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Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Relatório de Estágio Farmácia Hospitalar
Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, orientado pela Doutora Marília João Rocha e apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Setembro 2016
Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar
Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, orientado pela Doutora Marília João Rocha e apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Setembro 2016
A Orientadora
______________________________________________
(Doutora Marília João Rocha)
A Estagiária
_______________________________________________
(Isabel Cristina Eiras Cordeiro)
Eu, Isabel Cristina Eiras Cordeiro, estudante do Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas, com o nº 2011147006, declaro assumir toda a responsabilidade pelo
conteúdo do Relatório de Estágio apresentado à Faculdade de Farmácia da Universidade de
Coimbra, no âmbito da unidade de Estágio Curricular.
Mais declaro que este é um trabalho original e que toda e qualquer afirmação ou
expressão, por mim utilizada, está referenciada na Bibliografia deste Relatório de Estágio,
segundo os critérios bibliográficos legalmente estabelecidos, salvaguardando sempre os
Direitos de Autor, à exceção das minhas opiniões pessoais.
Coimbra, 2 de setembro de 2016.
____________________________
(Isabel Cristina Eiras Cordeiro)
AGRADECIMENTOS
“São memórias de um tempo que vai terminar,
Chega ao fim o momento de um último olhar”
In Balada do Amanhecer
Chegando ao fim mais uma etapa do meu percurso académico quero agradecer a
todos os que me acompanharam e apoiaram neste estágio em Farmácia Hospitalar.
Começo por agradecer à Doutora Marília João Rocha, orientadora do estágio, que
fez de tudo para que este estágio se tornasse numa experiência de enriquecimento pessoal e
profissional, manifestando, em todos os momentos, disponibilidade e interesse. Muito
obrigada por todo o apoio e atenção que sempre demonstrou.
À Dra. Marisa Caetano, muito obrigada por toda a disponibilidade, por me ter
acompanhado de forma tão atenta e preocupada ao longo de todo o estágio. Quero
agradecer por tudo o que me ensinou, quer no setor da Distribuição quer a nível dos
Cuidados Farmacêuticos.
À Dra. Clara Sequeira por ter orientado o meu estágio no setor da Distribuição e
pela disponibilidade e interesse demonstrado para esclarecer as minhas dúvidas. Muito
obrigada também à Dra. Ana Paula Dinis e à Dra. Ana Luísa Vital pelos conhecimentos que
me transmitiram e pelo reconhecimento do meu esforço e trabalho.
A toda a equipa dos Ensaios Clínicos, muito obrigada por me terem ensinado tanto
sobre esta área.
Quero agradecer também à Dra. Adelaide Abreu pelo esforço que fez para
despender um pouco do seu tempo e me ensinar tanto sobre o setor de Gestão e
Aprovisionamento. Obrigada também às Técnicas Paula Antunes e Paula Costa por me
terem apoiado tanto e me terem ensinado mais do que era da sua responsabilidade.
A todos os farmacêuticos, técnicos, assistentes e auxiliares com que contactei
obrigada pelo apoio que me deram e simpatia com que me receberam.
Aos meus colegas estagiários Ana Salgueira, Francisca Bastos, Jessica Pereira, Mariana
Laranjeiro, Mariana Parreira e Nuno Jesus pela cumplicidade, troca de experiências e
conhecimentos.
ÍNDICE
LISTA DE ACRÓNIMOS .......................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 8
SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE
COIMBRA .................................................................................................................................................... 9
ANÁLISE SWOT ...................................................................................................................................... 13
1. Pontos Fortes ....................................................................................................................................... 14
1.1. Hospital Central e Universitário ........................................................................................... 14
1.2. Integrar o setor de Gestão e Aprovisionamento, Distribuição, Ensaios Clínicos e
SiMed ........................................................................................................................................... 14
1.3. Integrar uma equipa de saúde multidisciplinar ................................................................... 19
1.4. Consolidar conhecimentos adquiridos no MICF ............................................................... 19
1.5. Participar em Formações e Reuniões técnico-científicas semanais ............................... 20
2. Pontos Fracos ....................................................................................................................................... 21
2.1. Curta duração do estágio ....................................................................................................... 21
2.2. Não integrar todos os setores .............................................................................................. 21
2.3. O tempo de permanência em cada setor não ser ajustado em função das actividades
que podemos desenvolver ...................................................................................................... 21
2.4. Estágio mais observacional que prático ............................................................................... 22
2.5. Não trabalhar autonomamente com o Sistema de Gestão Integrada no Circuito do
Medicamento (SGICM) ............................................................................................................ 22
2.6. Não ter a possibilidade de atender doentes em ambulatório/ sujeitos de ensaios
clínicos ......................................................................................................................................... 22
2.7. Competências do farmacêutico hospitalar subaproveitadas ........................................... 22
2.8. O Plano Curricular do MICF não se encontra estruturado para conferir bases
teóricas sólidas em Farmácia Hospitalar ............................................................................. 23
3. Oportunidades ..................................................................................................................................... 24
3.1. Duração superior do Estágio Curricular ............................................................................. 24
3.2. Gestão equilibrada do tempo em cada setor ..................................................................... 24
3.3. Criação de um utilizador no SGICM para os estagiários ................................................ 24
3.4. Inserção do farmacêutico numa equipa clínica ................................................................... 24
4. Ameaças ................................................................................................................................................. 25
4.1. Alunos de outros países apresentam conhecimento mais alargado em Farmácia
Hospitalar ................................................................................................................................... 25
4.2. Técnicos de Farmácia, Estagiários de Farmácia e Auxiliares ........................................... 25
4.3. Mobilidade de farmacêuticos entre os diferentes polos do CHUC .............................. 25
4.4. Baixa percentagem de emprego em FH .............................................................................. 25
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 26
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 27
ANEXOS .................................................................................................................................................... 29
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
7 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
LISTA DE ACRÓNIMOS
APFH – Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares
AUE – Autorização de Utilização Especial
CA – Conselho de Administração
CEIC – Comissão de Ética para Ensaios Clínicos
CFT – Comissão de Farmácia e Terapêutica
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
CHUC-EPE – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Entidade Pública Empresarial
DIDDU – Distribuição individual diária em dose unitária
EC – Ensaios Clínicos
FH – Farmácia Hospitalar
FFUC – Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
FHNM – Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento
MICF – Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas
SC – Serviços Clínicos
SF – Serviços Farmacêuticos
HUC – Hospitais da Universidade de Coimbra
INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
SiMed – Serviço de Informação de Medicamentos
SGICM – Sistema de Gestão Integrada no Circuito do Medicamento
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
8 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
INTRODUÇÃO
O presente relatório surge no âmbito do estágio curricular em Farmácia Hospitalar,
incluído no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF) da Faculdade de Farmácia
da Universidade de Coimbra (FFUC). O estágio teve a duração de 270 horas e foi realizado
no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), sob orientação da Doutora
Marília João Rocha.
O estágio curricular é uma etapa essencial no ciclo de estudos de um aluno do MICF,
pois proporciona o primeiro contacto com a realidade profissional.
Farmácia Hospitalar (FH) é uma importante área de atuação do farmacêutico. Este é o
especialista do medicamento, sendo responsável por assegurar a sua gestão, distribuição,
qualidade, eficácia e segurança. Este estágio permitiu-me conhecer melhor esta realidade,
possibilitando a iniciação à prática farmacêutica hospitalar e, consequentemente, consolidar
conhecimentos teóricos adquiridos nos últimos anos. É uma área que sempre me suscitou
interesse e que considero importante como complemento à minha formação académica.
