Revista Industria de Laticinios 109

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Ano XIX - Jul/Ago 2014 - nº 109 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250 Lácteos Setor forte para inovação Lácteos Setor forte para inovação 2014 Um ano sem Minas Láctea 2014 Um ano sem Minas Láctea Embrapa Gado de Leite sob nova direção Embrapa Gado de Leite sob nova direção 2ª edição revisada e ampliada Ariene Gimenes Fernandes Van Dender, Dra. Requeijão Cremoso e Outros Queijos Fundidos Tecnologia de Fabricação, Controle do Processo e Aspectos de Mercado Requeijão Cremoso e Outros Queijos Fundidos Tecnologia de Fabricação, Controle do Processo e Aspectos de Mercado Ariene Gi - s li- Lançada 2ª edição do livro Requeijão Cremoso e Outros Queijos Fundidos - página 31

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Revista Laticinios

Transcript of Revista Industria de Laticinios 109

  • Ano XIX - Jul/Ago 2014 - n 109 - R$ 18,00 - www.revistalaticinios.com.br - ISSN 1678-7250

    LcteosSetor forte

    para inovao

    LcteosSetor forte

    para inovao

    2014Um ano sem Minas Lctea

    2014Um ano sem Minas Lctea

    Embrapa Gado de Leite sob nova direo

    Embrapa Gado de Leite sob nova direo

    2 edio revisa

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    Ariene Gimenes Fe

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    e do

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    Ariene Gimenes Fe

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    Queijos Fundido

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    e Alimentos pela

    FEA-UNICAMP, re

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    em Tecnologia

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    -MG. Em 1978

    iniciou sua carre

    ira no Setor de

    Leite e Derivados

    do Instituto de

    Tecnologia de

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    em Campinas. Ap

    s fi nalizar o Mes

    trado, em 1980, es

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    se em tecnologi

    a de queijos de

    massa lavada,

    no Rijkszuivelsta

    tion, em 1981,

    na Blgica. De v

    olta ao Brasil, c

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    tecnologia de

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    ora em Tecnologi

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    la Unicamp.

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    doutorado estudo

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    de queijo Minas

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    Professor J.-L. M

    aubois. Fez vrio

    s cursos, estgio

    s e treinamentos

    , alm de ter

    proferido palestr

    as e apresentado

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    ntos nacionais e

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    o e doutorado no

    perodo de 1995

    a 2009.

    Publicou mais de

    120 artigos tcn

    icos e cientfi cos e

    m revistas especia

    lizadas

    do Brasil e de out

    ros pases, colab

    orou em diversos

    captulos de livro

    s e, em 2006,

    organizou a publi

    cao da primeira

    edio do livro so

    bre requeijo e o

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    fundidos.

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    de coordenar ou

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    de alimentos no B

    rasil.

    Lanada 2 edio do livro Requeijo Cremoso e Outros Queijos Fundidos - pgina 31

  • ACONJUNTURA

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    Ano XIX - n 109 - julho/agosto 2014www.revistalaticinios.com.br

    ISSN 1678-7250

    Diretor e EditorLuiz Jos de Souza

    [email protected]

    RedaoJuara Pivaro

    [email protected]

    RevisoJuliana Coelho

    PublicidadeLuiz Souza

    Carolinna [email protected]

    Daiane [email protected]

    AtendimentoAna Carolina Senna de Souza

    [email protected]

    Capawww.freeimages.com

    DiagramaoFbio Ruiz

    AssinaturaAssinatura anual - R$ 105,00 (6 edies)

    Nmero avulso - R$ 18,00

    Comit EditorialAirton Vialta - DG/Ital

    Ana Lidia C. Zanele Rodrigues - Allegis ConsultoriaAntnio Fernandes de Carvalho - UFV

    Ariene Gimenes Van Dender - Tecnolat/ItalDarlila Aparecida Gallina - Tecnolat/Ital

    Izildinha Moreno - Tecnolat/ItalJos Alberto Bastos Portugal - Embrapa/CNPGL

    Mucio Furtado - DuPont/DaniscoNeila Richards - UFSM

    Sebastio Csar Cardoso Brando - UFV/Amazing Foods

    SETEMBRO EDITORA

    Ed. Green Office MorumbiRua Domingues Lopes da Silva 890, Cj. 402

    Portal do MorumbiCEP 05641-030, So Paulo, SP, Brasil

    Tels.: (11) 3739-4385 / 2307-5561 / 2307-55632307-5568 / 2307-5574

    [email protected] opinies e conceitos emitidos emartigos assinados no

    representam necessariamente a posio da revista Indstria de Laticnios.

    Mantenha seus dados atualizados preenchendo os formulrios no site www.revistalaticinios.com.br

    Editorial

    P A indstria de alimentos e bebidas brasileira tem suporte

    em matrias-primas para crescer e se tornar cada vez mais forte. Para isso, necessrio observar tendncias e apostar em pesquisa e desenvolvimento de produtos com valor agre-gado. O recm lanado Brasil Ingredients Trends 2020 (BIT 2020), documento elaborado pelo Ital, aponta as tendncias em ingredientes para o futuro prximo e entre as boas novas do documento est a presena dos lcteos entre os principais ingredientes nas macrotendncias apontadas no BIT 2020.

    Nesse cenrio, fundamental o trabalho das empresas fornecedoras de ingredientes em possibilitar s indstrias de alimentos e bebidas levar inovao alinhada aos novos conceitos que esto surgindo. Algumas das solues apresentadas na FiSA 2014 (Food Ingredients South America) para o setor de lcteos, j incorporaram conceitos modernos para produo de alimentos e uma pequena amostra dessas tendncias pode ser encontrada em nossa matria de capa.

    Leia tambm nesta edio, a entrevista com Paulo do Carmo Martins, que acaba de assumir o cargo de Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, e fala de seus projetos, prioridades e comprometimento com inovao aberta e sob demanda da sociedade.

    A tradio em derivados de leite tambm tem lugar nas prximas pginas em forma de requeijo. Conhea na seo Categoria, um pouco dos mtodos tradicionais de produo, inovaes e uma breve histria da primeira marca de requeijo no Brasil.

    Enquanto as indstrias criam estratgias para oferecer mais tecnologia inovadora s indstrias e eventos so organizados para reunir players do mercado em feiras e congressos, um tradicional evento do setor leiteiro, o Minas Lctea 2014 adiado s vsperas de sua realizao e, posteriormente, cancelado para este ano. Confira em matria Minas Lctea, Agora s em 2015, o processo que levou mudana de calendrio da principal feira brasileira com foco em laticnios.

    Entre os artigos tcnicos do caderno Fazer Melhor, destacamos o material produzido por pesquisadores do Tecnolat (Centro de Tecnologia de Laticnios) do Ital, que trata do tema: Soro de leite e derivados: benefcios, caractersticas e suas aplicaes em sorvetes. O caderno conta tambm com artigos da Universidade Federal de Santa Maria, que trata dos temas: Efeitos Fsico-Qumicos e Sensoriais do aumento do teor de soro de leite em p em bebidas lcteas achocolatadas; Avaliao microbiolgica e fsico-qumica de queijos coloniais comercializados no municpio de Santa Maria, RS Brasil e Elaborao de Doce de Leite com adio de farinha de arroz.

    Desejamos a todos uma boa leitura!

    Luiz SouzaDiretor e Editor

    rezados Leitores,

  • ACONJUNTURA

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    SUMRIO

    Entrevista do msPaulo do Carmo Martins o novo Chefe-Geral da Embrapa Gado de Leite.........................................................................6

    Empresas & NegciosLanamentos e inovaes no mercado de lcteos............................................................................................................12

    Matria de capaLcteos - Setor forte e com futuro prspero......................................................................................................................18

    Minas Lctea Evento de 2014 foi cancelado...............................................................................................................................................24

    CategoriaRequeijo - Produto genuinamente brasileiro........................................................................................................................26

    ConjunturaPreo ao consumidor se mantm estvel, na casa de R$ 1/litro........................................................................................28

    MercadoMercado de bebidas lcteas fortificadas na Amrica Latina.............................................................................................30

    PainelMovimento do mercado do setor de leite e derivados...........................................................................................................32

    Fazer Melhor Soro de leite e derivados: benefcios, caractersticas e suas aplicaes em sorvetes........................................48

    Efeitos Fsico-Qumicos e Sensoriais do aumento do teor de soro de leite em p em bebidas lcteas achocolatadas............................................................................................................................................................52

    Avaliao microbiolgica e fsico-qumica de queijos coloniais comercializados no municpio de Santa Maria, RS - Brasil.................................................................................................................................................................58

    Elaborao de Doce de Leite com adio de farinha de arroz.............................................................................62

    ANUNCIANTES

    Akso.............................................35

    Albion / Kilyos............................2 capa

    Anhembi.......................................13

    Bauko.........................................17

    Cargill....................................19

    DSM..........................................7

    Fermentech.............................21

    F o o d Te c . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1

    Globalfood...............................4 capa

    Granolab.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

    Hipercentrifugation..........................37

    Horizonte Amidos.............................43

    Ital / Tecnolat.............................23 e 33

    Livro Requeijo Cremoso e Outros Queijos Fundidos...............................31

    Nexira..........................................25

    PZL....................................................15

    Quinabra.........................................11

    Ricefer.............................................43

    So Caetano......................................39

    SIG Combibloc.....................................5

    Somarole.......................................39

    Sweetmix..........................................45

    Tetra Pak.................................3 capa

  • B5

  • ACONJUNTURA

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    Sob nova direoENTREVISTA

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    A Embrapa Gado de Leite tem novo de Chefe-geral Paulo do Carmo Martins, que, em junho, assumiu o cargo, anteriormente ocupado por Duarte Vilela, que conduziu a unidade sediada em Juiz de Fora (MG), desde 2008. Em entrevista exclusiva Revista Indstria de Laticnios, o novo Chefe-geral fala de suas prioridades no cargo e de seus projetos, que incluem produo sustentvel, novas tecnologias em alimentao do gado que possibilitam derivados lcteos seguros e nutracuticos. Martins fala ainda do lanamento programado para os prximos meses da Plataforma de Inteligncia Estratgica, que organizar informaes do setor, apontando para novos estudos na rea.

    Entre as diretrizes previstas no Plano de Trabalho do novo Chefe-geral est o trabalho em sintonia com outros 23 centros de pesquisa da Embrapa, que tambm trabalham com leite, possibilitando uma atuao nacional por meio dessa rede j existente e que precisa ser fortalecida.

    Martins pretende trabalhar com a concepo de empresa e governo continuamente, desde o primeiro dia de sua gesto, sob a tica da inovao aberta e sob demanda da sociedade.

