Requisitos de um Sistema de Informação de Contabilidade ... · ii Resumo Numa organização a...
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Universidade do Minho
Departamento de Sistemas de Informação
Susana Sofia Freitas Fraga
Requisitos de um Sistema de
Informação de Contabilidade
Analítica numa IPSS
Projeto de Dissertação de Mestrado
Desenvolvido sob a orientação do
Prof. Doutor Ricardo Jorge Machado
Mestrado em Sistemas de Informação
Fevereiro de 2017
ii
Resumo
Numa organização a informação pode ter várias origens e para a armazenar,
controlar e tratar estas munem-se de sistemas de informação. Existem vários
sistemas de informação disponíveis no mercado que permitem auxiliar a
tomada de decisão, isto é, comprometem-se com funcionalidades que
permitem a prática da contabilidade analítica.
O conhecimento dos custos e dos proveitos que a empresa detém com os
produtos/serviços que produz, vende ou presta, e os custos que internos dos
departamentos e atividades internas são ferramentas base para a melhoria
na tomada de decisão de modo a que esta alcance os objetivos delineados.
Neste sentido as organizações veem-se na necessidade de alterar estratégias,
pensar novos modelos de negócio e adaptar os seus processos e operações
internas pois, as soluções tecnológicas que adotam não prestam o devido
cuidado no manuseamento dos custos e não permite adaptar às necessidades
da organização.
Com a presente dissertação pretende-se uma reflexão sobre esta
problemática que incide sobre a contabilidade analítica numa instituição
particular de solidariedade social. Para tal, inicialmente é realizado um
enquadramento e são descritos a motivação, os objetivos e os resultados
esperados. Posteriormente é brevemente caracterizado o terceiro setor e as
IPSS, é feita uma síntese sobre a disciplina de contabilidade analítica e
descritos os construtos de processos de negócio e requisitos. Para finalizar é
descrita a metodologia a ser adotada na realização da dissertação e o plano
de trabalhos traçado.
Palavras-Chave: Terceiro Setor, Contabilidade Analítica, Processos de
Negócio e Requisitos
iii
Abstract
In an organization, Information has several origins; in order to store, control
and manage this information, organizations use Information Systems. There
are several Information Systems available in the market, which support
decision-making, undertaking, therefore, features that apply to the
analytical accounting practice.
The knowledge about costs and revenues that a company holds with the
products or services it produces, sells or delivers, as well as internal costs
with departments and activities are basic tools to improve decision-making
and contribute to achieve the defined objectives. Therefore, Organizations
need to change their strategies, think new business models and adapt
internal processes and operations. Unfortunately, technological solutions
adopted by organizations do not support properly costs management and
cannot be adapted to fulfil organizations’ needs.
The present dissertation aims to reflect upon this problematic, focusing on
the analytical accounting of a particular social solidarity institution. First, in
order to set up the context, motivations, aims and expected outcomes of the
study are described. Then, a short characterization of the third sector and of
Social Welfare Institutions (IPSS) is presented, as well as a summary of the
analytical accounting discipline and the constructs of Business Models and
Requirements. To finalize, a description of the methodology to be adopted in
the study and the working plan are presented.
Keywords: Third Sector, Management Accounting, Business Processes and
Requirements
iv
Índice
Resumo ...................................................................................................... iii
Abstract ...................................................................................................... v
Índice vi
Índice de Figuras ...................................................................................... vii
Índice de Tabelas ...................................................................................... vii
1 Introdução ................................................................................................. 1
1.1 Enquadramento ...................................................................................... 1
1.2 Motivação .............................................................................................. 2
1.3 Objetivos e Resultados Esperados .......................................................... 3
2 Revisão de Literatura ............................................................................... 5
2.1 Introdução ............................................................................................. 5
2.2 Breve Caracterização do Terceiro Setor ................................................. 6
2.2.1 Conceito ....................................................................................... 6
2.2.2 Sistemas de Informação no Terceiro Setor ................................... 8
2.3 Sintese de Contabilidade Analítica ........................................................ 9
2.3.1 Conceito ....................................................................................... 9
2.3.2 O papel da Contabilidade Analítica na Gestão da Organização .... 13
2.3.3 Objetivos da Contabilidade Analítica .......................................... 16
2.3.4 Técnicas da Contabilidade Analítica ........................................... 19
2.4 Conceito de Processos de negócio .........................................................22
2.5 Conceito de Requisitos ........................................................................ 24
3 Abordagem Metodológica ....................................................................... 28
4 Planeamento do trabalho ........................................................................ 31
5 Conclusões .............................................................................................. 33
Referências ............................................................................................... 34
v
Índice de Figuras
FIGURA 1 FRAMEWORK TEÓRICA DA RELAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
INTEGRADOS E CONTABILIDADE ANALÍTICA ....................................................... 5
FIGURA 2 MODELO LINEAR DO PROCESSE DE ENGENHARIA DE REQUISITOS ................. 27
FIGURA 3 MODELO DO PROCESSO DA DESING SCIENCE RESEARCH ............................. 29
Índice de Tabelas
TABELA 1 COMPARAÇÃO DE CONTABILIDADE FINANCEIRA E ANALÍTICA .................... 12
TABELA 2 STAKEHOLDERS DA CONTABILIDADE ANALÍTICA ..................................... 16
TABELA 4 PLANO DE TRABALHOS ..................................................................... 32
1
1 Introdução
1.1 Enquadramento
Atualmente, e cada vez mais, os responsáveis pela gestão das empresas sentem
a necessidade de terem em sua posse informação pertinente, clara e objetiva,
que lhes permita uma tomada de decisão bem fundamentada.
O sucesso das organizações depende da sua capacidade de compreender os
processos internos, de definir e controlar de forma eficiente e eficaz todos os
seus custos e de aproveitar toda a informação retirada do modelo de negócio
interno para alcançar vantagens competitivas sobre os seus concorrentes
diretos.
Neste sentido as organizações veem-se na necessidade de alterar estratégias,
pensar novos modelos de negócio e adaptar os seus processos e operações
internas à margem das suas necessidades.
A contabilidade analítica (CA) surge no meio como proposta de resolução do
problema identificado. Esta visa proporcionar aos gestores das empresas todas
as informações necessárias para uma tomada de decisão consciente que vai de
encontro com as necessidades das mesmas. CA é convencionalmente retratada
como um conjunto de técnicas que representam fielmente a realidade
econômica da organização e são capazes de apoiar os gestores no processo de
tomada de decisão racional (Wanderley, Miranda, de Meira, & Cullen, 2011).
Como tal a implementação de sistemas de informação1 (SI) que permitam a
realização da contabilidade analítica tem sido uma prática comum nas
empresas. Com o avançar do tempo as organizações que adotam este tipo de
soluções deparam-se com dificuldades em atingir os resultados a que estas se
propõem.
1 Um sistema de informação é a combinação de hardware, software, infraestruturas e
pessoas organizadas para facilitar o planeamento, controlo, coordenação e tomada de
decisão em uma organização .
http://www.businessdictionary.com/definition/information-system.html
2
Pretende-se com a realização desta dissertação a aquisição de um entendimento
sobre o constructo de contabilidade analítica e as ferramentas necessárias,
constructo de processo de negócio e requisitos, para a validação das práticas de
CA numa Instituição Particular de Solidariedade Social.
1.2 Motivação
Hoje em dia nos mercados das empresas de desenvolvimento de softwares ou
soluções de SI é possível encontrar um leque muito abrangente de áreas sobre
as quais estas se debruçam.
