Relatório do Segundo Semestre de 2004 · grupo se vê diante de uma tarefa inespera-da, de uma...

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Este fator educativo e socializante do Co- ral também é colocado em prática quando, imerso no contexto maior de uma escola, o grupo se vê diante de uma tarefa inespera- da, de uma solicitação da comunidade tal como, a produção de uma gravação que possa servir de fundo musical na festa de fim de ano. Assim como na vida, quando surge uma situação nova, temos que aprender a nos colocar diante dela e dar o melhor destino possível à nova tarefa que se apresentou. E assim foi: depois de um semestre bastante produtivo onde o repertório se sedimentou, agregando novos elementos cênicos e musicais, tal como a introdução de percus- são corporal junto ao canto, além da oportu- nidade de se apresentar junto a outros gru- pos tais como o Colégio Pedro II, a ONG de Santa Tereza “Toca O Bonde – Usina de Gente” e o Congresso anual da Abem (Associação Brasileira de Educação Mus i- cal), a "toque de caixa", tivemos que apren- der duas novas músicas e produzir uma gra- vação. A experiência foi muito interessante e todos se empenharam da melhor forma, no sentido de compensar o curto tempo que dispusemos para aprender, ensaiar e gravar as duas músicas em questão: "Orfeu e Eurí- dice" e "Conyra e Cuillac", para as cenas de segundas e quarta séries. Com esta experiência, terminamos mais um ano de atividades com as crianças, can- tando um repertório razoavelmente comple- xo, chegando a até 3 vozes polifônicas (melodias diferentes cantadas simultanea- mente), além da utilização de percussão v o- cal e corporal. Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2004 pela competência demonstr a- da na superação das novas dificuldades, e também à 4ª série que, com sua maior expe- riência, pôde demonstrar um sentido de solidariedade e união, que certamente será da maior validade em suas experiências fu- turas. Sabemos que poderemos contar com a 4ª série do próximo ano no sentido de a- poiar os futuros "calourinhos" com sua capacidade adquirida e desejamos que as crianças da 4ª série que estão se formando em 2004 sigam seus novos caminhos com muita alegria, muito companheirismo e muita música em suas vidas. Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro Tribo: Mariana Fiori Coral: Fernando Ariani e Raimundo Queiroz Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção: Maria Teresa J. A. M oura e Maria Cecília J. A. Moura Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegia- do para trabalhar com as crianças o senti- mento de pertencimento ao grupo. Sentimen- to esse esvaziado de sentido numa socieda- de que prima pelo individualismo, pela esper- teza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nesse sentido, é um suas contribuições com a comunidade esco- lar, atribuindo significado às suas vivências, dimensionando o valor da troca com o outro e criando, através do diálogo, a autonomia indi- vidual e do grupo. Um espaço a serviço da transmissão dos valores e regras da escola, que busca a construção de instrumentos para um cotidiano escolar cada vez mais saudável, espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades, suas responsabilidades no coletivo, compreendendo as conseqüên- cias que tem a ação individual na construção de um projeto que os aproxime ao máximo da solidariedade e do compromisso com o gru- po. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de Terceira Série Tarde Anna Luisa Fernandes Delambert / Bruna Barcellos da Ponte / Caio Rezende Kestenberg / Daniel Teixeira Koifm an / Daniela Martins Nigri / Eduarda Streit Morsch / Fernanda Libman Fonseca / Fernanda Tarlen Castro Vieira / Gabriela Dobal Am im / Giulia Zobaran Staretz / João Felipe Noronha de Abreu / João Porto Ferreira / Julia Schreiber Maia / Leonardo Leon dos Anjos / Lucas Magalhães Valente de Figueiredo / Lucia Dias Costa Barros / Luiza Chaves Santos / Maria Elisa Savaget Carneiro / Maria Provedel Martins Moreira / Marina Hor-meyll Lemos / Miguel B. de Paula F. Lula de Farias / Rodrigo Rebello Verztman / Sofia L. Almeida Magalhães / Vicente B. Torres Bozza / Victor A. dos Santos Jobim

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Este fator educativo e socializante do Co-ral também é colocado em prática quando, imerso no contexto maior de uma escola, o grupo se vê diante de uma tarefa inespera-da, de uma solicitação da comunidade tal como, a produção de uma gravação que possa servir de fundo musical na festa de fim de ano.