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    Revista Indstria de Laticnios Quais so seus principais objetivos ao assumir a che-fia da rea de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite? Paulo do Carmo Martins - Tivemos uma mudana drstica do nosso grupo tc-nico em muito pouco tempo. Hoje, cerca de 60% tem menos de cinco anos como contratados. So jovens, muito bem for-mados, que tm na Embrapa seu primeiro emprego. Estamos diante de uma fan-tstica oportunidade de gerar solues inovadoras em reas que no atuvamos. Porm, h o desafio organizacional a ser superado. preciso exercitar a lgica empresarial. O modelo de gesto univer-sitria funciona muito bem para os seus propsitos, mas, muito diferente da lgica empresarial, que focada em re-sultados e a Embrapa surgiu exatamente para ser uma alternativa ao modelo uni-versitrio de pesquisa. Outro desafio mo-tivador contribuir para reter empres-rios rurais e do setor industrial na cadeia produtiva. Nosso setor tem se mostrado muito excludente nos ltimos anos, em funo da velocidade de transformao.

    RIL Entre seus planos, quais devem incre-mentar a possibilidade de inovao para o setor? Paulo do Carmo Martins - O modelo que queremos implementar o da inova-o aberta, ou seja, desejamos que haja a participao do setor produtivo no pro-cesso de inovao, desde a concepo do projeto at entrega de resultados. Isso no exclui pequenas e mdias empresas. Ao contrrio do que se pensa, a nossa experincia demonstra que as grandes empresas so mais refratrias a desen-volver processos e produtos inovadores. Elas tendem a adquirir solues prontas. Vemos espao para atuar tambm com start ups, desenvolvendo aplicativos que facilitem o repasse de informaes para o setor por meio de smartphones.

    Paulo do Carmo Martins graduado na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), mestre em Economia Aplica-

    da Plea Universidade Federal de Viosa e com doutorado na mesma rea na Escola Superior de Agricultura Luiz de

    Queiroz, da Universidade de So Paulo (USP/Esalq ).

    a segunda vez que Paulo Martins exerce o mandato de Chefe-geral, a primeira ocorreu no perodo 2004-2008.

    O pesquisador ingressou na Embrapa em 1997, desenvolvendo estudos de inteligncia de mercado, competitivida-

    de e eficincia da cadeia produtiva do leite e derivados. Ao longo de sua carreira assumiu diversos cargos de gesto,

    as secretarias Municipais de Agropecuria e Abastecimento e de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora. Foi tambm

    secretrio executivo da Cmara Setorial do Leite e Derivados do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abasteci-

    mento por dois mandatos. Seu mandato na Embrapa Gado de Leite vai at 2017, com previso de reconduo por

    mais trs anos.

    RIL Existem projetos para mudanas da estrutura da rea de P&D da Embrapa Gado de Leite, seja em laboratrios, pes-quisadores ou outros setores? Paulo do Carmo Martins - cada vez mais caro fazer pesquisa, pois a vida til dos equipamentos tem diminudo, fazendo com que fiquem obsoletos em pouco tem-po. Ento, um grande desafio manter os laboratrios atualizados. Estamos nos preparando para ocupar definitivamente o vazio existente em termos de conheci-mento no que diz respeito a mtricas de animais leiteiros adaptados nos trpicos. Um conjunto de equipamentos e laborat-rios est sendo montado no nosso Campo Experimental que se localiza no municpio de Coronel Pacheco, que se configura como estratgico no somente para o Brasil, mas para as naes tropicais. Queremos trabalhar em rede, ou seja, compartilhando esforos e ganhos com universidades e o setor produtivo. Num raio de 300 km em relao a este Cam-po Experimental temos dez das melhores universidades federais brasileiras. Elas sero convidadas a compartilhar os equi-pamentos que ali sero estruturados.

    RIL Quais os atuais desenvolvimentos em P&D e, entre eles, quais considera funda-mentais para a evoluo do setor de leite e derivados? Paulo do Carmo Martins - Trabalha-mos neste momento em temas que vo transformar o setor leiteiro. Buscamos tecnologias que assegurem sistemas de produo sustentveis, atento cont-nua escassez de gua, buscando mitigar a emisso de gases do efeito estufa e que j sinalizam um novo cenrio resul-tante das mudanas climticas. Esses as-suntos ainda no esto de todo inseridos na agenda do setor, mas na nossa, j so objetos de interesse e dedicao, pois im-pactaro todos os elos e precisamos nos preparar para o futuro que se avizinha.

    O futuro prximo reserva um ambiente em que a

    vaca ser vista como biofbrica e tudo isso vai

    criar um diferencial favorvel ao nosso pas, criando pos-sibilidades de efetiva trans-formao na cadeia de valor

    do leite, com repercusso muito favorvel em termos de competitividade do setor lcteo nacional em relao aos nossos concorrentes".

    ENTREVISTA

  • B9

  • ACONJUNTURA

    10

    ENTREVISTA

    Vamos lanar nos prximos meses a

    Plataforma de Intelign-cia Estratgica, uma nova concepo que organizar

    informaes do setor e sinalizar para a

    realizao de novos estu-dos com foco no futuro.

    a conforto animal e temos que contri-buir para gerar solues que facilitem a deteco de fraude e contaminantes no leite. Tambm, preciso disponibilizar solues novas, simples e eficientes em termos de gesto de propriedades, alm de estudos setoriais. Por isso, vamos lan-ar nos prximos meses a Plataforma de Inteligncia Estratgica, uma nova con-cepo que organizar informaes do setor e sinalizar para a realizao de novos estudos com foco no futuro. Pre-cisamos antever o futuro. Pretendemos que esta plataforma seja mais do que o radar do setor. Esperamos que seja o l-cus pensante, com intensa participao do setor produtivo. J temos experincia acumulada com o Centro de Inteligncia do Leite e o CBLeite, dois projetos que desenvolvemos h oito anos e que sero a base dessa nova estratgia de supor-te ao setor para a tomada de decises estratgicas.

    RIL Na rea de melhoramento gentico, como esto as pesquisas da Embrapa? uma rea que tem destaque na Embrapa Gado de Leite? Paulo do Carmo Martins - Os avanos em melhoramento gentico aportados pela Embrapa Gado de Leite foram mui-to importante para o Brasil e criaram um diferencial favorvel para a nossa produo, tanto em termos vegetais, quanto principalmente em termos ani-mais. Todavia, os ganhos incrementais com esta abordagem tradicional mostra que preciso investimentos mais slidos em solues genmicas e estamos atu-ando em rede, com a participao tam-bm do setor produtivo, para que pos-samos encurtar o tempo na gerao de novas solues tecnolgicas inovadoras.

    Atuamos em rede, a nica forma de fazer com que o conhecimento seja disseminado para todas

    as regies, num pas continental como

    o Brasil.

    RIL Atualmente, quais pontos da rea de pesquisa destacam-se como mais impor-tantes para aprimorar a produo de leite no Brasil? Paulo do Carmo Martins - Alm de reas tradicionais, como melhoramento animal e vegetal, estamos nos dedican-do nutrio animal, manejo de resduo e conservao de gua. Sade animal, nanotecnologia, novas mtricas, pecu-ria de preciso e novas ferramentas de gesto de propriedades, dentre outras.

    RIL J existe gado alimentado com nutrientes que agregam, por exemplo, mega 3 ao leite. Nesse segmento de alimentao de gado, h outros projetos em andamento? Paulo do Carmo Martins - Estamos comprometidos com a oferta de tec-nologia que leve a ofertas de derivados lcteos saudveis, seguros e idealmente nutracuticos. Estamos avanando em resultados que demonstram que o nosso leite tem um diferencial favorvel, por conterem substncias anticancergenas em relao ao leite produzido nos pases que no utilizam a pastagem como prin-cipal fonte de alimentao dos animais. O futuro prximo reserva um ambiente em que a vaca ser vista como biofbri-ca e tudo isso vai criar um diferencial favorvel ao nosso pas, criando possibili-dades de efetiva transformao na ca-deia de valor do leite, com repercusso muito favorvel em termos de competi-tividade do setor lcteo nacional em re-lao aos nossos concorrentes.

    RIL Quais as linhas de projetos acredita que devam ser priorizadas no quadro atual de produo de leite no Brasil? Paulo do Carmo Martins - Alm dos j citados, precisamos conceber com maior efetividade os trabalhos relacionados

  • B11

    RIL Quais so os caminhos para o pro-dutor ter acesso aos desenvolvimentos da Embrapa? Como funciona essa relao? A Embrapa conta com equipe de campo para atender produtores? Paulo do Carmo Martins - Sem exage-ro, o trabalho da Embrapa Gado de Leite est presente em todas as propriedades, mesmo quando o produtor no sabe. Afi-nal, so 38 anos gerando solues para o setor. Mas, no nossa misso levar a tecnologia diretamente ao produtor. Nos-so papel em treinar multiplicadores, tc-nicos em assistncia tcnica e extenso, vinculados ao setor pblico ou ao privado. Isso no impede que faamos treinamen-tos contnuos e produtores, alm de rea-lizarmos dias de campo e outros eventos que levam transferncia de tecnologia. Porm, a prioridade o vnculo com tc-nicos que se dedicam a transferir tecno-logia. Atuamos em rede, a nica forma de fazer com que o conhecimento seja disse-minado para todas as regies, num pas continental como o Brasil.

    RIL A Embrapa tem parcerias com em-presas privadas? Em caso positivo, quais so e que objetivos tm? Paulo do Carmo Martins - Esse o nosso grande diferencial. Temos slida parceria com o setor produtivo. Desde associao de produtores, passando por

    empresas de mquinas e equipamentos, de medicamentos, fertilizantes e do se-tor de processamento, chegando a en-tidades que cumprem o papel de atuar na organizao setorial. Este um ingre-diente fundamental para o sucesso do cumprimento de nossa misso.

    RIL Atualmente, quais so os maiores de-safios em atuar na rea de P&D no Brasil? Paulo do Carmo Martins - Estar mais prximo do setor produtivo o nosso maior desafio. A empresa brasileira tpi-ca do setor de lcteos ainda muito re-ticente em ser parceira no investimento visando ao desenvolvimento de novas so-lues, preferindo comprar as solues no exterior. Alm disso, o setor carece de aes pr-competitivas, ou seja, de aes que podem ser desenvolvidas por vrias empresas em conjunto, visando o ganho mtuo. Essas aes cooperativas, quando praticadas, fortalecem o setor como um todo. Falta maturidade inds-tria lctea para exercitar esta prtica, comum em outros setores como o me-talrgico e o automobilstico. Isso fragi-liza o setor e o torna mais refratrio aproximao com a pesquisa.

