Revista Empresario Lojista

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informativo mensal referente ao comercio varejista do Rio de Janeiro

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Empresário LOJISTA2

O Brasil vive um dos melhores momentos de sua história. A estabilidade econômica, o desenvolvimento acelerado, os inves-timentos externos, o aumento da renda da população e o avan-ço da tecnologia vêm desenhando novo perfil nos mais variados segmentos de nossa economia, inclusive no comércio. Inúme-ras mudanças estão acontecendo, fazendo com que o varejo se torne uma atividade cada dia mais dinâmica, moderna e profis-sional. A informatização das lojas, o e-commerce, a concorrên-cia acirrada, são apenas alguns exemplos desse novo tempo. No caso específico do Rio de Janeiro, os mega eventos programados e o sucesso das UPPs também representam avanço importante que tendem a beneficiar o comércio de rua à medida que turis-tas e consumidores se sintam mais seguros para visitar à nossa Cidade ou sair de casa para fazer compras e se divertir.

No entanto, apesar de todo esse clima favorável, anti-gos problemas e dificuldades do dia a dia dos comerciantes continuam. Concorrência desleal de camelôs, invasão do mercado por produtos importados de preço baixo e qualida-de duvidosa, carga tributária excessiva são apenas alguns dos muitos entraves que atrapalham a lucratividade dos negócios. Isso, sem falar que a profissionalização do varejo incrementada pela tecnologia e pela concorrência acirrada do setor está acarretando outro problema para os lojistas, especificamente os que investem em treinamento de seus funcionários. É o que revela o empresário Alain El Mann, proprietário da tradicional rede de calçados Pontapé, que esclarece por que o treinamento passa a ser um dos princi-pais desafios enfrentados pelos lojistas de hoje.

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- A retenção de talentos (nível de excelência de mão de obra qualificada) está cada vez mais difícil. Investimos nos funcionários através de treinamentos, oferecemos as melhores condições de trabalho, premiações, possibilidade de ascensão profissional e, mesmo assim, em pouco tempo, sem conversar conosco, recebemos o comunicado de que es-tão nos deixando para ir trabalhar em outra empresa. Cal-culo que cerca de 70% pensam e agem dessa forma, o que provoca enorme rotatividade no quadro funcional. Penso que isso seja em decorrência da realidade que vivemos hoje com o aumento da oferta de empregos aliado aos ganhos da indenização trabalhista e do recebimento do seguro-desem-prego. O fato é que está muito difícil um funcionário per-manecer dois, cinco, dez anos na mesma empresa, conforme acontecia antigamente, quando muitos até se aposentavam depois de trabalhar a vida inteira numa única empresa – ex-plica, serenamente, o empresário.

Além dessa dificuldade e de outros problemas como a elevada carga tributária, Alain El Mann cita outro obstáculo que contribui para tirar o sono dos lojistas: o alto custo de locação dos imóveis comerciais.

- Com a pacificação dos morros e a consequente revitali-zação do comércio de rua, hoje um ponto em qualquer bair-ro está valendo tanto quanto em qualquer shopping center da Cidade. Creio que está havendo uma supervalorização por parte dos locadores que, esperamos, voltem em breve à realidade.

Com lojas espalhadas por toda a cidade, Alain conhece bem os hábitos e gostos dos consumidores de praticamente todas as regiões do Rio, como a clientela da Zona Sul, onde a Pontapé abriu, há 27 anos, sua primeira loja. Segundo ele, embora hoje o consumidor de um modo geral seja exigente à qualidade dos produtos e ao atendimento, o público desta região ainda tem no consumo uma prática que vai além da necessidade. Para o dono da Pontapé, trata-se de um público que gasta por prazer, para se sentir bem, mas que não abre mão da qualidade e do atendimento personalizado, confor-me ocorre também nas demais regiões de nossa Cidade.

- É por isso que investimos bastante em treinamento. Mas não fazemos diferenciação dos produtos que são prati-camente os mesmos em todas as lojas da rede, seja na Zona Sul, Norte, Oeste ou no Centro do Rio. Quanto ao treina-

Apesar da economia estável, lojistascontinuam enfrentando obstáculos

Empresário LOJISTA 3julho 2012

“No varejo, quem trabalha

com dedicação e seriedade

consegue vencer”

Alain El Mann, da Pontapé.

mento, é feito de forma conjunta e igualitária para todas as lojas, afinal, o cliente, seja ele de onde for, gosta e merece atendimento diferenciado e personalizado. E essa é uma de nossas preocupações: satisfazer a clientela em suas necessidades de consumo e de atendimento - completa Alain.

Com 320 funcionários e 23 lojas, devendo inaugurar mais cinco filiais até o fim do ano, Alain explica que não existe uma receita básica para definir o sucesso de uma empresa, mas acredita nos pilares que sempre sustenta-

ram e até hoje sustentam a Pontapé: muita seriedade no trabalho que desenvolve em todas as áreas da empresa. Além do treinamento constante, o empresário revela que é fundamental ter foco no cliente e buscar incessantemente oferecer produtos de qualidade com preço justo.

- No varejo, quem trabalha com dedicação e seriedade consegue vencer. Pensando assim é que estamos firmes no mercado, conquistando novos clientes e expandindo os negócios a cada ano que passa.

Com lojas no NorteShopping, Shopping da Gávea e na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, o empresário Eder de Lima Moraes assinala que independentemente do segmen-to em que atua, o lojista precisa fazer milagres para sobre-viver. Proprietário de três lojas da marca Lupo, ele assinala que no varejo os desafios são diários, por isso, é preciso estar sempre atento às oportunidades para ser competitivo e fazer crescer os negócios. Entre os problemas que mais afligem os comerciantes, Eder destaca os prejuízos sofridos com a economia informal face à concorrência desleal dos camelôs.

- A economia informal atrapalha demais os lojistas que recolhem corretamente seus impostos e agem conforme a Legislação Trabalhista, assinando a carteira de funcioná-rios e recolhendo devidamente os encargos sociais. Seria saudável se o governo adotasse uma política de incentivos para as pessoas que agem fora da lei pudessem vender suas mercadorias decentemente, sem prejudicar os lojistas legalmente estabelecidos.

Além da camelotagem, Eder se queixa também dos preços altos dos aluguéis cobrados pelas administradoras dos shoppings, dos tributos altos e da falta de medidas efi-cazes do governo em relação ao varejo que possam ajudar as micro e pequenas empresas a manter seus negócios e gerar mais empregos.

- Fazemos parte de uma realidade onde tudo é difí-cil. O lojista, para entrar em um shopping, tem que fazer malabarismo, pois os custos são altíssimos. Os impostos também são absurdos, como a alíquota de 19% de ICMS, que somos obrigados a recolher. Por que só beneficiam a indústria adotando medidas como redução de IPI de carros, geladeiras e não buscam implementar ações vol-tadas para o varejo que é o grande precursor do nosso País – questiona Eder.

