Queridas Irmãs, formandas e Oblatos(as), · que elas estão sim unidas a nós, somando forças...
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Editorial............................................................................................................................03
Palavra da Provincial
Não compreendeis ainda.......................................................................................................04
Espiritualidade
O Senhor nos alcançou ..........................................................................................................06
Espiritualidade cristã a partir de São Bento...........................................................................08
Formação
Aspirínter................................................................................................................................11
São Bento...............................................................................................................................12
Ação de Graças
Alegrai-vos..............................................................................................................................14
O céu em nossas mãos...........................................................................................................16
Missão Ad Gentes.............................................................................................................
Educação como desafio contra o analfabetismo. ..................................................................23
Jornada da Juventude Guineense...........................................................................................25
Encontro com Núncio Apostólico...........................................................................................27
Liturgia
Mulheres................................................................................................................................29
Formação Permanente
1º Encontro de Formação Permanente..................................................................................32
Serviço de Animação Vocacional
Formação do Serviço Vocacional............................................................................................35
Celebração Vocacional.................................................................................. .........................36
Poetizando........................................................................................................................38
Últimas Notícias................................................................................................................40
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Queridas Irmãs, formandas e Oblatos(as),
“...A vida se faz caminho!”
O tempo passa quase que veloz! É fato para todos esta
percepção de um tempo cada vez mais “rápido”.
Tivemos a graça, no entanto de viver e presenciar
muitas experiências enriquecedoras em nossa família
religiosa bem como em toda a Igreja neste primeiro
semestre: Ascensão, Pentecostes, Corpus Christi, Sagrado
Coração de Jesus, mas recente São Pedro e São Paulo foram para nós momentos ímpares que
com certeza regaram o nosso coração um pouco mais na intimidade com Deus. E foi de grande
graça que também tivemos a alegria de todos juntos como autêntica família Beneditina da Divina
Providência festejarmos os 200 anos de nossa fundadora Maria Schiapparoli. Que graça de Deus!
Que grande testemunho de união e fraternidade!
Regadas por motivações recebidas de tantos momentos ao longo destes meses, esta edição do
Informando sai festejando e partilhando com todos o Kairós que está sendo este ano dedicado à
Vida Consagrada. A Providência de Deus que nos impulsiona a buscar o novo para melhor
anunciar o Reino. Desde o Congresso Nacional da Vida Religiosa Consagrada ocorrido em
Aparecida do Norte, reunindo centenas de religiosos e religiosas em busca de um
‘aggiornamento’ quanto ao sentido da verdadeira consagração, até aos frutuosos encontros
realizados em nossa Província, vamos confirmando e atendendo ao chamado vivo do Capítulo:
“Desperta e Caminha!”. É possível sentira chama que se fortifica nas partilhas de nossas Irmãs
que com tamanha dedicação nos mostram o quanto procuram fazer a diferença em suas
comunidades, o quanto estão procurando ser o sinal do amor no meio de tantos irmãos e irmãs
sedentos de Deus. Alegremo-nos! É a Providência que caminha conosco! E mesmo diante da
tristeza de falecimento de Irmãs tão queridas, enriquecemo-nos com a esperança sempre viva de
que elas estão sim unidas a nós, somando forças para nossa maior entrega a Deus Providente.
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Também não podemos deixar de destacar o profetismo de nosso pastor Papa Francisco, que nos
alerta a todas as consequências que a ação humana pode causar em toda a natureza, publicando
uma nova Encíclica com o título LaudatoSí (Louvado seja), de temática sobre a ecologia.
Como está na encíclica “Quando falamos de ‘ meio ambiente’, fazemos referência também
a uma particular relação: a relação entre a natureza e a sociedade que a habita. Isto
impede-nos de considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera
moldura da nossa vida. Estamos incluídos nela, somos parte dela e compenetramo-
nos”. É preciso prestar atenção à forma como estamos cuidando de nosso planeta. É preciso a
consciência diante de nossas ações cotidianas.
Caminhamos com o coração sensível aos apelos do Divino Espírito e a benção de Deus
Providente. Que nossas fundadoras Maria e Giustina Schiapparoli intercedam por nós!
Boa leitura!
Equipe do Informando.
“... Não compreendeis ainda.” Mc 8,21.
O processo vocacional fundamenta-se sobre o chamado amoroso de Deus,
na Pessoa de Jesus Cristo que é reconhecido e acolhido pela resposta generosa
do vocacionado. Trata-se de uma experiência amorosa de fé da pessoa chamada
na certeza que Deus chama de modo único,
pessoal e definitivo.
No seguimento, o discípulo se dispõe a
seguir o Mestre, desde a partilha na mesa, a
docilidade ao deixar-se ser ensinado com os
gestos e exemplos de quem o chamou, com a
proximidade dos corações despedaçados e
sofridos dos pobres. Com o coração do Filho,
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Deus educa o discípulo nos caminhos do
mundo e ao mesmo tempo, aponta para o
Reino dos céus.
Assim, a dinâmica do discípulo vai
tomando forma, sem colocar na forma, o
coração da/o consagrada/o a qual é chamada
a cantar no mundo as maravilhas que Deus
realiza na vida de toda pessoa vocacionada a
viver o amor sem medida, porque tem como
único bem superior uma relação íntima e plena com Aquele a quem até os ventos
obedecem. Mc 4,41.
Neste tempo de tempestade em que a sociedade e todos nós
despercebidos e distraídos, podemos ser levados por ela, muitas vezes nos
encontramos confusos e até duvidamos da experiência amorosa do chamado
inicial e, vacilamos na expressão do testemunho alegre, cativante e apaixonado
por Jesus Cristo e o seu Projeto de Vida. Às vezes, os sentimentos do Filho já
não alimentam as nossas convicções e as nossas ações, e Ele nos faz a dura
pergunta: Não compreendeis ainda?
Neste Ano da Vida Religiosa Consagrada, a Igreja nos convoca a sentir o
calor de Deus revelado plenamente na Pessoa de Jesus Cristo. Calor que aquece
os corações gelados pela tristeza, pelo desanimo, pelo estresse, pela pobreza
das mais diferentes formas, pelo ativismo e até mesmo pela solidão mórbida, no
ambiente onde os corações estão distantes pela discórdia e o desamor.
Encontramos na Palavra de Deus o calor necessário para gerar em nós a
força motivadora, propulsora de vida a qual nos lança para horizontes largos,
aonde a vida possa ser plena e abundante para todos. Devo deixar a Palavra ler a
minha vida e fazer nascerem os frutos do bem para que outros também se
alimentem com o testemunho que dou, com a vida, seja nos grandes centros
urbanos ou nas periferias de tantas pessoas
que estão muito próximas de nós.
No estilo do Evangelho e da Pessoa de
Jesus Cristo, seremos testemunhas alegres,
na certeza que “nele somos escolhidos,
chamados e redimidos.” Ef 1,4-7.
Irmã Ana M. Gomes da Costa
Superiora provincial
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O Senhor nos alcançou
Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos
escolhi. (Jo, 15,16)
Independentemente de ideologia ou religião, as pessoas, a cada década, dizem frases
que buscam naufragar a esperança vinda com a salvação nascida na cruz: “isso vai de
mal a pior”, “o mundo precisa acabar”, “Deus se esqueceu de nós”, entre outras
assertivas que fazem emergir a cegueira humana. Apesar de tanto horizonte nublado,
floresce uma âncora através da qual o Reino pode perpassar todo esse maremoto: a
Vida Consagrada Religiosa.
E como consagrada a Deus, percebo o quanto essa missão tem se tornado, desde o
primeiro dia do chamado, o ar que eu respiro. Para ser criatura ou filha de Deus, basta
estar viva, mas acolher, de modo exemplar e completo a vocação que Ele nos trouxe, é
prova de que a cruz de Cristo foi talhada em nossos corações, nosso entendimento e
nossa alma.
Tal marca faz de nós pessoas capazes de edificar a casa sobre a rocha, não para que
fique no alto, mas para ter condições de trazer os irmãos, através dos exemplos de fé,
por caminhos menos espinhosos e
duradouros. Ser “sal da terra” e “luz do
mundo”, como se sabe, é tarefa árdua, dada a
nossa condição humana, que muitas vezes se
abate ou se ilude com o que menos importa.
Mas Deus, sabendo disso, dá-nos a graça de
viver, refazendo, através de nossa
espiritualidade diária, o caminho que
escolhemos.
A alegria de servir não é menor que o desejo
de divulgar as maravilhas dadas,
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graciosamente por Deus a cada um de nós. E
quando falo em divulgar tais maravilhas, não
me refiro, somente, à palavra que chega pelos
ouvidos, mas àquela que brota, principalmente,
em nosso íntimo, levando-nos ao encontro de
nossos votos — pobreza, obediência e
castidade —, os quais fazem surgir uma
sequência de frutos rejuvenescedores de nossa
fé: a perseverança, a humildade, o despojamento, sobretudo por vivermos no século da
tecnologia, das grandes listas, dos tapetes vermelhos estendidos para a soberba, a
vaidade, a inveja, entre tantas outras distrações pelas estradas de nossa escolha.