Na verdade, e indo de encontro ao tema, são muitas as soluções que dizem
disponibilizar ferramentas que permitem a realização de contabilidade
analítica, tanto para empresas comerciais ou de exploração como para as
instituições de administração pública, para escolas e hospitais.
Porém, implementada uma solução que permite a pratica de algumas
característica de CA numa IPSS de considerável dimensão, esta continuou a
sentir a necessidade de recorrer a indetermináveis folhas de Excel, onde
executam todos os estudos, manualmente, para deter um controlo mais
eficiente dos custos, por exemplo a repartição dos custos pelas atividades ou
serviços prestados.
Uma vez sentida essa necessidade acha-se de relevante valor para a área dos SI
analisar esta solução e entregar um conjunto de alterações a realizar para um
melhor aproveitamento da disciplina de CA, de forma a que a solução
implementada vá de encontro às necessidades da organização.
As motivações pessoais para o projeto são elevadas. Atualmente encontro-me a
frequentar o Mestrado em Sistemas de Informação, porém havia terminado a
licenciatura em Gestão, pelo que a área da Contabilidade e da Contabilidade
Analítica sempre me fascinou. Tendo estas bases será mais fácil perceber as
necessidades da organização que vão de encontro com a CA e concluir o trabalho
com êxito.
3
1.3 Objetivos e Resultados Esperados
Esta dissertação tem como objetivo principal a realização de um estudo de uma
solução de TI (sistema de informação) implementada numa entidade. Com isto,
pretende-se perceber e indicar quais as características de contabilidade
analítica que estão presentes, mas necessitam de ser ajustadas e as que faltam
e fazem falta na gestão da entidade.
Como resultados da dissertação pretende-se obter uma lista de modificações a
realizar na solução adotada de modo a que a entidade possa avançar com uma
sequência do projeto, isto é, para a organização por em prática posteriormente.
Do ponto de vista teórico os resultados da dissertação pretendem demonstrar
que também o terceiro setor, mais propriamente as Entidades sem Fins
Lucrativos e as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social),
necessitam do contributo da área da contabilidade analítica para uma gestão
eficaz e eficiente. Do ponto de vista dos profissionais de sistemas de informação
pretende-se alertar os mesmos para esta que é uma necessidade cada vez mais
sentida por este tipo de entidades, de modo a que, futuramente, incluam mais
possibilidades ou características de CA nas soluções disponibilizadas no
mercado.
5
2 Revisão de Literatura
2.1 Introdução
Sabe-se que a produção de informação não atempada, a estimação de custos de
produtos distorcida e a incapacidade para fornecer informações relevantes
relativas à performance das organizações são algumas das lacunas dos sistemas
utilizados nas organizações segundo Atkinson et al. (2012).
Os autores Rom & Rohde (2007) realizaram um estudo teórico que teve por base
diversas frameworks que analisavam as mais variadas variáveis dos sistemas
de informação e da contabilidade analítica. As suas conclusões incidiram sobre
a construção de uma framework teórica que permite servir de guia aquando da
tentativa de relacionar dois conceitos ainda pouco explorados conjuntamente.
Ou seja, este trabalho desenvolvido pelos autores permite identificar as áreas
sobre as quais a investigação deve incidir de modo a ir de encontro aos objetivos
esperados para a dissertação.
Figura 1 Framework Teórica da relação entre Sistemas de Informação Integrados e
Contabilidade Analítica
Fonte: Copyright (Rom & Rohde, 2007)
Seguindo este pensamento dos autores supracitados acha-se relevante nesta
revisão de literatura, em primeiro lugar contextualizar o ambiente em que o
projeto se vai realizar, o terceiro sector numa IPSS e abordar os sistemas de
6
informação para este. Em seguida abordar-se o conceito de contabilidade
analítica, onde se inclui as vantagens para as organizações, as práticas e
técnicas. Por último serão abordados os constructos de processo de negócio e
requisitos pois, numa fase posterior, serão definidos os processos de negócio
de modo a colocar em funcionamento as práticas de CA e serão desenhados os
requisitos para o sistema de informação.
2.2 Breve Caracterização do Terceiro Setor
2.2.1 Conceito
O Terceiro Setor pode ser definido como as instituições de caracter privado que
detêm uma utilidade pública em diversas áreas, como por exemplo, na saúde,
na educação ou mesmo desenvolvimento social local. As entidades pertencentes
a este setor podem também ser chamadas de entidades sem fim lucrativo,
economia social, economia solidária, organizações não governamentais e
organizações da sociedade civil (Marcelo, 2013).
O estado tem como objetivo promover o bem-estar social e a qualidade de vida,
sendo assim percebemos que este tem um papel crucial no que toca à efetivação
dos direitos dos portugueses. Constata-se assim que o Terceiro Sector tem como
missão colmatar algumas das lacunas deixadas em aberto pelo poder público
em matéria social e procura amenizar os graves problemas sociais do país.
Com base no manual editado pela Sociedade Portuguesa de Inovação (Andrade
& Franco, 2007) conseguimos verificar que uma entidade para pertencer ao
terceiro setor tem que incumbir uma serie de características, são elas:
o Organização- deve ser formalmente registada e ter reuniões regulares e
regras de procedimentos;
o Privada- deve ser institucionalmente separada do governo, ou seja, não
é controlada por este;
o Não distribuir lucros- não deve existir a noção de propriedade pelo que
o excedente gerado não deve ser distribuído pelos seus membros,
dirigentes ou gestores, mas sim reinvestido na instituição;
7
o Autogovernada- as entidades devem ter os seus próprios procedimentos
de governação não podendo ser controladas por entidades externas;
o Voluntária- a organização deve ter algum grau de contribuições
voluntárias, ou seja, pode ter mão-de-obra voluntária ou doações de
dinheiro ou bens.
Neste caso fala-se de um tipo de entidades em especifico, que de acordo com o
artigo 1º do Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social,
“são Instituições Particulares de Solidariedade Social as
constituídas, sem finalidade lucrativa, por iniciativa de
particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao
dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos, que
não sejam administradas pelo Estado nem por um corpo
autárquico, para prosseguir, entre outros, os seguintes objetivos,
mediante a concessão de bens e a prestação de serviços:
a) Apoio a crianças e jovens
b) Apoio à família
c) Apoio à integração social e comunitária
d) Proteção dos cidadãos na velhice e invalidez e em todas as
situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de
capacidade para o trabalho
e) Promoção e proteção da saúde, nomeadamente através da
prestação de cuidados de medicina preventiva, curativa e de
reabilitação
f) Educação e formação profissional dos cidadãos
g) Resolução dos problemas habitacionais das populações”
Com esta definição chegasse à conclusão de que o principal objetivo destas
associações não é lucro, a esmagadora maioria é prestadora de serviços não
tendo um preço definido, está sujeita á atuação de acordo com a lei e padece de
carência de recursos (Salvador, 2006).
8
2.2.2 Sistemas de Informação no Terceiro Setor
As Tecnologias de Informação podem permitir às organizações sem fins
lucrativos ter maior impacto social. Pois, quando adotadas e integradas
adequadamente permitem que estas estejam melhor preparadas para enfrentar
um futuro que não será menos exigente do que o presente (Nielsen, 2012).
Um Sistema de Informação é um conjunto de componentes (humanas,
materiais, tecnológicas e financeira) inter-relacionadas que recolhe, processa,
armazena e distribui informação para a tomada de decisão dos responsáveis da
organização(Amaral, 1994; Varajão, 2005). Assim, a contabilidade surge como
um sistema de informação, onde os dados (factos contabilísticos) são
processados com a finalidade de fornecer, aos distintos utilizadores (internos
ou externos), informação de natureza financeira, sob a forma de demonstrações
financeiras (tais como Balanço e a Demonstração de Resultados), que lhes
permita apoiar a tomada de decisão (Monteiro, 2013).
