Revista DA Brasil
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ano 9 número 32 jan-mar 2013
capa 6
novos negócios 13
prêmios 15
primeira palavra 5
no grupo 17
cartão postal 10
D. A na Copa 20
coluna da Dad 24
pérolas do Chatô 26
coleções 23
EXPEDIENTEDiários Associados Brasil é o veículo de informação corporativa dos Diários
Associados, sob a coordenação da Fundação Assis Chateaubriand (FAC). Endereço: SIG, Quadra 2, Lote 340,
Brasília - DF, CEP: 70.610-901. E-mail: [email protected]: (61) 3214 1507.
Fax: (61) 3214 1381.
FUNDAÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND (FAC) Presidente – Edison Zenóbio
Vice-Presidente Executivo – Evaristo de Oliveira Diretor Cultural – Márcio Cotrim
Diretor de Relações Institucionais – Paulo César Marques
Conselho de CuradoresJarbas Passarinho, José de Arimathéa Gomes Cunha, Aff onso Heliodoro dos Santos,
Álvaro Augusto Teixeira da Costa, Evaristo de Oliveira, Francisco Queiroz Caputo Neto, Joezil dos Anjos Barros, Maurício de Castilho Dinepi, Pedro Batista Freire e
José Adirson de Vasconcelos
Conselho FiscalJosé Francisco Viana de Sousa, Possidônio do Espírito Santo Meireles
e Leonardo Guilherme Lourenço Moisés
REVISTA DIÁRIOS ASSOCIADOS BRASIL
Diretor de RedaçãoMárcio Cotrim
Conselho Editorial
NO DISTRITO FEDERALCarmela Marques: Superintendente de RH
Cleisson Nunes Barbosa: Superintendente de GestãoMaria Celeste A. Antunes: Assistente Administrativa
NOS ESTADOSIsabela Teixeira da Costa: Minas Gerais
Mônica Pereira: PernambucoCátia Melo: Rio de Janeiro
Rosaura Maria: Paraíba
Logomarca - CapaRafael Ohana - Diários Associados em Brasília
EdiçãoAdriana Mendes e Patrícia Cunegundes
Coordenação EditorialAdriana Mendes
ReportagemIara Balduíno e Jalila Arabi
Projeto Grá� coLiberdade de Expressão
DiagramaçãoFabrício Martins
CapaAlessandro Santanna
RevisãoLara Latvin
Produção Editorial
Diretor: Ronaldo de Moura(61) 3349-2561
ImpressãoGráfi ca Ipiranga
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 5
primeira palavraprimeira palavra
Ano de investimentos para diversificar o grupo
Paulo César oliveira marquesMembro do Condomínio Acionário dos Diários Associados e
Diretor de Comercialização e Marketing dos Diários Associados
d iversificação dos negócios: essa é a
ordem dos Diários Associados para
2013. impossibilitado de realizar grandes
investimentos nos anos anteriores em razão da
incerteza financeira que cercou o mundo, o grupo
espera que este ano seja diferente. Para isso, conta
um cenário econômico nacional bem melhor do que
o dos últimos dois anos.
É do conhecimento de todos que os Diários
Associados possuem publicações em meios físicos de
comunicação que são líderes de mercado em grande
parte do país, e isso não vai ser esquecido em 2013. O
grupo quer consolidar e manter esses bons números,
mas vai direcionar uma maior carga de investimento
na transição desses produtos de geração de conteúdo
para o meio digital.
Criação e reestruturação de portais, acessibilidade,
design, redes sociais... A tecnologia será o foco dos
trabalhos. Além disso, rádio, televisão, publicidade e
outros setores também vão receber incentivos para
que se tornem superavitários e tragam lucratividade
para o grupo.
A diretoria acredita em um ano de equilíbrio, com
condição de resultado no médio prazo, ou seja, em
seis meses. Um ano que permita o retorno financeiro
no próprio período é bom, e as expectativas
dos Diários Associados para 2013 são positivas.
Estamos no caminho de retorno à estabilidade,
à normalidade na atividade econômica. E, a partir
daí, queremos criar uma atmosfera mercadológica
propícia às empresas.
As nuvens negras se dissiparam, abrindo terreno
para a possibilidade de se enxergar um horizonte
estabilizado e propício ao crescimento econômico
e ao investimento no mercado. O resultado será a
manutenção da liderança, da credibilidade e retorno
financeiro em médio e longo prazos.
capa
“A Tupi é o povo, e o povo é a Tupi”
quando o Show do Apolinho entra no ar, o
Rio de Janeiro escuta. Da ponte Rio-Niterói,
das barcas, das supervias de trem e metrô,
do porto e dos aeroportos, os repórteres entram,
atualizando o carioca sobre o trânsito na cidade. Com o
slogan "A Tupi é o povo, e o povo é a Tupi", os jornalistas
trazem notícias também sobre os maiores times de
futebol do Rio de Janeiro, os acontecimentos em Brasília
e na Baixada Fluminense. Há ainda música e humor. O
programa, transmitido de segunda a sábado pela Super
Rádio Tupi, é líder absoluto de audiência na cidade.
Essa liderança não é isolada. A rádio é a mais ouvida
pelos cariocas durante 19 das 24 horas diárias, posição
conquistada devido ao sucesso de programas como
a Patrulha da cidade e os shows de Francisco Barbosa,
Pedro Augusto, Heleno Rotay, Cláudio Monteiro, entre
outros. Nas transmissões dos jogos de futebol ao vivo, a
Super Rádio Tupi, sozinha, tem mais ouvintes que todas
as outras 12 emissoras de rádio que transmitem esporte.
Para o diretor de programação da rádio, Ricardo
Henrique de Souza Raymundo, a razão de tanta
popularidade é “a autenticidade da programação e a
identidade que ela tem com a população do Rio de
6 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
"Você, pequena caixa que trouxe comigo
Cuidando para que suas válvulas não quebrassem
Ao correr do barco ao trem, do trem ao abrigo
Para ouvir o que meus inimigos falassem
Junto ao meu leito, para minha dor atroz
No fi m da noite, de manhã bem cedo
Lembrando as suas vitórias e o meu medo:
Prometa jamais perder a voz!"
Bertold Brecht
Cedo
c/Rá
dio
Tupi
capa
Janeiro”. “É uma rádio que está constantemente atenta
a tudo que possa de alguma forma influenciar a vida do
carioca, seja algo bom ou ruim”, explica.
Outra característica da Super Rádio Tupi é a empatia
entre os comunicadores e o público. A Tupi é uma rádio
falada, característica das emissoras de frequência AM.
“O público tem que gostar da gente tanto quanto a
gente gosta dele”, resume o apresentador Washington
Rodrigues, o Apolinho, radialista há 50 anos, 17 deles na
Tupi. Entretanto, por causa dos problemas de ruído das
rádios AM, a Tupi, há quatro anos, transmite a mesma
programação também na frequência FM, estratégia
que contribuiu de maneira significativa para que a rádio
assumisse a liderança de audiência no Rio de Janeiro.
Essa sintonia com o público se dá também entre
os funcionários. Na Tupi há 18 anos, o sonoplasta José
Maria de Almeida da Silva conhece bem o ouvinte da
Tupi. Ele cria vinhetas para os programas e os edita, mas
gosta mesmo é de fazer programas ao vivo. “Tem mais
adrenalina, mas é preciso ficar sempre conectado com o
apresentador para colocar uma música que tenha a ver
com o assunto, por exemplo”, diz.
JoVem SeNhorA
Aos 77 anos e com uma história riquíssima, a Tupi
não ficou no passado. Pelo contrário: chegou totalmente
preparada para a nova era do rádio. A página na internet
oferece opções de áudio e vídeo, além da programação
ao vivo. Pelo canal Tupi+, é possível ouvir o programa
preferido na hora e local que quiser, via iPhone, Android,
Windows Mobile. “E só estamos aguardando a definição
do governo com relação à rádio digital para a gente
entregar o nosso conteúdo também dessa forma”, adianta
o diretor de programação da Tupi, Ricardo Henrique.
