Revista brainstorm

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JORNALISMO INDEPENDENTE: UM NOVO OLHAR NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM BOTECO MOCHILAS SEM FRONTEIRAS: INTERCÂMBIO PARA TODOS TROUXE UM DISCO NOVO, VEM OUVIR página 6 página 10 página 14 Ano I / Número 1 Dezembro de 2014

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Revista experimental produzida pelos alunos do Segundo Semestre de Jornalismo da UFSM, Luan Moraes Romero, Claudine Friedrich, Sabrina Cáceres, Mariana Flores, Maira Trindade, Gabriela Pagel, Stephanie Battisti, Katia Moreira, Anelissa Cardoso e Tainara Liesenfeld.

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JORNALISMO INDEPENDENTE:

UM NOVO OLHAR

NO MEIO DO CAMINHO TINHA

UM BOTECO

MOCHILAS SEM FRONTEIRAS:

INTERCÂMBIO PARA TODOS

TROUXE UM DISCO NOVO,

VEM OUVIR

página 6 página 10 página 14

Ano

I /

Núm

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SUMÁRIO CARTA AO LEITORSomos a Brainstorm.

Criar uma revista do zero é muito difícil. Vivemos em constante agitação, em uma geração que cres-ceu rodeada por computadores e pela internet. En-tão, por que criar uma revista-papel? O fato é que estamos experimentando esse “negócio” que é fa-zer Jornalismo. Assim, nossa matéria de capa traz essa discussão, através da história da revista o Viés. Mas, jovem antenado, que tal dar uma conferida nas outras matérias dessa edição? Oferecemos ideias de trilhas em Itaara para você se aventurar. Mas, o que ir escutando durante a via-gem até lá? Separamos algumas bandas que estão fazendo sucesso em Santa Maria e região. Já para os que querem conhecer e estudar em outros pa-íses, trouxemos algumas oportunidades que a Se-cretaria de Apoio Internacional (SAI) oferece para os estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ainda, temos dicas e perfil de ba-res na cidade e também selecionamos os melhores looks dos universitários que circulam pelo campus da UFSM. Esperamos que você se inspire

EXPEDIENTERevista Experimental do 2° semestre do curso de Jornalismo UFSMLuan Moraes Romero - Editor chefeClaudine Friedrich- Editora assistente e RepórterSabrina Cáceres- Diretora de arte e RepórterMariana Flores - Diagramadora e RepórterMaira Trindade - DiagramadoraGabriela Pagel - Fotógrafa e RepórterStephanie Battisti - RevisoraKatia Moreira - Repórter Anelissa Cardoso - Repórter Tainara Liesenfeld- Repórter

Arte da capa: Anelissa Cardoso, Gabriela Pagel, Mariana Flores e Sabrina Cáceres

Responsável pela Contracapa: Sabrina Cáceres

Contracapa: Fotos de alunos da UFSM (colabora-dores). Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Felippe Richardt, Deirdre Holanda, Vitor Ceolin, Nadine Kowaleski Ribeiro, Vitor Ceolin e Israel Orlandi.

Editor chefe

NO ROLÊ Uma vista além dos montes Pág. 3

PAPO RETODos cinemas para os hospitais Pág. 4

PÉ NA ESTRADAMochilas sem fronteiras: intercâmbio para todos Pág. 6

CAPS LOCKSob um novo viés Pág. 8

ROLÊ NA NIGHTNo meio do caminho tinha um boteco Pág. 10

IT PEOPLECada um com seu estilo Pág. 12

SOLTA O SOMTrouxe um disco novo, vem ouvir Pág. 14

ALÉM DA SELFIEMostra fotográfica Pág. 16

BRAINSTORM

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Todos os anos, turistas de diversas cidades visitam os inúmeros pontos turísticos entre Santa Maria e Itaara. Morros e matas que contornam Santa Maria escondem muitos lugares belíssimos e, ao mesmo tempo, desafiadores, por se tratar de locais ainda pouco explorados. O desafio, neste caso, torna esses lugares ainda mais encantadores.

Para os que gostam de se aventurar, existem trilhas que nos surpreendem do início ao fim, proporcionam relaxamento, descanso para a mente, além de ser uma boa atividade física para o corpo. Já os que preferem ficar mais acomodados, as cascatas são outra ótima opção.

