Revista Correios 2ª edição

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maio/jun 2014 - Revista Correios 1 Edição n°2 maio/jun 2014 Publicação produzida por Postal Saúde O que muda e o que não muda com a nova operação Sobre duas rodas O negócio da década As aventuras dos carteiros que viajam pelo mundo de bicicleta Correios e o boom do comércio eletrônico Nova marca dos Correios simboliza evolução da empresa e a prepara para disputar o mundo

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maio/jun 2014 - Revista Correios 1

Edição n°2 maio/jun 2014

Publicação produzida por

Postal Saúde

O que muda e o que não muda

com a nova operação

Sobre duas rodas

O negócio da década

As aventuras dos carteiros que viajam pelo mundo de bicicleta

Correios e o boom do comércio eletrônico

Nova marca dos Correios simboliza evolução da empresa e a prepara para disputar o mundo

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2 Revista Correios - maio/jun 2014

NEGÓCIOSoluções que aproximam.

MISSÃOFornecer soluções acessíveis e confiáveispara conectar pessoas, instituições enegócios, no Brasil e no mundo.

VISÃOSer uma empresa de classe mundial.

VALORESÉticaMeritocraciaRespeito às pessoasCompromisso com o clienteSustentabilidade

Identidade Corporativa

Fale com os Correios• correios.com.br/ouvidoria • correios.com.br/acessoainformacao• 3003 0100 (capitais e regiões metropolitanas) • 0800 725 7282 (demais localidades) • Sugestões: 0800 725 0100

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maio/jun 2014 - Revista Correios 3

Índice

04 EntrevistaVice-presidentes analisam cenários e perspectivas das áreas de logística e clientes

08 Uma mudança para melhorNova operadora do plano de saúde garante vantagens aos beneficiários

12 Contas sem faz de contaConfira dicas para entender e acompanhar os resultados financeiros da empresa

14 Pedalando pelo mundoAs aventuras dos carteiros que viajam de bicicleta

18 Uma empresa que evoluiNova marca dos Correios reflete a revitalização da empresa

08

14

Seções02 Editorial 03 Panorama 10 Viver bem 12 Universo Correios 16 Sustentabilidade

24 Nosso Negócio 28 Artigo 30 Destinos 33 Eu,Correios 36 Esportes

Empregado

Negócio

Temas por cores

Patrocínio

Institucional

Capa e Entrevista

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4 Revista Correios - maio/jun 2014

Editorial

Revista Correios - Ano I - nº 2 - maio/jun 2014

Diretoria ExecutivaPresidente: Wagner Pinheiro de Oliveira • Vice-presidente de Administração: Célia Corrêa • Vice-presidente de Negócios: Morgana Cristina Santos • Vice-presidente de Clientes e Operações: Glória Guimarães • Vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura: Antônio Luiz Fuschino • Vice-presidente Econômico Financeiro: Luís Mário Lepka • Vice-presidente de Gestão de Pessoas: Nelson Luiz Oliveira de Freitas • Vice-presidente de Logística e Encomendas: José Furian Filho • Vice-presidente Jurídico: Cleucio Santos Nunes • Chefe de gabinete da Presidência: Adeílson Telles

Expediente Revista Chefe do DERIN: Alexandre Case • Coordenação-geral: Waldenice Preusse Reis • Edição: Fernanda Lobo • Textos: Alessandro Pignata, Amanda Madureira, Andréia Nobre, Caio Nantes, Fernanda Lobo, Flávia Drummond e Marcos Nunes • Colaboração: Andressa Resende, Patrícia Vidal, Postal Saúde, ASCOM/BSB, ASCOM/CE, ASCOM/MS e ASCOM/SC • Revisão: Moisés Selva • Projeto Gráfico: Manoela Marcuzzo • Diagramação: Hisla Sena e Manoela Marcuzzo • Ilustrações: César Bulcão • Capa: Alan Rones e Jessé Gusmão • Carteiros na foto de capa: Giselle Lima e Ubiratan de Melo (DR/BSB) • Tiragem: 150.000 exemplares

N este bimestre, temos novi-dades importantes, que es-tão inseridas no nosso foco

em revitalização e inovação. Para refletir as mudanças ocorridas nos Correios a partir de 2011, o maior símbolo da empresa, a sua marca, também mudou. Mais leve, flexível e moderna, a nova marca mostra que a empresa está se transfor-mando para manter a sua essência: a confiança das pessoas em suas soluções para aproximá-las.

Com todo o processo de expan-são e a prospecção de novos negó-cios, a relação de receita e despe-sa da empresa tende a mudar. Por isso, trazemos nesta edição dicas de como entender e acompanhar os resultados financeiros da em-presa, que passaram a ser divulga-dos mensalmente nos nossos veí-culos de comunicação interna.

Para os que ainda têm dúvidas sobre a transferência da gestão do plano de saúde, esclarecemos o que de fato mudou e o que não mudou para os beneficiários. Com

transparência, elencamos as me-lhorias que a Postal Saúde irá tra-zer, e já está trazendo, para todos.

Na editoria Nosso negócio, uma reportagem sobre os desafios e oportunidades no comércio ele-trônico, segmento no qual o Bra-sil apresenta o maior potencial de crescimento da América Latina. Apesar da competição com outras empresas de logística, mostramos como os Correios vêm expandindo sua atuação nesse segmento para se manter líder nas entregas das compras virtuais.

Contamos ainda com uma en-trevista com os vice-presidentes Fu-rian Filho (Logística e Encomendas) e Glória Guimarães (Operações e Clientes), que traçam um panorama do cenário e perspectivas de suas respectivas áreas, fundamentais para o crescimento dos Correios.

Boa leitura,

Equipe da Revista Correios

Uma nova marca, a credibilidade de sempre

Quer enviar sugestões de matérias, críticas ou elogios para a Revista Correios? É só escrever um e-mail [email protected]

Endereço para correspondência: Edifício-sede dos Correios, SBN Quadra 1, Bloco A, DERIN – 10º andar Ala Norte, Brasília/DF, CEP: 70.002-900

Fale com a gente

Expediente

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maio/jun 2014 - Revista Correios 5

línguas (inglês e francês), comunica-ção e saúde, entre outros.

Panorama

De cara nova, site da UniCorreios ganha acesso pela internetO ambiente virtual de aprendiza-gem da UniCorreios foi atualizado para uma versão mais moderna e funcional e não está mais restrito à Intranet: agora é possível acessá-lo de qualquer lugar pela internet, in-clusive por tablets e smartphones. A reformulação do website, que também ganhou um novo leiaute, integra o projeto de revitalização e atualização dos cursos à distância implementados em 2013.

Além da extensa lista de cursos nas áreas negócios, atendimento, tecnologia e logística oferecidos pela Unicorreios, é possível acessar no

site o Catálogo de Cursos Livres, que reúne os melhores cursos gratuitos oferecidos pelas mais renomadas instituições de ensino do mundo. São mais de 700 cursos à distância, em 18 áreas de conhecimento, como

Com a aplicação de R$ 54,3 milhões, os Correios foram uma das empresas públicas que mais investiram no pri-meiro bimestre de 2014, segundo ba-lanço sobre investimentos das esta-tais federais, divulgado em abril pelo Ministério do Planejamento. Houve aumento de 76,3% em comparação ao mesmo período de 2013, quando o investimento foi de R$ 30,8 milhões.

Os Correios foram anunciados, no início deste ano, como os operadores logísticos oficiais dos Jogos Olímpicos e Para-límpicos Rio 2016. A operação de logística dos jogos vai en-volver a movimentação de cerca de 30 de milhões de itens, desde equipamentos esportivos até as bagagens de todos os atletas, inclusive por todo o mobiliário da Vila Olímpica.

A escolha dos Correios como operadores logísticos oficiais da competição é uma prova de reconhecimento da qualidade e eficiência da empresa nesse segmento de livre mercado, em que concorre com inúmeras empre-sas, inclusive grandes multinacionais. “A experiência dos Correios no transporte de todo tipo de material nos dá a confiança de que realizaremos esta megaoperação com

Acesse

unicorreiosvirtual.correios.com.br

Por meio do processo de revitali-zação da empresa, iniciado em 2011 com a sanção da lei 12.490, a estatal vem recuperando a capacidade de investimento: em 2011, foram exe-cutados 43% do orçamento previsto; em 2012 a execução foi de 66% e em 2013, foi de 70%.

No ano passado, a empresa obte-ve lucro de R$ 325 milhões e realizou

investimentos da ordem de R$ 575 milhões em sua infraestrutura, o que representou um aumento de 35% em relação ao ano anterior. Os investi-mentos de 2013 foram focados princi-palmente na renovação e ampliação do parque de informática e na frota dos Correios, elementos que influem diretamente na qualidade da presta-ção dos serviços à população.

Investimento nos Correios cresce 76,3% no 1º bimestre

Logística dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016absoluto sucesso”, afirma Carlos Arthur Nuzman, presi-dente do Comitê Rio 2016.

A empresa repete a experiência bem sucedida da ope-ração dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Ja-neiro, quando ficaram encarregados de todo o transporte e montagem da estrutura da competição. Essa foi a pri-meira vez no mundo em que uma empresa de correios realizou esse tipo de atividade.

Atualmente, os Correios também são responsáveis por megaoperações logísticas como a distribuição de urnas eletrônicas nas eleições, de livros didáticos para escolas de todo o País e a entrega e coleta das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

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6 Revista Correios - maio/jun 2014

Ele é quem manda!Para atender um cliente que exige cada vez mais, a vice-presidente de Operações e Clientes, Glória Guimarães, fala dos desafios e estratégias dos Correios

Entre aspas

Quais os maiores desafios que

a senhora encontrou

quando assumiu a VICOP em

2011?

Como a empresa tem se preparado para

enfrentar um mercado com

consumidores cada vez mais

exigentes e concorrentes de

classe mundial chegando ao

Brasil?

Quando eu vim para os Correios não havia uma área específica focada exclusivamente no cliente. A criação de uma vice-presidência com esta finalidade foi um avanço não apenas para os Correios, mas principalmente para a sociedade e as empresas. A partir daí passamos a direcionar nos-so trabalho fortemente na necessida-de do cliente. Algumas das medidas adotadas foram a implantação de uma Central de Relacionamento, a segmentação de clientes com prioridade em mercados específicos, a revisão de algumas normas dando mais flexibilidade a relação comer-cial e ajustes no modelo de trabalho, tudo para atender da melhor forma possível o cliente dos novos tempos. Mais recentemente, a unificação das áreas operacional e de clientes tam-bém trouxe um grande avanço, pois passamos a olhar para o parceiro comercial e o usuário como um todo, desde o primeiro contato com ele até a entrega da sua encomenda ou carta. Consequentemente, começa-

Estar no Brasil inteiro é nosso grande diferencial. Sabemos que em um mer-cado tão competitivo apenas o nome ou uma marca forte não são mais suficientes para fidelizar o consumidor. Mas, os Correios, além dessas premis-sas, trazem consigo a experiência de 350 anos e avaliações positivas de seus serviços pela maioria da sociedade. Os nossos compromissos são o trabalho sério e a garantia dos nossos serviços. Estamos atentos às inovações tec-nológicas e investindo cada vez mais na modernização de nossa estrutura, trazendo mais conforto, agilidade e comodidade para o cliente. Exemplo são os estudos que estamos finalizan-do para a implantação de SLA (Service Level Agreement), em que passaremos a negociar com grandes clientes o que, onde e quando podemos entregar o objeto, oferecendo a eles uma visão antecipada da qualidade na prestação dos serviços.

mos a atender às suas demandas de forma mais precisa e eficiente.

