Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

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Distribuição gratuita Ano 7 - Edição nº 38 - Março de 2012 Consulte o portal: Publicação O SETOR DE EMBALAGENS CONTINUA CRESCENDO O RITMO ESTÁ MAIS MODERADO, MAS Especial Brasilpack - 2012 Economia Indústria volta a crescer e retomada atinge 60% do setor Cases & Cases Embalagem renovável tem ação antimicrobiana Curtas Brasil produziu 600 mil toneladas de embalagens de lata de aço em 2011

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Embora sob uma cadência mais moderada, a indústria de embalagens segue crescendo, pegando carona na prosperidade da economia brasileira. Palco de grandes inovações, acontece de 12 a 16 de março de 2012, na capital paulista, a 8ª Brasilpack.

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Ano 7 - Edição nº 38 - Março de 2012

Consulte o portal:

Publicação

o sEtor dE EMbAlAgEns continuA crEscEndo

o ritMo Está MAis ModErAdo, MAs

Especial Brasilpack - 2012

EconomiaIndústria volta a crescer e retomada atinge 60% do setor

cases & casesEmbalagem renovável tem ação antimicrobiana

curtasBrasil produziu 600 mil toneladas de embalagens de lata de aço em 2011

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editorialeditorial

Mercado Empresarial

O rItMO é MaIs MOdEradO, Mas O sEtOr dE EMBalagEns

cOntInua crEscEndO

mbora sob uma cadência mais moderada, a indústria de em-balagens segue crescendo, pegando carona na prosperidade da economia brasileira. A emergência das classes populares

e a melhora nos níveis de renda, crédito e consumo puxam os negócios desta imensa e segmentada cadeia produtiva, formada pelos mais diversos perfis de fabricantes.

Mesmo se ressentindo das sequelas do processo de desindus-trialização vivido pelo País, a estimativa é de que a área tenha se expandido entre 1% e 1,5% no ano passado, um desempenho considerado satisfatório. E se não houver agravamento no cenário internacional, os prognósticos para 2012 são de outra pequena expansão, em razão da redução da taxa de juros e a desvalorização do real.

No que se refere à qualidade, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) acena com um salto para melhor. Cada vez mais o custo ambiental está influenciando as decisões do setor, fazendo com que prevaleçam as opções mais adequadas e sustentáveis, valorizando-se o descarte responsável. A restrição à distribuição das tradicionais sacolinhas nos supermercados de São Paulo desenca-deou um aceso debate público, envolvendo fabricantes, varejistas, ambientalistas e órgãos de defesa dos consumidores. E não é para menos. Afinal, a medida, em tese motivada pela preocupação com a sustentabilidade, tem enorme impacto econômico sobre a vasta cadeia processadora de embalagens flexíveis, além de mexer com hábitos culturais arraigados entre a população.

Paralelamente, palco de grandes inovações, acontece de 12 a 16 de março de 2012, na capital paulista, a 8ª Brasilpack e feiras complementares, onde esta polêmica deverá estar no centro das atenções.

Informações sobre tudo isso você vai encontrar nas páginas desta edição. Boa leitura!

E

expedienteCoordenação: Mariza SimãoRedatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SPcontato: [email protected] nesta edição: Irineu Uehara e João LopesDiagramação: Rogério Silva e Fellipe MoreiraArte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos,José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Ivanice Bovolenta, Marilene Moreno Hermínio Mirabete Junior, Ricardo Satoshi Yamassaki, Danilo Barbosa GomesDistribuição: Brasilpack - Semana Internacional da Embalagem e ImpressãoImpressão: RR Donnelley

Matriz:São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273Filiais:Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309Bauru - Edifício MetropolitanRua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and.CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068Fax: (14) 3226-4098 PiracicabaSisal Center - Rua Treze de Maio, 768sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434Fax.: (19) 3432-1524Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 - Santos - SP - CEP.: 11015-550Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 - 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419

O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

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sumário

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gestão

A Fagulha, a Chama e a Tocha39

Meio ambiente

Brasil destina embalagens de agrotóxicos por meio do Sistema Campo Limpo40

sustentabilidade

Economia verde busca avanço47

curtasBrasil produziu 600 mil toneladas de embalagens de lata de aço em 201148

tendência

Mega tendências de consumo para 2012 52

tecnologia

Filme transparente feito com soro de leite protege alimentos56

cases & cases

Embalagem ativa mantém alimentos frescos por mais tempo57

Qualidade

Lacta Delice com fita da PH FIT vence prêmio mundial de embalagem

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dicas de leitura64

Mercado

Prada vai expandir a produção20

EventoBrasilpack 2012 - O mega evento do setor de Embalagem traz grandes inovações 18

EmpregoMercado de trabalho mantém disparidade24

Economia

Economia brasileira ofusca a dos vizinhos latinos26

Opinião

Design: o eterno processo da inovação16

O ritmo está mais moderado, mas o setor de embalagens continua crescendo

Panorama do setor

O cresc imento est imado entre 1% e 1,5%, no ano passado , é cons iderado satisfatório e alinhado com as expectativas

Fascículo Ecoturismo - Vol.1 Nesta edição: O TurismO Verde

Vitrine

60 Refrigerante Tobi ganha novo rótulo

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O rItMO Está MaIs MOdEradO, Mas o sEtor dE EmbalagEns Continua CrEsCEndo

O crescimento estimado entre 1% e 1,5%, no ano passado, é considerado satisfatório e alinhado com as expectativas

Pegando carona na prosperidade da economia brasileira, a indústria de embalagens segue crescendo, embora sob uma cadência mais moderada. A emergência das classes popula-res e a melhora nos níveis de renda, crédito e consumo puxam os negócios desta imensa e segmentada cadeia produtiva, formada pelos mais diversos perfis de fabricantes. Contudo, o setor se ressente ainda das sequelas diretas e indiretas do processo de desindustrialização vivido pelo País, induzido pela avalanche de importações sobre o mercado interno e pelos percalços trazidos pela incidência do chamado “custo Brasil”.

A estimativa é de que a área embaladora, em sua totalidade, tenha se expandido entre 1% e 1,5% no ano passado, um desempenho considerado satisfatório, alinhado com as expectativas que vinham sendo mantidas (os números consolidados referentes a 2011 não tinham sido divulgados até o fechamento desta edição de Mercado Empresarial). O ritmo das máquinas, na verdade, foi arrefecendo ao longo de 2011, após um início mais auspicioso. No primeiro semestre, a produção havia tido incremento de 2,98% frente a igual período de 2010, conforme pesquisa da Associação Brasileira da Embalagem (Abre) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).

panorama do setor6

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panorama do setor

Maurício Groke, presidente da Abre, salienta que o avanço projetado para 2011 se deu em cima de um ano muito bom, o de 2010, no qual o faturamento batera nos R$ 41,1 bilhões e a produção física exibira uma vigorosa alta de 10%, superando amplamente o baque sofrido em 2009 (no qual se contabilizou um declínio de 3,7%), quando do auge da crise econômico-financeira global. Para 2012, em razão de vetores propícios como a redução da taxa de juros e a desvalorização do real, o prognóstico é de que a performance, a grosso modo, repita a do ano passado. “Se não houver agravamento no cenário inter-nacional, nosso setor deverá registrar outra pequena expansão”, antevê Groke.De seu lado, Alfredo Felipe Schimitt, presiden-te da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), calcula que seu ramo deva ter crescido entre 3% e 3,5% em 2011, tanto em volumes físicos quanto em receitas. Houve, igualmente aqui, a percepção de que o ano começou bem, perdendo porém ímpeto no decorrer dos meses. Em 2010, as empresas desta seara haviam conquistado um faturamento de R$ 10,52 bilhões, montante quase 19% superior ao registrado em 2009, calcado em uma expedição que somou 1,79 milhão de toneladas. Para o corrente ano, Schimitt vislumbra uma melhora do quadro, em virtude, primeiramen-te, do processo contínuo de incremento da renda da população, impulsionando as vendas do varejo em geral. Em segundo lugar, está-se prognosticando um surto na demanda origina-da pelo agronegócio: “Esse segmento deverá aumentar as exportações, o que requererá mais embalagens nossas”, antecipa ele.

ComérCio ExtErno Em dEsEquilíbrioA juízo da Abre, o que determinou a relativa contenção no nível de atividades no transcurso de 2011 não foi tanto o repique da crise global e a desalaceração da economia brasileira, mas sim o desequilíbrio no comércio externo, mar-cado por um avassalador ingresso de produtos

importados já embalados, além de embalagens estrangeiras isoladamente. Nos supermercados, por exemplo, os clien-tes puderam ter acesso a ofertas inéditas de bens provenientes da Europa e do Mercosul. “Com isso, alguns nichos específicos do nosso segmento tiveram decréscimo nas atividades. Não fosse assim, o resultado poderia ter sido melhor”, destaca Groke. As áreas de alimentos e bebidas, usuárias de embalagens em escala expressiva, vivenciaram de perto essa situação, que se refletiu na volumosa presença de latas de aço, sacos, recipientes de vidro, etc, prove-nientes do Exterior.O fato, reporta Groke, é que a indústria nacional avançou pouco em termos de pro-dução. E, como não poderia deixar de ser, a retração econômica fez com que os EUA, a União Europeia e a China buscassem desovar seus estoques no Brasil. “Lá fora, empresas e governos fizeram um verdadeiro esforço no sentido de elevar as exportações”, constata o presidente da Abre.Corroborando esta análise, Alfredo Schimitt confirma que houve uma grande entrada de transformados plásticos no País. “O varejo cresceu mais do que a indústria local, absor-vendo as importações”, nota o executivo. Ele lembra que as investidas sobre o mercado nacional foram decisivamente propiciadas pelo câmbio desfavorável, dado que o real guardou alto nível de sobrevalorização na maior parte do ano, situação que seria amenizada apenas nos últimos meses.Afora isso, o dirigente da Abief pondera que os juros se mantiveram proibitivos até agosto, quando então iniciaram uma lenta trajetória descendente, o que contribuiu para frear um pouco a apreciação da nossa moeda, além de facilitar a concessão de crédito para o consumo.

panorama do setor

“se não houver agravamento no cenário internacional, nosso setor deverá registrar outra pequena expansão”.

Maurício groke, Presidente da abre

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panorama do setor

“Esse segmento deverá aumentar as exportações, o que requererá mais embalagens nossas”.

alfredo Felipe schimitt presidente da abief

Em janeiro último, a Selic foi fixada em 10,5% anuais, após quatro cortes sucessivos praticados pelo Copom – em julho de 2011, a taxa tinha atingido um pico de 12,5%. Agora, o mercado prevê novas reduções nos próximos meses, o que poderá fazer com que os juros básicos encerrem 2012 em torno de 9,5% ao ano.Como é mais do que sabido, a política monetária restritiva e o câmbio são componentes importan-tes do tão mencionado “custo Brasil”, conjunto de fatores desfavoráveis às atividades produtivas e ao comércio externo, o que inclui os impostos elevados e a precariedade da infra-estrutura e da logística, sem esquecer os gastos com mão de obra e energia.Por sinal, Schimitt observa que – contrariamente aos preços das matérias-primas, que sobem ou descem de acordo com as cotações internacio-nais – os dispêndios com energia e salários só fazem subir. “O câmbio pode ter melhorado, mas em compensação estes dois custos aumentaram assustadoramente em dólar”, compara ele.

dEsindustrialização ContinuadaConfrontada com este panorama, a Abre não hesita em fazer coro com o conjunto do empresariado fabril ao denunciar o pro-cesso de desindustrialização em andamento. “Muitos segmentos estão morrendo aos poucos, afetando diretamente a indústria de embalagens”, analisa Groke. O governo, opina ele, está atento a esses problemas e a desvalorização do real deu início a uma me-lhora conjuntural, mas ainda pairam muitas incertezas no horizonte.Como medida concreta, o dirigente da Abre sugere que outros setores da economia deve-riam receber medidas de proteção similares às concedidas às montadoras de veículos. Não se trata de defender o protecionismo, até porque ele é ineficaz, ressalva ele, mas sim de possibilitar o desenvolvimento de todas as potencialidades da nossa indústria. “Não são as commodities e nem os serviços que consolidam um projeto de país, mas sim o setor industrial, que se encontra na base de tudo”, argumenta. Ademais, segundo Groke, “a qualidade das embalagens nacionais nada fica a dever em relação às similares oriundas do Primeiro Mundo”.Não obstante o deslanche da campanha contra o desmonte do parque produtivo, advertindo para urgências como a assimetria da balança comercial e o “custo Brasil”, na prática, enfatiza Groke, ainda não surgiram propostas de soluções claras e objetivas. “O governo deveria ousar um pouco mais,

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panorama do setor

fomentando, por exemplo, o desenvolvimento tecnológico e melhorando a infraestrutura precária que temos”, postula ele. As políticas creditícias, vitais para a sustenta-ção das atividades, tampouco lograram a efi-cácia desejada. A área da embalagem, adiciona o presidente da Abre, está-se preparando para crescer, investindo em melhorias no processo de manufatura. Porém, contrapõe ele, o dinhei-ro não está chegando à base da pirâmide com a presteza necessária. “Às vezes, é mais fácil para a pequena e média indústria contratar crédito no Exterior, por meio das facilidades ofertadas pelos fabricantes de equipamentos”, lamenta.O BNDES, em contraste, parece hoje ter foco nas empresas de escala média para cima, apoiando, por exemplo, empreitadas visando as fusões de grandes players globais. O banco estatal, preconiza Groke, deveria, pelo con-trário, estar a serviço das organizações mais carentes de recursos.

Programas dE qualidadEDo ponto de vista dos programas de qualidade e das políticas de gestão corporativa, tornou-se corriqueira no ramo embalador a adoção, por exemplo, de normas ISO, contemplando vários aspectos dos processos produtivos. Esse passo adiante, na realidade, deixou de ser um diferencial competitivo, para se tornar regra entre as empresas. “O nível de amadorismo vem caindo rapidamente. Os que se valem de métodos artesanais constituem hoje uma

exceção, restringindo-se às regiões mais atrasa-das”, afiança Groke. No que concerne ao fortalecimento desta indús-tria, mobilizando as diversas ramificações internas, a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, no entender de Groke, abre uma enorme oportunidade para sincronizar esforços e criar sinergias. “Todo o setor está unido em torno desta temática, com cada integrante achando seu lugar no âmbito das ações a serem implementadas”, frisa ele (ver o texto “Política de resíduos fortalece cadeia produtiva” para maior aprofundamento deste tema).Já no quadrante das embalagens plásticas flexíveis, especificamente, a maior unificação da cadeia ainda se encontra em um estágio aquém do ideal, na visão de Alfredo Schimitt. “Está havendo boa vontade, mas falta maior aproximação entre as empresas. Há demandas específicas que impedem a maior formação de elos”, diz ele, sem entrar em pormenores.Seja como for, o contencioso dos transformado-res com a Braskem (corporação que vinha sendo acusada de práticas monopolistas no fornecimen-to de resinas termoplásticas) parece ter assumido contornos menos graves. “Hoje, a situação do mercado em geral está melhor do que antes, com uma maior oferta de matéria-prima, já que a conjuntura global está favorecendo a entrada de importações”, atesta o presidente da Abief. Independentemente deste clima mais propício, entretanto, Schimitt diz que os fabricantes de sua área devem empenhar-se mais para alavancar as exportações de transformados.

Muitos segmentos estão

morrendo aos poucos

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panorama do setor

dEsign mais antEnado cOM Os cOnsuMIdOrEs

Em uma sociedade moderna, formada por consumidores e cidadãos cada vez mais ciosos de seus direitos e prerrogativas, os profissio-nais encarregados do design de embalagens se veem instados a contemplar demandas cres-centemente complexas no momento de conce-ber e tirar das pranchetas os seus projetos.O chamado “branding”, o posicionamento de marca, a identidade visual e a boa comunicação têm atualmente de materializar, na prática, um conjunto de bons preceitos de sustentabilida-de, usabilidade, praticidade, funcionalidade, se-gurança alimentar e rastreabilidade, apontando para a preservação da natureza e a defesa do interesse público.Nas palavras de Maurício Groke, presidente da Abre (Associação Brasileira da Embalagem), a reinvenção do design agora se dá, fundamen-talmente, com base nos corações e mentes dos usuários. “A ideia é escutar e entender o consumidor para inovar e desenvolver jun-to com ele, ao mesmo tempo que devemos ensiná-lo a usar corretamente as embalagens”, resume ele. A propósito destas diretivas e com base em sua expertise profissional, Gabriela Schultze, coordenadora de inovação da PH FIT, arrola as seguintes tendências para o design:

• Criação de embalagens customizadas e cada vez mais personalizadas com acessórios;

• Emprego de tecnologia e interatividade com o cliente a partir da exploração de recursos que estimulem os cinco sentidos;

• Estabelecimento de um “link” com a mo-bilidade, a fim de garantir o consumo em movimento e a portabilidade;

• Concepção de embalagens que emocionem e que se sejam percebidas como verdadeiros presentes;

• Produção de artefatos que falem diretamente com o consumidor ou que usem um recurso digital para tanto.

A sustentabilidade, em especial, explica Gabriela, é concretizada pela introdução de características do “green design”, pelo qual se procura sempre escolher o projeto e a matéria-prima mais pertinentes do ponto de vista econômico, ambiental e social. Na prática, esta orientação significa, por exemplo: preencher os requisitos da legislação sobre rotulagem, contribuir para que as informações de produ-tos sejam dispostas de forma clara e objetiva, não induzindo o público a erros.

O crescimento estimado entre 1% e 1,5%, no ano passado, é considerado satisfatório e alinhado com as expectativas

panorama do setor

“com a tecnologia, podemos explorar

maneiras de divulgar estas informações de forma mais interativa com o usuário. Preve-mos o uso da Internet, com ‘links’ para sites explicativos, vídeos e demais informações sobre o produto e a

empresa.”

gabriela schultzecoordenadora de

inovação da PH FIt

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panorama do setor

“Com a tecnologia, podemos explorar manei-ras de divulgar estas informações de forma mais interativa com o usuário. Prevemos o uso da Internet, com ‘links’ para sites explicativos, vídeos e demais informações sobre o produto e a empresa”, pormenoriza a coordenadora da PH FIT.Cabe ao bom designer, prossegue ela, conhe-cer também as opções de fontes renováveis, recicláveis e recicladas, além de sempre ter em mente um projeto que use menos mate-rial possível. “É igualmente importante estar atento a sistemas de decoração diferenciados. Por exemplo, já estamos desenvolvendo fitas que têm em sua composição matéria-prima reaproveitada, como o PET pós-consumo”, adiciona.

Profissionais Com visão dE nEgóCiosCom todas estas exigências colocadas no dia a dia de trabalho, o mercado carece de profis-sionais capacitados, dotados de visão de todo o negócio. “O envolvimento em bons resulta-dos se dá não só no layout, mas no processo produtivo como um todo, agregando valores e interagindo com os demais elos da cadeia”, recomenda Gabriela.

