QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM … · fatores intrínsecos associados ao risco de...
Transcript of QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM … · fatores intrínsecos associados ao risco de...
RAIMUNDA BESERRA DA SILVA
QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM OSTEOPOROSE: PREVALÊNCIA E
FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS
Tese de Doutorado
ORIENTADORA: Profª. Drª. LÚCIA HELENA SIMÕES DA COSTA PAIVA
Unicamp 2009
i
RAIMUNDA BESERRA DA SILVA
QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM OSTEOPOROSE: PREVALÊNCIA E
FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS
Tese de Doutorado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do Título de Doutor em Tocoginecologia, área de Ciências Biomédicas.
ORIENTADORA: Profª. Drª. LÚCIA HELENA SIMÕES DA COSTA PAIVA
Unicamp 2009
ii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS UNICAMP
Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044 Silva, Raimunda Beserra da Si38q Quedas em mulheres na pós-menopausa com e sem osteoporose:
prevalência e fatores de risco intrínsecos / Raimunda Beserra da Silva. Campinas, SP : [s.n.], 2009.
Orientador : Lúcia Helena Simões da Costa Paiva Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de
Ciências Médicas. 1. Osteoporose. 2. Prevalência. 3. Densidade óssea. 4. Força
muscular. 5. Pós-menopausa. 6. Quedas. I. Paiva, Lúcia Helena Simões da Costa . II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.
Título em inglês : Falls in postmenopausal women with and without osteoporosis: prevalence and intrinsic risk factors Keywords: • Osteoporosis
• Prevalence • Bone density • Postemenopausal • Muscle strength • Accidental falls
Titulação: Doutor em Tocoginecologia Área de concentração: Ciências Biomédicas Banca examinadora: Profa. Dra. Lúcia Helena Simões da Costa Paiva Profa. Dra. Arlete Maria Valente Coimbra Profa. Dra. Cristina Laguna Benetti Pinto Prof. Dr. Nivaldo Antonio Parizzotto Prof. Dr. Luciano de Melo Pompei Data da defesa: 04-02-2009 Diagramação e arte final: Assessoria Técnica do CAISM (ASTEC)
Dedico este trabalho...
À minha família, que me ensinou e mostrou os primeiros caminhos
por onde deveria trilhar: do amor e do bem.
Ao Eduardo, que me fez perceber
o quanto viver a dois é melhor do que viver a um.
À Sociedade Brasileira, que através do pagamento de seus impostos,
viabilizou o meu sonho de “fazer uma faculdade” e continua mantendo esse meu prazer de
estudar, estudar e estudar.
iv
v
Agradecimentos
À Profª. Drª. Lúcia Helena Simões da Costa Paiva, por mais uma vez ter me dado a oportunidade de aprender com ela, como se faz um trabalho acadêmico e científico de boa qualidade.
Ao Prof. Dr. Aarão Mendes Pinto Neto e à Profª. Drª. Arlete Maria Valente Coimbra, pela participação no exame de qualificação e preciosa contribuição na correção deste trabalho.
À Profª. Raquel Mezzalira e à Profª. Guita Stoler, pelas instruções que deram para a avaliação do equilíbrio corporal.
Ao Lúcio, que me ajudou a entender o funcionamento da plataforma de equilíbrio utilizada no estudo e que sempre me socorreu, de pronto, quando tive problemas com a “informática”.
À Néville e à Mariana, pela ajuda que me deram no início da coleta dos dados da pesquisa.
À Edinalda, Isabel, Cristina, Creusa, Maria Aparecida, Kátia, Marilene e toda equipe do Ambulatório de Menopausa do CAISM, que me ajudaram a viabilizar a coleta dos dados.
À Sirlei, pela paciência e boa vontade que teve com o vai-e-vem das análises estatísticas.
À Márcia Mary, Margarete, Leandro e a Bia, pela disposição e competência com que sempre me ajudaram.
Ao Samir, que cuida com eficiência do processo do auxílio financeiro da FAPESP.
À Cylene, Rosário, Ângela, Néder e William, pela colaboração na finalização deste trabalho.