O terceiro setor diferencia-se dos outros setores, logo, as necessidades a nível
dos SI também serão diferentes, ou seja, aqui pretende-se que o SI seja um
auxilio na prestação de serviços, podendo assim otimizar os processos de
trabalho (Kwampaiboon, Jevtic, & Pyshnyak, 2014). Com isto os processos e as
tarefas são realizados de forma mais eficaz e com qualidade superior,
permitindo uma colaboração mais estreita entre as equipas de trabalho. Desta
forma, a organização pode alocar os recursos onde os mesmos são necessários,
assim, e de forma a agilizar processos e poupar recursos é importante priorizar
dados e processos que serão implementados.
Segundo alguns autores como Atkinson et al. (2012), Drury (1992)e Esteves
(2015), o sistema de CA está interligado com um conjunto de atividades
principais e é influenciado por um conjunto de fatores.
o Dimensão da entidade;
o Estrutura;
o Características do processo produtivo;
o Grau de variabilidade dos produtos ou serviço;
o Tecnologias Implementadas;
9
o Envolvente ou variáveis externas à organização como a legislação;
o Estratégia da entidade e a importância da informação sobre os custos
atribuída pela gestão.
De modo a reunir um conjunto de possíveis soluções foi elaborada uma pesquisa
por sistemas de informação direcionados às IPSS dentro de Portugal. Verificou-
se que existem algumas empresas que detêm parcerias, por exemplo com a
Primavera e F3M, acabando por oferecer os mesmos serviços. Essas soluções
foram deixadas de parte por se considerar repetitivas. Como resposta obteve-
se a seguinte lista de softwares abaixo, pelo que se admite a falta da presença
de alguns que possam ter escapado à pesquisa.
1. Gestão de IPSS e Misericórdias da F3M2;
2. Primavera Public Sector da Primavera3;
3. ERP AIRIC4
4. Canow5 IPSS
5. Inforestilo lares e IPSS6
2.3 Sintese de Contabilidade Analítica
2.3.1 Conceito
Como é de conhecimento tácito desde os tempos primordiais que os indivíduos
sentem a necessidade de contar e registar as suas operações. Com a evolução
dos tempos para uma sociedade de trocas constantes, de bens e moeda, a
contabilidade surge como resposta à satisfação da necessidade de informações
(Caiado, 1990).
2 https://www.f3m.pt/pt/software/ipss/gestao-de-ipss-misericordias
3http://pt.primaverabss.com/pt/catalogo/solucoes-setoriais/administracao-
publica/public-sector/#overview
4 http://www.airc.pt/solucoes/gestao-financeira
5 http://canow.co/index.php/pt/produtos-ipss
6 http://www.inforestilo.pt/setores/lares-e-ipss.html
10
Segundo alguns autores, foi no século XV, em 1494, que Luca Paccioli surgiu
com um livro onde explicava os fundamentos da “partida dobrada”. Este
conceito permitiu aos negociantes de outrora acesso a informações
contabilísticas que lhes indicavam o que possuíam e o que deviam
imediatamente ou no registo de um determinado período. Este principio da
dualidade de processos possibilitou que em meados do século XX que a
contabilidade servisse como base de informações para os Stakeholders. Foi
nessa época que surgiu também a regulamentação da mesma através do plano
nacional de contas aplicado, consoante as suas necessidades e regras, em vários
países europeus.
Com a evolução exponencial da área fabril a contabilidade deixa de dar acesso
às informações mais relevantes. Segundo Nabais (1987), foi com este
desenvolvimento industrial na Europa e nos Estados Unidos que surgiu o
aparecimento da Contabilidade Analítica nos séculos XVII, XIX e XX, limitando
inicialmente a sua aplicação às organizações industriais (Coelho, 2012).
Analisando a evolução da CA ou de Gestão desde a sua origem, envolvendo as
perceções de diversos autores, chegamos à conclusão que esta passou por
diversas fases onde foi apelidada de diferentes formas. Começou por ser
contabilidade de exploração ou de custos, onde incidia especialmente sobre a
determinação e imputação dos mesmos, e recentemente passou a ser
contabilidade analítica ou de gestão, munindo-se de informações para a tomada
de decisão e gestão das organizações de acordo com as suas necessidades e
objetivos e da utilização adequada dos recursos.
No estudo de Ana Pereira (2014) esta cita Franco et al. (2005) assim como Alves
& Ussman (2006) refere IFAC (1998) que discutem a existência de quatro fases
distintas da Contabilidade Analítica e de Gestão e sobre o que incidia, sendo
elas:
1ª fase (1950)- incidiu sobre uma atividade técnica crucial na época, a
determinação e controlo dos custos.
2ª fase (1965)- consistia numa atividade de gestão de apoio, facultava
informações para o planeamento e controlo de gestão.
11
3ª fase (1985)- defendia a utilização eficiente dos recursos dos processos
empresariais, de forma a evitar os desperdícios.
4ª fase (1995)- visava a criação de valor com a utilização eficaz dos
recursos.
Os gestores e responsáveis pelas tomadas de decisões dentro de uma
organização tendem a procurar informações em abundância, mas ao mesmo
tempo claras, objetivas e oportunas, através das quais lhe vai ser permitido
adquirir um conhecimento aprofundado da organização (Drury, 1992). A
contabilidade é uma ferramenta que lhes permite a aquisição de algumas
informações que procuram. Segundo Costa (2005), como cita Monteiro (2013)
a contabilidade é uma atividade que pretende proporcionar informações para a
tomada de decisões, planeamento e controlo, assim como expor um relato
financeiro às partes interessadas.
A Contabilidade Financeira ou Geral é detentora de informações sobre o
relacionamento da organização com o ambiente, isto é, permite adquirir um
conhecimento da situação económica global da organização. Esta visão apenas
económica das organizações com o meio envolvente admite a possibilidade de
carência por parte destas de informações que analisem o seu interior, a
Contabilidade Analítica.
Por se tratar de uma contabilidade opcional e sem obrigações legais, focada nos
serviços ou segmentos de negócio, a contabilidade analítica não está obrigada
aos princípios da contabilidade. Ou seja, a CA está orientada para fornecer
informações uteis aos intervenientes do processo de decisão, planeamento e
controlo com base em informações passadas e atuais para projeções futuras
(Drury, 1992).
Esta abordagem incute o pensamento da relutância da CF uma vez observado o
desfasamento temporal entre o registo dos factos e a sua divulgação, assim
como a sua rigidez quando comparada à CA que procura ir de encontros às
necessidades das organizações. Contudo, a contabilidade analítica tem por base
a informação da contabilidade financeira, mas trata-se de um sistema que
suporta diversas áreas da organização.
12
A Contabilidade Analítica pretende atenuar as insuficiências da Contabilidade
Financeira, enquanto utensilio de gestão. Por outras palavras, segundo Marcos
(2000) a CF embora essencial e imprescindível para uma gestão racional,
carece de operacionalidade no planeamento, no controlo e na tomada de
decisões pelos gestores e empresários.
Após a investigação sobre a contabilidade financeira e a contabilidade analítica
na perspetiva de diversos autores, por exemplo (Atkinson et al., 2012),
(Horngren, Datar, & Rajan, 2015), (Monteiro, 2013) e (Alves & Ussman, 2006)
, obtivemos a seguinte tabela que pretende diferenciar os dois conceitos.
