Reportagem Júlia - O Jornal Alagoas - 27/06/2012
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Shopping Popular no Centrocontará com mais de 400 boxes
Chamas destruíram rapidamente a parte interna
Paulo Barros tomaposse como mais novo desembargador do Tribunal de Justiça
ornalJ ornalJOANO 18 NÚMERO 551 R$ 1,50MACEIÓ, 27 DE JUNHO DE 2012 QUARTA-FEIRA
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NOVA...........22/3..14h38
CRESCENTE........1º/3..1h22
CHEIA...............8/3..9h40
MINGUANTE......15/3..1h26
DÓLAR (COMPRA)...................2.0700
DÓLAR (VENDA).....................2.0720
POUPANÇA...........................0,5059
EURO (COMPRA).....................2.5865
EURO (VENDA).......................2.5875
MARÉS FASES DA LUACOTAÇÕES
03h04...............0.6
09h21...............1.8
15h51...............0.5
22h04...............1.7
Casal é soterradopor desabamento de casa no Virgem dos Pobres após chuvas
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INAUGURAÇÃO TURISMO
LIBERTADORES
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Curto-circuito causou incêndioUm incêndio destruiu, na
manhã de ontem, o Maikai Show Bar, no Stella Maris. O fogo come-çou por volta das 11h30 e consu-
miu rapidamente os móveis e equipamentos da boate.
Prefeitura entrega hojeShopping Popular
A Prefeitura de Maceió inaugura hoje, a partir das 8h30, o Shopping Popular da capital. O local irá abri-gar, em grande estrutura, came-lôs que antes trabalhavam nas ruas do Centro. Os comerciantes serão regularizados pelo Simples, programa do governo federal que desburocratiza a legalização de pequenos negócios.
Colisão entre três carretas deixa dois feridos
Um grave acidente envolvendo três carretas deixou duas pessoas feridas, na BR-101, próximo à Usina Sinimbu, no município de Jequiá da Praia. A carga de brinquedos de uma das carretas foi totalmente saque-ada durante o tempo em que a polí-cia fazia a troca de plantão.
Desembarques cresceram 5% em Alagoas
Dados divulgados pela Infra-ero mostram que os desem-barques de passageiros em Alagoas cresceram 5% no mês de maio. Com isso, mais de 123 mil pessoas chegaram a Maceió, garantindo melhor ocupação dos hotéis mesmo nos meses de baixa temporada, abril, maio e junho.
Boca Juniors e Corinthians duelam hoje
Boca Juniors e Corinthians abrem, hoje, a decisão da Taça Libertadores. O Boca Juniors é velho conhecido na competição. No primeiro jogo do mata-mata, o Timão vai jogar na temida Bombonera, em Buenos Aires, a partir das 21h50. O jogo de volta está marcado para o dia 4 de julho, em São Paulo. O centená-rio Corinthians está tentando um título inédito.
CASSAÇÃOA CCJ do Senado poderá anali-
sar já nesta quarta-feira a constitu-cionalidade do pedido de cassação do mandato do senador Demós-tenes Torres (GO) aprovado por unanimidade, na segunda-feira, pelo Conselho de Ética.
MAIS CARGOS Foi publicada, ontem, no
Diário Oficial da União lei sancio-nada pela presidenta Dilma Rousseff criando 77.178 cargos de direção e funções gratificadas nos institutos federais de ensino e universidades federais.
DROGAS A maconha e os estimulantes
do tipo anfetaminas são as drogas mais usadas no mundo, afirma relatório divulgado, ontem, pela ONU e que revela que 5% da popu-lação adulta consumiu algum tipo de droga em 2010.
Carga foi saqueada por populares
Caminhões derraparam na pista
Diabéticos sim,mas com muita qualidade de vida!