Numa visão mais otimista, o empresário assinala que o comércio tem sido favorecido com o aumento de consumo das classes C e D, especificamente na Zona Norte onde se concentra grande número dessa clientela. São consumido-

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Tendo iniciado sua vida como lojista em Campo Gran-de, Zona Oeste do Rio, João Sérgio Cardoso Pedreira é um entusiasta daquela região, atualmente uma das mais prósperas de nossa Cidade. Foi lá, no West Shopping, que em 1999, o ex-bancário João Sérgio, três anos depois do fe-chamento do Banerj, onde trabalhava, resolveu se tornar lojista, abrindo um quiosque. Assim, fundou a Bella Luna, iniciando uma história de sucesso no varejo que nem ele mesmo esperava. Hoje, a Bella Luna, empresa especializa-da em bijuterias finas, peças folheadas a ouro e acessórios femininos, é uma bonita loja naquele shopping, bem locali-zada, numa das principais entradas. Também está presente no Passeio Shopping, Carioca Shopping, Shopping Jardim Guadalupe e no NorteShopping.

De acordo com Sérgio Cardoso, como é mais conheci-do, o crescimento do comércio de Campo Grande tem sido bastante promissor, com a grande vantagem de que ainda hoje, apesar do farto comércio daquela região, ainda existe espaço para ser explorado. Prova disso é a inauguração em novembro de um outro shopping de grande porte, o Park Shopping, do grupo do BarraShopping.

- Hoje ninguém precisa sair de Campo Grande para sa-

tisfazer suas necessidades de consumo. O crescimento só-cioeconômico da região está acontecendo de forma natural e planejada e atende a todos os públicos, independente-mente de classe social. A própria autoestima dos morado-res está mudando. Se antes muitos preferiam sair daqui para comprar ou se empregar no BarraShopping, mesmo enfrentando, muitas vezes, duas horas de trânsito, hoje a preferência, seja para trabalhar ou consumir, é dentro do próprio bairro.

Sérgio acredita que a inauguração do Park Shopping vai consolidar a força comercial da Zona Oeste e colocá-la no mais elevado patamar da economia carioca.

- O Park Shopping, juntamente com o West Shopping e o Bangu Shopping vem para fechar um triângulo econô-mico da maior importância formado por esses três grandes templos de consumo.

O empresário destaca também como outro fator de con-tribuição para o desenvolvimento da região o aumento do poder aquisitivo em função da expansão imobiliária, que atraiu pessoas de outros bairros e de classes sociais eleva-das para aquele lugar em busca de melhor qualidade de vida.

res, segundo Eder, de perfil decidido, que entram nas lojas, focados nos produtos que desejam, apesar de muitas vezes se seduzirem pelas compras por impulso. Para que isso aconteça com frequência, no entanto, Eder explica que procura investir em pequenos detalhes como vitrine sempre atualizada, arrumação adequada e uma boa iluminação.

- O lojista precisa estar atento sempre aos detalhes para atrair o consumidor. Por isso, outro diferencial que considero importante para chamar a atenção do consu-midor para dentro da loja é ter funcionários uniformi-zados e vendedoras maquiadas. O cliente se sente mais importante e acaba gastando mais do que pretendia - completa Eder.

“É preciso estar sempreatento às oportunidades para ser competitivo e

fazer crescer os negócios

Eder de Lima Moraes, da Lupo

Empresário LOJISTA 5julho 2012

“O comércio é uma atividade que vale a pena, apesar de

todas as dificuldades”

Sérgio Cardoso, da Bella Luna

Empresário Lojista - Publicação mensal do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio) e do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) Redação e Publicidade: Rua da Quitanda, 3/11° andar CEP: 20011-030 - tel.: (21) 2217-5000 - e-mail: [email protected] - Diretoria do Sindilojas-Rio - Presidente: Aldo Carlos de Moura Gonçalves; Vice-Presidente: Julio Martin Piña Rodrigues; Vice-Presidente de Relações Institucionais: Roberto Cury; Vice-Presidente de Administração: Ruvin Masluch; Vice-Presidente de Finanças: Gilberto de Araújo Motta; Vice-Presidente de Patrimônio: Julio Moysés Ezagui; Vice-Presidente de Marketing: Juedir Viana Teixeira; Vice-Presidente de Associativismo: Pedro Eugênio Moreira Conti; Vice-Presidente de Produtos e Serviços: Ênio Carlos Bittencourt; Superintendente: Carlos Henrique Martins; Diretoria do CDLRio – Presidente: Aldo Carlos de Moura Gonçalves; Vice-Presidente: Luiz Antônio Alves Corrêa; Diretor de Finanças: Szol Mendel Goldberg; Diretor de Administração: Carlos Alberto Pereira de Sequeiros; Diretor de Operações: Ricardo Beildeck; Diretor Jurídico: João Baptista Magalhães; Superintendente Operacional: Ubaldo Pompeu; Superintendente Administrativo: Abraão Flanzboym. Conselho de Redação: Juedir Teixeira e Carlos Henrique Martins, pelo Sindilojas-Rio; Ubaldo Pompeu, Abraão Flanzboym e Barbara Santiago pelo CDLRio, e Luiz Bravo, editor responsável (Reg.prof. MTE n° 7.750) Reportagens: Lúcia Tavares; Fotos: Dabney; Publicidade: Bravo Tel.: 2217-5000 - Capa,Projeto Gráfico e Editoração: Roberto Tostes - (21) 8860-5854 - [email protected]; Editoração CDLRio: (páginas 23 a 32) - Leandro Teixeira e Márcia Rodrigues - Revisão: Simone Motta.

EXPEDIENTE

Depois de reclamar da carga tributária, do aumen-to incessante das obrigações acessórias, dos aluguéis e da difícil relação entre os lojistas de shoppings e os representantes desses centros comerciais, enfatizando que “as administradoras mandam e os lojistas só obede-cem”, Sérgio afirma que para se alcançar sucesso como lojista só mesmo com muita coragem, audácia e “certas doses de teimosia e loucura”.

- O lojista é um eterno sofredor. A atividade é can-sativa e exige demais de quem está à frente do ne-gócio. Por isso, é preciso ser persistente, empreende-dor, e ter muita vontade de trabalhar. Mas, para quem tem o comércio nas veias, é uma atividade que vale a pena, apesar de todas as dificuldades - finaliza Sérgio Cardoso.

Empresário LOJISTA6

Homenagem

Em 26 de outubro de 1953, o então Pre-sidente da República Café Filho, assinou o Decreto nº 2040, estabelecendo o dia 16 de julho, a data em homenagem aos comer-ciantes brasileiros. O 16 de julho foi esco-lhido em vista de ser o dia de nascimento do Barão e Visconde de Cairu, Patrono do Comércio no Brasil.

