Reabilitação de áreas industrias em São Paulo
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trabalho final de graduao
Helena CariasOrientador Prof. Dr. Antonio Carlos Barossi
Reabilitao de Reas industRiais em so Paulo
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Aos que amo.
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sobre o processo de formao das reas industriais 7 sobre a Operao Urbana Diagonal Sul 11
sobre a rea de interveno 23
sobre o entorno 28
sobre a Cia Antarctica Paulista 35
sobre a construo do espao na rea em estudo 38
sobre o reparcelamento 45
sobre as alternativas ao modelo atual de ocupao das reas industriais 60
sobre o projeto de reconverso de um galpo 63
sobre a concluso 77
bibliografia 78
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O patrimnio arquitetnico resultante do processo de industrializao se trata, na
cidade de So Paulo, de superfcies imensas localizadas em reas centrais, apresentando
grandeinteresseeurgnciaparaprojetosestratgicosderequalificaourbana(Kuhl,2008).
No entanto, a questo interdisciplinar da insero dos edifcios industriais no espao urbano
no tem sido explorada tanto quanto a questo tipolgica (Khl, 2010). imprescindvel
compreender a relao entre as reas industriais e a estruturao da cidade para uma inter-
veno com respaldo terico.
SOBre O PrOCeSSO De fOrmAO DAS reAS iNDUStriAiS
em meados do sculo XiX, So Paulo era ponto de convergncia das principais estradas
da provncia, concentrando correntes de circulao e, em consequncia, afetando seus arre-
dores. A regio do entorno paulistano se organizava de forma a atender s necessidades que
a circulao da poca gerava, como alojamento e postos de reabastecimento alimentar.
em 1867, foi implantada a primeira ferrovia a cortar a cidade, a Santos-Jundia, segui-
dapelaCentraldoBrasileSorocabana,em1875.Aeficinciadonovomeiodetransporte
causou o desmantelamento das pequenas aglomeraes que serviam as estradas precrias
e sinuosas percorridas por tropas de burro e o rearranjo da organizao espacial da cidade,
resultado da valorizao das vrzeas por ele percorridas. As vrzeas dos rios paulistanos,
compostas de terrenos planos e at ento evitadas pela expanso da cidade, mostraram-se
ideais implementao das ferrovias, que puderam desenvolver seu traado com rampas de
mnima inclinao e sem se preocupar com expropriaes (Langenbuch,1971).
AconcentraoindustrialemSoPaulocomeaaocorrerumpoucoantesde1890,
quandoacidadecomeaasofrerdefatoexpansofsicaecrescimentopopulacionalsignifi-
cativos(Sousa,2007).Aoredordasestaesferroviriasdesenvolveram-seaglomeradoscom
Planta histrica de So Paulo de 1810. em contorno mar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.
7
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Planta histrica de So Paulo de 1881. em contorno mar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.
8
alguma funo regional, resultado da convergncia de produtos e pessoas dos arredores.
Alm de estabelecimentos comerciais, esses locais abrigavam indstrias de transformao de
matrias-primas transportadas atravs da ferrovia.
Vrios estabelecimentos industriais foram implantados s vizinhanas das estaes
mais prximas urbanizao compacta da cidade, a exemplo da mooca, ipiringa, Barra fun-
da, locais ricos em terrenos planos e a bom preo, e at ento rejeitados pela ocupao de
carterresidencial(Langenbuch,1971).
Junto s indstrias instalaram-se tambm os operrios, em busca de moradia prxima
ao local de trabalho, ocasionando o surgimento de vilas operrias na regio, como a Vila ma-
riaZlianoBelm,porexemplo(Sousa,2007):
Ora, a intensa implantao industrial ao longo das ferrovias convidava os operrios
a se estabelecerem em torno das estaes ferrovirias sitas fora da cidade, onde pode-
riam adquirir terrenos, ou alugar casas, a preos mais razoveis - enquanto se benefi-
ciavam de um meio de transporte rpido e de preo acessvel entre local de residncia e
local de trabalho(Langenbuch,1971,p.135).
Alm de orientar a expanso urbana perifrica de carter residencial, a ferrovia co-
mandou a industrializao suburbana, ambos processos de crescente importncia em So
Pauloentre1915e1940:
Ora, notria a tendncia de indstria atrair indstria, quer atravs de inter-relaes
funcionais a ligar diferentes ramos (ou diferentes etapas produtivas do mesmo ramo),
quer atravs do equipamento energtico ou de servios que as primeiras geraram, quer
ainda atravs das reservas de mo-de-obra atradas para o local pelas primeiras(Lan-
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PlantahistricadeSoPaulode1895.Emcontornomar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.
9
genbuch,1971,p.141).
Nesse mesmo perodo so construdas vrias estradas extra-regionais de carter radial
- tendo como ponto de partida a cidade de So Paulo - e a sua circulao funcionou como
meio de transporte complementar ferrovia. As estradas no tiveram importante papel no
processo de formao e consolidao de ncleos suburbanos, pois estes surgiram anterior-
mente ao redor das estaes ferrovirias, mas criaram eixos de polarizao de crescimento
urbano, resultado dos mltiplos pontos de parada dos nibus que as percorrem.
Apartirde1940acidadedeSoPaulocomeaaenfrentarumgrandeprocessode
metropolizao,queocorredediferentesmaneiras,segundoLangenbuch:compactao da
rea edificada; expanso da rea edificada sobre pores dos arredores que no tinham
conhecido um desenvolvimento suburbano expressivo; e expanso da rea edificada sobre
pores dos arredores significativamente suburbanizados, compreendendo a absoro ter-
ritorial de numerosos ncleos suburbanos(1971,p.179).
Asferroviasaindapossuempapelsignificativo,aindaqueindireto,noprocessodesub-
urbanizao. Agora os subrbuos-estao tornam-se polarizadores da expanso urbana pelo
seudesenvolvimentoprvio,sendocapazesdeatrairindstriasemoradores(1971,p.180).
O transporte ferrovirio, no entanto, no cresceu mesma velocidade que a expanso peri-
frica, que j alcanava reas muito distantes da ferrovia. este quadro de desproporo
entre demanda por transporte e oferta de servios ferrovirios favorvel ao aumento da
participao do transporte rodovirio nos deslocamentos metropolitanos, este um pouco mais
confortvelemhorriosdepicoedeabrangnciasignificativamentemaiscapilar.
Asauto-estradas, implantadasapartirdofinaldadcadade1940,passaramater
importante papel na orientao do crescimento metropolitano atravs de trs maneiras, se-
gundoLangenbuch:
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PlantahistricadeSoPaulode1913.Emcontornomar-rom, a Operao Urbana Diagonal Sul.
1. oferecendo novas oportunidades de desenvolvimento a ncleos urbanos pre-
existentes, em funo da melhoria das condies de comunicao com a metrpole;
2. atraindo indstrias e constituindo o eixo que comanda a sua localiz ao;
3. favorecendo o surgimento de ncleos residenciais em suas margens(1971,p.212).