Bebendo na fonte viva de Jesus Cristo, conseguimos dissipar todo o nevoeiro que por
vezes se abate em nosso meio. Como poderemos ajudar um irmão de comunidade, um
leigo em crise, uma pessoa carente se em nós a riqueza divina se faz, também, pedinte?
Reconhecendo nossas fraquezas e buscando sobrepô-las, somos capazes de nos
fortalecer pela oração — não apenas a pessoal, mas aquela feita pelos membros de
nossas Comunidades e a de todos os que nos querem bem — e pela comunhão — bem
maior recebido por quem se consagra a Deus.
O Santo Padre, em sua Carta Apostólica às Pessoas Consagradas, apresenta-nos os
objetivos da vida consagrada, a saber:
1. Olhar com gratidão o passado, para que repassemos a própria história, visto que ela
é “uma forma também para se tomar consciência de como foi vivido o carisma ao longo
da história, que criatividade desencadeou, que dificuldades teve de enfrentar e como
foram superadas. E segue, mostrado que “Narrar a própria história é louvar a Deus e
agradecer-Lhe por todos os seus dons.”
2. Viver com paixão o presente, para que nos tornemos “peritos em comunhão”,
“testemunhas e artífices daquele “projeto de comunhão” que está no vértice da história
do homem segundo Deus” (Religiosos e promoção humana, agosto de 1980).
3. Abraçar com esperança o futuro, para que não desanimemos diante da diminuição de
vocações, da velhice, das crises sociais contemporâneas, da marginalização e da
irrelevância social. E acrescento: a esperança de que os povos entender-se-ão e
respeitarão, uns aos outros, para que massacres contra cristãos passem ao capítulo de
um passado que não se repetirá.
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Com toda a alegria de que é porta-voz, o Papa Francisco exemplifica, cotidianamente,
ao mundo todo, que a alegria de servir ao Senhor é mais poderosa do que qualquer
outro sentimento suscitado em nossos corações.
Que a jovialidade, a coragem, o forte propósito de comunhão com Deus sejam nosso
leme nessa linda e abençoada missão para que, ao olhar para trás, quando formos
entregar nossas almas a Deus, possamos ver que os talentos que Ele nos deu não
foram enterrados, mas multiplicados e concretizados em doces e santos frutos, levando-
nos a perceber, humildemente, como São Paulo Apóstolo, que também nós
combatemos o bom combate, guardando a fé e praticando, até nosso último suspiro, a
caridade.
Irmã Salute Francisco Bett
Espiritualidade Cristã a partir de São
Bento
“Escuta, filho, os preceitos do Mestre e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e escuta eficazmente o conselho de um bom pai, para que voltes, pelo labor da
obediência àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência”. “A ti, pois, se dirige agora a minha palavra, quem quer que seja que, renunciando às
próprias vontades empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência para militar sob o Cristo Senhor, verdadeiro Rei.” (Prólogo)
São Bento nasceu em Núrcia, Itália em 480, após a queda do Império romano e todas as estruturas.
Tem uma irmã gêmea, Escolástica. São Gregório Magno era contemporâneo de Bento. Era prefeito de Roma e tornou-se monge e depois Papa. Como Papa escreveu sobre São Bento. São Bento em Roma, com sua ama e na escola descobre a decadência de Roma em todos os sentidos. Por isso retira-se para uma gruta. Bento escreve a regra no final de sua vida, fruto da experiência de vida. Antecipar-se no amor, na caridade é o sucesso de sua regra. “Com a ajuda da regra e do arado, salvou a Europa”, diz Pio XII. Convida a constituir uma escola a serviço do
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Senhor, numa família, onde um aprende com o outro. É preciso militar para permanecerem unidos, coerdeiros de Cristo, pela fidelidade. Ao lado do zelo mau, fruto do demônio, há o zelo bom vivido pelos monges, com amor, antecipando-se uns aos outros, em honra. Antecipando-se uns aos outros em honra, tolerando-se nas fraquezas do corpo e do caráter. Prestem-se mútua obediência, procurando não o que é bom para si, mas para o outro. Para São Bento o zelo bom é a expressão da obediência; obedecer a todos. Obedecer a Deus e aos irmãos é humildade. A obediência é sempre um retorno ao Pai. Quando eu tenho consciência de Deus eu sei quem eu sou e para quem estou voltando; assim como o filho pródigo. O Pai o veste primeiro dento de si, no útero, através do abraço sem palavras. Quando pela desobediência nos afastamos de Deus, fazemos o caminho da morte. À volta para Deus é sempre alegria, não só para nós, mas para Deus também. O zelo baseado no egoísmo é domínio do outro. Quem ama não sabe calcular. Zelo bom é gostar do que tenho de melhor para o irmão. Se alguém for leal para o seu próprio coração deve entender que a atitude de obedecer não é alienação, mas caminho para a realização de si mesmo, de sua libertação. Jesus nos deu exemplo mostrando seu rosto mais autêntico, o da filiação. Viveu sempre voltado para o Pai, conhecendo o mistério mais profundo do Pai, até a cruz. Desta obediência total brotou uma vida nova na qual tudo começa a ser diferente: até o nosso mal não nos prende mais. A palavra Espiritualidade vem da palavra grega pneumatikós. É a vida a partir do Espírito, das fontes do Espírito Santo. É uma vida onde a pessoa abre seu coração e se deixa transformar pelo Espírito de Jesus, suas palavras, atitudes e doutrinas. Os monges da idade média entenderam que, tanto o Antigo Testamento quanto o novo falavam da pessoa de Jesus Cristo e explicavam o mistério da salvação, incutindo neles o desejo do céu e a vinda e Jesus Cristo. São Bento deu a máxima importância à leitura divina, estabelecendo o caminho espiritual, onde os monges através da leitura, compreensão e vivência estabeleceram um caminho místico de união com Deus. Nós devemos descobrir na palavra da Escritura coração de Deus, decifrando os fatos, imagens. Os monges aprendiam a bíblia de cor. Isto facilitava a explicação mútua na associação das palavras. É preciso deixar que as palavras caiam, da cabeça ao coração. Destas passagens participam todos os sentidos. Meditar as palavras significa; “eu repito as palavras com o coração para que elas penetrem sempre mais no coração e nele se difunda o sabor doce de Deus”. Desta forma a palavra de Deus se torna sempre atual. Ao ler e meditar a Palavra de Deus deve-se ter em mente não de aumentar o conhecimento de Jesus Cristo, mas ser atingido por sua palavra, ser penetrado por seu olhar e ser transformado por seu amor. E o Fruto desse desejo é a paz encontrada em Deus." Quem deseja Deus de todo coração, já possui, com certeza, aquele a quem ama". Seguindo esses passos chega-se à contemplação; o orar sem palavras, um degustar Deus sem pensamentos, sentimentos e ideias. É o rezar no silêncio. É sempre graça de Deus. Esta espécie de meditação bíblica leva sempre a uma oração pessoal, onde pergunto a Deus o que ele gostaria de me dizer por meio dessas palavras e o que devo mudar agora em minha vida. Os monges ruminavam a palavra de Deus durante o dia, repetindo no trabalho, determinadas passagens para que
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ficassem impressas em seus pensamentos, sentimentos e ações. Isto os ajudava a vencer o negativismo com as palavras de Jesus, O Senhor está a meu favor, nada temo! São as palavras que produzem em mim a confiança e curam minhas feridas. É também apreciada a "oração de Jesus" na qual a pessoa vai repetindo quantas vezes quiser: " Jesus, tem piedade de mim". É o desejo que o Espírito de Jesus penetre sempre mais em mim, no fundo de minha alma e, a
partir desse interior, refletir este espírito no agir e falar. Isto exige muito silêncio! A liturgia é uma forte fonte de espiritualidade. São Bento enfoca principalmente a oração das horas, onde cantando os salmos estariam cantando a glória de Deus na presença dos anjos. A Eucaristia é a celebração da transformação. Nela se transformam não só o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo, mas também a nossa vida. Outro elemento essencial da espiritualidade cristã é a ascese, atualmente vista por muitos como atitude negativa contra a alegria do viver. São Bento relata como os monges desenvolveram a vontade de treinar a liberdade interior, lutar pela vida, numa imagem positiva do ser humano. Provavam o quanto o jejum lhes fazia bem, sendo um treinamento da liberdade interior. Para São Bento os monges deveriam ser militares de Cristo. Hoje se anuncia uma espiritualidade do bem estar, do sentir-se bem e há o perigo das pessoas se tornarem narcisistas, ignorando as necessidades da sociedade. É preciso reconhecer as necessidades humanas e trabalhar-se humana e espiritualmente. Para nós a ascese é sempre um caminho para aceitar os próprios limites e caminhar. Para um maior conhecimento de minha pessoa preciso de todos os dias de um momento sagrado, de um contato a sós com Deus. Ali eu me encontro só com Ele. Deus, pés no chão. Só uma espiritualidade integrada no chão da terra que assume a carne se torna uma espiritualidade cristã, reflexo da encarnação de Jesus Cristo. " O amor brota de nós espontaneamente quando nos abastecemos na fonte interior do amor divino, que jorra em nós sem cessar. Quando agimos com base na fonte do amor, damos um novo sabor à vida." O objetivo da espiritualidade cristã é viver sempre mais a pessoa de Jesus e, deixar-se penetrar pelo espírito.