Trilhas e cascatas, como já se vê, são as preferidas dos viajantes, porque a maioria não possui custo de entrada, diferente dos balneários. Entretanto, a diversão pode ir por água abaixo se não for bem planejada antes. Pensando nisso, a Brainstorm selecionou uma lista de cuidados básicos para esse tipo de atividade:

>Nunca vá sozinho, por mais que você conheça o local e se sinta seguro. Surpresas desagradáveis podem aparecer;

>Mantenha celulares e outros meios de comunicação sempre ativos;

>Tenha um kit de primeiros socorros, que inclua pomadas, faixas, remédios para dor, pinças, tesouras etc.

Uma Visita além dos Montes O semestre está no fim. Que venham as férias para curtir bons momentos com a família e os amigos. Então, que tal se desconectar da rotina para tomar um ar fresco, ter contato com a natureza e admirar lindas paisagens? A Brainstorm descobriu para você alguns lugares encantadores nos arredores de Santa Maria.

>Protetor solar e repelente;

>Alimente-se bem e mantenha-se sempre hidratado;

>Use calçados fechados, como tênis e botas.

Segundo o Clube Trekking, que realiza eventos como rapel, hiking, travessias, acampamentos, trilhas de mountain bike, canyoning e escaladas leves, existem mais de 470 cachoeiras na região. Aqui vão algumas:

Cascatas Sete Lagos: fica em Itaára, município vizinho a Santa Maria, tem fácil acesso e águas que vão ficando mais claras durante o seu percurso. Estão entre as mais procuradas pelos turistas.

Ponte de Ferro: também em Itaára, é um pequeno trecho de uma linha férrea. São, em média, 3 km de caminhada sobre os

trilhos de trem. A atração inclui rochas, flores e fazendas, ideais para fazer rapel e exploração.

Cachoeira Véu de Noiva: fica na localidade de Três Barras, Santa Maria. É um ótimo local para levar crianças e para acampar.

Caminhar por trilhas e cascatas proporciona muitos benefícios para o nosso organismo: mantém o corpo em forma e a mente relaxada; reduz o peso corporal; melhora a autoestima, a resistência cardiovascular, a qualidade do sono e da circulação; fortalece os ossos, músculos, tendões e ligamentos, principalmente das pernas, eliminando o estresse e trazendo grande bem estar.

Agora, imagine tudo isso e adicione ingredientes como o contato com a natureza, ar puro e uma boa dose de aventura.

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Katia Suelem Moreira

Imagens: Divulgação/Google im

agens

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Dos cinemaspara os hospitais

Com inspiração em grupos atuantes nos EUA, Hernán Mostajo criou o grupo Darth Vader - Legião do Bem para levar alegria a crianças hospitalizadas.

O Darth Vader - Legião do Bem é um grupo que, através de atividades de cunho teatral e uso de fan-tasias da saga Star Wars, leva alegria e brinquedos para crianças hospitalizadas no Rio Grande do Sul, principalmente as que estão em tratamento contra o câncer. Suas atividades iniciaram em 2013, sob a liderança de Hernán Mostajo, nosso entrevistado.

- Como surgiu a ideia de criar a Legião do Bem e por que a saga Star Wars foi escolhida para o tema?Bom, eu moro perto da boate Kiss e no dia da tragédia, 27 de janeiro de 2013, eu fui até lá aju-dar e vi coisas horríveis, dignas de cenário de guerra. E aquilo não saiu da minha cabeça por meses. Comecei a pensar em como o ser huma-no é algo frágil, e eu, sendo jovem ainda, preci-sava fazer alguma coisa por alguém. Na verdade,

eu já sabia que havia cosplays da saga Star Wars atuando no Hospital do Câncer de Los Angeles, nos Estados Unidos. No começo, eu não pensa-va no grupo, pensava em trazer o Darth Vader e me apresentar nos hospitais de Santa Maria, nem pensava em abarcar o Rio Grande do Sul.

-Como foi o processo para que a Legião do Bem tomasse forma? Eu entrei em contato com a Disney Brasil e eles me sugeriram que, se eu quisesse oficializar o cosplay para atuar dentro de hospitais, eu deveria seguir o padrão americano, que é muito bem elaborado, inclusive. O dia 15 de setembro de 2013 foi a data que oficialmente Darth Vader – Legião do Bem foi apresentada através das redes sociais, mas o pro-jeto de criação e elaboração começou em maio de 2013. Durante 3 meses, foram realizadas várias

