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Relatório Parcial do Projeto Estudos de Caracterização Hidrológica dos Solos
2018
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
HYBRAS
Banco de Dados Hidrofísicos em Solos no Brasilpara o Desenvolvimento de Funções
de Pedotransferências de Propriedades Hidráulicas
‐ Versão 1.0 ‐
HYDROPHYSICAL DATABASE FOR BRAZILIAN SOILS
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
MINISTRO DE ESTADO Fernando Coelho Filho
SECRETÁRIO EXECUTIVO Paulo Pedrosa
SECRETÁRIO DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL Vicente Humberto Lôbo Cruz
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS / SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM/SGB)
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente Otto Bittencourt Netto
Vice‐Presidente Esteves Pedro Colnago
Conselheiros Paulo Cesar Abrão Cassiano De Souza Alves Cássio Roberto da Silva Elmer Prata Salomão
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor‐Presidente Esteves Pedro Colnago
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial Antônio Carlos Bacelar Nunes
Diretor de Geologia e Recursos Minerais José Leonardo Silva Andriotti (interino)
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento Esteves Pedro Colnago (interino)
Diretor de Administração e Finanças Juliano de Souza Oliveira (interino)
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS ‐ CPRM
Relatório Parcial do Projeto Estudos de Caracterização Hidrológica dos Solos
Organizado por Marta Vasconcelos Ottoni
RIO DE JANEIRO Janeiro, 2018
HYBRAS
Banco de Dados Hidrofísicos em Solos no Brasil
para o Desenvolvimento de Funções de Pedotransferências de Propriedades Hidráulicas
‐ Versão 1.0 ‐
HYDROPHYSICAL DATABASE FOR BRAZILIAN SOILS
CRÉDITOS TÉCNICOS
Departamento de Hidrologia – DEHID Frederico Cláudio Peixinho
Coordenação Marta Vasconcelos Ottoni
APOIO
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – DRHIMA Theophilo Benedicto Ottoni Filho
University of Arizona, Tucson, EUA Marcel G. Schaap
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental Maria Leonor R. C. Lopes‐Assad
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós‐Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) Otto Corrêa Rotunno Filho
Departamento de Apoio Técnico – DEPAT Urquiza de Hollanda
Divisão de Editoração Gráfica – DIEDIG Valter Alvarenga Barradas
Diagramação Agmar Alves Lopes Irene Cristina Corrêa Reis
Logomarca (arte gráfica) Pablo Nieto Campos
Dados Internacionais de Catalogação‐na‐Publicação (CIP) CPRM – Serviço Geológico do Brasil DIDOTE – Processamento Técnico
Ottoni, Marta Vasconcelos HYBRAS hydrophysical database for Brazilian soils : banco de dados hidrofísicos em solos no Brasil para o desenvolvimento de funções de pedotransferências de propriedades hidráulicas : versão
1.0 : relatório / Organizado por Marta Vasconcelos Ottoni. – Rio de Janeiro: CPRM, 2018.
27 p. 30 cm ISBN: 978‐85‐7499‐370‐6 1.Solos – Brasil. 2.Solos – Absorsão. 3.Banco de dados. I. Título. CDD 631.4
RESUMO M.V. Ottoni, T.B. Ottoni Filho, M.G. Schaap, M.L.R.C. Lopes‐Assad, O.C. Rotunno Filho, 2018. HYBRAS:
hydrophysical database for brazilian soils – banco de dados hidrofísicos em solos no Brasil para o
desenvolvimento de funções de pedotransferência de propriedades hidráulicas: relatório parcial do projeto
Estudos de Caracterização Hidrológica dos Solos, Rio de Janeiro, CPRM.
Dados de retenção de água nos solos são fundamentais nos estudos de modelagem em solos e o uso de
funções de pedotransferência (PTFs) pode suprir a demanda por essas informações. No Brasil, não se
dispõe de uma base organizada de dados físico‐hídricos sendo comum o uso de PTFs de clima temperado
na estimativa de retenção hídrica em solos brasileiros. O objetivo deste trabalho foi propor um banco de
dados físico‐hídricos para solos do Brasil (HYBRAS) para o desenvolvimento de PTFs. Os dados presentes
no HYBRAS compreendem 445 locais (ou perfis de solo) com 1075 amostras, parcialmente
georreferenciadas, e representativas de uma ampla gama de solos tropicais brasileiros. Os dados estão
organizados em uma estrutura relacional de tabelas que cobrem descrições gerais do site, cobertura do
solo, os procedimentos físicos e químicos utilizados para coletar os dados de campo e laboratoriais. Os
dados brutos (por exemplo, frações granulométricas e pontos de retenção que cobrem o intervalo de
sucção de 0‐15000 cm) e dados derivados são incluídos nas tabelas. Por exemplo, os parâmetros ajustados
da equação popular van Genuchten para retenção de água foram incluídos para facilitar a utilidade do
banco de dados. Espera‐se a inclusão de novos dados, quando disponíveis, no HYBRAS, em especial, as
medições de condutividade hidráulica não saturada. Recomenda‐se uma análise de dados do HYBRAS mais
refinada para o desenvolvimento de futuras PTFs em solos brasileiros. O desenvolvimento do HYBRAS faz
parte do escopo de atividades do projeto institucional “Estudos de Caracterização Hidrológico dos Solos”
desenvolvido e financiado pelo Departamento de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Keywords: retenção de água, solos tropicais, banco de dados de solos.
SUMÁRIO Prefácio ............................................................................................................................................................. 1
Introdução ......................................................................................................................................................... 2
Estrutura da base de dados .............................................................................................................................. 4
Coletânea e descrição dos dados ..................................................................................................................... 6
Dados hidrofísicos do solo .............................................................................................................................. 11
Parâmetros do modelo de VG e seus desempenhos na estimativa dos dados
de retenção de água ....................................................................................................................................... 15
BANCO DE DADOS HIDROFÍSICOS EM SOLOS NO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO
DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
1
PREFÁCIO O presente estudo se insere no contexto de um projeto institucional do Departamento de Hidrologia do
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) intitulado “Estudos de Caracterização Hidrológica dos Solos”. O apoio
financeiro do projeto proveio de recursos do Ministério de Minas e Energia do governo federal do Brasil,
ao qual o Serviço Geológico do Brasil está vinculado. Esse projeto teve início em 2011 e foi coordenado e
executado pela pesquisadora Marta Vasconcelos Ottoni e contou com a colaboração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de São Carlos e com o apoio do pesquisador Dr. Marcel
Schaap da Universidade do Arizona.
Diversos pesquisadores, estudantes e cientistas da área de solos foram contatados para contribuírem nesse
projeto. Ampla pesquisa de trabalhos científicos que realizaram levantamento de atributos do solo no país
também foi efetuada, seja em anais de eventos, jornais científicos e/ou em dissertações de mestrado e
teses de doutorado.
Essa iniciativa foi apresentada em diversos eventos: 2nd Brazilian Soil Physics Meeting em 2013 no Rio de
Janeiro, RJ, no 20th World Congress of Soil Science em 2014 na Coreia do Sul e no XXVI Congresso Brasileiro
de Ciência do Solo em 2017, Belém, PA.
Dois trabalhos científicos foram publicados sobre esse estudo:
Ottoni, M.V., M.L.L. Assad, Y. Pachepsky, and O.C. Rotunno Filho. 2014. A hydrophysical database to
develop pedotransfer functions for Brazilian soils: Challenges and perspectives. In: W.G. Teixeira, M.B.