Um dos maiores economistas de sua época, José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, nasceu em Salvador em 16 de julho de 1756, falecendo no Rio, em 20 de agosto de 1835. Foi, ainda, jurista, publicista e político bra-sileiro, ativo na época da Independência. Deputado da Real Junta do Comércio, após a instalação da Corte Portuguesa no Rio, colaborou diretamente na redação dos decretos que

ditaram a abertura dos portos brasileiros e o levanta-mento da proibição de instalação de manufaturas no Brasil. A sua atitude favorável ao desenvolvimento econômico da colônia muito contribuiu para a criação de condições indispensáveis à independência política do Brasil, em 1822. Silva Lisboa por toda essa contri-buição foi agraciado com o título de Visconde de Cairu por D. Pedro I.

Apesar de ser, em seus escritos, um dos brasileiros mais liberais de sua época, o Visconde de Cairu foi no Parla-mento, um dos mais calorosos defensores de D. Pedro I.

Sylvio Romero referindo-se a José da Silva Lisboa, afirmou que o “Seu grande mérito é haver sido o primeiro a pregar, entre nós, as teorias inglesas sobre economia política, sobre o governo representativo e outras 20 matérias conexas”.

16 de julho é o Dia do Comerciante

Lojistas do Rio comemorarão o Dia do Comerciante

O Sindilojas-Rio e o CDLRio celebrarão o Dia do Comerciante na 2ª feira, 16 de julho, com a palestra do professor

e advogado Sylvio Capanema de Souza sobre “Ação Renovatória de Locação Comercial”. O evento será às 9h30, no

auditório do CDLRio, na Rua da Alfândega, 111, 1º andar, antecedido de café da manhã, a partir das 9 horas.

Sylvio Capanema foi membro efetivo do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, tendo

sido, ainda, 1º vice-presidente deste Tribunal, professor titular de Direito Civil da Faculdade Cândido Mendes e de

pós-graduação em Direito Civil da Universidade Estácio de Sá. É, também, professor emérito e titular de Direito Civil

da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro. De 1970 a 1994, exerceu o cargo de consultor jurídico da Associação

dos Proprietários de Imóveis do Rio de Janeiro e da Confederação das Associações de Proprietários de Imóveis do

Brasil. Foi fundador, primeiro presidente e atualmente Presidente de Honra da Associação dos Advogados do Direito

Imobiliário. Dentre os muitos livros publicados, Sylvio Capanema é autor de: “Da locação do imóvel urbano – Direito

e Processo” e “Comentários à Lei do Inquilinato”.

A palestra é aberta à participação, solicitando-se, contudo, que os interessados confirmem presenças até o dia 14,

pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (21) 2506-1253/1258, com as Sras. Ana Maria ou Rosane.

Empresário LOJISTA 7julho 2012

SERV

IÇO

S

Desde que as sandálias havaianas foram criadas , em 1962, já foram vendi-

dos mais de dois bilhões de pares em todo o mundo. É como se 30% da popula-

ção mundial tivesse usado um par das “legítimas”. O case “havaianas” tem sido

tema de dissertação de mestrado, de trabalhos de escola e de faculdades. Nestes

trabalhos, busca-se desvendar as estratégias de marketing utilizadas para se trans-

formar um produto popular em ícone da moda mundial. Na fábrica localizada na

Paraíba, em Campina Grande, são fabricados cinco pares de sandálias por segundo,

o que corresponde a 105 milhões de pares em um ano.

Desconhecer as regras islâmicas pode aniquilar as suas negociações

com os povos árabes. Portanto, nunca cruze as pernas, pois mostrar a sola

do sapato que está usando a um negociador árabe, se constitui em grave

insulto. Por ser a parte mais baixa do corpo e estar em contato com o chão,

a sola do sapato é considerada impura. Também se considera “suja” a mão

esquerda, pois esta é utilizada na higiene pessoal, conforme a tradição islâmi-

ca, portanto evite dar e receber presentes, cartões, cumprimentar, gesticular ou tocar

um árabe com a mão esquerda.

A moda feminina do Brasil dos anos 50 é inspirada nas divas do cinema, como

Grace Kelly, Marilyn Monroe, Ava Gardner e Rita Hayworth. São vestidos amplos,

na altura dos tornozelos, com cintura bem marcada. Os sapatos têm salto alto. O

visual é completado por uma série de acessórios, como chapéus, luvas e joias.

Em julho de 1958, surge um novo movimento musical no Brasil: a Bossa Nova.

Em 1965, ancorado por nomes de prestígio na época, como Sears Roebuck,

Lojas Brasileiras, Casa Masson, Casa Tavares e Cássio Muniz, inaugurava-

-se na Rua Dias da Cruz, no bairro do Méier, o primeiro Shopping Center do

Brasil.

Em 1967, surgiu o primeiro cartão de crédito private

label, com pagamentos parcelados, iniciativa das Casas Tavares.

Primeira manifestação comercial brasileira: a exploração do

Pau-Brasil. Derrubado pelos indígenas, arrumado e depositado

nas feitorias, era comercializado na Europa, propiciando a todos

aqueles que o vendiam alta margem de lucro.

Barbara Santiago, gerente do Centro de Estudos do CDLRio.

Curiosidades do Comércio

Empresário LOJISTA8

PESQUISA

Desemprego e queda de renda: as principaiscausas da inadimplência no comércio do Rio

A recuperação dos índices de emprego formal e da renda ain-da não se refletiu no déficit financeiro dos consumidores. O de-semprego (35,7%) ao lado da queda da renda familiar (25,2%) e do descontrole de gastos (23,1%) são as principais causas da inadimplência no comércio do Rio de Janeiro, seguidas por fian-ças e avais (11,2%), doença em família (6,3%) e outras causas.

É o que mostra a pesquisa “Perfil do Inadimplente” feita pelo Centro de Estudos do ClDLRio, que ouviu 800 consumidores que procuraram seus postos de atendimento durante os meses de abril e maio para regularizar o nome.

Dos entrevistados, 47,6% são homens e 52,4% são mulheres. Dos homens, 25% têm entre 21 e 30 anos, 58,8% têm renda fami-liar entre um e três salários mínimos, 35,3% têm o segundo grau concluído, e 14,7% têm curso superior completo. Das mulheres, 33,3% têm entre 21 e 30 anos, 57,3% têm renda familiar entre um e três salários mínimos, 36% têm o segundo grau concluído e 8% têm o curso superior completo.

Em comparação com a pesquisa do ano passado, os entrevis-tados tiveram o perfil modificado quanto ao grau de instrução e também uma acentuada mudança na faixa etária dos inadim-plentes. Aumentou o número de consumidores a partir de 21 anos e diminuiu o número de incluídos a partir de 60 anos.