Apartirdosanos1950,omodelodetransporterodoviriotemparticipaoaindamais
significativanaestruturaodametrpole,gerandonovosplosindustriaiseapoiadopelo
fortalecimentodaindstriaautomobilsticaduranteogovernoJuscelinoKubitschek(1956-
1961)(Sousa,2007,p.41).
A evaso de grandes indstrias das reas adjacentes s ferrovias em So Paulo para
novos plos industriais s margens das rodovias Anchieta e Dutra, a exemplo da regio do ABC
Paulista, gera o abandono gradual de grandes complexos fabris, que no foram absorvidos em
suatotalidadeporoutrosusos,geralmenterelacionadosaosetortercirio(Rufinoni,2009,
p.259).Essamudanaeconmicacriaumaofertadereas industriaissubutilizadas,vistas
pelo mercado imobilirio como grandes terrenos vazios a ser incorporados, desconsiderando
asuapotencialidadeparaacriaodenovastransposiescentro-periferia:
De toda forma, a nova economia que surge produz efeitos contraditrios sobre
o espao da cidade: por um lado, vai sendo esvaziada a fissura interna que car-
acterizou a cidade industrial, que traava uma barreira fabril entre a periferia
precria a Norte-Oeste-Leste-Sudeste e a cidade rica e equipada a Sudoeste.
medida que as indstrias saem da cidade, os bairros onde elas se localizavam po-
dem ser repovoados para usos residenciais, comerciais e de lazer. Entretanto, os
novos megainvestimentos tercirios, como os shopping centers e hipermercados,
dentre outros, que esto ocorrendo nessas reas mais antigas, tm produzido
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riosferroviaslinha azul do metrlinha vermelha do metr
11
uma fragmentao do tecido urbano-social, desenhando verdadeiros enclaves ur-
banos e muitas vezes impactando negativamente os centros tradicionais de com-
pras e servios das cercanias (Rolnik,2000,p.48-9)
SOBREAOPERAOURBANADIAGONALSUL
Para compreender melhor a mudana nas relaes urbanas que essa mudana econmi-
caocasionouparaasreasindustriais,aanlisedaOperaoUrbanaDiagonalSul(OUDS)no
apenas importante por delimitar um permetro razovel a ser estudado durante um tra-
balhofinaldegraduao,masporqueevidenciaasdiretrizesdeaodopoderpblicocomo
resposta a esta problemtica de esvaziamento e presso imobiliria.
AOperaoUrbanaDiagonalSulumpermetroquedelimitaareadeinflunciada
ferrovia Santos-Jundia, desde o bairro do Pari at a divisa com o municpio de So Caetano
do Sul, usando como parmetro limites naturais do desenho de tecido urbano, como a Aveni-
da do estado e o rio tiet.
DemarcadapeloPlanoDiretorEstratgicode2002(PDE),aOUDSeraintegrantedos
programas de interveno que seriam subsidiados pelo Banco interamericano de Desenvolvi-
mento(BID).ComaprefernciadadasintervenesdoProjetoNovaLuz,oplanoinicialde
seteestudosfoireduzidoparaquatro:inventriodosbensculturais,mapeamentodaloca-
lizao industrial, planejamento virio e contaminao do solo, todos agora sem previso de
incio.
O trio formado pela ferrovia, pela Avenida do estado e pelo rio tamanduate con-
figuramumabarreiraurbana,carteratentopotencializadopelasgrandesdimensesdos
lotes das reas industriais. Com o processo de desindustrializao que ocorreu a partir dos
anos1960eoconseqenteabandonodeinmeroscomplexosfabris,abre-seaoportunidade
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de produzir novas transposies entre o centro e a periferia de So Paulo, atravs da requali-
ficaourbanadessasreasedaintroduodenovosusos,comohabitaoecomrcio:
No h dvidas que a regio da Mooca apresenta uma condio muito particu-
lar de centralidade que interessaria de todo modo, ver adensada. Trata-se de
um bairro servido por boa infra-estrutura urbana, acrescida por facilidades de
comrcio, transporte, servios, educao, entre outros setores importantes para
a vida urbana. Disto se poderia concluir que a regio da Mooca reuniria condies
muito favorveis ao atendimento das propostas de adensamento colocadas para
a cidade de So Paulo, no sentido de conter o encarecimento provocado por sua
expanso perifrica(SMC/DPH,2007,P.78).
A rea em roxo no mapa ao lado, de uso predominantemente industrial, uma das
partes mais infra-estruturadas no permetro da Diagonal Sul - cortada pela ferrovia Santos-
Jundia epeloExpressoTiradentes -,eportanto,degrande interessepara requalificao
urbana e produo de habitao. entretanto, possui uma forte problemtica em matria de
transposies e constitui importante patrimnio urbano do processo de industrializao em
So Paulo. A questo do patrimnio cultural nessas reas vista como um entrave reabili-
taoparausosresidenciaiseumpressupostodestetrabalhoseoporaessaafirmao:
[...] existem complexos industriais de interesse para a preservao, mas em que
os elementos que os constituem no possuem maior qualidade figurativa, sen-
do, no entanto, testemunhos relevantes da operosidade humana. Reconhecida a
existncia do valor histrico, ou mesmo ambiental, memorial ou simblico, de
restauro que se trata(Khl,2008,p.150).
residencial horizontal baixa densidaderesidencial horizontal mdia densidaderesidencial horizontal alta densidadecomercialcomercial + residencial verticalcomercial + residencial horizontalindustrialindustrial + residencial horizontal
mapa de uso do solo predominante
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2
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4
2
4
3
1
Apenas do ponto de vista arquitetnico, o permetro apresenta inmeros
exemplares de grande importncia para leitura historiogrfica da rea.Alguns exemplos:
1.CotonifcioCrespi.Fonte:http://www.revistadotatuape.com.br/
detalhe.asp?codigo=149&col=5.Consultaem16.06.11.
2.MoinhosGamba.Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/
read/minhacidade/08.088/1913.Consultaem16.06.11.
3.CentrodeAbastecimentodaGrandeSoPaulo(CEAGESP).Fonte:
Rufinoni,2009.
4.SoPauloAlpargatas.Fonte:Rufinoni,2009.
4
3
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6
5
7,8
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5
5.CiaAntarctica.Fonte:http://www.flickr.com/photos/
domfiori/4924962452/.Consultaem26.06.2011.
6.RemanescentesdoConjuntoIndustrialdaRuadaJuta.Fonte:Rufinoni,
2009.
7.TecelagemLabor.Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/casarao-
da-fabrica-de-tecidos-labor/.Consultaem26.06.2011.
8.TecelagemLabor.Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/casarao-
da-fabrica-de-tecidos-labor/.Consultaem26.06.2011.