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maio/jun 2014 - Revista Correios 7

Quais melhorias estão sendo aplicadas

na área de clientes?

Como a empresa está

se preparando para a Copa

do Mundo e as Olimpíadas?

De que forma o empregado

pode colaborar para a

satisfação do nosso cliente?

Estamos investindo em comunicação, tecnologia e soluções sob medida para atender um cliente que exige mais. Por isso elegemos o atendimen-to como um dos principais fatores que requerem melhoria contínua. Isso passa pela especialização do relacio-namento por segmento e capacitação de nossas equipes. Com a evolução da comunicação digital, precisamos garantir respostas rápidas e consis-tentes. Nesse sentido, por exemplo, criamos soluções multifuncionais com capacidade híbrida de transformar a comunicação eletrônica em física e vice-versa. Cada vez mais a tecnolo-gia é agregada aos nossos produtos, propiciando o acompanhamento de postagens online, maior controle e agilidade de todo o processo.

No período da Copa, os Correios lança-rão a sua primeira “agência-conceito”, um local onde vamos comunicar valo-res como acolhimento, conveniência, sustentabilidade e inovação. Trata-se de uma loja com visão de futuro, o que é contemplada no seu design, arqui-tetura e interatividade com o cliente. É um local de inclusão, onde todos os tipos e níveis de clientes poderão se beneficiar da agilidade trazida pelas ferramentas digitais e tecnológicas. Também estaremos testando em algumas capitais, a partir de maio, o funcionamento de “quiosques-pos-tais”, equipamentos que serão usados pelos clientes, de forma eletrônica, para postagem ou recebimento de suas encomendas.

Atender bem, sempre. Vontade de resolver um problema, bom humor, disposição em ouvir e querer ajudar o cliente nunca é demais, indepen-dentemente se esse contato com ele é presencial, pelos canais do “Fale Conosco” ou pelo Facebook. É preciso dispensar ao cliente toda atenção, só assim ele se certificará que realmente escolheu a empresa certa para lidar

com o seu negócio. Cliente tem de ser visto não apenas como a razão de nossa sobrevivência, mas como nosso parceiro, pois quando duas vontades se juntam em busca de um ideal o resultado será sempre melhor. Se cada empregado tiver isso em mente e trouxer essa disposição para o dia a dia, tenha certeza que estaremos fa-zendo sempre um gol de placa.

Caio Nantes - Correios

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8 Revista Correios - maio/jun 2014

Entre aspas

Que tipos de serviços devem ser oferecidos?

A logística e a encomenda são o futuro dos Correios. Nós segmentamos a receita por família de serviços, e a de encomendas é a que cresce com maior consistência. Enquanto o aumento desta receita é de cerca de 20% ao ano, a de mensagem está praticamente estagnada, com crescimento, basi-camente, em função do reajuste de preço. Outro negócio importante para a empresa é a logística integrada. Ape-sar de a demanda ser grande, a receita de R$ 500 milhões desse segmento, em 2013, ainda é pequena, quando com-parada com o faturamento total - cerca

Qual é a importância

estratégica desta vice-presidência

para os Correios? Quais são os desafios da

área?

Caio Nantes - Correios

Crescer e Expandir

À frente da Vice-Presidência de Logística e Encomendas desde a sua criação, Furian

Filho analisa os avanços e desafios dos Correios no

mercado concorrencial

de 3% da receita. Segundo estudos, temos potencial para chegar em 2020 com um faturamento entre R$ 5 e 6 bilhões ao ano neste segmento.

O trabalho principal agora é de planejamento e a providência foi a contratação de uma consultoria de nível internacional para nos ajudar a construir um plano de negócios. Até o fim deste semestre já devemos ter condições de adquirir participação numa empresa de logística, para am-pliarmos nossa participação nesse mercado e ofertar novos serviços.

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maio/jun 2014 - Revista Correios 9

Não se fala em momento algum em privatização. Vamos pegar um exem-plo próximo: o Banco do Brasil tem participação em várias empresas, com isso ele só cresceu e o negócio principal do banco se mantém. Esse é um movimento que nós come-çamos aqui. Quando a empresa resolveu constituir subsidiárias, o fez para agregar mais serviços e oferecer um produto completo para o cliente. Assim, ainda protegemos o nosso negócio principal. Em momento nenhum a Diretoria-Executiva ou mesmo o Governo Federal sinaliza em privatizar os Correios, muito pelo contrário, o momento é de fortaleci-mento e modernização. É claro que os Correios precisam se reinventar e ter um modelo de negócio atualizado é inevitável. O mercado nos impõe essa mudança e nós temos que ter inteligência para fazê-la. Por isso tra-balhamos forte para aumentar esse crescimento, em 2013 investimos mais de R$ 580 milhões em imóveis, veículos e tecnologia. Esse esforço é para dar à empresa uma nova roupa-gem e as condições necessárias para operar em um mercado cada vez mais competitivo.

Na área de logística e encomen-das estamos trabalhando para redesenhar os produtos que temos. Estamos revisando a arquitetura dos serviços, para que não haja conflito entre eles, agregando uma série de funcionalidades, como o SMS. Criamos o SEDEX 12, o Pagamento na Entrega e o CorreiosCargo. Devemos criar, até o fim deste semestre, pelo menos mais três ou quatro serviços, que poderão ser na área de logística ou encomendas. O mercado e suas exigências mudam muito, e devemos estar sempre conectados e ser ágeis no atendimento destas demandas.

Que tipos de serviços devem ser oferecidos?

O que está sendo feito

para atender o mercado

internacional?

De que maneira essas

melhorias serão implementadas?

Diante das novas parcerias e participações

acionárias, surge em alguns

empregados o temor pela

privatização da empresa. Existe

esse risco?

E quanto aos produtos

existentes?

Nós já fazemos parte da cadeia de serviços de logística oferecendo tratamento, transporte e distribuição de mercadorias e somos o maior operador do mercado de encomen-das fracionadas. O que falta para nós é a primeira etapa, ou seja, os locais para estoque de produtos, o armazém. Assim, vamos oferecer ao mercado a cadeia completa de servi-ços, do armazém até a distribuição. Para que não haja concorrência entre as empresas, elas precisam operar de maneira complementar.

São várias as frentes de trabalho. Temos uma parceria muito próxima com a Receita Federal (RF). Uma das principais reclamações é o elevado tempo entre a compra e a entrega ao comprador. Hoje está instituído um comitê de contato permanente entre os Correios e a RF, onde discutimos como essas mercadorias podem entrar e sair do Brasil de maneira mais rápida, porém sem abrir mão da segurança. Outra frente de atuação é a nossa relação com grandes opera-dores que captam carga postal para o Brasil. Estamos definindo um fluxo que faça com que esses produtos che-guem ao País de forma mais rápida.

A ideia é estabelecer uma regra, em conjunto com esses operadores, para que recebamos esses produtos no menor tempo possível. E a grande virada vai ser a implantação de um software para permitir que as infor-mações cheguem eletronicamente, de maneira que a RF tenha condições de receber essas informações e fazer os procedimentos necessários. A par-tir daí, a mercadoria entra no Brasil e vai direto para entrega no endereço do destinatário, com redução consi-derável de tempo e custo, aumentan-do a credibilidade do processo.

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10 Revista Correios - maio/jun 2014

Correios por você

Ir até o ambulatório, pegar guia de autorização e se deslocar ao con-sultório. Nos dias atuais, com pes-

soas cada vez mais atarefadas, não é razoável ter tanto trabalho para fazer uma simples consulta médica ou exame de laboratório. Por isso a Postal Saúde foi criada: para moder-nizar a operação do plano Correios-Saúde e facilitar a sua vida e de todos os beneficiários (empregados ativos dos Correios, aposentados, associa-dos ao Postalis e dependentes).

Com o Cartão de Identificação do Beneficiário, o corre-corre atrás de au-torização em guias de papel está com os dias contados. Assim que todos os credenciados tiverem adaptado o seu sistema informatizado para operar com o Cartão de Identificação do Be-neficiário - CIB, bastará o empregado apresentar o cartão nos consultórios, clinicas, laboratórios ou hospitais, que o atendimento será realizado, de for-ma simples e prática.

O plano CorreiosSaúde possui aproximadamente 25 mil profissionais

de serviços em assistência médica, hospitalar e odontológica espalha-dos por todos os Estados do Brasil e o Distrito Federal. Essa imensa rede credenciada foi integralmente manti-da pela Postal Saúde.

Hícaro Godino, analista de Sis-temas do Centro de Digitalização e Produção de Objetos Postais, titular do plano CorreiosSaúde, usou o novo Cartão de Identificação do Beneficiá-rio, e elogiou. “O processo ficou mui-to mais ágil. Antes eu pegava a guia, levava para autorização, agendava a consulta. Quando o médico pedia exame começava tudo de novo. Com o cartão foi tudo automático, pes-quisei a rede credenciada no portal, marquei o médico e um dia após a consulta já realizei os exames. Até as atendentes do laboratório gostaram da novidade”, disse.

Uma mudança para melhorSem custos adicionais, nova operadora do plano de saúde dos Correios garante mais vantagens aos beneficiários

Sérgio Francisco da Silva, diretor-presidente da Postal Saúde, explica que a transferência de carteira ocor-reu por decisão dos Correios em não mais operar planos de saúde no seu próprio departamento de recursos humanos. “A empresa vinha enfren-tando dificuldades para se adaptar às normas e exigências da Agência Na-cional de Saúde (ANS), que estabele-ce padrões como o processo eletrôni-co de autorização de procedimentos, extinguindo o processo de emissão de guias de papel”, afirmou.

As garantias de manutenção das regras do plano estão estabeleci-das pela Resolução Normativa nº 112/2005, da ANS, que define, nos casos de transferência de carteira, que a nova operadora não pode al-terar os direitos dos beneficiários. “Além de atender às resoluções da

Hícaro Godino, analista de sistemas: “Com o cartão, fazer consultas e exames ficou muito mais ágil”

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maio/jun 2014 - Revista Correios 11

Não houve alteração nas condições do plano CorreiosSaúde• A cobertura de serviços - atendimen-

tos ambulatoriais, hospitalares e odontológicos no território nacional por meio de ambulatórios, da Rede Credenciada e do Sistema Livre Escolha

• Os percentuais de compartilhamento continuam os mesmos

• Forma de pagamento - desconto em folha para os empregados ati-vos e boleto para os beneficiários aposentados.

