Revista Mundo Equestre | Agosto 2009
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Transcript of Revista Mundo Equestre | Agosto 2009
Bem-estar para cavalo e cavaleiro.w w w . m u n d o e q u e s t r e . c o m . b r
Número 16 | 2009
Nesta Edição
Saiba Mais
Hunting: a caça a cavalo
Entrevista
O tratador Paulo Porto
Especial: A jornada evolutiva do cavalo
Orlov O trotador Russo
R$ 8
,90
BR 282, KM 3, Via ExpressaRua Itajaí, 1373, Vordstadt
FLORIANÓPOLIS
48 3028.5111BLUMENAU
47 3037.5111
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Edição Afonso Westphal
dirEção EXECUTiVA ESUPErViSão GrÁFiCA Manuela Merico
JornAliSTA rESPonSÁVEl daniel davila - SC01075-JP
rEdAção E Edição dE TEXTo Sarah Westphal
FoToGrAFiAGrace CarvalhoAlexandre Vidal
CAPAArquivo
dEPArTAMEnTo CoMErCiAl [email protected]
ASSESSoriA JUrídiCA Merico Advogados
ArTE E diAGrAMAção Uniqe Comunicação
rEViSão Sarah Westphal
EqUiPE VETErinÁriAPedro Vicente Michelotto Jr.lívia Medalha AraújoValdir Tonin
rEdAção E AdMiniSTrAçãoBemAmostra Editorarua do Convento, 30 - sala 103Centro - 88350-380 - Brusque - [email protected] 41-3203.1960
iMPrESSão E ACABAMEnToimpressul indústria Gráfica
EXPEdiEnTE
Para sugestões ou dúvidas, fale direto com a redação, enviando e-mail para [email protected] escreva para rua desembargador Motta, 2175 / 502, Centro, CEP 80420-190 - Curitiba - Pr.
Caro Leitor,
E D I TO R I A L
nesta edição, trazemos como entrevistado o tratador profissional Paulo
Porto. Com 25 anos de carreira, Paulo, com seu jeito simples e direto,
expõe um pouco de sua experiência, explica questões sobre viagens com
cavalos e a importância da figura do tratador para o sucesso do conjunto.
do Brasil para rússia, resgatamos um pouco da história dos orlovs, a
primeira raça do mundo criada exclusivamente para a corrida de troles.
Calmos, corajosos e obedientes, estes animais são utilizados como cavalos
policiais na rússia e na Escandinávia, além de servirem como potentes
motores para as famosas troicas.
na seção Saiba Mais, uma novidade: a partir deste mês, abordaremos os
mais diversos tipos de esporte realizados com cavalos. neste mês, conheça um pouco das regras e curiosidades
da polêmica “Caçada a cavalo”. originada na França antiga, esta modalidade movimentou grande número de
cavaleiros por mais de 500 anos e é muito popular na inglaterra e irlanda. Atualmente, devido a importantes
questões relacionadas aos direitos dos animais, foram desenvolvidas práticas de caça ecologicamente corretas,
mas igualmente emocionantes.
Bem-vindos à edição de agosto!
Uma boa leitura a todos,
Todos os direitos reservados. Artigos assinados não repre sentam necessariamente a opinião da revista.
Í N D I C E
EntrEvistaO tratador Paulo Porto
dicasProcedimentos de chegada
em um concurso hípico
PErgunta vEtErináriaAerofagia. Como evitá-la?
saiba maisHunter
EsPEcialA jornada evolutiva
do cavalo
clínica vEtErináriaTermografia
variEdadEsLaguna San Rafael
8
16
17
18
24
30
36 12
Índice
Álbum
Notícias
Teu mundo equestre
22
32
34
35
40
42
Quadrinhos
Classificados
Agenda
OrlovO Trotador Russo
E N T R E v I s TA
Em 25 anos de experiência, o tratador Paulo Porto alcançou uma sintonia fina com os cavalos. Hoje, ele sabe o que se passa com eles só pelo jeito de olhar.
8
Paulo PortoConhecimento
de Causa
texto: Equipe mundo Equestre | Fotos: arquivo Pessoal
1. Como você começou no hipismo?Trabalhava como auxiliar de um veterinário. Eu ia ao haras fa-
zer os curativos, vacinações e mexia com gado também. Até
que cheguei a um ponto em que eu me apeguei muito ao
cavalo. Comecei preparando os animais para exposições. no
início, eu nunca ficava num lugar só, prestava serviço para
vários haras.
2. Qual a importância do tratadorde cavalo para o sucesso do conjunto?Para mim, o trabalho em equipe é fundamental e todas as
peças são essenciais para o sucesso: cavaleiro, treinador, fer-
rador, tratador, veterinário, etc. Conheço muitas equipes que
investem forte em professores, cavalos e cavaleiros, mas se
esquecem de uma peça fundamental, que é o tratador. não se
preocupam com ele. quando chega a hora da prova, se o con-
junto vai bem, isso é reflexo do trabalho bem feito de todos.
na minha opinião, se não houver cursos e até formação de
tratadores profissionais, a tendência do nível do serviço é cair.
3. O que é fundamentalpara que uma viagem dê certo?na minha profissão, não pode existir o “se eu tivesse feito
isso…”. quando programo uma viagem, planejo como se
tudo fosse dar errado. Por exemplo: levo medicação como se
o cavalo fosse ficar doente, levo cabeçada extra, caso arre-
bente, etc.
Eu tenho que me prevenir para todo o tipo de imprevisto para
poder garantir que tenho condições de ajeitar as coisas e dei-
xar o cavaleiro tranquilo.
4. E sobre o transportede cavalos para o exterior?Viajar envolve despachante, exames veterinários e cuidados
especiais. o tratador tem de fazer a pré-adaptação da comida
que o cavalo vai encontrar no destino. no que se refere ao
transporte, primeiro você tem que saber dividir os animais nos
containers. Cada container tem capacidade para três cavalos
e eles devem ser agrupados pelo temperamento. Um exem-
plo: em uma viagem ao Chile em 2005 para o campeonato
Sulamericano, mesmo com três garanhões na tropa, o que
me deu mais problemas foi um cavalo castrado, que queria se
jogar de cima do elevador.
depois de embarcados, a maior atenção é com o levantar voo
e a aterrissagem. o Pardal, que é um tratador da Bahia, brinca
que a gente vira palhaço. Precisamos fazer com que os cavalos
prestem atenção em nós de qualquer jeito, para que eles es-
queçam o estresse do voo. na hora de decolar, a tendência do
animal é se apoiar pra trás, e, se ele escorregar, pode aconte-
cer de as mãos passarem por dentro dos pés. Para que ele não
fique nesta posição, o tratador é obrigado a puxar o animal
pelo rabo, o que não é uma tarefa fácil.
