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RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA: UMA AVALIAÇÃO EM SÃO PAULO
Vanessa A. König Kiguti 1 ; Emília Satoshi Miyamaru Seo 2 ; Alcir Vilela-Junior 3
1 Graduando em Engenharia Ambiental do Centro Universitário Senac. [email protected]. 2 Orientadora: Doutora em Ciências pelo Ipen/USP e professora do Centro Universitário Senac. 3 Co-orientador: professor do Centro Universitário Senac.
RESUMO A radiação ultravioleta (R-UV) corresponde a uma faixa de espectro eletromagnética entre
100 e 400 nm, dividida em três sub-regiões: UVA, UVB e UVC. O espectro compreendido
entre 280 e 400 nm (UVB) incide sobre a superfície terrestre e, em grandes doses,
prejudica a saúde humana. Este projeto visou avaliar o índice de R-UVB que incide sobre
a cidade de São Paulo, mais especificamente na região metropolitana de São Paulo
(RMSP), na qual está inserido o Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro. Os
níveis de R-UV observados na cidade de São Paulo foram comparados com os das
capitais vizinhas. Pode-se afirmar que ocorre a influência das estações do ano,
acontecendo uma variação muito grande no verão e mais baixa no inverno. Os dados de
comparação desses índices foram obtidos através de dados secundários divulgados no
site do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A análise dos dados
proporcionou informações como o melhor horário de exposição ao sol e qual o tempo
máximo de exposição sem comprometer a saúde das pessoas.
Palavras-chave: radiação ultravioleta; São Paulo (cidade); saúde humana.
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A radiação ultravioleta (R-UV) corresponde a uma faixa de espectro eletromagnética
entre 100 e 400 nm, dividida em três sub-regiões: UVA, UVB e UVC. O espectro
compreendido entre 280 e 400 nm, que incide na superfície terrestre em grandes doses, é
prejudicial à saúde humana, reduz as safras agrícolas e destrói e inibe o crescimento de
espécies vegetais; desta forma, afeta todo o ecossistema terrestre, além de causar danos
aos materiais plásticos. Assim, o índice Ultravioleta (UV) mede o nível de radiação solar
na superfície da Terra. Quanto mais alto, maior o risco de danos aos olhos e à pele e de
aparecimento de câncer. Um estudo sobre essa temática é de extremo valor, pois vem a
contribuir para a qualidade de vida e da saúde das populações.
Nesse contexto, o presente trabalho consiste na avaliação do índice de R-UVB que
incide sobre a cidade de São Paulo, mais especificamente na região metropolitana de São
Paulo (RMSP), na qual está inserido o Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro.
Estudaram-se os níveis de R-UV observados na cidade de São Paulo, e estes foram
comparados com as das capitais vizinhas. Os dados desses índices de comparação
foram obtidos através de dados secundários divulgados no site do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais), que realiza a medição da R-UV diariamente, na região
metropolitana de São Paulo, nas cidades vizinhas de São Paulo e em todas as capitais do
Brasil.
Os resultados do presente trabalho somam-se a um conjunto de estudos que vêm
sendo realizados no Senac buscando avaliar a Qualidade do Ar.
Sendo assim, esses dados poderão ser disponibilizados para toda a sociedade por
meio de diversos meios, como por exemplo, o Portal do Senac, para conscientização da
população sobre o assunto e divulgação de informações sobre proteção à exposição
excessiva ao sol no tange aos períodos mais críticos.
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
A radiação ultravioleta (R-UV) corresponde a uma pequena faixa de espectro
eletromagnética compreendida entre 100 e 400 nm, a qual é dividida em três sub-regiões:
UVA, UVB e UVC (Figura 1; BRAGA et al., 2002), a saber:
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a) o espectro compreendido entre 100 e 280 nm é o UVC, completamente
absorvido pelo O2 e pelo O3 estratosférico e, com isso, não atinge a superfície
terrestre;
b) na faixa compreendida entre 280 e 320 nm está o UVB, que sofre forte absorção
pelo O3 estratosférico e, em grandes doses, pode ser prejudicial à saúde
humana, causando queimaduras e, a longo prazo, câncer de pele; e
c) a radiação UVA está compreendida entre 320 e 400 nm, sofre pouca absorção
pelo O3 estratosférico e é necessária para sintetizar a vitamina D no organismo.