• Mesma abrangência geográfica da cobertura

• Nenhum tipo de cobrança de men-salidade, apenas pagamento de coparticipação em caso de utilização dos serviços, limitado aos percentuais previstos no manual de Pessoal dos Correios (MANPES)

O que não muda?

As mudanças são para melhorar o atendimento• Modernização do sistema• Cartão magnético• Atendimento online para a autoriza-

ção de procedimentos, consultas e exames (fim da guia de papel)

• Central de atendimento e relaciona-mento com o beneficiário

• Ouvidoria• Melhoria na fiscalização de contas

médicas • Agilidade na compra e liberação de

OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais)

O que muda?

Ampliação da Rede CredenciadaAs melhorias não param por aí: a fim de atender com excelência seus mais de 405 mil beneficiários, a Postal Saúde também está trabalhando para aumentar a rede de médicos, hospitais e clínicas que atendem o plano. E o melhor, tudo isso não vai custar nada a mais para os beneficiários.

Participação do BeneficiárioO modelo adotado pelo plano permite que os beneficiários participem do Conselho Deliberativo e Fiscal da Caixa de Assistência, podendo participar das decisões, opinar, propor alterações, aperfeiçoamentos, inclusão ou exclusão de procedimentos assistenciais e atuar diretamente na gestão e na fiscalização da atuação da Postal Saúde, o que não ocorria na modalidade anterior.

Plano Postal Benefício Medicamento Os empregados ativos dos Correios que são beneficiários titulares podem contar com acesso imediato à medicação prescrita logo após a consulta. O plano Postal Benefício Medicamento fornece gratuitamente mais de 600 medicamentos e descontos na compra de remédios em mais de 7.800 farmácias credenciadas. O beneficiário pode contar ainda com serviço de orientação farmacêutica por meio da Central de Atendimento.

Mais vantagens para o beneficiário

ANS, a alteração ocorreu de acordo com o estabelecido pelo TST, no Dis-sídio Coletivo de 2012”, destacou o diretor-presidente Sérgio Francisco.

Áurea Borges, gerente de Rela-cionamento com Convênios do la-boratório Sabin, relatou que com a utilização do Cartão de Identificação do Beneficiário os procedimentos es-tão mais práticos e tranquilos para a rede. “Quando era através de guias, muitas vezes o beneficiário não con-seguia realizar os exames. Com o sistema eletrônico, o processo foi simplificado, 90% dos atendimentos do plano CorreiosSaúde estão sendo feitos com o cartão”, disse.

Para mais informaçõesLigue para a Central de Atendimento, 0800 888 8116 , que funciona 24h, ou acesse www.portalsaude.com.br

Postal Saúde - Divulgação

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12 Revista Correios - maio/jun 2014

Viver bem

Não ao cigarroConheça os perigos do cigarro e veja como

abandonar de vez esse vício

G uarde esse número: 4.720. É a quantidade de substâncias tóxicas presentes na fumaça

dos derivados do tabaco. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de cinco milhões de pessoas morrem, a cada ano, por fa-tores atribuídos ao tabaco. Esse nú-mero corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. A OMS faz um alerta: “O tabaco mata mais que tuberculo-se, AIDS e malária juntas”.

Mas por que, mesmo sabendo dos riscos, ainda há pessoas que começam a fumar ou, se já são fu-mantes, não param com o vício?

Apesar da lei de restrição da pro-paganda de produtos derivados do tabaco, sancionada no Brasil em de-zembro de 2000, ainda há ações pon-tuais dos fabricantes que influenciam fortemente no comportamento de jo-vens e adultos.

Dinheiro mal investidoEm 2008, o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) apontou que homens fumantes de tabaco indus-trializado gastavam cerca de R$ 89,27 por mês com cigarro e mulheres R$

62,80. Fazendo um cálculo, pode-se afirmar que, em um ano, um casal de fumantes despende aproximadamen-te R$ 1.800, que poderia ser investido em uma viagem, por exemplo.

Em março de 2012, a Funda-ção Mundial do Pulmão informou que, em 2010, as seis principais fa-bricantes de produtos de tabaco do mundo tiveram lucros de US$ 35,1 bilhões, o equivalente ao faturamen-to da Coca-Cola, da Microsoft e do McDonald`s juntos.

O que você ganha parando de fumar?A pessoa que fuma fica dependente da nicotina. Considerada uma droga bastante poderosa, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína ou álcool, com uma diferença: leva entre 7 e 19 segundos

apenas para chegar ao cérebro. É normal, portanto, que, ao parar de fumar, os primeiros dias sem o cigar-ro sejam os mais difíceis, porém as dificuldades tendem a ser menores a cada dia.

Suporte é importanteOs programas de apoio são impor-tantes para que o fumante tenha suporte para lutar contra o vício. Um exemplo é o programa de pre-venção da Administração Central dos Correios. Com o slogan “Troque o fumo por mais saúde”, o projeto tem apresentado bons resultados.

Prova disso é a diminuição do per-centual de fumantes no órgão, que passou de 23% dos empregados, em 1994, para 4,2% em 2014. A ação con-ta com campanhas educativas, ofici-nas para fumantes e, principalmente,

“A partir do momento em que você reconhece (que é viciado) e quer mudar, tudo muda”

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maio/jun 2014 - Revista Correios 13

assim, mais saúde. “Passei a assu-mir um compromisso com Deus, co-migo mesmo e com a minha família. Voltei a sentir o sabor da alimenta-ção e passei a ter uma respiração melhor”, conta com orgulho.

Já Geraldo Filho Santana, Opera-dor de Triagem e Transbordo da Di-retoria Regional de Ceará, parou de fumar ao ver, na TV, pessoas mor-rendo e pessoas próximas se debili-tando por causa do tabaco. Ele, que fumou durante 25 anos, emagreceu 20 quilos após largar o cigarro.

Após duas tentativas frustradas, ele deixou de fumar ao associar uma nova tentativa à prática de exercí-cios físicos. Com 51 anos e depois de quase dois anos sem tabaco, Geral-do completou em 2013 o percurso de 10 quilômetros da Corrida do Cartei-ro. “Foi uma vitória”, celebra.

“Eu não me via fumando e pegando minha filha no colo”

o incentivo à prática de esportes e musicoterapia.

A procura é espontânea e em seguida é feito todo o processo de apoio, como consultas e o encami-nhamento, caso necessário, a outras especialidades como pneumologista e psiquiatra, entre outros. Em 2003, o programa recebeu o Prêmio e Troféu INCA Honra ao Mérito em razão do reconhecimento da campanha den-tro da empresa. A expectativa é que o projeto seja expandido para todas as diretorias regionais dos Correios.

Histórias de SuperaçãoO carteiro Elton Alysson Teixeira, da Diretoria Regional de Ceará, viu no nascimento da filha o incenti-vo que precisava. “Eu não me via fumando e pegando minha filha no colo”, diz Elton, que reconhece

a dificuldade inicial. “Foram uma luta os primeiros 20 dias”, lembra. Mas depois que parou de contar os dias, Elton largou o cigarro de vez. “A partir do momento em que você reconhece (que é viciado) e quer mudar, tudo muda”, diz.

João Paulo Monteiro de Souza, que trabalha na Administração Cen-tral dos Correios, fumou durante 26 anos e parou há exatamente 18. Fu-mava de dois a três maços por dia, dependendo da ocasião. João Pau-lo abandonou o vício, adquirindo

após 20 minutos sua pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normalapós 2 horas não há mais nicotina no seu sangueapós 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza

após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor

após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora

após 10 anos o risco de sofrer infarto do coração será igual ao de quem nunca fumou, e o risco de desenvolver câncer de pulmão cai à metade.

após 20 anos o risco de desenvolver câncer de pulmão será quase igual ao de quem nunca fumou.

E se você parar de fumar agora...

Fique de olho na alimentação• Evite doces e alimentos gordurosos• Distraia a fome – tome chá, água, sucos naturais• Faça dieta de baixas calorias, com frutas e verduras• Evite café e bebidas alcoolicas

Se sentir muita vontade de fumar• Chupe gelo• Escove os dentes• Não fique parado• Mantenha as mãos ocupadas• Coma uma fruta• Coma cenouras cortadas em tiras,

semelhantes ao cigarro

Dicas importantes• Evite ficar perto de fumantes• Evite situações de estresse• Procure se distrair com alguma coisa• Diga NÃO a cada momento de desejo.

A vontade não dura mais que 5 minutos

Para parar de fumar

Fonte: INCA Fonte: Hospital UFJF

Page 14: Revista Correios 2ª edição

14 Revista Correios - maio/jun 2014

Universo Correios

De olhono resultadoVocê sabe o que é receita e despesa? A Revista Correios dá dicas de como acompanhar a saúde financeira da empresa

César Bulcão - Correios

Page 15: Revista Correios 2ª edição

maio/jun 2014 - Revista Correios 15

Os Correios publicam, anualmente, os seus resultados fi-nanceiros no Diário Oficial para conhecimento da sociedade, como política de transparência. Recentemente, a empresa tem utilizado seus veículos de comunicação interna para que cada empregado também possa ter acesso a esses dados. Mas, como entender um balanço, sendo que muitos termos não são comuns para a maioria das pessoas?

A companhar os resultados fi-nanceiros de uma empresa é muito parecido com se con-

sultar periodicamente com o clí-nico geral: o médico faz uma ava-liação geral da saúde do paciente e, se algo estiver fora do normal, receita o remédio para curar o do-ente. Por isso, avaliar os resultados financeiros é como fazer o check-up da instituição.

A análise mais profunda do ba-lanço é feita por profissionais com formação específica na área. Mas qualquer empregado pode entender o que está ocorrendo com a saúde financeira da instituição partindo de três conceitos básicos: receita de vendas, receita total e despesa.

A receita de vendas é o resul-tado exclusivo do negócio da em-presa. No caso dos Correios, são as vendas de todos os serviços e pro-dutos negociados pelos assistentes comerciais, gerentes de conta e co-mercializados nas 12 mil agências em todo o País. No nosso balanço destacam-se os segmentos Men-sagem (FAC) e Expresso (remessas expressas, como o SEDEX), respon-sáveis hoje por cerca de 65% da re-ceita de vendas.

Para chegarmos ao montante total dos recursos gerados pela em-presa, o que chamamos de receita total, acrescentamos à receita de vendas recebimentos que não es-tão ligados diretamente ao negócio,

como alienação de bens e multas de clientes e fornecedores. Ou seja, a receita total é todo o dinheiro que entra no caixa.

As despesas são gastos necessá-rios para o funcionamento das ope-rações da empresa. Pelo tamanho dos Correios, a despesa é muito alta, mas uma se sobressai: a despesa com pessoal, que é responsável por quase 60% dos gastos.

Ao diminuir a despesa da receita, encontramos o lucro. Se o resulta-do for negativo, significa que a em-presa teve prejuízo, ou seja, durante o período analisado as contas não fecharam. Já o lucro operacional é o resultado específico da subtração da despesa da receita de vendas. Vol-tando ao exemplo do médico, uma empresa que apresenta lucro opera-cional está, em uma primeira análise, com uma boa saúde. Para descobrir se uma empresa está conseguindo manter o seu negócio, deve haver lu-cro operacional no fechamento.