Ceddia, M.V. Ottoni, and G.K. Donnagema, editors, Application of soil physics in environmental analyses:
Measuring, modelling and data integration. 1st ed. Springer, Cham, Switzerland. p. 467–494. doi:
10.1007/978‐3‐319‐06013‐2.
Ottoni, M.V, Ottoni Filho, T.B., Schaap M.G.,Lopes‐Assad, M.L.R.C., Rotunno Filho, O.C., 2018,
HYdrophysical database for BRAzilianSoils (HYBRAS) and Pedotransfer Functions for Water Retention
(aceito em 20/08/2017 pela revista Vadose Zone Journal).
Este trabalho também fez parte da tese de doutorado da coordenadora do projeto (Ottoni, 2017).
O estabelecimento de um banco de dados com medições de propriedades hidráulicas em solos brasileiros
(HYBRAS) é uma primeira contribuição na tentativa de suprir a carência de dados hidráulicos do solo de
entrada para modelos de simulação. Esse projeto de banco de dados não se encontra completo e espera‐
se que outras versões do HYBRAS sejam editadas com inclusão de mais dados quando disponíveis.
O presente relatório não contém a descrição detalhada da estrutura do banco de dados, sendo previsto o
lançamento dessa informação em nota técnica específica.
BANCO DE DADOS HIDROFÍSICOS EM SOLOS NO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO
DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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INTRODUÇÃO Dados de retenção de água no solo são fundamentais em estudos de modelagem em solos. Sua
mensuração direta demanda elevados custos e laboriosos trabalhos de campo, tornando inviável sua
execução para grandes áreas. Como resultado, tem crescido o desenvolvimento e emprego de funções de
pedotransferências (PTFs) (Bouma, 1989) para predição de informações de retenção de água a partir de
atributos de solos rotineiramente medidos e facilmente disponíveis.
O Brasil desempenha papel relevante na publicação de PTFs tropicais de retenção de água (Botula et al.,
2014). Barros e De Jong van Lier (2014) fizeram extensa revisão sobre PTFs de retenção de água em solos
brasileiros. Essas PTFs podem ser utilizadas para estimar água disponível a partir da predição da capacidade
de campo e ponto de murcha e seu uso está usualmente restrito a um determinado tipo de solo ou região
geográfica (Barros and De Jong van Lier, 2014). Conforme nosso conhecimento, com respaldo adicional
segundo Barros e De Jong van Lier (2014), os estudos de Tomasella e Hodnett (1998), Tomasella et al.
(2000), Tormena e Silva (2002), Tomasella et al. (2003), Mello et al. (2005), Fidalski e Tormena (2007), Silva
et al. (2008), Fiorin (2008), Barros et al. (2013) e Medrado e Lima (2014) são as principais publicações
voltadas ao desenvolvimento de PTFs de parâmetros da curva de retenção de água no Brasil, as chamadas
PTFs paramétricas, que podem ser diretamente utilizadas por modelos matemáticos (Patil e Singh, 2016).
As PTFs acima foram geradas para limitadas bases de dados e/ou específicas regiões geográficas, e/ou
alguns de seus preditores não são facilmente acessíveis, como a umidade equivalente, utilizada em
Tomasella et al. (2000, 2003). Como esses fatores limitam o uso das PTFs brasileiras paramétricas em
estudos de modelagem em solos, PTFs de clima temperado são frequentemente utilizadas em solos
brasileiros.
Uma das principais razões para avanços não muito expressivos na produção e no uso de PTFs no Brasil
comparativamente à geração e ao emprego dessas funções em regiões temperadas reside no fato de ainda
não estar disponível no país uma base organizada de dados físico‐hídricos de solos (Barros e De Jong van
Lier, 2014). O estudo de Ottoni et al. (2014) indica, no entanto, a viabilidade do desenvolvimento de um
banco hidrofísico abrangente e representativo para solos brasileiros a partir do inventário de 52
publicações com informações disponíveis de propriedades físico‐hídricas. Mais recentemente, foi lançado
o Sistema de Informações de Solos Brasileiros, BDSOLOS 1, reunindo dados de perfis e amostras de solos,
provenientes de todas as regiões do Brasil. As informações de mensurações de propriedades hídricas são,
no entanto, praticamente inexistentes nesse banco de dados. Por exemplo, apenas 14 registros foram
encontrados com informações de retenção de água em ampla faixa de sucção (0‐15000 cm). Em solos de
ambiente temperado, há alguns extensos bancos de dados físico‐hídricos, tais como o Unsaturated Soil
Hydraulic Database (UNSODA) (Nemes et al., 2001) e, mais recente, o European Hydropedological Data
Inventory (EU‐HYDI) (Tóth et al., 2015).
O uso indiscriminado das PTFs elaboradas para solos de clima temperado em solos de ambiente tropical
pode induzir a que se produzam resultados inconsistentes e enganosos nos estudos de modelagem e
1 http://www.bdsolos.cnptia.embrapa.br/consulta_publica.html
BANCO DE DADOS HIDROFÍSICOS EM SOLOS NO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO
DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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tomadas de decisão inadequadas ou incorretas (Botula et al., 2012). As PTFs de regiões temperadas podem
não representar as funcionalidades hidráulicas típicas de solos de clima tropical, como o comportamento
híbrido dos Latossolos, solos intemperizados com predomínio de argilas cauliníticas e minerais oxídicos
(Tomasella e Hodnett, 2004). Além disso, as PTFs de regiões temperadas praticamente não cobrem a faixa
de teores de argila usualmente presentes nos Latossolos de ambiente tropical (Tomasella e Hodnett, 2004).
Hodnett e Tomasella (2002) e Minasny e Hatermink (2011) registram também outras diferenças relevantes
entre os solos de clima tropical e temperado, como as que envolvem a sua densidade do solo e a
capacidade de troca catiônica. Tomasella et al. (2000), Tomasella e Hodnett (2004), Reichert et al. (2009),
Botula et al. (2012) e Nguyen et al. (2015) confirmam essas diferenças pelo desempenho superior das PTFs
de solos de ambiente tropical em relação ao das PTFs de clima temperado na estimativa de algumas
propriedades hídricas de seus solos tropicais. Manyame et al. (2007) comentam, por outro lado, que para
solos de regiões tropicais de textura arenosa na Nigéria as PTFs de ambiente temperado podem ser usadas
para modelar suas propriedades hidráulicas com razoável confiabilidade. Botula et al. (2012) destacam
também a boa capacidade de predição das PTFs de ambientes temperado de Schaap et al. (2001) na
estimativa da capacidade de campo e do ponto de murcha em solos africanos tropicais. Assim, a ampliação
do conhecimento sobre as interfaces do comportamento físico‐hídrico entre solos de clima tropical e
temperado faz‐se necessária, o que pode aumentar o entendimento das interações entre os processos
pedogenéticos e hidráulicos, além de ajudar a esclarecer a abrangência de uso das PTFs.
Neste relatório é apresentado o HYBRAS (HYdrophysical database for BRAzilian Soils), um banco de dados
físico‐hídricos de solos para o Brasil, provendo informações hidrofísicas consistentes e de boa qualidade
apropriadas para o desenvolvimento de PTFs e para uso por cientistas que trabalham em agricultura,
preservação ambiental e em projetos de mudanças climáticas. A proposição do nome desse banco de dados
na língua inglesa é para motivar seu uso além das fronteiras do território brasileiro.
