Revista Eles & Elas
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EL
ES
& E
LA
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67 l
Julh
o/A
go
sto 2
01
1
With English Text
2.50 (Cont.)
&Living and LifeStyLe
Look back!Aniversário
3Eles & Elas
EL
ES
& E
LA
S 2
67 l
Julh
o/A
go
sto 2
01
1
With English Text
2.50 (Cont.)
&Living and LifeStyLe
Look back!Aniversário
A CAPA
Eles & Elas — Desde 1982
DIRECTOR
Maria da Luz de Bragança
PRODuçãO
César Soares
EDITOR PROPRIETÁRIO
Gabinete 1
Imprensa, Promoção,
Relações Públicas, Lda
Editor nº 211 326
DIRECçãO, REDACçãO, ADmInIsTRAçãO,
PRODuçãO
Rua Ramalho Ortigão, 43 A
1070-228 Lisboa
Tel.: 21 322 46 60 a 76 Fax: 21 322 46 79
PublICIDADE
E-mail:[email protected]
Tel.: 21 322 46 60
GRAfIsmO, PRODuçãO,
fOTOCOmPOsIçãO
sElECçãO DE COR E mOnTAGEm
Gabinete 1
E-mail:[email protected]
www.gabinete1.pt
ImPREssãO
Madeira & Madeira, Artes Gráficas, S.A.
DIsTRIbuIçãO
Logista
Alcochete
Telefone: 21 926 78 00
Fax: 21 926 78 45
TIRAGEm mÉDIA
60.000 exemplares
ISSN 0870-8932
Depósito Legal Nº 11035/86 - Publicação
registada na Direcção Geral da Comunicação
Social com o nº 109 161
Associação de Imprensade Inspiração Cristã
Nº267
2011
A Eles & Elas cumpriu 30 anos e a festa no Restaurante Lounge Aura foi de arrasar. Gente bonita, das mais variadas áreas da sociedade nacional, prestigiou a “sua revista” nesta data icónica e aproveitou para também dar os parabéns à sua fundadora e directora, Maria da Luz de Bragança.
&
32maria da luz
de bragança
58William
e Kate
3. sumário.
4. festa Eles & Elas. Numa noite
amena, e depois do cocktail e jantar,
foi entregue a Estátua da Verdade à
empresária Helena Daget.
32. Entrevista com maria da luz de
bragança. A criadora da revista Eles
& Elas relata alguns dos episódios
mais marcantes da sua vida e dos
últimos trinta anos
40. Isabel II de Inglaterra. A rainha do
Reino Unido acaba de completar 85
anos de idade.
46. flashback. Trinta anos da revista
Eles & Elas.
52. Entrevista a Carlos medeiros e
fabrice marescaux. Os dois sócios
responsáveis pelo Aura.
56. Hotel sana. Exímio em termos de
qualidade e na capacidade de bem
servir
58. William e Kate middleton, agora
Duques de Cambridge, depois do
enlace continuam à espera de umas
férias de mel.
60. André Jordan. Honrado com a atri-
buição de um grau Honoris Causa.
62. universidade lusíada. Atribuição
das graduações aos estudantes.
68. Estoril Open. O mais importante
evento do ténis nacional.
70. Colégio Didálvi. A Festa das Famí-
lias do Colégio Didálvi.
74. marta Aragão Pinto. Uma crónica
dedicada a Angélico Vieira.
78. storytelling. Mais uma edição desta
proposta da Grant´s.
80. Cinema. Pina, de Wim Wenders.
82. Espaço seis ao Quadrado. Arte e Design.
84. O Prazer de ler.
86. Vicente Themudo de Castro. Uma
entrevista com o jovem especialista
em gastronomia e enologia
89. Paula bobone. Mais um capítulo dos
fascículos de etiqueta.
92. sedas e Chitas.
94. Traduções.
98. Horóscopo.
40Isabel II
52Aura
82Espaço seis
ao Quadrado
70Colégio
Didálvi
62universidade
lusiada
80Cinema
4festa
Eles & Elas
86Vicente Themu-
do de Castro
4
30ºaniversário
Foi no AURA Lounge Café, um local de requinte
indiscutível, que Maria da Luz de Bragança ce-
lebrou uma data muito especial na vida da sua
revista ELES & ELAS – o seu 30º aniversário.
Muito trabalho, um entusiasmo renovado, uma
dedicação justificada pela, cada vez maior,
implantação da revista no mercado, a data tinha
de ser, obrigatoriamente celebrada, com pompa
e circunstância. Aquela qualidade a que Maria
da Luz de Bragança já habituou os seus amigos.
A equipa de Carlos Medeiro esmerou-se, não
só na decoração do espaço, do seu Aura Loun-
ge, onde dominavam os tons dourados e bege,
como no catering. ➤
Grande Gala
Noite das Pérolas no Aura Lounge Café
5ELES & ELAS
&
6
Noite das Pérolas
➤ Maravilhosas entradas, a que não fal-
tou a Casca de Mexilhão Gratinado em
Broa de Milho tostada e Lima Carameli-
zada e o Crocante de Queijo com Me-
laço e Pecans. Um cocktail, em que se
distinguiu um Risotto de Bacalhau, sem
falar no buffett e o Misto de Saladas e a
Empada de Pato. Doces eram imensos,
deliciosos, e, claro, não faltou o bolo de
aniversário, tudo regado com os melho-
res vinhos e champanhe, que a ocasião
assim merecia.
Maria da Luz de Bragança fez questão
de assinalar, num breve discurso de
recepção aos convidados que estes 30
anos significam um facto assinalável
“pois atingir este patamar num mercado
cada vez mais competitivo das revistas
femininas, se deve não a uma pessoa
só, mas a uma pequena mas muito
dedicada equipa, que constatam com
alegria que a revista continua viva e
pujante”. Maria da Luz de Bragança não
escondeu que o caminho percorrido foi
(e é) eivado de dificuldades, mas que as
distinções recebidas pela ELES & ELAS
“nos fazem sentir no bom caminho”. “O
homem sonha e a obra nasce. Um sonho
que tornou a revista um clássico no meio
social e cultural português.
Como acontece desde o primeiro número
da ELES & ELAS, este ano o Prémio Es-
tátua da Verdade voltou a ser atribuído
a uma figura que, tal como muitas outras
(Durão Barroso, Gentil Martins, Sarama-
go e tantas mais das mais variadas áre-
as) se notabilizou na “exigente indústria
de petróleos, estando à frente da empre-
sa que é a segunda líder mundial no seu
ramo – a Techdrill – Maria Helena Daget.
“Uma lutadora e um exemplo para todas
as mulheres portuguesas”, nas palavras
da directora da ELES & ELAS. Maria da
Luz de Bragança agradeceu a Helena
Daget, que não escondeu a sua emoção
e alegria ao receber o troféu, “por nos
fazer acreditar num futuro melhor para a ➤
Pia e Patrick Ziegler
Isabel Nogueira e Dom Henrique de Bragança
7ELES & ELAS
Embaixadores da França Lina Belo dos Santos, Teresa de Chatillon, Maria da Luz de Bragança,
Isabel Meirelles e Ana Calheiros
À entrada do Aura Lounge
Noite das Pérolas
8
➤ economia e para o progresso da Hu-
manidade”.
Foi uma noite maravilhosa, parecendo
mesmo de encomenda, com uma música
fantástica, da responsabilidade do DJ
Pedro Fajardo, que levou os convidados
a encher o espaço reservado para a pis-
ta de dança.
Os cavalheiros, impecáveis nos seus
smokings, acompanharam ao local da
festa as senhoras, elegantes e rivalizan-
do no requinte e bom gosto, percorrendo
a passadeira vermelha que os aguardava.
Maria da Luz de Bragança, com um lindo
vestido de Augustus, estava radiante.
Aliás, sem sombra de exagero, pode
dizer-se que foi um verdadeiro festival
de bom gosto, no que toca à escolha das
toilettes femininas.
Sem desprimor para nenhuma das outras
convidadas, lembro o longo de Piedade
Polignac de Barros (em tons encarnados
com pinceladas, cremes e douradas),
destaque para Amália Philip e Paula
Lobo Antunes, de lilás que fica sempre
bem a uma loura, Leila Nyrop (que bem
o beringela lhe ficava). Lindo também o
vestido de Isabel Nogueira, como sem-
pre acompanhada por Dom Henrique
de Bragança. Helena Daget vestia Elie
Saab. Teresa de Chatillon estava tam-
bém muito bem, tal como Dulce Varela
que optou por um discreto smoking e um
top azul-turquesa, Teresa de Arriaga,
lindíssima e Filomena Soares também
muito elegante. Maria do Carmo Castelo
Branco marcou a noite com as suas fan-
tásticas jóias. Alix Maisiere estava linda
e super-animada. Uma palavra para a
elegância e porte das embaixatrizes.
Nos smokings, nota alta para o Nuno
Sclumberger e Nuno Vaz de Moura. E
ficaríamos aqui, sabe-se lá quanto tem-
po, a descrever uma noite, mais uma,
e sempre fantástica do aniversário da
ELES & ELAS. Maria da Luz de Bragan-
ça voltou a estar de parabéns. ➤
Maria da Luz de Bragança e Christine Gilliers
Paulina Figueiredo e Maria José Galvão de Sousa
9ELES & ELAS
Nuno Duarte, Marta Pinto de Miranda e Bernardo Carvalho Filomena e António Alves
Paula Rocha Maria Augusta Osório de Castro e Manuel Carlos Lemos
Noite das Pérolas
10
A nossa directora ladeada por Marta Castro Amado e sua filha Ana Fonseca, Patrick Daget e Maria João Lemos
Rui Rocha, Humberto Leal, Maria José Galvão de Sousa e Carlos Coutinho Paula Lobo Antunes e Jorge Corrula
AFe_Eles&Elas_210x297_TL.pdf 1 11/06/16 15:56
AFe_Eles&Elas_210x297_TL.pdf 1 11/06/16 15:56
13ELES & ELAS
Fátima Lopes e Marisa Perez Embaixatriz do Luxemburgo ladeada pelos Embaixadores de França
Margarida Ruas Pedro Sobral e Filomena Morin Ana Paula Taborda
Noite das Pérolas
Noite das Pérolas
14
O que eles e elas disseram...
Várias figuras presentes na festa de
aniversário da Eles & Elas quise-
ram prestar-nos o seu testemunho
sobre o contributo que a revista tem
dado ao longo das últimas três dé-
cadas na sociedade portuguesa, nas
suas múltiplas facetas. Eís as suas
palavras:
Dom Henrique de Bragança
Príncipe de Portugal e Duque de Coimbra
É fantástico estarmos aqui, visto que passá-
mos e partilhámos toda uma vida com a nossa
amiga Maria da Luz de Bragança! São 30 anos
de muitos desafios enfrentados e vencidos,
com a graça de Deus! Agora é só esperar pelos
próximos trinta anos!
Dr. António Gentil Martins
Médico Cirurgião
Há muitos anos que fiquei ligado à Eles &
Elas. Por norma, não tenho muito tempo para
ler revista e tenho de estabelecer prioridades.
Todavia, é evidente que uma revista, para ter
sucesso, tem de ser boa, caso contrário acaba
por morrer. Como tal, o facto de estar a co-
memorar 30 anos surge como um atestado de
vitalidade e de excelente saúde, o que só prova
que não precisa de um médico e muito menos
de um cirurgião!
Carlos Veríssimo
Decorador
Acompanho desde o início a revista Eles &
Elas. Trinta anos é uma idade que gostava de
revisitar, não que seja saudosista, mas não
me importava de voltar a assistir ao surgimen-
to da revista e a poder fazer de novo tudo o
que fiz! Por certo faria também o que a Eles
& Elas vai fazer: ser ainda melhor, fruto da
sua vasta experiência, apresentando grandes
artigos de excepcional interesse e qualidade,
muito bem feitos, entrevistas fantásticas e úni-
cas, e sempre a mostrar coisas muitos bonitas
porque é assim a Eles & Elas - uma revista
muito agradável de ler! ➤
Professor Gentil Martins com sua neta, Rita Sampaio e Melo
Helena Daget, Piedade Polignac de Barros e Filipa Belas
15ELES & ELASHelena Daget, Piedade Polignac de Barros e Filipa Belas
Humberto Leal, Maria José Galvão de Sousa, Paula e Rui Rocha Leila Nyrop Pereira, chiquíssima
Lina e Luís Belo dos Santos Marina Carvalho e Pedro Ramos e Ramos
Pia Ziegler e Maria da Luz de Bragança
Noite das Pérolas
16
Fernando Pereira, o homem-espectáculo!
Durante o baile
Paulina Figueiredo, Piedade Polignac de Barros, Ana Costa
Alves
Foi grande a animação
Barão Slot Tot Everloe, António Figueiredo e Miguel Polignac de Barros A anfitriã com o casal Ziegler Paula e Vasco Bobone
17ELES & ELASPaula e Vasco Bobone
Parte da decoração e as maravilhosas flores de Maria Clementina Flores
Teresa Arriaga, Lourenço d’Almada e Piedade Polignac de Barros
Vasco e Paula Bobone, Ana Calheiros e Maria do Carmo Castello Branco
Um brinde à ELES & ELAS
Maria da Luz de Bragança com Manoella de Mattos Calado e Silva e Pedro Barroso
Música durante o jantar
Noite das Pérolas
Noite das Pérolas
18
É com particular prazer que entregamos hoje a Estátua da Verdade
a Maria Helena Daget. É um prazer redobrado! Ao homenagearmos
a empresária de sucesso, celebramos também uma mulher de cora-
gem que, num universo particularmente dominado pelo masculino,
conseguiu tornar-se num nome respeitado na exigente indústria de
petróleos, capitaneando a empresa que é a segunda líder mundial
no seu ramo, a Techdrill.
Maria Helena é uma lutadora e é um exemplo para todas mulheres
portuguesas. Exemplo de coragem, exemplo de excelência profissio-
nal e exemplo de sensibilidade social e humana.
Numa época em que parecem ser os números a constituir ascenden-
te sobre as relações humanas, Lena Daget é peremptória em afir-
mar: “a economia não é só números, tem pessoas dentro”… Ou seja,
para esta mulher o factor humano é central no desenvolvimento e,
contra a corrente, conseguiu afirmar-se nos negócios tendo por base
essa cultura de humanidade e de esperança.
Que diferente o Mundo poderia ser hoje se os agentes económicos
tomassem por base este ensinamento, esta perspectiva ganhadora
que fez da Techdrill uma empresa de sucesso e de Maria Helena
Daget uma referência de excelência na gestão empresarial.
Obrigado, Lena, por nos fazer acreditar num futuro melhor para a
economia e para o progresso da Humanidade! ➤
Palavras da nossa Directoraquando da entrega do troféu "Estátua da Verdade"
19ELES & ELASMaria da Luz de Bragança, vestida por Augustus
Noite das Pérolas
20
Helena Daget, vestida por Elie Saab
21ELES & ELAS
Num improviso Helena Daget agradeceu:
É com a maior das emoções que aceito esta honra que a
Drª Maria da Luz de Bragança me concedeu ao atribuir-
me a Estátua da Verdade! Não é fácil para uma mulher
portuguesa singrar no universo dos negócios, e ser bem
sucedida a nível internacional implica ainda maiores difi-
culdades. Ser homenageada no meu país, de onde parti
há já tantos anos, torna este momento particularmente
especial – até porque esta é realmente a primeira vez
que sou homenageada no meu país, onde venho sempre
com tanta ansiedade para encontrar a luz de Lisboa que
me é tão querida! Desta vez cheguei para uma missão
muito particular e especial e por isso é imperativo agra-
decer à revista Eles & Elas, na pessoa da sua directora,
a Drª Maria da Luz de Bragança, mas também muito ao
meu marido, Patrick, aos meus filhos e familiares, aos
meus amigos, à equipa da Eles & Elas e a todos vós a
quem não posso deixar de dirigir o meu muito obrigada! ■
Maria da Luz de Bragança escutando o discurso de agradecimento de Helena Daget
Noite das Pérolas
22
Fátima Lopes
Estilista
A Eles & Elas é uma revista que sempre respei-
tei e que sempre me respeitou muito, por isso
só tenho a dizer dela o melhor possível. Inclusi-
ve a sua directora, Maria da Luz de Bragança,
teve a simpatia de me dedicar um prémio, no
mesmo ano em que também o recebeu o meu
grande amigo Horácio Roque - um gesto muito
especial que sempre recordarei com muito
carinho. Além disso é uma revista de extrema
qualidade e que tem o mérito de contra ventos
e marés já se encontrar no mercado há trinta
anos. Como tal, os meus votos sinceros vão
no sentido de se manter sempre na vanguarda
durante, pelo menos, os próximos trinta!
Fernando Pereira
Entertainer
É curioso, porque eu comecei a minha carreira
quase na altura do nascimento da Eles & Elas
– faço precisamente trinta anos de carreira em
2012! Quanto às três décadas da revista são sinal
de muita perseverança e muita persistência, pois
um projecto como este que a Maria da Luz de Bra-
gança tem há tantos anos, mesmo com todas as
vicissitudes que o mercado editorial enfrentou ao
longos dos anos, e atendendo aos problemas da
economia actual, é de facto notável poder celebrar
30 anos! Um grande abraço de sentidos parabéns
a esta mulher que é de facto uma grande lutadora!
Isabel Meirelles
Professora Universitária
A revista Eles & Elas faz parte de uma história
que acompanhou grande parte da nossa vida. É
um sucesso, uma longevidade que hoje em dia
face à fast corporate, a fast food, e quando tudo
é muito rápido alcançar os 30 anos é de facto
algo que e é obrigatório comemorar. Quando
esta mulher fantástica que é a Maria da Luz, por
quem eu tenho muita admiração, e que tinha um
companheiro fantástico que era o José Manuel
Teixeira, um grande jornalista, conseguir estar
aqui a comemorar três décadas de existência
como se fosse o primeiro ano, é fantástico! De
facto o sucesso é trabalho, trabalho e trabalho,
os três “tês”, e como tal, temos de afirmar que
estamos perante uma verdadeira lição de vida. ➤
O que eles e elas disseram...
Manuela e João Lameiras de Figueiredo
Alix de Maiziere e Lourenço d’Almada
Bebé e José Mesquita
25ELES & ELAS
Fátima Lopes, Ruy de Carvalho, Henrique e Paula Carvalho e Paulo Coelho
Bebé Mesquita, Miguel Polignac de Barros, José Mesquita e Humberto Leal
Lenia Lopes e Pier Sjöström O representante da Embaixada da Venezuela
Inês de Mena e Mendonça com François Lerat
Piedade Polignac de Barros
Noite das Pérolas
Noite das Pérolas
26
Lénia Lopes
Advogada
Uma revista que se mantém durante trinta anos
num mercado complicado, é, de facto, motivo de
alegria, de felicitações, de muita esperança. É pre-
ciso continuar durante muitos mais anos por forma
a que venham a celebrar os quarenta, os cinquenta
anos, os cem e por aí fora. Esta é a oportunidade
de desejar a todos aqueles que estão envolvidos
neste projecto, e em particular à Maria da Luz de
Bragança, que o êxito continue sempre e seja cada
vez maior. Que consigam levar sempre a bom
termo este empreendimento que começou há trinta
anos, sem abandonarem o espírito de luta que é
indispensável ao sucesso.
Margarida Ruas
Assessora de Conselho de Administração
da EPAL
Esta fantástica revista já me agraciou. Recebi o
prémio Eles & Elas já há muitos anos e tive honras
de muitas páginas desta revista – por essas ra-
zões e também porque sou apreciadora da mesma
posso dizer que se trata de um amor antigo. O que
isto significa é que para esta revista ser feita, é
necessário uma extraordinária determinação por
parte da sua directora, Maria da Luz de Bragança.