Os Correios passam por um momento de mudança e moder-nização. Com todo o processo de expansão e a prospecção de novos negócios, a receita da empresa ten-de a mudar. Não é novidade que o segmento de mensageria começa-rá a cair com o advento de novas tecnologias, no entanto, a empresa está ampliando e diversificando seu negócio para aumentar a sua recei-ta de vendas.

Independente das mudanças, o papel de cada empregado é o ele-mento fundamental para o sucesso da empresa. Estar ciente da situa-ção financeira dá mais consciên-cia para zelar pelo seu patrimônio e pela busca de resultados. Se cada empregado desperdiçar um clip, são 125 mil clips a menos em toda a empresa. Em outras palavras, to-dos devem saber que o resultado da empresa é o reflexo direto dos es-forços e da dedicação de cada um em seu trabalho diário.

Receita - Despesa = Lucro Receita - Despesa = Prejuízo e...Receita Vendas - Despesa = Lucro Operacional ouReceita Vendas - Despesa = Prejuízo Operacional

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16 Revista Correios - maio/jun 2014

Gente que faz

O cicloturismo – viagens realizadas em bicicleta – é uma modalidade que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. Já na Europa, é pratica-

da há muito tempo: a primeira volta ao mundo em uma bicicleta foi realizada por um inglês no final do século XIX. De lá para cá, muitas outras aventuras foram rea-lizadas por diversos cicloviajantes mundo afora.

Como apreciador da natureza e de viagens, o cartei-ro Sander Trento, do Centro de Distribuição Domiciliar de Araranguá (SC), já conheceu, por exemplo, toda a região dos Aparados da Serra, onde ficam os maiores canyons do Brasil, entre os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Tudo isso de bicicleta. A busca por conhecer mais lugares interessantes o fez convidar, em 2006, o colega, também carteiro, Joanicio Costa, da Agência de Correios de Sombrio (SC), para realizar uma cicloviagem pelo litoral catarinense.

A dupla saiu de Araranguá rumo a Florianópolis e vi-sitou mais de 40 praias entre os municípios, transpondo rios e lagoas em cima de pequenas embarcações de pes-cadores, subindo morros ou percorrendo trilhas cober-tas pela mata. Após esta estreia, os carteiros tomaram gosto pela aventura e realizaram novas viagens pelo Brasil. Na Chapada Diamantina, na Bahia, contornaram, em oito dias, todo o Parque Nacional. Após conhecer ou-tros parques pelo País (Serra Geral, São Joaquim, Lagoa

Pedalando pelo mundoOs carteiros catarinenses Sander Trento e Joanicio Costa contam suas aventuras sobre duas rodas

Viajar e conhecer o mundo é o sonho de muita gente. Alguns contratam uma agência especializada para adquirir um pacote. Outros preferem realizar suas via-gens de carro ou de moto. E há uma outra parcela que escolhe a bicicleta como meio de transporte. O que para muitos parece loucura, para outros é considerada a me-lhor forma de conhecer lugares

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maio/jun 2014 - Revista Correios 17

Santuário de Fátima, em Portugal: a frase “Não tenhas medo”, estampada na entrada do templo, é o lema de Sander (à esq.) e Joanicio

do Peixe, Foz do Iguaçu, Chapada Diamantina), chegava o momento de a dupla se aventurar por outros países.

Pelas Américas, percorreram boa parte do litoral do Uruguai, pedalando até Punta del Este. Em Bariloche, na Argentina, realizaram uma jornada pela Região dos Lagos e pela imponente Cordilheira dos Andes. Em cada curva do caminho, uma agradável surpresa: um vulcão coberto de gelo, um típico vilarejo patagônico. Após algum tempo subindo a Cordilheira, chegaram a mais um país: o Chi-le. Na cidade de Pucón, deixaram por um momento suas bikes e escalaram o famoso Vulcão Villarrica, procurado por turistas do mundo inteiro. “A todo instante, é possível ver a fumaça saindo de seu topo”, comenta Sander.

Na Europa, percorreram com suas bicicletas o Caminho de Santiago de Compostela, entre Portugal e Espanha. Uma viagem de quase 800 km, iniciada em Lisboa e passando pelas cidades de Fátima, Coimbra e Porto, com vilarejos de casas feitas de pedra, pontes, igrejas medievais e castelos no trajeto. Após 14 dias de pedalada, chegaram, enfim, à grandiosa Catedral de Santiago de Compostela.

No Caminho de Santiago, conheceram um carteiro espanhol que disse a eles o seguinte: ‘As tartarugas po-dem contar mais a respeito do caminho do que as lebres’. Para Sander, foram “sábias palavras”; afinal, quando se viaja com pressa ou em alta velocidade, deixamos de ob-servar muitos detalhes. Viajar de bicicleta nos proporcio-na conhecer melhor os lugares, as pessoas e a cultura de cada região”. Opinião compartilhada por Joanicio: “Como diz o ditado, o que se leva dessa vida, é a vida que se leva. E você poder levar na lembrança imagens do litoral catari-nense; comer ao lado dos índios Mapuches na Cordilheira dos Andes; olhar o imponente Aconcágua bem próximo de você. E, para isso, você só precisa de disposição, orga-nização, um sonho e uma bike”.

E as próximas férias dos carteiros aventureiros já es-tão programadas: o destino da vez será a Argentina. “Es-pero que o nosso relato desperte o interesse em outras pessoas. O mais importante é dar a primeira pedalada. Como está escrito diante do Santuário de Fátima em Portugal: ‘Não tenhas medo’”, aconselha Sander.

“Espero que o nosso relato desperte o interesse em outras pessoas. O mais importante é dar a primeira pedalada. ”Sander Trento

Arquivo pessoal

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18 Revista Correios - maio/jun 2014

Sustentabilidade

O valor da economiaConsumo consciente passou a ser prática indispensável para

o desenvolvimento econômico sustentável nas empresas

César Bulcão - Correios

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maio/jun 2014 - Revista Correios 19

“Ainda não se entende que o dinheiro que sai do bolso de cada contribuinte é que sustenta a máquina governamental. Não há a percepção de que o público é de todos”Ketlin Feitosa, do Programa de Gestão Socioambiental do STJ

A população mundial conso-me, atualmente, cerca de 25% mais que a capacidade de

renovação dos recursos naturais da Terra. Isso significa que, se nada for feito, o planeta não poderá susten-tar a forma atual de vida da huma-nidade. Nesse contexto, adotar os princípios do consumo consciente, que busca o equilíbrio entre satisfa-ção pessoal e um modelo ambiental, social e econômico sustentável, tor-nou-se urgente e inevitável.

Assim como o meio ambiente, as organizações sejam públicas ou privadas também possuem recur-sos finitos, que podem se extinguir ou aumentar dependendo de como são administrados. Portanto, levar para o trabalho a mesma preocupa-ção com o consumo consciente que se tem, ou deveria se ter, em casa é uma atitude ética e uma questão de analisar quem paga a conta que, mais dia menos dia, sempre chega.

Segundo a coordenadora do Programa de Gestão Socioambien-tal do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ketlin Feitosa, permanece na sociedade o pensamento de que o público é de ninguém. “As pessoas ainda não entendem que o dinheiro que sai do bolso de cada contribuin-te é que sustenta a imensa máquina governamental. Não há a percepção de que o público é de todos”, critica.

No entanto, a coordenadora re-conhece que não é possível mudar a cultura de uma empresa da noite para o dia. “Repensar o consumo diário proporcionou ao STJ uma economia de 50% nas despesas com material de expediente. Para isso, é necessário fazer com que o empregado sinta-se parte do pro-cesso, despertá-lo para a respon-sabilidade.”, observa.

Consumir de forma responsá-vel, pensando nas consequências para a sustentabilidade do plane-ta e na vida das futuras gerações,

deixou de ser uma opção às empre-sas e passou a ser critério de ob-servação obrigatório. Apesar dos Correios serem uma empresa com-prometida com a sustentabilidade, ainda é preciso trilhar um longo caminho nesse sentido.

Por isso, foi lançado em dezem-bro de 2013 o Sistema de Gestão Ambiental dos Correios que defi-ne metas voluntárias para todas as áreas da empresa. Também foi criado um Comitê estratégico que irá criar a Política de Sustentabili-dade da empresa. As ações e metas ambientais dos Correios para o bi-ênio 2014/2015 estão divididas por vice-presidência. Para conhecer as metas da sua área, acesse o “Plano de Ações Ambientais Corporativas” na página do DERIN na Intranet.

Desperdício? Tô fora!O desperdício não dói apenas no bolso da empresa, mas limita in-vestimentos que poderiam bene-ficiar os empregados. Os números

mostram que há urgência de mu-dança nos padrões de gastos dos Correios. É preciso reduzir em 5% o consumo de energia em cada diretoria regional dos Correios até dezembro de 2015; substituir, até dezembro de 2015, as geladeiras com mais de dez anos de uso, entre outros. Por isso, os Correios lança-rão uma campanha de consumo consciente, onde uma das ações é a redução do desperdício. A ordem é economizar onde podemos, para investir onde precisa.

A preocupação com a respon-sabilidade socioambiental tam-bém levou os Correios a aderirem ao programa de monitoramento e redução das emissões de gás car-bônico (CO2) da International Post Corporation (IPC) com meta global de redução das emissões de 20% até 2020. A redução das emissões desse gás é uma das frentes previs-tas no SGAC, assim como a gestão de resíduos sólidos e a preservação dos recursos naturais renováveis.

Um exemplo de serviço susten-tável criado pelos Correios foi o V-Post, ou Postagem Eletrônica de Documentos. Desenvolvida para o Poder Judiciário, a solução per-mite que as intimações sejam en-caminhadas por meio eletrônico, o que agiliza a entrega, reduz as emissões de gás carbônico - agen-te causador do efeito estufa e das mudanças climáticas - e gera eco-nomia de pessoal e insumos.

Para a gerente Corporativa de Responsabilidade Social dos Cor-reios, Fátima Pinheiro, a lógica do consumo consciente deve estar em todos os processos, sejam co-merciais, administrativos ou ope-racionais. “Repensar o consumo e analisar o que pode ser mais eco-nômico, com benefícios sociais e preservando o meio ambiente, deve ser uma atitude diária, de cada empregado”, ressalta.

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Correios se revitaliza para continuar sendo importante a quem sempre contou com ele

Uma empresa que evolui

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A marca Correios mudou. Para a empresa, a atualização da marca é mais que uma mudança estética. Sim-boliza um momento de grandes trans-formações da empresa

V ivemos uma realidade onde as mudanças acontecem com muita velocidade. A

inovação e a tecnologia vêm im-pactando fortemente a vida das pessoas e transformando o mundo e os negócios. Os Correios estão atentos a isso, e a marca precisava acompanhar esse novo tempo de mudanças. E a proposta foi tornar a marca mais leve, flexível e dinâ-mica, seguindo a postura inovado-ra da empresa.