Porém, o excesso de exposição pode causar queimaduras e, a longo prazo,
causa o envelhecimento precoce.
Fonte: CPTEC, 2007.
Figura 1 – Espectro eletromagnético da radiação ultravioleta
Vários fatores contribuem para a variação de radiação que ocorre entre o início da
estratosfera e a superfície do planeta, como se vê na Figura 2. Esses fatores atuam em
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diversos níveis e com intensidade variável, conforme a frequência e o comprimento de
onda da radiação incidente. As radiações ultravioletas (abaixo de 0,3 µ de comprimento
de onda) são absorvidas pela camada de ozônio que envolve a Terra a uma altitude
aproximada de 25 quilômetros. A camada de ozônio é um dos fatores de manutenção da
vida no planeta, uma vez que esse tipo de radiação é letal quando incide com grande
intensidade (BRAGA et al., 2002).
A redução na concentração do ozônio estratosférico permite que mais luz UV-B
alcance a superfície da terra: estima-se que uma diminuição de 1% no ozônio das
camadas altas da atmosfera resulte em um aumento de 2% na intensidade de UV-B no
nível da superfície. Esse aumento é a principal preocupação ambiental no que diz respeito
à depleção do ozônio, visto que tem como consequência efeitos prejudiciais a algumas
formas de vida, inclusive a vida humana (BAIRD, 2000).
Outra parte da energia incidente é refletida pelas nuvens e por outras partículas
suspensas no ar, volta ao espaço e torna-se perdida para a terra. A esse fenômeno dá-se
o nome de albedo, que é uma medida da capacidade de dado material refletir a luz, como
mostra a Figura 3. A radiação remanescente chega à superfície terrestre em forma de luz
direta ou difusa apresentando, em dia claro, uma composição de aproximadamente 10%
de radiação ultravioleta, 45% de radiação visível e 45% de infravermelho. A dispersão é
causada pelas moléculas gasosas da atmosfera (que conferem cor azul ao céu) e pelas
partículas sólidas em suspensão (que dão coloração branca ao céu, mais notável nas
grandes cidades). A radiação visível é pouco atenuada quando transpõe camadas de
nuvens, o que possibilita a realização da fotossíntese pelos vegetais, mesmo em dias
nublados (BRAGA et al., 2002). E os seres humanos são depósitos de uma fração
infinitesimal dessa corrente de energia (DREW, 2002).
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Fonte: CPTEC / INPE.
Figura 2 – Variação da radiação entre o início da estratosfera e a superfície do planeta
Fonte: BRAGA et al., 2002.
Figura 3 – Fluxo de energia na Terra
Toda a vida na terra depende da energia proveniente do sol, e a distribuição das
diversas formas de vida é consequência da variação de sua incidência e intensidade. Por
isso regiões de intensa incidência de radiação apresentam flora e fauna totalmente
diversas das de regiões de fraca incidência. Essa variação de incidência é o principal fator
que gera as diferenças climáticas entre as diversas regiões do mundo. A incidência
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luminosa influi no clima e, consequentemente, na vida do globo. A influência mais notada
é a divisão do ano em estações, ditada pela maior ou menor intensidade com que a
energia solar alcança a superfície de determinada região do globo. A variação de
intensidade verificada nas estações torna-se mais acentuada à medida que nos
afastamos do equador. Outras consequências importantes da variação da incidência solar
são a existência de regiões quentes e frias e, assim, de baixas e altas pressões,
respectivamente. Essa diferença de pressão faz que as massas de ar de regiões de alta
pressão desloquem-se para regiões de menor pressão, levando, nesse deslocamento, a
umidade que se precipitará ao longo do percurso (chuvas), criando diferentes condições
climáticas nas áreas por onde passar (BRAGA et al., 2002).