    Buscamos tecnologias que assegurem sistemas de

    produo sustentveis, atento contnua escassez

    de gua, buscando mitigar a emisso

    de gases do efeito estufa e que j sinalizam um novo

    cenrio resultante das mudanas climticas.

  • A12

    ComplemNovo Compleite vem com tampa de rosca da SIG Combibloc

    EMPRESAS & NEGCIOS

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    A Complem, Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (GO), acaba de lanar em Gois os leites Compleite com tampa de rosca. A novidade traz muito mais convenincia para o consumidor, pois permite que a embalagem da SIG Combibloc seja aberta e fechada de forma fcil e eficiente. Alm de evitar respingos ao servir, a nova tampa de rosca proporciona mais higiene, economia e praticidade no dia-a-dia.

    Os leites UHT Compleite so envasados em embalagens cartonadas asspticas de 1 litro combiblocStandard, da SIG Combi-bloc, nas verses integral, semidesnatada e desnatada agora com a nova tampa de rosca combiSwift. Hoje, a Complem tem duas mquinas de alta velocidade instaladas em sua planta. A parceria entre a cooperativa e a SIG Combibloc teve incio em 2009 e, desde ento vem rendendo bons frutos para ambas as empresas. Estamos crescendo juntos, afirma Luciana Galvo, gerente de Marketing da SIG Combibloc para a Amrica do Sul.

    A nova tampa de rosca ser comunicada em uma nova campanha da Complem, cujo slogan O jeito mais fcil de abrir o dia. A campanha evidenciar o valor que a novidade agrega ao produto e aos consumidores, ao garantir praticidade e conveni-ncia na hora de abrir, fechar e servir o produto. As peas criadas retratam situaes que destacam cada benefcio no cotidiano dos consumidores.

    Pesquisas mostraram que a tampa de rosca combiSwift, da SIG Combibloc, foi a soluo melhor avaliada pelos consumidores dentre todas as opes disponveis na regio. Segundo a GFK, 83% dos consumidores entrevistados aprovaram a nova embala-gem. A facilidade na abertura foi percebida por 98% dos entrevistados ao usar o produto isto porque a nova tampa de ao nica, ou seja, a embalagem aberta com um nico giro. Alm disso, 96% dos consumidores tambm consideraram fcil visu-alizar o lacre de segurana e ressaltaram o fato do sistema evitar o respingo do produto no momento de servir.

    Segundo o instituto de pesquisas Canadean, em dez anos, de 2004 a 2014, o consumo de leite longa vida aumentou mais de 2,02 bilhes de litros no mercado brasileiro, mantendo uma taxa mdia de crescimento de 4% ao ano. Neste perodo, o n-mero de lares compradores passou de 79% para 90% da populao. Este boom justificado por fatores econmicos, como maior poder aquisitivo das famlias e fortalecimento da classe mdia, e pelo novo posicionamento do consumidor: maior exigncia por produtos de qualidade, com maior segurana alimentar, e busca por convenincia e praticidade na compra, armazenagem e consumo. Alm disso, no Centro-Oeste, principal regio para a Complem, o consumo de leite longa vida cresceu duas vezes mais que a mdia nacional.

    A Complem (Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morri-nhos) a fabricante dos produtos lcteos Compleite. Foi fundada em 1978 por um grupo de 200 produtores de leite. Atualmente, seu qua-dro social constitudo de mais de 4 mil associados, e mais de 800 pessoas trabalham na Cooperativa.

    VigorApresenta novas embalagens para Faixa Azul

    A Tradicional marca de parmeso Faixa Azul est de cara nova com sua nova linha de embalagens. Ela resgata os elementos to tradicionais da marca como as imagens do mestre queijeiro e as galerias de queijos em embalagens premium e moderna, usando tom fosco inspirado nos queijos tradicionais europeus.

    A caracterstica artesanal de Faixa Azul sempre foi a essncia da marca. Ns buscamos atravs das novas embalagens perpetuar esta tradio trazendo embalagens de qualidade diferenciada e atualizadas com as mais novas tecnologias explica Anne Napoli, diretora de marketing da Vigor.

    Os queijos Faixa Azul esto no mercado desde 1940 conquistando o consumidor brasileiro. So oito produtos de qualidade excepcional, com maturao mnima de 12 meses: Queijo Parmeso Ralado 50g e 100g, Queijo Parmeso Ralado Light 50g, Queijo Parmeso Ralado Grosso 50g, Queijo Parmeso corte cilndrico, Queijo Parmeso fatia, Queijo Parmeso Reserva Especial e queijo parmeso forma, com 7kg e 3,5kg.

  • B13

    PolenghiInova com novos sabores na linha Polenguinho Pocket

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    Pensando em jovens e adultos que tm um dia a dia corrido e mesmo assim no abrem mo de manter uma alimentao saudvel, a Polenghi aumenta a linha Polenguinho Pocket, lanando trs novos sabores: Gruyre, Cheddar e Gorgonzola.

    Polenguinho Pocket Sabores um snack de queijo que no precisa ser refrigerado, podendo ser facilmente levado na bolsa e consumido em qualquer hora e lugar. Alm disso, o produto tambm nutritivo, pois vem do leite, sendo fonte de clcio e das vitaminas A, D e E.

    Desejamos que os nossos consu-midores tenham opes de snacks com baixas calorias e sabores diferen-ciados. As verses Gruyre e Cheddar possuem apenas 93 kcal, e o Gorgon-zola 91 kcal, diz Ana Trecenti, gerente de produto da Polenghi.

    A novidade pode ser encontrada nas principais redes de supermerca-dos do pas. Alm dos novos sabores, a linha Polenguinho Pocket oferece tam-bm as verses Tradicional e Light.

  • A14

    PiracanjubaLana leite em p em nova embalagem

    EMPRESAS & NEGCIOS

    A Piracanjuba introduziu a embalagem stand up pouch para a linha de leite em p da empresa. O pro-duto ser encontrado nas verses integral (800g), integral instantneo (800g) e desnatado instantneo (600g). A embalagem fica em p nas gndolas, propiciando ainda mais praticidade para os consumido-res. As embalagens so flexveis, oferecem excelente visibilidade nas prateleiras e representam uma alternativa mais leve, quando comparadas com embalagens rgidas, explica Lisiane Guimares, gerente de marketing da empresa.

    A linha stand up pouch ambientalmente indicada por consumir menos plstico no processo de pro-duo e, consequentemente, gerar menos resduos de descarte. Alm disso, uma embalagem mais econmica e segura, se comparada com a lata, por exemplo. um produto premium, que eleva o con-ceito da marca e vai ao encontro do que a Piracanjuba almeja ao longo de quase 60 anos: oferecer ao seu consumidor praticidade, cuidado e, acima de tudo, qualidade, destaca a gerente.

    Para a produo desse novo formato de embalagem, a empresa adquiriu mquinas especficas, que garantiram a agilidade do processo. Temos a inteno de ampliar a linha de produtos oferecidos em stand up pouch. Vamos estudar algumas possibilidades, afirma Lisiane.

    O layout das embalagens stand up pouch outro grande diferencial. Desenvolvido pela 100% Design, o projeto foi criado com o objetivo de mostrar ao consumidor uma proposta inovadora, com grande valor agregado, mas que, ao mesmo tempo, acessvel para todo o pblico consumidor. Trouxemos uma re-leitura das ondas presentes na embalagem atual de sach e associamos s ondas da prpria identidade visual da marca. A gramatura bem resistente e o resultado um produto visivelmente atrativo aos olhos do consumidor, finaliza Lisiane.

    As embalagens stand up pouch so planejadas com impresso em rotogravura de ltima gerao e produzidas com estrutura tri-laminada, que garante o shelf life do produto. A gerente de marketing res-salta: o objetivo, alm de agregar valor ao produto no ponto de venda, a oferta de maior volume com preos mais competitivos aos clientes finais. A praticidade outro ponto forte.

    A deciso por uma embalagem flexvel tambm contribui para a sustentabilidade do planeta, pois torna totalmente dispensvel o uso de embalagens rgidas, economizando diretamente energia, gua, logstica, entre outros.

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  • B15

    Trs dos cereais mais recomendados na atualidade por mdicos e nutricionistas a linhaa, o amaranto e a chia juntos, em uma mesma bebida lctea. Quem traz a novidade que promete cair do gosto dos consumidores a Piracanjuba, uma das maiores marcas do segmento lcteo brasileiro. Nos sabores chocolate meio amargo, morango com banana e frutas amarelas, o produto comercia-lizado em embalagens de 200 ml com tampa de rosca, aliando praticidade e sabor. Associamos os benefcios do leite a cereais muito consumidos no momento. Trata-se de uma ampliao da Linha Piracanjuba Quinoa e Linha-a, afirma Lisiane Guimares, gerente de marketing da Piracanjuba.

    A linhaa a maior fonte vegetal de mega 3. fonte de fibras, tanto solveis quanto insolveis. O amaranto, por sua vez, um gro que vem ganhando relevncia pe-los benefcios sade. fonte de carboidrato, possui cerca de 15% de protenas e todos os aminocidos essenciais ao organismo. Tambm possui fibras, clcio, fsforo e selnio. J a chia, fonte de ferro.

    Estamos levando ao nosso consumidor um alimento saudvel e nutritivo, com a vantagem da praticidade e do fcil manuseio, devido ao tamanho e formato da embala-gem, acrescenta a gerente de marketing.

    A bebida lctea Piracanjuba Linhaa Amaranto e Chia j pode ser encontrada em supermercados, hipermerca-dos, padarias, lojas de convenincia, academias e emp-rios de todo o Brasil. A identidade visual do produto foi idealizada pela Guepa, agncia de design especializada na gesto de marcas.

    Piracanjuba une linhaa, amaranto e chia em bebida lctea

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  • A16

    EMPRESAS & NEGCIOS

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    EmbarLana leite Zero Lactose Camponesa

    A Embar, sexta maior indstria de lcteos do pas, acaba de lanar o leite Zero Lactose Camponesa. O ob-jetivo, segundo a empresa, ampliar e diversificar sua linha de lcteos, visando a atender de maneira ainda mais completa as necessidades do consumidor.

    O novo produto leve e de fcil digesto, destinado ao pblico que apresenta intolerncia lactose e que abandonou ou reduziu a frequncia do consumo de leite. Enquanto uma poro de 200ml de leite comum possui em mdia 9,4g de lactose, os leites com zero teor de lactose no possuem nenhum grama.