Tabela 1 Comparação de Contabilidade Financeira e Analítica
Contabilidade Financeira Contabilidade Analítica
Natureza retrospetiva, resume e reporta
em termos financeiros os resultados de
decisões passadas
É tanto retrospetiva, fornecendo feedback
de operações passadas, como prospetiva
tendo como objetivo previsões e
estimativas para eventos futuros
Visão Global e sintética do património da
organização
Visão pormenorizada da organização
Orientada para Stakeholders externos
(investidores, credores e entidades
reguladoras)
Orientada para funcionários e gestores
tomarem decisões baseadas em
informações trabalhas.
Orientada por regras impostas pelas
entidades reguladoras de como é
produzido e apresentado o conteúdo.
Não tem regras sobre como deve ser
trabalho e apresentado o seu conteúdo.
Deve estar enquadrada com as
necessidades de informação dos gestores.
Preocupação com os registos de
recebimentos e pagamentos
Preocupações com o apuramento dos
custos dos produtos, funções e centro de
custos
Repartição dos custos e proveitos em
gastos e rendimentos por função ou
destino
Repartição dos custos e proveitos
registados por natureza
Fonte: Elaboração Própria
13
2.3.2 O papel da Contabilidade Analítica na Gestão da Organização
Todas as organizações compartilham da ambição de serem bem-sucedidas ao
longo do tempo. Mas, de acordo com a CGMA7 (Charlered Global Management
Accountant), tomar uma decisão com qualidade nunca foi tão importante e
difícil como nos dias de hoje. O volume e a velocidade do fluxo de informação
tornaram-se num impeditivo ou barreira para a eficiente e eficaz tomada de
decisão.
Com base no manual de Princípios Globais de Contabilidade de Gestão (CGMA,
2015), publicado pela CGMA chegamos à conclusão que seja qual for a dimensão
da organização e a sua finalidade é, cada vez mais, crucial e difícil
profissionalizar o processo de tomada de decisão. Eles apresentam alguns
dados de forma a poderem comprovar a afirmação anterior.
o 47% dos CFOs (Chief Financial Officer) da Ásia dizem que a
tomada de decisão é prejudicada pela sobrecarga de informação.
o O International Data Corporation estima que até 2020 as
transações comerciais na internet – entre empresas e entre
empresa e consumidor – alcançarão 450 bilhões de transações por
dia.
o Eric Schmidt, do Google, afirma que na atualidade, a sociedade
cria tanta informação nova a cada dois dias, como fez do início
da civilização até 2003.
o O consumidor médio confronta-se com a tomada de mais de 70
decisões por dia.
As organizações bem-sucedidas têm funções de CA eficazes. O que faz uma
função de contabilidade analítica eficaz é a combinação de pessoas
7 Dois dos mais prestigiados órgãos de contabilidade do mundo, AICPA (American
Institute of Certified Public Accountants) e CIMA (Charlered Institute Management
Accountant), formaram uma joint venture para criar a Chartered Global Management
Accountant® (CGMA®) de forma a elevar o reconhecimento da profissão de
Contabilidade de Gestão ou Analítica. http://www.cgma.org/
14
competentes, princípios claros, desempenho bem gerido e práticas robustas.
Num estudo do MIT (Massachussets Institute of Technology), que se teve
conhecimento através da dissertação de Leandro Oliveira (2013), denominado
por "Strength in Numbers: How Does Data-Driven Decision Making Affect Firm
Performance?", os autores (Brynjolfsson, Hitt, & Kim, 2011) chegaram à
conclusão que aqueles que baseiam a tomada de decisão em dados, informação
e números conseguem melhorias de produtividade de 5 a 6%. Para eles esta
pequena margem é o suficiente para separar vencedores de vencidos,
afirmando ainda que um departamento de contabilidade analítica ou de gestão
organizado ajuda a organização a colocar-se entre os vencedores.
Com base em livros relacionados com área em estudo de diversos autores, como
(Nabais, 1987), (C. A. Pereira & Franco, 1989) e (Atkinson et al., 2012), foi feito
um levantamento do papel da contabilidade analítica na gestão de empresas.
Foram identificadas quatro áreas em que esta teoria auxilia as organizações,
sendo que o processo de gestão envolve o desempenho de funções como
planeamento, organização, direção/coordenação e controlo, que à medida que
o ciclo se vai repetindo, permite uma correção e ajustamento contínuo.
o Planeamento: é uma a função base da gestão, visa combater a incerteza
e permitir uma gestão racional dos recursos postos à disposição da
empresa. Compreende a definição de objetivos (o que se deve fazer, como
e para que?); a escolha dos meios a utilizar para alcançar os objetivos; o
que cada órgão da empresa deve fazer, como e quando (atribuindo
responsabilidades).
o Organização: esta função visa determinar e preparar os meios materiais
e humanos necessários para atingir os objetivos acima definidos.
Compete à organização definir a estrutura conveniente para as diversas
unidades funcionais e as funções e responsabilidades de cada
colaborador.
o Direção/Coordenação: esta função implica que o administrador deve
motivar, comunicar e liderar os seus colaboradores em função dos
objetivos da organização.
15
o Controlo: esta função tem como finalidade comparar os objetivos fixados
com as realizações dos mesmos, detetando as anomalias com vista a que
se tomem decisões corretivas.
Como podemos vir a observar nas definições de contabilidade analítica ou de
gestão, esta é maioritariamente relevante para a parte interna da organização,
na medida em que pretende retratar a situação da mesma ao pormenor. Ou seja,
para Caiado (2011), referenciado por (Esteves, 2015), a CA relata as grandezas
das organizações facilitando a tomada de decisão e controlo de gestão .
Embora tenha sido nas organizações industrias que a CA mais se desenvolveu
a informação que possibilita é igualmente conveniente para a gestão de
empresas comerciais ou de prestação de serviços (C. A. Pereira & Franco, 1989).
Não são só as empresas com uma dimensão considerável, mas também as
organizações privadas e sem fins lucrativos, pela sua abrangência de áreas
socias, necessitam de acompanhar a evolução da gestão e de planificar e
controlar toda a sua atividade de modo a tomar as melhores decisões. A
necessidade de uma contabilidade analítica faz-se sentir quer nas empresas
quer em organizações, ou seja, “esta contabilidade tanto pode ser utilizada no
sector privado (facultativa) como no sector público (obrigatória)” (V. S. M. P.
Fernandes, 2010).
Segundo o estudo e conhecimento adquirido conclui-se que as partes
interessadas em que o SI de contabilidade analítica forneça os seus resultados
podem ser internas e externas. Como já se pode ter vindo a observar os
stakeholders internos são os mais interessados, na medida em que também são
os responsáveis pela produção e tratamento da informação para que no final
usufruam da qualidade da mesma no quotidiano da organização, de modo a
facilitar-lhes o trabalho e avizinhar um futuro próspero. Ainda assim, existem
stakeholders externos aos quais a prática desta disciplina pode interessar, os
investidores ao ter acesso a documentação pormenorizada sobre a organização
podem optar, por exemplo, por investir ou não e pode ser um investimento mais
avultado. Já aos clientes ou consumidores dos bens e serviços vais-lhes facilitar
a decisão pois o preço a praticar vai ser o mais ajustado possível ao serviço ou
bem a adquirir.
16
Tabela 2 Stakeholders da Contabilidade Analítica
Internos Externos
Órgãos de Gestão e Administração Credores e Investidores
Responsáveis pelos centros de custos
(Produtos ou Serviços)
Cidadãos como utentes e
consumidores dos bens ou serviços
prestados.