Ter uma revista com 30 anos, e a Eles & Elas foi
pioneira, é de uma coragem que nos dias de hoje
implica que para se resistir e conseguir manter-se
com a imagem e a vitalidade que tem não seria
possível sem a Maria da Luz de Bragança. Es-
tar hoje aqui a celebrar com ela é um verdadeiro
prazer, uma honra para mim e é uma homenagem
que lhe presto.
Manuel Ferreira Enes
Relações Públicas
Os últimos trinta anos que passei em companhia
da Maria da Luz de Bragança foram excelentes!
Conheço-a há muitos anos, acho até que do tempo
em que era solteira, e devido à minha profissão
na aviação e depois na hotelaria tentei ajudá-la
um bocadinho sempre que possível, ela sempre
muito amorosa, e assim foram passando os anos.
Continuo a gostar muito dela e acho que merece
tudo de bom! O que ela tem lutado durante estes
30 anos pela revista, só ela! È uma mulher muito
forte! ➤
O que eles e elas disseram...
Embaixadores do Luxemburgo
Amália Philip e Manuel Ferreira Enes
27ELES & ELAS
Helena Ribeiro e Jorge Santos Silva Jorge Pereira de Sampaio, Luís Belo dos Santos e Lourenço d’Almada
Nuno Vaz de Moura e Pia Ziegler
Conversando....
Carlos Medeiros e Fabrice Marescaux Isabel Nogueira
Noite das Pérolas
28
Nuno Schlumberger
Decorador
Antes de mais é primordial dar os parabéns
à revista Eles & Elas e em particular à sua
directora, Maria da Luz de Bragança, mas
também a toda a equipa que com ela colabora.
De facto, não é fácil, nos tempos que correm,
manter uma revista – ainda mais se falarmos
de uma revista que já se mantém ao longo de
trinta anos! No entanto, se continuar a existir
uma vontade inexorável de fazer o melhor,
associada ao trabalho de uma equipa coesa e
que nunca desiste, o sucesso continuará asse-
gurado durante muitos e muitos anos. Muitos
parabéns, Eles & Elas!
Paula Lobo Antunes
Actriz
Na verdade quando a Eles & Elas nasceu tinha 5
anos e não estava sequer a viver em Portugal. Toda-
via, lembro-me bem dela durante a minha juventude e
recordo-me de ir a um casamento da família Orléans
e de ter aparecido, pela primeira vez, na Eles & Elas.
Sempre se comprou lá em casa e considero que
é uma revista com muita classe, e que não sendo
elitista, passa por uma questão de “ou se ter ou não
se ter”. Considero que a Eles & Elas cultiva muito isso
e faz muito bem. Ao fim de 30 anos, e apesar da con-
corrência feroz, continua a ser exclusiva, a ter muita
classe, muito charme e é um grande prazer para mim
poder estar presente nesta festa tão especial.
Pedro Barroso
Professor Universitário e Cantor
A minha relação com a Eles & Elas tem sido inter-
rompida, mas mantendo sempre algum contacto e
uma grande amizade pela Maria da Luz de Bra-
gança. Em tempos fui mais assíduo, mas a vida
no campo acaba por me tornar um pouco eremita.
Ainda assim, e não sendo dado a festas de social,
não pude deixar de atender à efeméride especial
que se comemora. Trinta anos de vida de uma
revista é algo de muito especial, possui uma carga
de data histórica e percebo como a Maria da Luz
de Bragança, que é uma grande amiga, sinta hoje
que pode soltar um suspiro de missão cumprida.
Por isso dos trinta convites que recebemos lá em
casa, recusámos vinte e nove e este foi ➤
O que eles e elas disseram...
Inês Mendonça e Jacques de Bretagnol
Leila Nyrop e Guy Deffense
29ELES & ELAS
José Moutinho e Paulo Sassetti
Teresa de Macedo e José Robalo
António e Paulina Figueiredo Jorge Silva e Antónia Maria Baptista
Minerva Lara Batista e Paulo Neves José e Filipe Leite Paula e Ruy de Carvalho
30
Noite das Pérolas
➤ irrecusável. Era incontornável não vir dar um
abraço a uma amiga num dia tão especial e face a
uma data tão importante! Parabéns à Eles & Elas
e ainda mais à Maria da Luz de Bragança.
Ruy de Carvalho
Actor
Eu já não sei há quantos anos recebi a Estátua
da Verdade da Eles & Elas, mas sei que a recebi
no mesmo ano que o Saramago, numa festa na
Póvoa do Varzim. Entre outros também estava
o Carlos Paião. Criei nessa altura um laço muito
especial com a revista que mantenho até hoje.
A Eles & Elas é uma bela revista, com excelente
grafismo e grandes artigos. Desejo as maiores
felicidades à Eles & Elas e daqui a trinta anos
mais que não seja estou aqui a dar os parabéns
em pensamento! ■
Fo
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Ab
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imos o seu evento por medida...Produz
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teri.p
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32
Maria da Luz de Bragança“A Força tem nome de Mulher” por Dulce Varela, fotos Orlando de Sousa
Trinta anos passaram já desde a fundação da revista
ELES & ELAS, sempre com Maria da Luz de Bragança
a dirigir, com a força, a energia, o espírito renovador e
lutador que fez dela a mulher que é. ➤
Entrevista
33ELES & ELAS
Filha de um reputado empresário, tanto no
sector público como privado, Maria da Luz de
Bragança, ainda que educada num regime
austero, nem por isso deixou de mostrar, ao
longo destes anos, que está muito longe de ser
conservadora. É um espírito aberto e empreen-
dedor, isso sim.
30 anos passaram, talvez, num instante para si.
O que ficaram destes 30 anos? As boas recorda-
ções ou os momentos menos felizes? E pergun-
to tanto pessoal como profissionalmente…
Há 18 anos, conheci bem, a nível pessoal, um
homem cheio de qualidades e, segundo fiquei
a saber, também muito amado e respeitado por
muita gente – o José Manuel Teixeira – que
“partiu” vai para dois anos, mas as recordações
deste homem extraordinário acompanham-me
diariamente. Quanto à revista, tenho tido muitas
alegrias e, como devem calcular, algumas desi-
lusões, mas no cômputo geral, o que me vem à
cabeça são boas recordações, que espero conti-
nuar a acumular.
A Maria da Luz é o que se pode classificar de
uma Mulher com muito mundo. Ainda que tenha
estudado em Lisboa, primeiro nas Escravas,
depois nas Oblatas, acabaria por fazer o liceu
no Charles Lepierre, onde o clima era totalmente
diferente. Esta mudança influenciou-a de algu-
ma maneira, abriu-lhe novos horizontes?
Não, continuei a ser igual a mim própria. O que real-
mente me mudou os horizontes foi a minha estada
em Inglaterra.
Estudou em Inglaterra, como diz, onde contac-
tou com novas culturas, novas gentes, foi ama-
durecendo, regressou a Portugal, onde ajudou
muitos após o 25 de Abril, altura em que dirigia
uma galeria de arte, a Diprove. Mas os mo-
mentos que se viveram, então, no nosso País,
desagradaram-lhe a tal ponto que, praticamente,
se auto-exilou no Brasil. Começava então uma
nova fase da sua vida…
Na verdade, o que me fez ir para o Brasil, em
primeiro lugar, foi ver muitos amigos partirem para
aquele país e achei que era a minha oportunidade
de conhecer o Brasil. Depois, apaixonei-me por
esse maravilhoso país e fiquei. Mas o que me mar-
cou mesmo e me fez partir foi uma poesia de Mário
Castrim, que iniciava um dos livros da primeira clas-
se do meu filho e que seria, mais ou menos, assim: ➤
34
➤ “O meu pai é cadeirão
Minha mãe é cadeirinha
O que eu quero ser é banco de cozinha
Adeus ó pai cadeirão
Adeus ó mãe cadeirinha”
Isto fez-me pensar na instituição família, que tanto
prezo e respeito, e no amor dos meus filhos, que
enviei, de imediato, para Paris, para casa de uns
amigos, colocando-os numa escola Valdorf, o que,
certamente, contribuiu muito para a sua educação e
a posição que eles hoje ocupam.
E porquê?
Porque na escola Valdorf, as crianças, mesmo as
mais pequenas, só vão às aulas que querem, o que
faz com que os professores lutem, para serem ama-
dos e preferidos pelos alunos, tornando as suas au-
las o mais interessante possível. Esse ano e tal dos
meus filhos em Paris devo agradecer ao castrim.
O seu trabalho no Brasil levou-a a aproximar-se,
tanto quanto sei, do meio jornalístico. Acha que
esse foi um factor determinante para, no seu re-
gresso a Lisboa, fundar a revista ELES & ELAS?
Não, não foi. Eu gostei muito do Brasil e até do tra-
balho que desenvolvia e que me fez lidar com gran-
des jornalistas brasileiros. No entanto, nunca pensei
enveredar por este caminho. Após um tempo de ter
fundado o Gabinete 1, uma empresa de Comunica-
ção e Imagem, vi quase que como uma necessida-
de editar uma revista, que transmitisse alguma felici-
dade às pessoas vendo o lado positivo da vida que
todos necessitam de ter e do qual estavam afasta-
dos há alguns anos, de revoluções, ódios, lutas e
privatizações. Os empresários estavam a começar a
voltar a trabalhar, mostrando que teriam cabimento
numa sociedade social, que se estava a construir,
e na qual eram e serão sempre imprescindíveis.
Quanto a mim, foi o grande momento da ELES &
ELAS, em que conversava directamente com os
pequenos, médios e grandes empresários, que me
apoiavam com publicidade, para dar a conhecer
as suas marcas. Hoje, não é nada assim. Vieram
depois as multinacionais e montes de meninas de
agências e comunicação que, na sua maioria, nun-
ca foram empresárias, muitas delas, não parecendo
interessar-se pelas empresas portuguesas, como
acontecia há anos atrás.
Tem de concordar comigo que fundar uma re-
vista, a única revista social nessa altura, foi um
acto de grande coragem, de inovação, uma vez
que, nessa altura, as pessoas tinham medo de
se mostrar…
Hoje, parece-me que têm mais medo. Ao fim de
uns 11/12 anos de editarmos a revista ELES &
ELAS, começaram a aparecer montes de revistas
“marron”, que colocam as pessoas de respeito lado
a lado a centenas de fofocas, em grande parte
mentiras, sobre a vida pessoal de estrelas e pseudo
estrelato.
Recorde-nos, então, como nasceu mesmo a
ELES & ELAS, num Portugal em que a alegria
não era muita. Como conseguiu convencer as
pessoas a “dar a cara” pelo seu projecto, tanto a
nível pessoal como empresarial…
Comecei a ler os jornais e escolhi, de acordo com
que eles escreviam, alguns jornalistas que consi-
derei muito bons. Ao Diário de Lisboa fui buscar
o Manuel Anta, o Zé Pedro Barreto, o Ilídio Alves,
o Mário Dias Ramos (A Capital), o Afonso Praça
(ao Jornal), entre outros, tudo jornais que já não
existem. Pensámos fazer uma cooperativa, porque
todos queriam escrever livremente, pois os seus
jornais eram todos de certo modo partidários. Mas
acabaram por querer ganhar dinheiro e começaram
a faltar aos seus trabalhos, pois queriam um lucro
mais imediato. Foi aí que eu tomei as rédeas da
ELES & ELAS, para continuarmos a pagar à Grá-
fica, etc., e a uma pequena equipa de jovens com
que contei durante uns tempos.
O mais curioso é que a ELES & ELAS nasce
quase em pleno período da chamada “luta de
classes… Agora, a luta continua, mas é uma luta
diferente – é a sua luta, luta para sobreviver num
mundo em que o objectivo é manter o nível da
revista, a linha editorial, digamos assim, lutar
para sobreviver a nível da publicidade, etc.
Nunca acreditei na chamada “luta de classes”.
Quando uma pessoa tem classe, tem classe em
qualquer meio social, seja mais pobre, seja mais
rica. Uma das coisas que me aborrece é, após me
ter embrenhado em conseguir apoios publicitá-
rios para a revista, depois de uma revolução, cujo
objectivo era acabar com as classes sociais, per-
guntarem-me se a revista era de classe A,B, C, C2
ou D… Ainda hoje me choca um bocadinho dizerem
que não põem uma publicidade de um carro mais
barato, porque estamos no “Target” A/B e C1. Como
se as pessoas com algum dinheiro não comprem
carros ou produtos mais baratos… nem que seja ➤
Maria da Luz de Bragança
35ELES & ELAS
36
➤ para os filhos ou para lhes sobrar algum dinheiro
para poderem contribuir para outros sectores.
Quais foram os acontecimentos que mais a mar-
caram ao longo destes 30 anos e se reflectiram,
de algum modo, na sua revista?
Os acontecimentos que mais me marcaram, dizem
respeito aos meus filhos e netos e não se reflectem
na revista, que tem servido para reflectir outras
pessoas e facilitar-lhes o caminho para o sucesso e
dar-lhes alguma felicidade.
Embora eu não acredite nisto, alguma vez lhe
passou pela cabeça desistir?
Sempre pensei em desistir, mas alguma coisa
me diz para continuar e o principal são as neces-
sidades dos meus colaboradores, alguns que já
casaram aqui e têm filhos, e outros, simplesmente,
porque gostam muito disto.
Não contente com a implantação da ➤
Maria da Luz de Bragança no seu gabinete
Maria da Luz de Bragança
37ELES & ELAS
➤ ELES & ELAS (cujos 30 anos de existência
celebrou há dias com uma requintada festa no
AURA), a Maria da Luz ainda apostou noutro
projecto, uma outra revista – Diplomática – cujo
sucesso e projecção estão a reforçar-se. Onde
vai buscar força para alargar esta sua luta, o
seu campo de acção?
A Diplomática, agora, é o meu encanto, talvez
porque tenha estudado em Inglaterra, juntamente
com meninas de todo o mundo, hoje, com a Di-
plomática, tenho tido oportunidade de continuar o
meu trajecto a caminho do mundo. Como há muito
sempre disse, que não era só portuguesa. Era uma
pessoa do mundo.
Reconheceu, no seu discurso do 30º aniver-
sário do ELES & ELAS, que o seu caminho
profissional tem estado, naturalmente, eivado
de dificuldades. Como é que tem conseguido
ultrapassá-las?
Todas as pessoas que conseguem caminhar, ten-
tando subir um degrau todos os dias, têm sempre
sérias dificuldades, porque, muitas vezes, num
pequeno empurrão, descem a escada toda. Para
todos, desde os grandes empresários aos mais
pequeninos, manter-se em cima é quase tão difícil,
ou mais, do que subir a escada.
Sempre a pensar nos amigos e leitores, con-
tando com o apoio de muitos amigos, decidiu,
desde logo (e até nisso foi inovadora), criar o
prémio Estátua da Verdade e, a cada ano que
passa, tem vindo a entregar o galardão a figu-
ras das mais diversas áreas. Um galardão que é
aceite (já tivemos ocasião de o constatar) com
orgulho pelo premiado. É, para si, também um
orgulho entregar esse prémio?
É, porque o Prémio, quando as pessoas correspon-
dem às nossas expectativas, é um prémio que dá
realmente sorte. Quando o têm, quase todos que
o têm, chegam muito longe. Por exemplo, Durão
Barroso, Saramago e tantos mais.
O Grupo de Comunicação Gabinete 1, que edita
a ELES & ELAS, foi o seu primeiro projecto de-
pois de regressar do Brasil? Creio que chegou
a trabalhar antes disso com a Fernanda Pires
da Silva...
Sim, mal cheguei, comecei a trabalhar com a
Fernanda Pires da Silva no Grupo Grão-Pará. Aí
também conheci pessoas interessantes (José Mi-
guel Júdice, por exemplo) e tentámos acabar com
as lutas na empresa. Abri o autódromo, o Atlantis
e, após o Atlantis, é que resolvi fazer a ELES &
ELAS.
Sei que foi no primeiro aniversário da revista
que se vestiu smoking, pela primeira vez
pós-25 de Abril, o que constituiu um sucesso e,
de alguma maneira, afastou fantasmas e tris-
tezas. Não teve receio de tomar esta decisão?
Considera uma espécie de compensação ➤
38
➤ em relação à luta que encetou em 1982, com a
criação da 1ª grande revista social de qualidade
em Portugal?
Lancei a revista no Páteo Alfacinha, onde foram
muitos jornalistas e os jornais da altura escreveram
coisas muito bonitas sobre a revista. A minha segu-
rança talvez fosse um pouco inconsciente, ao ponto
de pensar aceitar candidatar-me à Presidência da
República. Porque achava (e ainda hoje acho) que
uma mulher-mãe poderia tomar conta deste peque-
níssimo país.
Quer citar-me alguns nomes sonantes (sem que-
rer ferir a sensibilidade de ninguém) que passa-
ram pelas suas festas de aniversário? É justo
que se diga que nunca falhou nenhum ano…
Todas as pessoas que convidei, foi porque as
queria ter connosco, por isso não distingo nenhuma,
porque para mim ninguém é importante. Aprendi
com o meu pai que cada um só tem a importância
que nós próprios lhe damos.
A atravessar uma grave crise mundial, o nosso
país entrou, há dias, numa nova fase da vida
nacional, muito mais difícil. Politicamente, ainda
que não queira saber da sua ideologia pessoal,
de modo nenhum, acho que vamos vencer a
crise (com dificuldades imensas, é certo)?
Politicamente, o meu partido seria o “Das Causas
Justas” e erradicar a injustiça. A vida é muito curta
e os governos deviam existir para dar o essencial
a todos, contribuindo para a sua felicidade e
bem-estar. Quanto à crise, há muitos anos, desde
que voltei, só num dos Governos é que não se falou
em crise. Parece que ela nos tem acompanhado.
Hoje, parece-me mais perigosa, porque está a
roubar a alegria a milhares de pessoas. Se vencer
a crise é a felicidade de um povo, parece-me que,
com estas políticas de desrespeito por quem traba-
lha e pela pessoa humana, dando “algum peixinho”
sem ensinar a pescar, vai demorar muito tempo a
Portugal a encontrar-se consigo mesmo. É preciso
que o Governo não continue a “matar a galinha dos
ovos de ouro”, que são as micro e PME’s e, isso
sim, facilitar-lhes a vida, para que não continue
a desgraça a que se está a assistir – empresas
fechadas não pagam impostos e os desempregados
também não.
Num mundo em que os empresários são (ain-
da) maioritariamente homens, não sente um
orgulho muito especial por ser considerada
uma sobrevivente?
Sempre achei um disparate essa distinção entre
empresárias e empresários. Acho que somos todos
empresários, nem que seja de nós próprios, e a
mulher não tem de estar nem à frente nem atrás do
homem. Lado a lado, iremos chegar lá, se o Gover-
no nos deixar.
Ao nível cultural, gostava de saber o que pensa
do mecenato. Acha que tem cumprido o papel
que lhe é devido? Neste tempo de crise aguda,
poderia ser mais útil ou limita-se a olhar pelos
seus próprios interesses?
Nunca tive Mecenato, de modo que não sei bem
como eles têm actuado. Hoje, em momentos de
crise, os mecenas são os que não se mostram, que
vão deixar o pouco que têm nos bancos alimenta-
res, de forma anónima e acolhem os vizinhos em
dificuldades. Esse, para mim, é o grande Mecenato.
As grandes obras, essas deveriam ser obrigações
do Governo, que possui muitos baldios por cultivar e
empresas lucrativas.
