultor. “Valeu a lógica da per-petuação das espécies. Com falta de água, a planta se apressa para gerar sementes, mesmo em número menor, e garantir uma nova geração”, disse o produtor, que é zootecnista.

As manchas de quebra são mais ex-pressivas na Bahia. No Piauí, os casos são raros e a tendência é de aumento na produtividade. O estado é o que mais vem expandindo suas lavouras na região. No Maranhão, houve chuva considerada normal e a ocorrência de quebras é acom-panhada à distância. O Tocantins, por sua vez, vem registrando inclusive excesso de umidade, o que mostra que, quanto mais a oeste do MaToPiBa, mais água caem so-bre as plantações.

MaToPiBa estabelece novo patamar de produtividade

Com mais tecnologia, agricultores da nova fronteira agrícola brasileira perseguem marca de 3,6 mil quilos de soja por hectare

Por José Rocher

AGRICULTURA

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Caríssimos, o mercado brasileiro está vivendo um momento virtuoso com o agronegócio e o setor de serviços, propor-cionando momentos de prosperidade e de investimentos em competitividade e au-mento de escala.

Há anos este fato vem acontecendo com a China e se repete pelo interior do Brasil. Logicamente que em uma escala menor mas, sem dúvida, o interior do Brasil está passando por momentos de forte crescimento, pleno emprego, gera-ção de oportunidades, construção de ca-deias produtivas, ou seja, por um ciclo de crescimento virtuoso e contínuo, o qual está transformando o interior e assim transformando o Brasil.

Um fato que passa despercebido na maioria das vezes é que o crescimento no interior tem um impacto muito maior do que o mesmo crescimento em grandes cen-tros. No momento em que a prosperidade migra dos grandes centros para regiões novas tudo deve ser construído, e assim, regiões que tinham somente uma matriz de negócio passam por uma transforma-ção e começam a demanda por produtos e serviços que precisam ser construídos.

Caríssimos, ao viajarem pelo interior de Minas Gerais, cidades como Uberlân-dia e Uberaba, estão em ebulição. Rio Verde, no interior de Goiás, foi o maior PIB do agronegócio do país. Alguns dos senhores podem pensar, “mas estas ci-

dades há vários anos estão crescendo!”. Sim, estas cidades são polos de desen-volvimento há décadas, mas o que tem acontecido nos últimos anos é um cres-cimento muito agressivo.

Estas cidades/regiões estão promoven-do crescimento em volta de si. Ao andar pelo interior de Goiás, interior de Minas Gerais, no Tocantins, Mato Grosso do Sul, Bahia, o que vemos é uma explosão de crescimento, e junto com esta explosão de crescimento estamos visualizando inves-timentos fortes em logística, serviço e no desenvolvimento do agronegócio.

Há uma semelhança com a China, que era um país não preferencial para inves-timentos anteriormente e agora é o foco

Momento VirtuosoPor Enio Fernandes

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MERCADO

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Enio Fernandes Engenheiro Agrônomo e Consultor de Mercado da Terra Agronegó[email protected]

de qualquer grande multinacional. O inte-rior do Brasil também vive este momento especial, onde as grandes empresas do agronegócio estão investindo, com isso, o setor de serviço vem atrás de oportuni-dades e assim o ciclo virtuoso se completa.

O interior passa por um crescimento muito peculiar, redes de grandes grupos empresariais do setor de educação, su-permercados e entretenimento estão se voltando em direção ao interior. Contudo, este crescimento chinês no interior vem promovendo ações de empresários locais, que estão construindo novos negócios devido às oportunidades abertas por este crescimento rápido.

Sendo simplista, solicito aos senhores que em suas viagens curtas ou ao passar rapidamente por uma região, visualizem como estão as concessionárias locais das grandes marcas de veículos. Verifiquem se elas aumentaram em tamanho e volume, verifiquem os restaurantes locais, as pub-licações locais (revistas, jornais e periódi-cos), vejam as fachadas das lojas. Pois bem, cada unidade destas está investindo, gerando renda, emprego e construindo capital que é consumido na região e assim alimenta novas demandas.

Nossos olhos já estão voltados para Anápolis – GO, Rio Verde – GO, Sinop –

MT, Rondonópolis – MT, Dourados – MS, Luís Eduardo Magalhães – BA, Barreiras – BA, Palmas – TO. Mas será que esta-mos vendo o que está ocorrendo 300 km em volta destas cidades? Está ocorrendo uma transformação muito promissora, que gerará mais demanda, mais crescimento e mais desenvolvimento.

Também tenho certeza que ao lerem os nomes das cidades acima os senhores lembrarão de outros nomes de cidades muito expressivas no agronegócio que não foram citadas, mais uma prova de como o interior esta pujante.

O Brasil está com uma série de peque-nas Chinas em seu interior, é que precisam de mão de obra qualificada, de estradas, de escolas, de locadoras de veículos, dis-tribuidores. Ou seja, estamos com um bom problema na mão, que nós apresenta dissabores, mas são grandes as oportuni-dades de investimento e crescimento. Em minha análise este é um bom problema, sempre ter problemas gerados pelo cresci-mento rápido é um bom problema, o pior seria estar tudo pronto, tudo em equilíbrio, sem uma demanda forte. Neste caso es-taríamos estagnados, rumo à desacelera-ção e decadência.

Em sua próxima vigem, olhe para fora da janela de seu veículo, e veja a China

acontecendo pelo interior do Brasil, ge-rando um crescimento importante, longe dos grandes centros, e assim construindo regiões ricas e prósperas pelo interior, tra-zendo problemas a serem resolvidos, os quais vão nos obrigar a sermos sempre melhores, mais competitivos e dinâmicos. Ou seja, viaje e veja o momento virtuoso que estamos vivendo.Vamos a campo.

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O Brasil deve atingir seu compromisso de re-duzir em 80% o desmatamento no país ainda em 2012, oito anos antes do prazo estipulado, afirmou a presidente da Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Em palestra na London School of Economics (LSE), a senadora apresentou dados oficiais que mostram que, em 2010, foram desmatados 6.600 km2. “O compro-misso assumido pelo governo brasileiro du-rante a COP-15, em Copenhague, em 2009, foi de chegar a uma área de 5.400 km2 em 2020. Ou seja, já praticamente chegamos a essa meta dez anos antes”, afirmou a senadora Kátia Abreu.

Para a presidente da CNA, os principais fatores que contribuíram para a queda no desmatamento no Brasil foram a melhoria da fiscalização por parte das agências ambientais

e os esforços do setor agropecuário brasileiro no sentido de aumentar sua produtividade sem a necessidade de destruir a vegetação nativa.

“O produtor rural brasileiro não tem interesse em desmatar. O grande interesse dele hoje é produzir mais no mesmo espaço de chão. Ele sabe que se deixar a água acabar, a terra se degradar e as encostas desmoronarem, ele vai perder dinheiro. Ele sabe que se não corrigir seu passivo ambiental, ele não vai vender seu produto, porque hoje há uma enorme pressão do mercado por alimentos que respeitem o meio ambiente”, disse a senadora Kátia Abreu.

A atividade agropecuária brasileira ocupa uma área de 236 milhões de hectares - ou 27,7% do território nacional. Outros 61% estão preservados como mata nativa nos seis biomas do Brasil, entre eles a Amazônia. Com a aplicação de tecnologias que reduzem as

emissões de gás carbônico e com iniciativas endossadas pela CNA, como o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo fe-deral, o setor terá condições de incorporar à produção até 70 milhões de hectares de terras que hoje se encontram degradadas.

Brasil pode reduzir desmatamento em 2012

Fonte: CNA

MEIO AMBIENTE

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A Faculdade de Agronomia da Uni-versidade de Rio Verde promoveu aos acadêmicos, durante o dia de ontem (21), o “Dia de Campo”. Mais de 350 alunos participaram de 09 estações, onde ficaram sabendo mais sobre o dia a dia da profissão e puderam conciliar teoria com a prática.

Na abertura do evento, esti-veram presentes toda a comunidade acadêmica do curso, o Magnífico Re-itor, professor Dr. Sebastião Lázaro Pereira, o Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, pro-fessor Ms. Carmo dos Reis de Sousa e o diretor da Faculdade de Agrono-mia, professor Ms. Elcio Barbosa de Oliveira.

O Diretor Elcio, agradeceu a pre-sença, o apoio e a colaboração de todos que se empenharam para a re-alização do evento. Já o Reitor, fez questão de destacar a importância do evento não só para a Faculdade

de Agronomia, mas, para toda a Universidade de Rio Verde. “Esse evento é de grande valia, principal-mente, nos termos de ensino e pes-quisa. Além de divulgar e promover a Instituição”, salientou Tatão.

Segundo a coordenadora do even-to, professora Drª. Jurema Fonseca Rattes, Essa atividade retoma o trabalhos que já haviam sido real-izados pela faculdade em anos an-teriores, que, além de trabalhar a prática, o Dia de Campo tem como objetivo tornar disponível os resul-tados dos trabalhos desenvolvidos pela Faculdade, em linguagem de fácil compreensão e proporcionar as trocas de conhecimento, infor-mações e oportunidades.

O professor Ms. Eduardo Lima do Carmo, um dos organizadores, destacou a importância do evento para os alunos e o empenho da Universidade para a realização das atividades. “Este dia de campo foi

mais uma excelente oportunidade para professores e alunos compar-tilharem conhecimentos e a parceria da Universidade foi excelente. To-das essas ações produzem grandes resultados junto à comunidade. Porque os alunos aprendem e mel-horam suas atividades no campo”, destacou o professor.

Dia de Campo promovido pela Faculdade de Agronomia é sucesso total

EVENTO

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Depois de uma queda até meados de dezembro de 2011, os preços da soja valorizaram-se mais de 20% até março deste ano, desempenho superior ao do milho e algodão. Os estoques mundiais de óleos vegetais em relação ao consumo encaminham-se ao menor patamar em 35 anos. Os biocombustíveis consomem atualmente mais de 12% da oferta mun-dial de óleos vegetais. A Europa, que não tem capacidade suficiente para produzir todo o biodiesel que consome, importa o produto refinado a partir da soja sul--americana e óleo de palma indonésio. Nos EUA, a produção de biodiesel mais do que dobrou em 2011. Há muitos

fatores em jogo, mas certamente o au-mento do uso de colheitas para produzir biocombustíveis é um dos motivos-chave para os preços dos óleos vegetais terem ficado tão correlacionados aos preços das fontes de energia. A retomada da tendên-cia altista foi desencadeada pela intensa seca na América do Sul, castigada pelo fenômeno La Niña, onde se planta 50% da soja mundial. A Companhia Nacional de Abastecimento previu uma redução de 8,7% na safra de soja deste ano em re-lação ao ano passado, de 75,3 milhões de toneladas em 2010/2011 para 68,7 milhões de toneladas em 2011/2012. A estimativa para a produção na Argentina

e Paraguai também foram reduzidas de-vido à seca. Os movimentos recentes do mercado estão empurrando as commodi-ties na direção dos picos vistos em 2011, quando o milho atingiu um recorde e a soja estava sendo negociada aos preços mais altos em três anos, embora as co-tações ainda estejam bem abaixo desses níveis. A produção mundial de soja deve-rá ter declínio recorde de 7,3% ou o equi-valente a 23 milhões de toneladas nesta safra 2011/2012. Nos EUA, os agriculto-res não plantarão mais soja, mas aumen-tarão a área de milho em 2012/2013. Uma reação da oferta dos Estados Unidos não seria suficiente para levar o mercado

Soja tem maior potencial de alta do que o milho

MERCADO

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global de soja de volta para um superávit de abastecimento em 2012/2013, depois que o fenômeno climático La Niña afe-tou as safras da América do Sul. A área plantada com soja não deve crescer nos Estados Unidos em 2012/2013, mas a produção pode se recuperar para uma fai-xa entre 88 milhões de toneladas e 90 mi-lhões de toneladas, após a quebra da safra 2011/2012. Para 2012/2013, em termos de área, os incentivos de preços mais altos para que produtores cultivem a oleaginosa chegaram tarde demais na janela de plan-tio dos EUA. O mercado de soja vai per-manecer apertado após a seca na América do Sul. Além disso, na China, que absorve 62% das exportações mundiais de soja, há sinais de que os agricultores se afastarão dos grãos, já que o preço doméstico do milho chegou a um novo recorde. Haverá redução no plantio de soja neste ano-safra

2012/2013 no coração da região produto-ra na China. Os agricultores agora preferem o milho, que dá mais dinheiro. Embora a demanda chinesa por soja venha aumen-tando de forma constante à medida que a população consome mais proteínas e óleos a produção do país está em declínio. Neste ano, o Centro de Informações Nacional de Grãos e Óleos da China estima que os agri-cultores plantarão 7,7 milhões de hecta-res de soja, mais do que em 2011/2012, mas bem abaixo da média histórica dos últimos dez anos, superior a 9,0 milhões de hectares por ano. A China, principal comprador mundial de soja, importará 29 milhões de toneladas da oleaginosa no pri-meiro semestre do ano, 25% a mais que no mesmo período do ano passado, devido à forte demanda dos produtores de ração animal. As importações ficariam levemen-te acima da metade das 55 milhões de

toneladas de soja que a China importaria este ano. No mês passado, uma delegação chinesa de comércio fechou acordo para compra de um recorde de 13,4 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos. As processadoras chinesas compraram soja suficiente para manter a oferta até junho, e agora buscam carregamentos para en-tre julho e outubro. A China importa dos Estados Unidos, Brasil e Argentina. A alta dos preços locais de farelo de soja deu às processadoras boas margens de lucros. Os preços do farelo de soja subiram 10% este ano, devido a uma demanda mais alta dos criadores de suínos. As importações chi-nesas de soja poderiam subir em junho para a máxima histórica de 7,0 milhões de toneladas. Como indício da demanda do próximo ano, o CNGOIC disse que as processadoras chinesas também reserva-ram carregamentos de soja de até 1,5 mi-lhão de toneladas da América do Sul, para embarque entre março e maio de 2013.