Assim como na vida, quando surge uma situação nova, temos que aprender a nos colocar diante dela e dar o melhor destino possível à nova tarefa que se apresentou. E assim foi: depois de um semestre bastante produtivo onde o repertório se sedimentou, agregando novos elementos cênicos e musicais, tal como a introdução de percus-são corporal junto ao canto, além da oportu-nidade de se apresentar junto a outros gru-

pos tais como o Colégio Pedro II, a ONG de Santa Tereza “Toca O Bonde – Usina de Gente” e o Congresso anual da Abem (Associação Brasileira de Educação Mus i-cal), a "toque de caixa", tivemos que apren-der duas novas músicas e produzir uma gra-vação. A experiência foi muito interessante e todos se empenharam da melhor forma, no sentido de compensar o curto tempo que dispusemos para aprender, ensaiar e gravar as duas músicas em questão: "Orfeu e Eurí-dice" e "Conyra e Cuillac", para as cenas de segundas e quarta séries.

Com esta experiência, terminamos mais um ano de atividades com as crianças, can-tando um repertório razoavelmente comple-xo, chegando a até 3 vozes polifônicas (melodias diferentes cantadas simultanea-

mente), além da utilização de percussão vo-cal e corporal.

Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2004 pela competência demonstra-da na superação das novas dificuldades, e também à 4ª série que, com sua maior expe-riência, pôde demonstrar um sentido de solidariedade e união, que certamente será da maior validade em suas experiências fu-turas. Sabemos que poderemos contar com a 4ª série do próximo ano no sentido de a-poiar os futuros "calourinhos" com sua capacidade adquirida e desejamos que as crianças da 4ª série que estão se formando em 2004 sigam seus novos caminhos com muita alegria, muito companheirismo e muita música em suas vidas.

Projeto: Flávia Lobão Matemática: Andréa Nívea Inglês: Gabriela A. Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Rodrigo Maia Artes: Sabrina Romeiro

Tribo: Mariana Fiori Coral: Fernando Ariani e Raimundo Queiroz Orientação: Maria Cecília J. A. Moura Coordenação e Direção: Maria Teresa J. A. Moura e Maria Cecília J. A. Moura

Relatório do Segundo Semestre de 2004 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO A Tribo se configura como lugar privilegia-

do para trabalhar com as crianças o senti-mento de pertencimento ao grupo. Sentimen-to esse esvaziado de sentido numa socieda-de que prima pelo individualismo, pela esper-teza de uns sobre outros, que gera formas silenciosas de violência. Nesse sentido, é um

suas contribuições com a comunidade esco-lar, atribuindo significado às suas vivências, dimensionando o valor da troca com o outro e criando, através do diálogo, a autonomia indi-vidual e do grupo. Um espaço a serviço da transmissão dos valores e regras da escola, que busca a construção de instrumentos para um cotidiano escolar cada vez mais saudável,

espaço onde as crianças podem reconhecer suas possibilidades, suas responsabilidades no coletivo, compreendendo as conseqüên-cias que tem a ação individual na construção de um projeto que os aproxime ao máximo da solidariedade e do compromisso com o gru-po. Dessa forma, se apropriam da percepção de suas formas de inserção e, portanto, de

Terceira Série Tarde Anna Luisa Fernandes Delambert / Bruna Barcellos da Ponte / Caio Rezende Kestenberg / Daniel Teixeira Koifman / Daniela Martins Nigri /

Eduarda Streit Morsch / Fernanda Libman Fonseca / Fernanda Tarlen Castro Vieira / Gabriela Dobal Am im / Giulia Zobaran Staretz / João Felipe Noronha de Abreu / João Porto Ferreira / Julia Schreiber Maia / Leonardo Leon dos Anjos / Lucas Magalhães Valente de Figueiredo /

Lucia Dias Costa Barros / Luiza Chaves Santos / Maria Elisa Savaget Carneiro / Maria Provedel Martins Moreira / Marina Hor-meyll Lemos / Miguel B. de Paula F. Lula de Farias / Rodrigo Rebello Verztman / Sofia L. Almeida Magalhães / Vicente B. Torres Bozza / Victor A. dos Santos Jobim

