Revista Beit Chabad Paraná - 30 Anos
-
Upload
beit-chabad -
Category
Documents
-
view
277 -
download
1
description
Transcript of Revista Beit Chabad Paraná - 30 Anos
Beit Chabad do Paraná
anos
Tishrei, 5773 / Setembro, 2012
Edição comemorativa
[2]
Recebi sua carta relacionada com a aproximação
do novo ano, bem como uma cópia da carta
anterior. Como foi solicitado, eu me lembrarei
de você e de sua família, bem como daqueles
mencionados em sua carta, em prece, para a
realização dos desejos de seus corações para o
bem.
Com referência às suas dúvidas e à dificuldade
de tomar decisões e sobre um sentimento de
insegurança para confiar nas
pessoas em geral, não é preciso
eu me alongar muito para dizer
que este tipo de sentimentos surge
quando alguém pensa que está
sozinho, que pode apenas confiar
em si mesmo e em seu próprio
julgamento e, portanto, sente-
se incerto e inseguro sobre cada
passo que precisa dar. Embora
ele também confie em D’us,
essa confiança de certa forma é
superficial e não está imbuída nele,
em todos os detalhes de sua maneira de viver; e
apenas em determinados dias, como as Grandes
Festas, ele se sente mais próximo de D’us.
Porém quando a pessoa tem uma profunda fé
em D’us e quando reflete que a benevolente
Providência Divina se estende a todas as pessoas,
e a todo e cada detalhe, e a todo e cada minuto,
certamente ele desenvolve um profundo senso de
segurança e confiança.
O conceito de “Divina Providência” é mais facilmente
compreendido no termo original hebraico,
Hashgachá Peratit [supervisão individual],
pois Hashgachá significa cuidadosa vigilância,
razão pela qual o termo Hashgachá também é
usado em conexão com as leis de cashrut [leis
dietéticas judaicas], onde cada detalhe precisa
ser cuidadosamente supervisionado. Uma outra
tradução que às vezes é usada para Hashgachá
Peratit, ou seja, “supervisão”, não é inteiramente
satisfatória neste caso, porque
supervisão implica “visão de
cima”, ou seja, olhar do alto, ao
passo que Hashgachá no sentido
da vigilância de D’us significa
conhecer todos os assuntos, por
dentro e por fora, completamente.
A crença nesta Hashgachá Peratit
é fundamental em nossa religião
e modo de vida, a tal ponto que,
antes de cada novo ano e durante
o início do ano, recitamos duas
vezes ao dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e
minha salvação, a quem temerei? D’us é a força
da minha vida, de quem terei medo?” Por isso
vemos que, mesmo que as coisas não ocorram
como desejadas, segundo os cálculos humanos,
e mesmo que pareça que, segundo a Torá, deveria
ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança
em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us;
sê forte e fortalece teu coração e esperança em
D’us.”
Providência DivinaSaudações e Bênçãos, 25 de Elul, 5735 (1975)
“EspEra Em D’us;
sê fortE E fortalEcE
tEu coração E EspErança Em D’us”
[3]
Em outras palavras, às vezes é necessário ser
forte e fortalecer o próprio coração para atingir
plena confiança em D’us, mas há também a
promessa de ser capaz de consegui-la.
O que foi dito acima vem mais facilmente quando
se fortalece a aderência à Torá e às mitsvot
[mandamentos] na vida diária. Não importa o
quão satisfatório isso possa ser a qualquer
tempo, sempre há espaço para aperfeiçoamento
em todos os assuntos de bondade e santidade,
Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo derivados
do Infinito. Na verdade, estou contente por notar
que, apesar das suas dúvidas, você dedica
tempo e esforço para ser útil em seu campo,
e que D’us conceda que seja com Hatzlocho
(sucesso), especialmente por isso não interferir
com períodos regulares de estudo diário de Torá.
Nesta conexão, cabe lembrar as palavras do Alter
Rebe, o fundador de Chabad, que verdadeiro
Kviat Ittim (horários estabelecidos) para o estudo
de Torá implicam não apenas no tempo, mas
também na alma.
Possa D’us conceder que você tenha boas notícias
para relatar sobre o que foi dito acima.
Desejando a você e todos os seus um Kesivo
VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado
para o bem], para um ano novo bom e doce.
Rabi Menachem Mendel Schneerson
7º Rebe do Chabad
[4]
Francisco Grupenmacher
Presidente do Beit Chabad Paraná
Como a maioria da comunidade israelita de Curitiba
a idéia da vinda de um casal de religiosos me
pareceu, em um primeiro momento, estranha, algo
fora de nossa realidade, pois já tínhamos sinagoga,
clube, escola etc. Como sempre participei
intensamente de atividades comunitárias tendo,
inclusive, frequentado e atuado em todos esses
ambientes, além dos movimentos universitários,
pensava que a atividade do Beit Chabad não se
adequaria ao perfil de nossa comunidade.
Sempre entendi que o ambiente judaico de nossa
comunidade já estava completo, tendo todas
as minhas necessidades atendidas. Naquela
oportunidade me questionei se não teriam vindo
para atender aqueles que não frequentavam
quaisquer dos ambientes comunitários.
Anos depois, já casado, com filhos e,
principalmente, a partir dos filhos, comecei a
compreender o porquê e o que o Beit Chabad fez,
faz e pode ainda fazer por todos nós.
O que mais aprendi é que o Beit Chabad vem
sempre somar. De tudo o que vi e com aqueles
que convivi nestes últimos oito anos, durante
os quais mais de perto tenho acompanhado as
atividades do Beit Chabad, todas as suas ações
tendem a sedimentar o objetivo principal, que é
a manutenção e o fortalecimento da vida e da
identidade judaica, mantendo viva a religião e
intensificando cada vez mais o respeito a ela.
Sempre foi motivo de reflexão para mim o motivo
pelo qual um casal viria de longe para uma missão
tão difícil. Por que, mesmo depois de estar aqui
por 30 anos, após ter criado seus filhos, ainda
assim aqui permanecer, trazendo outros jovens de
longe, para também transmitirem ensinamentos,
exemplos, conselhos, explicações, conforto,
ajuda aos necessitados físicos e espirituais,
orientar jovens e membros da comunidade
afastados? Qual a razão de continuarem a
contribuir para que as gerações atuais e futuras
de nossa comunidade não apenas preservem
nossa herança, mas progridam no sentido de se
melhorarem espiritualmente como seres humanos
e judeus?
Nestes 30 anos, a comunidade de Curitiba
pôde aprender a importância do trabalho do
querido casal, Rabino Fitche e Tila, assim como
o de sua comprometida família, valorizando o
desprendimento com tudo o que o realizem
e, como eu, que no princípio estranhava e não
entendia o porque de terem começado aqui
este movimento, agora admira e torce para que
continuem por mais 30, 60 anos, ou até quando
D ‘us permitir.
Mensagem
[5]
rabino yosseF e Tila Dubrawsky
O Beit Chabad do Paraná comemora 30 anos de
atuação com profundo sentimento de gratidão a
Hashem por todas Suas dádivas e pelo privilégio
de poder, em parceria com vocês, queridos
amigos e colaboradores, fazer parte do grande
exército espiritual do Rebe de Lubavitch, que foi
incumbido com a missão de trazer o conhecimento
Divino a todos os lugares do mundo. É grande
o nosso reconhecimento para todos os que nos
apoiaram, incentivaram e deram condições para
juntos chegarmos aonde chegamos.
“Abra para mim o tamanho da ponta de uma
agulha e Eu abrirei para vocês os mais expansivos
corredores do Grande Salão (do templo)”. Os
nossos Sábios dizem que D’us nos pede apenas
uma coisa. “Eu não lhe peço para mudar toda sua
vida; apenas quero que abra uma frestinha como
o olho da agulha. Dedique a Mim um momento,
um espaço, um canto de sua vida. Apenas peço
que este momento, este espaço, este canto seja
unicamente para Mim.”
Temos o prazer de oferecer esta revista para
recordar momentos de que todos fazem parte,
nos quais juntos comemoramos e juntos
vibramos com amor a D’us e às tradições da
nossa Torá. Ocasiões quando fomos ligados à
eternidade de D’us fortalecendo uns aos outros e
contribuindo para uma continuidade judaica mais
próspera. Nesta edição comemorativa também
compartilhamos histórias e depoimentos de fé
e coragem, identidade e orgulho judaico, Divina
Providência e amor ao próximo, escritos por
pessoas que moram em Curitiba; ou que aqui se
criaram ou que por aqui passaram.
É motivo de muito orgulho presenciar tantas
pessoas e famílias determinadas a abrir um espaço
único para D’us e acrescentar mais um passo
na sua observância judaica, aqui em Curitiba.
E também acompanhar uma segunda geração,
filhos dos nossos alunos (nossos filhos espirituais),
crescendo com alegria e comprometimento com
os valores do judaísmo em diversos lugares do
mundo. Isso traz à mente as palavras do Salmista
“e tu verás filhos nascerem para teus filhos;
paz haverá sobre Israel.” Certamente D’us nos
atenderá com amplitude, abençoando a todos
com o melhor em saúde, nachat e prosperidade e
que, no mérito coletivo, venha a tão almejada paz
universal, com Mashiach.
Que todos sejamos escritos e selados para um
ano novo bom e doce!
Editorial
[6]
ExpEdiEntE
CoordenaçãoRabino Yossef DubrawskyTila Dubrawsky
SecretáriaSilvia Kozminski
ConteúdoRabino Mendel LabkowskiRabino Mendel Stolik
Jornalista ResponsávelKatia Aguiar [MTB 40152]
Edição e RedaçãoFrances BarasKatia AguiarSara BursteinTila Dubrawsky
RevisãoBlima LorberKutzi SegallSara BursteinSzyja B. Lorber
DiagramaçãoKatia Aguiar
GráficaAjir Artes Gráficas e Editora Ltda
Tiragem1.500 exemplares
Fontes de alguns textospt.chabad.org
FotosArquivo Beit ChabadEida Labkowsky Paulo Mendel Kulisz Sergio WeishofTzivia Stolik
Arte páginas 35-42Vitor S. Milder
Beit Chabad do ParanáRua Alferes Ângelo Sampaio, 370Água Verde 80250-120 - Curitiba/PR55 41 3023-1398www.chabadcuritiba.com
Diretoria da Associação Israelita de Beneficência
“Chabad Lubavitch” - Beit Chabad do Paraná
Diretor: Rabino Yossef Itzchok Dubrawsky
Colel: Rabino Menachem Mendel Labkowski
Juventude: Rabino Menachem Mendel Stolik
Presidente: Francisco Grupenmacher
1º Vice Presidente: Bernardo Rzeznik; 2º Vice Presidente: Ari Zugman
1º Secretario: Kutzi Segall; 2º Secretario: Sara Burstein
1º Tesoureiro: Vitor Ricardo Hertz; 2º Tesoureiro: Flavio Barbalat
Conselho Fiscal: Ismar Strachman, Jaques Rigler, Jackson Kupper
Patrimônio: Julio Zugman, Moyses Becher, Salomão Figlarz
Educação e Cultura: Eida Labkowski, Tzivia Stolik
Eventos: Tila Dubrawsky, Lílian Zugman, Thatiana Wencik
Divulgação e Relações Públicas: André Segall, Szyja Lorber
eDição comemoraTiva aos 30 anos De FunDação Do
beiT chabaD Do paranáProvidência Divina
Carta do Rebe.......................................................................2
Mensagem
Carta do Presidente do Beit Chabad Paraná.............................4
Editorial..
Rabino Yossef e Tila Dubrawsky...............................................5
Quem Somos.............................................................................7
O Rebe...................................................................................10
Chabad Lubavitch Hoje..........................................................15
Prática Judaica
Campanha das Mitsvot..........................................................17
“Akeret Habayit” - Alicerce do Lar...........................................22
Atuação do Chabad na Comunidade
Arte, Criatividade e Tecnologia a Serviço do Judaísmo............26
Ganenu é Educação Judaica Infantil de Qualidade...................29
Chabad Curitiba Leva Mais Judaísmo a Florianópolis...............32
Há 18 Anos Ajudando a Manter a Tradição Judaica.................34
Juventude...........................................................................36
Triunfo do Espírito..................................................................40
Talmud em Português.............................................................38
Aulas e Atividades Que Agitaram os Últimos Cinco Anos............42
Imagens que Marcaram os 30 Anos.......................................50
Chabad: Luz Para Vidas
Vidas Tocadas pelo Beit Chabad do Paraná............................77
Chabad, Sua Casa Longe de Casa
Histórias de Brasileiros Acolhidos ao Redor do Mundo..........104
[7]
Quem Somos
Da Direita para esquerDa rebe rayátz, rebe rashab, alter rebe, tsêmach tsêDec e o rebe.
Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal
Shem Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo
espalhou-se rapidamente pelo mundo judaico.
O Baal Shem Tov ensinava que o judaísmo e a
Torá são propriedades de todos os judeus; que
cada um, independentemente de seu status ou
de suas qualidades pessoais, está perfeitamente
capacitado a servir a D’us.
A devoção, enfatizava ele, é vital para uma
vida plena - e o potencial religioso da devoção
é incalculável. Prazer e entusiasmo no
atendimento aos desejos de D’us, calor e afeto no
relacionamento com os outros - essas se tornaram
as marcas de identificação do Chassidismo.
O Chassidismo O Movimento Chabad-Lubavitch
Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento,
uma organização. A palavra “Chabad” é um
acrônimo em hebraico para as três faculdades
intelectuais de: chochmá (sabedoria), biná
(compreensão) e daat (conhecimento). Ensina o
entendimento e o reconhecimento do Criador, o
papel e o propósito da Criação, e a importância e
a missão singular de cada criatura. Esta filosofia
orienta a pessoa a refinar e a governar cada
ação e sentimento por meio destes três atributos
intectuais.
Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma
[8]
pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia
Branca, e seu nome transmite a essência da
responsabilidade e do amor engendrados pela
filosofia Chabad por todo e cada judeu. Tornou-se
a residência dos líderes do Movimento Chabad-
Lubavitch em 1814, quando Rabi Dovber, filho e
sucessor do fundador do Movimento, Rabi Shneur
Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais de
um século (até 1916) e por quatro gerações de
líderes Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como
o centro do Movimento. Assim, os líderes de
Chabad-Lubavitch tornaram-se conhecidos como
“Lubavitcher Rebes” e seus Chassidim como
“Lubavitcher Chassidim”.
A FilosofiaChabad enfatiza a importância em cumprir para
si mesmo e transmitir para os outros a beleza e a
profundidade do estilo de vida baseado na Torá.
A virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela
não se esgota com ensinamentos teóricos, mas
motiva e induz aqueles que a estudam a traduzir
seu conhecimento intelectual em ações práticas.
Os líderes de Chabad-Lubavitch, com sua grande
influência no campo espiritual, dedicavam sua
atenção para as condições gerais da comunidade
judaica, motivados pelo ilimitado Ahavat Yisrael,
que é uma de suas molas mestras. Amar um
companheiro judeu significa amá-lo completa e
incondicionalmente. Assim, o seu trabalho tinha
um propósito duplo - melhorar as condições
materiais do povo, assim como seu padrão
espiritual.
O movimento é guiado pelos ensinamentos de
seus sete líderes (Rebes), começando com Rabi
Shneur Zalman de Liadi, de abençoada memória
(1745-1812). Esses líderes tornaram acessíveis os
mais refinados e delicados aspectos do misticismo
judaico, criando um corpo de estudo composto
por milhares de livros. Eles personificaram as
milenares qualidades bíblicas de piedade e
liderança, preocupando-se não apenas com
Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da vida
judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou
detalhe era pequeno ou insignificante demais para
seu amor e dedicação.
Liderança
O Báal Shem Tov –
O Mestre do Bom Nome
Rabi Yisrael Ben Eliezer
(1698-1760)
Fundador do Chassidismo.
O Maguid de Mezeritch
Rabi DovBer
(? – 1772)
.
Discípulo do Báal Shem Tov e professor
de Rabi Shneur Zalman de Liadi.
Fortaleceu o chassidismo de seu mestre,
ancorando-o firmemente no pensamento
e na prática judaicas.
Fundadores do Chassidismo
Quem Somos
[9]
2º Rebe: O ”Mitteler Rebe”
Rabi DovBer de Lubavitch
(1773-1827)
Conhecido pela amplitude e profundidade de
seus ensinamentos e seu incrível amor por
todos os judeus. Dedicou sua vida ao serviço
da comunidade espiritual e fisicamente. Filho
e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do
Tsêmach Tsêdec.
Os Rebes dO ChassidismO Chabad1º Rebe: O “Alter Rebe”
Rabi Shneur Zalman de Liadi
(1745-1812)
Conhecido como “O Rav” e autor
do Tanya; fundador da linha
Chabad-Lubavitch dentro
do Movimento Chassídico;
discípulo do Maguid de
Mezeritch e pai do Mitteler Rebe.
3º Rebe: O “Tsêmach Tsêdec”
Rabi Menachem Mendel Schneersohn
(1789-1866)
Conhecido pelo título de seu
livro de respostas haláchicas;
sobrinho e genro do Mitteler
Rebe e pai do Rebe Maharash.
4º Rebe: O “Rebe Maharash”
Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch
(1834-1882)
Em sua curta liderança, fortaleceu a
Chassidut, combateu o antissemitismo e
preparou o terreno para o alcance mundial
do Chabad. Filho mais novo do Tsêmach
Tsêdec e pai do Rebe Rashab.
5º Rebe: O “Rebe Rashab”
Rabi Shalom DovBer Schneersohn de Lubavitch
(1860-1920)
Devotou-se ao futuro da nação
judaica, envolvendo-se em
educação em todos os níveis.
segundo filho do Rebe Maharash e
pai do Rebe Rayatz.
6º Rebe: O “Rebe Rayatz”
Rabi Yossef Yitschac Schneersohn
(1880-1950)
Nascido no coração do Comunismo, lutou
pelo Judaísmo na Rússia em
todas as frentes, assegurando
a sobrevivência do Judaísmo
no Velho Mundo. Estabeleceu-
se nos Estados Unidos, onde
revolucionou e reinventou o
Judaísmo para o Ocidente. Conhecido
também como “o Rebe Anterior”; filho único
do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.
7º Rebe: O Rebe
Rabi Menachem Mendel Schneerson
(1902-1994)
[10]
O RebeEm cada geração existe um Moisés. Na nossa,
é o Rabino Menachem Mendel Schneerson
conhecido como O Rebe. Na sua época, Moisés
recebeu a incumbência Divina de redimir um
povo das garras da escravidão e elevá-lo a um
estágio de liberdade plena, cujo ápice foi atingido
na Outorga da Torá, no deserto. Nos
tempos atuais, o Rebe nutriu um
povo devastado pelas garras
do nazismo e do comunismo
e estendeu os conceitos
autênticos de liberdade
a cada ser individual-
mente, sem exeções.
O deserto espiritual da
humanidade começou a
mostrar vida e se tornou
evidente a presença de
muita energia positiva,
curiosidade em revelar
as dimensões desconheci-
das do Universo e um desejo
palpável para transformar este
mundo em um lugar melhor.
Em praticamente cada palestra que o Rebe
proferiu, cada carta que escreveu e cada diretiva
que emitiu, o tema, o encerramento e o objetivo
eram: a vinda de Mashiach e como alcançar a
Redenção. Trazer o Céu para a Terra que será
banhada pela sabedoria e pela bondade de seu
Criador, um mundo sem ódio nem ganância, livre
de sofrimento de discórdia. Nada menos que isso.
A idéia de uma Redenção Universal, introduzida
por um líder global chamado Mashiach, “o
ungido”, é um princípio básico da fé judaica.
O judeu acredita que o mundo criado por D-us
possui o potencial para refletir completamente
a infinita bondade e a perfeição do seu Criador.
E o judeu acredita que a realização desse
objetivo é o propósito para o qual sua
alma foi colocada num corpo físico
e recebeu uma vida na Terra.
O Rebe muitas vezes citava
o grande sábio Maimônides,
que há mais de 800 anos,
dizia: um simples ato, uma
única palavra, apenas um
pensamento, tem o poder
de inclinar as balanças
e trazer redenção a este
mundo. O Rebe explicou:
como a natureza básica de
nosso mundo é perfeita e boa, toda
ação do bem é real e permanente,
enquanto que toda a negativa é somente
aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo
esperando para ser dissipado, a escuridão na
espera da luz.
Não importa quão escuro o mundo possa parecer
ou sentir, a luz está apenas a uma única ação
de distância. O Rebe viu isso e partilhou essa
visão conosco. Se abrirmos nossos olhos a essa
realidade, traremos redenção a este mundo. Hoje.
[11]
Nascimento e Infância
Em 1900, Rabi Levi Yitschac
Schneerson, renomado pela
sua erudição talmúdica,
haláchica e em Cabalá casou-
se com Rebetsin Chana
Yanovski, aristocrática, de
família rabínica prestigiosa,
cujo pai, Rabi Meir Shlomo, era rabino da cidade
de Nicolaiyev, Ucrânia.
No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu
seu primeiro filho, bisneto do terceiro Rebe de
Lubavitch, seu homônimo. Menachem Mendel
(foto).
Seu pai, Rabi Levi Yitschac, era bisneto de Rabi
Baruch Shalom, o filho mais velho do Tsemach
Tsedec (terceiro Rebe de Chabad-Lubavitch e neto
do fundador do Movimento, Rabi Schneur Zalman,
o Alter Rebe) e Rabino-Mor de Yecatrinoslav
(Dniepropetrovsk), de 1907 a 1939.
Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa
inteligência e logo teve de deixar o chêder, por
estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos,
o diretor da escola local disse a seus pais que não
havia mais nada que pudesse ensinar-lhe. Desde
então, seu pai – ele próprio um célebre erudito e
cabalista – encarregou-se da educação do filho,
empregando tutores e ensinando-o pessoalmente.
Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai
do Rebe. Os dois sábios começaram a discutir
delicados pontos de estudo, sem perceber que
Mendel, então com oito anos, havia entrado na
sala e estava ouvindo com atenção.
O convidado notou a expressão concentrada
no rosto do menino. "Ele entende o que
estamos dizendo?" perguntou. Com um olhar de
conhecedor, o pai replicou: "É impossível saber."