Anelissa Cardoso

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ações para a criação do projeto, como adquirir a licença Disney para a divulgação pública em gran-de escala de mídia dos personagens da Saga Star Wars, realizar a compra dos vestuários devidamen-te licenciados da marca através de seus represen-tantes no Brasil e EUA, a orientação de uma psicó-loga e a criação da equipe voluntária. Após isso, um menino chamado Eric, de 11 anos, conversou comigo no Facebook dizendo que era fã da saga Star Wars e que tinha câncer; então, com a ajuda dos pais dele, fomos no HUSM fazer uma surpresa. -Este ano, vocês iniciaram a campanha Corte Feliz. Como surgiu a ideia? Tudo começou com a Alicia, de 8 anos, que tem um irmãozinho com câncer; ela estava brincan-do com as crianças na Turma do IQUE quando viu uma menina chorar porque haviam dito que ela era careca. Então, a Alicia quis doar o cabelo para que as meninas não se sentissem feias por serem carecas. A partir daí, a campanha começou. Ago-ra, estamos planejando um banco de perucas para as crianças, o primeiro do Rio Grande do Sul. O banco começará com um estoque inicial de 20 pe-rucas e terá o cadastro das crianças interessadas em recebê-las; a criança usará a peruca durante o tratamento e, quando curada, devolverá para

que a peruca possa ser usada por outras crianças.

-De onde vêm os recursos para a Legião?Os recursos vêm do meu Museu de Ufologia Vic-tor Mostajo, das atividades do observatório iti-nerante e de doações. Não somos ONG e não recebemos nenhum recurso governamental.

-Quantos voluntários atuam no grupo atual-mente?Após a seleção, que ainda vamos realizar este ano, teremos em torno de quarenta.

CAMPANHA CORTE FELIZ

Como doar: As mechas devem ter de 10 a 15 cm e podem ser entregues no Cen-tro de Apoio a Criança com Cancer (Rua Erly de Almeida Lima, 365 – Camobi) ou na Turma do Ique (Campus da Universi-dade Federal de Santa Maria – Camobi).

Fotos: Divulgação

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Mochilas sem fronteiras: intercâmbio para todos

Com mais de cem convênios ativos com diversas universidades estrangeiras, a Secretaria de Apoio Internacional (SAI) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) oferece todo o auxílio e informa-ção necessários aos acadêmicos que de-sejam fazer um intercâmbio. Seus maiores programas são a Asso-ciação de Universidades Grupo Montevi-deo (AUGM), o Bilateral e o Ciência Sem Fronteiras (CsF). O local do intercâmbio depende do interesse do aluno e das uni-versidades que disponibilizam o curso ou

a linha de pesquisa. Antes de escolher o programa, o es-tudante precisa cumprir algumas normas impostas pela UFSM, como ser um aluno regularmente matriculado na universida-de, atingir a média (7) em todas as cadei-ras e estar no 4º semestre, com, no míni-mo, 20% do seu curso completo. Também é preciso estar com o passaporte pronto antes da inscrição no programa escolhido e montar um programa de estudos, feito e aprovado junto com a coordenação do curso.

Associação de Universidades Grupo Montevideo Voltado para a Amé-rica Latina, a AUGM oferece a opção de os alunos complementa-rem seus estudos em países como Argenti-na, Bolívia, Brasil, Chi-le, Paraguai e Uruguai. Abrange os níveis de graduação, mestrado e doutorado em todas as áreas acadêmicas. A duração de cada

intercâmbio é de um semestre e, para poder participar, o

aluno deve ser brasileiro, ter no máximo 30 anos e não ocupar cargos docentes. É de responsabili-dade do aluno providenciar os documentos para o visto e preencher os formulários necessários, processo no qual a SAI auxilia. A AUGM não exi-ge o domínio da língua espanhola, porém é re-comendado que o aluno tenha, pelo menos, um nível básico. Após a chegada da Carta de Aceite da universidade escolhida, o aluno deverá fazer um seguro saúde, que pode ser realizado em agências como a Intercultural, Egali Santa Maria, Porto Seguros e em bancos. Para mais informações, acesse o site ofi-cial da AUGM: www.grupomontevideo.org.