Reforçando esta percepção, Maurício Groke, sublinha que o acento na segurança, no pós-uso e no descarte orienta diretamente os projetos. “Não se trata apenas de produzir e converter. O foco atualmente incide sobre o ciclo de vida dos produtos para reduzir os impactos sobre a sociedade”, nota o presidente da Abre. Diante destes desafios, retoma Gabriela, os pro-fissionais brasileiros têm se mostrado bastante criativos, maduros e detentores das competências requeridas. “Como resultado, vemos na indústria abordagens inovadoras não apenas em relação ao design, mas também em processos produtivos, redução do uso de materiais ou emprego de fontes renováveis”, arrola a executiva. Por tudo isso, ela conclui, a embalagem brasileira tem aumentado sua participação em prêmios internacionais na área, como, por exemplo, o WorldStar.Com o escopo de desenvolver e disseminar as posições conjuntas a respeito destes as-suntos, a Abre mantém uma série de comitês setoriais que congregam usuários, designers e convertedores, além de engrossar grupos de discussão fora da entidade. “Nós procuramos difundir o que é consensual, de modo a orien-tar os associados, o que inclui parcerias com os governos”, arremata Groke.

panorama do setor

tecnologia ajuda a divulgar de forma mais

interativa

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Por sua relevância estratégica, o tema da sustentabilida-de já vinha há algum tempo galvanizando as atenções do segmento embalador, repercutindo internamente a preocupação que vem pautando as ações do conjunto da sociedade. Agora, entretanto, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), por suas complexas implicações, acena com um salto de qualidade nos avanços obtidos, devendo ter o condão de unificar a cadeia produtiva em torno desta temática.Esta é a avaliação de Maurício Groke, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), para quem a nova legislação vem representando um fator de agregação de esforços, ao exigir uma abordagem consensual e concer-tada das questões envolvidas. Trata-se, como é óbvio, de um assunto diretamente afeito a este segmento, pois afinal a embalagem é um componente “sine qua non” para que bens de todos os tipos possam circular. “Cada vez mais, portanto, o custo ambiental vai influenciar as nossas decisões, fazendo com que prevaleçam as opções mais adequadas e sustentáveis, valorizando-se o descarte responsável”, assevera ele.Em linhas gerais, a PNRS – instituída pela Lei nº 12.305, sancionada em 2010 e prevista para entrar em vigor em 2014 – estabelece diretrizes relativas à gestão integrada de resíduos sólidos, às responsabilidades compartilha-das entre produtores, comerciantes, consumidores e governos e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Ela prevê a fixação de acordos entre governos e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista o ciclo de vida dos produtos (série de etapas que envolvem o desenvolvimento, a obtenção de matérias-

primas e insumos, o processo de manufatura, o consumo e a disposição final).Mais pormenorizadamente, são englobados os seguintes pontos, entre outros: 1) Destinação ecologicamente adequada dos resíduos, que inclui a reutilização, a reciclagem, a composta-gem, a recuperação e o aproveitamento ener-gético ou outros fins; 2) Disposição de rejeitos em aterros, obedecendo normas operacionais específicas, de sorte a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; 3) Adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços.Como recorda Groke, esta discussão já se prolonga por 20 anos e chegou o momento de agir para valer dentro de um cronograma aper-tado, o que coloca um sério desafio para todo o segmento embalador. “Mas não estamos empurrando com a barriga. Temos ciência de que, se não fizermos agora, o custo será muito maior mais à frente”, salienta ele.Desse modo, o debate sobre o tratamento dos resíduos, relata o executivo, está hoje mobi-lizando todos os quadrantes do parque pro-dutivo. “Estão sendo feitos acordos setoriais com a participação intensa da Abre e a ideia

POlítIca dE rEsíduOs fortalECE CadEia

Produtiva

panorama do setor

Custo ambiental influencia as decisões cada vez mais

discussão tem 20 anos: agora, é

o momento de agir

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é encontrar as melhores solu-

ções possíveis para o País”, situa Groke.

Por sua vez, Fernanda Oruê, sócia e diretora de planejamento estratégico da SPO Design, julga que, no esforço de “compliance” com os novos requisitos, algumas empresas estão mais engajadas, outras estão ainda ensaiando seus primeiro passos, mas todas estão sendo obrigadas a “surfar” na onda sustentável: “Todas têm de falar que estão fa-zendo algo, pois não dá para ficar de fora. As críticas e cobranças da sociedade são fortes”, analisa ela.Na âmbito mesmo das cadeias produtivas, Fernanda nota que as pressões ambientalistas estão incentivando a formação de parcerias entre empresas, na busca, por exemplo, de resi-nas novas e mais compostáveis, além de maior facilidade para o retorno das embalagens. “A maior consciência dos consumidores e os requerimentos da lei de resíduos fomentam essas iniciativas”, destaca.No entanto, mantendo uma posição cautelosa, Alfredo Felipe Schimitt, presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embala-gens Plásticas Flexíveis), afirma que as indús-trias de sua seara estão no momento tentando

assimilar todas as implicações da política de resíduos. “Tudo é muito novo e estamos em fase de estudo das mudanças propostas, participando das discussões e trabalhando para nos adaptarmos”, revela ele.

tributação dEvE aPoiar rECiClagEmPragmaticamente, um ponto importante na materialização destes bons propósitos é que a implantação da logística reversa tem custos altos e não pode ser mais tributada do que já é. “Antes, taxavam-se mais os produtos reciclados do que a matéria-prima virgem. Isso é inconcebível hoje”, avisa Groke, para quem se está abrindo uma oportunidade para rever e corrigir estas distorções.Numa perspectiva crítica, o que está ocorrendo no mercado, na opinião de Fernanda Oruê, é o desenrolar do que ela no-meia de “segunda onda” da sustentabilidade. Se a “primeira onda” foi marcada, em não poucos casos, por modismos e pelo foco no marketing puro e simples, a onda que está despontando, em contraste, se singulariza pela maior auten-ticidade e efetividade das ações.“O alinhamento com as políticas sustentáveis se tornou uma demanda mundial e hoje as empresas já se preocupam em não falar exageradamente no tema. É que os consumidores já sabem separar os discursos, distinguindo melhor quem apenas fala e quem realmente faz acontecer”, observa ela.Por isso mesmo, Fernanda entende que esta “segunda onda” se pauta por um maior grau de maturidade, na medida em que a temática ambiental e social não é abordada de maneira leviana. Dessa forma, os projetos com este perfil seriam, para ela, mais sólidos e embasados, trabalhando com maior eficácia procedimentos como os de substituição, reuso e reciclagem de materiais. “Trata-se de repensar as cadeias e os ciclos de produção, o que implica processos mais longos e menor ênfase em marketing e comunicação”, sintetiza ela.

“a maior consciência dos consumidores e os requerimentos da lei de resíduos fomentam essas iniciativas.”

Fernanda Oruêsócia e diretora de planejamento

estratégico da sPO design,

panorama do setor 13mercado empresarialmercado empresarial

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panorama do setor

A restrição à distribuição das tradicionais sacolas plásticas nos supermercados de São Paulo desenca-deou um aceso debate público, envolvendo fabri-cantes, varejistas, ambientalistas e órgãos de defesa dos consumidores. E não é para menos. Afinal, a medida, em tese motivada pela preocupação com a sustentabilidade, tem enorme impacto econômico sobre a vasta cadeia processadora de embalagens flexíveis, além de mexer com hábitos culturais ar-raigados entre a população. Assim que a Apas (Associação Paulista de Super-mercados) assinou, em maio de 2011, um acordo com o governo paulista no sentido de descontinuar o fornecimento das sacolas comuns (feitas à base de petróleo) aos clientes, a polêmica se instalou nos meios de comunicação. A iniciativa, batizada como “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”, foi colocada em prática no dia 25 de janeiro último. A tratativa não proíbe a disponibilização daqueles plásticos, mas o apoio da Apas e a participação de pesos-pesados como Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart lhe conferiram representatividade, abrangendo cerca de 80% de todas as lojas. Como alternativa para finalizar as compras, os esta-belecimentos vinham oferecendo caixas de papelão e sacolas retornáveis (ecobags), estas últimas a serem adquiridas. Naquela altura, tinha sido dada também a opção de se comprar sacolas compostáveis (de decomposição mais rápida, feitas a partir do amido de milho) ao custo unitário de, aproximadamente, R$ 0,19, a depender da rede.No segmento dos fabricantes de plásticos flexíveis, o desdobramento desta movimentação foi a queda,

desde dezembro, das encomendas por parte de grandes varejistas. A partir daí, foram feitos os primeiros anúncios de demissões de funcionários, complicação que pode também atingir o setor de máquinas utilizadas pelos transformadores. Segundo as estimativas divulgadas, o consumo de sacolas no Estado de São Paulo gira em torno de R$ 200 milhões por ano, com o ma-nuseio de cerca de seis bilhões de unidades, o equivalente a quase 40% do mercado nacional. De acordo com a entidade PlastVida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos), esta atividade responde por algo perto de 30 mil empregos diretos e outros 80 mil indiretos no País.

bEnEfíCios são quEstionadosEm que pese o atraente apelo “verde”, os fabricantes garantem que a campanha não redundará em benefícios para a sociedade, antes pelo contrário. Alfredo Felipe Schimitt, presidente da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), por exemplo, entende que a iniciativa criou uma “situação absurda” por trazer problemas, e não soluções, em termos de tratamento do lixo, qualidade de vida e empregos.“Não haverá nenhum ganho ambiental com a mudança”, sentencia ele, ponderando que “as sacolas plásticas tradicionais representam tão-somente 0,2% dos resíduos urbanos, além de serem 100% recicláveis, apresentando até maior ecoeficiência do que qualquer produto

panorama do setor

rEstrição às saColas ProvoCa fortE PolêmiCa

Medida mexe com hábitos culturais e tem enorme impacto econômico sobre a vasta cadeia de embalagens

Para alguns, campanha não trará benefícios para a socieda-de, só para os supermercados

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panorama do setor

similar”. Além do mais, o presidente da Abief, acompanhando seus pares, adverte que há o risco de os sacos serem substituídos por materiais como o papelão, menos apropria-dos à conservação e transporte de resíduos, acarretando danos para a saúde pública. Le-vantamento da Plastivida mostra, a propósito deste aspecto, que 88% das pessoas reutilizam as sacolas para acondicionar o lixo.Mais detalhadamente, o Instituto contesta a afirmação de que os produtos oxibiodegra-dáveis e biodegradáveis sejam menos nocivos ao meio ambiente. Não haveria, argumenta ele, comprovação científica deste atributo. Em contrapartida, as sacolas tradicionais, compara o Plastivida, são impermeáveis, du-ráveis, econômicas, reutilizáveis e recicláveis, apresentando, em muitos casos, um ciclo de vida com menos emissões de carbono. Finalmente, Schimitt sugere que os únicos beneficiários do acordo entre o governo e a Apas são os supermercados, que teriam aí uma fonte adicional de receitas ao cobrarem pelo fornecimento de unidades compostáveis. Para defender estes pontos de vista, informa ele, a Abief está apoiando as medidas de outras empresas e entidades ligadas à cadeia do plás-tico, envolvendo ações no âmbito jurídico e a divulgação de campanhas de esclarecimento na mídia.Por sua vez, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e o Procon-SP (Fun-dação de Proteção e Defesa do Consumidor)

saudaram a agenda ambientalista que orientou as ações tomadas, mas cobraram o devido processo de conscientização e informação necessário para que os clientes cumpram sua parte. Em nota oficial, o Idec recordou que a ideia de responsabilidade compartilhada, que está na base da PNRS (Política Nacional dos Resíduos Sólidos), inclui a construção de soluções de forma também compartilhada, o que, segundo ele, não ocorreu no caso.

dúvidas quE PErsistEmEntre os questionamentos feitos pelos dois órgãos de proteção do consumidor, figuram as seguintes: como embalar higienicamente mercadorias de diferentes gêneros sem as costumeiras sacolas? Qual a justificativa para o valor cobrado pelas biodegradáveis? Quanto custavam as convencionais e até que ponto este valor não estava embutido nos preços das mercadorias? Como acomodar corretamente o lixo orgânico doméstico? Sem mencionar que os es-tabelecimentos, ainda conforme as entidades, devem oferecer uma alternativa gratuita para que os consumidores possam concretizar sua compra de forma adequada, devendo esse procedimento ser adotado pelo tempo necessário à adaptação aos novos tempos.Críticas e dúvidas à parte, Fernanda Oruê, sócia e diretora de pla-nejamento estratégico da SPO Design, enxerga aspectos bastante positivos na aposentadoria das sacolas. De saída, ela reconhece que, num cálculo mais rigoroso, o impacto ecológico do acerto com os varejistas é baixo e que se está mexendo com o business de uma cadeia produtiva há muito consolidada.Contudo, avaliando o contencioso sob outro ângulo, a especialista julga que a mudança cultural implícita é benéfica para a socieda-de. “O que está sendo promovido é uma quebra de paradigmas, introduzindo-se um novo olhar sobre a questão e uma maneira mais inteligente de fazer compras”, assinala Fernanda, lembrando que na Europa os consumidores não empregam sacolas plásticas quando vão a lojas. “A sustentabilidade pressupõe exatamente a transformação de padrões culturais e de modelos mentais, em um processo de médio e longo prazos”, conclui ela.Para Maurício Groke, presidente da Abre, o debate ligado a temas como este é bem-vindo porque ajuda a esclarecer as posições de todas as partes envolvidas. Ao fim e ao cabo, prevê ele, todos vão encontrar a melhor forma de responder aos requisitos de susten-tabilidade e ao interesse público.“A vontade do cliente final, cada vez mais exigente ao selecionar as embalagens, é que vai dar o tom do nosso esforço coletivo”, sublinha Groke. Naturalmente, surgem discordâncias no percur-so, mas se trata, descreve ele, de uma “briga do bem”, na qual se buscam as saídas mais sensatas e positivas. ME

15mercado empresarialmercado empresarial

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opinião

m dos principais desafios dos profissionais de design é antecipar-se às tendências e traduzir, em projetos vencedores, os anseios dos consumidores. Esta atenção merece um monitoramento

contínuo destas tendências a partir de pesquisas, especialmente as que identificam os novos hábitos de consumo. Tanto melhor a pesquisa quanto mais ela puder antever o futuro próximo do consumo. Neste contexto saem vencedoras as empresas que, de posse destes dados, saberão traduzi-los em embalagens.

Assim entra um outro componente importante do projeto. Além de ser inovador, ele precisa contemplar um custo que possa ser “dige-rido” pela indústria. Uma coisa puxa a outra e surge uma importante faceta do design: a criatividade para encontrar soluções diferentes, mas com custos compatíveis com a realidade industrial. É preciso que estas soluções também sejam compatíveis com o processo existente; quanto menos mudanças na linha de produção, mais eficiente o design.

Em outras palavras, talvez mais do que inventar a roda, é preciso descobrir formas inusitadas de fazê-la girar. E as fitas têxteis têm cumprido este papel com maestria junto à indústria de embalagem por serem um recurso de decoração diferenciado, inovador e que sempre surpreende o consumidor por seu caráter de presente. As fitas também ganham usos igualmente inovadores e passam a ser funcio-

nais como sistemas de abertura/fechamento e de identificação de embalagens.

E isto não se aplica apenas a produtos premium como choco-lates e perfumes; é cada vez mais intenso o uso de fitas em emba-lagens de produtos commodities, principalmente no mercado in-

U ternacional. Não restam dúvidas de que esta tendência chegará com força ao Brasil em pouco tempo.

Mas se quisermos nomear as principais tendências do design atual, deveríamos começar com a preo-cupação com o trabalho estrutural da embalagem, ou seja, com suas formas e volumes. Vemos clara a necessidade de esculpir a embalagem, projetar peças, facetar. Estamos falando de construir superfícies an-gulares, linhas geométricas, pop ups. Fazem sucesso ainda as formas orgânicas inspiradas em arquiteturas futurísticas e texturas em 3D.

Outro movimento que chega às embalagens é a exploração do seu lado sensorial. Nisso predomina o trabalho com as texturas. A inovação, neste caso, está nos toques diferenciados, nas sensações e novas expe-riências. Na prática, falamos de relevos e embalagens táteis que agucem a sensibilidade do consumidor.

E por fim não podemos deixar de citar a “green attitude” (atitute verde), totalmente linkada à susten-tabilidade, a partir da composição do rústico com moderno e de materiais reaproveitados e recicláveis. Busca-se o uso de matérias-primas vegetais numa mescla do urbano com o rural. A consciência eco-lógica predomina e leva à economia de materiais e a conseqüente redução de resíduos.

Inovar é isso: buscar, hoje e sempre, tecnologias e meios criativos para seguir as tendências, fazer diferente e superar os limites estabelecidos. ME

O EtErnO PrOcEssO da InOVaçãOdEsign:

Por Gabriela Schultze*

opinião

sãO POntOs FOrtEs da lata dE açO

gabriela schultze, formada

em Publicidade e Propaganda

e pós-graduada em design de

Moda, é coordenadora da área

de Inovação da PH FIt, líder na

produção de fitas têxteis na

américa latina

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opiniãoopinião

thaís Fagury Gerente executiva

da ABEAÇO - Associação Brasileira de

Embalagem de Aço

consumidor está cada vez mais atento às orientações sobre saúde e meio ambiente. Os hábitos para uma alimentação saudável vão além do tipo do alimento e começam

na escolha dos produtos, na gôndola do supermer-cado. Entre as novidades no mundo dos sabores, a principal preocupação de quem compra é a apre-sentação da comida, seja ela fresca ou em conserva. Além disso, a origem e o descarte do material da embalagem, assim como a sua capacidade de re-ciclagem, são considerados fatores determinantes na escolha dos alimentos para quem pratica ações de sustentabilidade no seu cotidiano.

As latas de aço são consideradas o melhor tipo de embalagem para alimentos por muitos motivos, entre os quais estão os quesitos de segurança ali-mentar e a infinita capacidade de reciclagem do material de origem. Elas protegem os alimentos da ação nociva da luz e contam com vedação total que impede o contato do conteúdo com o oxigênio e outros agentes do meio externo. O cozimento desses alimentos acontece, na maioria das vezes, dentro da própria lata, na qual a comida é sub-metida a modernos processos que utilizam altas temperaturas, destruindo totalmente qualquer tipo de micro-organismo.

Para o meio ambiente, a embalagem de aço não representa perigo, pois é 100% reciclável voltando ao processo de fabricação infinitas vezes sem perda das características mecânicas. Atualmente, o índice brasileiro de reciclagem de embalagens de aço está em 47%, que representa quase 300 mil toneladas de

material reciclado anualmente. No caso do Brasil, somente em Pernambuco existem cerca de dois mil catadores credenciados no projeto Reciclaço, que realizam coleta seletiva das embalagens de aço para bebidas. O reaproveitamento das embalagens tem como resultado a diminuição na exploração de recursos naturais e a ampliação da vida útil de aterros sanitários. O maior índice de retorno de latas de aço coletadas é no segmento de bebidas, com 82% das latas de aço para bebidas recicladas.