Ao longo dos últimos anos, os Correios têm passado por uma forte revitalização, que se intensi-ficou a partir da aprovação da Lei 12.490/2011. Isso permitiu aos Cor-reios ampliar os seus serviços, atu-ar no exterior, constituir subsidiá-rias e firmar parcerias estratégicas. O Plano Estratégico 2020, aprovado nesse mesmo ano, trouxe um novo posicionamento estratégico, com ações alinhadas a estes novos dis-positivos legais.

Para o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, ino-var a marca é um recado forte que a empresa transmite, pois mostra que está mudando de postura para continuar a ser importante para as pessoas, com serviços bons e ino-vadores. “É para isso que os Cor-reios estão se revigorando e reno-vando seus compromissos com a sociedade”.

A empresa se prepara para enfrentar uma concorrência ex-tremamente aquecida daqui para frente. Para isso, seguirá exemplos do que vêm fazendo os correios mais bem sucedidos do mundo. Esse conjunto de negócios deve ser

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se predomina é de que os Correios perderam relevância como entrega-dores de cartas. Com a nova marca, os Correios esperam modernizar de vez a sua imagem. Por outro lado, o presidente da empresa sabe que não é somente um novo símbolo que criará essa percepção: “Temos que ter coerência nos projetos e ações que vêm sendo anunciados”, enfati-za Wagner Pinheiro de Oliveira.

Segundo Takahashi, a nova marca gráfica não foi criada ao acaso. Ela foi “extraída” a partir

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capaz de gerar equilíbrio suficien-te para garantir sua longevidade e sustentabilidade.

De acordo com Wagner Pinheiro de Oliveira, a diversificação é uma estratégia imprescindível dentro do cenário atual da comunicação pos-tal, com foco no crescimento sus-tentável e na busca por fontes ren-táveis de receita, algumas baseadas no surgimento de novas necessida-des de serviços pela sociedade e no transporte de encomendas.

“Quando pensarem na nova marca, queremos que pensem nos serviços postais eletrônicos, no Sedex e nos serviços financeiros. Todo um conglomerado de servi-ços. E tenham a dimensão de uma empresa de classe mundial”, diz.

Marca Ronaldo Takahashi, coordenador do projeto de gestão de marcas, explica que alguns dos pilares da marca, como proximidade e co-nexão, embora presentes na ima-gem dos Correios, precisavam ser potencializados, com percepção de movimento e modernidade, na assinatura visual da empresa. A marca havia sido criada há muito tempo, quando o foco era a padro-nização e a rigidez.

Desde então, a imagem da em-presa mudou, do que era em 1970, quando surgiu o símbolo (o dese-nho das setas) e em 1990, quando foi criado o logotipo (o nome), que formou a marca anterior. De lá para cá a empresa cresceu, se reposicio-nou no mercado: “Virou o Correios que conhecemos hoje. Mas os seus novos atributos não foram acom-panhados em sua identidade visu-al”, diz Takahashi.

Ao mesmo tempo, apesar da imagem positiva que a empresa car-rega, atualmente, a visão que ainda

“Quando pensarem na nova marca, queremos que pensem em um conglomerado de serviços. E tenham a dimensão de uma empresa de classe mundial”Wagner Pinheiro de Oliveira, presidente dos Correios

daquela que a antecedeu. A estru-tura da nova marca continua sendo as setas. Mas agora o logotipo in-terage mais com o que o símbolo quer dizer na composição, e sem as linhas rígidas e a caixa que impu-nha limites à marca.

Por definição dos designers da empresa envolvidos no processo, buscou-se a essência ao ressal-tar elementos que já estavam lá: a confiança das pessoas na empresa e suas soluções para aproximá-las. “O que a empresa sempre fez foi pegar algo que alguém confiou a ela para entregar a outra pessoa. Isso sempre assim, desde 1863. Mas queremos chamar a atenção para conceitos da realidade da empresa que não estavam sendo traduzidos na marca anterior”, diz o designer gráfico dos Correios e analista do Departamento de Co-municação Estratégica (DECOE), Jessé Gusmão de Abreu.

Mudanças que não são vaziasA CDA Branding & Design for Peo-ple foi a empresa contratada para desenvolver o projeto de bran-ding dos Correios. Daniela Lom-pa Nunes, diretora da empresa e

Designer da CDA durante estudo de esboços: a nova marca dos Correios foi “extraída” da marca antiga

Arquivo equipe CDA

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coordenadora do projeto, explica que a ideia central que o norteou foi a de criar uma marca que fizes-se referência à anterior de forma a ressaltar a evolução da empresa. Agora ela está mais moderna, mais clara, mais fácil de ser entendida e mais simples. Há elementos a menos do que havia antes, dentro de características bem mais con-temporâneas. Mas que mantêm o diferencial do símbolo, que são as setas. “Nossa maior preocupação nesse início é a aceitação. A resis-tência acontece no primeiro mo-mento. O ser humano prefere algo conhecido, do que a mudança. Mas temos uma boa expectativa”, diz.

A mudança e a escolha dos ele-mentos ressaltados foram apoia-das em pesquisas realizadas por todo o Brasil para entender qual a percepção do público. As cores fo-ram apontadas como os elementos de identidade mais relevantes. Ul-trapassada essa etapa, uma preo-cupação foi transmitir a alegria da

“O que a empresa sempre fez foi pegar algo que alguém confiou a ela para entregar a outra pessoa. Mas os conceitos da realidade da empresa não estavam sendo traduzidos na marca antiga”Jessé Gusmão de Abreu, designer gráfico dos Correios

marca. A ideia era criar um design sólido, mas também simpático, so-lar. Outros tons de amarelo foram usados com este objetivo e o fun-do branco foi adotado para trazer maior leveza e modernidade.

A assimilação de uma marca depende do tempo de exposição. Mas como o símbolo e o logotipo que formam a marca Correios são muito presentes na vida dos brasi-leiros, e o plano de comunicação do lançamento está consistente, Daniela acredita que essa transi-ção será mais curta. “As pessoas vão se identificar, pois a marca está mais moderna. Mostra que está evoluindo. E o mais bacana nesses quase dois anos que eu

venho acompanhando os Correios é perceber que a mudança não é só estética. Não é vazia. A empre-sa está se preparando. Tem pla-nos bem audaciosos para desafios bem interessantes. São mudan-ças que não têm como passarem despercebidas”.

DivulgaçãoA nova marca está sendo mostrada nos canais por assinatura, na TV aberta, no cinema, nas revistas, nos jornais e em rádios. Nas TVs, haverá comerciais de um minuto e de 30 se-gundos. Sua aplicação nas fachadas de agências e prédios dos Correios irá demorar um pouco mais. Depois de desenvolvida a arte gráfica das

Simulação de fachada de Agência de Correios

Arquivo Correios

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fachadas, a área de Engenharia dos Correios está elaborando o guia técnico de normas e padrões cons-trutivos das novas fachadas.

Durante algum tempo, a marca antiga e a nova conviverão simulta-neamente. O processo de mudança é gradativo e a meta é de dois anos até ser concluído. Todo o estoque de uniformes, por exemplo, continuará em uso. A primeira forma de contato dos empregados com a nova marca está sendo por meio dos novos cra-chás, que vem sendo entregues des-de o lançamento da marca.

Novo portalOs mais de 40 milhões de usuá-rios que acessam os Correios pela internet mensalmente terão ainda mais facilidades para encontrar o que procuram. A empresa acaba de lançar um novo portal, que atende as necessidades dos clientes com maior agilidade por meio de uma navegação mais intuitiva.

Entre as principais novidades está a visualização, em uma mes-ma página, de demonstrações comparativas dos vários produtos oferecidos pela empresa. “O clien-te que acessa o portal agora des-cobre todas as possibilidades de os Correios atenderem às suas ne-cessidades. Em uma pesquisa só, ele consegue consultar todas as modalidades dos serviços disponí-veis e comparar as diferenças entre elas”, diz Fernanda Helena Freire, analista do Departamento Comer-cial de Encomendas dos Correios (DEENC), responsável pelo desen-volvimento do Portal.

A nova página expõe as infor-mações de forma mais simples, com menos textos e mais ícones e atalhos. Além do layout, a organização das informações dentro do portal mudou e os menus foram otimizados.

Os principais serviços utiliza-dos pelos usuários permanecem em destaque, como busca CEP, calculador de preços e prazos e consulta de rastreamento de ob-jetos. Para facilitar o acesso, essas ferramentas foram transformadas em ícones logo na primeira página. Outra facilidade foi inserida no ro-dapé, que agora exibe informações sobre as maneiras de entrar em contato com a empresa.

O novo portal faz parte da re-vitalização da identidade visual dos Correios e exibe a nova mar-ca da empresa. A página pode ser acessada no mesmo endereço (www.correios.com.br).

Novos negóciosMudar não é simples e, muitas ve-zes, não é nada fácil. Mas, ao mes-mo tempo, é fundamental para o crescimento de qualquer negócio. Muitas vezes é necessário. Morga-na Cristina Santos, vice-presidente de Negócios dos Correios (VINEG), explica que os novos negócios

permitirão à empresa fazer mais pela sociedade e atender mais pes-soas, empresas e governo. Desde pequenos negócios até grandes or-ganizações, por meio de soluções diferenciadas e flexíveis. A mudan-ça da marca é a consequência visí-vel de uma empresa aliada ao mo-mento que vive e às necessidades das pessoas a que serve.

De acordo com dados da União Postal Universal (UPU), os 192 cor-reios do mundo tiveram, em 2012, queda de 3,42% na quantidade de correspondências em relação a 2011. A previsão é de que tudo que possa ser digitalizado logo sairá das sacolas dos carteiros. O seg-mento de encomendas, por sua vez, é aberto à concorrência e os Cor-reios têm perdido participação de mercado para empresas privadas. A quantidade de encomendas postais tratadas em 2012, em todo o mundo (último dado disponível), caiu 1,5% em relação a 2011, de 6,538 bilhões de encomendas para 6,440 bilhões.

Entre diferentes segmentos, a logística integrada continua a ser aquele que compõe a essência dos Correios. Seu projeto pretende dar à empresa capacidade para responder

“A mudança não é só estética. Não é vazia. A empresa está se preparando. Tem planos bem audaciosos para desafios bem interessantes”Daniela Lompa Nunes, CDA Branding & Design for People

Simulação da nova marca no uniforme dos carteiros. Carteira: Giselle M. R. Lima, do CTE/DR/BSB

Alan Rones - Correios

24 Revista Correios - maio/jun 2014

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uma visão de conglomerado e não só de uma empresa postal, com ou-tras linhas de negócios na compo-sição do seus resultados. Morgana diz que em cinco anos o mercado será maior. Mas com certeza será muito mais representativo do que o monopólio que se tem hoje.

