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Ciclos Econômicos e Tecnologia(Carlota Perez - Technological Revolutions and Financial
Capital)
1- Revoluções tecnológicas e paradigmas tecno-econômicos- Cluster de novas e dinâmicas tecnologias, produtos e indústrias, promovendo modificações em toda a economia e gerando desenvolvimento de longo prazo.
- Novos insumos, fontes de energia, materiais, novos produtos e processos e nova infraestrutura
- Princípios tecnológicos e organizacionais genéricos, promovendo ampliação do potencial da produtividade para toda a economia (com rejuvenecimento)
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- Gera um novo paradigma: generaliza novas práticas para empresários, administradores, inovadores, investidores e consumidores
- Modelo a ser seguido (fronteira de princípios que viram senso comum), mas que precisa ser socialmente aprendido, enfrentando a inércia, o que exige tempo: necessidade de desaprender “o velho”
- Desenvolvimento não é um processo linear: ocorre em etapas, em surtos- Inclui modificações qualitativas na sociedade
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- Pode gerar vantagens para newcomers: mudança de paradigma abre “janelas de oportunidade” para processos de catch up e de ultrapassagensExcesso de inércia pode gerar atraso
- Capacidade de mudança estrutural é uma habilidade social de alto valor
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2- As quatro fases básicas das ondas/surtos de desenvolvimento
-Períodos de instalação e de difusão dos paradigmas tecno-econômicos, com duas fases cada
- Instalação: fase de irrupção e fase frenzy (especulativa)
- Difusão: fase da sinergia e fase da maturidade
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• Fase de Irrupção (“tempo da tecnologia”)Começa com o big-bang
Contexto:- Velho paradigma maduro com mercados saturados em
busca de soluções- Desemprego com estagnação anterior e com modernização- Estagnação anterior gera deflação ou inflação, dependendo
das instituições- Sentimento de impotência para trabalhadores e governos,
pois suas políticas não mais funcionam adequadamente- Existem recursos ociosos: mão-de-obra e lucros de
empresas do velho paradigma como potencial de investimentos
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- Surgem novas oportunidades técnicas e de lucros em meio à estagnação
- Novos setores atraem investidores e novos produtos atraem consumidores
- Formação de clivagem tecnológica: velhos setores precisam se modernizar
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b) Fase de Especulação (“tempo da finança”)- Capital financeiro impõe seus interessesRiqueza e exclusão social. Extremo individualismoFinança especulativa se aparta da economia real
- Criação de riqueza superior à sua capacidade de absorção por investimentos reaisPossibilidade de excesso de investimentos
- Arcabouço regulatório torna-se impotenteCria-se inflação no mercado acionárioGeração de bolhas especulativas
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Ao mesmo tempo:
- Capital financeiro dirige um intenso acúmulo de novas infraestruturas e tecnologias
- Intensa exploração das novas oportunidades técnicas e forte “livre” concorrência
- Criação de novos mercados e rejuvenescimento de velhas indústrias
- No final desta fase o potencial do novo paradigma está fortemente instalado na economia
- Ao mesmo tempo gera tensões estruturais, que tornam esta fase insustentável
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Processo de transição:- Fase especulativa anterior é instável, com possibilidade de crash e recessão- Desbalanceamento entre potencial produtivo e demanda existente parece saturação prematura do mercado
- Mudanças institucionais são requeridas para passar da fase especulativa para a fase de sinergia- Maior atenção aos interesses sociais, com intervenção do Estado, mas não por interesses ideológicos ou voluntaristas: as tensões precisam ser superadas por uma recomposição das condições de crescimento- Solução não é garantida
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c) Fase de Sinergia (“tempo da produção”)- Existência de condições para crescimento: infraestrutura instalada e investimentos básicos realizadosExternalidades e economias de escala
- Possibilidade de pleno emprego e distribuição de renda: “Idade de Ouro”- Capital financeiro mais ligado à produção- Novo paradigma agora “governa supremo”
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d) Fase de Maturidade- Gradual saturação dos mercados: menores oportunidades de investimentos- Produtividade cresce menos: lucros diminuem- Maturidade tecnológica das principais indústrias: difusão concluída- Frustração de expectativas- Era de fusões e aquisições e migração de atividades para o exterior
- Busca de novas soluções tecnológicas fora do paradigma existente: necessidade de novo big-bang
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Fases na história
Passagens entre fases podem parecer contínuas e invisíveis para os contemporâneos
Diferenças por países
Forte estilização, com determinação de fases por interpretação e não por séries de dados
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