A formação do consumidor consciente é es-sencial para garantir a prática de ações sustentáveis de longo prazo. Por isso, a Abeaço promove, desde 2007, oficinas sobre a reutilização e a reciclagem de embalagens de aço, além de lançar em 2010 o tema em teatro, de forma a atingir adultos e crianças de forma mais lúdica. O projeto Aprendendo com o Lataço já visitou dezenas de escolas e entidades na capital e na Grande São Paulo e atingiu mais de 100.000 crianças. A missão da Abeaço é levar informação de qualidade ao público em geral a fim de incentivar as práticas que promovem ações para a sustentabilidade do planeta.

Para 2012, a Abeaço planeja a inauguração do primeiro centro de recebimento de latas de aço pós-consumo do Brasil, com o objetivo em estimular o descarte adequado pela população e incrementar o índice de reciclagem de país. Doze empresas asso-ciadas à Abeaço farão parte desta nova empreitada e investirão mais de US$ 1 milhão na primeira etapa do programa. ME

O

saúdE E sustEntabilidadEsãO POntOs FOrtEs da lata dE açO

Por Tháis Fagury*

17mercado empresarialmercado empresarial

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evento

2012

18

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evento

alco para grandes inovações, acon-tece de 12 a 16 de março de 2012, no Anhembi, em São Paulo, a ter-

ceira Semana Internacional de Máquinas e Equipamentos para Embalagem e Im-pressão. O mega evento é composto pela 8ª BRASILPACK, a 21ª FIEPAG e a 4ª FLEXO LATINO AMERICA, todos cor-relacionados e criando um ambiente único, que atendem a indústria convertedora de embalagem, a indústria gráfica, chegando até o produto final. Está previsto um público de cerca de 30 mil visitantes/compradores, de 30 países

Os maiores destaques da Semana ficam por conta das embalagens de produtos eletrônicos com impressão flexográfica em até cinco cores com verniz; as embalagens-display, que vão direto da linha de produção para a gôndola, denominadas “shelf ready package”; as em-balagens tipo bag-in-box para bebidas; e os displays para divulgação e promoção de novos produtos no ponto de venda.

Os números do setor justificam as expec-tativas de êxito da 3ª. Semana: de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), as exportações de produtos gráficos totalizaram US$ 175,50 milhões nos primeiros oito meses deste ano. E foi justamente o setor de Embalagens que mais contribui para esse faturamento, sendo responsável por 35,7% do total exportado de produtos gráficos.

Na comparação do resultado do 3º trimes-tre de 2011 em relação ao mesmo trimestre de 2010, a produção da indústria gráfica mostrou crescimento de 9,1%. No acumulado dos doze meses, contados de outubro de 2010 a setembro de 2011, a produção da indústria gráfica brasileira apresentou crescimento de 2,3% em relação aos doze meses que o ante-

cederam. Este resultado supera o verificado para a indústria em geral, cuja atividade apresentou crescimento de 1,6%.

Já o mercado de flexografia no Brasil tem crescido anualmente entre 6% e 8%, nos últimos quatro anos, inclusive, durante a crise financeira internacional, foi mantido 6% - per-centual que representa a média nos últimos dez anos. A Associação Bra-sileira Técnica de Flexografia (Abflexo), promotora da Feira Flexo Latino América, projeta crescimento de 30% de área e 25% de expositores na edição de 2012.

Expositores de 28 paísesCerca de 520 empresas expositoras, de 28 países, participarão do

evento. Entre elas estão importantes nomes da indústria, como: Al-tec, BST Latina, Ciola, Corona, H.G.R , Laserflex, Maqplas, Mainard, Máquinas Santoro, Mega Steel, Polimáquinas, Prestmac, Trata, Tudela, Vemax, Wortex, Esna, New Sino, Roland, Srpack, Ribran, Golden Fix, Comexi e Vivacor.

De acordo com a Diretora da Semana, Liliane Bortoluci, a realização das três feiras paralelamente, é sinônimo de consolidação de negócios. “O Brasil vem demonstrando estabilidade econômica, o poder de consumo da população aumenta, a classe média e a expansão do crédito para elas cresceu e, com isso, varejistas investem mais. Isso tudo se traduz para a feira como uma grande oportunidade para o mercado brasileiro de embalagens”, explica. ME

P

A Semana é organizada e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado e tem o apoio das principais entidades representativas do setor, entre as quais estão: ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equi-pamentos), ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), ABFLEXO-FTA Brasil (Associação Brasileira Técnica de Flexografia), ABIGRAF (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), ABIEA (Associação Brasileira das Indústrias de Etiquetas Adesivas), ABIEF (Associação Brasi-leira das Indústrias de Embalagens Plásticas Flexíveis), ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), ABIMEI (Associação Brasileira de Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), AFIPOL (Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Poliolefínicas), e CONLATINGRAF (Confede-ração Latino-americana da Indústria Gráfica)

O mega evento do setor de Embalagem traz grandes inovações

19mercado empresarialmercado empresarial

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mercado

epois de cerca de quatro anos da aquisição pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a fabricante de latas de aço Prada concluiu um processo de reestruturação da gestão e decidiu

expandir a produção de embalagens. Segundo o Valor, a CSN está investindo em três

novas linhas de produção na unidade da Prada em São Paulo, que produz latas para o setor químico, como tintas e aerossóis. As novas linhas devem começar a operar a partir do ano que vem e acom-panham um plano de maximização da produtividade nas fábricas da empresa. “A Prada está retirando gargalos operacionais, realizando uma moderni-zação e planeja elevar a capacidade”, afirmou uma fonte próxima à companhia, sem revelar os valores dos investimentos.

A fábrica de São Paulo hoje tem capacidade para processar cerca de 4 mil toneladas de aço por mês. Nessa unidade, um dos focos da empresa é o mer-cado de cosméticos, que tem elevado o consumo de embalagens aerossóis - um produto de maior valor agregado, cada vez mais consumido pela crescente classe C. A Prada tem ainda uma fábrica em Uber-lândia (MG), que produz latas voltadas para a in-dústria de alimentos. Ao todo, são processadas pela empresa 5 mil toneladas de aço por mês, capacidade que deve crescer em 2 mil toneladas nos próximos três anos, segundo os planos da companhia.

A própria CSN é a fornecedora das folhas-de-flandres, material usado na confecção das embalagens. Outro investimento previsto é o da linha “easyopen”, que em inglês significa “abertura fácil”, em uma tradução livre. A ideia da empresa é construir uma nova linha para a produção do sistema de abertura da lata que leva um anel, comumente utilizado, por exemplo, nas embalagens de atum. O local dessa linha, no entanto, ainda não está definido. Com esse investimento, a CSN pretende não somente abastecer a Prada do mecanismo de abertura, mas todo o mercado fabricante de emba-lagens de aço. “São investimentos pequenos para o porte de uma CSN, mas têm rápido retorno”, completou a fonte.

Essas expansões acompanham um processo de reestruturação na gestão da Prada, que teve iní-cio quando a companhia foi comprada, em 2008. Já em 2006, a CSN propôs aos seus acionistas a aquisição do controle da empresa metalúrgica, que acumulava na época uma dívida na faixa dos R$ 180 milhões. Nesse período houve trocas de executivos e as principais mudanças envolveram melhorias operacionais na empresa, com foco na redução de custos. “A expansão da Prada é uma ação de defesa contra o ganho de mercado de outros tipos de embalagens. Ela precisa manter a participação no mercado”, concluiu a fonte próxima ao assunto.

Prada vai ExPandir a Produção

O objetivo é atender clientes do setor químico

D

20

Page 21: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

mercado

A Prada deve registrar faturamento de R$ 240 milhões neste ano, ante o resultado de R$ 190 milhões acumulados em 2010. No setor de embalagens, a CSN tem também a Metalic, empresa estabelecida no Nordeste, que produz latas de aço voltadas para o setor de bebidas. A participação da área de embalagens dentro do faturamento da siderurgia da CSN hoje está entre 15% a 20%. WNeste ano, foram investidos R$ 40 milhões no setor de embalagens da em-presa, recursos basicamente direcionados para a modernização do parque industrial e serviços de suporte ao aço, como o envernizamento. Fontes: Valor e EmbalaNews ME

catarinense CartonDruck, espe-cializada no desenvolvimento de embalagens em papel-cartão de alto valor agregado, acredita cada

vez mais no setor de cosméticos, que hoje representa 48% de seu faturamento. A em-presa oferece diferenciais que são pontos fortes na hora da escolha, como a qualidade de impressão, do hot stamping (estampa feita com o calor, que não utiliza tinta) e os diferentes acabamentos especiais, como vernizes de interferência, termocrômico, glitter, fluorescente, fosforescente, cintilan-te, entre outros.

Em 2011, a CartonDruck investiu mais de R$ 15 milhões em equipamentos para o setor de cosméticos. Entre eles, uma das mais avançadas máquinas para acabamentos especiais foi adquirida, buscando novos desenvolvimentos. Os investimentos projetam a empresa no mercado, pois a maioria do setor costuma trabalhar com máquinas manuais, serviços terceiri-zados ou baixa tiragem.

Entre os investimentos, está ainda o Color Center. Uma fábrica de tintas que está sendo desenvolvida dentro da empresa, visando aumentar a resistência dos produtos, exatidão nas cores e agilida-de. “Este processo é importante, principalmente, para a melhora na qualidade de embalagens expostas em vitrines no sol, como tinturas para cabelo. Estes produtos devem ter a definição dos padrões de cores perfeita, para que não confundam o consumidor final”, explica a diretora de marketing da CartonDruck, Ticiana Baumgarten. No setor de perfumaria e maquiagem, a exigência é para a riqueza de detalhes e acabamentos de alto valor agregado, que destacam os produtos. Atualmente, a CartonDruck possui duas máquinas de hot stamping Bobst e é líder no segmento de acabamentos especiais. ME

setor repre-senta 48%

dos negócios da empre-sa, que hoje

é líder no segmento de acabamentos

especiais

CartondruCkinvEstE r$15 milhõEs Em EquiPamEntos Para EmbalagEns dE CosmétiCos

A

21mercado empresarialmercado empresarial

Page 22: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

economia

ilpress Brasil acaba de fechar representação exclusiva da Bilcare Research, um dos maiores players mundiais de blisters do segmento. Segundo Izabel Fittipaldi, gerente de marketing e de negócios para a América Latina da

Bilcare Research, a Bilpress Brasil foi criada exatamente para ser a representante da empresa indiana. “Foram investidos US$ 2 milhões em máquinas de corte, impressão e revisão e em infraestrutura física. A intenção é fornecer, com rapidez ao mercado brasileiro, embalagens inteligentes e diferenciadas para medicamentos, agregando dispositivos contra falsifica-ção e clonagem e layouts que são um grande instrumento de comunicação e marketing”, diz Izabel.

O objetivo é conquistar 30% do mercado de filmes (bar-reiras para medicamentos), que movimentou cerca de R$ 44 bilhões em 2010 e que espera um crescimento de 2,2% para este ano, segundo a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE). O mercado é bem promissor. Segundo a IMS He-alth, o setor farmacêutico brasileiro vendeu R$ 36,2 bilhões no ano passado.

EmbalagEns customizadasPara desenvolver embalagens customizadas e inteligentes a

Bilpress Brasil faz uma trabalho específico com cada cliente para que os produtos em questão atendam as características regionais, tendências e demandas do mercado, mas que também ofereçam ao cliente final um medicamento com todas as adequações técnicas e comerciais. Essa produção diferenciada torna também as embalagens instrumentos de comunicação e marketing, pois podem oferecer ao consumi-dor informações que diferenciem o produto da concorrência bem como informações que facilitam o uso da medicação e a adesão ao medicamento.

Na produção das embalagens também há a preocupação ambiental. A Bilpress Brasil é a única empresa nacional do segmento que utiliza tinta à base de água na impressão das suas embalagens. E as perdas em alumínio de sua produção são doadas à Cooperativa de Reciclagem da Prefeitura de Itupeva, cidade do interior de São Paulo em que se encontra a fábrica da empresa. ME

B

bilPrEss quer conquistar 30% do mercado nacional de embalagens inteligentes para a indústria farmacêutica

As embalagens terão dispositivos contra falsificação e clonagem

mercado22

Page 23: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

economia

D u P o n t Packaging Graphics

está preparando o lançamento do sistema DuPont Cyrel DigiFlow, um fluxo de trabalho digital com design aprimorado que realça a capacidade da chapas digitais Cyrel e Cyrel FAST. O produto está em sua fase final de testes e a previsão é que esteja disponível no mercado brasileiro até o final deste ano.

Testes preliminares confirmaram que o sistema Cyrel DigiFlow pode ser uma importante ferra-menta para o aumento da densidade de tinta em áreas de sólido e melhorar contrastes na impressão, enquanto mantém a alta qualidade de imagem as-sociada às chapas digitais Cyrel. Segundo Rodrigo Yamaguchi, gerente Técnico da DuPont Packaging Graphics para a América Latina, “o sistema permite a reprodução de imagens 1:1 e, com isso, é possível utilizar retículas para sólidos. A utilização destas retículas frequentemente resulta em um aumento na densidade de tinta, bem como uma cobertura mais uniforme. Estamos conduzindo as últimas provas e continuamos a ver excelentes resultados até o momento”. ME

Tetra Pak, líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, acaba de anunciar a ampliação de sua fábrica de Ponta Grossa (PR), onde investirá de 150 milhões

de reais, criando 150 empregos diretos. O projeto de expansão será iniciado em abril deste ano e contemplará nova área de produção, nova área de armazenagem, ampliação dos escritórios e do refeitório. A fábrica receberá novos equipamentos de impressão, laminação, corte e expedição de embalagens, que devem entrar em operação a partir de julho de 2013.

A partir do próximo ano, concluída a primeira etapa da expansão, a capacidade de produção da fábrica de Ponta Grossa aumentará em 70%, passando de 6,8 bilhões de embalagens por ano atualmente, para 11,5 bilhões. A segunda fase, que será concluída até 2015, levará a um aumento da capacidade para 14 bilhões de embalagens ao ano.

A ampliação permitirá a produção de maior gama de embalagens cartona-das assépticas. ME

duPont dEVE lançar cyrEl dIgIFlOw nO BrasIl até O FInal dEstE anO

Solução para a flexibilidade de alternar entre o ponto digital e o

ponto híbrido

tEtra Pak VaI aMPlIar FáBrIca dE POnta grOssa

Serão criados 150

empregos diretos

A

A

mercado 23mercado empresarialmercado empresarial

Page 24: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

emprego

s disparidades do mercado de trabalho brasileiro persistiram em 2011. Jovens, mulheres e a população nordestina amargaram desemprego muito acima da

média, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE). Entre as mulheres, o desemprego ficou em 7,5%. A média nacional, de 4,7% em dezembro, também foi um padrão bem distante do encontrado entre os jovens de 15 a 17 anos, de 23%; e entre os de 18 e 24 anos, com 13,4%.

No Nordeste, Salvador e Recife - as duas regiões me-tropolitanas que integram o total de seis locais pesquisados pelo IBGE para compor o índice - encerraram 2011 com as

maiores taxas de desemprego do Brasil, de 9,6% e de 6,5% respectivamente.

A remuneração dos homens continua maior que a das mulheres, que chegam a ter renda quase um terço menor. En-tre raças, a desigualdade é ainda maior: a renda dos brancos foi o dobro da de pessoas de cores preta e parda. “Temos muito ainda a melhorar”, admitiu o economista do IBGE, Cimar Azeredo.

O economista do banco ABC Brasil, Felipe França, lembra que as disparidades geográficas, de sexo e de raça já foram maiores. Em 2003, as mulheres ganhavam 70,8% da renda masculina. No ano passado, a fatia subiu para 73,8%.

mErCado dE trabalho mantém disParidadE

A

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Page 25: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

emprego

Em 2011, a taxa de desemprego bateu recorde de baixa e alcançou 6% no ano. Esse é o menor nível desde 2002, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reformulou a metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). No ano passado, a População Economica-

mente Ativa (PEA) avançou 1,2% sobre 2010, menor taxa desde 2006, com exceção de 2009, ano no qual a crise atingiu o mercado de trabalho e o crescimento foi de apenas 0,9%. Na mesma comparação, a população ocupada subiu 2,1% em 2011, após crescer 3,5% em 2010. ME

dEsEmPrEgo Em 2011 é O MaIs BaIxO da HIstórIa

‘A diferença de renda entre homens e mulheres, é uma questão cultural, histórica, cuja mudança depende de um amadurecimento da so-ciedade.’

Na análise do professor da Unicamp Anselmo Luiz Santos, as desigualdades persistentes também são reflexo de políticas públicas ineficazes. Recursos reduzidos em educação de base geram trabalhadores pouco qualifica-dos, que têm maior dificuldade de conseguir emprego.

Isso é perceptível nos dados apurados pelo IBGE, onde trabalhadores com oito a dez anos de estudo têm taxa de desemprego de 8,1%, quase o dobro da média nacional em 2011. Entre os trabalhadores com mais de 11 anos de estudo, a taxa foi de 5,8%.

“Não podemos nos esquecer do salário mínimo brasilei-ro, bom instrumento para combater desigualdade de renda, e um dos mais baixos do mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT)”, disse o professor. ‘Não se consegue combater desigualdade, principalmente entre os de baixa renda, sem elevar salário mínimo.’

Porto alEgrEA menor taxa de desemprego entre as seis regiões me-

tropolitanas pesquisadas foi encontrada em Porto Alegre. O índice ficou em 3,1%, o menor da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em 2002. A média de desem-prego em 2011 na cidade foi de 4,5%, inferior à nacional, de 6%. O porcentual de trabalhadores com carteira assinada subiu de 48,6% em 2010 para 50,2% em 2011.

Há desigualdades no tocante a sexo e raça

Para o economista e analista de pesquisas Eduardo Schneider, o resultado não surpreende, já que Porto Alegre e Belo Horizonte, cuja taxa foi de 4,3%, possuem um mercado de trabalho mais estruturado o que atenua o desemprego. ‘Entre os fatos que fazem o povo gaú-cho liderar essa pesquisa está o alto índice de empregos formalizados e a renda salarial alta, se comparado com outras capitais. A união desses quesitos faz total dife-

rença’, diz Schneider.Secretário do Trabalho e Emprego de Porto Alegre,

Pompeo de Mattos recebeu com entusiasmo e cautela o resultado. Segundo ele, ainda é preciso muito empenho para acabar com o desemprego. ‘Apostamos na qualifica-ção, mas sabemos que ainda há emprego sobrando e gente despreparada. É nosso desafio constante. Mensalmente temos 2 mil vagas para ser preenchidas e nem sempre con-seguimos, mas o resultado nos anima.’ Fonte: Estadão ME

taxa foi de 6% no ano

25mercado empresarialmercado empresarial

Page 26: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

mercadoeconomia

crescimento do Brasil deve ganhar força neste ano com os recentes cortes na taxa básica de juros, compensando a recessão na zona do euro, segundo consta de pes-

quisa feita pela Reuters e divulgada em meados de janeiro último. Com isso, o país deve ir no caminho oposto ao do México e Argentina, cujas economias devem desacelerar.

Grande exportadora de minério de ferro e produtos agrícolas, a economia brasileira ganhará força com a expansão da demanda doméstica, crescendo 3,3% em 2012 e 4,5% em 2013, de acordo com a mediana das estimativas de 35 economistas.