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tempos-espaços de integração - fomos bus-car, dentro dos nossos limites, uma integra-ção em profundidade, largura e síntese e, com isso, a descoberta de cada um em suas múltiplas possibilidades e potencialidades. Tentando não perder de vista que ”Jogo, palco, texto ou biografia, o mundo é comuni-cação... nessa situação confluem sentidos e constelações de sentidos[...] arrastando con-sigo as areias dos nossos percursos molecu-lares, individuais, comunitários e soc i-ais.”( Boaventura de Sousa Santos. Um dis-curso sobre as Ciências )

O segundo desafio, não menos importan-te na construção deste trabalho, diz respeito ao cuidado permanente para que as ativida-des de escrita e leitura fossem vivenciadas enquanto experiência, para além de seu ca-ráter instrumental, ou seja, queríamos pen-sá-las em uma dimensão formadora, huma-nizadora, como práticas que co-movem, a-travessam a gente e transformam. Todos sabemos da abundância de estímulos e da quantidade de informações que caracterizam o nosso mundo, porém quase nada “nos passa” e é justo aí que insistimos em resistir. “Pensar e escrever são fundamentalmente questões de resistência”, “Ler para viver?” “Ler para fazer perguntas.” (Susan Sontag, Flaubert e Kafka, respectivamente) essas inquietações nos acompanharam diariamen-te no encontro com esses meninos e meni-nas. Foi bonito de se ver, em muitas crian-ças, um certo apaixonamento por seus escri-tos, ou pelo movimento, pela descoberta de poder ser também o autor da idéia, da histó-ria, do poema, do rap, da notícia, enfim, por um deixar-se arrebatar pela magia da lingua-gem escrita, complemento de nossa especifi-cidade humana. Naturalmente que para al-gumas crianças o movimento neste sentido ainda é tímido, dar conta dos aspectos lin-güísticos textuais ainda é tarefa difícil, ou seja, estão ainda muito ocupadas com as questões ortográficas, questões de coerên-cia e coesão, por exemplo, desconsideran-do, de certo modo, os aspectos mais semân-ticos e literários no momento da produção do texto. Mas, ainda nessas crianças percebe-mos um grande esforço para assumirem, mesmo que parcialmente, a condição de au-toria. Obviamente que a capacidade de ope-racionalização de toda produção relaciona-se, invariavelmente, com a competência de

colaborando no aprendizado da escuta do outro e das situações de conflito que as crian-ças vivenciam. Intervimos no sentido de aju-dá-los a compreender o que seja o problema instaurado e a levantar soluções possíveis, reconhecendo na diferença o fator chave para a transformação das relações.

Procuramos vincular as vivências específi-cas da Tribo às demais instâncias da comuni-dade escolar e às questões do mundo atual. O trabalho em parceria com a Educação Fís i-ca foi rico nas discussões acerca das Olimpí-adas, ressaltando sempre a importância de uma conduta solidária, do jogar com o outro e não contra o outro, desconstruindo a visão do que representa ser vencedor, ressaltando a amizade e a diversão como o principal nesse momento proporcionado pela escola.

Trabalhamos no sentido de estreitar as relações com o Projeto Institucional e com os projetos de cada turma, colaborando com uma parcela no entendimento de seus des-dobramentos e procurando, junto com as crianças, relações que possam acrescentar o repertório de significações que elas atribu-am ao projeto que desenvolvem.

Acreditamos que esse trabalho tenha da-do suporte ao prazer de conhecer e de viver nesse mundo, mesmo com todas as dificul-dades que ele traz.

PROJETO A meio, a medo, acordava, e daquele

estro estrambótico. O que: aquilo nunca parava, não tinha começo nem fim? Não havia tempo decorrido. E como ajuizado terminar, então? Precisava. E fiz uma for-ça, comigo, para me soltar do encanta-mento. Cada um de nós se esquecera de si mesmo, e estávamos transvivendo, so-brecrentes, disto: que era o verdadeiro viver? E era bom demais, bonito – o mil-maravilhoso – a gente voava num amor, nas palavras: o que se ouvia dos outros e no nosso próprio falar. E como terminar?