A Tupi, aliás, saiu na frente no processo de
modernização do rádio. Ricardo lembra que “em 1996, a
Rádio Tupi foi a assinatura 001 da Embratel para serviço
multimídia, ou seja, foi a primeira empresa a assinar com
a Embratel um contrato para distribuição de áudio e
vídeo da sua programação.“De lá pra cá, a gente só vem
aprimorando e tentando ficar cada vez mais próxima do
nosso público”, observa.
Em setembro, a Tupi vai se transformar ainda mais.
Com a mudança física da rádio, que deve deixar o prédio
da antiga revista O Cruzeiro e instalar-se no bairro de
São Cristóvão, o ouvinte poderá perceber as novidades.
“Nossa intenção é equipar a rádio com nova tecnologia,
inclusive com estúdios cenográficos, que atendam essa
demanda de vídeo muito forte que a gente tem hoje”, diz
Ricardo Henrique.
“A erA de ouro É AgorA”
Enquanto alguns lembram com saudade a época
em que o rádio reinava absoluto, há comunicadores
que aprovam as mudanças no velho rádio. “O rádio é
minha paixão, e a era de ouro do rádio é agora”, garante
Apolinho. “Hoje o rádio é ouvido no mundo todo,
recebo correspondências por e-mail de Portugal, dos
Estados Unidos, da Austrália; é uma coisa fantástica”,
diz, animado.
Fazer com que todos os comunicadores entrem na era
tecnológica é uma preocupação dos dirigentes da Tupi.
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 7
Ricardo Henrique, diretor de programação da Tupi
Cedoc/Rádio Tupi
capa
“A tarefa deixa de ser simplesmente falar ao microfone,
escrever para o microfone, produzir para o microfone.Tudo
isso tem que ser feito e também aproveitado e amplificado
para a internet, sob todas as ferramentas que nos temos
hoje à disposição”, explica Ricardo Henrique.
mÍdiA
Apesar de uma programação que dispensa
apresentações, a Tupi investe na área de marketing,
firmando ainda mais a marca Super Rádio Tupi. Os
anúncios estão estampados em outdoors, ônibus, táxis
e nos prédios do Rio de Janeiro. Nos jornais esportivos,
as peças publicitárias convidam o ouvinte, de forma
engraçada e irreverente, a conectar a rádio para mais um
jogo de futebol. “Meter o pé no porco e botar a mão na
taça”, diz o anúncio do jogo entre Palmeiras e o campeão
Fluminense pelo Campeonato Brasileiro de 2012.
Em se tratando de Tupi, tudo vira sucesso. No ano
passado, a rádio veiculou um filme de 30 segundos em
horário nobre da televisão chamado Tupi, eu ouço aqui
(http://www.youtube.com/watch?v=i4R7v_Kh3Vw). Em
poucos dias, o vídeo, que retrata situações e personagens
cotidianos do Rio de Janeiro, fez sucesso no YouTube,
mostrando o poder da marca no imaginário carioca.
8 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
RADIOTEATROSucesso no passado, as radionovelas ganharam a
imaginação de milhares de ouvintes e descobriram
talentos – atores que migraram posteriormente para a
televisão – e encantaram o Brasil. Atualmente, a Tupi é a
única emissora do país que ainda possui radioteatro, com o
programa de humor A patrulha da cidade, no ar há 52 anos.
Cordélia Santos (foto) é uma das atrizes do Patrulha.
Está na Tupi desde 1951. “Vim para aqui garota, estou aqui
vovó”, brinca. Já fez locução, dublagem e várias novelas,
inclusive na TV Tupi, mas prefere o rádio. No Patrulha, faz o
papel que aparece, inclusive os masculinos. “Se tiver escrito
lá: "Cordélia – garoto", aí eu faço”, explica, engrossando a
voz, como na interpretação.
Simpática, Cordélia diz que adora o que faz, mas
sente saudades da época em que o rádio tinha muitos
programas de radioteatro. “Gostava mais do teatro sério.
Eu fazia muitas vozes infantis, voz de ingênua (o que seria
hoje a atriz principal de uma novela) e de dama galã (que
seria a atriz coadjuvante)”, conta.
Cordélia acredita que se houvesse radionovelas
atualmente, elas teriam uma boa audiência. A julgar pelo
"Patrulha da Cidade", é provável que sim. “Esse programa
é uma sátira radioteatralizada dos problemas da segurança
do Rio de Janeiro e é líder de audiência há 50 anos. É um
fenômeno esse programa”, conta Ricardo Henrique.
Cedoc/Rádio Tupi
capa
A Tupi, em seus 77 anos, é parte importante da his-
tória, não apenas da comunicação, mas da cultura brasi-
leira. inaugurada em 25 de setembro de 1935, contou, na
ocasião, com a presença do inventor do rádio, Guglielmo
Marconi. Dez dias antes do grande evento, porém, havia
irradiado para o Brasil o primeiro programa musical do
país: uma orquestra de 120 vozes, regida pelo maestro
Heitor Villa-Lobos, cantou o Hino Nacional.
Anos depois, após construir um império de comu-
nicação, Assis Chateaubriand apelidou a Tupi de O ca-
cique do ar. O diretor da Tupi e condômino dos Diários
Associados, Alfredo Raymundo (foto), relata que o nome
era uma referência à liderança da rádio no grupo, já que
Chateaubriand era fascinado pela Amazônia e costumava
dar nomes indígenas às suas rádios, como é o caso da
Guarani, de Belo Horizonte; a Poti, de Natal; a Tamoio, do
Rio; a Marajoara, de Belém; e a Piratini, de Porto Alegre.
O Cacique do ar honrou a liderança. A rádio faz par-
te da vida do brasileiro. Foi a casa de inúmeros artistas
como Ary Barroso, Carmen Miranda, Dorival Caymmi, Luiz
Gonzaga, João Saldanha, Almirante – “a maior patente
do rádio – , Chacrinha, Collid Filho, Paulo Gracindo, Aracy
de Almeida, Dircinha Batista, Nena Martinez e Doalcei
Camargo. Criou o mais famoso programa de calouros do
rádio brasileiro, o Calouros em desfi le. “A Tupi pode ser
considerada ainda a mãe da TV no Brasil, já que foi com os
funcionários da rádio Tupi do Rio e de São Paulo que foi
composta a primeira televisão brasileira, a TV Tupi”, analisa
o diretor da rádio, Alfredo Raymundo.
E se hoje todos cantamos a musiquinha Parabéns para
você, nas festas de aniversário é graças à rádio Tupi. Até
1942, as festas eram comemoradas em inglês, com o fa-
moso Happy birthday to you. Foi quando a Tupi, em um
programa comandando por Almirante, promoveu um
concurso de letras em português para a música. A ouvinte
Berta Celeste foi a autora da letra vencedora, que é canta-
da hoje em todos o lares do Brasil.
iNFormAçãoApesar de ter diversos programas culturais de su-
cesso, a informação sempre foi o carro-chefe da Tupi. A
rádio deu voz a políticos e ao povo, característica que
não se perdeu em 77 anos. Em 1945, foi a primeira rádio
brasileira a anunciar para o país o fi m da Segunda Guerra
Mundial. Hoje, divulga todos os dias os problemas da ci-
dade. Ricardo Henrique, diretor de programação, lembra
que em 2005, em uma homenagem feita pelo Senado
aos 70 anos da Tupi, o então senador e atual governador
do Rio de Janeiro Sérgio Cabral discursou na tribuna e dis-
se que, quando aparece um problema, a população do
Rio de Janeiro não procura as autoridades, mas a rádio
Tupi. “Essa credibilidade é um dos fatores de sua grande
audiência”, completa Ricardo Henrique.