À Vanda, que sempre me auxiliou nas dificuldades que tive com os assuntos “bibliotecários”.
À “Comunidade Dagmar”, onde pude trabalhar e descansar sossegadamente e onde encontrei bons amigos: Dagma, Joarez, Henrique, Sandra, Cyntia, Carol e Louise.
A todas as voluntárias que cederam um pouco do seu precioso tempo para participar desta pesquisa.
A todos que, direta ou indiretamente, participaram em algum momento da realização deste trabalho.
Esta pesquisa contou com o apoio financeiro:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Auxílio à pesquisa
Através do processo nº. 06/ 59698-3
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Bolsa pesquisa de doutorado
vi
vii
...Viver é afinar o instrumento De dentro prá fora De fora prá dentro A toda hora, a todo momento
...Tudo é uma questão de manter A mente quieta A espinha ereta E o coração tranqüilo...
autoria: Walter Franco intérprete: Leila Pinheiro
Sumário
Símbolos, Siglas e Abreviaturas ....................................................................................................ix Resumo .......................................................................................................................................... x Summary ...................................................................................................................................... xiii 1. Introdução ............................................................................................................................... 16 2. Objetivos ................................................................................................................................. 23
2.1. Objetivo Geral.................................................................................................................. 23 2.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 23
3. Sujeitos e Método...................................................................................................................... 24 3.1. Desenho do estudo ......................................................................................................... 24 3.2. Tamanho amostral .......................................................................................................... 24 3.3. Seleção dos sujeitos ....................................................................................................... 25
3.3.1. Critérios de inclusão.............................................................................................. 25 3.3.2. Critérios de exclusão............................................................................................. 25
3.4. Variáveis.......................................................................................................................... 26 3.4.1. Variável Dependente............................................................................................. 26 3.4.2. Variáveis Independentes....................................................................................... 26 3.4.3. Variáveis de Controle............................................................................................ 27
3.5. Técnica, testes e exames................................................................................................ 28 3.5.1. Teste de força muscular........................................................................................ 28 3.5.2. Teste de flexibilidade ............................................................................................ 28 3.5.3. Teste de equilíbrio................................................................................................. 29
3.6. Coleta dos dados............................................................................................................. 30 3.7. Processamento e análise de dados ................................................................................ 31 3.8. Aspectos Éticos............................................................................................................... 32
4. Publicações............................................................................................................................. 34 4.1. Artigo 1 ............................................................................................................................ 36 4.2. Artigo 2 ............................................................................................................................ 56
5. Discussão................................................................................................................................ 77 6. Conclusões ............................................................................................................................. 81 7. Referências Bibliográficas....................................................................................................... 82 8. Anexos .................................................................................................................................... 93