Carlos CogoCarlos Cogo Consultoria Agroeconômicawww.carloscogo.com.br51-3248.1117

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A família PM Grãos nasceu com a união do casal Sadi Paulo de Mello e Mari-ce E. Martini de Mello. Eles estão há 20 anos na cidade de Rio Verde com a empresa PM Grãos que oferece compra e venda de cereais com qualidade, bus-cando sempre novas alternativas para dar mais comodidade aos clientes. “Nós compramos do agricultor e revendemos para as empresas que querem comprar os grãos”, afirma Fabrício Martini de Mello, corretor de cereais e filho do casal.

O casal trabalhava com lavoura, po-rém, devido ao espírito empreendedor

que ambos possuem, as experiências anteriores com a venda e o fato de gostar de lidar com pessoas fez com que abrissem o próprio negócio no dia 6 de abril de 1991.

Para Marice o diferencial da em-presa é que os filhos cresceram no ambiente empresarial, o que tor-nou o negócio ainda mais familiar. “Os nossos filhos ajudaram sempre em nossa empresa, procurando atualizar as informações do merca-do. E ainda passamos essas infor-mações para os nossos clientes”, esclareceu.

A família tentou instalar a empresa em outras cidades, mas não conse-guiu se adaptar e voltaram para Rio Verde. “Aqui é o centro do país, es-tamos em uma região privilegiada, pois o clima é estável, diferente de outras regiões, por essa e outras ra-zões preferimos ficar em Rio Verde”, explica Fabrício.

A união da família mantém a base para o crescimento profissional e pessoal. Foi esse ambiente que fez com que a PM Grãos crescesse e se consolidasse no sudoeste goiano há 20 anos.

20Empresa de compra e venda de cereais comemora 20 anos de trabalho

anos de sucesso----------------------------------------------------------------------------------------------

Por Lays Almeida

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A contratação de empregados rurais é uma relação iniciada entre empregado e empregador e que deve seguir as regras trabalhistas vigentes. Por diversas razões, empregados entram com reclamações trabalhistas na justiça e diante dessa si-tuação, muitos empregadores acreditam que terão que desembolsar alguma coisa, pois ouvem e crêem no ditado de que a “Justiça do Trabalho sempre protege o empregado”, mesmo quando este “não” tem qualquer direito. Inicialmente se deve desmistificar este mito. A Justiça do Tra-balho se baseia nas provas produzidas pelas partes para chegar ao veredito final (sentença), não podendo o juiz julgar a seu bel prazer, devendo se restringir aos elementos contidos no campo das provas.

É por isso que o empregador astuto e precavido, que já conhece esse fato, deve FORMALIZAR toda a relação de trabalho mantida desde a fase pré-contratual até o rompimento do contrato de trabalho. Deixando de fazê-lo, terá dificuldade em produzir as provas que possam confirmar

seus argumentos. Imagine que o empre-gado recebeu corretamente o 13º salário todos os anos e que o pagamento não fora efetuado em conta bancária – comum no meio rural – e supondo ainda que o em-pregador não tenha qualquer recibo destes pagamentos. Caso o empregado ajuíze re-clamação trabalhista e dentre os pedidos conste o recebimento do 13º salário, como o empregador provará que pagou tal direi-to? Será difícil e, é neste momento, que os empregadores passam a não acreditar na Justiça do Trabalho, pois, tendo novamen-te que pagar o que já fora pago, realmente não é justo, assim como não foi justo o ex-empregado requerer o que já recebeu, mas, se tivesse recibos, não haveria injus-tiça alguma.

Para que o leitor não seja vítima desta e outras injustiças, este artigo irá fornecer importantes dicas preventivas que, uma vez implantadas, reduzem potencialmente o risco de reclamações trabalhistas.

Esta prevenção deve ter início antes mesmo da contratação. Poucos são os em-

pregadores que CONHECEM seus empre-gados. Geralmente, conhecem as habilida-des dos mesmos; mas seu passado e suas características psicológicas são desconhe-cidas. Por esta razão, torna-se imprescin-dível que os empregadores, ainda na fase de entrevista, exijam que os empregados apresentem seus documentos pessoais. Não é segredo para aqueles que conhecem o meio rural o fato de muitos empregados tornarem-se trabalhadores rurais para se esconderem, se afastarem do meio social em virtude de crimes cometidos em algum lugar. Portanto, ao contratar, exija os se-guintes documentos:

• Certidão de Nascimento ou Casamento• Cédula de Identidade (R.G.)• Cadastro de Pessoa Física (CPF)• Carteira de Trabalho e Previdência So-

cial (CTPS)• Título de Eleitor• Certificado de Reservista (empregados

do sexo masculino)• Duas fotografias recentes • Certidão de Nascimento dos filhos me-

Guia para Contratação de Empregados Rurais

Por Dr. Gustavo Martins de Sá

LEGISLAÇÃO

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nores de 14 anos ou inválidos;• Declaração de frequência escolar, no

caso de o empregado ser menor de 16 anos.

Lembre-se que esta documentação deve ser apresentada ANTES da contratação e exija a apresentação dos documentos originais. Tenha a absoluta certeza que candidatos ao emprego oferecido que te-nham o passado comprometido, diante da seriedade do empregador e com receio de serem descobertos, certamente desistirão da proposta de emprego. Esta primeira re-gra é uma providência simples e eficaz e que não traz nenhum custo adicional ao empregador. Outro aspecto importante é entrar em contato, sempre que possível, com o antigo empregador para obter in-formações sobre a conduta do candidato.

Optando pela contratação, deverá o em-pregador providenciar, em até 48 horas, a assinatura da Carteira de Trabalho e Previ-dência Social (C.T.P.S.). Neste ponto po-dem surgir problemas corriqueiros. Alguns empregados não apresentam a CTPS; ou-tros estão recebendo o seguro-desemprego e pedem para somente ser assinada a CTPS ao término do recebimento do be-nefício previdenciário. Independentemente da “justificativa” do empregado, é EXI-GÊNCIA da lei que a Carteira de Trabalho seja assinada no prazo acima citado.

Outra regra a ser seguida é a realização do exame médico admissional. Este exame deve ser custeado pelo empregador que deverá selecionar criteriosamente o médi-co do trabalho apto a identificar qualquer doença ou sintoma durante o exame, por-ventura existentes.

Por lei, não há obrigatoriedade de se fa-zer o contrato por escrito, porém, realizá--lo é uma providência simples e muito útil. Seguem algumas dicas do que todo con-trato deve conter:

1. Função e tarefa: apesar de já estar de-finida a função na CTPS, deverá o empre-

gador inserir no contrato o nome da função a ser exercida pelo empregado e ainda, as tarefas que são atribuídas ao exercente de tal função. Esta prática evita discus-sões acerca do chamado acúmulo de fun-ções. Na página virtual do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br) encontra-se a Classificação Brasileira de Ocupações (C.B.O.), permitindo que se verifique o nome adequado das funções existentes no meio rural.

2. Salário: a cláusula relativa à remune-ração do empregado NÃO deverá ter por base o salário mínimo, ou seja, deve cons-tar o valor do salário em moeda corrente, ao invés de, por exemplo, dois salários--mínimos, pois, se assim o fizer, sempre que houver aumento do salário, automa-ticamente deverá o salário do empregado ser reajustado. Claro que o empregado que ganhe salário-mínimo sempre terá este re-

ajuste. 3. Horário e local de trabalho: para evi-

tar transtornos e deixar claro o que foi negociado com o empregado, é imprescin-dível que o Contrato de Trabalho preveja cláusula definindo o horário de trabalho do empregado, definindo hora do dia em que a realização do trabalho terá início, horário destinado ao almoço e a hora em que a jornada terminará. Saiba, entretanto, que o horário de almoço deve ser de, pelo me-nos, uma hora. Acerca do local de traba-lho é importante constar no contrato que o empregado poderá prestar serviço tanto na propriedade para a qual foi contratado como em outras propriedades do emprega-dor, caso exista mais de uma. Isso evita o pagamento do adicional de transferência, desde que os imóveis situem-se na mesma cidade ou forem em cidades distintas, mas próximas entre si.

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Pecuária

4. Descontos: a inserção de cláu-sula determinando que o emprega-do, desde a assinatura do contrato autoriza o desconto e seu salário por danos causados permite ao empre-gador descontar danos causados por culpa ou dolo ao patrimônio do em-pregador ou de terceiros.

5. Proteção ao Meio Ambiente: aconselha-se que o empregador in-sira cláusula informando que o em-pregado deverá respeitar o Meio Ambiente e os Recursos Naturais, sendo-lhe proibido caçar, fazer po-das e cortes de árvores sem auto-rização do órgão competente. Tão importante como o lançamento des-sa cláusula é prever a possibilidade de se penalizar o empregado que a descumprir, SUSPENDENDO-O e até mesmo DEMITINDO-O POR JUSTA CAUSA.

6. Trabalho de parentes e amigos: no meio rural é comum encontrar o empregado exercendo alguma tarefa com o auxílio de familiar ou amigo

e até mesmo empregados de fazen-das vizinhas. Deve haver cláusula PROIBINDO expressamente que o empregado conte com o auxílio de familiares ou amigos em sua ativi-dade e que o descumprimento da mesma acarretará penalidades como suspensão e demissão COM justa causa.

O acréscimo desta cláusula no Contrato de Trabalho visa impedir que familiares ou amigos aleguem na Justiça do Trabalho que eram em-pregados, justificando e comprovan-do com testemunhas que prestavam serviços juntamente com o emprega-do que os chamou para trabalhar.

Para alguns empregadores com muitos empregados, é aconselhável que além do Contrato de Trabalho, se faça um REGIMENTO INTERNO contendo normas de conduta no lo-cal de trabalho, traçando as diretri-zes a serem seguidas pelos emprega-dos com as penalidades que poderão ser aplicadas em caso de descumpri-

mento das normas estabelecidas. A redação do Regimento Interno deve ser de fácil compreensão e conter regras claras e objetivas, pois mui-tos empregados do meio rural mal conseguem ler.

Finalmente, em alguns estabele-cimentos, deverão os empregados utilizar durante a jornada de tra-balho os chamados equipamentos de proteção individual (E.P.I.). São equipamentos de uso obrigatório que visam proteger e impedir que o empregado adoeça ou sofra aciden-tes. Sugere-se que todos os empre-gadores rurais contratem empresas especializadas em Segurança e Me-dicina do Trabalho para avaliar a necessidade de uso de EPIs em seus empregados.

Por fim, nunca é demais lembrar que o tratamento adequado que se dá ao empregado durante o contrato de trabalho e a forma humanizada de demiti-lo devem ser perseguidos por todo e qualquer empregador que pretende evitar ações trabalhistas.

Dr. Gustavo Martins de Sá[email protected]://agrojur.blogspot.com/

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A cultura da soja vem se destacando entre aquelas de maior importância para o Bra-sil, seja por suas características alimentí-cias, seja como a principal commodity agrícola exportada pelo Brasil.Na medida em que a cultura expandiu-se para novas áreas, novos problemas fitos-sanitários também começaram a surgir. Além disso, o monocultivo foi uma das principais causas que tornaram doenças de importância secundária em fator limi-tante à produção de soja.Doenças anteriormente tidas como de baixo potencial de dano têm se destacado entre as principais, causando perdas cada vez mais significativas. Nas condições de cerrado brasileiro, as doenças que apre-sentaram aumento significativo em in-cidência e severidade foram mancha alvo, antracnose e crestamento foliar de cerco-spora (mancha púrpura da semente). Os fungos causadores dessas doenças podem sobreviver nos restos culturais e na aus-

ência de rotação de culturas aumentam o inóculo a cada safra em áreas onde se re-aliza cultivo mínimo ou plantio direto.De forma geral é difícil precisar quanto cada doença isoladamente causa de per-da, uma vez que o potencial de dano de cada patógeno depende, no mínimo, das condições ambientais e do grau de re-sistência da cultivar. Em trabalhos de pes-quisa realizados pela FESURV em parceria com a CAMPOS CARREGAL Pesquisa e Tecnologia Agrícola, tem-se verificado que as perdas causadas por doenças de final de ciclo (mancha parda e crestamento foliar de cercospora), mancha alvo e an-tracnose podem chegar a 20, 25 e 30%, respectivamente. Felizmente, todas essas doenças não ocorrem conjuntamente a níveis que atinjam as perdas supracitadas e, além disso, a adoção de medidas de controle de forma lógica e racional pode minimizar significativamente tais perdas.O manejo integrado é a melhor opção

para minimizar as perdas por doenças de plantas, no qual várias medidas de con-trole serão previamente planejadas e ex-ecutadas em tempo hábil.Dentre as medidas mais efetivas para o controle das doenças na cultura da soja, destacam-se: vazio sanitário, rotação de culturas com espécies não hospedeiras, adubação equilibrada, plantio de semen-tes de boa qualidade fisiológica e sani-tária, tratamento químico das sementes, espaçamento e população de plantas ad-equados, semeadura em época recomen-dada, não utilizar mais de 30% da área com a mesma cultivar, manejo de plantas daninhas que podem ser hospedeiras de patógenos e controle químico.Embora tenha sido citado como última medida de controle, o uso de fungicidas deve ser encarado como de igual im-portância das demais táticas, sendo real-izado de forma racional. O uso excessivo de controle é tão prejudicial quanto sua ausência.