Interferência das nuvens
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC (2007), os
fluxos de R-UV são afetados pela presença de nuvens, que geralmente provocam
atenuação do feixe de radiação. Quando o sol está completamente encoberto, as nuvens
reduzem a componente direta (na direção do sol) e intensificam a componente difusa
(proveniente de todas as direções, exceto aquela do sol). A radiação global (direta +
difusa) geralmente diminui, pois a atenuação de radiação direta é mais eficiente que a
produção de radiação difusa.
Sob condições de céu totalmente encoberto, essa diminuição pode chegar a 70%.
Índice Ultravioleta (IUV)
O Índice Ultravioleta (IUV), segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos – CPTEC (2007), é uma medida da intensidade da radiação UV incidente
sobre a superfície da Terra e relevante nos efeitos sobre a pele humana. O IUV
representa o valor máximo diário da radiação ultravioleta. Isto é, no período referente ao
meio-dia solar, o horário de máxima intensidade de radiação solar. Como a cobertura de
nuvens é algo muito dinâmico e variável, o IUV é sempre apresentado para uma condição
de céu claro. Isto é, para ausência de nuvens, o que, na maioria dos casos, representa a
máxima intensidade de radiação. O IUV é apresentado como um número inteiro. De
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acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde, esses valores são
agrupados em categorias de intensidades, conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Classificação de índice ultravioleta
Categoria Índice Ultravioleta
Baixo < 2
Moderado 3 a 5
Alto 6 a 7
Muito alto 8 a 10
Extremo > 11
Fonte: CPTEC, 2007.
Conforme o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC, para o
cálculo do IUV alguns elementos são imprescindíveis, como: Concentração de ozônio;
Posição geográfica da localidade; Altitude da superfície; Hora do dia; Estação do ano;
Condições atmosféricas (presença ou não de nuvens, aerossóis etc.) e Tipo de superfície
(areia, neve, água, concreto etc.). A expressão matemática (A) usada é:
(A)
Onde é a irradiância espectral em superfície [W/m2/nm], é o espectro de ação
eritêmica e C é a constante de conversão, equivalente a 40 W/m2. Desse modo, o IUV
nada mais é do que um formato simplificado para a apresentação da Irradiância Eritêmica.
Cada unidade de IUV corresponde a 25m W/m2 de energia.
EFEITOS NA SAÚDE HUMANA
A R-UV é de grande importância para a saúde humana, embora a exposição
inadvertida cause efeitos indesejáveis no organismo humano, principalmente na pele e no
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aparelho ocular, como câncer de pele, depressão imunológica e fotoenvelhecimento, além
de causar lesões oculares (OKUNO; VILELA, 2005).
Pele A penetração da R-UV na pele varia muito com seu comprimento de onda, conforme
visto na Figura 4. A radiação com comprimento de onda inferior a 315 nm (UVB + UVC) é
em grande parte absorvida por proteínas e outros constituintes celulares epidérmicos,
reduzindo muito sua penetração na pele. O remanescente é presumivelmente absorvido
pelo DNA e por outros componentes dérmicos: a elastina e o colágeno. A radiação com
comprimento de onda superior a 315 nm (UVA) alcança a derme após absorção variável
pela melanina epidérmica. A espessura da pele e seu teor de melanina interferem na
absorção e na difusão da radiação (OKUNO; VILELA, 2005).
Ainda para Okuno & Vilela (2005), as reações fotobiológicas são tanto mais intensas
quanto mais precoce for o início da insolação, e dependem do tempo e do número de
exposições. Também influem a intensidade e o comprimento de onda da radiação solar,
que varia de acordo com altitude, latitude, estação do ano, condições atmosféricas e hora
do dia. Os efeitos biológicos consequentes são agudos ou imediatos, quando surgem
algumas horas ou alguns dias após a exposição, e crônicos ou tardios quando são
consequências da somatória de exposições agudas, repetitivas no decorrer da vida.