14
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existem inmeras tipologias de edifcios industriais presentes no permetro da
Operao Urbana Diagonal Sul. Ao analisar as diferenas entre elas, michael Stratton, em sua
compilao sobre arquitetura industrial Industrial Buldings: conservation and regeneration,
apontaospossveisnovosusosparacadatipodeedifcio:
Um critrio de escolha para a rea de interveno durante a segunda fase
destetrabalhoograudedificuldadedereconversodoedifcioparausoresidencialeco-
mercial. Primeiramente porque um pressuposto desta pesquisa estudar possibilidades de
reconversoparaessesusos,umarespostapreocupaocomocrescentedficithabitacio-
nal e a expanso desenfreada rumo a reas cada vez mais perifricas da cidade de So Paulo.
e em segundo lugar, se a reconverso mais complicada se mostrar possvel, ento a proteo
natureza do espao
pequeno espao nico
grande espao nico
pequenos espaos repetidos
grandes espaos repetidos
capela
armazm
oficinas
fbricas
nico pavimento
nico pavimento
mais de quatro pavimentos
vrios pavimentos
prprio a usos especia-lizados
flexibilidadeefcilmovimentao
quase todo uso indus-trial; a converso para
escritrios e casas no bem aceita
usos culturais, monumen-tos, museus
escritrios, residncias, uso misto
pequenos mdulos, acesso pobre
flexibilidade,subdi-viso difcil
tipo de edifcio no de pavimentos caractersticas possveis usos
especificidadeespacial
Fonte:Stratton,2000.
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aopatrimniourbanodeixadeserumentraverequalificaodasreasindustriais.
A viabilidade de algumas reconverses de edifcios industriais j so comprovadas,
comoapassagemparausosculturais,aexemplodoSescPompia,projetodeLinaBoBardi:
FotointeriordoSescPompia.Fonte:http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/pontos-turisticos/1178-sesc-pompeia.Consultaem12.05.2011.
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J a reconverso de galpes para uso residencial uma questo em aberto nos estu-
dos sobrearquitetura industrial.Oprojetodos arquitetos franceses Lacaton&Vassal, na
cidade de mulhouse, frana, uma aproximao ao tema da insero de habitao coletiva
emedifciosindustriaisdeumnicopavimento.Levando-seemconsideraoqueesteno
um projeto de restauro, mas sim um projeto de substituio do edifcio pr-existente - uma
fbrica txtil - por outro com as mesmas feies, percebe-se como a utilizao de novos
materiais para as aberturas e a introduo de iluminao natural abundante amenizam o
aspecto industrial da construo.
17
Fonte:fotosdaautora.
-
+ =
Fonte:Rufinoni,2009. Fonte:OperaoUrbanaDiagonalSul.
Bens industriais tombados
Bens industriais demolidos rea de adensamento residencial e misto
Bensindustriaisidentificados
Para chegar rea de interveno do projeto para o segundo semestre deste trabalho finaldegraduao,aanlisededuasinformaesforamessenciais:alocalizaodosbens
industriais no permetro da Operao Urbana Diagonal Sul e das reas previstas para aden-
samento residencial e de uso misto. Ao cruzar estes dados, pode-se apontar as reas mais su-
jeitasdesconfiguraodotecidoatual,resultadodadiferenaentreatipologiadoedifcio
e o novo uso proposto.
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Mapadelanamentosimobiliriosde2009.Fonte:SECOVI.
19
Apartirdadcadade1980,asreasindustriais,agoraabsorvidaspelaexpansourbana cada vez mais perifrica, tornam-se atrativas pela sua proximidade com o centro da
cidadeepelodesenvolvimentodosistemametrovirio(Sousa,2007,p.43).
-
O estudo desta rea pretende ser uma alternativa ao modelo de ocupao residencial produzido pelo mercado imobilirio nas reas industriais, caracterizado pela construo de
enormes empreendimentos isolados do entorno, minadores de qualquer dinmica urbana
saudvel. A presso constante da iniciativa privada sobre as reas industriais uma grande
ameaa preservao do patrimnio urbano, o que torna urgente o estudo de possibilidades
derequalificaodarea.
Como resposta a esta problemtica, durante a elaborao dos diagnsticos para a
Operao Urbana Diagonal Sul inmeros edifcios industriais foram considerados bens de in-
teressehistricoe/ouarquitetnico,eporseuinteresseparapreservao,algumasreasdo
permetroforamdemarcadascomoZonasEspeciaisdePreservaoCultural(ZEPEC).
Estezoneamentoespecficotemnormasprpriasdeusoeocupaodosolo,destina-
das a reas a ser preservadas ou recuperadas com a inteno de manuteno do patrimnio
histrico. esta demarcao restringe transformaes no imvel e permite o ressarcimento
dosproprietriosatravsdatransfernciadodireitodeconstruir.umamedidaquetenta
impedir o congelamento dos bens protegidos em razo das restries impostas pelo instru-
mento do tombamento. O proprietrio tem o direito de transferir para outros lotes o poten-
cial construtivo no explorado na rea protegida.
Outro instrumento que chegou a ser proposto para algumas pores do permetro
dessa operao urbana foi o direito de preempo. Desenvolvido pelo estatuto da Cidade,
este instrumento daria ferramentas ao poder pblico para o desenvolvimento de projetos
dequalificaoparaasreasindustriais,poisteriaaprioridadedecompraassimqueum
terreno interessante para os planos de reabilitao fosse colocado venda. isto daria uma
vantagem importante em relao ao mercado imobilirio, possibilitando o desenvolvimento
de projetos para essas reas baseado em estudos elaborados em um espao de tempo livre
da presso da iniciativa privada.
20
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Proposta inicial de reas sujeitas ao direitodepreempo.Fonte:Planoregional estratgico da mooca.
No entanto, nas ltimas revises do Plano Diretor estratgico de So Paulo, o perme-
tro sujeito ao direito de preempo dentro da Operao Urbana Diagonal Sul foi sensivel-
mentemodificado(Rufinoni,2009,p.261).
21
-
Fonte:GoogleEarth.
Com o arquivamento da Operao Urbana Diagonal Sul, os extensos lotes ocupados por galpes industriais no permetro so incorporados pelo mercado imobilirio em uma veloci-
dade assustadora. A reverso deste processo de descaracterizao do tecido urbano industrial
urgente,comopode-severnestasimagenscomparativasentre2002e2009:
2002 2009
22
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SOBre A reA De iNterVeNO
A rea escolhida o stio industrial da Companhia Antarctica Paulista, situado entre a
Avenida Presidente Wilson, a Avenida do estado, a rua da mooca e a rua Serra de Paracana
e possui aproximadamente 150 mil m de rea.
23
-
Fonte:GoogleEarth.
rea de interveno
3.EstaoBrs(MetreCPTM)
2.EstaoAnaNeri(ExpressoTiradentes)
1.EstaoMooca(CPTM)
3
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-
Fonte:v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/26581983.jpg?redirect_counter=1. Consulta em 10.06.2011.
rea de interveno
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Fonte:GEGRAN.