O Rebe teve um grande exemplo e uma forte
influência de seus pais durante sua vida. Seu
pai, Rabi Levi Yitschac, agia com raro grau de
dignidade e coragem para sustentar e fortalecer
o judaísmo sob o regime comunista. Ao seu
lado contava sempre com a grande coragem e
abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe
do Rebe, que não poupava esforços colocando
sua vida em risco, para que seu marido pudesse
continuar escrevendo suas obras sagradas.
Rabi Levi Yitschac foi preso e exilado no vilarejo
distante de Chi li, na Ásia Central. Como resultado
dos seus sofrimentos, faleceu no exílio, na cidade
vizinha de Alma Ata, em 20 de Menachem-Av,
1944, aos 66 anos.
Casamento
O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch,
Rabi Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em
Rostov, Rússia. Em 27 de novembro de 1928,
casou-se com Chaya Mussia (1901-1988),
segunda filha do Rabi Yossef Yitschac. A Rebetsin
é lembrada pela sua excepcional erudição, embora
fosse de comportamento compassivo, humilde e
despretensioso.
O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia,
na terça-feira, à tarde, em 14 de Kislêv de 1928.
Centenas de Chassidim Chabad de Varsóvia, das
Biografia
[12]
áreas polonesas, da Lituânia e da Rússia Branca
compareceram, além de renomados Rebes e
eruditos.
Logo após o casamento,
o Rebe mandou o jovem
casal viver em Berlim,
então a capital intelectual
da Europa Ocidental, onde
Rabi Menachem Mendel
passaria parte do seu
tempo estudando em famosos
centros de estudos e acabaria matriculando-
se na Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber
Soloveichik também encontrava-se em Berlim
naquela época e os dois passaram muito tempo
juntos, em estudos gerais e talmúdicos. Rabi
Soloveichik relembra que o Rebe trazia um
volume do Talmud ou outros textos da Torá a suas
palestras, e o colocava dentro do livro de textos.
Certa vez, um dos professores ficou aborrecido
pela aparente falta de atenção do Rebe e, no
meio da palestra, acreditando que ele não o
estava ouvindo, resolveu testá-lo: "Pode repetir
uma palavra daquilo que eu disse?", perguntou
ele. Humildemente, o Rebe levantou-se e repetiu
a palestra inteira, palavra por palavra.
Embora o Rebe passasse a maior parte de seu
tempo em Paris envolvido nos estudos, também
deu muitas aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se de
que, quando jovem, assistiu diariamente às aulas
de Talmud dadas pelo Rebe. Uma vez ele e outro
aluno perceberam que o Rebe tinha citado uma
passagem de modo ligeiramente diferente do que
aparecia no texto. Depois que a aula terminou,
foram à estante do Rebe para conferir o texto do
Talmud que ele usara. Talvez tivesse uma versão
diferente? Para sua surpresa, viram que o Rebe
O Rebe
tinha usado um tratado completamente diferente!
Havia uma escassez de textos e vários alunos
tinham que estudar usando o mesmo volume. A
fim de deixar um texto adicional disponível para
os alunos, o Rebe tinha recitado as passagens
de cor e para esconder o problema dos alunos,
fingira usar um livro com outro tratado.
Formação
Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi
Menachem Mendel a deixar a Alemanha, onde se
graduara em Heidelberg, em Engenharia Superior,
e mudar-se para Paris. Matriculou-se na Sorbonne
,onde receberia outro diploma, Engenharia
Mecânica, com especialização em Projeto Naval.
O conhecimento adquirido nesses estudos
habilitaram-no a resolver dúvidas haláchicas nos
anos subseqüentes. Por exemplo, quando houve
uma discussão sobre se um navio com tripulação
de judeus poderia viajar no Shabat, o Rebe
comentou: "A alegação de que tais trabalhos
proibidos podem ser realizados automaticamente
demonstra não apenas ignorância sobre os
princípios haláchicos no trabalho, como também
ignorância sobre os rudimentos da engenharia."
O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à
oração e ao estudo da Torá, preocupando-se com
cada judeu, onde quer que se encontrasse.
O Rebe e sua espOsa
a Rebetsin Chaya Mussia eM 1928
[13]
Chegada aos Estados Unidos
Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a
Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo
milagrosamente escapado da investida nazista.
Estabeleceram-se em Nova York. Seu sogro, Rabi
Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado
aos Estados Unidos um ano antes, escolheu-o
para liderar suas recém-fundadas organizações:
Merkos Linyonei Chinuch, o braço educacional
do movimento Lubavitch; Machané Israel, a
organização de serviço social do movimento; e
a Sociedade Kehot de Publicação, a editora de
Lubavitch.
O Rebe, então, começou a escrever suas
anotações eruditas sobre vários tratados
chassídicos e cabalísticos, bem como uma vasta
gama de responsas. Com a publicação dessas
obras, logo foi reconhecido por eruditos de todo
o mundo.
Liderança
Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o
Rebe tivesse sido escolhido como seu sucessor,
foi relutante no início em aceitar o manto da
liderança. Apenas um ano mais tarde assumiria
formalmente o título de “Rebe”: foi em 28 de
Janeiro, 10 de Shevat de 5710.
Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou
que a missão da nossa geração é a de trazer
Mashiach (Messias).
O Rebe organizou um corpo de shluchim –
emissários de Lubavitch – e os encarregou de
estabelecer centros Chabad-Lubavitch no mundo.
Hoje milhares de instituições Chabad-Lubavitch
cobrem o planeta. Além de se preocupar com
cada indivíduo, o Rebe dava atenção especial
a órfãos e viúvas de soldados israelenses, as
crianças de Chernobyl, entre outros. Mais de 1300
crianças recebem tratamento médico em Kfar
Chabad. Para os meninos órfãos, são celebradas
anualmente cerimônias de bar-mitsvá, no Muro das
Lamentações. Além disso, foram criados vários
centros de reabilitação para pessoas viciadas
em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de 60
instituições de ensino judaico na Comunidade dos
Estados Independentes e na Letônia. Centenas de
emissários visitam regularmente e muitos outros
estabelecem lá suas residências para promover
as atividades judaicas. A organização Ezrat Achim
envia toneladas de alimentos para os judeus
desses países.
O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá
(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma
forma revolucionária de difundir o judaísmo para
todos os judeus com a sua famosa "Campanha
das Mitsvot" (campanha das boas ações). A
colocação dos tefilin, o acendimento das velas
de Shabat e Yom Tov pelas mulheres judias,
Os eMissáRiOs dO Rebe eM fRente aO 770 nO KINUS anual as eMissáRias dO Rebe têM seu KINUS na data dO yahRtzeit da Rebetsin Chaya Mushka
[14]
O Rebe
a cashrut, a prática da tsedacá, a educação
baseada na Torá, entre outras. Na época, foi
duramente criticado, enfrentando forte oposição,
ao dizer que esta era a única maneira de salvar
o judaísmo da assimilação. Suas campanhas
inovadoras hoje servem de modelo a diversas
instituições judaicas que atraem judeus de volta a
sua herança exatemente como o Rebe já fazia há
cinco décadas.
Sua preocupação com a educação e o futuro da
humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos.
A data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de
Nissan), foi transformada pelo Presidente Ronald
Reagan em “Dia Nacional da Educação”.
Entre as previsões que fez sobre situações
mundiais, as que mais repercutiram foram a
abertura da Cortina de Ferro, com a emigração
maciça de judeus soviéticos para Israel, ao alertar
o governo israelense para a construção de casas
e condições de emprego para esses judeus. Isto
aconteceu numa época em que tal possibilidade
era impensável.
Outra previsão fantástica: durante a Guerra do
Golfo, em 1991, o Rebe foi o único a dizer que a
guerra não atingiria o povo judeu, declarando que
as máscaras de gás não seriam necessárias. Ele
declarava isso enfaticamente, mesmo durante o
contínuo bombardeio de scuds sobre Israel, pois
lá "é o lugar mais seguro do mundo."
Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach
(Messias) e da importância de "recepcioná-lo"
apropriadamente, principalmente por meio de
um estudo intensivo dos assuntos relativos à era
messiânica, contidos na Torá, no Talmud e em
outras fontes judaicas, como no código de leis de
Maimônides.
Todos os domingos, o Lubavitcher Rebe
costumava receber e abençoar as vastas
multidões que vinham buscar as suas palavras de
sabedoria e de bênção. A cada uma das milhares
de pessoas que o procuravam entregava uma nota
de um dólar para ser doada a uma instituição de
caridade, a critério da pessoa. Além de pessoas
comuns, diversas personalidades judias e não-
judias pediam-lhe conselho e bênção.
No dia 12 de junho de 1994 (3 de Tamuz, 5754
- “Guimel Tamuz”) o Rebe deixou este mundo da
matéria. Mas, conforme se pronunciou na época
do falecimento de seu sogro, o Tsadic continua
vivendo por intermédio de seus ensinamentos e
de todo o legado que deixou a seus chassidim e
a todos que foram tocados pela sua imensurável
sabedoria, exemplo vivo de Torá e amor
incondicional. As centenas de volumes que
transmitem seu conhecimento e orientação em
cada assunto continuam a influenciar a maneira
de conduzir nossas vidas e a nos preparar para
o início de uma nova era. Que seja em breve, se
D’us quiser! •
[15]
Argentina: Bahia Blanca, Buenos Aires, Cordoba, La Plata, Martinez, Mendoza, Morón, Rosario, Salta, San Carlos de Bariloche, Santa Fe, Tucumán Armenia: Yerevan Australia: Balaclava, Bellevue Hill, Bentleigh East, Bondi, Brighton East, Brisbane, Byron Bay, Canberra, Carnegie, Caulfield, Double Bay, Dover Heights, East Brighton, East St. Kilda, Elsternwick, Greenslopes, Hobart, Kensington, Launceston,
Malvern, Melbourne, Moorabbin, Ormond, Perth, South Yarra, St. Ives, Surfers Paradise, Sydney Austria: Salzburg, Vienna Azerbaijan: Baku, Quba, Sumgait Belarus: Bobruisk, Brest, Grodno, Minsk, Mogilev, Orsha Belgium: Antwerp, Brussels, Edegem Bolivia: La Paz Brazil: Belem, Belo Horizonte, Curitiba, Petropolis, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, S. Andre, S. Paulo, Salvador Bulgaria: Sofia Cambodia: Phnom Penh Canada: Alberta: Calgary, Edmonton British Columbia: Richmond, Surrey, Vancouver, Victoria Manitoba: Winnipeg Nova Scotia: Halifax Ontario: Downsview, Hamilton, London, Maple, Mississauga, Niagara Falls, North York, Ottawa, Richmond Hill, Thornhill, Toronto, Waterloo Quebec: Chomedey, Cote St Luc, Dollard-des-Ormeaux, Hampstead, Laval, Mont
Tremblant, Montreal, Pierrefonds, Quebec City, S. Lazare, Ville S. Laurent, Westmount Chile: Pucon, Santiago China: Beijing, Guangzhou, Hong Kong, Kowloon, Midlevels, Nanshan District, Shanghai, Tung Chung, Yiwu Colombia: Barranquilla, Bogota Congo: Kinshasa Costa Rica: S. Jose Croatia: Zagreb Cyprus: Ayia Napa, Larnaca Czech Republic: Praha Denmark: Copenhagen Dominican Republic: Santo Domingo Ecuador: Quito England: Altrincham, Birmingham, Bournemouth, Brighton, Bristol, Buckhurst Hill, Cambridge, Cheadle, Edgware, Ilford, Leeds, Liverpool, London, Manchester, Nottingham, Oxford, Radlett, Salford, Sheffield, Southgate, Whitefield, Woodside Park Estonia: Tallinn Finland: Helsinki France: Alfortville, Antibes Juan Les Pins, Athis-Mons, Aubervilliers, Bagnolet, Bobigny, Bois-Colombes, Bondy, Bonneuil-sur-Marne, Boulogne-Billancourt, Brunoy, Bry-sur-Marne, Cannes, Charenton-le-Pont, Chatou, Choisy La Roi, Clamart, Courbevoie, Creteil, Dijon, Ecully, Épinay-sur-Seine, Ezanville, Fontenay-Sous-Bois, Gambetta, Grenoble, La Celle-St-Cloud, Les Lilas, Levallois-Perret, L’Hay-les-Roses, Lille, Lunéville, Lyon, Maisons-Laffitte, Marseille, Massy, Meaux, Metz, Montigny-le-Bretonneux, Montmorency, Montpellier, Montreuil, Montrouge, Neuilly Sur Seine, Nice, Nogent-sur-Marne, Noisy-le-Grand, Pantin, Paris, Poissy, Pontault-Combault, Romainville, Rouen, Rueil-Malmaison, S. Denis, S. Tropez, Saint-Maur-des-Fossés, Sarcelles, Savigny-sur-Orge, Sceaux, Sèvres, St Ouen, St-Brice-Sous-Forêt, St-Cloud, St-Geneviève-des-Bois, St-Germain-en-Laye, Strasbourg, Suresnes, Toulouse, Tournefeuille, Valence, Versailles, Vigneux-sur-Seine, Villeneuve-S.-Georges, Villeurbanne, Villiers-sur-Marne, Yerres Georgia: Tbilisi Germany: Berlin, Cologne, Dresden, Dusseldorf, Frankfurt, Hamburg, Hannover, Karlsruhe, Munich, Nuernberg, Offenbach Am Main, Potsdam, Ulm Greece: Athens,
Thessaloniki Guatemala: Guatemala City Hungary: Budapest India: Anjuna Village, Bangalore, Manali, Mumbai Ireland: Dublin Israel: Aderet, Adi, Afula, Akko, Alfei Menashe, Arad, Arbel, Ariel, Ashdod, Ashkelon, Ashteol, Atlit, Avital, Azor, Balfurya, Bareket, Bat Hayin, Bat Khefer, Be’er Sheva, Be’er Ya’akov, Beit Arye, Beit Dagan, Beit She’an, Beit Shemesh, Beitar Eilit, Ben Gurion Airport, Binyamina, Bnei Ayish, Bnei Brak, Chispin, Dimona, Efrat, Eilat, Ein Ayala, Ein Bokek, Elad, Elon More, Emanuel, Even Yehuda, Gan Ner, Gan Yavne, Ganei Tikva, Gedera, Gila, Giv’at Ada, Giv’at Avnei, Giv’at Ela, Giv’at Shmuel, Giv’at Ze’ev, Giv’atayim, Hadera, Haifa, Har Adar, Hebron, Hertzliya, Hod Hasharon, Holon, Jerusalem, Kadima, Kadumim, Karmei Tsur, Karmiel, Karnei Shomron, Katzir Harish, Kazrin, Kfar Achim, Kfar Baruch, Kfar Chabad, Kfar Chabad Bet, Kfar Gidon, Kfar Ha-Oranim, Kfar Monash, Kfar Neter, Kfar Saba, Kfar Sitrin, Kfar Tavor, Kfar Warburg, Kfar Yona, Khashmona’im, Khatsor ha-Glilit, Kiryat Arba, Kiryat Ata, Kiryat Bialik, Kiryat Chaim, Kiryat Ekron, Kiryat Gat, Kiryat Malachi, Kiryat Motskin, Kiryat On, Kiryat Shemona, Kiryat Tivon, Kiryat Yam, Lehavim, Lev ha-Sharon Regional Council, Lod, Lower Galilee, Ma’ale Adumim, Ma’alot, Maccabim-Reut, Mate Binyamin, Mazkeret Batya, Meitar, Meitav, Menachamiya, Merkaz Sapir, Metulla, Mevo’ot Hachermon, Migdal, Migdal ha-Emek, Mikhmoret, Mitzpeh Ramon, Mitzpeh Yericho, Modiin, Modiin Illit, Moshav Brosh, Moshav Givati, Moshav Porat, Na’ale, Nachlat Yehuda, Nahalal, Nahariya, Natzrat Eilit, Nes Ziyona, Nesher, Netanya, Netivot, Nir Zvi, Nitsan, Nofit, Nordiya, Ofakim, Omer, Or Akiva, Or Yehuda, Oranit, Otniel, Pardes Chana Karkur, Pardesiya, Petach Tikva, Porat, Ra’anana, Ramat Ef’al, Ramat Gan, Ramat Hasharon, Ramat Yishai, Ramla, Rechovot, Rishon Lezion, Rosh ha-Ayin, Rosh Pina, Safed, Safsufa, Sapir, Sderot, Shimshit, Shlomi, Shoam, Shomriya, Susya, Talmei Yechiel, Tekoa. Tel Adashim, Tel Aviv, Tel Mond, Tiberias, Tirat Hakarmel, Tivon, Tnuvot, Tsoran, Tsur Hadassa, Yagel, Yavne, Yavniel, Yehud, Yehud Monosun, Yerucham, Yesod Hama’ala, Yokne’am Eilit, Zeitan, Zichron Yaakov Italy: Milan, Rome, Trieste, Valenza, Venice Japan: Tokyo Kazakhstan: Almaty, Karaganda Korea: Yongsan Kyrgyzstan: Bishkek Latvia: Riga Lithuania: Vilnius Luxembourg: Luxembourg Mexico: Cancun, Tijuana, Cabos S. Lucas Moldova: Kishinev Morocco: Agadir, Casablanca, Fes, Kenitra, Marrakech,
Meknes, Rabat, Tanger Nepal: Pokhara, Thamel Netherlands: Almere, Amersfoort, Amstelveen, Amsterdam, Haarlem, Maastricht,
Nijmegen, Rotterdam, The Hague, Utrecht, S. Maarten New Zealand: Christchurch North Cyprus: Kyrenia Northern Ireland: Belfast Norway: Oslo Paraguay: Asuncion Peru: Cusco, Lima Poland: Krakow, Warsaw Romania: Bucharest, Yassi Russia: Astrakhan, Barnaul, Birobidjan, Bryansk, Chelyabinsk, Derbent, Dzerzhinsk, Irkutsk, Izhevsk, Kaliningrad, Kazan, Kemerovo, Khabarovsk, Kostroma, Krasnodar, Krasnoyarsk, Kursk, Lipetsk, Malakhovka, Moscow, Mytischi, Nalchik, Nizhny Novgorod, Novgorod Veliky, Novosibirsk, Omsk, Orenburg, Perm, Rostov, S. Petersburg, Samara, Saratov, Smolensk, Sochi, Stavropol, Togliatti, Tomsk, Tyumen, Ufa, Ulyanovsk,
Vladivostok, Volgograd, Voronezh, Yekaterinburg Scotland: Edinburgh, Giffnock, Glasgow Serbia: Belgrade Singapore: Singapore Slovakia: Bratislava, Pieštany South Africa: Bloubergrant, Cape Town, Fourways, Hyde Park, Illovo, Linksfield, Lyndhurst, Melrose North, Norwood, Orchards, Rouxville, Sandown, Sandton, Savoy Estate, Sea Point, Umhlanga Rocks Spain: Barcelona, Madrid, Marbella, Valencia
Sweden: Goteborg, Malmö, Stockholm Switzerland: Basel, Bourgerie, Geneva, Genève, Lugano, Luzern, Zurich Thailand: Bangkok,
Chiang Mai, Koh Samu, Nonthaburi, Phuket Tunisia: Tunis, Zarzis Turkey: Istambul, Izmir
Chabad Lubavitch HojeO PResente dO Rebe aO mundO
[16]
United States: Alabama: Birmingham, Huntsville Alaska: Anchorage Arizona: Anthem, Chandler, Flagstaff, Fountain Hills, Gilbert,
Glendale, Mesa, Phoenix, Scottsdale, Tempe, Tucson Arkansas: Little Rock, Rogers California: Agoura Hills, Aliso Viejo, Bakersfield, Berkeley, Beverly Hills, Bonita, Burbank, Calabasas, Camarillo, Carlsbad, Chatsworth, Chico, Chula Vista, Coronado, Culver City, Cupertino, Danville, Davis, Encino, Folsom, Foster City, Fresno, Glendale, Goleta, Huntington Beach, Irvine, La Jolla, Laguna Beach, Laguna Niguel, Lancaster, Lomita, Long Beach, Los Alamitos, Los Angeles, Los Gatos, Malibu, Marina Del Rey, Mill Valley, Mission Viejo, Moorpark, Mountain View, Napa, Newbury Park, Newhall, Newport Beach, North Hollywood, Northridge, Oak Park, Oakland, Oceanside, Oxnard, Pacific Grove, Pacific Palisades, Palm Desert, Palm Springs, Palo Alto, Pasadena, Pleasanton, Porter Ranch, Poway, Rancho Cucamonga, Rancho Mirage, Rancho Palos Verdes, Rancho S. Fe, Redondo Beach, Redwood City, Reseda, Riverside, Roseville, Running Springs, S. Barbara, S. Clemente, S. Cruz, S. Diego, S. Francisco, S. Luis Obispo, S. Mateo, S. Monica, S. Rafael, S. Rosa, Sacramento, Sherman Oaks, Simi Valley, Stockton, Studio City, Sunnyvale, Tarzana, Temecula, Thousand Oaks, Topanga, Trabuco Canyon, Tustin, Vacaville, Ventura, Walnut Creek, West Hills, West
Hollywood, Westlake, Woodland Hills, Yorba Linda Colorado: Aspen, Aurora, Boulder, Colorado Springs, Denver, Evergreen, Fort Collins,
Lone Tree, Longmont, Vail, Westminster Connecticut: Fairfield, Glastonbury, Greenwich, Guilfordtt, Hamden, Hartford, Litchfield, Milford, New Haven, New London, Orange, Ridgefield, Southbury, Stamford, Storrs Mansfield, Wallingford, Washington, Waterbury, Weatogue, West
Hartford, Westport District of Columbia: Washington Delaware: Newark, Wilmington Florida: Aventura, Boca Raton, Bonita Springs, Boynton Beach, Bradenton, Cape Coral, Cooper City, Coral Gables, Coral Springs, Cutler Bay, Davie, Deerfield Beach, Delray Beach, Doral, Fort Lauderdale, Fort Myers, Gainesville, Greenacres, Groveland, Hallandale, Hillsboro Beach, Hollywood, Jacksonville, Jupiter, Key Biscayne, Key West, Lake Mary, Lantana, Lauderdale By The Sea, Lauderhill, Maitland, Margate, Miami, Miami Beach, Miami Lakes, Naples, North Bay Village, North Miami, North Miami Beach, Ocala, Orlando, Ormond Beach, Oviedo, Palm Beach Gardens, Palm City, Palm Harbor, Palmetto Bay, Parkland, Pembroke Pines, Plantation, Pompano Beach, Ponte Vedra Beach, Punta Gorda, Royal Palm Beach, S. Augustine, Sarasota, Satellite Beach, St. Petersburg, Sunny Isles Beach, Sunrise, Surfside, Tallahassee, Tamarac, Tampa, Trinity, Valrico, Venice, Wellington, Wesley Chapel, West Palm Beach, Weston Georgia: Alpharetta, Athens, Atlanta, Augusta, Kennesaw, Marietta, Norcross Hawaii: Honolulu,
Kapa’a Idaho: Boise Illinois: Champaign, Chicago, Des Plaines, Evanston, Glenview, Gurnee, Highland Park, Naperville, Northbrook, Oak Park, Peoria, Riverwoods, Skokie, Wilmette Indiana: Bloomington, Indianapolis, Munster Iowa: Davenport, Des Moines, Iowa City,