Irmã Amélia Gava
Cabeceira Grande/MA
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Aspirínter Caríssimas Irmãs e Oblatos,
Nós, aspirantes, Ediléia, Luana e Thainá viajamos para São Paulo no dia 18 de maio
para o curso do Aspirínter e ficamos na comunidade da
Esperança. Nós esperávamos
encontrar a aspirante Leonor Teodora
Mendes de Guiné- Bissau, ela que
chegou ao Brasil no mesmo dia,
acompanhada da superiora provincial
Irmã Ana Maria Gomes da Costa.
Reunidas as quatro aspirantes na
comunidade da Esperança iniciamos o
encontro no dia dezenove. Tivemos a
alegria de sermos acompanhadas pela Irmã Maria Della Giustina.
No primeiro dia do Aspirinter teve a acolhida, as apresentações de cada uma e de suas
comunidades, que eram cerca de 12 comunidades e 28 jovens com seus formadores. O
curso estava sendo dirigido pela Irmã Maria Aparecida Pieroni.
No segundo dia começamos com o seguinte tema “Afetividade e sexualidade”, em
que entendemos que a sexualidade compreende o ser humano em sua totalidade. A
pessoa não pode exprimir-se se não enquanto homem ou enquanto mulher e que o
verdadeiro amor, a verdadeira sexualidade só existe, se existir a germinação, e, uma
vivência comunitária gera vida. A afetividade está ligada a tudo o que nos afeta, de
maneira física, emocional, mental e espiritual.
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Neste dia também tivemos vários temas sobre os quais debatemos; um deles que nos
chamou a atenção foi o aspecto da vivência comunitária, muito importante para nós que
vivemos em comunidade. Que vemos nas dificuldades desta convivência, porque são
nas diferenças que crescemos.
O terceiro dia foi iniciado com a Santa Missa, em seguida passamos para as revisões do
segundo dia, nelas houve dinâmicas, debates sobre os assuntos que foram trabalhados
durante todo o encontro. Todos participaram de uma confraternização para encerrar o
nosso curso, logo depois teve a despedida.
Queremos agradecer todas as Irmãs da comunidade da Esperança pela generosa
acolhida que nos foi oferecida durante estes dias. Agradecemos pela agradável
companhia da Irmã Maria Della Giustina que nos acompanhou durante esses três dias
de formação. Obrigada!
Agradecemos a oportunidade de poder ter participado desta formação, pois foi de
grande crescimento para nós.
“A sabedoria está na capacidade de ser sempre
aprendiz.”
( Irmã Maria Aparecida Pieroni )
Aspirantes:
Ediléia Mendes Figueiredo,
Luana de Sousa Ferreira,
Leonor Teodora Mendes,
Thainá Pugliesi.
Centro de Formação Irmãs Schiapparoli/ Varginha- MG
São Bento Caríssimas Irmãs e oblatos,
Nos dias 5, 6 e 7 de Maio a Ir. Lilian dos
Santos Soares veio nos dar formação
sobre a vida de São Bento. Durante estes
dias foram discutidos assuntos como: a
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Regra, Medalha e milagres. Aprendemos sobre a obediência, humildade e o silêncio, tão
citados por São Bento. Trazendo para os dias atuais vemos a importância desses pontos
no convívio em comunidade.
Vimos também que a medalha de São Bento é de extrema importância para a nossa fé
por causa de sua eficácia:
- Todo cristão a exemplo de Jesus Cristo, deve carregar
a sua cruz, pois é necessário que nossas faltas sejam
remidas, nossa fé seja provada, e nossa caridade
purificada para que aumentem nossos méritos.
Para se ficar livre das ciladas do demônio, é preciso,
acima de tudo, estar na graça e na amizade com Deus.
Os milagres realizados por São Bento marcam sua
proximidade com Deus, pois este era um homem de
muita oração, equilíbrio e de vida centrada em Cristo.
- Esses dias foram muito enriquecedores para a nossa formação.
Fez com que crescêssemos na nossa fé e na nossa vocação. Agradecemos a Ir. Lilian
por ter passado esses dias conosco e ter partilhado um pouco de seu conhecimento.
“Escuta filho os preceitos do mestre, e inclina o ouvido do teu coração”
Aspirantes:
Ediléia Mendes Figueiredo,
Luana de Sousa Ferreira,
Thainá Pugliesi.
Centro de Formação Irmãs Schiapparoli/ Varginha- MG
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Alegrai-vos! O dia amanheceu fechado, quase apagado e sem muito
brilho. Mas, de repente, uma explosão de vozes, sorrisos
eram ecoados por toda a parte pelas Irmãs que ocupavam
gradativamente os seus lugares na bonita e singela sala
de reuniões da Casa Provincial. Vindas de várias partes do
Brasil, todas tinham novidades e assuntos diversos para
partilhar sucessivamente. A alegria de estarem juntas
contagiava o ambiente acolhedor da nossa Provincial Irmã
Ana Maria Gomes da Costa e das Irmãs da casa provincial.
É a Província da Divina Providência dando passos de alegria neste ano da Vida
Consagrada. Contagiadas pela celebração litúrgica da Eucaristia, Padre Manuel Eduardo
Iglesias (Jesuíta), nos colocou de um modo inspirador, de termos sempre a alegria de viver
a nossa vida Consagrada. Foi assim que nós, Irmãs iniciamos o nosso primeiro dia do
encontro. Dando início para as nossas reflexões sobre a Espiritualidade nós começamos refletindo
sobre o Documento do Papa Francisco: Alegrai-vos.
Padre Manuel Eduardo Iglesias foi colocando de uma forma dinâmica os quatros (04)
eixos do alegrai-vos: Espiritualidade do Alicerce, a Espiritualidade da Palavra,
Espiritualidade do Peregrino e para fechar o primeiro dia da reflexão sobre a
Espiritualidade do Cântaro.
A metodologia que o pregador usou nos levou a refletir sobre:
O essencial da Vida Consagrada é a experiência do amor de Deus
revelado em Jesus Cristo;
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A Vida Consagrada é chamada a encarnar a Boa – Nova chamada ao
seguimento de Cristo;
A Palavra de Deus toca os corações, converte – nos para Deus e renova-
nos continuamente às nossas comunidades.
A cada eixo colocado sobre a Espiritualidade, ele nos convidava para fazermos
momentos de reflexão que culminava nas partilhas de grupos, que por sinal foi muito rico
para todas nós.
No decorrer do dia, o nosso pregador se dispôs a atender individualmente em confissão
a quem desejasse. Que graça!
Para terminar esse dia, que foi grande Dom de Deus para nós, participamos de um
recreio bem dinâmico e variado, organizado pela equipe: assistimos ao filme de Noé.
No segundo dia do nosso encontro, iniciamos com uma Santa Missa. Deus, mais uma
vez, tocando os nossos corações, gerando em cada uma de nós, uma alegria interior,
que transbordava em cada rosto.
Já na sala de reuniões, uma dinâmica nos
prendia em torno da alegria. Papa Francisco se
fez presente através da oração da alegria. Em
seguida Irmã Ana Maria Gomes da Costa, nos
colocou, em forma de abertura, como deve ser
a nossa vivência de Consagradas em torno da
Alegria e a fraternidade que deve existir em nossas comunidades. Onde está a alegria
de nossa Consagração e do nosso testemunho? A alegria nasce da gratuidade do
nosso encontro. Partilhamos as nossas experiências que nos fez refletir como vivemos a
nossa Vida Consagrada.
À tarde, tivemos um encontro com Pe. Antônio de Lima Brito, que veio nos falar sobre o
Serviço Vocacional: Análise da Realidade e Propostas de solução – valorizar e tomar
consciência da vocação recebida de Deus. A necessidade da Animação Vocacional
deve ser prioridade na Província. Deve articular bem a Animação Vocacional
promovendo-a.