Guimarães Rosa Recorremos a Guimarães porque não

conseguiria trazer com tamanha precisão e beleza este sentir do momento final, tarefa difícil esta! “E como terminar?” Talvez, reco-nhecendo que é impossível chegar ao final sendo o que se era e, assumindo o desafio, nos entregar, cuidadosamente, à tradição do contar.

Gostaríamos de iniciar, então, contando dois desafios fundamentais que nos acom-panharam durante esta trajetória.

O primeiro, e tendo em mãos o que cha-mamos na escola de Projeto - na impossibili-dade de denominá-lo disciplina, o que seria um contra-senso, já que a idéia é quebrar com as amarras disciplinares, falaremos de

Em novembro começamos os ensaios de uma dança africana e dramatização de um mito que será representado pela turma. Também criamos movimentos para o samba "Catando Sonhos no tempo" com empolga-ção, para a festa do final do ano. O trabalho foi bem envolvente e as crianças participa-ram da criação dos passos com entusiasmo, demonstrando cuidado e intenção para dar qualidade à execução das coreografias.

EDUCAÇÃO FÍSICA O semestre teve início, como é de praxe,

cheio de expectativas por conta das crianças que ficam muito ansiosas aguardando nosso torneio anual. Imbuídos do espírito olímpico que tomou conta de todos neste ano e total-mente engajados no nosso projeto institucio-nal “Catando Sonhos no Tempo”, consegui-mos, enfim, realizar um desejo antigo: fazer uma grande Olimpíada na Sá Pereira.

Foram três dias de muita diversão, muita garra e muito empenho das crianças e de toda a equipe da escola, pois foi preciso mui-ta cooperação mútua para que tudo saísse a contento.

As equipes foram formadas por crianças de todas as turmas, o que fez desta olimpía-da um momento ímpar de integração, de socialização, de aprendizado e de grande confraternização, tendo “o respeito ao outro” como ponto fundamental.

Além de uma belíssima abertura com di-reito à performance criada nas aulas de ex -pressão corporal, Hino Nacional e hino da olimpíada trabalhados nas aulas de música e juramento do atleta com versão em inglês estudados nas aulas de inglês e teatro; tive-mos várias modalidades de jogos e esportes, como: pique-bandeira, queimado, futebol, ping-pong, cabo-de-guerra, corrida do saco, estafetas (competições por equipes), pular corda, ginástica artística e salto em distân-cia, onde os pequenos atletas colocaram todas as suas habilidades à prova.

Também participaram de uma gincana cultural muito bacana abordando “condutas solidárias” (que foi tema das aulas da Tribo), “conhecimentos gerais sobre esportes e Olimpíadas” e um belíssimo concurso de “grito de guerra”, no qual as crianças esban-jaram criatividade tocando, dançando e can-tando com muita disposição e alegria.

As Olimpíadas foram, sem dúvida, o pon-

to máximo do semestre, um evento muito enriquecedor e gratificante tanto para nós, que a idealizamos, como para as crianças que participaram efetivamente e tiveram seus valores a todo o momento sendo testa-dos, remexidos e até modificados.

No decorrer do semestre seguimos com nossos jogos e atividades pré-desportivas, aprendendo novas regras, modificando ou-tras, discutindo condutas, descobrindo novas habilidades e aprimorando as já adquiridas. Tudo isso nos divertindo a valer, como sem-pre. Acreditamos que o “jogo”, dentro de qualquer uma de suas classificações, quer seja “de exercício”, “simbólico”, “de constru-ção” ou “de regras” continua sendo fonte inesgotável de aprendizagem e prazer.

MÚSICA Começamos o semestre em clima de O-

limpíadas. Aproveitamos este contexto para fazer uma apreciação do Hino Nacional. As crianças ouviram oito versões diferentes do Hino, cada uma delas apresentando um ar-ranjo diferente. Pudemos observar como uma mesma música pode inspirar variados ritmos e formações instrumentais e como o tratamento que cada arranjo recebeu remete a diferentes emoções e climas.