O CACIQUE DO AR
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 9
Cedoc/Rádio Tupi
cartão postal
A o se pensar no Rio de Janeiro, logo vem à cabeça
um dos mais famosos cartões-postais cariocas:
a imagem do Cristo Redentor, monumento de
quase 40 metros de altura que retrata Jesus Cristo. O
complexo do Pão de Açúcar – composto pelo morro que
dá nome ao outro cartão-postal do Rio, pelo morro da
Urca e pelo morro da Babilônia – é, também, um passeio
indispensável para quem visita a cidade. No passeio do
bondinho, o turista tem uma visão panorâmica do Rio e
de Niterói.
Mas há um Rio de Janeiro bem diferente, que poucos
turistas – e poucos moradores do estado – conhecem.
Para fugir do tradicional Cristo Redentor/Pão de Açúcar,
funcionários dos Diários Associados prepararam um
roteiro especial e bem variado, com sugestões para
todos os gostos e idades.
O superintendente industrial do jornal O Imparcial
(MA), Célio Sérgio, visita a cidade há mais de 15 anos.
Ele garante que há sugestões para toda a família. “Uma
boa opção é o passeio de balsa na Baía de Guanabara,
que é bem interessante. O turista conhece a história do
Rio de Janeiro, contada durante a rota, e, se tiver sorte,
ainda consegue ver peixes e tartarugas”, diz. O valor pode
variar com a idade, podendo chegar a R$ 45 por pessoa.
Estudantes com carteirinha pagam metade do valor.
Outro passeio imperdível, na opinião de Célio, é o
Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em época de
carnaval. “Como flamenguista, sou mangueirense”, brinca o
superintendente. Ele descreve o momento como imperdível;
“É um grande espetáculo; sempre que posso, eu vou.”
Para os boêmios, a dica é conhecer Santa Teresa,
bairro nobre do Rio. Com localização exclusiva, no alto de
Rio de Janeiro de braços abertosA cidade maravilhosa continua linda. E oferece opções bem diferentes ao visitante que quiser conhecer um pouco mais da verdade narrada por Gilberto Gil em Aquele abraço
10 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
cartão postal
Rio de Janeiro de braços abertos
uma serra entre as Zonas Sul e Central da cidade, oferece
uma visão privilegiada da área. Além disso, o bairro é
conhecido pelas construções históricas do século 19 e é
um dos últimos que fez uso de bondes em suas ruas. Os
bares e o samba do local são bastante apreciados. “É o meu
predileto. Quando estou no Rio, corro para esse passeio”,
empolga-se Renata Maia, gerente de comunicação
interna e relacionamento do Estado de Minas. Para ela,
uma opção é conhecer as lojas de artesanato e almoçar
em um famoso restaurante nordestino do bairro.
Não há NAdA iguAlTim Maia imortalizou duas famosas praias do Rio
de Janeiro na música Do Leme ao Pontal, cantada há
décadas por brasileiros de todas as partes do Brasil. O que
pouca gente sabe é que, para ir de uma ponta à outra,
é preciso atravessar uma distância de pouco mais de
38 quilômetros. No trajeto, que pode ser feito de carro
(e, para os mais corajosos, a pé), é possível ver parques,
praças (uma, inclusive, leva o nome do cantor) e, claro,
belas praias.
Para quem curte parques, a menos de dois quilômetros
da praia do Leme, fica o Parque Ecológico Chico Mendes.
O local é uma unidade de conservação municipal, onde
ainda se podem ver inúmeras espécies da fauna e flora,
muitas em extinção. O visitante ainda tem a opção de
um passeio guiado, com trilhas, bibliotecas e salas de
exposições – e o melhor, tudo de graça.
E para quem gosta de belas paisagens, o Pontal é uma
praia que fica no Recreio dos Bandeirantes. A principal
característica dela é a localização entre duas pedras, a do
Pontal e a de itapuã.
Outra praia bonita por seu visual é a do Arpoador,
na opinião de Célio Sérgio. A praia fica entre o Forte
de Copacabana e o início da praia de ipanema e é
ponto de encontro de surfistas, por suas enormes
ondas. Na região do Arpoador, está localizado o
parque Garota de ipanema, que leva o nome da
famosa canção de Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Além disso, o local é conhecido por ser palco de
apresentações de artistas conhecidos.
um briNde à NAturezAOs amantes da natureza podem fazer um roteiro
que foge bem do tradicional e que contempla animais
e florestas da cidade. O Jardim Zoológico, em São
Cristóvão, bairro da Zona Norte da cidade, é boa pedida.
São 138 mil m2 que abrigam mais de 2 mil espécies
de animais. O local funciona de terça a domingo, e a
entrada custa somente R$ 6 (idosos e deficientes não
pagam para entrar, e estudantes com carteirinha pagam
meia entrada).
Para Naira Sales, da área de Cultura do Jornal do
Commercio (RJ), o passeio ao Jardim Botânico é imperdível.
“Para quem gosta de natureza, flores e história, não tem
lugar melhor. É lindo e revigorante”, derrete-se Naira. A
entrada custa apenas R$ 6.
Justim Vidam
o
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 11
cartão postal
espaço cultural, vale a pena conhecer”, afirma Naira Sales.
O CCBB fica no Centro, na Rua Primeiro de Março, nº 66.
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é um
marco da arquitetura, traçado pelo arquiteto Affonso
Eduardo Reidy e com projeto paisagístico de Roberto
Burle Marx. Funciona de terça a sexta, das 12h às 18h, e
aos sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.
A Biblioteca Nacional e o Theatro Municipal também
são sugestões de bela arquitetura e oferecem visitas
guiadas em horários agendados.
mais opções para quem quer ver o rio de Janeiro
com outros olhos.
- Parque lage: tombado pelo instituto
do Patrimônio histórico e Artístico Nacional
(iphan) em 1957, o parque público é uma boa
opção para um passeio em família. o casarão
abriga a escola de Artes Visuais. É localizado aos
pés do Corcovado.
- escadaria Selarón: também conhecida
como escadas da lapa, o local fica no bairro de
Santa teresa e é coberto por obras do pintor e
ceramista Jorge Selarón, que morreu em janeiro
passado. o artista chileno, radicado no rio de
Janeiro, reproduziu em cada azulejo uma história
diferente, que impressiona pelo colorido. o local é
aberto ao público.
- Forte de Copacabana: ponto turístico localizado
no Posto 6, conta com um grande acervo histórico
e uma bela vista. No local, há uma filial da famosa
Confeitaria Colombo.
- ilha de Paquetá: localizada no coração da
baía de guanabara, a ilha é considerada uma zona
turística da cidade e abriga pequenas praias. os
visitantes podem chegar à ilha numa das barcas que
partem da Praça 15, no Centro. o trajeto dura cerca
de uma hora, e a travessia custa menos de R$ 5.
tem mais?
A Floresta da Tijuca é outra opção para quem decide
subir pelo lado contrário ao do Cristo Redentor. Já no Leblon,
a visão de cima do Morro Dois irmãos é bem interessante,
para quem quer ter outra dimensão da cidade.
ArquiteturAOutra ideia para quem visita o Rio e gosta de apreciar
as atrações da cidade é conhecer o Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB). “O local já vale pela arquitetura.
As instalações foram bem aproveitadas para se tornar um
12 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
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kr
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 13
novos negócios
A capa é BrasíliaNova publicação dos Diários Associados chega à capital federal com pautas voltadas especialmente para o leitor brasiliense
brasília não é sinônimo apenas de política. Ao
contrário do que parece ao resto do país, a
cidade oferece aos brasilienses vida noturna
animada, bons restaurantes, concertos, shows,
produtos e serviços de qualidade, além de exportar
músicos, designers, estilistas e artistas em geral para o
Brasil e o mundo.
É com esse olhar que a revista Encontro chega à
capital – como uma publicação de variedades voltada
para o que acontece em Brasília. “Falamos sobre arte,
moda, gastronomia, negócios, cultura, saúde, economia
e até mesmo política, sempre com enfoque local”, diz a
editora da revista, Cristine Gentil. “Há um apelo atual, mas
não factual. São matérias mais elaboradas e analíticas.”