Bilateral O programa Bilateral atua em univer-sidades públicas e privadas ao redor do mundo. As mais procuradas pelos alunos da UFSM são a Universidade do Porto e a de Coimbra (Portugal), a Universidade de Nottingham (Inglaterra) e a Universidade de Paderborn (Alemanha). O programa é voltado apenas para a graduação e abran-

ge todas as áreas acadêmicas. Após a inscrição, o processo de seleção consiste na escolha da universidade, que fica condicionado ao número de vagas dis-poníveis. O critério de desempate leva em conta a média do candidato, além de dar preferência àqueles de semestres mais avançados. Caso o aluno escolha uma uni-

Gabriela Pagel

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versidade que não está entre as convenia-das, deve mandar um e-mail para a insti-tuição desejada e esta decide se aceita o estudante ou não. O discente precisa providenciar os documentos exigidos pela universidade de destino. Após a chegada da Carta de Aceite, o aluno deve entrar em contato com a SAI para efetuar a regularização dos documentos, providenciar o visto e o

seguro-saúde. Em caso de universidades privadas, a UFSM auxilia apenas no paga-mento das taxas acadêmicas (matrícula e mensalidade); logo, é responsabilidade do acadêmico custear o restante, como as passagens e a documentação. Para mais informações, acesse o último edital do programa pelo site da SAI w3.ufsm.br/sai.

Ciência Sem Fronteiras

Com uma média de 200 alunos por semestre, o Ciência Sem Fronteiras é o maior programa de intercâmbio ativo na UFSM. Os estudantes têm a opção de escolher entre países da América do Norte, Europa, Oceania e a Coréia do Sul. Após a escolha do país, o aluno opta pela universidade na qual irá estudar. O programa abrange as áreas das Engenharias, Ciências Exatas e Ciências da Saúde, com exceção do curso de Psicologia.

Entre os requisitos necessários para realizar o intercâmbio, consta que o aluno não pode ter duas reprovações nos dois semestres antecessores à inscrição, deve obter nota mínima (600) no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), nota mínima no teste de proficiência linguístico, que varia con-forme o país almejado, e também ter o domínio do inglês. Já pelo processo seletivo interno da UFSM, o aluno deve entregar na SAI ou por e-mail o Com-provante de Inscrição no Programa, seu Histórico Escolar completo (que deve ser retirado no Depar-tamento de Registro e Controle Acadêmico – DER-CA) e o Comprovante de Iniciação Científica. O aluno interessado deve ficar atento aos edi-tais, tanto o nacional quanto o da UFSM, que geral-mente são divulgados uma vez por ano. Para mais informações acesse www.cienciasemfronteiras.gov.br.

Para manter o vínculo acadêmico com a UFSM, é preciso se matricular na cadeira de Intercâmbio Cultural (INT-1000). Para isso, o estudante precisa entregar para a SAI vários documentos que compro-vam a mobilidade acadêmica, como o termo de concessão de bolsa, o plano de estudos, a carta de acei-te, o seguro-saúde e a ficha cadastral do respectivo convênio. Após isso, o aluno precisa se matricular em uma cadeira qualquer, que posteriormente vai ser trocada pela INT-1000. As cadeiras realizadas pelo aluno durante a mobilidade só poderão ser validadas no retorno à UFSM pela coordenação do curso de cada aluno, que poderão ser aproveitadas como Disciplinas Complementares de Graduação (DCG’s) ou Atividades Complementares de Graduação (ACG’s).

__________________________________________________Contato

SAI - Secretaria de Apoio InternacionalAv. Roraima, nº 1000. Prédio 47 (Reitoria), 7° Andar, sala 748

Telefone: (55) 3220-8774 e (55) 3220-8934E-mail: [email protected]

Horário de atendimentoManhã: terça, quarta e sexta, das 8h30 às 11h30.

Imagens: Divulgação

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FIQUE LIGADO!

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A imprensa, atualmente, é considerada por muitos estudiosos o quarto poder da esfera social, devido à sua capacidade de manipular a opinião pública, ditar regras de comporta-mento e, até mesmo, influenciar as escolhas dos indivíduos e da sociedade. Desde o seu surgimento, a imprensa tem adquirido carac-terísticas de uma sociedade extremamente competitiva sob o panorama capitalista, con-solidando-se como uma mídia hegemônica liderada por grandes conglomerados de co-municação. No entanto, em meio a tudo isso, surge um jornalismo alternativo, que parece ganhar cada vez mais força ao cobrir fatos e informações muitas vezes ignorados e negli-genciados pela grande mídia. É o caso, por exemplo, da Revista o Viés criada por sete alu-nos de Jornalismo da UFSM, no ano de 2009. Desde o início da faculdade, os acadêmi-cos que deram início à revista, pautada por um jornalismo a contrapelo, tinham o dese-jo em comum de construir algo além daquilo que as atividades curriculares lhes proporcio-navam. A proposta se concretizou então com a criação de um blog, onde cada um, seguin-do anseios pessoais, poderia escrever textos a partir de uma perspectiva mais livre do que a acadêmica, sobre diversas formas e temas que, segundo eles, necessitavam mais espaço na mídia. Contudo, a preocupação com a pe-riodicidade era menor, não existia uma divisão de tarefas e a divulgação se dava, basicamen-te, através de conversas em rodas de amigos. Ao longo dos anos, a proposta de o Viés foi se delineando. O nome da revista adquiriu maior consistência ao se ajustar a questões