8.1. Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................................... 93 8.2. Anexo 2 – Ficha Clínica .................................................................................................. 95 8.3. Anexo 3 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) .......................................... 97
viii
Símbolos, Siglas e Abreviaturas
CAISM Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
CP Centro de pressão
DMO Densidade mineral óssea
DXA Dual Energy X-ray Absorptionmetry
GLM General linear model
IC Intervalo de confiança
LR Likelihood Ratio
OR Odds Ratio
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
Símbolos, Siglas e Abreviaturas ix
Resumo
Objetivo: Avaliar a prevalência de quedas e correlacioná-las com a força
muscular da coluna lombar e membros inferiores, flexibilidade da coluna
vertebral e equilíbrio corporal em mulheres na pós-menopausa com e sem
osteoporose. Sujeitos e métodos: Estudo de corte transversal com 133
mulheres com osteoporose e 133 mulheres sem osteoporose, acima de 60
anos, em amenorréia há no mínimo 12 meses, acompanhadas no Ambulatório
de Menopausa do CAISM/UNICAMP. Os critérios de exclusão foram: referir
doença musculoesquelética, neurológica com alteração do equilíbrio, sintomas
clínicos como tontura, zumbido, hipoacusia e plenitude auricular, antecedente
de neoplasia maligna, deficiências visuais, diabetes mellitus e distúrbios
tireoidianos não controlados, hipotensão postural e ingestão de medicamentos
que alteram o equilíbrio corporal. As mulheres foram entrevistadas sobre a
ocorrência de quedas nos últimos 12 meses, informações sociodemográficas e
clínicas. O diagnóstico de osteoporose foi realizado através de densitometria óssea,
considerando-se T-score ≤ -2,5DP (adulto jovem) na coluna lombar (L1-L4). A força
muscular da coluna lombar e membros inferiores foi medida com dinamômetro
dorsal, a flexão e extensão da coluna vertebral foram verificadas com aparelho
Resumo x
flexímetro e o equilíbrio corporal foi analisado através da plataforma de força que
avaliou amplitude, velocidade e área elíptica dos movimentos. Na análise estatística
foram calculados médias, desvios-padrão e percentuais das variáveis estudadas,
testes de Mann-Whitney e qui-quadrado, coeficiente de correlação de Spearman,
odds ratio ajustado e análise múltipla através de regressão logística binária com
critério de seleção de variáveis stepwise. Resultados: Mulheres com osteoporose
apresentaram menor IMC, menor escolaridade, menor tempo de uso de terapia
hormonal e menor idade na menopausa. A média do T-Score da coluna lombar (L1-
L4) do grupo osteoporose foi - 2,9 (±0,4 DP) e do grupo sem osteoporose foi 0,0
(±0,9 DP). A maioria das mulheres nos dois grupos era branca, sedentária e
aproximadamente 75% fizeram uso de terapia hormonal. A prevalência de quedas
foi significativamente maior no grupo de mulheres com osteoporose (51%)
quando comparadas ao grupo sem osteoporose (29%) (p<0,01). Mulheres com
osteoporose apresentaram risco ajustado de 1,97(1,30 a 3,42) vez maior de
quedas e de 3,26(1,23 a 8,21) vezes maior de quedas recorrentes que o grupo
sem osteoporose. Aproximadamente 56% das quedas ocorreram em ambiente
doméstico. Houve correlação significativa e inversa entre força da coluna
lombar (p<0,03) e amplitude de flexão do tronco (p<0,04) com a ocorrência de
quedas. A análise de regressão logística mostrou que o aumento da força da
coluna lombar diminui o risco de quedas para 0,97, enquanto a presença de
osteoporose aumenta o risco de quedas em 2,17 vezes. Conclusões: Mulheres
com osteoporose pós-menopausa apresentam maior prevalência de quedas e
maior risco de quedas recorrentes quando comparadas com mulheres sem
osteoporose. A força muscular da coluna lombar e a presença de osteoporose são
Resumo xi
Resumo xii
fatores intrínsecos associados ao risco de quedas. É necessário identificar fatores
de risco para quedas em idosos em geral e criar estratégias para a prevenção,
visando a minimizar suas consequências, particularmente as fraturas em mulheres
com osteoporose.
Palavras-chave: acidentes por quedas, prevalência, osteoporose, pós-
menopausa, densidade óssea, força muscular.
Summary
Objective: To evaluate the prevalence of falls and their correlation with muscle
strength of the lumbar spine and lower limbs, flexibility of the lumbar spine and
body balance in postmenopausal women with and without osteoporosis.
Subjects and methods: A cross-sectional study of 133 women with
osteoporosis and 133 women without osteoporosis, aged over 60 years,
experiencing amenorrrhea for at least 12 months with follow-up in the
Menopause Outpatient Facility at CAISM/UNICAMP. Exclusion criteria were:
report of muscular skeletal disease, neurologic disorder with change in balance,
clinical symptoms such as dizziness, tinnitus, hypoacusis and feeling of fullness
in the ear, history of malignancy, visual deficiencies, diabetes mellitus and
uncontrolled thyroid disorders, postural hypotension and ingestion of drugs that
alter body balance. Women were interviewed about the occurrence of falls in the
last twelve months. Information on clinical and social demographics was collected.