Praça dos FungosAtualize-se

Para minimizar perdas, doenças em soja exigem manejo integrado, com várias medidas de controle previamente

planejadas e executadas em tempo hábil

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ARTIGO

45Revista Plantar

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Nos dias atuais, existe grande pressão para a retirada dos benzimidazóis na cul-tura da soja, assim como já ocorrido para o uso isolado de triazóis no controle da fer-rugem asiática. A retirada dos benzimid-azóis tem sido justificada pela ineficácia frente a algumas doenças, principalmente no estado de Mato Grosso. Por outro lado, recentemente, existe a recomendação do uso preventivo de estrobilurinas na fase vegetativa isoladamente. Embora ambas as alternativas sejam

plausíveis em diversas situações, não de-vem ser adotadas como regra. O Brasil é um país de dimensões continentais e as particularidades regionais (abióticas e bióticas) devem ser consideradas.No caso específico da retirada dos benz-imidazóis, a preocupação é bastante significativa, pois o número de grupos químicos utilizados na cultura seria redu-zido. Associado a isso, qualquer produto utilizado de forma isolada pode favorecer, no futuro, o desenvolvimento de popula-

ções resistentes. Segundo o FRAC (Co-mitê de Ação contra Resistência de Fun-gos a Fungicidas), a melhor forma de prevenir o aparecimento de populações de fungos resistentes é limitar o número de pulverizações isoladas de determi-nado grupo químico ou princípio ativo, realizar aplicações preventivas, utilizar produtos em misturas e promover a al-ternância de grupos químicos nas pul-verizações.

Controle das doenças na cultura da soja

Medidas mais efetivas: vazio sanitário, rotação de culturas com espécies não hos-pedeiras, adubação equilibrada, plantio de sementes de boa qualidade fisiológica e sanitária, tratamento químico das sementes, espaçamento e população de plantas adequados, semeadura em época recomendada, não utilizar mais de 30% da área com a mesma cultivar, manejo de plantas daninhas que podem ser hospedeiras de

patógenos e controle químico.

Juliana R.C. SilvaCampos Carregal Pesquisa e Tec. Agrícola Ltda.

Prof° Hercules Diniz CamposUniversidade de Rio Verde

Prof° Luís Henrique CarregalUniversidade de Rio Verde

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(64) 3602-2030www.novasafraagricola.com.br

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O alho é acometido por inúmeros prob-lemas fitossanitários causados em sua maioria por fungos, bactérias, nematóides e vírus. Nesta matéria vamos abordar as principais doenças de etiologia fúngica: O primeiro fungo é o Sclerotium cepivorum Berk, destaca-se por causar a doença po-dridão branca, possui micélio

e/ou esclerócios

como forma de sobrevivência no solo ou em restos de cultura que podem per-manecer viáveis por vários anos (7 a 10). Períodos de elevada umidade relativa e solo úmido, com temperaturas entre 10 a 24ºC favorecem a presença da doença. As perdas podem ser severas, dependendo do nível de infecção (Massola Junior et al. 2005). O fungo Alternaria porri (Ellis) é ao agente causador da mancha púrpura

ou altenariose, é a segunda doença em importância no Brasil, encontra-se dis-seminada por todas as regiões produto-ras. Trata-se de um fungo de parte aérea que apresenta capacidade de sobre-vivência no solo ou em restos de cultura através de seus esporos e/ou micélio. São favorecidos por temperaturas entre 21 a 30ºC e alta umidade relativa do ar, po-dendo causar perdas da ordem de 50 a 60% da produção (Menezes Sobrinho, 1978). Um terceiro importante fungo é o Fusarium oxysporum f. sp. cepae (Hans.) Snyder & Hans causador da fusariose

ou podridão seca. A fusariose configura-se como outra importante doença para

Podridão branca no bulbo com micélio abundante

Podridão branca na raiz com formação de esclerócios

a cultura do alho e da cebola, em razão dos danos ocasionados e pela capacidade de sobrevivência do seu agente em restos culturais e no solo, que se dá via micélio e/ou estrutura de resistência. As maiores ocorrências têm sido registradas em áreas onde se pratica cultivos sucessivos de alho (Massola Junior et al., 2005). A ferrugem

causada pelo fungo Puccinia allii G. Wint é uma das doenças mais comuns da cul-tura do alho. Este patógeno tem sua ação fortemente influenciada pelas condições climáticas, sendo as temperaturas ame-nas, entre 15 e 21°C, e alta umidade relativa, as condições ideais para seu de-senvolvimento, além do estádio fenológi-co que influencia na agressividade deste patógeno (Massola Junior et al., 2005).

Lesão coalescente de mancha púrpura em folha de alho

Plantas com sintomas de amarelecimento

Sintomas e sinais (esporos de cor amareladas) de ferrugem em folha de alho

(de baixo para cima) causado por Fusarium sp

Principais doenças fúngicas causadas na Cultura do Alho----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Michelle FayadEngenheira Agronôma Doutora em Fitopatologiae-mail: [email protected]

Texto Dr. Michelle Fayad Fotos Marcos Antonio Lucini-EPAGRI/SC

ARTIGO

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Durante a safra o que não falta aos produtores agrícolas são desafios. O seguro rural que poderia ser a salva-ção da lavoura, não emplacou no Bra-sil. O fundo de catástrofe que daria subsídios financeiros para que as se-guradoras pudessem oferecer o seguro com segurança até o momento não foi regulamentado.

O Seguro Rural é um dos mais im-portantes instrumentos de política agrícola e permite ao produtor prote-ger-se contra perdas decorrentes prin-cipalmente de fenômenos climáticos adversos. E o mesmo é abrangente, cobrindo não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercializa-ção desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.

O objetivo do Seguro Rural é ofere-cer coberturas que, ao mesmo tempo, atendam ao produtor, a sua produção, a sua família, à geração de garantias a seus financiadores, investidores, par-ceiros de negócios, todos interessados na maior diluição possível dos riscos, pela combinação dos diversos ramos de seguro. “O Seguro rural é uma ma-neira de amenizar algum dano, pois o investimento em sementes e defen-sivos agrícolas é alto e, em caso de emergência o seguro cobre estas des-pesas”, explica Edson Doniseti Qui-nelli, corretor de seguros.

Existem diversas modalidades de Seguro Rural entre elas:

Seguro Agrícola: Cobre as explorações agr ícolas contra per-das decorrentes pr incipalmente de fenômenos meteorológicos. Cobre basicamente a v ida da planta, des-de sua emergência até a colhei ta, contra a maior ia dos r iscos de or i -gem externa, ta is como, incêndio e raio, t romba d’água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas excessivas, seca e var iação excessiva de tem-peratura.

Seguro Pecuário: O objetivo deste é garantir o pagamento de indenização em caso de morte de animal destinado, exclusivamente, ao consumo, produção, cria, recria, engorda ou trabalho por tração. Os animais destinados à reprodução por monta natural, coleta de sêmen ou transferência de embriões, cuja finalidade seja, exclusivamente, o incremento ou melhoria de plantéis daqueles animais mencionados an-teriormente, estão também enqua-drados na modalidade de seguro pecuário.

Seguro Aquícola: Este garante indenização por morte e outros ris-cos inerentes à animais aquáticos (peixes, crustáceos) em consequên-cia de acidentes e doenças.

Seguro de Benfeitorias e Pro-dutos Agropecuários: Tem por objetivo cobrir perdas ou danos causa-dos aos bens, diretamente relaciona-dos às atividades agrícola, pecuária, aquícola ou florestal, que não tenham sido oferecidos em garantia de opera-ções de crédito rural.

Seguro de Penhor Rural: O objetivo deste é cobrir perdas ou da-nos causados aos bens, diretamente relacionados às atividades agrícola, pecuária, aquícola ou florestal, que tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural. Observada a natureza da instituição financeira, o Seguro de Penhor Rural se divide em dois ramos distintos: Penhor Rural – Instituições Financeiras Públicas e Penhor Rural – Instituições Financei-ras Privadas.

OBS: Todas as operações dos se-guros de bens diretamente relaciona-dos às atividades agrícola, pecuária, aquícola ou florestal devem ser co-mercializadas e contabilizadas nos ramos Penhor Rural e Benfeitorias e Produtos Agropecuários, observadas as respectivas definições, sob pena de aplicação de penalidade, nos termos da legislação vigente.

Seguro de Florestas: Garante o pagamento de indenização pelos pre-juízos causados nas florestas segura-

Seguro Rural e Fundo de Catástrofe

protegem safra----------------------------------------------------------------------------------------------

Por Lays Almeida

SEGURO RURAL

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das, identificadas e caracterizadas na apólice, desde que tenham de-corrido diretamente de um ou mais riscos cobertos.

Seguro de Vida: Este é desti-nado ao produtor rural, devedor de crédito rural, e terá sua vigência li-mitada ao período de financiamen-to, sendo que o beneficiário será o agente financiador.

Seguro de Cédula do Produ-to Rural - CPR: O objetivo deste é garantir ao segurado o pagamento de indenização, na hipótese de com-provada falta de cumprimento, por parte do tomador, de obrigações es-tabelecidas na CPR.

O custo das apólices rurais é bastan-te elevado, exigindo que o governo dê apoio financeiro ao produtor para aqui-sição dessa modalidade de garantia. As seguradoras e resseguradoras também necessitam de apoio governamental, já que o pagamento de indenizações decor-rentes de eventos climáticos de grandes proporções pode ocasionar o desequilí-brio de suas carteiras de seguro rural.

O Fundo de Catástrofe visa garan-tir às empresas seguradoras e resse-guradoras a cobertura complementar dos riscos do seguro, em casos de catástrofes climáticas generaliza-das. “A partir do momento que o fundo de catástrofe for liberado ha-verá uma garantia maior para as se-guradoras oferecerem e divulgarem o seguro rural utilizando associa-ções, permitindo que as seguradoras ofereçam preços diferenciados, po-dendo assim aumentar ainda mais a procura por estes seguros”, afirmou Quinelli.

Em outras palavras, o fundo ofe-receria mais segurança às empresas que atuam nesse mercado, já que elas poderiam adquirir cotas de par-ticipação do fundo e utilizar seus recursos em caso de sinistros. Des-sa forma, o custo de contratação do seguro seria menor. “Sem esse apor-te, as seguradoras terão dificuldades em garantir sua sobrevivência no mercado”, diz Luiz Carlos Meleiro, presidente da Comissão de Seguros Agrícolas da Federação Nacional de Seguros Gerais em entrevista à Re-vista Dinheiro Rural de Dezembro.

Estat íst icas of ic ia is demonstram que os recursos orçamentár ios em-pregados na subvenção ao prêmio do seguro e o número de apól ices contratadas vêm diminuindo nos úl t imos anos. Em 2010, af i rma o deputado Luis Car los Heinze (PP--RS), os valores empenhados (R$ 198 milhões) foram 23,6% meno-res do que em 2009; e em 2011, foram R$ 253 milhões – ainda as-s im, 2% a menos do que o apl ica-do em 2009. “As verbas também são f requentemente objeto de con-t ingenciamento”, complementa o par lamentar.

As iniciativas governamentais ain-da não conseguiram levar o seguro a maioria dos agricultores, inclusive foi marcada audiência pública para discutir a falta de recursos para o seguro rural. “Nossa intenção, ao propor a audiência pública, é fazer com que a comissão retome o deba-te, a fim de obter as linhas de ação necessárias para a efetiva implan-tação do seguro agrícola no País, o que dará mais segurança à atividade produtiva da agropecuária”, reforça Heinze.

“Quando o fundo de catástrofe for liberado haverá uma garantia maior para as seguradoras oferecerem

e divulgarem o seguro rural”

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Embrapa incentiva o cultivo do trigo

O trigo é considerado um dos alimentos mais importantes na dieta humana. Da farinha de trigo se faz pão, bolo, pizza, massas, biscoitos, entre outros produtos que integram a nossa alimentação. Atualmente é possível encontrar mais de mil tipos de massas e estima-se que cerca de 50% do trigo consumido no Brasil é usado na fabricação de pães.

O consumo estimado de trigo no Brasil para a safra 2011/2012 é de 10,4 milhões de toneladas e a produção de 5,8 milhões. Para tentar reduzir esse déficit existente e minimizar as importações, a alternativa mais viável é estimular a produção interna por meio de cul-tivares adaptadas às diferentes regiões produtoras.

Como a região dos Cerrados apresenta grande potencial para a expansão da cultura do trigo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-cuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como forma de tentar estimular o aumento da produção nacional e melhorar a qualidade do trigo vendido no País, tem indicado para cultivo na região as cultivares de trigo BR 18 (Terena), BRS 254 e BRS 264.