Ao longo do estágio contactei com os diferentes setores dos Serviços Farmacêuticos
(SF) do CHUC, no entanto, apenas estive integrada no setor de Gestão e Aprovisionamento,
Serviço de Informação do Medicamento (SiMed), Distribuição e Ensaios Clínicos (EC).
Neste relatório pretendo indicar as atividades desenvolvidas no âmbito da FH,
abordando de forma mais detalhada as áreas em que participei ativamente, reflectindo os
conhecimentos que adquiri e as competências que desenvolvi. Utilizando uma análise SWOT
(Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) descreverei as forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades com que me deparei durante a realização do estágio curricular no CHUC,
bem como a importância deste na formação profissional e pessoal.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO CENTRO HOSPITALAR E
UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Entidade Pública Empresarial
(CHUC, EPE) é o maior pólo de cuidados de saúde da zona centro do país. O CHUC é
constituído pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Hospital Pediátrico,
Hospital Geral, Hospital Sobral Cid e Maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto. É um
Hospital Central com múltiplas valências, grandes dimensões e funciona 24 horas por dia e 7
dias por semana.(1)
O objetivo principal do CHUC é prestar aos seus doentes os melhores cuidados de
saúde, mantendo sempre presente uma vertente formativa, de ensino e de investigação,
tendo assim a designação de Hospital Universitário e sendo considerado uma referência
neste setor.(2)
Assim, é imprescindível a existência de serviços farmacêuticos hospitalares
organizados, para assegurar a terapêutica medicamentosa dos doentes, a sua qualidade,
eficácia e segurança. Também pela sua natureza técnica, administrativa, assistencial,
económica e científica, torna-se indispensável a existência de Serviços Farmacêuticos nos
CHUC, pois este necessita de dispor meios terapêuticos para as diferentes patologias e da
possibilidade de preparação de produtos especiais; exige a disponibilidade imediata de
medicamentos de forma a assegurar a terapêutica; obtenção de medicamentos nas melhores
condições económicas e uma gestão correcta de stock; contribuir na investigação,
informação, actividade docente e de formação.
Os SF são departamentos com autonomia técnica e científica que, para além de
assegurarem uma adequada terapêutica medicamentosa aos doentes, asseguram também a
qualidade, eficácia e segurança do uso dos medicamentos.(3) São dirigidos por um
farmacêutico nomeado pelo Conselho de Administração (CA), neste caso o Dr. José
António Lopes Feio, uma Equipa de Farmacêuticos Hospitalares, Técnicos de Diagnóstico e
Terapêutica, Assistentes Operacionais e Administrativos.
Os vários setores dos SF encontram-se distribuídos pelas instalações dos HUC bem
como dos outros Pólos Hospitalares que fazem parte do CHUC. No polo HUC (único polo
onde estive durante o meu estágio), os SF encontram-se situados no piso -2 do edifício
central, com exceção de áreas avançadas como a Radiofarmácia, que se encontra no serviço
de medicina nuclear (piso -1), o Ambulatório (piso -1) e a Unidade de Preparação de
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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Citotóxicos e respetivo ambulatório no Edifício de S. Jerónimo - Hospital de Dia de
Oncologia, devido à necessidade de proximidade com os doentes aos quais cada unidade
presta serviços.
Segundo o Decreto-Lei 44 204 de 2 de fevereiro de 1962(3), farmácia hospitalar
define-se como sendo “o conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em organismos
hospitalares ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que
pertencem a esses organismos e serviços e promover a ação de investigação científica e de
ensino que lhes couber”.
Desta forma, são funções dos SF:
Assegurar o cumprimento das boas práticas em farmácia hospitalar;
Garantir a produção de medicamentos e de outros produtos farmacêuticos;
Participar na seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e
dispositivos médicos;
Assegurar a gestão de stocks, o armazenamento e a distribuição de medicamentos
a todos os serviços do hospital;
Assegurar a distribuição de medicamentos a doentes em regime de ambulatório,
promovendo a adesão dos doentes à terapêutica instituída e a respetiva faturação;
Desempenhar funções de farmácia clínica, farmacocinética, farmacovigilância e
análise farmacoeconómica;
Participar em comissões técnicas;
Participar na elaboração de protocolos terapêuticos;
Participar em ensaios clínicos;
Contribuir para ações de informação na área do medicamento;
Desenvolver ações de formação e ensino;
Desenvolver processos de melhoria da qualidade no circuito do medicamento.(3)
Assim, os SF do CHUC, encontram-se divididos por setores:
Gestão e Aprovisionamento de Medicamentos
Este setor é considerado a base do circuito do medicamento, pois é responsável
pelos processos de selecção e aquisição de medicamentos, dispositivos médicos e outros
produtos de saúde, bem como pela gestão de stocks, recepção de encomendas e respectivo
armazenamento. Tem a função de garantir que os medicamentos necessários ao tratamento
dos doentes, internados ou em regime de ambulatório, estão disponíveis para serem
utilizados, são seguros, eficazes e de qualidade.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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Serviço de Informação de Medicamentos (SiMed)
Tem como principais funções pesquisar, compilar, tratar informação científica sobre
os produtos e transmite-la a outros profissionais de saúde, bem como responder a dúvidas
que surgem; apoiar as decisões da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) como suporte
de informação; apoiar o Setor da Gestão e Aprovisionamento, intervindo nos processos de
aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e também dispositivos médicos, que
requerem condições especiais, informação adicional, que necessitam de Autorização de
Utilização Especial (AUE), ou de Avaliação Económica.
Distribuição de Medicamentos
É um setor fundamental no circuito do medicamento, pois garante a validação da
prescrição e que o medicamento correto chegue com qualidade, à hora certa e ao doente
certo, fazendo cumprir o plano terapêutico. A distribuição permite, através de metodologias
e circuitos próprios, assegurar uma utilização segura e eficaz do medicamento, quer para o
regime de internamento, quer para o regime de ambulatório. Existe um circuito de
distribuição devidamente organizado e vários tipos de distribuição estão presentes no
CHUC: Distribuição individual diária em dose unitária (DIDDU), Reposição semanal de stock
nivelado, Sistema de distribuição nominal para medicamentos sujeitos a legislação especial,
como é o caso dos estupefacientes e psicotrópicos e dos hemoderivados e a distribuição
destinada a doentes em regime de ambulatório.
Farmacotecnia
Integra a Unidade de preparação de medicamentos não estéreis, a Unidade de
preparação de misturas intravenosas, a Unidade de Preparação de Citotóxicos e a Unidade
de Radiofarmácia. É o sector dos SF onde é efetuada a preparação de formulações de
medicamentos necessários ao hospital e que não se encontram disponíveis no mercado. Tem
como objetivo responder às necessidades específicas dos doentes mantendo a eficácia,
segurança e qualidade que deve caracterizar qualquer medicamento e também promover
uma gestão mais racional dos recursos.
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Cuidados Farmacêuticos
Este setor envolve uma grande diversidade de tarefas incluídas na prática da Farmácia
Clínica com o objectivo de melhorar a qualidade dos tratamentos farmacológicos. Envolve a
monitorização farmacoterapêutica com base na farmacocinética e monitorização de diversos
fármacos (essencialmente, doseamento de antibióticos, conversão de medicamentos
administrados por via IV para oral e monitorização da terapêutica em doentes com insuficiência
renal), a realização de visitas clínicas, a validação da prescrição, deteção de problemas
relacionados com a medicação e a reconciliação terapêutica.
Ensaios Clínicos
Este setor é responsável por coordenar e apoiar todos os ensaios clínicos do CHUC.