A força de uma Mulher como a Maria da Luz resi-
de onde? Onde vai buscar essa força? Em quem
se apoia nos momentos mais difíceis, emocio-
nalmente falando?
No medo e na coragem!
Olhamos para si e vemos uma mulher bonita
(ainda há dias deu uma entrevista fantástica na
televisão), que sabe o que quer que põe os pon-
tos nos iis, que não se coíbe de censurar o que
entende estar mal, que defende os mais fracos,
os mais idosos, os seus trabalhadores. Como se
vê a si própria?
Aquela menina cheia de esperança no futuro, mãe
de filhos, com amigos e família numerosa.
Para assegurar a qualidade em qualquer área
que seja, o que é, para si, fundamental?
A sorte e alguma competência para o desempenho
do lugar que ocupa.
Tem afirmado que não é nacionalista. Mas gosta
de ser portuguesa? Sente orgulho de ter nasci-
do em Portugal?
Não. Desde há muitos anos que digo que sou uma
cidadã do mundo. Portugal é o Mundo e o Mundo é
Portugal.
Há códigos de conduta de que não se afasta um
milímetro. Quais são eles?
A honestidade e a bondade – ver todos como
irmãos. ■
Maria da Luz de Bragança
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10-5590•AG Eles e Elas:Layout 1 26/11/10 12:11 Page 1
40
Isabel de Inglaterra85 anos de idade, 58 anos de reinado
Isabel II, rainha de Inglaterra, ainda que tenha nascido a 21 de Abril
de 1926, em Londres, como soberana indiscutível dos britânicos e
cidadãos da Commonwealth, tem vindo a celebrar (com especial
enfoque em Londres) os seus 85 anos. Sempre com a mesma força,
sempre respeitada e amada pelos seus súbditos, com uma dureza
de carácter que a si própria se impôs em determinados momentos
mais críticos do seu reinado, agora bem mais suave. ➤
Caras & Coroas
41ELES & ELAS
➤ Nasceu na Primavera de 1926, em
Londres. O seu pai, Jorge VI, e sua mãe,
a Rainha-mãe com mais carisma de toda a
história de Monarquia britânica, duques de
York, então, nunca supuseram que aquela
menina se converteria, um dia, na rainha
de Inglaterra, aliás, actualmente, a Chefe
de Estado que está no poder há mais tem-
po, na Europa. Mas o homem põe e Deus
dispõe, como diz o ditado popular. Parece
ser um ponto assente que mais do que
mulher e mãe, Isabel II foi, durante muitos
anos, uma rainha assoberbada com os
seus deveres, com pouco tempo livre para
se assumir, sobretudo, como mãe dedi-
cada. Só agora, bem mais velha, Isabel II
se tornou mais aberta, mais doce com os
netos, sobretudo, mais compreensiva com
alguns problemas que lhe têm surgido.
Isabel Alexandra Maria de Windsor nas-
ceu em Londres, na madrugada do dia
21 de Abril de 1926, em casa dos seus
avós maternos, os condes de Strahmore.
Foi a primogénita dos duques de York,
Alberto (filho de Jorge V) e de lady Isabel
Bowes-Lyon. Curiosamente, pois nada
fazia prever o seu futuro, o seu nascimen-
to mereceu apenas uma nota breve nos
jornais diários londrinos. Nesse dia, era
difícil imaginar que, onze anos depois, a
jovem Isabel se converteria na herdeira do
trono britânico.
Em 1936, quando o seu avô paterno , o
rei, morreu e o seu tio Eduardo lhe suce-
deu, Isabel tornou-se a segunda na linha
de sucessão ao trono, atrás de seu pai.
Depois da morte de Jorge V, subiu ao
trono Eduardo VII, que, como é do domí-
nio público, renunciaria à coroa, depois de
lhe ter sido negada autorização para casar
com Wallis Simpson, uma americana
divorciada.
Em Maio de 1937, sobe ao trono o pai de
Isabel, com o nome de Jorge VI e foi aí
que a vida da princesa mudou radicalmen-
te. A família teve que abandonar o castelo
de Windsor, para se instalar em Buckin-
gham, local onde viriam a sofrer todas as
agruras provocadas pela guerra. Foi então
que a família real teve um gesto que os
ingleses jamais esqueceriam, ao recusar
radicar-se no Canadá, preferindo partilhar
o destino do seu povo. A partir de Setem-
bro de 1939, com o decorrer da Segunda
Guerra Mundial, Isabel e a sua irmã mais
nova, Margarida, ficaram no castelo de
Balmoral, na Escócia até ao Natal 1939,
quando se mudaram para Sandrigham
House.
Foi em 1939 que Isabel terá visto, pela
primeira vez, o homem que viria a ser seu
marido: Felipe da Grécia, um cadete loiro,
alto, então com 18 anos. Com uma infân-
cia difícil, provocada pela separação dos
pais, Felipe acabaria por ser “adoptado”
por um tio, lord Mountbatten, um homem
severo, rígido, talvez responsável pela
difícil maneira de ser do duque de Edim-
burgo. Mas foi apenas cinco anos depois
(em 1945, a futura rainha dos ingleses
ingressava no Serviço Territorial Auxiliar
das Mulheres, tendo sido promovida cinco
meses depois), em 1946, que Felipe viria
a pedir a mão de Isabel, “empurrado” pelo
tio.
O casamento não se realizou sem contro-
vérsias. Filipe não tinha nenhum suporte
financeiro, era estrangeiro e a sua irmã
tinha casado com um nobre alemão, com
ligações aos nazis. Relatam algumas
biografias que a mãe de Isabel terá sido,
inicialmente, contra a união, chamando
Filipe de “alemão destruidor”. No entan-
to, no fim da vida, a rainha-mãe disse ao
seu biógrafo que Filipe foi “um cavaleiro
britânico”. O casamento viria a realizar-se,
um ano depois, na Abadia de Westmins-
ter. E ainda que a situação provocada pelo
pós-guerra fosse muito dura, milhares de
pessoas deram os seus cartões de racio-
namento para comprar a seda, as pérolas
e as contas de cristal com que foi feito o
vestido de noiva da futura rainha. Depois
do casamento, os noivos instalaram-se em
Clarence House. Talvez, esse tivesse sido
a melhor fase da vida de Isabel II. Um ano
depois do casamento, nascia o príncipe
Carlos. Um nascimento que não ➤
42
➤ afectou particularmente Felipe que,
aborrecido, pediu transferência para Malta,
tendo viajado acompanhado apenas por
Isabel. O pequeno príncipe ficou com os
avós (assim se explica a sua profunda e
carinhosa ligação à rainha-mãe e um certo
distanciamento dos pais) e as professoras.
Isabel ia a Londres ocasionalmente e em
1950 nascia a princesa Ana.
E foi, precisamente, a 6 de Fevereiro de
1952, quando a princesa Isabel se encon-
trava de viagem no Quénia, que se tornou
rainha de um império, que se tem vindo a
desgastar ao longo dos anos. Foi, aliás,
o príncipe Felipe que lhe deu a notícia da
morte do rei Jorge VI, quando passeavam ➤
Isabel de Inglaterra
43ELES & ELAS
44
➤ junto ao hotel onde se hospedavam. É
verdade que a Grâ-Bretanha mudou muito
durante este meio século. É bom que se
recorde que Isabel II subiu ao trono numa
época extremamente difícil, no pós-guerra,
tempo de austeridade e sacrifício. A Índia
e o Paquistão já tinham conquistado a sua
independência e o retrato étnico da nação
ia-se modificando. Nos primeiros dez anos
do seu reinado, Isabel II dedicou-se total-
mente à sua missão soberana, deixando
ainda mais de lado os seus deveres fami-
liares. Apesar disso, dois meses depois de
subir ao trono, Isabel II assinou um decre-
to, segundo o qual os seus filhos usariam
apenas o seu apelido - Windsor. ➤
Isabel de Inglaterra
45ELES & ELAS
➤ Uma decisão que viria a afectar ne-
gativamente o seu casamento. Isabel II
acabaria por se tornar naquilo que muitos
designavam como “uma profissional da
monarquia”, algo que a viria a converter
numa das mais prestigiadas soberanas,
internacionalmente falando, mas com uma
vida privada, que todos conhecemos, fértil
em dissabores, desgostos e escândalos.
Na Grã-Bretanha diz-se mesmo, com
alguma crueldade, que Isabel II quer mais
aos seus cães e cavalos do que aos filhos
e aos netos. Mas, contrariando esta tese,
vimos recentemente Isabel II desolada
com a morte da única irmã, a princesa
Margarida, com quem mantinha uma rela-
ção muito estreita.
Isabel II foi coroada a 2 de Junho de
1953, com apenas 26 anos, e o luxo
asiático que caracterizou a cerimónia da
coroação era o oposto do que se dizia
quanto ao declinar do império britânico.
Três anos depois, o casamento de Isabel
e Felipe sofria o primeiro baque, tendo
estado mesmo à beira da ruptura. Era
voz corrente que Felipe aceitava com
dificuldade o seu papel subalterno na
hierarquia monárquica. Assustada, Isabel
II aproximou-se um pouco mais do marido
e, logo de seguida, nasceram os príncipes
André e Eduardo. Mas, de lá para cá, as
más línguas nunca deixaram de se referir
aos devaneios de Felipe e ao crescente
isolamento da rainha. Nestas circuns-
tâncias, não é de estranhar que os prín-
cipes, a começar por Carlos, se tenham
tornado jovens e adultos carentes, com
vidas pessoais turbulentas, em que os
escândalos, os divórcios e a infelicidade
eram as palavras de ordem. Os prínci-
pes cresceram sem o carinho dos pais
e submetidos a uma rígida disciplina, de
que era partidário acérrimo o duque de
Edimburgo. Amores contrariados, casa-
mentos impostos, divórcios polémicos
(o de Carlos e o de André) de tudo a
Grã-Bretanha foi testemunha nos últimos
anos. Depois da trágica morte de Diana,
algumas alterações se registaram entre
os Windsor. A própria rainha, confrontada
com a crescente falta de popularidade
da monarquia, veio aproximar-se gradu-
almente do seu povo, enquanto Carlos
ganhava novo alento, transformando-se
no pai atento e carinhoso que nunca fora
(ainda está na memória de todos nós, a
figura de Carlos ao lado dos filhos e de
Filipe de Edimburgo e Charles Spencer,
percorrendo as ruas de Londres, pejadas
de povo, que queria despedir-se da sua
princesa), adoptando uma postura de ver-
dadeiro herdeiro da coroa, pese embora o
ter assumido publicamente a sua relação
com aquela que foi a sua paixão de toda a
vida - Camilla Parker-Bowles.
Como o tempo vai desvanecendo as
polémicas, finalmente Isabel II aceitou
Camilla e o seu casamento com Carlos,
cujos filhos, William e Harry, acabaram por
aceitar a madrasta, particularmente Harry
, tendo estado ao lado do pai no dia do
seu casamento com a actual duquesa da
Cornualha, dando ao mundo a imagem de
uma família feliz.
Com tudo isto, a rainha esteve à beira
de perder o trabalho de uma vida, que a
tantas renúncias obrigou. Politicamente
conservadora, considerada como uma das
mulheres mais ricas do mundo, Isabel II
já deixou claro que não tem intenções de
abdicar a favor do filho mais velho e, a
julgar pela longevidade familiar, vamos ter
Isabel II por muito tempo. Apesar disso, foi
agradável de ver, durante o recente casa-
mento de William e Kate, o fantástico en-
tendimento entre a rainha e o príncipe de
Gales. Hoje em dia, Isabel II é uma mulher
mais terna, que sorri com mais abertura,
mostrando a sua face mais humana.
Tal como no Jubileu da rainha, em 2003,
este 85º aniversário da rainha foi cele-
brado com jantar de gala, fogo de artifício
e as salvas de canhões dispararam em
vários pontos do país, em honra de Isabel
II, que já agradeceu, através da Internet, o
apoio e o carinho dos ingleses.
God Save the Queen! nTexto: Maria Dulce Varela
46
Neste “Flashback”, sentimos que é também altura para
lembrar nomes que connosco colaboraram, grandes
nomes da imprensa, como José Pedro Barreto, Ma-
nuel Anta, José Antunes, Miguel Teixeira, Ilídio Alves,
Dora Pires, Helena Pais Costa, Luís Stau Monteiro,
Suzette Ferreira do Amaral, Maria Virgínia de Aguiar
e tantos outros, sem esquecer tantas figuras públicas,
entre elas, três Presidentes da República, a presença
frequente de Helena Roseta, Joaquim Letria, Milai
Lucas Pires, Rui Machete, Helena Sacadura Cabral ou
Agostinho da Silva.
Bem recheada (espaço para eventos sociais, no início,
poucos havia e foram crescendo com a passagem dos
anos), a ELES & ELAS oferecia espaço de debate,
notícia ou mensagem, entrevistando com o critério da
oportunidade ou do interesse da personagem escolhi-
da, sem qualquer preocupação de “credos” políticos ou
sociais. Para trás ficou o barulho familiar do bater das
teclas das máquinas de escrever, substituído pelo qua-
se inaudível ruído dos computadores (que nos facilitam
a composição de eventuais cortes ou transformações
dos textos), as fotografias, sejam de eventos, sejam
de entrevistas, chegam-nos agora quase em cima da
hora, graças às novas tecnologias. Enfim, tudo mudou!
Tudo menos as recordações, que vamos agora parti-
lhar convosco, desde o nosso primeiro aniversário.
Foi no então magnífico restaurante panorâmico do
Monsanto que foi celebrada a 1ª Grande Gala de
Aniversário da ELES & ELAS, Júlio Isidro e Alice Cruz
apresentaram o espectáculo, de que recordamos mo-
mentos de um excerto do musical “Cats”, também as
actuações de José Cid, Lenita Gil, Maria da Fé, entre ➤
Flashback 30 anos
30 Anos e tantas histórias para contar, tanto avanço na tecnologia, tantas alegrias
e tristezas, tantas surpresas, amigos que já não estão entre nós, que sempre
acreditaram em nós e que, sem o seu patrocínio, nunca teríamos chegado até aqui.
Neste ano em que celebramos os 30 anos da ELES & ELAS, uma data tão especial,
achámos que é altura de recordar o percurso da revista até aos nossos dias, os
nomes dos premiados com a “Estátua da Verdade”, uma obra em bronze criada pelo
escultor Francisco Simões, entregue desde o 1º aniversário da ELES & ELAS até hoje.
1. Gentil Martins recebe a Estátua da Verdade 2. Júlia Pinheiro em 1996 3. Jorge Rocha de Matos agradece à Directora 4.
Filipe La Féria e José Saramago 5. Carlos do Carmo, homenageado no 3º aniversário 6. Joaquim Bastinhas no 5º aniversá-
rio 7. Maria José de Morais no 2º aniversário 8. No 3º aniversário, Alexandra cantava e encantava 9. Herman José e Júlio
Isidro no 1º aniversário 10. O treinador Carlos Queiróz no 6º aniversário 11. Edite Estrela nos nossos 18 anos 12. A Estátua
da Verdade para José Saramago 13. Troca de Troféus – Ruy de Carvalho e Rita Ribeiro 14. No 15º aniversário, um dos
homenageados foi Jorge Nuno Pinto da Costa 15. Teresa de Sousa Holstein – A Ela do 1º Ano
1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11
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47ELES & ELAS
➤ outros. A “Estátua da Verdade”, galardão do primeiro
órgão de comunicação social a distinguir, publica-
mente, notáveis de diversos campos de actividade, foi
entregue no nosso 1º aniversário, ao poeta Eugénio
de Andrade, ao pintor Bual, ao escultor Martins Cor-
reia, ao médico Gentil Martins, ao empresário Rocha
de Matos, à Companhia Nacional de Bailado, à dupla
Herman José/Nicolau Breyner, a José Cid, às actrizes
Carmen Dolores e Eunice Muñoz, ao encenador João
Lourenço, aos Forcados de Santarém e a José Maria
Pedroto.
E mais um ano passou e chegou o 2º aniversário,
desta vez celebrado no Casino da Póvoa do Varzim,
com a gala apresentada por Rita Ribeiro e Álvaro
Nazaré. Uma gala marcada por excelentes actua-
ções, desde O Bailado Teatro Contemporâneo do
Porto a Teresa Tarouca e Carlos Paião, entre muitos
outros nomes cimeiros da música portuguesa. E a
“Estátua da Verdade” revelou-se uma verdadeira
homenagem à cultura e à arte nacionais. Nesse ano,
foram premiados a pianista Maria José Morais, os
pintores Henrique Medina e José Guimarães; José
Saramago, Ruy de Carvalho, Filipe la Féria, Paulo
Caetano (no toureio), Teresa Tarouca, Pedro Barroso
e Neves de Sousa (no desporto e não só!). Valente
de Oliveira e o empresário Rui de Lacerda foram os
“Ele do Ano”.
E chegámos ao 3º aniversário da ELES & ELAS, cele-
brado com um jantar-espectáculo na FIL, apresentado
por Joel Branco, Vítor de Sousa e Célia David. Subi-
ram ao palco e encantaram os, cada vez mais nume-
rosos, convidados, Alexandra, Marco Paulo e Jorge
Fernando, entre outros.
Para receber o troféu, subiram ao palco Pedro Bur-
mester, Carlos do Carmo, Paulo de Carvalho e Hen-
rique Santana que, aliás, animou as hostes com a
adaptação do prólogo de uma peça da sua autoria. O
“Ele do Ano” coube a Ramalho Eanes e a “Ela do Ano”
foi Helena Roseta.
No nosso 4º aniversário abrimos as portas aos lisbo-
etas, festejando a efeméride nas Ruínas do Carmo.
Isabel Wolmar, “vestida de Lisboa”, apresentou um
espectáculo com a direcção do maestro Shegundo
Galarza. Vibraram poemas com Elsa Saque, Maria
Clara e Eugénia Lima, acompanhadas pela orquestra
ligeira da RDP.
O Casino Estoril recebeu a 5ª Gala da ELES & ELAS,
com shows fabulosos, de que destacamos os ➤
16. Durão Barroso recebe a Estátua da Verdade no 5º aniversário 17. Nicolau Breyner, outro dos homenageados do
1º aniversário 18. Maria João Brito e Cunha, uma das mais elegantes de 1991 19. Em 1990, Agostinho da Silva com a
Estátua da Verdade 20. Maria Barroso recebe Prémio de Prestígio em nome do casal Soares 21. Rui Veloso em 1996 22.
Shegundo Galarza com a Estátua da Verdde 23. Mestre Henrique Santana no nosso 3º aniversário 24. Pedro Santana
Lopes em 1994 25. Lindas, as nossas debutantes em 1997 26. Miguel Sousa Tavares no 15º aniversário 27. Na 16ª Gala
homenageámos o Padre Vítor Melícias 28. O encenador João Lourenço, homenageado no 1º aniversário
16 17 18 19 20
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48
➤ divertidos Afonsinhos do Condado e da então
banda-sensação do momento, Os Delfins. Os prémios
para o desporto foram, nesse 5º aniversário, para
Jorge Nuno Pinto da Costa e Joaquim Agostinho e
na tauromaquia para Joaquim Bastinhas. O “Ele” e a
“Ela do ano” foram atribuídos, na altura, a Marques
Mendes e a Manuela Morgado. Chegamos então ao 6º
aniversário, romântico, tendo como palco o lindíssimo
Palácio de Seteais, em Sintra. Os homenageados pela
ELES & ELAS nesse ano foram os maestros Álvaro
Cassuto e António Vitorino de Almeida, Américo Amo-
rim, Ilídio Pinho, Clara Almeida Rodrigues e o treinador
Carlos Queirós.