    A intolerncia lactose a incapacidade parcial ou total de digerir a lactose, o acar do leite. A digesto se torna difcil e a lactose chega inalterada ao intestino grosso, onde fermentada por bactrias que produ-zem gases e cido ltico, causando mal estar. Segundo dados estatsticos nacionais, 70% dos adultos tm al-gum sintoma de intolerncia lactose aps consumir leite e seus derivados. Isto ocorre porque o organismo humano deixa de produzir a enzima lactase, responsvel pela quebra da lactose. Esta incapacidade de pro-duzir a lactase ocorre por envelhecimento do organismo ou mesmo por eventuais leses no intestino, rgo em que a enzima produzida. Ainda existem casos de ausncia da enzima desde o nascimento.

    Enquanto vrios pases j possuem uma vasta gama de produtos com baixo teor de lactose, no Brasil esse mercado ainda pouco explorado, sendo encontrado principalmente na forma de leite longa vida e iogurtes.

    Diferenciais competitivos do novo produto

    Grande parte das empresas concorrentes do setor lcteo realiza o processo de hidrlise da lactose que consiste na adio da enzima lactase em tanques de estocagem de leite. Aps o demorado processo enzim-tico da quebra da lactose, o leite aquecido e esterili-zado, provocando seu escurecimento. A Embar optou por um processo de tecnologia mais avanada, em que o leite hidrolisado somente aps o aquecimento e es-terilizao. Esse processo, muito mais rpido, no alte-ra a cor branca tradicional do leite e nem o seu sabor.

    Outro diferencial importante do leite Zero Lactose Camponesa que apesar de no conter nenhuma lac-tose, possui tambm baixo teor de gordura e adio das vitaminas A, C e D, o que torna o produto ainda mais saudvel e nutritivo.

    A Embar ingressou no segmento de leite UHT longa vida em agosto de 2011, produzindo as verses integral, semidesnatado e desnatado. Em junho de 2012 passou a oferecer o baixa lactose, que foi substitudo neste momento pela verso Zero Lactose.

  • B17

    PepsiCoNovidade de Toddynho incentiva a brincadeira entre

    pais e filhos e entre amigos

    Toddynho, marca da PepsiCo, traz a novidade Junta que d Diverso para agitar as brincadeiras entre pais e filhos e entre amigos, contribuindo para fortalecer ainda mais os laos familiares e de amizade. Em cada caixinha do produto, haver uma figurinha em que o personagem Toddynho ser um jogador de futebol luntico e poder fazer todas as peripcias que a imaginao permitir. Dentre as 16 opes, Toddynho assumir supertalentos do esporte, como a cabeada estelar e o drible do canudo, alm de poder contar com apetrechos poderosos do espao, por exemplo, o carrinho turbinado e a bi-cicleta atmica. Para comear a diverso muito fcil, basta encaixar a figurinha no canudinho para montar o mini jogador ou, se preferir, colar onde desejar.

    Para a brincadeira ficar mais completa, no site da marca, estar disponvel para download um campinho personalizado (www.toddynho.com.br). Todo esse material funciona como uma rica fonte de incentivo para juntar as pessoas e aguar a imaginao das crianas, que tm a oportunidade de jogar com amigos, irmos, primos e pais e, ao mesmo tempo, criar histrias fantsticas uma boa estratgia para o desenvolvimento na infncia.

    As figurinhas podem ser encontradas em todos os produtos da linha, composta, alm do tradicional sabor chocolate, por Toddynho Light, uma opo com menos acar e gordura, Toddynho Brigadeiro, Toddynho Napolitano, deliciosa mistura de chocolate, morango e creme, e Vitamina Toddynho no sabor mamo, ma e banana.

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  • ACONJUNTURA

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    MATRIA DE CAPA

    Setor forte e com futuro prsperoO movimento de inovao apresentado na FiSA 2014 (Food Ingredients South

    America) comprovou que as empresas de ingredientes esto cada vez mais ativas e trazendo fartura em solues para as indstrias de alimentos e bebidas,

    incluindo muitas novidades para o setor de lcteos.

    Um setor que representa parte considervel do fatura-mento lquido das indstrias da alimentao, os laticnios ocupam a quarta posio no ranking entre os principais segmentos das indstria do setor no Brasil. Dados da Abia (Associao Brasileira das Indstrias de Alimentos) de-monstram que os laticnios faturaram em 2013, R$ 50,1 bi-lhes, apresentando linha de crescimento considervel na observao de R$ 29 bilhes em 2009 e R$ 42,2 em 2012. Os dados foram publicado no documento recm lanado Brasil Ingredients Trends 2020 (BIT 2020), produzido por es-pecialistas da Plataforma de Inovao do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos).

    O mesmo documento, em captulo escrito por Raul Amaral Rego, coordenador da Plataforma de Inovao do Ital e Ary Bucione, vice presidente da Abiad (Associao Brasileira da Indstria de Alimentos Dietticos e para Fins Especiais) destacou os principais ingredientes que seguem as macrotendncias que surgem do setor de ingredientes em transformao, com foco nos desafios e oportunidades que determinam as principais plataformas de inovao das empresas para adequao dos produtos existentes s novas demandas de mercado e os lcteos esto entre os principais ingredientes.

    O BIT 2020 mostra que os lcteos continuaro a desem-penhar papel importante como ingrediente. No documento ressaltado que na categoria laticnios so considerados ingredientes os produtos derivados, tais como molhos, ba-ses, em p, concentrados, cremes, fracionados, isolados,

    Juara Pivaro

    proteicos, desnatados, pastas, preparados, misturas, fer-mentados, desidratados, culturas, substitutos, anlogos, mimticos, entre outros.

    Foi observado tambm que por motivos, tais como intolerncia lactose, reduo do consumo de gordura animal e pela simpatia aos produtos com bases vegetais, surgem diversas alternativas ao leite de vaca e seus de-rivados. Porm, o BIT 2020 destaca que apesar de todas essas foras inibidoras, os ingredientes lcteos devem sus-tentar sua presena no mercado em razo de suas virtu-des e capacidade de adaptao s novas demandas dos consumidores. As caractersticas nutritivas e funcionais dos produtos mantm a imagem de uma categoria natu-ralmente saudvel.

    A demanda por probiticos, por exemplo, estimula o mercado de culturas lcteas para fabricao de iogurtes e outros fermentados lcteos. Verifica-se a ampla aplicao do iogurte em formulao de sorvetes, snacks, barras de cereais, confeitos e, entre outros, produtos para alimenta-o infantil.

    A incluso de ingredientes lcteos em produtos alimen-tcios tambm estimulada pela tendncia de segmenta-o da dieta, que estimula o consumo de produtos com cl-cio e protena para nutrio de mulheres, idosos e atletas.

    As categorias de lcteos possui tambm flexibilidade para se adequar s restries do mercado quanto s gordu-ras trans e saturadas e presena de lactose, pelo desen-volvimento de produtos livres de gordura e lactose.

  • B19

  • ACONJUNTURA

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    MATRIA DE CAPA

    Corrida para inovarCada vez mais impulsionada pelas necessidades das

    indstrias de alimentos e bebidas, as empresas de ingre-dientes se adiantam em trazer alternativas para agregar valor e inovar os produtos para conquistar consumidores de um mercado que vem passando por constantes transfor-maes. A FiSA 2014 foi um celeiro de grandes novidades, inclusive de novas solues para o setor de lcteos.

    Entre as empresas que levaram inovao para o evento est a ICL Food Specialties, que apresentou linha de produ-tos que combinam soluo funcional e saudabilidade. Para o segmento de lcteos, a empresa trouxe o Grill Cheese, queijo com textura cremosa, que pode ser assado, grelhado ou frito. A formulao possui baixo teor de gordura, 20% de gordura do queijo e 30% g de produto representa 12% do IDR, tendo apenas 90Kcal a cada 30 gramas. As protenas somam 21% e 30 g do produto representam 12% do IDR. O produto apropriado para ser consumido por vegetarianos por ser excelente fonte de protena. O Grill Cheese j foi desenvolvido no Brasil junto com um cliente da empresa e, em breve, deve entrar no mercado.

    Segundo Catharina Wagner, do marketing da ICL Food Specialties, a ideia foi criar uma nova opo para produzir um queijo semelhante ao coalho e que fosse possvel mu-dar o sabor, introduzindo ervas finas ou outros ingredientes.

    Linhas e marcas Para atender crescente demanda e aos desafios do

    mercado, outra empresa que tambm atua no setor de in-gredientes, a Clariant, lanou a linha Vitipure, que produ-zir no Brasil solues com marca prpria. Os produtos da nova linha atendero inicialmente os segmentos de deriva-dos de lcteos e bakery, mas outros sero incorporados no futuro. Mario Zampollo, gerente de Business Line Food In-gredients da Clariant para a Amrica Latina, destacou: op-tamos pela produo nacional para reduzir a complexidade de algumas operaes de nossos clientes, bem como para desenvolver apropriadamente a sinergia entre a imensa va-riedade de ingredientes e aditivos do mercado. Mas, conti-nuaremos importando matrias-primas de nossos parcei-ros internacionais, que nos oferecem consistente suporte tecnolgico e estratgico.

    Entre as solues apresentadas pela Clariant na FiSA para a rea de lcteos est o iogurte com alta densidade full fat light e light em calorias. Os produtos tm como base ingredientes naturais.

    A Basf, que consolida sua marca Newtrition para o mer-cado de nutrio humana na Amrica Latina, para a rea de lcteos traz vitaminas A, B2, B5 (pantotenato de clcio), B12,D3, E e K, alm de mega 3 e o fitoesterol, que so ingre-dientes funcionais e o os caratenides (betacaroteno, lico-peno e lutena), muito utilizados como corantes.

    Uma das principais caractersticas dessas solues do portflio da Basf que podem ser encontradas nas formas em p ou oleosa, permitindo diversas aplicaes. Alm disso, as vitaminas, o mega-3, o fitoesterol e os corantes so oferecidos em diferentes concentraes e, no caso do mega-3, diferentes concentraes de EPA e DHA, de acordo com o beneficio buscado pelo cliente. Os corantes betaca-rotenos do portflio podem ser naturais ou idnticos aos naturais. O licopeno, de cor vermelha, e a lutena, amarela, tm funes, alm de tecnolgicas, de antioxidantes.

    As vitaminas, o fitoesterol e o mega 3 podem ser aplica-dos em iogurtes, margarinas, leites fluido ou em p fortifica-dos para crianas, nesse caso, o DHA tem papel importante no desenvolvimento mental dos pequenos. Nos iogurtes e margarinas, os corantes tambm podem ser aplicados.