Variedade conhecida dos agriculto-res, destaca-se pela precocidade, am-pla adaptação, principalmente em anos pouco favoráveis para a cultura do trigo. Cultivada principalmente no sistema de sequeiro, com potencial produtivo de três toneladas por hectare. É recomen-dado para os estados do Paraná, São Paulo (região III e IV), Minas Gerais, Mato Grosso do Sul (região III), Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás. Tem moderada resistência à ferrugem da fo-lha e moderada suscetibilidade à bru-sone e ao oídio. Apresenta ainda baixo porte (74 cm), moderada sensibilidade ao alumínio, grãos vítreos, alta força de glúten e farinha de boa qualidade indus-trial (classe Trigo Pão com boa força do glúten - W médio de 270). Recomenda--se aos agricultores realizarem a colheita prontamente após a maturação, quando houver risco de chuvas, a fim de evitar prejuízos de germinação na espiga.

Identificada como trigo Melhorador (W médio de 330), essa cultivar atende ao mercado de farinha de trigo. É indicada para Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Bahia. Em sistema irri-gado, tem potencial produtivo de seis to-neladas por hectare. Apresenta resistência à debulha natural, moderada suscetibilida-de às manchas foliares e ampla adaptação (recomendada para regiões com altitude superior a 400 m). O plantio em regiões com altitude superior a 900 m demonstra ainda expressiva elevação no rendimento, como também em regiões de clima quen-te.

É uma cultivar de trigo da classe Pão (W médio de 241) com potencial produtivo de 7,5 toneladas por hectare. Recomendada para os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal. Tem como principal diferencial a precocidade (110 dias no Distrito Federal), que diminui os custos de produção devido à menor de-manda de água e energia elétrica.

BR 18 BRS 254 BRS 264

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AGRICULTURA

fonte: Embrapa

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PimentãoOriundo do continente latino-americano, sobretudo do México e da América Central, o pimentão se espalhou pelo mundo após a chegada do colonizador europeu. Daqui, foi levado para África, Euro-pa e Ásia por embarcações portuguesas. Após vários anos de cruzamento, hoje o pimentão híbrido encontrado no mercado nacional tem formato quadrado alongado e casca espessa. Seu cultivo está disseminado na maior parte do país, tendo como principais estados produtores Minas Gerais e São

Paulo, com 40% de todo o volume nacional.

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--PEQUENAS CULTURAS

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A propagação do pimentão é feita por se-mentes, mas antes devem ser preparadas as mudas que serão transplantadas para o local definitivo. O uso de copos de jor-nal, papel ou de plástico descartável em sementeiras é uma opção simples e fácil. Em sistemas tecnificados, são utilizadas bandejas de isopor de 128 células para substratos enriquecidos com adubos quí-micos. No caso de agricultura orgânica, recomendam-se bandejas de 72 células, pois são adotados somente substratos orgânicos. Para conseguir boas mudas, a dica é colocar as bandejas em estufas ou viveiros. O transplante ocorre entre 35 e 40 dias após a semeadura.

O espaçamento ideal para a cultura é de 1 metro entre linhas e 50 a 60 centímetros entre plantas, principalmente para cultivos orgânicos. Em locais protegidos, deixe dis-tâncias de 30 a 40 centímetros entre plan-tas e 80 centímetros entre linhas.

O pimentão é exigente em calor e alta luminosidade. As temperaturas mais ade-quadas para o plantio vão de 21 a 27 graus célsius. Em regiões de clima tem-perado, o cultivo deve ser feito nos perí-odos menos frios e com menos riscos de geadas. Em locais frios ou com altitudes acima de 800 metros, deve-se fazer a se-meadura do pimentão entre os meses de agosto e fevereiro.

A adubação deve ser definida a partir da análise química do solo e uma consulta a um engenheiro agrônomo. Em geral, são usadas formulações de adubos químicos (NPK 4-14-8, 4-16-8, 4-30-12) e, em cobertura, adubos ricos em nitrogênio, como ureia, sulfato de amônia e ainda for-mulações de NPK 20-00-20 e 10-10-10. No cultivo orgânico, utiliza-se composto orgânico na proporção de 3:1 de mate-rial vegetal e estercos, além de fosfato de rocha natural e adubações de cobertura com compostos fermentados tipo bokashi, composto de farelos fermentado muito rico em nutrientes e micro-organismos. Deve ser feito aos 30, 60 e 90 dias após o transplante.

Faça irrigações pelo sistema por asper-são ou gotejamento, mais indicado para o cultivo protegido. O pimentão gosta de água, principalmente no período de flora-ção e desenvolvimento de frutos. A falta de água pode causar podridão apical dos frutos, devido à deficiência de cálcio. Con-tudo, cuidado com o excesso de regas, que pode aumentar o risco de doenças foliares e tornar o solo prejudicial para o plantio.

Mantenha as plantas livres de competi-ção com o mato até 60 dias após o trans-plante. Ramos e folhas abaixo da primei-ra bifurcação, inclusive a flor ou o fruto, devem ser eliminados. Em cultivos prote-gidos, selecione quatro hastes acima da primeira bifurcação para conduzir a planta e eliminar as demais. Sem esses procedi-mentos, há uma redução da produção, que pode chegar a 40%. É ainda fundamental realizar o tutoramento. Amarre as plantas em estacas de madeira ou de bambu indi-viduais para evitar o tombamento.

De 100 a 110 dias após a semeadura pode se iniciar a colheita, a qual se esten-de por quatro a cinco meses, com produ-tividade média de 35 a 40 toneladas por hectare. Em estufas, a colheita demora um pouco mais, até 9 meses. Porém, a produtividade média sobe para até 150 toneladas por hectare. Em cultivos orgâ-nicos, a produtividade varia de 25 a 30 toneladas por hectare.

MUDAS

ADUBAÇÃO

CUIDADOS

IRRIGAÇÃO

PLANTIO

PRODUÇÃO

CLIMA

fonte: Embrapa

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A agricultura mundial necessi-tará de 19% a mais de água até 2050, se quiser atender à demanda crescente por alimentos de um mundo em

rápida expansão. O problema, segundo o novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), é que a maior parte dela será requisitada em bolsões agrícolas que já sofrem com uma oferta apertada ou com a escassez desse bem natural.

O quarto “Relatório Mundial sobre o De-senvolvimento da Água” é categórico: a si-tuação vai piorar. “A escala desses proble-mas aumentará, sem dúvidas”, disse Olcay Unver, coordenador do estudo lançado na abertura do Fórum Mundial de Águas, um evento internacional realizado a cada três anos e que desta vez é sediado na cidade de Marselha, na França. De acordo com dados da ONU, pelo menos 12 países no Oriente Médio e no Sudeste Asiático vivem em “absoluta escassez” de água. O Oriente Médio chama atenção ainda por outra ra-zão: dois terços do seu suprimento já vem de fora da região.

Grandes exportadores de commodities agrícolas, como os EUA, enfrentam seus próprios pesadelos. O Texas, conhecido como “cinturão agrícola” do país, regis-trou nesta safra uma forte seca que afetou lavouras e pecuária, provocando perdas da ordem de US$ 5,2 bilhões, segundo estimativa da Texas A&M University. Por diversos parâmetros, a falta de chuva nas Grandes Planícies está sendo considerada a pior desde a “Dust Bowl”, a tempestade de areia que ocorreu na década de 1930 e causou sérios prejuízos econômicos e ambientais.

Influenciada pelo agravamento do fenô-meno climático La Niña, a situação che-gou a tal ponto que o órgão que adminis-tra o fornecimento de água para a maior região de cultivo no Texas, busca permis-são para interromper a irrigação para agri-cultores. Aqui no Brasil os prejuízos não são diferentes. Também agravado pelo La Niña, produtores de grãos do Sul e parte do Centro-Oeste devem amargar perdas de mais de R$ 10 bilhões na atual safra, se-gundo estimativas oficiais.

A premissa para os alarmes tocados pela ONU é a mesma que tem provocado nos últimos anos: a fragilidade da segurança alimentar do planeta que se aproxima dos 9,3 bilhões de habitantes que, por sua vez, puxarão o consumo de matérias--primas da soja à carne. Para atender a demanda, a produção de alimentos deverá crescer em 60% até 2050, indicam dados revisados da FAO, agência para Agricultu-ra e Alimentação da ONU. No entanto, a entidade adverte que um quarto das áreas agrícolas mundiais tornaram-se degrada-das pelo uso da agricultura intensiva que depauperou recursos hídricos, reduziu a qualidade dos solos e aumentou a erosão.

“A falta crescente de água é uma situa-ção inaceitável”, afirmou o primeiro-minis-

tro francês, François Fillon, que inaugurou o fórum deste ano com o lema “É hora de solução”. Ao considerar inaceitável, Fillon engrossou o coro de economistas que pas-saram a criticar a principal forma de me-dição econômica - o Produto Interno Bruto (PIB) - por não refletir problemas sérios como a saúde das economias.

A agricultura representa cerca de 70% do consumo de água do planeta. Mas pode chegar a 90% em algumas econo-

mias, caso do Iraque, Omã, Síria e Iêmen que agora importam boa parte do consu-mo necessário para a produção de grãos, diz o relatório. A Arábia Saudita, por sua vez, está em processo de redução da sua produção de grãos para preservar águas subterrâneas utilizadas de forma insus-tentável. “As águas dos lençóis freáticos podem ser extraídas à exaustão e, em algumas regiões, atingiu limites críticos”, afirma a ONU.

A aquisição de terras por companhias estrangeiras é outro fator que ganhou res-salva no relatório. Essa estratégia de am-pliação dos negócios tem sido comum em países da África com empresas estatais chinesas. “Mas adquirir direitos do uso de terra para o plantio em outros países

implica também no direito de usar a água desses países”, lembrou Unver. “Países que podem arcar com melhor tecnologia podem impor um estresse de água adicio-nal ao já existente”.

Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sem novas políticas de manejo de água, mais de 40% da população mundial viverá em áreas consideradas de alto estresse hídrico até 2050.

Agricultura mundial vai consumir

19% mais água-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

MEIO AMBIENTE

fonte: Valor Econômico

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A banana é fonte de alimento desenvol-vida principalmente nas regiões tropicais e em diversos países. Economicamente, a banana se destaca como a segunda fruta mais importante em área colhida, quanti-dade produzida, valor da produção e con-sumo. É cultivada por grandes, médios e pequenos produtores, sendo 60% da pro-dução proveniente da agricultura familiar. O Brasil é o 2º maior produtor mundial, com ampla disseminação da cultura em seu território. Além disso, a banana é um alimento rico, dispondo de um alto teor de carboidratos, de potássio e das vitaminas A, B6 e C, aliado a uma baixa quantidade de gorduras.

VARIEDADESBanana-nanica também é chamada de

banana-d´água, o tipo mais popular no Brasil. O nome vem do pequeno tamanho da bananeira, ideal para dar estabilidade contra ventos fortes. É a mais cultivada e comercializada.

Banana-da-terra os frutos podem chegar a 26 centímetros de comprimento e pesar até meio quilo e é o tipo que possui mais quantidades de vitaminas A e C. Tem cas-ca amarela e polpa ligeiramente rosada. Depois de madura, sua casca fica quase preta.

Banana-prata é uma das mais duráveis, podendo ser consumida até quatro dias depois de amadurecer.

Banana-maçã exala um perfume que lembra o da maçã. Possui casca fina e amarela, é uma das variedades mais culti-vadas no país.

Banana-ouro é o menor dos tipos nacio-nais, encontrada desde o litoral de Santa Catarina até o Espírito Santo. É muito doce e tem casca bem amarela, cheia de pinti-nhas marrons. No Amazonas é chamada de inajá.

Banana-são-tomé é a mais rara de ser encontrada. O que inviabiliza sua comer-cialização é o fato de amadurecer e rachar.

Banana-pacovã é o tipo que tem a casca mais lisa e sem manchas. A polpa é bem clara e doce.

PLANTIOO plantio pode ser realizado em qualquer

época do ano, desde que as chuvas sejam bem distribuídas ou que a área cultiva-da seja irrigada. Deve ser feito em covas abertas manualmente, com enxadas, nas dimensões de 30 cm x 30 cm x 30 cm ou 40 cm x 40 cm x 40 cm, de acordo com o tamanho ou peso da muda e a classe do solo. As primeiras destinam-se às mudas cujo peso varia entre 0,5 e 1,0 kg. As úl-timas, à mudas de 1,0 a 1,5 kg, respec-tivamente.

TRATOS CULTURAISO controle de plantas daninhas em um

cultivo de bananeira recém-estabelecido é de grande importância para assegurar um bom desenvolvimento e produção da primeira colheita. Os processos recomen-dados para a manutenção da cultura no limpo são: capinas com auxilio de enxada, aplicação de herbicidas, estabelecimento de cobertura de leguminosas, roçagem e

coroamento.O desbaste é feito cortando-se, a parte

aérea do filho ou neto rente ao solo. Em seguida extrai-se a gema apical ou ponto de crescimento com o aparelho denomina-do lurdinha. Pode-se também optar pelo simples corte das brotações, que neste caso teriam que ser realizadas 3 a 4 vezes, para impedir o crescimento.

ADUBAÇÃOO cultivo da banana demanda grandes

quantidades de nutrientes para manter um bom desenvolvimento e obtenção de altos rendimentos. O potássio e o nitrogênio são os nutrientes mais absorvidos necessários para o crescimento e produção da bana-neira.