Foi com uma tourada em Cascais que a ELES & ELAS
festejou o 7º aniversário, homenageando os 45 anos
de forcado de Salvação Barreto, e um jantar no Paço
do Lumiar, onde entregámos a “Estátua da Verda-
de” a Shegundo Galarza. O “Ele do Ano” foi mestre
Agostinho da Silva e a “Ela do Ano” Maria Teresa de
Noronha.
Em 1991, no 8º aniversário, a revista atribuiu a “Está-
tua da Verdade” a Durão Barroso e a Isabel Mota e à
artista plástica Clara Menezes, durante um jantar na
Casa de São Domingos, em Lisboa.
Junto ao belo rio Douro, em Avintes, a Casa de Fiães
recebeu todas as personalidades “in” de Norte a Sul do
País na 9ª Gala ELES e ELAS, cujo tema foi a elegân-
cia, premiando na forma de agir e estar. Os escolhidos
foram Eles - Miguel Veiga, João Marques Pinto e
Adolfo Pinto Leite. Elas – Cinha Jardim Leitão, Gugas
Jervell e Maria João Brito e Cunha. Todos receberam
Medalhas e Prémios.
Em 1993 e 1994, as nossas festas de aniversário (a
10ª e a 11ª) foram no T-Club, decorado primorosamen-
te pelo arquitecto Pimenta da Gama (“Faz Festa”), com
toldos sobre o Tejo, e animaram Lisboa, premiando
com Medalhas e Troféus ELES & ELAS os que se
distinguiram nos vários sectores da nossa revista: D.
Vicente da Câmara e o filho, José (fado), pela Feira
das Artes, Maluda e mestre Pedro Leitão; na Moda,
Sofia Aparício; “O Nosso Parabéns” para as irmãs
Jardim; no golfe, Silvinha Saldanha. Só entregámos
uma “Estátua da Verdade”, que foi para Pedro Santa-
na Lopes.
Em 1995, a festa foi na Cidade Invicta, com a entrega
da Estátua da Verdade” foi entregue a Paulo Valada e
João Minnemman.
Fogo de artifício e fogo preso numa noite inesquecível
no T- Club, em Lisboa, em 1996. Festejávamos o 15º
aniversário. A Tuna Camoniana “In Vino Veritas” da
UAL recebia os convidados com grande animação e
euforia. Peças de arte em craclé, da autoria de Ana ➤
29. Isabel Wolmar, nas Ruínas do Carmo, no 4º aniversário 30. A actriz Ana Bustorf em 1996 31. Lídia Franco homenageada em 2002
32. As elegantes debutantes do 21º aniversário 33. Em 2001, Álvaro Clemente recebia a Estátua da Verdade 34. O embaixador Dário
Castro Alves no 21º aniversário 35. Mariza, a revelação do ano 2000 36. Sofia Sá da Bandeira e Gérman pelo Jet-Set 37. Maria de
Belém Roseira 38. Maestro António Vitorino de Almeida no 6º aniversário 39. A Directora com D. Miguel e D. Henrique de Bragança
29 30 31 32
33 34
35
36 37 38
39
Flashback
➤ Maria Botelho e Troféus premiaram novamente
todos os que se distinguiram nas várias áreas, do
Desporto às Relações Públicas, dos Casais à medici-
na. O Prémio Jornalismo foi entregue a Miguel Sousa
Tavares e Júlia Pinheiro. Na Música, Rui Veloso e o
maestro Ivo Cruz foram os premiados. Nas Relações
Públicas, Manuel Ferreira Enes e Maria Nunes da
Ponte; no Ténis, João Cunha e Sofia Prazeres; no
Hipismo, Manuel Malta da Costa, Jorge Matias, Júlio
Borba e Madalena Abecassis; nas Artes, Nikias Skapi-
nakis, Joaquim de Almeida e Ana Bustorf.
Verdadeiramente deslumbrante foi a 16ª Gala ELES
& ELAS, no Convento do Beato, em Lisboa. A música
clássica e o rock misturaram-se na noite, dedicada aos
jovens e aos menos jovens. A “Estátua da Verdade”
distinguiu Maria de Belém, o Padre Vítor Melícias e o
então Procurador-Geral da República, José Narciso
Cunha Rodrigues.
Em Agosto de 1998, uma tourada na Praça de Touros
das Caldas da Rainha e uma festa em São Martinho
do Porto, animaram os nossos leitores, que vieram de
Norte a Sul.
A maioridade da ELES & ELAS foi comemorada no
T-Club, em Lisboa, o clube que viu a nossa Revista
crescer. Milhares de convidados passaram uma noite
divertidíssima com a Companhia de Dança Espanhola
e os D’Arrasar, que receberam o Prémio Revelação. A
“Estátua da Verdade” coube a Edite Estrela e a José
Raúl dos Santos.
A Liga dosBombeiros, pela sua acção humanitária, e
Margarida Ruas, pela sua intervenção na Cultura Por-
tuguesa, foram receber o Troféu e a magnífica voz do
fado de Mariza entoou pelas paredes do Musicais, na
Gala do 19º aniversário da nossa Revista. Mariza re-
cebeu o “Prémio Revelação”. Também os D’Arrasar,
os Milénio, Inês Santos e Claudia e os Hexa actuaram
e receberam os aplausos dos milhares de convida-
dos, que não resistiram a um pezinho de dança.
O Coliseu dos Recreios foi o palco da 20ª Gala de
Aniversário ELES & ELAS. A academia de Dança An-
tiga de Lisboa e Luís Peças levaram-nos ao passado.
Com os Fly Dancers chegamos aos anos 60. Já em
2001, Wanda Stuart, Cláudia e os Hexa Plus foram um
espectáculo! A “Estátua da Verdade” coube à artista
Wanda Stuart e aos representantes dos nossos emi-
grantes na África do Sul e na Venezuela, Joe Quintal
e Álvaro Clemente. O Baile das jovens debutantes foi
realmente um sucesso!
Na Gala do 21º aniversário, o Palácio Foz abriu as
suas portas. A Embaixada do Brasil ofereceu um
recital de piano de Ney Salgado e o Baile de Debute
deslumbrou os convidados. A “Estátua da Verdade” foi
atribuída ao Embaixador Dario Castro Alves e à actriz
Lídia Franco.
Chegámos ao 22º aniversário da ELES & ELAS, que
foi celebrado com a beleza e a graciosidade das flores.
O Espaço 02Lx recebeu os nossos convidados, bem
dispostos e vestidos a rigor (de acordo com o dress
code), brilhando numa decoração requintada. Rita
Mendes apresentou a gala, em que actuou uma das
vedetas então mais em voga – Rui Bandeira, seguido
dos Milénio. A “Estátua da Verdade” foi entregue a
Maria do Céu Guerra, Artur Agostinho e Alexandra
Lencastre.
Com um cenário de excepção e uma temperatura
óptima, a primeira noite de Julho de 2004 marcou a
data da comemoração do 23º aniversário da nossa
Revista. O magnífico restaurante BBC – Belém Bar
Café – em Lisboa acolheu a festa, a que compare-
ceram cerca de duzentos convidados para o jantar
sentado, trajados a rigor. António Pinto Basto e
Mariana Oliveira apresentaram o espectáculo. Fi-
nalmente, era chegado o momento alto da noite – a
atribuição da “Estátua da Verdade”, nesse ano
atribuída a duas figuras de vulto no panora-
ma empresarial português – Maria João
Bustorff (Cultura) e Miguel Horta e Costa
(Gestão).
O 24º aniversário da ELES & ELAS
(uma revista que, sempre afirmámos,
se dedicava, há quase um quarto de
século, a informar, distrair e cultivar) foi,
mais uma vez, no BBC. Sortearam-se
seis magníficos relógios Eletta, com a
ajuda de Isabel Nogueira, Lili Caneças,
Teresa Pinto Coelho Stürken e Fernando
Pereira, o nosso homem-espectáculo.
Aguardado por todos, o momento da
revelação das individualidades que
iriam receber a “Estátua da Verda-
de” chegou. Teresa Regojo, Rui
Nabeiro, Horácio Roque e a estilista
Fátima Lopes foram os escolhidos.
Luxo, glamour e espectáculo marca-
ram as Bodas de Prata da Revista.
Era o 25º aniversário, no Largo do
Teatro S. Carlos, que se engalanou
para a festa, transformando-se num
jardim palaciano. Os Violinhos tocavam
alegres e românticas áreas clássicas.
No ecrã gigante passavam imagens
de algumas das mais bonitas e
elegantes festas da revista.
Como era o ano de Mozart, Lúcia ➤
49ELES & ELAS
50
➤ Lemos cantou uma linda ária de “Cosi Fan Tutte”. E
a “Estátua da Verdade” foi entregue a Vítor de Sousa,
que levou antes ao palco o pequeno Diogo Rebelo,
actor-revelação de “Floribela”, que recebeu, o Prémio
Futuro.
Chegamos ao 26º aniversário da revista, de novo no
BBC. Faltavam poucos minutos para a meia-noite
quando o fogo-de-artifício rebentou nos céus. O nome
ELES & ELAS faiscava e na sala todos aplaudiam.
Celebrava-se a “Noite de Ouro”, animada com a
performance de Fernando Pereira, Zoe Jones, e três
artistas do Chapitô. E quanto a prémios, a “Estátua da
Verdade” foi entregue a Fátima Lopes e Mário Assis
Ferreira. Pedro Alves recebeu o Prémio Design, os
Story Tailores receberam o Prémio Revelação Moda e
Nicha Cabral o Troféu Motor de Ouro.
Mais um ano, mais um aniversário – o 27º, que teve
lugar no belíssimo Palácio da Cruz Vermelha, com
um décor que surpreendeu tudo e todos – o contraste
entre a louca Dolce Vita e a romântica cidade de Paris,
recriado por Fernando Portugal, do Morgadio Real. De-
pois de um magnífico jantar e perante o olhar atento de
todos os convidados, criando um momento de autênti-
co suspense, foi revelado o nome escolhido para atri-
buir a “Estátua da Verdade”: Manuela Moura Guedes,
pelo rigor, coragem, profissionalismo e frontalidade. A
premiada foi ainda presenteada com uma belíssima
jóia, assinada por Ana Calheiros.
O 28º aniversário da Revista ELES & ELAS teve como
palco o Club Bela Cruz, no Porto, que reuniu ilustres
convidados, sob o tema “Candy Party”, amigos de
longa data e algumas caras bem conhecidas do social
portuense. Bem ao estilo “candy”, as manequins da
Space Millan Models animavam os convidados à
entrada do clube, na Foz da cidade do Porto. Judite de
Sousa, a convidada de honra, que recebeu a “Está-
tua da Verdade”, por ser uma das mais prestigiadas
jornalistas do nosso País, era ansiosamente aguar-
dada e foi recebida entre cumprimentos e sorrisos
dos convidados para um brunch inesquecível, após o
que recebeu o seu merecido prémio que, desde logo,
afirmou estar muito feliz por ter sido distinguida.
E, finalmente, chegámos à festa do 29º aniversário da
ELES & ELAS, no Terrace Lounge-Sete Colinas, no
Corinthia Hotel. A feérica decoração, a cargo de Cristi-
na Pimenta da Gama e do Morgadio Real, fazia jus ao
nome da festa “White and Blue”. Elas, em belíssimas
toilettes, Eles em elegantes smokings, serviram de ce-
nário à habitual atribuição do Prémio ELES & ELAS: a
“Estátua da Verdade”, que foi entregue a uma notável
figura do Porto: Clara Gomes, presidente da Liga dos
Amigos das Crianças do Hospital Maria Pia. Nobre
causa para uma Mulher de coragem e solidariedade.
E os 30 anos... n
19ELES & ELAS
� Diogo Rebelo, o pequeno
actor revelação da telenovela
"Floribela", da SIC, surge de
súbito à frente do palco
segurando uma bola colorida. A
pedido de Vítor de Sousa sobe
ao palco, agradecendo os
aplausos com a sua
desenvoltura natural. Maria da
Luz de Bragança, Directora da
revista, entrega ao pequeno
Diogo Rebelo o Prémio Futuro,
como uma homenagem aos
jovens de hoje, que serão os
futuros empresários, desportis-
tas e artistas.
E era chegado o momento da
entrega da Estátua da Verdade.
"2006! Bodas de Prata da
revista Eles & Elas! Uma noite
quente de Verão, uma bela e
renovada praça de Lisboa, este
cenário magnífico da fachada
do nosso Teatro Nacional de S.
Carlos, de tantas noites de Arte
e Beleza, é o cenário para
festejarmos estes 25 anos e
atribuir mais uma vez a Estátua
da Verdade.
O Júri, constituído por todos os
colaboradores e cronistas da
revista Eles & Elas e por
algumas individualidades já
distinguidas, decidiu, por �
25anos
55
56
57
55. Maria da Luz de Bragança
dirigindo-se aos convidados,
junto a Vítor de Sousa e
Diogo Rebelo
56. Vítor de Sousa recebendo a
Estátua da Verdade
57. Diogo Rebelo exibindo o
seu Prémio Futuro
Vítor de Sousarecebe a Estátua da Verdade
Estreando-se como actor de
teatro num espectáculo de Gil
Vicente, em 1965, Vítor de
Sousa é hoje um actor
consagrado nas mais variadas
vertentes da interpretação.
As suas actuações em televisão
trouxeram-lhe o reconhecimento
público, onde interpretou papéis
cómicos em programas como "A
Mulher do Senhor Ministro" ou
"Hermanias", mas também
representações mais sérias em
telenovelas, como "Vila Faia" ou
"A Grande Aposta".
A poesia é outras das suas
grandes paixões, participando
em espectáculos e gravando
CDs de declamação de poemas.
40 anos de vida artística.
40 41 42 43 44
45 46 50 51
47 48 49
40. Maria do Céu Guerra 41. Miguel Horta e Costa recebe a Estátua da Verdade 42. Artur Agostinho 43. Judite de Sousa e
a sua Estátua da Verdade 44. Manuela Moura Guedes, emocionada, com a Estátua da Verdade 45. Rui Nabeiro 46. Maria
João Bustorff recebe a Estátua da Verdde 47. Horácio Roque agradece o troféu 48. Mário Assis Ferreira e o seu troféu
49. Vítor de Sousa 50. A estilista Fátima Lopes também foi galardoada com a Estátua da Verdade 51. Alexandra Lencastre
Flashback
AF C5EHDI 210X297 ELES ELAS.indd 1 5/10/11 7:21 PM
52
Carlos Medeiros e Fabrice Marescaux São os rostos de um dos mais belos e emblemáticos espaços de restauração da capital lisboeta – o restaurante Aura
“É uma honra e um prazer poder trabalhar numa das praças
mais bonitas do mundo!” ➤
Best of
53ELES & ELAS
➤ Com a muito bem-vinda reformulação
da Praça do Comércio e o renascer do
Páteo da Galé a actividades culturais
e lúdicas, era imprescindível trazer ao
convívio tanto dos portugueses quanto
daqueles que nos visitam o esplendor
e capacidades desta que é a “nossa”
praça de São Marcos – embora consi-
derada por muitos mais ainda mais bela
que a original veneziana. Foi precisa-
mente no âmbito de fazer reviver esta
bela praça da capital, que tantas poten-
cialidades tem, e também tanto neces-
sitava de renovação, por forma a poder
ser mais vivida tanto por portugueses
como por estrangeiros, que foi apresen-
tado um concurso para abertura de um
espaço de restauração em o Páteo da
Galé. “Quando surgiu esta possibilida-
de de ter um restaurante neste espaço
tão especial nunca me convenci que a
nossa proposta fosse a escolhida, face
ao grande número de outras excelentes
propostas a concurso. Estranhamen-
te, um dos meus sócios disse desde o
primeiro momento que a nossa era uma
proposta vencedora. Felizmente para
todos o palpite dele tornou-se real”, con-
fessa Carlos Medeiros.
Para este especialista em restauração e
catering, tudo começou há muitos anos
atrás com uma viagem a Inglaterrra
em que por mero acaso se viu ligado
à restauração e começou aí uma pai-
xão que dura até aos nossos dias. O
seu primeiro êxito foi a Cateri, uma das
mais conhecidas empresas no âmbito
do catering, que se encarrega da de-
coração de pequenas festas a mega-
casamentos, passando por todo o outro
género de solicitações que possam
surgir. Carlos Medeiros sabe bem que
toda a experiência que foi adquirindo ao
longo dos seus 48 anos de idade, “é es-
sencial para o bom sucesso de qualquer
empresa, e também muito do Aura, que
em menos de seis meses de existência
já conquistou um espaço especial no
coração dos clientes”! Aliás, como afir-
ma, “tudo foi pensado ao pormenor. Do
nome do espaço, que transmite positivi-
dade à decoração, à escolha do menu e
claro está do chef.” Quanto à decoração,
“é fruto de uma mistura de peças úni-
cas e escolhidas a dedo tanto por mim
quanto pelo Fabrice e que vieram tanto
de lojas portuguesas, quanto de feiras
internacionais. O mais engraçado é que
não havia um plano definido, a única
coisa que sabíamos é que havia regras
relativas ao facto de se tratar de um
espaço protegido e que não podia sofrer
determinadas alterações – não pude-
mos, por exemplo colocar o lustre que
o Fabrice tanto desejava. Todavia, aos
poucos foi ganhando forma e ao manter
a possibilidade, que desde o início tínha-
mos decidido que tinha de ter, de ser um
espaço que pudesse ser alterado, para
tanto contemplar um jantar de 200 pes-
soas ou diversos de grupos mais peque-
nos com a simples mudança do espaço,
transformar-se em pista de dança, etc.,
soubemos que estava perfeito!”
Depois o segredo tanto do restaurante,
lounge e café quanto da muito procura-
da esplanada é um menu de base bem
portuguesa, “porque nós portugueses
gostamos muito de fazer experiências
gastronómicas, mas acabamos sempre
voltar à boa e rica comida nacional”, diz
Carlos Medeiros, e como tal “procurá-
mos um novo chef português encon-
trámos o Duarte Matias, "O resultado é
uma ementa portuguesa contemporânea
que é bem do agrado geral, acompanha-
da de uma garrafeira exclusiva e muito
interessante”, conclui. A versatilidade do
espaço permite assim que este funcio-
ne durante todo o dia para as refeições
habituais mas também na área lounge
para o serviço de cocktails e snacks
gourmet.
Por último procurámos saber como é que
Carlos Medeiros consegue coordenar
o trabalho da sua empresa de catering
com o restaurante Aura: “é fácil - tra-
balhando muito, fazendo férias curtas,
como aliás gosto, pois três ou quatro
dias vividos com intensidade são melho-
res que um mês sem nada para fazer, e
fazendo questão de que todos os dias
estejamos aqui ou eu ou o Fabrice para
receber os nossos convidados, que hoje ➤
54
➤ já quase todos são amigos! Por último
há que confessar que é uma honra e um
prazer poder trabalhar numa das praças
mais bonitas do mundo!” conclui.
Fabrice Marescaux é um dos franceses
mais portugueses do nosso país, e é a
ele que cabe ser o anfitrião mais pre-
sente e multifacetado da nossa Lisboa
e em particular do restaurante Aura. Há
mais de 25 anos em Portugal, Fabrice
continua a considerar que “lhe parecem
25 anos de férias”, pese embora o facto
de que desde a sua chegada se tenha
tornado um elemento muito presente no
universo da restauração no nosso país.
Depois de sair de França o seu desti-
no inicial não foi Lisboa, antes viajou e
praticou a sua arte um pouco por todo
o mundo com especial referência para
várias colocações na cadeia Sofitel.