5. Você já trabalhoufora do país?Já trabalhei nos Estados Unidos, com cavalos
quarto de Milha e, como tratador de hi-
pismo, viajei bastante com atletas bra-
sileiros para algumas temporadas na
Europa, que duravam de quatro a oito
meses. Já levei animais para competir
em vários países e há dez anos faço
parte da equipe brasileira: acompanho
os voos dos cavalos para os campeonatos,
principalmente Sulamericanos. Também já fiz
diversas viagens como free lancer para buscar
cavalos europeus que foram comprados aqui
do Brasil e vice-versa.
Mas quando me perguntam se eu conheço
muitos países, a verdade é que eu conheço
Determinado, Paulo prefere ser reconhecido pela excelência do seu serviço do que pela lista de atletas famosos com quem já trabalhou. Atualmente, atua no Clube Hípico de Santo Amaro e faz parte da equipe brasileira de hipismo há dez anos.
Nesta entrevista, Paulo comenta os principais desafios no transporte de cavalos, apresenta o perfil de um tratador de sucesso e compara os panoramas brasileiro e
internacional.
10
muitas hípicas. o que é esporte ou hobby para os cavaleiros,
para nós é trabalho. Precisamos nos privar de muitas coisas,
da família, do final de semana...Então, você tem que vir e dar
o seu melhor.
6. Qual a diferença entre ostratadores internacionais e os nossos? A principal diferença entre os tratadores do Brasil e da Europa,
é que lá eles contratam muitas pessoas que tratam cavalo por
falta de opção. Aqui, grande parte dos tratadores já nasceu
num ambiente de cavalos.
outra diferença importante é o salário. na última vez em que
fui para Europa, conheci uma garota que estava aprenden-
do a ser tratadora e trabalhando há dois meses. Ela ganhava
mais do que eu, que tenho 25 anos de profissão. Além disso,
a situação do tratador no Brasil é um pouco desconfortável,
pois se for fazer um cadastro no banco, a profissão tratador
não existe.
na Europa, o tratador é mais respeitado. Aqui, o proprietário
não quer gastar contratando uma mão de obra qualificada.
Muitas vezes, contrata qualquer pessoa que se dispõe a cui-
dar dos cavalos, sem nenhuma experiência e até mesmo sem
vontade verdadeira. Geralmente, a suposta “economia” do
proprietário só gera prejuízos.
7. Como você avalia as condições queos clubes hípicos nacionais oferecempara os cavalos e para os tratadoresdurante os campeonatos?de maneira geral, as condições estão melhorando, embora
isso dependa do tamanho do concurso.
de acordo com o código de conduta da FEi, a estrela princi-
pal do evento é o cavalo, e os eventos estão respeitando isso
cada vez mais. quanto aos tratadores, a situação está mu-
dando. de uns tempos para cá os organizadores começaram
a se preocupar mais com a figura do tratador e passaram a
perguntar nossa opinião sobre o que pode ser melhorado.
Acho que isto é muito positivo para futuramente desenvolver
as competições hípicas por completo, com boas condições
para todos os envolvidos.
9. Quais as principais característicasque compõem um bom tratador?Você tem que ser organizado e principalmente saber cuidar de
si para poder tratar bem os animais. Você tem que buscar ser
responsável com horários e tentar ser o mais correto possível
para poder ser ouvido. Para mim, o tratador ter que ser res-
peitado não por trabalhar por fulano ou beltrano, mas sim por
sua conduta. Tenho esse pensamento comigo: quando vou
Paulo Porto com
Baloubet du rouet
nelson Pessoa com Paulo Porto
ludger Beerbaum com Paulo Porto
An
trabalhar, eu não vou a passeio. o sustento da minha família vem do animal. Falam
que sou muito regrado, mas não posso perder minha razão. não me lembro de ter
faltado ao trabalho ou de dizer que não posso fazer algo para meus patrões. Se você
se compromete a fazer alguma coisa, tente fazer da melhor forma possível.
10. Quais foram os atletas famososcom quem você já trabalhou?A pessoa que mais acrescentou à minha vida profissional foi uma amazona carioca
chamada Claúdia itajaí, que sempre me cobrou muito. o trabalho básico do trata-
dor, em geral, é um trabalho simples. Para ter um destaque, você tem que ter um
diferencial. outro atleta importante é o Marcelo Artiaga, um cavaleiro centrado e
correto ao extremo. Também já trabalhei um tempo para o doda, Vitor Alves Teixeira
e César Almeida. Toty - Artemus de Almeida - denis Gouveia - J . roberto reinoso
- Fernando e Mariana Schilis
11. Você tem alguma história engraçadaque possa compartilhar com nossos leitores?Um caso que é engraçado e que curiosamente já vi acontecer várias vezes em cam-
peonatos é o cavaleiro chegar e perguntar para pessoa que está ao meu lado:
Você viu a minha pista?
A pessoa, sem ter visto, responde: Vi sim, foi muito bem!
Aí o atleta comenta: “Mas como? Eu fui eliminado no oitavo obstáculo...”
E a pessoa, para consertar, fala: “É , mas até o oito você estava montando muito
bem mesmo...”
AF_Anúncio_ITC_ME.pdf 1 8/5/09 6:08 PM
R A ç A D O m ê s
texto: afonso Westphal
Originários da Rússia, estes ca-valos potentes e velozes foram os primeiros animais do mundo desenvolvidos especificamente para puxar pequenas carrua-
gens com grande velocidade.
Orlov
12121212
131313
14
Ainda hoje, um grande número de cavalos é criado na antiga União Soviética para agricultura e transporte. Já nas províncias remotas do Oeste, principalmente nas tribos mongóis, estes animais são responsáveis por grande parte da economia local. Todavia, algumas raças foram desenvolvidas na antiga URSS para suprir demandas
de uma pequena, porém promissora, elite. Um exemplo destas raças é o Orlov ou Orloff, que foi criado especificamente para
puxar pequenas carruagens e participar de corridas de Troles.
A raça originou-se por iniciativa do Conde Aléxis Grigorievitch orlov (1737-1808),
que cruzou seu famoso garanhão Árabe, Smetanka (presente recebido de um
sultão da Turquia) com algumas das melhores éguas da dinamarca, Alemanha
e Arábia.
A coudelaria de orloff estava situada em ostrov, cidade próxima a Moscou.
insatisfeito com a reduzida área de pastagem disponível em ostrov para sua nova
linhagem, o conde decidiu transferir sua sede para a cidade de Kherenovoye, na
região de Vorenej. lá, conseguiu aliar uma vasta área de pasto, fontes de água
cristalina e um clima seco e um pouco menos gelado.
Fundada em 1778, a coudelaria de Kherenovoye deu origem a um potro chamado
Polkan i, que posteriormente cruzou com uma égua dinamarquesa, portadora de
sangue espanhol. Como resultado, Bars i, um potro que herdou o vigor da mãe
e as qualidades extraordinárias de trote de seu pai, desencadeando toda uma
linhagem que hoje conhecemos como cavalos orlov.