A adubação orgânica é a melhor forma de fornecer nitrogênio no plantio, princi-palmente quando se utiliza mudas con-vencionais, pois as perdas são mínimas e estimula o desenvolvimento das raízes. A cobertura do solo com resíduos vegetais de bananeiras (folhas e pseudocaules) pode ser uma alternativa viável para os peque-nos produtores sem condições de adubar quimicamente seus plantios.

As adubações em cobertura devem ser feitas em círculo, numa faixa de 10 a 20 cm de largura e 20 a 40 cm distante da

BananaFonte: Embrapa

NOSSOS FRUTOS

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muda, aumentando-se a distância com a idade da planta. No bananal adulto os adubos são distribuídos em meia-lua em frente à planta filha e neta. Em terrenos inclinados, a adubação deve ser feita em meia-lua, do lado de cima da cova e ligei-ramente incorporada ao solo.

REPLANTA A muda deve ser posicionada no centro

da cova adubada, colocando-se em segui-da a terra removida, pressionando-a bem para evitar que a água de chuva ou irri-gação acumulada possa, depois do plan-tio, ocasionar o apodrecimento da muda. As mudas micropropagadas, após serem climatizadas por um período de 45 a 60 dias, são levadas para o local de plantio, em época de alta umidade, a fim de fa-cilitar o seu estabelecimento. Devem ser retiradas cuidadosamente do recipien-te que as contém, para não danificar as raízes. Distribuir no centro das covas, so-bre a terra misturada, com adubo orgâ-nico o fertilizante fosfatado, fechando-se a cova. O plantio de mudas procedentes de viveiros ou de bananal sadio (mudas convencionais) é feito de acordo com os tipos (chifrinho, chifre e chifrão) e devem

ser plantados nesta ordem, colocando numa mesma área mudas do mesmo tamanho. Após o plantio, coloca-se 5 a 10 cm de terra solta sobre o pseudo-caule, evitando-se que os tecidos se-jam danificados pela exposição direta da luz solar.

PRAGAS E MOLÉSTIASA praga mais importante e de maior

frequência é a broca-do-rizoma, também chamada de moleque ou bicudo, que pode causar sérios prejuízos às bananeiras do tipo Cavendish e Prata, podendo inviabi-lizar o cultivo de bananeiras do tipo Terra.

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Outras pragas que podem causar danos significativos são os tripes da erupção e da ferrugem dos frutos. Algumas pragas de importância secundária que podem ser citadas são a traça-da-bananeira o pulgão--da-bananeira, as lagartas desfolhadoras, a broca-rajada e a abelha arapuá. Em geral, a maioria dessas pragas é mantida em equilíbrio pelos seus inimigos naturais, além disso, os tratos culturais bem realiza-dos minimizam os danos.

As doenças mais comuns são a Sigatoka amarela e negra, Mal do Panamá, Moko e Podridão mole.

A Sigatoka – amarela é uma das mais importantes doenças da bananeira, os pre-juízos causados são resultantes da morte precoce das folhas. A sigatoka – negra é a mais grave e temida doença da bananeira no Mundo, implicando em aumento significati-vo de perdas, que podem chegar a 100% da produção. Para controlar a Sigatoka amarela e negra é necessário o uso de variedades re-sistentes, controle cultural e químico.

Mal do Panamá é uma doença que ocorre em todas as regiões produtoras de banana do Mundo e para controlá-la são necessárias as seguintes práticas: evitar as áreas com histórico de alta incidência da doença, utilizar mudas comprovadamente

sadias e livres de nematoides, corrigir o pH do solo, dar preferência a solos com teores mais elevados de matéria orgânica, manter as populações de nematóides sob controle e manter as plantas bem nutridas, guardando sempre uma boa relação entre potássio, cálcio e magnésio.

O moko ou murcha pode ser controlada através da detecção precoce da doença. Desinfestar as ferramentas usadas nas operações de desbaste, corte de pseudo-caule e colheita, em cada touceira, imer-gindo-as em solução de formaldeído 1:3, eliminar o coração, quebrando-se a parte da ráquis com a mão, assim que as pen-cas tiverem emergido em variedades com brácteas caducas, plantar mudas compro-vadamente sadias e na medida do possí-vel, usar herbicidas ou roçar o mato, subs-tituindo as capinas manuais ou mecânicas auxilia no controle da doença.

Podridão mole inicia-se no rizoma, cau-sando seu apodrecimento, progredindo posteriormente para o pseudocaule. E deve ser controlado através do manejo correto da irrigação, eliminando plantas doentes ou suspeitas, utilizar mudas já enraizadas para prevenir infecções precoces e adoção de práticas culturais que promovem a me-lhoria da estrutura e aeração do solo.

COLHEITA E ARMAZENAMENTOUm critério que pode ser usado para re-

alizar a colheita de todos os grupos de ba-nana como maçã, prata, nanica, terra são a idade do cacho a partir da emissão do coração. Nesta ocasião marca-se a plan-ta com fita plástica, usando-se diferentes cores para as várias datas de emissão. Quando da colheita, a qual pode variar de 100 a 120 dias após a emissão do co-ração, um gerente de campo de posse de planilha de controle orienta os operários para a colheita do cacho das plantas mar-cadas com uma determinada cor da fita.

Para as cultivares Prata e Maçã, reco-menda-se a colheita quando do desapa-recimento das quinas ou angulosidades da superfície dos frutos. No caso da cul-tivar Terra, este critério não é utilizado, pois as quinas permanecem até a ma-turação do fruto. Assim, recomenda-se a colheita quando os frutos do meio do cacho apresentarem diâmetro máximo. Outro critério é cortar longitudinalmente um dedo da primeira penca. Se a colo-ração da penca estiver rósea, o cacho pode ser colhido. Para as cultivares Prata e Maçã, recomenda-se a colheita quando do desaparecimento das qui-nas ou angulosidades da superfície dos frutos. No caso da cultivar Terra, este critério não é utilizado, pois as quinas permanecem até a maturação do fruto. Assim, recomenda-se a colheita quando os frutos do meio do cacho apresenta-rem diâmetro máximo.

Os cachos devem ser transportados para local com infraestrutura mínima, pelo menos uma palhoça com chão co-berto por folhas de bananeira. Os cachos não devem ser amontoados, a fim de evi-tar atrito entre os frutos. Os cachos são dispostos lado a lado, suspensos em gan-chos móveis embutidos em trilhos onde são despencados.

As bananas podem ser conservadas sob refrigeração pelo período de uma a três semanas. A temperatura mínima de ar-mazenagem depende da sensibilidade da banana a danos pelo frio, sensibilidade esta que é afetada pela cultivar, condi-ções de cultivo e tempo de exposição a uma dada temperatura. A conservação de bananas pode ser aumentada significati-vamente com o uso de atmosfera contro-lada ou modificada.

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Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Eco-nomia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu o dobro do PIB nacional calculado pelo IBGE. Enquanto o agronegócio avan-çou 5,73% (a preços reais), totalizando R$ 942 bilhões (em reais de 2011, ou seja, descontada a inflação), a economia como um todo se expandiu 2,7%, indo para R$ 4,143 trilhões, segundo o IBGE.

Com isso, a participação do agronegócio no PIB nacional aumentou de 21,78% em 2010 para 22,74% em 2011.

Os resultados atuais do PIB do Agrone-gócio, no entanto, devem ser ligeiramente alterados no final deste mês, quando o IBGE divulgará volumes de produção pe-cuária referentes ao último trimestre de 2011 que são considerados na estimativa do PIB feita pelo Cepea. Os responsáveis pelos cálculos, o professor da Esalq/USP Geraldo Barros e os pesquisadores Dra. Adriana Ferreira Silva e Dr. Arlei Luiz Fa-

chinello, destacam a importância de se ter esse crescimento superior a 5% após um ano em que o agronegócio já havia cresci-do 7,36%. No acumulado dos dois anos, o crescimento se consolida em 13,51%.

Para os consumidores, no entanto, a alta nos preços dos produtos agropecuá-rios pesaram no bolso, superando a infla-ção geral da economia. Conforme dados do IBGE, o grupo alimentação e bebidas, que representa 26% do IPCA, foi o que exerceu o maior impacto sobre a inflação no ano passado, ainda que tenha crescido

Agronegócio cresce o dobro da economia geral em 2011

Fonte: CEPEA- ESALQ/USP

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MERCADO

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menos que em 2010. Considerando-se de forma ponderada

todas as cadeias e segmentos e dos dois setores, os pesquisadores do Cepea des-tacam que, de janeiro a agosto, o agrone-gócio manteve taxas mensais oscilantes, mas sempre positivas; em setembro e ou-tubro, apesar de desacelerar, o setor ainda cresceu. Já nos dois últimos meses, houve inversão na tendência expansionista, mes-mo com a desvalorização do Real frente ao dólar ajudando a minimizar as perdas no faturamento com as exportações do agronegócio devido aos recuos dos preços internacionais.

Com base nos dados disponíveis até então, constata-se relativo equilíbrio en-tre os desempenhos dos setores agrícola e pecuário. O primeiro cresceu 5,57% e o segundo, 6,14. Já quando são analisa-dos os segmentos que compõem o agro-negócio, nota-se nítida vantagem para os segmentos de insumos e primário. Já a indústria, tanto na agricultura quanto na pecuária, teve baixo desempenho, che-gando mesmo a ser negativo na pecuá-ria - o único segmento a acumular queda no ano. A distribuição teve crescimento

intermediário, de 4,74% na agricultura e de 3,52% na pecuária.

Os pesquisadores do Cepea chamam a atenção para o fato de que a alta dos in-sumos pressionou a margem de lucro dos produtores rurais, em especial no segundo semestre, quando os preços agropecuá-rios perderam ritmo. Na agricultura, o au-mento na renda do produtor (+12,31%) se sobrepôs ao crescimento dos insumos (+11,16%), o que significou certo alívio ao segmento primário. Entre as culturas, o maior destaque foi o desempenho do al-godão, que registrou alta de 106,64% em seu faturamento. O café e o milho também acumularam crescimento significativo em 2011, ambos em torno de 34%. Na soja, a expansão foi de 17% e, na cana-de-açúcar, de 8,66%. Conforme os pesquisadores, es-sas culturas representam, em média, 65% do valor bruto da produção agrícola.

Já nas atividades primárias da pecuária, o crescimento não foi suficiente para supe-rar a alta dos insumos (taxas de 8,85% e 11,82%, respectivamente), prejudicando a renda apropriada pelos produtores. Com preços em forte crescimento, a atividade avícola foi o destaque do ano: crescimento

de 30%. As atividades leiteira e de produ-ção de ovos também finalizaram 2011 em alta de 9,85% e 16,67%, respectivamen-te. Já a bovinocultura e a suinocultura, ambas para corte, recuaram ligeiramente no ano: 0,45% e 2,82%, nessa ordem.

No segmento Industrial, 10 das 13 in-dústrias analisadas fecharam o ano em baixa, com destaque para o recuo da in-dústria de calçados (taxa de -11,58%) e do açúcar (-10,76%). Em sentido contrá-rio, destacaram-se as indústrias de café, óleos vegetais e outros alimentos que, no ano, cresceram 13,44%, 12,06% e 10,49%, respectivamente.

Para o início de 2012, o professor Ge-raldo Barros ressalta que as preocupações seguem relacionadas ao cenário interna-cional, especificamente quanto ao desem-penho da economia europeia e às impor-tações da China. Para ele, no entanto, ainda que haja recuo no crescimento das exportações do agronegócio brasileiro, não deverá ser de grandes proporções. Além disso, sob a ótica do mercado interno, ele espera demanda firme, o que poderá compensar possíveis perdas advindas do mercado externo.

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com a Comissão de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav) do Amazonas, decidiu antecipar em 45 dias a campanha para imunizar os animais antes da época de chuvas. Outra novidade é que a imuniza-ção foi estendida para 41 municípios. An-tes, somente 12 cidades da região eram contempladas nesta fase.

Serão aplicadas doses em todo o reba-nho de bovinos e bubalinos localizado na calha do Rio Amazonas, área considerada de difícil acesso, até 30 de abril. A primei-ra etapa da campanha nacional de vacina-ção contra a febre aftosa inicia no dia 15 de março, pelo estado do Amazonas. Para os pecuaristas de terra firme, a vacinação será entre 15 de julho a 31 de agosto.

A meta é imunizar aproximadamente 600 mil nessa fase da campanha. Em 2011, o índice de cobertura vacinal no es-tado foi de 97%. Após o término da apli-cação, os pecuaristas têm mais 15 dias para entregar a declaração de vacinação em uma das 19 Unidades Veterinárias Lo-cais (UVLs) ou nos 43 Escritórios de Aten-dimento à Comunidade (EACs).

O restante do estado (também classifi-cado como de alto risco para a doença) e os municípios de Guajará e Boca do Acre e parte das cidades de Lábrea e Canutama – considerados livres de aftosa com vacina-ção – não sofrerão alteração no calendário. Eles acompanharão as mesmas datas de-finidas para os vizinhos Acre e Rondônia, ou seja, vacinarão em maio e novembro.

Depois do Amazonas, os próximos esta-dos a ingressarem na campanha deste ano serão Roraima, de 1º a 30 de abril, e Ron-dônia, que aplicará as doses entre 15 de abril a 15 de maio. Nessa etapa, ambos protegerão apenas os animais com até 24

meses. A programação nacional concentra a imunização na maior parte dos estados em maio e novembro.