A R-UVC (100-280 nm) é a radiação com maior poder carcinogênico, pois é letal
para a epiderme. Sua incidência aumenta durante o verão, especialmente nos horários
entre 10 e 16 horas, quando a intensidade dos raios atinge seu máximo. Os raios UVB
penetram superficialmente e causam as queimaduras solares. É a principal responsável
pelas alterações celulares que predispõem ao câncer da pele. A R-UVB (280-315 nm),
eritematogênica, é o principal indutor do câncer cutâneo. E na R-UVA (315-400 nm),
maior parte do espectro ultravioleta, a radiação UVA possui intensidade constante durante
todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o verão.
Sua intensidade também não varia muito ao longo do dia, sendo pouco maior entre 10 e
16 horas que nos outros horários. Penetra profundamente na pele, sendo a principal
responsável pelo fotoenvelhecimento. Tem importante participação nas fotoalergias e
também predispõe a pele ao surgimento do câncer. O UVA também está presente nas
câmaras de bronzeamento artificial, em doses mais altas do que na radiação proveniente
do sol (SCHAEFER, 2007).
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Fonte: Corrêa, 2007.
Figura 4 – Níveis de penetração da R-UV na pele
A caracterização de determinado tipo de pele é subjetiva e muito difícil, diante da
grande miscigenação e das diferentes características entre os seres humanos. Desse
modo, podem ser selecionados três grandes grupos de tipos de pele (Quadro 1):
a) aqueles que apresentam pele clara, nunca se bronzeiam e têm grande
susceptibilidade a sofrer queimaduras em exposições ao sol (tipos I e II);
b) os de pele morena, com pigmentação intermediária (tipos III e IV); e
c) indivíduos de pele escura, cuja pigmentação é acentuada (tipos V e VI).
Mais de 90% do cânceres de pele não melanoma ocorrem em pessoas de pele tipo I
e II. Ou seja, do grupo de pele clara. Pessoas com esse tipo de pele devem ter particular
atenção às medidas de prevenção às queimaduras. Bebês, crianças e idosos também
devem ser incluídos nesse grupo, uma vez que suas peles são mais sensíveis aos efeitos
da R-UV. Embora o número de casos de câncer seja menor em pessoas de pele mais
escura, estas também estão susceptíveis a outros efeitos nocivos da R-UV, tais como as
cataratas e a depleção do sistema imunológico.
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Quadro 1 – Caracterização dos tipos de pele
Tipo Característica Sofre queimadura Bronzeia após exposição
I Sempre Raramente
II
Pele clara – pouca
melanina Usualmente Às vezes
III Às vezes Usualmente
IV
Pele morena – quantidade
intermediária de melanina Raramente Sempre
V Pele mulata (naturalmente)
VI
Pele escura – muita
proteção de melanina Pele mulata (naturalmente)
Fonte: CPTEC, 2007.
Apesar de o câncer de pele ser o mais frequente no Brasil, o país não utiliza o Índice
Ultravioleta (IUV), para prevenção à doença, em benefício da saúde pública. O Instituto
Nacional de Câncer – Inca (2008) estima que o câncer de pele do tipo não melanoma
(115 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira em 2008, o que
praticamente equivale para homens à quantidade de câncer de próstata (49 mil) e, para
as mulheres, ao câncer de mama (49 mil). O número de casos novos de câncer de pele
não melanoma estimados para o Brasil no ano de 2008, é de 55.890 entre homens e de
59.120 nas mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 59 casos
novos a cada 100 mil homens e 61 para cada 100 mil mulheres. O câncer de pele não
melanoma é o mais incidente em homens na maioria das regiões do Brasil, com um risco
estimado de 82/100 mil na região Sul e 68/100 mil na região Sudeste; nas demais regiões
a incidência é menor. Nas mulheres, é mais frequente nas regiões Sul (82/100 mil),
Centro-Oeste e Sudeste (64/100 mil); nas demais regiões a incidência é menor. Quanto
ao melanoma, sua letalidade é elevada, porém sua incidência é baixa (2.950 casos novos
em homens e 2.970 casos novos em mulheres). As maiores taxas estimadas em homens
e mulheres encontram-se na região Sul.
Filtro Solar
Os filtros solares ou protetores solares são substâncias que aplicadas sobre a pele
protegem-na contra a ação dos raios ultravioleta (UV) do sol. Os filtros solares podem ser
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químicos (absorvem os raios UV) ou físicos (refletem os raios UV). É comum a
associação de filtros químicos e físicos para se obter um filtro solar de FPS mais alto.