O HYBRAS 1.0 (versão 1) buscou consolidar os dados de retenção de água e condutividade hidráulica
saturada (Ks), associados aos atributos básicos de solo e aos métodos de determinação dessas
propriedades. A inclusão de medições de condutividade hidráulica não saturada está prevista para uma
versão futura. Prevê‐se também o desenvolvimento de PTFs de propriedades hidráulicas utilizando as
informações do HYBRAs.
Visando criar uma identidade visual do HYBRAS foi desenvolvida uma logomarca específica para esse banco
de dados, conforme ilustrada abaixo, sendo composta por cores que fazem alusão ao solo e água.
BANCO DE DADOS HIDROFÍSICOS EM SOLOS NO BRASIL PARA O DESENVOLVIMENTO
DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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ESTRUTURA DA BASE DE DADOS O banco de dados do HYBRAS foi desenvolvido em Microsoft Access‐2007®. A estrutura do banco de dados
(Figura 1) baseou‐se prioritariamente no Hydraulic Properties of European Soils (HYPRES) (Wösten et al.,
1999) e parcialmente no UNSODA (Nemes et al., 2001). Os campos e as descrições das tabelas, assim como
seus nomes, estão em inglês, embora o conteúdo dos registros esteja em português, pois a proposta é
tornar o HYBRAS um banco de dados de amplo e irrestrito acesso.
Figura 1: Relacionamento das tabelas do HYBRAS.
S OIL_P ROP S ns
co de 1075
c lay 1075
s ilt 1075
s and 1075
vf_s and 184
f_s and 454
m_s and 197
c_s and 454
vc_s and 184
ks a t 425
s atwa t 786
bulk_den 1075
partic le_den 993
po ro s ity 993
o rg_carb 684
o rg_mat 749
genera l_co mments 1 634
genera l_co mments 2 109
hc_co mments 10
o ther_co mments 1 1059
o ther_co mments 2 442
LANDCOVER ns
co de 737LandCo ver1 737
LandCo ver2 518
LandCo ver3 671
CVG_P ARAMETERS ns
WR_ID 273vg_s a t 273vg_res 273vg_alpha 273vg_n 273vg_m 273co mments 1 273co mments 2 97
HYDRAULIC_P ROP S ns
WR_ID 1063dvg_s at 1063dg_res 1063dg_alpha 1063dg_n 1063dg_m 1063theta0 1063theta10 1063theta20 1063theta50 1063theta100 1063theta200 1063theta250 1063theta500 1063theta1000 1063theta2000 1063theta5000 1063theta10000 1063theta15000 1063theta16000 1063co mments 1 1063co mments 2 1063co mments 3 1063
WR_METHOD_ ID ns
co de 1075
WR_ID 1075
WR_Metho d_ID 1075
UNITS
(lis t o f fie lds with metric dimens io ns and co rres po nding tables )
B AS ICP ROP _METHOD_ ID ns
co de 1075
Textura l_Metho d_ID 1075
Chemical_Metho d_ID 895
Dens ity_Metho d_ID 1075
Ks a t_Metho d_ID 494
TEXTURAL_METHOD n
Textura l_Metho d_ID 11
Textura l_Metho d 3
P artic le_SZ_frac tio n 7
CHEMICAL_METHOD n
Chemica l_Metho d_ID 8
OC_OM_Metho d 7
DENS ITY_METHOD n
Dens ity_Metho d_ID 6
BD_Metho d 1
P D_Metho d 3
TP _Metho d 1
KS AT_METHOD n
Ks at_Metho d_ID 11
Ks at_Metho d 4
Ks at_Sample_SZ1 6
Ks at_Sample_SZ2 5
WR_METHOD n
WR_Metho d_ID 50
WR_Metho d 28
Nb_the taxh 9
WR_regio ns 3
Type_WRC 1
WRC_Time_Meas 0
WR_s ample_TP 2
WR_Sample_SZ1 23
WR_Sample_SZ2 12
co mments 3
keywo rds 5
RAWRET nth
WR_ID 8793
flag 8793
head 8793
theta 8793
co mments 1 8793
co mments 2 8793
co mments 3 204
GENERAL ns
code 1075General_description 1037Detail_description 576Profile_identifier 790Others_identifiers 482Profile id 445Depth 1070horizon 521top_depth 1060bot_depth 1058depth_class 1075texture 1075City 1064State 1075LatitudeOR 703LongitudeOR 703Zone 110UTM X 110UTM Y 110Elev 510BR_Soil Class ification 1075BR_Soil Class ification_FN 1075FAO/WRB 1075top_depth_gw 14bot_depth_gw 0sitedescrip1 337sitedescrip2 228year 555month 478day 217annrain 607ave_temp 537climate 871contact_name 671contact_address 584email 671publicn1 1059publicn2 522comments1 1075comments2 241
LEGENDA: ns, indica o número de amostras; n, os diferentes métodos de determinação da variável indicada; nth, o número de pares de dados θ‐s, onde θ é o conteúdo de água volumétrico e s, a sucção.
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DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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O HYBRAS possui atualmente 14 tabelas para armazenar os dados, cada uma contendo um conjunto de
campos lógicos que podem estar relacionados. A codificação das amostras de solo é dada pelo campo
“code”, presente em quase todas as tabelas do banco de dados, e por meio do qual as mesmas são
usualmente conectadas. A esse campo são atribuídos valores numéricos inteiros. A estrutura de cada tabela
e os nomes, tipo de dados e descrição de cada campo da tabela podem ser acessados pela abertura de
uma tabela no modo Design. Todos os campos não preenchidos são representados pelo valor NULL, com
exceção dos campos vazios das tabelas de descrição dos métodos de determinação de atributos dos solos,
esses registrados com a sequência 999.
O corpo principal da base de dados é composto pela tabela GENERAL, onde estão referenciadas as
informações gerais de cada amostra de solo (localização, classificação pedológica, descrição dos perfis de
solo, etc). Atributos físicos das amostras encontram‐se relacionados na tabela SOIL_PROPS, além da
condutividade hidráulica saturada, umidade de saturação e porosidade total. A tabela LANDCOVER faz a
descrição de classes de cobertura do solo, hierarquizadas em três níveis. O primeiro nível segue os critérios
de classificação do primeiro nível categórico do sistema de classificação de uso e cobertura de solos do
sistema europeu LUCAS‐Land Use/Cover Area Frame Survey (European Commission, 2009). O segundo e
terceiro níveis de hierarquização caracterizam, respectivamente, o tipo de cultivo e o tratamento
experimental de amostragem do solo.
Os dados de conteúdo volumétrico de água (θ) para diferentes valores de sucção (s, estabelecido como
positivo) são armazenados na tabela RAWRET. Os resultados dos parâmetros da equação de van Genuchten
(VG) (van Genuchten, 1980) registrados na publicação de origem foram compilados na tabela
CVG_PARAMETERS, juntamente com a metodologia de ajuste dos parâmetros. A tabela HYDRAULIC_PROPS
agrupa os valores dos parâmetros de VG otimizados aos dados de retenção de água contidos em RAWRET,
como também os respectivos θ calculados para valores de s pré‐determinados e a metodologia de ajuste
dos parâmetros. Os dados das três tabelas descritas neste parágrafo são identificados por códigos não
numéricos descritos no campo “WR_ID”, o qual permite vinculação dos demais campos dessas três tabelas
ao campo “code” (Figura 1). Embora HYBRAS não contenha medições da curva de condutividade hidráulica
não saturada, ela pode ser grosseiramente estimada pelos parâmetros da curva de retenção de água e
dados de Ks utilizando o modelo tradicional de Mualem‐van Genuchten (van Genuchten, 1980).