De acordo com a Lei n.º 46/2004, de 19 de Agosto(4), um ensaio clínico é definido como
"qualquer investigação conduzida no ser humano, destinada a descobrir ou verificar os
efeitos clínicos, farmacológicos ou os outros efeitos farmacodinâmicos de um ou mais
medicamentos experimentais, ou identificar os efeitos indesejáveis de um ou mais
medicamentos experimentais, ou a analisar a absorção, a distribuição, o metabolismo e a
eliminação de um ou mais medicamentos experimentais, a fim de apurar a respectiva
segurança ou eficácia". Assim, o setor dos EC é responsável pela gestão e controlo de todo
o circuito dos medicamentos experimentais e dispositivos utilizados para a sua administração
bem como os demais medicamentos já autorizados eventualmente necessários ou
complementares à realização dos ensaios. Este setor é também responsável por prestar
informação ao sujeito de ensaio, promovendo a utilização correta e segura da medicação e
uma boa adesão ao protocolo em estudo.
Auditoria
Este setor tem como função realizar auditorias internas para verificar e avaliar a
actividade exercida pelos diferentes setores dos SF, com o intuito de minimizar as
probabilidades erros, ou práticas ineficazes e assegurar o cumprimento de normas e
processos.
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Análise SWOT
ANÁLISE SWOT
A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threat) é uma ferramenta de
análise que identifica quer fatores internos como as forças e fraquezas, quer fatores externos
como oportunidades e ameaças de uma determinada organização.
Transpondo para o estágio em farmácia hospitalar no CHUC, a análise SWOT que
realizei tem como objetivo apontar os pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Ameaças que
surgiram no decorrer do meu estágio, fazendo uma avaliação da transição do conhecimento
teórico para o domínio da prática profissional e da adequação do plano curricular do MICF
da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra às perspetivas profissionais futuras.
Assim, na tabela seguinte, encontra-se um resumo dos aspetos que considero
relevantes em cada uma das categorias mencionadas, que vou explicar e justificar
posteriormente.
Curta duração do estágio;
Não integrar todos os setores;
Estágio mais observacional que prático;
Não trabalhar autonomamente com o SGICM;
Não ter a possibilidade de atender doentes em
ambulatório / sujeitos de ensaios clínicos;
Competências do farmacêutico hospitalar
subaproveitadas;
O Plano Curricular do MICF não se encontra
estruturado para conferir bases teóricas sólidas
em Farmácia Hospitalar.
Fraquezas
Alunos de outros países apresentam
conhecimento mais alargado em Farmácia
Hospitalar;
Técnicos de Farmácia, Estagiários de Farmácia
e Auxiliares;
Mobilidade de farmacêuticos entre os
diferentes polos do CHUC;
Baixa percentagem de emprego em FH.
Duração superior do Estágio Curricular;
Gestão equilibrada do tempo em cada sector;
Criação de um utilizador no SGIM para os
estagiários;
Inserção do farmacêutico numa equipa clínica.
Ameaças Oportunidades
Forças Hospital Central e Universitário;
Integrar o setor de Gestão e Aprovisionamento,
Distribuição, Ensaios Clínicos e SiMed;
Integrar uma equipa de saúde multidisciplinar;
Integrar conceitos aprendidos ao longo do curso;
Participar em Formações e Reuniões técnico-
científicas.
Quadro Resumo 1| Análise SWOT
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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1. Pontos Fortes
1.1. Hospital Central e Universitário
Estagiar num hospital com as dimensões, valências e caráter universitário do CHUC
permitiu-me adquirir um conhecimento alargado da realidade da Farmácia Hospitalar.
Este estágio deu-me a possibilidade de conhecer, na prática, o funcionamento geral
dos SF e acompanhar o circuito do medicamento em meio hospitalar.
1.2. Integrar o setor de Gestão e Aprovisionamento, Distribuição, Ensaios
Clínicos e SiMed
Durante o período de estágio tive a possibilidade de integrar estes 4 setores.
Considero que o setor de Gestão e Aprovisionamento e o setor da Distribuição são
fundamentais para compreender todo o circuito do medicamento no CHUC, assim como, a
passagem pelo setor dos Ensaios Clínicos permitiu-me perceber o circuito do medicamento
experimental e esta diferente área de atuação do farmacêutico. O período de tempo que
estive no SiMed, apesar de reduzido, possibilitou-me perceber o seu papel fundamental de
apoio a outros setores e à CFT, participando na preparação de informação sobre pedidos de
introdução de novos medicamentos na adenda ao Formulário Hospitalar Nacional do
Medicamento (FHNM) [Anexo 1].
Integrar estes setores deu-me a oportunidade de adquirir / consolidar conhecimentos
sobre:
1.2.1. Processos de selecção e aquisição de produtos farmacêuticos no
CHUC e sua gestão económica e de existências;
Para a seleção de produtos farmacêuticos é necessário uma avaliação prévia da
relação custo/benefício, eficácia/segurança, qualidade e quantidade. Os medicamentos devem,
ainda, constar no FHNM ou na adenda ao formulário elaborada pela CFT.
Figura. 1 | Circuito do Medicamento em meio hospitalar.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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Para a escolha dos produtos, acede-se ao Catálogo de Aprovisionamento Público de
Saúde (on-line), no portal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Pelo motivo de o CHUC pertencer ao Sistema Nacional de Saúde, as aquisições
regem-se pelo Código dos Contratos Públicos, presente no Decreto-Lei nº 18/2008 de 29
Janeiro.
A aquisição inicia-se com a elaboração de previsões, com base no consumo do ano
anterior. Segue-se da escolha do tipo de procedimento de compra: concursos públicos,
ajuste direto e importação. As propostas são analisadas segundo os critérios de adjudicação:
preço mais baixo para medicamentos e proposta economicamente mais vantajosa para
dispositivos médicos e outros produtos para a saúde, e elabora-se o contrato.
Posteriormente, sempre que necessário realiza-se a nota de encomenda.
A gestão de stocks baseia-se em métodos de reaprovisionamento que minimizem os
custos, como a Análise ABC, que divide os produtos em classes segundo o valor financeiro
que representam com o objectivo de adequar o tempo de reposição de stock.
O Sistema de Gestão Integrada no Circuito do Medicamento (SGICM) é o sistema
informático utilizado no CHUC por todos os profissionais. Possibilita um ajuste das
existências, em tempo real, permitindo a geração do pedido de reposição de stock
automaticamente sempre que as quantidades sejam inferiores ao ponto de encomenda.
1.2.2. Medicamentos de AUE
Quando um medicamento não apresenta Autorização de Introdução no Mercado (AIM)
em Portugal, ou quando não está a ser efectivamente comercializado, exige um pedido de
AUE [Anexo 2], concedido pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde,
I.P. (INFARMED), para poder ser adquirido pelo hospital. Esta autorização só é concedida se
não existirem em Portugal medicamentos idênticos e forem considerados imprescindíveis e
sem alternativa terapêutica. O pedido de AUE é apresentado ao INFARMED pelo director
clinico ou pelos SF, sob proposta fundamentada do director do serviço e o parecer da
CFT.(5) Quando o medicamento não está incluído no FHNM, o pedido deverá ainda incluir a
justificação clinica [Anexo 2].
Figura. 2|Etapas da aquisição de medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos farmacêuticos através
de concurso público
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1.2.3. Diferentes tipos de distribuição existente no CHUC
Distribuição Tradicional: baseia-se na reposição semanal de stock nivelado, em
que os stocks máximo e mínimo são previamente definidos entre os serviços clínicos (SC) e
os SF, baseado nas necessidades e consumos habituais. Este tipo de distribuição é mais
importante nos serviços onde a urgência e a variabilidade dos tratamentos impossibilita a
implementação DIDDU.