O encontro das Superioras foi muito produtivo. Todas nós ficamos imersas de tantas
graças recebidas de Deus Pai. Que a Divina Providência possa nos acompanhar com a
sua mão protetora.
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Agradecemos a nossa Provincial Ir. Ana Maria Gomes da Costa por todo o incentivo que
nos deu, para podermos viver com alegria a nossa Vida Consagrada.
Agradecemos às Irmãs da casa provincial pela acolhida calorosa que foi dispensada a
nós.
Louvado seja Deus por esses dias de graças.
Ir. Jussara Dias e Ir. Tereza de Sousa Reis
Encontro das Superioras 06 e 07 de junho de 2015
Santo André São Paulo/SP
O CÉU EM NOSSAS MÃOS
Era uma manhã bem clara com os seus raios
de sol se estendendo sobre o rio Araguaia,
na pequena cidade de Araguatins-To, com
pessoas de seus passos rápidos em busca
do seu próprio trabalho, no vaivém da vida. O carro da Paróquia São Vicente Ferrer
estava partindo em direção à cidade de
Tocantinópolis para uma missão no meio dos
índios. Que beleza! Irmã Jussara Dias, a
convite do Padre Walber Dias Barbosa e acompanhada pela senhora Maria Natividade
da Luz, entram na reserva Indígena de Apinajé e
chegam à aldeia Areia Branca, para visitar e
conversar com várias famílias indígenas. Que por
sinal nos receberam muito bem. Logo começamos a
distribuir balas e pirulitos para podermos ficar mais à
vontade e sentir o desejo dos índios em relação à
pessoa de Jesus Cristo e a adesão ao Sacramento do
Batismo.
Nesta aldeia, onde a natureza é bela com suas
diversas cabanas espalhadas por todos os lados,
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pude sentir a transparência de
vida de cada índio que se
aproximava de nós. Fiquei
encantada de ver como eles
vivem o que sentem e o que
fazem na vida. Algo me tocou
profundamente: eles vivem em
uma verdadeira fraternidade, onde
todos se alimentam desde a
criança mais nova até o ancião. A
união transparece em todos os membros. Eu não entendia a linguagem deles, mas o Pe.
Walber fazia paulatinamente a tradução. As crianças pulavam, subiam nas árvores,
corriam de contentamento. Fiquei radiante! Uma grande lição eu aprendi dos índios. A
simplicidade é o coração do ser humano. São pessoas puras, desapegadas e de muito
amor. Eles não têm maldade. Tudo lá na Aldeia é de todos. Podemos dizer que em
qualquer aldeia indígena existe um pedaço do céu.
O dia passou! Pegando novamente o carro, saímos felizes com belos cachos de
bananas como presentes desta aldeia tão simples e singela aos olhos de Deus.
Agradeço a Deus por ter dado esta oportunidade de conhecer mais de perto a vida
desses nossos irmãos que nasceram e crescem na terra de Santa Cruz / Brasil.
Que nossa Senhora, a Mãe da Divina Providência, nos ajude a viver em verdadeira
fraternidade e união como os nossos irmãos indígenas.
Irmã Jussara Dias
Araguatins –TO
Congresso Nacional da Vida
Consagrada
Dos dias 07 a 10 de abril a CRB reuniu cerca de
2000 religiosos em Aparecida do Norte/SP para o
Congresso da Vida Consagrada.
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Foi um momento muito rico que certamente mais do que nos dar novos caminhos, nos
fez reconhecer as belezas de nossa história, para viver com paixão o momento presente
e, sobretudo olhar com olhos esperançosos o nosso futuro. Momento de partilha e de
renovar o entusiasmo pela essência de nossa vida consagrada.
Tivemos momentos muito ricos, mas destaco a fala de Irmã Anette Havenne com o tema
“ALCANÇADOS PELO MISTÉRIO...” cheio de vida, de pés no chão e entranhada busca
pela verdadeira profecia.
Segue alguns fragmentos de sua colocação:
“O que está em jogo neste momento histórico, nesta conjuntura atual, não é a
sobrevivência da minha vocação, ou da minha congregação, ou da VRC institucional. É
o grito profético e o processo mistagógico que somos chamados a passar para frente, a
respeito do sentido da vida! Nada mais
nada menos do que o sentido da vida: da
vida e da morte, do amor e da dor, do
passado, do presente e do amanhã nosso,
da Igreja, do planeta, das mulheres, das
crianças e jovens, dos homens de hoje!”
Nós estamos passando por uma crise, já
falamos demais a respeito dela! O que urge
descobrir é se a VRC vale a pena, continua
valendo a pena... Não estou brincando com
as palavras, ela vale a pena quando?
Porque somente respondendo a esta
pergunta, ela irá contribuir para a espiritualidade da qual todas têm sede, dentro ou fora
das instituições: QUE SENTIDO TEM A VIDA? O que queremos vivenciar e testemunhar
é que, olhada com os olhos de Jesus e do evangelho, vivida na entrega do amor, a vida
vale a pena! Nisso consiste a busca espiritual, ou se quiserem a inteligência espiritual: ir
em busca do sentido da vida. Não são a morte e dor que têm a última palavra, mas a
vida, a esperança, as novas relações de solidariedade e de amor de cuidado entre nós,
com Deus e com o planeta! Se for assim então vamos penar sorrindo, pois temos
valores em mão!
Eis, portanto o convite a mergulhar no profundo, o que é bem diferente da proposta de
felicidade superficial da pós-modernidade: técnicas para relaxar, perfumes, massagens,
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cores e cristais para curar, aumentar o conforto, sentir-se outra pessoa! Nuvem virtual
para decolar, estratégias para suportar o marido desinteressado, os filhos imperativos,
ou no nosso caso a comunidade com suas picuinhas e a missão tão exigente! E
finalmente belos funerais virtuais queimando nossa conta no Yahoo!
Você, na VRC faz a experiência de Deus, do Deus de Jesus? Você se deixa alcançar
por esta experiência? Se eu acreditar que a VRC é um lugar teologal, isso quer dizer:
nela há experiência do evangelho e do Deus de Jesus Cristo. Sim, fazemos esta
experiência... Então como podemos, além de agradecer, tomar uma atitude profética e
passar isso para frente?
Não, não faço esta experiência! Por quê? Culpa
dos outros, das estruturas, do autoritarismo, da
obediência e do dinheiro... Ou porque não
estou focado, focada? Porque de repente ou há
muito tempo, não é isso que eu coloco no
centro das minhas escolhas? Sei que fazer a
experiência de Deus é dom gratuito e não
temos “direito” só por sermos bonzinhos ou
comportados, mas sei também que ela supõe
nossa abertura e colaboração... Supõe que a
gente se deixe alcançar! Entrar no mistério nem
sempre consiste em sentir a presença de Deus,
mas também e muitas vezes sentir sua
ausência, seus apelos no grito e no rosto
sofredor do outro!
Não se trata de desanimar ou dar o fora, concluindo que a viagem não valia a pena, que
erramos a rota dos santuários ou deixamos passar sinais de trânsito! E sim de reler a
VRC a partir de dentro, para significá-la!
A VRC tal como a vivenciamos no dia a dia ainda é mística? Há alguns anos, o grande
teólogo alemão Karl Rahner atrevia-se a afirmar que o principal e mais urgente problema
da Igreja dos nossos tempos é a sua “mediocridade espiritual”. Estas eram as suas
palavras: o verdadeiro problema da Igreja é “continuar com uma resignação e um tédio
cada vez maior pelos caminhos habituais de uma mediocridade espiritual”.
20
... A sociedade moderna apostou pelo “exterior”. Tudo nos convida a viver a partir de
fora. Vivemos quase sempre na superfície da vida. Estamos esquecendo o que é
saborear a vida desde dentro. Para ser humana, à nossa vida falta uma dimensão
essencial: a interioridade.
É triste observar que tampouco nas comunidades cristãs sabemos cuidar e promover a
vida interior. Muitos não sabem o que é o silêncio do coração, não se ensina a viver a fé
a partir de dentro. Privados da experiência interior, sobrevivemos esquecendo a nossa
alma: escutando palavras com os ouvidos e pronunciando orações com os lábios,
enquanto o nosso coração está ausente.
Na Igreja fala-se muito de Deus, mas onde e quando escutam os crentes a presença
silenciosa de Deus no mais fundo do coração? Onde e quando acolhemos o Espírito do
Ressuscitado no nosso interior? Quando
vivemos em comunhão com o Mistério de
Deus desde dentro?
Acolher o Espírito de Deus quer dizer deixar
de falar só com um Deus a quem quase
sempre colocamos longe e fora de nós, e
aprender a escutá-lo no silêncio do coração.
Deixar de pensar em Deus apenas com a
cabeça, e aprender a percebê-Lo no mais
íntimo do nosso ser.