As tabelas de métodos de determinação dos atributos e propriedades hidráulicas de solo são de dois tipos,
um que agrupa os campos de códigos e o outro que reúne as descrições dos métodos de mensuração. As
Tabelas BASICPROP_METHOD_ID e WR_METHOD_ID contêm os campos dos códigos, a primeira referente
aos atributos básicos de solos e a segunda aos dados de retenção de água. As descrições dos métodos
estão representadas nas tabelas KSAT_METHOD, TEXTURAL_METHOD, DENSITY_METHOD,
CHEMICAL_METHOD, WR_METHOD. Os dados dessas cinco últimas tabelas são também identificados por
um campo específico de códigos, nomeados com a terminação “Method_ID”, a partir do qual as tabelas
BASICPROP_METHOD_ID e WR_METHOD_ID estão ligadas (Figura 1). Algumas tabelas auxiliares foram
incluídas no HYBRAS. A tabela UNITS faz a declaração das unidades de medida dos campos numéricos
presentes na base de dados. Duas tabelas adicionais “Example_Query1_general_information” e
“Example_Query2_WRdata” foram inseridas para auxiliar no caso de necessidade de ser realizada pesquisa.
Para fazer essa consulta, o usuário deve selecionar uma dessas tabelas de consulta no modo Design,
inserindo ou excluindo, em seguida, os campos e tabelas de interesse. Ao fim da consulta, será exibido o
resultado final da pesquisa no modo “Folha de Dados”.
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DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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COLETÂNEA E DESCRIÇÃO DOS DADOS Diversos trabalhos foram pesquisados em publicações nacionais, como artigos científicos, dissertações de
mestrado, teses de doutorado, trabalhos apresentados em congressos e simpósios de solos e boletins de
pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Foi utilizado o título do trabalho como
referência de busca e quatro palavras chaves: condutividade hidráulica, físico‐hídrico, banco de dados de
solos e retenção de água. Os estudos que foram selecionados para avaliação da disponibilidade de dados
hidrofísicos do solo foram aqueles que possuíam, no mínimo, medidas para pontos da curva de retenção
de água no solo.
Foram avaliados aproximadamente 1100 trabalhos, dos quais apenas 163 trabalhos foram selecionados,
todos com medições de curva de retenção de água, para análise de disponibilidade dos dados. A todos os
autores das 163 publicações (em torno de 400 autores), foi encaminhada correspondência eletrônica
solicitando a cessão para a CPRM de seus dados, incluindo as informações físicas, químicas, hídricas, dados
gerais do local, com latitude e longitude, classe de solos e detalhamentos metodológicos dos experimentos.
Foram cedidas as bases de informações de cerca de 60 trabalhos, em formato digital, na forma de planilhas
eletrônicas ou em material impresso, contabilizando em torno 9000 amostras com informações físico‐
hídricas.
As publicações escolhidas para composição do HYBRAS estão apresentadas na Tabela 1. A seleção das
amostras de solos levou em consideração alguns critérios: serem amostras indeformadas e terem medições
de pelo menos cinco pontos da curva de retenção numa larga faixa de sucção (0‐15000cm), sendo essas
medições realizadas por métodos onde a pressão de água e a umidade da amostra fossem diretamente
mensuradas (como é o caso do método da placa porosa em câmara de pressão). Para garantir que os
pontos da curva de retenção estivessem bem distribuídos ao longo da faixa de sucção, um ponto foi sempre
para condições de saturação (a umidade de saturação ou a porosidade total); outros três pontos tinham
que estar, respectivamente, nos seguintes intervalos de sucção: 30‐80 cm, 250‐500 cm e 9000‐15000 cm;
um quinto ponto, não deveria se incluir em nenhuma das faixas acima, não havendo restrições quanto à
sucção dos demais pontos da curva. Além disso, os dados da amostra deveriam conter informações sobre
os percentuais de areia, silte e argila e a densidade do solo.
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DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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Tabela 1: Relação das fontes bibliográficas dos solos do HYBRAS
Trabalhos Estados ns†
Aguiar (2008) Ceará, Minas Gerais 6
Andrade (1987) Minas Gerais 5
Araujo Junior et al. (2011) Minas Gerais 45
Azevedo (1976) Minas Gerais 10
Barcelos (1996) Rio Grande do Sul 9
Bhering (2007) Rio de Janeiro 9
Carducci et al. (2011) Goiás 10
Cintra e Libardi (1998) Sergipe 5
Coelho et al. (2005a), Coelho et al. (2005b) Amazonas 35
Base de dados Cooper‡ São Paulo 76
Costa e Libardi (1999), Costa (1986) São Paulo 10
Costa (1993) Rio Grande do Sul 23
Embrapa/FAO (1991) Maranhão, Pará 62
Ferreira (2007) São Paulo 55
Grego et al. (2011) São Paulo 15
Leal (2011) Rio de Janeiro 50
Lumbreiras (1996) Maranhão 20
Macedo (1991) Rio de Janeiro 45
Marques et al. (2010) Amazonas 25
Moreira e Silva (1987) Pernambuco 5
Nacif (1994), Nacif et al. (2008) Bahia 20
Nebel et al. (2010), Parfitt (2009) Rio Grande do Sul 100
Neuwald (2005) Santa Catarina 75
Parfitt (2009) Rio Grande do Sul 99
Rojas (1998) Rio Grande do Sul 36
Scardua (1972) São Paulo 12
Silva et al. (2005), Silva (2003) Rio Grande do Sul 16
Souto Filho (2012) Mato Grosso do Sul 12
Souza e Souza (2001) Bahia 36
Base de dados Stone § Goiás 88
Thurler (2000) Espírito Santo, Rio de Janeiro 13
Toma (2012) São Paulo 15
Vasconcellos (1993) Rio Grande do Sul 33
Total 1075
†número de amostras de solos com dados de retenção de água
‡ dados cedidos por Miguel Cooper, da ESALQ, Universidade de São Paulo, Brasil
§ dados cedidos por Luis Fernando Stone, da EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão, Goiás, Brasil.
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Segundo esses critérios, descartou‐se um volume expressivo de amostras do montante inicialmente
compilado (9000). A padronização dos dados de solos selecionados foi realizada segundo a estrutura
proposta para o HYBRAS, a partir da qual os dados foram consistidos.
A consistência dos dados compreendeu as seguintes atividades:
Checagem de medição inconsistente nos dados de retenção de água. Nesse caso, as medições de
retenção de água de cada uma das amostras selecionadas foram plotadas no gráfico xs, juntamente com
a curva de retenção ajustada segundo o modelo de VG (vide seção Parâmetro do modelo de VG e seus
desempenhos na estimativa dos dados de retenção de água). Nenhuma exclusão de pontos de retenção
de água ou correção foi efetuada para as amostras do HYBRAS.
Checagem da soma das frações granulométricas em 100%. Caso as frações de argila, silte e areia não
somassem exatamente esse valor foi realizado ligeiro ajuste nos dados para que a soma contabilizasse
100%. Os valores originais dessas frações em caso de alterações foram registrados no campo comments
da Tabela SOIL_PROPS.
Verificação de valores discrepantes dos atributos densidade do solo, densidade das partículas, teor de
matéria orgânica e condutividade hidráulica saturada (valores negativos ou inexistentes, ex: 9999) e
realizada exclusão, quando da ocorrência.