A expectativa é de que a economia tenha crescido apenas 3% em 2011, sentindo o efei-to do aperto fiscal e monetário do primeiro semestre para combater a inflação. Isso marca uma forte desaceleração na comparação com o crescimento registrado em 2010, de 7,5%, e frustrou as estimativas oficiais de 5% de cres-cimento nos primeiros meses da administração de Dilma Rousseff.

Outros membros do G20, como México e Argentina, sem o mesmo potencial oferecido pelo mercado doméstico brasileiro de aproxi-madamente 200 milhões de pessoas, terá mais dificuldades para sustentar suas atuais taxas de crescimento. A Argentina sofrerá um impacto maior, devido às saídas de capital e a uma ex-pansão menor da política fiscal.

“A demanda doméstica deverá, em breve, ter um papel mais proeminente em combater problemas externos” - afirmou Mauricio Rosal, economista-chefe na corretora Raymond James, em São Paulo. “Nós vemos isso como crucial, uma vez que acreditamos que poucas economias de proporções parecidas possuem atualmente a mesma quantidade de reservas (como o Brasil) para incorporar tal recuperação, impulsionada por fatores internos”.

Entre os problemas externos está a crise da Grécia. O país e seus credores estão correndo contra o tempo para evitar um calote desorde-nado na zona do euro, que poderia desorganizar o sistema financeiro global. O drama grego tem sido comparado ao default de US$ 100 bilhões da Argentina em 2002. Desde então, o país tem se fechado virtualmente ao mercado financeiro global e visto a inflação subir a uma cifra de dois dígitos.

mantEndo o consumo vivoO Brasil iniciou o corte de sua taxa básica de

juros em agosto de 2011, trazendo-a de 12,5% para 10,5%. Analistas esperam que o BC reduza o que ainda o que é um dos maiores juros do mundo para 9,5% em abril.

Além da expansão do crédito, que o Banco Central projeta em 15% em 2012, a economia brasileira crescerá impulsionada também pelo aumento legal de 14% no mínimo. Incentivos fiscais, como o corte de impostos em bens

EConomia brasilEira oFuScA A DoS vIzInHoS LATInoS

O

Pesquisa mostra que o crescimento

do país deverá ganhar força

este ano

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Page 27: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

economiamercado

duráveis, também dará o estímulo, de acordo com uma análise do Itaú Unibanco, o maior banco privado do país.

Analistas não esperam que a inflação saia de controle, inclusive pela possibilidade de cortes de gastos no Orçamento de 2012. Após subir para 6,5% em 2011, o topo da meta oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve cair para 5,5% em 2012, segundo a mediana de 18 projeções coletadas para a pesquisa Reuters - ainda acima do centro da meta do governo, de 4,5%.

Apesar do rápido crescimento, a economia brasileira ficará atrás das maiores economias emergentes do mundo, como China e a Índia, mesmo se estas se expandirem no ritmo mais lento desde 2009. O PIB da China deve crescer 8,4% em 2012.

A economia do México, mais dependente das exportações para os EUA, deve ser pro-vavelmente a mais atingida pela desaceleração mundial. Apesar de a maior economia do mundo ter evitado a recessão, o PIB americano deve crescer apenas 2,2 % em 2012. O México, a segunda maior economia da América Latina, deve crescer 3,2% em 2012, abaixo da taxa de 4% projetada em 2011, segundo a mediana das 24 projeções coletadas para a pesquisa Reuters. Em 2013, a economia mexicana deve se recu-perar para um crescimento de 3,5%, de acordo com a pesquisa. Fontes: Reuters/O Globo ME

custo de vida da classe média paulistana teve em 2011 a maior alta anual desde 2008 ao subir 5,91% ante 2010,

de acordo com o Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Há quatro anos, o aumento foi de 6,22% em relação a 2007. Em dezembro ante novembro, a alta foi de 0,57%, resultado superior à variação apresentada na comparação de dezembro com o mesmo mês de 2010, que foi de 0,50%.

O grupo Despesas Pessoais registrou a maior alta no ano, de 7,87%, impulsionada por itens de recreação, como passagens ro-doviárias e aéreas (17,91%), teatro (9,34%), academia de ginástica (8,43%) e viagem de excursão (7,80%). O grupo Saúde teve alta de 7,41% em 2011, pressionado por plano de saúde (8,54%), serviços médicos (7,40%) e remédios (5,73%).

Os gastos com Educação aumentaram 6,82% no ano, enquanto aumentos menores foram verificados em Alimentação (5,96%), Transportes (5,75%), Vestuário (5%) e Habitação (4,84%). Entre os produtos com maiores altas estão a sardinha (26,94%), o tomate (25,36%) e o café em pó (22,07%).

Segundo o relatório da Fecomercio-SP, divulgado em 19/1 últi-mo, os serviços prestados por empresas privadas e por autônomos - como planos de saúde, escolas privadas (7,12%) e estacionamento de veículos (12,94%) - pressionaram o ICVM de 2011. O ICVM é elaborado em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) e abrange o intervalo de renda entre cinco e 15 salários mí-nimos paulista (R$ 600). Fonte: Agência Estado ME

Passagens rodoviárias e aéreas (+17,91%) lideraram

as altas no ano

O

custO dE VIda da classE MédIa tEM MaIOr alta dEsdE 2008

27mercado empresarialmercado empresarial

Page 28: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

mercado

epois de um resultado pífio em 2011, a indústria voltou a crescer no último mês do ano. Apoiada nos setores de bens du-ráveis e de capital, a produção industrial

subiu 0,9% entre novembro e dezembro, feitos os ajustes sazonais, mas a melhor notícia no resultado foi o grande número de setores com resultado positivo - dos 27 ramos analisados pela Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16 aumentaram sua produção no período (60% do total). O resultado foi visto por economistas como sinal de que, da-qui para frente, o setor deve entrar numa trajetória de retomada lenta

e gradual, após o ano perdido para a produção: a expansão foi de apenas 0,3% em 2011 na com-paração com 2010.

Os principais entraves à indústria no ano

passado, afirmam analistas ouvidos pelo jornal Valor, foram o aperto do crédito, que reprimiu a demanda e provocou acúmulo de estoques, o câmbio valorizado, que favoreceu o consumo de importados, e a crise externa, que piorou na passagem do primeiro para o segundo semestre e afetou a confiança de consumidores e empresários. “O real valorizado durante a maior parte do ano favoreceu a presença de produtos importados de têxtil e calçados no mercado doméstico”, avaliou André Luiz Macedo, economista do IBGE.

Como o governo tomou medidas de incentivo à economia no fim do ano passado e o Banco Central está cortando os juros desde agosto, o con-sumo doméstico deve ser a base da recuperação da indústria em 2012, já que a demanda externa e o câmbio não devem ajudar as exportações, dizem os economistas. Para alguns, a disseminação do crescimento no fim de 2011 reforça o quadro de otimismo para o começo deste ano. ME

Produção subiu 0,9% entre novembro e

dezembro

D

E rEtomada atingE 60% do sEtorIndústrIa VOlta a crEscEr

economia28

Page 29: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

E rEtomada atingE 60% do sEtor

Brasil é um dos países com maior desigualdade de renda entre as nações membros do G20, perdendo apenas para a África do Sul, segundo levantamento publicado pela Oxfam, confederação internacional formada por 15 orga-

nizações que trabalham em conjunto com 98 países para encontrar soluções duradouras para a pobreza e injustiça.

O estudo, que deixou de fora a Arábia Saudita, por falta de dados, mostrou que o país com a menor desigualdade é a França, seguida pela Coreia, Alemanha, Canadá e Itália. Dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China mais África do Sul), a Índia é a mais bem colocada, na sétima posição. Depois vem a China, na 14a posição, a Rússia, em 15°, e o Brasil, em 17°.

Quando analisada toda a renda dos países, percebe-se que os 10% mais pobres têm uma participação muito pequena no total, chegando às vezes a apenas 1%. Por outro lado, os 10% mais ricos possuem uma participação bem maior, muitas vezes excedendo a 40%.

O estudo constatou que, no Brasil, a redução da pobreza de-pende, sobretudo, do combate à desigualdade. Entre 1999 e 2009, quase 12 milhões de pessoas escaparam da pobreza absoluta (renda de menos de US$ 1,25 por dia), reduzindo o percentual de brasileiros vivendo na pobreza de 11,2% para 3,8%. No mesmo período, a desigualdade caiu mais de quatro pontos percentuais.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta que o PBI do Brasil crescerá cerca de 3,6% em 2012 e mais de 4% nos anos posteriores. “Se o Brasil continuar a crescer aproximadamente a esta taxa até 2020 e mantiver as tendências atuais de crescimento popu-lacional e redução da desigualdade, nosso modelo indica que o nú-

mero de pessoas vivendo na pobreza cairá em quase dois terços entre 2010 e 2020, uma redução de mais de cinco milhões de pessoas”, diz o relatório. Com informações do Info Money ME

dE rEnda EntrE O g20

BrasIl é uM dOs PaísEsCom maior dEsigualdadE

Perde apenas para a África do

Sul

O

economia

pós um ano ruim para a indústria em 2011 - com crescimento de apenas 0,3% sobre 2010 -, o aumento de 14% do salário míni-mo pode estimular a produção em setores

cujas vendas dependem mais da renda do que do crédito e dar um alento ao resultado geral no fim do ano. Levantamento do jornal Valor com nove empresas dos setores de alimentos e bebidas, vestuário, cosméticos e motocicletas e três associações de indústrias indica que a maioria dos empresários está otimista com o reajuste, que elevou o valor do mínimo de R$ 545 para R$ 622 a partir de 1º de janeiro, e planeja produzir mais este ano para atender essa demanda extra. Cálculos de diferentes consultorias indicam que o mínimo vai injetar uma renda extra de R$ 60 bilhões na economia este ano.

O setor de alimentos e bebidas - segunda maior indústria do país e empregadora de 1,54 milhão de pessoas em 2011 - deve ser um dos mais beneficiados com o aumento. Dos 4% a 4,5% previstos para o aumento da produção do setor em 2012, cerca de dois pontos percentuais devem vir apenas da alta do mínimo, segundo Denis Ribeiro, diretor do Departamento de Eco-nomia e Estatística da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), que reúne 45 mil empresas do segmento.

Ribeiro aponta que a nova Pesquisa de Orça-mento Familiar (POF) do IBGE, mostrou que a família brasileira gasta, em média, 16% de seus rendimentos com alimentos. “Considerando a quantia a ser injetada na economia com o aumento do mínimo, 16% é substancial para o setor de alimentos”, diz. ME

mínimo rEFOrça PlanOs dE PartE

da IndústrIa

AEmpresários estão otimistas com o reajuste

29mercado empresarialmercado empresarial

Page 30: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

governador Geraldo Alckmin anunciou a redução de um ponto percentual na taxa de juro anual da Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento

para financiamentos destinados a projetos de investimentos. Com a redução, as taxas de juros da instituição, que já eram umas das menores do mercado, ficaram ainda mais baixas.

Com exceção da linha para capital de giro, todas as taxas de financiamentos para as pe-quenas e médias empresas (aquelas que faturam entre R$ 360 mil e R$ 90 milhões por ano), foram reduzidas. O índice de reajuste para as

linhas de Petróleo & Gás, Financiamento ao Investimento Paulista (FIP), Franquias e Linha Especial de Investimentos (LEI), caiu de 8% ao ano para 7%. Para a Linha Economia Verde, cujos juros eram de 6% ao ano, agora são 5%. Todas as taxas são compostas também pelo IPC/FIPE.

A decisão é parte da estratégia do Governo do Estado de impulsionar o desenvolvimento da economia estadual,

melhorando as condições para as pequenas e mé-dias empresas paulistas investirem na expansão e modernização, gerando mais emprego e renda.

A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento financia empresas com fatura-mento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. O interessado pode entrar no site da instituição (nossacaixadesenvolvimento.com.br), realizar uma simulação de empréstimo e obter o financiamento diretamente no portal, por meio da ferramenta “Negócios On-line”. Se preferir, pode ir até a sede da Agência de Fomento Paulista, situada na Rua da Consolação, 371, região Central, em São Paulo. ME

EstadO rEduz taxa dE jurOs da agêncIa dE

fomEnto Paulista

novo estímulo ao pequeno e médio

empresário paulista

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Tesouro Nacional poderá fazer novo aporte de recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) neste ano. O reforço de caixa está em análise e será calculado durante as negociações para o ajuste do Orçamento da União. Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, se a

decisão for tomada o montante será inferior aos R$ 55 bilhões definidos para 2011. As transferências do Tesouro, feitas mediante a emissão de títulos, visam reforçar o

caixa do banco e assegurar a oferta de financiamento para investimentos de longo prazo. Em 2008, o BNDES recebeu R$ 22,5 bilhões do Tesouro; em 2009, R$ 100 bilhões; em 2010, R$ 105 bilhões, dos quais R$ 24,7 bilhões foram empregados na capitalização da Petrobras, e em 2011, R$ 55 bilhões. ME

bndEs POdErá rEcEBEr nOVO aPOrtE dO tEsOurO

O

Se a decisão for tomada o montante será inferior aos R$ 55 bilhões definidos para 2011

economia30

Page 31: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

1Fascículo

O Turismo Verde

a natureza nada se tira a não ser fotos. Nada se deixa a não ser pega-das. Nada se leva a não ser recordações... Estes são os princípios do ecoturismo, a for-ma de fazer turismo que mais cresce em todo

mundo. O turismo verde, como também é chamado, re-presenta hoje 5% do turismo mundial e a estimativa é que alcance 10% nesta década. Segundo a Organização Mundial do Turismo, enquanto o turismo convencional registra um crescimento de 7,5% ao ano, o ecoturismo ultrapassa 20%.

D

Page 32: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

ecoturismo é uma forma de turismo centrado na descoberta da natureza e da ecologia urbana. Quando se fala em natureza, fala-se nos ecos-sistemas, agrossistemas e no turismo rural. Por ecologia urbana, entende-se jardins e outros

espaços verdes ecológicos, reservas naturais urbanas e outros objetos do domínio da ecologia urbana.

O ecoturismo visa não apenas conhecer, observar e desfrutar dos recursos naturais e culturais de uma localidade mas, sim, protegê-los; é o turismo praticado de forma sustentável, valo-rizando a comunidade local, preservando o meio ambiente e a cultura de um povo. Assim, é também uma potente ferramenta para o crescimento econômico bem distribuído

A Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) define-o como um ““segmento de atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua con-servação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas”.

O

desfrutar dos recursos naturais e culturais de forma sustentável, com consciência da necessidade de sua preservação

O que é

Para The International Ecotourism Society (TIES) ecoturis-mo é a viagem responsável para áreas naturais que conservam o ambiente e melhorem o bem-estar da população local. Isto significa que quem opera e participa de atividades ecoturisticas deve seguir os seguintes sete princípios:

• Minimizar impactos• Desenvolver consciência e respeito ambiental e cultural;• Fornecer experiências positivas para ambos visitantes e anfitriões;• Fornecer benefícios financeiros diretos para a conservação;• Fornecer benefícios financeiros e poder legal de decisão para o povo local;• Elevar a sensibilidade pelo contexto político, ambiental e social dos países anfitriões;• Apoiar os direitos humanos internacionais e acordos trabalhistas.

Ecoturismo

Page 33: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

O Instituto Camões, de Portugal, resume: trata-se de um turismo ativo que envolve atividades ao ar livre, de baixo impac-to ambiental, em áreas naturais, que contribui para a proteção ecológica e a sustentabilidade dessas áreas e beneficia as popu-lações locais.

Os documentários em vídeo sobre viagens, que apresenta-vam a natureza como cenário principal, populares nos finais da década de 70, são considerados os grandes impulsionadores do turismo ecológico no mundo. No final dos anos 80 e início de 90, a atividade teve um crescimento acentuado.

Hoje, trata-se do segmento turístico que proporcionalmente mais cresce no mundo, enquanto o turismo convencional cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo está crescendo entre 15 a 25% por ano. A Organização Mundial de Turismo (OMT) estima que 10% dos turistas em todo o mundo tenham como demanda o turismo ecológico.

O faturamento anual do ecoturismo, em nível mundial, é estimado em US$ 260 bilhões, do qual o Brasil seria responsável por cerca de US$ 70 milhões.

Embora o trânsito de pessoas e veículos possa ser agressivo ao estado natural desses ecossistemas, os defensores de sua prática argumentam que, complementarmente, o ecoturismo

contribui para a preservação dos mesmos, é um dos principais meios de educação ambiental e permite a integração e desen-volvimento econômico das comunidades locais em áreas de preservação ambiental.

Cenário

Atualmente o Brasil tem cerca de meio milhão de ecoturistas, que são atendidos por

250 operadores e agências especializadas

No BrasilNo Brasil, as primeiras atividades de ecoturismo se iniciaram

no final dos anos 80, seguindo a tendência mundial de desenvol-vimento do setor. Já em 1989 foram autorizados pela Embratur os primeiros cursos de guia desse tipo de turismo. Com a Rio 92, o termo ecoturismo ganhou maior visibilidade e impulsionou um mercado promissor. Aos poucos, órgãos e instituições ligados ao setor também foram sendo criados.

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apesar de toda a vocação do setor turístico brasileiro ele não tem ampliado de forma significativa seu peso na riqueza produzida pelo país. Desde 2003, a participação do turismo no PIB tem oscilado pouco, representando cerca de 3,6% do pro-duto interno bruto nacional (PIB). Na classificação do Índice de Competitividade em Viagens e Turismo de 2009, que mensura os fatores preponderantes à consolidação de negócios no setor turístico de cada país, o Brasil ficou em 45º lugar mundial, sendo o segundo colocado entre países da América Latina e o quinto no continente americano.

O mesmo relatório classificou mundialmente o Brasil em quarto lugar no quesito potencial turístico na área de recursos humanos, nos aspectos culturais e naturais, sendo que, quando considerado somente seus recursos naturais, o Brasil posiciona-se

Vo l .1

Page 34: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

no segundo lugar do ranking mundial. Atualmente, existem dois programas com o objetivo de promover o desenvolvimento do ecoturismo, o Programa Nacional de Ecoturismo da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS/MMA) e o Programa de Visitação nos Parques Nacionais da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF/ MMA, 2006). Ambos tem por objetivo de fomentar a participação das comunidades tradicionais em atividades de de-senvolvimento ecoturístico brasileiro.

Em 2008 foi criada a Revista Brasileira de Ecoturismo para suprir a necessidade de divulgação de pesquisas nessa área, tornando-se referência científica em ecoturismo no país. Ela tem periodicidade quadrimestral e é editada pela Sociedade Brasileira de Ecoturismo, a mais importante entidade científica da área no Brasil.

Até 2003, o mercado brasileiro possuía cerca de 250 operado-ras especializadas em ecoturismo, sendo que 70 delas localizadas na cidade de São Paulo no ano 2000. Neste ano, estima-se que o ecoturismo tenha sido praticado por meio milhão de pessoas no Brasil, gerando emprego para trinta mil trabalhadores, por intermédio de cinco mil empresas e instituições privadas. Dentre as 32 opera-doras americanas, canadenses, francesas, italianas e sulamericanas que operavam para a América do Sul, na data da pesquisa, apenas 10 (31,25%) ofereciam o destino Brasil. Nesses pacotes, apenas três produtos eram comercializados: Amazônia e Pantanal (em 80% dos casos) e Foz do Iguaçu (com 40% das ocorrências).