Eles foram incluídos no cadastro por dívida contraída junto a empresas de cartão de crédito (30,8%), compras no comércio (23,8%) especialmente de roupas, calçados e eletrodomésticos; bancos, financeiras, empresas prestadoras de serviço e financia-mento imobiliário. A pesquisa mostra que ao adquirirem o crédi-

to, os consumidores informaram que o fizeram através de cartão de crédito, cartão de loja, cheque e carnê.

A pesquisa mostra que 3,5% têm prestações atrasadas no va-lor de até R$ 100,00, 9,1% até R$ 200,00, 4,2% até R$ 350,00, 2,8% até R$ 500,00 e 3,5.% até R$ 1.500,00, além de outras faixas de en-dividamento. Dos entrevistados, 53,1% pretendem quitar o dé-bito fazendo acordo com os credores, 45,5% usando recursos do próprio salário, 5,6% com empréstimo, além de outros recursos. Quando tiveram seus nomes negativados, 31,9% trabalhavam no comércio, 14,2 eram prestadores de serviços, 7,1% trabalhavam na indústria, 7,1% na construção civil e em outras atividades.

Dos 800 consumidores ouvidos, 47,6% disseram que a sua si-tuação financeira melhorou em relação ao ano passado, 39,2% que está igual, 11,2% responderam que piorou e 2% não respon-deram. Após quitarem a dívida, 42,7% dos entrevistados disse-ram que pretendem voltar a fazer compras nos próximos meses, principalmente eletrodomésticos, roupas e calçados, móveis, ali-mentos, celular, automóvel e restabelecer seus cartões de crédito, além de outros bens.

Segundo o presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, as lojas de roupas, calçados, móveis e de eletrodomésticos que vendem com prazos mais longos são as que mais sofrem com a inadimplência. “Mas a boa notícia é que além do crescimento das vendas no co-mércio, as dívidas quitadas e as consultas cresceram, respectiva-mente, 6,1% e 3%, e a inadimplência cresceu 2%”. “Isso mostra que os lojistas têm sempre uma boa proposta de renegociação dos débitos, reduzindo a inadimplência”, concluiu.

As lojas de roupas, calçados, móveis e de eletrodomésticos que vendem com prazos mais longos são as que mais sofrem com a inadimplência

Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio,“

Empresário LOJISTA 9julho 2012

Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio,

Reedição de livro homenageará oprimeiro presidente do Sindilojas-Rio

Como parte da comemoração dos 80 anos da fundação do Sindicato dos Lo-jistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro-Sindilojas-Rio, em dezembro de 2012, será reeditado o livro “História de um Comerciante”, impresso em 1955. Trata-se da autobiografia do empreende-dor Milton de Souza Carvalho, um dos fundadores do Sindilojas-Rio, seu primeiro presidente e sócio número um.

A reedição do livro é uma homenagem que os atuais dirigentes do Sindilojas-Rio prestam àqueles que deram início à história do primeiro sindicato patronal do Brasil.

Em cerca de 180 páginas, Milton de Carva-lho, cearense nascido na cidade de Ipu, e que veio para o Rio ainda adolescente, narra sua história de vida de empresário. No início do século passado, tornou-se um dos expressivos lojistas do Rio. Preocupado com o desen-volvimento do comércio, reuniu colegas-lojistas e fundou o primeiro sindicato patronal do comércio no País, o Sindicato do Comércio Lojista do Rio de Janeiro, hoje conhecido como Sindilojas-Rio. Acabar com as famigeradas cobranças de lu-vas foi uma de suas preocupações como dirigente sindical. E com esta liderança, foi eleito deputado federal pela bancada classista no comércio brasileiro.

Seu primeiro negócio de varejo no Rio foi a Camisaria Es-pecial, na Rua do Ouvidor. E a partir daí, não parou mais de abrir lojas. Influenciado pelo que viu em suas viagens aos Es-tados Unidos, inaugurou no País, o sistema de vendas pelo crediário. A Exposição e a Ducal foram os dois grandes em-preendimentos lojistas criados por ele.

Em seu livro, Milton de Carvalho informa como venceu no comércio, oferecendo suges-tões para os seus colegas lojistas. Faz um retra-to do comércio no Rio nas primeiras décadas do século XX. Para ele, o melhor local para se ter loja era em esquina, escolha que sem-pre fazia na aquisição ou montagem de loja. Também oferece recomendações aos empre-gados para vencerem no comércio.

Milton, entretanto, não se limitou ao co-mércio, seu espírito empreendedor se es-tendeu ao sistema bancário, com a criação do Banco Cruzeiro do Sul; e ao mercado imobiliário com o lançamento de diver-

sos loteamentos. Nesta área econômica, a sua maior realização foi no município fluminense de Petrópo-lis, na localidade de Nogueira, cuja área denominou de Bom Clima. Não apenas abriu ruas, urbanizando-as, mas também construiu o Hotel Promenade que, por muitos anos, foi o ho-tel de lua de mel de casais cariocas. Há alguns anos, o antigo hotel foi transformado no Clube Promenade.

Casado com Maria do Carmo Herbster de Souza Pinto, veio a falecer no Rio, em 8 de novembro de 1962.

A homenagem do Sindilojas-Rio através de seus diretores, colaboradores e associados ao reeditar seu livro, não é apenas um gesto de gratidão, mas ainda de reconhecimento a Milton de Souza Carvalho por seu esforço de reunir colegas varejistas para darem os primeiros passos na criação do Sindilojas-Rio. É ainda um tributo aos seus colegas fundadores e aos que lhes seguiram na administração do primeiro sindicato patronal do País no decorrer dos 80 anos de sua história.

Memória

Empresário LOJISTA10

E-COMMERCE

Projeto facilitará aos lojistas a venda pela web

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto (um ano), serão reali-zados, gratuitamente, cursos de melhoria de gestão, de profissionalização do atendimento e de acesso à inova-ção tecnológica com o desenvolvimento de serviços como automação comercial, meios eletrônicos de pagamento e canais de vendas. Já na segunda fase, tanto o Sebrae quan-to as demais entidades envolvidas darão feedback e o su-porte necessário para o desenvolvimento das ações. Nesta etapa, o Sebrae assumirá 80% dos custos operacionais e as empresas 20%. A última etapa compreende um plane-jamento de marketing e de bonificação ao cliente, gestão

e avaliação de todas as fases do projeto e implementação dos negócios.