Avaliação da consistência da localização das amostras. Todas as amostras com informação de coordenada
geográfica foram plotadas no mapa do território brasileiro utilizando o programa ArcGis e a base
cartográfica de regiões brasileiras do IBGE (versão GIS). Foi verificada compatibilidade entre o
município/estado informado na publicação de origem com aquele identificado pela plotagem dos pontos
no GIS. Quando da inconsistência, as coordenadas foram corrigidas, levando‐se em consideração como
referência as coordenadas do centróide da área do município/estado descrito no trabalho de origem.
Nesse caso, a coordenadas originais foram registradas no campo comments da tabela GENERAL do
HYBRAS.
As unidades de medida dos valores de sucção dos dados de retenção de água foram padronizadas para
centímetro (cm). No campo comments2 da tabela RAWRET é registrado o fator de conversão de unidades
de sucção, quando utilizado. Essa conversão de unidade também foi efetuada para as medições de teor
de matéria orgânica ou teor de carbono orgânico, ambas padronizadas para %, como também para os
dados de condutividade hidráulica saturada, padronizados para cm d‐1. O fator de conversão de unidades
do teor de matéria orgânica foi registrado no campo general_comments1 da tabela SOIL_PROPS, quando
utilizado.
Os valores de sucção, dos dados de retenção de água, densidade do solo, densidade das partículas, teor
de matéria orgânica e teor de carbono orgânico foram padronizados para três algaritmos significativos.
Foram mantidas duas casas decimais para as medições de frações granulométricas. As medições de Ks
foram também padronizadas para três algaritmos significativos ou quatro, quando os valores superavam
2000 cm d‐1.
O HYBRAS 1.0 comporta aproximadamente 16 Megabytes de dados com 445 locais (ou perfis de solo)
amostrados e correspondentes 1075 amostras de solos, muito das quais georreferencia, das (813 amostras),
representando 15 estados brasileiros das 26 unidades federativas existentes e 11 grupos de solos de acordo
com o World Reference Base for Soil Resources (WRB) (WRB, 2015). A classificação das amostras de solos do
HYBRAS nos grupos de solos do WRB foi efetuada por equivalência aproximada com o Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos, seguindo a correspondência indicada em Santos et al. (2013a, pág. 340‐341). Seria
possível agrupar apenas 588 amostras para o banco de dados do HYPRES (Wösten et al., 1999) caso fossem
aplicados os mesmos critérios de seleção das amostras do HYBRAS. Essa comparação mostra o potencial do
HYBRAS quanto ao agrupamento de dados de retenção de água numa faixa ampla de sucção (0‐15000 cm).
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A Figura 2 mostra a localização geográfica dos locais de amostragem do HYBRAS com a identificação do
número de amostras por estado. Os estados de maior expressão de dados são o Rio Grande do Sul, São
Paulo, Rio de Janeiro, três regiões onde se concentram importantes centros de pesquisas pedológicas no
país. Os tipos de solos predominantes no HYBRAS, segundo o sistema da WRB (WRB, 2015), foram os
Ferrasols (355 amostras), Acrisols (209 amostras) e Nitisols (108 amostras), solos representativos de
ambientes tropicais intemperizados, os dois primeiros predominantes no Brasil, cobrindo cerca de 60% do
seu território (Ottoni et al., 2014). Planosols (192 amostras), Gleysols (82), Cambisols (69), Phaeozems2
(28), Podzols (16), Histosols (8), Regosols (6) e Fluvisols (2) também foram representados. A plotagem dos
solos brasileiros intemperizados no triângulo textural, conforme a Figura 3a, mostra um agrupamento
majoritário na faixa de baixo teor de silte (<20%), conforme também destacado por Oliveira (1968) apud
Tomasella et al. (2000) para seus solos de ambiente tropical. As demais amostras do HYBRAS (403 amostras)
foram também registradas no triângulo textural, além da identificação do percentual do número total de
amostras (1075 amostras) em cada uma das classes texturais (Figura 3b). Apesar da baixa
representatividade de solos de textura mais grosseira (areia e areia franca) no HYBRAS, a presença de
Arenosols e de outros solos com elevado teor de areia não é rara no país. Solos com alto teor de silte (acima
de 50%) foram mal representados no HYBRAS, pois são muito pouco frequentes nas condições brasileiras
(Benedetti et al., 2008; Leão, 2016).
Figura 2: Distribuição dos locais de amostragem do HYBRAS com dados selecionados de retenção de água no Brasil (1075 amostras).
2 Segundo o SiBCS (Santos et al., 2013a, pg. 340), os Chernossolos da classificação brasileira correspondem a Chernozems, ou Kastanozems ou Phaeozems no Sistema WRB. Considerando as caraterísticas de cada um deles, estima‐se que no Brasil predominem os Phaeozems, que apresentam
uma camada superficial rica em matéria orgânica bem espessa, sem camada de deposição de carbonatos de cálcio, por serem mais lixiviados, em
climas quentes e úmidos. Como não é objetivo deste trabalho fazer reclassificação de amostras de solos inventariadas, optou‐se por adotar a classificação mais provável.
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LEGENDA:
x FERRALSOLS ACRISOLS NITISOLS OUTROS SOLOS C ‐ Argila, SC ‐ Argila Arenosa, CL ‐ Franco Argilosa, SCL ‐ Franco Argilo Arenosa, SL ‐ Franco Arenoso, LS ‐ Areia Franca, S ‐ Areia, L ‐ Franca, SiC ‐ Argila Siltosa, SiCL ‐ Franco Argilo Siltosa, SiL ‐ Franco Siltosa, Si – Silte
Figura 3: A) Distribuição das amostras de solo do HYBRAS (1075 amostras) no triângulo textural com distinção para os Ferralsols, Acrisols e Nitisols
e B) percentual do número total de amostras do HYBRAS nas diferentes classes texturais
A
B
AREIA (%)
SILTE (%)
ARGILA (%)
90 80 70 60 50 40 30 20 10
90
80
70
60
50
40
30
20
1090
80
70
60
50
40
30
20
10SL
SCL
CL
SiC
SiCL
LSiL
LSS
SC
C
Si
Franco Arenoso (7,4%)
Franco Argilo Arenosa (14,4%)
Franco Argilosa (4,1%)
Argila Siltosa (3,5%)
Franco Argilo Siltosa(1%)
Franca (19,3%) Franco Siltosa(0,2%)Areia
FrancaAreia
Argila Arenosa (6,5%)
Argila(39,4%)
Silte (0%)
90 80 70 60 50 40 30 20 10
90
80
70
60
50
40
30
20
1090
80
70
60
50
40
30
20
10(1,7%)
(2,5%)
AREIA (%)
SILTE (%)
ARGILA (%)
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DADOS HIDROFÍSICOS DO SOLO A base de dados HYBRAS apresenta métodos consistentes e bem definidos de medição das propriedades
do solo (Tabela 2). As variáveis de solo abrangeram uma grande cobertura de valores (Figura 4), englobando
as faixas de valores dos atributos correspondentes registradas por outras fontes bibliográficas em solos
brasileiros (Assad et al., 2001; Tomasella et al., 2003; Reichert et al., 2009; Costa et al., 2013; Barros et al.,
2013; Medeiros et al., 2014; Medrado e Lima, 2014). As amplitudes das faixas de valores dos dados ficaram
muito próximas, no entanto, daquelas do trabalho de Hodnett e Tomasella (2002), que levou em
consideração solos de clima tropical do mundo. Esses fatores reforçam a representatividade dos dados do
HYBRAS e seu potencial de gerar PTFs de retenção de água.