Postville Kansas: Lawrence, Overland Park Kentucky: Louisville Louisiana: Metairie, New Orleans Maine: Portland Maryland: Annapolis, Baltimore, Bethesda, College Park, Columbia, Frederick, Gaithersburg, Germantown, Ocean City, Owings Mills, Potomac, Rockville, Silver Spring, Towson Massachusetts: Acton, Amherst, Andover, Boston, Brighton, Brookline, Cambridge, Chestnut Hill, Framingham, Hingham, Hyannis, Lexington, Longmeadow, Mansfield, Milford, Natick, Needham, New Bedford, Newton Centre, Peabody, Pittsfield, Sharon, Somerville, Stoughton, Sudbury, Swampscott, Waltham, Wellesley, Westborough, Westford, Worcester Michigan: Ann Arbor, Commerce Township, Farmington Hills, Flint, Grand Rapids, Kalkaska, Novi, Oak Park, Southfield, West Bloomfield Minnesota: Cottage Grove, Duluth, Hopkins, Minneapolis, Rochester, S. Paul, West S. Paul Missouri: Chesterfield, Kansas City, St. Louis Montana: Bozeman, Nebraska, Lincoln, Omaha Nevada: Henderson, Las Vegas, Reno New Hampshire: Hanover, Manchester New Jersey: Basking Ridge, Cherry Hill, Clinton, Denville, Ewing, Fair Lawn, Fanwood, Flanders, Fort Lee, Franklin Lakes, Freehold, Hillsborough, Hillside, Hoboken, Holmdel, Jersey City, Lawrenceville, Livingston, Madison, Manalapan, Margate City, Medford, Monroe Township, Montville, Morganville, Morristown, Mullica Hill, North Brunswick, Old Tappan, Paramus, Passaic, Princeton, Randolph, Rockaway, Short Hills, Sparta, Teaneck, Tenafly, Toms River, Ventnor City, Vineland, Wayne, West Orange, West Windsor, Woodcliff Lake New Mexico: Albuquerque, Las Cruces, Santa Fe, Taos New York: Albany, Andes, Bayside, Bedford Hills, Briarcliff Manor, Briarwood, Bronx, Brooklyn, Buffalo, Cambria Heights, Carmel, Cedarhurst, Chautauqua, Chestnut Ridge, Clifton Park, Commack, Coram, Dairyland, Delmar, Dix Hills, Dobbs Ferry, East Hampton, East Hills, East Northport, East Norwich, Ellenville, Elmhurst, Fallsburg, Far Rockaway, Flushing, Forest Hills, Getzville, Glen Head, Goshen, Great Neck, Greenfield Park, Hempstead, Howard Beach, Ithaca, Kew Gardens, Kew Gardens Hills, Kingston, Lake Grove, Larchmont, Little Neck, Long Beach, Long Island City, Melville, Merrick, Mineola, Monroe, Monsey, Monticello, Napernack, New City, New Paltz, New York, Oakland Gardens, Oceanside, Old Westbury, Oswego, Parksville, Patchogue, Pittsford, Port Washington, Poughkeepsie, Rego Park, Rhinebeck, Riverdale, Rochester, Rockaway Park, Roslyn Heights, Saratoga Springs, Scarsdale, Schenectady, Southampton, Spring Valley, Staten Island, Stony Brook, Suffern, Syracuse, Troy, Valley Stream, Vestal, Water Mill, West Hempstead, White Plains, Woodbury, Woodmere, Yonkers North Carolina: Asheville, Cary, Chapel Hill, Charlotte, Greensboro, Raleigh, Wilmington Ohio: Akron, Beachwood, Cincinnati, Cleveland, Cleveland Heights, Columbus, Dayton, New Albany, S. Euclid, Solon, Toledo Oklahoma: Oklahoma City, Tulsa Oregon: Ashland, Bend, Eugene, Hillsboro, Portland, Salem Pennsylvania: Allentown, Bethlehem, Bryn Mawr, Clarks Summit, Devon, Doylestown, Fort Washington,
Fox Chapel, Harrisburg, Lancaster, Media, Merion Station, Monroeville, Newtown, Philadelphia, Pittsburgh, Reading, Rydal, Scranton, State College, Stroudsburg, Wilkes-Barre, Wynnewood, Yardley, York Puerto Rico: Carolina Rhode Island: Barrington, Providence, Warwick South Carolina: Columbia, Greer, Mount Pleasant, Myrtle Beach Tennessee: Chattanooga, Knoxville, Memphis, Nashville Texas: Arlington, Austin, College Station, Dallas, El Paso, Fort Worth, Houston, Pearland, Plano, S. Antonio, South Padre Island, Sugar Land Utah: Salt Lake City Vermont: Burlington Virginia: Alexandria, Blacksburg, Charlottesville, Fairfax, Herndon, Norfolk, Richmond, Vienna, Virgin Islands: St. Thomas Washington: Bellevue, Bellingham, Edmonds, Issaquah, Olympia, Seattle, Spokane, Tacoma, Vancouver West Virginia: Morgantown Wisconsin: Kenosha, Madison, Mequon, Milwaukee Wyoming: Jackson Ukraine: Belaya Tserkov, Belgorod-Dnestrovsky, Berdichev, Cherkassy, Chernigov, Chernovtzy, Dneprodzerzhinsk, Dnepropetrovsk, Donetsk, Ivano-Frankovsk, Izmail, Kharkov, Kherson, Khmelnytskyi, Kiev, Kirovograd, Korosten, Kremenchug, Krivoy Rog, Lugansk, Makeevka, Mariupol, Nikolayev, Odessa, Pervomaisk, Poltava, Rovno, Sevastopol, Simferopol, Sumy, Uzhgorod, Vinnitza, Zaporozhye, Zhitomir Uruguay: Montevideo, Punta Del Este Uzbekistan: Buhara, Samarkand, Tashkent Venezuela: Altamira, Caracas, San Bernardino Vietnam: Ho Chi Minh
[17]
Campanha das Mitsvotdez maneiRas de viveR uma vida mais signifiCativa
ahavat YisRael - Amar seu irmão judeu
Em todas as ocasiões possíveis, o Rebe insistia
na difusão da campanha da mitsvot entre os
judeus. As dez mitsvot da campanha levam a um
relacionamento mais profundo e significativo com
a nossa herança judaica.
Rabi Akiva (um dos grandes sábios do Talmud)
explicou que o amor ao próximo é “um
dos princípios mais importantes da
Torá”. Cada judeu deve ter seus
pensamentos, falas e ações
permeados pelo interesse no
bem-estar do seu irmão judeu.
Ser voluntário é uma das formas
mais “judaicas” de amor ao
próximo. Exemplos? Ofereça buscar
pessoas para reuniões, festas ou aulas;
entregue velas de Chanucá ou Mishloach Manot
em Purim; ajude a realizar um evento na Sinagoga.
Mitsvot são mandamentos de D’us, dados ao
povo judeu e especificados na nossa Sagrada
Torá. Pelo cumprimento de cada mitsvá, trazemos
ao mundo a Vontade Divina de torná-lo aquilo que
ele deve ser.
Passe o Shabat com pessoas, convide e esteja
aberto para ser convidado. Fale coisas boas
sobre as pessoas, especialmente
seus irmãos judeus. Faça contato
com as pessoas se não as vê
por algum tempo. Visite as
pessoas quando estiverem
doentes ou hospitalizadas.
Informe-se – certamente
há algo para você fazer na
comunidade. Estar conectado é
o âmago de toda estratégia de vida
mais significativa. É o motor e o ímã. Pode
chamar de unir-se ao seu povo.
ChinuCh - Educação pela ToráA campanha da educação pela Torá quer envolver
cada uma das crianças judias num programa
educacional que lhes ensine o que significa viver
como judeu.
Igualmente, os adultos são encorajados a se
inscreverem em grupos de estudo e seminários,
de acordo com o seu meio e conhecimentos.
[18]
estudO da tORá - Expansão da Mente
Estudar Torá não é como
qualquer outro estudo.
Outros estudos são meios de
adquirir conhecimento, mas
estudar Torá é um fim em
si mesmo. É a experiência
de fazer perguntas, buscar
as respostas, entrar em
sincronia com as mentes dos sábios - a experiência
de fazer contato com um intelecto Divino.
Os judeus são conhecidos como pessoas
inteligentes. Temos sido um povo de livros e de
sabedoria há mais de 4 mil anos - o que soma
muito em livros e sabedoria.
Rabi Schneur Zalman, o fundador do movimento
Chabad-Lubavitch, explicou
que o estudo da Torá deve
estar fixado não só no tempo,
mas também na alma, de
modo que se transforme no
ponto ao redor do qual gira
todo o espectro da vida
cotidiana.
A Torá pode referir-se apenas aos Cinco Livros
de Moshê, mas também pode referir-se a todo o
corpo da sabedoria judaica. A Torá não deve ser
estudada somente como “História dos judeus”,
mas como a luz que mostra o caminho a seguir.
É a Torá Viva, o projeto pelo qual o mundo foi
desenhado. Tudo que existe pode ser encontrado
na Torá e tem aplicação prática.
tefilin - Amarre-se nesta IdeiaOs tefilin são um par de caixas de couro negro
contendo rolos de pergaminho com trechos da
Bíblia. Ao colocar os tefilin, o judeu
entra num espaço eterno todas
as manhãs. Conectando a mente,
o coração e a mão – acontece o
supremo paradoxo: a conexão de
um ser finito com um D’us Infinito.
A ideia do tefilin é entrar no mundo
diariamente como uma única pessoa
conectada eternamente a um único
D’us.
A Torá descreve tefilin como um sinal, uma
afirmação pública de envolvimento judaico. Os
tefilin são colocados no braço (ao lado do coração)
e sobre a cabeça; significa a ligação dos poderes
emocionais e intelectuais do indivíduo a serviço
de D’us.
As tiras de couro, que vão do
braço até a mão e da cabeça até as
pernas, significam a transmissão
da energia intelectual e emocional
para as mãos e pés, simbolizando
a ação.
Essa mitsvá é feita uma vez ao dia – de preferência
durante as preces matinais – enquanto você
recita uma passagem chamada Shema Israel. É
cumprida por homens acima dos 13 anos, todos
os dias exceto no Shabat e Yom Tov.
Prática Judaica
[19]
estantes de livROs - Um Lar Repleto de Livros Judaicos
Uma casa repleta de livros judaicos contém 4 mil
anos de livros judaicos. Portanto, é uma casa
de 4 mil anos de idade, construída para durar
eternamente.
O ambiente ensina. O que
você tem em casa ajuda a
determinar que tipo de lar é
o seu. Ao ter livros judaicos à
vista, sua família e os visitantes
serão motivados a usá-los.
Além disso, a própria presença
dos livros nos lembra de seu
conteúdo e da importância dos valores judaicos.
Quanto mais livros, melhor. No entanto, é sugerido
um mínimo de um Chumash (os Cinco Livros de
Moisés), um Tehilim (Livro de Salmos) e um Sidur
(livro de orações).
O Talmud também
destaca o mérito de quem
empresta os seus livros
de Torá para que outros
se beneficiem. Os livros
na sua estante precisam
circular entre amigos e
inspirá-los. Recomende,
indique e compartilhe
os tesouros dos livros judaicos, atualmente
disponíveis em diversos idiomas.
aCendendO as velas de shabat - Iluminando o MundoO mundo é um local enlouquecedor. Sua vida é
um navio na tempestade. A noite de sexta-feira é
um casulo de fuga para entrar num outro mundo,
um local de serenidade e calma. Uma calma que
chamamos de Shabat.
E tudo começa com o
tremular de uma pequena
chama de luz.
Por sua natureza tão
diferente das outras
entidades materiais, a
luz é muitas vezes usada
para descrever introvisão
espiritual. O Shabat é um dia de luz, um dia com
um padrão e uma orientação de valores especial.
O acender das velas de Shabat introduz e inspira
este estado de percepção.
A responsabilidade e a honra de acender as velas
de Shabat pertencem à mulher. Meninas desde
a idade de três anos são
encorajadas a acender a
sua própria vela. As velas
de Shabat são acesas 20
minutos antes do pôr-do-
sol.
“Uma pequena vela
neste mundo, acesa no
momento certo, com o
objetivo certo, gera uma luz espiritual lá em cima,
tão magnífica, tão brilhante, que pode iluminar o
mundo inteiro.”
[20]
mezuzá - Nossa Maior Proteção
A mezuzá identifica uma casa, ou um
recinto fechado, como sendo judaico. Ela
deve estar afixada no batente direito da
porta de cada quarto ou sala (exceto o
banheiro).
Uma mezuzá casher é um pequeno
rolo de pergaminho, escrito a mão por
um escriba, contendo duas passagens
bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael. No
lado oposto do pergaminho estão escritas
as três letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud, que é
um dos Nomes Divinos e é um acrônimo para as
palavras hebraicas que significam: “Guardião das
portas de Israel”.
Como uma mezuzá funciona? Enrolamos
um pequeno rolo que declara a unicidade
de D’us e o afixamos no batente – e
aquela unicidade de D’us fica conosco,
provendo um escudo protetor em
qualquer lugar que estejamos.
Mezuzot e tefilin precisam ser certificados
como casher por um escriba autorizado
e necessitam de verificação periódica, pois com
o tempo o pergaminho pode desgastar-se ou
danificar-se.
tsedeCá - Faça JustiçaTsedacá, embora comumente traduzida como
caridade, literalmente significa “justiça” ou
“retidão”. Devemos doar aos outros por um senso
de responsabilidade, porque é preciso entender
que aquilo que temos também é
uma caridade de D’us, que nos
foi confiada com o propósito de
ajudarmos aos outros.
Nossa prosperidade é um
fundo que devemos dirigir e
generosamente partilhar com
aqueles que precisam.
A campanha de tsedacá clama por um aumento
na doação, bem como a colocação de uma caixa
de tsedacá visível para servir de lembrete para
doar com frequência, todos os dias da semana,
exceto Shabat e Yom Tov, quando antecipamos
esse ato colocando tsedacá antes do horário de
acendimento das velas.
É melhor doar menos todos
os dias, do que fazer a
mesma doação de uma vez
só, porque, toda vez que
suas mãos fazem a ação de
doar, torna-se cada vez mais
uma “mão doadora”.
Quando a caixinha estiver
cheia não se esqueça de enviá-la ou de entregar
o seu conteúdo à instituição de sua escolha.
Nossos sábios disseram: “A tsedacá é notável,
porque aproxima a Redençãa”.
Prática Judaica
[21]
tahaRat hamishPaChá - Pureza FamiliarComo existimos na mente de D’us, homem e
mulher são um único todo. Portanto nenhum de
nós pode atingir integridade
até recuperar aquela unicidade
original de corpo e alma. É por
isso que a união de homem
e mulher é tão poderosa. Se
tratada grosseiramente e com
egoísmo, torna-se destrutiva e
feia. Mas dentro dos limites e condições corretos,
não há nada mais belo e elevado.
Taharat Hamishpachá - as atitudes e as práticas
que a Torá prescreve para a vida conjugal –
ajudam a desenvolver uma comunicação genuína
e o amor entre marido e mulher. Elas trazem
ao mundo filhos saudáveis e
amorosos.
Casais de todas as esferas
da vida adotaram essa mitsvá
como um meio para realçar e
enriquecer sua vida conjugal.
Em vez de considerar o não cumprimento de
outras observâncias da Torá como impedimento
para o micvê, considere-o como um importante
passo para começar. •
CashRut - A Dieta Judaica
O que é casher (em hebraico), kosher (em yiddish),
cashrut? Querem dizer a mesma coisa: um produto
apto, apropriado ao consumo. A dieta judaica faz
bem para o corpo e para a alma.
Comer comida casher permite que
nos identifiquemos com nosso
judaísmo num nível fundamental. A
Torá nos diz para não rejeitarmos
o físico, e sim santificá-lo. Comida
casher é a dieta da nutrição
espiritual para a neshamá, a alma judaica, trazendo
refinamento e purificação ao povo judeu.
Os alimentos citados na Torá como proibidos ao
nosso consumo subtraem nossa sensibilidade
espiritual. A pessoa se torna menos sensível aos
sentimentos de Divindade e menos capaz de
entender conceitos Divinos. D’us, sim, se importa.
E como!
A observância da cashrut consiste em comer
apenas alimentos casher em casa
e fora dela. Significa também
não comer laticínios junto com
alimentos à base de carne e separar
louças, talheres e utensílios para
carne e leite.
Leite e carne não devem ser cozidos
juntos ou consumidos na mesma refeição. Carne
e frango devem ser abatidos, inspecionados e
salgados segundo as leis casher. Porco, mariscos
e outros crustáceos jamais podem ser casher.
Peixes que têm escamas são casher. Alimentos
processados precisam de supervisão casher.
Separamos louças, talheres e utensílios para
carne e leite.
[22]
Uma mulher “feminista” indagou a um rabino
renomado por seus dons oratórios, o que era
que a esposa dele fazia. O rabino respondeu
que ela cuidava de um lar para oito crianças
carentes, dedicando-se inteiramente às suas
necessidades, preenchendo para elas o papel de
mãe, conselheira, professora e assistente social.
A mulher ficou impressionada. Finalmente ela
encontrara uma esposa de rabino que fugia do
estereótipo, que não era “presa” em casa, que
tinha uma carreira.
A conversa continuou e a mulher percebeu que
as oito crianças eram do rabino e sua esposa e
o lar que ela cuidava era o seu próprio. Ela ficou
indignada. Sentiu-se iludida. O rabino ouviu e
sorriu. Ele disse: “Enquanto pensou que a minha
esposa dirigia um lar para crianças da rua, estava
tudo bem, você a admirava. Já quando soube
que o lar que ela administra é o seu próprio, sua
estima por ela diminuiu. Isso é lógico!?”
Edificar um lar e ser
mãe é uma carreira
digna de louvor.
Trazer filhos ao
mundo e educá-los
para serem sãos,
íntegros e bem
equilibrados de corpo e espírito é contribuir
concretamente e positivamente para o bem da
humanidade. Acredito que esse papel preenche
de verdade a nossa necessidade e desejo de
realizar algo de real significância nesta vida, ainda
que optemos por necessidade ou vontade de ter
mais um trabalho fora de casa.
Na minha juventude criei-me em Crown Heights,
no Brooklyn, no bairro do Grande Tsadic, Rebe de
Lubavitch, Rabi Menachem Mendel Schneerson.
Tive o privilégio de participar das audiências
especialmente dirigidas para milhares de mulheres,
quando o Rebe nos transmitia ideias elevadas da
Torá. “A mulher é o alicerce do lar e de todo o
mundo judaico”, enfatizava o Rebe.
Ser alicerce de um lar e, consequentemente,
de toda a vida judaica não é uma tarefa fácil.
Criar um ambiente no lar onde prevalece o amor
a Hashem, à Torá e ao próximo é uma tarefa
colossal, que exige muita perspicácia, firmeza,
devoção e criatividade, entre outras qualidades.
Abrange desde a escolha da decoração do quarto
do bebê, as canções de ninar, até a investigação
do material de leitura e filmes que os adolescentes
“Akeret Habayit “- Alicerce do LarO POdeR femininO
Tila Dubrawsy
Prática Judaica
[23]
e os adultos tem acesso. Envolve assegurar que
cada dependência tenha uma mezuzá no seu
umbral e que haja livros sagrados para estudo
e oração. Inclui incentivar o hábito de recitar o
Modé Ani ao acordar, em agradecimento por um
novo dia, as bênçãos anteriores e posteriores aos
alimentos, e o Shemá Yisrael antes de deitar à
noite. Abraça a transmissão de valores, como o
respeito aos pais, a prática da caridade (tsedacá),
hospitalidade e honestidade.
Na nossa religião enquanto o homem é o “ministro
do exterior”, a mulher é a “ministra do interior”,
cuidando para que nosso povo se fortaleça e
permaneça unido. A missão que Hashem entregou
à mulher judia é de salvaguardar a santidade de
nosso povo. Os preceitos mais sublimes que
afetam o próprio âmago de nossa nação, estes,
Hashem confiou às mulheres. Às mulheres foi
concedida a responsabilidade e o privilégio do
acendimento das velas de Shabat e YomTov,
anunciando o dia santificado com todas as suas
energias espirituais, do cuidado como cashrut
dos alimentos, a ingestão dos quais diretamente
influenciam o nosso caráter, e da Pureza do Lar,
um preceito sublime que assegura a própria
continuidade do nosso povo.
O papel fundamental da mulher
na perpetuação do judaísmo
foi traçado por D-us desde o
nascimento do nosso povo. Ao
pedir que Moisés preparasse
a jovem nação israelita para
o recebimento de Sua dádiva
preciosa - a Torá, o Todo
Poderoso ordenou: “Assim
falarás à casa de Jacob e dirás
aos filhos de lsrael”. Nossos
sábios explicam que a ‘casa de Jacob’ refere-
se às mulheres judias, e os ‘filhos de Israel’,
aos homens, assim Moishe Rabênu teria de falar
primeiramente com os membros femininos de Am
Yisrael.
Entre as explicações dadas para esse fato é que a
continuidade da nossa herança legada por D-us e
a preservação de sua santidade depende do grau
do compromisso da mulher. Por isso era essencial
assegurar a participação feminina. Quando uma
mulher se compromete, quando ela se envolve
e se dedica, ela se torna uma fonte de força e
inspiração para seu marido e para sua família.
Nossos sábios dizem que às mulheres foi
concedida maior compreensão. Essa qualidade
lhes dá a habilidade de conectar ideias e tecer
valores abstratos e princípios espirituais dentro da
palpável textura do ambiente do lar. Sem minimizar
o papel do marido em cultivar o judaísmo no lar,
é a mulher, a akeret habayit (alicerce do lar) que
nutre e molda essa atmosfera no dia-a-dia.