O Orlov ModernoDesenvolvidos para corrida de troles, devido ao seu trote bastante seguro e intrépido, eles foram soberanos nesta modalidade até finais do século XIX. Porém, devido à inserção do Standardbred nas corridas, forasteiros que desenvolviam um trote ainda mais veloz, os nativos Orlovs foram perdendo seu espaço aos poucos. Hoje, a Rússia possui uma raça de cavalos que apresenta um trote mais veloz que os Orlovs, denominados Trotadores Russos, que são resultado da cruza de garanhões Standardbred com éguas Orlovs.No entanto, ainda hoje, os Orlovs competem nas pistas russas em corridas de trole e participam da popular corrida de Troicas (trenós puxados por três cavalos: o do meio tem andamento de trote, e os laterais mantém o movimento ao passo.A polícia montada da Rússia e da Escandinávia também utiliza os Orlovs devido ao seu temperamento corajoso, calmo e obediente.Cavalo leve e ao mesmo tempo musculoso e de grande vitalidade, possui cabeça pequena e elegante, membros posteriores fortes e potentes, característico de raças trotadoras. Pode apresentar pelos um pouco mais compridos na região próxima ao casco. As pelagens mais usuais são: tordilho, baio, preto e alazã e medem de 1,59 a 1,72 m. O Trotador Orlov deu contribuição importante para a formação e aprimoramento de outras raças de trote através da importação de éguas, pela França, no final do século XIX e da introdução de cavalos em coudelarias italianas e alemãs.
Possível DeclínioDevido à superioridade dos Standardbred nas corridas de trole e a criação dos velozes Trotadores Russos, hoje o Stud Book dos Orlov se encontra em uma situação delicada, pois a finalidade principal da raça se vê abalada por concorrentes mais velozes. Os cavalos Orlov levam em média 2 min e 25 seg. para completar um percurso de 1,600m. Já os Standardbred finalizam o mesmo em apenas 2min e 05 seg. em média.Dentre os grandes campeões da raça Orlov, destaque para Ulov (1928) que, com apenas cinco anos, trotou uma distância de 1600m em 2’05”1.
Além da beleza, a raça também é conhecida por sua
longevidade, tendo como expectativa de vida 25 anos.
D I C A s
Procedimentos de chegada em um concursohípico
o tratador deve prestar muita atenção aos
horários pré-estabelecidos nos programas
das provas para que, na chegada, não haja
transtorno na acomodação do animal.
Primeiramente, deve-se escolher e deter-
minar o local em que o cavalo vai ficar
para que então ele seja desembarcado
do caminhão e amarrado na cocheira. É
importante amarrá-lo para que o trata-
dor possa verificar se não há restos de
comida no cocho e troque a água, caso
a cocheira tenha sido usada. Se não hou-
ver cocho, colocar baldes com água lim-
pa. Em seguida, arrumar a serragem de
maneira que o animal não se machuque
caso este role ou ao deitar.
A alimentação só deve ser oferecida de
duas a três horas depois que o animal es-
tiver acomodado na cocheira.
o tratador, com a orientação do veteriná-
rio, pode fazer desde uma hidratação a
uma soroterapia para recuperar melhor o
cavalo da viagem se houver necessidade.
o cavalo sempre deverá ter água à von-
tade, em quantidade suficiente para se
hidratar, e esta tem de permanecer lim-
pa. Se for preciso, um segundo balde po-
derá ser providenciado.
Estes são cuidados básicos para uma boa
recuperação do animal quando chega de
viagem em um concurso hípico. É fun-
damental prestar atenção para que tudo
ocorra em perfeita harmonia na chega-
da, para que o cavalo possa concorrer
sem debilidades provenientes do estresse
do transporte.
Dicas escritas por:
Paulo Porto Tratador ProfissionalAutor do Livro“A Arte de TratarCavalos de Esportes”
17
Meu cavalo vive em um clube hípico e está com aerofagia. O que posso fazer para evitá-la?
PorMarcela Martins, MV, CRMV-PR 5285Marcelo Miranda, MV, CRMV-PR 4407
Pergunta feita por Samanta Dias
p E R g u N TA v E T E R I N á R I A
C u R I O s I D A D E s
Envie suas perguntas para [email protected] ou para a rua des. Motta, 2175/502 - Centro, CEP 80420-190, Curitiba-Pr.
Pedro vicente michelotto Jr., médico veterinário, clínica santa Fé – Jockey club do ParanáProfessor do curso de medicina veterinária da PucPr
A posição da sela muito à frente na cernelha pode provocar lesões musculares na escápula dos cavalos, além de diminuir a movimentação da mesma prejudicando a performance.
1A utilização de 5 a 10 cm de areia entre o cimento do piso das cocheiras e a cama de serragem é benéfico para cavalos com sensibilidade na sola, cavalos com crescimento lento dos cascos, cavalos com a sola chata, cavalos com os talões amassados e para cavalos muito pesados. A utilização da areia ajuda a refazer a concavidade de sola e facilita o crescimento de um estojo córneo forte e capaz de suportar peso.
2O alinhamento do eixo pata quartela ou podofalangeano é a melhor situação de amortecimento do impacto para todo sistema músculo esquelético dos equinos.
3
Bem, a aerofagia é um vício que normalmente é
aprendido com outros cavalos que também são
aerofágicos e estão estabulados próximos. Uma
vez adquirido, dificilmente o animal se livra dele. o
aborrecimento por estar estabulado estressa os cavalos
(uns mais que outros), porque o natural para a espécie
equina é viver em grandes campos, além de necessitar
muito do convívio social. Então, o estresse por estar
estabulado pode induzir o cavalo a alguns vícios, entre
eles o da aerofagia. recentemente, pesquisadores
observaram que muitos animais com aerofagia também
apresentavam gastrite.
o cavalo que engole ar poderá ter cólicas, dificuldade
para adquirir boa condição física e desgaste excessivo
e irregular dos dentes. Portanto, dar distração ao
cavalo (piquete, passeio, exercício) e cuidar da
saúde do trato digestório (dividir a alimentação
concentrada em pelo menos quatro administrações
diárias e fornecer feno à vontade; diagnosticar
e tratar a gastrite; proporcionar cuidados
odontológicos) são pontos importantes a serem
instituidos ao cavalo aerofágico. Ainda, alguns
necessitarão de coleira para evitar o ato de engolir
ar. Para aqueles que apresentam cólicas repetidas,
cirurgia pode ser indicada.
Assim, deve-se procurar identificar os aspectos
importantes a serem melhorados no dia-a-dia e na
vida do cavalo aerofágico.
s A I b A m A I s
texto: manuela merico
s A I b A m A I s
A caça está presente na vida do homem desde a pré-história. Tema freqüente
entre as pinturas rupestres, elas representavam um meio de defesa e de garantir
a sobrevivência. o tempo passou e as caçadas de hoje em dia pouco lembram
as que se praticavam pelos nossos ancestrais. o que inspira os caçadores não
é mais a necessidade de sobrevivência, e sim o esporte e a tradição. Montados
em cavalos e acompanhados por uma matilha de cães farejadores, eles repetem
as táticas dos nobres do século XiV da França antiga, época em que a caça
tomou os moldes da que conhecemos atualmente.