Esta experiência interior de Deus, real e
concreta, transforma a nossa fé. A nós
surpreende como se pôde viver sem a descobrir antes. Agora sabe porque é possível
acreditar inclusive numa cultura secularizada. Agora conhece uma alegria interior nova e
diferente. Parece-me muito difícil manter por muito tempo a fé em Deus no meio da
agitação e frivolidade da vida moderna, sem conhecer, mesmo que seja de forma
humilde e simples, alguma experiência interior do Mistério de Deus. -José Antônio
Pagola, teólogo.
Perdemos as melhores emoções em não nos sentirmos parte do que acontece, nem
envolvidos na trama, somos meros espectadores e não atores, agentes... Somente
abrindo-nos ao mistério de um Deus que se revela a partir de dentro e que nos chama a
sair de nós para atender aos irmãos, vamos ser capazes de resolver as grandes
21
perguntas existenciais, que são quatro! Quais as quatro perguntas existenciais que
precisamos responder?
1. Quem sou eu, pessoalmente e em versão comunitária: quem somos nós? É a questão
da identidade e também da vocação e da missão. .
2. De onde viemos? Aqui vem a questão da história pessoal, da cultura, das origens,
mas também a história e o carisma da congregação. Conhecer e assumir nossas raízes,
a dinâmica que nos fez e continua nos fazendo até hoje.
3. Para onde vamos? Plantas têm raízes, pássaros têm asas, o ser humano tem pés... É
terra que anda! Qual o nosso projeto, nosso horizonte, nossas metas, nossas
prioridades? O que desejamos alcançar a curto, médio e longo prazo?
4. O que vamos comer no almoço? Aterrissem, somos seres humanos concretos, com
ouvidos, boca, mãos e pés! Sou assim
nos comunicamos!
Trata-se então de uma mística de olhos
abertos, como a descreve o teólogo
João Batista Metz e aqui entre nós o
Benjamim Buelta. Somente depois de
nos situar neste contexto profundo e
realista, existencial, vital, poderemos
falar do como que tanto nos preocupa.
Já Nietsche escrevia: “Quem sabe o
porquê suporta qualquer como.” Não é
convite a relativizar ou a dizer que você tem que aguentar de tudo, mas uma frase que
chama atenção sobre o fato que definitivamente a motivação é a energia essencial do
projeto. Mas gostaria de parafrasear Nietsche e de dizer um pouco diferente: “Quem
sabe o porquê inventa um novo como!”.
Deixar-nos alcançar pelo mistério significa: Experimentar Deus, experimentar o Reino de
Deus. Que pedagogia Jesus usou para introduzir seus discípulos e discípulas ao
mistério de Deus, do Reino, do itinerário pascal? Abro o evangelho e vejo que é o
caminho das parábolas. O caminho da palavra que se faz parábola. Estamos diante da
mesma raiz linguística: palavra e parábola... palavra humilde, concreta que se faz
comparação, metáfora, símbolo, narrativa para nos oferece uma porta de entrada no
mistério.
22
Isso como tão bem lembra o
místico Rumi, supõe uma
coisa: que meu ouvido que
escuta a palavra se
transforme, se deixe
transformar em olho que
começa a ver diferente, o que
faz a palavra chegar ao
coração.
- Escutou?
- Sim estou vendo!
O primeiro pontapé da
experiência profética está aí: escutar para se tornar vidente! Ser um místico de olhos
abertos para se tornar profeta!
Diante desta Palavra-parábola fico boquiaberta, ponho a mão diante da boca e fico
calada, não falo simplesmente olho... Eis o sentido do mistério...é grande o mistério!
Como na liturgia eucarística: é grande o mistério da fé!”
Creio que dispensa qualquer acréscimo tais palavras. Se tivermos a busca verdadeira e
sincera de refletir esses pontos tão importantes e tornar cada gesto de nossa vida, fruto
desta reflexão, já teremos dado preciosos passos.
Irmã Kelle Pereira de Souza
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Educação como Desafio contra o Analfabetismo.
O conhecimento é como luz da vida. Sentamos
com os professores para analisar qual tema que
precisava para desenvolver no nosso dia de leitura,
que juntamos também para celebrar o nosso dia de
Escola porque, terminamos as aulas antes de dia
11 de julho dia de São Bento que precisamos
comemorar. Este ano escolhemos Educação como
desafio contra o Analfabetismo para poder ensinar
aos nossos alunos sobre a importância da escola e
passar mensagem através da participação dos
nossos alunos com diferentes atividades para os
pais.
Foi uma semana de preparação da parte dos alunos juntos com os professores. Primeiro
os professores explicavam o tema e trabalhavam de forma diferente, e faziam
lembranças do dia para serem entregues aos pais no Dia.
5ª e 6ª prepararam poesias e teatros de acordo com o tema. 3ª e 4ª prepararam cantos
e comédias. 2ª e 1ª fizeram danças e prepararam concurso de leitura; pré com jardim
fizeram danças, poesias.
Dia 22, o dia começa com gritarias de alegrias por
parte dos alunos que chegavam à escola bem
animada. Alguns alunos de 6ª classe acolheram os
pais, mostrando onde seriam as apresentações.
Alguns alunos de 3ª. a 4ª classe foram com as Irmãs
Margaret e Odíliah, com alguns professores para
preparar o lanche e suco que iam comer depois das
apresentações. Começamos com a palavra de
acolhimento feito pela Irmã Alice, cantaram o Hino
Nacional e, depois, o hino da escola.
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5ª.e 6ª.classe começaram com poesias: primeira
poesia foi sobre São Bento, segunda poesia sobre o
Analfabetismo, e a terceira foi “Juntos educamos
nossas crianças”. E o teatro que eles fizeram
tratava de duas famílias, uma que acompanhava e
dedicava o tempo deles para cuidar dos filhos e
ajudar nos deveres de casa e da escola. A outra
família eram aqueles que não ajudavam os filhos,
mandavam trabalhar, recolhendo castanhas de caju,
para vender na feira e fazer outros trabalhos no
campo. Depois da apresentação entregaram para os
pais deles os trabalhos que eles tinham desenhado e
escrito dentro dos sonhos, metas que eles têm para o futuro.
A 3ª. e 4ª. classe apresentaram a dança, e comédia sobre “O conhecimento para vida
futura.” Na comédia falaram dos direitos que eles têm como crianças, forma de tomar
decisões e fazer planos para o futuro. Superar os obstáculos e ajudar os outros que
estão necessitando de ajuda; aqueles que nunca foram para escola, especialmente,
aqueles que estão nas ilhas onde não têm escolas por perto. Entregaram para os pais
os direitos que gostariam de fossem avaliados e os mesmos os ajudassem a crescer.
A 2ª. e 1ª. classe fizeram concurso de leitura, quando alguns alunos dessas classes
fizeram a leitura de um texto que foi escolhido sobre o analfabetismo; depois cantaram e
dançaram as músicas que falavam sobre a importância de ter educação. Entregaram
para os pais desenhos dos próprios pais que lutam para educá-los.
Jardim e Pré fizeram poesias sobre “Escola é só uma esperança”. Entraram com seus
chapéus onde trazia a escrita “Escola Centro Educacional São Bento -Educando”.
Apresentaram os cantos que expressavam o que gostariam ser no futuro e como a
família é muito importante na vida deles, neste momento para acompanhá-los a realizar
seus sonhos. Entregaram aos pais deles os desenhos representando as profissões que
cada um gostaria de ser no futuro. Após o lanche os alunos foram para suas casas.
Agradecemos a Deus, e nosso Pai São Bento que nos ajudou para a concretização
deste evento tão importante para todos, sobretudo na área da educação.
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Comunidade de Catió / Guiné Bissau
JORNADA DIOCESANA DA JUVENTUDE CATÓLICA GUINEENSE
ADORAÇÃOEUCARÍSTICA
“Bem- a venturados os puros de coração porque verão a Deus”. (Mateus 5,8)
Dois meses antes do dia da Jornada, começamos a preparar os jovens para este
encontro dando-lhes formação sobre este tema todos os domingos, para que além de
participar como jovens que são, para também terem conhecimento, viver e colocar em
prática uma das bem aventuranças do sermão da montanha.
Duas semanas antes do dia, começamos a fazer ensaios para adoração, pois nossa
paróquia foi encarregada de preparar para sexta feira à noite. Todas as paróquias eram
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para compor uma cantiga sobre este tema e iam fazer concurso entre eles. Aqueles que
cantassem bem ganhariam alguma coisa de incentivo. Fiz para nossa paróquia e
ensinei- lhes a cantar para o dia da apresentação.
Recebemos nestes dias, antes da jornada, a nossa superiora provincial Irmã Ana Maria
Gomes da Silva. E dia 8 de maio ela me deu a licença de acompanhar os jovens junto
com Padre Fábio, uma leiga missionária do Pimebria, e duas cozinheiras que nos
acompanharam também para poder cozinhar para nós.