DIDDU: consiste no fornecimento dos medicamentos em dose unitária, prescrita
para um doente específico, para um período de 24 horas. Os medicamentos são organizados
em gavetas identificadas com serviço, cama, nome do doente e processo. A dispensa de
medicamentos por DIDDU carece de validação da prescrição por parte do farmacêutico,
permitindo assim o acompanhamento farmacoterapêutico do doente e a diminuição de
erros. A utilização de sistemas semiautomáticos [Anexo 3], como o Kardex® e a Fast
Dispensing System® (FDS) torna-se uma grande vantagem para os SF, visto que permite uma
maior rapidez e segurança na preparação da DIDDU.
Distribuição Especial: medicamentos sujeitos a legislação especial, como é o caso
dos estupefacientes e psicotrópicos e hemoderivados, pelas suas características exigem um
maior controlo de todo o circuito, apresentando sistemas específicos de distribuição, que
têm por base garantir a sua rastreabilidade. Também os medicamentos extra-formulário
exigem procedimentos diferentes.
Estupefacientes e Psicotrópicos:
Como estas substâncias podem estar associadas a atos ilícitos, todo o circuito é
legislado pelo “Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos”,
presente no Decreto-lei nº 15/93, de 22 de Janeiro, e a sua aquisição, armazenamento,
gestão e dispensa é da exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos.
A requisição destes produtos é efetuada utilizando um modelo especial, aprovado
pelo INFARMED - Modelo n.º 1509 – Anexo X, da Imprensa Nacional – Casa da Moeda(6)
[Anexo 4]. Cada requisição é efetuada em duplicado, sendo que o duplicado pertence ao
serviço requisitante e o original é arquivado nos SF. No CHUC existe o mesmo modelo já
informaticamente.
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A distribuição é feita por reposição de stocks após registo de administração ao
doente, ou cedido diariamente em função da prescrição, através de um sistema de
distribuição nominal.
Hemoderivados:
Os medicamentos derivados do sangue ou do plasma humano, são sujeitos a
legislação especial devido à sua natureza biológica e risco de transmissão de doenças
infecciosas.
A distribuição de medicamentos hemoderivados é regulada pelo Despacho Conjunto
nº 1051/2000 de 14 de Setembro, que obriga a que todos os atos de requisição, distribuição e
administração sejam registados no modelo próprio - Modelo nº 1804 [Anexo 5].(7) Este
modelo é constituído por duas vias, uma via farmácia, que é arquivada nos SF e uma via
serviço, que é arquivada no processo clínico do doente. A via farmácia possui três quadros
(A, B e C) em que os dois primeiros são preenchidos pelo médico e são referentes à
identificação do doente, do medicamento e da justificação clínica, enquanto que o quadro C
é referente ao registo de distribuição, sendo preenchido pelo farmacêutico e onde consta o
nome do hemoderivado, a quantidade, o lote, o laboratório, o número de certificado de
Autorização de Utilização de Lote emitido pelo INFARMED e o nº de registo de
distribuição. A via serviço possui um quadro adicional (quadro D), que é referente ao registo
de administração e é preenchido pelo enfermeiro.
Medicamentos Extra-formulário: Sujeitos a justificação clinica
O FHNM é um formulário que contém os medicamentos necessários a uma
terapêutica adequada, de um modo geral, a todas situações hospitalares. Apesar da
obrigatoriedade, não é exclusiva a utilização do formulário. Cada hospital pode incluir
medicamentos que não constem do FHNM, através da criação de uma adenda ao formulário.
Assim, sendo necessário o uso de um medicamento extra-formulário é obrigatória a
justificação do pedido através do preenchimento do formulário de Justificação Clínica
[Anexo 6]. Esse pedido deverá ser enviado aos SF que o analisam de forma a poder validá-lo.
Posteriormente é efetuada a submissão do mesmo à CFT e à direção clínica.
Distribuição a doentes em regime de ambulatório: surge devido à necessidade
de vigilância e controlo de determinadas patologias crónicas, pela potencial carga tóxica dos
fármacos utilizados no seu tratamento, por apresentarem janelas terapêuticas estreitas e
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
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exigirem uma monitorização frequente, pela particular importância da adesão à terapêutica e
também, muitas vezes, pelo seu elevado valor económico.(8)
Os medicamentos cedidos para patologias especiais [Anexo 7], ou seja, patologias
cuja medicação é cedida exclusivamente em FH encontram-se tabelados no site do
INFARMED, divididos por patologia e respetivo despacho, portaria ou circular normativa e
são de cedência gratuita para o doente.(9)
Há ainda situações não previstas na lei mas que têm autorização por medicamento ou
por doente (nominal) por parte do CA do hospital, para a sua cedência em regime de
ambulatório.
A distribuição em regime ambulatório tem apoio do Consis® [Anexo 3] para
armazenamento e dispensa.
Alguns registos do período em que estive neste setor encontram-se no anexo 8.
1.2.4. Medicamentos de alto risco/ medicamentos de alerta máximo
São medicamentos que possuem um risco aumentado de provocar dano significativo
ao doente em consequência de falhas no seu processo de utilização e por apresentarem
margem terapêutica estreita ou potenciais efeitos adversos graves.(10)
Embora os erros que possam ocorrer com estes medicamentos não sejam os mais
frequentes, as suas consequências tendem a ser mais graves, exigindo maior segurança na sua
utilização.
Durante o estágio analisei a norma nº 14/2015 da Direção Geral de Saúde sobre
Medicamentos de alerta máximo e elaborei uma lista adaptada às existências do CHUC.
1.2.5. Percurso dos ensaios clínicos
O medicamento de ensaio clínico deve ter um circuito próprio que garanta a sua
utilização correcta e segura, devendo obedecer aos princípios básicos de responsabilidade,
rastreabilidade e transparência. Por esta razão foi criado nos SF o setor de Ensaios Clínicos
com estruturas próprias de acesso reservado apenas a pessoas autorizadas e procedimentos
específicos, assim como um Sistema Integrado de Gestão para Ensaios Clínicos – SIGEC,
onde é feita toda a gestão do circuito experimental.
Nos ensaios clínicos estão envolvidos diversos intervenientes: as autoridades
reguladoras, as comissões de ética, a entidade patrocinadora (promotor), o centro de
investigação, o monitor do projeto, o investigador, o enfermeiro, o farmacêutico e o sujeito
de ensaio.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
19 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
O percurso de um ensaio clínico [Anexo 9] inicia-se com a selecção do centro de
ensaio e após autorização do INFARMED, da Comissão de Ética para Ensaios Clínicos
(CEIC), da Comissão Nacional de Proteção de Dados e do CA. Segue-se da visita de início,
onde é apresentado o protocolo do ensaio e posterior abertura do EC. Após o início do
ensaio clínico, o farmacêutico é responsável pelo cumprimento do protocolo, receção,
armazenamento e dispensa de todos os medicamentos e dispositivos envolvidos no ensaio,
assim como pela realização da consulta farmacêutica. No final do ensaio, o farmacêutico tem
a responsabilidade de devolver ao promotor ou incinerar todo o material utilizado.
Segundo a Lei nº73/2015, de 27 de julho, “Lei da Investigação clínica”(11), após
terminar o ensaio, o promotor deve disponibilizar os medicamentos experimentais ao
sujeito de ensaio gratuitamente até introdução desse no mercado, quando não existirem
alternativas terapêuticas de eficácia e segurança equiparáveis – Uso Compassivo.
Durante o período que estive neste setor contactei com diversos ensaios e as tarefas
realizadas estão resumidas no anexo 10.