Edifciosdemolidosat2009.
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Fonte:MapaDigitaldaCidade.
Planta atual.
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Fonte:Miranda,2010.
Comrcio
imveis fechados
institucional
Vazios
Servio
Habitao
Sade
indstria
Cortios
igreja
Vilas
rea verde
Depsito
educao
Uso do solo
SOBre O eNtOrNO
28
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Fonte:Miranda,2010.
3 a 6 pavimentos
Acima de 10 pavimentos
1 e 2 pavimentos
7 a 10 pavimentos
O entorno da rea em estudo caracteriza-
se pela mistura de usos e pela horizontalidade.
Bem infra-estruturada de transporte, comrcio
e servios, ideal s propostas de adensamento
residencial e de uso misto. No entanto os proje-
tos de ocupao residencial para as reas indus-
triais realizados hoje no consideram a questo
do patrimnio e nem a potencialidade de criao
denovastransposies,queatravessemafissura
urbana criada pelo trio rio-avenida-ferrovia.
29
-
Fonte:fotosdaautora.
Saindo da estao da mooca,
pode-se ver em primeiro plano os galpes
ligados ferrovia, em segundo plano a
rea de interveno deste trabalho e ao
fundo, o panorama da parte sudoeste da
cidade. A compreenso deste contraste
se perde ao nvel do cho, pois a vista
barrada pelos longos muros dos lotes
industriais.
30
-
Fonte:fotosdaautora.
O uso nico - industrial - gera
monotonia, falta de movimento nas
caladas. A introduo de usos residen-
ciais e comercias essencial para tor-
nar esses caminhos mais animados e se-
guros.
31
-
Fonte:fotosdaautora.
A rua Serra de Paracana faz li-
gao entre a estao Ana Neri do ex-
presso tiradentes e a estao da mooca
da CPTM. importante que esse eixo
sejapensadoparaofluxodepedestres,
atravsdenovosusosedarequalificao
da relao com o rio tamanduate, hoje
coberto, poludo e esquecido.
32
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Fonte:fotosdaautora.
A relao da Avenida do estado
com os lotes margem direita do rio
nada tem a ver com o trfego de pedes-
tresoucomousoresidencial.preciso
repensar a preferncia dada ao trfego
expresso de automveis em detrimento
da promenade urbana.
Na Avenida Presidente Wilson,
precisa-se repensar a relao do lote
estudado com a Cia Antarctica, hoje
abandonada.
33
-
Fonte:fotosdaautora;excetofotoaocantoinferiordireito.Fonte:GoogleEarth.
A fachada norte do lote est
voltada para o viaduto da r. da moo-
ca, criando um espao pouco seguro.
Contornando o lote, a sul, encontra-se
uma ocupao muito diferente daquela
s margens da ferrovia. Deve-se pensar
a relao destes lotes estreitos, de uso
residencial e misto, com o grande lote
industrial em estudo, uma situao que
refleteaprpriarelaodobairroindus-
trial com o resto da cidade.
34
-
SOBREACOMPANHIAANTARCTICAPAULISTA
Nascida Antarctica Paulista fbrica de Gelo e Cervejaria, em 1888, na gua Bran-
ca, local aonde j funcionava um abatedouro de sunos chamado Antarctica, a fbrica de
cervejas,primeiradogneronopas,foioficialmentefundadacomosociedadeannimaem
1891,com61acionistas,dentreosquais,JooCarlosAntonioZerrenner,alemo,eAdam
DitrikVonBlow,dinamarqus,ambosnaturalizadosbrasileiroseproprietriosdaempresa
Zerrenner,BloweCia.,exportadoraecorretoradecaf.
EfoijustamentecomafundaodaCompanhiaAntarcticaPaulista,em1891,eda
FbricadeCervejaBavria,em1892,quesemarcaoinciodaproduodecervejaemlarga
escalanacidadeeofimdepequenosestabelecimentosvoltadosaessetipodeatividade.
PrimeiramentedirigidaporLouisBcher,quejpossuaumamicrocervejariadesde
1868, a produo inicial da primeira cervejaria na gua Branca foi muito pequena, de 1.000
a 1.500 litros dirios, passando em seguida para 6.000 mil.
Em1904adquireocontroleacionriodaCervejariaBavria,naMooca,queperten-
ciaaHenriqueStupakoff&Cia.Comcapitalalemoebrasileiro,divididomeioameio,e
maquinrios vindos da Sua e da Alemanha, ali se produziam as seguintes qualidades de
cerveja:Pilsen,MuncheneExport,queeramvendidasembarrisouemgarrafas.Nestelocal,
em1920,passouasesituarasededoGrupoAntarctica,diretodaguaBrancaparaaMooca,
na Av. Presidente Wilson, antes conhecida por Alameda Bavria, na poca ainda um subrbio
do Brs.
A rea, na moca, mede 222.070 metros quadrados, dos quais 55.013,71 metros
quadradosconstituemaparteedificada, ligadaa ferroviaSoPauloRailwayporcercade
4.000 metros de trilhos, que cortando os seus terrenos em vrias direes, facilitavam os
serviosdecargaedescargademercadorias(http://www.saopauloantiga.com.br/antarcti-
35
Fbricanosanos1930.Fonte:http://www.saopauloan-tiga.com.br/antarctica-paulista/.Consultaem04.04.12.
Fonte:http://www.saopauloantiga.com.br/antarctica-paulista/.Consultaem04.04.12.
-
ca-paulista/.Consultaem04.04.12.)
Fonte:MapadaCidade.
1895 1905
1913 1924
Analisando os mapas histricos
de1895a1924,pode-seperceberopa-
pel da ferrovia como indutora da ocu-
pao suburbana, que abraa a rea em
estudo. O mapa de 1905 j apresenta
construes da Cia. Antarctica ao lado
daferroviaSantos-Jundia,identificadas
como fbrica Cia. Bavria e permite
observar o antigo parcelamento da rea
estudada, dividida em quadras ortogo-
nais, j inexistentes nomapa de 1924.
tambm mostra o projeto da canalizao
do rio tamanduate, que aparece con-
cludoem1913.
36
-
37
1930 1954
1973 2012
Fontes:Mapade1930:SaraBrasil;Mapade1954:VASPCruzeiro;Mapade1973:GEGRAN;Mapade2012:MapaDigitaldaCidade.
Omapade1930mostraareadi-
vidida por ruas internas - com ocupao
mais intensa ao lado prximo ferrovia -
eavilaoperria,identificadapelonme-
ro 150.
Em 1954, o terreno encontra-se
todo ocupado por galpes, que se esten-
dem at a avenida do estado, mas no
se mantm as ruas internas mostradas no
mapa Sara Brasil. Na dcada de 1970 a
configuraodoespaopraticamenteno
semodifica,anoserpeloaparecimen-
to de edifcios industriais no lote ao sul.