Partimos dessa apreciação para a compo-sição do hino da olimpíada da escola. Quan-

do o hino ficou pronto, as crianças da quarta série visitaram todas as turmas com a tarefa de ensiná-lo.

Depois desse mergulho no Hino Nacional, foi a vez de iniciarmos uma “olimpíada mus i-cal”. As turmas foram divididas em equipes, cada equipe escolheu seu nome e começa-mos, através de jogos e brincadeiras, uma animada jornada. Os conteúdos aprofunda-dos foram: apresentação das figuras rítmicas e suas pausas, leitura e escrita rítmica e me-lódica, ditado rítmico e prática de conjunto. A última prova da olimpíada foi um “show de talentos”. Cada equipe escolheu uma música para apresentar e cuidou da distribuição de tarefas e do arranjo. Depois de apresentados os “shows”, os pontos foram somados e tive-mos uma alegre premiação.

CORAL Como todos já sabemos, a atividade do

Coral visa alcançar o objetivo de, a uma só vez, desenvolver a sensibilidade e inteligên-cia musical, a percepção auditiva, o aparelho fonador, a capacidade de concentração, as-sim como também propiciar um espaço cole-tivo onde se busca um objetivo comum a todos, e que depende fundamentalmente da contribuição de cada um dos participantes do grupo, sempre em favor do resultado do conjunto.

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picos na cerâmica grega. Explorando o con-teúdo das obras e a relação dos elementos que as constituem, observamos que, através do contraste, os artistas articulam tensões espaciais determinando seu conteúdo dra-mático. Além disso, na cerâmica grega en-contramos representações do homem em movimento que se assemelham à linguagem tão familiar dos quadrinhos. Movidas por es-se caráter expressivo, as crianças, divididas em grupos, criaram movimentos olímpicos resolvendo facilmente o problema proposto. Na frente do retroprojetor, puderam fazer em três quadros o contorno da silhueta repre-sentando o movimento estudado, e escolhi-do pelo grupo. O passo seguinte foi o dese-nho dos detalhes das figuras (rosto, roupa, adereços), para finalmente a pintura mono-cromática com o nanquim preto. Por fim re-cortaram as figuras que, colocadas lado a lado, puderam ser apreciadas no pátio da escola, oferecendo o desafio de descobrir a modalidade esportiva a que se referia.

Em outro momento, as crianças, envolv i-das com a peça de final de ano, apreciaram cenas de capoeira, fotos do livro Orixás, de Pierre Verger, e obras de Di Cavalcanti - ar-tistas que representaram a cultura negra no Brasil e na África, aproximando-nos dessa estética. As crianças envolveram-se na re-produção de imagens desse universo. Com a utilização de diferentes materiais explora-ram, como artistas, suas possibilidades e

limites. O resultado pôde ser apreciado no vídeo da peça “Catando Sonhos no Tempo”, quando outros significados puderam ser atr i-buídos, dando novos sentidos às produções desse final de ano.

TEATRO Começamos o semestre de olho nas O-

limpíadas. Alguns jogos que aprendemos no 1° semestre foram adaptados e outros foram criados especificamente para trabalharmos a realidade das Olimpíadas. Os jogos visam estimular atitude, solidariedade, respeito, entre outros aspectos. São eles: Corrida em câmera lenta com obstáculos, Congela e Máscara com temas de esporte, Jogo do Passo, criação de esquetes baseados em notícia de jornais, situações de bastidores e familiares, tudo em torno dos “Jogos Olímpi-cos”.

Em seguida mergulhamos de corpo e al -ma na peça de final de ano através dos mi-tos de criação e das histórias dos povos e países trabalhados durante o ano presentes na música composta para o carnaval “Gregos, Árabes, Andinos, Africanos, Egíp-cios, Chineses”. Com a peça pronta demos início aos ensaios vivenciando a maioria dos personagens, até decidirmos qual será o time oficial para o dia da apresentação.

É com a mesma alegria e entusiasmo que pretendemos apresentar um espetáculo que celebre numa grande festa o final de mais

um ano letivo. Rufam os tambores que nos contam um

pouco de lá e um pouco de cá. São povos vindos de outros cantos que se misturam com a nossa tradição tupiniquim. Suas histó-rias desvendam, cada vez mais, uma misci-genação que acaba por nos caracterizar co-mo povo sem etnia. Isto se deve a multiplici-dade e heterogeneidade da mistura das ra-ças e seus conseqüentes sincretismos.