Todo filtro solar tem um número que determina o seu Fator de Proteção Solar (FPS),
que pode variar de 2 a 60 (até agora, nos produtos comercializados no Brasil). O FPS
mede a proteção contra os raios UVB, responsáveis pela queimadura solar, mas não
medem a proteção contra os raios UVA. A pele, quando exposta ao sol sem proteção,
leva determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15,
por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha. Exemplo: Para
uma manhã com IUV de 6.9, o Tempo de Exposição Segura (TES) é de 24 minutos,
consequentemente, se aplicou um creme de proteção solar com Fator de Proteção Solar
(FTP) 10, o indivíduo poderá ficar exposto ao sol, sem se queimar, por 240 minutos (4
horas), pois o TES com filtro solar = TES x FTP = 24 x 10 = 240 minutos. A eficiência do
creme protetor depende de sua permanência na pele, logo deverá ser reaplicado após o
banho (contato com água) ou intensa atividade física que gere muito suor (SCHAEFER,
2007).
Olhos
Segundo Schaefer (2007), a radiação ultravioleta A, conforme visto na Figura 5, é a
de maior potencial de agressão à retina, pois passa com facilidade pela córnea, a maior
parte dela é filtrada pelo cristalino, mas uma vez transmitida para a retina, prejudica o
cristalino. De acordo com Corrêa (2007), a maior absorção ocorre na córnea, segundo
demonstrado na Figura 6.
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Figura 5 – Toxidade das radiações ultravioleta Fonte: Schaefer, 2007.
Fonte: CPTEC, 2007.
Figura 6 – Absorção de radiação ultravioleta pelo olho humano
Para uma exposição segura, é necessário o uso de óculos com proteção UV, pois,
como se vê na Figura 7, a lente tratada tem a capacidade de absorver os raios
ultravioleta, filtrando a radiação UVA e UVB que entraria pelos olhos.
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Figura 7 – Absorção da radiação Fonte: Schaefer, 2007.
No Quadro 2 o espectro está dividido em: UVC (< 280 nm), UVB (280-320 nm), UVA
(320-400 nm), Visível (400-750 nm), IVA (780-1400 nm), IVB (1400-3000 nm) e IVC
(3000-10000 nm), onde UV: Ultravioleta e IV: Infravermelho. Quanto menor o
comprimento de onda da radiação, maior o dano causado à estrutura ocular. Por essa
razão, as radiações UV são mais nocivas do que a luz nos comprimentos de onda visível
e IV. Outro fator que diferencia os danos causados pela radiação UV é que sua percepção
não é imediata. Enquanto a radiação IV se manifesta na forma de calor e a luz visível
pode ser vista, o UV não provoca nenhuma reação que desperte algum dos sentidos do
ser humano.
Quadro 2 – Dano causado à estrutura ocular
Espectro Tecido afetado Local de absorção Tipo de dano
UVC / UVB Córnea Epitélio Fotoquímico: fotoqueratite e
opacidades na córnea
UVB / UVA Cristalino Núcleo Fotoquímico: catarata
Visível Retina
Epitélio pigmentário
Hemoglobina
Pigmento macular
Térmico: diminuição da visão
Hemorragia intraocular
Alterações na percepção de
cores
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IVA Retina Epitélio pigmentário
Epitélio
Térmico: diminuição da visão
Catarata
IVB Córnea Epitélio Opacidades
IVC Córnea Epitélio Queimaduras superficiais
Fonte: CPTEC, 2007.
ESTRATÉGIA DE PESQUISA
Inicialmente realizou-se pesquisa bibliográfica para compreensão de alguns
conceitos e definições a respeito da Radiação Ultravioleta. O segundo passo foi coletar os
dados secundários, no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O cálculo
do índice UV divulgado pelo Inpe leva em conta fatores como concentração de ozônio
(maior responsável pela absorção de radiação UV), posição geográfica, altitude e horário
(sabe-se que quanto mais próximo do meio-dia, maior a quantidade de energia UV).