Neste dia, os jovens estavam animados, prepararam tudo e às 9 horas começamos a
nossa viagem à Paróquia Nossa Senhora da Consolata Empada. Chegamos lá às 3
horas da tarde, a equipe de jovens que era da cozinha, ajudou as cozinheiras a preparar
o almoço e o jantar; tomamos banho e fomos cedo para o lugar preparado para
fazermos a adoração.
Os nossos jovens fizeram
um teatrinho sobre um
jovem que está em busca
de felicidade; porém, teve
a tentação de buscar
dinheiro, poder, sexo,
moda, sucesso e por
último, ouviu a voz de
Jesus que o chama à
felicidade eterna. Depois
começamos a nossa
adoração. Utilizamos o texto de Marcos 10, 17-22, o qual fala do jovem rico que tinha
tudo, mas só faltava vender tudo que tinha e dar aos pobres e teria um tesouro no céu,
depois deveria seguir Jesus. O Padre explicou para os jovens que é de dentro do nosso
coração que sai os pensamentos maus, malvadezas, mentiras, invejas, palavras feias
etc. São eles que mancham a nossa maneira de viver e conviver com os outros, por isso
precisamos ter consciência no momento de escolher as coisas que nos ajudam para
fazer a vontade de Deus, que pode nos tornar possível de amar de ser paciente, de
ajudar os outros, não para buscar a fama e fazer o bem para todos.
Refletimos o evangelho de Mateus 25, 31-40 que diz: o que fazemos para os nossos
irmãos é a Jesus que fazemos. Buscamos o rosto de Jesus que se manifesta em todas
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as pessoas de várias maneiras no nosso dia a dia. E Jesus nos convida para sermos
homens e mulheres de oração, buscar o sacramento de confissão e sermos
testemunhas do evangelho. Terminada a oração fomos dormir.
Refletimos o evangelho de Mateus 25, 31-40 que fala que o que fazemos para os
nossos irmãos e Jesus que fazemos. Buscamos o rosto de Jesus que se manifesta em
todas as pessoas e em várias maneiras do nosso dia a dia. E Jesus nos convida para
nós sermos homens e mulheres de oração, buscar o sacramento de confissão e sermos
testemunhas do Evangelho. Terminamos a oração e fomos dormir.
Irmã Alice Namenge Kanuty
Encontro dos Religiosos com Núncio Apostólico Dom João
Cabral.
Chegamos à nossa comunidade de Bissau alguns
dias antes para podermos participar do Encontro
dos Religiosos que teriam o local na Brá. De
manhã cedo fomos ao local onde do encontro.
Estavam lá muitos religiosos e religiosas, com
alguns padres Diocesanos. No salão tinha as
frases que o Papa Francisco escreveu para nos
neste ano da vida consagrada.
“Olhar o passado com gratidão,
Viver o presente com paixão, abraçar com
esperança”
O encontro começou com avisos e roteiros do
dia feitos pelos dois Bispos: da Diocese de
Bafatá e Bissau. O Núncio começou falando
que foi mesmo o momento de Deus para que
ele tivesse sido constituído com integridade
para poder vim aqui em Bissau, visitar o nosso
país e poder falar conosco. Ele sentiu muita
paz e alegria, e estava realmente feliz por
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perceber que realmente da nossa parte como religiosos e religiosas neste país, estamos
fazendo muita coisa. A Guine Bissau não é um povo desconhecido, porque cada
mistério é um continente, sentimos uma união na oração junto com a igreja inteira.
Nos consagrados precisamos acordar o mundo; sendo felizes vivendo e, sempre
fazendo a vontade de Deus. Precisamos perguntar com que valores estamos vivendo a
nossa vida consagrada. Somos seguidores de Jesus, precisamos seguir o evangelho,
conhece-lo para podermos vivenciar e ser testemunhas no mundo. Viver a nossa
obediência por Deus, e Deus sendo o mais importante do que o dinheiro.
Precisamos ser especialistas de comunhão, largar
as estruturas antigas, sermos corajosos e saímos para
as preferias para evangelizar o povo de Deus.
A igreja nos ver como verdadeiros discípulos de Jesus.
É preciso recuperar os leigos e os oblatos para nos
ajudar a anunciar o Evangelho. O espirito fala pela
hierarquia, o espirito fala pelos carismas, o espirito de
Deus é livre do jeito que Deus quer.
Depois do encontro, todos nós religiosos e religiosas
fomos juntos com os Bispos, Núncio, o Cardeal para
almoçar com o Presidente da republica de Guine
Bissau, foi o primeiro convite que nos religiosos
recebemos do governo, reconhecendo os nossos
trabalhos e o que fazemos para ajudar o nosso povo Guineense.
Irmã Odiliah Imbulah Sengo
Guiné Bissau/África
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Mulheres, as primeiras testemunhas da ressurreição!
As mulheres não foram as únicas, mas foram as primeiras a
testemunharem um acontecimento que mudou a história da
humanidade e consequentemente a nossa história também.
A ressurreição de Jesus é a luz que ilumina nossos dias e
nossa vida, é o que nos faz acreditar em final feliz, é o que
nos dá a certeza de que mesmo diante da dor, da tristeza,
do sofrimento, a vida vence a morte, o amor vence a
indiferença, a fé vence a dúvida.
Jesus nos provou isso sendo Homem-Deus que se
entregou morrendo na cruz e ressuscitando por amor a cada
um de nós. Mais do que saber, experimentamos essa
verdade salvadora em nossa própria vida, vai além da razão,
sentimos em nosso coração que Jesus está vivo.
O Evangelho nos fala de três mulheres: Maria Madalena, Maria a mãe
de Tiago e Salomé.
Por que as mulheres?
Deus na história do seu povo sempre nos mostrou que ama a todos, mas prefere os
pequenos, frágeis, pobres e excluídos. E na época de Jesus, também hoje em nossa
época, mas cada qual com o seu contexto, as mulheres eram desvalorizadas,
dependiam extremamente dos homens e por isso muitas delas eram injustiçadas,
marginalizadas, julgadas, mas por Jesus elas eram acolhidas, amadas, perdoadas,
valorizadas.
As três mulheres do Evangelho, mal esperaram o dia amanhecer. Ainda surgiam os
primeiros raios de sol daquele primeiro dia da semana e elas, inquietas tomaram o
caminho que as levava até o túmulo de Jesus. Um caminho escuro pela tristeza da
morte de alguém tão querido.
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Mesmo imaginado que Jesus estava morto, elas quiseram ir ao seu encontro,
compraram perfumes para ungir seu corpo e uma preocupação as incomodava nesse
caminho: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”.
Mas ao chegar perto, um susto: A pedra já fora removida. E ao entrarem no túmulo
assustadas encontram um jovem anjo que lhes dá a melhor notícia que alguém poderia
receber: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele
ressuscitou”. E junto com a notícia uma missão: “Ide dizei a seus discípulos e a Pedro
que Ele irá a vossa frente na Galileia, lá vós o vereis, como Ele mesmo tinha dito.”.
Elas percorrem o mesmo caminho, mas não do mesmo jeito, se elas foram na noite,
voltaram na luz, amanheceu o dia porque primeiro
amanheceu naquelas Marias, elas foram iluminadas
pela alegria da boa notícia da ressurreição.
Para receberem essa missão elas percorreram um
caminho que possui três características que nos
ensinam:
O caminho da fidelidade: Os apóstolos que não traíram Jesus
fugiram, a Bíblia nos conta que ficou somente João aos pés da
cruz e junto a ele mulheres que foram fiéis, mesmo no
sofrimento, no medo, na angústia e na morte. A via-
sacra nos fala da ousadia de Verônica, do desconsolo das mulheres de Jerusalém, da
dor de Maria, a mãe de Jesus. Ficar com Jesus até o fim é a 1ª lição que essas
mulheres nos ensinam, permanecer fiel na fé mesmo quando tudo parece se acabar.
Depois o caminho do aprendizado. Essas mulheres sempre estiveram
dispostas a aprender com Jesus e quando aprendemos nós
praticamos. O que aprender de Jesus senão o amor, a caridade,
o perdão, o acolhimento, a solidariedade, a acolhida, a
compaixão, o serviço? Portanto, o discípulo não conhece outra
atitude a não ser a do amor. Essa é a 2ª lição. No caminho do
aprendizado encontramos com o Ressuscitado.
Elas também percorreram o caminho da obediência. “Ide, dizei
aos discípulos que Jesus ressuscitou! Espalhai para o mundo que
Jesus está vivo.” Elas acreditaram e obedeceram. E é por assumirem está missão que
hoje podemos celebrar. É pela coragem e audácia dessas mulheres que o anúncio da
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ressurreição chegou até nós, e por causa dessa tão bela obediência muitos cristãos
morreram e morrem por causa de sua fé no Ressuscitado.