O mapa atual evidencia a demolio de
inmeros galpes, ligada transferncia
da Cia. Antarctica para a cidade de Ja-
guarina, interior paulista, e para outras
partes do estado e do pas. Desde a sua
fusocomaempresaBrahma,em1999,
ainda no deu um destino certo ao seu
antigo endereo.
-
6
7
22
3
19
18
16
1524
1
21
2636
17
40
20 35
10
23
13
33
3134
32
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2825 27
14
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2
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4
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5
9
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41
8
5
29
35
36
10
de1930a1954
at1930
1. fbrica de gelo e casa de mquinas2. Depsitos de autos e mveis3. refeitrio
4.Oficinas,1943.5.Controledebalana,19436.Vestirios,1950.7.Edifciodeescritrios,19518. fbrica de gs carbnico e depsito de garrafasdegscarbnico,19529.Fbricadeessncias,195310.Portaria,195411. tratamento de despejos industriais e caixadefora,195412. Depsito de produtos e de acar13. Depsito de produtos14. engarrafamento15. fbrica de refrigerantes16. engarrafamento e caldeira17.Laboratrioedepsito18. Depsito de malte19.Depsitodemateriaisdiversos20. reservatrio dgua21. Almoxarifado, caf e cozinha22. Depsito
aps1973
de1954a1973
23.Reservatriodgua,195624.Reservatriodgua,195925. Associao recreativa e Cultural Antarc-tica(ARCA),196726.Fbricaderefrigerantes,196927. Ginsio28. Jogo de boccia29.Residncias30. Centro de computao31. Garagem32. Garagem33. escritrio de obras34. Vesturios35. Ambulatrio36. Depsito de gelo
37.Cobertura,199138. reservatrio dgua39.Guarda40. Depsito de vasilhames41. Depsito de vasilhames
SOBre A CONStrUO DO eSPAO NA reA em eStUDO
Atravs da anlise dos mapas histricos e de processos de alvars de construo ou de
conservao de edifcios localizados na rea em estudo, pode-se compreender a evoluo da
ocupao neste lote, que se compromete apenas com as necessidades da atividade industrial
que ali ocorria.
38
-
39
Para compreender as caractersticas do espao construdo entre os muros do lote foi
essencial distinguir as tipologias dos edifcios industriais deste conjunto, que abrigava usos
to diferentes quanto a produo de essncias e as reas administrativas da empresa.
retomando a tabela apresentada neste caderno pgina 11, pode-se dividir as tipolo-
giasemquatrogrupos:pequenosespaosnicos,grandesespaosnicos,pequenosespaos
repetidosegrandesespaosrepetidos.Entenderascaractersticasespecficasdecadatipo-
logia possibilita apontar as potencialidades de algumas reas do lote estudado, que concen-
tram atividades semelhantes, como armazenagem ou recreao de funcionrios.
Assim como a diviso tipolgica, para compreender a relao dos edifcios entre si
necessrio identificarasadiesquedificultama leituradoconjunto,comocoberturas
construdas para ligar galpes ou para aumento de rea.
Adies encontradas na rea estudada. Fotoesquerda.Fonte:GoogleEarth.Fotodireita.Fonte:fotodaautora.
-
Grandes espaos nicos
Grandes espaos repetidos
Pequenos espaos repetidos
Pequenos espaos nicos
Adies
40
-
41
Na rea em estudo, pode-se notar o agrupamento de algumas tipologias. A poro sul
do terreno foi ocupada majoritariamente por grandes espaos nicos, que representam os
espaos de armazenagem do conjunto - como os depsitos de vasilhames, gelo e outros ma-
teriais. A parte central do lote concentra sobretudo pequenos espaos nicos, que neste caso
abrigamoficinas, almoxarifado e pequenos depsitos, e pequenos espaos repetidos, que
so os edifcios onde acontecem as atividades administrativas. A face do lote voltada para a
rua da mooca, a norte, ocupada tambm por grandes espaos nicos como na poro sul,
massoespaosvoltadosrecreaodosfuncionrios,ondefuncionavaaARCA(Associao
Re-creativadaCiaAntarctica),umginsioeumcampodeboccia.Osnicosgrandesespaos
repetidos na rea em estudo so a fbrica de essncias, edifcio na esquina da avenida do
estado com a rua Serra de Paracana, que tipologicamente se assemelha aos edifcios da Cia.
Antarctica localizados ao lado da ferrovia e a fbrica de gs carbnico, voltada para a rua
Serra de Paracana.
esquerda, foto de galpes na parte sul do lote. di-reita, foto do edifcio de escritrios na parte central.Fonte:fotosdaautora.
-
Com o processo de desindustrializao e o abandono de enormes reas industriais
possvel criar novas transposies no tecido urbano atravs do seu reparcelamento. Por isso
umaparteimportantedestaanliseaidentificaodeeixosfsicosouvisuaisquesointer-
rompidos pela barreira produzida pelo lote murado.
possvelapontardoiseixosfsicosquepoderiamatravessarolote:acontinuao
da rua Dom Bosco - j interrompida entre as ruas Dona Ana Neri e Conselheiro Joo Alfredo -
que se ligaria rua Coronel Joo Dente para atravessar a rea e chegar Avenida Presidente
Wilson(eixofsico1);eatransposiodaferroviaatravsdoprolongamentodaruaMonse-
nhorJooFelipoataAvenidadoEstado,cortandoolotenasuapartecentral(eixofsico2).
Pode-seidentificartambmdoiseixosvisuais:oprimeiroseriapotencializadopelaremoo
de adies entre galpes na parte sul da rea, o que daria a possibilidade de algum que est
dentro da estao da mooca enxergar o rio tamanduate, hoje coberto, pela abertura criada
entreosedifciosindustriais(eixovisual1);eosegundo,seriacriadoparavalorizaraparte
da Cia. Antarctica ao lado da ferrovia, permitindo a sua visualizao por quem passa pela
avenidadoEstado(eixovisual2).
esquerda, foto de um galpo na parte norte do lote. direita, foto da fbrica de essncias avenida do estado.Fonte:fotosdaautora.
42
-
43
eixos fsicos
Adies
eixos visuais
rua Dom Bosco
rua
Don
a An
a N
eri
rua
Cel.
Jo
o D
ente
rua
Cons
. Jo
o A
lfre
do
Avenida Pres. Wilson
rua mon
s. Joo f
elipo
rua da mooca
rua Ser
ra de Pa
racana
1
2
1
2
-
No canto superior esquerdo, foto domuroqueseparaofimdaruamonsenhor Joo felipo da fer-rovia. No canto superior direito, foto do interior do complexo in-dustrial abandonado da Cia. An-tarctica, continuao da mesma rua.Fonte:fotosdaautora.