Osteoporosis was diagnosed by bone densitometry and defined as T-score ≤ -2.5SD
(young adult) at the lumbar spine (L1-L4). Muscle strength of the lumbar spine and
lower limbs was measured by a dorsal dynamometer, flexion and extension of the
spine was measured with a flexion meter device and body balance was assessed by
a strength platform that assessed the amplitude, velocity and areas of elliptical
Summary xiii
movement. For statistical analysis, the means, standard deviations and variable
percentages were calculated, using the Mann-Whitney and chi-square tests,
Spearman’s correlation coefficient, Odds Ratio (95%CI) and multivariate analysis by
binary logistic regression analysis with a stepwise variable criteria selection. Results:
Osteoporotic women had a lower BMI, lower school education, shorter use of
hormone therapy and younger age at menopause. The mean T-Score at the lumbar
spine (L1-L4) was – 2.9 (±0.4 SD) for the osteoporotic group and 0.0 (±0.9 SD) for
the control group. Most women in both groups were white, had a sedentary lifestyle
and approximately 75% had used hormone therapy. The prevalence of falls was
significantly higher in the group of women with osteoporosis (51%) than in the
group without osteoporosis (29%)(p<0.01). Osteoporotic women had higher
adjusted odds of falling equal to 1.97 (1.30 to 3.42) and higher adjusted odds of
recurrent falling equal to 3.26 (1.23 to 8.21) than did the group without
osteoporosis. Falls occurred in the home environment in approximately 56% of
women. There was a significant and inverse correlation between strength of the
lumbar spine (p<0.03) and amplitude of trunk flexion (p<0.04) with the
occurrence of falls. Logistic regression analysis showed that increasing strength
in the lumbar spine decreased the risk of falls to 0.97, while the presence of
osteoporosis increased risk factors 2.17 times. Conclusions: Women with
postmenopausal osteoporosis had a greater prevalence of falls and a higher risk of
recurrent falls than women without osteoporosis. Muscle strength of the lumbar
spine and the presence of osteoporosis are intrinsic factors associated with the risk
of falls. It is necessary to identify risk factors for falls in the elderly in general.
Summary xiv
Summary xv
Furthermore, strategies must be developed to prevent falls, aimed at minimizing
their consequences, particularly fractures in osteoporotic women.
Keywords: Accidental falls, prevalence, osteoporosis, postmenopausal,
bone density, muscle strength.
1. Introdução
A queda é um evento que pode ocorrer em pessoas de todas as idades.
Entretanto, em pessoas idosas ou acometidas por alguma doença, as
consequências previstas podem ser mais graves, resultando em prejuízo físico,
psicológico e social (Fabrício et al., 2004).
Nos países desenvolvidos, a prevalência de quedas varia de 21% a 38%
em pessoas acima dos 65 anos de idade (Sambrook et al., 2007; Barrett-Connor et
al., 2008) e atinge principalmente mulheres acima dos 70 anos (Halil et al., 2006),
sendo a principal causa de atendimento de urgência em hospitais e o principal
motivo de cuidados de enfermeira em casa (Oliver et al., 2006).
No Brasil, a prevalência de quedas se assemelha à de países desenvolvidos
quando se estuda idosos que vivem independentes na comunidade, sendo de
23% a 35% entre idosos acima de 65 anos (Perracini e Ramos, 2002;
Rozenfeld et al., 2003; Moreira et al., 2007) e também atinge mais as mulheres
(Siqueira et al., 2007). Entre idosos que vivem institucionalizados, essa taxa é
mais elevada, chegando a 54% (Rebelatto et al., 2007).
Introdução 16
Por ser comum em idosos, ter alta prevalência e ser associada a um
elevado grau de morbidade, a queda é considerada uma das síndromes geriátricas
(Inouye et al., 2007), que é a manifestação de depreciações nos múltiplos
sistemas do indivíduo, tornando o idoso mais vulnerável a mudanças situacionais
(Tinetti et al., 1995).
A queda também é considerada uma das causas de morte em pessoas
idosas. Segundo o Sistema de Informação Médica do Ministério da Saúde do
Brasil, entre 1996 e 2005 o número de óbitos de idosos por quedas foi de
24.645. Em relação às internações hospitalares de idosos por quedas, os
registros mostraram um aumento anual, sendo 59.906 em 2004, 61.368 em
2005 e 63.381 em 2006 (Ministério da Saúde, 2008).