Uma vez chegado a terras lusas, rapida-
mente se apaixonou por Cascais. Como
grande comunicador que é, publicou
vários livros, sobre a sua arte culinária
ao mesmo tempo que dava a conhecer
ao paladar português a versatilidade das
quiches, na sua loja denominada Casa
das Quiches. Conhecedor requintado de ➤
Carlos Medeiros e Fabrice Marescaux
55ELES & ELAS
➤ todas as vertentes que estão envolvi-
das neste tipo de negócio, é perito em
dar atenção aos mais ínfimos pormeno-
res, o que se revela uma considerável
mais-valia para este tipo de espaço – em
caso de dúvida, basta passar um agradá-
vel final de tarde na esplanada do Aura
e aproveitar ao máximo os requintados
petiscos ao som do piano de meia cauda
tocado por Fabrice Marescaux. Fazendo
suas as palavras de Carlos Medeiros,
no que toca ao privilégio que é trabalhar
num espaço tão especial, Fabrice acres-
centa que “cada dia é um desafio e um
prazer, surgindo sempre a necessidade
de ultrapassar algumas dificuldades, de
conseguir vencer novos desafios!” Para
muito breve, e a par desta sua tarefa de
prestigiar da melhor forma todos aqueles
que visitam o Aura, espera-se a simpá-
tica presença de Fabrice Marescaux no
âmbito da comunicação, num projecto
que dará a conhecer a um público bem
mais vasto alguns dos mais bem guarda-
dos segredos da sua profissão. Até lá é
aproveitar para conhecer esta fantástica
dupla no seu adorado e tão versátil Aura
restaurante-lounge-café. ■
56
SANA Excellence Os pormenores fazem a diferença
A SANA Hotels prepara-se para inaugurar em Junho o primeiro hotel de quatro
estrelas das Caldas da Rainha - o SANA Silver Coast Hotel. Uma unidade Excel-
lence que promete ser uma referência em conforto, bem-estar e gastronomia.
SANA Silver CoastA 100 quilómetros de Lisboa, o SANA Silver
Coast é o primeiro hotel de quatro estrelas das
Caldas da Rainha. Em pleno centro da cidade,
este Hotel, repleto de charme e glamour revi-
valista, tem tudo para seduzir viajantes, em-
presários e famílias da região. O antigo Hotel
Lisbonense manteve a fachada original e as
influências neoclássicas. Outrora frequentado
por membros da família real de D. Carlos I, abre
agora as suas portas a todos aqueles que dese-
jam retemperar energias, fazer uma escapadela
romântica, organizar eventos empresariais,
saborear a gastronomia local ou simplesmente
celebrar a vida.
Outros Hotéis SANA Excellence:
SANA Lisboa HotelEm pleno centro de Lisboa, o SANA Lisboa é
um hotel moderno que oferece quartos amplos,
com decoração contemporânea e equipados
com todas as conveniências, para estadias
de negócios ou de lazer. O hotel beneficia de
uma localização excelente, na Avenida Fontes
Pereira de Melo, junto ao Marquês de Pombal
e a uma curta distância do centro histórico da
cidade. Com 11 salas de reunião, é frequente-
mente escolhido para encontros empresariais
e eventos sociais. De segunda a sexta-feira, o
Restaurante Contemporâneo serve um almoço
em regime de buffet por um preço fixo de 20
euros, sem bebidas. Ao jantar, num ambiente
mais intimista, poderá saborear pratos mais
requintados.
SANA Malhoa HotelCom uma decoração contemporâneo e um
ambiente convidativo, o SANA Malhoa Hotel
proporciona todas as condições para usufruir de
uma agradável estadia. A poucos minutos a pé
da Praça de Espanha, do shopping do El Corte
Inglês e de várias vias de acessos e transportes
públicos, dispõe de parque de estacionamento
privado. Amplos e confortáveis, todos os quar-
tos proporcionam o descanso necessário para
melhor aproveitar o dia em Lisboa. No último
andar, com uma vista panorâmica, existem
quatro suites que oferecem o dobro do espaço
e do conforto.
SANA Metropolitan HotelJunto à Praça de Espanha, ao Jardim Zoológico
e ao Hipódromo de Lisboa, o SANA Metropo-
litan Hotel apresenta uma localização privile-
giada, a dez minutos do centro da cidade e do
aeroporto. Conforto, amplitude de espaços, um
serviço atento favorecem uma estadia memorá-
vel.
Seja para uma bebida ao final do dia no Wall
Street Bar ou para um jantar no Restaurante
Astrolábio, o paladar está sempre no centro das
atenções. De segunda a sexta-feira, é servido
um almoço buffet por um preço fixo de 18 euros,
sem bebidas. Ao jantar, a ementa à la Carte
é a solução ideal para quem aprecia pratos
gourmet, cuidadosamente confeccionados pelo
Chef.
SANA SesimbraA 40 minutos de Lisboa, na primeira linha da
praia e rodeado pela Serra da Arrábida, o SANA
Sesimbra Hotel é o refúgio perfeito para quem
aprecia sol, mar, cultura e gastronomia. Com
piscina e jacuzzi panorâmicos no topo do edifí-
cio, dispõe de 100 quartos totalmente remodela-
dos que privilegiam o conforto e a tranquilidade.
O hotel dispõe de um restaurante com esplana-
da, onde o peixe e o marisco estão sempre em
destaque, e um bar com uma vista fabulosa da
baía de Sesimbra. n ➤
O conceito ExcellenceSe gosta de combinar no mesmo hotel um serviço
requintado, uma localização privilegiada e uma
decoração acolhedora e elegante, os três hotéis de
4 estrelas SANA são os seus preferidos por exce-
lência. Porque mais do que um nome, Excellence
é uma filosofia associada à arte de bem receber.
A diferença está nos pormenores, no atendimento
personalizado, no ambiente intimista, nos sabores
únicos. Tudo feito a pensar num único tipo de públi-
co: o mais exigente. n
L' Hotel
57ELES & ELAS
1. Piscina do SANA Sesimbra Hotel
2. Quarto do SANA Lisboa Hotel
3. Bar do SANA Metropolitan Hotel
4. Fachada do SANA Silver Coast Hotel
1
2
3
4
58
Mas antes da lua-de-mel, à partida em local secreto,
falemos um pouco do casamento, que foi o grande
acontecimento dos últimos tempos. Lindíssima, no
seu vestido branco( criado por Sarah Burton da Casa
Alexander McQueen), aparentemente tranquila, a
lembrar o estilo de Grace Kelly, Kate que, durante
os últimos meses, recebeu todas as exigentes lições
de protocolo, etiqueta e história devidas à mulher
do futuro herdeiro do trono inglês, esteve à altura do
acontecimento. Pelo braço do pai, como manda a
tradição, acompanhada pela irmã, sua única dama
de honor e que, pode dizer-se, foi uma das estrelas
do enlace, quase ofuscando a noiva, e pelos pagens
(todos ligados à família dos noivos e trajados a rigor).
As meninas levavam uns pequenos ramos de flores,
iguais ao da noiva, enquanto os pagens levavam nas
fardas a insígnia da Guarda Irlandesa, cujo coronel
é o príncipe William, que fez questão de usar a sua
farda no dia do seu casamento.
Igual a si próprio, o príncipe Harry foi a alegria da
festa. Descontraído, brincou com o irmão (cujo
nervosismo era vísível), com as convidadas e com a
irmã da noiva, perante o olhar benevolente de Isabel
II e do duque de Edimburgo.
Como sempre acontece nestes casamentos reais,
muitas eram as futuras cabeças coroadas que
todas, em excepção, apostaram, mais do que nas
toilettes, nos chapéus que usaram. Philip Treacy foi
um dos criadores mais escolhidos (pelo menos entre
a aistocracia inglesa), a começar pela duquesa da
Cornualha. Alguns mais extravagantes que outros
(como foi o caso da filha mais nova do duque de
York), outros elegantíssimos, como foi o caso de
Zara Philips, filha da princesa Ana.
William, de alguma maneira, fez questão, nos últimos
tempos, de homenagear a mãe de diversas manei-
ras. Primeiro, oferecendo-lhe, como anel de noivado,
o anel que foi de Diana, acabando passeando-se
pelas ruas de Londres no mesmo Aston Martin de
Carlos, depois do banquete do casamento, carro de-
vidamente ornamentado com balões e laços, “obra”
de Harry, claro está. Enquanto William guiava, Kate
acenava à multidão. Era neste mesmo carro que
Carlos gostava de passear com Diana nos primeiros
tempos do seu casamento.
Curiosamente, a duquesa de Cambridge será a
primeira rainha inglesa plebleia e a primeira a ter um
curso universitário. Para já, sem agenda oficial nem
papel mais activo, Kate limitar-se-á a acompanhar
o marido a alguns compromissos oficiais. Foi a
própria Kate a afirmar que, para já, quer ser “apenas
a mulher de um militar da Força Aérea Real”. O seu
passado imaculado faz de Kate a mulher certa para
o lugar certo.
Mas voltando à lua de mel, que ainda não tem data
marcada, diversas foram as explicações dadas para
este adiamento: os deveres profissionais do príncipe,
questões de segurança, enfim, seja o que fôr, fica
para já no segredo dos deuses, como acontece com
os temas reais. Sendo certo que nem Kate sabe o
futuro destino da lua de mel.
No dia a seguir ao casamento, e depois da festa par-
tilhada, mais na intimidade com familiares, os duques
de Cambrigde, ela com um simples vestido azul da
Zara e William, passearam pelos jardins do palácio
de Buckingham, dando oportunidade aos fotógrafos
de registarem este breve passeio, cumprimentaram
alguns dos colaboradores, ter-se-ão, por certo, des-
pedido da família e partiram de helicóptero para um
fim de semana que terá sido, certamente, romântico,
numa das propriedades de Isabel II, na Escócia. Este
secretismo tem, curiosamente, sido respeitado pelos
súbditos ingleses. Aliás, na ilha de Anglesey, no
norte de Geles, onde o casal irá viver, os habitantes
já afirmaram que tudo farão para ajudar a preservar
a privacidade dos duques de Cambridge.
Nesta breve lua-de-mel (apenas uma semana),
William e Kate, antes de embarcarem no Britannia, o
casal ainda terá passado unas dias em Broadlands,
a residência dos Moutbatten.
Vê-los de novo, em termos oficiais, em Julho, numa
visita ao Canadá e à Califórnia. And happy, we are
sure! n ➤
Duques de CambridgeUma lua de mel adiada
Trinta anos decorridos após o casamento de Carlos e Diana, o seu primogénito e também
ele futuro rei de Inglaterra, William uniu o seu destino a Kate e posaram, com os pagens,
no trono do Palácio de Buckingham, tal como o fizeram os príncipes de Gales.
Depois de uma cerimónia de sonho, (a capela de Westminster parecia um verdadeiro jar-
dim), William e Kate, a quem a rainha concedeu o título de duques de Cambridge, provo-
caram o espanto entre os ingleses ao decidir adiar, “sine die”, a lua de mel, limitando-se
a um fim de semana prolongado em local ignorado (pelo menos para o grande público).
Helen Doyle
Lovers
59ELES & ELAS
Helen Doyle
60
André Jordan tem sido um verdadeiro mecenas
e um nome que estará, para sempre, ligado ao
Turismo em Portugal. A ele se devem os empre-
endimentos da Quinta do Lago no Algarve, a Lu-
sotur, empresa que ergueu a maior comunidade
turística de Portugal e da Europa e o diversificado
empreendimento de Vilamoura. André Jordan foi
ainda consul honorário do Brasil no Algarve, onde
apostou também nos primeiros grandes Open de
Portugal (num total de 7) e noutros torneios, no-
meadamente o prestigiado torneio de golfe, The
Duke of Edinburgh Cup, de carácter solidário, que
integra o circuito de provas da International Golf
for Youth, instituição de apoio à juventude, ligada
ao The Duke of Edinburgh’s Award. De resto, é
ele o responsável pela construção de campos de
golfe de grande qualidade, com design de arqui-
tectos internacionais de renome (Quinta do Lago
e o Millenium, no Algarve, a renovação do Old
Course e o Victoria Clube de Golfe, este último
palco do World Cup e do Portugal Masters, em
Vilamoura, terminando no fabuloso campo de
golfe do Belas Clube de Campo.
É indiscutível que Jordan marcou o sector do Tu-
rismo (quer no Algarve quer Belas, uma iniciativa
seguida por um dos filhos, Gilberto Jordan) pela
inovação e pelos elevados patamares de qualida-
de dos seus empreendimentos, tendo sido ➤
André JordanDoutorado Honoris Causa pelo ISCTE
André Jordan, um dos principais rostos do turismo e do empreendedorismo
em Portugal, foi galardoado com a distinção “Doutoramento Honoris Causa”
pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. A cerimónia, em que foi
também distinguido José Veiga Simão, contou com a presença de diversas
figuras conhecidas da sociedade portuguesa.
Doutores
61ELES & ELAS
➤ mesmo Vice-Charmain do World Travel and
Tourism Council, sendo actual membro do
conselho do Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, do Conselho de Honra da Orquestra da
União Europeia. Membro do Conselho de Admi-
nistração da Fundação de Serralves, foi fundador
do Festival de Música do Algarve, entre outras
iniciativas culturais.
Tudo isto chegaria para justificar esta homena-
gem do ISCTE. Mas André Jordan é muito mais
do que isto. Há poucos anos atrás, numa en-
trevista, afirmava: “A minha vida é uma só, não
tenho várias vidas, está tudo amalgamado na
minha cabeça. Sou um produto de muitas expe-
riências e de muitas culturas”. Um pouco mais
tarde, dizia “As convulsões da história marcam,
mas passam” Poderia citá-lo até ao infinito,
tantas são as perspectivas da sua vida, do seu
trabalho, falar sobre a sua personalidade, objec-
tivos e valores.
Sem dúvida um dos empresários mais empreen-
dedores do nosso País, a sua história de vida é
fascinante e o seu charme é inegável. Amigo fiel,
exigente consigo próprio e com os outros na exe-
cução dos seus projectos, André Jordan nasceu
na Polónia (de onde foi obrigado a fugir, devido à
Segunda Guerra Mundial, tendo a família perdido
quase tudo), mas tem cidadania portuguesa, e
nunca mais parou. Entre a França, os Estados
Unidos, a Argentina e o Brasil, André Jordan
sempre conseguiu criar relações com os diferen-
tes lugares onde viveu e, o que é mais surpreen-
dente, orgulha-se de ter amigos em toda a parte.
Segundo ele, “sempre quis viver acompanhado
de quem gosto, talvez por isso nunca existiu uma
separação entre a família e os projectos profis-
sionais”.
Optimista por natureza, André Jordan vê, para
Portugal, seu país de adopção, uma “luz no fun-
do do túnel” mesmo neste momento de crise que
atravessamos.
Jordan, que tem a sua casa de férias na Quinta
do Lago, desfez-se, há poucos anos, da Luso-
tur, em Vilamoura, quando constatou que apa-
receu gente sem qualificação, mas com crédito
abundante. Era hora de sair, assim o entendeu
e assim o fez, com aquela visão especial que o
caracteriza.
André Jordan vive a vida com paixão, com
alegria, e tem, na família e nos amigos, o apoio
que muitos desejariam ter e não têm. Homem de
estatura e alma imensas, não pede mais à vida
do que já tem.
Não é por tudo isto de estranhar que este ho-
mem, dedicado à família, à cultura, ao jornalismo
e ao turismo, que fez de Portugal o seu local de
eleição, tenha sido agora distinguido pelo ISCTE
–IUL, com o Doutoramento Honoris Causa. Sem
dúvida, uma justa homenagem a um homem que
nos deu uma lição de vida.
Mas já foi “ameaçando”, que ainda nos vai sur-
preender... E acreditamos que sim. nMaria Dulce Varela
Sem dúvida um dos empresários
mais empreendedores do nosso País,
a sua história de vida é
fascinante e o seu charme é
inegável. Amigo fiel, exigente
consigo próprio e com os outros na
execução dos seus projectos
62
A Universidade Lusíada de
Lisboa celebrou, no dia 28
de Junho de 2011, o seu 25.º
aniversário com um conjunto
de iniciativas que juntou profes-
sores, antigos alunos, recém-
graduados e funcionários.
As festividades iniciaram-se
com uma Missa de Acção de
Graças na Igreja de Santa
Maria de Belém (Mosteiro dos
Jerónimos), presidida por Sua
Eminência Reverendíssima D.
Manuel Martins e concelebrada
pelos Capelães da Universi-
dade Lusíada de Lisboa, Pe.
Ismael Pereira Teixeira, e da
Universidade Lusíada do Porto,
Pe. Bernardo Rasquilha, e,
ainda, pelos licenciados desta
Universidade, Pe. Duarte Guer-
ra Pinto e Pe. Marco Luís.
Por volta das 18H30, o Jardim
da Universidade estava prepa-
rado para dar início à Sessão
Solene e à entrega das cartas
de curso aos recém-graduados.
Ao som do hino académico
“Gaudeamus Igitur”, interpreta-
do pelo Coro da Universidade
Lusíada, o cortejo académico
desfilou pelo mgnífico jardim,
com os Professores trajados
a rigor a abrirem alas para a
passagem do Reitor e do Chan-
celer. Estava aberta a Sessão
Solene.
Passou-se, então, de imediato,
aos discursos. O primeiro ora-
dor foi o Presidente da Associa-
ção Académica da Universidade
Lusíada de Lisboa, Pedro Gil.
Em seguida falou o Presiden-
te da Associação de Antigos
Alunos da Universidade Lusía-
da, José Augusto Fernandes. O
Arqt. Jorge Manuel Nunes Fer-
reira deu o seu testemunho ➤
Universidade Lusíada de Lisboa celebrou 25 anos
1. Cortejo Académico
1
Doutores
63ELES & ELAS
➤ como antigo aluno da Univer-
sidade. Por último, discursaram
o Magnífico Reitor da Univer-
sidade Lusíada de Lisboa, o
Chanceler das Universidades
Lusíada e o General António
Ramalho Eanes, convidado
para presidir a esta cerimónia.
Procedeu-se, de seguida, à
entrega de prémios ao melhor
graduado de todos os cursos e
aos três primeiros classificados
de cada curso. Estes prémios
têm um especial significado ao
distinguir aqueles que, pela sua
dedicação exemplar, obtiveram
resultados meritórios.
A esta iniciativa associaram-
se numerosas empresas que
quiseram, desta forma, manifes-
tar o seu apoio à Universidade
Lusíada e a sua confiança nos
graduados por ela formados,
confirmando, assim, o prestígio
que os cursos da Lusíada têm
entre o mundo empresarial. Foi,
de facto, extraordinário verifi-
car que, mesmo nesta altura
de profunda crise económica,
o tecido empresarial português
acedeu, mais uma vez, a este
pedido de apoio da Universi-
dade Lusíada, oferecendo um
conjunto de prémios que, no
seu total, ascendeu a cerca de
cem mil euros.