O eixo fsico a ser criado que liga
a rua monsenhor Joo felipo avenida
do estado deve atravessar a ferrovia e
passar pelos edifcios desativados da Cia.
Antarctica. esta conexo, alm de criar
uma nova transposio da ferrovia, pode
fazerpartedarequalificaodoconjunto
industrial abandonado.
44
-
45
Fotoesquerda:vistadaestaoda mooca em direo ao rio ta-manduate.Fotodireita:vistadopedestreavenida Presidente Wilson, na sa-da da estao da Mooca. Fonte:fotos da autora.
O eixo visual que poderia ligar a estao da mooca parte sudoeste da cidade, do
outro lado do rio tamanduate, hoje prejudicado pela presena de coberturas dentro do
lote em estudo. J para o pedestre que sai da estao, essa conexo visual nem mesmo
existe, est impedida pelo alto muro que fecha o conjunto industrial.
SOBREOREPARCELAMENTO
Levandoemconsideraotodaaanlisedareaapresentada,odesenhodoreparce-
lamentodolotetemcomoparmetros:
1. a compatibilidade das tipologias industriais presentes na rea com os possveis novos
usos;
tendo como base novamente a tabela apresentada neste caderno pgina 11, pode-se
relacionaralgumasreasespecficasdoloteapossveisusos.ocasodaporocentral,que
concentra pequenos espaos nicos e pequenos espaos repetidos. estas tipologias possuem
-
caractersticas que melhor se adaptam a novos usos especializados ou escritrios, residncias
e uso misto. A parte sul do terreno praticamente toda ocupada por grandes espaos nicos
- em sua maioria depsitos - e que por suas caractersticas arqui-tetnicas, tm reconverso
para uso habitacional ou misto pouco aceita. No entanto, um pressuposto deste trabalho
experimentaressatransiodeusoparaestetipoespecficodeedifcioindustrial,comoex-
perimentao projetual e contraponto idia de que no possvel conciliar a preservao
do patrimnio industrial e propostas de adensamento habitacional.
2.aidentificaodeadiesaosedifciosquedificultemasualeituraequepossamserre-
movidas sem prejuzo ao conjunto arquitetnico;
Sendo o conjunto de edifcios industriais aqui estudado parte do patrimnio urbano
da industrializao em So Paulo, o reparcelamento deste lote pode destruir sua leitura
como um todo. Portanto, a capacidade de entender as caractersticas destes edifcios e suas
semelhanas vital para a sua preservao, e pode ser facilitada pela remoo de adies.
Alm disso, a retirada de algumas coberturas possibilita a criao de novos eixos visuais e
fsicos.
3.aidentificaodeeixosvisuaisoufsicosaseremvalorizadospeloreparcelamento;
Oseixosidentificadosnaanliseapresentadaapontampossvelpensaraabertura
de novas vias, passagens para pedestres, a implantao de passarelas ou a criao de reas
livres.
4. a demanda por reas livres e de lazer na regio.
A regio no entorno da estao da mooca, por sua origem industrial, possui uma carn-
ciadereaslivresedelazer,quedevesercontempladanadefiniodosnovosusosesuas
reas respectivas. e ainda deve ser considerado o aumento de demanda por servios pblicos
deeducaoesadequeresultadoprocessodeadensamentohabitacional (vermapaao
lado). Fonte:prefeitura.sp.gov.br.
escola estadual
memorial do imigrante
Unidade de Sade
escola municipal
estdio Clube Atltico Juventus
46
-
47
Comrcio e servios (16,08%)
Usomisto1a(habitaoHIS/HMP+trreoco-mercial)
equipamento esportivo e delazer(15,26%)
Escolaecreche(7,56%)
Usomisto2(trreocomercial + habitao HIS/HMPemedifciosreciclados)(26,28%)
1 Nova via 1
2 Nova via 2
3 Passagem subterrnea
4 Nova via exclusiva para pedestres
REPARCELAMENTO
equipamento cultural (nofazpartedoloteestudado)
Usomisto1b(habitaoHIS/HMP+trreocomer-cial)(33,09%)
Faixano-edificvelru
a D
ona
Ana
Ner
i
rua
Cel.
Jo
o D
ente
rua
Cons
. Jo
o A
lfre
do
Avenida Pres. Wilson
rua mon
s. Joo f
elipo
rua da mooca
rua Ser
ra de Pa
racana
1
3
4
2
-
Fonte:zoneamentoSub-prefeituradaS.
ZM3-a(zonamistadealtadensidadea)
ZEIS3(zonaespecialdeinteressesocial)
ZM3-b(zonamistadealtadensidadeb)
Seguindo os parmetros explicados anteriormente, propem-se novos usos e novas
conexes virias para o lote em estudo, alm de diretrizes de interveno nos edifcios a
seremconservados:
NOVASCONEXES(VIRIASOUVISUAIS)
-novavia1:ligaodaruaBomBoscocomaruaCel.JooDente,passandopordentrodo
lote at chegar avenida Presidente Wilson;
-novavia2:continuaodaruaMonsenhorJooFelipoataavenidadoEstado,cortandoo
lote na sua parte central;
-passagemsubterrnea:possibilitaatransposiodaferrovia,saindodaruaMonsenhorJoo
felipo e chegando ao lado oposto na praa interna formada pelos edifcios abandonados da
Cia. Antarctica, que recebem novo uso como equipamento cultural;
-novaviaexclusivaparapedestres:almdecriarumapassagemdiretadequemsaidaes-
tao da mooca at o rio tamanduate, valoriza a conexo visual entre a ferrovia e o lado
sudoeste cidade;
-faixano-edificvel:faixaquenopodeserocupadaporedificaesouvegetaoarbrea
edeveterpermeabilidademnimade50%.Constriumeixovisualentreoequipamentocul-
tural proposto e a margem oposta do rio tamanduate.