A maneira de caçar muda conforme os costumes do país e a legislação vigente.
A caçada francesa, considerada uma forma de arte, é conhecida por ser uma
das mais tradicionais e conservadoras. dentro de campo, existe uma etiqueta
que rege toda a atividade. Além de resistência, os caçadores precisam ter
conhecimento de boas maneiras e de como se movimentar corretamente.
Músicas e sons de cornetas indicam as ações a serem realizadas pelos caçadores.
Já na inglaterra e na irlanda, a caça apresentou modificações mais expressivas.
nesses países, admite-se o salto, o que não acontece na França. Assim, os
caçadores se dividem em dois grupos. Um deles percorre um caminho
acidentado, mais curto e perigoso, onde saltam os obstáculos naturais,
enquanto o outro grupo passa por um trajeto plano e um pouco mais extenso.
devido a colonização da América do norte pelos ingleses, o esporte foi também
introduzido nos Estados Unidos,
A partir deste mês, a seção Saiba Mais traz uma série de informações sobre os diversos tipos de interação entre cavalo e cavaleiro. Alta Escola de Equitação, Polo, Atrelagem e Western Sports estão entre os assuntos que iremos abordar nas próximas edições. Hoje é o dia da caça.
Hunter
18
A Caça como Esporte Equestre
191919
Hierarquia da CaçaA caçada é composta por uma hierarquia e cada componente tem uma função específica no campo.
MESTRE É o encarregado da caçada, pode também atuar como um caçador. Sua responsabilidade é en-
contrar um local ideal e negociar com o proprietário do campo da caçada e se certificar de que a atividade será
realizada conforme os regulamentos da MFHA (Masters of Foxhound Association).
SECRETÁRIO DE CAÇADAS Assessora o mestre e é responsável pela administração e finanças.
O MESTRE DO CAMPO Possui profundo conhecimento sobre o território e orienta os caçadores para os
melhores e mais seguros trajetos.
O ORGANIZADOR Gerencia os cães dentro do campo, com uma série de chamados através da corneta
de caça, e fora dele cuidando diariamente dos animais.
OS SOPRADORES Assistentes do organizador, geralmente cavalgam na frente do bando ajudando a
controlar os cães durante a caçada.
OS CAÇADORES Cavaleiros pagantes, pertencentes a clubes de caça.
OS SEGUIDORES São os espectadores, que acompanham a atividade a pé, de bicicleta ou de carro.
O cavalo A raça de cavalo a ser utilizada na caça varia de acordo com o campo
a ser percorrido, o tipo de presa e a tradição do país. na inglaterra,
onde a principal presa é a raposa vermelha (redFox) e os terrenos
são planos, usa-se o Puro Sangue inglês, cavalo ágil o suficiente para
acompanhar a velocidade da raposa, que chega a 48 km por hora!
nos Estados Unidos, a caçada é a raposa Cinza (Grey Fox) pois a
espécie Vermelha não é típica do Pais. Apesar de a raposa Cinza
não traçar sua fuga em linha reta, ela também apresenta grande
velocidade, o que proporciona uma caçada bastante excitante.
na França, a caça ocorre em florestas densas e os animais mais
comuns são o veado, o cervo e o javali. Como são mais lentos
que a raposa e a movimentação nas florestas é difícil, a resistên-
cia se torna o aspecto mais importante. Por isso, os franceses
usam cavalos mais fortes e pesados que o PSi, como o Cleveland,
o Clydesdale, o Pecheron e o Shire.
As características fundamentais para o cavalo de caça são:
• Força para carregar o cavaleiro de maneira rápida e segura
através do campo;
• Resistência, pois na temporada de caça Novembro/Março os
animais são utilizados duas vezes por semana por cerca de 6 a
8 horas diárias;
• Capacidade de saltar cercas e diques sem hesitar;
• Obediência aos comandos do cavaleiro e muita coragem.
Novas Modalidades: Existem hoje algumas vertentes do esporte que não caçam animais.
São elas a drag Hunting e a Clean Boot.
Drag HuntingA caçada consiste em perseguir uma linha mal cheirosa. A
emoção, porém, é garantida. Um homem, chamado de dragman,
a pé ou a cavalo, percorre um caminho de aproximadamente 8
km, podendo chegar a 24 km nas caçadas mais difíceis, jogando
por onde passa uma mistura de excremento com anis. os cães
farejadores, foxhounds, têm de seguir a trilha “perfumada”.
os caçadores percorrem trajetos de extrema dificuldade,
aproximando-se a percursos de Cross country. o objetivo é
chegar ao final em determinado tempo. É uma ótima alternativa
para os que gostam de cavalgar de maneira excitante e proteger
os animais.
Essa modalidade tem se popularizado na Europa, Estados Unidos
e também no Canadá. São usados de 20 a 22 cães.
Clean BootÉ uma modalidade menos usual, porém também poupa os
animais. A perseguição, neste caso, é a uma bota humana
untada com uma mistura de odor intenso. os cães utilizados
são os BloodHounds, que possuem um olfato ainda melhor que
os Foxhounds, pois muito embora o alvo tenha cheiro forte, o
percurso não é composto por pistas odoríferas.
Os
Caç
ador
es
Puro
san
gue
Ingl
ês
Fox
hou
nd
s
Bom faro é fundamental para um ca-
chorro de caça, especialmente quando
a intenção é perseguir raposas. Além
de serem menores, as raposas exalam
um odor muito mais suave que o cheiro
dos cervos, veados, coiotes e javalis. Como o próprio nome já
diz, os Foxhounds ingleses e Americanos são usados na caça às
raposas. Enérgica e ativa, a raça tem um olfato incomparável.
o PSi está entre os
cavalos mais usa-
dos nas caçadas da
inglaterra. Ágil, rá-
pido e inteligente,
ele possui as carac-
terísticas ideais para
perseguir raposas em campos abertos.
Bruna Barbosa - na Sociedade Hípica de Jaraguá
Camila, Miro, Matheus e Cristina Moreira - Atletas de Maringá -
Paranaense de Escola
Nestor, Fabiana e Luiz Augusto Deluchi, representantes do Paraíso Equestre - Gaspar
Mariana Cassetari - CEHIP
Cristine Lopes e Thais Marques - SHC
á L b u m
FOTO
s: E
qu
IpE
mu
ND
O E
qu
EsTR
E
Paula e Fátima Marchezoni Força Livre
Pódio Amador A e Pré-Mirim - FGEE
Premiação da amazona Marian Weiss, representante do Movimento Equestre
Florianópolis
Rita, Juarez Guimarães e Elisa Guimarães Forchezatto - Paranaense
de Escola
Premiação Igor Oppitz -
Regimento Cel. Dulcideo
Premiação Rafaela Stroppa - Paranaense de Escola 0,90 cm
Premiação de Giovanna Bussador Matrakas - CSE 0,70cm
A jornada evolutivado cavalo
E s p E C I A L
texto: gustavo vazquez
Assim como outros animais domesticados pelo homem,
o cavalo possuía, em seu estado selvagem, características
que impeliram e facilitaram sua domesticação. Sua apti-
dão para servir de montaria, somada à sua velocidade e
resistência, foram fatores determinantes para aproximá-
lo do homem primitivo, em uma união que se mantém e
se manterá estável e frutífera.