É com esse espírito que a P3, imbuída da mesma integração, irá celebrar um mito de criação.

É com a mesma qualidade e interesse que as turmas desbravam e afirmam através do ritmo uma generosa porção de humanida-de. E assim vai, no compasso de cada pas-so, rompendo os elos enferrujados desse passado que nos faz tão rico e presente de força, raça e alegria.

EXPRESSÃO CORPORAL O semestre começou cheio de novidades

nas aula de Expressão Corporal. Envolvidos com as Olimpíadas, abordamos a ginástica rítmica. Carla, professora de Educação Fís i-ca, veio dar uma aula sobre os movimentos de “circunduções” e “balancês” nos mostran-do possibilidades em diferentes direções pelo espaço. Aproveitamos sua apresenta-ção como sugestão de trabalho e adaptamos os aparelhos de ginástica rítmica para nos-sas aulas. Cordas, fitas, arcos e massas fo-ram distribuídos e explorados em improvisa-ções individuais e em duplas. Elegemos, para a terceira série, a massa como o apare-lho oficial e fizemos atividades de compos i-ção, utilizando-a com os recursos apreendi-dos nas aulas. A utilização dos aparelhos enriqueceu o grito de guerra criado pelas equipes. Trabalhamos também alguns ele-mentos que compõem a coreografia de solo dessa ginástica, valendo para uma das mo-dalidades das competições. Ensaiamos, ain-da, uma dança de abertura utilizando uma das versões do hino nacional, interpretada pelo grupo Olodum, trazida pela Manoela, professora de Música.

Em um segundo momento, assistimos a um vídeo do grupo Corpo e improvisamos diversos movimentos, aproveitando alguns dos elementos apreciados como giros, cru-zamentos distribuição espacial, suspensões e saltos.

acompanhou de modo significativo nos pre-parativos da feira de ciências, não apenas porque nos sugeria muitas experiências e nos ensinava um pouco das ciências de mo-do bastante atraente e didático, mas, e so-bretudo, porque nos aproximava desta figura do cientista, humanizando-o. Nosso desafio foi direcionar o olhar para o planeta Terra, depois de termos passeado bastante pelo Universo - ainda revisitado no início semes-tre, quando preparamos uma representação plástica para alguns mitos de criação esco-lhidos pela turma.

Próxima parada: A Terra!! Inauguramos com “Alô, alô marciano”, de Rita Lee. A pro-posta foi, assim como a autora, dizer um pouco de nós, de nossa vida e de nossa cul-tura, aos marcianos. Prepararam textos inte-ressantes, que compuseram o retrato da Terra – construído, basicamente, com ima-gens de jornais atuais. Neste “passeio” sobre a Terra, privilegiamos as questões relativas ao Brasil e terminamos o ano olhando, mais especialmente, para a África. A essa altura, a festa do encerramento já estava próxima e as crianças, envolvidas com o texto, ensaia-vam a participação em uma lenda africana.

Trouxemos, numa apostila, uma coletâ-nea de textos e propostas de atividades com a intenção de dar conta de alguns aspectos geográficos, históricos, sociais, culturais, etc e, especialmente, representar um convite para a leitura de outros materiais, um convite também para a pesquisa. Com muito empe-

leitura. E não há mesmo outro jeito: É prec i-so trabalhar “com” e “sobre” a língua para compreender o sistema de escrita e elaborar hipóteses, buscando regularidades.

Iniciamos o semestre tratando das Olimpí-adas. Como a apostila de Matemática con-templava as questões relacionadas à Histó-ria, trazia algumas curiosidades, além dos desafios matemáticos propriamente, inaugu-ramos, em Projeto, com o filme Olimpianos, de certa forma aprofundando e ilustrando o que poderiam ler na apostila. Passamos também a nos ocupar do que estava aconte-cendo com as Olimpíadas 2004. Priorizamos o texto jornalístico, as notícias de jornal. Le-mos, discutimos e montamos um grande mu-ral-jornal. Os 12 trabalhos de Hércules – co-nhecidos para alguns do texto de Lobato – nos ajudaram no que diz respeito à reflexão sobre as virtudes, tão importantes, especial-mente, em tempos de competição.