Funcionários encarregues do controlo
interno da organização
Fonte: Adaptado de (A. L. A. Pereira, 2014)
2.3.3 Objetivos da Contabilidade Analítica
Com já podemos comprovar de antemão a contabilidade analítica visa satisfazer
as necessidades dos responsáveis das organizações uma vez que se torna na
base do processo de tomada de decisão. Esta pode ser definida, segundo
Atkinson et al. (2012), como um subsistema de informação que visa o
apuramento dos custos, proveitos e resultados relacionados com as
necessidades da gestão.
Após a análise de diversas definições e da compreensão da perspetiva de
diversos autores, como por exemplo (Coelho, 2006), (Drury, 1992), (Nabais,
1987), sobre o que é a Contabilidade Analítica e os benefícios que esta pode
trazer a uma organização, podemos concluir que, seja qual for o setor de
atividade da organização, os seus objetivos passam por alguns dos
referenciados abaixo.
o Fornecer informações relevantes para auxiliar os gestores a tomarem
decisões quotidianas mais consistentes e coerentes com o estado da
organização.
o Proporcionar informações básicas que servem de apoio à elaboração de
previsões e orçamentos e planos fundamentados.
o Fornecer informações para o planeamento, controlo e medida de
desempenho.
17
o Estabelecer responsabilidades entre os diferentes agentes de cada uma
das secções da organização.
o Apoiar decisões sobre o outsourcing, ou seja, que atividades devem
continuar internamente e quais se deve entregar a unidades externas.
o Alocar os custos aos bens e serviços vendidos ou em stock para deste
modo retirar a informação interna e externa sobre os lucros e avaliação
de stocks.
o Permitir a obtenção e justificação dos custos, proveitos e resultados por
atividades, departamento ou funções.
o Aferir a rendibilidade das atividades, departamentos ou
produtos/serviços.
o Avaliar elementos presentes no balanço resultante da CF.
o Analisar a eficiência na utilização de recursos financeiros (quais foram
os objetivos atingidos e os desvios observados)
o Conferir que são praticados preços de venda competitivos e rentáveis à
organização.
o Permitir que haja um controlo do processo de exploração da organização.
Uma vez alcançados alguns ou a totalidade dos objetivos, a contabilidade
analítica vai permitir suportar a elaboração de indicadores de eficiência,
eficácia e de gestão; valorizar os ativos da organização; comparar os custos das
atividades com os proveitos delas retirados; e justificar a aplicação de fundos
em determinadas atividades.
Segundo os Princípios Globais de Contabilidade de Gestão ou Analítica (CGMA,
015) e as abordagens ao conceito e objetivos da CA, declara-se uma lista de
práticas ou contribuições que as organizações ou entidades devem procurar
quando optam por pôr em prática um sistema de contabilidade analítica.
o Custos de Transformação e Gestão- Compreende a direção dos custos de toda
a organização. Auxilia na melhoria da eficiência na cadeia de valor.
Desenvolve metas de custos para todas as partes envolvidas no negócio.
o Relatórios Externos- Elaboração de relatórios conduzidos pelo pensamento
integrado com a organização. Relata informações no contexto de metas
estratégicas e garante que estão em conformidade com a regulação.
18
o Estratégia Financeira- Controla a forma eficiente como é distribuído o
financiamento. Avalia investimentos e projeta uma politica de dividendos.
Otimiza a estrutura do capital.
o Controlo Interno- Gere, supervisiona e emite relatórios sobre a estrutura de
sistemas, processos e procedimentos que salvaguardem os recursos.
o Avaliação de Investimentos- Compreende os riscos que precisam ser levados
em conta na avaliação, fornecendo opções para os que vão tomar decisões
sobre as oportunidades que devem ser exploradas ou evitadas.
o Controlo e Gestão orçamental- Monitoriza e emite relatórios de desempenho
financeiro e operacional de modo a verificar se está dentro dos objetivos
delineados.
o Decisão sobre o preço, desconto e produto ou serviço- Entender os fluxos de
caixa relevantes para a determinação do preço de um determinado produto.
Pretende transmitir recomendações de modo a facilitar as decisões sobre a
alocação de recursos a produtos ou serviços.
o Gestão de Projetos- Fornece análises para a projeção de planos e orçamentos.
Permite garantir que aquando da execução de um projeto este tem as verbas
e recursos necessários para a sua conclusão.
o Conformidade com a Regulamentação- Cumprimento das obrigações legais
em relação à contabilidade (demonstrações, relatórios e impostos
obrigatórios). Calcula os custos de conformidade e não conformidade, ou
seja, ajuda a organização a preservar custos que incorram de punições por
não atender à regulação.
o Gestão de Recursos- Dá importância à prioridade da disponibilidade de
recursos escassos, para tal produz mapas que destacam as necessidades e as
opções. Desenvolve um entendimento sobre os custos de oportunidade e
impactos das vantagens das diferentes alocações dos recursos.
o Gestão do Risco- Incorpora a gestão do risco dentro do desenvolvimento e
monitorização do planeamento e desempenho. Suporta todas as áreas na
gestão dos riscos organizacionais e na determinação de respostas adequadas.
o Gestão Tributária Estratégica- Fornece uma análise do impacto das questões
fiscais relativas a fusões, aquisições ou decisões de investimentos de capital.
Atua sempre de acordo com a ética da organização.
19
o Tesouraria e Gestão de Caixa - Fornece informações mais detalhas sobre as
demonstrações do balanço patrimonial e fluxo de caixa. Produz as projeções
mais precisas dos fluxos de caixa a incorrer aplicando o risco financeiro de
forma a que a organização tenha caixa suficiente para cumprir as suas
obrigações e financiar as oportunidades com prioridade.
o Auditoria Interna- Facilita a entrega eficiente de segurança pois fornece uma
análise de custo-benefício para as funções de controlo interno. Incentiva a
avaliação continua do sistema de contabilidade e de controlo interno. É uma
abordagem sistemática para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de
gestão de riscos, de controlo de gestão.
2.3.4 Técnicas da Contabilidade Analítica
A procura de informação contabilística de gestão, ou seja, informação relativa
às transferências internas da organização, é um fenómeno recente apesar da
sua existência remontar a “velhos” tempos. Trata-se de medidas simples,
centradas na determinação dos custos e na produção de informação de síntese
como por exemplo, o custo por hora, por processo ou, ainda, por trabalhador.
De forma a perceber como o sistema de contabilidade analítica calcula e
comunica os custos, importa ainda referir o conceito de objeto de custo ou
centro de custo e as suas diferentes abordagens. Um objeto de custo é o produto,
serviço ou atividade da organização ao qual se pretende apurar os custos de
forma a obter um conhecimento profundo sobre a origem dos custos e, por
exemplo aplicando uma margem de segurança ou lucro, obter o preço final de
venda. A maioria das organizações não procede ao apuramento dos custos, ou
seja, não explica a contribuição de cada parcela do custo no custo total.
Os custos de natureza industrial ou de exploração podem ser de caracter direto
ou indireto (Caiado, 2008):
o Custos Diretos: têm ocorrência direta a um produto ou serviço, são por
exemplo as matérias-primas, a mão-de-obra direta e alguns gastos gerais
de fabrico;
20
o Custos Indiretos: têm ocorrência indireta a um produto ou serviço sendo
necessário definir critérios de repartição dos mesmos pelas diferentes
atividades, produtos ou serviços.