Se nos perguntarmos o que levou os equinos a possu-
írem tais características dentro de sua escala evolutiva,
encontraremos um princípio aparentemente corriqueiro:
a alimentação. dizem que somos o que comemos, e isso
se aplica aos animais. Ao contrário da maioria dos her-
bívoros, que se alimentam de frutos e sementes e que
assim dependem da existência de certas árvores e de
condições climáticas específicas, o cavalo, sendo pouco
exigente, é capaz de nutrir-se de vegetais pobres em pro-
teínas ou, em outras palavras, de pasto, encontrado em
abundância na natureza. Seu metabolismo sobrevive em
áreas onde mesmo ruminantes, como vacas e carneiros,
não conseguiriam se alimentar. isso já é um fator a favor
de sua domesticação – se um homem decide cuidar de
um carnívoro precisará supri-lo com carne, que muitas
vezes é dispendiosa; uma vaca exige um grande terreno
por onde pastar; o cavalo, nesse aspecto, exige menos
esforço de seu criador.
Somado a isso, comer plantas pouco energéticas adicio-
nou à sua sobrevivência a eliminação de disputas territo-
riais. Animais mais exigentes em relação à comida muitas
vezes precisam brigar entre si por um pequeno espaço de
terra aproveitável. Para o cavalo, visto que seu alimento
Somos o que comemos
24
está presente nos mais diversos climas e regiões, é mais
fácil locomover-se em busca de um novo pasto do que
brigar por aquele desejado por outro animal. E de fato
sua mobilidade veio a ser sua grande defesa contra os
predadores. não tendo chifres ou couraças, sua opção
quando em perigo é simples: fugir.
A seleção natural fazia então que os cavalos primitivos
rápidos tivessem mais chance de sobreviver do que os
lentos. Acontece que, na natureza, a velocidade de um
animal é relativa ao seu tamanho – um pônei, por exem-
plo, precisa dar mais passadas que um cavalo para su-
perar a mesma distância, e com isso gasta mais tempo
e energia. Assim, com os maiores tendo uma vantagem
em relação aos menores, com o passar dos milênios o
cavalo deixou de ser um animal do tamanho de um ca-
chorro até alcançar o tamanho atual.
na tortuosa escalada da montanha evolutiva, muitas ve-
zes uma vantagem acaba por trazer uma desvantagem
e vice-versa. A natureza exige compensações: ser mais
rápido e, consequentemente, maior, exige uma alimenta-
ção melhor. Já tendo encontrado seu nicho – plantas de
baixo valor alimentar – não seria vantajoso voltar atrás;
se decidisse buscar plantas mais nutritivas, seria preciso
disputar com os animais que já a comiam e que possuíam
corpos mais propensos à luta. A solução mais simples,
então, foi comer mais; um cavalo hoje chega a perma-
necer mais de doze horas por dia comendo. Sendo seu
alimento pouco nutritivo, é preciso passar muita comida
pelo seu corpo para que se extraia a energia necessária
para sua sobrevivência.
E comer durante tanto tempo, por sua vez, causou algo
especial. quão essencial é para a manejabilidade de um
cavalo suas rédeas – e o diastema, tão apropriadamente
posicionado, nada mais é que um fruto de sua alimenta-
ção. Passando grande parte do dia com a cabeça encosta-
25
26
da ao chão, o cavalo primitivo, que possuía uma mandíbula
convencional, tinha sua percepção sensorial prejudicada;
seu campo de visão era muito baixo, sendo difícil notar um
predador a menos que este estivesse próximo. o que acon-
teceu foi seus dentes frontais se separarem dos restantes,
“subindo” assim sua visão periférica – com o diastema,
seus olhos ficaram mais distantes do solo, permitindo uma
percepção mais ampla do espaço ao seu redor.
Por fim, aumentando de tamanho, o cavalo viu-se sujeito
a outra exigência além de alimentar-se mais – as conse-
quências da força da gravidade. Um animal gasta tempo
e energia para se deitar ou levantar, proporcional ao peso
de seu corpo e à altura necessária para passar de um es-
tado a outro. A dificuldade de fugir de um predador, caso
se esteja deitado, é maior quanto maior for o animal; um
cachorro doméstico, por exemplo, pesando meia dúzia de
quilos, necessita erguer-se alguns centímetros se deseja
levantar-se; um cavalo precisa erguer em torno de meia
tonelada em aproximadamente um metro de altura!
A resposta a este problema é única aos equinos: manter-se
constantemente em pé. Sua estrutura óssea encaixa-se de
tal maneira que ela suporta a si mesma, sem precisar haver
O que levou os equinos
a possuírem tais
características dentro
de sua escala evolutiva?
2727
gasto de energia muscular. Poderíamos até dizer que seu
esforço, ao estar de pé, seria o equivalente de um humano
estando deitado! Assim, quando está comendo ou mesmo
dormindo, ao notar a presença de algum animal nocivo
nas proximidades, o cavalo não precisa levantar-se antes
de começar a fugir – basta-lhe correr, pois já está de pé.
E isso traduziu-se, em sua convivência com os homens, a
servir de montaria. Embora seja necessário adestramen-
to para que um cavalo aceite um cavaleiro sobre ele, ao
menos possui de antemão uma estrutura propícia para
tal. qualquer outro animal, gastando energia muscular
apenas ficando em pé, não é capaz de suportar-se por
períodos longos nesta posição – quanto mais com o peso
de um homem sobre ele. os equinos, poderíamos dizer,
partem de uma incumbência zero.
Assim, quando homens e cavalos se encontraram nos pri-
mórdios da humanidade, houve uma recompensa mútua.
de um lado, o homem pôde proteger o animal de preda-
dores e oferecer-lhe cuidados; do outro, encontrou um
animal pacífico, com estrutura e tamanho adequados à
montaria, rápido, de fácil alimentação. Há vantagens em
ser pouco exigente!
Termografia no auxílio ao diagnóstico das
claudicações em equinos
C L Í N I C A v E T E R I N á R I A
A termografia é uma técnica de inspeção não invasiva que
permite estender a visão humana ao espectro infraverme-
lho. o princípio da termografia está baseado na medição da
distribuição de temperatura superficial do corpo do animal,
quando este estiver sujeito a tensões térmicas. Embora a utili-
zação da termografia seja relativamente recente em Medicina
Veterinária, esta técnica foi utilizada pelas forças armadas de
alguns países há vários anos. Ela permite medir o calor emitido
por navios, aviões, tanques e perceber se estes foram utiliza-
dos há pouco tempo ou se estão prestes a partir.