Falta um marco regulatórioComparado ao patrimônio, riqueza e potencialidade de nossos

ecossistemas naturais, o ecoturismo no Brasil atualmente ainda é pequeno, apesar de emergente. Organizações ambientais e especia-listas da área indicam a necessidade de implantação de uma política nacional clara e integradora para o setor, bem como programas públicos e privados desenvolvidos com planejamento ambiental e turisticamente adequados, de forma a se evitar a prática de ativi-dades que só tem o rótulo de ecoturismo (e, que na verdade, são degradantes).

De acordo com o WWF Brasil, nem a atividade de turismo no país possui um marco regulatório e de incentivo claro, o que acaba por dificultar o desenvolvimento do ecoturismo. “Enquanto o Governo, por exemplo, tenta implementar pólos de ecoturismo na Amazônia, o mesmo estimula obras de barragens, plantação de soja e outros tipos de desmatamentos. Falta ainda um regulamento claro para o setor e facilidades para financiamentos de tecnologias ambientais corretas e a auto organização do mercado” – afirma o diretor do programa de turismo e meio ambiente do WWF Brasil, Enéas Salati.

O mercado brasileiro de ecoturismo movimenta 500 milhões de reais por ano e

gera 30 mil empregos diretos

Vo l .1 Ecoturismo

Page 35: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

Em 2001 o setor ganhou um grande impulsionador com o projeto Pólos de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil, um mapeamento feito pela Embratur em conjunto com o IEB - Instituto de Ecoturismo do Brasil. Os pólos de ecoturismo são zonas geográficas localizadas em cada estado que apresentam atrativos naturais e culturais de in-teresse ecoturístico. Eles têm prioridade para investimentos do setor público e privado para o desenvolvimento da atividade turística. A implantação de pólos depende de planejamento, envolvimento das comunidades locais, conservação dos atrativos naturais e investimen-tos em infra-estrutura, equipamentos e serviços turísticos.

O projeto identificou 96 pólos nas cinco regiões brasileiras e fez um inventário das características, potencialidades e infra-estruturas de apoio disponíveis. Outra iniciativa importante foi a criação, pelo WWF, do Programa Brasileiro de Certificação em Turismo Susten-tável, cujo objetivo é criar um selo de certificação independente que estimule maior responsabilidade e competitividade no mercado e estabeleça padrões de sustentabilidade para a atividade turística no Brasil.

Caracteristicas

Uma prática menos espoliativa e agressiva da cultura e meio-ambiente locais

O ecoturismo é percebido pelos seus adeptos ou tende a ser promovido como:

• uma forma de praticar turismo em pequena escala;• uma prática mais ativa e intensa do que outras formas de turismo;• uma modalidade de turismo na qual a oferta de uma infraestrutura

de apoio sofisticada é um dado menos relevante;• uma prática de pessoas esclarecidas e bem-educadas, conscientes

de questões relacionadas à ecologia e ao desenvolvimento susten-tável, em busca do aprofundamento de conhecimentos e vivências sobre os temas de meio-ambiente;

• uma prática menos espoliativa e agressiva da cultura e meio-ambiente locais do que formas tradicionais de turismo.

A atividade, como está configurada atualmente em muitas partes do mundo, é muitas vezes confundida com o turismo de aventura e, de fato, há quem inclua esta última, assim como outras nomen-claturas dadas ao turismo (por exemplo: turismo rural, turismo responsável, turismo ecológico, turismo alternativo, turismo verde, turismo cultural) como partes ou derivações de uma generalização chamada ecoturismo.

Vo l .1 Ecoturismo

Page 36: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

Atividades

Vo l .1 Ecoturismo

As atividades atualmente consideradas como ecoturismo têm em comum, principalmente, o fato de serem praticadas em meio ambiente natural. No entanto, algumas têm suficiente impacto ambiental para não serem consideradas boas práticas pelos eco-logistas, como, por exemplo, quando o canyoning é praticado em trechos de rio usados para nidificação de aves de rapina.

TirolesaÉ a prática da travessia de montanhas, vales, lagos ou canyons,

por meio de cordas, utilizando uma roldana e equipamentos apropriados. Essa modalidade de esporte radical é muito difun-dida no mundo inteiro, principalmente na Nova Zelândia. Seu nome, origina-se da região do Tirol, onde foi desenvolvida. No Brasil existem tirolesas famosas na Cachoeira Santa Marta, em Serraventura (em Bonito) e no Parque dos Sonhos em Socorro. Na tirolesa usam equipamentos de escalada como mosquetão, uma cadeirinha confeccionada com fitas de nylon altamente resistentes que vestem o quadril da pessoa, peitoral de nylon e cordas apropriadas para garantir a segurança dos praticantes.

CavalgadaPercorrer a cavalo trajetos em meio à natureza. É uma ati-

vidade especialmente indicada para terrenos muito acidentados ou em terrenos onde o tráfego de veículos não seja possível ou permitido, especialmente se necessário transportar equipamentos para outras atividades.

Snorkeling e flutuaçãoTrata-se de um passeio em que o turista flutua equipado

com roupas de neoprene, colete salva-vidas, máscara e snorkel, em um trecho de rio, geralmente com pouca velocidade de correnteza, e observando a fauna e flora aquática. Como é um passeio de ecoturismo, existem regras a serem seguidas, visan-do a conservação do ambiente aquático. Na região de Bonito e Jardim, no estado de Mato Grosso do Sul, existem passeios de flutuação em rios de água cristalina, com alta biodiversidade, belíssimos. Para ser considerado ecoturismo não se deve quebrar corais durais durante um mergulho nem mergulhar no período de reprodução dos animais.

Mergulho LivreO mergulho é um esporte que nos leva para um mundo

subaquático. Ele pode ser praticado na modalidade mergulho livre ou apnéia, necessitando apenas de um snorkel (tubo de respiração), nadadeiras e máscara.

Mergulho AutônomoJá a modalidade mergulho autonomo ou scuba diving requer,

além de mascara, snorkel e nadadeiras, cilindro de ar comprimido, relógio, e dependendo da temperatrura da água, roupa de neo-prene, luvas e uma série de outros equipamentos/acessórios.

Boia-crossO boia-cross é a prática de descer corredeiras classe II (leves)

em grandes boias redondas. A atividade inclui brincadeiras no rio e é acompanhada por canoístas profissionais, que garantem a segurança dos participantes.

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Vo l .1 Ecoturismo

CicloturismoCicloturismo é a modalidade onde o principal meio de trans-

porte é a bicicleta em uma trilha passando por área de proteção ambiental. O cicloturista pode pernoitar fora de seu local de convívio habitual. Não se trata de uma atividade competitiva e é um bom exercício. No mundo todo trilhas ecológicas são montadas especialmente para bicicletas.

Caminhada/TrekkingTrekking é a atividade de trilhas ou caminhadas, de mais de um

dia de duração, por áreas naturais com relevante beleza cênica. A incursões, geralmente por áreas montanhosas, por menos de um dia, dá-se o nome de hiking. Trekking, em países de origem inglesa também é conhecido como backpacking (em referência às grandes mochilas).

ParapenteO parapente (paraglider em inglês) é um aeroplano em cuja

asa (inflável e semelhante a um para-quedas, que não apresenta estrutura rígida) são suspensos por linhas o piloto e possíveis passageiros.

Asa-deltaA asa delta é um planador aerodinâmico em formato de

triângulo, um pára-quedas modificado (conhecido como uma asa flexível) feita de náilon ou tecido fibra sintética. O triângulo é sustentado por tubos rígidos de alumínio e cabos e é projeta-do para permitir que o ar flua sobre a superfície, fazendo a asa subir. A asa delta de alto desempenho usa uma asa rígida com estruturas de alumínio firmes dentro do tecido para dar sua for-ma, eliminando a necessidade de cabos de apoio. Para saltar, o piloto deve correr um declive para conseguir que o ar se mova para as asas a aproximadamente 24 km/h. Este movimento do ar sobre a superfície da asa gera o levantamento, a força que vai contra a gravidade e a mantém nas alturas. Uma vez nas alturas, a gravidade (o peso da asa delta e do piloto) puxa o aparelho para a Terra e impulsiona a asa delta para frente, o que faz o ar fluir continuamente sobre ela.

BalonismoVoo de balão por determinada área. No Brasil, o Balonismo

(a ideia de voar em um balão de ar quente) data de 1709, ainda na época de Dom João VI. Desde então os balões passaram por uma enorme evolução e hoje este esporte aéreo é considerado pela Federação Aeronáutica Internacional como um dos mais seguros.

Canyoning/CachoeirismoInicialmente, o Canyoning ou Cachoeirismo foi utlizado

como uma das técnicas de escalada para exploração de canyons e cavernas. Recentemente foi adaptado para as cachoeiras e é

considerado um esporte ou atividade de aventura. O canyoning basicamente consiste em um rapel numa cachoeira. É a explora-ção a pé nas gargantas e canyons nas cabeceiras dos rios, usando técnicas combinadas de rapelar, saltar, nadar e escorregar. O caminho é o rio com suas corredeiras, cachoeiras, poços e pedras cobertas pela mata. A atividade exige alguma habilidade para an-dar sobre as pedras dos rios, um piso bastante liso e irregular.

Canoagem A canoagem é uma atividade náutica, praticada com canoa ou

caiaque, sendo modalidade olímpica desde 1936. As canoas foram desenvolvidas no transcurso de milhares de anos primeiramente pelos povos nativos da América do Norte. A palavra que conhe-cemos hoje (canoa) deriva da palavra Kenu, que significa dugout, um tipo de canoa feito de tronco de árvore. Por muitos anos e atualmente em alguns locais, é o meio de transporte mais usado na colonização da América do Norte, Amazonas e Polinésia.

RaftingO rafting é uma atividade praticada em botes com capaci-

dade de 5 a 7 pessoas no máximo, sempre conduzido por um guia profissional e canoístas para garantir a total segurança dos praticantes. Em alguns lugares do Sudeste do Brasil, como os vilarejos de Lumiar e São Pedro, se pratica este esporte, pela abundância de rios, cachoeiras, aliado ao clima fresco, já que as vilas se situam nas montanhas, e à beleza da floresta da reserva de Macaé de Cima, próximo a Nova Friburgo e a apenas duas horas da cidade do Rio de Janeiro.

Corridas de AventuraO conceito “Corrida de Aventura” foi criado pelo jornalista

francês Gerárd Fusil em 1989, na Nova Zelândia, quando abriu a empresa Raid Gauloises, dando início a uma atividade que promove eventos nacional e internacionalmente. Por iniciativa do Gauloises, foi criado o Circuito Mundial de Corridas de Aventuras (AR World Series). Atualmente, a maior corrida do mundo é o Eco-Challenge, do expedicionário norte-americano Mark Burnett (que, posteriormente, criou o reality show “Survivor”). Na Nova Zelândia, ocorre outra corrida famosa, o Southern Traverse, na ilha Sul do país. Quando disputado ao norte, ganha nome de Northern Traverse.

Corridas de Regularidade/Enduro a péCorrida de Regularidade, também conhecida como “Enduro

a pé”, é uma atividade constituída de provas de percurso por trilhas pré-estabelecidas em roteiros em forma de planilhas que fornecem informações representativas sobre o caminho, direções para navegação por bússola, velocidade de caminhada e compri-mento dos trechos.

Page 38: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

1. Amarás a Natureza sobre todas as coisas;

2. Honrarás e preservarás o bom humor;

3. Estarás sempre pronto a colaborar;

4. Serás capaz de te adaptares aos imprevistos;

5. Utilizarás os serviços dos guias credenciados;

6. Não reclamarás;

7. Não invocarás o nome do guia em vão, para perguntar se falta muito para chegar;

8. Não considerarás chuvas, atoleiros ou pontes quebradas como imprevistos;

9. Não poluirás o meio-ambiente.

10.Preserve e respeite a biodiversidade, não polua as nascentes,os leitos e margens, não destrua as matas ciliares, não degrade o meio ambiente, e compartilhe a sustentabilidade.

Na próximaedição:

Destino Brasil

Fontes: Fontes: The International Ecotourism Society; Wikipédia; Embratur; VivaTerra; WWF/Enéas Salati; Craig C. Freudenrich, Ph.D; Ile-Madere.com; Ecotourisme-Magazine

os dEz mandamEntos do ECoturista

Observação da natureza em geralNo Brasil cresce o número de pessoas interessadas na con-

templação e observação da natureza. A contemplação se faz em maior escala nos diversos destinos onde os turistas fazem caminhada, como por exemplo nas chapadas (dos Veadeiros, Diamantina, dos Guimarães, etc.), nos parques nacionais (dos Lençóis Maranhenses, da Tijuca, do Iguaçu, da Serra da Canastra, Marinho de Fernando de Noronha, etc.).

Observação de avesUm passeio que tem como objetivo a observação das aves

em seu habitat natural, sem interferir no seu comportamento ou no seu ambiente. Em geral, os roteiro de observação de aves são desenvolvidos primordialmente em trilhas e horários distintos dos utilizados no programa turístico normal, e são acompanhados de guia especializado. No Sudeste do Brasil, próximo ao Rio de Janeiro, na reserva florestal de Macaé de Cima, podem ser vistas espécies de pássaros quase extintas no resto do Brasil, pois esta reserva representa 70% de mata verde existente no sudeste, atrás em importância apenas da floresta amazônica. Outro local de grande interesse para a prática desta atividade é em Petrópolis-RJ.

Observação de fauna e floraObservação de animais e plantas em seu habitat natural,

frequentemente com um roteiro. A observação da vida silvestre e marinha, conduzida por guias naturalistas, igualmente cresce, onde os turistas, em grupos organizados, observam aves, baleias, tartarugas, mamíferos, etc.

EspeleoturismoEspeleoturismo é a atividade recreacional de visitar e explo-

rar cavernas. O termo é originário da espeleologia, ciência que estuda as cavernas. Nos anos 50 e 60, teve inicio o hábito da exploração amadora de cavernas, uma forma de lazer que sofreu mudanças consideráveis em tempos recentes, tanto pela evolução de equipamentos de segurança e conforto como pelo interesse na preservação do meio ambiente e atividades na natureza. As cavernas em geral são visitadas na estação seca.

Estudos do meio ambienteEstudar a área percorrida seja, sobre pedras, vegetações,

águas, etc, juntamente com o guia e o organizador ecológico. Acompanhar a evolução das descobertas.

Turismo geológicoTurismo geológico é a atividade que tem por fim visitar locais

de elevado valor geológico, como vulcões e geoparques.

Passeios a pé em veredas e “levadas” Percorrer a pé veredas (caminhos estreiros, atalhos, sendas)

e levadas (canais de irrigação). O local mais procurado para essa atividade é a Ilha da Madeira (Portugal), no Oceano Atlântico. Ali, as “levadas”, mais ou menos largas, de uma profundidade de 50cm, percorrem mais de 2150 km através da ilha. Levam água para as aldeias e irrigam as culturas e as plantações. Constituem um dos elementos mais ricos do patrimônio cultural da Madeira e mostram como a intervenção do homem se harmoniza com a natureza sem causar danos aos eco sistemas.

ArvorismoTrata-se de uma atividade relativamente nova do ecoturismo

e cujo conceito primordial é a possibilidade dos participantes serem levados até o nível das copas das grandes árvores, utili-zando técnicas verticais, para, a seguir, percorrer um trajeto que interliga várias árvores e permite experimentar diferentes níveis de dificuldades técnicas, repertório de movimentos e a incrível sensação de estar andando pela mata “via aérea”.

Page 39: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

E A tochAA FAgulhA, A chAMA

onsiderado um dos 100 maiores líderes da atualidade, com mais de 15 livros publica-dos sobre o tema, Lance Secretan apresenta

revolucionárias técnicas de gestão em seu novo livro “A Fagulha, a Chama e a Tocha“. Para ele, é necessário despertar a fagulha interior e trabalhar o diferencial de cada um, visando alcançar maior felicidade nos campos profissional e pessoal. Segundo Secretan, a fagulha acende a chama e a chama acende a tocha e é através desse mote que ele criou um novo conceito de gerenciamento de equipes.Para o autor, a fagulha representa o despertar do potencial das pessoas como líderes e é apenas o início de uma transformação. Ela acende a alma (a chama interior) e guia o homem no intuito de trabalhar seu diferencial; ilumina e provê calor humano para dar seguimento às transformações que o mundo pede. Lance, que é Mestre em Relações Internacionais pela University of Southern California e Doutor pela London School of Economics, dá uma base

teórica e vivencial sobre como desenvolver o despertar desse potencial no leitor e em quem o cerca. Mas o papel fundamental do líder está em passar essa chama da transformação através da tocha da colaboração, do compartilhamento do legado conquistado pela experiência e sa-bedoria, da coerência entre o falar e o agir, do diálogo de uns com outros sobre como trilhar esse caminho em direção a uma liderança um nível acima.Secretan orienta como romper todas as barreiras pessoais, ser genuíno, apoiar o bem dos outros, relacionar-se tocando corações e comunicar-se de forma eficiente, alcançando com sucesso todos os resultados almejados. Estes são os por ele chamados de Princípios do Castelo, que norteiam todas as buscas.De acordo com o autor, as pessoas atualmente estão sofrendo – financeiramente, espiritual-mente, emocionalmente e fisicamente. Porém, o mundo está deixando o que a revista Time chamou de “A Década Infernal” e há o desejo de um novo recomeço, uma oportunidade de criar e apreciar um futuro melhor – uma Década de Sentido e Realização.Para Secretan, há um movimento crescente que busca restaurar a alegria, o significado e o valor pessoal no trabalho e na vida. Trata-se de um processo que abandona antigos métodos de gestão e incorpora novas filosofias que inspiram os outros a realizar seus sonhos e a viver de forma significativa e prazerosa. ME

C

gestão 39mercado empresarialmercado empresarial

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meio ambiente

Sistema Campo Limpo (logística reversa de emba-lagens vazias de agrotóxicos), formado por agricul-tores, fabricantes (estes representados pelo inpEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens

Vazias), canais de distribuição e com apoio do poder público, encaminhou, em 2011, para o destino ambientalmente correto, 34.202 tone-ladas de embalagens vazias de agrotóxicos. O volume representa um crescimento de 9% em relação ao ano anterior, quando foram destina-das 31.265 toneladas. Somente em dezembro último, 2.035 toneladas de embalagens vazias foram retiradas do campo.

De acordo com o inpEV, 15 Estados apre-sentaram crescimento no volume destinado.

Os maiores destaques foram a Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, que juntos correspondem a 73% do volume total destinado em todo o país em 2011.

Em funcionamento desde 2002, operando em 25 Es-tados e no Distrito Federal por meio de 421 unidades de recebimento, o Sistema Campo Limpo já destinou mais de 200 mil toneladas do material por meio da integração de todos os elos da cadeia.

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (www.inpev.org.br), é uma entidade sem fins lucrati-vos criada em dezembro de 2001 pela indústria fabricante de agrotóxicos para realizar a gestão pós-consumo das embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002.