A gestora do Sebrae, Margareth Carvalho, falou dos benefícios que os empreendedores terão ao aderirem ao projeto. Segundo ela, um dos principais diferenciais é que o lojista poderá ampliar seu público alvo em potencial, não ficando restrito somente ao bairro onde seu estabele-cimento está localizado. Também destacou a importância das parcerias com a ACRJ, Sindilojas-Rio e CDLRio, uma vez que essas entidades conhecem bem o mercado cario-ca. Na avaliação de Margareth, em função do consumidor atual buscar rapidez no acesso aos produtos e à informa-ção, hoje a inovação é uma necessidade para as empresas.

Visando capacitar e qualificar os lojistas dos mais variados segmentos para as vendas na internet, o Conselho Empresarial de Inovação e Tecnologia da Associação Comercial do

Rio de Janeiro (ACRJ) em conjunto com o Sebrae/RJ, lançaram no dia 5 de junho, o projeto “Inovação Tecnológica do Comércio da Cidade do Rio de Janeiro”. A iniciativa conta com a parceria do Sindilojas-Rio e do CDLRio, e tem como objetivo promover o aumento da com-petitividade das micro e pequenas empresas, bem como expandir e fortalecer suas marcas através do comércio eletrônico. Dividido em três fases, o projeto será implantado no segun-do semestre e se estenderá até dezembro de 2014. O lançamento do projeto, na sede da ACRJ, contou com as presenças do presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia, Fernando Baratelli; da gestora do Sebrae, Margareth Carvalho; do consultor do Sebrae, Rafael Leonardo; da empresária Rafaella Roque, dona da rede de lojas de brinquedos Rozenlândia, e do assessor do CDLRio, Fernando Mello, que representou o presidente do Sindilojas-Rio e do CDLRio, Aldo Gonçalves.

Empresário LOJISTA 11julho 2012

Projeto facilitará aos lojistas a venda pela web

Na internet, desenvolvemos outros mercados, e mesmo que sua marca seja sucesso na sua região, o Brasil não a conhece.

- Queremos agregar não só no faturamento destas empresas, mas também ajudar em sua di-vulgação. Com as oficinas e seminários previstos, vamos poder viabilizar o crescimento dessas lojas. A proposta visa beneficiar, a princípio, cerca de 80 empresas, localizadas no Centro e Zona Sul - enfa-tizou Margareth.

A assessoria

Já o consultor Rafael Leonardo chamou a atenção para a importância da assessoria de um bom profis-sional, desenvolvedor de sites. Segundo ele, não há nenhuma outra maneira da loja ser vista na internet, caso não seja encontrada nos buscadores, se o em-preendedor não procurar banners de anunciantes ou links patrocinados. Outra questão, na opinião do consultor do Sebrae, é entender e monitorar o com-portamento do empresário na web antes de decidir prestar a consultoria de gestão.

- Quanto mais cedo o empresário enxergar a in-ternet como importante canal de vendas, melhor será o desenvolvimento das estratégias de expansão. Para isso, no entanto, os objetivos devem ser claros e o público alvo precisa ser bem definido. Hoje, mais do que nunca, o lojista precisa entender que a sua marca tem que estar nas redes sociais como facebook e twit-ter, em blogs e nos sites de pesquisas – assinalou o consultor do Sebrae, Rafael Leonardo.

A sócia da rede de lojas Rozenlândia, Rafaella

Roque, falou das enormes dificuldades que teve de enfrentar até conseguir ser bem sucedida com as vendas de brinquedos pela internet. Há 10 anos no e-commerce, a empresária explicou que por falta de conhecimento e premissas equivocadas em relação ao comércio virtual, chegou a investir muito dinheiro em duas lojas virtuais que não deram certo. A estraté-gia de traçar um planejamento para saber como seria a presença de sua empresa na Web foi fundamental e lhe mostrou a maneira correta de como seus pro-dutos poderiam ser vendáveis no e-commerce. Dessa forma, somente há três anos, com base em ações de um planejamento bem elaborado, sua loja virtual al-cançou os resultados almejados.

- Quanto mais se conhece as barreiras, mais chances se têm de nos darmos bem. Na internet, desenvolvemos outros mercados, e mesmo que sua marca seja sucesso na sua região, o Brasil não a co-nhece. Portanto, é necessário buscar uma plataforma, um modelo, que mostre como você poderá estar na internet. Entre outras coisas, é importante definir o seu posicionamento, trabalhar o nicho de mercado, identificar para quem você quer vender e saber o ta-manho que você quer ser. Por isso, o lojista precisa aproveitar chances como esta que o Sebrae e as enti-dades parceiras estão oferecendo. Se eu tivesse tido esta oportunidade, com certeza, não teria dado tan-tas cabeçadas, quando ingressei no comércio virtual - sentenciou Rafaella Roque.

Rafaella Roque, da Rede de lojas Rozenlândia“

Empresário LOJISTA12

PERGUNTAS E RESPOSTAS

PERGUNTE! Empresário Lojista responde

Os empresários lojistas, mesmo não tendo empresa associada ao Sindilojas-Rio, podem fazer consultas sobre questões jurídicas tra-balhistas, cíveis e tributárias através do tel. 2217-5000, de 2ª a 6ª feira, de 9 às 17 horas. A seguir, algumas perguntas encaminhadas à advogada Luciana Mendonça, da Gerência Jurídica do Sindilojas-Rio, e suas respostas.

O empregado que fica afastado por doença durante 08 meses dentro do período aqui-sitivo, perde direito às férias?Conforme dispõe o art. 133 da CLT, não terá direito às férias o empregado que, no curso do período aquisitivo tiver perce-bido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de seis meses, mesmo que seja descontínuo. Iniciará um novo período aquisitivo, quando o empregado retornar ao serviço. Cumpre esclarecer que se o em-pregado tiver mais de 32 faltas injustifica-das perderá também o direito às férias. O empregado perde o direito às férias de-vido ao excesso de faltas injustificadas. Neste caso a empresa pode anotar na CTPS daquele o motivo da perda das férias?Não. O art. 29 da CLT, parágrafo 4º estabe-lece que é vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua carteira de trabalho. Portanto, o empregador não pode efetu-ar nenhuma anotação da perda das férias devido às faltas na carteira de trabalho do empregado. A empresa deve apenas ano-tar o motivo na ficha ou livro de registro de empregados, para fins de fiscalização.O exame médico demissional é obrigatório?

O exame médico demissional será obri-gatoriamente realizado até a data da ho-mologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: a) 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4; ou b) 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR-4.O aposentado que continuar trabalhando deve contribuir para o INSS?Sim. O aposentado pelo Regime Geral da Previdência Social que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangi-da por este regime fica sujeito às contribui-ções para o custeio da Seguridade Social. A empresa pode fornecer benefício por meio do PAT apenas para os trabalhadores que não tiverem faltas, atrasos e atestados médicos?Não. É vedado à empresa beneficiária do PAT suspender, reduzir ou suprimir o be-nefício do Programa a título de punição ao empregado.O décimo terceiro salário referente ao pe-ríodo da licença-maternidade pode ser deduzido na Guia da Previdência Social (GPS)?Sim. O décimo terceiro salário correspon-dente ao período da licença-maternidade, pago pela empresa, poderá ser deduzido quando do pagamento das contribuições sociais previdenciárias devidas, exceto das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos.Quantos dias o empregado pode se ausen-tar do serviço em virtude de casamento?