O estudo da Torá é um grande estímulo; desperta
o nosso amor e reverência inatos para D-us e nos
lembra do verdadeiro propósito da vida. É muito
importante que cada mulher estude a Torá, tanto
a sua dimensão mística, quanto
às leis e conceitos práticos.
A Tefilá – oração, também
é um potente meio de nos
conectarmos com D-us e pedir
para que os nossos esforços
dentro do lar sejam coroados
com as Suas bênçãos. Ambos,
homens e mulheres, têm a
obrigação de rezar. A mulher já
[24]
não necessita rezar com Minyan
ou em horário fixo, mas, ela tem
que louvar, agradecer e suplicar
a D-us, diariamente. As mulheres
judias desde os tempos primordiais
apreciavam o valor da oração. Elas
rezavam em silêncio, mas sabiam
que suas palavras e suas lágrimas estavam sendo
ouvidas e sentidas nitidamente por D-us.
O Rabi Yossef Yitschok Schneerson, sexto líder
de Chabad, comenta nas suas escritas: “Minhag
Nashim Torá” - as tradições e costumes das
mulheres judias fazem parte da Torá. As súplicas
e preces silenciosas que as mulheres oferecem:
antes e depois de acenderem as velas de Shabat
- que Hashem ilumine os seus lares com a luz da
verdadeira Shalom Bayit (harmonia doméstica) e
Nachat de seus filhos, antes e depois de separarem
a chala (uma porção da massa ao preparar o pão)
- que o Todo Poderoso concede ao seu marido
e filhos amplo sustento, permitindo que apoiem
sábios de Torá e doem tsedacá generosamente,
antes e depois da imersão na micvê - que Hashem
lhes conceda filhos bons e sadios, que cresçam e
se tornem observantes de Torá e mitsvot - todos
esses costumes e súplicas - são Torá!
Quando eu era criança, não conseguia entender
por que minha mãe demorava tanto com seus
olhos cobertos murmurando suas preces ao
acender suas velas de Shabat.
Aguardava pacientemente para
lhe dar um carinhoso “Shabat
Shalom” depois que descobria
sua face. Muitas vezes via que
os seus olhos estavam úmidos.
Sei que quando me casei, apesar
de já ter acendido uma vela para
Shabat como solteira, o momento
das velas de Shabat começou a ser
ainda mais importante e precioso.
Era natural aproveitar essa hora
de audiência especial com D-us
para agradecer, compartilhar e
pedir, assim como tinha visto a minha mãe fazer.
Gradativa e profundamente descobri “o segredo”
das velas de Shabat.
Quando nossos filhos cresceram e começaram a
acompanhar a recepção ao dia santificado foi a
vez deles especularem o que mamãe tanto tinha
para comunicar a D-us. Hoje, nada me dá mais
satisfação do que observar as minhas meninas,
agora, graças a D-us, casadas, e a minha querida
nora, acendendo as suas velas de Shabat e se
prolongando em doce comunhão com o Criador
do mundo, da mesma forma que as gerações
justas das mulheres judias que nos antecederam
faziam.
Junto com o estudo da Torá e a Tefilá temos o
preceito da Tsedacá, que caracteriza muito o
lar judaico. (Estes três são um tripé de valores
básicos que sustentam o nosso mundo.)
O Talmud relata que o grande sábio Aba Chilkiya
e sua esposa eram ambos caridosos. No entanto,
quando rezavam em época de seca, as orações
dela eram atendidas antes
das orações dele. A razão
disso era porque, enquanto
Aba Chilkiya dava dinheiro
aos necessitados, com
o qual podiam comprar
alimentos, sua esposa dava
aos pobres pão e outros
Prática Judaica
[25]
gêneros comestíveis. Por mérito desse auxílio
mais imediato suas preces eram atendidas mais
prontamente.
Uma das minhas histórias favoritas, relacionada
com o poder feminino e a tsedacá é
a respeito de Chana Rivka, esposa
de Reb Gavriel, um dos mais
proeminentes judeus de Vitebsk
e chassid (adepto) do Alter Rebe,
primeiro Rebe do Chabad, Rabi
Schneur Zalman (1745-1812). Vinte e
cinco anos após o seu casamento, o
casal ainda não havia tido filhos. Depois, por motivo
de contínua perseguição, eles empobreceram.
Naquela época, Reb Gavriel, recebeu um apelo
do Alter Rebe para participar da mitsvá de Pidyon
Shevuim (resgate de prisioneiros) com uma
contribuição substancial, como ele costumava
fazer em tempos anteriores. É compreensível a
sua aflição em não poder atender ao pedido do
Rebe. Ao tomar conhecimento do apuro de seu
marido, Chana Rivka vendeu as suas jóias e
levantou a quantia de dinheiro necessária. Depois,
ela esfregou e poliu as moedas até que elas
cintilassem e com uma prece no seu coração para
que a sua sorte (mazal) revivesse,
ela embrulhou as moedas em um
pacote, o qual entregou ao marido
para levar ao Alter Rebe.
Chegando à presença de seu Rebe,
em Liozna, Reb Gavriel colocou o dinheiro em
cima da mesa. O Rebe pediu ao chassid para abrir
o pacote. Imediatamente as moedas apareceram
resplandecendo com um brilho extraordinário.
O Tsadic (justo) se compenetrou e depois disse:
“De todo ouro, prata e cobre que os judeus
contribuíram para o Mishkan (tabernáculo), nada
reluziu tanto quanto o lavatório e a sua base, que
foram confeccionados dos espelhos de cobre
que as mulheres judias doaram com abnegação,
generosidade e alegria. Conte-me,
onde você arranjou estas moedas?”
Reb Gavriel tinha que revelar ao Rebe
sobre o seu estado financeiro e como
sua mulher, Chana Rivka bat Beila,
havia levantado o dinheiro. O Alter
Rebe apoiou sua cabeça nas mãos
e ficou em concentração espiritual durante um
tempo. Depois, ele ergueu a cabeça e concedeu
a Reb Gavriel e sua esposa a bênção de filhos,
longevidade, riqueza e graça extraordinária.
Orientou o chassid para fechar os negócios
em Vitebsk e começar a trabalhar com gemas
preciosas e diamantes.
A bênção do Rebe se realizou. Reb Gavriel
Nossê Chên - Gracioso Gavriel (como veio a ser
conhecido) se tornou rico. Ele e sua esposa foram
abençoados com filhos e filhas. Ele viveu até a
idade de 110 anos e Chana Rivka sobreviveu ao
seu marido por dois anos!
“A bênção repousa no lar de um
homem somente por causa de
sua mulher,” afirma o Talmud. O
Rei Salomão disse (Provérbios):
“Toda mulher sábia edifica sua
casa”. Que Hashem nos permita cumprir a nossa
verdadeira vocação com saúde e contentamento
de coração! O futuro do judaísmo depende disso!
(Adaptado de uma série de artigos escritos pela autora e
publicados no jornal “Visão Judaica”)
[26]
aRte, CRiatividade e teCOnOlOgia a seRviçO dO JudaísmO
Tudo que D’us criou no Seu Mundo, criou-o para
exprimir Sua glória. (Ética dos pais (6:11)
A tecnologia canaliza as forças divinas presentes
na natureza desde o momento da criação
(O Rebe).
Foi imbuído desses ensinamentos que o Rabino
Dubrawsky chegou a Curitiba há 30 anos,
ansioso por utilizar a sua criatividade particular
e os recursos que encontrava a seu dispor para
divulgar o judaísmo e torná-lo acessível e atraente
para o maior número de pessoas.
Com esse objetivo iniciou o Clubinho de trabalhos
manuais aos domingos, na Sinagoga Francisco
Frischman. A cada semana, vinha um bonito grupo
de crianças que acompanharam o recém-chegado
rabino, ainda com dificuldade de se expressar,
mas que, com muito carisma e simpatia, os
instruía na confecção de trabalhos relacionados
com temas e valores de judaísmo. Rabino Fitche
conta: “Eu tinha, desde minha juventude, muito
prazer e habilidade em esculpir miniaturas e
gostava de atividades manuais. Sempre sonhava
em canalizar esses recursos para engrandecer o
judaísmo. Nos meus primeiros meses em Curitiba,
eu passava muitas horas elaborando novas
idéias e preparando o material para trazer para
as crianças do Clubinho de Tsivot Hashem, aos
domingos.”
No segundo ano, em Purim, o rabino estreou seu
famoso “jogo de memória” com temas gerais de
Cultura Judaica, repleto de efeitos sonoros para
a alegria e o entretenimento do grande público
de adultos e crianças que lotou ao salão da
Sinagoga Frischmann. Em seguida, vieram os
Atuação do Chabad na Comunidade
[27]
populares Sevivonim Piscadores, que divertiam as
crianças em muitas festas de Chanucá no CIP e
no Chabad. “Eu sempre me identifiquei muito com
a necessidade das crianças de poderem aprender
de forma criativa e dinâmica. Se D’us me deu a
possibilidade de fabricar materiais didáticos para
enaltecer as nossas tradições, eu sentia muita
satisfação em dedicar meu tempo para essa
finalidade”, ressalta o diretor do Chabad.
Nos meses que antecederam a grande Expo
Judaica no CIP, em 1985, o rabino ficava até altas
horas talhando pequenos objetos com minuciosos
detalhes em isopor, madeira e outros materiais,
para confeccionar as maquetes que ilustraram as
festas judaicas com todos os seus costumes e
muitos dos preceitos básicos judaicos. “Choveu
tão forte neste dia, mas isso não impediu que
centenas de pessoas chegassem ao ginásio do
CIP, onde representantes de todas as entidades
organizaram com muito êxito, junto com Beit
Chabad, uma exposição encantadora, que
repercutiu muito pelo Brasil e o mundo judaico
afora”, admira-se o próprio responsável pelo
projeto.
Nos próximos anos, o rabino iria montar excelentes
cenários e apetrechos para acompanhar muitas
apresentações dos alunos do Clubinho do Chabad,
além de usar sua criatividade para fantasiar as
crianças e a ele mesmo nos momentos divertidos
nas colônias de férias, nas chácaras, atividades
tão lembradas pelas crianças, muitas das quais
hoje têm suas próprias crianças.
O rabino descobriu um judeu generoso de
coração que tinha uma fábrica de cerâmica. Logo
milhares de castiçais e chanukiot estavam sendo
distribuídos em Curitiba e em outras cidades do
Brasil. Ele mesmo orientou quanto ao formato das
peças artesanais.
Seja para decorar os ambientes para festas
temáticas ou para criar necessários materiais
visuais para deslumbrar as crianças nas aulas
no Beit Chabad e nas festas na praça, o Rabino
Dubrawsky nunca poupou esforços e, com muito
talento e sensibilidade dava mais do que conta do
recado.
Em 2009, o Rabino Fitche concebeu a ideia brilhante
de homenagear os 120 anos da imigração judaica
no Paraná. Confeccionou uma chanukia com 120
[28]
“tijolos” que incluíram as datas importantes de
todas as entidades judaicas presentes na cidade.
“Fiquei horas colando os dígitos, marcando cada
ano dos 120 anos nos tijolos, confessa o rabino,
“mas tive um enorme prazer em poder enfatizar
a singularidade do nosso povo, através desta
Chanukiá, de como cada entidade judaica faz
parte de um grande candelabro, cuja função é
espelhar a luz Divina.”
Passaram as décadas e hoje os genros do Rabino
Fitche, os jovens rabinos Mendi Labkowski
e Mendy Stolik investem muito na tecnologia
para expandir, divulgar, ensinar e dinamizar os
ensinamentos judaicos. Rabino Labkowski utiliza
datashow nas suas aulas e os recursos avançados
para transmitir aulas ao vivo via internet. Rabino
Stolik organiza o website do Chabad e, além de
divulgar as programações, possibilita compras do
kitov “on-line” e passa informações úteis. Ele o
abastece com clips interessantes, surpreendendo
os navegantes com curiosidades e novidades no
mundo judaico. O concurso moderníssimo “I Light”
incentivou as crianças a produzirem clips sobre
mitsvot na última festa de Chanucá na Praça.
“Tudo indica que essa tendência de utilizar a
tecnologia e todos os recursos inerentes no
mundo para difundir os ensinamentos e valores
da nossa Torá continuará pegando ímpeto e se
tornará cada vez mais atual e necessária, pois o
momento quando ‘o universo estará repleto com
o Conhecimento Divino assim como as águas
cobrem o mar’ está se aproximando com uma
velocidade inédita, concretizando nos nossos
tempos as palavras milenares do Profeta Isaias”,
destaca o Rabino Dubrawsky.•
Atuação do Chabad na Comunidade
(Da esq. para a Dir.) os casais rabino menDy e tzivi stolik; e rabino menDi e eiDi labkowski: filhas e genros Do
casal Dubrawsky que se DeDicam às ativiDaDes Do beit chabaD
[29]
Ganenu é eDucação JuDaica inFanTil De qualiDaDe
Os 30 anos do Beit Chabad do Paraná marcam
também a transformação do antigo Clubinho. Os
pais que sempre ficaram tranquilos em confiar
a educação judaica à instituição agora podem
garantir educação infantil completa para as
crianças.
Um lugar para aprender sobre o judaísmo e as
tradições, onde os pais podiam deixar seus filhos
com toda a tranquilidade. O Clubinho do Beit
Chabad do Paraná sempre representou muito
para a comunidade judaica da capital paranaense.
Assim como as diversas atividades realizadas na
instituição, o Clubinho também evoluiu. Hoje é
chamado Ganenu e atende crianças até 8 anos
de idade, incluindo matérias como português,
matemática e ciências.
Atualmente uma das responsáveis é a Morá Eidi
Labkowski, filha do Rabino Yossef e Tila Dubrawsky.
No currículo de Eidi estão uma temporada
estudando pedagogia em conceituadas escolas
no Reino Unido, Israel, Áustria e Estados Unidos.
A coordenadora conta com uma excelente
equipe pedagógica comprometida com os
ideais do instituto.
Há cinco anos a Escola utiliza o método
de ensino da “Inteligência Múltipla”, que
consiste em utilizar as diversas áreas do
conhecimento, como: musical, espacial,
linguística, lógica, culinária, esportiva, entre
outras. Dessa forma, os alunos conseguem
Frances Baras
conectar o que está sendo ensinado com o seu
cotidiano, tornando o aprendizado muito mais
interessante e eficaz.
Todas as matérias continuam ligadas, de uma
forma ou de outra à educação judaica. As
festas judaicas e os ensinamentos dos sábios
são sempre o foco e o ponto de partida para os
diversos temas. Por exemplo, aproveita-se para
fazer experiências científicas com o fermento
em conexão à festa de Pessach e aborda-se o
assunto de segurança com fogo em relação ao
tema da fogueira de Lag Baomer.
As crianças contam também com uma biblioteca
infantil judaica, mantida com a ajuda da comunidade
e dos próprios pais dos alunos do Ganenu. Os
livros são levados para casa semanalmente,
estimulando não apenas a leitura, mas também
o conhecimento de histórias judaicas, das festas,
dos sábios e dos valores judaicos, que passam
a fazer cada vez mais parte do dia-a-dia das
crianças.
[30]
O sistema de ensino do hebraico, tão importante
para a cultura judaica, é o TALAM, Tochnit
Limudim (Currículo de Estudo) Ivrit Moreshet
(Hebraico e tradição) desenvolvido no Canadá
para ensinar o Hebraico e o Conteúdo Judaico
em escolas fora de Israel. O método se baseia em
ensinar leitura, escrita e conversação de acordo
com o nível da criança, utilizando cores, música e
outras atividades que despertam a curiosidade e
facilitam o aprendizado, com a utilização de livros,
CDs e jogos. As situações estudadas têm relação
com o cotidiano da criança e facilitam a fluência
no idioma.
A Morá Eidi conheceu esse currículo durante
a sua formação pedagógica em Viena, Áustria,
em 2002, na escola Lauder Chabad Campus,
onde estudava e lecionava. Desde então, ela se
encantou com o programa e teve oportunidade de
participar do curso de TalAm em Viena junto com
professoras de outras escolas ao redor da Europa.
Mais tarde, em 2010 participou de mais um curso
TalAm na escola Beit Yacov em S. Paulo.
A Morá decidiu introduzir no programa ao Ganenu,
pois, durante os seus anos de experiência com
alfabetização do hebraico, sentiu que este era
o programa mais completo. TalAm trabalha
a leitura, a escrita e a conversação de uma
maneira fantástica. As crianças constroem o seu
conhecimento, absorvem o conteúdo e convivem
com o aprendizado. Além de desenvolver as
habilidades cognitivas, sociais e emocionais, o
programa possibilita o avanço, desafiando cada
aluno em seu nível.
No Ganenu, os alunos são iniciados ao currículo
TalAm, a partir do primeiro ano (Kita Alef), somente
após a familiarização com o Alef-Bet na educação
infantil pelo método tradicional.
“Adaptamos o programa para ser aproveitado
duas vezes na semana com o Ariot (Alef-Bet),
Shalom Bakita / Babait Uvachutz (conceitos
sociais da vida escolar e família) e Chaguim. Para
reforçar o aprendizado, os alunos se divertem com
os mischakim (jogos) e atividades no machshev
(computador). No final de cada letra estudada, os
alunos fazem a Hachtava (ditado em hebraico),
passando antes por uma revisão através do
“rodízio” – trabalham em duplas nos centros de
leitura, escrita e jogos no computador. Isso permite
à Morá avaliar com atenção individualizada o
andamento de cada aluno.
“Estamos com a terceira turma aproveitando do
currículo. Os resultados são visíveis: os alunos
Atuação do Chabad na Comunidade
[31]
estão lendo cada vez com mais fluência. A
conversação na sala é cada vez mais em hebraico
e, acima de tudo, podemos ver as crianças
felizes e estimuladas em aprender”, explica a
coordenadora.
As mães são só elogios para o método e tudo
o que acontece no Ganenu. Lea Baras Top, que
voltou a viver em Israel após 3 anos morando em
Curitiba com a família valoriza a experiência dos
filhos Rinat (7) e Dan (5) no Ganenu.
“Meu filhos são nascidos em Israel e achamos
muito importante manter o conhecimento do
idioma hebraico no tempo em que passamos em
Curitiba. O Ganenu proporcionou isso, inclusive
o início da alfabetização dos dois. Quando
voltaram a estudar na escola israelense causaram
surpresa nas morot. A base deles era excelente
considerando que haviam passado três anos
estudando fora de Israel”.
A Rinat e o Dan frequentaram o Ganenu de 2008
até maio de 2011 e, segundo Lea, sempre voltavam
para casa empolgados com as experiências,
contando as histórias que haviam escutado sobre
o judaísmo e sobre nossos sábios. “Até hoje eles
praticam tudo o que aprenderam por lá e ainda
falam com saudade das morot, dos rabinos e dos
amigos que ficaram”, completa a mãe orgulhosa.
Para Lea, isso é resultado da forma interessante
como o judaísmo é passado para as crianças.
“A experiência dos meus filhos no Ganenu foi
maravilhosa. A recepção calorosa das morot, a
alimentação saudável e casher, e o aprendizado
amplo que inclui desde as noções básicas que
uma criança em idade pré-escolar necessita até o
hebraico e o judaísmo”.
Jéssica Nevel, que leva a sua pequena Isabela
(Belinha) ao Ganenu desde que ela tinha apenas
1 ano e 8 meses, diz que a principal razão para
escolher a escola é a educação de qualidade
aliada aos valores judaicos. “Acho importante que
a criança conheça os valores judaicos e conheça
as nossas tradições desde cedo”.
Além disso, conta que conseguiu notar um
“desenvolvimento sensacional” na menina desde
que começou a frequentar as aulas. “Ela adora
o Ganenu e as morot. Todos os dias, chega
contando que brincou com os amiguinhos e fez
muitas artes”. •
[32]
Chabad CuRitiba leva mais JudaísmO a flORianóPOlis
Trabalho realizado há três décadas em Curitiba
desce a rodovia até Santa Catarina e alegra a
vida da comunidade judaica de Florianópolis, uma
cidade linda com poucos judeus e, até então,
poucas atividades ligadas ao judaísmo.
Todo judeu, onde quer que ele esteja, tem o
direito de vivenciar o judaísmo. É com base
nesse ensinamento do Rebe de Lubavitch que
a comunidade judaica de Florianópolis, Santa
Catarina, está mais próxima das tradições e das
festas judaicas há cerca de cinco anos. E isso
tem acontecido com a ajuda do Rabino Mendy
Labkowski, genro do casal Yossef e Tila Dubrawsky,
responsáveis pelo início das atividades do Beit
Chabad em Curitiba há 30 anos.
Tudo começou em 2008, quando as chuvas de
verão assolaram boa parte do litoral do estado de
Santa Catarina. Uma campanha de solidariedade
do Beit Chabad Curitiba reuniu alimentos
enlatados que formaram uma chanukiá para
comemorar a Chanucá, Festa das Luzes. Esses
alimentos se transformaram em donativos para a
população que ficou sem casa e sem bens após
a tragédia. Seguindo até Florianópolis, o Rabino
Mendy conheceu a comunidade.
Desde então, a comunidade da capital catarinense
tem apoio para comemorar as grandes festas
judaicas. E não são apenas os judeus de lá que
participam, mas também os diversos turistas
judeus que passam pela cidade para conhecer a
belíssima costa do litoral sul do país. “Há muitos
jovens israelenses que fazem turismo pelo Brasil,
que não poderiam deixar de conhecer Santa
Catarina e que nos encontram para passar as
festas judaicas como Chanucá e Pessach”, relata
o Rabino Labkowski.
Sergio Iokilevitc, que é do Rio de Janeiro e mora
em Florianópolis com a sua esposa desde 1977,
Atuação do Chabad na Comunidade
Frances Baras
[33]
conta que já participou com a família de diversas
comemorações de Chanucá, Sucot, Purim,
Pessach e também de “um encontro próximo ao
período de Yamim Noraim, quando o tema foi o
significado das grandes festas de Rosh Hashanah
e Yom Kipur”.
“Talvez a mais marcante tenha sido a última
comemoração de Sucot, pois envolveu a
construção de uma Sucá em nossa casa.
Contávamos apenas com pouco material e menos
ainda com mão-de-obra, e o resultado final foi
muito bom, uma Sucá casher e fruto de trabalho
efetivamente coletivo”, revela.