É um método de exame complementar que se baseia nas va-
riações de temperatura, diagnosticando as patologias antes de
aparecerem ou no decorrer do curso, se são crônicas ou agu-
das. A termografia é uma ferramenta profilática, pois permite
prever lesões entre 30 e 60 dias antes de surgirem os primeiros sinais clínicos. Grande
parte das lesões músculo-esqueléticas sofridas por equinos atletas e de trabalho têm
caráter cumulativo, iniciando com um pequeno dano, imperceptível e indolor, que
se agrava progressivamente com a repetição da atividade física. Como a maioria das
estruturas que sofrem estresse nas atividades eqüestres está próxima da superfície
corporal, a termografia é capaz de localizar pequenos danos, em estágios tão ini-
ciais que não são detectados por outras técnicas diagnósticas. Com isso, os custos de
tratamento, o tempo que o animal tem de permanecer parado e o sofrimento, são
reduzido e ainda incrementando a possibilidade de recuperação completa da lesão.
Entre as mais modernas técnicas de diagnóstico, a termografia ocupa um lugar de
eleição, mas tem, no entanto limites, como todas as técnicas diagnósticas.
o seu princípio de atuação se baseia em que todo ser vivo emite raios infraver-
melhos e estes podem aumentar nos casos de inflamação, mas também podem
diminuir em algumas outras afecções. na termografia o corpo todo do animal é
Lívia Medalha – Clínica Santa Fé – Jockey Club do Paraná
30
explorado observando-se imagens que variam nos tons do vermelho
ao verde, tons de azul, de branco e de amarelo. o branco representa
as zonas de maior temperatura, o azul as áreas mais frias (Figura 1).
As modificações de temperatura de certas zonas do organismo estão
diretamente ligadas à irrigação sanguínea. Um tecido lesionado, por
exemplo, está mais fortemente irrigado do que um normal, pois há
uma inflamação aguda presente no local.
Em certas claudicações, há um aumento no fluxo de sangue à área
afetada, mesmo antes de aparecerem os sintomas. Compreende-se
assim que em cavalos de grande valor se faça exames termográficos
como medida de prevenção, antes de competições importantes. É
recomendável realizar check-up termográfico periódico em eqüinos
que desempenhem atividade física freqüente e intensa, para que iní-
cios de lesões possam ser detectados e tratados antes de se tornarem
um grave problema de difícil recuperação.
Um “Hot Spot” ou ponto quente indica normalmente uma inflamação
com conseqüente afluxo de sangue e um ponto mais frio indica um ede-
ma, uma trombose ou a existência de tecido cicatricial.
A técnica requer experiência, pois por vezes há artefatos, tais como a
utilização de ligas ou pomadas que falseiam o diagnóstico, sendo reco-
mendável que se deixe o animal aclimatar-se durante cerca de 15 a 30
minutos à temperatura ambiente do local em que irá se realiza o exame.
Em termografia procuramos essencialmente as assimetrias: em condições
normais as imagens dos dois membros são idênticas. Uma alteração de
1ºC em 25% da área observada é considerada caso patológico. os ten-
dões e articulações apresentam normalmente alterações de temperatura
cerca de duas semanas antes de aparecer uma claudicação.
Problemas no dorso, abcessos do casco, sinovites, tendinites, lesões ner-
vosas, musculares, atrofias musculares, são condições bem visíveis quan-
do se utiliza a termografia como meio de diagnóstico (Figura 2).
Alterações Visualizadas pela Termografia: • laminite e outros processos inflamatórios nos cascos;
• lesões músculo-esqueléticas antes de serem detectáveis por radiologia
e de 30 a 60 dias antes de surgirem sinais clínicos;
• lesões músculo esqueléticas já estabelecidas e tumores não-profundos;
• o estado da musculatura;
• Um exame termográfico imediatamente após exercício na guia em am-
bas as mãos pode revelar se há simetria na utilização muscular e se há
grupamentos musculares subutilizados.
A termografia revela se a sela do animal está prejudicando o seu rendi-
mento. Adequação do Ferrageamento e Casqueamento (Figura 3).
Figura 1 Figura 2 Figura 3
Apresentações impecáveis marcaram o Campeonato Brasileiro Pré-
mirim (12 a 14 anos) e Mini-mirim (8 a 12 anos) no tradicional Clube
Hípico e Campestre Juiz de Fora em Minas Gerais, entre 9 e 12 de ju-
lho, evento concomitante com o Brasileiro Sênior Top, além de provas
regionais e da Copa BH.
Com armação da course-designer brasileira Marina Azevedo, os jovens
atletas mostraram muita categoria em pista - o que se refletiu em pá-
reos bem acirrados.
na categoria Pré-mirim, dos 66 atletas inscritos, o cavaleiro Gilberto
Keiji Haraguchi com Cavallus Europa sagrou-se campeão brasileiro,
sem faltas, em 30s25. Já o campeão brasileiro mini-mirim 2008, Emyr
diniz Costa neto com Enadine Tok, representante de São Paulo, mos-
trou muita categoria em seu primeiro campeonato pré-mirim conquis-
tando o vice-campeonato, sem faltas, em 31s01
na categoria Mini-mirim,entre 48 atletas participantes, sagrou-se cam-
peão o jovem talento paranaense João Henrique Schneider com Black,
em um percurso limpo, em 45s33, uma aproximação de 33 centési-
mos ao tempo de ideal de 45 segundos. A Amazona pernambucana
Amanda Crescencio Pedrosa com landirene Max Horse zerou a pista
em 46s37 e ocupou a segunda colocação. Em terceiro lugar, o também
pernambucano João Victor Black com dark CS ,1 pp em 47s26.
32
N OT Í C I A s
Enduro
32
Pré-mirim eMini-mirim
Mais de 45 conjuntos do Sul do
País se reuniram em Matinhos, no
litoral Paranaense, para participar
da 2ª Etapa do Campeonato Para-
naense de Enduro, realizada no dia
25 de julho.
À beira mar, as trilhas conciliaram
o belo cenário da praia com per-
cursos desafiadores através dos
morros próximos ao mar.
de acordo com o diretor e orga-
nizador da prova, Marco Antônio
nunes, a competição superou ex-
pectativas: “Foi simplesmente um
show, a trilha foi maravilhosa, com
percursos pela praia e ainda conta-
mos com uma temperatura muito
agradável.”
Um grande número de expecta-
dores acompanhou a prova com
emoção e aproveitou o clima favo-
rável para curtir a praia.
A próxima etapa do concurso
acontecerá no dia 26 de julho em
São luiz do Purunã, no Paraná.
“reitero meu convite para todos
os atletas que já participam das
provas para prestigiar o campe-
onato e aproveito para convidar
aqueles que ainda não o conhe-
cem”, diz nunes.