O empregado pode deixar de comparecer ao serviço, em virtude de casamento, sem prejuízo do salário, por até três dias con-secutivos.

O Vale-Transporte pode ser substituído por dinheiro?

Não. Ao empregador não é permitido subs-tituir o Vale-Transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer outra forma de paga-mento. Entretanto, no caso de falta ou in-suficiência de estoque de Vale-Transporte, necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, o empregado arcará com o pagamento das passagens, e o empregador o ressarcirá da parcela que lhe couber, na folha de pagamento imediata.

O salário-maternidade pago à empregada segurada depende de carência?

Não. O salário-maternidade não depende de carência para ser concedido às seguin-tes seguradas:

a) empregada;

b) empregada doméstica e

c) trabalhadora avulsa.

O empregador pode descontar do salário dos empregados cheques devolvidos de clientes?

Se o empregado não cumprir as normas da empresa (que deverão estar por escrito e com a ciência de todos os empregados) para recebimento de cheques, poderá ser descontado dele o valor do cheque sem fundo recebido. Caso contrário, o risco é do empregador.

Empresário LOJISTA 13julho 2012

NOTAS

O vice-presidente Raimundo Ferreira Filho e

o gerente geral de Negociações e Acordo Car-

los Américo F. Pinho do Sindicato dos Empre-

gados no Comércio do Rio de Janeiro visitaram

o Sindilojas-Rio, no dia 26 de maio. Recebidos

pelo presidente Aldo Gonçalves e demais vice-

-presidentes, participaram do almoço com os

diretores. Na oportunidade, o presidente Aldo

Gonçalves agradeceu a visita e ressaltou que,

mais uma vez, a convenção coletiva que tratou

do reajuste salarial dos comerciários do Rio,

chegou a bom termo. Disse que a negociação

demorou mais de dois meses, mas chegou-se ao

bom termo, dado bom senso dos representan-

tes de ambos os sindicatos. O vice-presidente

Raimundo Ferreira Filho ao agradecer a recepção, justificou a ausência do presidente Otto Mata

Roma, que havia assumido compromisso de importância para os comerciários cariocas.

Na foto, à direita do presidente Aldo Gonçalves, na cabeceira da mesa, o vice-presidente Raimundo

Ferreira Filho e o gerente-geral Carlos Américo F. Pinho, com os diretores do Sindilojas-Rio.

Dirigentes do Sindicato dos Comerciáriosvisitam o Sindilojas-Rio

Empresário LOJISTA14

Empresário LOJISTA 15julho 2012

RECURSOS HUMANOS

Valmir de Oliveiragerente Administrativo/Financeiro

do Sindilojas-Rio

Nós que trabalhamos em RH não podemos estacionar nos tradicionais conceitos. Até podemos, mas não devemos proceder assim, sob pena de sermos engolidos pela evolução natural da modernidade tecnológica e a própria e natural mu-dança dos costumes.

Dia desses, fomos convidados a fazer parte de uma seleção de candidatos muito rigorosa, pois se tratava de cargos di-

retivos para uma grande empresa.Ultrapassada a fase dos testes psicológicos e conhecimentos

gerais, chegou a hora da avaliação da personalidade e nos foi solicitado um tema para os candidatos fazerem uma redação.

Já que os três selecionados iriam trabalhar diretamente com pessoas, pensei em dois temas importantíssimos na nossa con-vivência diária, em forma de contraponto: “Efeitos Colaterais do Elogio e da Crítica”.

O resultado foi surpreendente e a melhor redação vai trans-crita a seguir.

“Analisando friamente, poucos estão preparados tanto para receber elogios quanto críticas. No primeiro momento, o elogio é ótimo: falar bem, aplaudir, incentivar, concordar, demonstrar aceitação integral pelo que foi dito ou pelo que foi feito. Enfim, a plena satisfação do ego. Porém, seus efeitos po-dem ser danosos mais à frente. Criar um filho elogiando tudo que ele faz é correto? Não, pois quando chegar à idade do discernimento, na primeira crítica recebida, haverá um des-controle emocional intenso. Lógico, não conhecendo o outro lado da moeda, ficará espantado.

Sempre levando em consideração as exceções, no âmbito das empresas, quando se toma a decisão de diferenciar deter-minado empregado, seja de que nível for, pode ocorrer a pro-fecia da “tragédia anunciada”. O escolhido vai inchando, in-chando, até se transformar em “Sissi”(se sente, se acha) como canta Alexandre Pires. Esse funcionário, antes cordial, gentil e educado, passa a ser pedante e fica muito metido. Os outros que foram relegados a segundo plano ficam com vontade de se aproximar dele e, numa só voz, bradar a célebre frase do comediante Tião Macalé: “-Nojento!”.

Realmente, há uma constatação de que quase todos os elogios ou são falsos ou não atingem o objetivo. Exemplos:

“- Puxa, bonitinho.” É, mas o “bonitinho” pode ser um “feio arrumadinho”. Mais: “De motivação verbal, meu ego está cheio; eu quero mesmo é motivação financeira.” Acontece. É a expressão máxima da materialidade. Afinal, pessoas são pes-soas.

Portanto, quem elogia tem que tomar certas precauções para não influenciar a personalidade alheia e quem recebe o elogio deve tomar cuidado para não ser envolvido pela vai-dade.

E a crítica? Ah, a crítica já entra em campo perdendo de um a zero. Quem gosta de ser criticado?

Toda crítica deveria ser uma apreciação minuciosa, buscan-do uma discussão elucidativa, melhor dizendo, uma crítica construtiva, apontando os defeitos, censurando, mas também mostrando os atalhos em busca de um resultado melhor, que seria o acerto personificado.

Mas não é assim que o assunto é tratado. Na maioria das vezes, a crítica é uma apreciação desfavorável, uma censura mordaz, venenosa, sem fun-damento, patrocinada pelo prazer de magoar, machucar e desestabilizar. É a famosa crí-tica destrutiva.

Ocorre que a crítica, mes-mo com esse conteúdo de negatividade é desafiadora. Os críticos azedos não vão se transformar de uma hora para outra. Mas quem é criticado deve olhar essa atitude por um outro ângulo. Vejam bem: será que todo crítico quer o nosso mal? O que será ele? Somente um crítico feroz ou um “amigo instigante”? Assim, ao recebermos uma crítica de um grande amigo, devemos valorizá-la, pois grande parte dos amigos de fé, chamados irmãos camaradas, passam a mão na nossa ca-beça e não nos alertam a respeito das nossas falhas para não nos aborrecer.”