Para o diretor e editor da revista, André
Lamounier, essa profundidade com que os
temas são tratados é um dos grandes diferenciais da
revista. “Praticamos um jornalismo profissional, pois
acreditamos que a credibilidade é o mais importante. E
o leitor percebe isso”, destaca.
Além da publicação impressa, a Encontro possui
uma versão para tablet, que traz conteúdos extras, fotos,
vídeos e, claro, maior interatividade. O aplicativo pode ser
baixado gratuitamente na AppStore.
leitoreSDe acordo com a gerente de comercial e marketing
da revista, Nicole Fischer, a aceitação da publicação entre
os brasilienses tem sido muito positiva. “Temos retorno
através da seção Carta do Leitor, do Fale Conosco e
do contato com os clientes no dia a dia. Sentimos
que muitas instituições estão interessadas no sucesso
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 13
Equipe da Revista Encontro
Luis
Taj
es/C
B/D
.A P
ress
novos negócios
do projeto, porque é mais um veículo que fortalece a
comunicação do Distrito Federal.”
A editora Cristine Gentil também diz estar
recebendo bom retorno. “As pessoas estão conhecendo,
comentando, sugerindo pautas”, afirma. “Recebemos
elogios dos profissionais que participam da revista:
arquitetos, donos de restaurantes, assessorias de
eventos culturais. Muitos personagens entrevistados
também ligam, elogiando as matérias”, conta.
boAS PerSPeCtiVASEm 2013, a revista deverá trazer para Brasília um
portfólio de eventos ligados à marca Encontro. Ainda
no primeiro semestre, será realizada a Corrida Encontro
Delas, uma competição feminina com estrutura de alto
padrão para 1.500 atletas. A corrida, que já acontece
em Belo Horizonte (MG), oferecerá kits com design
exclusivo, criado pelo estilista Rogério Lima, camisetas
estilizadas, além de uma arena com salão de beleza,
Spa e espaços de alimentação saudável e voltados para
crianças. “É um evento ao mesmo tempo esportivo e
social” explica Nicole Fischer.
Outro evento, que deverá ocorrer no segundo
semestre, é o Encontro Gastrô, uma premiação
dos melhores profissionais e estabelecimentos
gastronômicos da cidade. A votação é feita via internet
por jurados escolhidos e pelo público, que poderá
votar em diversas categorias. No dia do evento, haverá
o lançamento da revista com um guia gastronômico
de Brasília.
Além dos eventos, a revista também deverá
lançar suplementos temáticos ao longo do ano, que
serão distribuídos juntamente com a publicação.
“Queremos consolidar a presença e a liderança da
Encontro em Brasília e continuar crescendo”, ressalta
André Lamounier.
dNA mineiroA Encontro nasceu em Belo Horizonte (MG) em
2001. Em 2012, incorporou-se ao portfólio dos Diários Associados, agregando mais um produto de qualidade ao grupo. Em outubro do mesmo ano, o grupo D.A lan-çou a Encontro brasiliense. “Achamos que seria interes-sante trazer a Encontro para Brasília pela importância da cidade como metrópole e capital do país”, explica o editor da revista, André Lamounier.
E a publicação já chegou como líder de mercado. Tem a maior tiragem entre as revistas de Brasília: 57 mil exemplares, número auditado pelo Instituto de Verifi cação de Circulação (IVC). Tem ainda a vantagem de estar associada ao maior jornal da cidade, o Correio Braziliense. A Encontro é entregue gratuitamente aos assinantes do jornal, além de autoridades, políticos e estabelecimentos comerciais, com o intuito de atingir um público diverso e formador de opinião. É também vendida nas bancas de revistas.
Com uma equipe fi xa de quatro repórteres, além dos editores e da subeditora, dos três fotógrafos e do editor de fotografi a, a revista conta ainda com a colaboração de jornalistas do Correio Braziliense, profi ssionais freelan-cer e as equipes de marketing e logística, que se dividem entre a Encontro brasiliense e a mineira.
14 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
prêmios
Velho Chico rendeu prêmio novo
Cinco mil quilômetros foi a distância percorrida pelo
fotógrafo do Estado de Minas Gladyston Rodrigues
em busca da foto perfeita. A reportagem "Velho
Chico, novos rumos", publicada entre maio e junho de 2011
no jornal Estado de Minas, do grupo Diários Associados,
mostra as novidades econômicas e a desigualdade social
de municípios cortados pelo Rio São Francisco, que tem
sua nascente na Serra da Canastra, em Medeiros, município
mineiro. Todo o empenho pela série especial rendeu a ele
e ao repórter Paulo Henrique Lobato indicações e prêmios.
O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos
de água do Brasil e de toda a América do Sul. Além de
Minas Gerais, o Velho Chico, como é conhecido, atravessa
os estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas e
deságua no Oceano Atlântico. O rio tem mais de 2,8 mil
quilômetros de comprimento a partir da nascente.
O fotógrafo Gladyston Rodrigues, do Estado de Minas, conta como foi viajar a trabalho pela extensão do Rio São Francisco e como isso lhe rendeu um prêmio
Por todo esse trabalho e dedicação, Gladyston
Rodrigues recebeu, em 2011, o Prêmio Banco do
Nordeste do Brasil (BNB) pela fotografia que ilustrou uma
das matérias da série especial. A foto campeã demorou
um dia inteiro para ficar pronta. “Quando chegamos ao
local, pretendíamos fazer uma foto com pescadores da
região e de manhã não tinha nenhum. No final da tarde,
apareceu um rapaz com rede, em um barco, e consegui
fazê-la”, lembra. “Mas o esforço valeu muito a pena.”
A trajetória do fotógrafo no jornal começou em
1989, quando trabalhava como contínuo. Depois, foi
auxiliar de redação e operador de telecomunicações.
Fez faculdade de comunicação social e conseguiu
chegar à Editoria de Fotografia, sua grande paixão.
“Sempre privilegiei a fotografia, gosto demais dessa
área”, revela.
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 15
prêmios
16 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
O trabalho de fotógrafo, segundo Gladyston, é desafi ador. “Quando saímos da Redação, já pensamos em fazer um trabalho bacana”, diz. Mas essa série especial de reportagens teve um gostinho a mais para ele. “Nessas pautas especiais, como a do Velho Chico, tenho que garimpar bastante para conseguir boas imagens. Acompanho o trabalho do repórter e temos um roteiro, que é por onde eu me norteio”, conta.
Lançado na década de 1980 (e reeditado após esse período, sendo relançado em 2003), o Prêmio BNB contempla apenas reportagens para mídia impressa – e a categoria de fotografi a está incluída. “Esse foi o meu primeiro prêmio e a minha primeira grande reportagem. Foi uma experiência única. E é muito prazeroso ter o reconhecimento pelo seu trabalho”, afi rma Gladyston. O prêmio foi para melhor fotografi a nacional. Ele ainda fi cou entre os três fi nalistas do Prêmio Massey Ferguson, no ano passado, com a mesma fotografi a.
O estilo do profi ssional mineiro no trabalho é totalmente street, como ele defi ne. Para fazer as fotos, ele não usa qualquer artifício que não seja o fl ash acoplado à máquina, quando necessário. A luz natural é a sua maior aliada. “Mas tenho que me prevenir. Quando a reportagem é maior, levo dois equipamentos, caso um deles dê problema", explica.
Gladyston também participa de exposições no estado. Uma delas é foi O melhor do fotojornalismo mineiro 2012, em que mostra fotos de seus trabalhos dentro e fora da redação. “É um trabalho muito gratifi cante. Estou sempre fazendo bem o meu trabalho, sem pensar em premiação. Mas se isso render prêmio, ótimo”, pontua Gladyston.