ÍNDICES ANTERIORESO balanço apresentado pelo Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) depois de computados os dados enviados pelos serviços veterinários esta-duais mostra que a vacinação contra a fe-bre aftosa realizada ano passado alcançou um índice de cobertura vacinal de 97,7%, superando a média atingida na campanha de 2010, que foi de 97,4%.

A previsão do Departamento de Saúde Animal (DSA) é de que tenham sido imu-nizados cerca de 208,9 milhões de bovi-nos e bubalinos ao longo de todas as fases da campanha. Apenas o estado de Santa Catarina, considerado livre da doença sem vacinação, não imunizou o seu rebanho.

Em 2011, o governo federal investiu apro-ximadamente R$ 60 milhões em ações para controlar a doença. Os recursos foram aplica-

dos no apoio à manutenção e melhoria estru-tural dos serviços veterinários, capacitação de pessoal, campanhas de vacinação estratégi-cas e trabalhos de educação sanitária.

Os estados que obtiveram os melhores ín-dices de cobertura vacinal foram Mato Gros-so (99,7%), Rondônia (99,2%), São Paulo (98,5%), Minas Gerais (98,4%) e Mato Grosso do Sul (98,4%). Rio Grande do Norte (86%), Roraima (84,8%), Paraíba (70,5%) e Amapá (44,8%) tiveram índices que preci-sarão melhorar nas próximas etapas.

O calendário de 2011 concentrou a vacinação em duas grandes etapas: uma em maio e a outra em novembro, mas houve algumas adequações no crono-grama ao longo do ano para aprimorar a estratégia de imunização. A estimativa é que tenham sido utilizadas cerca de 323 milhões de doses em todas as campa-nhas ao longo do ano. O rebanho brasi-leiro está estimado em 212,9 milhões de cabeças.

Vacinação contra aftosa Campanha de vacinação contra a aftosa

começa pelo AmazonasFonte: MAPA

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PECUÁRIA

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Assim que cai no telhado de um galpão de dois mil metros quadrados, a água vai para um sistema de calhas, interligada a uma espécie de piscina, onde fica armaze-nada. Dali é reutilizada na pulverização da lavoura. A técnica é seguida à risca pelo produtor Romeu Chiochttea há cinco anos e é um exemplo que merece destaque.

A captação acontece no período chuvoso, que na região vai de setembro a abril. Romeu Chiochetta explica que a ideia surgiu como uma maneira de evitar o acúmulo de água da chuva nos pátios da fazenda e isso acabou se tornando imprescindível. “Quando chovia, a água ficava toda acumulada nos pátios. En-tão, sempre senti aquela inquietação de que poderia reutilizar de alguma forma e foi aí que montei o projeto. Hoje, toda a minha ativida-de agrícola é feita com água da chuva. Utili-zamos o recurso na aplicação de defensivos agrícolas nas lavouras e também na lavagem do maquinário da fazenda”, destaca.

Com a técnica, o produtor consegue ar-mazenar quatro milhões de litros de água a cada período de chuvas. Mas, para ele, ain-da é pouco e a partir deste ano a captação

Preservação do Meio Ambiente

Reutilização da água da chuva é exemplo em fazenda de MT

Fonte: FAMATO

deve aumentar para 13 milhões de litros, com a construção de um novo silo de quatro mil metros, de onde será retida mais água da chuva. As calçadas também receberão calhas para desviar a água para o armaze-namento. Somando tudo, serão 17 milhões de litros d’água captados a cada período chuvoso. “Deste percentual, irei utilizar sete milhões de litros para a agricultura e o exce-dente irá para a pecuária, no trato do gado”.

A iniciativa rendeu-lhe um prêmio da ONG Aliança da Terra e vem despertando a aten-ção de vários produtores rurais da região, que têm interesse em implantar a técnica em suas propriedades. Além do armazena-mento da água da chuva, a Fazenda Morena tem um sistema de coleta seletiva de lixo e plantação de eucaliptos para retirada da ma-deira que é queimada nos silos de secagem dos grãos. “Precisamos entender que hoje a agricultura não é só plantar e colher. Temos que produzir com sustentabilidade e isso vai muito além da questão econômica. É uma questão ambiental e é o que vamos deixar para as próximas gerações. Afinal, se cuidar-mos sempre haverá a terra e os recursos na-

turais para continuar produzindo e alimen-tando toda a população”, comenta.

O exemplo de Romeu Chiochetta com-prova que cada vez mais os produtores ru-rais estão aliando a produção com a sus-tentabilidade, desenvolvendo tecnologias sustentáveis que permitem o maior apro-veitamento possível das áreas já abertas para a produção. “A Federação da Agricul-tura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) defende o uso sustentável dos recursos naturais e compreende a necessidade de aliar de forma equilibrada o uso da terra e o respeito ao ambiente”, reforça o presi-dente do Sistema Famato, Rui Prado.

No dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água foi instituído em 22 de março de 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da “De-claração Universal dos Direitos da Água”.

A Famato é a entidade que representa os 86 sindicatos rurais existentes em Mato Grosso. Junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e o Institu-to Mato-grossense de Economia Agropecu-ária (Imea), forma o Sistema Famato.

MEIO AMBIENTE

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Em Rio Verde existe desde 2007 um centro de pesquisas agrícolas que realiza experimentos, desenvolvendo soluções para utilização de novas tecnologias na re-gião, através de dias de campo chamados de “Momento do Conhecimento”. Desta forma o agricultor pode verificar os resul-tados atingidos na prática. O Centro de Pesquisa Agrícola de Rio Verde (CPA) foi criado com a parceira entre duas empre-sas, a Campos Carregal Pesquisa e Tec-nologia Agrícola (Hercules Campos e Luís Henrique Carregal) e Xecape Rural (Antô-nio Carlos Bernardes e Henrique Morais), sendo cada uma delas responsável por suas pesquisas e pelos resultados obtidos.

A ideia de criação do CPA em Rio Verde surgiu mediante a necessidade. “Era ne-cessário ter um espaço específico para rea-

lizar pesquisas e estudos com rigor científi-co. Começamos como Centro de Pesquisa na safra 2008/2009, pois precisávamos gerar informações com qualidade e segu-rança, o que antes não era possível”, de-clara Hércules Campos – Engenheiro Agrô-nomo, professor da FESURV-Universidade de Rio Verde e Doutor em Fitopatologia.

Já para Luís Henrique Carregal, também Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitopa-tologia e professor na mesma instituição, o importante é desenvolver tecnologia de forma segura, preservando ao máximo o meio ambiente. “Nós trabalhamos com di-versos produtos químicos e temos sempre que tomar o cuidado de não poluir o meio ambiente. Por esta razão, toda sobra do material químico utilizado nos experimen-tos é depositada em um tanque de cole-

ta denominado piscina química, a qual é completamente protegida para evitar que insetos e animais tenham acesso e, após a evaporação das soluções, a parte sólida é recolhida e encaminhada para a incinera-ção por empresas especializadas”, explica.

Neste centro de pesquisa são realizados estudos de adaptação de materiais para o plantio de soja, milho, algodão, entre ou-tras lavouras e desenvolvimento de novos produtos para manejo de doenças, pragas e plantas daninhas, com a finalidade de elucidar os principais problemas que o produtor rural poderá enfrentar durante as próximas safras. O produtor pode e deve participar dos eventos promovidos pelo CPA como o “Momento do Conhecimen-to” e empresas parceiras também, a fim de se atualizar, uma vez que a agricultura é um processo dinâmico, disse Henrique Antônio Morais, engenheiro agrônomo e pesquisador da Xecape Rural.

Com 96 hectares próprios de área plan-tada com experimentos o Centro de Pesqui-sa Agrícola ainda conta com o apoio de em-presas, instituições de ensino e pesquisa, técnicos e estagiários para realizar novos projetos e desenvolver soluções. Juesley Fraga Filho foi estagiário no CPA por dois anos e hoje é engenheiro agrônomo e alega que pesquisar é importante. “Sempre tem algo que deve ser desenvolvido para que não paremos no tempo, a informação está aqui e as empresas tem que aproveitar a oportunidade para mostrar suas pesquisas aos produtores, pois pesquisa é o futuro”.

Para Henrique Antônio os avanços podem surgir a qualquer momento. “Os avanços tecnológicos podem surgir de qualquer lu-gar do país, mas para que a nossa região possa utilizar os novos métodos é neces-sário realizar pesquisas e estudos para adaptá-los a necessidade dos nossos agri-cultores”, esclarece Henrique.

Soluções Tecnológicas Centro de Pesquisas desenvolve soluções para

o sudoeste goianoPor Lays Almeida

PESQUISA

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Com objetivo de incrementar o con-sumo de carne suína na cesta do con-sumidor, o estado de Goiás lança o seu plano de ações 2012 do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Sui-nocultura (PNDS). A proposta de ações do estado tem como prioridades o sui-nocultor goiano. Por meio de cursos e treinamentos, a Associação Goiana de Suinocultores (AGS), junto ao Sebrae/GO e o Senar/GO, pretende ampliar o número de produtores envolvidos nas capacitações do projeto. Para isso, a entidade levará aos suinocultores e gerentes de granjas programas que in-centivam as melhorias no processo de gestão da granja e nas atividades pra-ticadas na propriedade rural.

Para atender aos produtores, serão disponibilizadas turmas no Negócio Certo Rural um programa de autoaten-dimento oferecido gratuitamente pelo Sebrae, que visa ampliar a capacida-de empreendedora dos participantes e empresários que desejam avaliar suas estratégias e melhorar a administração de seu negócio. Outra oportunidade de

ampliar o conhecimento dos suinocul-tores da região é o Programa de Qua-lidade Total Rural, em parceria com Sebrae e a Qualificação Profissional em Suinocultura, uma capacitação modular

criada pelo PNDS em parceria com o SENAR Nacional que pretende reciclar o conhecimento dos produtores e trazer novas técnicas de manejo na produção de suínos.

Dentro das ações previstas para 2012, há também uma missão técnica em que os produtores goianos terão a oportu-nidade de conhecer casos de sucesso e as possibilidades de organização de associações e cooperativas. Na área de indústria, a entidade promoverá consul-torias para implantar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) em agroindústrias do estado, buscando melhorias na qua-lidade de produção e conferindo maior competividades e adequação às exigên-

Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura foca no produtor

“Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suinocultor

e os colaboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012”, comenta Júlio

Cesar Carneiro

PNDS em Goiás

Fonte: ABCS

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SUINOCULTURA

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cias do mercado consumidor. Pretende se também implementar Boas Práticas de Produção em algumas granjas do estado via Sebrae/GO.

Para Júlio Cesar Carneiro, presiden-te da AGS, a entidade neste ano refor-çou as ações voltadas para o produtor. “Para uma suinocultura de qualidade é preciso preparar o suinocultor e os co-laboradores nas granjas, a AGS acredita e está investindo nisso fortemente em 2012”, comenta. Ainda para o presi-dente, o diferencial das ações realiza-das a AGS está no incentivo direto ao consumo da carne suína, “junto a me-rendeiras e as donas de casas, estamos atingindo resultados cada vez mais ex-pressivos. Creio que essa mobilização faz toda a diferença”, encerra.

Assim como em 2011, a AGS conti-nuará com as atividades junto ao Proje-to Agrinho, considerado um dos maiores programas de responsabilidade social do Sistema Faeg/Senar. Desenvolvido em parceria com prefeituras, secretarias estadual e municipal de educação, agri-cultura e meio ambiente e instituições privadas, o Programa Agrinho qualifica os professores para que levem temas re-levantes para dentro das salas de aula. A intenção é garantir que as crianças, ainda na fase inicial de sua formação escolar, tenham contato com assuntos

que as façam desenvolver a consciência ambiental e moral. Segundo gestora de Projeto do Sebrae/GO, Larissa de Sou-za, o da parceria levar também para as crianças um novo olhar sobre a carne suína. “Serão palestras com nutricio-nistas e cursos para as merendeiras em relação ao preparo da carne suína para a merenda escolar”, diz.

Por meio de ações na área de comer-

cialização, a AGS pretende também ofe-recer ao consumidor informações mais práticas sobre a qualidade e saudabi-lidade da carne suína, disponibilizando em inúmeros supermercados a carne suína in natura de qualidade e capa-citando profissional em cortes suínos, para que o consumidor tenha ainda mais motivos para colocar a carne suína em seu cardápio diário. Para incentivar o consumo, as oficinas gastronômicas marcarão presença também neste ano. A expectativa da entidade estadual é aumentar ainda mais o número de su-permercados participantes e o volume de carne suína comercializada. A no-vidade nesta área é o Festival Gastro-nômico que será realizado em Goiânia. Para ampliar a sensibilização, a entida-de estará presente em renomadas feiras de agropecuárias do estado e também em encontros promovidos pela Associa-ção Goiana de Supermercados (AGOS).

“A AGS é um parceira muito com-prometida e, com apoio da FAEG, FUNDEPEC, SEBRAE E SENAR/GO e demais parceiros, traz ao PNDS um diferencial que possibilita ampliar de forma significativa o leque de ações. Isso nos permite apostar que é possí-vel atingir a meta ousada para 2015”, reforça Lívia Machado, coordenadora nacional do PNDS.