VIDA SAUDÁVEL Abuso de
álcool pode
crescer após
cirurgia bariátricaV
O JORNAL l MACEIÓ, 27 DE JUNHO DE 2012 l QUARTA-FEIRA
www.mais.al l [email protected]
3
Vida Saudável
8
Veja as dicas
da nutricionista
para prevenir as
doenças
do inverno
Igor Pereira
4, 5 E 64,, 5, 5 4, E 6
Sem açúcar,
sem limitação
Alagoas tem 130
mil portadores de
diabetes; veja como
novas tecnologias
facilitam a rotina de
quem convive com a doença
APRESENTAÇÃO
STELLA MARISJEQUIÁ DA PRAIA
Alagoas conhece hoje Plano Nacional de Segurança PúblicaMinistro Eduardo Cardozo e governador Teotonio Vilela vão detalhar ações que visam diminuir os índices de violência
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Abuso de álcool pode crescer após cirurgia bariátricaV
O JORNAL l MACEIÓ, 27 DE JUNHO DE 2012 l QUARTA-FEIRA www.mais.al l [email protected]
3
Vida Saudável8
Veja as dicas da nutricionista para prevenir as doenças do inverno
Igor Pereira
4, 5 E 6444,4,4,4,,4, 5 55 E 6
Sem açúcar, sem limitação
Alagoas tem 130 mil portadores de
diabetes; veja como novas tecnologias
facilitam a rotina de quem convive com a
doença
4 O JORNAL l MACEIÓ, 27 DE JUwww.mais.al l [email protected]
Vida SaudávelCAPA
Não há razão para ter pena. Tratamentos modernos e hábi-
tos saudáveis podem, sim, dar mais qualidade de vida aos portadores de diabetes. A doença é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das que mais mata no mundo, porém as limitações que ela historica-mente oferece há muito vem sendo contornadas com os avanços da medicina.
Hoje, tratamentos moder-nos e o incentivo maior à prática de hábitos saudáveis têm dado não só mais liber-dade para os diabéticos, como proposto uma nova maneira de olhar para a doença. É preciso ter cuidado, não pena, dizem os especialistas. E os diabéticos agradecem.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), hoje, em Alagoas, a diabetes tipo 1 e 2 acomete cerca de 65 mil pessoas de todas as idades. O primeiro tipo é mais comum em crianças e adultos com baixo índice de massa corpo-ral. É uma doença crônica, auto-imune, provocada por uma alteração no sistema de defesa que faz com que o próprio organismo destrua as células do pâncreas responsá-
veis pela produção de insulina. O tipo 2 costuma aparecer em adultos e pessoas (jovens ou não) com sobrepeso, e é condi-cionada principalmente por um fator genético, aliado ao sedentarismo e à má alimen-tação.
Em ambos os casos é preciso tomar cuidados, mas eles não comprometem o desenvolvi-mento de uma rotina “normal”. Segundo o endocrinologista Edson Perrotti, delegado da Sociedade Brasileira de Diabe-tes em Alagoas, o avanço dos tratamentos com insulina têm permitido uma liberdade bem maior nas atividades do dia a dia, incluindo a alimentação, que não tem tanta limitação na ingestão de açúcares.
“Os tratamentos mais anti-gos, com injeção de insulina, eram mais agressivos e limita-dores, pois você tomava uma quantidade de insulina e tinha que adequar a sua alimenta-ção a ela. Eu costumo dizer que desse jeito, era a doença, e não o paciente, quem estava no comando, porque ela ditava quanto ou que tipo de alimento se poderia comer. Mas isso mudou”, lembra o médico.
“Quando trocamos as seringas pelas bombas de insulina, a relação se tornou inversa, e o paciente é que passou a controlar a doença. A bomba tem um sistema opera-cional moderno, que permite adequar as doses de insulina aos alimentos ingeridos. É um pouco mais trabalhoso porque exige um nível de informação muito grande do paciente; ele precisa saber exatamente
quanto de carboidrato está ingerindo, por exemplo, para administrar as doses de insu-lina no nível necessário. Dá mais trabalho, mas dá mais liberdade também. Com a informação necessária, é possível adequar os horários das refeições e comer pratica-mente de tudo”, explica Perroti.
Para o endocrinologista, que é diabético desde criança, as grandes limitações do
diabetes estão na cultura pré--formada da doença, que ainda leva em consideração os métodos antigos (e mais rígi-dos) de tratamento, supondo que quem tem diabetes não é capaz de ter qualidade de vida. “Isso está mais na cabeça do que no corpo. As pessoas descobrem que você é diabé-tico e dizem “Ahh, que pena”, ou “Ah, coitado”, mas não é necessário. Diabetes não é
uma sentença de morte. Essa postura diante do diabético é muito prejudicial, princi-palmente em se tratando de crianças, pois elas precisam convencer a si mesmas e aos outros de que são capazes de viver normalmente. Os cuidados exagerados acabam gerando uma postura exclu-dente. Eu sou diabético desde criança. Sei como é”, diz Edson Perroti. G.L.