historicamente marginalizadas e pautar uma comunicação mais diversa, plural e coletiva. A partir de preocupações e incômodos dos alunos perante a estrutura vigente, um jorna-lismo com uma proposta ética diferente, en-gajado e militante foi tomando forma. Novos olhares, novas perspectivas, um novo viés. O trabalho coletivo, sempre ressaltado, per-mitiu que os jovens crescessem tanto pessoal como profissionalmente, ao se adaptarem ao mercado, ao retorno do público e às deman-das, amadurecendo ideias e perspectivas. O grupo, que, aos poucos, cresceu integran-do mais pessoas, percebeu a necessidade de organizar melhor as tarefas com edições mensais e reuniões deliberativas. Atualmen-te, a revista conta com o trabalho e a coope-ração de 30 pessoas. A divisão das tarefas se deu com a criação de comissões internas, com a escolha de redatores fixos, colunistas, publicitários, colaboradores e um analista de sistema para o desenvolvimento do site. Grande parte dos textos e matérias é tra-balho dos colaboradores. Desde que siga uma linha ideológica parecida e apresente um viés alternativo, a participação de qualquer pessoa é bem-vinda. Para colaborar, os interessados devem enviar seu texto e dados pessoais para o e-mail [email protected]. Apesar de não haver um processo seletivo com crité-rios pré-estabelecidos, o texto passa por uma avaliação da equipe e o autor é contatado se o conteúdo for publicado, podendo até ser convidado a se tornar um colaborador fixo. A revista é pensada para os moldes digitais. Já teve, em 2009, uma edição especial de aniver-

Sob um novo viés Em novembro deste ano a revista o Viés completou cinco anos de história, desenvol-vendo um jornalismo alternativo, independente e militante. A iniciativa que nasceu dos anseios de um grupo de acadêmicos de jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria, mostra que a democracia só se faz com ação.

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Tainara Liesenfeld

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sário que foi impressa. No entanto, é no meio eletrônico que ela se consolida, por meio de reportagens, contos, artigos, poesia, histórias, charges e crônicas, pelo viés de cada um, pelo viés de como o mundo se apresenta aos respec-tivos autores. Em 2014, o site passou por mu-danças a fim de se estruturar melhor com uma nova arquitetura de informação. A proposta é abranger um público maior e diversificado, es-tendendo, de forma acessível, a democratização dos meios não só ao cenário santa-mariense. Em julho deste ano, o Viés firmou par-ceria com a Supernova Rádio WEB, onde oito dos redatores se alternam em duplas a cada semana para apresentar o Ruído. O progra-ma vai ao ar nas quintas-feiras e pauta temas que têm tido repercussão através de boletins de notícias, músicas, comentários e deba-tes. Além disso, a cobertura e divulgação de alguns eventos e movimentos sociais em-blemáticos podem ser acompanhadas atra-vés do canal do YOUTUBE e pelo perfil nas redes sociais Facebook e Twitter, platafor-mas que facilitam a interação com o público. Sem fins lucrativos, a revista é patroci-nada pelo Sinprosm (Sindicato dos Professo-res Municipais de Santa Maria), Assufsm (As-sociação de Servidores da UFSM), Sindicato

dos Bancários, Subsolo Art, Café Cristal e as bandas Guantánamo Groove e Geringonça. A disseminação dos conteúdos produzidos se dá em parte pela parceria com a Revista Ví-rus Planetário, do Rio de Janeiro, que também produz um jornalismo objetivo e militante, na luta pelo fim das desigualdades sociais. Entre-tanto, apesar de estabelecer fortes parcerias, o grupo o Viés estuda novas formas de finan-ciamento para o domínio do site, a fim de fo-mentar sua produção e distribuição cultural. Para isso, discutem formas de encaixe nos edi-tais de financiamento do Ministério da Cultura. Há cinco anos em Santa Maria, a revista é descrita pela equipe como “um encontro da-queles que querem falar além”. O trabalho co-letivo que se fez necessário para a construção de um novo viés, hoje, é recompensado com um grande número de leitores. Os alunos que deram o passo inicial - movidos pelo sentimen-to inquietante de reverter alguns pontos do jornalismo e aproximar o discurso com a prá-tica – acreditam que propostas assim devem se fortalecer. A iniciativa que, por sinal, deu certo serve como exemplo e reforço de que a democracia e a democratização da mídia só ocorrem na prática e que, para isso, é neces-sário muito esforço, paciência e dedicação.