Só nos resta parabenizar o candidato e parodiar um “slo-gan” muito conhecido: “- Esse cara é bom!”

Sugestões: [email protected]

Elogio e Crítica

Na maioria das vezes, a crítica

é uma apreciação desfavorável

Empresário LOJISTA16

EVENTO

O Sindilojas-Rio e o CDLRio participaram da primeira edição do Business Fest – Encontro de Negócios e Expansão de Relacionamentos, even-to realizado no dia 27 de junho, no Citibank Hall, na Barra da Tijuca. A iniciativa teve como prin-cipal objetivo prospectar novos colaboradores e expandir a rede de contatos das empresas e ins-tituições participantes. A programação foi mar-cada por mostra empresarial composta de loun-ges ambientados e integrados, além de rodadas de negócios, exibição de vídeos institucionais e premiações. O presidente do Sindilojas-Rio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, prestigiou o evento.

Lojistas apoiam primeira edição do Business Fest

O gerente comercial do Sindilojas-Rio, José Carlos Pereira Filho e

as colaboradoras Mariana Pontes e Janaina Garbeloto, da dele-

gacia de serviços da Barra da Tijuca, mostraram as vantagens e

os benefícios que o Sindilojas-Rio oferece às empresas associadas.

O CDLRio apoiou o evento com o objetivo de expor

seus serviços e expandir o relacionamento entre clien-

tes, colaboradores e parceiros de negócios.

O secretário de Se-

gurança Pública do

Estado do Rio, José

Mariano Beltrame,

foi bastante elogiado

pelo presidente da

Associação Comer-

cial do Rio de Janeiro,

Antenor Barros Leal,

que lhe entregou o

Prêmio Excelência em

Planejamento e Apli-

cação de Recursos

Públicos.

Após a solenidade de pre-

miação, o presidente do

Sindilojas-Rio e do CDLRio,

Aldo Gonçalves, cumpri-

mentou o presidente da

Associação Comercial do

Rio de Janeiro, Antenor

Barros Leal, e o secretário

de Segurança Pública, José

Mariano Beltrame.

Empresário LOJISTA 17julho 2012

Aspecto entre o ambiente das rodadas de ne-

gócios e o salão principal onde se discutiu as

principais ofertas, demandas e expectativas

das empresas e instituições participantes.

A presidente da Associação Bra-

sileira de Franchising (ABF-Rio) e

diretora executiva da Megamat-

te, Fátima Rocha, foi agraciada

pelo presidente da Federação das

Associações Comerciais do Rio

de Janeiro (Facerj), Jésus Mendes

Costa, com o Prêmio Exemplo de

Empreendedorismo 2012.

Ronaldo Acher representou a empresária e

produtora de eventos, Roberta Medina, agra-

ciada com o título Mulher Empresária 2012

pelo projeto Rock In Rio. Ele recebeu a pre-

miação das mãos do presidente da ACRJ, An-

tenor Barros Leal.

O presidente da Philips América

Latina, Marcos Bicudo, recebeu o

Prêmio categoria Sustentabilida-

de das mãos do vice-presidente

da Confederação das Associações

Comerciais e Empresariais do

Brasil (CACB), George Teixeira.

O vice-presidente de Empreendedorismo

da ACRJ e coordenador geral do Busi-

ness Fest, Eduardo Machado, entregou

o Prêmio Inovação e Globalização 2012

ao diretor da Central Globo de Comuni-

cação, Luis Erlanger.

André Martins, presidente da J-Lide

e sócio do Grupo VB recebeu o prê-

mio Jovem Empreendedor 2012

das mãos do presidente da CONAJE

(Confederação Nacional dos Jovens

Empresários), Marduk Duarte.

Empresário LOJISTA18

Sem a menor sombra de dúvida que a

confiança depositada na pessoa do ge-

rente é o primeiro passo para o sucesso

de qualquer negócio. Porém não é tudo!

Tenho observado no transcorrer de

minha jornada como consultor e profes-

sor do Curso Básico de Gerente que mui-

tos profissionais já atuam na posição

gerencial, mas sem a menor visão sistê-

mica do respectivo negócio. Pensam eles

que o simples fato de já estarem atuan-

do em algum estabelecimento é o sufi-

ciente para respectiva atuação. Ledo en-

gano! Gerência respaldada somente com

prática é como um barco sem rumo.

Necessário, portanto, é que o profis-

sional mantenha tais atributos, porém

respaldado com a teoria de gestão, pois

é a partir daí que ele passa a conquistar

uma coerente visão estratégica da orga-

nização.

Hoje, com a acirrada competitividade

em face da globalização, não há mais es-

paço para anúncios exigindo somente a

prática. Não cabe aqui dizer que o pre-

tendente ao cargo de gerência ou o ge-

rente formado, na prática, tenha que fa-

zer cursos de MBA, aportando polpudos

investimentos, nem sempre condizentes

com a sua condição econômica. O que

pretendo recomendar é que se faça, pelo

menos, um curso livre com um conteú-

do abrangente dos conceitos, princípios,

técnicas e ferramentas de gestão, para

que o profissional atue alinhado com as

exigências de novos paradigmas de mer-

cado.

Por fim, é aconselhável que o gerente

que pretenda ser eficiente e eficaz pas-

se a ter noções de empreendedorismo

estratégico, assim como de gestão em-

preendedora , concepção de valor e or-

ganização das empresas: visão e missão,

princípios administrativos. Liderar, diri-

gir e tomar decisões para alavancar os

negócios: produção; conduta estratégica

na prestação de serviços é o carro chefe.

Bem! Aí estão os temas que entendo

como relevantes para os novos profis-

sionais ou candidatos a gerente, seja na

área produtiva ou comercial.

Gerente capacitado é vantagemcompetitiva para o negócio

TREINAMENTO

Prof. Jorge Roberto*consultor Empresarial em Inteligência Competitiva

* membro efetivo da ABRAIC – Associação Brasileira de Analistas de Inteligência Competitiva, pós-gradu-ado, especialização em Planejamento e Gestão Estratégica, FGV/EBAPE/EPGE; professor da Fundação Getulio Vargas, FGV/EBAPE/Cademp; coordenador acadêmico. MBA. Pós-graduação em Direito Econômico

e Empresarial, 1997/98, FGV/EPGE; E-mail: [email protected]

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Empresário LOJISTA 19julho 2012

Empresário LOJISTA20

Empresário LOJISTA 21julho 2012

RECURSOS HUMANOS

José Belémgerente-geral do Sindilojas-Rio

A Constituição Federal de 88 previu, no inciso XXI do artigo 7º, o aviso prévio proporcional ao tem-po de serviço.