Evolução nos trata-mentos com insulina dá aos diabéticos mais liberdadepara viver
GABRIELA [email protected]
Diabéticos têm mais qualidade de vida
O endocrinologista
Edson Perrotti foi
diagnosticado
com diabetes
ainda criança
Fotos: Igor Pereira
5www.mais.al l [email protected] DE 2012 l QUARTA-FEIRA
A bomba de insulina foi uma das ferramentas que mais contribuíram com a qualidade de vida dos diabé-ticos. É um equipamento pequeno, do tamanho de um Pager, que fica preso ao corpo do paciente através de uma cânula, liberando doses programadas de insulina de acordo com a necessidade do corpo.
O programa é manual. Por isso, médicos como Edson
Perrotti defendem que só deve ser utilizado em pacientes com um nível avançado de conhecimento sobre o equi-pamento e sobre a diabetes.
“É preciso conhecer bem a doença e o equipamento, para poder programá-lo de acordo com a necessidade do corpo. Exige mais educação do paciente, mas é, sem dúvida, o melhor tratamento para a diabetes. A bomba permite aos pacientes controlar sua
glicemia com o mínimo de alteração da rotinas”, explica Perrotti.
É o que acontece com a família de Júlia Lima, de 5 anos, desde que trocaram as injeções pelo tratamento de contagem de carboidratos, com uso da bomba. Diagnos-ticada com diabetes tipo 1 no primeiro ano de vida, ela usa o equipamento preso ao corpo por faixas de tecido feitas em casa.
Com exceção da conta-gem de carboidratos na hora das refeições, a rotina de Júlia segue a mesma dinâmica das outras crianças da idade, tanto em casa como na escola.
“Ela não precisa se sentir diferente por ser diabética. Pode brincar, participar das atividades, e até já dormiu na escola”, conta Carolina Lima, mãe de Júlia.
As bombas de insulina são usadas no mundo todo por recém nascidos, crianças, adolescentes e adultos. Em países como o Canadá e a Suíça, todos os diabéticos tipo 1 são tratados com o equipa-mento.
No Brasil, há movimen-tos que tentam acelerar o processo de adoção da bomba de insulina como política pública. Em Brasília, a distribuição do equipa-mento é uma realidade tanto para pacientes da rede parti-
cular como da rede pública de saúde.
De acordo com Edson Perrotti, em Maceió alguns alagoanos vêm conseguindo obter a concessão do trata-mento pelo Sistema Único de Saúde, com ações judiciais amparadas por laudos médi-cos, que atestam a necessi-dade do uso da bomba.
Há um projeto, feito em parceria com o Governo do Estado, para implantar aqui algo semelhante ao que acon-tece na capital federal, mas não há datas nem maiores detalhes sobre a execução. “É uma proposta que vem acompanhada de um Centro de Atendimento Padrão ao diabético: um local direcio-nado para esses pacientes, que funcionará no hospital Sana-tório. O projeto está detalhado, mas não sabemos quando será implantado”, explica Perrotti. G.L.
Bomba tem efeito positivo no tratamento de crianças
Tratamento com a bomba de insulina facilita a rotina de crianças portadoras de diabetes
Bomba de insulina funciona como um pâncreas artificial, dando mais liberdade para a alimentação
Tratamento
moderno exige
mais informação
dos pacientes
com diabetes
6 O JORNAL l MACEIÓ, 27 DE JUNHO DE 2012 l QUARTA-FEIRAwww.mais.al l [email protected]
Vida Saudável
Vida moderna deixou homens e mulheres mais sedentáriosA tecnologia mudou (para
melhor) a vida dos portado-res de diabetes, mas também provocou efeitos negativos na rotina de quem tinha por hábito não se preocupar com a saúde.
Com celulares multifun-cionais, internet livre e outra série de confortos ao alcance da mão, as pessoas ficaram mais sedentárias, e ironica-mente, sujeitas a doenças cardiovasculares – as mesmas causadas, principalmente, em complicação da diabetes.