E… finalmente… o momento
por todos esperado: a entrega
das cartas de curso. Um Jardim
ao rubro viu graduados nos cur-
sos de Arquitectura, Ciências
do Património, Comunicação
e Multimédia, Contabilidade,
Design, Direito, Economia, En-
genharia Informática, Gestão de
Empresa, Gestão de Recursos
Humanos, História, Informática,
Marketing e Publicidade, ➤
2, 3, 4 e 6. Aspecto geral do Corpo Docente 5. Prof. Branca Martins da Cruz
2 3 4
5 6
64
Universidade Lusíada de Lisboa
7. Aspecto geral do Palco onde se destacam os membros do Conselho de Administração da Fundação Minerva, Reitores
das Universidades Lusíada e o General António Ramalho Eanes 8. Prof. António Martins da Cruz, Chanceler das Universi-
dades Lusíada 9. General António Ramalho Eanes 10. Pedro Matos Ferreira 11. Presidente da Associação Académica da
Universidade Lusíada de Lisboa, Pedro Gil 12. Prof. Diamantino Durão, Reitor da Universidade Lusíada de Lisboa
13 e 14. Prof. Mário Caldeira Dias, Director da Faculdade de Ciências da Economia e da Empresa a entregar diplomas
7
8 9 10 11
12 13 14
65ELES & ELAS
15. Entrega de prémios aos recém-graduados melhor classificados 16. Os recém-graduadosmelhor classificados com o
Chanceler e o Reitor da Universidade Lusíada de Lisboa 17, 18 e 19. Entrega de prémios aos melhores classificados pelos
representantes das empresas patrocinadoras
15
16
17 18 19
66
➤ Matemáticas Aplicadas, Psico-
logia, Relações Internacionais,
Serviço Social, Solicitadoria e
Turismo desfilar e receber o tão
desejado “canudo” das mãos do
Reitor e do Director da respec-
tiva Faculdade, festejando com
grande alegria junto dos seus
colegas, amigos e familiares.
No final da Cerimónia foi servi-
do um jantar, também no jardim
da Universidade, para o qual
todos foram convidados. Pos-
teriormente, actuaram alguns
grupos musicais da Universida-
de, tais como o Grupo de Jazz,
a Lusitana - Tuna feminina e a
Luz&Tuna - Tuna masculina.
Mais uma vez foi um grande
dia para a Família Lusíada que
soube festejar com os seus
recém-graduados um marco
das suas vidas. Só quem as-
sistiu e sentiu o calor humano
de tantas pessoas a vibrarem
por uma mesma causa, conse-
gue compreender este Espirito
Lusíada.
Parabéns à Universidade Lusía-
da pelo seu 25º aniversário! n
Universidade Lusíada de Lisboa
20, 21, 22 e 23. Prof. Diamantino Durão, Reitor da Universidade Lusíada de Lisboa, com recém-licenciados premiados
24. A Tuna Feminina da Universidade Lusíada de Lisboa – “Lusitana”- com o Prof. António Martins da Cruz
25 e 26. Actuação da Luz&Tuna, a Tuna masculina da Universidade Lusíada de Lisboa
20 21 22 23
24 25
26
af imp solucaoordenado 210x297 Exame.indd 1 6/20/11 2:51 PM
68
Mais uma vez, o Jamor acolheu uma edição, a 22ª,
do Estoril Open, um torneio ATP e WTA em terra
batida. Este ano, sagrou-se campeão o argentino
Juan del Potro, deixando o segundo lugar para Fer-
nando Verdasco. Anabel Medina Garrigues venceu
o Open na categoria feminina, vencendo Kristina
Barrois.
Na categoria feminina em pares, Alissa Kleybanova
(feliz apesar de ter sido afastada dos quartos de
final de singulares) e Galina Voskoboeva foram as
vencedoras.
O argentino Juan Martin del Potro sagrou-se, este
ano, campeão no Estoril Open, tendo recebido a
taça das mãos de João Lagos, visivelmente sa-
tisfeito com o sucesso do torneio, apoiado, entre
outros, pela Leiken.
A prestação do Juan del Potro nesta 22ª edição do
Open foi arrasadora.
Ele, que é, actualmente, o 46º classificado no
ranking do ATP World Tour e ex-top 5, bateu a toda
a linha o espanhol Fernando Verdasco por 6-2, 6-2,
numa final de sentido único e resolvida ao fim de
meros 75 minutos.
“Foi o meu melhor encontro da semana”, afirmou
o campeão, que acrescentou que “tudo correu de
forma perfeita e espero regressar”.
Na verdade, esperava-se no Jamor uma final equi-
librada entre as duas maiores estrelas desta edição
– Potro e Verdasco. Mas o que se viu no court cen-
tral foi uma lição de ténis, imposta pelo jogador das
Pampas face ao espanhol Verdasco. Este último
pareceu, durante todo o jogo, bastante desconcen-
trado, face a um Del Potro dono e senhor do jogo.
Curiosamente, o único a conseguir roubar um “set” ➤
Estoril Open 2011
1 2
3
4
Desporto
69ELES & ELAS
➤ ao agora campeão do Open 2011 foi o português
Pedro Sousa, na primeira ronda do Open.
Na categoria Pares Homens, o americano Eric
Butorac e o antilhano Jean-Julian Rojer destrona-
ram os campeões do título em 2010, Marc Lopez e
David Marrero.
Como dissemos no início, a vencedora feminina
deste Estoril Open foi a espanhola Elena Medina
Garrigues, igualando Venus Williams no topo da
lista das tenistas em actividade com maior número
de títulos em terra batida. Mas as coisas não foram
fáceis para a espanhola, que teve um problema
bastante doloroso nas costas, o que a fez confes-
sar, já com a taça de campeã em seu poder, que
“esta foi a vitória mais dolorosa da minha carreira”.
A final durou 1 hora e 15 minutos, também uma fi-
nal de um só sentido e Elena Garrigues conquistou,
assim, o seu 10º título WTA em 17 finais disputa-
das, o nono sobre pó de tijolo.
Como sempre acontece, durante a realização do
Estoril Open, foram muitas as caras conhecidas
que por lá passaram e tiveram à sua disposição
(especialmente nos últimos dias a afluência foi
maior) zonas de restauração de qualidade, em que
o catering foi apoiado pela Parceria Leiken/Venzann,
nomeadamente o Sponsor Village (restaurante
VIP), o Restaurante Público (Tasca do Open) e a
Praça de Restauração Geral (Tasca das Massas e
Sweet Point).
O anfitrião, João Lagos, recebeu, no Jamor, Mar-
celo e Pedro Rebelo de Sousa, o presidente da
Câmara de Oeiras, Isaltino de Morais, Luís Mira
Amaral, Filipe de Botton, Vasco Rocha Vieira e
muitos mais. n
1. A campeã feminina do Open do Estoril 2011, Anabel Garrigues 2. Fernando Verdasco 3. Juan Martin del Potro 4. Juan
del Potro e João Lagos 5. Isaltino de Morais, João Lagos e um convidado 6. Pedro Rebelo de Sousa e um amigo, Vasco
Rocha Vieira e Luís Mira Amaral 7. Filipe de Botton e sua Mulher 8. Marcelo Rebelo de Sousa 9 e 10. Cozinhas Leiken foi
o patrocinador do Estoril Open
5 6 7
8
9
10
Fotos: João Lagos Sport e Leiken
70
Quinta D'Alvarenga
Demonstração da Escola de Arte Equestre
Os alunos demonstram a arte de bem cavalgar
A Quinta d’Alvarenga propriedade
do Director e fundador do Colégio
Didálvi proporciona aos alunos um
complemento curricular e desporti-
vo de elevada qualidade.
Educação ambiental, Escola
Equestre, Escola de Ténis, Escola
de Esgrima, Desportos Radicais,
Arborismo, Slide – Rappel – Pain-
tball, viveiro de trutas, veados,
faisões, avestruzes, plantas aro-
máticas e medicinais, autóctones
e ornamentais constituem um local
de sonho onde se conjuga e har-
moniza tradição e modernidade.
No final do ao lectivo, alunos, pais,
familiares e amigos celebram na
Quinta d’Alvarenga a Festa das
Famílias.
Um espectáculo de música, dan-
ça, desporto e juventude. ➤
A Festa das Famílias
Referências
71ELES & ELAS
Milhares de pais, familiares e amigos assistem ao espetáculo no campo de horse ball
A Fanfarra Estudantil do Colégio Didálvi na abertura da festa
72
Os finalistas no final da Sessão Solene de imposição de faixas e passagem de testemunho
Director do Colégio homenageia os finalistas O Baile, a elegância e a juventude
Colégio Didalvi
Baile de Finalistas
Fundado em 1984 pelo Dr. João
Alvarenga, o Colégio Didálvi promo-
ve a educação integral dos alunos
orientada por valores com métodos
pedagógicos e estratégias que
os fazem sentir - se realizados e
felizes. Com 1.400 alunos, do 5º ao
12º ano, desenvolve um projecto
educativo de sucesso. Das muitas
festas e actividades realizadas ao
longo do ano destaca-se a Sessão
Solene de imposição de faixas,
Baile de Finalistas e a Festa das
Famílias.
A Gala dos Finalistas é uma noite
mágica.
Os alunos do 12º ano, depois de
oito anos de estudo, despedem-se
do Colégio que os ajudou a crescer
e partem para novo capítulo na sua
caminhada de futuro. n
74
Crónica
Eles & Elas por Marta Aragão Pinto
Em 2005 conheci 2 D’Zrt’s.
Ainda não o eram. Nessa altura
eram 2 actores dos Morangos
com Açúcar.
Foi numa viagem à neve. Lem-
bro-me de estar no bar do hotel
e eles começarem a cantar,
com os restantes convidados à
sua volta, sem perceberem bem
quem eles eram e porque de
repente tinham começado a can-
tar. Lembro-me dos olhares das
pessoas umas para as outras
tipo: O que é isto?
Mas eles, indiferentes a tudo e
a todos, cantaram, tocaram e
encantaram. Com a coragem de
quem sabe o que vale, de quem ➤
"Se me amas, não chores
Se conheces o mistério imenso do Céu onde
agora vivo,
este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu amor,
uma enorme ternura
que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria puríssima.
Nas angústias do tempo, pensa nesta casa
onde um dia estaremos reunidos
para além da morte, matando a sede na fonte
inesgotável da alegria e do amor infinito.
Não chores, se verdadeiramente me amas! "
- Santo Agostinho
1. O brinde ao nosso amor do Edmundo, Angélico e Vintém 2. A Vera com o Angélico, Cifrão e Vintém 3. A Vera e a Joana
com o Angélico 4. 6 anos Vera 5. O bolo de anos da Vera
75ELES & ELAS
➤ sabe o talento que tem e de
quem está ali para gerar emo-
ções, fazendo o que lhes vai na
alma.
E o que é certo é que mexeram
com as minhas emoções, mexe-
ram com as emoções de todos
os que os ouviam e que, inevita-
velmente, começaram a mexer o
corpo ao ritmo da música.
Era contagiante e no fim lem-
bro-me que aqueles olhares das
pessoas, no inicio, deram lugar
a sorrisos e a uma grande salva
de palmas. Deram lugar a olha-
res de espanto perante o talento
daqueles jovens. Deram lugar
a pedidos de mais músicas, a
perguntas de quem eram e o
que iam fazer.
A resposta foi que iriam ser um
grupo de 4 elementos que exis-
tiriam dentro dos Morangos com
Açucar e fora.
Mais tarde todos assistimos ao
nascimento dos D’Zrt e tenho a
certeza que, tanto como eu, to-
dos os outros presentes naquela
viagem à neve vibraram com
o êxito que eles alcançaram,
vibraram pelo talento deles estar
a ser reconhecido, vibrámos
porque os vimos, ouvimos e nos
deixamos encantar por eles an-
tes de toda a legião de fãs que
depois reuniram.
Fui-me cruzando várias vezes
com eles, acabei por conhecer
os 4 elementos, porque os con-
vidava para os meus eventos e
porque me cruzava com eles em
diversas situações profissionais.
Quando comecei a namorar
com o Filipe, tive o prazer de os
conhecer a nível pessoal. Come-
cei a ouvir a forma como o Filipe
falava deles, comecei a ver o ca-
rinho que tinha por eles e pude
comprovar o que ele dizia, pude
sentir também esse carinho.
Pude perceber que eram espe-
ciais, não por causa do talento
que tinham, não por consegui-
rem arrastar multidões, não por-
que conseguiam gerar emoções,
que isso tudo eu já sabia, mas
pelas pessoas que eram. Pelos
seres humanos que eram.
Fui comprovando isso em diver-
sas situações e uma delas, falei
aqui numa das minhas crónicas,
no último concerto dos D’Zrt,
no dia 3 de Fevereiro de 2008.
Emocionei-me com a emoção
que aqueles 4 jovens estavam
a provocar na muldidão que
tinham à frente, emocionei-me
ao ver que, durante as horas
do concerto, eles conseguiram
que todas aqueles pessoas se
esquecessem de tudo o resto, e
que só pensassem em dançar,
cantar, gritar, aplaudir.
Só verdadeiros artistas, só
verdadeiras estrelas conseguem
isso. E, depois, nos bastidores
confrontar-me com 4 miudos que
depois do show que deram, con-
tinuavam a ser envergonhados,
simpáticos, inseguros. Mesmo
exaustos, continuavam com um
grande e sincero sorriso na cara,
continuavam disponíveis para os
beijinhos, abraços, autógrafos.
Disponiveis para uma palavra
amável a toda a gente que os
abordava.
O meu marido deu-me a opor-
tunidade de, em Novembro de
2009, ter ainda mais a noção da
história dos D’zrt, ao permitir-me
escrever um texto para acompa-
nhar um vídeo de apresentação
do regresso dos D’Zrt. Foi-me
impossível controlar as lágrimas
ao ver as imagens e informações
que me serviram de base para
o meu texto. Ver o percurso dos
meus 4 amigos, na altura já os
considerava como tal, um per-
curso cheio, espalhando alegria,
música, sorrisos, amor e união.
Nos 6 anos da minha filha Vera,
o seu regresso estava no auge,
e as minhas filhas não fugiam à
regra. A Vera pediu um bolo com
a fotografia deles, mas o Filipe
fez mais, pediu-lhes se eles po-
diam ir cantar lá a casa na festa
dela.
E eles foram. As minhas filhas fi-
caram sem reacção, estavam de
boca aberta. Os D’Zrt estavam
em casa delas! Contagiaram
toda a minha família, e puseram-
na de pé a cantar e a dançar.
Formámos uma roda à volta
deles e deixámo-nos ir.
Os meus avós voltaram a ser
jovens por uns momentos e
lembro-me de, no fim da festa,
dizerem: Que maravilha de
miúdos que eles são! Que talen-
tosos! Que boas pessoas! Terem
tido a disponibilidade de vir até
aqui fazer esta surpresa à Vera!
Lembro-me de terem ficado à
conversa com o meu Avô depois
de cantarem, de ouvirem as
suas histórias e eles contarem
as deles. De se juntarem a nós
enquanto família e a partir desse
dia foi isso que se tornaram. E o
meu carinho por eles tornou-se
ainda maior.
A Vera não parou de falar nisso
durante semanas e sei que nun-
ca mais se vai esquecer na vida.
Vai puder para sempre dizer que
teve a sorte de ter 4 verdadeiros
artistas em casa, a cantarem-
lhe os parabéns, de ter a sorte
de conhecer 4 seres humanos
simplesmente únicos.
Porque eles não são só actores
dos Morangos, eles não são só
elementos dos D’Zrt, eles não
são só O Angélico, o Vintém, o
Cifrão e o Edmundo, eles são
4 pessoas com o coração do
tamanho do mundo.4 jovens
trabalhadores, humildes, saudá-
veis, responsáveis e com os pés
bem assentes na terra.
No nosso casamento voltaram a
surpreender tudo e todos, ➤
76
➤ pegaram no microfone e
fizeram aquilo que sabem fazer
melhor: actuaram. Puseram toda
a gente a dançar a cantar as
suas músicas e provaram que os
seus fãs são de todas as idades,
e que, desde os mais jovens até
aos mais velhos, sabem as suas
letras de cor e saltam das cadei-
ras para as dançar.
Escrevo esta crónica com uma
tristeza muito grande. Escrevo
esta crónica, porque senti que
tinha que partilhar a minha his-
tória com estes 4 miudos, entre
eles o Angélico.
Escrevo esta crónica porque me
apeteceu dizer o que me vai na
alma, principalmente depois de
comprovar, mais uma vez, que
mesmo nestas alturas, mesmo
com o Angélico a lutar pela vida,
continuam a existir pessoas a
revelar o pior do ser humano.
Pessoas que em vez de usarem
a sua energia, para mensagens
positivas, de força e esperança,
usam essa energia para comen-
tários desagradáveis, despro-
positados e com pormenores
que não interessam para nada,
quando há um jovem entre a
vida e a morte.
Quando na maior fragilidade da
vida humana, quando, peran-
te a morte de alguém, a única
situação que não tem solução,
discutem o que não tem discus-
são.Falam do que não sabem.
Comentam o que não têm legi-
timidade para fazer.Procuram
culpados e justificações para os
“ses” e os “porquês”.
Preconceitos com os quais,
infelizmente, temos que lidar no
dia a dia, mas que nestas alturas
ainda doi mais ter que lidar.
Esta é uma altura para procurar
a paz de espírito e ajudar a dar
descanso a quem sofre.É uma
altura que se precisa, acima de
tudo, de tranquilidade para se
lidar com uma fatalidade.
O Angélico era uma pessoa boa.
O Angélico foi uma estrela na
terra e á agora uma estrela no
céu. Aconteceu uma tragédia
impensável. Porque? Não sabe-
mos.
Sabemos que os pais perderam
a razão das suas vidas.
Sabemos que a Rita perdeu o
Amor da sua vida.
Sabemos que o Vintém, o Cifrão
e o Edmundo perderam um
irmão. Perderam parte deles.
Sabemos que vai ser um anjinho
no céu e que vai olhar pelos
seus pais, família e amigos.
Sabemos que deve já estar a ac-
tuar para todos os outros anjos,
fazendo do céu uma festa.
Sabemos que continua a esban-
jar o seu charme, o seu sorriso e
a sua simpatia.
Sabemos que tivemos a sorte,
de mesmo por um tempo dema-
siado curto, termos tido no nosso
País um artista tão completo.
Sei que eu, o Filipe e as nossas
princesas tivemos a sorte de
nos termos cruzado na vida com
uma pessoa como o Angélico.
Que nos tocou e marcou.Para
sempre.
Sabemos que tinha a vida pela
frente.
Sabemos que Deus leva os que
mais ama e que devia estar
a precisar de um anjo estrela
como o Angélico.
Sei que o Filipe perdeu um gran-
de amigo, perdeu alguém que
tratava como irmão mais novo
e as vezes como filho.Perdeu
alguém por quem dava prazer
arriscar.Por quem tinha um orgu-
lho do tamanho do mundo e que
considerava um artista que podia
tudo.Um amigo a quem dava
conselhos, não só de trabalho,
mas pessoais, um amigo com
quem sei que adorava conver-
sar, que adorava sentir a força
da natureza que era, vibrar com
os seus projectos e dar força aos
seus sonhos.
Sei que já deve ter conhecido os
meus pais e a minha irmã e que
eles o devem ter recebido da
melhor maneira.Espero que já
lhes tenha cantado as músicas
do álbum novo, que não chegou
a lançar.
Vai continuar a abraçar-nos lá
de cima com as suas asas de
estrela anjo.
Nós vamos continuar a recor-
dá-lo, a ouvir as suas músicas, a
cantá-las e a dançá-las.
Vamos sorrir cada vez que nos
lembrarmos da sua alegria e for-
ça de viver.Do fenómeno chama-
do Angélico Vieira.
E vamos ter muitas saudades.
Até qualquer dia, Angélico. n
Marta Aragão Pinto
Crónica por Marta Aragão Pinto
78
Realizou-se no Museu da Água, em
Lisboa, a segunda edição do evento
de storytelling Grant’s True Tales. O
actor Miguel Guilherme, voltou a ser
o anfitrião deste serão repleto de his-
tórias únicas e contadas na primeira
pessoa, sempre com o tema base da
“Família”.