Sistema de custeio:
Existem varias alternativas de custeio consoante o tratamento que é dado aos
custos fixos industriais (Caiado, 2008). O sistema de custeio total inclui tanto
os custos fixos como os variáveis no custo do produto ou serviço. O sistema de
custeio variável apenas inclui os custos variáveis industriais como custos do
produto ou serviço.
o Sistema de custeio total completo (SCTC): este sistema de custeio
caracteriza-se pela incorporação nos custos dos produtos/serviços a
totalidade dos custos variáveis e fixos industriais ocorridos em
determinado período;
o Sistema de custeio total racional (SCTR): de acordo com este sistema de
custeio os custos dos produtos/serviços inclui, para além dos custos
variáveis indústrias, apenas parte dos custos fixos industriais. Aplica-se
quando a produção real difere da produção normal, ou seja, quando se
labora a níveis substancialmente inferiores ao da capacidade instalada;
o Sistema de custeio total quotas teóricas (SCTQT): implementado quando
ocorrem fatores que influenciam a sazonalidade quer das vendas como da
produção, há a necessidade de repartir os custos fixos industriais anuais
uniformemente pelos vários meses do ano;
o Sistema de custeio variável (SCV): de acordo com este sistema apenas os
custos variáveis industriais são considerados como custos do
produto/serviço, este sistema permite decidir sobre uma melhor utilização
a curto prazo da capacidade instalada, efetuar uma analise dos resultados
face as variações do volume da atividade e analisar os resultados dos
diferentes produtos e das diferentes estratégias de marketing.
21
Método de Imputação:
A multiplicidade de classificações de custos incutidos aos objeto de custo
dificulta a ação de os alocar aos produtos ou serviços, pelo que as organizações
recorrem a métodos de imputação (Oliveira, 2013).
Com a investigação realizada chega-se à conclusão que os métodos de
imputação podem ser imediatos ao produto ou serviço ou com repartições
intermédias (A. L. A. Pereira, 2014).
Método de imputação imediata:
o Método de Base Única- os custos indiretos dão repartidos pelos produtos ou
serviços proporcionalmente a partir de uma única base de imputação;
o Método de Base Múltipla- os custos indiretos são repartidos pelos produtos
ou serviços em função de várias bases de imputação definidas de acordo
com a natureza dos custos.
Método de imputação sobre repartições intermediárias:
o Método das Secções Homogéneas- baseia-se na divisão da empresa em
segmentos organizacionais relativamente aos quais se determinam os
custos de funcionamento, procedendo-se posteriormente à sua imputação
aos objetos de custeio, que podem ser os produtos ou serviços. Uma secção
homogénea corresponde a uma divisão real da empresa, sendo que
corresponde a um agrupamento de meios que detêm um objetivo comum;
o Método dos Departamentos- tem por base as unidades orgânicas da
organização, definindo os custos das mesmas para posteriormente os
imputar aos produtos ou serviços de acordo com uma base de imputação.
o Método Activity Based Costing (ABC)- para este método são as atividades
que consomem os recursos e não os produtos pois, estes consomem as
atividades. Ou seja, são definidas as atividades principais da organização e
identificados os cost drivers criando um centro de custo para cada atividade,
posteriormente são imputados os custos de cada atividade aos produtos ou
serviços.
o Método Balanced Scorecard (BSC)- Tem como objetivo alinhar o
planejamento estratégico com as ações operacionais da empresa de modo a
22
traduzir a visão e a estratégia. Faz uma avaliação sobre a lucratividade da
estratégia adotada pela organização e colabora para a medição e para a
avaliação dos resultados que o negócio proporciona e necessita para seu
crescimento e desenvolvimento. Sendo assim estes indicadores permitem
avaliar os retornos sobre o investimento, o valor econômico agregado, o
lucro, o aumento de receitas, redução de custos, fluxo de caixa, depreciação,
amortização, produtividade, EBITDA.
2.4 Conceito de Processos de negócio
Num mundo em que as empresas estão constantemente expostas a mudanças
no seu meio ambiente veêm-se obrigadas a optarem por novas soluções com o
objetivo de minimizar os riscos que estas implicam, mantendo-se competitivas.
De forma a manter um alinhamento estratégico com os objetivos e metas, a
empresa deve ter em conta quatro dimensões de agilidade (Hinkelmann et al.,
2016): deve ser dinamica de forma a ter a capacidade de mudar os seus
processos, podendo resultar em melhorias, inovações e reengenharia de
processos; deve ter a adaptabilidade para reagir a circunstancias exepcionais
ou acontecimentos inesperados no decorrer de um processo; a flexibilidade
para lidar com a incertesa; e a consciencia para detetar oportunidade e riscos
envolventes a mudança;
Por vezes assistimos a desempenhos organizacionais que não são os esperados,
como por exemplo, a má qualidade do serviço, ineficiência, baixa
produtividade, desperdícios de recursos, crises financeiras ou mesmo falta de
capacidade de reagir a mudanças externas e internas. Como consequência o
fracasso nas mudanças organizacionais devem-se à falta de atenção que as
organizações prestam às mudanças do ambiente em que as mesmas estão
inseridas
Podemos concluir que quando for necessário a correção de maus desempenhos
empresarias para um melhoramento de uma organização não basta a
implementação de sistemas de informação. É necessário estudar como o
sistema se vai adequar à realidade da organização, para tal precisamos
23
conhecer a organização, interna e externamente, e desenvolver um plano de
forma a que haja uma integração das componentes do sistema com as
necessidades e relações internas e externas da organização.
A definição dos processos internos inerentes às alterações a realizar vai
permitir a adoção de tecnologias de informação adequadas às necessidades
transversais da organização. Ou seja, é crucial no momento inicial de um
projeto de adoção de SI ou integração de um novo modulo dar a devida
importância à identificação das entidades e das atividades inerentes a cada
processo organizacional.
Compreende-se por processo de negócio um conjunto de atividades ou tarefas
devidamente relacionadas e estruturadas com a finalidade de obter um output.
Davenport e Stoddard (1994) definem um processo de negócio como um
conjunto de atividades destinadas a produzir algo em especifico, ou seja, um
processo de negócio especifica as atividades a decorrer num determinado
espaço e horizonte temporal. Segundo Hammer, no Handbook on Business
Process Management 1 (Rosemann & Brocke, 2010), podemos concluir que um
processo de negócio tem um inicio e fim e deve ir de encontro às estratégias e
objetivos das organizações de modo à obtenção de vantagens competitivas,
agregando valor à organização .
Com base no Process Innovation: Reengineering Work Through Information
Technology de Thomas H.,Davenport (1993) chega-se à conclusão de que
existem processos operacionais, diretamente relacionados com o core business
da organização com o objetivo da criação de valor; de gestão, limitam-se à
operacionalidade da organização, como por exemplo as estratégias; e de
suporte, regem-se por suportar os processos principais, por exemplo, o suporte
técnico, contabilidade e recursos humanos.
A gestão dos processos de negócio (BPM) compreendem quatro fases essenciais
(Lee, 2004): analisar a estratégia da empresa, defenir ou redefinir os processos
de negócio, configurar as IT’s necessárias, avaliar a evolução do desempenho
quando aplicadas, sendo esta uma fase já posterior à implementação decorrido
o tempo necessário para tal.
24
A utilização das TI’s associadas aos processos de negócio pretendem dar
resposta a três fases de um processo (Chan, 2000): as tecnologias de
informação iniciam o processo quando permitem que a empresa reconheça as
suas necessidades e saiba o porque da necessidade da mudança; têm um papael
facilitador na inovação de produtos pois, com os desenvolvimentos actuais, as
TI’s permitem responder à questão do como inovar para atingir os objetivos
traçados (sistemas de business analytics); por fim através de relatórios
fornecidos pelas TI’s permite saber onde atuar.