Gla
dyst
on R
odrig
ues
no grupo
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 17
eles são apaixonados pelas palavras – que
preenchem os jornais, todos os dias, e que contam
histórias. Não importa se a linguagem é mais
rebuscada ou mais simples, o importante é botar no papel
toda essa paixão. Entre aqueles que redigem matérias
e colunas dos jornais dos Diários Associados, é possível
descobrir que há, também, autores de obras literárias.
Alguns são consagrados, outros escrevem simplesmente
pelo prazer de eternizar as palavras.
Os Diários Associados têm uma seleta lista de autores
que trabalharam ou ainda atuam nas redações. Francisco
de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido
como Assis Chateaubriand – ou, simplesmente, Chatô
– foi um dos homens mais influentes no país nas décadas
de 1940 a 1960. Criador do grupo de comunicação, Chatô
era apaixonado pelo jornalismo e, desde sua juventude,
dedicou-se à profissão, apesar de sua formação em
Direito. Nascido na Paraíba ainda no século 19, trouxe
ao Brasil a primeira emissora de TV, a extinta TV Tupi, em
1950. Fundou o Correio Braziliense e a TV Brasília em 1960,
ambos inaugurados no próprio dia da inauguração da
nova capital.
Mesmo como diretor do conglomerado de emissoras
de TVs, rádios, agências e jornais impressos – eram cerca
de 90 –, Chatô encontrou tempo para escrever suas obras.
Autor de mais de 12 mil artigos publicados em jornais,
Palavras, apenas...Funcionários dos Diários Associados se aventuram na arte da literatura, eternizando a paixão pela escrita, pela leitura e pelas palavras
Obras de Adirson Vasconcelos, Dad Squarisi e Márcio Cotrim
no grupo
18 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
hoje catalogados na coleção O pensamento de Assis
Chateaubriand, deixou para a posteridade obras como
Em defesa de Oliveira Lima, Terra desumana, Um professor
de energia - Pedro Lessa, e Alemanha.
Chateaubriand ocupou a cadeira 37
da Academia Brasileira de Letras, que
assumiu em 1954. Já foi chamado
de Cidadão Kane brasileiro pela
comparação de sua história à do
menino pobre que acaba se tornando
magnata no jornalismo, personagem
do filme norte-americano homônimo
de 1941. Em virtude de uma trombose
que o atingiu em 1960, Chatô morreu
oito anos depois, deixando vasta
herança literária.
VidA e obrA de CArdimOutro grande jornalista dos
Diários Associados, Elmano Gomes
Cardim, natural de Valença (RJ),
dedicou-se à carreira jornalistica sem deixar de lado a
vontade de publicar seus livros. Nascido em 1891, o
jornalista, também formado em direito, iniciou seus
trabalhos desde cedo em jornais da época, tornando-se,
até, dono de um deles, o Jornal do Commercio.
Em 1935, presidiu a delegação de jornalistas que
acompanhou o então presidente da República Getúlio
Vargas na visita aos países do Rio da Prata.
Cardim ganhou, em 1951, o prêmio Maria Moors Cabot
de Jornalismo, uma das láureas mais antigas concedidas
a profissionais que, com seu trabalho, contribuem
para melhorar as relações no continente americano e
fomentar maior entendimento entre esses países. Alguns
trabalhos do jornalista e escritor merecem destaque,
como Justiniano José da Rocha; A vida jornalística de Rui
Barbosa; Joaquim Nabuco, homem de imprensa; Na minha
Seara; Jornalistas da Independência; Discursos; Rocha
Pombo; Vidas gloriosas; Graça Aranha e o modernismo
Brasil e Na pauta da história.
Cardim foi o quinto imortal a ocupar a cadeira de
número 39 da Academia Brasileira de Letras, em 1950.
o berço dA PAlAVrAPara Márcio Cotrim, diretor cultural da Fundação Assis
Chateaubriand, autores como esses enriquecem a literatura
e o trabalho de jornalistas de várias gerações. “Sem dúvida,
deixaram um rastro de competência
literária”, diz. Cotrim cita, ainda,
outros autores consagrados que
passaram pelos Diários Associados,
como Mauro Mota, recifense nascido
em 1911 e profissional renomado
de diversos jornais nordestinos –
entre eles, o Diario de Pernambuco
–; e o maranhense José Sarney, ex-
presidente da República, jornalista
e autor de romances, crônicas
semanais, publicadas desde 1994 e
que já viraram sete edições de livros.
Hoje, integra a Academia Brasileira de
Letras (ABL).
Márcio Cotrim é, além de
jornalista, um aficionado pelas
letras. Autor de 19 livros, alguns
premiados pela ABL, Márcio prepara, para o primeiro
semestre de 2013, o quinto volume da coleção O
pulo do gato, livro que explica a origem de palavras
e de expressões populares brasileiras. “Gosto de
escarafunchá-las, o que faço com muito gosto”, revela.
Desde 2002, Cotrim trata, com bastante humor, dessas
curiosidades em uma coluna na revista semanal do
Correio Braziliense intitulada "O berço da palavra",
também publicada nos veículos dos Diários Associados.
O que fez Cotrim se apaixonar pelas crônicas foi a
experiência com marketing, em sua carreira no Banco do
Brasil. Lá, idealizou e coordenou diversas iniciativas na área
da comunicação, entre programas, festivais e eventos.
“Quem lida com a área de marketing tem que buscar o
alcance das palavras, da língua portuguesa. Foi isso que
me motivou", explica. Apesar de sua formação em direito,
assim como Chatô e Cardim, nunca exerceu a profissão. “O
curso dá visão universal da vida, mas gosto mesmo é de
comunicação”, conclui. Sua inspiração para escrever seus
textos são Eça de Queirós e Nelson Rodrigues.
Além de Chatô, outrosautores consagrados
passaram pelos diários Associados, a exemplo
de mauro mota, do Diario de Pernambuco e José Sarney, que foi cronista do Imparcial
do maranhão
no grupo
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 19
PAixão PelAS letrAS e Por brASÍliANo final da década de 1950, o jornalista cearense
Adirson Vasconcelos viajou como correspondente para
cobrir a construção da capital do Brasil. Nessas idas e
vindas, acabou se apaixonando por Brasília e não saiu
mais. No ano da inauguração da cidade, Adirson lançou
seu primeiro livro, em que analisava o comportamento
do homem diante dessa imensa construção. Hoje, são
mais de 30 obras sobre a capital.
E foi o gosto pelas letras que impulsionou Adirson a
ser um dos fundadores do jornal Correio Braziliense, em
1960, onde ficou por 45 anos. De lá para cá, não parou
mais de escrever obras sobre a cidade e sobre Chatô:
Na redação do Diario de Pernambuco, Vandeck Santiago (foto) é conhecido por suas diversas reporta-gens especiais. Pelas andanças, o jornalista já ganhou diversos prêmios – 15, no total. Dentre eles, o reconhe-cimento no ranking do portal Jornalista & Cia, que o considera um dos mais premiados de todos os tempos nessa categoria, no Nordeste. “Isso é muito importante, tanto para o profi ssional, pelo reconhecimento, quanto para a empresa, pois signifi ca que ela deu condições para que esse trabalho fosse feito”, comemora.
Vandeck é, também, autor de quatro obras literárias, todas ganhadoras de prêmios. A primeira foi lançada em 2001, por uma demanda da Assembleia Legislativa do estado, Francisco Julião – luta, paixão e morte de um agitador. Os outros três livros foram fruto de reporta-gens especiais, com a intenção de se aprofundar mais nos temas. “O jornal é material efêmero. Para garantir um pouco de perenidade, coloquei as reportagens em livros”, justifi ca. Para ele, essa é uma oportunidade de fazer outra leitura do texto. “Quando se publica um livro, há a chance de fazer uma segunda revisão na matéria, publicar dados novos e retirar algum possível
deslize da reportagem. Além disso, essa é uma forma de tornar o momento mais forte para a história.”