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Imagem

: Divulgação

Conheça e acompanhe o conteúdo da Revista o Viés pelo site: www.revistaovies.com.

Arte: Mariana Flores

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No meio do caminho tinha um boteco...

Ambiente com temática tropical e ênfase nas cores verde, amarela e azul. O Freguesia – Som e Bar apresenta música ao vivo diariamente e no final de semana são abertos dois ambientes, com estilo musical diferente em cada um dos andares do esta-belecimento. O Bar está com o Projeto Verão em evidência, com programação fixa na quarta-feira (Boate Azul, com Léo Pain) e na quinta (Banda Agito Capilar). Seu público é diversificado, compos-to por jovens, adultos e, até mesmo, casais mais velhos. O Fre-guesia oferece petiscos diversos (iscas, pães recheados, bolinhos de peixe e de queijo), caipiras, cervejas, além do chopp, que fica em promoção todas as terças-feiras. Os proprietários são Vinicíus Brazil Torres e Diego Braga.

“Requinte e bom gosto no melhor estilo dos anos 50”. Dos irmãos Thaubert e Thanon Carvalho, o Comcerva é o único bar de Santa Maria com banda própria, a “Samba em Comcerva”. Na segunda--feira, o bar apresenta rodízio com até 15 tipos de petiscos; na quarta, espaço de chorinho – música popular e instrumental brasileira; no sábado, feijoada ao meio-dia com música ao vivo. O Comcerva tem toda sua decoração inspirada na boemia carioca e paulista. É direcionado ao público de meia-idade, estabilizado economicamente. O nome pode apresentar três conotações: “com ceva” – nome popular dado à cerveja; “conservar” amizades e parcerias; e “conserva” de alimentos, forma de armazenamento comum em botecos nos anos 50.

Música alta, gingado, bate-papo, gente alegre, garçons circulando, bebidas, petiscos... Esse é o cenário de muitos botecos em Santa Maria, locais de fazer amizades, discutir política, futebol, negócios, enfim, de construir histórias. E o que não falta nessa cidade universitária é público jovem a fim de relaxar, curtir esses ambientes descontraídos e aproveitar os momentos de lazer. Então, preparamos para nossos leitores uma seleção de botecos famosos na cidade, que, com temática particular, acolhem públicos de diferentes idades, com diferentes gostos e personalidade.

Claudine Friedrich

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Inauguração: 07 de agosto de 2014Funcionamento: De quarta a segunda, das 18h às 01hEndereço: Esquina das ruas Riachuelo e Pinheiro Machado, 402 – Centro

Inauguração: 08 de agosto de 2013Funcionamento: De terça a sábado, das 19h à 01hEndereço: Avenida Fernando Ferrari, 1360 – Bairro Nossa Senhora de Lourdes

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Pub que apresenta estética tipicamente americana e foi inaugu-rado no dia da Independência dos Estados Unidos. A temática do Pub e o nome, em homenagem ao ex-presidente Abraham Lincoln (1809-1865), deve-se à influência da nacionalidade de Michael Herlo, um dos proprietários. De segunda a sábado, acontecem apresentações ao vivo com artistas locais que tocam Pop, Rock e MPB. No domingo, a entrada é gratuita, pois o destaque é a culinária norte-americana, com vários tipos de hamburgueres e milkshakes. O Lincoln Pub é um ambiente apropriado para um público a partir de 25 anos, de classe média-alta, e administrado por quatro sócios: Diego Codevila, Michael Herlo, Vinícius Severo e Giovani Dugatto.

O Boteco do Rosário surgiu de forma “acidental”, como afirma o proprietário Leonardo Retamoso Palma, por que tinha o intuito de ser apenas um local de reuniões, com discussões filosóficas, sociais e intervenções artísticas. Com o tempo, consagrou-se como um bar popular, com produtos que vão ao gosto do público universitário. Mas não perdeu a característica de ser um local de encontros, com espaço para sentar e prestar atenção no que está acontecendo. O cardápio apresenta diversos tipos de Kebabs (pão árabe com carne evegetais, assados ou grelhados), hambúrgueres e drinks. A programação é fixa na segunda (com música instru-mental) e na terça (destinada à palavra falada, com recital de poe-sias); nos demais dias da semana, toma conta do espaço o rock, o samba de raiz e o jazz, com prioridade para as bandas locais.