Outros fatores também influenciam a radiação que incide sobre a terra, como condições
atmosféricas, pois a presença de nuvens atenua a quantidade de radiação na superfície.
A terceira etapa objetivou analisar e comparar os dados, gerando Gráficos (1,2,3,4 e
5), para obter valores consistentes da Radiação Ultravioleta em São Paulo, com base nos
números divulgados para as quatro estações do ano, entre:
São Paulo (capital) e cidades vizinhas (região metropolitana de São Paulo, Osasco
e Guarulhos);
São Paulo (capital) e capitais vizinhas (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo
Grande, Curitiba e Distrito Federal);
São Paulo (capital) e algumas capitais (Manaus, Fortaleza, Salvador, Brasília,
Cuiabá e Porto Alegre);
São Paulo e cidades litorâneas (Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente);
São Paulo (capital) e cidades do interior (Araçatuba, Bragança Paulista, São José
dos Campos, Santos e Presidente Prudente).
Por fim, os dados obtidos foram aplicados à tabela do Índice Ultravioleta (Figura 9),
para fornecer informações com relação aos horários mais críticos de exposição à saúde
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humana. O índice calcula, em escala de 0 a 14, a quantidade de radiação solar que chega
à Terra, indica o quanto é necessário se proteger do sol em atividades ao ar livre e que
tipo de proteção deve ser adotado.
Fonte: CPTEC, 2007.
Figura 8 – Índice Ultravioleta
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para os valores de índices de radiação ultravioleta (IUV-B) da
cidade de São Paulo e de outras localidades estão apresentados nos Gráficos 1,2,3,4 e 5.
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IUV-B CapitaisMédia Anual 2007
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
Out
ono
Out
ono
Out
ono
Out
ono
Out
ono
Out
ono
Out
ono
Inve
rno
Inve
rno
Inve
rno
Inve
rno
Inve
rno
Inve
rno
Inve
rno
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Prim
aver
a
Verã
o
Verã
o
Verã
o
Verã
o
Verã
o
Verã
o
IUV-
B
Manaus Fortaleza Salvador Brasília Cuiabá Porto Alegre
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São Paulo Fonte dos dados: INPE, 2007.
Gráfico 1 – Índice de Radiação em São Paulo e capitais em outras regiões
Os dados de latitude e altitude das cidades citadas no Gráfico 1 são estes:
Latitude Altitude
Manaus 3º 07’ S 67 m
Fortaleza 3º 30’ S 15 m
Salvador 13º 30’ S 8 m
Brasília 15º 36’ S 1.172 m
Cuiabá 15º 33’ S 176 m
Porto Alegre 30º S 10 m
São Paulo 23º 32’ S 760 m
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IUV-B São Paulo e Capitais VizinhasMédia Anual 2007
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IUV-
B
Belo Horizonte Brasília Campo Grande Curitiba Rio de Janeiro
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São Paulo Fonte dos dados: INPE, 2007.
Gráfico 2 – Índice de Radiação UV-B em São Paulo e capitais vizinhas
IUV-B Grande São PauloMédia Anual 2007
3,0
6,0
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IUV-
B
Santo André São Bernardo São Caetano Diadema Osasco Guarulhos São Paulo
Gráfico 3 – Índice de Radiação UV-B na Grande São Paulo Fonte dos dados: INPE, 2007.
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IUV-B São Paulo e Litoral PaulistaMédia Anual 2007
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
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IUV-
B
Guarujá Praia Grande Santos São Vicente São Paulo Fonte dos dados: INPE, 2007.
Gráfico 4 – Índice de Radiação UV-B nas cidades litorâneas de São Paulo
IUV-B São Paulo e InteriorMédia Anual 2007
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
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IUV-
B
Araçatuba Bragança Paulista S. J. dos Campos Santos P. Prudente São Paulo
Gráfico 5 – Índice de Radiação UV-B nas cidades do interior de São Paulo Fonte dos dados: INPE, 2007.