NOVOS USOS
-usomisto1a:readirecionadaproduodehabitaosocialedemercadopopularcom
trreocomercial.OPlanoRegionaldaSub-prefeituradaSdefineparaaZonaEspecialdeIn-
teresseSocial3(vermapaaolado)coeficientedeaproveitamentobsico1emximo4etaxa
deocupaode50%eparaaZonaMistadeAltaDensidade3-a,coeficientebsico1emximo
2,5etaxadeocupaode50%.Osrecuosmnimosparaasduaszonasso:recuodefrente
de 5 metros e recuos laterais e de fundos de 3 metros. A legislao federal de parcelamento
dosolo(Lei6766-1979)defineareadelotemximode10.000metrosquadrados,tamanho
48
-
de uma quadra regular. Para esta rea, prope-se a diminuio da rea do lote mximo para
1.000metrosquadradosegabaritomximode13metros(trreomaistrspavimentos),a
propsito de fazer uma gradao mais sutil entre os pequenos lotes ocupados por residncias
unifamiliares rua Coronel Joo Dente e os enormes galpes a serem preservados rua Serra
de Paracana;
-usomisto1b:readirecionadaproduodehabitaosocialedemercadopopularcom
trreo co-mercial. Possui as mesmas restries legais da rea de uso misto 1a para a Zona mis-
ta de Alta Densidade 3-a, porm a rea do lote mximo proposta de 2.500 metros quadrados
eogabaritomximode22metros(trreomaisseispavimentos);
- usomisto2: readestinadaproduodehabitao social edemercadopopular com
trreo comercial em edifcios industriais reciclados;
-equipamentoesportivoedelazer:readestinadaconstruodeequipamentoesportivo
e de lazer, que aproveita a estrutura existente da antiga rea recreativa dos funcionrios da
Cia. Antarctica e supre a demanda por espaos pblicos de lazer;
-equipamentocultural:reciclagemdocomplexoindustrialdaCia.Antarcticacomprocesso
de abertura de tombamento pelo CONPreSP para uso cultural, equipamento que se integra ao
parque linear de orla ferroviria proposto pelo Plano regional da mooca de 2004;
-comrcioeservios:readestinadacriaodeumplocomercialedeserviosdecarter
regional, que se difere dos trreos comerciais das reas propostas de uso misto, que tem
carter local;
-escolaecreche:reciclagemdaantigafbricadeessnciasparausodeescolaecrechecom
criao de rea livre, suprindo a demanda suplementar por servios pblicos de educao e
reas livres vinda da implantao de novas habitaes.
DiretriZeS De iNterVeNO NOS eDifCiOS CONSerVADOS
Aps a criao de novas vias e a introduo de novos usos, a totalidade do conjunto in-
49
-
dustrial deixa de ser facilmente perceptvel. Antes incitada pelo fato de os edifcios estarem
entremuros,anovarelaodoconjuntocomacidadetornanecessriaareflexodenovas
formas, que no o enclausuramento, de promover essa percepo.
A mais simples delas a manuteno e valorizao de elementos comuns entre os
edifcios,como:
- esquadrias e emolduramento da linha de janelas. As esquadrias metlicas verdes aparecem
em diferentes tipologias com modulaes diversas, emolduradas por uma linha de concreto;
50
Fonte:fotosdaautora.
-
- lanternins. Por serem comuns tipologia que tem desenhos muito variados dentro do con-
junto, so elementos importantes a serem preservados;
51
- pintura externa. Grande parte dos edifcios do conjunto industrial possui a pintura externa
da mesma cor, o que pode ser facilmente conservado.
Fonte:fotosdaautora.
-
SIMULAODANOVAOCUPAODOLOTEEMESTUDO
52
1 equipamento esportivo e de lazer
2 Plo comercial e de servios
3 EdifciosdeHIS/HMPcomtrreo comercial
4 EdifciosdeHIS/HMPemedif-cios reciclados
5 Escola/creche+reaverdepblica
6 equipamento cultural
1
2
3
3 3
4
45
6
CoRte b
CoRte a
Escala1:5000
rea para edifcios de trreo + 3 pavimen-tos:11.161,4mreaparaunidadeshabitacionais:6923,87 mTotaldeunidades:115(considerando50%paraHISe50%paraHMP)reaparaedifciosde6pavimentos:31.883 mreaparaunidadeshabitacionais:43.252mTotaldeunidades:720(considerando50%paraHISe50%paraHMP)rea total dos galpes a serem reciclados parausohabitacional:26.483,29m
-
53
COrte Aescala1:2500
COrte Bescala1:2500
Usomisto(trreocomercial+3pavimentos) Usomisto(trreocomercial+6pavimentos) passagem subterrnea que transpe a ferrovia
escola + creche + rea verde pblica Galpesreconvertidosparausohabitacional/misto
-
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maquete eletrnicaVista area
-
55
Maqueteeletrnica:vistaareadagradao de gabaritos
-
Maqueteeletrnica:vistadapassagemdepedestres em direo ao rio tamanduate
56
-
57
Maqueteeletrnica:vistadapraada escola em direo ferrovia
-
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Maqueteeletrnica:vistadanovaviaemdireo praa do equipamento cultural
-
59
Maqueteeletrnica:vistadapas-sagem entre galpes
-
SOBREASALTERNATIVASAOMODELOATUALDEOCUPAODASREASINDUSTRIAIS
O modelo de ocupao residencial produzido pelo mercado imobilirio atual-
mente nas reas industriais desativadas, caracterizado pelas enormes torres enclau-
suradasporaltosmuros,conflitantecomaocupaotradicionaldosbairrosoperrios
- formados por vilas e pequenas residncias unifamiliares ou sobrados - e com a preser-
vao do patrimnio urbano industrial presente na memria coletiva dos moradores.
O projeto de reciclagem de galpes industriais para uso habitacional ou misto
proposto neste trabalho tenta mostrar-se como alternativa a esta nova ocupao, pois,
se se mostrar possvel, alia as propostas de adensamento para entorno de estaes fer-
rovirias preservao da arquitetura caractersticas destas reas.
Umcasoqueexemplificacomoproblemticaadestruiosemcritriosde
complexos industriais inteiros para a construo de empreendimentos residenciais
pelomercadoimobilirioodaFbricadaUnio.LocalizadaentrearuaBorgesde
figueiredo e a rua Joo Antonio de Oliveira, sua chamin foi tombada pela resoluo
05/2010doCONPRESPe foi tudooquerestoudoconjuntodeedifcios.Oterreno,
comprado por uma incorporadora, est sendo ocupado por um enorme empreendi-
mento com inmeras torres residenciais e comerciais, que se ergue a meros 15 metros
de distncia da base da chamin tombada, a qual s aparenta fazer parte do projeto
enquantoestratgiademarketing:
A Mooca um dos bairros mais tradicionais de So Paulo. E agora um
dos seus smbolos mais importantes tem sua preservao assegurada. Um
verdadeiro monumento origem industrial deste bairro que recebeu tra-
balhadores de diversos lugares do mundo. Sua herana at hoje sentida
Na imagem superior, em contorno preto a rea onde se loca-lizavaaFbricadaUnioeemamarelo,achamin.Fonte:Aero-foto, 2004. Na imagem inferior, o projeto do empreendimento imobilirioquedarlugarfbrica.Fonte:http://www.cyrela.com.br/sp/imovel/comercial/sao-paulo/mooca/escritorio/luz-es-da-mooca-atrio-giorno. Consulta em 20.05.2012.
60
-
nas ruas. A Chamin da antiga fbrica do Acar Unio o ponto de partida
do Luzes da Mooca, o empreendimento cuja atmosfera cercada de histria e
a modernidade do projeto deixaro voc com orgulho de viver aqui (http://
www.cyrela.com.br/sp/imovel/comercial/sao-paulo/mooca/escritorio/luzes-da-
mooca-atrio-giorno,consultaem23.05.2012).
Para propor uma alternativa a este modelo atravs da reciclagem de galpes industri-
aisparausohabitacional/mistoessencialcompreenderatipologiaesuascaractersticas.