Portanto, no caminho da obediência somos desafiados a sofrer as consequências por
acreditar e anunciar que o sepulcro ficou vazio.
O anjo diz algo que deve também nos chamar a atenção: Que Jesus aparecerá na
Galileia. Eles estavam em Jerusalém, eram estrangeiros naquela terra. A Galileia é a
origem, foi naquela região, em uma cidade chamada Nazaré que um dia o anjo anunciou
a uma jovem Maria que nela Deus se encarnaria. Foi lá que Jesus deu seus primeiros
passos e fez seus primeiros chamados.
Voltar para onde iniciou a missão não significa terminá-la, mas recomeçá-la.
Páscoa é recomeço!
São Paulo nos diz que “Cristo Ressuscitou dos mortos pela glória de Deus Pai, assim
também nós levemos uma vida nova.”.
Onde está a tua Galileia? Onde está a tua origem?
É lá na tua família, na tua comunidade que se iniciou e hoje recomeça a tua missão.
É lá que o Ressuscitado se encontra.
No Evangelho de Marcos ele termina sua narração
no anúncio do anjo às mulheres. Mateus narra o
mesmo fato, porém, ele continua dizendo que as
mulheres foram correndo dizer a notícia aos
discípulos. Chama-me muito a atenção esse verbo
que aparece várias vezes nas narrativas pascais:
CORRER. É uma correria depois que Jesus
ressuscita. Correm as mulheres. Correm Pedro e João para ver o túmulo vazio. Corre
Maria Madalena depois que vê o Mestre. O anúncio da Ressurreição tem pressa. Não
deixe para depois. Os primeiros cristãos viviam num contexto de perseguição,
precisavam espalhar a notícia rapidamente antes de serem mortos. Tenhamos nós
também essa pressa convicta de dizer ao mundo que Jesus está vivo, que Ele venceu a
morte e nos libertou, de testemunhar com a nossa vida, nossas palavras, gestos e
escolhas a nossa fé.
O anúncio da ressurreição não parou naquelas
mulheres e que não pare também em nós!
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Que no caminho da fidelidade, do aprendizado e da obediência possamos nos encontrar
com o ressuscitado.
Mulheres, somos hoje Marias Madalenas portadoras de uma grande missão. Não
as únicas, mas as primeiras a testemunhar a ressurreição.
Homens, não tenham medo de acreditar e propagar
essa boa notícia.
Que o Senhor nos ajude nessa missão e se revele a
todos, especialmente a tantas mulheres que hoje
sofrem com a violência, a discriminação, a
marginalização e a exploração.
Irmã Beatriz Dias da Silva
I° ENCONTRO DA FORMAÇÃO PERMANENTE
Quando? – Dias 18 e 19 de abril de 2015
Onde? – Casa Provincial, em Santo André/SP
Quem? – 32 Irmãs participantes
Equipe responsável: Ir. Maria Della Giustina, Ir. Salute F. Bett e Ir.CleidineiPupim
Assessora: Irmã Giuseppina Franco (Salesiana)
Tema: Desperta e Caminha na Alegria da Pessoa Consagrada
Fundamentação: Exortação Apostólica “Evangeli Gaudium” e Carta apostólica “Alegrai-
vos”, ambas do Papa Francisco.
A Assessora Irmã Giuseppina conduziu sua reflexão num clima de Retiro, isto é, “ter um
coração que escuta estar ligado, captar, identificar e agarrar a sua hora!”.
O dia 18 de abril de 2015 foi a hora marcada por Deus para cada uma das
participantes. E cada uma se perguntou: “O que queres, Senhor, de minha vida?”
E a ordem do Senhor foi esta:
Irmã, desperta e caminha na alegria de pessoa consagrada!
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DESPERTA E CAMINHA foi o binômio martelado durante toda a jornada. (Aliás, é bom
lembrar que este foi o tema do nosso IX Capítulo Provincial).
DESPERTA é uma ordem:
Desperta e acordarás o mundo – PROFECIA
Desperta e recuperarás o Rosto vivo de Cristo Jesus – EVANGELHO
Desperta e acordarás a aurora, a vida – ESPERANÇA
Desperta e o nosso dia será feliz – ALEGRIA!
CAMINHA é também uma ordem:
Caminha! Só tu podes percorrer o caminho!
Caminha! Os caminhos estão dentro de ti!
Caminha! Deixa marcas de teus passos no caminho!
Caminha! Sem caminho, tu te sentes perdida!
Caminha! Cristo é teu companheiro de caminho!
Cristo falou: “Eu sou o Caminho!”
Na parte da tarde, refletimos sobre a Alegria do chamado.
A ALEGRIA das pessoas consagradas encontra sua confirmação nas palavras de
Jesus: “Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi” (Jo 15,1-6).
Atendendo ao convite do Papa, fizemos uma peregrinação ao passado, contemplamos a
alegria do momento em que Jesus olhou para cada uma, analisamos a nossa resposta
dada com paixão e chegamos ao hoje, perguntando-nos: “Como vai nossa vida de
consagrada na comunidade”? Pois uma comunidade rica de alegria é um verdadeiro
dom do Alto.
E concluímos nossa jornada com MARIA, aquela que
acreditou que brotaria um futuro novo e aguardou com
esperança o AMANHÃ DE DEUS.
E assim foi o primeiro dia. E foi muito bom!
Tema do segundo dia: O amor de Deus Pai
Providente na nossa Consagração.
O segundo dia nos preparou uma grata surpresa: cada
uma recebeu uma Carta do Pai Misericordioso.
Fizemos nossa reflexão individual e, em seguida,
fizemos a partilha em pequenos grupos. Quantas
experiências de Deus na vida de cada uma! E
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concluímos: Não racionalizar a vontade de
Deus, mas assumi-la com fé e confiança
total.
Na parte da tarde, fizemos uma releitura de
nossa vida consagrada, utilizando a Carta
que o Papa Francisco escreveu à Cúria
Romana. Um profundo Exame de
Consciência!
Nesta Carta, o Papa elenca quinze doenças/tentações/pecados que constituem perigo
também para os/as consagrados/as. E aponta, em seguida, um suposto “tratamento”
para a cura.
Em grupos, analisamos este “Exame de Consciência” do Papa e perguntamos se tais
doenças existiam ou não em nossa Congregação/Província/Comunidade/indivíduo.
Existindo a doença, qual seria o tratamento? Os momentos foram “quentes” e tiramos
algumas conclusões: a) Sim, também a comunidade está exposta a doenças, a
tentações; b) O médico que as cura é, sem dúvida, o Espírito Santo; c) Podemos
melhorar e crescer em comunhão, santidade e sabedoria; d) O restabelecimento é fruto
da consciência da doença, da decisão pessoal e comunitária de suportar com
perseverança a terapia; e) Um membro cortado não pode nem curar-se nem sarar.
E concluímos: Despertar para a realidade destes pecados e caminhar na conversão são
viver a Alegria do chamado à vida consagrada.
Houve o momento para uma avaliação, conclusão e oração final.
E assim foi o segundo dia. E foi muito bom.
Em nome de todas as participantes, gostaria de parabenizar a Equipe organizadora pela
preparação, condução e desempenho dos trabalhos.
Muito positivo o fato de iniciarmos o dia com a Celebração da Santa Missa. O
Celebrante, porta-voz do Espírito Santo, fundamentou sua homilia na Vida Fraterna,
caminho para a santidade.
Termino com as palavras do Papa para o Ano da Vida Religiosa Consagrada: “Olhar
para o passado com GRATIDÃO. Viver o presente com PAIXÃO. Abraçar o futuro com
ESPERANÇA”.
Sejamos testemunhas de COMUNHÃO, da ALEGRIA e do EVANGELHO!
Pelo Grupo, Irmã Wally Cunico
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Formação do Serviço de Animação Vocacional
“A Igreja presta um serviço às novas gerações quando lhes possibilita, através da vida das
Comunidades Cristãs, a resposta aos apelos de Deus, que
continuamente convoca a seu serviço e ao serviço dos
irmãos.”
“Quando a Escritura se refere à voz do Senhor que pronuncia
o nome do jovem Samuel (1Sm 3), não significa
necessariamente que serão extraordinárias as intervenções
divinas na vida das pessoas. Um sinal de Deus para Samuel
foi a sabedoria do sacerdote Eli que, mesmo enfraquecido
pelo peso dos anos, indicou-lhe a resposta adequada frente
ao chamado de Deus. A missão do animador vocacional é
indicar o caminho aos jovens, é o serviço do conselheiro
amadurecido, tão necessário às novas gerações.”