    Com a recente inaugurao, em maio, do Centro de Apli-caes de Nutrio e Sade da Basf , em Jacare, a empre-sa passou a disponibilizar aos clientes moderna estrutura de ltima gerao com tecnologia indita na Amrica do Sul. Alm de permitir desenvolvimentos em conjunto com nossos clientes, a primeira vez que se oferece um espao totalmente conectado entre os segmentos alimentcio e far-macutico, permitindo que os clientes comuns a ambos os segmentos identifiquem ainda mais vantagens de usufruir dos nossos laboratrios, destaca Tatiana Kalman, diretora de Nutrio e Sade da Basf para Amrica Latina.

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    Iogurte islandsNo que depender da Germinal, agora chegar a vez do

    iogurte islands. O caminho aberto no mercado de iogurtes diferenciados com o advento do grego, traz oportunidade para o islands tambm conquistar consumidores que bus-cam novas experincias. O iogurte islands conta com mais protena. Enquanto o grego possui de 4 a 5% de protena, o islands tem 10%, alm disso, contm menos acar e gor-dura. Outra caracterstica inovadora da soluo est na po-sio dos preparados de frutas, que com uso de tecnologia desenvolvida pela Germinal, foi invertida em relao ao que se encontra atualmente no mercado e as frutas foram colo-cadas na parte superior do iogurte.

    Com a expanso da empresa na rea de lcteos, a Ger-minal tambm trouxe novas linhas para bebida UHT, de-senvolvendo sistemas que possibilitam mais alternativas nessa categoria para as indstrias. Entre os produtos ofere-cidos na linha esto: bebida base de caf gelada; iogurte grego na verso para beber e solues para bebidas de soja, alm de sistemas de estabilizao inspirados em aromas de blends de graviola, aa, entre outras frutas.

    Sude e sustentabilidadeCom foco em consumidores saudveis e planeta susten-

    tvel, a Gemacom Tech apresentou a linha Dairy Pro, fonte de protena sem elevao no teor de gordura, mantendo cre-mosidade e qualidade do sabor final. Os produtos oferecidos na linha apresentam reduo do valor energtico, do teor de acar, do teor de gordura, sem gerao de soro. As solues podem ser aplicadas em produtos doces ou salgados.

    A Gemacom Tech apresentou tambm uma linha con-ceito para estimular o consumo de lcteos em vrios mo-mentos do dia. Trabalhando em conceito mais global da tabela nutricional, a empresa criou a linha 4aday, que tem como objetivo promover o consumo dirio de, ao menos, quatro pores de derivados lcteos por dia. A ideia apre-sentar ao consumidor produtos que se ajustem aos diferen-tes momentos de consumo, oferecendo opes combinadas para contribuir na melhora da sade em diversos aspectos e sempre atendendo s necessidades nutricionais espec-ficas. O conceito dividido em quatro passos, o primeiro a escolha do momento de consumo, dividido em seis opor-tunidades durante o dia; o segundo se refere escolha de sabores, com 50 opes de sabores; o terceiro, escolha de complementos, com 40 alternativas e o quarto, seriam as sugestes de sabores desenvolvidos pela empresa.

    As empresas de ingredientes demostram alinhamento com as tendncias de mercado com novos desenvolvimen-tos que atendem s vrias vertentes da saudabilidade, ofe-recendo s indstrias solues para levar a consumidores mais atentos aos produtos disponibilizados ao mercado. Os derivados de leite, por sua flexibilidade, permanecem como excelentes veculos de inovao e a amostra apresentada na FiSA 2014 comprovou a versatilidade proporcionada pe-las vrias categorias de lcteos.

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    Minas Lctea Agora, s em 2015

    EVENTO

    Juara Pivaro

    A realizao do Minas Lctea em 2014 foi cancelada. A deciso ocorreu aps manifestao de expositores junto Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuria de Minas Gerais) sobre insatisfao com o adiamento para novem-bro de 2014. Aps reunio das partes, no incio de julho, em Belo Horizonte, foi acordado que o prximo evento

    acontecer em julho do prximo ano. Houve mudana tambm na periodicidade, que passar a ser bienal.

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    O anncio, no ms de maio deste ano, comunicando o adiamento para novembro do Minas Lctea, que tradi-cionalmente acontece em julho, na cidade de Juiz de Fora (MG), foi motivo de alvoroo no setor de laticnios. Afinal, um evento to tradicional, que ocorre h mais de 40 anos, incluindo exposio (Expomaq) e Congresso Cientfico, j fazia parte obrigatria da agenda de profissionais, empres-rios e demais players do setor.

    Havia ainda o fato de julho ser ideal para um evento do setor leiteiro por ser perodo de entressafra, fator decisivo para a participao daqueles que verdadeiramente fazem o sucesso do evento, ou seja, os visitantes.

    Em seu comunicado de maio, a Epamig, responsvel pelo Minas Lctea, informava a necessidade de adiamento por trs motivos: altos preos no setor de eventos em decorrn-cia da Copa do Mundo; eleies nacionais, que no possi-bilitariam, a partir de julho, usar logomarca do Governo de Minas Gerais em eventos, entre outras aes de comuni-

    cao, impossibilitando divulgao da feira e o fato de no ter encontrado empresa privada parceira que se responsa-bilizasse pela operao de infraestrutura do evento e sua divulgao.

    A comunicao de adiamento j prximo data do evento gerou insatisfao por parte dos expositores com reserva de estandes no Expominas, pois j estavam progra-mados para o Minas Lctea, inclusive, muitos haviam inves-tido em aes de marketing, desenvolvimento de produtos para apresentar na feira, reservas de passagens areas, hotis, entre outras aes.

    Para buscar mais explicaes sobre a situao, mui-tos expositores enviaram carta elaborada em comum acordo Epamig, que traduzia a perplexidade diante da situao. Como resultado dessa atitude dos exposito-res, a empresa convidou todos os expositores para uma reunio, realizada no incio de julho, com objetivo de dar maiores esclarecimentos.

  • B25

    Mudanas de calendrio

    Dos expositores convidados, trinta estiveram presentes no encontro e algumas mudanas foram decididas. Primei-ramente, foi acordado o cancelamento do Minas Lctea em novembro de 2014 e que a prxima edio do evento ocorrer em julho de 2015. Na reunio, os expositores ex-puseram Epamig que a periodicidade fosse alterada e que a realizao a cada dois anos seria mais apropriada para preparao de um evento de grande porte, possibilitando que as empresas tenham um tempo maior para apresentar inovaes e lanamentos de produtos. Aps votao, a gran-de maioria dos presentes optou pela periodicidade bienal do evento.

    Para a edio de 2014, a Epamig no conseguiu parcei-ro privado para organizao do evento, considerado pela empresa mineira o melhor formato para viabilizar o Minas Lctea. Em segundo comunicado oficial, emitido aps a reu-nio de julho, a empresa informou tambm que continuar procurando parceiro privado e , caso novamente a parceria no for concretizada, se manter como organizadora e res-ponsvel pela realizao. A Epamig esclareceu tambm que a gesto e diretrizes da feira permanecem com a empresa, assim como a coordenao tcnico-cientfica e refora que se a parceria almejada no for concretizada, a Epamig se manter como realizadora.

    Ainda na reunio, foi decidido que todos os acordos com os expositores para julho de 2014, relativos a posicionamen-to de estandes e responsabilidades devero ser mantidos para a nova data. Os contratos devero ser refeitos, atuali-zando datas de vencimento e realizao do evento. Outra mudana ser a criao de Conselho Gestor para o Minas Lctea, que ser aberto para participao de representantes de expositores.

    Aps o encontro, foi acordado tambm que qualquer comunicao sobre as decises tomadas na reunio seriam efetuadas apenas via assessoria de comunicao da Epamig.

    Em resposta solicitao desta publicao, a assesso-ria de comunicao informou que definir o cronograma de atuao do Minas Lctea to logo seja possvel e, ento, decidir o momento adequado para fazer nova tentativa de terceirizao do evento. Foi ressaltado ainda que a inteno da Epamig de manter todo o formato tradicional, tanto na parte tcnica, quanto nas exposies.

  • ACONJUNTURA

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    CATEGORIA

    RequeijoTradio genuna brasileira

    talo Tuler Perrone - Professor do Departamento de Tecnologia de Alimen-tos da UFVJansen Kelis Ferreira Torres - Professor do Instituto de Laticnios Cndido Tostes

    A tcnica mais tradicional para produo de requeijo consiste na utilizao de tachos de camisa dupla e do em-prego de massa obtida pelo processo de coagulao cida proveniente da fermentao do leite. Esse mtodo foi muito empregado como forma de aproveitamento de leite cido quando se trabalhava majoritariamente com recepo de leite no resfriado em lates. O mtodo de produo mui-to utilizado para a produo de queijos a partir do leite de bfala no Norte do Brasil. Ainda possvel encontrar o m-todo tradicional de produo em pequena escala, contudo no o mais empregado atualmente pelas indstrias.

    A produo de requeijo a partir de massa obtida por coagulao enzimtica foi desenvolvida no Instituto de Laticnios Cndido Tostes h algumas dcadas, possuindo maior possibilidade de controle da composio da mas-sa e, consequentemente, do produto final, principalmente quando associado ao emprego das panelas tipo Stephan. Essa segunda forma de produo de requeijo possui ou-tra grande vantagem que a obteno de soro doce como co-produto do processo, diferentemente do processo tradi-cional que acarreta a formao de soro cido. O soro doce possui maior leque de opes para o processamento, prin-cipalmente maior facilidade para a produo de soro em p. Outro aspecto que evoluiu com essas tecnologias foi o emprego de sais fundentes mais especficos e com maior poder de atuao do que o tradicional citrato de sdio.

    Novas tecnologiasO mercado de requeijo, h algum tempo, vem buscando

    novas alternativas. Podemos destacar os produtos com sabores diferenciados (como ervas finas), produto light, requeijo com fibras e requeijo sem lactose, sem falar dos inmeros desenvolvimentos realizados para aplicao culinria. Atualmente, existem empresas produzindo requeijo sem a gerao de co-produtos, tecnologias definidas por Stephani (2013) como tecnologias limpas, pois utilizam todos os slidos presentes nas matrias-primas e ingredientes adotados, no gerando nenhuma perda de slidos. A base dessas tecnologias a utilizao de protenas lcteas na forma de concentrados proteicos de leite e de soro.

    InovaoA busca por tecnologias que gerem cada vez menos

    sub-produtos ou co-produtos existe muito potencial para o desenvolvimento e para a pesquisa na rea de requeijo. Dois pontos devem ser destacados nas tecnologias: o pri-meiro, a utilizao de novas formulaes que empreguem slidos de origem lctea desidratados, com destaque para os concentrados e isolados proteicos de leite e de soro e, o segundo, o desenvolvimento de novos equipamentos que possibilitem a utilizao mais otimizada de ingredientes

    e maior controle sobre a consistncia e a textura dos pro-dutos finais.