Ansiosos por assistir às peripécias de
vida dos contadores de histórias, reu-
niram-se no Museu da Água cerca de
220 pessoas, entre as quais algumas
figuras públicas do mundo do teatro e
cultura, que assistiram encantadas às
histórias de Miguel Guilherme, Carlos
Cunha, dos Commedia a la Carte,
Ana Colaço, locutora de rádio, Artur
Pegas, empresário e Csongor Juhos,
professor universitário.
Miguel Guilherme, actor e embaixa-
dor do evento revelou ter aceite “este
convite porque contar histórias fic-
cionadas faz parte do meu dia-a-dia
enquanto actor, por isso, sem dúvida
que contar histórias reais fez-me
partilhar um pouco mais do eu real, e
não ficcionado”.
Face ao extraordinário êxito ➤
Storytelling, ou a arte de contar histórias
Miguel Guilherme, o embaixador da Grant's
Plateia
79ELES & ELAS
➤ alcançado na primeira edição do
evento Grant’s True Tales, fazia
todo o sentido repetir a aventura e
preparar uma segunda edição em
maior escala. Para tal foi adoptado o
formato cabaret para criar um impac-
to ainda maior no público presente.
É curioso observar que as pessoas
valorizam a partilha de histórias
autênticas e que este é um tipo de
“ritual” que enriquece a vida, através
da troca de experiências, ao mesmo
tempo que fortalece a ligação que
temos uns com os outros”.
“Storytelling” consiste na partilha
de histórias verdadeiras contadas
na primeira pessoa, resultantes das
experiências de vida de cada um.
Desta forma, Grant’s criou o conceito
True Tales, uma série de eventos de
“storytelling” que promovem a partilha
de histórias autênticas que enrique-
cem a vida das pessoas, levando-as
a viajar e a relacionarem-se umas
com as outras. Após mais este êxito,
por certo vamos assistir a muitas
mais versões deste original e bem-
sucedido evento! n
1 2
3 4 5
1. Clara Currea e António Augustus 2. Vasco Oliveira Luís, Mituxa Jardim e Pedro Ramos e Ramos 3. Virgínia D'Almeida
Gerardo e Flávio Carmello 4. Pedro Reis e Maria Duarte 5. Anabela Teixeira
80
Até ao dia da sua morte, a 30 de Junho de 2009,
Pina Bausch dançou. Contava com 68 anos. A
sua longa carreira alterou para sempre a dança
quebrando todos os cânones do bailado tradicio-
nal: as éteras figuras do passado ganham uma
nova carnalidade, os géneros masculino e femi-
nino confundem-se, as bailarinas respiram. Era a
revolução do teatro-dança, nos anos 70, quando
passa a dirigir o famoso Wuppertal Opera Ballet,
em Vestfália.
A grande deusa da dança contemporânea não era
de todo desconhecida dos portugueses. Apaixona-
da pelo nosso país, por cá já tinha passado várias
vezes: em 1989, para os Encontros Acarte e cinco
anos depois para o Lisboa’94. Retorna aquando
da Expo’98 e cria a peça «Marsuca Fogo» com
sons de mornas e fado. Têmo-la cá, em 2002,
com o espetáculo «Água» e, em 2007, traz-nos
«For the Children of Yesterday, Today and Tomor-
row» e da sua estadia resulta o belíssimo docu-
mentário «Lissabon/ Wupperthal/ Lisboa». Um ano
antes da sua morte, ainda temos o privilégio de
a ver dançar no Festival Pina Bausch organizado
pelo Teatro Nacional São Luis onde se repete, jun-
to com mais outros dois espetáculos, a sua obra
maior, o «Café Müller».
Nesse mesmo ano começam as filmagens com
Wim Wenders e a sua produtora, a Neue Road
Movies, juntamente com o emsemble do Tan-
ztheater Wuppertal. Depois de vários meses de
trabalho e apenas dois dias antes do começo das
filmagens em 3D, o destino toma a melhor e Pina
deixa-nos. O filme esteve parado e parecia impos-
sível continuar. Mas a arte é maior que a vida e,
com o apoio dos bailarinos do Tanztheater, o filme
avança numa viagem sensual e esmagadoramente ➤
PINA de Wim WendersProdução Neue Road Movies. 2011
Cinema
81ELES & ELAS
➤ bela pela obra e imaginário da grande bailarina
alemã.
Para a criação das suas peças, Pina Bausch
juntava os seus bailarinos e, em conjunto, questio-
navam as suas experiências de vida mais inten-
sas e os seus sentimentos mais íntimos. Este foi
também o processo de criação usado por Wim
Wenders que capta, maravilhosamente, o espírito
e intensidade das quatro maiores obras de Pina:
«Café Müller», «Le Sacre du printemps», «Voll-
mond» e «Kontakthof».
O recurso ao 3D, de forma progressiva e rigorosa,
permitiu uma maior interactividade com as core-
ografias criando texturas quase mágicas. Cortes
ousados e mudanças de plano inesperadas fazem
com que os bailarinos apareçam com diferentes
idades ou que sejam substituídos, numa mesma
obra, como se todas as representações se fundis-
sem numa só.
Esta foi a primeira vez que se utilizou um recur-
so técnico - habitualmente mais usado para criar
efeitos fáceis afim de encantar as massas com
tiros e explosões - de forma séria e fora do círculo
hollywoodesco. Gian-Piero Ringel, responsável
pela criação em 3D, consegui a extraordinária fa-
çanha de permitir que, durante os 106 minutos de
duração do filme, a plasticidade deste efeito não
chamasse a atenção para si mesma mas antes
para a beleza dos gestos das bailarinas Regina
Advento, Malou Airaudo ou Ruth Amarante (entre
tantas outras) e para a arte de Pina.
Por tudo isto, o Urso de Ouro ganho para melhor
documentário no Festival de Cinema Internacional
de Berlim, foi mais do que merecido e uma ida ao
cinema para vê-lo será, mais do que apenas um
prazer, um dever religioso. n
82
José Robalo e Manuela Carreira foram os anfitriões
de um agradável fim de tarde em que o Espaço Seis
ao Quadrado apresentou aos seus inúmeros convida-
dos as mais recentes obras da pintora Gina Frazão e
da ceramista Bela Silva.
Gina Frazão nasceu no Porto, em 1950, e é licen-
ciada em Pintura pela E.S.B.A.L., tendo leccionado
na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. Com um
traço muito definido, cores apetitosas e uma inocência
que se revela na forma como retrata as meninas e os
animais, heróis desta série de trabalhos, Gina Frazão
conquistou com as suas telas todos os presentes.
Já Bela Silva nasceu em Lisboa, em 1966. É cursada
em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes de
Lisboa, tendo feito o curso de Cerâmica do AR.CO.
Possuindo uma relação fantástica com os materiais
que optou por trabalhar, as suas peças são uma clara
associação de tradição e de inovação, transforman-
do-se, assim, em verdadeiros objectos de desejo.
Com a maravilhosa luz de Lisboa em fundo, o co-
cktail foi servido a amigos e convidados da loja Seis
ao Quadrado - alguns dos quais pela primeira vez
se puderam deliciar tanto com as peças das artistas
convidadas quanto com os objectos de design, dos
mais conceituados criadores nacionais e internacio-
nais, que José Robalo criteriosamente escolhe para
apresentar neste requintado espaço de decoração da
capital. ■ Isabel Prates
Arte e design deslumbram no Espaço Seis ao Quadrado
Arte & Design
WWW.ANA.PTBEM-VINDO AOS AEROPORTOS DE PORTUGAL
84
O Aleph Paulo Coelho
O Aleph marca a volta de Paulo Coelho às origens. Num relato pes-
soal franco e surpreendente, ele revela como uma grave crise de fé
o levou a sair à procura de um caminho de renovação e crescimento
espiritual. Para se reaproximar de Deus, o mago resolve começar
tudo de novo: viajar, experimentar, reencontrar-se com as pessoas
e com o mundo. Como tal, entre Março e Julho de 2006, guiado por
sinais, visita três continentes – Europa, África e Ásia –, lançan-
do-se numa jornada através do tempo e do espaço, do passado e
do presente e, em última instância em busca de si mesmo. Uma
edição Pergaminho. ■
Byron e o Amor Edna O’Brien
O eterno príncipe do romantismo aqui bem estudado e revelado por
Edna O’Brien. As aventuras e desventuras do herói que defendeu
causas alheias, viajou como poucos outros no seu tempo, estabe-
leceu residência na belíssima Sintra, que declarou ser “a beautiful
Eden”, e viria a morrer na Grécia. Entretanto amou muitas mulheres,
abandonou outras tantas, envolveu-se num complicado caso de
incesto e despertou tantas paixões quanto ódios ao longo da sua
curta vida. Uma edição da Relógio D’Água. ■
Sophia, uma Vida de Poeta Editora Caminho
Prazer de ler...
A Editorial caminho deu recentemente à estampa um álbum que
bem pode ser considerado como a súmula da obra da grande
poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen. Recolhendo com
sabedoria textos publicados e inéditos, de poesia e de prosa,
inacabados ou em mais de uma versão, diários de viagem, notas
soltas, desenhos, marcas do seu dia a dia doméstico e particular,
cartas e fotografias este livro surge como uma excelente arma
de trabalho tanto para os simples apreciadores de biografias
quanto para os potenciais estudiosos da obra de Sophia ou da
literatura portuguesa do passado século. Graças a este magnífi-
co livro, o leitor entra no fascinante mundo de uma mulher muito
à frente do seu tempo, que conseguiu gerir uma vida familiar
ambiciosa com uma carreira nas letras - algo não muito fácil na
sua época. Trata-se acima de tudo de um completíssimo retrato
de alguém “para quem escrever um poema foi a melhor e mais
frequente forma de falar de si e da sua relação com todos os
possíveis outros”. ■
Reguengos de Monsaraz - Alentejo
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86
Vicente Themudo de CastroA paixão pela gastronomia
Era uma vez um menino, nascido em Dezembro de 1972, cujo destino estava
fadado para a cozinha, os produtos e técnicas de confecção…
Começam, normalmente, assim, as histórias de encantar. Era uma vez… ➤
Eno-gastronomia
87ELES & ELAS
➤ Só que, no caso de Vasco Themudo de Castro,
até chegar à realização do seu sonho (um sonho
que lhe foi incutido pelo pai), a sua vida deu muitas
voltas e reviravoltas. Ainda que tivesse nascido em
Lisboa, muito mais tarde acabaria por se mudar
para Constância, no Ribatejo, para gerir uma
exploração agrícola familiar e, com o pai, aprende
bastante sobre produtos agrícolas, hortícolas e
animais. Como os seus avós viviam em Espanha,
depois de ter percorrido Portugal de norte a sul,
deu-se como que uma explosão, um desejo de
comer e viajar, de descobrir novos e reputados
restaurantes. Apaziguado este desejo, Vicente
Themudo de Castro regressa a Lisboa, para estu-
dar Comunicação Social. Irrequieto por natureza,
esteve, depois, mais de 14 anos ligados à área
financeira, e quatro anos ligado às áreas da saúde
e património. Mas Vicente decidiu não resistir mais
ao seu sonho e ei-lo que se dedica, por inteiro, à
divulgação e escrita sobre gastronomia e vinhos,
sobretudo na última década mas, muitas vezes,
partilhando a sua experiência das muitas coisas
que fez por esse mundo fora.
Mas nada como ouvi-lo e escutar, de viva voz, a
sua filosofia de vida.
“Hoje sou apelidado de crítico eno-gastronómico,
mas na realidade passei por muitas outras fases
da minha vida, antes de ganhar esta conotação!
Nasci em Lisboa no ano de 72, no Hospital Particu-
lar de Lisboa, obrigando a minha mãe a entrar mui-
to cedo nesta unidade de saúde e saltei logo duas
refeições, para nascer a horas de jantar, aquela
que há quase quatro décadas se tornou a minha
hora preferida para uma refeição”, conta Vicente,
em tom brincalhão.
Habituado a viajar, desde muito menino, tanto com
o pai como com o avô, dentro e fora do país, não
só à procura de novos destinos, como também
para conhecer novos restaurantes, Vicente ri-se ao
lembrar que “tanto o meu avô materno, como os
meus tios e principalmente o meu pai, faziam cen-
tenas de quilómetros à procura de uma excelente
mesa”. Portanto, quem sai aos seus…
Recordando o tempo que viveu em Constância,
Vicente Themudo de Castro fala-nos do seu co-
nhecimento de uma grande panóplia de legumes
e vegetais, muitas e diferentes carnes e “aquela
que ainda é um dos meus acepipes preferidos: a
lampreia do rio!
E foi, precisamente, durante a sua adolescência
em Constância, recorda, que “me liguei muito aos
tachos, primeiro através de um cozinheiro apeli-
dado Pereira, depois pelas diversas cozinheiras
locais que preparavam algumas das comezainas
que em casa fazíamos para a família e amigos”.
A mudança para Lisboa, para onde veio estudar
comunicação, não o fez perder a vontade de largar
este ambiente de procurar para comer bem, e
durante o seu primeiro ano, juntamente com os
seus colegas “criámos o grupo ‘Amigos da Barri-
ga’, e todos os meses alugávamos uma carrinha,
designávamos o que não bebia (para motorista,
claro) e partíamos à aventura por este País. Tas-
cos e tasquinhas eram os nossos preferidos, pois
era bom e barato e tinham paciência para aturar
um grupo que, ao fim de uns canecos, já levantava
um pouco a voz e terminava sempre com alguns
alegres e expressivos cantares”.
Vicente Themudo de Castro recorda que come-
çou os seus primeiros passos profissionais ainda
como estudante, trabalhando numa editora de
música impressa. “A música é outra das minhas
paixões, principalmente a clássica ou erudita. Já
no fim de curso estagiei num jornal, rapidamente
passei para assessor de imprensa numa empresa
de espectáculos de Londres, esta última era uma
vida atribulada e sem sentido, e ao fim de pouco
tempo desisti”. De regresso a Portugal, por razões
familiares (a saúde do pai), mais tarde entra na
área financeira, onde esteve 16 anos. “Dezas-
seis anos bem aproveitados”, recorda, “durante
os quais viajei muito, fui a vários países, conheci
diferentes culturas e cozinhas, e rapidamente me
apaixonei, para além da portuguesa, pela cozinha
francesa, italiana, mexicana e chinesa”. Depois de
escrever alguns textos mais ligados à tecnologia,
foi na gastronomia, através de pequenos guias de
restaurantes que fazia particularmente, datados,
com vários critérios e descrições, que o bichinho
pela crítica gastronómica foi crescendo. “Tendo
um desses meus guias ido parar à mão de um di-
rector de jornal, este contactou-me e desafiou-me
a escrever algumas reportagens gastronómicas
sob pseudónimo. Mas foi em 2007, depois de criar
o grupo Gourmet na rede social Star Tracker, que
as pessoas começaram a associar o meu nome à
gastronomia, e começaram a aparecer os convites
para publicar artigos, desta feita assinados”. ➤
88
➤ A primeira revista a publicar foi a extinta Golden
Guide de Lisboa, depois em 2009 juntou-se ao
jornal OJE, “onde ainda publico semanalmente
duas crónicas, uma à quarta, de crítica, e uma à
sexta, com sugestões de produtos, restaurantes
e vinhos”, conta-nos Vicente Themudo de Castro,
que não se ficou por aqui. “Os pequenos guias e o
conhecimento catalogado abriu-me também outros
campos, tendo colaborado, em 2010, na elabora-
ção de 8 guias de viagens, restaurantes e hotéis,
e recentemente para o guia Boa Cama Boa Mesa
publicado pelo Expresso”. Volta e meia, grava
um programa, chamado “Bom de Garfo” para o
Brasil, mas garante que, até ao fim do ano, novas
surpresas televisivas irão surgir. As viagens são
outra das suas paixões e “passo mais tempo com
a mala feita do que a desfazer em casa, e só me
falta visitar um continente: A Austrália, que já está
na agenda e seguramente vai ser um dos destinos
eno-gastronómicos mais interessantes que irei
visitar”.
Mas gastronomia, por si só, já não lhe chegava,
faltava-lhe a enologia. “De notar que nem todos os
críticos gastronómicos gostam de falar de vinhos
e acham que cada macaco no seu galho”, diz
Vicente Themudo de Castro, “ mas eu penso que
os dois se harmonizam e convivem, e passar para
as crónicas de vinhos foi apenas um pulinho. Claro
que a minha vertente da escrita dos vinhos é muito
mais gastronómica e no sentido do vinho poder ser
uma mais-valia numa refeição”. Já a terminar, The-
mudo de Castro confessa que “hoje viajo muito,
procuro sempre o mais regional dos restaurantes
e, mais do que o prazer de provar, está o prazer de
partilhar e é por isso que adoro escrever sobre as
minhas experiências”. nTexto: Maria Dulce Varela
Fotos: Vítor Machado
Vicente Themudo de Castro
89ELES & ELAS
Sempre se assistiu em todas as sociedades, ao longo dos
tempos, ao trânsito social.
Pessoas de classes baixas ascendem às classes altas, bem
como o inverso. É um fenómeno de sempre.
A mudança de classe social acontece por acaso ou por deli-
gência das pessoas. O mais natural é que as pessoas desejem
subir de estatuto social. O dinheiro é uma das alavancas para
o processo funcionar.
É muito aceitável que pessoas de classes baixas, por ganhos em negócios, ou subi-
da na sua vida profissional, ou ainda por uma casamento bem sucedido no aspecto
financeiro, de forma relativamente rápida, tenham acesso aos níveis de estatuto
das classes altas.
Se o dinheiro fosse tudo na vida seria fácil, tal como referi, assistir-se à ascenção
social mas nem sempre funciona totalmente.
Pessoas com uma casa modesta, num bairro de mau nome, um carro já ultrapassa-
do, que nunca viajaram, vestindo-se com roupas baratuchas, que não vão de férias,
têm os filhos em escolas do estado, frequentam meios sociais populares, ao pas-
sarem a ter um orçamento folgado ou ao conquistarem uma fortuna à custa do seu
trabalho e mérito, desejam mudar de estilo de vida. É muito legítimo.
E eu pergunto: será fácil?
Escolhe-se um bairro, compra-se a casa, os carros, tantos quantos a família preci-
sar, mete-se pessoal doméstico. Vai-se de férias para bons sítios. Fazem-se umas
viagens todos os anos. Vai-se às melhores lojas comprar roupas caras e de marca,
a bons cabeleireiros. Inscrevem-se os filhos nos colégios mais caros e de moda.
Estas pessoas depois começam a ser convidadas, gradualmente, cada vez mais
e mais para eventos sociais e trocam-se cartões de visita, fazem-se uns convites
para almoços, primeiro nos bons restaurantes e mais tarde para a” mansão” que já
estará equipada e decorada por um decorador famoso. Começa-se a socializar. A
agenda social passa a encher-se de reservas para os próximos tempos: jantares,
galas de smoking, até casamentos e cocktails. Entra-se num clube de golfe. Vai-se
a uns leilões e feiras de antiguidades. Compra-se arte, jóias, moveis e peças deco-
rativas, aconselhados pelos especialistas. Enfim atinge-se o “topo do mundo”.
E se houver saúde e as coisas continuarem a correr bem, pergunto a mim própria,
será suficiente para ingressar na alta sociedade? E a resposta é : não concerteza.
A dita alta sociedade é elitista, snobe, enfim, classista e não gosta de abrir portas
a emergentes. Mas porquê? Quem são eles para decidirem as entradas no seu
“clube”?
Há várias respostas:
Gostam de se fazer difíceis porque se julgam os maiores, por já estarem nessas
andanças há anos ou até há gerações como é o caso da aristocracia ou da alta
burguesia de dinheiro antigo. Ou então fazem parte dos novos ricos e emergentes
que com muito dinheiro e contactos conseguiram furar o esquema do “clube” e se
instalaram com sucesso aparente, igualizados aos membros desta “corte celeste”.