O jornalista e autor lançará até o fi nal de 2013 seu quinto livro, que trata da presença norte-americana no Nordeste brasileiro, fruto de outra reportagem especial, feita em 2006. “Poucos jornais investem tanto em re-portagens especiais quanto o Diario de Pernambuco. Nessa matéria, por exemplo, fi quei seis meses traba-lhando só nela”, lembra.
foram 45 volumes com discursos e histórias do magnata
da comunicação. “Tenho gosto por escrever, exercito
isso diariamente com os livros e artigos na internet”,
conta. Ele tem uma página em uma rede social, em que
publica textos diários sobre Brasília, cultura e literatura,
dentre outros.
Adirson tem formação em direito e história, mas é
para o jornalismo e para a escrita que dedica maior parte
do seu tempo. “Antes de tudo, sou repórter. As outras
profissões, somadas, me ajudam a ser um bom escritor
e jornalista”, admite. Adirson foi um dos fundadores da
Fundação Assis Chateaubriand, e é membro do Conselho
de Curadores da entidade.
Jornalista especial
Cedoc/Diario de Pernambuco
D.A na Copa
Bola em jogoA um ano para a Copa do Mundo, o Brasil e os Diários Associados se preparam para a Copa das Confederações da Fifa, que começa no dia 15 de junho, em Brasília
ACopa do Mundo Fifa 2014 vem movimentando
o Brasil: reformas nos estádios, obras de
infraestrutura, logística, escolha de mascote,
nome da bola e olhos atentos à seleção canarinho, que
tem a responsabilidade de jogar o maior torneio do
mundo dentro de casa.
Ainda falta um ano para a competição, mas em junho
os brasileiros terão uma prévia do que vai acontecer no
próximo ano. No dia 15, Brasil e Japão farão, no Estádio
Nacional de Brasília Mané Garrincha, a abertura da Copa
das Confederações. O torneio é realizado pela Fifa desde
1992 e, a partir de 2004, passou a acontecer no país
sede da Copa do Mundo no ano anterior à competição.
Durante os 15 dias do torneio, jornalistas brasileiros e do
mundo estarão atentos às oito seleções participantes e
à capacidade do Brasil de sediar uma Copa do Mundo.
E os veículos dos Diários Associados darão destaque
especial ao evento.
Assim como em outras competições esportivas
de grande porte, os jornais do grupo deverão atuar
em parceria, e o conteúdo será aproveitado em mais
de uma praça. O editor de esportes do jornal Correio
Braziliense, Alexandre Botão, diz que, mesmo sendo uma
competição curta e com poucos jogos, deverá demandar
um pouco mais de esforço da equipe. Mas ele acredita
que a cobertura será mais divertida que cansativa.
E não são apenas os profissionais da área de esportes que
vão produzir material sobre o evento. Segundo Botão, várias
editorias irão participar da cobertura. “Pela primeira vez em
60 anos, temos um evento desse porte no Brasil, portanto
tudo o que acontecer na cidade merece cobertura. Se houver
uma festa depois da partida com turistas estrangeiros, se
houver violência próximo ao estádio, o jornalista de Cidades
poderá cobrir; se houver venda de produtos falsificados
relacionados ao evento, a matéria poderá ser feita pelo
repórter de Economia ou Política”, explica.
20 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
Divulgação
D.A na Copa
Repórter de Esportes desde 2006 e do Diario de
Pernambuco desde 2004, Cássio Zirpoli conta que, em
outros anos, a Copa das Confederações não teve grande
destaque no jornal. “Não foi diferente da cobertura da
Copa América, por exemplo. O caderno de Esportes
podia ganhar até duas páginas a mais, mas não mudava
a logística”, diz.
Já este ano, ele acredita que
será diferente. “Será uma cobertura
maior.Os jogos serão manchete nos
jornais, até porque é algo local, com
partidas na cidade.” Ele diz também
que a equipe da editoria estará toda
voltada para o evento. “Um repórter
poderá testar a mobilidade urbana,
outro pode ir para os consulados das
seleções que estão jogando”, palpita.
exPeriêNCiAO jornalista Jaeci Carvalho
acompanha a seleção brasileira há 25
anos. Já participou de cinco Copas do
Mundo, cinco Olimpíadas e seis Copas das Confederações
da Fifa. Repórter especial e colunista do jornal Estado de
Minas, ele tem ainda um programa de esportes na TV
Alterosa, veículo dos Diários Associados.
Para Jaeci, a Copa das Confederações da Fifa tem ainda
um apelo muito pequeno junto ao público, por contar
com algumas seleções inexpressivas. “Em termos técnicos,
de título, ela não vale muito. Eu diria que é um teste para
o país sede sentir o que fez de bom, que fez de errado e o
que pode melhorar para a Copa do Mundo”, avalia.
Jaeci conta que, quando a Copa das Confederações
não tinha relação com a Copa do Mundo, a cobertura
trazia muitas matérias periféricas, destacando a cultura
dos países das seleções participantes ou do país sede. Já
na competição da áfrica do Sul, em 2009, o foco, além
dos jogos e das seleções, foi a infraestrutura. “interessei-
me em saber sobre os estádios. Rodei o país para ver em
que estágio estavam as obras, quanto foi gasto, em que
iriam se transformar os grandes estádios que viraram
elefantes brancos lá na áfrica”, conta.
Para o torneio no Brasil, Jaeci diz que vai seguir
a mesma linha da áfrica do Sul. “Eu vou me ater ao
fator técnico da seleção brasileira, mas naturalmente
vou estar atento a outros aspectos. Acho que a nossa
preocupação tem que ser esta: esclarecer ao povo
brasileiro o quanto nós gastamos para fazer o evento,
se os estádios ficaram realmente
prontos e com que recursos. Os
repórteres vão mostrar como
está o Mineirão, o Castelão, o
Maracanã; como está a construção
viária, como estão as condições
dos aeroportos.”
iNFrAeStruturASeis estádios vão receber os 16
jogos da Copa da Confederações
da Fifa. Dois já estão prontos: o
Mineirão, em Belo Horizonte e o
Castelão, em Fortaleza, ambos
entregues em dezembro de 2012.
O Mineirão, que tem capacidade
para 62 mil torcedores, será sede de três partidas do
torneio, sendo uma semifinal. O Castelão, arena com
capacidade para 63 mil torcedores, também receberá
três jogos.
O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha,
onde será o jogo de abertura, está com as obras quase
prontas. Segundo o Ministério do Esporte, a reforma
da arena, que terá capacidade para 70 mil torcedores,
deverá ser oficialmente concluída até abril.
A Arena Pernambuco, em Recife, deverá ter uma
partida inaugural no dia 14 de abril. O estádio tem
capacidade para 46 mil pessoas e vai sediar três jogos
na fase de grupos da competição. Já o estádio Fonte
Nova, em Salvador, deverá ter sua primeira partida no
dia 29 de março, aniversário de fundação da cidade.
O estádio também vai receber três jogos do torneio.
Palco da final da competição, o Maracanã, no Rio
de Janeiro, também deverá ficar pronto em abril. Maior
estádio do torneio, foi todo reformado e terá capacidade
para 78 mil torcedores. Segundo o Ministério do Esporte,
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 21
D.A na Copa
a obra do estádio custará mais de R$ 808 milhões. Além
da partida de encerramento, o Maracanã sediará outros
dois jogos da Copa das Confederações.
hiStóriCo
A primeira Copa das Confederações ocorreu em
1992, com o nome de Copa Rei Fahd. Realizada na Arábia
Saudita, teve a participação de apenas quatro seleções, e
a Argentina foi a campeã.
Em 1995, também realizada na Arábia Saudita, a Copa
contou com seis seleções e foi vencida pela Dinamarca,
que derrotou a Argentina na final.
Em 1997, ganhou finalmente o nome de Copa
das Confederações da Fifa e passou a ter oito seleções
participantes. O Brasil saiu vencedor, com um time que
contava com Romário, Ronaldo, Dida, Cafu, Roberto
Carlos, Dunga e Denílson, que foi eleito o melhor jogador
da competição.