    Na categoria de requeijo existem possibilidades para inovao no que se refere a aplicao do novos ingredien-tes, sabores e texturas. Pode-se destacar o desenvolvimen-to de produtos com aplicaes bem definidas, como para utilizao em pizzas, salgados e tortas congeladas. Esses tipos de requeijo possuem muito trabalho de desenvolvi-mento e inovao sendo realizado por diferentes empre-sas. Outra linha para a inovao com requeijes consiste na obteno de produtos com elevados teores de protenas e baixos teores de gordura. Por se tratar de um produto com elevado teor de protenas, que pode estar na forma pastosa ou de corte, existe muito potencial na obteno de produtos ricos ou fonte de protenas. Normalmente es-tes produtos ricos em protenas so direcionados a atle-tas e, majoritariamente, so doces, o desenvolvimento de requeijes ricos em protenas e com baixos teores de gordura abre caminho para a obteno de novos produtos salgados para este tipo de consumidor.

    LegislaoSegundo o Regulamento Tcnico de Identidade e de

    Qualidade de Requeijo (Portaria nmero 359 de 1997 do MAPA), entende-se que Requeijo ou Requesn (agora ape-nas chamado de Requeijo) o produto obtido pela fuso da massa coalhada, cozida ou no, dessorada e lavada, ob-tida por coagulao cida e/ou enzimtica do leite, opcio-nalmente adicionada de creme de leite e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou butter oil. O produto poder estar adicionado de condimentos, especiarias e/ou outras substncias alimentcias. A denominao Requeijo est reservada ao produto no qual a base lctea no contenha gordura e/ou protena de origem no lctea.

    Segundo o mesmo Regulamento Tcnico, so ingredien-tes obrigatrios para a produo do requeijo o leite ou lei-te reconstitudo, para o Requeijo Cremoso, acrescenta-se o creme e/ou manteiga e/ou gordura anidra de leite ou but-ter oil. So ingredientes opcionais o coalho ou coagulantes apropriados, o creme, a manteiga, a gordura anidra de leite ou butter oil, os slidos de origem lctea, o leite em p, a ca-sena, os caseinatos, o cloreto de sdio, o cloreto de clcio, os fermentos lcteos ou cultivos especficos, condimentos, especiarias e outras substncias alimentcias.

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    Marca emblemtica, quando se pensa em requeijo, a histria da Catupiry remete a 1911, quando um casal de imigrantes italianos, na estncia hidromineral de Lambari (MG), deu incio ao processo industrial do produto.

    Apesar da origem italiana, o nome escolhido para o produto foi Catupiry, que em tupi-guarani significa exce-lente, conceito que o laticnio queria proporcionar para seu produto.

    A clebre caixinha redonda, de madeira, feita arte-sanalmente uma a uma, dessa poca, com rtulo nas cores vermelho, azul e branco. Sua forma est associada aos queijos, mas seu acondicionamento primrio, em ce-lofane, foi feito sob medida com o objetivo de envolver o requeijo pela base e lateral, tendo no topo uma tampa do mesmo material.

    Em 1922, j industrializado na cidade de So Loureno, o requeijo Catupiry ganhou seu primeiro prmio: meda-lha de ouro na Exposio Internacional de Alimentos do Rio de Janeiro. Em agosto de 1936, a marca foi registrada sob o nmero 47449. A industrializao do produto, que havia comeado em So Loureno, passou a ser feita em So Paulo somente em 1949.

    Inicialmente, o produto era consumido puro, com pes, torradas e sobremesas. Mas, por ser um alimento verstil e ter baixo teor de acidez, logo se tornou um ingrediente indispensvel para inmeros pratos como massas, peixes, aves, despertando a criatividade das donas de casa e chefs brasileiros, gerando uma infinidade de receitas culinrias, como por exemplo: Camaro ao Catupiry, Fil ao Catupi-ry, po de queijo recheado com Catupiry, coxinhas, entre outros. Dessa maneira, surgiu a expresso ao Catupiry nos grandes restaurantes.

    Na dcada de 70, a tradicional embalagem de madei-ra era um cone junto ao seu pblico consumidor. Nessa poca, o produto passou a conquistar a tradicional cozi-nha italiana no Brasil, foi quando surgiu a famosa Pizza

    de Catupiry. J na d-cada de 90, a embala-gem passou a ser de plstico e apareceram os pouches de 250g, as bisnagas, baldes com 3,6 kg e sacos de 10 kg vendidos s pizzarias. Atualmente, o requei-jo Catupiry embalado na famosa caixinha de madeira encontrado nas lojas Delcias Ca-tupiry em So Paulo e em alguns emprios.

    Verses

    Existem dois tipos de requeijes. O primeiro o tra-dicional Catupiry, que embalado na icnica embalagem redonda e o requeijo em copo. Os dois se diferem em re-lao densidade, ao brilho e ao sabor caracterstico de cada um.

    O Catupiry tradicional extremamente verstil e pode ser consumido em torradas, pes, lanches e suporta altas temperaturas sem derreter devido a sua maior densidade. Portanto, pode ser utilizado em qualquer receita para for-no e fogo. mais denso que o requeijo em copo devido ao seu processo de produo que diferenciado, o que o torna nico em sabor e cremosidade. A receita a mesma desde 1911 e mantida em segredo e isso o que torna nico no mercado.

    O requeijo em copo tem indicaes de consumo mais limitadas, pois no suporta as altas temperaturas do for-no, o que restringe o seu uso em pizzas, por exemplo.

    Paulo Sola, gerente de marketing da Catupiry, afirma que: O requeijo em copo foi lanado pela Catupiry no incio de 2001 e foi motivado pela demanda dos consu-midores, que queriam um produto comercializado em uma embalagem menor e, nesse momento, o mercado de requeijo copo estava se consolidando. Atualmente, a verso em copo tem uma maior demanda, devido ao seu maior consumo no caf da manh e em lanches".

    Desde o lanamento do requeijo Catupiry, o processo foi se modernizando devido evoluo tecnolgica, mas o modo de preparo e a receita foram mantidos.

    A inovao em relao ao Catupiry tradicional ocorreu em 2008, com o lanamento do Catupiry Light. Esse pro-duto contm 38% menos calorias e 44% menos gordura do que a verso tradicional e manteve quase inalteradas as caractersticas de sabor, cremosidade e forneabilidade, em comparao ao tradicional. A aceitao dos consumidores foi excelente.

    Na linha em copo, a inovao ocorreu em 2011, com o lanamento da Linha Sabores, com quatro opes: azeitonas pretas, tomate seco, ervas finas e cheddar. Os produtos esto em embalagens com aplicao dos rtulos em sleeve e um for-mato diferenciado em relao ao copo padro de mercado.

    O requeijo est presente em aproximadamente 58% dos lares brasileiros e o nmero de compradores cresce a cada ano. Nesses lares, foram compradas oito embalagens por ano, em mdia e a categoria requeijo mantm a tendncia de crescimento anual. Em 2012, cresceu 8% em volume.

    Os consumo domstico de produtos da Catupiry, em termos de representatividade em unidades maior do que no foodservice, mas em volume h um equilbrio, pois as embalagens para foodservice so maiores.

    CatupiryTradio e excelncia

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    CONJUNTURA

    LEITE/CEPEAPreo ao produtor se mantm estvel, na casa de R$ 1/litro

    O preo do leite pago ao produtor permaneceu relativa-mente estvel em julho, ainda em reflexo demanda pou-co aquecida pelos derivados lcteos somada maior cap-tao de leite na regio Sul do Pas, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avanados em Economia Apli-cada), da Esalq/USP. O preo do leite lquido ao produtor (sem frete e impostos) teve queda inexpressiva de 0,01% e fechou julho/14 em R$ 1,0127/litro na mdia Brasil m-dia dos estados de GO, MG, BA, PR, RS, SC e SP ponderada pelo volume captado em junho, conforme levantamentos do Cepea. J o preo bruto (inclui frete e impostos) fechou a R$ 1,0994/litro, ligeira alta de 0,09% em relao mdia de junho/14.

    Colaboradores do Cepea informam que a demanda por derivados ainda esteve pouco aquecida neste ms de final da Copa e frias escolares, refletindo em maiores estoques nesse perodo e na diminuio dos preos ao produtor.

    Paralelamente, as chuvas favoreceram a produo nes-te incio da safra na regio Sul do Pas, ainda que em algu-mas mesorregies dos estados sulistas o excesso de preci-pitaes tenha prejudicado a coleta do leite. No Paran, a captao de junho foi 12,1% maior que a de maio; no Rio Grande do Sul, o aumento foi de 8,2% e, em Santa Cata-rina, de 5,6%. So Paulo e Minas Gerais tambm tiveram acrscimo nas captaes, de 0,7% e 3,6%, respectivamente, enquanto que Gois houve queda de 2,4% e Bahia, de 2,8%. No balano dos sete estados, o ndice de Captao do Leite (ICAP-L) do Cepea em junho teve aumento de 4,3%.

    Para julho e prximos meses, as expectativas ainda so de aumento na produo sulista, visto que a safra est apenas comeando. A captao em algumas regies, no entanto, pode ter problemas devido ao excesso de chuvas. Da mesma forma, as precipitaes de julho em alguns es-tados da regio Central e Sudeste podem influenciar no aumento da captao dessas praas.

    Quanto aos preos a serem pagos aos produtores em agosto, representantes de laticnios/cooperativa consul-tados pelo Cepea se dividem entre queda e estabilidade. Dentre os entrevistados, 46,4% que representam 23,4% do leite amostrado acreditam em estabilidade para o pr-ximo ms; j outros 29,8% dos agentes, que respondem por 53,7% do volume captado, indicam queda. Os demais 23,8% (representam 22,9% do leite) esperam alta nos pre-os em agosto.

    Em julho, as cotaes dos derivados no atacado paulis-ta tiveram alta. Na mdia mensal, o leite UHT esteve a R$ 2,299/litro e o queijo muarela, a R$ 12,856/kg - cotaes at o dia 30 -, o que representa altas de 3,17% e 0,36% em relao a junho/14, respectivamente. De acordo com colaboradores do Cepea, o final da Copa motivou alguma melhora das vendas, refletindo nas cotaes no decorrer de julho. Alm disso, profissionais consultados pelo Cepea

    relataram que empresas produtoras de UHT, geralmente de maior porte em relao s produtoras de queijos, for-aram alta dos preos alegando impactos na captao no Sul, principalmente. Esta pesquisa de derivados do Cepea realizada diariamente com laticnios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organizao das Cooperativas Brasi-leiras (OCB) e da Confederao Brasileira de Cooperativas de Laticnios (CBCL).

    Veja grficos e tabelas.