Eleito como melhor bar de Santa Maria pelo quinto ano consecu-tivo, o Bar do Pingo leva esse nome pelo apelido de seu primeiro dono, “Seu Pingo”. Disponibiliza música ao vivo todas as noites, com repertório variado, que vai desde rock, reggae, pop rock até o estilo latino. Há programação fixa na terça-feira (Free Voice – Karaokê ao público) e a Quarta Drink, com drinks liberados para mulheres das 22h à meia-noite. Administrado por Bruno Dornelles e Josias Schott, o principal público do local varia de 20 a 35 anos, sendo 80% formado por universitários. São servidas cervejas, es-pumantes, vinhos, destilados e petiscos diversos.

Imagens: Divulgação

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Inauguração: 04 de julho de 2014 Funcionamento: De quarta a domingo, a partir das 19hEndereço: Avenida Borges de Medeiros, 1789 – Bairro Noal

Inauguração: 25 de janeiro de 2011Funcionamento: De domingo a domingo, das 20h às 01h (até 22h30min a entrada é gratuita)Endereço: Rua do Rosário, 400 - Bairro Nossa Senhora do Rosário

Inauguração: 07 de março de 1951Funcionamento: De terça a sábado, a partir das 20hEndereço: Esquina da Floriano Peixoto com a Astrogildo de Azevedo, 1234 - Centro

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Cada um com seu estilo

A época da faculdade é um período de descobertas, de se inspirar, de mudar. E, dessas transformações, uma das mais visíveis é o estilo. Mudamos, nos adaptamos, conhecemos novas inspirações e novas formas de nos expressarmos. Uns prezam a praticidade e o conforto, outros andam de camisa de flanela e de coturno, mesmo no calor, firmando a personalidade. A roupa que usamos – ou que não usamos – é o que mostra a nossa identidade, o nosso estilo de vida e até as causas pelas quais lutamos. Ao andar pelo campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), encontramos pessoas com estilos muito diferentes. Entre cabelos coloridos, bombachas, dread locks e até salto alto, escolhe-mos algumas pessoas que se destacam pela maneira como se expressam por meio do

“Meu estilo é livre.” Assim se de-fine a aluna de Desenho Industrial, Cristal Bernardi. A jovem de 22 anos busca inspiração para o seu estilo no Festival Psicodália, um festival de música independente e artes que acontece em Santa Catarina. O que não pode faltar para Cristal são pul-seiras, colares, piercings e vestidos.

Inspirada no estilo da cantora Rita Lee, a estudante de Comunicação Social – Produção Editorial, Raphaela Pontelli, define seu estilo como al-ternativo, mas com mais influências hippies. A universitária de 19 anos não dispensa os acessórios no cabelo - headbands e faixas são essenciais - e adora um óculos para incrementar o visual.

Sabrina Cáceres

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Sem influências e sem conseguir definir seu estilo, a estudante de Engenharia de Produção, Laura Estivalez, só diz ser autêntica. Para a universitária de 18 anos, são essenciais os seus piercings, alarga-dores e óculos. Uma característica interessante presente em Laura é a de não usar sutiã, o que lhe repre-senta um atestado de liberdade.

O estudante de Letras – Por-tuguês, Rodrigo Luz, 26 anos, inspira-se no estilo hard rock, com direito a coturno, calça justa e cabelos compridos. Para ele, não pode faltar jeans, jaquetas e anéis. Assim, ele define seu estilo como uma mistura entre alternativo e autêntico.

A prova de que o ambiente da Universidade muda as pessoas é a estudante de Ciências Sociais, Rosana Fabrin, 22 anos. “Eu tinha um estilo bem simples até entrar na faculdade.” Diz Rosana, que veio de cidade pequena. Hoje ela se consi-dera alternativa e não abre mão de usar brinco e maquiagem.

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Fotos: Sabrina Cáceres

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...vem ouvirSe é verdade que a música une mesmo as pessoas, então essa união só pode se dar pela

variedade de ritmos e batidas que o meio proporciona. Essas conexões acontecem em uma mistura constante de sons, emoções, requebrado, malemolência, molejo, ritmo e poesias.

Santa Maria atua como meio e palco dessa diversidade. As atrações locais encantam essa cidade tão cultural. Então, se você nunca parou e experimentou dessa fonte de talentos, puxa um banco que aí vem indicações.