Com relação aos gregos, privilegiamos a questão da beleza. A conversa sobre o belo foi o nosso fio condutor. Para isso, conta-mos, mais uma vez, com Lobato, em O Mi-notauro, trazendo uma definição sobre a Be-leza Olímpica. Divinas Aventuras, outro livro bastante interessante, nos possibilitou apre-ciar um pouco mais a beleza dos deuses. Tentamos uma reflexão sobre a beleza hu-mana, os modelos que nos são postos e im-postos. As crianças gostaram desta conver-sa toda. Realizaram pequenas entrevistas,

falaram dos modelos da TV, observaram com atenção algumas revistas, falaram do que percebem nos comerciais, propagandas e novelas, enfim, foi uma conversa e tanto. Confeccionamos, na tentativa de dar alguma visibilidade a toda esta reflexão, um painel – “Entre deuses e humanos” – juntamente com alguns textos produzidos sobre o tema: “Ser Belo é...”

Adotamos o Livro do Cientista, e foi muito interessante esta possibilidade de fazer um paralelo entre a Ciência e a Filosofia, revisi-tando, mais uma vez, a Grécia. O livro nos

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nho, a meninada se dedicou ao preparo da Feira de Ciências, fazendo seminários para os próprios amigos da turma, preparando e organizando relatos, demonstrações e expe-riências. Todo o processo foi valiosíssimo, a despeito do resultado final que pudéssemos ter. Acreditamos que demos passos signifi-cativos na construção da autonomia, no gos-to pela pesquisa, no fortalecimento da cola-boração grupal e na busca de uma relação ensino/aprendizagem com, como nos ens i-nou Barthes, “nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível.”(Barthes, Roland. Aula. )

Também não foram poucos os sabores comunicados por Lobato, em o Minotauro e por isso nos demoramos nisso! Insistimos para que as crianças aprendessem, estimas-sem, e se comprometessem com a leitura em voz alta. Não há melhor maneira de ga-

nhar consciência do que se lê, e, portanto, do que se poderá vir a escrever. Semanal-mente, e impreterivelmente, partilhávamos desta leitura, vivíamos este momento coleti-vo. “O que os signos impressos mostram é o desenho da palavra “embalsamada”, é a lei-tura em voz alta que a ressuscita completa-mente.” (Saramago) Foi bastante o que a-prendemos sobre a Grécia antiga, suas his-tórias fantásticas, sua arte e cultura, seus deuses e heróis, homens e mulheres, filóso-fos e artistas, e com eles, sua política e de-mocracia, suas idéias e filosofia. Que genial este livro, pensávamos - uma síntese reche-ada de Conhecimento histórico e filosófico e também de muita aventura e situações fan-tásticas. Mesmo densa, em alguns momen-tos, a leitura nos permitiu uma bela e desafi-adora viagem. Rimos, nos admiramos, nos encantamos, com aquele jeito do autor es-

c rever, contar e explicar nossas “modernidades”. Desta admiração nasceu a idéia de propor à turma para, tal como os picapauzinhos, elegerem um aparato, artefa-to, moderno e também construírem uma ex -plicação para Fídias, Sócrates e Péricles. Foi bastante significativa esta experiência de leitura/escrita, porque nos trouxe a possibili-dade de ampliar o raio de ação/reflexão so-bre tempos e lugares diferentes, sobre o jeito e o saber dos diferentes personagens e a necessidade de garantir-lhes pensamentos e falas adequadas neste sentido, sobre o estilo do próprio autor – no caso, o Lobato - afinal, a idéia era também garantir o ritmo, a cadên-cia da história. É claro, e talvez nem fosse necessário dizer, que as respostas das cri-anças são sempre bastante diferentes por-que também são diferentes seus conhec i-mentos de mundo, seus conhecimentos lin-güísticos e, naturalmente a capacidade de colocar tudo isso em relação. Mas, ficaremos satisfeitos se este percurso tiver colaborado na percepção de que a escrita e a leitura são sempre procuras, movimentos, talvez sem-pre inacabadas, porque sempre será possí-vel ler e escrever numa outra direção e com outro sentido. Felizes mesmo ficaremos se tivermos contribuído para que essa menina-da tenha compreendido/sentido o conhec i-mento como uma aventura encantada.

