Saúde Mental em Crianças e Jovens em Acolhimento Residencial
Resumo. Acolhimento Familiar de Crianças. Uma perspectiva ecológica
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O Acolhimento Familiar de Crianças. Uma perspectiva ecológica
A experiência de vida num ambiente familiar estável e seguro associado à
construção de novos vínculos e, sempre que possível, à manutenção dos laços afectivos
que a criança transporta consigo do passado, podem ajudar à construção da resiliência e
à recuperação física e psicológica das crianças, contribuindo para o seu bem-estar e
desenvolvimento integral.
O Acolhimento Familiar é um serviço especializado que proporciona um
contexto familiar alternativo, quando o perigo torna a retirada da família biológica
inevitável. Esta medida de colocação pode e deve ser, idealmente, um contexto de
abertura, parceria e participação, numa experiência única de vida em família, preservando a relação com os pais e outros familiares.
Existem múltiplas definições de Acolhimento Familiar. A de Colton e
Williams (1997) baseia-se numa perspectiva comparada, alicerçada no estudo do
acolhimento em 21 países, dos cinco continentes do mundo. Segundo aqueles autores, o
Acolhimento Familiar é “o cuidado prestado na casa dos acolhedores, numa base
temporária ou permanente, através da mediação de uma autoridade reconhecida, por
acolhedores específicos, que podem ou não ser parentes da criança acolhida (definida demodo diferente em diferentes países), que pode ou não residir oficialmente com eles”
(p.292).
A perspectiva ecológico-social possibilita a compreensão das transições que
ocorrem na vida da criança acolhida, a separação dos pais e o desenraizamento do seu
contexto, a que se sucede a colocação num mundo novo e desconhecido. Para além de
analisar ou interpretar os acontecimentos, o modelo ecológico orienta a intervenção,
ajuda na prática a prevenir os riscos e a promover a mudança, no sentido da integração edo desenvolvimento das crianças.
Este trabalho procura, numa primeira parte, identificar as bases teóricas, os
pressupostos e as dimensões fundamentais do Acolhimento Familiar, de modo a
compreender a natureza e o alcance disciplinar da medida. Relaciona, para aquele
efeito, o Acolhimento Familiar com o conceito de família, reflectindo nomeadamente
sobre o tipo de inserção das crianças nas famílias de acolhimento, o estatuto que lhes é
reconhecido e o papel que desempenham. Recorre ao modelo ecológico para enquadrar
a interacção entre o sujeito e as características do meio ambiente que o rodeia, enquanto
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quadro orientador da intervenção no âmbito do Acolhimento Familiar e estabelece
critérios de distinção entre esta medida de colocação e as outras duas, o Acolhimento
em Instituição e a Adopção.
Na segunda parte, prossegue com a reflexão sobre os modelos e os
procedimentos de divulgação, de recrutamento, e de selecção dos acolhedores, bem
como os associados à preparação, acompanhamento e cessação do acolhimento. Analisa
os percursos educativos das crianças em acolhimento familiar, bem como o padrão de
relacionamento estabelecido entre acolhedores, equipa técnica responsável pelo
acolhimento, professores e outros responsáveis da escola e do meio envolvente e a
própria criança acolhida, os modos de gestão desse relacionamento e as tensões que lhe
estão associadas.
Por fim, a terceira parte caracteriza o modelo de Acolhimento Familiar
português, destacando, nomeadamente, os seus antecedentes jurídicos e sociais, os
diferentes tipos de Acolhimento Familiar, a profissionalização da medida e as entidades
responsáveis pela sua aplicação, de acordo com o quadro normativo em vigor. Termina
com um breve olhar sobre a realidade do Acolhimento Familiar noutros países
europeus, estabelecendo parâmetros de comparação com o modelo português.
Acolher uma criança é um acto que deve ser pautado pela competência, pela
ética e pela bondade. Gostaríamos que este trabalho fosse um contributo para que se
sublinhe e promova a primeira, para que se interrogue e oriente o Acolhimento Familiar
com a segunda e para que se admire a magia da terceira.
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ÍNDICE
O Acolhimento Familiar de Crianças. Uma perspectiva ecológica
Introdução
1. Conceitos e princípios gerais
1.1 Natureza e âmbito do Acolhimento Familiar
1.2 Enquadramento teórico: o modelo ecológico-social
1.3 Os protagonistas do Acolhimento Familiar
1.4 Acolhimento Familiar, Adopção e Acolhimento Institucional
2. O processo do Acolhimento Familiar
2.1 Estrutura organizacional e práticas da intervenção: as modalidades e a remuneração
do Acolhimento
2.2 O recrutamento, a selecção e formação das famílias de acolhimento2.3 Preparação da colocação
2.4 Acompanhamento e avaliação do Acolhimento
2.5 Cessação do Acolhimento
2.6 Acolhimento Familiar, Escola e Educação
3. O Acolhimento Familiar em Portugal
3.1 Antecedentes jurídicos e sociais3.2 O modelo actual de Acolhimento Familiar
3.3 O Acolhimento Familiar noutros sistemas: uma perspectiva comparada
Conclusão
Bibliografia
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Nota sobre o autor:
Paulo DelgadoProfessor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do PortoR. Dr. Roberto Frias, n. 602, 4200-465 PortoPortugal
Licenciado em Direito e Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de
Santiago de Compostela (Espanha), concluiu este ano a Agregação em Educação, na
UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal).
É investigador externo, vinculado ao Instituto da Criança da Universidade do Minho
(Portugal).É autor dos livros «Os Direitos da Criança. Da participação à responsabilidade» (2006);
«Acolhimento Familiar. Conceitos, práticas e (in)definições» (2007) e «Crianças e
Acolhedores. Histórias de vida em Famílias» (2008), publicados pela Profedições, no
Porto.
É Professor Adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto e
colaborador externo da equipa SEPA-interea da Universidade de Santiago de
Compostela; é vogal da Direcção da Sociedade Iberoamericana de Pedagogia Social(SIPS), eleito para o período 2005-2008 e reeleito para o período 2009-2011.
O trabalho apresentado insere-se num projecto de investigação que tem o apoio do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, no âmbito de uma
Bolsa de Pós-Doutoramento, atribuída pela FCT - Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (com a referência SFRH/BPD/20443/2004) e constitui uma versão adaptada
do Programa da Unidade Curricular intitulada «Acolhimento Familiar de Crianças»,
apresentado no âmbito das provas de agregação.