1.3. Integrar uma equipa de saúde multidisciplinar
Em alguns serviços do CHUC, o farmacêutico integra uma equipa multidisciplinar,
constituída por médicos, farmacêuticos, enfermeiros e assistentes sociais e realiza a visita
médica aos doentes aí internados. Estas visitas permitem que todos os profissionais fiquem a
conhecer a história clínica, o diagnóstico e a evolução dos doentes com o objetivo de trocar
informações de forma a melhorar o tratamento dos doentes. Durante o meu estágio
participei em visitas médicas à Unidade de Queimados e ao serviço de Cirurgia Vascular,
onde reconheci a importância da existência de um farmacêutico nestas visitas.
1.4. Consolidar conhecimentos adquiridos no MICF
Com a realização deste estágio, consolidei a matéria lecionada ao longo do curso,
podendo aplicar, na prática, os conhecimentos anteriormente adquiridos e aumentar o
conhecimento em algumas áreas.
Este estágio permitiu-me consolidar conhecimentos adquiridos em Farmacologia,
Biofarmácia e Farmacocinética, Bioquímica Clínica e conhecer a realidade da Farmácia
Hospitalar e Farmácia Clínica. A unidade curricular de Deontologia e Legislação
Farmacêutica foi útil para conseguir perceber a legislação correspondente a cada setor, assim
como a unidade curricular de Assuntos Regulamentares do Medicamento.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
20 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
1.5. Participar em Formações e Reuniões técnico-científicas semanais
Nos CHUC, todas as semanas se realiza uma reunião técnico-científica onde
farmacêuticos apresentam e debatem temas científicos atuais. Numa das reuniões apresentei
o tema “Resistências antimicrobianas, otimização da terapêutica e perspetivas futuras”
[Anexo 11], o que me permitiu aprofundar conhecimentos nesta área. Assisti também a
apresentações dos meus colegas estagiários:
“Infeção por Clostridium difficile”
“Resistência Antimicrobianas: Nanomateriais”
“Monitorização da terapêutica antineoplásica”
“Monitorização de Fármacos em Oncologia: os inibidores da tirosina cinase”
“Monitorização terapêutica: tiopurinas no tratamento da doença inflamatória intestinal”
“Antidotos”
“Vírus Zika”
“Medicamentos Órfãos”
O Dr. José Feio possibilitou-nos ainda a participação no curso “Introdução à
Farmacoepidemiologia” da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH)
[Anexo 12].
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
21 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
2. Pontos Fracos
2.1. Curta duração do estágio
O estágio curricular em Farmácia Hospitalar, com a duração de apenas 270 horas é
insuficiente para adquirir bases sólidas nesta vertente de atuação do farmacêutico. Os
serviços farmacêuticos hospitalares são consideravelmente complexos e com diversos
setores. Como tal, para podermos desempenhar algumas funções e realizar certas tarefas é
necessário um maior período de aprendizagem.
2.2. Não integrar todos os setores
A razão de não integrarmos todos os setores prende-se com a curta duração do
estágio. Para isto poder acontecer o tempo de permanência em cada setor seria muito
reduzido, o que limitaria a aquisição de conhecimentos aprofundados e apenas possibilitaria
um conhecimento geral. Durante o meu estágio integrei o setor de Gestão e
Aprovisionamento, Distribuição, Ensaios Clínicos e SiMed, contudo gostava de ter conhecido
o setor da Farmacotecnia e dos Cuidados Farmacêuticos. Para compensar a impossibilidade
de integrar todos os setores, cada um dos estagiários apresentou aos outros os aspectos
importantes de cada setor, de forma a todos conhecermos o funcionamento geral.
2.3. O tempo de permanência em cada setor não ser ajustado em função das
actividades que podemos desenvolver
Há setores que eu considero que que exigem mais tempo de permanência que
outros, e essa gestão de tempo deve ser feita mais eficazmente. Utilizando como exemplo os
setores onde eu estive, considero que mais tempo na Distribuição em regime de
ambulatório seria vantajoso para a nossa formação, dando a possibilidade de fazer
atendimentos de forma autónoma. A nível do setor dos Ensaios Clínicos percebi que
existem poucas tarefas que um estagiário pode realizar e como também não fazemos
atendimentos autonomamente, uma semana neste sector seria suficiente para percebermos
o funcionamento geral. No setor de Gestão e Aprovisionamento, devido ao excesso de
trabalho dos farmacêuticos responsáveis por este setor, a maior parte do tempo de estágio
é passado no armazém com técnicos e auxiliares. Desta forma duas semanas é demasiado
tempo. Junto dos farmacêuticos, com tão pouco tempo de estágio, existem poucas tarefas
que possamos fazer.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
22 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
2.4. Estágio mais observacional que prático
Durante o estágio foram-me explicadas todas as atividades realizadas pelos
farmacêuticos no CHUC, mas devido à excessiva responsabilidade que elas acarretam, ao
imenso trabalho que existe e ao pouco tempo disponível, a maioria delas não me foi
permitido realizá-las mas apenas observá-las. O exemplo mais significativo é a tarefa de
Validação da Prescrição, que apenas pude observar. Por esta razão, considero que o estágio
foi mais teórico que prático.
2.5. Não trabalhar autonomamente com o Sistema de Gestão Integrada no
Circuito do Medicamento (SGICM)
Durante o estágio, a oportunidade de trabalhar com o sistema informático foi
reduzida e por esta razão torna-se impossível aprender a trabalhar autonomamente. O facto
de não existir um utilizador para estagiários no sistema informático dificulta a nossa
utilização, estando dependentes sempre de um farmacêutico.
2.6. Não ter a possibilidade de atender doentes em ambulatório/ sujeitos de
ensaios clínicos
Tanto a nível do Ambulatório como no setor dos Ensaios Clínicos, nunca tive a
oportunidade de realizar atendimentos, apenas assistir e preparar a medicação a ceder.
Considero que este aspecto seria importante de modo a adequar o estágio à realidade
profissional e melhorar as nossas competências tanto profissionais como pessoais. Além
disso, acredito que os estagiários têm capacidades para realizar atendimentos, necessitando
apenas de disponibilidade de um farmacêutico para os acompanhar.
2.7. Competências do farmacêutico hospitalar subaproveitadas
O farmacêutico possui um conhecimento muito alargado de farmacologia,
farmacocinética e farmacodinâmica, o que o torna no especialista do medicamento, mas
também com capacidades para atuar com foco no doente. O surgimento da Farmácia Clínica
transformou a actividade farmacêutica, inicialmente apenas de produção e dispensa, numa
intervenção orientada para o doente. Surgiram actividades como o acompanhamento
farmacoterapêutico, a revisão de medicação e a reconciliação da terapêutica que têm vindo a
permitir a otimização dos cuidados de saúde. Contudo, a nível hospitalar, interação
farmacêutico-doente é quase inexistente, o que dificulta a atuação do farmacêutico nestas
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
23 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
áreas. Por esta razão considero que as competências do farmacêutico hospitalar ainda estão
subaproveitadas e que este tem capacidades para estar mais presente na promoção da saúde
e bem-estar do doente.