Queda é definida como uma mudança de posição inesperada, não
intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior à
posição inicial, não sendo determinada por uma paralisia súbita, ataque
epilético ou força externa (Tinetti et al.,1988).
Pode ser classificada, segundo a frequência com que ocorre, em queda
acidental e queda recorrente. A primeira é aquela que acontece uma única vez
e que dificilmente se repetirá, sendo provavelmente decorrente de uma causa
externa ao indivíduo. A segunda ocorre mais vezes e expressa a presença de
fatores inerentes ao indivíduo, que predispõem à queda (Perracini, 2006).
A queda é um evento multifatorial e seus determinantes são divididos em dois
grupos: os fatores extrínsecos, que se relacionam com o ambiente em que o
Introdução 17
indivíduo se encontra, e os intrínsecos, pertinentes ao estados físico e cognitivo do
indivíduo (Close et al., 2005).
Alguns fatores extrínsecos ao indivíduo, que podem favorecer a
ocorrência de quedas, são os ambientes mal planejados, com muitas escadas
ou rampas; pisos escorregadios ou com depressões; poucos lugares vazios;
muitos objetos escorregadios espalhados pela casa; móveis em locais
inapropriados, que atrapalham a locomoção e oferecem instabilidade quando
utilizados como apoio físico e pouca iluminação (Close et al., 2005).
Entre os fatores intrínsecos ao indivíduo que se relacionam com a
ocorrência de quedas estão a idade avançada, osteoporose, artrose, diminuição da
força muscular, diminuição da mobilidade física, alteração no equilíbrio físico,
redução na velocidade de caminhar, diminuição da acuidade visual, diminuição
da audição, diminuição das sensações periféricas, diminuição da cognição,
alterações neurológicas (derrame cerebral, doença de Parkinson, esclerose
múltipla e mal de Alzheimer), depressão e uso de alguns medicamentos (Close
et al., 2005). Entre os medicamentos, os que se associam com o risco de
quedas são aqueles utilizados no tratamento da depressão e da demência,
enquanto que ansiolíticos e sedativos se relacionam com a hipotensão postural
que podem levar à queda (Esrud et al., 2002).
Além dos fatores já citados, quedas recorrentes e medo de cair novamente
são acontecimentos que também predispõem ao risco de quedas (Pluijm et al.,
2006) e podem levar a um prejuízo físico e social. A queda recorrente associa-
Introdução 18
se significativamente com o declínio das funções físicas (Stel et al., 2004).
Idosos que experimentam quedas recorrentes têm mais respostas depressivas
e maior déficit cognitivo em relação àqueles que não caem (Gonçalves, 2006).
O medo de cair novamente, que é um sentimento comum em pessoas que já
vivenciaram uma queda, pode restringir as atividades diárias (Fletcher et al.,
2004), levando à deterioração das habilidades físicas e ocasionando prejuízos
sociais, como a redução do contato social, que alteram negativamente a
qualidade de vida desta população (Ribeiro, 2006).
Em relação aos prejuízos físicos que podem ocorrer a uma pessoa que
cai, estes vão desde simples lesões como escoriações, hematomas ou cortes
leves (Nachreiner et al., 2007) até acontecimentos mais graves como fraturas
(Kaptoge et al., 2005; Kelsey et al., 2005; Riggs et al., 2006), que podem levar à
morbidade e aumentar o risco de mortalidade (Shortt e Robinson, 2005), devido
à limitação funcional que ocorre nesta população (Alegre-López et al., 2005).
Quanto à mortalidade causada pela ocorrência de fraturas, estudos mostram
que nos Estados Unidos a taxa de mortalidade decorrente de fraturas do quadril
atinge 17,4% da população de Baltimore, enquanto em algumas cidades da
América Latina essa taxa é mais elevada, como em Lima, no Peru (23,2%), e
em Luján, na Argentina (30,5%) (Morales-Torres e Gutiérrez-Ureña, 2004).