AtitudePreparar a força de trabalho para atender às novas exigências envol-verá a revisão de uma série de trei-namentos e capacitações, já levan-tados pela área de Recursos Humanos dos Correios. Logo, cada empregado dentro do seu universo de atuação, será chamado para par-ticipar delas. “Nosso maior desafio é em relação à atitude. Uma organiza-ção são as pessoas, não o 'CGC' (ca-dastro obrigatório) da empresa. O mercado cria a imagem dos Correios a partir delas. Se queremos disputar esse mercado com a DHL e a Fedex, a nossa atitude precisa ser diferente e por isso cada um é tão importante pra traduzir essa nova empresa. Es-tamos entrando nessa disputa para ganhar!”, diz Morgana.

Caio Nantes - Correios

ao que o mercado precisa, seja para transportar um celular ou um ca-minhão. E sendo capaz de atender todo o processo da cadeia produti-va, do atendimento, armazenamen-to e transporte, até a distribuição. “A operação das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, será o grande teste de reposicionamento dos Cor-reios como empresa de logística ca-paz de atuar no Brasil e fora dele”, diz o presidente da empresa.

Um dos negócios que pode gerar grande vantagem para a empresa nessa área é a utilização de meios próprios de transporte de alta per-formance, como aviões. Wagner Pi-nheiro confirma que o serviço aé-reo é outro setor no qual a empresa pretende entrar: “Estamos criando uma empresa de transporte aéreo em parceria com a Rio Transportes Aéreos”, diz o presidente dos Cor-reios. As concorrentes UPS, DHL e, principalmente, a Fedex, que de-tém a segunda maior frota aérea do mundo, são os maiores exem-plos desse movimento.

A empresa trabalha para a construção de um sistema integra-do de prestação de serviços, de for-ma que a imagem despertada no cliente ao pensar em Correios seja a de um centro de conveniência ao cidadão. Um lugar onde resolverá muitas coisas de uma só vez, para as quais de outra forma, precisaria ir a vários lugares, com custos de tempo e de deslocamento.

Outro bloco onde a empresa quer ampliar sua atuação é na área de serviços postais eletrônicos, onde pretende ultrapassar o limite da comunicação impressa para pes-soas ou empresas para integrá-las à plataforma digital, complemen-tando os serviços já oferecidos. A empresa também tem planos para atuar na área de Telefonia Celular Virtual e ampliar sua atuação em

serviços financeiros, além de abo-canhar uma fatia do mercado inter-nacional de tráfego postal.

Parte das parcerias estabele-cidas para compor esses novos negócios começa a funcionar for-malmente este mês. A expectativa da empresa é de que em 2015, a maior parte dos serviços já esteja em operação. Até o fim de 2020, o processo de transformação que os Correios vivem transformará a empresa em uma corporação com

“Em cinco anos o mercado será maior. Mas com certeza será muito mais representativo do que o monopólio que se tem hoje”Morgana Cristina Santos, vice-presidente de Negócios dos Correios

Novas caixas de encomenda

maio/jun 2014 - Revista Correios 25

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26 Revista Correios - maio/jun 2014

Nosso negócio

A s compras virtuais parecem ter caído de vez no gosto do brasileiro. A praticidade de

não precisar se deslocar até um es-tabelecimento comercial e receber mercadorias no conforto de casa, com preços muitas vezes menores que os da loja física, fez com que o faturamento do comércio eletrô-nico crescesse 26,1 vezes nos últi-mos dez anos, saindo do patamar de R$ 1,1 bilhão, em 2003, para R$ 28,8 bilhões, em 2013.

O chamado comércio eletrônico “B2C” - que consiste na venda direta

entre varejista e consumidor final - surpreendeu até os mais otimistas: cresceu 28% em 2013, atraindo 9,1 milhões de novos consumidores online no Brasil. De acordo com a E-bit, principal empresa de pesqui-sa sobre o comércio eletrônico no Brasil, o crescimento ficou acima do esperado, já que as previsões não passavam de 25%.

A popularização da banda larga e oferta de modelos mais simples de smartphones, associadas a ações promocionais como a Black Friday, estão entre os motores desse cres-cimento. Para 2014, a expectativa é de aumento de 20% no faturamento do comércio eletrônico - também conhecido pela expressão em in-glês “e-commerce” - e o número de

consumidores virtuais no País de-verá chegar a 60 milhões.

Segundo estudo encomendado pela operadora de cartões Visa, e conduzido pela America Economia Intelligence, o Brasil tem o maior po-tencial para comércio eletrônico da América Latina, com um crescimen-to de 31% no índice que mede o quan-to os países estão preparados para transformarem a internet em um canal de vendas. O País também é o primeiro latino-americano a conse-guir que as vendas online atingissem 1% do Produto Interno Bruto (PIB)

Muita logística nessa horaApesar das facilidades na hora de comprar, os produtos precisam ser entregues, e para um consumidor acostumado com a agilidade da web e cada vez mais exigente. Por isso, o processo de logística é a parte fundamental do negócio.

A maioria das lojas virtuais re-correm a empresas especializadas na prestação de serviços logísticos

O negócio da décadaComo os Correios atuam para atender a expansão do comércio eletrônico,segmento que cresceu 26,1 vezes nos últimos dez anos

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maio/jun 2014 - Revista Correios 27

para efetuarem as suas entregas. Líder nesse mercado, os Correios acompanham a expansão do setor e, atual-mente, entregam mais de 40% de tudo o que é vendido na internet no Brasil.

Apesar da competição com outras empresas de lo-gística, os Correios vêm expandindo sua atuação no segmento, principalmente, pelo aumento dos contratos com lojas de pequeno e médio porte. Ao todo, mais de 5.900 lojistas online em todo o País utilizam os serviços da empresa, a única que faz distribuição em todos os municípios do Brasil.

Para atender a essa demanda crescente, os Correios, estudam novos modelos logísticos e parcerias para a adoção de tecnologias que aumentem a eficiência da distribuição do e-commerce, além de aumentar os inves-timentos em modernização e infraestrutura, a exemplo da aquisição de novas máquinas de triagem mecanizada e criação de polos de logística em locais estratégicos.

Considerando a relevância que o e-commerce dá para as informações de entrega das encomendas, um avanço importante foi o lançamento do aplicativo Cor-reios Mobile, como atesta o gerente corporativo de co-mércio eletrônico dos Correios, Lemuel Costa e Silva.

“Além de checar as atualizações referentes à posta-gem pelo site da empresa, agora os clientes contam com a opção de acompanhar suas encomendas utilizando o celular. Neste aspecto, o projeto Mobilidade, com o uso de smartphones pelos carteiros para atualização em tempo real sobre as entregas, será fundamental para a melhor oferta dos serviços de encomendas dos Cor-reios para o e-commerce”, observa o gerente.

Em 2013, os Correios transportaram mais de 56 milhões de encomendas de comércio eletrônico, um

Terra com lei

O que mudou com a nova lei do comércio eletrônicoAté pouco tempo, os consumidores que fossem prejudicados em alguma compra virtual buscavam se amparar no Código de Defesa do Consumidor (CDC). No entanto, as leis criadas no início dos anos 1990 não atendiam as especificidades do comércio pela internet. Por isso, foi promulgado em 14 de maio de 2013 o Decreto 7.962 que regulamenta o CDC no que se refere ao comércio eletrônico.

Endereço físico O endereço físico e o registro da empresa no CNPJ ou CPF devem ser divulgados em local visível nos sites de compras.

ArrependimentoO CDC já garantia o direito ao arrependimento em compras virtuais. A nova lei estabelece que os sites também terão que orientar o consumidor sobre como devolver o produto. O prazo para o cliente se arrepender é de sete dias a contar da data da compra ou do recebimento do produto.

Oferta de produtos O site é obrigado a avisar o comprador sobre a disponibilidade dos produtos, o que pode impedir a prática de dropshipping, quando o vendedor não tem o produto ofertado em estoque e não avisa o consumidor.

“Você manda! A gente entrega”: nova campanha publicitária dos Correios ressalta a facilidade de rastrear o envio das encomendas pela internet

Correios - Divulgação

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28 Revista Correios - maio/jun 2014

crescimento de 17% em relação a 2012. Nesse cenário, observou-se um crescimento expressivo da uti-lização da encomenda PAC.

“Percebemos uma mudança no perfil de uso da entrega no comércio eletrônico, principalmente devido a atratividade do frete grátis, justifi-cando a escolha pelo PAC”, ressalta Lemuel. Em 2012, o PAC era respon-sável por 20% das entregas do co-mércio eletrônico. Em 2013, sua par-ticipação aumentou para 34%.

A nova lei do comércio eletrô-nico e o serviço de logística rever-sa, que atende ao direito de arre-pendimento prevista no Código de Defesa do Consumidor (CDC), tam-bém contribuíram para o aumen-to da confiança do consumidor e,

consequentemente, para o cresci-mento das compras virtuais.

A ordem é simplificarOs Correios lançaram em janeiro de 2013 o primeiro serviço brasilei-ro de gestão de logística de entre-gas para grandes sites de e-com-merce, que realiza intermediação entre compradores e vendedores, simplificando o processo de posta-gem das encomendas. Em um ano de operação, mais de 1 milhão de encomendas foram realizadas pelo novo serviço.

A partir de soluções, como cálcu-lo de frete integrado, geração de eti-quetas para postagem e administra-ção dos envios online, o serviço de intermediação de comércio eletrôni-co agiliza o recebimento e envio de pedidos, assim como o acompanha-mento das entregas para os vende-dores, que conseguem visualizar em

uma única tela do site os status de todas as encomendas.

Ao optar pelo serviço, basta o vendedor imprimir a etiqueta de endereçamento completo da enco-menda, colá-la no pacote e ir até uma agência dos Correios para con-cluir a postagem. Para vendedores e compradores, o serviço propor-ciona uma experiência de compra e venda mais ágil e agradável.

A partir de uma parceria realiza-da com os Correios, o Mercado Livre, uma das maiores plataforma de com-pras e vendas pela internet, passou a oferecer o serviço de intermediação de frete em janeiro de 2013. Para o gerente de marketplace do Mercado Livre, Leandro Soares, a ferramenta, que recebeu o nome de Mercado En-vios, é considerado um sucesso e os resultados superaram as expectativas.

“Neste primeiro ano de operação, a adesão ao serviço foi crescente mês a mês. Já temos mais de 100 mil ven-dedores que a utilizam e registram, diariamente, mais de 20 mil envios por meio da ferramenta”, afirma.

8,9%

Livros e assinaturas de revistas

12,2%

Cosméticos e saúde

12,3%Eletrodomésticos

13,7%Moda e acessórios

9,0%Informática

Categorias mais vendidasem volume de pedidos

Faturamentoem bilhões de reais

2011

18,7

2012

22,5

2013

28,8

Volume de pedidosem milhões

2011 2012 2013

53,7

66,7

88,3

Tiquete médio*em centenas reais

2011

349,5

2012

342

2013

327

E-commerce no Brasil

Fonte: E-bit Fonte: E-bit

Nosso negócio

*Valor médio por venda

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30 Revista Correios - maio/jun 2014

Artigo

N os seus 350 anos de história, os Correios enfren-taram ameaças que foram superadas por meio de novas ideias que deram certo. Agora, com as no-

vas tecnologias que surgem a todo instante no mercado das comunicações, a empresa precisa continuar inovan-do para ultrapassar suas metas.