Solos com elevado teor de matéria orgânica (>6%) e baixa densidade (<0,8 g cm‐3) foram pouco representados
no HYBRAS, assim como aqueles com alto teor de silte (>50%) (Figura 4), conforme já anunciado. Valores
médios das propriedades físicas e hidráulicas da base de dados do HYBRAS para as várias classes texturais e
grupos de solos de referência de acordo com o WRB (WRB, 2015) são mostrados na Tabela 3. Embora a
condutividade hidráulica saturada tenha sido representada em apenas 425 amostras, seus dados cobriram
uma extensa amplitude de valores (Figura 4). A média geométrica de Ks para solos brasileiros de textura
argilosa foi de 65 cm d‐1 (Tabela 3), valor esse altamente contrastante com a faixa usual de Ks de 2‐5 cm d‐1
reportada na literatura para os solos argilosos de clima temperado (Tietje e Hennings, 1996; Rawls, 2004). O
valor médio de água disponível, arbitrariamente determinada pela diferença entre a capacidade de campo e
ponto de murcha, foi baixo, na ordem de 0,07 cm3cm‐3 (média para 896 amostras). Nesse caso, foram também
adotados arbitrariamente os conteúdos de água clássicos nas sucções de 330 cm e 15000 cm para expressar
a capacidade de campo e o ponto de murcha, respectivamente. Esse resultado para água disponível foi
próximo ao registrado em Batjes (1996) para Ferralsols de textura fina (0,08 cm3 cm‐3).
Tabela 2: Métodos predominantes de determinação das propriedades de solo do HYBRAS. Os limites das frações granulométricas são os do USDA
(USDA, 1987)
Propriedade do Solo ns – Número de Medições
Método de Determinação Predominante Percentual
Condutividade hidráulica saturada 425 Permeâmetro de carga constante 80%
Frações granulométricas 1075 Pipeta 67%
Densímetro 27%
Carbono orgânico 910 Walkley e Black (1934) por titulação 85%
Densidade das partículas 1075 Balão volumétrico e picnômetro 91%
Densidade de solo 1075 Anel volumétrico 100%
Curva de retenção de água 1075
Mesa de tensão para sucções entre saturação e 60 cm e placa porosa em câmara de pressão para sucções superiores.
60%
Placa porosa em câmara de pressão para a faixa de sucção completa
22%
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DENSIDADE DO SOLO (g cm‐3) ns=1075 amostras de solo
MATÉRIA ORGÂNICA (%) ns=910 amostras de solo†
Log10Ks (cm d‐1) ns=419 amostras de solo ‡
ARGILA (%) ns=1075 amostras de solo
SILTE (%) ns=1075 amostras de solo
AREIA (%) ns=1075 amostras de solo
θ em s=0 cm (cm3 cm‐3)§ ns=1075 amostras de solo
θ em s=60 cm (cm3 cm‐3) ns=876 amostras de solo
θ em s=100 cm (cm3 cm‐3) ns=1042 amostras de solo
θ em s=330 cm (cm3 cm‐3) ns=905 amostras de solo
θ em s=15000 cm (cm3 cm‐3) ns=1066 amostras de solo
Figura 4: Distribuição das propriedades físico‐hídricas dos solos do HYBRAS. A linha interna no retângulo representado no box‐plot indica o valor
mediano, e seus extremos, os quartis de 25 e 75%. As barras extremas indicam os whiskers. Além desses limites estão os outilers, representados,
na figura, por pontos; †As percentagens de carbono orgânico foram conver das para de matéria orgânica pelo uso do fator multiplicativo 1,724
(Embrapa, 2011) para 161 amostras; ‡ Seis amostras não representadas contêm valores de Ks=0 cm d‐1; § Conteúdo de água na saturação ou
porosidade total quando o primeiro estava indisponível (289 amostras); ns ‐ número de amostras.
0.10.20.30.40.50.60.70.80.91.01.11.21.31.41.51.61.71.81.92.02.1
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
0.0
0.3
0.6
0.9
1.2
1.5
1.8
2.1
2.4
2.7
3.0
3.3
3.6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
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Tabela 3: Valores médios dos dados hidrofísicos do HYBRAS para várias classes texturais e grupos de solos segundo o WRB (WRB, 2015)
Areia Silte Argila BD† OM†
θ (0 cm)
θ (60 cm)
θ (330 cm)
θ (15000 cm)
Ks‡
% g cm‐3 % cm3 cm‐3 cm d‐1
Areia 92,8 2,8 4,4 1,59 1,76 0,40 0,11 0,08 0,05 184
(27) (27) (27) (27) (10) (27) (27) (12)
Areia Franca
85,1 5,0 9,9 1,52 2,25 0,38 ‐ 0,13 0,04 ‐
(18) (18) (18) (18) (4) (18) (18) (8)
Franco Arenoso
69,8 14,6 15,6 1,51 2,17 0,41 0,27 0,21 0,13 135
(80) (80) (65) (80) (60) (58) (80) (39)
Franca 45,8 38,8 15,4 1,60 2,31 0,41 0,33 0,27 0,19 ‐
(207) (207) (204) (207) (207) (206) (207) (6)
Franco Siltosa
‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
(2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) (0)
Franco Argilo Arenosa
62,1 11,6 26,2 1,52 1,76 0,42 0,30 0,22 0,16 66
(155) (155) (131) (155) (121) (107) (155) (74)
Franco Argilosa
34,8 32,6 32,6 1,23 4,60 0,52 0,39 0,35 0,27 56
(44) (44) (34) (44) (43) (38) (44) (21)
Franco Argilo Arenosa
12,2 54,6 33,3 0,97 6,69 0,61 0,44 0,39 0,29 ‐
(10) (10) (10) (10) (10) (10) (10) (4)
Argila Siltosa
12,6 43,5 44,0 1,17 4,11 0,57 0,41 0,37 0,29 ‐
(38) (38) (38) (38) (38) (37) (38) (7)
Argila Arenosa
50,0 9,7 40,3 1,42 1,74 0,47 0,33 0,28 0,20 52
(70) (70) (54) (70) (50) (52) (70) (43)
Argila 24,2 18,8 57,0 1,24 2,61 0,56 0,39 0,35 0,29 65
(424) (424) (327) (424) (331) (350) (415) (205)
Ferralsol 36,3 13,5 50,2 1,29 2,04 0,537 0,351 0,314 0,243 70,3
(355) (355) (237) (355) (231) (258) (346) (224)
Acrisol 55,4 14,6 30,0 1,50 1,95 0,422 0,298 0,212 0,175 103,5
(209) (209) (164) (209) (185) (154) (209) (101)
Nitisol 19,1 31,5 49,3 1,30 3,77 0,542 0,385 0,338 0,268 ‐
(108) (108) (108) (108) (98) (97) (108) (5)
Cambisol 33,4 23,4 43,2 1,16 2,81 0,561 0,391 0,366 0,245 50,7
(69) (69) (67) (69) (55) (65) (69) (46)
Gleysol 42,2 29,8 27,9 1,29 3,73 0,502 0,402 0,332 0,241 66,5
(82) (82) (82) (82) (71) (81) (82) (28)
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Tabela 3: Valores médios dos dados hidrofísicos do HYBRAS para várias classes texturais e grupos de solos segundo o WRB (WRB, 2015) (continuação).