Somente na rea em estudo, pode-se perceber alguns elementos que diferenciam os galpes
entresi,como:
- posio dos pilares - os pilares podem estar posicionados apenas perifericamente ou no;
61
StanddevendasdoempreendimentoLuzesdaMooca,comachamindaUnioaofundoeemsualogomarca.Fonte:Google earth.
-
62
- presena ou ausncia de lanternim;
- tipo de cobertura - os galpes possuem cobertura curva ou em duas guas.
exemplo de galpes que diferem entre si pela presena ou no de lanternim.Fonte:fotosdaautora.
-
63
SOBREOPROJETODERECONVERSODEUMGALPO
Considerando toda a anlise apresentada, um galpo da rea de estudo foi escolhido
para um estudo preliminar de reconverso para uso habitacional, dentre aqueles cujos dese-
nhos(plantasecortes)estavamdisponveis.
O galpo escolhido tem a fachada sul voltada para a rua Serra de Paracana e a
fachada norte voltada para a passagem de pedestres proposta. Suas caractersticas entre as
destacadasnaanlisedatipologiaso:pilaresemposionoexclusivamenteperifrica,
presenadelanternimecoberturacurva.Oedifciofoiconstrudoaps1973comafuno
de depsito de vasilhames.
Fonte:v8.cache1.c.bigcache.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/26581983.jpg?redirect_counter=1. Consulta em 10.06.2011.
-
64
LevantamentofotogrficodogalpoComo no foi possvel a visita interna, as fotos do Google earth possibilitam uma melhor visualizao da fachada do que as tiradas a nvel da calada. Nota-se bem a adio construda ao lado de fora do galpo, assim como a relao confusa quepossui comas edificaes vizinhas.Na ltima foto tambm possvel visu-alizar as aberturas das antigas reas ad-ministrativas do edifcio.Fonte:GoogleEarth.
-
Planta baixa do galpo atualescala1:750
65
rua Serra de Paracana
b
a
-
66
CC'
COrte Aescala1:750
COrte Bescala1:750
FACHADASULescala1:750
-
67
A primeira aproximao sobre o tema foi quase um zoneamento, uma primeira diviso
da rea total do galpo em reas pblicas e privativas, onde seria a habitao e como funcio-
naria a circulao.
primeira tentativa de demarcao de limites entre o espao pblico e o privado
oproblemadailuminaointerna:proposta de telhas translcidas
como dar privacidade sem criar bar-reirasvisuais:avarandainterna
habitao
circulao interna
passagem de pedestres
-
68
Outra tentativa foi introduzir um edifcio que atravessasse a cobertura do
galpo,configurandoumaadioindependentedaestruturaexistente.Noentanto,o
novo edifcio rasga o galpo para no us-lo, sua cobertura perde o uso e o armazm
no valorizado. De fato ocorre o inverso, perceptvel que a nova construo est
fora de lugar, e que a antiga estaria melhor sem ela.
PLANTAescala1:1000
comrcio
A
B
CORTEBescala1:1000 CORTEAescala1:1000
-
69
Aps desenvolver a segunda idia, percebe-se que o projeto de reconverso parte da
compreenso da tipologia e de suas caractersticas. Um galpo , sobretudo, uma cobertura,
eseoobjetivo reutiliz-loparaoutrofim,entocobrir,proteger,deveser sua funo.
Levandoissoemconsiderao,retorna-seidiainicial,pormlevandoasunidadesata
cobertura existente, utilizando-a de fato.
PLANTATRREAescala1:1000Obs.:todososdesenhosestoemescalamaior em prancha anexada ao caderno.
-
70
A
C
B
D
PLANTAPRIMEIROPAVIMENTOescala1:1000
A
C
B
D
-
71
A
C
B
D
PLANTASEGUNDOPAVIMENTOescala1:1000
-
A
C
B
D
PLANTATERCEIROPAVIMENTOescala1:1000
72
-
A
C
B
D
PLANTACOBERTURAescala1:1000
73
-
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CC'
DD'
CORTEAescala1:1000
CORTEBescala1:1000
CORTECescala1:1000
CORTEDescala1:1000
FACHADASULescala1:1000
readogalpoescolhido:7325,62mTotaldeunidades:120Unidadesquitinete:20Unidadesde1dormitrio:40Unidadesde2dormitrios:58Unidadesde3dormitrios:2Nmero estimado de unidades para a rea dosgalpes:1301densidade estimada para toda a rea em estudo: 542 hab/ha
-
75
MODELOELETRNICOA primeira imagem uma vista area do galpo, que mostra a manuteno dos lanternins com a adio de telhas trans-lcidas e a retirada de parte da cobertura para iluminao interna. A segunda imagem uma vista da fachada sul, vol-tada para a rua Serra de Paracana. A terceira e quarta ima-gens tambm so vistas da mesma fachada, e mostram os terraos criados nas unidades do ltimo pavimento atravs da abertura da cobertura existente, a circulao interna entre as unidades e o ritmo das aberturas, que pode variar de unidade para unidade.
-
76
MODELOELETRNICOA primeira imagem mostra a fachada norte, voltada para a passagem de pe-destres proposta. A segunda imagem mostra a relao do terrao das unidades exteriores com a rua; a altura do para-peito - formado pela prpria cobertura do galpo - alm de iluminar a unidade, possibilita a vista da rua. A terceira ima-gem uma vista da rua Serra de Paraca-na,mostrandoogalpovizinho(fachadasul) e a ltima imagemmostra o ptiointerno, arborizado e coberto apenas pelo lanternim translcido. O lanternim, apesar de ter perdido a sua funo com a abertura da cobertura do galpo, um elemento caracterstico da arquitetura deste conjunto inicial, e por isso foi mantido.
-
77
SOBREACONCLUSO
Atravs deste estudo, constata-se que possvel conciliar uma proposta de aden-
samento habitacional em rea industrial com a preservao do patrimnio urbano da indus-
trializao. Percebe-se que essencial o estudo do conjunto de edifcios e sua relao com
o entorno, para que novas transposies sejam criadas sem a descaracterizao do tecido
existente e para que os edifcios a serem preservados sejam escolhidos com critrio. A deso-
cupao de inmeros complexos fabris em So Paulo abriu a possibilidade de se transpor a
fissuraurbanacriadapelo trio rio-avenida-ferrovia,eomodeloatualdeocupaodesses
lotes - que d s costas cidade e mina dinmicas urbanas saudveis - , de fato, uma opor-
tunidade perdida.
MODELOELETRNICOA primeira imagem uma vista do ptio interno e suas varandas. A segunda imagem uma vista de uma pessoa dentro de uma das varandas, olhando o interior do edifcio. O elemento vazado foi escolhido como fechamento pois no cria uma barreira visual completamente opaca, no en-tanto, d privacidade ao morador da unidade trrea.
-
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