• É o segundo ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para o Cristo Redentor.• É o 9º maior estádio do mundo e o 2º maior das Américas• Tem 32 metros de altura, o que corresponde a um prédio de seis andares.• Sua construção levou 7,730 milhões de horas de trabalho.
• A primeira partida disputada do Maracanã, em 1950, foi uma pelada entre engenheiros e operários na noi-te anterior à inauguração. O primeiro gol, da partida oficial, foi do jogador carioca Waldir Pereira, o Didi, em uma partida entre as equipes de Rio e São Paulo.• Depois da reforma, o Maracanã terá capacidade para 78 mil torcedores, mas já recebeu até 205 mil pessoas durante a Copa do Mundo de 1950.
Dois anos depois, em 1999, a seleção mexicana
ganhou o torneio em casa, vencendo o Brasil na final.
Sediada na Coreia do Sul e no Japão, a Copa
das Confederações da Fifa de 2001 serviu como
preparação para a Copa do Mundo Fifa 2002, realizada
nos mesmos países. O Japão chegou à final da
competição, mas a França acabou com a alegria dos
donos da casa e saiu campeã.
Em 2003, a França venceu novamente, desta vez
em casa. A Copa ficou marcada também pela morte
do jogador Marc-Vivien Foé, de Camarões, que teve
parada cardíaca em campo durante a partida contra
a Colômbia.
Em 2005, na Alemanha, o Brasil ganhou mais uma vez,
vencendo a rival seleção argentina por 4 x 1.
Quatro anos depois, em 2009, na áfrica do Sul, o Brasil
venceu pela terceira vez o torneio, desta vez sobre os
Estados Unidos.
o eStádio do mArACANã, reCeNtemeNte reFormAdo PArA A CoPA dAS CoNFederAçõeS e CoPA do muNdo FiFA 2014, É A AreNA mAiS FAmoSA do brASil e CoNtA Com VáriAS CurioSidAdeS.
22 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
Divulgação
coleções
quem viaja costuma trazer, além de muitas
fotos, objetos que lembrem a cidade ou
o país visitado. Pode ser a Torre Eiffel em
miniatura, um chaveiro do Mickey, um pequeno
berimbau ou boi-bumbá. O gerente de marketing
do jornal O Imparcial, de São Luís, Orlando Amorim,
encontrou um souvenir diferente: ele coleciona placas,
como as dos carros ou de ruas, com a inscrição do
nome dos locais por onde passou.
Orlando tem placas de Paris, Londres, Amsterdã,
Buenos Aires e também de locais específicos que o
marcaram de alguma forma. Em Amsterdã, gostou tanto
de um dos pubs da cidade, que comprou uma plaquinha
com o nome do lugar: The Bulldog. Fã dos Beatles, fez
questão de trazer da inglaterra uma placa da Abbey
Road, rua da famosa foto em que John Lennon, Paul
McCartney, George Harrison e Ringo Starr atravessam
uma faixa de pedestres. A foto ilustra a capa do disco
que leva o nome da rua.
Outra placa que faz parte da coleção é a de
Copacabana. “É onde eu fiquei hospedado e é a praia de
que eu mais gosto do Rio. A placa tem o nome e a foto
da praia, é linda, como se fosse pintada”, diz. Tem ainda
uma placa com o próprio nome, Orlando, que trouxe
da Argentina. “Eles fazem essas placas personalizadas,
então eu comprei uma com a bandeira da Argentina e
meu nome gravado”, conta.
Coleção loCAl
Orlando também coleciona placas da cidade em que
mora. “Aqui, em São Luís, no centro histórico, tem umas
plaquinhas feitas de azulejo, porque todos os nossos
casarões históricos são revestidos de azulejo”, explica. “E
os nomes das plaquinhas são bem engraçados. São ruas
que ficaram conhecidas no tempo da escravidão. Eu
tenho Beco da Bosta, Beco do Caga-Osso, Rua da Alegria
Eu fui!
e Beco Catarina Mina, onde fica uma das escadarias
mais conhecidas de São Luís, que dá acesso ao centro
histórico e ao centro comercial da cidade”, comenta.
AmizAde
As placas são uma lembrança dos locais por onde
Orlando passou, mas a preferida – e a primeira da
coleção – é justamente a placa de um local que ele não
conhece: Toronto. “É uma viagem que eu queria muito
ter feito e não fiz por causa de um problema com o visto.
Mas meus amigos que sempre viajam comigo foram e
mandaram [a placa] para mim. Por isso, ela representa
muito. Significa amizade, pois eles pensaram em mim lá
e me mandaram de presente.”
Todas as placas de Orlando ficam expostas na parede
do quarto. “Para mim, elas significam que eu quero
conquistar o mundo, quero viajar”, diz. Por enquanto, ele
tem 23 placas, mas pretende continuar com a coleção.
“A parede é grande. Vou enchê-la, e, quando não tiver
mais espaço, tem outra parede que está branquinha e
dá para colocar muita coisa”, anima-se.
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 23
Orlando Amorim e sua coleção de placas
iano
And
rade
/CB
VALE A PENA ACERTAR
coluna da Dad
24 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
existem erros e erros. Alguns são primários. Estão
na cara como batom vermelho ou óculos de grau.
Grafar pesquisa com z ou exceção com ss serve de
exemplo. Ambos denunciam pouca familiaridade com a
língua escrita. Para se safar, conjugue três verbos – ler, ler,
ler. E, sempre que a dúvida bater, consulte o dicionário.
Generoso, ele diz como escrever a palavra.
Outros erros são sofi sticados. Exigem algo mais do que
uma espiadinha no injustamente chamado pai dos bur-
ros. (Ele é pai dos sabidos.) Tropeços em fl exões, concor-
dâncias, pontuação, regências, colocação de pronomes,
coesão etc. e tal pedem estudo de morfologia, sintaxe e
lógica. Se você der nota 10 para a frase “Na rua passava
bicicletas”, abra os olhos. O sujeito arma ciladas. Posposto
ao verbo, engana bem. Se ele aparecer na frente do ver-
bo, a armadilha fi ca clara: Na rua, bicicletas passavam.
Um dos critérios na avaliação do candidato a emprego
ou a vaga na universidade é o domínio da norma culta. O
examinador espera ler e ouvir uma língua correta. Correta
não signifi ca rebuscada ou exibida. Signifi ca apenas o ele-
mentar respeito à gramática. Deslizes na pronúncia, nos
plurais, na conjugação verbal não passam despercebidos.
Ao contrário. Ecoam.
Acerca de? há cerca de? A cerca de?
Ops! Pronúncias iguais, mas grafi as e signifi cados pra
lá de diferentes. Safar-se incólume de tão delicadas ques-
tões exige intimidade com a língua – conhecer classes de
palavras e empregos. Quer ver?
Acerca de é locução prepositiva. Locução porque
tem mais de uma palavra. Prepositiva porque funciona
como preposição. O trio signifi ca sobre, a respeito de:
coluna da Dad
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 25
Pronunciou-se acerca da oscilação do dólar. No discurso
aos prefeitos reunidos em Brasília, Dilma falou acerca do
incêndio que matou 231 jovens em Santa Maria.
*
Cerca de quer dizer aproximadamente: Recebeu cerca
de R$ 500. Na Boate Kiss havia cerca de mil pessoas. Vou
esperar cerca de três meses para entrar com pedido de
aposentadoria.
*
Há cerca de indica contagem de tempo passado (faz
aproximadamente): Viajou há cerca de dois meses. A tra-
gédia de Santa Maria ocorreu há menos de uma semana.
Moro aqui há cerca de 10 anos.
*
A cerca de exprime tempo futuro: Viajará daqui a cerca
de seis meses. A cerca de dois anos das eleições, Dilma
está em plena campanha.
Acho que? eu, particularmente, acho que?