Mas para inovar, não basta querer, pois se trata de um processo complexo que envolve tecnologia, método, mu-dança de postura, busca de parcerias, flexibilidade, cria-tividade, empreendedorismo e ousadia. Além das dificul-dades de qualquer empresa, os Correios possuem outras, decorrentes de seu gigantismo, que torna qualquer inova-ção mais complexa e onerosa.

Mesmo assim, essa realidade não impediu a empresa de conse-guir importantes avanços, dos quais citamos a utilização de tecnologia postal eletrônica nos serviços de comunicação física/digital e certifi-cação digital; a criação do Centro de Digitalização e Produção de Objetos Postais – CDIP; a implantação do ser-viço de telefonia móvel virtual (ainda neste ano); a implantação de termi-nais automatizados de encomendas; o lançamento do serviço digital e-Carta; o lançamento de novo servi-ço de encomenda expressa, o SEDEX 12; e a atualização de informações de entrega de encomendas com uso de smartphones.

Não podemos parar por aqui! As mudanças no ambien-te interno e externo da empresa estão cada vez mais rápi-das e gerando maior impacto nos negócios. Inovar é um desafio que exige um modelo de gestão que não seja vol-tado exclusivamente para a inovação radical, aquela que introduz um novo produto ou um processo inteiramente

Para que inovar?A gestão da inovação deve promover açõesque estimulem a criatividade, a participação, o envolvimento e o empreendedorismo

novo, mas também a melhoria incremental e contínua dos processos. Sem inovar nas pequenas coisas, não seremos capazes de desenvolver produtos e modelos de negócio ra-dicalmente novos tanto quanto necessitamos.

Para que a inovação continue sendo um de nossos importantes traços culturais, é preciso praticá-la natural-mente em todos os níveis e áreas da empresa. Isso não se faz, evidentemente, de uma hora para outra. A gestão da inovação deve promover um leque de ações que esti-mulem a criatividade, a participação, o envolvimento e o empreendedorismo.

Ao longo do tempo, o conjunto dessas ações criará um ambiente onde todo empregado se sinta estimulado a pensar, dis-cutir melhores formas de realizar o trabalho e tenha espaço para apre-sentar sugestões; onde se entenda o erro como uma forma de buscar me-lhorias e que acolha as ideias com naturalidade pelo próprio sistema de liderança.

Os Correios estão nesse caminho para continuarem sendo referência de qualidade de comunicação no Brasil e no mundo. Além das inova-ções citadas, lideradas por diferentes áreas, o concurso Inova na Prática

2013 recebeu inscrições de práticas inovadoras implan-tadas, o que mostra que por toda a empresa as pessoas estão empenhando sua criatividade e capacidade em-preendedora para obter melhores resultados.

Mais inovações já estão em curso. Algumas ainda em estudos, debates ou planejamento, enquanto outras estão brotando nas mentes inquietas de todos os que fa-zem os Correios alcançarem a cada passo o alvo de ser uma empresa de classe mundial.

Francisco de Assis - Correios

Escrito por

Moacir do Valle JuniorAnalista do Departamento de Inovação

(DINPP)

“Sem inovar nas pequenas coisas, não seremos capazes de desenvolver negócios radicalmente novos tanto quanto necessitamos”

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No meio do caminho tinha ParatyEntre belas praias do litoral paulista e fluminense, a cidade se destaca pelo valor histórico e pela intensa vida cultural

Com serras, belas praias e cacho-eiras, além de cenários coloniais que retratam a história do País, o Rio de Janeiro é o estado brasileiro com o maior número de cidades entre as dez que mais receberam turistas a lazer no Brasil.

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Destinos

C oncorrendo com a capital do estado e as charmosas Angra dos Reis e Armação de Búzios,

Paraty não decepciona quem procu-ra as lindas paisagens da região. Si-tuada entre o mar e a montanha, a pequena cidade de 40 mil habitantes costuma receber 1,5 milhões de tu-ristas todos os anos.

Um dos diferenciais de Paraty está na combinação das belas paisa-gens naturais, são mais de 80 praias,

cachoeiras e 65 ilhas, com o charme da arquitetura colonial da cidade, que parece ter saído de um livro de História. Se suas ruas de pé de mole-que dão pistas a respeito de sua rele-vância histórica, o centro histórico, a arquitetura religiosa dos séculos XVIII e XIX não deixam dúvidas: a cidade é um símbolo da colonização portuguesa no Brasil.

A origem da antiga Villa de Nos-sa Senhora dos Remédios de Paraty encontra divergência entre os histo-riadores. A primeira notícia do po-voado data do século XVI. Em 1667, o município consegue sua emanci-pação política e separa-se de Angra dos Reis. Nessa época, a cidade já era produtora de aguardente e, em 1820, virou sinônimo da bebida, com mais de 150 alambiques. O rico produto da cana-de-açúcar é ainda hoje cultuado no Festival da Cacha-ça, Cultura e Sabores de Paraty, que

recebe, em agosto, os apreciadores da bebida.

Com a descoberta do ouro em Mi-nas Gerais, a posição estratégica de Paraty traz ainda mais prosperidade à cidade, que se torna um dos destinos da Estrada Real e importante porto de escoamento de ouro e pedras precio-sas para o Rio de Janeiro, de onde as riquezas seguiam para Lisboa.

Em 1950 outra estrada impulsio-na o início do ciclo do turismo na cidade. A abertura da estrada Para-ty-Cunha incentiva a descoberta do município, considerado monumento histórico do estado do Rio de Janei-ro, em 1945, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1958, e con-sagrado Monumento Nacional, em 1966. A construção da Rio-Santos, na década de 1970, consolida a vo-cação turística da cidade, que conci-lia história e belezas naturais.

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Fotos 1-7: Prefeitura de Paraty; 8: Márcia Rizzo

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1 e 2- Montanhas e barcos enfeitam o cais de Paraty; 3, 5 e 8- Centro histórico; 4- Praia da vila de Trindade; 6- Vista aérea da cidade; 7- Igreja Santa Rita

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34 Revista Correios - maio/jun 2014

Qual destino você quer ver na próxima Revista Correios?Envie para [email protected]

Nem só do turismo ecológico e história vive Paraty. A cidade abraçou uma série de eventos artísticos e hoje apresenta uma vasta programação cultural durante o ano inteiro. Confira os principais festivais e festas que movimentam a cidade:

Literatura - Poucos são os que ouvem falar de Paraty e não a associam imediatamente a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Ela é um dos grandes convites e atrativos culturais para se visitar o município. “A cidade me despertou interesse desde quando assisti pela TV a primeira edição da Flip. As imagens da cidade repleta de grandes autores me encantaram na época. Minha mãe também ficou com vontade de explorar a cidadezinha”, relembra o jornalista Lucas de Carvalho Doca, que mora no Rio de Janeiro e visitou a cidade pela primeira vez em 2013. A Festa Literária Internacional de Paraty, criada há 10 anos, inseriu o Brasil no circuito dos festivais internacionais de literatura. Nos cinco dias de festa, são realizados mais de 200 eventos que incluem shows, debates, exposições, oficinas.

Música - A mostra Internacional de Música em Olinda que começou, em 2004, como um encontro de músicos na cidade pernambucana, cresceu, apareceu e se tornou o Movimento MIMO. O festival internacional de música, que ocorre também em Ouro Preto, desembarcou o ano passado em Paraty, trazendo música, cinema, arquitetura, artes visuais. O MIMO

Cultura de janeiro a janeiro

oferece atrações de música plural, vindas de diversas partes do planeta. Um panorama dos diversos ambientes sonoros, com concertos de música erudita, jazz, world music, música brasileira e o que há de mais instigante na cena contemporânea internacional.

Celebração da fé - A tradicional Festa do Divino Espírito Santo de Paraty foi considerada pelo IPHAN, em 2013, Patrimônio Cultural Brasileiro. A celebração do Espírito Santo é uma manifestação cultural e religiosa de origem portuguesa e constitui-se de festas de agradecimento, de pagamento de promessas e de cooperação entre os indivíduos da comunidade. A celebração propicia momentos importantes como o almoço do Divino, a distribuição de carne abençoada e de doces, procissões, ladainhas, novenas, missas, bonecos folclóricos, competições esportivas, gincanas, concursos, musicais, shows de calouros, bingo, entre outros.

Fotografia - O evento Paraty em Foco é atualmente é o maior encontro de fotografia da América do Sul. Exposições ao ar livre, ocupações temporárias, projeções multimídia e intervenções em diversos formatos estão entre os ingredientes que fazem do Paraty em Foco um prato cheio para os amantes da fotografia.

Flip e MIMO (à esq.) estão entre os principais eventos culturais de Paraty

Quando irCom clima quente, úmido e tempe-ratura média anual de 27 °C, a cidade oferece opções de lazer e eventos culturais durante o ano inteiro. Além de restaurantes , galerias e monumentos históricos, o turista pode desfrutar as praias, cachoeiras e trilhas. É possível ainda visitar comunidades quilombolas e tribos indígenas do município.

Como chegarA 256 km do Rio de Janeiro e a 307 km de São Paulo, pode-se chegar a Paraty por meio da rodovia Rio-Santos. Outra opção será a rodovia Serra Paraty – Cunha, que deverá ser concluída em dezembro desse ano.

Onde se hospedarA lista de hotéis e pousadas é varia-da e atende a diferentes perfis de viajantes. No Centro Histórico cos-tumam ficar as acomodações mais caras, pois lá está a concentração de bares, restaurantes, e saídas de passeios . Na estrada para Cunha, há pousadas que mostram o lado serrano da região.

CustosHospedar-se em Paraty custa em média R$ 130. As hospedagens mais econô-micas ficam em bairros como Pontal, Caborê e Portal. Os preços costumam subir durante a Flip. O valor dos passeios na cidade varia entre R$ 30 e R$ 300.

DeslocamentoO ir e vir na cidade não é dos mais fáceis. Em geral, o transporte público deixa a desejar e os táxis não utilizam taxíme-tro, o que pode encarecer os trajetos. Também não é permitida a circulação de veículos no Centro Histórico. A boa notícia é que algumas pousadas em-prestam bicicletas para os hóspedes.

Como enviar seus postais:A agência dos Correios em Paraty fica lo-calizada na Rua José Milton de Oliveira, S/N, Centro Histórico.

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maio/jun 2014 - Revista Correios 35

Eu, Correios

E le trabalhou nos Correios por 24 anos. O número, apesar de considerável, não tem tanto impacto, le-vando em consideração que a empresa tem empre-

gados que passam o dobro desse tempo nas unidades ecetistas. No caso de Agostinho Gonçalves Mota, o que chama atenção é que a ligação dele com os Correios vai bem além das mais de duas décadas de trabalho. Então quem é, o que faz e por onde anda esse homem?

Seu Agostinho nasceu em 1925, em Três Lagoas (MS), a 338 quilômetros da capital. Aos 17 anos se alistou para servir ao Exército e seguiu para o Rio de Janeiro. De lá, dois anos depois, iria para a Itália lutar contra as tropas de Mussolini na 2ª Guerra Mundial. No combate, orgulha-se de ter sido um dos responsá-veis pela rendição da 148ª divisão alemã.