A vida judaica na cidade, conta Sérgio, se
dá principalmente por meio da existência da
Associação Israelita Catarinense, que procura
manter conectadas as pessoas judias da
região, enfrentando bastantes dificuldades
neste propósito, em função da dispersão da
comunidade, assimilação etc. Sérgio, que é
engenheiro elétrico, chegou a Florianópolis com
a esposa logo após a universidade. O casal teve
os filhos por lá e procurou dar a educação judaica
que sempre tiveram.
“Fizemos isso dentro do que é possível quando
se está numa cidade sem a estrutura básica que
seria desejável - escola, sinagoga, clubes, número
expressivo de jovens de mesma faixa etária etc.
Tudo isto foi escasso, e tivemos de nos esforçar
mais, do que se estivéssemos em cidades onde a
comunidade judaica é maior e mais efetiva”. Por
isso, segundo ele, a presença do Rabino Mendy é
tão importante. “O Rabino Mendy representa um
missionário da fé, no sentido de que sua dedicação
encontra motivação no cumprimento de mitzvót, e
age para trazer apoio e conhecimento para aqueles
interessados, de forma carinhosa e solidária.
É uma pessoa importante no fortalecimento e
construção de nossa identidade judaica”, relata. •
[34]
Cerca de 200 meninas de Curitiba já passaram
pelas atividades para B’not Mitsvá organizadas
pelo Beit Chabad em Curitiba. Com a chegada
das redes sociais, as atividades unem tradição
e modernidade em uma experiência única e
inesquecível.
É fato conhecido que a mulher tem um papel
fundamental na vida judaica, já que ela é a grande
responsável por manter um lar judaico dentro das
tradições. A partir do Bat Mitzvá toda menina
judia começa a se tornar mulher e deve entender a
importância desse momento para toda a sua vida.
Essa transição é muito mais divertida e especial
para as meninas de 12 anos em Curitiba desde
1994.
Foi naquele ano que começaram as atividades da
“Maravilha de se tornar mulher”, em parceria com
a Naamat Pioneiras, reunindo as meninas para
atividades culinárias e a vivência de um shabaton
coletivo. Quase 200 meninas já passaram pela
experiência e, com toda a certeza, lembram até
hoje do que aprenderam. Muitas delas já colocam
em prática em suas próprias famílias.
Em 2003, com a ajuda da Morá Rose Muller, a
atividade passou a ser bimensal e a ser chamada
do Bat Mitsvá Club. As meninas se reuniam
inicialmente em Motsaei Shabat (sábado a noite)
enquanto hoje são realizados aos domingos a
tarde. O programa inclui leitura de Salmos, uma
reflexão, uma história empolgante, uma atividade
manual, um momento musical e um lanche
gostoso. As sócias recebem missões e fazem
tarefas administrativas no Club.
há 18 anOs aJudandO a manteR a tRadiçãO JudaiCaBat Mitsvá Club
Atuação do Chabad na Comunidade
Frances Baras
[35]
Em 2007 a Morá Tzivi Stolik, filha do casal Yossef
e Tila Dubrawsky, assumiu a coordenação do
Club integrando a sua rica criatividade e as idéias
do BMC internacional ao programa. Hoje as
atividades transcendem os encontros presenciais
e chegam até as redes sociais.
É por meio do Facebook, por exemplo, que Tzivi
se comunica com as B’not Mitzvá, avisa sobre a
programação dos encontros e se aproxima ainda
mais dessas meninas da chamada “Geração
Z”. Para a superconectada Ilana Ida Ingberman,
integrante do BMC de 2011, essa interação tornou
tudo ainda mais divertido.
Apesar de todas as mudanças, o objetivo,
segundo Tzivi Stolik, continua sendo o mesmo:
dar às meninas neste ano tão importante, em que
elas atingem a maioridade judaica, a oportunidade
de conhecer, entender e vivenciar tudo aquilo
que é fundamental para a mulher judia e para a
continuidade da vida judaica de forma dinâmica
divertida e criativa.
As atividades, que acontecem no Beit Chabad,
continuam baseando-se em leitura dos salmos
correspondentes à idade, bate-papos e dinâmicas
sobre algum tema, scrapbook e outros trabalhos
manuais, ações sociais e um lanche. “Como parte
do programa, as meninas também participam de
um shabaton, passando o Shabat juntas, com
25 horas de muitas atividades, aprendizagem,
músicas e diversão. Elas participam de atividades
lúdicas e fazem novas amizades”, completa Tzivi.
Para concluir as atividades, não há necessidade
de realizar uma cerimônia. “O importante é
que elas entendam o seu papel nessa nova
etapa e continuem seguindo o caminho com os
ensinamentos que juntaram durante o ano”, revela.
Mas nada “passa em branco”, segundo Tzivi.
“Realizamos um encontro de encerramento para
mães e filhas, para que as mães possam conhecer
um pouco do que suas filhas viveram durante o
ano, mostramos um clipe especial, entregamos
lembranças para as meninas e desejamos as elas
muita sorte para o futuro”, finaliza. •
[36]
Juventude
O braço de Juventude no Chabad, coordenado
pelo Rabino Mendy Stolik, oferece programas
dinâmicos, criativos e educativos. Consciente de
que a juventude de hoje representa o futuro do
judaísmo de amanhã, o Beit Chabad diversifica
a programação para alcançar o maior número
possível de participantes.
“O Talmud relata que, ‘do mesmo modo que as
faces das pessoas não são iguais, assim também
as mentes são diversas’. É preciso achar para
cada indivíduo uma maneira para ele se sentir
bem e se conectar com nossa herança tão rica
e profunda. Para um é uma aula de Torá e para
outro é uma viagem à Polônia, para ver e viver o
estilo de vida de seus antepassados”, explica o
rabino.
Toda semana há aulas de “Kiruv” em grupo e
particulares. Os participantes recebem uma bolsa
de estudo e podem debater temas como “existe
mau olhado?” ou “como sabemos que a Torá é
verdade?” São oferecidos também, algumas
vezes por ano, cursos especias como “Israel 3D”,
“Tour pelo Templo Sagrado” e mais.
Quem não gosta de viajar? Se a viagem for por
sete países, melhor ainda! É por isso que o Beit
Chabad promoveu várias viagens dentro do
“Projeto Alicerces” e do “Projeto I Know I Go”,
para incentivar jovens a estudar nossa história e a
conviver com jovens judeus de outras cidades do
Brasil. Essas viagens, muito mais do que estudo,
abrem os olhos dos jovens por meio de atividades
de integração, passando shabatot e desfrutando
de momentos agradáveis em outras comunidades
judaicas do mundo ou no 770 (sinagoga do Rebe)
em Nova York.
Em nossas festas judaicas os jovens podem
celebrar com amigos, seja num seder de Pessach,
num encontro na suká, ou no acendimento de
uma Chanukiá em Chanucá. As moças recebem
dicas de decoração para as mesas festivas e
participam de aulas de culinária, onde aprendem
a fazer chalá ou uma outra boa receita típica.
A residência do rabino está sempre aberta, seja
para dar conselhos para os jovens, para estudar,
para um jantar de Shabat ou só para hangout.
Mesmo os jovens que estão fora, procuram o
rabino para ajudar a achar e a conhecer um Beit
Chabad em outra cidade ou país.
Sobre os planos para o futuro o Rabino Stolik fala:
“Sabemos que ainda resta muito trabalho pela
frente. Networking com outros centros judaicos
para ajudar os jovens a encontrarem sua alma
gêmea, reuniões em residências de casais jovens,
entre outras idéias. Nós precisamos sempre inovar
e melhorar, porque, enfim, se trata do futuro do
povo judeu”.
Atuação do Chabad na Comunidade
[37]
Convivência interessante e descontraídaPatríck Sasson
Now that I went, I know!
Foi realmente uma experiência única ter participado desse projeto especial. Poder aproximar-se do judaísmo de uma maneira interessante e descontraída é fundamental.
Foi isso que o Projeto “I know, I go” nos proporcionou. A convivência real com judeus do mundo inteiro em Nova York resultou em uma experiência inesquecível.
Uma das surpresas positivas foi, sem dúvida, nossa interação com o grupo do Rio de Janeiro. Jovens brasileiros tiveram a oportunidade de compartilhar experiências, algo que, sem esse projeto, para a grande maioria, seria inviável. Para nós, que vivemos em uma comunidade pequena, esse tipo de programa é imprescindível para possibilitar uma convivência mais próxima do judaísmo.
Judaísmo íntegroMarcelo Tayah de Melo
Meus avós vieram da Europa trazendo esta bagagem judaica que hoje eu levo. Pelo Beit Chabad, tive a oportunidade de conhecer mais a comunidade judaica praticante do judaísmo, além de poder realizar uma viagem a Israel, pelo Programa Taglit, em 2007, e conhecer o 770, em Nova York, com toda sua energia e mostra de uma integridade judaica nos Estados Unidos.
Quero agradecer ao Beit Chabad do Paraná por me receber de braços abertos.
Eu me encanteiVanessa Gelhorn
Difícil selecionar o momento mais marcante da viagem, porque todos os momentos foram muito enriquecedores e especiais. Talvez o Shabat em Praga, onde tivemos a oportunidade de estar na Sinagoga do grande Sábio e Cabalista “MaHaRaL” (famoso pelo golem que ele criou), vivenciando toda a simbologia e as regras desse momento tão especial. Eu estou encantada! Não só pelo fato de o programa Alicerces ter-me proporcionado uma experiência de viagem com uma mágica mistura de sentimentos e emoções, um conhecimento da história dos meus antepassados, uma vivência do judaísmo. Ele me fez entender de onde eu vim e para onde eu quero ir.”
Vivenciar os costumes do nosso povoDiana Parigot de Souza
O projeto “I know I go” foi uma ótima experiência para conhecer e, principalmente, vivenciar o judaísmo.
Ao longo das aulas fomos relembrando, descobrindo e debatendo temas judaicos. As aulas foram de extrema importância para que todos os participantes se conhecessem e também para que aprendêssemos sobre o judaísmo e a visão do Chabad.
A finalização do programa, uma semana em Nova York, vivendo dentro de uma casa religiosa e praticando os costumes do nosso povo, foi incrível! É interessante notar como mesmo tão longe a identificação e o sentimento de “estar em casa” foi tão forte.
Vejam o que tem a dizer alguns jovens que
participaram de programas de estudos e viagens
do Beit Chabad nos últimos três anos.•
[38]
Numa noite memorável, em maio de 2001, mais
de 400 pessoas lotaram a sala de confêrencias
no Hotel Radisson para uma homenagem a
62 sobreviventes do Holocausto da nossa
comunidade.
O evento promovido pelo Beit Chabad como
parte das comemorações dos seus 30 anos,
contou com a ilustre presença da Rebetsin Esther
Jungreis, oradora de renome mundial. O programa
foi organizado com muito esmero pelas senhoras
Lilian Zugman e Marina Hasson e teve a valiosa
colaboração dos jovens do Dror haBonim,
O cerimonial comecou com acendimento de uma
vela pelos membros da familia ao lado da fotografia
de seu ente querido, sobrevivente, que já se foi.
Foram projetados no telão, com fundo musical, os
nomes e retratos de todos esses heróis, exemplos
de fé e coragem para as novas gerações.
Os sobreviventes que moram na nossa comunidade
foram homenageados recebendo, cada um
da mão de um dos presidentes das entidades
judaicas do Paraná, um lindo livro de Salmos com
capa de couro e inscrição expressando nossa
admiração e respeito por tudo que passaram e por
ainda conseguirem, com muita garra, constituir
suas famílias e se dedicarem a continuidade do
judaísmo.
A Rebetsin Jungreis, nascida na Hungria,
descende de uma dinastia rabínica cuja linhagem
remonta ao Rei David. Sobrevivente do campo
de concentração Berguen-Belsen, ela vive hoje
em Nova York. Ela proferiu uma comovente
palestra, acompanhada por muitos com tradução
simultânea, destacando, por meio de vários casos
verídicos, o milagre do judaísmo ter sobrevivido a
momentos de perseguição ao longo da História.
O tRiunfO dO esPíRitOHomenagem aos Sobreviventes do Holocausto
Os sobreviventes Zichronam Livrachá que foram homenageados e lembrados:
Abram Majer Apelbaum Korcfeld, Alter Nechemie Grynbaum, Arie Flaksberg, Bela Zielonogora, Bernardo Wies, Binyamin Gelhorn, Brondla Grynbaum, Bruno Macioro, Chaskiel Slud, Chaya Kulysz, David Lorber Rolnik, Eva Kohane, Fiszel Szmargowisz, Hanna Lili Sielecka, Hella Bewaski, Henik Weishof, Hinda Klein, Ita Gottfreid Hendler, Izak Baras, Jacob Krigsner, Jacob Mendelsom, Joel Bergman, José Hendler, Joseph Kohane, Julio Kohane, Leah Mamber, Leon Fajgenbaum, Mala Szniter, Malka Lorber Rolnik, Marcos Zielonogora, Marie Berthe Weishof, Mario Grynbaum, Miriam Mendelsom, Moises Bergerson, Moshe Aron Herchlikowicz, Moshe Klein, Natan Mamber, Nuchym Szniter, Rosa Baras, Samuel Klein, Schulem Krajden, Shendel Aizescu, Shimon Aizescu, Shoshana Klin, Sonia Ingberman, Szlama Kac, Yaacov Kulysz, Zeev Goldstein.
Os sobreviventes, ad meia veessrim shaná, que foram homenageados:
Abram Bogdanski Z”L , Bela Bogdanski, Bunia Finkel, Cila Krajden, Hella Schwarz, Marcos Bergerson, Menachem Klin, Moises Jacobson, Naftali Steinberg, Peter Aizescu, Samuel Grinbaum, Sara Gelhorn, Sara Goldstein, Vergil Terifan.
Atuação do Chabad na Comunidade
[39]
Todos os participantes levaram uma lembrança
com o nome de uma das crianças judias cuja vida
foi ceifada durante o holocausto, assumindo uma
mitsvá em honra da memória dessa criança. •
[40]
Ainda como parte das comemorações dos seus
30 anos, na noite de 28 de junho 2011, houve
um evento muito especial no Beit Chabad de
Curitiba, iniciativa do Colel Centro de Estudos,
dirigido por Rabino Mendy Labkowski. Foi o
lançamento do primeiro volume do Talmud em
Português! Na presença de mais
de cem descendentes, familiares
e amigos, receberam homenagem
três patriarcas de familias distintas:
senhores Menachem Mendel
Knopfholz Z’’L, Shmil Troib Z’’L e
Nathan Yalom Z’’L conhecidos pelo
Yishuv Curitibano por sua devoção
e erudição no estudo do Talmud.
Uma gravura que data de 1945, emprestada pelos
parentes demonstrou estes senhores saindo da
Sinagoga Francisco Frischmann, com seus livros
de Talmud embaixo do braço, após seu estudo
diário. A famosa Edição Vilna do Talmud utilizado
por eles estava exposta junto com outros objetos
pessoais, fazendo sua presença palpável e
marcante.
Três netos que levam os nomes de seus avós,
Mendel Knopfholz, seguido por Jaime Zlotnik,
Sergio (Shmil) Mazer e Nathan Kulisch, prestaram
depoimentos emocionantes, compartilhando
lembranças suas de seus notáveis ancestrais.
Rabino Yossef Dubrawsky destacou o grande
mérito da comunidade em ter tido estes ilustres
exemplos e como hoje com a tradução desta
grandiosa obra em línguas mais acessíveis, inglês
e agora o português, será cada vez mais fácil para
a nova geração continuar a estudar. O Rabino
informou ao público das aulas de Talmud, já em
andamento no Colel do Beit Chabad, frequentadas
por jovens e adultos e sobre novos grupos que
serão formados no futuro breve. “Hoje podemos
conciliar uma vida profissional com o estudo da
Torá e do Talmud. Não se torna mais necessário
abrir mão de qualquer um em prol
do outro”, salientou o diretor do Beit
Chabad.
O Rav Shamai Ende, convidado
especial da noite e o responsável
pela obra em português, desvendou
os mistérios do Talmud proferindo
palavras profundas e interessantes
a respeito da Lei Oral da Torá. Compartilhou
histórias verídicas de grandes sábios e seu incrível
domínio neste estudo da sabedoria divina milenar
que acompanha o nosso povo desde Moshe
Rabenu até nosso dias. “Todas as ciências, todas
as novidades na tecnologia e medicina já estão
previstos nas páginas destes tomos”, afirmou o
chefe da Yeshiva Lubavitch de SP, Rabino Shamai.
O programa terminou com uma calorosa
confraternização, com comes e bebes e a venda
do Talmud em Português. Muitos participantes
aproveitaram a oportunidade de levarem para
casa este Clássico Judaico. O grande público
dispersou e um grupo de umas trinta pessoas se
aconchegou em volta de uma grande mesa para
um farbrenguen chassídico com Rabino Shamai
Ende. Ficaram mais uma hora e pouco para
ouvir pérolas de inspiração e histórias magníficas
do Rebe de Lubavitch, próximo da data que
lançamentO dO talmud em PORtuguêsTestemunha Ocular de uma Noite Iluminada
Atuação do Chabad na Comunidade
[41]
marcava 70 anos de sua chegada aos EUA. Um
Sheva Brachot inesperado, brindando os recém-
casados Jackson Guelman e Joyce Grimberg
que vieram prestigiar o evento, finalizou a noite
com tom de muita benção, alegria e dança. E me
atrevo a especular se a alegria contagiante desta
noite não foi um reflexo de uma alegria especial
de três almas no Gan Éden, que vibraram vendo
a continuidade de seu esforço e das suas boas
ações... •
[42]
aulas e atividades que agitaRam Os últimOs CinCO anOsCursos
Atuação do Chabad na Comunidade
[43]
Crianças
[44]
Kitov
Atuação do Chabad na Comunidade
[45]
almoços aos Domingos
[46]
mulheres
Atuação do Chabad na Comunidade
[47]
Palestras e Fabrenguen
[48]
Festas JuDaiCas
Atuação do Chabad na Comunidade
[49]
JuventuDe
[50]
Imagens que Marcaram os 30 anos
vOCê faz PaRte desta históRia
aulas Para Jovens e aDultos
[51]
bar mitsvá
[52]
bat mitsvá
Você Faz Parte Desta História
[53]
beit ChabaD no CiPbat mitsvá
[54]
beit ChabaD na esCola israelita
Você Faz Parte Desta História
[55]
eDuCanDo a nova geração
[56]
Você Faz Parte Desta História
eDuCanDo a nova geração
[57]
[58]
eDuCanDo a nova geração
Você Faz Parte Desta História
[59]
Colônia De Férias
[60]
Você Faz Parte Desta História
Colônia De Férias
[61]
Jantares
ChurrasCo na CháCara Da Família FrenKel
[62]
Feiras
hotel mata atlântiCa
Você Faz Parte Desta História
[63]
Festas
[64]
Festas
Você Faz Parte Desta História
[65]
Casamentos
[66]
melhor iDaDe shabaton
Você Faz Parte Desta História
[67]
inaugurações
miCvê 1983 miCvê 2002
[68]
inauguração Da nova Cozinha Kitov
[69]
Kitov
haChnassat seFer torá 2000
FlorianóPolis
bênção Do sol
[70]
haChnassat seFer torá 2007
Você Faz Parte Desta História
haChnassat seFer torá 2000
[71]
Jovens
Você Faz Parte Desta História
[72]
mulheres
[73]
Você Faz Parte Desta História
mulheres
[74]
Palestras e Farbrenguens
[75]
Praça
Palestras e Farbrenguens
Você Faz Parte Desta História
[76]
Praça
[77]
suPeRaçãO e suCessOPeço a D-us que me conceda sabedoria para usar
aqui palavras eficazes, que traduzam sentimentos
tão fortes, e que elas possam alcançar os corações
e as almas de todos vocês.
A nossa história tem início em 1980, quando
tivemos que vencer a dor de perder nosso amado
filho Joel (Z”L). Lembro-me então das palavras do
Rabino Benayon que me perguntou
como poderia ajudar. Eu lhe pedi
que nos levasse mais perto de
Hashem; precisávamos dessa luz.
Foi assim que conhecemos o Beit
Chabad em São Paulo. Fomos
acolhidos pelo Rabino Alpern, sua
esposa dona Esther (Z”L), nossa
grande amiga, e seus filhos. Essa foi uma amizade
que ficou para sempre. Com sua força e sabedoria
reaprendemos a caminhar pela vida com mais fé.
Meses depois, uma vez mais amparados pelo
carinho dos Alperns, toda a nossa família vivenciou
uma experiência única e diferente de tudo que
conhecíamos. Fomos a Nova York, mas não à
ilha de Manhattan, e sim a um universo de outros
valores: convivemos com a comunidade religiosa
Chabad de Crown Heights por alguns dias.
Cecilia Tockus Silberspitz
O objetivo principal dessa viagem era um encontro
pessoal com o Rebe de Lubavitch, líder mundial
do movimento do movimento Chabad, para que,
com sua Bracha, pudéssemos reencontrar nosso
caminho.
Como descrever em palavras um encontro
dessa magnitude? Na hora da nossa entrevista,
entramos todos juntos cada um com
seus pensamentos e os corações
acelerados. Seguiu-se um silêncio
confortante e muito choro. O Rebe
começou a falar, e tudo o que ele
disse hoje eu sei que é verdade.
Saímos do pequeno escritório com
grandes esperanças e seguimos
o caminho que ele nos indicou. Aquele rápido
momento, que foi um grande privilégio, passou
para a eternidade de todas as formas.
Pouco tempo mais tarde, estávamos diante de
um desafio ligado às palavras do Rebe: existia
a possibilidade de o Beit Chabad se instalar em
Curitiba. A família designada pelo Rebe para
fundar o Beit Chabad no Paraná era a família
Dubrawsky, o Rabino Fitche, sua esposa Tila e
seus dois filhos, Guity e Sendy.
rabino alpern, manfreD z”l, cecilia e susi
Chabad: Luz Para Vidas
[78]
Hoje, quando lembro das dúvidas, medos e
inseguranças de todos, Baruch Hashem, só tenho
certezas.
Trinta anos se passaram e o tempo trabalhou a
nosso favor. Eu só me pergunto quanta coragem
e determinação estavam naquela bagagem! Todos
nós sabemos como é difícil cada começo e como
são necessários bons parceiros para um novo
projeto. Com o passar do tempo, muita gente se
envolveu, tornando mais fácil toda a trajetória.
Tenho certeza de que o Beit Chabad do Paraná é
uma conquista de todos nós.