Areia Silte Argila BD† OM†
θ (0 cm)
θ (60 cm)
θ (330 cm)
θ (15000 cm)
Ks‡
% g cm‐3 % cm3 cm‐3 cm d‐1
Planosol 47,0 36,5 16,6 1,63 1,80 0,390 0,321 0,260 0,186 ‐
(192) (192) (192) (192) (192) (192) (192) (0)
Phaeozem 35,4 32,3 32,4 1,40 2,37 0,453 0,404 0,370 0,303 ‐
(28) (28) (28) (28) (28) (28) (28) (0)
Fluvisol ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
(2) (2) (2) (2) (2) (0) (2) (0)
Histosol ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
(8) (8) (8) (8) (8) (8) (8) (6)
Podzol 92,2 2,1 5,7 1,42 3,81 0,477 ‐ 0,166 0,080 ‐
(16) (16) (16) (16) (0) (16) (16) (9)
Regosol ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
(6) (6) (6) (6) (6) (6) (6) (0)
Todos solos 41,6 21,9 36,5 1,4 2,51 0,484 0,346 0,293 0,221 74,8
† BD – densidade do solo, OM – teor de matéria orgânica, ‡ Ks ‐ condutividade hidráulica saturada, calculada como a média geométrica; a segunda
linha é o número de amostras; dados com menos de 10 amostras de solos por grupo não foram representados.
O HYBRAS comporta 8793 pares de θ‐s (Tabela RAWRET) correspondentes a 1075 amostras, com maior
concentração nas sucções de 60 cm (876 amostras), 100 cm (1042), 330 cm (905), 1000 cm (1043) e 15000
cm (1066). Não houve grande heterogeneidade no número de pares θ‐s por amostra. 483 amostras estão
concentradas na superfície do solo (topsoil) e as demais na subsuperfície (subsoil) (592 amostras). A
classificação em solos de horizontes superficiais e subsuperficiais coincidiu com a apresentada no material
suplementar do estudo de Tóth et al. (2015). Das amostras subsuperficiais, 50 foram extraídas de
horizontes cuja profundidade do topo foi superior a 1 m (em apenas sete amostras, a profundidade foi
acima de 1,50 m).
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15
PARÂMETROS DO MODELO DE VG E SEUS DESEMPENHOS NA ESTIMATIVA DOS DADOS DE RETENÇÃO DE ÁGUA A equação de VG (Eq.1) foi ajustada aos dados experimentais de retenção de água utilizando o algoritmo
GlobalSearch da caixa de ferramenta (toolbox) Global Optimization do Programa Matlab (Matlab, 2014),
obtendo‐se seus quatro parâmetros (θs, θr, α, n). Apenas amostras com o número mínimo de seis pares
θ‐s (1063 amostras), incluindo o da umidade de saturação (ou porosidade total quando a umidade de
saturação não era medida) foram consideradas no procedimento de otimização.
θ s =θr+(θs‐θr).[1+(αs)n]
‐(1‐1/n) (1)
onde θ(s) é o conteúdo de água volumétrico (cm3cm‐3) na sucção s (cm). Os parâmetros θs e θr são os
conteúdos de água de saturação e residual, respectivamente (cm3cm‐3), α (cm‐1) e n (adimensional) são
parâmetros de forma da curva. A otimização dos parâmetros foi sujeita as seguintes restrições: θr‐ [0 cm3
cm‐3; 0,533 cm3 cm‐3], θs‐ [0,1 cm3 cm‐3; 0,96 cm3 cm‐3], α ‐ [0,00001 cm‐1; 0,99999 cm‐1]; n ‐ [1,01; 15]. Os
limites de α e n seguiram aqueles apresentados em Tóth et al. (2015). Inicialmente, o ajuste do modelo se
deu considerando valores fixos para os parâmetros iniciais (θr=0,2 cm3 cm‐3, θs=0,8 cm3 cm‐3, α= 0,06 cm‐1
e n=2). Os resultados gerados para os parâmetros de VG foram então presumidos como o novo valor inicial
dos parâmetros e o modelo de VG foi ajustado uma vez mais. Os resultados finais são apresentados na
Figura 5.
Os valores médios de θr, θs e n foram relativamente próximos aos resultados para os solos de clima tropical
de Hodnett e Tomasella (2002). Maior discrepância foi observada para as magnitudes de α, o que pode ser
parcialmente justificada pelo uso de diferentes limites para os seus intervalos de ajuste, bem como pela
sua mais larga faixa de variação (várias ordens de grandeza). Os valores mais elevados de α para base de
dados do HYBRAS concentraram‐se nas classes de textura fina, o que indica que para esses solos ocorre
uma mudança repentina no teor de água, com alguns poros esvaziando sob pequenas sucções. Esse fato é
geralmente mais típico nas areias, mas é também usual em solos bem estruturados, como são alguns dos
solos brasileiros de textura fina. Uma análise de dados mais refinada deve ser efetuada para o
desenvolvimento de futuras PTFs em solos brasileiros, incluindo a condutividade hidráulica não saturada.
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16
Figura 5: Média dos valores dos parâmetros da equação de van Genuchten para os solos do HYBRAS (1063 amostras) e para o banco de dados de solos de clima tropical compilado em Hodnett e Tomasella (2002), nas diferentes classes texturais e nos grupos de solos de textura fina, média e grosseira, segundo Cassel et al. (1983).
O desempenho do modelo de VG para representar os dados de retenção foi avaliado pelas estatísticas
RMSE (root mean square error) e ME (mean error), com expressões correspondentes descritas abaixo por
amostra de solo (subscrito s) ou outros agrupamentos de dados de θ (subscrito rs):
RMSEs=1
L‐4∑ (θ ‐θ )2Lnj=1 (2)
MEs=1
L‐4∑ (θ ‐θ )Lnj=1 (3)
RMSErs=1
TN∑ (θ ‐θ )2TNj=1 (4)
MErs=1
TN∑ (θ ‐θ )TNj=1 (5)
onde Ln é o número de medições por amostra, 4 (quatro) representa o número de parâmetros, TN é o
número total de medições de retenção de água por intervalo de sucção, θm e θp são os conteúdos de água
medidos e preditos, respectivamente. O RMSE denota o erro global de predição e o ME expressa a
tendência de superestimativa (ME>0) ou de subestimativa (ME<0).
O modelo de VG se mostrou satisfatório no ajuste dos dados de retenção do HYBRAS, com RMSEs global
na ordem de 0,0107 cm3 cm‐3, inferior ao registrado no estudo de Tomasella et al. (2003) (0,013 cm3cm‐3)
e sem tendências (MEs=0,00 cm3 cm‐3), com aproximadamente 80% das amostras apresentando RMSEs
inferiores a 0,015 cm3 cm‐3 e 96% inferiores a 0,03 cm3 cm‐3. Os valores observados dos pares θ‐s (8732
medições) foram estatisticamente equivalentes aos pares estimados pelo modelo de VG, com p‐value
=0,71 pelo teste paramétrico t‐test para amostras pareadas (p‐value varia de 0 a 1; quanto maior seu valor
maior similaridade entre os pares de θ observados e estimados). As magnitudes de RMSErs para todos os
intervalos de 3 a 15000 cm foram baixas, na ordem de 0,01 cm3 cm‐3, sendo os erros médios também
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
areia areiafranca
francoarenoso
franca francoargilo
arenosa
francoargilosa
argilasiltosa
argilaarenosa
argila
GROSSEIRA MÉDIA FINA
θr (cm
3cm
‐3)
HYBRAS
Hodnett e Tomasella (2002)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
areia areiafranca
francoarenoso
franca francoargilo
arenosa
francoargilosa
argilasiltosa
argilaarenosa
argila
GROSSEIRA MÉDIA FINA
θs (cm
3cm
‐3)
HYBRAS
Hodnett e Tomasella (2002)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
areia areiafranca
francoarenoso
franca francoargilo
arenosa
francoargilosa
argilasiltosa
argilaarenosa
argila
GROSSEIRA MÉDIA FINA
α(cm
‐1)
HYBRAS
Hodnett e Tomasella (2002)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
areia areiafranca
francoarenoso
franca francoargilo
arenosa
francoargilosa
argilasiltosa
argilaarenosa
argila
GROSSEIRA MÉDIA FINA
θs (cm
3cm
‐3)
HYBRAS
Hodnett e Tomasella (2002)
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pequenos (Tabela 4). Na faixa próxima à saturação, com sucção entre 1 a 3 cm, foi registrado o pior
desempenho preditor (estatísticas definidas nesse intervalo de sucção devem ser vistas com cautela devido
à baixa resolução de dados ‐ Tabela 4). Os valores de RMSEs médios não apresentaram variação significativa
entre as classes texturais, oscilando em média de 0,012 cm3 cm‐3.