Com base nos resultados obtidos, temos as seguintes avaliações:
• Quanto maior a altitude, maior a radiação UV-B – exemplo: Brasília x Cuiabá
(Gráfico 1);
• Quanto maior a latitude, menor a média anual de radiação UV-B, porém maior a
amplitude entre o máximo e mínimo – exemplo: Porto Alegre (Gráfico 1);
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• Quanto mais próximo à linha do Equador, maior a média anual de radiação UV-B e
menor a diferença entre as estações do ano – exemplo: Manaus e Fortaleza
(Gráfico 1);
• A incidência de radiação UV-B é maior entre a primavera e o verão, e menor entre
o outono e o inverno (Gráficos 1, 2, 3, 4 e 5).
As cidades litorâneas de São Paulo têm incidência menor de radiação UV, pois
estão localizadas em uma altitude menor (Gráfico 4).
Comparando os dados secundários de níveis de UVB de São Paulo e cidades
vizinhas da região metropolitana (RMSP), verificou-se que os níveis de radiação pouco se
alteram (Gráfico 3). E, hipoteticamente, pode-se observar que os valores de R-UV da
cidade de Diadema são próximos aos do Senac (Figura 9).
12,48 km
7,95 km
Figura 10 – Distância do Senac à USP e à cidade de Diadema Fonte: Google Earth.
Segundo o professor Marcelo de Paula Corrêa, o ponto de medição de R-UV na
cidade de São Paulo se localiza no Peletron da Física/USP – Cidade Universitária. Os
demais são medidos por satélite, o que explica a variação em todos os gráficos da região
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de São Paulo, pois esta medição pode sofrer influência das nuvens. Aliás, também pode
ter ocorrido falha de manutenção no sistema que capta os dados (Gráficos 3,4 e 5).
Em São Paulo e também em Diadema, o índice de radiação UV-B fica entre 5 e 9
(referência Figura 8) entre o outono e inverno, ou seja, entre “moderado” e “muito alto”.
Entretanto, durante a primavera e o verão o índice de radiação fica entre 9 e 14, ou seja,
entre “muito alto” e “extremo”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os valores de IUV nas regiões Norte e Nordeste são praticamente constantes
durante o ano inteiro, graças à proximidade da linha do equador. Para as outras regiões
observa-se comportamento sazonal, com valores muito altos no verão e muito baixos no
inverno;
Devemos destacar que durante vários meses do ano o território brasileiro
apresenta, em condições de céu claro, IUVs considerados extremos pela Organização
Mundial da Saúde, por serem maiores que 9.
O Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro, está inserido numa região
em que o índice de radiação UV-B fica entre 5 e 9 (Figura 8) entre o outono e o inverno,
ou seja, entre “moderado” e “muito alto”. Entretanto, durante a primavera e o verão o
índice de radiação fica entre 9 e 14, ou seja, entre “muito alto” e “extremo”.
As condições de radiação solar na região do Senac Campus Santo Amaro
(considerando os dados de Diadema) têm um IUV alto e, portanto, devem ser tomadas
algumas medidas de proteção por toda a comunidade acadêmica nos períodos de maior
insolação, das 10 às 16 horas.
Para dar sequência ao estudo, seria necessária a compra do equipamento que
meça radiação ultravioleta para verificar a incidência da radiação no Senac, e
disponibilizar as informações no site para a comunidade acadêmica, bem como medidas
preventivas e horários críticos, para exposição segura, ou seja, sem prejuízo à saúde.
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2002.
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CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS (CPTEC); INSTITUTO
NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Espectro solar. Disponível em:
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DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. (Trad. João Alves dos
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Brasil. Disponível em: www.inca.gov.br/estimativa/2008. Acesso em: 13 mar. 2008.
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teóricos por municípios. Disponível em: www.inpe.br. Acesso em: 19 out. 2007.
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RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA: UMA AVALIAÇÃO EM SÃO PAULO Vanessa A. König Kiguti; Emília Satoshi Miyamaru Seo; Alcir Vilela-Junior INTERFACEHS
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SCHAEFER, Tânia. A importância da proteção ultravioleta. Disponível em:
www.schaefer.com.br/art. Acesso em: 4 out. 2007.
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