34.202 toneladas de embalagens va-zias de agrotóxicos foram encaminha-das para ambiente

correto

brasil dEstina EmbalagEns dE agrOtóxIcOs POr MEIO dO

sIstEMa caMPO lIMPO

A legislação atribui a cada elo da cadeia (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) responsabilidades compartilhadas que possibilitam o funcionamento do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos). Atualmente, 89 empresas e 10 entidades fazem parte do inpEV. ME

EmPrEsários do sEtor dE EmbalagEns dE aço crIaM a assOcIaçãO PrOlata rEcIclagEM

Com investimento inicial de R$ 1 milhão de reais e a participação de empresas do setor de embalagem de aço, foi criada oficialmente a Associação Prolata Reci-clagem, instituição sem fins lucrativos que visa reciclar embalagens de aço pós-consumo. O espaço terá ca-pacidade para receber diariamente até 20 toneladas de embalagens vazias, que serão classificadas, prensadas e enviadas para siderúrgicas transformarem o material em novas chapas metálicas para reutilização.

De acordo com o presidente recém-eleito, Fernan-do Mourão, diretor da Abeaço (Associação Brasileira de Embalagem de Aço), a instituição será a primeira no Brasil a trabalhar formalmente dentro das normas

A primeira no Brasil a trabalhar dentro das normas do PnRS

O

40

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meio ambientemeio ambiente

ma novidade que vai agradar não só aos consumidores, como tam-bém a natureza. Desde janeiro deste ano, todas as tampas Stream Cap dos leites Piracanjuba, fornecidas pela Tetra Pak, estão sendo produzidas a partir do polietileno verde, uma matéria-prima 100%

renovável. A tecnologia é desenvolvida pela Braskem. As informações são da Brasil Agro.

O plástico verde, matéria-prima utilizada para a fabricação das tampas Stream Cap, é produzido a partir de derivados da cana-de-açúcar que são transformados em etanol e, este, em plástico, que é moldado para a produção das tampas. “Não será necessário fazer nenhuma alteração nos equipamen-tos ou processos para a produção das novas tampas, já que elas possuem as mesmas aplicações das antigas”, destaca Lisiane Guimarães, coordenadora de marketing da Piracanjuba.

A Piracanjuba é uma das primeiras empresas a contar com a nova tampa em suas embalagens. Além disso, todo papel utilizado atualmente na fabri-cação das embalagens da Tetra Pak no Brasil para os produtos Piracanjuba é proveniente de florestas gerenciadas de acordo com rigorosos princípios de manejo florestal, com certificação do FSC (Forest Stewardhip Council).

medidas simples, grandes transformaçõesPor acreditar que nas medidas simples está a chave para as grandes trans-

formações, a empresa recentemente mudou a forma de acondicionamento das embalagens de 200 ml. Se antes os produtos eram separados em grupos de três unidades por plástico, resultando em um gasto de 5.33kg para cada 8.000 unidades de 200 ml, a partir de agora, são comercializados sem o plástico. “Produzimos aproximadamente 4,5 milhões de lácteos em embalagens de 200 ml por mês. Ao retirarmos o plástico dessas embalagens, reduzimos o lixo enviado ao mercado, além de contribuir com o meio ambiente, afinal, a decomposição do material é muito lenta”, argumenta Lisiane.

Foi observado que o plástico que envolvia as embalagens não tinha tanta utilidade, além de dar trabalho ao consumidor e poluir o planeta. “Percebemos que, mesmo sem o plástico, a qualidade e a segurança de nossos produtos é mantida”, pontua. ME

A matéria-prima é produzida a partir de derivados da cana-de-açúcar

lEItE PIracanjuBa agOra cOM taMPa ‘VErdE’ 100% rEnOVáVEl

da PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos - promulgada recentemente pelo governo federal.

O aporte inicial foi feito por 15 empresas afiliadas à Abeaço que, como Associada Honorária, ajudará, com sua experiência, no desenvolvimento das ativi-dades da Prolata. “A nova entidade atuará principal-mente na formação gratuita de pessoas para a coleta, separação, embalagem e transporte de sucata de aço e na consultoria, também sem ônus, a associações e cooperativas para a implantação e operação de centros de reciclagem de materiais de aço”, diz Thaís Fagury, gerente executiva da Abeaço.

Prevista para estar em pleno funcionamento

no primeiro trimestre de 2012, a Prolata ocupará uma área de quase 1.000m² na Zona Oeste ou na Zona Sul de São Paulo. “Os terrenos ainda estão em avaliação”, conta Mourão. A unidade será equipada com eletroímãs, esteiras de classificação, balança eletrônica e prensa hidráulica de alta capacidade. As embalagens serão pagas diretamente ao consumidor ou às cooperativas de catadores, hotéis, restaurantes, lojas, condomínios e clubes, ou qualquer outro interessado que levar o material até a Prolata. O preço de aquisição da sucata de aço será definido com base no preço geral de mercado vigente à época da abertura da associação e provavelmente será fixo por período.

Os centros de reciclagem poderão ser criados em qualquer cidade brasileira e serão auto suficientes, ou seja, as fontes de recursos para a manutenção serão obtidas com a venda dos materiais reciclados e atividades desenvolvidas junto à população. Todos serão vinculados à siderúrgica que garantirá a compra do material. ME

U

41mercado empresarialmercado empresarial

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Prefeitura de São Paulo vai utilizar a técnica de pavimentação ecológica na maior via de São Paulo, a Avenida Sapopemba. Serão implantados 5 quilômetros de asfalto ecológico, no trecho

entre a avenida dos Sertanistas e a rua Bento Guelfi. Os resíduos são oriundos dos tradicionais edifícios São Vito e Mercúrio, na região central da cidade.

Esta é uma das 61 vias espalhadas pela cidade que já receberam ou estão recebendo o asfalto com resídu-os dos dois prédios. O material é triturado e utilizado como sub-base para a pavimentação. A fresa (raspa do asfalto) de ruas que estão recapeadas também é utilizada como base para este tipo de serviço.

Este ano a pavimentação ecológica foi realizada em duas etapas. A primeira, que se encontra pratica-mente concluída, foi responsável pela recuperação do pavimento de 25 vias, em um total de 7,4 quilômetros. A segunda etapa está em execução e irá beneficiar 18 vias, compreendendo 10,7 quilômetros. Já no ano passado, quando o projeto foi iniciado, 19 vias rece-beram este tipo de asfalto, totalizando 5,4 quilômetros, investimento de R$ 3,9 milhões.

A previsão é que a iniciativa gere uma economia

de até 30% em relação ao asfalto comum. Apenas na etapa atual o município está deixando de gastar cerca de R$ 3 milhões. As vias a serem pavimentadas totalizam uma extensão de 23,5 km, atendendo 11 Subprefeituras.

A iniciativa, com investimento total de R$ 27,5 milhões, contribui para minimizar o impacto ecológico que os restos de obras de demolição podem produzir ao meio-ambiente, quando não recebem a correta des-tinação. O processo de reaproveitamento do entulho é simples: os resíduos são triturados, passam por uma peneira e são separadas por tamanho. A partir daí é definido em que fase da pavimentação os resíduos serão incorporados.

Desde o ano passado estão sendo reaproveitadas as 64 mil toneladas de resíduos da demolição do São Vito, do Mercúrio e do entorno. Com a aplicação deste tipo de material há um ganho significativo para o meio-ambiente, pois deixam de ser extraídos da natureza cerca de 44 mil m³ de brita, possibilitando ainda a redução do despejo de material inerte nos aterros e, consequentemente, aumentando a vida útil de operação desses locais. ME

a avEnida saPoPEmba, a maior dE são Paulo, tErá

asfalto ECológiCo

Os resíduos são oriundos da

demolição dos tradicionais

edifícios são Vito e Mercúrio, na região central da cidade

A

meio ambiente

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Universidade de Yale

43mercado empresarialmercado empresarial

studantes do departamento de Biologia Molecular e Bioquímica da Universidade de Yale, Estados Unidos, descobriram que o fungo denominado Pestalotiopsis microspora pode degradar plástico. Várias espécies de

fungo podem degradar plástico, ao menos parciamente, mas o Pestalotiopis é o único que pode fazê-lo sem a presença de oxi-gênio, algo fundamental para futuras aplicações em aterros.

Tudo começou com a viagem de um grupo de estudantes para a Amazônia, em 2008. Como parte do curso, os alunos realizaram um trabalho de campo na selva, onde coletaram or-ganismos endófitos (fungos ou bactérias que vivem pelo menos parte de sua vida simbioticamente nos tecidos das plantas sem causar doença).

Uma das estudantes, Pria Anand, decidiu investigar se os endófitos coletados no Equador registravam atividade bio-lógica na presença do plástico. Depois da graduação de Pria, outros estudantes continuaram a pesquisa. Jeffrey Huang, por exemplo, investigou a capacidade dos organismos em quebrar ligações químicas. Jonathan Russell, por sua vez, identificou as enzimas mais eficientes na decomposição do poliuretano, um plástico amplamente utilizado na produção de fibras sintéticas, componentes eletrônicos e espumas para isolamento térmico. Russell também observou que parte do plástico da Placa de Petri (instrumento de laboratório usado para a cultura de micróbios) tinha desaparecido.

O resultado de toda essa pesquisa foi inesperado e poten-cialmente revolucionário: o descobrimento do Pestalotiopsis microspora. “Esta descoberta mostra que podem acontecer coisas maravilhosas quando incentivamos a criatividade dos alunos”, disse Kaury Lucera, professora de Biologia Molecular da Universidade.

O uso de toneladas de plástico e as dificuldades de recicla-gem são um grande desafio para a ciência. Sacolas plásticas são usadas muitas vezes por apenas alguns minutos - o tempo que se leva para chegar do supermercado à casa, mas pode levar

séculos para se decompor. Muitos acabam no mar, onde são consumidas pela fauna marinha.

Mas transformar uma descoberta do laboratório em uma ferramenta em escala industrial pode ser um processo longo. Russell adverte que o achado não é uma solução mágica, mas um passo modesto na direção de um objetivo importante.

Um novo grupo de estudantes está ana-lisando se endófitos coletados de viagens recentes para a Amazônia podem ser usados para quebrar plásticos ainda mais difíceis de se decompor, como o poliestireno. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Applied and Environmental Micro-biology e as expedições na floresta foram financiadas pelo Instituto Médico Howard Hughes. Com informações da CicloVivo ME

E

EstudantEs dEscOBrEM FungO QuE dEgrada PlástIcO sEM a PrEsEnça dE OxIgênIO

a descoberta teve início com uma viagem de pesquisa à selva amazônica

meio ambiente

Page 44: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

sustentabilidade

m dos temas eleitos pela ONU para a Rio+20 é a economia verde, conceito que designa um modelo de desenvolvimento baseado em baixa queima de carbono,

eficiência no uso dos recursos e inclusão social. A grosso modo, a ideia é “esverdear” a economia, estudando so-luções de investimento nos setores verdes - e em outros originalmente não tão amigos do ambiente.

O desafio parece imenso - e é. O tema é abordado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) desde 2008, quando foi lançada a Iniciativa pela Economia Verde. Em 2011, o Pnuma lançou o relatório “A caminho da Economia Verde”. Diante da complexidade do tema, a abordagem foi dividida em duas grandes áreas: capital natural (que inclui agricultura, pesca, água e florestas) e energia e eficiência no uso de recursos (energias renováveis, in-dústria, construções, transporte, turismo e cidades).

“Seja pelo crescimento das energias renováveis na Alemanha, na China ou na Índia, pela propagação acelerada da agricultura orgânica e sustentável em Uganda e Argentina ou pelas políticas de transporte sustentáveis de cidades como Curitiba, há muitos exemplos sinalizando que a transição está em andamento”, diz o porta-voz do Pnuma, Nick Nuttall. Para ele, a Rio+20 é uma oportunidade de dar escala e acelerar a incorporação dessas transições.

agroPEcuáriaNo Brasil, que vem se destacando na produção de alimentos

(somos o maior exportador de carne do mundo e o cultivo de grãos cresce em média 4% ao ano), o setor agrícola merece atenção. “Trata-se de inverter o olhar e transformar uma agenda negativa, de custos adicionais, em oportunidades de negócio. Especialmente pela capacidade que temos de produzir sem degradar e sem com-prometer o futuro”, diz o agrônomo e chefe da Embrapa Meio Ambiente, Celso Vainer Manzatto.

A aposta da agricultura brasileira é nos sistemas integrados de produção (agrossilvopastoris), na minimização de danos e emis-sões de gases-estufa pela incorporação de práticas como plantio direto (sem revolver o solo ou fazer queimadas), na recuperação

de áreas degradadas e na redução do uso de insumos tradicionais e aumento do uso de insumos bio-lógicos (como o rizóbio, bactéria

que capta o nitrogênio do ar e o fixa no solo). Para reduzir as emissões dos gases carbônico, metano e do

óxido nitroso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa) lançou há dois anos o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). “O ABC incentiva práticas que a agricul-tura brasileira tem há décadas. Mas exige reciclagem das equipes técnicas e dos produtores rurais. E também um tempo para que a aprendizagem do novo sistema seja internalizada”, afirma Derly Dossa, chefe da assessoria de gestão estratégica do Mapa. Ele afirma que o Brasil tem hoje 27 milhões de hectares cultivados no sistema de plantio direto. “A meta é melhorar e aumentar mais 8 milhões de hectares em dez anos.”

Manzatto, da Embrapa, lembra que a participação da agricul-tura nas emissões é grande. “Das metas de redução voluntárias do Brasil, da ordem de 36%, 29% têm de ser reduzidas na agricultura”, diz. Dossa afirma que a meta do ABC é abranger 30 milhões de hectares (o equivalente ao território da Itália) nos próximos dez anos, prioritariamente no Cerrado. “Mas Paraná e Rio Grande do Sul estão se mexendo muito rapidamente, por conta do aumento do preço das terras e a degradação que já sofreram.”

transPortEsOutro tema que merece olhar atento são os transportes, que

respondem por boa parte das emissões em países como os EUA e vêm aumentando sua participação nos países em desenvolvimento. A frota brasileira cresceu de menos de 10 milhões de veículos, em

UEmpresa lança a sua mais nova planta de produção automatizada, solução

inédita no mercado

EConomia vErdE busCa avanço

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sustentabilidade

1980, para quase 40 milhões em 2009. Levando-se em consideração apenas o CO2, foram emitidas 170 milhões de toneladas em 2009, 38% originadas de automóveis.

Desde 1986, o governo brasileiro mantém o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Os veículos são divididos em pesados, leves, motocicletas e máquinas agrícolas e rodoviárias. O programa regula monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e material particulado. “Uma fase do Proconve é sempre a combinação de uma data com um novo limite de emissão”, diz Rudolf Noronha, gerente de Qualidade do Ar do MMA. “Avançamos muito em tecnologia. Em 1985, um carro emitia o equivalente a 56 autos de hoje. O problema é a somatória das emissões”, afirma.

Há pouco mais de um mês, o Proconve entrou em sua sétima fase para veículos pesados, com a adoção do diesel S-50, que tem 50 partes por milhão de enxofre (atualmente ainda usamos, em muitos locais, um diesel com 1,8 mil ppm de enxofre).

Noronha chama a atenção para a emissão das motos. “Até pouco tempo atrás, uma moto emitia por quatro carros. Hoje uma moto equivale a um veículo leve. Mas é um equilíbrio que a gente man-tém a muito custo”, revela. Fonte: Estadão ME

Terceira reunião da comissão nacional da Rio+20, no Itamaraty

45mercado empresarialmercado empresarial

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próxima Cúpula da Terra Rio+20 – oficialmente designada como Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Susten-

tável – acontecerá de 20 a 22 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. O encontro é uma nova tentativa das Nações Unidas de progredir em relação ao compromisso dos Estados e da comunidade mundial com as grandes mudanças deste século XXI. Acontece vinte anos depois da primeira cúpula histórica do Rio, em 1992, e dez anos depois do encontro de Johanesburgo, em 2002.

O chamado das Nações Unidas é ambicioso. Propõe aos Es-tados, a sociedade civil e aos cidadãos, estabelecer “os alicerces de um mundo de prosperidade, paz e sustentabilidade”, apontando três temas centrais: 1. Reforçar os compromissos políticos em favor do desenvolvimento sustentável; 2. Expor um resumo dos avanços e dificuldades associados à sua implementação; 3. Analisar as respostas aos novos desafios emergentes das sociedades. Duas questões, estreitamente ligadas, colocam-se no alvo da cúpula: 1. uma economia verde em prol da sustentabilidade e da erradi-cação da pobreza; 2. a criação de um marco institucional para o desenvolvimento sustentável.

É um desafio para todos os povos e cidadãos do planeta. A consciência de um mundo que enfrenta transições impor-tantes é cada vez maior. Mas o percurso entre a percepção das encruzilhadas à frente e a capacidade de nossas sociedades

e de nossas instituições e governos nacionais em particular para entender essas mudanças e agir, será longo. ME

a caMInHO dE rIO+20

o desafio é de todos os cidadãos do planeta

A Suzano Papel e Celulose avança em seu compromisso com a sustentabi-lidade e lança o papel Suzano Report® 360°, produto que tem sua pegada de

carbono calculada e compensada. O lançamento faz parte da busca por melhores práticas de gestão de emissões de Gases de Efeito Estufa, que compreende em quantificar, reduzir e compensar os Gases do Efeito Estufa (GEE) emitidos ao longo de todo o ciclo de vida de seus produtos, desde a

produção de matérias-primas até o des-carte final por parte dos consumidores.

suzanO rEPOrt® 360°: nOVO PrOdutO tEM PEgada dE carBOnO calculada E cOMPEnsada

Empresa assumiu o de-safio de reduzir emissões de gases efeito estufa de

toda sua linha

Rio+20Conferência das Nações Unidassobre Desenvolvimento Sustentável

Primeira empresa de celulose e papel no mundo e a primeira entre todos os setores na América Latina a utilizar a metodologia PAS2050 para calcular a pegada de carbono de um produto e conquistar a certificação Carbon Reduction Label, concedida pelo CarbonTrust, a Suzano tem a mais avançada prática de quantificação e comunicação de emissões de gases de efeito estufa de produtos do mundo, assumindo um compromisso em reduzir as emissões de todas as suas linhas de produtos já certificadas, que inclui a celulose produzida na Unidade Mu-curi Suzano Pulp e os papéis Alta Alvura®, Paperfect®, Symetrique® e Suzano Report® Multiuso. ME

A

sustentabilidade

Page 47: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

47mercado empresarialmercado empresarial

m 2011, mais pessoas aderiram ao progra-ma de consumo consciente nas lojas do Grupo Pão de Açúcar. É o que mostra o resultado dos projetos pioneiros da em-

presa como as Estações de Reciclagem, feitas em parceria com a Unilever na bandeira Pão de Açúcar e com a Pepsico no Extra, que disponi-bilizam para os clientes pontos de entrega vo-luntária de materiais recicláveis (papel, plástico, alumínio, vidro e óleo de cozinha usado) nos estacionamentos das lojas e já arrecadaram mais de 53 mil toneladas em 10 anos de projeto.