Fonte: Country Press | Site FPH
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durante os dias 24, 25 e 26 de julho, Curitiba foi palco do CBS Escola
de Equitação. realizado pela primeira vez na capital Paranaense, o
campeonato foi composto por provas de 0,80cm e 0,90cm e contou
com um total de 160 conjuntos de todo o País.
Para o início das competições, foi organizado um desfile com os ins-
trutores e alunos das federações participantes, que entraram com
suas respectivas bandeiras em uma bela cerimônia. “Há algumas dé-
cadas não via um desfile com as bandeiras das federações tão bonito
e empolgante como foi neste campeonato”, comenta o presidente da
Sociedade Hípica Paranaense, Fernando Sperb.
durante o evento, também circulou um abaixo assinado contra o futuro
plano de transformar o CBS em Campeonato nacional (CSn). de acordo
com Fernando Sperb, esta medida seria prejudicial para o incentivo do hipis-
mo nas categorias de Base. “Em primeiro lugar, transformar o Campeonato
Brasileiro em Campeonato nacional resultaria na perda de todo o glamour
e charme que esta disputa costuma ter, além disso, os atletas não poderiam
competir pelo título de Campeão Brasileiro, o que seria uma lástima”.
os percursos foram assinados pelo course designer brasiliense david
navarro, que pôs à prova a técnica e vontade dos jovens atletas. Se-
gundo a diretora de escola da SHPr, Silvana Furquim Vaz, o índice téc-
nico foi elevado. “os atletas tiveram que demonstrar seus aprendiza-
dos e colocar em prática toda a técnica que eles realmente possuem,
as pistas foram muito bem armadas.”
Mais de 3.000 pessoas compa-
receram ao Jockey Club Tarumã
para acompanhar a 66ª edição
do Grande Prêmio Paraná 2008.
Composto por 9 páreos, o even-
to contou com disputas emocio-
nantes e a presença de jockeys
de carreira internacional, como
o grande nome do turfe brasi-
leiro Jorge ricardo e o argentino
Pablo Falero.
reunindo os melhores animais
em campanha do país, o GP Pa-
raná é a principal prova do país
realizada em pista de areia e ga-
nha status de Grupo 1 (G1) no
cenário internacional.
devido a relevância, o evento
atrai celebridades do cenário
nacional. Políticos, empresários
e artístas marcam presença nas
tribunas sociais do clube e au-
mentam ainda mais o charme
do concurso.
neste ano, o GP Paraná teve
como padrinho a Fundação Pró-
renal Brasil e doou parte do di-
nheiro arrecadado com a venda
de ingressos vip para investimen-
tos e melhorias na entidade.
3333
Montando ludewig G, a amazo-
na mineira renata rabello Costa
que reside na Holanda, conquistou
seu segundo índice de qualificação
durante o Prix recyma, no Cdi3*
Strassen, no Audi Cup international
na cidade de luxemburgo.
A amazona conquistou o índice de
64,25% em nota atribuída pelo juiz
holandês Jan Peeters. no final de
sua apresentação, apresentou média
final de 63,362%. o primeiro índice
da atleta mineira foi conquistado em
no dia 18 de junho, no Grand Prix B
3* no domaine Equestre dês Grands
Pins, região de St. Tropez, na França.
Com a conquista do segundo índi-
ce, renata se iguala aos seus dois
companheiros da equipe medalha
de bronze nos Jogos Panamerica-
nos do rio, luiza Tavares de Almei-
da que monta Samba e rogério da
Silva Clementino com seu Puro San-
gue lusitano nilo Vo.
Com a qualificação de renata, o
Brasil já tem número mínimo de atle-
tas para formar a inédita equipe de
Adestramento nos Jogos Equestres
Mundiais, que acontecem no segun-
do semestre de 2010 em lexington,
no Estado americano Kentucky.
AdestramentoBrasileiro de EscolaFonte: Country Press | Site FPH
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VENCEDORES DO CAMPEONATO
1º Sofia Monteiro S. Fillizola – FPH
2º Giovanna Almeida Benedetti – FPH
3º Gabriela Curti – FPH
1º lidia Chiang – FPH
2º Matheus Fernandes P. Moreira – FPrH
3º José Eduardo Passerli – FPH
Me chamo Sofia, tenho 6 anos e adoro desenhar
cavalos. Estes dois desenhos fiz em homenagem a
minha prima que é amazona. o primeiro é da égua dela
e o outro é ela montando num campeonato.
Meu nome é Jéssica e desde pequena sempre
fui apaixonada por cavalos. Adoro a Mundo
Equestre. realmente acho as matérias muito
boas e as fotos são um show a parte.
A revista está de parabéns!
Um abraço a todos os amantes dos cavalos!
“Me chamo Kathrin, tenho 17 anos e fiz esse desenho
para minha amiga Vitória da sua égua, Fortacha.”
Teu Mundo
Equestre
Mostre sua paixão pelo mundo equestre! não importa a idade, se você ama cavalos e tem algum desenho ou foto que deseja compartilhar, mande para nós. Sua imagem será publicada nesta seção, e todos vão poder conhecer um pouquinho do seu mundo equestre.
Para enviar on line, entre em nosso site e clique em “Teu mundo equestre”. Se você preferir,mande uma carta para rua desembargador Motta 2175 – 502, Curitiba – Pr, CEP 80420-190.
34
q u A D R I N h O silustração: Kathrin Friedl
Com o auxílio da mãe, o potro deve tentar se livrar da placenta, que o impede de respirar. Caso a égua esteja muito debilitada, é importante que alguém experiente o ajude a se liberar da placenta, desobstruindo assim as narinas, a boca e as orelhas do filhote. isso é essencial para que o potro possa respirar. Um potro saudável deve estar de pé em, no máximo, duas horas após o parto.
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vA R I E D A D E s
Motivos não faltam para que San Rafael seja considerada a mais famosa geleira da patagônia chilena. Uma paisagem admirável, a imponente natureza virgem e a
impressão de estar vivenciando o passado são algumas das
possibilidades que os visitantes da laguna San rafael – gelei-
ra localizada no extremo Sul do Chile - podem experimentar.
Em plena região patagônica, a Sudeste de Porto Chacabuco
e aos pés dos Campos de Gelo norte, o Parque nacional
laguna San rafael foi declarado reserva da Biosfera pela
UnESCo em 1979.
Principal ventisqueiro (lugar onde a neve se amontoa e se
conserva por muito tempo) dos Campos de Gelo norte, pos-
sui um extensão total de 45 Km. San rafael é uma forma-
ção originária das neves que caem no alto das Cordilheiras
dos Andes. Esta neve, movimentando-se vagarosamente ao
longo de milhares de anos, forma um “rio congelado”, que
desemboca no mar. Ao encontrar a laguna, sua altura varia
de impressionantes 50 a 70 metros, originando uma enorme
parede branca de gelo com um impacto visual inesquecível.