Posso afirmar , para concluir, que o que falta aos emergentes em trânsito para ace-
der à élite é o conhecimento e o domínio dos tiques e das convenções, enfim dos
códigos dominantes. E esses códigos não se podem descodificar? Claro que sim ➤
Etiqueta Social, por Paula Bobone
7º Fascículo
✂ página 13
A Emergência da Emergência
90
Etiqueta Social
7º Fascículo
✂
➤ e para os aprender é preciso trabalhar. Não é contratar uma assessora de ima-
gem ou professora de etiqueta, como fez o casal Coutinho, da novela da SIC ,
Laços de Sangue, actualmente em exibição. Não chega. É preciso recuperar o que
vem do berço, da primeira socialização, nos bons colégios, onde se absorvem os
tais códigos. É ter sempre vivido nos bairros clássicos, festas de família, vestir se-
guindo as referências das famílias prestigiadas, de nome feito. Não ostentar muito,
ir à missa, ser selectivo desde que se nasce. Não se aceita a emergência social
arrogante e ridícula... mas aceita-se o dinheiro. Há sempre um preço.
Aprender os códigos: hábitos sociais, aparente modéstia, displicência, alguma
cultura e...pela boca morre o peixe...falar como eles falam. A fala atraiçoa. Dizer
palavras ” proibidas”, fora dos códigos, exclui da “corte celeste”.
Portanto, sem querer tirar a esperança aos Coutinhos dos Laços de Sangue, da te-
lenovela: confiem na professora de etiqueta, mas vão devagarinho e contentem-se
em começar por subir um escalão. Depois haverá mais escalôes, que o tempo ou
melhor, as novas gerações irão reciclando. Há que pensar no longo prazo.
Façam o vosso melhor: as longas caminhadas começam com pequenos passos.
Um dia destes escreverei sobre os pecados capitais da burguesia em ascenção.
A sociedade precisa dos Coutinhos.
Já agora, uma nota anti snobe que é fundamental: a necessidade de cultura. Nada
mais imperdoável que o analfabetismo e a iliteracia. Diria até mesmo mais, co-
mecem por ler muitos livros. Por exemplo ler os meus livros. E ler é: ler mesmo ,
perceber, e praticar claro. n
página 14
O casal Coutinho da novela da SIC relatam com graça os emergentes nacionais
www.casino-estoril.pt
M|18
viva a diferença
An_210x148,5_Cmyk 11/06/17 18:05 Page 1
Eles e Elas 210x148,5mm.indd 1 6/20/11 11:00 AM
92
Festas, Festinhas, Festarolas, sem esque-
cer as Eleições (uns choraram, outros ri-
ram, como sempre acontece, outros já vão
esfregando as mãos a pensar nos cargos
possíveis, enquanto outros fazem contas
à vida) vêm enchendo Lisboa e arredores.
E quando falo em arredores, refiro-me
também ao Algarve, onde os feriados de
Junho desencadearam uma “catrefa” de
eventos, que é assim como um prenúncio
do que vai ser o Verão. Então e a crise,
perguntarão os nossos leitores? Quanto a
mim, entre “borlas” e festas à séria, nada
vai faltar…
Mas, “noblesse oblige”, falo da Gala
comemorativa dos 30 anos da “ELES
& ELAS”. Uma festa chiquíssima, que
animou a noite da “high-society” e que,
segundo me constou já, provocou muitas
invejocas. O costume… numa gala que
é já uma tradição e que tem conseguido,
sob a batuta da Maria da Luz de Bragan-
ça, manter-se, ao longo de tanto tempo (e
com a mesma qualidade e exigência de
conteúdos), num mundo de revistas que
brotam como cogumelos selvagens.
E calculem lá, consegui realizar um desejo
secreto muito meu: conhecer o Emplastro.
Lembram-se de quem é o Emplastro? É
aquela famossíssima (?) figura que, no
Porto, aparecia sempre junto às caras
conhecidas do futebol, mas em especial
à do Pinto da Costa. Tanto quanto me
disseram, o FCPorto jogava na capital
nesse fim-de-semana, mas perguntei
aos meus botões como “diacho” soube o
homem que havia a festa? E lá se pas-
seou na passadeira vermelha (o que não
conseguiu, claro está, foi entrar na festa
e dar um pezinho de dança comigo), mas
mesmo assim deixou espantada a embai-
xatriz de França. O homem é indescrití-
vel, digo-lhes eu, ainda que já tenha um
“corta-palha” novo, que lhe ofereceu o
Pinto!!!
Houve também uma festa a assinalar – o
Baile da Flor – no Estoril, mas ainda que
fosse de beneficência, não fui, porque te-
nho estado a poupar para o casamento (fi-
nalmente) do príncipe Alberto do Mónaco.
Lá a vida é cara de morrer e, vejam só,
até sou obrigada a usar a mesma toilette
que levei a Londres, para o casamento de
William e Kate, porque quero dar um salto
ao Casino. Pode ser que tenha sorte e de-
sembarque na Portela, qual Ivana Trump.
Mas, entretanto, andei por aí, a agitar
umas bandeiras (não, não digo as cores),
mas sempre vos conto que vi alguns que,
algumas vezes, iam mudando de ban-
deiras, não fosse o diabo tecê-las. Que
nisto de eleições, pode sempre haver
surpresas. Não houve… E agora, Passos
Coelho é o novo primeiro-ministro, bem
acompanhado por uma mulher que (é o
próprio a reconhecer) não se coíbe de
demonstrar o seu apoio e o seu amor. O
futuro dirá…
Mas nem tudo foram coisas agradáveis
nestes últimos dias. Fiquei pessoalmente
muito chocada com a explosão em casa
da linda Sónia Brazão, que lhe provocou
queimaduras gravíssimas. Esperamos que
consiga ultrapassar este péssimo mo-
mento. Sensível como sabem que eu sou,
escandalizou-me a forma como esta situa-
ção foi abordada por algumas revistas, na
sua ânsia de vender e, mais do que isso,
dos boatos que já foram postos a correr
sobre o assunto.
Vou ficar hoje por aqui, mas acabo como
uma fofoca que me sopraram ao ouvido.
É que, para os resistentes que vão passar
o Verão na capital, parece que está na
forja uma festa tropicalíssima, com co-
cos vindos, directamente, do Brasil, para
refrescar os ânimos.
E hoje não “dou no coco” das emergentes,
porque sou muito boazinha…
E mais não digo porque agora vou até ao
Mónaco para visitar o meu amigo Enrico
Paolo Frittoli, para ver se espreito, da
primeira fila, o casamento dos príncipes!
Depois conto tudo! ■
Sedas & Chitas por Mimi Trancoso
92
95ELES & ELAS
Cover:
Eles & Elas has celebrated its 30th aniversary and
the party took place in Aura Lounge Restaurant.
Beautiful people, from many areas of national
society honoured what they feel as their “special
magazine” and in this iconic day also took the
opportunity to congratulate its founder and director,
Maria da Luz de Bragança.
Contents:
page 96
30 years of the magazine Eles & Elas
What our guests said on this special occasion
Maria da Luz de Bragança
Cover Interview
The 85 years of Elizabeth of England
Flashback - 30 years of Eles & Elas
page 97
Interview with Carlos Medeiros
and Fabrice Marescaux
William and Kate get married at Westminster Abbey
Books
Vicente Themudo de Castro, a passion for
gastronomy
Summary
English Text
267
3. Summary.
4. Eles & Elas Anniversary Party. With a mild
night as scenery, and after a cocktail and dinner
beautifully server, the Statue of Truth was
presented to businesswoman Helena Daget.
32. Interview with Maria da Luz de Bragança.
The creator of Eles & Elas magazine.
40. Elizabeth II of England. The Queen of the
United Kingdom has just turned 85 years old.
46. Flashback. The story of thirty years of the
magazine Eles & Elas.
52. Interview with Carlos Medeiros and
Fabrice Marescaux. The two partners
responsible for the successful Restaurant
Lounge Aura.
56. Sana Excellence Hotel. A cosmopolitan hotel
expert in terms of quality and service.
58. William and Kate Middleton. The now Dukes
of Cambridge, are still waiting for a chance to
enjoy a holliday-in-moon after their wedding
60. André Jordan. Bestowed with an Honoris
Causa degree by Lisbon’s ISCTE
62. Lusíada University. The solemn
moment of the presentation of the degrees to
students at this prestigious university in
Portugal.
68. Estoril Open. The greatest event of national
tennis.
70. Diváldi Private School. At the end of
the school year, students, parents,
family and friends come together at the
D’Alvarenga country estate to celebrate.
74. Marta Aragão Pinto. An article dedicated to
the unexpected demise of singer and actor
Angélico Vieira
78. Storytelling. Another edition of this event
sponsored by Grant’s.
80. Cinema. Pina, Wim Wenders reference film
devoted to the ballerina and choreographer
Pina Bausch.
82. Espaço Seis ao Quadrado. Art and design.
84. The Pleasure of Reading. Some of the latest
books published in Portugal.
86. Vicente Themudo de Castro. An interview
with the young specialist in gastronomy and
enology.
89. Paula Bobone. One more chapter of the files
on etiquette from the well-known author.
92. Silk and Cloth. Social chronicles
95. English Texts.
98. Horoscope.
96
english text
30 years of the magazine Eles & ElasWhat our guests said on this special occasion
In the exquisite feast that celebrated the 30th
anniversary of the magazine Eles & Elas, that was
held at the Aura Restaurant in Lisbon, there were a
great number of public figures present. Well-known
and excepcional figures within the categories of
arts, theater, music, Portuguese society and many
others gave luster to an event that ended up being
perceived by many as one of the most iconic and
chic parties of the year. At the time, many of these
well known personalities seized the opportunity
to commend and congratulate both Eles & Elas
magazine and its well-deserving founder and
director, Maria da Luz de Bragança. A special
mention is deserved to Dom Henrique de Bragança,
António Gentil Martins, Isabel Meirelles, Pedro
Barroso, Ruy de Carvalho, Fátima Lopes, Lenia
Lopes, Fernando Pereira and Manuel Enes, among
others. ■
When it’s time to celebrate the 30 years of Eles
& Elas, a magazine that stood out over the
years, for its active role in society and which was
characterized by the creation of the original trophy
"Statue of Truth" - a creation of sculptor Francisco
Simões -, this "flashback" is fully justified. In it
we remember the great names of journalists (and
others) who contributed to the success of the
magazine, for example, Manuel Anta, Ilídio Alves,
Luís Stau Monteiro, Virginia Maria Aguiar, Joaquim
Letria, Helena Sacadura Cabral and many more.
We also remember our Galas, geographically
diversified, throughout the entire country over the
years, and the names of the winners of the Statue
of Truth (always presented in dazzling parties),
some of them are still with us, as is the case ➤
Maria da Luz de BragançaCover Interview
Thirty years have passed since the founding
of Eles & Elas magazine, with Maria da Luz de
Bragança at the helm, with the strength, energy
and fresh spirit that characterize her. In the
interview published in this issue, the director
recalls the great names that have collaborated
with the magazine over these last 30 years, but
she also assumes that in recent years, the best
that happened to her was on a personal level,
and that was meeting a man full of qualities and
much loved by many, José Manuel Teixeira.
At the same time she also confesses that,
insofar as the magazine is concerned she has
had many joys and some disappointments.
But what, overall, comes to mind are the good
memories. She describes herself as a citizen of
the world, but one who loves the Portugal she
was born in. ■
The 85 years of Elizabeth of England
Elizabeth II, by a happy coincidence, celebrated
85 years of age at the same time as the 58 years
of her reign. Always with the same strength,
always respected and loved by his subjects,
Isabel II was forced under the circumstances
at certain critical moments of her reign (an
unexpected rise to the throne in 1952 after her
uncle, Edward VII, abdicated after he married
Wallis Simpson, and when her father, George
VI, passed away) to show a tougher side, that
the passing of the years has softened. Married
to the Duke of Edinburgh (although her mother
was against this union with the man she classified
as a "German destroyer," but in his biography
would, years later, refer to as a rightful "British
Knight"), the marriages of her children, exception
made to that of Prince Edward, caused her great
problems, especially that of Charles and Diana,
who would tragically end with the tragic death
of the "People's Princess". Finally, she would
end up recognizing and authorizing the marriage
of Charles and Camilla, the endless passion
of the Prince of Wales. Today, Elizabeth II is a
more tender woman with an easier smile, that
shows her human side, especially whenever her
grandchildren are concerned. ■
Flashback - 30 years of Eles & Elas
97ELES & ELAS
It started with the remote possibility of partners
Carlos Medeiros and Fabrice Marescaux winning a
contest that would allow them to be in charge of a
fantastic restaurant space at Praça do Comércio,
Lisbon’s most emblematic square. Once this
difficulty was brilliantly overcome, it was time to
give birth to the restaurant, Aura. After the name
had been chosen, it was necessary to begin
looking for the pieces necessary to an original
form of decorating this noble yet cozy restaurant
and lounge. Carlos Medeiros is a well-known
figure of the restaurateur world because he’s been
in charge for several years now of one of the most
successful catering companies in our country,
Catery. Many years ago, Fabrice Marescaux
exchanged his native France for beautiful Cascais
and then went on to teaching the portuguese how
to appreciate the best quiches made this side of
the Seine. Now is back in Lisbon being the perfect
host to the refined Restaurant Lounge Aura. ■
Interview with Carlos Medeiros and Fabrice Marescaux
BooksThe Aleph by Paulo Coelho – In a surprisingly
frank and personal account, Paulo Coelho reveals
how a crisis of faith led him to find a path of
renewal and spiritual growth. To reconnect with
God, the magician decides to start all over again.
Byron and Love by Edna O'Brien - The adventures
and misadventures of the hero who defended the
causes of others, described Sintra as "a beautiful
Eden", and ended up dying in Greece.
Sophia, A Poet's Life - An album that wisely
gathered both published and unpublished texts,
poetry and prose, travel journals, loose notes,
drawings, prints of her day to day, but also private
letters and photos. ■
William and Kate get married at Westminster Abbey
Thirty years after the marriage of Charles and
Diana, their eldest son joined his fate with that of
the young Kate Midletton, in a beautiful ceremony
in Westminster Abbey, in what was undoubtedly
the major event of recent times in Britain. The
newlyweds lived up to the solemn moment with
Kate, dressed beautifully by Sarah Burton, en-
tering the chapel by her father's arm, to meet a
prince William that was visibly nervous. After all,
he will be the future King of England.
Just like William’s parents, the princes of Wales,
the couple posed with the pageboys and pagegirls,
next to the throne at Buckingham Palace.
But the big surprise that Kate and William had in
store for all British subjects was the decision to
postpone the desired honeymoon, for professional
reasons, merely spending a long weekend in one
of the properties in Elizabeth II in Scotland. ■
Vicente Themudo de Castro, a passion for gastronomy
There once was a boy, born in December 1972,
whose fate was destined for the kitchen both for
the products and the cooking techniques. But in the
case of Themudo Vicente de Castro, his life took
a number of turns. From Ribatejo, where his father
had a farm, to Spain, where his grandparents lived,
and in between from the north to the south of Por-
tugal. It was after all this moving about that Vicente
came to feel, like an explosion, a strong desire to
eat and travel, to discover new and renowned res-
taurants. Back in Portugal, and after going through
a number of professions, raging from health to
historical preservation, Themudo de Castro decided
to share his experiences, devoting himself entirely
to writing on food and wine and saying that now is
descrbed as a eno-gastronomical expert. ■
➤ with Gentil Martins, Maria João Bustorff, Manuela
Moura Guedes, Maria do Céu Guerra and Judite
de Sousa, among others. But some are already
gone as is the case with Horácio Roque, Artur
Agostinho or José Saramago. Always addressed
were the most prominent national and international
events, and always handled in a very constructive
manner. Not forgetten were also cultural themes
(cinema, theater, painting, etc.), nor the elite sports
(horse riding, golf and tennis). These are in fact, 30
years of a magazine made entirely for you, our very
special readers. ■
98
Prevêem-se promoções ou ganhos ex-
tra mas para continuarem a progredir e
alcançarem os seus desejos terão de
trabalhar ainda com maior empenho.
Os solteiros poderão ver-se envolvidos
numa relação e com futuro, mas terão de
ser menos egoístas. n
Os nascidos sob este signo serão mais
realistas no que toca ao trabalho e aos
assuntos com ele relacionados. Continu-
arão, aliás, a receber lucros estáveis do
seu trabalho. Todos aqueles que se en-
contram numa relação sentir-se-ão mais
apaixonados. n
Os nativos deste signo serão pressiona-
dos a trabalhar mais e reconhecerão que
podem ser mais metódicos. O romance
está no ar e os solteiros apaixonar-se-ão
por alguém no local de trabalho ou terão
a surpresa de algum colega se apaixo-
nar por eles. n
Estes nativos terão de trabalhar ardu-
amente, mas em breve poderão acal-
mar o ritmo. O esforço para equilibrar
as finanças será maior. Uma relação
clandestina pode começar e se tal
acontecer pode vir a tornar-se impor-
tante. n
Estes nativos vão ter de arrumar as se-
cretárias por forma a terem espaço para
o trabalho que os aguarda. Em contra-
partida, não terão quaisquer problemas
financeiros. Os solteiros poderão ligar-
se emocionalmente a alguém que viva
longe ou no estrangeiro. n
Os capricornianos estarão cheios de
ideias mas não devem esperar ser re-
compensados, pois as influências as-
trais ditam um atraso na chegada de
lucros. Quem busca o amor pode vir a
apaixonar-se com a chegada do solstício
de Verão. n
Este é o mês das mudanças rápidas. Fi-
nanceiramente, parece estar melhor este
mês, mas as despesas não deixarão de
apertar. Os geminianos não tardarão a
perder-se de amor por alguém e os que
se encontram numa relação terão o de-
sejo de se comprometerem. n
O bom relacionamento profissional resulta-
rá em sessões de trabalho proveitosas. As
relações com superiores estão protegidas
na íntegra, pelo que os nativos de Balança
não terão de se preocupar com as finan-
ças. Os solteiros que buscam compromisso
emocional podem encontrá-lo este mês. n
Profissionalmente este é o momento
para darem tudo por tudo à organização
para quem trabalham. As expectativas
são consideráveis e financeiramente
surgirão ganhos inesperados. Os sol-
teiros conhecerão gente nova mas não
muito interessante. n
Os nativos deste signo não estão com
muita vontade de trabalhar mas serão
obrigados a cumprir as suas tarefas e as
dos superiores. Os solteiros farão novas
amizades e os que se encontram numa
relação alcançarão um novo grau de in-
timidade. n
Em termos profissionais os nativos des-
te signo podem sentir-se pressionados
a cumprir deadlines. Os negócios, ainda
assim, não correrão mal. Os solteiros
poderão conhecer alguém interessante
e o amor à primeira vista parece ser
uma possibilidade. n
São de esperar contactos e entrevistas
para outras colocações profissionais e
verbas inesperadas mas também se po-
dem deparar com despesas igualmente
inesperadas. Para os solteiros este não
é o mês ideal para começar novas rela-
ções. n
Astrologia
Carneiro21/3 a 20/4
Virgem23/8 a 22/9
Leão23/7 a 22/8
Touro21/4 a 20/5
Capricórnio21/12 a 19/1
Caranguejo22/6 a 22/7
Balança23/9 a 22/10
Gémeos21/5 a 21/6
Escorpião23/10 a 22/11
Peixes19/2 a 20/3
Sagitário23/11 a 20/12
Aquário20/1 a 18/2
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