No ano de 1989, seguinte ao da pro-mulgação da Constituição, foi apresen-tado no Senado Federal, pelo Senador Carlos Chiarelli, o Projeto de Lei nº 3941/89, regulamentando o aviso prévio proporcional. Neste mesmo ano, o Senado aprovou o Projeto e o enviou à Câmara dos Deputados, onde dor-mitou por 22 anos, sendo aprovado em 2011, ano em que foi sancionado pela Presidente da República. A Câmara só colocou o Projeto na pauta após ameaçada pelo Supremo Tribunal Federal, em razão de diversos Mandados de In-junção.

Sobre a nova lei, o Desembargador José Geraldo da Fonseca, do TRT do Rio, assim se manifestou:

“Pobre de conteúdo e rica de silêncios perigosos, nas-ceu polêmica e já desafia a nossa argúcia”.

O exemplo mais expressivo das divergências sobre a nova lei está no fato de que a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, nas Orien-tações baixadas sobre a aplicação da nova lei para uso das Superintendências Regionais, só parcialmente adotou a orientação da Consultoria Jurídica do próprio Ministério.

Resumimos, a seguir, as principais QUESTÕES POLÊ-MICAS decorrentes da aplicação da nova lei:

1. Aplicabilidade da norma em benefício do empregador;2. Momento para o primeiro acréscimo proporcional de

3 dias;3. A proporcionalidade do aviso prévio;4. Aplicabilidade da redução da jornada de trabalho no

aviso prévio proporcional;

5. Aplicabilidade da faculdade de trocar redução de jornada por dias de ausência;

6. A eficácia da lei no tempo (Lei de Introdução);

7. Hipóteses de retroatividade da lei do aviso prévio proporcional;

8. Aplicabilidade da nova lei aos empregados domésticos;

9. A computação do próprio período estendido de aviso prévio para fins de definição da dura-ção do aviso prévio proporcional.

A análise da nova lei exi-ge, além da sua própria inter-pretação analógica, literária e histórica, o estudo da cor-reta aplicação da Constitui-ção Federal, principalmente do inciso XXI do artigo 7º; da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), capítulo VI (artigos 487 e 488), que trata do aviso prévio e da Lei de Introdução às Normas do Di-reito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil) no que respeita à vigência das leis e ao respeito ao ato ju-rídico perfeito.

O tempo e as leis: o alcance e a interpretação desta lei só serão definidos pela jurisprudência dos tribunais, ne-cessariamente em longo prazo, ou por lei nova, com pos-sibilidades em curto/médio prazo, conforme a disposição do Congresso de superar sua histórica inapetência legis-lativa.

Questões polêmicas do aviso prévio proporcional

Pobre de conteúdo e rica de silêncios perigosos, nasceu

polêmica e já desafia a nossa argúcia.

Resumo da palestra apresentada na reunião dos consultores jurídicos - 28º Encontro Na-cional dos Sindicatos Patronais do Comércio

em Natal (RN) - 16 a 18/05.

Empresário LOJISTA22

1. Preparar um mix de produtos com ofertas especiais, montagem de kit e outros atrativos para chamar a aten-ção de seus clientes e conquistar novos consumidores;

2. Elaborar uma vitrine atrativa e vendedora, com as principais ofertas, para chamar a atenção do público pas-sante;

3. Fazer um trabalho de telemarketing, com a devida antecedência, comunicando aos seus clientes as principais ofertas da loja a sua disposição;

4. Preparar a sua equipe de venda com as melhores práticas de abordagem, sondagem, demonstração e fecha-mento de venda, para não perder nenhuma oportunidade de transformar um passante em comprador;

5. Se a sua equipe der um show de encantamento, esta será uma grande oportunidade para fidelizar os seus clien-tes, inclusive os novos, aumentando a sua carteira de clientes satisfeitos;

6. Pesquisar os principais concorrentes para identificar as ofertas deles e contra-atacar com alternativas de maior atratividade;

7. Cadastrar os novos clientes para que possam ser realizadas ações de pós-venda, para torná-los clientes cativos da sua marca;

8. Após a data, avaliar os resultados obtidos, comparando-os com anos anteriores, anotando o que deu certo e o que não foi tão bem, para que possa ser corrigido no ano seguinte ou em outros eventos da mesma natureza. Agindo dessa forma, você estará fazendo o que se chama no mundo corporativo, notadamente na

9. s grandes empresas, de gestão do conhecimento.

As ações propostas certamente aumentarão as vendas de sua loja nessa data comemorativa e poderão aumentar as ven-

das nos meses subsequentes, com o aumento da sua base de cliente.

Juedir Teixeira. www.juedirconsultor.com.br; [email protected]

Pelas informações que se tem a respeito,

o Dia dos Pais tem uma origem bem seme-

lhante ao Dia das Mães: criar datas para

fortalecer os laços familiares e o respeito

por aqueles que nos deram a vida.

Conta a história que em 1909, em Wa-

shington, Estados Unidos, Sonora Louise

Smart Dodd, filha do veterano da guerra

civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão

dedicado às mães, teve a ideia de celebrar

o Dia dos Pais. Ela queria homenagear seu

próprio pai, que viu sua esposa falecer em

1898 ao dar a luz ao sexto filho, e que teve

de criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos, sozi-

nho. Algumas fontes de pesquisa dizem que o nome do pai

de Sonora era William Jackson Smart, em vez de John Bruce

Dodd.

O primeiro Dia dos Pais foi comemorado pelos america-

nos em 19 de junho de 1910.

No Brasil, a ideia de comemorar esta data partiu do pu-

blicitário Sylvio Bhering, diretor de Publicidade de O Globo

e alguns dizem que foi atribuída ao jornalista Roberto Ma-

rinho, para incentivar as vendas do co-

mércio e, por conseguinte, de seu jornal

e foi festejada pela primeira vez no dia

16 de agosto de 1953,dia de São

Joaquim, completando exatos 59 anos

em 2012.

Posteriormente, por motivos comer-

ciais, a data foi alterada para o segundo

domingo de agosto.

Atualmente o dia dos pais é o quarto

em termos de oportunidade de venda

para o varejo em geral, perdendo ape-

nas para o Natal, Dia das Mães e Dia dos

Namorados. Logicamente que para quem trabalha com pro-

dutos destinados ao público masculino esta é a segunda

melhor data de venda, perdendo apenas para o Natal.

E você que trabalha com esse tipo de público, já estabe-

leceu as suas estratégias para aproveitar esta ótima chance

de vender mais?

As ações a seguir mencionadas, se adotadas com a de-

vida antecedência, poderão melhorar o resultado do seu

negócio:

Dia dos Pais: Como Aproveitaras Oportunidades de Venda?

COMÉRCIO

Juedir Teixeira,vice-presidente de

Marketing do Sindilojas-Rio