Complementando a paisagem, enormes icebergs formados
pelo desprendimento de grandes blocos de gelo flutuam so-
bre as águas calmas e geladas da laguna.
Considerado um dos maiores “refrigeradores” do planeta,
este lendário parque se encontra no cume mais alto dos
Andes Austral e proporciona aos seus visitantes memórias,
no mínimo, inusitadas. Seu acesso é realizado por grandes
embarcações que atravessam os fiordes chilenos e desafiam
a natureza gélida com seus grandes cascos de aço. Chegan-
do à laguna San rafael, os navio não podem se arriscar a
ficar muito próximos ao paredão de gelo. logo pequenos
botes infláveis são acionados, permitindo aos viajantes apro-
ximarem-se da muralha e navegarem em meio a este cená-
rio nada convencional desfrutando o tradicional uísque com
pedras de gelo milenar.
na fauna local, destacam-se os golfinhos, cisnes, lobos, lon-
tras, e elefantes marinhos.
Para quem deseja sair da rotina e curtir uma aventura literal-
mente arrepiante, a laguna San rafael é uma grande opção,
aliando fortes emoções a um visual estonteante.
LagunaSan Rafael
texto: afonso Westpal
Há dezenove anos no mercado, a Salto e Sela é uma das mais conceituadas lojas de artigos hípicos do país. Com matriz em São Paulo ,também atende a todo o Brasil através do site www.saltoesela.com.br. Entre e confira nossos excelentes produtos e promoções.
Sorteio do mêsPara concorrer aos prêmios sorteados pela RevistaMundo Equestre, você deve seguir três passos:• Entrar no site www.mundoequestre.com.br• Clicar em sorteio e selecionar a opção: Não sou cadastrado• Após realizar o cadastro, inserir o número identificador no campo correspondente.Importante: A cada novo sorteio, você deverá entrar no site e digitar seu número identificador, a fim de revalidar sua participação para o mês correspondente. Boa sorte!
PerfilNOME: Cristóvão Teixeira dellagerisiIDADE:24 anosONDE MONTA:Centro hípico e haras MdCAVALOS:ofélia lacañada BH 6 anos e lord listh BH 4anosCATEGORIA: Sênior
Sorteada de julhoRaul Eduardo Faust
Capa TérmicaCavallus
Apoio
Sacola de Botas, Salto e Sela
Para Cristóvão dellagerisi, o hipismo foi um caminho natural. Ele começou a montar ainda pequeno, influenciado pela família, que sempre teve cavalos. quando criança, acompa-nhava seu pai em passeios e cavalgadas. Fez laço, rédeas e enduro equestre. Entrou para uma escola de equitação e acabou se profissionalizando com o tempo. Hoje, Cristóvão dá aulas e treina com persistência para chegar o mais próximo à perfeição, como ele mesmo diz.Aos 24 anos, o cavaleiro é objetivo ao responder o que o hipismo significa em sua vida. “Este esporte é minha vida. Vivo isso todos os dia. na hípica, encontro meus amigos e familiares. É meu trabalho e meu lazer, adoro o que faço e amo este esporte. Exige muita dedica-ção, disciplina e força de vontade.” Para o cavaleiro, competir é a parte mais emocionante do hipismo, mas admite que também gosta muito de cuidar dos animais e de assistir aos campeonatos:“Ver os saltos dos cavaleiros importantes traz uma energia muito grande, um impulso para evoluirmos, aumenta a vontade de treinar.” Em relação aos atletas brasileiros que admira, Cristóvão destaca César Almeida: “É um cava-leiro que se sobressai, um cara compenetrado, sempre ligado no cavalo, rápido e de muito talento! Um dia chego lá.”E chega mesmo. Entre as provas que já venceu, Cristóvão considera que a mais importante foi o Campeonato Brasileiro de Sênior em 2007, na Sociedade Hípica Portoalegrense, em que saltou 1,45m.
ClassificadosAnuncie. Ligue 41 3203.1960
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SelariaTito SchierTel. (41) 3248.9020
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A g E N D A
Agosto
42
H I P I S M O
07 a 09 CAMPEonATo PArAnAEnSEdE AMAdor – SHPr
21 a 23 CSE PonTA GroSSA – SHPr
29 e 30 CSE 5ª ETAPA do rAnKinG dASHPr
16 a 19 CSE FinAl rAnKinG SHPA +4A ET rG ESColAS – FHPA
15 e 16 6ª ETAPA do rCCS (lCH) - SHPr
29 e 30CSE 4ª ETAPA do rAnKinGFCH – C.E. lEME
01 e 02CoPA GErdAU 3ª ETAPASAnTA MAriA
07 a 09CSn GrAMAdo – GArriÉrEdo lAGo nEGro
13 a 16 CBS AMAdor E Sênior – S.H.dE BrASíliA
21 a 23 CSn** PolAnA HArAS PolAnA
28 a 30CAMPEonATo PAUliSTA dEAMAzonAS – SHP
A P PA L O O S A
01 e 023ª ETAPA dA XVii CAMPEonATo PArAnAEnSE - PonTo GroSSAPArAnÁ/Pr
J O C K E Y C L U B P R
07 PrêMio “WEnSESlAU GlASEr nETo/WEnSESlAU GlASEr Jr.”
07ProVA ESPECiAl “PAUlo PiMEn-TEl”2.200 M. ProdUToS dE 3 E MAiS AnoS. (PESoS ESPECiAiS)
14 ProVA ESPECiAl “AlCidESColTri”1.900 M. ÉGUAS dE3 E MAiS AnoS. (PESoS ESPECiAiS) ProVA ESPECiAl “PolíCiA Mili-TAr do ESTAdo do PArAnÁ” 1.100 M. ProdUToS dE 3 E MAiS AnoS. (PESoS ESPECiAiS)
14ProVA ESPECiAl “dUqUE dECAXiAS”1.400 M. ProdUToS dE 3 E MAiS AnoS. (PESoS ESPECiAiS)
28 ProVA ESPECiAl “PAUlo AFonSo AlVES dE CAMArGo” 1.200 M.ProdUToS dE 3 E MAiS AnoS. (PESoS ESPECiAiS)
J O C K E Y C L U B R S
06 ClÁSSiCo A. J. PEiXoTo dE CASTro 2.200 M – ProdUToS dE 3 AnoS E MAiS idAdE. PESoS dA TABElA ii
13 ClÁSSiCo ASSEMBlEiA lEGiSlA-TiVA 1.609 M – ProdUToS dE 3 AnoS E MAiS idAdE. PESo dA TABElA ii
20 ClÁSSiCo dUqUE dE CAXiAS 1.200 M – ProdUToS dE 3 AnoS E MAiS idAdE. PESoS dA TABElA ii
27 ClÁSSiCo JoCKEY ClUB do rGSCriTEriUM dE PoTroS 1.609 MPoTroS dE 3 AnoS (CoM EX-ClUSão dAS FêMEAS). PESoS dA TABElA i
PAR
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