Germano e Lawrence

Em apenas 24 horas, com mais de 200 mil acessos, Germano e Lawrence invadiram o Youtube com o que chamaram de “brincadeira” e conquistaram seu espaço de maneira leve e espontânea. Com o jeito “gaudério” de ser e o gosto pela tradição, os meninos deram o seu toque em músicas de funk nacional e embalaram as casas de todo o Brasil. Populares com a versão de LekLek, primeira paródia de sucesso da dupla, os guris não pararam de produzir e atualmente se encontram com um total de 28 vídeos no canal no Youtube.

Tenhoum disco novo...

Nas ruas de Santa Maria e nas noites que cantam, a dupla Germano e Lawrence é recebida com carinho, através de conversas com o público. O sentimento dos fãs e a euforia são evidentes em Santa Maria e, principalmente, nos arredores: “Nas outras cidades é que estão os fãs mais enlouquecidos”, relata Germano. Segundo ele, o carinho os divirte e é especial, já que a dupla entende a reação das pessoas que gritam e, até mesmo, choram. O alcance de suas músicas não tem limite de idade. As pessoas mais velhas “nos tratam como alguém próximo da família, como se nunca tivéssemos saído de suas casas”, conta Germano. A dupla já adianta que vem música nova, prevista para fim do ano e que desta vez experimentaram algo diferente de paródia. Onde curtir?

/germanoelawrence /lawrencewendt

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Mariana Flores

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Nova Beat Na estrada, rimando por uma música que ajude a abrir os olhos das pessoas para os problemas da sociedade, a Nova Beat canta sobre política, polícia, pobreza, expressões culturais e outros temas recorrentes de indignação, e transmite em suas letras as inquietações sobre a realidade de Santa Maria. O grupo se envolve em projetos como o Coletivo de Resistência Artística Periférica (co-rap), a Batalha dos Bombeiros, a Guerrilha de

Paz, atividades de Hip Hop nas pracinhas, manifestações sociais, coletivos e ONG’s. Nessas intervenções artísticas são realizadas atividades de integração, diversão e conscientização sobre questões sociais, além de unir pessoas de todas as idades através da música. Na correria para fortalecer o cenário do Rap e Hip Hop em Santa Maria, cidade que já concentra 15 grupos de rap, Caue Jacques, Matheus Almeida, Rafael Feltrim e Henrique Heirich chegaram “derrubando a porta” e chamando pra rua os loucos por música, os inquietos e os antenados nas hipocrisias do cotidiano que, como eles, encontram no Rap uma maneira de ajudar o país. E, para quem acha que “a rua é nóis”, Henrique responde: “não importa se o lugar é fechado, importa se nós fechamos com o lugar”. Com essa frase, pode-se ver que o grupo está aberto às possibilidades e tem de sobra a vontade de espalhar suas rimas onde quer que a parceria feche. Onde curtir?

/NBRAPSM /nbnacionalsantamariense

Guantánamo Groove

O “power” trio, formado por Gustavo “Garoto” Borges, Yuri Medeiros e Vagner “Vago” Ubert, encontrou-se pelos estúdios e palcos da cidade. Após trocarem algumas ideias sobre músicas, a conexão entre eles foi inevitável. A banda Guantánamo Groove, formada em 2012, já tem uma visibilidade grande no cenário musical de Santa Maria. De uma forma natural, os meninos se uniram e pousaram nessa mistura groove sambado, rock funkeado e ska abrasileirado que cativa os jovens e adultos da cidade. Essa junção de ritmos, combinada com as letras das músicas, descreve os lugares conhecidos da cidade, como na música Itaimbé: “Embaixo de uma árvore qualquer/ Do Itaimbé e o violão/ Ecoa ao som de uma canção/ Que aponta pra depois”. Os problemas sociais locais também são evidenciados, como na música Boca do Monte: “Há racismo, homofobia/ Inibindo toda forma de pensar/ Há mulheres transgredindo/ Evoluindo seu conceito de vulgar/ Há cavalos imponentes e polícia militar/ Santa Maria: Ame ou deixe-a”. A banda possui um Extended Play (EP) com quatro músicas e pretende lançar seu disco em 2015. Onde curtir?

/GuantanamoGroove @guantanamogroov /guantanamogroove /guant-namogroove

Brainstorm 2014 15

Imagens: Divulgação

Arte: Gabriela Pagel

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16 Brainstorm 2014