“Não falta a voz do Senhor, ainda que possam faltar ouvidos e corações abertos. Como o
otimismo da fé nos conduz cada pessoa adulta, cristã que tenha feito uma sincera e consistente
experiência do amor de Deus, descubra-se convocado a chamar, em nome do Senhor e da Igreja,
as novas gerações para o serviço do anúncio do Evangelho, nas várias vocações e estados de
vida. Enfim, as comunidade se transformem em casas com portas abertas, para dizerem a todos,
com sua missão e vivência do Evangelho, “vinde ver” (cf. Jo 1,39).
Nos dias 27, 28 e 29 de maio, nós da equipe central do Serviço de Animação Vocacional da
Província estivemos reunidas em formação com o Padre Antônio Brito da Congregação dos
Padres de Sion; foram três dias de muita aprendizagem e partilhas de experiências vividas pelo
Padre Brito que atua há anos neste serviço, com muito amor e entusiasmo.
Ele deixou claro que precisamos “IR” ir, sair, procurar, provocar, ousar chamar e anunciar, pois
antes de “ir à boca, dever ir às pernas”, Jesus foi, andou, anunciou, chamou, “Vem e Segue-me”,
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a pastoral da campainha, já não funciona mais, as jovens não vão mais bater em nossas portas,
precisamos ir ao encontro dos jovens e eles nos esperam; não chamar, não ir é sermos omissas a
nossa vocação. Quem ama sua vocação, sua congregação, sua Igreja quer que ela cresça e
prospere, portanto não podemos deixar de buscar o seu
crescimento. Ele também nos disse que não devemos ter
vergonha de falar do nosso carisma tão belo, precisamos
falar mais e com mais convicção, com mais
entusiasmo; tem tanta gente vendendo produtos tão
mais inferiores do que o nosso com tanto ânimo e
vibração. O nosso produto é Jesus, é o Reino, são os
Pequeninos, é a Consagração a Deus, existe algo melhor
e mais precioso?
Saímos do encontro entusiasmadas e mais preparadas para essa
missão de anunciar, de revelar o nosso carisma, de ir ao encontro da juventude que quer e
espera a nossa presença em seu meio; nós somos para a juventude um sinal, um ponto de apoio
e de segurança, pessoas que podem ajudar no seu discernimento.
Agradecemos a Deus e também ao governo provincial pela oportunidade da realização dessa
formação, por tudo demos louvores a Deus.
Ir. Eliene da Conceição Lima
Comunidade Betânia- Santo André
CELEBRAÇÃO VOCACIONAL A vocação é um chamado para a vida: para
receber e para dar.
No dia trinta de Maio às dezoito horas, a
Comunidade de Araguatins – TO reuniu-se com os
jovens na Paróquia Jesus o Bom Pastor, para uma
Celebração Vocacional. As Irmãs presidiram a
celebração com o tema “Chamados a fazermo-nos ao lago”.
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Juntos, com prontidão nós iniciamos a nossa
celebração com o Hino da Jornada Mundial da
Juventude “No peito eu levo uma cruz”. Em
seguida, explicamos que quando nós
ingressamos na casa de Deus através do
sacramento do Batismo, fomos incentivados
para nos aprofundar sobre a nossa vida cristã e
atingir a nossa santidade. Sejamos lago para
que as nossas vidas, os nossos lares, nunca sequem.
Que tenhamos sempre colaboradores na história da salvação com Cristo.
Depois entraram os coroinhas com uma vela acesa cantando “Ó Luz do Senhor”.
Refletimos o evangelho de São Lucas5, 1-11, que falava como Jesus exortava os
primeiros discípulos a lançar as redes para uma pesca que se revelou milagrosamente.
Disse Ele a Pedro “Faz-te ao lago”, Pedro e os primeiros companheiros confiaram na
Palavra de Cristo e lançaram as redes.
Durante a celebração conforme o Evangelho, os ministérios de jovens entraram com um
barco cantando “há um barco esquecido na praia”. Não esquecemos a nossa Mãe
Maria Santíssima que se dirigiu aos empregados em Caná da Galileia “fazei tudo o que
Ele vos dizer” (João 2,5). Assim a Virgem Maria nos anima a não nos hesitarmos em
segui-Lo. Cantamos em seguida, “A escolhida”.
Depois tivemos a meditação do Pai Nosso auxiliado com o CD cantando suavemente.
Nós abençoamos os jovens em nome de Jesus. Os jovens participaram com muito
entusiasmo. Foi destacada, em especial, a Vocação Religiosa. Todos, recebemos de
Deus, uma vocação para a qual nós fomos chamados. Falamos sobre o Carisma que
deve alimentar a Vocação Religiosa. Sem dúvida, colocamos nas nossas palavras a
alegria de servir o Senhor Jesus.
Finalmente, depois de toda a reflexão sobre a Vocação, distribuímos pirulitos para todos
os jovens presentes. Eles ficaram contentes. Fizeram aclamações de alegria e às 20
horas os jovens voltaram para suas casas.
Irmã Jane Jeptanui
Casa Santa Escolástica- TO
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Se a Vida me chamar
Se a Vida me chamar, estarei aqui!
Defendendo, acima de tudo a vida!
Onde ela estiver mais ameaçada.
Se a Vida me chamar, estarei de pé!
Pronta para tirar as sandálias e
caminhar,
pisar o chão diferente de outros povos
e culturas
e beber das fontes profundas de sua mística.
Se a Vida me chamar, estarei ouvindo,
atenta aos gemidos e gritos
que vêm do submundo da humanidade oprimida,
ferida na sua dignidade!
Com a concha, acolherei as águas, os sons,
as vozes
o barulho das ondas que vêm e vão,
na constante trajetória que nos é dado
construir.
Se a Vida me chamar, estarei disposta
a somar forças com as lutadoras e lutadores
do povo,
com os movimentos e grupos que não se
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calam
e não se deixam vencer para gritar em nome da vida,
em nome da criação!
Se a Vida me chamar, estarei confiante,
acreditando na Divina Fonte que inspira
nosso cotidiano com sua beleza,
ternura, cuidado,
que contagia por ser sempre nova,
vigorosa, provocativa!
Se a Vida me chamar, estarei
recordando,
como força viva e presença constante na caminhada,
o testemunho das pessoas que derramaram seu sangue
e hoje são sementes germinando na terra.
Se a Vida me chamar, estarei alerta!
Com as “armas” da garra, da persistência e da esperança,
sem medo de ousar, arriscar novos traçados,
sem medo de levantar a voz contra as injustiças,
contra todo tipo de opressão e exploração.
Se a Vida me chamar, estarei amando
e semeando sonhos!
Buscando o cuidado da Vida e a irmandade construída!
A chama acesa e o coração ardendo de paixão por Jesus Cristo
e pelo Reino acontecendo no hoje da história.
Beatriz Catarina Maestri
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“É possível acreditar em milagres, mas
eles só acontecem pra quem deixa a porta
aberta. Pra quem se envolve com o que
deseja, e se esforça com empenho para
que a vida se alinhe aos seus anseios. Pra
quem enxerga que não 'chegar lá'
também pode ser uma forma de ser
recompensado. Um milagre que lhe
conduz por um caminho oposto, por
razões que só se justificam a luz da fé...”
Fabíola Simões
Novo Endereço para correspondência:
Endereço do Centro de Formação São Bento – Imperatriz:
Av. Dorgival P. de Souza, 1278 – Centro - Caixa Postal 309
CEP: 65903-270 - Imperatriz/MA
E-mail novo: [email protected]
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Nova Encíclica
Não é de hoje que a natureza grita em meio às transformações
aceleradas da humanidade. Transformações estas que direta e
indiretamente afetam todos os núcleos da natureza. E com o
seu profetismo Papa Francisco publica LaudatoSí (Louvado
seja), abordando com muita veemência a questão ambiental.
Com uma crítica construtiva ao sistema de desenvolvimento da
humanidade e do mundo, ele alerta para o beco ‘sem saída’ da
auto aniquilação no qual está por vim, caso não busquemos
“um benefício imediato”. Por isso fica a necessidade de uma
profunda leitura e revisão mediante suas palavras, afinal o
profetismo nos convoca a termos consciência do cuidado a
vida que nos foi doada por Deus; a vida em todos os sentidos.
Falecimentos:
Em 24/05, faleceu Maria Gomes de Oliveira – tia e madrinha de Irmã Maura
Moreira
Em 25/05, faleceu Márcio Antônio Ladislau – irmão da Oblata Maria Emília
Ladislau Tozato
Em 28/06 faleceu Francisco Marques de Lima (66) - tio de Irmã Eliene da
Conceição Lima.
Em 01/06, faleceu Irmã Mariana Martins
Em 01/07 faleceu Santina Parise Fontana – irmã de Irmã Raquel Parise.
Em 01/07 faleceu Adelícia Salvan – sobrinha de Irmã Raquel Parise.