    Grfico 2: Srie de preos mdios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA

    Fonte: Cepea-Esalq/USP.

    Grfico 1: ICAP-L/Cepea - ndice de Captao de Leite JUNHO/14. (Base 100=Junho/2004)

    Fonte: Cepea-Esalq/USP.

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    Contatos para entrevista somente pelos e-mails [email protected] e [email protected]

    Tabela 1. Preos pagos pelos laticnios (brutos) e recebidos pelos produtores (lquidos) em JULHO referentes ao leite entregue em JUNHO.

    Fonte: Cepea-Esalq/USP.

    Tabela 2. Preos em estados que no esto includos na mdia nacional RJ, MS, ES e CE. Fonte: Cepea-Esalq/USP.

  • ACONJUNTURA

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    MERCADO

    Mercado de bebidas lcteas fortificadas com minerais e vitaminas ganha destaque na Amrica Latina

    Na Amrica Latina, o Chile o pas que deve registrar o maior crescimento mdio, de valor, nos prximos cinco anos, cerca de 3,1%, com consumo per capita bem esta-belecido, revela a Mintel. J os mercados colombianos e brasileiros tambm devem passar por um bom crescimen-to durante o mesmo perodo de tempo. O Mxico, por sua vez, o nico mercado na regio que deve declinar.

    Bebidas lcteas fortificadas com minerais e vitaminas permanecem importantes na regio pois as marcas esto focando em formulaes saudveis. As empresas que atu-am no setor tambm tm respondido com uma srie de variedades saudveis para enfrentar a preocupao do au-mento da obesidade na regio.

    Bebidas lcteas enriquecidas poderiam ganhar apelo mais forte entre os consumidores se atributos e posiciona-mentos especficos fossem comunicados na embalagem. Produtos com posicionamento de calorias reduzidas, com ingredientes naturais e saudveis, devem ter uma boa per-formance na regio.

    J em nvel mundial, a produo de leite sem lcteos cresce constantemente. E a maioria desse consumo acon-tece por razes no ligadas a dietas, mas sim por moti-vos de percepes saudveis e de sabor. Esse crescimento tem sido alavancado pelos leites de soja. Entretanto, tendo atingido uma saturao de mercado, as vendas caram um pouco em vrios pases, como nos Estados Unidos. Entre-tanto, os leites de amndoas, arroz e sementes so alter-nativas que esto proliferando.

    Alguns exemplos de bebidas lcteas lanadas recente-mentes na Amrica Latina:

    Argentina: Iogurte para beber, com sabor de morango e kiwi , contm 37% menos calorias e possui nutrientes como zinco, vitaminas A, D e E.

    Mxico: Leite com sabor chocolate, da Hersheys, pos-sui uma frmula nova que proporciona 25% mais calcio e menos calorias. Voltado para crianas, esse lanamento tem vitaminas e zinco.

    Peru: O iogurte Vital, da Gloria, sem gordura. Com sabor de Guanabana, contm o adoante natural estvia e probiticos.

    Mxico: Iogurte para beber, sabor ma e enriqueci-do com cereais, tem vitamina A e contedo reduzido de gordura.

    Para mais informacoes sobre essa pesquisa e qualquer outro pro-duto/servio Mintel, envie e-mail para [email protected] ou ligue para 0800-095-9094 (Ramal 1)

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    PAINEL

    Evento tambm contar com lanamento de 2 edio de livro sobre este tema O Centro de Tecnologia de Laticnios (Tecnolat), unidade pertencente ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL/

    APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So Paulo), realiza Simpsio sobre Requeijo Cremoso e Outros Queijos Fundidos: Tecnologia de Fabricao, Controle do Processo e Aspectos de Mercado, no dia 28 de agosto, na cidade de Campinas.

    Os temas propostos pelas coordenadoras Ariene G. F. Van Dender e Patrcia B. Zacarchenco incluem as tendncias do mercado de queijos no Brasil; alternativas tecnolgicas de fabricao de requeijo; requeijo culinrio: aspectos tecnolgi-cos e regulatrios; embalagem para requeijo e outros queijos fundidos e importncia dos sais fundentes na conservao de queijos.

    O evento tambm servir para o lanamento da segunda edio revisada e ampliada do livro "Requeijo Cremoso e Outros Queijos Fundidos: Tecnologia de Fabricao, Controle do Processo e Aspectos de Mercado," sendo autora e organizadora a pesquisadora do Tecnolat, Dra. Ariene G.F. Van Dender, que contou com a colaborao de pesquisadores da equipe do Ital e de colegas de outras instituies convidados a participar da segunda edio. Optou-se por atualizar a obra j que hou-ve grande desenvolvimento das pesquisas do setor e surgimento de novas tendncias no mercado Esta edio apresenta uma atualizao dos resultados de pesquisa, desenvolvimento, inovao e modificaes na legislao dos ltimos sete anos, explica a pesquisadora.

    O crescimento significativo do mercado de requeijo cremoso e queijos fundidos no Brasil fez com que essa categoria -que engloba requeijo cremoso, requeijo culinrio e demais variedades de queijos fundidos fabricados em nosso pas - atingisse a classe de queijos mais consumida no Brasil no ano de 2011.

    Ariene Van Dender comenta tambm que, nesta edio ser possvel encontrar as novas tendncias e tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do ITAL e de outros institutos de pesquisas e universidades do Brasil. Trabalhos de pes-quisa com requeijo cremoso sem adio de gordura e reduzido teor de sdio, com teor reduzido de lactose, probitico, prebitico, simbitico, com adio de protena de soja, com uso de concentrados proticos, dentre outros, so os que mais se destacam, diz a pesquisadora.

    Contudo, ao reunir o resultado de vrios anos de pesquisa e desenvolvimento e coloc-los disposio do pblico, a pesquisadora fala sobre suas expectativas. Pretende-se trazer subsdios prticos para a otimizao de tecnologias j existentes e para a melhoria da qualidade do requeijo cremoso, bem como apontar e discutir aspectos tericos de sua fabricao e controle, disponibilizando uma fonte de con-sulta que se espera ser de grande relevncia para a indstria de laticnios.

    Cada inscrito receber um exemplar da publicao no dia da cerim-nia de lanamento. As inscries podem ser feitas no site do evento, pelo link: https://eventos2.fundepag.br/TL280814/

    Pedidos do livro "Requeijo Cremoso e Outros Queijos Fundidos: Tecnologia de Fabricao, Controle do Processo e Aspectos de Mercado", no site www.revistalaticinios.com.br

    ServioSimpsio sobre Requeijo e outros Queijos ProcessadosData: 28 de agosto

    Horrio: 9 s 17 hs / Coquetel de lanamento ser das 17 s 18 hs.Local: Instituto de Tecnologia de AlimentosEndereo: Av.Brasil, 2880 CampinasInscries pelo site: https://eventos2.fundepag.br/TL280814/

    Italrealiza Simpsio sobre Requeijo e outros Queijos Processados

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    PAINEL

    FiSA 2014Brasil Ingredients Trends 2020 foi lanado na FiSA

    Durante a FiSA 2014 (Food Ingredients South America), que aconteceu em So Paulo, em agosto, foi lanado o BIT 2020 (Brasil Ingredients Trends 2020) e, durante seminrio realizado com foco no documento, Luis Madi, diretor geral do Insti-tuto de Tecnologia dos Alimentos (ITAL), apresentou informaes do estudo conduzido pelo ITAL e trouxe sobre tendncias mundiais. Segundo Madi, a OCDE (Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico), para atender s demandas de 2020, a produo de alimentos deve crescer 20%. O Brasil, na prxima dcada deve aumentar em 40% a produo. Em volume, o mercado deve saltar dos US$ 5,1 trilhes de 2010 para R$ 6,4 trilhes em 2020.

    O diretor geral do Ital observou que o cenrio brasileiro de players da indstria de alimentos e bebidas muito parecido com o da Unio Europeia, com micro e pequenas empresas correspondendo maior fatia de mercado. Entre as grandes ten-dncias apresentadas para a indstria de alimento, Madi enfatizou o foco na sade e chamou a ateno para um fator: "os marcos regulatrios dos pases emergentes precisam ser mais dinmicos".

    Ary Bucione, vice-presidente da ABIAD (Associao Brasileira da Indstria de Alimentos Dietticos e para Fins Especiais) e um dos especialistas que contribuiu com o BIT 2020, entre suas observaes, apontou que o setor precisa melhorar a comu-nicao com o pblico, que anda confuso com tanta informao.

    Raul Amaral, coordenador tcnico da plataforma de inovao tecnolgica do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) apresentou os drivers e tendncias do setor no Brasil. Entre eles esto: a evoluo da cultura gastronmica, a estrutura etria da populao, a preocupao com o envelhecimento saudvel, a preocupao com a sade dos olhos. "As grandes macroten-dncias e desafios so a eficcia e a segurana", observou Amaral.

    Dados de um artigo publicado no final de julho na revista Hypertension revelam que o consumo de probiticos tem efeito positivo na presso sangunea. Os pesquisadores do Instituto de Sade Griffith e Faculdade de Medicina da Universidade de Griffith, na Austrlia analisaram nove estudos onde foram observadas mudanas significativas na presso arterial de quem consumia probiticos regularmente. Os trabalhos analisados tiveram a participao de 543 pessoas saudveis e hipertensas, e parte delas ingeriu suplementos probiticos. O consumo de probiticos reduziu significativamente a presso arterial sistlica em 3,56mmHg e em 2,38 mmHG na presso distlica, em comparao com o grupo que no consumia probiticos.

    Os resultados mais positivos foram encontrados naqueles que consumiram regularmente probiticos

    por um perodo mais longo, acima de nove semanas; em doses que apresentavam quantidade acima de 10 UFC e tambm maior variedade de espcies probiticas

    Os probiticos so micro-organismos vivos que auxiliam no equilbrio da flora intestinal e podem

    proporcionar outros benefcios quando consumidos em quantidade adequada. A quantidade mnima vivel para os probiticos deve estar situada na faixa de 108 a 109 Unidades Formadoras de Colnias (UFC) na recomendao diria do produto pronto para o consumo, conforme indicao do fabricante. Valores menores podem ser aceitos, desde que a empresa comprove sua eficcia. Os probiticos podem ser encontrados em cpsulas e em alimentos como iogurtes, alguns vegetais fermentados e queijos.

    Iogurtes com probiticos podem ajudar a diminuir a presso arterial

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    A Embar Indstrias Alimentcias, sexta maior indstria de lcteos do pas, acaba de inaugurar uma nova caldeira na sua fbrica em Lagoa da Prata, regio Centro-Oeste de Minas Gerais. O novo equipamento represen-ta investimento de R$ 16 milhes, ocupa rea construda de 1.615 metros quadrados e tem capacidade de produo de vapor superior soma da capacidade das trs caldeiras anteriores.