Os anos foram passando, a família Dubrawsky
cresceu com a chegada de mais duas filhas,
Eidi e Tzivi. Cresceram também as atividades do
Chabad. Eram muitas novidades para a cidade:
uma micvê, um clubinho para as crianças terem
mais contato com a religião, uma cozinha e um
buffet casher, uma Chanukiá gigante em praça
pública, castiçais de Shabat e de Chanucá, festas
de Sucot e de Purim sempre com bastante alegria
e novidade, semana da Mulher Judia e tantas
outras realizações. Os avanços foram tantos que
não poderíamos descrevê-los com detalhes.
Nestas últimas três décadas quase tudo no
mundo mudou. Vivemos na era da tecnologia e
da globalização total, mas a essência humana
continua a mesma, e a nossa essência como
povo é o judaísmo. Como judeus temos uma
visão diferente da vida, com valores e princípios
que fazem parte da nossa herança, que queremos
deixar intactos, ou melhor, fortalecidos para as
gerações futuras. Este é justamente o foco do
Chabad.
Hoje o Beit Chabad já está na segunda geração
de ¨shluchim¨, com a volta das filhas Eidi, Tsivi e
seus maridos ¨Mendys¨ (como são conhecidos).
Eles e seus filhos são a certeza da continuidade,
somando forças e novas ideias. Imagino como
serão os próximos 30 anos. Com certeza o que
for plantado será colhido.
Moro há quase 20 anos em São Paulo e é com o
maior orgulho que acompanho todas as conquistas
da comunidade de Curitiba, com coexistência
harmoniosa, em que todas as diferenças são
respeitadas. Parabenizo a todos!
Por meio dos ensinamentos do Chabad inúmeros
destinos foram mudados e tantas vidas foram
tocadas. A Brachá do Rebe se transformou nesta
realidade.
Tudo começou com um sonho, um sonho viável.
Sempre soubemos que, para realizá-lo era preciso
um trabalho constante, diligente e árduo. A família
Dubrawsky provou, que, com muita fé, é possível
transformar o mundo!
Minha querida filha Susi: juntas vivemos essa
história e juntas a escrevemos, obrigada pela
ajuda. Dedicamos essas lembranças aos meus
filhos e netos, que são o brilho dos meus olhos,
e ao nosso querido Manfred Z”L. Sem ele, nada cecília (acima á esq.) Durante o jantar Da semana Da mulher juDia
com a presença Da rebetsin esther alpern z’’l (sentaDa à esq.)
Chabad: Luz Para Vidas
[79]
disto teria sido possível.
Nossos agradecimentos a Hashem pelos milagres
e ao Rabino Alpern, que foi o arquiteto deste
rabino fitche e cecília tockus silberspitz simone, joel, cecília, susi, seu mariDo josé e michelle
projeto.
Pelos 30 anos de dedicação, nossa eterna
gratidão. Pelo sucesso alcançado, MAZAL TOV! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Famílias Resnick e Serrulha”
Aos amigos da Sinagoga que fizeram o Hélio
feliz e uma pessoa importante:
Fazer amigos era o grande talento do Hélio;
encantar as crianças com suas histórias era seu
talento; escrever um bom texto era seu talento;
ocupar o espaço om alegria, gargalhadas era o
seu talento; nos deixar muitas saudades foi o
seu talento.
Não existe nada neste mundo que possa
retribuir o carinho, a atenção e dedicação dos
amigos. Obrigada a todos vocês por tudo que
fizeram e estão fazendo por nós.
Sol, Priscilla e Bernardo; Rachel Resnick, Gilda
Serrulha e José Serrulha
Agosto/2009
susi, herta, michelle cecília e simone
[80]
Roland Hasson
O Beit Chabad em Curitiba, foi
aquele susto.
O Rabino Fitche, de barba,
sempre de preto, com o seu
chapéu... Ninguém estava
acostumado a ver um Rabino
assim; pelo menos em Curitiba.
Muita resistência, diz-que-diz-
que e o tempo foi passando,
passando, passando, e o Rabino
Fitche com a Rebetsin Tila,
cativando. Conseguiram um
lugar alugado para desenvolver
as atividades. A Rebetsin Tila, sua grande
companheira, dando aulas para as crianças,
providenciando a comida do Shabat e o Rabino
dando aulas, rezando, convidando os judeus para
rezar, aparecendo nos eventos, mas mais que
isso, fazendo eventos. A Chanukiá da Praça 29
de Março (1986), em Curitiba... quem diria?!
E assim foi, pede uma doação
aqui, outra ali, e quando vimos,
uma casa própria, a qual se
transformou, obviamente,
depois de um pedido aqui, outro
ali, em uma linda Sinagoga.
Seus filhos cresceram e eles
conseguiram trazer para
Curitiba os seus dois genros,
que rapidamente se puseram a
trabalhar: aula de Torá, aula de
Cabalá, aula de cashrut e por aí
afora, e também a Rebetsin Tila
e suas filhas dando aulas. Lá
se vão 30 anos! Temos hoje até
uma loja com produtos casher, chalot de Shabat
etc.
Em Curitiba, pode-se dizer, respira-se judaísmo e,
se assim é, muito devemos à Rebetsin Tila e ao
Rabino Fitche. Só nos resta agradecer e pedir 120
anos de vida para eles! •
CuRitiba ResPiRa JudaísmO
“Da nossa Caixa de Mensagens: Família Galbinsky”
Contando com Apoio no Momento Certo.
Nos momentos mais
difíceis de nossas vidas,
lá estava o Beit Chabad.
O Rabino Fitche e sua
família sempre trazendo
um alento, uma palavra
amiga, um livro, uma
chalá.
Sempre na hora certa e
no momento exato que
precisamos pudemos contar
com seu apoio. Seu trabalho
é admirável e só merece
nossos elogios e votos de
muito sucesso em seus
empreendimentos.
Chabad: Luz Para Vidas
[81]
atRavessandO geRações
Desde que tinha 3 anos, minha família e eu
começamos a frequentar o Beit Chabad em
Curitiba.
Um casal jovem, vindo dos Estados Unidos,
chegara à cidade com a missão de aproximar
os judeus da comunidade ao judaísmo e sempre
nos recebiam com os braços abertos. Havia um
respeito mútuo muito grande.
Não consigo descrever minha infância sem falar
do Chabad de Curitiba como minha segunda
casa. Aprendi o Alef-Bet, as rezas, o significado
e as regras dos chaguim, tziniut e muito mais:
amizades, brincadeiras, colônias de férias, artes
e até a técnica de fazer “chalot” para Shabat.
Frequentava o clubinho de segunda a quinta,
Cabalat Shabat e até shabaton na casa da Morá
Tila, do Rabino Fitche e da minha amiga de
infância, filha do casal, Guity.
Quantas peças de teatro e apresentações fizemos,
inclusive com minha adorada Babe Dora Z”L nos
acompanhando ao piano!
Com o tempo, cresci e passei a ser madrichá nas
colônias de férias. Nunca foi uma obrigação, mas
sempre um enorme prazer.
O Rabino Fitche nos incentivava a vir e a participar
do Cabalat Shabat, receber o espiritualismo e os
ensinamentos e aproveitar o ambiente do Dia
Santificado enquanto estivéssemos ali, mesmo
sabendo que na saída iríamos a uma discoteca ou
algo do gênero.
Muito judaísmo recebi dos meus pais, mas,
graças ao Chabad, observo hoje muitas mitzvot
na minha casa em Israel, inclusive cashrut. Se
D-us quiser, em breve minha primeira filhinha, Lia
Guital, começará a frequentar o jardim de infância
do Chabad, em Kfar Saba.
Posso dizer que a Morá Tila e o Rabino Fitche são
um exemplo de shluchim do Rebe, que recebem
a todos com muito amor, carinho e ensinam os
verdadeiros valores que a Torá representa para
nossas vidas.
Obrigada por tudo! •
Rebeca (Rivkale) Kalter Acherman
RebeCa COM 3 anOs nO ClubinhO dO beit Chabad eM ChanuCá
bRunO, lia Guital e RebeCa eM fRente aO kOtel eM JeRusaléM
[82]
Judeus dO séCulO XXiRicardo Sasson
Recebi com alegria o telefonema do Rabino
Fitche falando que o Beit Chabad do Paraná
estava completando 30 anos, e gostaria de
contar com minha colaboração para esta revista
comemorativa.
Quando desliguei, “caiu minha ficha” de que se
passaram 30 anos, desde que aquela simpática
família chegou a Curitiba. É incrível lembrar que
vivenciei a passagem deles por todos esses anos!
Hoje tenho muita hakarat hatov (gratidão) para
o Rabino Fitche. A receptividade e a forma
que mostrou como podemos ser religiosos e
viver no século 21, sem nenhum conflito, foram
determinantes na minha vida.
Apesar de não ter nascido em uma família religiosa,
meus pais e avós me transmitiram forte ligação com
o judaísmo, que por muitos anos se manifestou
por meio da militância comunitária. Dediquei
muitos anos de minha juventude
ao Ichud, CIP, Escola Israelita e
ao folclore. Éramos poucos, mas
eu também frequentava o Cabalat
Shabat da saudosa Sinagoga
Francisco Frishmann.
Tenho também muito viva em
minha memória uma apostila que
usei para preparar uma peola
no Ichud (atual Habonim Dror),
que descrevia que o Judaísmo
era composto por um triângulo,
POVO-TERRA-D`US. Se temos a TERRA, ISRAEL,
e o povo JUDEU, faltava D`US. Assim que somente
somos completos com as três pontas do triângulo.
E a terceira ponta é o cumprimento da Torá.
Um pequeno grupo de cinco pessoas, do qual
eu fazia parte, juntou-se para estudar Torá, no
Beit Chabad, no final da década de 90. Aquele
momento foi de muita importância na minha
vida. Éramos todos pessoas de casas não
religiosas, que estavam sentadas, semanalmente,
estudando Torá. Daquele momento em diante, a
Providência Divina foi monstrando-me o caminho,
levando-me a viajar a trabalho, a diversos países,
e habituando-me a ver, cada dia, que a religião
é parte inseparável da vida de um judeu. E mais
ainda: a religião somente facilita nossa vida e não
dificulta, como muitos podem pensar.
Minha vida profissional exige muitas viagens,
ricarDo (ao centro) com seus alunos Da 8ª série Da escola israelita brasileira salomão guelmann Durante uma viagem De formatura a parati
Chabad: Luz Para Vidas
[83]
inclusive ao exterior, onde, em cada parada, um
Beit Chabad sempre está presente. Lembro-me
de um Yom Kipur em Offenbach, na Alemanha,
ou um Rosh Hashana, em Milão. Já há muitos
anos viajo à China frequentemente. Fui o primeiro
brasileiro a passar um Shabat no Beit Chabad
de Shanghai. Nessas viagens, sempre encontro
pessoas de diversos países, que, ao sentarem-se
à mesa de Shabat, parecem ser todos familiares,
pois sabemos por que estamos ali e que temos
muito em comum.
A cada dia que passa mais pessoas encontram
o judaísmo autêntico, aquele que o Criador nos
passou de forma clara na Torá, e eu posso vivenciar
isso não só no exterior, como aqui mesmo em
São Paulo, onde vivo hoje. Uma cidade que pulsa
em suas sinagogas, nas escolas judaicas, nos
restaurantes casher, e, por que não mencionar, no
primeiro supermercado casher, de propriedade do
amigo Maurício Majtlis, daquele grupo de cinco
já mencionados, que se aproximou da Torá em
Curitiba.
Como o Maurício e eu, todos daquele grupo hoje
vivem uma vida judaica plena, sem abdicar das
tarefas profissionais e da rotina comum a todas as
pessoas. Contamos com um único ponto que nos
diferencia: desfrutamos da proximidade com o
Criador, com uma vida plena de valores judaicos.
Se D’us quiser, esse diferencial será transmitido
para as minhas próximas gerações, através da
educação que dou aos meus filhos.
Que o Beit Chabad do Paraná continue sendo
fonte de inspiração e de aproximação à Torá para
toda a comunidade! •
ricarDo com sua esposa natalie e os filhos alessanDra e joe
ricarDo completa uma letra na torá
[84]
família segall
O Rabino Yossef Zukin certa vez escreveu: “O
judaísmo é uma religião muito profunda e complexa,
por outro lado, é muito simples: acreditar em D’us
e fazer o que Ele pede. Mas isso requer uma
mudança total em nossas prioridades de vida,
pois, de repente, percebemos que o verdadeiro
‘eu’ é a nossa conexão com o Criador (...) ” (Torah
Mail - Parashat Devarim [5772])
Então o sucesso profissional
e a estabilidade material
e financeira passam a ter
outro valor e significado,
o foco na vida muda para
o fortalecimento de nossa
conexão com D’us.
Na nossa família, isso vem
processando-se há mais de
30 anos. Meu irmão, o Ben Ami, teve o mérito
de junto com o cunhado, o médico e deputado
Dr. David Federmann, de abençoada memória,
serem recebidos pelo Rebe de Lubavitch, Rabi
Menachem Mendel, em audiência particular.
O meu irmão contou, mais tarde, que foi uma
experiência extraordinária e que tocou muito
fundo no seu coração.
Quando retornou a Curitiba, assumiu para si a
tarefa de motivar a família para mudar o nosso
estilo de vida - mudanças que não foram fáceis -
e adotar um estilo mais significativo sob a luz da
Uma História de Mitsvot, Desafios e AlegriasKutzi Segall
Torá. Foram enfrentados muitos desafios nessa
caminhada de 30 anos, mas sempre se contou
com o incentivo e a orientação do Rebe.
Essa motivação foi transmitida pessoamente pelo
Rebe, enquanto distribuía um dólar de tzedacá
nas intermináveis filas formadas por judeus de
muitas partes do mundo, ansiosos por receber
uma B’rachá de saúde e sucesso. Mesmo hoje,
quando ele não mais se
encontra fisicamente
entre nós, o Rebe é
consultado por meio
de cartas pedindo
orientação.
O Beit Chabad tem
sido nosso farol todos
esses anos, aqui em
Curitiba e nos Estados Unidos, em Crown Heights
(bairro do Brooklyn onde morava o Rebe) e em
outros locais onde membros da família foram
morar, trabalhar, estudar: São Paulo, Flórida, Las
Vegas, Israel, França, Itália, Alemanha.
A família cresceu, porém todo tempo se esforçou
para manter forte o judaísmo que nos conservasse
conectados com o que nosso Criador espera de
um judeu. O Beit Chabad tem nos proporcionado
os meios para observar esse foco e crescer
espiritualmente.
sergio e ben ami
Chabad: Luz Para Vidas
[85]
Claro que não faltaram dificuldades, pois elas
fazem parte de nossa vida material, mas, com a
luz da Torá foram superadas.
O meu avô era um ilustre rabino e professor na
Romênia, mas meu pai, que veio para a América à
procura de melhor qualidade de vida, foi perdendo
contato com a religião, como aconteceu com
outros judeus. Agora a família é grande, cresceu
muito e é a contribuição dos Segall para aumentar
a população judaica do mundo... recebendo
educação judaica religiosa.
Contar alguns fatos atuais acho que expressa o
que aconteceu com a família nesses 30 anos.
Yehuda e Ariel são os primeiros filhos de meu
irmão e a sua esposa Beti. Yehuda começou a
sua jornada de volta às suas raízes numa viagem
para Israel, fazendo um curso na Universidade de
Bar Ilan e continuou em uma Yeshiva. Os seus
dois filhos mais velhos estão em Israel. Pinchas
Shloime (tem o nome de meu pai z”l) estuda na
Yeshiva de Tzfat e Shmuel, em Yerushalaim, na
Yeshiva Torat Emet.
Ariel foi o filho “corajoso”, resolveu estudar na
Yeshivá de Petrópolis quando ainda cursava o
colegial no Cefet Paraná. Ele ajudou os irmãos
menores a colocarem o judaísmo em prática,
sempre trazendo novidades da Yeshivá, quando
vinha passar finais de semana com a família. Foi
ele quem incentivou a casherização da cozinha (30
anos atrás era mais difícil) e ajudou na realização
do primeiro (de muitos) sedarim casher lePessach
da família. Tudo isso graças ao conhecimento que
ele adquiriu na Yeshiva de Petrópolis. Atualmente
mora na Flórida, próximo de meu irmão e cunhada.
Ele cumpre com muita dedicação o dever sagrado
de honrar pai e mãe, visitando-os diariamente e
estando sempre pronto para ajudar no que for
necessário.
yehuDa (na foto acima), casou-se com pnina, nasciDa em israel, e atualmente moram em crown heights.
nas Duas fotos, os Dez filhos Do casal
ariel com os sobrinhos shmuel e pinchas shloime
[86]
Ethel também é filha do meu irmão Ben Ami.
Ethel estudou na Escola Israelita, em Curitiba.
Era adolescente quando começou a frequentar
o Clubinho do Beit Chabad. Essa experiência foi
marcante na formação de seu caráter e, mais
tarde no seu projeto de vida como mulher judia. É
casada com o rabino Shimon Brand e são shluchim
em São Paulo. Eles falam de sua alegria com os
frutos que o casal vem colhendo no seu esforço
em aproximar os judeus às suas raizes e também
na área de educação onde são professores.
O Yehoshua (Itamar) é o filho mais novo do Ben
Ami e estudou aqui, na Escola Israelita. Lembro
que quando, chegou o momento de ir para a
Yeshivá de Petrópolis, no Rio de Janeiro, estava
com 12 anos de idade e sentiu receio da mudança:
ficar longe da casa de seus pais e viver em um
ambiente totalmente religioso, mas descobriu os
benefícios desta experiência e seguiu em frente.
Hoje é rabino e professor em Las Vegas. Cursou
Educação Especial, para poder atender crianças
que precisam de uma ajuda diferenciada. Está
orgulhoso com a participação do filho Mendel
no coral da Yeshivá, onde fez um solo. Também
pelo Bar Mitsvá de seu segundo filho, Motti, que
colocou tefilin no dia 16 de Tamuz de 5772 (6 de
julho de 2012) na sinagoga do Rebe, em Crown
Heights, onde a família se reuniu para comemorar
esse momento da vida do Motti.
Ananda (Simcha), neta de meu irmão Sérgio, mora
em Israel. Ela cresceu afastada do judaísmo até
os 18 anos de idade. Residia em Rezende, RJ,
e veio para Curitiba continuar os seus estudos
e trabalhar. Entrou em contato com o judaísmo
participando dos projetos para jovens, promovidos
pelo Beit Chabad. Quando compreendeu o que
é ser judeu e o papel da mulher na família e na
comunidade, assumiu esse papel com convicção,
com toda sinceridade e força. O seu esposo, Allan,
é um grande parceiro nessa decisão. Agora eles
tem três filhinhos que estão recebendo educação
judaica religiosa desde pequeninos. Ela trabalha
como esteticista e está completamente integrada
à vida israelense.
Aqui no Paraná nossa família também segue
crescendo em judaísmo: o André, filho do meu
ben ami, ethel e beti
yehoshua, sua esposa gili e seus oito filhos. na foto abaixo, a família reuniDa com tia kutzi (à Dir.) em crown heights
Chabad: Luz Para Vidas
[87]
irmão Sérgio, até 14 anos atrás não queria nem
ouvir falar da Torá. Nessas voltas que a vida dá
ele teve um acidente, precisou de cirurgia e foi
visitado no hospital pelo Rabino Dubrawsky.
Foi lá, numa cama de hospital, que o André fez
o seu “Bar Mitsvá” aos 39 anos, com o tefilin
pela primeira vez no braço esquerdo e o soro no
braço direito. Saindo do hospital decidiu retribuir
a visita do rabino indo ao seu primeiro seder de
Pessach - e daí em diante nunca mais parou de
perguntar, aprender e participar das atividades
do Beit Chabad. Hoje ele e sua esposa, Michele,
conciliam a sua vida profissional com uma vida
judaica aqui mesmo em Curitiba, comendo 100%
casher, guardando o Shabat e educando os seus
filhinhos Hanna e Gabriel nos caminhos da Torá.
Arie Leib e Yossef são filhos de Ethel e Rabino
Shimon. Arie estuda na Yeshivá de Brunoy,
na França. Yossef concluiu seus estudos em
Frankfurt e depois de Rosh Hashaná 5773 faz a
smichá (estudo para obter o diploma rabínico),
provavelmente, se D’us quiser, em Israel em Tzfat.
São muitos os sobrinhos e sobrinhas-netas, baruch
Hashem (graças a D’us). Poderia escrever muito
sobre cada um deles, mas vou resumir afirmando
que a identidade judaica e o amor à Torá são as
principais características de suas vidas. Tudo isso
aconteceu com a ajuda do Rebe, do Beit Chabad
e começou bem aqui, em Curitiba.
Acredito que meus pais, de abençoada memória,
estão muito felizes com o rumo que tomaram os
seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos (várias
gerações). Rumo que nos trouxe de volta às
nossas raízes. •
ananDa, allan e seus três filhos anDré e seu filho gabriel, com um tefilin De brinqueDo para imitar o pai
henry, primeiro neto De meus pais, escrevenDo uma letra no sefer torá, pela primeira vez (2010)
[88]
idiChe naChesDora Goldberg
Meu nome é Dora Goldberg, sou carioca e resido
em Curitiba há 30 anos. Em 1982, eu, meu marido
e meus três filhos nos mudamos para Curitiba,
pois meu marido havia sido transferido pela
empresa em que trabalhava.
Meu marido, Helio Goldberg Z’’L, foi um ativista
na comunidade judaica de Curitiba onde, por
vários anos, exerceu a vice-presidência da
Federação Israelita do Paraná, além de ser o
mentor da Semana de Israel e das Macabíadas
Estudantis, dentre vários outros projetos.
Acentuo a ligação forte e o respeito reverencial
que ele nutria pelo Rebe de Lubavitch, a quem ele
enxergava como exemplo e fonte de inspiração.
Meus filhos estudaram na Escola Israelita e depois
cada um seguiu seu caminho. Graças a D-us,
todos estão casados e hoje tenho cinco lindos
netos.
Um fato interessante é o caminho que meus
filhos decidiram seguir. Sob o meu ponto de vista,
vivíamos como “judeus tradicionais”, ou seja,
preparávamos o seder de Pessach, celebrávamos
Rosh Hashaná, observávamos Yom Kipur e, às
sextas-feiras, sempre que possível, o Hélio ia com
as crianças à sinagoga e pronto. Assim foi por
vários anos.