MATEMÁTICA Começávamos o semestre envolvidos em

atividades de aplicação da técnica da multi-plicação, quando apareceu o desafio de mul-tiplicação com multiplicadores de mais de um algarismo. A decomposição – estratégia muito usada pelas crianças no cálculo men-tal – foi trazida por eles como o melhor pro-cedimento para solução dessas operações. Naturalmente, como se tratava de uma nova aprendizagem, ainda cometiam muitos erros. Apostamos na maior habilidade que já pos-suem no cálculo mental e contamos com ela como aliada para, paralelamente ao trabalho destinado ao domínio da técnica, incentivar o uso de estimativas para análise dos resulta-dos encontrados.

Em seguida, o trabalho que nos ocupou parte do tempo foi a construção da linha do tempo. A idéia original era concluir e apre-sentar a atividade ainda no primeiro semes-tre, mas não conseguimos. Agora, mais en-

dos Unidos de 1996 (Olimpíadas de Atlanta), fotografadas por Annie Leibovitz.

Demos continuidade ao semestre dedi -cando-nos a finalizar o projeto “who’s who”, iniciado no primeiro semestre. Foi pensado a partir de um trabalho feito pelas crianças nas aulas de Projeto sobre Memórias de Lobato e também adaptado e inspirado nos conhec i-dos “Year Books”, anuários, comuns nas uni-versidades e em algumas escolas america-nas. A partir desta atividade, de acordo com as suas possiblidades e conhecimentos da Língua Inglesa, todos puderam encarar o desafio de fazer a versão de um texto para outra língua.

Finalizamos o semestre dedicando-nos ao estudo e à localização no atlas dos países que têm o inglês como língua oficial ou uma das línguas oficiais. As crianças escolheram cinco países e pesquisaram a sua bandeira, capital, idiomas oficiais além do inglês e al-guma curiosidade, que poderia ser sobre a sua culinária, vestuário, clima, evento históri-co etc. As crianças vivenciaram as noções de país e continente, além de localizá-los e situá-los e perceberam que o inglês faz parte da vida cultural e econômica de países diver-sos espalhados pelos cinco continentes.

ARTES Envolvidos com as Olimpíadas, começa-

mos o semestre apreciando os Jogos Olím-

INGLÊS Iniciamos o segundo semestre com o te-

ma Olimpíadas. Pudemos nos familiarizar com os nomes das modalidades olímpicas em inglês e em português, desenhando as favoritas, escrevendo suas legendas, brin-cando de mímica e bingo para praticar o vo-cabulário aprendido e observando um livro de fotografias da equipe olímpica dos Esta-

trosados e mais relaxados, podíamos conver-sar sobre os fatos marcantes da vida de cada um. Realizada em outros anos, essa propos-ta tenta tratar de uma dimensão do tempo pouco discutida: o tempo individual, subjeti-vo, cheio de histórias e experiências. Conclu-imos e apresentamos as emocionadas linhas do tempo na Feira Moderna em novembro.

Faltavam quase dois meses para o fim do ano quando inauguramos o registro do algorit-mo da divisão. Já resolviam situações-problema envolvendo essa operação. Nosso livro didático, companheiro de trabalho, já hav i-a despertado o interesse de todos pelas dife-rentes técnicas operatórias. Daí, para legitimar um algoritmo que tem como matéria-prima subtrações e multiplicações, foi um passo.

Em nosso diário de bordo de 2004 estão registrados muitos jogos, muitas conversas sobre Matemática e sobre outros assuntos também. Aos poucos a turma percebeu que essa era a dinâmica das aulas: analisar e criticar enunciados, ouvir e comentar estraté-gias de amigos, perguntar e responder. Não ficar parado.

Nossa despedida é diferente pois tem um gosto de “no ano que vem tem mais”. As ex -periências de cada dia foram muito importan-tes. E agora, com muitas competências, es-se grupo parte para a quarta série.