Edson Perrotti explica que essa contradição envolve os portadores do diabetes tipo 2, aquele com fator genético que acomete sobretudo os adultos com excesso de peso. Sedentários, ficamos cada
vez mais distantes das ativi-dades físicas, até aquelas que vinham com as obrigações do dia-a-dia, que não estavam nos planos, mas eram feitas com frequência.
“A tecnologia nos distan-ciou das atividades não--programas, que são aqueles exercícios básicos, quase despercebidos, como lavar uma roupa, ir até o telefone, subir escadas”, explica o médico.
Um e s t u d o f e i t o p o r universidade americana provou que membros de uma família com extensão tele-fônica em casa pesavam 7kg a mais do que aqueles que precisavam caminhar para chegar ao aparelho.
“Se pensarmos em outras
facilidades do dia a dia, veja quanto peso se ganha em função da vida cercada de tecnologia”, pondera.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a diabetes uma das três doen-ças não-transmissíveis que mais matam, no mundo. Segundo Perrotti, isso acon-tece sobretudo em função das complicações da doença, como os problemas cardio-vasculares que ela traz ao longo do tempo, se o paciente não faz tratamento ou não cultiva hábitos saudáveis.
A OMS estima que uma pessoa morre de diabetes a cada 8 segundos, no mundo inteiro. E com o aumento proporcional do número de pessoas obesas, a chance de ver essa estatística saltar ainda mais é um dado que preocupa.
“A OMS estima que toda a população americana esteja
obesa até 2030. Se você consi-derar que a diabetes tipo 2 é fortemente condicionada pelo fator genético aliado à vida sedentária e excesso de peso, as duas doenças são, hoje, o grande mal do século XXI”, avalia.
Para mudar as estatísti-cas, o conselho do médico é simples: “faça exercícios, al imente-se bem. Use o tempo livre que a tecnologia te oferece para praticar nata-ção, caminhada, ou qualquer outro esporte”, salienta.
Com números tão altos de mortes por diabetes, e novi-dades tecnológicas surgindo a cada momento, para otimizar as tarefas do dia a dia, Perrotti lembra: estamos sedentários por opção. G.L.
Alagoas tem 130 mil diabéticos; metade não sabe dissoDe acordo com a Secretaria
de Estado da Saúde (Sesau), Alagoas possui 130 mil porta-dores de diabetes, dos quais metade desconhece a doença. Para os que foram diagnosti-cados, a assistência gratuita é feita nas unidades de saúde municipais, através das equi-pes de Saúde da Atenção Básica, mas não há distribui-ção de bombas de insulina, nem tratamento diferenciado para crianças.
O diferencial da rede pública no tratamento para diabetes foi o programa Saúde Não Tem Preço, resultado de um acordo entre o Ministério da Saúde e sete entidades da indústria e do comércio, para fornecer medi-camento gratuito à população brasileira que sofre com hiper-tensão ou diabetes.
O acordo beneficia 33 milhões de brasileiros hiper-tensos e 7,5 milhões de diabé-ticos. Além de ajudar no
orçamento das famílias mais humildes, que comprome-tem 12% de suas rendas com medicações.
Para ter acesso gratuito aos medicamentos, basta que o usuário apresente o CPF, um documento com
foto e a receita médica válida (validade de 120 dias) em qualquer um dos estabele-cimentos credenciados no
Programa Aqui Tem Farmá-cia Popular.
Segundo Edson Perrotti, a falta de conhecimento da doença leva muitos diabé-ticos a terem complicações graves de saúde, principal-mente doenças cardíacas, pois quando a diabetes se manifesta, o comprome-t i m e n t o d o o r g a n i s m o costuma estar bastante avan-çado.
“A diabetes tipo 2 é mais assintomática nos adul-tos. Ao contrário do tipo 1, que surge de maneira mais v iolenta, aguda, o tipo 2 pode passar desper-cebido por anos. O pico de aparecimento costuma ser por volta dos 35 anos, mas alguns fatores, como o sedentarismo e a obesidade, tem desencadeado a doença mais cedo, inclusive em crianças e adolescentes”, alerta. G.L.
"A diabetes e a obesidade são o grande mal do século XXI; a OMS estima que toda a população dos EUA esteja obesa até 2030"EDSON PERROTTIEndocrinologista e delegado da Sociedade Brasileira de Diabetes em AL
Em muitos casos, adultos só descobrem a diabetes
por causa de complicações no organismo