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O Brasil está importando produtos de países do Mercosul que podem conter resíduos de defensivos agrícolas não re-gistrados pela Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa). O assunto foi tratado no dia 29 de março na reu-nião da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas (CNCFO) da Con-federação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizada na sede da enti-dade, em Brasília. Segundo o presidente da CNCFO, José Mário Schreiner, o pro-blema ocorre porque o Brasil ainda não implementou, de fato, o livre-comércio desses insumos no âmbito do Mercosul, o que fere as regras do acordo.

“As empresas optam por registrar os defensivos em outros países do Mer-cosul, porque o custo para se fazer o registro no Brasil é muito alto”, expli-ca Schreiner. Para obterem a licença que permite a comercialização e o uso no País, os defensivos precisam passar

pela avaliação de três órgãos diferen-tes: Anvisa, Ministério da Agricultura, Pecuária do Abastecimento (MAPA) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com Schreiner, as empresas gastam de R$ 1 milhão a R$ 4 milhões e podem esperar por até setes anos até obterem o registro. Dados da CNCFO mostram que mais de 1.700 produtos aguardam na fila para serem avaliados. “Quem perde com essa burocracia são os produtores rurais brasileiros”, lamen-ta o presidente da CNCFO.

Além de encarecer o preço dos defensi-vos no Brasil, a morosidade do processo de registro dos agroquímicos acaba por restringir as opções que os produtores rurais dispõem para combater pragas. A demora do procedimento também desestimula a indústria a investir em defensivos voltados para o combate de

pestes que afetam as lavouras brasilei-ras como, por exemplo, a ferrugem da soja.

“É uma situação contraditória, pois o Brasil importa arroz, trigo, pêra, maçã e outras culturas que utilizam agroquí-micos liberados nos países de origem e proibidos aqui”, afirma José Mário.

Para solucionar esse impasse, a CNA defende a revisão da Lei nº 7.802 de 1989 e de decretos que regulamentam a matéria para tornar mais célere o re-gistro dos defensivos agrícolas. A enti-dade também sugere a participação de pesquisadores de universidades no pro-cesso de avaliação dos agroquímicos. A CNA apóia, ainda, a sugestão da Frente Parlamentar de Fruticultura de criação de uma agência interdisciplinar, com participação das universidades, para deliberar sobre os pedidos de registros de defensivos agrícolas.

DEFENSIVOS AGRÍCOLASBrasil pode estar importando produtos do Mercosul com resíduos

de defensivos não registrados pela Anvisa-----------------------------------------------------------------------------------------------

Fonte: DNA

DEFENSIVOS

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Os três primeiros Territórios de Agricul-tura Irrigada de Minas Gerais deverão ser implantados a partir de julho de 2012. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), até o fim do primeiro semestre serão definidas as ações necessárias para a ampliação e aprimoramento da agricultura irrigada nesses territórios, que abrangem as bacias dos rios Paranaíba e Jequitinhonha e a Re-gião Metropolitana de Belo Horizonte.

Território de Agricultura Irrigada é uma

região geográfica delimitada por uma ba-cia hidrográfica ou parte de uma bacia hi-drográfica, tendo como base as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRH). O Estado de Minas Ge-rais está dividido em 36 unidades e em 29 delas serão implantados territórios nos próximos três anos.

De acordo com o secretário adjunto de Agricultura, Paulo Romano, o passo se-guinte à definição dos três primeiros Terri-tórios de Agricultura Irrigada de Minas será

a busca de financiamento para projetos. “Esses territórios estão sendo deline-

ados como novo conceito de gestão ter-ritorial proposto pelo Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais, que integra o Programa Estruturador Susten-tabilidade e Infraestrutura no Campo, ins-tituído em 2010 e cuja responsabilidade é da Seapa”, explica.

Com base no diagnóstico da irrigação no Estado, a Secretaria da Agricultura e os parceiros no plano (Ministério da In-

Agricultura IrrigadaMinas inicia implantação de Agricultura Irrigada

Fonte: Seapa MG

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IRRIGAÇÃO

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tegração Nacional por meio da Secretaria Nacional de Irrigação, e Instituto Intera-mericano de Cooperação para a Agricul-tura – IICA)analisaram propostas de ação governamental que possam ampliar a área irrigada e ao mesmo tempo aprimorar o manejo da água na agricultura estadual.

“Trata-se de um desafio, porque há li-mites de acesso à água e os produtores rurais mineiros, em algumas sub-bacias, já atingiram o limite para outorga. Entre-tanto, a ampliação da irrigação é cada vez mais necessária e possível, conforme as análises desenvolvidas”, diz Romano.

Ele observa também que “as mudanças climáticas, que causam aumento das in-certezas, as necessidades crescentes de alimentos e energia da biomassa, junta-mente com as restrições ao desmatamen-to, tornam indispensável à expansão da agricultura irrigada”.

CONDIÇÕES ESPECÍFICASOs estudos que compõem o Plano Di-

retor de Agricultura Irrigada de Minas Geraisdetalham as condições socioeco-nômicas, ambientais e culturais de cada território, município por município. Um grupo gestor integrado por representan-tes dos agricultores e demais usuários da água foi constituído para garantir a sus-tentabilidade da irrigação nos territórios já definidos. De acordo com Romano, essas pessoas participam da definição dos proje-tos de solução coletiva para a irrigação nas áreas, de acordo com as condições especí-ficas das regiões.

“São processos inovadores em que o governo (Agricultura e Meio Ambiente) e produtores buscam o mesmo objetivo, o desenvolvimento sustentável”, acrescenta o secretário adjunto.

Na bacia do Paranaíba, que tem tra-dição na agricultura irrigada, é grande a organização dos usuários. Um exemplo é o município de Araguari, onde 90% da ca-feicultura depende de irrigação. A região li-dera o ranking da produção de milho, com estimativa de uma safra de 1,8 milhões de toneladas em 2012, além de produção expressiva de soja e algodão.

“A função dos territórios de irrigação é substituir o modelo da busca de soluções individuais pelas coletivas, ou seja, criar condições para a reunião de todos os usu-ários da água para agricultura irrigada e

outros, numa mesa de negociação, bus-cando soluções sustentáveis específicas para a bacia”, ressalta Romano.

Já para a bacia do Jequitinhonha, região do semiárido, segundo Romano, “o foco é a reservação de água com prioridade para as necessidades do consumo humano e animal”. O volume excedente de água deve ser destinado à produção agrícola e piscicultura em pequenas áreas para a ge-ração de renda. No caso desse território de irrigação, o Plano Diretor prevê também o desenvolvimento de projetos para a utili-zação da água dos reservatórios já existen-tes na região, principalmente aqueles sob administração da Ruralminas, vinculada à Secretaria da Agricultura.

Romano observa que, “para o território de irrigação da Região Metropolitana de Belo Horizonte, predominam projetos vol-tados à qualidade da água que é usada em grande volume para a diluição e transpor-te de esgoto e processos de mineração”. Nesse caso, ele explica, as ações propos-tas pelo Plano Diretor têm por objetivo melhorar as condições da irrigação das la-vouras do Cinturão Verde. O projeto inclui negociações a fim de conciliar o processo de produção com a expansão imobiliária.

Segundo o secretário adjunto, os projetos dos três territórios deverão ser apresentados a instituições nacionais, como o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), Banco do Brasil

(BB) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele prevê a apresentação de propostas para a concretização de mais seis territórios de irrigação até 2014. De acordo com o Plano Diretor, o Estado terá um total de 16 terri-tórios, todos coincidindo com as Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hí-dricos (UPGRHs) do Estado definidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Ge-rais, por meio do Igam.

MODELO MINEIROMinas Gerais tem uma área irrigada de

525 mil hectares e capacidade para irrigar 3 milhões de hectares, de maneira susten-tável, respeitando as condições topográfi-cas, climáticas e socioambientais e de acor-do com o uso adequado das águas para as diversas finalidades. Já o Brasil possui área irrigada de aproximadamente 5 milhões de hectares, mas tem potencial para irrigar cerca de 30 milhões de hectares.

Por isso, segundo Romano, o Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais está despertando o interesse de outros Estados, como Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Gran-de do Sul, Pernambuco, Ceará e Paraná. Além disso, ele acrescenta, o Ministério da Integração Nacional considera o plano como projeto piloto para implantação do Plano Di-retor Nacional de Agricultura Irrigada.

“É uma nova visão em que diretrizes es-tratégicas e gestão integrada valem mais do que as grandes obras físicas”, finaliza.

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O Grupo Nasa promoveu no dia 20 de março, em Rio Verde, o lançamento da nova linha de caminhões Advan-tech, da Volkswagen. Cerca de 200 pessoas participaram do evento, que também contou com as presenças do presidente do Grupo Nasa, Aristarcho Gonçalves de Melo, e do prefeito de Rio Verde, Juraci Martins.

A linha Advantech 2012 traz um con-junto de benefícios para os clientes, traduzidos em conforto, segurança e inovação eletrônica. O objetivo é pro-porcionar, principalmente, a redução dos custos operacionais, além de atender às normas brasileiras de emis-sões (Proconve P-7).

As Inovações vão desde mudanças no design das cabines até novos elemen-tos eletrônicos que otimizam a opera-ção dos veículos preferidos de consu-midores em mais de 30 países.

Pensando sempre em soluções sob medida para países emergentes como o Brasil, a MAN Latin America foi além da troca de motores em seus produtos que serão comercializados a partir de 2012. O conceito ADVANTECH, cria-do pela montadora, traz para as li-nhas Delivery, Worker e Constellation inúmeras inovações, que vão desde mudanças no design interno e exter-no das cabines, até novos elementos eletrônicos que garantem aumento da

vida da embreagem, redução do con-sumo de combustível e segurança na condução do veículo.

As três linhas receberam painéis mais modernos, com computador de bordo, indicador de marchas, limi-tador de rotação do motor, inibidor de partida do veículo em marchas diferentes de “primeira” e “ré”, e indicador de restrição do filtro de combustível. As cabines ganharam novas cores e um visual mais moder-no e aerodinâmico. Além disso, as novas cores internas e tecidos mais resistentes garantem maior conforto ao motorista, tornando o ambiente visualmente mais agradável.

Nasa lança linha VolkswagenAdvantech em Rio Verde

INFORME

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Muitos têm apostado no potencial da aqui-cultura na garantia do suprimento de proteí-na de boa qualidade, na redução de pobreza, na conservação de espécies ameaçadas de extinção, entre outros. O incentivo à produ-ção aquícola foi até chamada de Revolução Azul, em analogia à Revolução Verde, que prometia aumentar a produtividade da agri-cultura na década de 50 do século passado.

As estatísticas atuais mostram que houve e ainda há avanços significativos no cres-cimento do setor: a aquicultura é o ramo da agropecuária que mais cresce no mundo hoje. No entanto, o crescimento da ativida-de por si só não é suficiente, mas sim seu desenvolvimento, para que seja construída em base sólida para possibilitar a realiza-ção do potencial esperado.

No passado, a aquicultura intensiva, em monocultivo, com altas densidades de es-tocagem, cultivando espécies exóticas, car-nívoras, demonstrou-se ineficiente em se sustentar ao longo do tempo. Como exem-plo, vários empreendimentos entraram em falência pela elevada mortalidade causada por doenças no cultivo, já que em monocul-tivo, a resiliência do sistema é baixa. Além disso, foi observada redução de estoques de espécies nativas quando exóticas foram introduzidas no ambiente pelo escape de viveiros e tanques de cultivo. A criação de espécies carnívoras também não contribuiu para a preservação de estoques dos ocea-nos, já que necessitam de níveis elevados de proteína bruta em sua dieta, provenien-tes da pesca predatória.

Outro problema que ocorreu no passado (e ainda ocorre atualmente) é a exportação de riquezas do local em que o empreendi-mento aquícola é instalado para mercados externos, impedindo o desenvolvimento de comunidades locais. A aquicultura voltada para a exportação explora os recursos na-turais para a formação dos produtos aquí-colas, mas os negligencia na contabilidade dos custos de produção e na formação dos preços. Portanto, países em desen-volvimento perdem riquezas por venderem

seus produtos para países desenvolvidos, que têm maior poder de compra, por não considerá-las nos custos de produção. Es-tas riquezas poderiam ser aplicadas no lo-cal, gerando desenvolvimento. Ainda pode ocorrer importação de mão-de-obra para o empreendimento, o que distancia a aqui-cultura como atividade socialmente justa.

Os caminhos para se desenvolver a aqui-cultura com sustentabilidade, a fim de atender aos potenciais nela creditados, é a mudança nos paradigmas impostos no passado. Atualmente, a visão antiga sobre os modelos que deveriam ser seguidos na expansão da aquicultura está sendo subs-tituída por outros valores. Nesse novo con-ceito, a visão ecossistêmica é preconizada, e seus princípios são: A aquicultura deve ser desenvolvida no contexto das funções e serviços ecossistêmicos (incluindo a bio-diversidade) sem degradação além de sua resiliência; a aquicultura deve melhorar o bem-estar humano e a equidade para to-dos os tomadores de decisão; a aquicultura deve ser desenvolvida no contexto de outros setores, políticas e objetivos.