Com base na definição de Business Process Management (BPM) da aaim8
(Association for Information and Image Management), para que a BPM seja
realizada de modo a ter sucesso, advindo valor à organização, deve respeitar a
seguinte lista de orientações:
o Definir processos de acordo com os resultados e não com as tarefas;
o Corrigir e melhorar os processos antes de automatizá-los;
o Aos estabelecer os processos deve atribuir-se responsabilidades;
o Padronizar os processos organizacionais para que a sua compreenção
seja facilitada, com a espectaticva da redução de erros;
o Permitir mudanças contínuas para que seja possivel implementar
melhorias;
o Melhorar processos existentes em vez de establecer novos.
2.5 Conceito de Requisitos
Os requisitos fazem parte integrante da primeira fase do processo de
desenvolvimento de um software, e, segundo o BABOK desenvolvido pelo IIBA
(International Institute of Business Analysis) (IIBA & Brennan, 2009), um
requisito é:
1. Uma condição ou capacidade, necessária ao stakeholder, para
solucionar um problema ou alcançar um objetivo.
8 http://www.aiim.org/What-is-BPM-Business-Process-Management#
25
2. Uma condição ou capacidade que tem de corresponder ou ser
possuída por um sistema ou por um componente do sistema para
satisfazer um contrato, uma norma, uma especificação ou outro tipo
de documentos formalmente impostos.
Segundo esta definição e com a leitura do SWEEBOK (Abran, Moore, Bourque,
Dupuis, & Tripp, 2004) e a exposição da investigação, apercebemo-nos da
existência de diferentes tipos de requisitos:
o Requisitos de Produto ou Sistema: são as necessidades ou restrições do
produto/software a desenvolver;
o Requisitos de Processo: são as restrições no desenvolvimento do produto;
o Requisitos do Utilizador: representam as funcionalidades que o sistema
tem de disponibilizar ao utilizador ou as restrições que se aplicam à
utilização desse sistema.
o Requisitos Funcionais: são os que descrevem as funcionalidades do
software;
o Requisitos Não-Funcionais: por vezes conhecidos como restrições ou
requisitos de qualidade estes são os que agem para restringir a solução
final.
Segundo Ricardo Machado existem alguns princípios básicos e fundamentais
aquando da definição de requisitos, são eles:
o âmbito: a engenharia de requisitos não se resume a um mero conjunto de
tarefas de front-end isoladas de todo o restante desenvolvimento do
sistema, uma vez que, pelo contrário, consiste, na verdade, numa das fases
que necessita de ser permanentemente revisitada, ao longo de todo o
processo de desenvolvimento do sistema, exigindo a existência de vários
ciclos de realimentação;
o evolução: a inevitabilidade da mudança decorre da própria natureza dos
requisitos, de tal forma que, desde a especificação dos requisitos até fases
mais avançadas do desenvolvimento, as diversas tarefas devem ser
executadas já com a mudança em mente;
26
o diversidade: existem inúmeras fontes e tipos de requisitos, cuja exploração
e significado intrínseco, respetivamente, devem ser cuidadosamente
analisados;
o justificação: existe uma necessidade permanente de justificar os requisitos
capturados, de os associar às respetivas fontes, bem como de relacionar as
decisões de conceção e implementação com os requisitos que as
originaram;
A gestão dos requisitos é o processo que gere as mudanças dos requisitos do
sistema. Ou seja, os requisitos do sistema vão mudar consoante as mudanças
das necessidades do cliente, dos utilizadores, do ambiente onde o sistema vai
funcionar, do negócio, das leis entre outros. Com isto é importante que haja um
controle que tenha como função o ajuste adequado dos requisitos levantados
com as necessidades.
Quanta mais importância for dada aos requisitos na fase inicial do projeto de
desenvolvimento, menores serão os erros e falhas detetadas no momento da
entrega da solução, isto acontece pela complexidade de definição dos mesmos.
Ou seja, um empenho elevado no que se refere aos requisitos do software pode
evitar danos à posteriori e custos avultados de reparações, como podemos
constatar na figura abaixo retirada das apresentações da aula.
Engenharia de Requisitos
Como podemos constatar com o exemplo e definições anteriores o processo de
engenharia de requisitos (atividade que trata os requisitos) é a tarefa principal
no desenvolvimento de um projeto de software. Podemos então compreender
que esta tem o objetivo principal de definir e limitar o comportamento externo
perante a solução. A
engenharia de requisitos é um processo que ocorre em vários níveis do processo
de desenvolvimento de software (Hull, Jackson, & Dick, 2006).
Do processo de engenharia de requisitos devem resultar requisitos para
sistemas informáticos (Software), em consequência das necessidades detetadas
no desenvolvimento do sistema de informação ou na redefinição
organizacional.
27
Com base em várias definições propostas pela comunidade científica, João
Fernandes e Ricardo Machado (J. M. Fernandes & Machado, 2015) definem
engenharia de requisitos como o “conjunto de atividades envolvidas no
levantamento, negociação e documentação das funcionalidades e restrições do
sistema a desenvolver”. Assim sendo, estes destacam três atividades como
sendo fundamentais para o processo de engenharia de requisitos: levantamento
(elicitation), negociação (negotiation) e documentação (documentation).
O termo engenharia9 de requisitos é relativamente recente e foi “inventado”
para designar todas as atividades envolvidas no levantamento, documentação
e manutenção de requisitos de sistemas baseados em software.
A definição de um modelo geral para o processo de engenharia de requisitos
apresenta-se como uma tarefa dificílima. Já conhecemos anteriormente os
modelos que auxiliam o processo de desenvolvimento de software. Estes podem
sem replicados no processo de engenharia de requisitos uma vez que este
também tem diversas fases e origina uma solução, que neste caso se trata de
um documento de requisitos, como por exemplo o modelo abaixo que é aceite a
nível mundial e é o dos autores Kotonya and Sommerville (1998) que são
referenciados em muitos trabalhos.
Figura 2 Modelo Linear do Processe de Engenharia de Requisitos Fonte: Copyriht (Martin, Aurum, Jeffery, & Paech, 2002)
9 A utilização do termo engenharia pretende significar o recurso a técnicas sistemáticas
(metodologias) para garantir a obtenção de requisitos completos, consistentes e relevantes
28
3 Abordagem Metodológica
Nos projetos de investigação é de extrema importância a utilização de uma
abordagem metodológica adequada, pois esta vai contribuir para uma eficiência
na concretização dos objetivos delineados para o projeto.
Existem diferentes abordagens metodológicas que podem ser adotadas nos
projetos de investigação, por exemplo, investigação exploratória, descritiva
empírica, experimental, entre outras, todas com perspetivas quantitativa,
qualitativa ou orientada.
Será realizada uma investigação que se pretende que seja sistemática, flexível
e objetiva, contribuindo para explicar e compreender os fenómenos inerentes
ao tema. No que se refere à finalidade é uma investigação aplicada pois
pretende a resolução de problemas práticos sem a preocupação por generalizar
resultados e incorporar teorias. A natureza dos dados é qualitativa pois são os
dados da entidade que serão analisados, é pretendido uma interpretação dos
mesmos, ou seja, é dirigida ao particular.
O projeto de investigação em causa tem como prepósito principal compreender
o funcionamento de uma ferramenta de tecnologia de informação numa
entidade, pelo que se compreende a inclusão na área dos SI.
Tendo em conta a natureza da investigação a metodologia de investigação
adotada será a Desing Science Research (DSR). Esta metodologia tem como
objetivo melhorar a eficácia e a utilização das tecnologias da informação na
resolução de problemas de negócio (Hevner & Chatterjee, 2010).
O modelo do processo da metodologia DSR compreende seis fases (Peffers et
al., 2006).