No Brasil, estudos epidemiológicos mostraram que a taxa de incidência
de fratura do quadril é de 12,7% em pessoas com mais de 50 anos (Silveira et
al., 2005) e de 6,9% de fratura no fêmur em mulheres acima dos 60 anos
Introdução 19
(Araújo et al., 2005). A taxa de mortalidade após um ano da ocorrência de
fratura foi de 25% para fraturas do fêmur (Cunha e Veado, 2006) e 30,3% para
fraturas do quadril (Garcia et al, 2006).
Estudo realizado em população acima dos 20 anos de idade verificou
que a queda foi responsável por 39,9% das fraturas e foi três vezes mais alta
em mulheres (62,3%) do que em homens (23,2%), sendo que em pessoas
acima de 60 anos, 83,3% das fraturas ocorridas um ano antes da entrevista
foram provocadas por quedas (Siqueira et al, 2005).
Além da queda, outro importante fator de risco para fraturas é a osteoporose
(Patel et al., 2005), que é considerada uma desordem esquelética,
caracterizada pela força óssea comprometida, predispondo a um aumento no
risco de fratura (NIH, 2001). Na senilidade, a osteoporose pode afetar homens e
mulheres, geralmente após os 65 anos de idade, com perda média de 1% ao
ano do conteúdo mineral ósseo, principalmente osso cortical, resultando em
fraturas de ossos longos. Já a osteoporose pós-menopáusica ocorre
geralmente em mulheres, entre os 55 e 65 anos de idade, com perda acelerada
do conteúdo ósseo devido ao declínio da produção de estrógenos e da ação
protetora sobre o osso. A perda óssea ocorre principalmente no osso trabecular
e manifesta-se por fraturas na coluna (Lane et al., 2000).
Resultados da pesquisa norte-americana National Osteoporosis Risk
Assessment (NORA) mostraram que mulheres de 50 a 64 anos têm risco
similar de fratura quando comparadas com aquelas acima dos 65 anos. (Siris
Introdução 20
et al., 2004) e que a diminuição da massa óssea apresenta-se como um fator
de risco considerável em todas as idades (Siris et al., 2006).
No Brasil, uma análise realizada a partir dos dados referentes às despesas
incorridas no Sistema de Saúde Suplementar mostrou que de 129.611 pacientes
acima de 50 anos, 16,2% apresentavam diagnóstico de osteoporose para
atendimento clínico e, dentre esses, 43% apresentavam fratura osteoporótica
(Araújo et al., 2005). Já entre mulheres na pós-menopausa, estudo que avaliou
uma população atendida em um serviço ambulatorial verificou que a prevalência
de osteoporose nessa população é de 18,5% (Costa-Paiva et al., 2003).
Para se obter sucesso na prevenção da fratura do quadril (Hansses e
Reginster, 2003) e em outros sítios (Patel et al, 2005), além da intervenção na
dimensão do osso (Nguyen et al., 2005), é necessário também que haja um
programa de intervenção nos fatores que predispõem a queda (Swanenburg et
al., 2007), ou seja, além da densidade mineral óssea (DMO) é necessário que
se analisem os fatores de risco para quedas, tanto os fatores extrínsecos
quanto os intrínsecos ao indivíduo, a fim de que se diminua a ocorrência de
fraturas (Patel et al., 2005).
Os fatores de risco para quedas, intrínsecos ao indivíduo, sofrem
alterações ao longo do tempo. Sabe-se que alguns fatores, como o sexo e a
idade, não são modificáveis por ações externas; entretanto, outros como força
muscular (Chien et al., 2005), flexibilidade (Sinaki et al., 2005a) e equilíbrio
Introdução 21
Introdução 22
(Vaillant et al., 2006; Madureira et al., 2007) são passíveis de modificações
após a ocorrência de intervenções.