2.8. O Plano Curricular do MICF não se encontra estruturado para conferir
bases teóricas sólidas em Farmácia Hospitalar
Na FFUC, o plano de estudos do MICF, apesar de ser bastante versátil está pouco
dirigido para esta área de atuação do farmacêutico que é a farmácia hospitalar. Os
conhecimentos adquiridos são muito superficiais e pouco específicos, obrigando a procurar
mais informação para os conseguir aplicar na prática. Por exemplo, desconhecia grande parte
dos fármacos de uso exclusivo hospitalar, assim como, verifiquei que os conhecimentos a
nível de farmacocinética eram muito simplistas sendo esta uma área de inteira
responsabilidade do farmacêutico. Considero, ainda, que o curso direciona-nos bastante
mais para farmácia comunitária e industria ignorando um pouco a área da FH.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
24 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
3. Oportunidades
3.1. Duração superior do Estágio Curricular
Mais tempo de estágio em Farmácia Hospitalar seria útil, uma vez que, levaria a um
contacto mais orientado com cada um dos setores e à aquisição de conhecimentos mais
sólidos permitindo um melhor aproveitamento do estágio. Em todos os setores é necessário
uma fase de adaptação que com o reduzido período de tempo não é ultrapassada. Uma
duração de estágio superior seria vantajosa tanto para o estagiário como para os SF, pois
desenvolvíamos competências para realizar tarefas mais complexas.
3.2. Gestão equilibrada do tempo em cada setor
Adaptar o tempo de permanência em cada setor em função das tarefas que lá
podemos realizar e da disponibilidade dos farmacêuticos para nos acompanhar. Em certos
setores, as atividades que podemos realizar são reduzidas e noutros a disponibilidade dos
farmacêuticos também. Considero útil otimizar o tempo, reduzindo-o nesses setores e
aumentando noutros em que as tarefas que realizamos são mais valorizadas e onde podemos
adquirir mais conhecimento.
3.3. Criação de um utilizador no SGICM para os estagiários
A criação de um utilizador no sistema informático possibilitaria um maior contacto
dos estagiários com o programa utilizado no CHUC para controlo de todo o circuito do
medicamento. Sendo o SGICM a base de trabalho dos SF, seria útil aprendermos a trabalhar
autonomamente neste, e a criação de um utilizador permitiria aos estagiários realizar mais
tarefas e enriquecer o estágio.
3.4. Inserção do farmacêutico numa equipa clínica
Nos CHUC, alguns farmacêuticos hospitalares já acompanham os médicos nas visitas
clínicas, contudo ainda é uma actividade pouco desenvolvida, notando-se ainda um
distanciamento entre farmacêuticos e doentes. Considero que seria importante o
farmacêutico estar presente nos serviços clínicos, uma vez que, sendo o especialista do
medicamento é o profissional que apresenta melhores conhecimentos acerca deste, sendo
útil para prestar esclarecimentos e ajudar na prescrição, contribuindo para a otimização da
terapêutica. Sendo o foco da actividade farmacêutica o bem-estar do doente, é importante
uma maior relação entre farmacêuticos e serviços clínicos.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
25 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
4. Ameaças
4.1. Alunos de outros países apresentam conhecimento mais alargado em
Farmácia Hospitalar
Durante o estágio percebi que alunos de Ciências Farmacêuticas de outros países,
como por exemplo Espanha, apresentam maior conhecimento a nível do funcionamento dos
serviços farmacêuticos hospitalares, estando mais preparados para a realidade profissional.
Detêm também maior conhecimento dos fármacos de uso exclusivo hospitalar. Além disso
têm um estágio em FH de maior duração, o que lhes permite uma melhor integração nos SF.
4.2. Técnicos de Farmácia, Estagiários de Farmácia e Auxiliares
Durante o período de estágio, principalmente enquanto estive no setor de Gestão e
Aprovisionamento, onde passei grande parte do tempo no armazém, contactei com técnicos
de farmácia, estagiários de farmácia e auxiliares. Em certas situações senti que existia alguma
relutância por parte dos técnicos por terem que ensinar estagiários do MICF.
No entanto, alguns técnicos e auxiliares ensinaram-me mais do que era sua
responsabilidade, mas também percebi que se sentiam incomodados em pedir ajuda em
certas tarefas devido a ser estagiária de Ciências Farmacêuticas.
Por outro lado, neste período estavam também estagiários de farmácia neste setor e
os técnicos davam mais atenção e tarefas a estes, tornando-se o meu estágio no armazém
pouco produtivo.
4.3. Mobilidade de farmacêuticos entre os diferentes polos do CHUC
Modificações na organização do CHUC, como a mobilidade de farmacêuticos entre
os diferentes polos transformou-se numa limitação ao estágio, uma vez que foi necessário
ensinar os farmacêuticos vindos de outros polos, restando menos tempo e disponibilidade
para os estagiários.
4.4. Baixa percentagem de emprego em FH
O país atravessa uma crise económica grave em que há uma taxa elevada de
desemprego jovem. Em FH a crise originou estagnação das carreiras profissionais e a não
contratação de novos farmacêuticos. Desta forma não surgem ideias novas nos setores e
não há espirito de mudança.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
26 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
CONCLUSÃO
Este primeiro contacto com a realidade profissional permitiu-me conhecer, na prática, as
funções do farmacêutico enquanto profissional de saúde a nível hospitalar e, também, a sua
importância no que diz respeito ao funcionamento geral de um hospital. A atuação do
farmacêutico envolve todo o circuito do medicamento desde a sua aquisição à
administração, sendo um elemento essencial no meio hospitalar.
Após o estágio, posso concluir que o farmacêutico tem um papel cada vez mais
importante no meio hospitalar procurando cada vez mais integrar as equipas médicas no
sentido de ajudar nas tomadas das decisões clínicas, sendo, frequentemente, responsável por
ajudar a melhorar a prestação de cuidados aos doentes. É de extrema importância que o
farmacêutico integrado na equipa de profissionais de saúde garanta uma terapêutica eficaz e
segura ao doente, quer em internamento quer em ambulatório.
O estágio no CHUC contribuiu para o meu enriquecimento científico e pessoal,
sensibilizando-me para a crescente importância do farmacêutico junto dos restantes
profissionais de saúde e dos doentes, devendo junto destes consciencializá-los para o uso
racional do medicamento. Foi uma experiência enriquecedora, tornou-me numa profissional
mais versátil e com uma experiência curricular diversificada, contribuindo, assim, para o meu
futuro como farmacêutica.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
27 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
BIBLIOGRAFIA
1- CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA, E.P.E, Regulamento
Interno Do Centro Hospitalar E Universitário De Coimbra, E.P.E, (2012),
Disponível em:
http://www.chuc.minsaude.pt/media/download_gallery/Regulamento_Interno_CHUC_
EPE_Homologado_ARSC_20_12__2012_PB.pdf [acedido em 20-02-2016]
2- CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA, E.P.E
Disponível em: http://www.chuc.min-saude.pt/ [acedido em 20-02-2016]
3- Decreto-Lei n.º 44 204 de 2 de Fevereiro de 1962, Regulamento geral da
Farmácia hospitalar, [acedido em 25-02-2016]
4- Lei n.º 46/2004, de 19 de Agosto - Aprova o regime jurídico aplicável à
realização de ensaios clínicos com medicamentos de uso humano, [acedido
em 25-02-2016]
5- Deliberação n.º 1546/2015 - Diário da República, 2.ª série — N.º 152 — 6 de agosto
de 2015. Disponivel em:
http://sanchoeassociados.com/DireitoMedicina/Omlegissum/legislacao2015/Agosto/Deli
b_1546_2015.pdf [acedido em 25-02-2016]
6- Portaria n.º 981/98, de 8 de Junho, Execução das medidas de controlo de
estupefacientes e psicotrópicos, Modelo n.º 1509 – Anexo X, da Imprensa
Nacional Casa da Moeda, [acedido em 02-03-2016]
7- Despacho Conjunto nº 1051/2000 de 14 de Setembro, Registo de medicamentos
derivados de plasma, Disponivel em:
https://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACAO_
FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/despacho_10
51-2000.pdf [acedido em 02-03-2016]
8- INFARMED, Circular normativa N.º 01/CD/2012, Procedimentos de cedência de
medicamentos no ambulatório hospitalar, [acedido em 03-03-2016]
9- INFARMED, Dispensa exclusiva em farmácia hospitalar, Disponivel em:
http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MEDICAMENTOS_USO_HUM
ANO/AVALIACAO_ECONOMICA_E_COMPARTICIPACAO/MEDICAMENTOS_US
O_AMBULATORIO/MEDICAMENTOS_COMPARTICIPADOS/Dispensa_exclusiva_e
m_Farmacia_Hospitalar [acedido em 03-03-2016]
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
28 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
10- Norma nº 014/2015 da Direção Geral de Saúde, Medicamentos de alerta máximo,
[acedido em 04-03-2016]
11- Lei nº73/2015, de 27 de julho, Lei da Investigação clínica, [acedido em 03-03-2016]
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
29 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
ANEXOS
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Anexo 1- Pedido de Introdução de um Medicamento à Adenda e preparação de
informação pelo SiMed
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
31 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 2 – Formulário do pedido de AUE e Justificação Clínica
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32 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 3 - Sistemas semi-automáticos de apoio à Distribuição
Kardex®
O Kardex® trata-se de um dispositivo
rotativo vertical que movimenta
prateleiras com gavetas de medicamentos.