Xô, achismo! Com o tal achar, o enunciado fica fra-
co, inconvincente. Em vez de “Acho que o Brasil entra-
rá num período de crescimento sustentado”, basta “O
Brasil entrará num período de crescimento sustenta-
do. Mais: o particularmente, que costuma acompanhar
o verbo molengão, também sobra: (Eu, particularmen-
te, acho que) O Brasil entrará num período de cresci-
mento sustentado.
Acidente? incidente?
Acidente é fato imprevisto, em geral desastroso: aci-
dente de trânsito, acidente aéreo, acidente que matou
10 pessoas.
Incidente é episódio, atrito, fato de importância me-
nor: incidente diplomático, incidente entre os irmãos,
incidente desnecessário.
Afi cionado? Afi ccionado?
Olho vivíssimo, por favor. Afi cionado é a forma nota 10.
Afi ccionado não existe.
Afora? A fora?
Afora quer dizer à exceção de, além de, ao longo de:
Afora o pai, veio toda a família. Exerceu alguns cargos, afo-
ra o de presidente da República. Viajou Brasil afora.
A fora se opõe a de dentro: De dentro a fora.
Agradecer-lhe? Agradecê-lo?
Seja grato. Agradeça. Mas agradeça com classe. O
verbo pede objeto direto de coisa e indireto de pessoa:
Agradeceu o presente. Agradeceu ao pai. Agradeceu o
presente ao pai. Agradeço ao diretor pela promoção.
Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do
lhe: Agradeço-lhe pela colaboração. Agradeço-lhe a aten-
ção. Agradeci-lhe os cuidados com as crianças.
álcoois? álcools?
Moçada, bobear é proibido. O plural de álcool é
álcoois sim, senhores.
Alto e bom som? em alto e bom som?
A expressão agradece, mas dispensa a preposição
em. Xô! Assim: A presidente anunciou, alto e bom som, a
redução nas contas de energia. Proclamou os vencedores
alto e bom som. O delegado disse alto e bom som o que
pensava do episódio.
Ambos os fi lhos? Ambos fi lhos?
Dupla ou trio? Com o numeral, dois é pouco, três é
bom. Depois de ambos, o substantivo deve ser antece-
dido de artigo: ambos os alunos, ambos os países, am-
bas as provas.
pérolas do chatô
márcio Cotrim
Diretor Cultural da Fundação Assis Chateaubriand
Um nascimento singular
26 DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL
Vamos falar do Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand (Masp). Seu advento foi singular,
além de ter aproveitado uma época favorável: o
pós-guerra, com a Europa arrasada.
Chatô partiu para a luta ao lado de Pietro Maria Bardi,
que viria a ser o diretor do museu.
– Temos que passar como dois hunos sobre a Europa
dizimada pela guerra e assim conseguirmos fazer ótimas
compras de quadros. Se corrermos, vamos comprar o que
há de melhor entre os séculos 13 e 17 a preço de banana!
Essa fi rme convicção sobre tesouros à espera de quem
tivesse dinheiro na mão na Europa foi constatada numa
viagem de poucos dias que Chatô fez ao Velho Mundo.
Quando desceu do trem em Paris, não havia táxis
nas ruas para levá-lo ao elegante Plaza Athénée. Para
não carregar as malas, teve que se contentar em atra-
vessar a cidade a bordo de velha carroça puxada por
um cavalo magro.
Dias depois, em sua primeira manhã em Londres, pe-
diu no restaurante do refi nado hotel Claridge um prato
de ovos com bacon. O garçom riu:
– Ovos nós temos. Bacon, não.
Chatô estrilou:
– Como não? Está aqui no cardápio. Está caro,
mas eu pago.
– Bacon há no cardápio, mas não na cozinha. O se-
nhor não lê jornais? A atriz Loretta Young encerrou sua
viagem de turismo à inglaterra porque não tínhamos
ovos com bacon para servi-la. Se não havia para a atriz,
por que haveria para o senhor?
– Se em Paris não tinha táxis e se na inglaterra não tinha
bacon nem para Loretta Young – refl etia Chateaubriand
em voz alta para Bardi –, quem chegar à Europa com
dinheiro vivo no bolso poderá devastar as coleções das
famílias quebradas pela guerra.
Mas dizia Bardi:
– De onde vamos tirar tanto dinheiro?
– Do café, seu Bardi, do café paulista. Por que decidi
fazer nosso museu aqui em São Paulo, terra do café e do
dinheiro? Foi aqui que obriguei essa burguesada a doar
quase mil aviões para formar pilotos. O senhor verá o que,
juntos, seremos capazes de fazer em nome da arte.
****************Cheio de confi ança, Chatô e Bardi voaram para a
Europa depois de conseguir arrancar 3 milhões de cru-
zeiros da fazendeira Sinhá Junqueira, de Ribeirão Preto;
do cafeicultor Geremia Lunardelli, tido como “o maior
plantador de café do mundo”; e do industrial Francisco
Pignatari, dentre outros abonados.
Semanas depois, em fervilhante festa, apresentaram
à sociedade paulista as primeiras doações para o futu-
ro museu: dois Tintoretto, um Botticelli, um Murillo, um
Magnasco. A burguesada que se preparasse, pois aquilo
não ia ter fi m – como reproduziu Fernando Moraes em
Chatô, rei do Brasil.
Nos anos seguintes, a alta sociedade iria se cansar de
frequentar as requintadas festas de Chateaubriand – mas
ira pagar caro para participar delas. Para montar o Masp,
ele adotou método parecido ao aplicado na campanha
dos aviões intitulada “Asas para o Brasil”, a fi m de conseguir
o dinheiro que pagaria pelas obras de arte adquiridas no
exterior. A festa seria realizada na pista de pouso, aos pés
da escada da aeronave que trouxesse a obra – ou, quando
ela viesse de navio, no próprio cais do porto, em meio aos
estivadores. O quadro seria desencaixotado ali mesmo, a
champanhe seria farta, e alguém encerraria a cerimônia
com o discurso de praxe. Depois, festança a rigor; tudo, na-
turalmente, com ampla cobertura dos veículos Associados.
Assim se multiplicaram os eventos festivos, e com eles
nascia o Masp, bafejado pela fortuna e pelo prestígio. Ao
fundo, o Velho Capitão. . .
DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 27DiáRiOS ASSOCiADOS BRASiL 27
O jornal não só continua sendo um meio forte no Brasil, como vem crescendo cada vez mais.Lado a lado dos principais meios de comunicação de grande alcance do país,
o meio jornal continuou em destaque no ano de 2012. E nesse cenário, o Correio Braziliense se consolida ainda mais como líder de mercado.
O Correio bateu o seu recorde de circulação paga dos últimos 9 anos.
Em 2012, foram 1.725 jornais vendidos a mais por dia e cerca de 20 milhões de exemplares no ano, com uma circulação média de 57.366*.
Entre os maiores jornais do país, o Correio Braziliense foi também o que mais cresceu em 2012.
Um crescimento de 3%, reafirmando a sua importância como um dos principais formadores de opinião da capital da república.
Além de líder, o Correio mantém uma relevância incontestável no mercado do DF.
Com share de 44%, tem uma participação ímpar no mercado. Isso significa uma presença superior à de qualquer um dos principais jornais do país, em suas respectivas regiões.
Os números mostram que o leitor reconhece o trabalho de um jornal sério e confiável.
O Correio Braziliense tem uma equipe altamente comprometida e profissional, com a missão diária de oferecer um conteúdo diferenciado, útil, de qualidade e que, a cada página,
expressa o compromisso na defesa dos interesses da capital e dos cidadãos.
O Correio Braziliense acredita no futuro.O Correio tem orgulho de produzir um dos conteúdos jornalísticos mais relevantes do país e de contribuir para o desenvolvimento de Brasília.
O meio Jornal cresce, o Correio Braziliense cresce,
e o futuro não tem limites.
Seja qual for o futuro, estaremos lá.*Fonte IVC.