1. Identificação do problema e a motivação: nesta fase é importante que se
defina claramente os objetivos da investigação, assim como as
motivações e perceções sobre o valor final da solução do problema
identificado;
2. Objetivos para a solução: definir os objetivos da solução através da
definição do problema, ou seja, os objetivos devem ser inferidos
29
racionalmente a partir do trabalho realizado no ponto anterior, estado
da arte e perceção das soluções atuais para o problema;
3. Conceção e Desenvolvimento: nesta fase dá-se a conceção do artefacto,
deve-se determinar a sua funcionalidade e os recursos necessários.
Segundo (Hevner, March, Park, & Ram, 2004) os artefactos podem ser
constructos, modelos, métodos ou instanciações;
4. Demonstração: nesta fase deve-se demonstrar a eficácia do artefacto
para a resolução do problema;
5. Avaliação: pretende-se medir o quão bem o artefacto suporta uma
solução para o problema. Esta atividade envolve a comparação dos
objetivos de uma solução com os resultados efetivamente observados da
utilização do artefacto na demonstração.
6. Comunicação: esta é a última fase, nela comunica-se o problema e a sua
importância, o artefacto a sua utilidade, o rigor da sua conceção e da sua
eficácia, aos outros investigadores e profissionais da área.
Figura 3 Modelo do Processo da Desing Science Research
Fonte: Copyriht (Peffers et al., 2006)
30
Metodologia de Investigação
Neste capítulo apresenta-se a revisão de literatura que sustenta a
fundamentação para o trabalho a realizar. Por isso, serão definidos os conceitos
com maior relevância para o estudo, permitindo não só a sua compreensão
individual, mas também a forma como os mesmos interagem entre si.
Tendo o trabalho a realizar por base a contabilidade analítica ou de gestão,
considerou-se importante a recorrer à definição da mesma e comparar com o
constructo da contabilidade financeira. De modo a justificar a realização deste
trabalho definiu-se ainda a importância que esta área apresenta nas
organizações assim como, a identificação das características para
posteriormente se poderem identificar e avaliar na solução implementada na
instituição.
Uma vez que se vai abordar uma área ainda pouco desenvolvida no que refere
às TI’s (Tecnologias de Informação) sentiu-se a necessidade de caracterizar o
sector e identificar e descrever as possíveis soluções que existem no mercado á
disposição das IPSS.
Para qualquer que seja o estudo a realizar é de extrema importância a adoção
de uma estratégia de pesquisa. Para tal, de modo a garantir que está reunida,
identificada e agrupada a literatura relevante na área, no seu referencial
Webster & Watson (2002)recomendam que a pesquisa seja realizada nos
principais jornais e revistas, assim como em atas de conferências,
especialmente aquelas consideradas mais relevantes. Devem ainda ser
procuradas as referências mais identificadas pelos autores.
A pesquisa foi realizada nas seguintes plataformas online, pelo que se admite a
não inclusão de alguns trabalhos relevantes por não se ter acesso, mesmo com
a VPN UMINHO.
o Google Scholar
o Web of Sience
o IEEE
o Springer
o Repositório UM e RCAAP
o B-On
31
4 Planeamento do trabalho
Este capitulo pretende apresentar o plano de atividades definido para a
elaboração do projeto, ou seja, a caracterização das tarefas e a sua
calendarização.
Tarefa 1 - Revisão de Literatura
Elaborar uma revisão de literatura de modo a reunir o conhecimento necessário
para a compreensão do tema da dissertação. Para a concretização desta tarefa
foram realizadas pesquisas científica para uma melhor compreensão do projeto
e dos objetivos a delinear para o mesmo.
Tarefa 2 - Redação do Projeto de Dissertação
A escrita do documento resulta da junção de todo o esforço de síntese do
trabalho realizado na revisão da literatura. Também são revistos e ajustados os
objetivos a atingir e os resultados esperados com a realização desta dissertação.
Tarefa 3 - Entrega do Projeto de Dissertação
Tarefa 4 – Levantamento das necessidades da entidade
Nesta fase é importante a existência de uma contextualização com a entidade e
um levantamento das necessidades da mesma no que refere à CA, com o objetivo
de recolher o máximo de informação possível.
Tarefa 5- Estudo da adequação da solução instalada
De acordo com as necessidades identificadas é necessário proceder a um estudo
detalhado sobre as características que a solução permite elaborar e de que
forma estas estão adequadas às necessidades da entidade no que refere à CA.
Tarefa 6 – Levantamento e verificação das características de CA a modificar
e implementar
Após o estudo supracitado e de acordo com as necessidades internas de
contabilidade analítica nomeadas numa primeira fase, serão identificadas as
modificações a realizar na solução implementadas. De forma a comprovar que
as características se adequam às necessidades serão testadas.
32
Tarefa 7 – Definição dos processos de negócio e dos requisitos para a
solução
De acordo com as características identificadas e validadas serão definidos os
processos de negócio, de modo a perceber que atividades e stakeholders que
interferem diretamente na prática de CA a implementar. Posteriormente, e
tendo por base os processos de negócio anteriormente definidos, serão
identificados e modelados os requisitos que a solução deve cumprir de modo a
ir de encontro às necessidades da organização.
Tarefa 8 – Redação do Relatório Final de Dissertação
Será o compilar de todo o trabalho anteriormente efetuado.
Tarefa 9 – Entrega do Relatório Final de Dissertação.
Tabela 3 Plano de Trabalhos
Tarefa Data de Inicio Data de Fim
Tarefa 1 - Revisão de Literatura 01-12-2016 20-02-2016
Tarefa 2 - Redação do Projeto de
Dissertação
16-01-2016 25-02-2017
Tarefa 3 - Entrega do Projeto de
Dissertação
27-02-2017 27-02-2017
Tarefa 4 – Levantamento das necessidades
da entidade
01-03-2017 20-03-2017
Tarefa 5- Estudo da adequação da solução
instalada
20-03-2017 01-05-2017
Tarefa 6 – Levantamento e verificação das
características de CA a modificar e
implementar
02-05-2017 20-05-2017
Tarefa 7 – Definição dos processos de
negócio e dos requisitos para a solução
21-05-2017 30-06-2017
Tarefa 8 – Redação do Relatório Final de
Dissertação
10-04-2017 31-08-2017
Tarefa 9 – Entrega do Relatório Final de
Dissertação.
31-10-2017 31-10-2017
Fonte: Elaboração própria
33
5 Conclusões
Finda esta fase da dissertação conclui-se que o tema Contabilidade Analítica
como sistema de informação ainda é uma área com pouca exploração científica,
pois das maiores dificuldades sentidas na realização da mesma foi a obtenção
de material que interligue a contabilidade analítica aos sistemas de informação.
Embora estejamos nos anos de apogeu dos sistemas de informação, a
contabilidade analítica é uma área que ainda carece dos mesmos. Com o
trabalho de pesquisa realizado pode denotar-se a inexistência de trabalhos
realizados que abordem estas duas áreas e, quando existentes, apenas abordam
os conceitos teóricos a ter em conta.
Pode-se então concluir que esta dissertação vai de encontro a um gap
identificado na teoria, mas também nas necessidades sentidas pelas
organizações. Sendo assim, é de extrema importância que se analise as
necessidades das organizações na área da CA de forma a modelar os processos
de negócio relativos às práticas de CA para a definição dos requisitos do Sistema
de Informação (organização e solução de tecnologias de informação). Com um
documento que exprima as alterações possíveis à solução adotada a instituição
mune-se de informações para abordar as entidades responsáveis pelo
desenvolvimento da solução, de modo a que estes a alterem.
34
Referências
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Software Engineering Body of Knowledge. Engineering (Vol. 19759).
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Contabilidade E Gestão, (2), 123–142.
Amaral, L. (1994). PRAXIS Um Referencial para o Planeamento de Sistemas de
Informação.
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