Estudos mostraram que a atividade física tem um efeito positivo nesses
parâmetros. Treinamento com peso e exercício aeróbico de alto impacto podem
aumentar a densidade mineral do osso (Yamazaki et al., 2004; Vainionpää et
al., 2005; Engelke et al., 2006), força muscular (Augestad et al., 2004) e
equilíbrio (Aveiro et al., 2006, Gusi et al., 2006) em mulheres na pós-
menopausa. Porém ainda não está bem estabelecido se alterações nesses
fatores efetivamente diminuem a ocorrência de quedas.
Diante da evidência de se evitar quedas, tanto em pessoas em idade
avançada quanto em mulheres com osteoporose -- para que haja diminuição da
fratura óssea e dos males decorrentes dela --, entende-se que é importante
estudar as variáveis que se relacionam com este evento, a fim de que, de posse
de mais conhecimentos sobre o assunto, seja possível gerar e aplicar ações
direcionadas para a diminuição desses problemas.
Por isso, avaliar a prevalência de quedas e os fatores que se relacionam
com este evento em mulheres na pós-menopausa com e sem osteoporose,
permitirá conhecer melhor esta população e indicar com mais propriedade
ações preventivas direcionadas a cada grupo, minimizando os efeitos da queda.
2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral
Avaliar a prevalência de quedas e os fatores musculoesqueléticos
associados à queda em mulheres na pós-menopausa com e sem osteoporose.
2.2. Objetivos Específicos
– Identificar a prevalência de quedas em mulheres na pós-menopausa
com e sem osteoporose.
– Correlacionar a ocorrência de quedas com a força muscular da coluna
lombar e dos membros inferiores, flexibilidade da coluna vertebral e
equilíbrio corporal em mulheres na pós-menopausa com e sem
osteoporose.
Objetivos 23
3. Sujeitos e Método
3.1. Desenho do estudo
Realizou-se um estudo de corte transversal.
3.2. Tamanho amostral
O cálculo do tamanho amostral foi embasado no estudo de Arnold et al.
(2005), que correlacionaram o número de quedas e fatores intrínsecos de risco
para queda em mulheres na pós-menopausa com osteoporose. O índice de
correlação entre o número de quedas e a variável equilíbrio foi de 0,27.
Considerando-se um nível de significância de 5% e um erro tipo II de 20%
(poder do teste de 80%), o tamanho da amostra calculada para equilíbrio foi de
n=40. Sendo a prevalência de quedas em mulheres de 30% (Arnold et al.,
2005), estimou-se que para obter n=40 (mulheres com quedas), representando
30% da amostra, deveriam ser estudadas no mínimo n=133 mulheres com
osteoporose e n=133 sem osteoporose. Dessa maneira, foram avaliadas no
total 266 mulheres (Draper e Smith, 1998).
Sujeitos e Método 24
3.3. Seleção dos sujeitos
As mulheres foram selecionadas durante consulta de rotina no
Ambulatório de Menopausa do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(CAISM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), respeitando-se
os critérios de inclusão e exclusão.
3.3.1. Critérios de inclusão
– Amenorréia há no mínimo 12 meses.
– Idade acima de 60 anos.
– Ter realizado densitometria óssea com resultado normal ou com
osteoporose.
3.3.2. Critérios de exclusão
– Ter realizado densitometria óssea com resultado de osteopenia.
– Referir qualquer doença musculoesquelética com deformidade dos
membros inferiores.
– Referir qualquer doença neurológica com alteração do equilíbrio.
– Relatar sintomas clínicos como tontura, zumbido, hipoacusia e
plenitude auricular.
– Antecedentes de neoplasia maligna, deficiências visuais, diabetes
mellitus não controlado, hipotensão postural, distúrbios tiroidianos não
controlados.
Sujeitos e Método 25
– Ingestão de medicamentos que alteram o equilíbrio corporal, como
Betaistina, Meclizina, Cinarizina, Flunarizina, Ginkgo biloba,
Dimenidrinato, Pentoxifilina, anticonvulsivantes e ansiolíticos.
3.4. Variáveis
3.4.1. Variável Dependente
– Quedas: Mudança de posição inesperada, não intencional, que faz
com que o indivíduo permaneça em um nível inferior à posição inicial,
não sendo determinada por uma paralisia súbita, ataque epilético ou
força externa (Tinetti et al.,1988), ocorrida nos últimos 12 meses,
referida pela mulher no momento da entrevista, em números
contínuos.