Portanto, atualmente, o desafio dos pes-

quisadores da área é o desenvolvimento de tecnologias de cultivo de espécies nativas, e o uso de produtos e subprodutos regionais para a fabricação de insumos da produção, como ingrediente da dieta ou medicamento, por exemplo. Além disso, devem desenvol-ver sistemas em integração com outras es-pécies animais ou vegetais, para aumentar a resiliência dos sistemas e possibilitar sua continuidade num amplo horizonte. Outra questão importante é o reconhecimento da ação do meio ambiente no processo produ-tivo, ou seja, estudos devem ser feitos para aplicar e/ou desenvolver metodologias para a quantificação dos serviços ecossistêmicos e das externalidades nos projetos.

O código de conduta do pesquisador deve ser baseado na ética, refletido na experimen-tação animal, no ambiente de trabalho e de-mais atores sociais envolvidos. Além disso, nesse processo, é imprescindível a partici-pação das comunidades locais e a incorpo-ração dos seus saberes. Desse modo, será possível subsidiar a formação de políticas públicas para o setor aquícola sob estruturas sólidas, possibilitando o atendimento às ex-pectativas nela depositadas.

Aquicultura no Brasil Por Janaina MitsueKimpara - Pesquisadora da Embrapa Meio-Norte

Fonte: Embrapa Meio-Norte

AQUICULTURA

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Durante os dias 8 e 9 de junho de 2012 a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, irá receber o primeiro Simpósio Sul-mato-grossense de Confinamento de Gado de Corte – Confinar 2012. O evento irá abordar infra-estrutura, manejo ali-mentar, planejamento, gestão e sanida-de animal em confinamento de bovinos. Este último tema será o foco da palestra “A saúde animal e sua importância no de-sempenho de animais confinados”, a ser proferida pelo médico veterinário Luper-cio de Antônio Junior, gerente de clientes especiais da Unidade de Negócios Bovi-nos da Pfizer Saúde Animal.

A palestra irá especificar as doenças mais rotineiras que ocorrem em confina-mento e mostrar, principalmente, o ca-minho preventivo. “A ideia da sanidade em confinamento é sempre focar na pro-filaxia, ou seja, na prevenção das doen-ças”, afirma Lupercio. Segundo o médico veterinário, o sistema de produção em

confinamento não dá margens para que se faça tratamento de patologias, pois o animal doente pode perder vários dias de cocho e, no pior dos casos, morrer. Além disso, o tratamento profilático, feito atra-vés de vacinas, é usualmente mais barato que o medicamento.

A palestra terá como conteúdo a pre-venção a clostridioses (inclusive botulis-mo, que será abordado de forma mais específica), verminoses e ectoparasito-ses. Além disso, Lupercio falará sobre doenças do casco, cujos tratamentos não podem ser preventivos, e mais uma pre-ocupação especial, que são as doenças respiratórias, tais quais a IBR, BRSV, PI3 e a BVD. “O pecuarista começou a prestar mais atenção nas doenças respi-ratórias, que antes não eram prioridade, pois apresentam sintomas subclínicos (não são perceptíveis somente observan-do o estado físico dos animais)”, alerta Lupercio. Segundo o médico veterinário,

é justamente por não serem facilmente detectadas que essas doenças podem trazer mais prejuízos aos confinadores de gado. “As doenças baixam o desempenho do animal e ele pode perder peso ou di-minuir sua taxa de conversão alimentar”, explica Lupercio de Antônio Jr.

SANIDADE ANIMAL EM CONFINAMENTO Segundo médico veterinário, a evolu-

ção deste setor será balizada pelo plane-jamento do calendário de sanidade ani-mal, sua execução e acompanhamento. Para isso, um dos intuitos da empresa é realizar o treinamento de funcioná-rios de confinamento para que façam a ronda (observação dos animais confi-nados) de modo efetivo para identificar possíveis doenças ou causas de óbitos em animais. “Não adianta identificar a morte de alguns animais e não levantar hipóteses das causas”, exemplifica o ve-terinário.

Confinar

2012Ilustração Filipe Borin da Silva

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EVENTO

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O Tabapuã é a raça que pela primeira vez na história da pecuária brasileira, foi ar-quitetada para progredir de acordo com a Ciência. A raça já nasceu com uma característica própria de que não poderia ser equiparado com as demais raças de corte.

Quando se filiou à ABCZ, associação que administra o Registro Genealógico para todas as raças zebuínas passou a contar com um Padrão Racial e morfológico, onde a maioria dos predicados é exata-mente igual ou similar aos das demais raças.

O tempo foi passando e as discussões entre os criadores aumentaram, pois a fi-nalidade maior da raça é a lucratividade e este conceito pode sofrer muitas inter-pretações.

Após ouvir a maioria dos criadores para extrair a mais adequada orientação sobre o futuro da raça, concluiu-se que o Taba-puã deve ser avaliado de três maneiras, diferentemente, a saber: no campo, nas exposições e nas pesquisas zootécnicas.

Para desenvolver bovinos com melhores qualidades, a família Ortenblad criou em 1943 um planejamento zootécnico elabo-rado. Cem matrizes Nelore foram separa-das para as experiências com o touro T-0, como foi chamado o garrote mestiço. Os trabalhos e resultados foram registrados em detalhes. Foi a partir desses cruza-mentos que a coloração branco-acinzen-

tada do Nelore predominou nos animais que permaneceram sem chifres como o gado mocho.

Os bons resultados chamaram a atenção do mercado nos anos seguintes. Na fu-são de várias raças, minuciosamente do-sadas, reside o sucesso do Tabapuã. Ao contrário da raça Brahman que sempre admitiu as fisionomias anelorada, aguze-ratada, indubrasilada e agirada. O Taba-puã apresenta apenas uma fisionomia, na intenção de garantir uma diferenciação racial. O Tabapuã, portanto é um “gado fechado”, não admitindo introduções de novas raças. O Registro foi autorizado pelo Ministério em 1969.

CARACTERÍSTICAS

O Tabapuã é um gado mocho, ideal para a formação de plantéis com essa peculia-ridade, pois a ausência de chifres é uma característica dominante deste.

A raça é muito utilizada em cruzamentos com o Nelore, com o Holandês e, princi-palmente, com raças europeias do clima subtropical brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Além da adap-tabilidade, destaca-se pela precocidade e boa conformação de corte. As vacas pe-sam entre 450-650 kg, com recorde de 941 kg, os touros pesam entre 880-1050 kg, com recordes acima de 1100kg.

Uma das maiores virtudes do Tabapuã é a mansidão, que pode ser considerada um

dos principais elementos diferenciadores, se comparado com outras raças zebuínas de corte. Esta permite que o animal não tenha stress no manejo, evitando a perda de peso durante as vacinações, não so-frendo solução de continuidade de cresci-mento e engorda.

Até mesmo os criadores que realizam cru-zamentos por meio de outras raças zebuí-nas de corte se admiram ao perceber que é possível entrar tranquilamente em meio a uma vacada parida ou em um curral cheio de novilhas da raça Tabapuã.

A mansidão do gado Tabapuã é um dos grandes méritos da família Ortenblad, em sua seleção inicial. Eles utilizaram famílias inteiras de vacas Guzerá com-provadamente mansas de origem leiteira. E mesmo tendo sofrido muitas infusões diferenciadoras, por todo o Brasil, o gado Tabapuã em geral mantém essa caracte-rística como um atributo básico até hoje.

Nas Provas de Desenvolvimento Ponde-ral, o gado Tabapuã sempre se destaca como uma das boas alternativas para o clima tropical, justamente porque suas fêmeas apresentam boa aptidão leiteira.

Submetida a um Controle Leiteiro Oficial por Rodolpho Ortenblad, durante vários anos consecutivos, a raça Tabapuã con-seguiu produções acima de 3.000 Kg na lactação, o que é excelente para uma raça zebuína de corte. Os animais com produ-tividade acima de 2.000 Kg na lactação

O Tabapuã é uma raça zebuína mocha genuinamente brasileira. Recebeu esse nome devido sua origem no município de Tabapuã, norte do estado de São Paulo. Fruto do cruzamento de Nelore com Guzerá Leiteiro, o Tabapuã é um gado mocho com grande habilidade materna. Sua precocidade se

apresenta como um importante recurso genético para o aumento e a melhoria dos plantéis.

CRESCIMENTO

TABAPUÃ-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

PECUÁRIA

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de 305 dias podem ser enquadrados, funcionalmente, como sendo de uma raça mista. O Tabapuã é o zebu mais pesado na desmama, sendo capaz de transmitir sua habilidade materna para as filhas.

No que diz respeito ao índice de natali-dade, o excelente desempenho da raça quanto à idade do primeiro parto e o in-tervalo entre partos, aponta o Tabapuã como gado muito lucrativo na atividade pecuária.

Desde os primeiros estudos genéticos, a raça revelou-se como grande potência em ganho de peso. Em todos os anos que a ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu) realizou provas nesse sentido de todas as raças Zebu, a raça Tabapuã foi campeã

RECONHECIMENTO

O Ministério da Agricultura recomendou que o Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, em 1970, ainda como “tipo”. A Associação Brasileira de Criado-res de Zebu (ABCZ), então, foi encarrega-da de realizar o registro genealógico da espécie. Em dez anos, o Tabapuã preci-saria mostrar através de análises e provas as características que o diferenciavam de outros zebuínos.

Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que participou. A raça foi definitivamente reconhecida em 1981. O terceiro neozebuíno a ser for-mado no mundo, depois do Brahman e do Indubrasil. Por ser o primeiro entre

esses a surgir a partir de um planejamen-to específico, o Tabapuã é considerado a maior conquista da zootecnia brasileira dos últimos cem anos.

Na década de 1990, o Tabapuã chegou a todas as regiões brasileiras, estando nas mãos de quase 200 criadores, ocupan-do um importante papel nas vendas de sêmen.

Com as importações de reprodutores da raça Brahman, pensava-se que o Taba-puã iria sofrer um duro golpe, pois apre-senta muitos pontos de semelhança com a raça norte-americana. A realidade, no entanto, parece outra, pois o Tabapuã vem subindo no conceito geral de gran-des pecuaristas, devido ao sucesso em

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programas de cruzamentos. Talvez por apresentar uma reminiscência de san-gue europeu (gado Mocho Nacional), uma notável rusticidade (oriunda do Gu-zerá) e uma excelente plasticidade (do Nelore), o Tabapuã vem apresentando bons resultados no geral.

Além do bom desempenho nos campos e cerrados, o Tabapuã provou ser a raça zebuína que está dando muito certo nos cruzamentos realizados no Rio Grande do Sul, região de clima subtropical. É a segunda raça em termos de venda de sêmen, só ficando abaixo do Nelore.

A raça é muito utilizada em cruzamen-tos com o Nelore, com o Holandês e, principalmente, com raças europeias do clima subtropical brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná). Esta é uma importante vantagem da raça, ou seja, sua adaptabilidade a climas diver-sos. Destaca-se pela precocidade e boa conformação de corte. As vacas pesam entre 450-650 kg, com recorde de 941 kg, os touros pesam entre 880-1.050 kg, com recordes acima de 1.100kg.

O Tabapuã apresenta sólidos núcleos espalhados pelo Brasil. Além do inte-rior de São Paulo, onde se consolidou. A raça está presente em núcleos no nordeste de Minas Gerais, no centro de Goiás, no sul da Bahia, no Paraná, na Paraíba, no Maranhão e em outras re-giões.

Já foram realizadas diversas exportações de gado Tabapuã para alguns países da América do Sul. Todas as exportações têm um objetivo claro: considerar o Ta-bapuã como alternativa genética para revigoramento dos cruzamentos com o Brahman, servindo assim corno promo-tor da heterose.

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AutorJoaquim Dias da Costa Neto

Adriano e Lara eram ambos agen-tes da Polícia Rodoviária Federal e estavam casados há 15 anos. Trabalhavam juntos na maioria das vezes, e numa folga do ser-viço, decidiram viajar para Iporá, cidade do interior de Goiás, a fim de visitar alguns parentes.Seguiam viajem tranquilamente, mas quando foi fazer uma curva Adriano avistou uma vaca poucos metros à frente. Um caminhão vinha na pista contrária e tudo que Adriano podia fazer era frear. Ele pisou no freio com toda sua força, contudo, não foi suficiente para evitar a colisão da S10 com o animal.Passado o choque do impacto e vendo que sua mulher estava bem, Adriano desceu da camin-honete para ver o estrago que tinha sido feito. Não foi muito grande, a vaca estava muito pior que o veículo, ela mal conseguia se mexer e dava mugidos de dor. Lara já fora do carro ligava para a

Tpolícia para fazer um boletim de ocorrência e já matutava sua con-versa com o pessoal do seguro.Em cima de um cavalo e com a camisa aberta, chegou o vaqueiro responsável pela Saudade, a po-bre vaca em leito de morte na es-trada. Pediu mil desculpas pelo ocorrido e começou a explicar o motivo da Saudade ter escapado.Enquanto isso, todos os viajantes que passavam por ali, paravam e demonstravam sua comoção, di-zendo: “Coitada da vaca, ela deve estar sofrendo tanto. Alguém de-via arrumar um pau e bater na cabeça dela!”Vendo que a vaca sofria, Adriano foi rapidamente até a caminhonete, pegou sua pistola e atirou no animal. O vaqueiro que ainda estava se justificando, emudeceu. Com uma enorme cara de espanto e pensando que seria a próxima vítima daquele homem cruel, disparou em fuga.

Triste Fim da Saudade

DEDO DE PROSA

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