[Recensão a] MARTÍNEZ LACY, RICARDO - Rebeliones populares ...

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A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. [Recensão a] MARTÍNEZ LACY, RICARDO - Rebeliones populares en la Grécia helenistica Autor(es): Leão, Delfim Ferreira Publicado por: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Clássicos URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28347 Accessed : 19-Jul-2022 15:22:20 digitalis.uc.pt

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UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e

Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

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Autor(es): Leão, Delfim Ferreira

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Vol. XLIX

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITY PRESS

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ficando claro se foi usada apenas para os fragmentos de Petronio de atribuição incerta se

para todo o texto. (O mesmo se pode dizer dos fragmentos traduzidos nos capítulos

"Estructura y expresión literária" e "Algunos fragmentos poéticos"). Em "Las aventuras

de un texto", relata os errores da obra de Petronio, com informação que provém sobretudo,

como o próprio Autor admite, da edição de Díaz y Díaz. Deste editor retoma, também, o

texto espúrio de Marchena, que transcreve e traduz. No último capítulo, "Otras obras de

Petronio", (novamente exposto de forma sumária e mais com o objectivo de chamar a

atenção para a existência dos problemas do que para a sua discussão aprofundada) o

Autor trata alguns fragmentos de Petronio de atribuição incerta. Por essa razão, o título

pode criar falsas expectativas no leitor, ao fazê-lo crer que se irá falar da descoberta de

novos textos, quando, obviamente, não é disso que se trata.

Em resumo, o trabalho merece atenção e é aconselhável sobretudo para alunos,

dado o seu carácter simples e didáctico. Ainda assim, lucraria com uma discussão mais

aprofundada dos problemas que coloca e com uma referência mais alargada aos numerosos

estudos que, entretanto, têm saído sobre o romance. Ainda a respeito deste último ponto,

e atendendo à vocação didáctica do livro, seria vantajosa, no fim, uma enumeração da

bibliografia essencial sobre Petronio e de edições como as de Marmorale, Pellegrino e

Muller-Ehlers.

DELFIM FERREIRA LEãO

MARTíNEZ LACY, RICARDO: Rebeliones populares en la Grécia helenistica (Universidad

Nacional Autónoma de México, México, 1995)274 p.

O trabalho reunido neste livro resulta, fundamentalmente, da investigação levada

a cabo por Martínez para a elaboração da tese de Doutoramento, na qual foi orientado,

sobretudo, por Moses I. Finley, mas também por Paul Cartledge. Ε notório, de facto, o

magistério de Finley, nas próprias opções metodológicas e na forma de abordar as

questões. Martínez propõe um estudo do conceito de revolução para a interpretação das

rebeliões da Grécia helenistica, época que o autor delimita entre a morte de Alexandre

Magno (323) e a de Cleópatra (30 a.C, que é também o ano do estabelecimento do

império romano por Augusto), embora, como é sabido, não exista uma visão unitária na

consideração do termo desse período.

Para o tratamento do fenómeno das revoltas populares, Martínez vai seleccionar

os dez casos mais significativos, orientando-se pela importância que a historiografia

antiga atribuiu a cada um desses movimentos populares e pela «participación de esclavos,

pueblos oprimidos y, en general, grupos o clases marginados de la ciudadanía» (p. 5). A

eles aplicará o conceito de revolução que, na senda de Finley e de Griewank, entende

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como um conceito que é, em si mesmo, histórico e onde o concurso popular é decisivo.

Antes de passar à análise dos movimentos escolhidos, Martínez — segundo um

critério que nos parece vantajoso—considera primeiro a tradição histórica antiga (de que

ressalta o nome de Políbio) relativa a esses mesmos fenómenos e, depois, a historiografia

moderna, passando por Droysen, pelos Modernistas, pelo Marxismo soviético e,

finalmente, pelos Empiristas; dessa abordagem ressalta a ideia de que qualquer tema

histórico deve ser visto como parte de um processo que abarca a própria historiografia.

Só quando recorda e discute os principais contributos dessas correntes — com profun­

didade, mas sem descurar uma certa sobriedade didáctica — é que se debruça sobre o

problema concreto das rebeliões populares em determinadas poleis gregas, tendo em

conta a relação destas últimas com a sua progressiva submissão a Roma. Conclui que o

aumento sem precedentes da escravatura (fomentado pelo domínio romano), aliado à

decadência global do conceito de democracia, veio tornar menos clara a distinção entre

escravos e cidadãos. Por outro lado, foram a escravização de pessoas livres e a sua

concentração em determinadas áreas que criaram as condições para a ocorrência de

revoltas. Mas a esta crise no sistema esclavagista não correspondeu uma ideologia que

pretendesse substituir a ordem vigente por uma inovação política e social. Os grupos

revoltosos defendiam apenas determinados valores perdidos (liberdade pessoal) ou um

recuo no tempo (obedecendo a uma visão gloriosa do passado) ou então privilégios

(direito ao trono, existência de um reino) em vias de desaparecimento. Por esta ausência

de horizontes sociais e políticos mais vastos, estas revoltas estavam condenadas ao

fracasso, constituindo apenas focos de resistência efémera contra uma potência dominante.

Com este livro, e a despeito de optar por se centrar nos casos mais importantes,

parece-nos que Martínez consegue dar uma visão crítica global do fenómeno das rebeliões

populares na Época Helenística. Fica, ainda, bem patente a forma como domina este

campo de estudo, através da grande quantidade de bibliografia especializada que discute

(muitas vezes em nota, para se não desviar da essencialidade da questão) e que, no fim,

organiza de forma sistemática em várias dezenas de páginas.

DELFIM FERREIRA LEãO

COULET, CORINNE, Communiquer en Grèce Ancienne. Écrits, Discours, Information,

Voyages..., Paris, Les Belles Lettres, 1996

Publicado em 1996 pela Les Belles Lettres, Communiquer en Grèce Ancienne.

Ecrits, Discours, Information, Voyages..., da helenista Corinne Coulet, é o 13s volume