    O novo equipamento, de ltima gerao, dispe de recursos de seguran-a ainda mais avanados, controlados eletrnicamente , com abafadores de rudos, isolamento trmico e acstico, impedindo que calor e rudo in-terfiram no ambiente interno da fbrica.

    Matriz energticaAlm do ganho industrial, a instalao da nova caldeira confirma a

    preocupao da Embar com o meio ambiente e as melhores prticas. O novo equipamento substitui a matriz energtica das caldeiras anteriores, trocando combustvel fssil, derivado de petrleo (leo combustvel) por combustvel renovvel, base de biogs, gerado na prpria empresa a par-tir da decomposio de matria orgnica, cavacos de eucalipto, abundante em Lagoa da Prata, e capim elefante.

    O novo sistema ainda gera economia do custo de produo e empregos diretos e indiretos, na medida que todo o combustvel renovvel que est sendo utilizado na nova caldeira, num total aproximado de 54 mil tonela-das/ano, todo adquirido de fornecedores da prpria regio, ao contrrio do combustvel anterior, beneficiando a comunidade.

    Embar inaugura nova caldeira na sua

    fbrica em Lagoa da Prata

    TangarProjeto Tangar Foods Gourmet

    Canal de vdeos com receitas

    Em julho, a Tangar Foods iniciou o projeto Tangar Foods Gourmet, uma srie de vdeos de receitas com aplicaes de produtos. O objetivo principal divulgar a linha Purelac para os seus clientes.

    Na primeira leva de produtos, todas as re-ceitas disponveis foram feitas com Purelac Pa-nificao, que substitui o leite na produo de alimentos.

    Link para o Canal: http://goo.gl/obxd10

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    YakultYakult do Brasil tem novo presidente

    O administrador de empresas Eishin Shimada, de 64 anos, o novo presidente da sub-sidiria brasileira da Yakult. O executivo assume com o compromisso e a determinao de manter a filial da multinacional japonesa na liderana do segmento de leite fermentado no Pas.

    Eishin Shimada comeou na Yakult Honsha matriz da empresa sediada em Tquio em 1973, na rea de Marketing, aos 22 anos de idade, logo que saiu da universidade. Nos 10 primeiros anos fez trabalho de campo essa conduta padro na empresa para todos os empregados. Com isso, pude acompanhar de perto as comerciantes autnomas que co-mercializam os nossos produtos Yakult Ladies e perceber a realidade de quem trabalha no campo, atendendo os clientes de porta em porta, afirma o executivo.

    Aps essa experincia, atuou por trs anos nas reas de Planejamento e Marketing; de-pois seguiu para a Yakult Filipinas, onde foi diretor de vendas por oito anos. Voltou ao Japo em meados de 1994 para atuar como gerente geral da planta da Yakult na regio de Osaka e, em 2001, seguiu para a Yakult Mxico, onde permaneceu por dois anos e meio. Em 2003 assumiu a Diretoria de Vendas no Brasil e, em 2010, a vice-presidncia da Yakult do Brasil. Em abril foi eleito presidente para um mandato de dois anos (2014-2016).

    Segundo o presidente, para manter a empresa na liderana fundamental reforar, a cada dia, trs responsabilidades fundamentais: estar sem-pre colaborando com a sociedade; estar sempre ampliando as oportunidades de postos de traba-lho; e, por meio de boas negociaes, manter a lu-cratividade e a consequente contribuio ao Pas. Esses trs pontos so o que qualquer empresa deve ter como obrigao e responsabilidade. Se faltar um deles a empresa no ter um retorno favorvel dos clientes e consumidores, refora Shimada.

    Embora a economia brasileira neste ano no apresente um horizonte muito claro, a meta da Yakult de manter um crescimento de 5% ao ano. No primeiro quadrimestre de 2014, entretanto, a empresa j atingiu um crescimento no volume de vendas de 10%, o que anima o novo presiden-te. Esses nmeros refletem a grande aceitao e confiana dos consumidores com nossos produ-tos, argumenta Shimada.

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    Danone eleita a empresa de alimentao lder em iniciativas sustentveis

    A Danone, lder nacional e mundial em produtos lcteos fres-cos, est entre as 50 melhores empresas globais do ranking Best Global Green Brands, que avalia as companhias lderes em pr-ticas sustentveis e de responsabilidade social. O resultado foi publicado na ltima semana, pela Interbrand, consultoria global que gerencia os valores das marcas em todo mundo.

    O ranking aponta as empresas globais consideradas mais ver-des, mensura e qualifica os projetos de responsabilidade social, ambiental e de sustentabilidade de cada organizao. Este ano, a Danone alcanou a 9 posio no ranking e a primeira empresa no segmento de alimentao. A Empresa destaca-se pelas suas iniciativas na meta de reduo de emisso de carbono (reduzin-do 30% em 4 anos); a reduo de consumo de gua (mais de 40% nos ltimos anos), alm do compromisso global com a respon-sabilidade social e ambiental integrado s metas econmicas e sociais.

    Desde 1972, o modelo de negcios da Danone baseado em um projeto duplo, que se fundamenta na crena de que no h desempenho econmico sem prestar ateno nas pessoas.

  • A38

    PAINEL

    OrdemilkCatarinense Ordemilk compra operao no Brasil da Boumatic,

    fabricante norte-americana de equipamentos para cadeia do leite

    A Ordemilk Ltda, de Treze Tlias (SC), concluiu a aquisio das operaes da unidade brasileira da fabricante norte-americana de equipamentos para a cadeia do leite Boumatic. Com isso, a Or-demilk ganha flego para acelerar o seu processo de expanso nacional e ampliao da linha de produtos, especialmente voltados para mdios e grandes produtores de leite. O negcio envolve investimentos iniciais de R$ 5 milhes.

    A Ordemilk tornou-se o maior cliente da Boumatic no Brasil, representando cerca de 50% dos negcios da fabricante norte-americana no pas. Com a deciso da indstria de ter um parceiro es-tratgico no pas, decidimos fazer o investimento e ganhar competitividade em linha de produtos e em presena territorial, explica Valdir Milan, diretor-presidente e fundador da Ordemilk.

    A Boumatic instalou sua unidade no Brasil h menos de trs anos e passou a oferecer aos pro-dutores de leite do Brasil mais uma opo de qualidade em equipamentos para ordenha de alto desempenho e refrigerao. Contando com parceiros locais para distribuio, rapidamente a mar-ca posicionou-se no mercado, abocanhando cerca de 30% do segmento de mdia e alta produo.

    A Boumatic reconhecida mundialmente por ter equipamentos muito resistentes, confiveis e com baixa manuteno. Esse pacote agradou os produtores brasileiros. Estimamos que a marca j instalou cerca de 2.500 conjuntos de ordenha, especialmente no Paran, Santa Catarina, So Paulo, Minas Gerais, Gois e Nordeste, informa Milan.

    H 15 anos no mercado, lder do segmento em Santa Catarina e com cerca de 170 funcionrios, a Ordemilk conta atualmente com nove revendas prprias de equipamentos e acessrios para a cadeia do leite, incluindo linhas de ordenha, conforto animal, conteno, higienizao, resfria-mento, manejo de dejetos e vages forrageiros, entre outras.

    A aquisio da Boumatic importante para a Ordemilk por vrios fatores. Alm de contribuir para a expanso rpida da empresa, h uma relevante complementariedade da linha, j que pas-samos a atuar com competitividade nos projetos maiores, constata Valdir Milan.

    O negcio tambm d condies para a Ordemilk acelerar o seu processo de atuao nacional. Com as revendas em SC e PR, no tnhamos condies de atender com a rapidez e a eficincia ne-cessrias os produtores de leite de outras regies. Quando um produtor solicita um equipamento, porque ele precisa imediatamente. Entendo isso perfeitamente e o negcio da Ordemilk cresceu muito em razo dessa agilidade. Com a Boumatic, passamos a ter estrutura para avanar rumo ao Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, informa Milan.

  • B39

    Para impulsionar o desenvolvimento de maneira sustentvel e gerar trabalho e renda, o planalto norte catarinense lanou em 23 de julho, uma importante iniciativa - o Programa Planorte Lei-te - com apoio da Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Servio Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

    O programa visa estimular o desenvolvimento integrado e sustentvel do Planalto Norte de Santa Catarina por meio do fo-mento da cadeia produtiva do leite, promovendo a organizao das instituies, entidades e produtores, com base na produo diferenciada, gerando renda e estabilidade econmica, social e ambiental.

    De acordo com o prefeito municipal de Monte Castelo e pre-sidente da Associao dos Municpios do Planalto Norte Catari-nense (Amplanorte), Aldomir Roskamp, o programa foi elaborado com apoio de muitas entidades com a inteno de construir uma nova oportunidade de agregao de valor, incentivo para reter o homem no campo e tambm para resgatar a capacidade produti-va da regio, que foi reduzida a 30% se comparada s dcadas de 1980 e 1990.

    A pecuria de leite foi identificada como uma das atividades mais promissoras para a regio, principalmente pelas carac-tersticas regionais e a atual situao macroeconmica do pas. Alm disso, a atividade pode ser desenvolvida preservando o meio ambiente, fazendo uso de fontes alternativas de energia, gera renda mensal aos produtores, contribui para a autono-mia financeira das mulheres, favorece a sucesso familiar e constitui alternativa para a diversificao na propriedade rural.

    A atividade pode estimular a instalao de novos empreendimentos, a exemplo do comrcio de equipamentos, raes, medicamentos, indstrias processadoras, beneficiando assim no somente a produo leiteira, como demais cadeias pro-dutivas regionais.

    Para participar do programa as famlias devero integrar um grupo de produtores de leite constitudo pela entidade signatria do Programa Planorte Leite; ter a participao mnima de 70% nos encontros programados pelo grupo; ter bloco de notas de produtor rural e estar emitindo mensalmente a nota correspondente a produo de leite e ter adotado as reco-mendaes preconizadas pelos tcnicos das entidades signatrias do programa.

    O programa resulta da cooperao entre Amplanorte, Epagri, Cidasc, Prefeituras Municipais, UNC, Seaplan, IFSC, Faesc, Senar/SC, SC Rural, Embrapa, Sisclafplan, Cooperdotchi, Astramate, Territrio da Cidadania Planalto Norte, Sintraf, Sebrae, SDRs de Canoinhas e Mafra.

    Planorte Leite fomenta cadeia produtiva e o desenvolvimento

    sustentvel

  • A40

    PAINEL

    M CassabAnuncia parceria com a BASF