REVISTA MANCHETE
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Universidade Federal de Santa Maria – UFSM Comunicação Social – Produção Editorial
Disciplina: Produção Editorial para Revistas Acadêmicos: Adriano Andrade, Edilaine Avila,
Natália Beck e Marcos Marin
Com uma proposta bem mais moderna em sua composição
gráfica, não demorou para que a Manchete passasse a ser a revista mais lida no Brasil. Em sua equipe
de jornalistas e colaboradores, estavam nomes de peso como Carlos Drummond de Andrade,
Henrique Pongetti, Rubem Braga, Fernando Sabino e Nelson
Rodrigues.
REVISTA MANCHETE A semanal Revista Manchete nasceu no dia 26
de abril de 1952, criada por Adolpho Bloch.
Era de ouro da revista ilustrada: produto dos avanços da
época para a indústria gráfica e para o fotojornalismo. Nos EUA, existia a Life, na França a Paris
Match e no Brasil a O Cruzeiro e a Manchete. Foi uma das primeiras revistas a trazer
conteúdo científico e foi a revista que divulgou a construção da nova
capital, Brasília.
ANO E CONTEXTO HISTÓRICO A Manchete era fartamente ilustrada e trazia
artigos de peso.
Após sua criação, em 1952, no RJ, a Revista passou em pouco tempo a ser a mais lida do país, desbancando O Cruzeiro que estava na liderança
desde 1928.
• O investimento inicial foi pequeno e o custo de produção era baixo.
• No começo, as máquinas de tipografia da família eram ociosas e imprimiam semanalmente 200 mil exemplares da revista.
• A lucratividade da empresa era surpreendente.
• Foram adquiridas máquinas para imprimir 800 mil exemplares semanais e um terreno no subúrbio do RJ, onde se construiu o parque gráfico.
• Inversamente à estratégia de O Cruzeiro de alardear tiragens inacreditáveis, a Manchete não revelava essa informação. A estimativa só pôde ser feita com base no
relato de Adolpho Bloch sobre a capacidade das rotativas.
EDITORA RESPONSÁVEL
Adolph Bloch, imigrante russo naturalizado brasileiro, que aqui
chegou com a família em 1922, fundou a Editora Bloch, a rede de TV e a Revista Manchete no Rio de Janeiro, com base nas
experiências tipográficas da família.
No auge de sua carreira, Bloch chegou a ter uma fábrica de tintas, duas gráficas, uma editora e distribuidora de livros e revistas,
dezesseis emissoras de rádio, cinco de TV e um teatro.
• Publicação semanal, tinha como público-alvo a família tradicional brasileira.
• Diferencial: a maioria das suas páginas tinham fotografias coloridas que ilustravam a reportagem já que a maioria dos programas televisivos eram
transmitidos em preto e branco.
• Politicamente, a revista se identificava com a corrente desenvolvimentista antiliberal e industrializante do pensamento econômico.
• Adolpho Bloch era amigo e dedicava irrestrito apoio ao governo Juscelino Kubitschek, desde a campanha eleitoral. É de sua autoria o slogan "50 anos em
5", muito embora a sua revista fizesse críticas à política de saúde e educação em meados dos anos 50.
OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS DA REVISTA
Com uma equipe pequena, a Manchete foi lançada com apenas 40 páginas, bem menos do que a O Cruzeiro que tinha mais de 100
páginas. Dessas 40 páginas, 32 eram preto e branco, 4 eram a quatro cores e as outras 4 em duas cores.
• Com o declínio da concorrente O Cruzeiro e a transferência de 17 jornalistas para a Manchete, esta passou a dominar o mercado editorial por conta da sua
qualidade gráfica e jornalística.
• Num estilo próprio, a revista apropriou-se da linguagem e do discurso do fotojornalismo. As fotografias ocupavam em média 70% das páginas nas
fotorreportagens, mas chegavam a ocupar páginas inteiras.
• Os textos e legendas preenchiam as lacunas entre títulos e subtítulos, fotografias, gráficos, desenhos e quadros que eram inseridos para facilitar a compreensão dos leitores. No estilo literário da época e com um português primoroso, a linguagem dos textos era quase poética e se inspirava na fotografia principal da matéria.
CONTRIBUIÇÕES DA PUBLICAÇÃO AO MERCADO EDITORIAL
• Sem perder de vista o caráter informativo e quase didático, as matérias traziam informações sobre a
confirmação de fatos científicos e sobre novos artefatos e processos tecnológicos, tais como:
medicamentos, vacinas e tratamentos de doenças; biografia de cientistas; atividades de
pesquisadores; avanços tecnocientíficos; inauguração de institutos, laboratórios e instrumentos de pesquisa; congressos científicos e questões de
saúde pública.
CONTRIBUIÇÕES DA PUBLICAÇÃO AO MERCADO EDITORIAL
O Cruzeiro chega ao fim em 1975, enquanto a Manchete e a Gráfica Bloch estão cada vez mais poderosas.
A gráfica chega a se tornar a maior gráfica da américa latina e, em 1983, Adolpho inaugura a Rede Manchete de Televisão que fica no ar até 1992.
Em 17 de novembro de 1995, Adolpho Bloch falece e, depois disso, o grupo fecha as portas devido a falência.
A criação da TV Manchete foi considerada um dos motivos que desencadeou uma grande dívida
na marca. Os principais títulos da editora foram leiloados a Marcos Dvoskin que criou a Editora Manchete. As revista Pais&Filhos e EleEla ainda são publicadas mensalmente.