Entre janeiro e dezembro de 2011, as Estações receberam um número recorde de materiais: mais de 12 mil toneladas de papel, plástico, alumínio e vidro, ou seja, 22% a mais do que o volume arrecadado em todo o ano de 2010. Além disso, desde 2007 foram coletados mais de 1000 mil litros de óleo de cozinha usa-do que foram destinados para a produção de bicombustível. O Grupo oferece 234 postos de arrecadação de material reciclável em 31 muni-cípios brasileiros e o Distrito Federal.

Outro programa de sucesso esse ano foi o Caixa Verde. Lançado em 2008, o projeto de reciclagem pré-consumo arrecadou em 2011 quase 1,5 tonelada de materiais como papel, plástico, alumínio e vidro, em mais de 137 lojas Pão de Açúcar e Extra de todo o país. O

número representa um aumento de 60% no total recolhido em relação ao ano anterior.

O Grupo comemora também os resultados da coleta de Pilhas e Baterias, em parceria com a ABINNE, que dá a correta destinação ao material. Em 2011, o projeto incluiu mais 17 lojas, chegando a marca de 594 coletores em cada loja, onde os consumidores depositaram quase 8 mil pilhas e baterias. Com informações do Pack ME

E

MaIs cOnsuMIdOrEs adErEm aos ProjEtos dE sustEntabilidadE dO PãO dE açúcar

Entre janeiro e dezembro de 2011, as Estações de reciclagem recebe-ram mais de 12 mil toneladas de papel, plástico, alumínio e vidro

sustentabilidade

Page 48: Revista Mercado Empresarial - Brasilpack

curtas

mercado de embalagens de lata de aço produziu 600 mil toneladas de emba-lagens de aço em 2011, sendo que 280 mil delas com matéria-prima reciclada.

Foram ao todo 12 bilhões de unidades contra 11 bilhões em 2010. O faturamento atingiu US$ 4,5 bilhões, de acordo com dados da Abeaço – Associação Brasileira de Embalagem de Aço. Este crescimento deve-se, entre outros fatores, pelo aumento das exportações de alimentos enlatados, em especial a carne.

A carne enlatada é exportada principalmente para a Inglaterra e para os Estados Unidos, onde são usadas por soldados americanos, devido a praticidade de transporte e por manter a inte-gridade do produto até a abertura da lata. Os brasileiros, que não têm o costume de comer carne em lata de aço, consumiram em 2011 cer-

Exportações foram impor-tantes para o

crescimento do setor

O

brasil Produziu 600 mil tonEladas dE EmbalagEns dE lata dE aço Em 2011

ca de 20% da produção de 200 mil toneladas. No setor químico, os resultados foram ainda

melhores, com o crescimento da venda de tintas devido ao bom momento imobiliário vivido no país e do aumento de promoções de cosméticos em embalagens de aço.

Outros segmentos que utilizam embalagens de aço, como é o caso dos atomatados, não obtiveram o mesmo resultado. Apesar da queda deste ano, a expectativa é de crescimento do uso do aço nas embalagens em 2012. “Para os ato-matados, o transporte em embalagem flexível é muitas vezes difícil e por isso temos observado o retorno ao aço. Além disso, a lata de aço é a única embalagem presente na categoria capaz de cumprir as políticas de resíduos no país”, ressalta a gerente executiva da Abeaço, Thaís Fagury. ME

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curtas

A partir de manifestação dos consumidores nas redes sociais, a Perfetti Van Melle do Brasil lança edição especial de Mentos de morango com embalagem formato stick diferenciada, retrô, como se fosse colecionável. Segundo o diretor de marketing da empresa, Marco Seregni, “a embalagem é trabalhada com estilo “vintage” e remete a marca e o produto a algo especial”. O sabor morango é o produto mais requisitado pelos consumidores de Mentos. Cada stick de Mentos Morango Edição Especial contém 14 unidades de 38 gramas. ME

formato rEtrô, cOMO sE FOssE cOlEcIOnáVEl

Estilo vintage

Plantando uma EmbalagEm

Um dos grandes desafios quando falamos do mer-cado de embalagens está relacionado ao descarte. Como fazer com que um projeto de design tenha menos im-pacto na natureza? Pensando nisso a Greenvana, marca que lançou o primeiro e-commerce verde do Brasil, desenvolveu juntamente com os designers Alessandro Avila e Chris Petersen uma embalagem 100% biodegra-dável, com impressão à base de soja, papel reciclado e papel semente. Após a utilização, a embalagem pode ser plantada e se transforma em cravinhos franceses. Fonte: Blog Embalagem Design e Estratégia ME

Ela se transforma em cravinhos franceses

rIO InsPIra EMBalagEM dE caFé

O designer português Guilherme Jardim, especialista em embalagem e design de marca, desenvolveu para a NTGJ Packaging & Brand Design uma embalagem de café inspirado nas marcas turísticas da “cidade maravilhosa”: o Pão de Açúcar e o calçadão carioca, excelentes pontos de inspiração. ME

49mercado empresarialmercado empresarial

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Uma sacola retornável, produzida com material reciclado, é a surpresa que a Cacau Show está dando para quem comprar 10 produtos do seu portfólio, ampliado este ano com be-bidas geladas e cinco novos sabores da trufinha gourmet. A linha de chocolates traz recheios cremosos e inspirados em frutas e bebidas, como Frapê de Coco, Mousse de Maracujá, Milkshake de Chocolate, Limão Fresh e Papaia com Cassis, além das versões 70% Cacau e Mais Leite. As opções de bebida para a estação (disponíveis em taças de 240 ml apenas nos pontos de venda que possuem espaço café) são os Shakes de Frutas de morango, uva e banana, além dos Cafés Gelados de Trufa de Avelã, Sorvete de Trufa Tradicional e Sorvete de Trufa de Maracujá. ME

A cerveja Nova Schin acaba de ganhar uma embalagem “iluminada”: ela, simplesmente, brilha no escuro! A lata, produzida pela Rexam com o uso da tinta “Glow”, possui tecnologia similar à utilizada nos interruptores fluorescen-tes, que absorvem a luminosidade a que são expostos, a armazenam e depois brilham mesmo em um ambiente totalmente escuro. A embalagem também brilha quando exposta à luz negra. As novas latas foram lançadas durante o festival de música Planeta Atlântida 2012, que aconteceu em Florianópolis, em janeiro último. ME

Para quem comprar 10 produtos de seu portfólio

saCola rEtornávEl da cacau sHOw

lata iluminada

MudA o visuAl E o gosto: uísQuE EsPEcIal Para O InVErnO

O Jack Daniel’s Winter Jack é a edição especial para o inverno lançada pelo uísque Jack Daniels. Trata-se de uma edição limitada, vendida somente no Reino Uni-do. A embalagem mostra uma temática de neve, sinalizando que o uísque deve ser apreciado em temperaturas frias. Mas não foi só a embalagem que ficou diferente. O Jack Daniel’s Winter Jack leva canela em sua composição. O

design foi criado pelo escritório de design de embalagens inglês Stranger & Stranger, especializado em bebidas alcoólicas. O Stranger & Stranger recebeu o prêmio de ouro no Pentaward 2011 pela embala-gem que criou para a edição de Natal do Absinthe em 2010. ME

Leva canela em sua composição

Brilha no escuro

curtas50

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tendência tendência

PH FIT, líder na América Latina na produção de fitas têxteis rígidas, apre-sentou no seu 3º Fórum de Inovação em Embalagem, realizado recentemente

em São Paulo, três mega tendências que deverão nortear o desenvolvimento de produtos em

2012 e que se definem como: Futurismo Primal, Geração Jpeg e Cinemática.

Segundo a gerente de Marketing da WGSN no Brasil, Daniela Dantas,

as novas tendências são resultado de uma atenta observação, em

nível global, da experiência do consumidor com as marcas. “No caso do Futurismo Primal, en-xergamos o retorno ao primitivo, mas com uma abordagem futurística.

O design volta às suas origens, as ferramentas

saem da caixa e se tornam elementos de desejo. Uma

espécie de mitologia moderna. A essência do produto pode até ser ba-

cana, mas se a sua história não for bem contada, não adianta. E é ai que entra a embalagem, para contar a história da mar-ca/produto”, explica.Na segunda mega tendência, a Geração Jpeg, fala-se do consumidor de amanhã; de uma geração que já nasceu com a internet e que explora muito a atitude “I like” (eu gosto) via os diversos canais imediatos de comunicação existentes (Facebook, etc). “O que é temerário nesta tendência é que o mundo on line encoraja as pessoas a serem imediatas. Elas podem responder

positivamente ao que gostam, mas também podem mostrar rapidamente os fracassos”, afirma Dantas. Em linhas gerais, trata-se de um público que gosta de surpresas e aprecia fugir do óbvio.E, por fim, a tendência Cinemática, um mo-vimento mais ligado à estética das coisas do que ao comportamento. “É como se o cinema fosse a tela pela qual observamos o mundo”, sintetiza a Gerente da WGSN. Ela explica que neste caso, há uma defesa do estilo pelo estilo, sem um conceito. “Por exemplo, trabalha-se o antigo de uma forma mais natural, sem a pre-ocupação com a segmentação.”

na PráticaA Coordenadora de Inovação da PH FIT, Gabriela Schultze, deu exemplos de aplicação prática destas tendências. No Futurismo Primal, ou seja, no contraponto entre primitivismo e tecnologia, vemos a predominância do cru, do moderno, da engenharia. “As embalagens buscam inspirações em formas e elementos pri-mitivos para combinar com técnicas modernas. Exploram uma estética atual e formam novas faces altamente projetadas”, define.A tendência Geração Jpeg é traduzida nas embalagens pela reapropriação, pelo fatiado, inesperado e absurdo. “Neste caso vemos uma embalagem que é uma homenagem à próxima geração de criativos; onde o inesperado, o absur-do e a discordância formam uma nova direção de camadas múltiplas. O shape é reapropriado, cortado e reformado para criar uma linguagem moderna.”E a Cinemática, na visão de Gabriela Schultze tem um quê de previsão baseado no nostálgi-co, emotivo, estilístico; nos anos 50. Aplicado

Ph fit aPrEsEnta MEga tEndêncIas dE cOnsuMO

Para 2012Futurismo Primal, Geração Jpeg e cinemática

A

52

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tendência tendência

à prática, temos embalagens com uma nova estética nostálgica. Embalagens inspiradas no vintage e em projetos cinematográficos da década de 50. O papelão e a comunicação gráfica são elementos essenciais para um look estiloso.

conExão Emocional Validando as tendências na prática, o Gerente de Ma-rketing Chocolates da Nestlé, Ricardo Bassani, afirmou concordar plenamente que as marcas precisam contar uma história para os consumidores. Contudo, chamou a atenção para uma nova realidade de consumo: a ex-plosão da classe C e o encolhimento das classes D e E. “Vivemos um momento no qual todos podem consu-mir mais. É a hora dos produtos Premium para todos, já que os consumidores precisam sentir-se especiais. E não basta um produto/marca com valor; este valor deve ser percebido e a embalagem é o veículo para esta comunicação.”Bassani defende a conexão emocional como uma forma de construir uma marca forte. “E o ato de presentear acaba sendo um regulador social. O presente, via emba-lagem, estabelece, mantém, fortalece e até rompe uma re-lação social.” Como lições extraídas das marcas de luxo, ele cita: diferenciação do produto, preço e distribuição, criação artística (valor do criador), identidade e códigos, consistência internacional, comunidade única de experts, herança e inovação. “As marcas fortes normalmente es-tão à frente do consumidor; elas não criam a necessidade, mas se antecipam à sua satisfação”, pondera.A consistência é outro ponto ressaltado pelo espe-cialista da Nestlé. Como exemplo, ele cita que as top 10 marcas de chocolates mundiais estão no mercado há 30/40 anos. “Comece com o seu posicionamento, entenda a motivação do seu consumidor e observe as tendências, mas nunca se esqueça do seu posiciona-mento”, aconselha. E se a ideia é oferecer um presente com alto valor percebido, o conselho é investir mais na embalagem. Como atributos das embalagens Premium ele elenca: textura, transparência, mecanismos diferen-ciados de abertura e cores (se possível, uma cor própria). Fonte: PH FIT / Liliam Benzi ME

A Puma vai trocar as sacolas de compras convencionais por uma 100% biodegradável feita inteiramente com amido de milho. A sacola se decompõe naturalmente em três meses ou ainda pode ser dissolvida na água em apenas três minutos. A companhia de calçados nomeou as novas sacolas como ‘Cleaver Little Shopper’ em tradução livre seria algo como ‘Sacolinha de Compras Inteligente’.

O amido de milho, material biodegradável, também será utilizado para substituir as sacolas da linha de vestuário, se-guindo a linha de embalagens inteligentes da empresa.

Em 2010, a Puma anunciou que iria parar de utilizar caixas convencionais de calçados e implantou a ‘Clever Little Bag’. A embalagem inteligente foi projetada em colaboração com o designer Yves Béhar, do Fuseproject Studio.

A mudança criou uma economia de aproximadamente 8.500 toneladas de papel e 1.5 milhão de litros de combus-tível, diminuindo assim a pegada de carbono da companhia. É estimado que a nova sacolinha ‘Clever Little Shopper’ irá deixar de produzir mais de 192 toneladas de plástico e 293 toneladas de papel por ano. ME

PuMa adErE à sacOla 100% BIOdEgradáVEl QuE dIssOlVE na água

Sacolinha de compras Inteligente feita com amido de milho

53mercado empresarialmercado empresarial

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aber mais, estar melhor informado e comprar de forma mais inteligente. A partir destas premissas, a indústria de alimentos está descobrindo o poder dos códigos

de resposta rápida ou Quick Response codes (códigos QR). A partir de um código bidimensional formado por campos branco e preto impressos nas embalagens e que podem ser escaneados por smartphones, os consumidores podem acessar diretamente informações digitais sobre produtos e mensagens da marca via internet móvel. Os consumidores podem até usar os códigos QR para inteirar-se sobre promoções e concursos, diretamente da prateleira do supermercado. Os códigos QR

comunicam informações sobre o produto, bem como novas ferramen-tas de marketing.

De onde vem o cabo da minha panela? De onde vêm as laranjas do meu suco? Onde são criadas as vacas que produziram o leite que

estou consumindo? Atualmente, os consumidores querem saber tudo sobre os alimentos que compram. Os códigos QR são uma forma moderna dos fabricantes de alimentos manterem os consumidores informados. As pessoas podem acessar a informação convenientemente a partir de seus tele-fones celulares, usando um aplicativo (app) QR ao invés de acessarem a internet. “Através da rede móvel os consumido-res podem obter informações adicionais sobre os produtos, com um esforço mínimo. E estamos apenas descobrindo do que esta tecnologia é capaz”, explica Martin Heorrenbrück, Head of Global Marketing and Business Development da SIG Combibloc, sobre as tendências atuais para alimentos e embalagens.

Também nas embalagens cartonadas da SIG Combibloc os fabricantes de alimentos estão incorporando os códigos

QR que dão ao consumidor informações sobre o produto ainda na prateleira do supermercado. A empresa de alimentos da Macedônia, Mlekara AD Bitola, por exemplo, está usado o código QR nas embalagens da linha de sucos 100% BiFruit. Os códigos QR levam o consumidor, a partir de um link digital, a um website especial que oferece receitas de diferentes coquetéis sazonais. Há também um link para a página Bi-Fruit no Facebook, com notícias atualizadas.

Igor Ivanovski, Gerente de Categoria para sucos da Mlekara AD Bitola completa: “A ideia por trás da tecnologia é fazer contato direto com os consumidores. Estamos interessados nas pessoas, em suas necessidades e no que elas pensam. O link com redes sociais é claro. As páginas acessadas via smartphones são de-senhadas para serem compatíveis com os dis-positivos móveis. A abordagem triangular (QR Codes – Smartphones – Mídia social) afunila o poder de três ferramentas em uma plataforma condensada de comunicação − possibilitando aos consumidores acesso a todas as informa-ções de uma só vez.”

A empresa espanhola J. García Carrión

dE alimEntos dEsCobrE o PodEr das ComPras intEligEntEs

indústria

S

Convenientes e inteli-gentes, os códigos QR agregam valor à prate-leira do supermercado

tendência tendência54

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está com uma abordagem semelhante sobre os códigos QR: eles ligam o consumidor a uma promoção e aos sites de mídia social da empresa como Facebook, Twitter e ao por-tal local Espanhol ‘tuenti’. Os códigos estão impressos nas embalagens de sucos da linha Don Simon e das bebidas Frutas + Leche. José García Carrión, Presidente e dono da J. García Carrión explica: “as pesquisas mostram que o interesse do consumidor na internet móvel está crescendo. Como isto se aplica mais aos con-sumidores jovens, este é o nosso foco com os códigos QR. Os códigos nas embalagens abrem novas possibilidades de atingir consumidores de grupos específicos”.

suPErmErcado virtual A fusão simbiótica entre os mundos digital

e real, como dado em um exemplo da Coreia do Sul, talvez ainda tenha um longo caminho a ser percorrido em outras partes do mundo. Mas já existem bons exemplos. Um varejo britânico criou painéis nas paredes de uma estação do metrô, mostrando prateleiras de supermercado cheias de produtos do tamanho real e abriu

um supermercado virtual. Cada produto tem um código QR que permite aos passageiros comprarem online usando seus smartphones enquanto esperam pelo trem.

Os consumidores podem inclusive pagar pelo telefone e as compras são entregues em sua casa. Em poucos meses, de acordo com informações fornecidas pela empresa, as vendas online cresceram 130%. Como explica Martin Herrenbrück: “O uso de smartphones como ferramentas normais de compra atingirá velocidades diferentes em diversas partes do mundo. Mas as pesquisas dos experts mostram que se a tendência atual continuar, dentro dos próximos 20 a 30 meses haverá mais telefones móveis conectados à internet do que PCs. Mas em comparação ao setor industrial, por exemplo, a indústria de alimentos ainda é mais relutante à introdução dos códigos QR. Contudo, é preciso dar um passo rumo ao futuro digital, especialmente se a empresa quiser das um passo decisivo rumo ao seu mercado alvo”. Fonte: Revista Embalagem & Tecnologia ME

tendência tendência 55mercado empresarialmercado empresarial

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s filmes plásticos usados para embalar e cobrir alimentos são feitos de polímeros petroquímicos, ou seja, são plásticos à base de petróleo. Agora, pesquisadores alemães

criaram uma alternativa que é mais barata, mais ambientalmente amigável e, segundo eles, total-mente sustentável.

Trata-se de um filme plásti-co transparente feito com soro do leite, um subproduto da fabricação de queijos e outros produtos lácteos. Embora finos e transparentes, os filmes usa-dos para proteger os alimentos são materiais multicamadas, cada uma com uma função específica. Uma das mais importantes, responsável por minimizar a quantidade de oxigênio que chega até o produ-to - minimizando assim o risco de oxidação - é feita com o copolímero etileno vinil álcool, mais conhecido pela sigla EVOH, um material caro, produzido a partir do petróleo.