Tabela 4: RMSErs e MErs para os dados de retenção de água em diferentes faixas de sucção.
s (cm) Número de medições RMSErs (cm3cm‐3) MErs
(x10‐2cm3cm‐3)
Saturação 1063 0,0106 0,0189
1‐3 56 0,0304 ‐1,7986
3‐10 116 0,0125 0,3353
10‐30 551 0,0109 ‐0,0145
30‐100 1522 0,0095 0,0741
100‐320 1256 0,0084 0,2110
320‐1000 1197 0,0100 ‐0,4004
1000‐3200 1328 0,0110 ‐0,2504
3200‐10000 549 0,0112 0,3054
10000‐15000 1094 0,0087 0,3216
Em geral, os pontos de medição de retenção de água das amostras do HYBRAS se mostraram visualmente
“bem aderentes” às curvas ajustadas de VG quando os valores de RMSEs das amostras foram menores que
0,03 cm3 cm‐3 (96% das amostras) (Figura 6). Nos outros casos (RMSEs>0,03 cm3 cm‐3) alguns solos
apresentaram tendência de bimodalidade e o modelo de VG foi menos efetivo (Figura 6c).
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18
a) RMSEs~0.01 cm3 cm‐3
b) RMSEs~0.03 cm3 cm‐3
c) RMSEs~0.050 cm3 cm‐3
Figura 6: Curvas de retenção de água ajustadas pelo modelo de VG para alguns solos do HYBRAS, com os valores da raiz quadrática do erro quadrático médio da amostra (RMSEs).
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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A base de dados HYBRAS 1.0 é representativa de uma variedade de solos brasileiros de ambiente tropical.
O banco de dados é também baseado em métodos de análise de propriedades do solo bem definidos e
consistentes, contendo quantidade significativa de informações hidrofísicas em solos de regiões tropicais
intemperizados, que correspondem aos pedoambientes mais comuns no Brasil. Os dados de retenção
hídrica do HYBRAS foram determinados em laboratório e em amostras indeformadas. Boa resolução de
dados de retenção hídrica foi obtida e disponibilizada em larga faixa de sucção (de 3 cm até 15000 cm),
estando esses dados associados aos usuais atributos básicos de solo. A estrutura do HYBRAS apresenta
tabelas interconectadas, cujas informações de interesse são facilmente acessadas por meio de tabelas de
consultas padrão.
A equação de van Genuchten mostrou‐se adequada para descrição dos dados de retenção hídrica no
HYBRAS, em especial na faixa de sucção de 3‐15000 cm, com RMSE global de 0,0107 cm3cm‐3 e sem
tendenciosidade marcante ao longo das faixas de sucção. Todos esses fatores criam boas perspectivas para
o desenvolvimento de PTFs de retenção de água com elevada acurácia, visando obter uma cobertura de
dados hidrofísicos em várias escalas e aplicações, sobretudo em estudos de modelagem de escoamentos
hidráulicos. Recomenda‐se, entretanto, uma análise de dados do HYBRAS mais refinada para o
desenvolvimento dessas PTFs em solos brasileiros, incluindo a condutividade hidráulica não saturada.
Dados de Ks (425 amostras) tiveram menor representatividade no HYBRAS que os dados de retenção de
água, mas ainda assim cobriram, na medida do possível, uma larga faixa de valores, fato que pode favorecer
o desenvolvimento de PTFs para essa variável.
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DE FUNÇÕES DE PEDOTRANSFERÊNCIAS DE PROPRIEDADES HIDRÁULICAS VERSÃO 1.0
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ÍNDICE DAS FIGURAS Figura 1: Relacionamento das tabelas do HYBRAS. ns indica o número de amostras; n, os diferentes
métodos de determinação da variável indicada; nth, o número de pares de dados θ‐s, onde θ é o
conteúdo de água volumétrico e s, a sucção ................................................................................................... 4
Figura 2: Distribuição dos locais de amostragem do HYBRAS com dados selecionados de retenção de água
no Brasil (1075 amostras). ................................................................................................................................ 9
Figura 3: A) Distribuição das amostras de solo do HYBRAS (1075 amostras) no triângulo textural com
distinção para os Ferralsols, Acrisols e Nitisols e B) percentual do número total de amostras do HYBRAS
nas diferentes classes texturais. ..................................................................................................................... 10
Figura 4: Distribuição das propriedades físico‐hídricas dos solos do HYBRAS. A linha interna no retângulo
representado no box‐plot indica o valor mediano, e seus extremos, os quartis de 25 e 75%. As barras
extremas indicam os whiskers. Além desses limites estão os outilers, representados, na figura, por pontos;
†As percentagens de carbono orgânico foram conver das para de matéria orgânica pelo uso
do fator mul plica vo 1,724 (Embrapa, 2011) para 161 amostras; ‡ Seis amostras não representadas
contêm valores de Ks=0 cm d‐1; § Conteúdo de água na saturação ou porosidade total quando o primeiro
estava indisponível (289 amostras); ns ‐ número de amostras. .................................................................... 12
Figura 5: Média dos valores dos parâmetros da equação de van Genuchten para os solos do HYBRAS
(1063 amostras) e para o banco de dados de solos de clima tropical compilado em Hodnett
e Tomasella (2002), nas diferentes classes texturais e nos grupos de solos de textura fina, média
e grosseira, segundo Cassel et al. (1983). ...................................................................................................... 16
Figura 6: Curvas de retenção de água ajustadas pelo modelo de VG para alguns solos do HYBRAS,
com os valores da raiz quadrática do erro quadrático médio da amostra (RMSEs). .................................... 18
ÍNDICE DAS TABELAS Tabela 1: Relação das fontes bibliográficas dos solos do HYBRAS .................................................................. 7
Tabela 2: Métodos predominantes de determinação das propriedades de solo
do HYBRAS. Os limites das frações granulométricas são os do USDA (USDA, 1987) .................................... 11
Tabela 3: Valores médios dos dados hidrofísicos do HYBRAS para várias classes texturais
e grupos de solos segundo o WRB (WRB, 2015) ............................................................................................ 13
Tabela 4: RMSErs e MErs para os dados de retenção de água em diferentes faixas
de sucção. ....................................................................................................................................................... 17
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ABREVIATURAS CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ESALQ – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz”
EU‐HYDI – EUropean HYdropedological Data Inventory
HYBRAS – HYdrophysical database for BRAzilian Soils
HYPRES – HYdraulic PRoperties of European Soils
LUCAS – Land Use/Cover Area Frame Survey
ME – Mean error
PTF – função de pedotransferência
RMSE – Root mean square error
UNSODA – Unsaturated Soil Hydraulic Database
USDA – United States Department of Agriculture
VG – Van Genuchten
WRB – World Reference Base for Soil Resources