Há mais ou menos 15 anos, a Ilana e a Daniela
resolveram que só comeriam carne se fosse
casher. Aí começou a “ batalha”. Carne casher???
Em Curitiba? Além da possibilidade de comprar
produtos casher, inclusive carne, no Beit Chabad,
o Hélio Z’’L, pai zeloso que sempre apoiava os
filhos, trazia de São Paulo caixas e mais caixas
para que elas pudessem respeitar a cashrut.
As meninas compraram seus talheres e panelas.
Daí em diante, as comidas passaram a ser feitas
separadamente. Eu nem imaginava, mas isso foi
apenas o primeiro passo.
Num certo dia as duas resolveram estudar o
Judaísmo mais a fundo por alguns meses em
Israel. A partir daí, elas se tornaram judias mais
observantes, respeitando Shabat e realizando
anDré no Dia De seu bar mitzva com seu pai helio z’’l e rabino fitche
Daniela e ilana (Da esq. para a Dir. a segunDa e a quarta, respectivmente), em uma festa De chanucá organizaDa pelo beit chabaD no cip
Chabad: Luz Para Vidas
[89]
ilana e sua família Daniela, mariDo e filhas
muitas outras mitzvot.
Hoje a Ilana é casada e tem três filhos lindos que
estudam na Escola Beit Menachem (Escola do
Beit Chabad que possui cerca de 100 alunos). Ela
e a família são ortodoxos (na verdade eles são tão
próximos de mim e levam uma vida tão “normal”
que essa palavra nem faz mais sentido para mim,
prefiro trocar por shomrei mitzvot), vivem no Rio
de Janeiro e, apesar das diferenças entre o meu
modo de vida e o deles, percebo que são muito
felizes.
Da mesma forma, a Daniela vive no Rio de Janeiro,
tem duas princesinhas alunas do colégio Bar-
Ilan, que também é uma escola que proporciona
conteúdo verdadeiramente judaico aos seus
alunos. Eles seguem comendo somente carne
casher.
Meu filho André é recém-casado, estuda judaísmo
com cada vez mais profundidade, esforça-se para
cuidar da cashrut em seus vários detalhes e está
crescendo espiritualmente, juntamente com sua
esposa.
Hoje, apesar de o meu marido ter falecido
precocemente, eu agradeço muito a Hashem
pela família que tenho. Com o apoio e o carinho
do Beit Chabad, por meio dos emissários do
Rebe em Curitiba, Rav e Rebetsin Dubrawsky,
conseguimos criar filhos maravilhosos, que são
motivo de muito orgulho, não só para mim, mas,
tenho certeza, para todo o Am Israel. •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Yvelise dos Santos Furtado”
A Arte de Se Doar ao Próximo.
Espaço da Mulher: o nome já diz tudo. Para
mim, representa o meu momento, a minha
vontade de estar com pessoas amáveis,
generosas e divertidas. É o momento de
absorver conhecimento, por meio das leituras
e explicações da Rebetsin Tila, que o faz
com clareza, acrescentando histórias muito
interessantes.
No Espaço da Mulher ainda há o
“espaço arte”. Já aprendi desde
culinária a decoração. Mas isso só
acontece porque existem pessoas que se doam
para nós e espero estar aprendendo essa arte
também, que é se doar ao próximo. Com isso
quero agradecer a todos que participam desse
momento semanal. Obrigada!!!
[90]
Sempre tive uma educação judaica básica. Estudei
quando pequena no gan do Beit Chabad e, em
casa, observávamos um pouco as tradições: um
pouco de Shabat, um pouco dos chaguim, Yom
Kipur... Essa foi toda a minha vida religiosa até
que vim para Israel, onde tive a oportunidade de
me aprofundar mais.
Passei dois anos estudando muito a Torá. Desde
então sou observante de mitsvot e consigo
perceber a diferença entre a “Tamara antiga”
e a “nova”. Com o estudo da Torá eu sinto que
estou preenchendo um buraco cuja existência
eu ignorava até então. Não tenho como explicar
esse sentimento. Acho que cada um deve ter
essa experiência, pois é fantástico sentir-se mais
perto de Hashem, cumprindo as mitzvot. Como as
pessoas dizem, é estar nas nuvens!
O mais importante de tudo isso foi perceber que,
para ser religioso não é preciso se fechar em
algum lugar, estar distante de todos e perder os
amigos. É possível fazer isso em qualquer lugar.
Quando estive em Curitiba, antes da minha aliá,
não sabia o que fazer. Como iria comer? Onde
passaria Shabatot e chaguim?
B”H, todos esses problemas se resolveram. Meus
pais, para me receber, tornaram a casa casher
com a ajuda do Rabino Fitche (foi uma escolha
deles e eu fiquei muito grata, pois esta é uma
decisão difícil e eu nunca iria impor algo assim).
Eu trabalhei no Ganenu, onde pude relembrar um
pouco do meu tempo de gan e também passar
o conhecimento adquirido em todos esses anos.
Shabatot, passei vários na casa dos rabinos
do Beit Chabad, para poder estar nas rezas da
sinagoga e também em minha casa. Tenho certeza
de que, sem a ajuda e o apoio da minha família e
do Beit Chabad, esse tempo teria sido muito mais
difícil. Fico tranquila em saber que toda vez que
voltar ao Brasil, seja para férias ou para algum
tempo mais longo, terei o meu lugar e a minha
família me esperando.
Moro em Israel (com identidade israelense) há um
ano e já tive algumas experiências aqui. Comecei a
estudar enfermagem em uma faculdade religiosa,
só para mulheres, onde
se mescla o estudo
codesh (Torá) e chol
(técnico). Estudei um
semestre e saí. Fui fazer
sherut leumi, o serviço
nacional que as meninas
religiosas cumprem
durante um ano ou dois,
em vez de fazer a tzava
Tamara Aronis
estaR nas nuvens
tamara (em primeiro plano, terceira criança Da esq.) Durante uma apresentação musical Da escolinha Do beit chabaD (1995)
Chabad: Luz Para Vidas
[91]
nossos amigos, somos como família, sempre
ajudando uns aos outros em todos os momentos.
Tenho várias amigas casadas na casa de quem,
normalmente, estou no Shabat e, claro, famílias
brasileiras ou não, que nos recebem de braços
abertos.
Estou quase sempre em um meio religioso, onde
estudamos juntas, escutamos shiurim, estudamos
chol, trabalhamos. Levamos uma vida muito boa!
É uma felicidade incrível!
Quando terminar o meu sherut pretendo voltar a
estudar, BeEzrat Hashem (com a ajuda de D’us),
trabalhar, casar....
Essa é minha vida, tudo o que planejo tem sempre
Eretz e Am Israel no meio.
Parabéns ao Chabad pelos 30 anos no Paraná!
Que possam continuar com esse lindo trabalho,
somente ouvindo boas notícias até a vinda
próxima de Mashiach, BeEzrat Hashem! •
(exército) que é obrigatório em Israel. Comecei
em julho no hospital Sharei Tzedek em Jerusalém.
O contato com todo tipo de gente é incrível e
necessário. Vejo que muitas coisas que aprendi
com a religião me ajudam no trabalho: ter muita
paciência, não ficar irritada ou brava com as
pessoas etc.
Eu moro em um apartamento com uma amiga
também brasileira. Nós nos conhecemos na
midrasha (lugar de estudo), onde participávamos
da Hachshara do B’nei Akiva, um movimento
religioso, em 2010.
Em Israel tenho somente uma tia e dois primos.
Aqui aprendemos o que realmente significam
na miDrasha (instituto De estuDos juDaicos para moças)
tamara (à esq.) no casamento De uma amiga
tamara (em primeiro plano, segunDa Da esq.) com seus amigos De b’nei akiva
[92]
alegRia de viveRMyriam Raquel Kopenhagen Spach
Eu nasci em S. Paulo, mas ainda pequena vim
com meus pais e minha irmã para Curitiba e aqui
nós nos estabelecemos.
Fomos bem recebidos pela comunidade israelita
e participamos sempre das grandes festas. Meu
pai sempre esteve pronto a cooperar nas grandes
campanhas e compareceu a vários congressos
em Israel.
Casei-me e fui morar em S. Paulo. Tive três filhos
e hoje tenho sete netos e três bisnetos. Alguns
moram no exterior e nos amamos muito.
Por influência da minha mãe, dediquei-me a ser
Chavera da Naamat Pioneiras em S. Paulo e fui
ativa ao lado da minha mãe durante anos. Nesse
período, eu estava sempre a par do que acontecia
em Israel. Isso despertou em mim um grande
amor pela Terra Santa. Consegui influenciar meu
esposo e meus filhos a fazer aliya em 1962.
Dissemos adeus aos parentes, amigos e nos
aventuramos. Não sei se foi a saudade, mas em
seis meses estávamos de volta. A experiência
foi boa, ficamos num kibutz, eu fiz Ulpan e
conhecemos lindos lugares.
Na volta viemos novamente para Curitiba e me
filiei às Pioneiras por vários anos. Apesar de já ser
avó, resolvi fazer um curso superior e me formei
em Letras Anglo-Portuguesas.
Quis o destino que a esposa do Rabino
Dubrawsky, a Rebetsin Tila, viesse me procurar na
minha moradia, para me entregar pessoalmente
Mishloach Manot, em Purim, dois anos atrás.
Nasceu desse encontro a nossa amizade e, a
convite da Tila, comecei a frequentar todas as
semanas o Espaço da Mulher, no Beit Chabad.
A minha participação no espaço da Mulher no
Chabad foi um presente de D’us, pois lá encontrei
senhoras da melhor idade, que me aceitaram e
hoje somos todas grandes amigas. Tenho recebido
tanta demonstração de carinho, respeito e amizade
(e procuro retribuir)! Tenho tido oportunidade de
aprofundar-me em muitos temas interessantes de
judaísmo e aprecio muito as aulas com os rabinos
e a leitura dos Salmos.
O ambiente no Beit Chabad é tão acolhedor, que
só tenho palavras para agradecer as horas felizes
que tenho passado com vocês, minhas queridas
amigas!
Shalom para todos! myriam spach Durante festa De “purim em jerusalém” no beit chabaD
Chabad: Luz Para Vidas
[93]
Uma observação sobre os caminhos de
Hashem:
Recentemente a dona Myriam nos contou que
quando era jovem a família dela era vizinha de
Kurt e Herta Tockus Z”L e que ela se lembra do
dia em que ajudou a mãe dela a preparar a casa
de dona Herta para o retorno dela da maternidade
com a nova filhinha, Cecilia.
Quando ouvi isso, eu contei para ela que tinha
sido a Cecília e o seu marido Manfred Z”L, que
prepararam o caminho para o Beit Chabad vir
para Curitiba e que tinham nos dado muito apoio.
Curiosamente, chegamos dois dias antes de Purim
e nossa primeira atividade junto à comunidade foi
uma festa alegre, na Sinagoga Frischmann.
Enxergamos aqui os caminhos de Hashem e um
círculo de bondade se fechando (ainda que os
efeitos ondulares do bem e da bondade sejam
eternos). A jovem Myriam se alegrou com a
chegada da pequena Cecília. A dona Cecília se
alegrou com a chegada do casal Dubrawsky e o
casal Dubrawsky pode causar novos motivos de
alegria á dona Myriam muitos anos depois, por
meio de um projeto de Purim! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Paulina de Hirsch”
A visita ao Rebe foi um momento mágico.
Incrível já estamos comemorando os 30
anos do Beit Chabad em Curitiba.
Eu não poderia deixar passar esta
oportunidade de parabenizar a família
Dubrawsky e as crianças de ontem,
hoje transformadas em novas e queridas
famílias. Sempre colaborando, ensinando
e mostrando a beleza e a grandeza de
nossa milenar História.
Gosto muito das aulas da Rebetsin Tila,
no Shabat, na sua residência e também
as de terças-feiras, no Beit Chabad.
São aulas instrutivas e divertidas, pois
passamos bons momentos aprendendo
algo importante e trocando idéias com as
amigas.
Uma das maiores emoções que eu e meu
marido Leon tivemos, aconteceu vários
anos atrás. Estávamos em Nova York e
fomos visitar o “Rebe” para receber sua
benção. Experimentamos ali a maravilhosa
sensação de estar na presença de um
grande homem.
Foi um momento mágico, eterno, que
levamos guardado para sempre em
nossos corações.
[94]
Ao longo da vida temos
professores para quase tudo:
para alfabetização, para música,
para direção, para faculdade...
e até de judaísmo. Saber sobre
judaísmo não nos faz mais ou
menos judeus. Nascemos assim
e iremos deste mundo assim.
Mas o Beit Chabad, com o seu trabalho, vai
além de nos ensinar. Diariamente nos faz sentir o
judaísmo até em pequenos detalhes. Aprendemos
que um simples “bom dia”, sincero e espontâneo,
pode conter tantos nachas quanto desejamos dar
ou receber de alguém. O Beit Chabad em Curitiba,
nesses anos, não só cresceu: ele floresceu,
expandiu sua sabedoria em muitos galhos, famílias
que lá buscaram conforto espiritual, financeiro;
dividiu suas alegrias em tantos
Bar Mitsvás e Bat Mitsvás e
muitos casamentos. Tenho o
privilégio de auxiliar a Divisão
Feminina do Chabad. Sempre foi
uma experiência incrível, embalar
e distribuir as encantadoras
Mishloach Manot de Purim aos
idosos da comunidade.
Houve anos em que conheci idosas maravilhosas,
pessoas que só comemoram o Purim graças a
essa delicada lembrança. E esse ano tive o prazer
de entregar a uma senhorinha, avó de minha
amiga e irmã de coração que está morando fora
do Brasil, e pudemos matar juntas as saudades.
Quantas alegrias com uma simples Mishloach
Manot, que o Beit Chabad motivou a distribuir! •
Thatiana Wencik
alegRia nOs detalhes
thatiana (à Dir.) prepara kits De mishloach manot
“Da nossa Caixa de Mensagens: Mira Kupper”
Ambiente Harmonioso e Alegre
Acho importante os encontros das terças-feiras,
organizados pela Rebetsin Tila, no Beit Chabad,
pois aí nos relacionamos com senhoras de todas
as idades, num ambiente harmonioso e alegre,
trocando idéias, estudando, tirando dúvidas a
respeito de diversos assuntos sobre os Tehilim
(Salmos), ou assuntos religiosos.
Além de lermos os Tehilim, relacionados ao
dia do mês hebraico, rezamos com muito
carinho pela melhora da saúde de pessoas
adoentadas, ou que estão passando por alguma
dificuldade.
Ainda temos palestras com pessoas convidadas
como: nutricionistas, psicólogas, professoras
de academias e também atividades de trabalhos
manuais. Terminamos sempre com um delicioso
lanche casher e um bom papo. Assim sendo
saímos revigoradas e pensando na próxima
terça-feira.
Chabad: Luz Para Vidas
[95]
de CuRitiba a JeRusalém
A época é o inicio dos anos 1980. O local é a
cidade de São José do Rio Preto, São Paulo,
onde chegamos vindos de Nancy, na França.
Naquela cidade meu marido Abraham trabalhava
como médico pesquisador. Apesar do ambiente
acolhedor, Rio Preto apresentava um problema
sério: a inexistência de uma comunidade judaica,
o que gerava uma situação insuportável.
Felizmente, o Abraham recebeu um convite para
passar uma temporada nos Estados Unidos, onde
ficamos quase dois anos. Durante esse tempo,
concluímos que teríamos que mudar tudo na
volta ao Brasil e, após uma busca minuciosa e
muitos contatos, fomos para Curitiba. Em nossa
pesquisas, soubemos que havia um Centro
Chabad na cidade, o que nos animou bastante.
Nosso encontro com Tila e Yossef Dubrawsky foi
amor à primeira vista! Ainda me lembro do primeiro
encontro com a Tila. Batemos em sua porta e ela,
cercada por seus flihos então ainda pequenos,
nos acolheu com seu jeito doce e caloroso.
Enquanto Abraham se entendia perfeitamente com
o Rabino Fitche, nossos filhos Eliahu Abraham,
Dan e David logo se sentiram como peixinhos no
mar! Esse período foi curto mas intenso e rico
deixando marcas (uma grande inspiração para os
anos que viriam) e saudades!
Menos de dois anos mais tarde, em 1992, partimos
de novo, dessa vez rumo à França, para onde o
trabalho do Abraham nos levaria - e dessa vez por
mais de 20 anos. De qualquer forma, a semente
estava plantada. O tempo passado em Curitiba
tinha sido fundamental não apenas para a nossa
evolução como judeus, mas também para nossos
filhos. As horas passadas no Talmud Torá com
Rabino Fitche e Tila deixaram marcas indeléveis.
Mais que um rabino ou professor, o meninos viam
nele o amigo mais velho com quem aprendiam
Torá com a marca registrada do Chabad: alegria.
Relato de uma JornadaSilene Sarah Bohadana
eliyahu, dan e david bOhadana quandO eRaM CRianças
[96]
Revigorados pela experiência de Curitiba, nossos
filhos, especialmente o David, logo se integraram
à comunidade de Nancy. Paralelamente, Abraham
e eu começamos a estudar cada vez mais os
textos sagrados e a avançar no nosso processo de
Teshuva. Com o tempo, Eliahu, Dan e David foram
integrando-se cada vez mais à vida comunitária,
participando das atividades sociais, da segurança
e dos ofícios religiosos.
Embora observantes, nossos filhos se encontram
em estágios diferentes de prática religiosa. O
mais precoce e que, de certa forma, nos guiou
a todos foi o David. Ainda me lembro do dia em
que, vendo-o ainda adolescente fazer Havdalah
sozinho em nossa casa, decidimos, a partir
daquele dia, guardar o Shabat. Esse processo
tem sido progressivo, acrescentando aos poucos
tzniut, cashrut etc.
Recentemente, o trabalho do Abraham nos levou
a novas aventuras em Montreal, Canadá. Lá
encontramos outro Centro Chabad dirigido pelo
Rabino Yossi Shanowitz, onde passamos três anos
maravilhosos. Muitas vezes tivemos ocasião de
evocar nossa passagem por Curitiba e ressaltar a
importância do encontro com o casal Dubrawsky
e da influência de ambos no florescimento da
nossa alma judaica. Foi, sem dúvida, um encontro
fundamental, sem o qual certamente não teríamos
descoberto as maravilhas da nossa Torá sagrada.
Os frutos desse encontro são visíveis hoje.
Nosso filho Eliahu Abraham formou-se em
engenharia e vive em Paris, onde, juntamente
com nosso Dan, médico residente não muito
longe, em Caen, frequenta a sinagoga Chabad
da rua Lamartine quando não está ajudando o
rabino Levy Asseraf, do Chabad Opera. Por sua
vez, nosso David, após quatro anos em Toronto,
onde obteve seu diploma de Concept Artist,
acaba de se casar com uma jovem de Montreal,
também seguidora de Torá. Em breve, eles devem
instalar-se em Jerusalém.
Jerusalém é exatamente o lugar onde eu e Abraham
estamos há três meses. Abraham trabalha como
médico no Hospital Sharei Tzedek e eu me
preparo para começar o Ulpan. No momento em
que desencaixotamos nossos pertences recém-
chegados da França, agradecemos a Hashem por
todas as maravilhas com que ele nos premiou,
imerecidamente, desde que nascemos. E entre
uma velha foto e outra, lembramo-nos
dos momentos de alegria e de Ahavat
Israel passados em Curitiba, e, uma vez
mais, agradecemos ao Todo Poderoso
por ter colocado o Rabino Fitche e a
Tila no nosso caminho. Para terminar
quero enviar, em meu nome e da minha
família, nossos parabéns pelos 30 anos
do Chabad, e pedir a Hashem que
abençoe a todos com bênçãos de Briut
Nechona (boa saúde), Parnassá Tová e
Teshuva (retorno ás nossas raizes). Que
a equipe dos Shluchim possa continuar a faMília bOhadana nOs dias atuais
Chabad: Luz Para Vidas
[97]
seu trabalho inspirado pelo exemplo do Rebe de
Lubavitch, até 120!
Silene é artista plástica, produzindo
trabalhos em vários suportes, como
tela, tecidos, papel, usando seu talento
para enfocar temas judaicos. •
“Da nossa Caixa de Mensagens:
Frida Berenstein”
Resgate do Bem Espiritual
Gostaria de consignar como relevante, o
acolhimento cálido e benfazejo com que o Beit
Chabad se manifesta por meio de suas várias
atividades sóciorreligiosas e educacionais.
O Beit Chabad promove um vigoroso resgate,
da forma mais genuína, do mais precioso bem
espiritual que cada judeu possui.
na foto acima, jessica (à Dir.), filha De friDa, participa De ativiDaDe Do beit chabaD em 1982.
abaixo, na extrema Direita Da foto, está isabella, neta De friDa e filha De jessica, hoje em Dia, aluna
Do ganenu
[98]
PessaCh POR um fiO
Pessach é uma época sempre corrida. Limpar a
casa, comprar comida não fermentada... Neste
ano, a Páscoa Judaica caiu numa sexta-feira à
noite. Como estava cheio de provas da faculdade
até a véspera, deixei muita coisa para fazer na
própria sexta-feira, que era um feriado nacional
também.
Depois de acordar cedo, ir ao minyan do Chabad
e fazer a queima do chamets, sabia que precisava
dos ingredientes simbólicos da Keará de Pessach.
Ainda faltavam nozes, raiz forte e alface romana.
Assim, fui correndo ao Mercado Municipal de
Curitiba e, ao chegar lá, fiquei parado perto de
uma das portas para tentar localizar em quais
barracas deveria ir.
De repente, ouço ao meu lado: “Atá medaber
Ivrit (você fala hebraico)?” Uma jovem com uma
mochila gigantesca nas costas e típicas sandálias
israelenses me abordou.
Perguntei de onde era e o que fazia aqui.
Respondeu-me que ela e seu marido eram
israelenses recém-casados e estavam “fazendo
mochilão” pela América do Sul, como lua-de-mel.
Seu marido estava na Rodoferroviária tentando
comprar passagens para passarem o fim de
semana na Ilha do Mel.
A moça queria saber onde poderia comprar
pão, pois estava com muita fome. Ela não falava
nenhuma palavra em português e também não
encontrava estabelecimentos abertos no feriado.
Quando ouvi isso, respondi imediatamente: ”Como
assim pão? Hoje à noite é Pessach! Nosso povo
há mais de 3300 anos faz uma viagem no tempo
e vivencia a saída do Egito. A sua viagem já está
marcada e não é mais para o litoral.”