Este dispositivo é utilizado com recurso
ao mapa terapêutico, que é criado após a
validação da prescrição pelo farmacêutico.
O Kardex® faz a dispensa por
medicamento e gera também dois
documentos de apoio: as incidências e os
externos, que são referentes a produtos
que não existem em quantidades
suficientes na gaveta e a produtos que não
pertencem ao stock, respectivamente.
Fast Dispensing System®
A FDS é um aparelho que armazena
fórmulas farmacêuticas sólidas orais com
maior rotatividade e faz a distribuição por
serviço e por doente, consoante a
prescrição, auxiliando a preparação da
DIDDU. Pode também ser usada para
fazer a reembalagem dessas fórmulas
farmacêuticas, para posterior cedência em
distribuição tradicional.
Consis®
O Consis® é um robot de armazenamento
de medicamentos de ambulatório. Consiste
em vários corredores de prateleiras onde
são colocadas as embalagens, que são
repostas semanalmente.
Figura. 3| Kardex®
Figura. 4| Fast Dispensing System®
Figura. 5| Consis®
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
33 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 4 – Requisição de estupefacientes e psicotrópicos
Modelo n.º 1509 – Anexo X, da Imprensa Nacional Casa da Moeda
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34 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 5 - Modelo nº 1804: Modelo de requisição/ distribuição/ administração
de Hemoderivados
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Anexo 6 – Justificação Clinica de Medicamentos Extra-formulário
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36 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 7 – Patologias Especiais: dispensa exclusiva em farmácia hospitalar
• Artrite Reumatóide;
• Espondilite Anquilosante;
• Artrite Psoriática;
• Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular;
• Psoríase em Placas;
• Fibrose Quística;
• Doentes insuficientes renais crónicos e transplantados renais;
• Indivíduos afectados pelo HIV;
• Deficiência da Hormona de crescimento na criança;
• Síndroma de Turner;
• Perturbações do crescimento;
• Síndrome de Prader-Willi;
• Terapêutica de substituição em adultos;
• Esclerose Lateral Amiotrófica;
• Paraplegias Espásticas Familiares e Ataxias Cerebelosas Hereditárias;
• Sindroma de Lennox-Gastaut;
• Profilaxia da rejeição aguda de transplante renal alogénico;
• Profilaxia da rejeição aguda do transplante cardíaco alogénico;
• Profilaxia da rejeição aguda de transplante hepático alogénico;
• Doentes com Hepatite C;
• Esclerose Múltipla;
• Doentes Acromegálicos;
• Doença de Crohn activa grave ou com formação de fístulas;
• Hiperfenilalaninemia.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
37 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 8 – Registos realizados no setor da Distribuiçao
Medicamento Tacrolímus (Adagraf®) Nifedipina (Adalat®) Metoclopramida
(Metoclopramida Labesfal)
Grupo
farmacoterapêutico Imunomoduladores
Anti-Hipertensor
(Bloqueador da Entrada de
Cálcio)
Modificador da motilidade
gastrintestinal ou prócinetico;
Antieméticos e
antivertiginosos
Apresentação /
Estabilidade / Cuidados a
ter
Cápsulas de libertação
prolongada.
Cápsulas de gelatina
gravadas a vermelho com a
dosagem na zona amarela da
cápsula, contendo pó branco
Conservar na embalagem de
origem e em local seco para
proteger da humidade.
Cápsula de gelatina mole,
cor-de-laranja, oblonga,
contendo 0,34 ml de
solução de nifedipina a
2,94% (p/v). A substância
ativa nifedipina é altamente
fotossensível. Assim as
cápsulas não devem ser
abertas, pois deixa de estar
assegurada a proteção à luz
conferida pelo
revestimento.
Não conservar acima de
25ºC.
Solução injetável a 5mg/ml;
Solução injetável límpida,
incolor ou quase incolor e
inodora ou quase inodora.
Na ausência de estudos de
compatibilidade, este
medicamento nao deve ser
misturado com outros
medicamentos.
Conservar a temperatura
inferior a 30ºC. Conservar na
embalagem de origem para
proteger da luz.
Indicações aprovadas
Profilaxia da rejeição do
transplante alogénico de
fígado ou rim em
recetores adultos.
Tratamento da rejeição
do transplante
alogénico resistente às
terapêuticas com
outros medicamentos
imunossupressores em
doentes adultos.
Tratamento da doença
coronária (Angina de
peito crónica estável e
Angina de peito
vasospástica;
Tratamento da
hipertensão essencial;
Tratamento da crise
hipertensiva;
Tratamento da
síndroma de Raynaud.
População adulta:
Prevenção de náuseas e
vómitos pós-cirúrgicos;
Tratamento sintomático de
náuseas e vómitos,
incluindo náuseas e
vómitos induzidas por
enxaqueca aguda;
Prevenção de náuseas e
vómitos induzidos por
radioterapia.
População pediátrica:
Prevenção de náuseas e
vómitos tardios induzidos
por quimioterapia, como
opção de segunda linha;
Tratamento de náuseas e
vómitos pós-cirúrgicos
instalados como opção de
segunda linha.
Pauta posológica
Toma única diária
(preferencialmente em
jejum); A dosagem de deve
ser baseada na avaliação
clínica da rejeição e
tolerabilidade de cada
doente, com o auxílio da
monitorização dos
parâmetros sanguíneos.
A dose básica deverá ser
gradualmente introduzida,
em função do quadro
clínico individual. A
posologia usual é 1 cápsula
3x dia.
A solução pode ser
administrada por via
intravenosa ou intramuscular.
As doses intravenosas devem
ser administradas como bolus
lento.
Para a prevenção de VNPC
recomenda-se uma dose única
de 10 mg. Para o tratamento
sintomático de náuseas e
vómitos a dose única
recomendada é 10 mg,
repetida até três vezes ao dia.
A dose diária máxima
recomendada é 30 mg ou 0,5
mg/kg de peso corporal.
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
38 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Condições especiais de
monitorização do seu
uso
Monitorização apertada dos
níveis sanguíneos de
tacrolímus, bem como, de
prolongamento do intervalo
QT (com ECG), da função
renal e outros efeitos
secundários.
Doentes idosos;
Doentes com
compromisso e/ou renal;
Doentes com pressão
arterial muito baixa;
Casos de insuficiência
cardíaca e de estenose
aórtica grave.