Markus Schmid e seus colegas do Instituto Fraunhofer substituíram as moléculas de EVOH por proteínas retiradas do soro do leite. “Nós desenvolvemos uma formulação da proteína do soro de leite que pode ser usada como matéria-prima o filme de proteção. E nós também desen-

volvemos um processo economicamente viável para fabricar filmes multifuncionais em escala industrial,” diz Schmid.

alimEnto ProtEgE alimEntoMas como é que o soro de leite, um material bio-

lógico e, portanto, sujeito à degradação, assim como qualquer outro produto alimentício, pode se transformar em uma barreira de proteção dos alimentos contra a deterioração?

O engenheiro não responde com todas as letras, mas explica que as pro-teínas do soro de leite foram purificadas e misturadas com aditivos, igualmente

proteínas de origem biológica, até resultar em um material capaz de formar um filme. “Todos esses aditivos são substâncias aprovadas [para contato com alimentos],” garante ele, acrescentando que o material está em processo de patenteamento.

O processo como um todo gera estruturas mul-ticamadas com as funções de barreira de proteção à passagem de oxigênio - todas flexíveis e transparentes, exatamente como os filmes disponíveis no comércio hoje. Segundo os pesquisadores, o processo está pron-to para ir ao mercado, “exigindo modificações míni-mas nas plantas das indústrias que se interessem em usar o novo processo.” Fonte: Inovação Tecnológica ME

O

São materiais multi-camadas, cada uma

com uma função específica

filmE transParEntE FEItO cOM sOrO dE lEItE ProtEgE alimEntos

tecnologia56

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desenvolvimento cases & cases

ientistas do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, criaram uma embalagem antimicrobiana ativa, que permitirá que os alimentos fiquem armazenados muito

mais tempo sem se deteriorarem.As embalagens antimicrobianas ativas foram

recentemente autorizadas pela União Europeia, que agora permite que as embalagens incor-porem compostos especificamente projetados para liberar substâncias nos alimentos arma-zenados. Esse tipo de embalagem também já foi introduzida no Japão, onde prata, etanol e wasabi foram autorizados como ingredientes ativos.

“Isto significa que, em um contato direto, um agente antimicrobiano é liberado para a superfície do produto,” explica Carolin Hau-ser, coordenadora da pesquisa. “A superfície é o principal ponto de ataque para os germes. Usando pequenas quantidades de agente ativo, a embalagem pode fornecer uma proteção eficaz aos alimentos.”

Para atender à legislação dos diversos países, somente podem ser usados agentes ativos que cumpram as regras a que estão sujeitos os gêne-ros alimentícios - eles não devem ser tóxicos ou alergênicos e devem ser neutros em termos de aroma e sabor. Além disso, do ponto de vista in-dustrial, os agentes ativos devem ser facilmente incorporados na película da embalagem.

ácido sórbicoLevando em conta todas estas considerações, Hau-

ser acredita que o melhor composto antimicrobiano para uso em embalagens ativas é o ácido sórbico, que ela dissolveu em um verniz e depositou sobre o filme transparente que envolve o alimento.

Nos testes, a pesquisadora usou vários pedaços de lombo de porco. Um dia após o abate, ela contaminou cada um deles com cerca de 1.000 unidades formadoras de colônias da bactéria Es-cherichia coli. A seguir, ela armazenou alguns pedaços em uma embalagem comum, e outros no seu novo filme ativo. Depois de sete dias em um freezer industrial, a oito graus Celsius, diferenças bem claras já eram aparentes entre os diversos pacotes.

E a análise microbiológica confirmou que as em-balagens ativas tinham destruído com sucesso grande parte dos germes sobre a carne: o número de bactérias de E. Coli sobre as peças era cerca de um quarto do número encontrado nas embalagens comuns.

“Depois de uma semana, a contagem total de germes na superfície [do produto] diminuiu signifi-cativamente em comparação com a carne embalada em película não-tratada. Isso indica que o filme ati-vo é adequado para manter o frescor - e, acima de tudo, a segurança - de preparados de carnes, queijos, filés de peixe e outras carnes frias,” afirma Hauser. Fonte: Inovação Tecnológica ME

CA análise microbio-

lógica confirmou que as embalagens ativas

destruíram com sucesso grande parte

dos germes

EmbalagEm ativamantém alimEntos frEsCos Por mais tEmPo

57mercado empresarialmercado empresarial

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desenvolvimentocases & cases

Embalagem ajuda a evitar a deterioração de

alimentos

matErial rEnOVáVEl tEM açãO

antimiCrobiana

ientistas desenvolveram, na Escola Politécnica (Poli) da USP, uma em-

balagem ativa feita com fécula de mandioca, que utiliza recursos naturais renová-veis e aumenta a vida de prateleira dos alimentos. A embalagem possui em sua composição extratos de óleos essenciais com função antimicrobiana, que ajudam a conservar os produtos embalados por mais tempo. Além disso, a adição de nanopartículas de argila tornou a embalagem mais resistente e menos permeável à entrada de água e oxigênio, evitando o desenvolvimento de micro-organismos.

Os pesquisadores, além de formular uma embala-gem de fonte renovável que substitua as de plástico comum e diminua seu impacto no meio ambiente, procuraram adicionar à mistura um ingrediente com função adicional. “A ideia foi acrescentar um óleo essencial natural com atividade antimicrobiana, como os de canela, cravo, pimenta, própolis e laranja”, explica a professora Carmen Cecília Tadini, da Poli, que coordenou o trabalho. “Na medida em que a em-balagem esteja em contato com o produto, ela libera esse ingrediente, evitando deterioração e aumentando a vida de prateleira”.

Os estudos resolveram de modo satisfatório alguns problemas tecnológicos apresentados pelas embala-gens a base de fontes renováveis. “Devido às suas propriedades mecânicas, a embalagem de fécula de mandioca era pouco resistente, por essa razão foram acrescentadas nanopartículas de argila à sua base, o que aumentou a resistência à tração”, diz a professo-ra. “A presença de nanopartículas de argila também tornou a embalagem menos permeável, criando uma barreira para a entrada de umidade e oxigênio, inibin-do o desenvolvimento de bactérias e fungos”.

Fluido suPErcríticoPara testar uma nova meto-

dologia, o grupo de pesquisa obteve sucesso impregnando cinamaldeído à embalagem com o uso da tecnologia de fluido supercrítico. O cinamaldeído é o componen-te ativo mais expressivo do óleo extraído da canela. A nova técnica mostrou-se vantajosa e mais eficiente quando comparada à técnica de impregnação convencional. Além de ocultar o forte cheiro residual da canela, um maior conteúdo de cinamaldeído foi incorporado por grama de embalagem, o que a deixou com maior poder antimicrobiano.

O grupo registrou duas patentes para a embalagem com fécula de mandioca: uma de embalagem ativa (com óleo essencial) e a embalagem inteligente (com extrato de anto-cianinas).

EmbalagEm intEligEntEO segundo tipo de material desenvolvido

no Laboratório é a embalagem inteligente, que utiliza extratos ricos em antocianinas, pigmentos naturais que dão cor arroxeada a vegetais e frutas (uva, jabuticaba, açaí, repolho-roxo). “Conforme se altera o pH do meio, as antocianinas mudam de cor”, explica Carmen. “Uma vez presentes nas embalagens, conforme acontece a deterioração do produto, há mudança de pH, alterando sua cor”. Uma escala de cores acompanha a embalagem para que o consumidor possa identificar as alterações. Fontes: Agência USP de Notícias e Diário da Saúde ME

Marcos Santos/u

SP

C

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qualidade

embalagem do Ovo de Páscoa Lacta Delice, da Kraft Foods, foi uma das vencedoras do WorldStar 2011/2012, o maior prêmio mundial do setor concedido anualmente pela WPO

(Organização Mundial de Embalagem). O display em papel cartão, decorado com um laço dourado desenvolvido e produzido pela PH FIT, venceu na categoria “Alimentos” por seu formato inovador e pelo visual que garante grande atratividade no ponto de venda.

O WorldStar recebeu, na edição 2011/2012, o total de 243 inscrições de 33 países, sendo sete do Brasil: das 137 embalagens vencedoras, quatro são brasileiras. Todas as embalagens foram julgadas em novembro, em Grantham (Inglaterra) por um júri formado por 23 profissionais do setor, de 22 países. A cerimônia de premiação acontecerá durante a reunião da WPO, em Junho de 2012, na Croácia.

Gabriela Schultze, Coordenadora de Inovação da PH FIT, explica que projeto Ovo de Páscoa Lacta Delice foi pensado para resolver um problema recorrente nesta categoria de produto: sair do lugar comum das parreiras dos supermercados e posicionar o produto como Premium. “Isto foi possível a partir de um formato totalmente inovador e de uma decoração única, garantida pelo laço.”

O mesmo projeto já havia ganho o Prêmio ABRE da Emba-lagem Brasileira 2011 na categoria “Design Estrutural – Forma”. Schultze lembra ainda que este projeto marcou o primeiro ano da Kraft utilizando um laço pronto em uma embalagem. A PH FIT forneceu o laço pronto de cetim dourado, de rápida e fácil aplicação na embalagem, que permitiu fechar a embalagem sem a necessidade de aplicação de adesivo hot melt. A embalagem do Ovo Delice também foi finalista na categoria “Design Gráfico de Alimentos Doces” no Prêmio ABRE. ME

lacta dElIcE cOM FIta da PH FIt VEncE

Prêmio mundial dE EmbalagEm

o projeto do ovo de Páscoa Lacta Delice ganhou o WorldStar

A

59mercado empresarialmercado empresarial

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vitrine

Oferecida no Brasil desde meados de 2011, a tampa flip-top para garrafas de bebidas 1881 Light Original, da Aptar F+B, teve sua primeira adoção no mercado nacional. A Bioleve começou a utilizar o fechamento na garrafa de sua água mineral Bio Kids, voltada ao público infantil.

A tampa 1881 Light Original possui duplo lacre de violação, abertura 170º, e permite a colocação de válvula de silicone, para melhor controle do fluxo e redução de vazamentos, com aplicação de acordo com a necessidade do produto.

A Aptar F+B anunciou que iniciará a produção da tam-pa flip-top no Brasil ainda em 2012. Segundo a empresa, a 1881 será a primeira em sua ca-tegoria a ter fabricação nacional. Fonte: Embalagem Marca ME

rEFrIgErantE tOBI ganHa nOVO rótulO

O refrigerante Tobi chegou em 2012 de cara nova. O Grupo Pakera, que fabrica o produto no Rio de Janeiro, revitalizou o rótu-lo da bebida, um de seus princi-

pais produtos, sendo responsável por 60% das vendas.Oferecido nas versões guaraná convencional e zero,

limão, laranja, uva, cola, cola com limão e cola zero – o Tobi ganhou visual mais limpo, com a marca aplicada em menor tamanho, mais sutil e moderno. “O novo rótulo, desenvolvido pela agência Via 4, acompanha a tendência do setor e atende a uma demanda do nosso consumidor, verificada através de pesquisa realizada em 2011”, afirma André Andrade, gerente de marketing do Grupo.

Além das embalagens de 2 litros, 600 ml e 350 ml, o Tobi ganhou uma versão em 250 ml. A nova linha leva o nome do mascote Tobinho, que ilustra as embalagens dos sabores Cola, Guaraná, Laranja, Limão e Uva. ME

BIO KIds dOta nOVa taMPa FlIP-tOP

E versão de 250 ml com mascote para o

público infantil

Flip-top é um tipo de tampa que pode ser aberta sendo pressionada ou puxada, não sendo necessário rosqueá-la para fechar ou abrir.

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vitrine

A TDV, fornecedora de produtos para próteses den-tárias, passa a acondicionar suas resinas em stand-up pouches (bolsas que ficam em pé). Os pouches meta-lizados e com bico dosador das resinas Auto e Termo foram desenvolvidos em parceria pelo departamento de marketing da TDV e a Rangel Embalagens.

As resinas para reem-basamento Cold Liner Re-embase, Soft Denso e Soft Provisório agora são apresentadas em kits acondicio-nados em caixas de polipropileno (PP) translúcidas, fornecidas pela Confetti. O fechamento do kit é feito com uma cinta de papel cartão, que traz as informações sobre os produtos.

O design gráfico das embalagens foi elabora-do pela agência TWC Comunicação, de Joinville. Fonte: Embalagem Marca. ME

A Faber-Castell lançou uma linha de produtos com embala-gens criadas por crianças durante o concurso cultural “Castelo dos Sonhos”. A marca recebeu mais de três mil desenhos durante a ação. As crianças tinham de colorir o desenho do castelo da empresa localizado na cidade de Stein, na Alemanha.

Três crianças foram selecionadas por uma banca julgadora e tiveram suas artes estampadas nos estojos dos lápis de cor EcoLápis, das Canetinhas e dos Gizões de cera. Os vencedores também ganharam um kit de produtos Faber-Castell, além de uma viagem para dois adultos e duas crianças a um resort no estado de Goiás.

A empresa reverterá parte do valor das vendas da edição limitada para o Programa Crê-Ser, da ONG Ação Comunitária, em São Paulo. O projeto atende mais de três mil crianças e ado-lescentes de seis a 14 anos para dar orientação cultura, artística e pedagógica. Fonte: Embalagem Marca ME

tdv inova Em EmbalagEns Para PrOdutOs OdOntOlógIcOs

resinas para próteses dentárias serão

acondicionadas em stand-up pouches

castelo dos sonhos

FaBEr-castEll tEM EMBalagEns cOlOrIdas POr crIanças

61mercado empresarialmercado empresarial

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Com embalagem metalizada, a nova fórmula do creme dental Luminous White é composta por micro-cristais branqueadores, semelhante à composição usada por dentistas. Dados divulgados pela World Panel revelam que para os brasileiros, a segunda maior preocupação com a estética é ter dentes brancos. A fórmula promete remover com segurança as manchas e prevenir a formação de tártaro. Além do creme den-tal, a linha também conta com um enxaguante. ME

A Born Design, com atuação também no Nordeste, criou para a Vitalli’S, importante empresa da área de cos-méticos da Bahia, as novas embalagens da Linha Plastic Hair. Essas embalagens seguem a tendência dos mercados nacional e internacional nesse segmento, com visual mo-derno e elegante. ME

nOVO crEME dEntal BranQuEadOr da cOlgatE tEM VIsual InOVadOr

lInHa PlastIc HaIr , da VItallI’s, dE cara nOVa

Embalagem metalizada

vitrine62

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dicas de leitura

Entre os projetos apresentados na obra “Product Design in the Sustainable

Era”, há muitos conceitos e protótipos, mas também muita coisa já existente

no mercado ou pronta para entrar. Os produtos selecionados são focados na

otimização de recursos (energia, água e matérias primas) e também na mudança

de comportamento e em pilares sociais.

Embora técnica, a edição foi pensada e desenvolvida para ser acessível aos

profissionais de todos os níveis de conhecimento: de estudantes a empresários.

Os interessados em adquirir o livro devem entrar em contato com o Instituto pelos

telefones (11) 3431-0727 ou 2854-7770.

HISTÓRIA DA EMBALAGEM NO BRASIL

A relação entre as mudanças que acontece-ram na sociedade brasileira e a história da indústria de embalagem no Brasil durante o século XX é tema central do livro “História da Embalagem no Brasil” – obra estruturada pela jornalista Éthel Leon, professora da dis-

ciplina História do Design na Faculdade de Campinas (Facamp) e membro do Conselho Consultivo do Centro São Paulo Design. Com uma proposta inovadora, é o primeiro livro a abordar como a urbanização acelerada, a mudança do papel da mulher na sociedade, o desenvolvimento de novas formas de consumo e comércio no país as embalagens dos produtos que marcaram época e que estão relacionados ao surgimento de novos tipos, novos formatos, novas funções e novos materiais de embalagens no Brasil. Nesta obra, as embalagens são entendidas a partir do seu papel na sociedade, sendo destacadas dos produtos que marcaram época e que exis-tem até hoje como também aquelas que foram alteradas. Além de

EMBALAGENS: DESIGN, MATERIAIS, PROCESSOS, MÁQUINAS E SUSTENTABILIDADE

Com o objetivo de apresentar, em uma linguagem fácil e acessível as inovações e tendências para o setor de embalagens, o Instituto de Embalagens – Ensino & Pes-

quisa acaba de lançar a 2ª edição do livro “Embalagens: design, materiais, processos, máquinas e sustentabilidade”. A edição contou com o apoio e parceria da Antilhas, líder no fornecimento de embalagens para o varejo, e a colaboração de 42 autores, profissionais considerados referências em suas áreas de atuação. Com 336 páginas, divididas em 62 capítulos, o livro reúne os principais temas do universo da embalagem, desde a história, os processos, os materiais utilizados e a legislação, até as questões de sustentabilidade voltadas para a indústria, os números do mercado e tendências nacionais e internacionais.O livro é destinado aos profissionais de diversas áreas da indús-tria usuária de embalagens, bem como indústrias da cadeia de embalagem, desde matéria-prima até serviços (material, técnica, design, varejo, logística, marketing, operadores de máquinas entre outros).

PRODUCT DESIGN IN THE SUSTAINABLE ERA

Lançamento recente da editora Taschen, o livro “Product Design in the Sustainable Era” mostra produtos sustentáveis ao redor do mundo – inclusive, brasileiros. A obra, sob a curadoria do designer brasileiro Dalcacio

Reis e edição de Julius Wiedemann, reúne mais de 180 desses projetos inovadores e premiados em mais de 20 países, lançados por escritórios de design e empresas líderes mundiais, incluindo a IDEO, IBM e New Deal Design. Dalcacio Reis nasceu no Brasil e trabalhou como designer de pro-duto no Rio de Janeiro antes de se juntar a Ana Couto Branding & Design. Depois de gerir vários projetos na América Latina, Reis fez um MBA em Negócios Sustentáveis, a fim de desenvolver projetos para uma nova era de desenvolvimento de produtos e comportamento do consumidor. O editor Julius Wiedemann nasceu no Brasil, estudou design gráfico e marketing, e foi editor de arte para revistas digitais e design em Tóquio. Escreve para vários veículos como Illustration Now!, Advertising Now, Logo Design, and Brand Identity Now!

“História da Embalagem no Brasil” foi produzido através da chancela da Lei

Rouanet e lançado em 2006 pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).

Os interessados na obra deverão entrar em contato com a ABRE pelo telefone

(11) 3082-9722 ramal 212.

realizar pesquisa de campo em diferentes regiões do país, a obra, com um conteúdo bastante didático e acessível, conta “casos” que mostram como a vida das pessoas está associada as embalagens que usam. A pesquisa histórica e a edição do livro foi realizada pela Grifo Projetos Históricos e Editoriais, empresa especializada em agencia-mento e coordenação de projetos aprovados pelas leis de incentivo à cultura e sua última criação foi um trabalho desenvolvido para o Instituto Fernando Henrique Cardoso. Para a elaboração deste projeto a Associação criou um Comitê multidisciplinar - o Comitê da História da Embalagem, envolvendo um representante de cada elo da cadeia produtiva de embalagens, sob a coordenação de André Liberali - Gerente do Negócio de Embalagens da empresa Saint-Gobain Vidros.

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índice de anunciantes

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