Nesse momento dei a ela o telefone e o endereço
do Beit Chabad: “Seu lugar na mesa está reservado
nesse endereço, onde todos os judeus do mundo
estarão unidos, é a sua casa!”
No dia seguinte quando fui para a reza no
sábado de manhã, tive a maior surpresa. O
casal havia passado um seder maravilhoso e
superparticipativo. Eles também haviam ficado
hospedados no Beit Chabad.
Uma dúvida restava. Como é que fui reconhecido
pela moça no Mercado, já que minha kipá se
camufla no meu cabelo? Ela contou que percebeu
que um dos fios do meu tzitzit (que costumo usar
por dentro das calças), estava visível. Então ela
Ariel Gandelman
Chabad: Luz Para Vidas
[99]
não teve dúvidas de que se tratava de um judeu.
Tudo é Providência Divina. Qual era a chance de
haver encontrado a tal moça? E ainda por um
mero fio do tzitzit que não estava oculto. Isso
também mostra o incrível trabalho do Beit Chabad
do Paraná, que serve literalmente como uma casa
para cada judeu de todas as partes do mundo,
resgatando e levando a luz da Torá a todos os
dispersos do nosso povo. •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Ismar Strachman”
Ser judeu e agir como tal em meu dia a dia é
minha grande vitória, é ganhar uma medalha
de ouro e agradecer a D’us por tudo que Ele
nos faz. Essa minha percepção aconteceu
durante as aulas de Bar Mitsvá de meu filho
Henry ém 1988 no B. Chabad da rua Vicente
Machado, com o Rabino Fitche sempre
acompanhado da Rebetsin Tila. Recolocar
Tefilin, frequentar com mais assiduidade o
Shabat, acender velas com a minha Gilza
e poder passar todos ensinamentos aos
dois filhos, Henry e Renato, foram e são os
maiores ensinamentos que aprendi.
Parafraseando o Rabino Dovi Goldberg
(Chabad Morumbi): ”Se nos concentrarmos
desde o início, só temos a ganhar o jogo!“
henry, fitche, renato e ismar
[100]
nãO estava aluCinadO
Alguns anos atrás, viajei a Maringá, antes de
Chanucá, para visitar uma indústria de fécula
de mandioca e aprovar o seu produto para o
comércio internacional casher. Como Shliach
do Rebe, aprendi a sempre levar alguns artigos
judaicos nas minhas viagens, e dessa vez apanhei
três caixinhas de velas de Chanucá e o mesmo
número de Chanukiot simples de alumínio. As
chances de encontrar judeus eram escassas, mas
nunca se sabe quem D’us vai colocar no nosso
caminho.
Uma hora depois, embarquei no meu vôo, Azul,
de porte menor, e me acomodei na primeira fileira
do lado esquerdo do avião. Do lado direto sentava
um senhor alto e robusto, que entrava com
frequência na cabine dos pilotos. Percebi que ele
tinha intimidade com os tripulantes. A certa altura,
quando saía da cabine, ele se virou para mim:
- Shalom, ma nishma? (Olá, o que há de novo?)
Começamos a conversar em hebraico e ele me
contou que era piloto no exército de Israel e
hoje trabalhava no Brasil com a Azul. Ele estava
a caminho o seu próximo trabalho, em que iria
pilotar um avião.
Perguntei-lhe se sabia que logo seria Chanucá e
ele me disse que não sabia onde estaria nessa
festa. Saquei da minha mala de mão uma
caixa de velas e uma Chanukia e dei-lhe
de presente. Ele ficou feliz e disse que iria
usar.
Pousamos, fui ao meu destino para fazer
a supervisão na indústria e algumas horas
depois estava de volta ao aeroporto, para
uma espera um tanto longa até meu vôo.
Fiquei de pé para fazer a reza vespertina
de Minchá quando senti um mochileiro
me rondando. Alguns minutos depois,
ele juntou coragem e me perguntou se
era do Chabad. A conversa transcorreu
em diversos sentidos. Por fim, conduzi o
assunto à festa de Chanucá. Perguntei
se podia entregar-lhe uma lembrança de
Chanucá. Ele aceitou de bom grado e me
agradeceu profusamente.
Rabino Yossef Dubrawsky
o rabino fitche prepara anualmente as caixas Das velas De chanucá, projeto De toDas as entiDaDes juDaicas Do paraná, junto com os alunos Da escola
israelita brasileira salomão guelmann
Chabad: Luz Para Vidas
[101]
Com a longa espera, estava ficando entediado e
resolvi dar umas voltas pelo saguão do aeroporto.
Decidi despachar a minha mala de mão pensando
que não teria mais clientela e poderia passear
mais á vontade. Andando pelo aeroporto passei
por uma família de turistas estrangeiros e me
chamou atenção um rapaz jovem, loiro, com rosto
pálido e pano amarrado na testa.
Voltei para sentar no meu lugar na área de espera
quando, de repente, fui abordado por uma mulher
que falou em inglês:
- Graças a D’us que você é de verdade.
- Eu sou – disse - mas o que você quer dizer com
isso?
Ela me contou que eram judeus turistas da
Finlândia, e o filho dela, que estava com muita dor
de cabeça, havia dito que teria visto um rabino
no aeroporto. A pobre mãe, temerosa de que o
seu filho de tanta febre estivesse alucinado, agora
estava aliviada! A mulher contou que conhecia o
Chabad na Finlândia. Não havia muito tempo que o
filho comemorara o Bar Mitsvá. Ela não imaginou,
nem nos sonhos mais loucos, que encontraria
um rabino naquelas paragens. O assunto foi para
Chanucá e fui logo recuperar temporariamente
a minha mala de mão. Como tudo era perto e
de estrutura simples, sem muita formalidade,
rapidamente consegui reaver a mala e apanhar a
última caixa de velas e a Chanukia. Entreguei tudo
à família desejando melhoras ao rapaz.
No vôo de volta, não podia deixar de me maravilhar
com a Mão Divina que me havia encaminhado três
destinatários para desfrutar dos presentes de
Chanucá que levara, “caso precisasse”. Pensei na
minha agenda do dia; sabia que havia marcado
um encontro numa indústria alimentícia de fécula
de mandioca, para fazer um trabalho ligado à
cashrut. Ainda assim, D’us tinha outra missão
para mim na Sua agenda: a de trazer a lembrança
de Chanucá e a mensagem do triunfo da luz sobre
as trevas para três patrícios, companheiros de
viagem! •
“Da nossa Caixa de Mensagens: Salmo Zugman”
Estudo Torá no Beit Chabad de Curitiba
Quando digo Torá, não
estou me referindo apenas
aos cinco livros sagrados
do Chumash, mas também
ao Talmud e à Chassidut.
O povo judeu, de geração
em geração, estuda Torá faz séculos.
Estudando Torá me sinto unido a esse esforço
coletivo milenar. A Torá pode ser estudada
individualmente, mas é vantajoso estudar
em grupo. O estudo fica mais dinâmico e
nos surpreendemos com as abordagens e
questionamentos dos diferentes colegas, o
que aumenta a nossa compreensão sobre o
tema.
Desde que comecei a estudar Torá, acredito
que assimilei um pouco da maneira de pensar
particular do povo judeu. Com isso aumentou
o orgulho por minha identidade judaica.
Recomendo a todos.
[102]
POR este PessaCh: daYenu
Antes da nossa mudança para Curitiba, tivemos a
oportunidade de passar diversos chaguim no Beit
Chabad do Paraná e gostaria de descrever uma
certa experiência.
Em um Pessach, estivemos no seder coletivo,
muito bem organizado e muito agradável. Em um
certo momento, notei a presença de uma pessoa
diferente na mesa do Rabino Fitche, mas como eu
não era da cidade, era comum sempre ver rostos
novos naquelas ocasiões.
Em uma determinada altura
do seder, o Rabino Fitche
contou uma história pessoal
e convidou essa pessoa para
falar o Ma Nishtaná. Enfatizou
que seria em Yidish e, na
sequência da cerimônia, o
rabino foi explicando os
diversos pontos, passagens,
dentre os quais o “DAYENU”
cujo significado é: mesmo
as coisas mais simples que
D’us faz por nós já seriam suficientes, nem
precisaríamos esperar por mais nada.
Passados alguns dias, perguntei ao Rabino Fitche
quem era aquela pessoa. O Rabino respondeu
que era uma pessoa que o havia procurado para
vir ao seder e que apesar de ter um contato com
o judaísmo mais espaçado hoje em dia, tinha
solicitado que pudesse falar o Ma Nishtaná em
Yiddish. Porém um comentário do Rabino Fitche
me marcou muito: “só por ouvir aquele Ma Nishtaná
em Yiddish já valeu todo esforço da organização
do Pessach... “DAYENU”!
Eu fiquei muito impressionado com aquele
comentário e a forma como do rabino expressou
seu sentimentos. Assim, eu me apropriei desse
“DAYENU”!
E quando penso que agora tenho contato com
um judaísmo que eu não
conhecia: DAYENU.
Quando penso que agora
tenho uma noção do elo
que me liga com minha
história: DAYENU.
Quando penso que
agora tenho uma família
que segue os costumes
judaicos: DAYENU.
Quando penso que agora tenho um ambiente
não onde me sinto bem, mas do qual faço parte:
DAYENU.
Quando penso que agora temos nossa filha Dvora
Lea: DAYENU. •
Alexandre Hojda
alexanDre com sua esposa, tatiane, e a pequena Dvora lea, filha Do casal
Chabad: Luz Para Vidas
[103]
JúbilO da COlheitaYariv Yonayov
Depoimento De um aluno que cresceu em curitiba e hoje mora em israel. yariv yonayov agraDece pelas sementes que foram plantaDas que o ajuDaram a encontrar um caminho íntegro Dentro Do juDaísmo observante.
quanDo criança, Durante uma colônia De férias Do beit chabaD (á Dir.)
a esposa De yariv, chaya ortal e seus filhos
yariv e seus filhos, avraham DaviD e yehuDa osher avraham DaviD e yehuDa osher, filhos De yariv
[104]
enCOntRandO meu destinO
Quando decidi que iria para a
Austrália, fui conversar com o
Rabino Fitche, a fim de pedir a
ele os dados do rabino do Beit
Chabad em Brisbane, cidade onde
ficaria por um ano.
Alguns dias após ter conversado
com ele, recebi um e-mail com os
dados do Rabino Levi Jaffe. Recebi
também um e-mail do Rabino Jaffe, colocando-
se à minha disposição. A princípio, não tinha
pensado em procurá-lo de imediato, porém seria
bom ter os seus dados, caso eu necessitasse.
Após duas semanas na Austrália, eu me sentia só,
uma vez que não tinha amigos no país e ainda
sentia um pouco de dificuldades com o inglês.
Numa sexta-feira, cheguei à casa da família onde
estava hospedado e entrei em contato com o
rabino, para perguntar o endereço da sinagoga
e o horário da reza. Com extrema simpatia, o
Rabino Jaffe me passou as informações e me
convidou para jantar na sua casa após a reza. No
caminho para o jantar, conheci outros estudantes
e estrangeiros que viviam no país sem família,
que frequentavam a sinagoga e a casa do rabino.
Posteriormente, essas pessoas passaram a ser os
meus melhores amigos na Austrália.
David Coifman
Durante o jantar, foram servidas
comidas tradicionais judaicas,
além de toda a animação de
uma mesa de Shabat, como
músicas, histórias e piadas.
Depois de me sentir só em um
país diferente, vi-me rodeado de
pessoas que compartilhavam as
mesmas crenças e costumes
que eu.
Senti que estava em um ambiente de família. Ao
sair do jantar, fui invadido por um sentimento de
felicidade e conforto. Decidi que frequentaria a
sinagoga semanalmente.
Sempre após as rezas eu era convidado a
participar do jantar de Shabat. A casa do rabino
era pequena, porém muito reconfortante. Sempre
havia estudantes estrangeiros, pessoas que
estavam na Austrália a negócios ou a passeio.
Além disso, seus sete filhos corriam de um lado
para o outro da casa, brincando e interagindo
com os convidados. Para muitos, parecia ser uma
bagunça, mas eu sempre vi aquele lugar e aquelas
pessoas como minha casa e minha família.
Como a comunidade de Brisbane era pequena,
o rabino pediu que os estudantes homens
DaviD em seu bar mitsvá com o
rabino fitche
Chabad, Sua CasaLonge de Casa
[105]
ajudassem com o miniam nos
dias de semana. Morando perto
da sinagoga, passei a assistir aos
serviços religiosos das quintas-
feiras de manhã, para a leitura da
Torá.
Oito meses se passaram e eu
frequentava semanalmente a casa
do rabino. Um dia, estava cumprimentando as
pessoas na saída da sinagoga, quando me deparei
com uma estudante carioca que nunca tinha visto
lá. Seu nome era Karina Kaufman. Conhecíamos
diversas pessoas em comum e ela pareceu ser
muito simpática. Trocamos telefones e, em duas
semanas, já estávamos namorando.
Em algumas ocasiões, o Rabino Jaffe pediu
que fôssemos a sua casa cuidar das crianças,
enquanto ele atendia a alguns
compromissos. Também éramos
convidados para os aniversários
dos seus filhos. Como participei do
movimento Habonim Dror, sempre
gostei de brincar com crianças e
isso fez com que eu estabelecesse
um ótimo relacionamos com todos
os sete filhos do rabino.
No meu último Shabat em sua casa, antes de
voltar ao Brasil, fiquei muito emocionado ao me
despedir dessa família que para mim significou
tanto durante aquele ano que passei na Austrália.
A Karina ficou mais seis meses lá e continuou
frequentando semanalmente a casa deles. Por fim,
ela veio morar em Curitiba. Atualmente estamos
noivos, nos preparando para casar.•
em brisbane, com karina, rabino jaffe e parte De sua família
Chabad nOs lugaRes mais distantes
O Beit Chabad esteve sempre presente em minha
vida. Pertenci às primeiras turmas do “clubinho” de
Curitiba, fiz o meu Bar Mitsvá com o Rabino Fitche
e sempre gostei de frequentar o Beit Chabad.
Em julho deste ano, meu amigo
Fábio Camlot e eu resolvemos fazer
uma viagem para um lugar diferente.
Fomos para a China com a intenção
de visitar os principais pontos
turísticos e as principais cidades:
Pequim, Xi An, Xangai, Macau e Hong Kong.
Em uma quarta-feira, estávamos voltando de uma
feira de negócios na cidade de Yiwu para Xangai
e, coincidentemente (ou não), encontramos
Alexandre Hertz
alexanDre, quanDo criança. no clubinho Do chabaD (primeiro à esq.
olhanDo para a câmera)
uma pessoa no trem, usando trajes ortodoxos.
Imediatamente nos identificamos e começamos a
conversar com ele. Ele nos contou que em Yiwu
havia um Beit Chabad, assim como em Xangai.
Ficamos muitos surpresos com
essas notícias.
Na sexta-feira, apesar de termos
uma agenda lotada de programas,
não pensamos duas vezes e fomos
ao Beit Chabad. Queríamos muito
passar um Shabat em um ambiente judaico.
Procuramos no google o endereço do Beit
Chabad de Xangai e fomos em frente. Como
vocês podem imaginar, encontrar algum endereço
na China não foi uma tarefa fácil. Chegando
[106]
alexanDre (à Dir.) em férias na china
com seu amigo fábio
beit Chabad de XanGai
ao Beit Chabad ficamos muito
surpresos com as boas instalações,
com a grande quantidade de judeus
que encontramos e com a enorme
hospitalidade do rabino e de sua
esposa.
Nós nos apresentamos e contamos que, em nossa
cidade também havia um Beit Chabad. Fomos
convidados a jantar e nos sentamos em uma
mesa com judeus de diversos lugares do mundo.
Não posso deixar de falar que a
comida estava maravilhosa. Após
15 dias comendo comida chinesa,
sentíamos falta de uma comida
ocidental, ou melhor, Yiddish.
Nós nos sentimos em casa! Foi
um Shabat inesquecível por saber
que em lugares tão distantes do
mundo existem emissários do Rebe
praticando judaísmo e que, em
qualquer lugar do mundo, somos
um único povo, compartilhando os
mesmos valores e ideais.
Após aquele Shabat memorável, teríamos mais
uma semana de viagem na China. Verificamos que
estaríamos em Hong Kong no Shabat seguinte.
Não pensamos duas vezes: entramos no google
e anotamos o endereço. Passamos
nosso último Shabat no Beit
Chabad de Hong Kong e também
foi formidável! É muito bom saber
que nos lugares mais distantes do
mundo sempre existirá um Beit
Chabad! •
Chaguim na fRança COm O beit ChabadMichele Nudelman Rosenberg
Em 2010, fui estudar na França, por meio de
um sistema de intercâmbio para alunos do
ensino superior. No 1º semestre,
morei em Toulouse, no sudoeste
francês. Quando chegou a época
de Pessach, consegui um contato
com o Beit Chabad do Paraná para
que eu pudesse participar de um
seder em Toulouse. Fui muito bem
recebida no jantar.
O mesmo aconteceu no 2º
semestre, quando eu estava em
Lyon. Passei Yom Kipur com a
irmã do Rabino Fitche e, a partir
daquele dia, uma de suas noras
michele (primeira Da esq.) na colônia De férias Do beit chabaD
em lyon, na festa De chanucá (segunDa Da esq.)
sempre me convidava para um almoço ou jantar
de Shabat. Nesses dias, havia também outros
jovens em sua casa, franceses ou
intercambistas como eu. Assim
fiz diversos amigos e comecei a
participar de um encontro de jovens
judeus em Lyon, entrando na sucá,
em shabatot, indo ao “chanucá na
praça” e participando de encontros
em bares e de viagens.
O contato do Chabad me possibilitou
uma experiência judaica na Europa,
além de me deixar um pouco mais
“perto” de casa, seguindo nossos
costumes. •
[107]
aRi zugman beRnaRdO JaCObsOn
elie hORn
haROldO JaCObOwiCz
JuliO zugman
luiz ClaudiO gOldneR
maRCOs slud
meYeR nigRi
mOYsés beCheR
saul zugman
seRgiO mazeR
vitOR heRtz
YaaCOv ReiCheR
PlatinaO Beit ChaBad dO Paraná agradeCe Seu aPOiO
ASSOCIAÇAO CASA DE CULTURA
EIT YAACOVB
[108]
RubibanCO safRa
helCiO KROnbeRg
Jaques RigleR
Jean PieRRe aKiva bRami
Kutzi segall
maRCelO beRgeRsOn
mauRiCiO heRtz
ROland hassOn
saRa buRstein
samuel teig [in memORiam]
silvia KOzminsKi
O Beit ChaBad dO Paraná agradeCe Seu aPOiO
[109]
OuroandRé KRigeR andRe segall
CiRO Kessel
daniel benzeCRY
david beCheR
diegO dOuRadO
flaviO baRbalat
ismaR stRaChman
nelsOn baRbalat
salmO zugman salOmãO figlaRz
O Beit ChaBad dO Paraná agradeCe Seu aPOiO
[110]
alfRedO fRanCh
anna KleineR
avi aRKadeR
avRam fiselOviCi
beRnaRdO Katz
Celia galbinsKY e filhas
izhaK POliKaR
ivOne ehRliCh
JOel KRigeR
JOel tROib
JOsé aKeR e família
leandRO KnOPfhOlz
máRCia melzeR fRisChman
melvin KOhane
RObeRtO CaRlOs gOldman
salmO teig
samuel zugman
tânia slud
PrataO Beit ChaBad dO Paraná agradeCe Seu aPOiO
[111]
PaRtiCiPem das atividades dO beit Chabad dO PaRaná
Visitas a doentes
Oneg Shabat para Mulheres
Revisão de Mezuzot e Tefilin
Sinagoga:Minian diário
Orientaçãopara Noivos
Seminários e Palestras
Terceira Idade:eventos e visitas
RefeiçõesCasher
OrientaçãoRabínica
Clube deBat Mitsvá
Caixas de Velas em Chanucá
Colel - Centro de Estudos
Aulas paraadolescentes
AniversárioJudaico
Aulas paraBar Mitsvá
Chanucána Praça
Assistência Social
Biblioteca
Cursos de Culinária e de Hebraico
Colônia de Férias
Farbrenguen -Reuniões Chassídicas
Jantares comemorativos
Feiras: AlimentosArtigos Judaicos, Livros
Gift Shop: Livros e Artigos Judaicos
Educação eRecreaçãoInfantil
Excursões para SP e NY
Espaço daMulher
Matsá Shmuráem Pessach
Lembretesde Yahrtzeit
Mishloach Manot em Purim
Micvê
Ki Tov: Cozinha, Loja e Salão de Festas Casher
Kiruv e Projeto Alicercespara universitários
Kit pararecém-nascidos
Kit deShabat
Kol Chabad Kol Chabad
queR COlabORaR? 10 receitas para você fazer parte
Almoço Casher Combine com seus amigos para almoçarem juntos um domingo ao mês no Beit Chabad e colabore com nosso instituto. Avisamos por e-mail e pelo site chabadcuritiba.com as datas dos almoços. Reservas com Eva: 3023-1398
Véspera de festas judaicasFaça uma doação aos nossos projetos.
Fale com Rabino Mendy Stolik [email protected]
Encha sua caixinha de TsedacáNão importa quanto
e sim quando: sempre!Busque o seu na secretaria com Silvia. Mandamos buscar quando tiver cheio.
KidushPatrocine um kidush de Shabat em
suas datas especiais.Fale com Tila: 3023-1398 ou
Kol ChabadPatrocine nosso boletim semanal em
homenagem a alguem especial.Fale com Silvia: 3023-1398 ou
Fundo DignidadeFundo do Rabino que ajuda com discrição pessoas necessitadas.
Fale com Rabino Mendi Labkowski : 3079-1338 ou [email protected]
Patrocine uma palestra ou aula de ToráFale com Rabino Mendi Labkowski: 3079-1338 ou
Doação mensal Combinamos a melhor forma para
você poder contribuir. Fale com Victor Hertz: 3224-5692/3039-0522
Biblioteca InfantilDoe um livro a nossa biblioteca infantil.
Fale com Eidi: 3079-1338 ou [email protected]
Espaço da Mulher e Oneg Shabat
Ofereça o lanche de uma tarde das mulheres. Fale com Kutzi: 3253-5178
Todos são muito bem vindos!