Avaliação da depuração da
creatinina;
Deve considerar-se uma
redução da dose, com base na
função renal e hepática e
debilidade geral.
Especial atenção em doentes
com cirrose hepática.
Reações adversas mais
frequentes
Tremores, cefaleias,
compromisso renal,
estados hiperglicémicos,
diabetes mellitus,
hipercaliemia, hipertensão
e insónia, risco aumentado
para infecções, anemia,
trombocitopenia,
leucopenia, análises
anormais de eritrócitos,
leucocitose.
Cefaleias, Edema,
Vasodilatação,
Obstipação,
Sensação de mal-estar,
Hipotensão, Flatulência,
Xerostomia.
Sonolência, confusão,
alucinações, diarreia, astenia,
alterações extrapiramidais,
hipotensão, depressão.
Interações mais
frequentes
Inibidores ou indutores
do CYP3A4;
Interações fortes com
antifúngicos,
eritromicina, com
inibidores da protease
do VIH, inibidores da
protease do VHC;
Lansoprazol e a
ciclosporina;
Interações com
medicamentos com
conhecida elevada
afinidade para as
proteínas plasmáticas;
Agentes procinéticos;
anfotericina B e
ibuprofeno;
Toranja, hipericão.
Inibidores ou indutores
do CYP3A4;
Sumo de toranja.
Levodopa ou agonistas
dopaminergicos;
Álcool;
Anticolinergicos e os
derivados morfínicos;
Depressores do sistema
nervoso central;
Neurolépticos;
Medicamentos
serotoninergicos;
Digoxina;
Ciclosporina.
Informação pertinente a
dar ao doente de
ambulatório ou ao prof.
de saúde
Informar sobre a
posologia e a
importância do
tratamento
imunossupressor;
Informar acerca dos
efeitos secundários mais
frequentes e interações
com outros
medicamentos e
alimentos;
Evitar a ingestão de
alimentos ricos em
potássio e diuréticos
poupadores de potássio;
Esclarecer sobre alergias
ao p.a. ou excipientes ou
ainda ao sirolímus ou a
macrólidos.
Informar sobre a
posologia e a
importância do
tratamento;
Informar acerca dos
efeitos secundários
mais frequentes e
interações com outros
medicamentos e
alimentos;
Informar acerca dos efeitos
secundários mais
frequentes e interações
com outros medicamentos.
Como não existem
estudos de
compatibilidade, este
medicamento não deve ser
misturado com outros
medicamentos.
Tipo de distribuição a
que está sujeito
Tradicional, DIDDU,
Ambulatório
Tradicional, DIDDU,
Ambulatório Tradicional, DIDDU
Relatório de estágio no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Ano letivo 2015/2016
39 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Grupo
Farmacoterapêutico
Antiácidos e
Anti-ulcerosos Antifúngicos
Antitússicos e
expectorantes
Quantos medicamentos
fazem parte deste grupo
no teu hospital? Cita
alguns princípios ativos.
37 medicamentos.
Cimetidina, famotidina,
ranitidina, esomeprazol,
lansoprazol, pantoprazol,
misoprostol.
33 medicamentos.
Anfotericina-B;
Caspofungina;
Cetoconazol;
Fluconasol; Micafungina;
Voriconazol.
25 medicamentos.
Ambroxol,
acetilcisteína,
bromexina, codeína,
carbocisteína,
clobutinol.
Qual a principal
indicação para que é
usado no teu hospital?
Protecção gástrica de
doentes com terapia com
fármacos irritantes a
nível gastrointestinal.
Tratamento de infecções
fúngicas.
Alivio da tosse, quando
esta não é considerada
como um mecanismo de
protecção.
Alguns dos
medicamentos do grupo
estão sujeitos a medidas
de maior controlo ou
restrição? Quais? E o que
propõe essa medida?
O esomeprazol, por ser
usado preferencialmente
em terapia combinada
para a erradicação do
Helicobacter pilory, não
é usado nas outras
situações como primeira
escolha.
Cetoconazol 200mg
comp. é um MSRM
restrita, por a sua
utilização ser susceptível
de causar efeitos
adversos muito graves,
tem que ser monitorizado
os níveis de cortisol
regularmente.
Codeína, pois tem
classificação de
estupefaciente. Pode
surgir dependência física
e tolerância. A
administração deve ser
suspensa gradualmente
após tratamentos
prolongados.
Quais os medicamentos
mais usados do grupo? Pantoprazol, cimetidina
Fluconazol
Micafungina
Acetilcisteína e
ambroxol
Para esse medicamento
mais usado, para quem é
que maioritariamente é
dispensado?
Pantoprazol: sintomas de
refluxo; Doentes que
exigem terapêutica
continuada com AINE.
Adultos, para o
tratamento de Candidíase
e Dermatomicoses.
Acetilcisteína: Para
adultos, como adjuvante
mucolítico do
tratamento
antibacteriano das
infeções respiratórias,
em presença de
hipersecreção
brônquica.
Relativamente a esse
medicamento sabes qual
o principal efeito
adverso? E interação
major?
Diarreias e dores de
cabeça;
Interacção major:
atazanavir,
anticoagulantes
cumarinicos e
metotrexato.
Cefaleias, dor abdominal,
vómitos, diarreia, erupção
cutânea.
Interacção major:
Cisaprida, Terfenadina,
Astemizol, Eritromicina
Observei apenas
interacção com o
tacrolimus, em que é
necessário ajustar a dose.
Efeitos adversos
principais: Alterações
digestivas (náuseas,
vómitos e diarreias);
Interação major:
nitroglicerina.
Qual a alternativa a esse
medicamento? Esomeprazol
Itraconazol
Voriconazol Carbocisteína
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40 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 9 – Percurso de um Ensaio Clínico
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41 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 10 – Tarefas realizadas no setor dos Ensaios Clínicos
Nome do Ensaio Clínico Fourier Optimise
Área de estudo Cardiologia: Dislipidémias Dermatologia: Psoriase
Fase de desenvolvimento
Estudo clínico de fase 3;
Estudo Multicêntrico, Double-blind,
randomizado (1:1), controlado por
placebo.
Medicamento em estudo: Evolocumab
Objectivo principal: avaliar o efeito do
tratamento com evolocumab
comparando com placebo, no risco
cardiovascular, enfarte do miocardio,
hospitalização por angina instável ou
revascularização coronária, em sujeitos
com evidência clínica de doença
cardiovascular.
Estudo clínico de fase 3;
Estudo aleatorizado, multicêntrico, aberto
com avaliação em ocultação, comparativo,
com a duração de 52 semanas para avaliar
a eficácia, a segurança e a tolerabilidade
de secucinumab 300mg s.c. para
optimização do tratamento de
manutenção de pele limpa a longo prazo
em doentes com psoriase em placas
crónica moderada a grave.
Tarefas elaboradas Conhecimento da legislação relacionada com os ensaios clínicos; conhecimento do
protocolo de alguns ensaios; Participação na cedência de medicação a indivíduos dos
estudos.
Tarefas elaboradas na
cedência do
medicamento
Preparação da medicação a ceder, confirmação da medicação a ceder, informação a
dar ao sujeito de estudo, cálculo da adesão à terapêutica, devolução de
medicamentos e colocação em quarentena.
Assistiu a alguma visita
de monitorização?
Assisti a algumas visitas de monitorização (não destes ensaios) e assisti a uma visita
de monitorização e fecho.
Assisti também a uma visita de inicio.
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42 Isabel Cristina Eiras Cordeiro
Anexo 11 – Certificado de apresentação