Ao receber a dispensa do Exército, o ex-militar vol-tou ao Brasil em 1948. Com dificuldades para conse-guir emprego, só se reestabeleceu quando encontrou uma oportunidade nos Correios de Campo Grande. Seu Agostinho foi um dos primeiros funcionários da primeira agência da capital.

Depois de muito trabalho, aposentou-se. Isso já faz 42 anos, mas ele nunca perdeu a ligação com a em-presa. Se foi no “céu do pantanal que nasceu o Papai Noel”, como diz a música de Geraldo Espíndola, não temos como afirmar, mas em 1994, o homem que lutou na guerra viu surgir um dos maiores projetos de soli-dariedade do País: o Papai Noel dos Correios.

Desde o surgimento da campanha no estado, o ex-funcionário é o Papai Noel que leva a esperança para crianças que escrevem cartas pedindo que os sonhos

sejam realizados pelo bom velhinho. A relação dele com o projeto é tão forte que seu Agostinho virou tema de selo durante o último lançamento regional do proje-to, com a foto dele vestido com a fantasia do Papai Noel.

Quando questionado sobre a emoção de reavivar a crença infantil no Papai Noel, seu Agostinho afirmou: “É muito gratificante, para quem passou o que eu vivi, poder agora dar essa alegria para as crianças”. Ainda emocionado, ele agradeceu a homenagem dos Cor-reios. “Eu já recebi várias homenagens na minha vida, mas essa foi muito especial, pois os Correios são mui-to importantes para mim”.

Conhece ou tem uma boa história sobre o dia a dia de trabalho? Conte para a gente no e-mail [email protected]

Seu Agostinho (3º à esquerda) em frente à primeira agência dos Correios em Campo Grande: dedicação por 24 anos de trabalho lhe rendeu prêmio

O homem que lutou na 2ª Guerra e hoje realiza sonhos Conheça a história do seu Agostinho, empregado dos Correios que mesmo depois de aposentado mantém uma ligação especial com a empresa

Marcos Ermínio - Campo Grande News

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36 Revista Correios - maio/jun 2014

Esportes

Alexandra, a Grande

A vida de Alexandra Priscila do Nascimento, ponta-direita da Seleção Brasileira de handebol feminino, daria um bom conto de fadas com direito a rei e rainha. E rainha ela é: em 2012, foi eleita a melhor jogadora do mundo na modalidade. Antes dela, nenhum representante (feminino ou masculino) do País havia ficado sequer entre os cinco finalistas. Ela carrega no nome o “Nascimento”. É o nasci-mento de uma nova era do handebol no Brasil.

A trajetória da brasileira que abriu os olhos do mundo para o handebol nacional

A lexandra, ou Alê, é uma mulher de voz doce e jeito de menina, mas quando entra em quadra, vibra e luta como uma guerreira. Ela não é do

tipo que se intimida com a força das adversárias, pois ela sabe que pode fazer a diferença dando o seu me-lhor. Assim como seu homônimo, Alexandre, o Gran-de, para quem as barreiras existiam para serem ultra-passadas, as dificuldades que a jovem já passou não tiraram dela a raça e a vontade de vencer. “Os obstá-culos são um estímulo para mim”, confessa.

Nascida em Limeira (SP), a handebolista tem o es-porte no DNA. Ela é filha do jogador de futebol Suemar Nascimento e a mãe praticava vôlei quando jovem. Quando Alexandra completou cinco anos, a família mudou-se para Espírito Santo (ES). Para seguir car-reira no esporte, o pai estimulava o irmão mais velho da jogadora. De longe, ela só observava. “Eu queria mostrar para meu pai que eu também era capaz de ser uma atleta”, conta. Antes do handebol, Alê tentou o atletismo, o vôlei, o basquete e o futebol. “A minha

“Hoje posso dizer que sou uma pessoa realizada. Fui eleita a melhor do mundo, fui campeã mundial e casei com o homem da minha vida”

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maio/jun 2014 - Revista Correios 37

mãe morria de vontade de que eu jogasse vôlei, mas não deu. Aos 10 anos, experimentei o handebol pela primeira vez e nunca mais pa-rei. Era aquilo que eu queria”, re-corda. Para ela, a dinâmica do han-debol era mais atraente. “Eu gostei daquele esporte corpo-a-corpo”, justifica.

O pai não pôde presenciar o su-cesso da filha, pois faleceu em razão de uma insuficiência renal quando ela tinha 12 anos. As coisas ficaram mais difíceis para a família, mas a mãe da jogadora não deixou o so-nho da jovem morrer. “Alexandra só treinava e estudava. Algumas pes-soas diziam que eu a criava como gente rica, mas eu respondia que ela tinha um sonho e que iria alcançá-lo”, conta a mãe, Nelza Nascimento. Ela trabalhava e dava um jeito de ar-ranjar o dinheiro da passagem para a atleta ir aos treinos. “Para jogar, eu pegava o tênis escondido do meu irmão e depois colocava no mesmo lugar”, revela.

Aos 18 anos, Alexandra iniciou sua carreira profissional em um time de Jundiaí (SP). De lá, passou pelo time de Guarulhos e, depois de meia temporada, já foi chamada para jogar na Europa. A jogadora es-tava no último ano da faculdade de Pedagogia, mas largou os estudos para jogar handebol na Áustria, no Hypo Nö. “Não me arrependo disso. Eu fui atrás de um sonho”, afirma. Após de 10 anos em solo austríaco, a brasileira assinou, no início deste ano, contrato com a equipe romena, Baia Mare.

Nova casa, nova históriaNa Áustria, vieram os outros obs-táculos a serem superados. Logo que chegou, fazia -14°C. Com chuva ou neve, as atletas deveriam estar bem cedo no centro de treinamento. Treinavam duas vezes ao dia. Para piorar, a brasileira não sabia falar alemão, idioma local. A comissão técnica do time logo exigiu que a

A ponta-direita da seleção brasileira cravou seu nome na história da modalidade

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38 Revista Correios - maio/jun 2014

irá incentivar ainda mais a prática do handebol no território nacional.

Os planos futuros da atleta en-volvem assuntos não relacionados ao esporte. Mesmo sendo o han-debol a grande paixão de sua vida, ela diz que está chegando a hora de dar uma pausa em nome de ou-tros anseios. “Agora vou buscar a medalha olímpica no Rio 2016 e de-pois tentarei outro grande sonho: ser mãe”, revela.

PatrocínioAlexandra enfatiza a visão adianta-da que a empresa teve em relação ao handebol do Brasil “O apoio dos Correios foi crucial para a modalida-de. Antes de conseguirmos qualquer coisa, a empresa confiou na gente. Isso edifica”, argumenta. Alê obser-va que, depois dos incentivos recebi-dos e do ouro no mundial, o cenário na modalidade vem mudando gra-dativamente. Com humildade, ela deixa seu recado. “Agradeço a Deus e ao handebol por tudo o que con-segui alcançar. Passei por dificulda-des, mas consegui vencer. E onde estou agora não tenho nada a pedir a Deus. Só tenho a agradecer”.

invicta na casa da anfitriã, a Sérvia, por 22x20. A arena era um grande mar vermelho de 20 mil torcedores sérvios. Alexandra estava lá. Não só estava como foi a artilheira da de-cisão, com seis gols. Ela lutou, cor-reu, reclamou e jogou. Jogou muito. Como ela mesma diz: “só vale a pena quando dou o melhor de mim”.

As meninas do Brasil silencia-ram a arena. Só se ouvia o brado de “É campeão!”, em português. Em um português sofrido, embar-gado, pois o grito estava entalado na garganta desde 2011, quando as brasileiras perderam nas quartas-de-final e ficaram em quinto lugar no Mundial em São Paulo. “Hoje posso dizer que sou uma pessoa realizada. Fui eleita a melhor do mundo, fui campeã mundial e ca-sei com o homem da minha vida”, celebra Alexandra.

Após tantas conquistas, Alexan-dra também foi escolhida para ser a embaixadora mundial do handebol nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014, em agosto, na Chi-na. Algo que, para ela, é de extrema importância para mostrar a força do País no cenário mundial e que

atleta fizesse um curso para apren-der a língua. E aprendeu bem: por 10 anos, foi tradutora do treinador alemão para as outras sete jogado-ras brasileiras que também faziam parte do mesmo time. Ali, o mais difícil não foi acordar muito cedo, mas sim a saudade da família e dos amigos. “Estar longe das pessoas que amo foi a coisa mais penosa que enfrentei. Apesar de não de-monstrar para as pessoas que con-viviam comigo, eu chorei muito”, revela. Quis o destino que a rainha encontrasse seu rei. Patricio Mar-tinez, chileno, também jogador de handebol profissional, pediu a bra-sileira em casamento no Pan-Ame-ricano do Rio de Janeiro, em plena Vila Olímpica, em 2007. Eles se ca-saram em 2011. “Estar longe da fa-mília era muito difícil, mas, depois que conheci o Patricio, ele me aju-dou a suportar. Ele foi meu apoio presente”, conta a handebolista.

Entre outras mil, és tu, BrasilEm dezembro de 2013, a Seleção Brasileira Feminina de handebol al-cançou um feito inédito na história da modalidade: foi campeã mundial

Seleção brasileira comemora o inédito título mundial, conquistado na Sérvia em 2013

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Esportes

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maio/jun 2014 - Revista Correios 39

Almanaque

Cruzadas-postais1.Exposição filatélica que aconteceu no Rio de Janeiro em 2013.

2.Conjunto numérico que agiliza a entrega dos objetos postados nos Correios.

3. Primeiro selo postal emitido no Brasil.

4.Título de capitalização vendido nas agências dos Correios.

5.Fundo de pensão dos Correios.

6.Encomenda lançada em 2002, mais barata que o SEDEX.

7.Boneca vendida no site

Correios OnLine.

8.Cidade que sedia um Espaço Cultural Correios.

9.Comprovante de entrega do objeto.

10.Serviço internacional para envio de mercadorias com prioridade máxima de tratamento, encaminhamento e entrega.

11.Serviço que permite o cliente receber correspondência em uma unidade dos Correios.

12.Serviço que garante a entrega somente ao próprio destinatário.

13.Cadastro de Pessoa Física, inscrição realizada na agência dos Correios.

14.O Código de (?) reúne princípios e valores que retratam a identidade da Empresa.

15.O correto (?) dos objetos é muito importante para assegurar que as remessas cheguem bem a seus destinos.

16.Produto postal destinado aos deficientes visuais.

17.Patrono dos Correios.

18.Esporte patrocinado pelos Correios.

Respostas1.Brasiliana; 2.CEP; 3.Olho de boi; 4.Telesena; 5.Postalis; 6.PAC; 7.Carteirinha; 8.Juiz de Fora; 9.AR; 10.EMS; 11.Caixa postal; 12.Mão própria; 13.CPF; 14.Ética; 15.Acondicionamento; 16.Cecograma; 17.Paulo Bregaro; 18.Handebol

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