3.4.2. Variáveis Independentes
– Força muscular: Nível de tensão máxima que pode ser produzida por
um grupo muscular (Fleck e Kraemer, 1999), verificada na coluna
lombar e membros inferiores através de aparelho dinamômetro dorsal,
expressa em quilograma(s): em números contínuos.
– Flexibilidade corporal: Amplitude de movimento em uma articulação ou
grupo de articulações (Hubley-Kozey, 1991), verificada com aparelho
flexímetro através dos movimentos extensão e flexão do tronco,
expressos em graus: em números contínuos.
– Equilíbrio corporal: Habilidade de manter o centro de massa do corpo
dentro da base de sustentação, conseguindo deslocar o peso do corpo
nas diferentes direções de maneira coordenada e ajustando-se às
perturbações externas (Shumway-Cook e Woollacott, 2003), verificado
através de plataforma de força.
Sujeitos e Método 26
– Osteoporose: Desordem do esqueleto caracterizada pelo
comprometimento da força do osso que predispõe a um risco de
fratura (NIH, 2001), avaliada na coluna lombar (L1-L4) através da
técnica de emissão de duplo feixe de Raios-X (DEXA) com base nos
parâmetros densitométricos do WHO (1994) que considera o T-score
(comparação da DMO da paciente com a média do adulto jovem),
considerado neste estudo: Normal ou sem Osteoporose (T-score até -
1 Desvio-Padrão) e Osteoporose (abaixo de –2,5 Desvios-Padrão).
3.4.3. Variáveis de Controle
– Idade: Referida pela mulher no momento da entrevista: em anos.
– Tempo de Menopausa: Tempo decorrido desde a última menstruação
até o momento da entrevista, referido pela mulher: em anos.
– Terapia de reposição hormonal: Uso de hormônios para tratamento
dos sintomas da menopausa, referido pela mulher no momento da
entrevista: sim ou não.
– Tabagismo: Hábito de fumar, referido pela mulher na entrevista: sim
ou não.
– Cor: Pigmentação da pele, segundo consta do prontuário médico:
brancas e não brancas.
– Escolaridade: Ultima série escolar cursada, referida pela mulher no
momento da entrevista: em anos.
– Estado marital: Situação conjugal, referida pela mulher no momento
da entrevista: com companheiro ou sem companheiro.
– Ocupação: Trabalho realizado diariamente, referido pela mulher no
momento da entrevista: em casa e fora de casa.
Sujeitos e Método 27
– Exercício físico: Atividade física planejada, estruturada e repetitiva
(Caspersen, 1985), contendo as atividades aeróbia, resistência
muscular e flexibilidade, realizadas no mínimo três vezes por semana
durante no mínimo 30 minutos (ACSM, 1998), referida pela mulher no
momento da entrevista: sim ou não.
3.5. Técnica, testes e exames
3.5.1. Teste de força muscular
Para avaliação da força muscular foram medidas as forças da coluna
lombar e dos membros inferiores com a utilização do aparelho dinamômetro
dorsal analógico Crown® de graduação 1kg, com faixa de 1kg a 200kg:
– Força muscular da coluna lombar: A voluntária posicionou-se em pé,
com os pés apoiados no aparelho e as pernas estendidas. Após ser
posicionada corretamente, a voluntária exerceu uma força máxima
para erguer as hastes do aparelho, que registrou a força resultante
(Adrian e Cooper, 1995).
– Força muscular dos membros inferiores: A voluntária posicionou-se
em pé, com os pés apoiados no aparelho e as pernas flexionadas, e
realizou o mesmo procedimento do teste que avaliou a força da coluna
lombar (Adrian e Cooper, 1995).
3.5.2. Teste de flexibilidade
Para avaliação da flexibilidade da coluna vertebral foram medidas a
flexão e extensão do tronco através do aparelho flexímetro Sanny®, graduado
em graus, com faixa de 0 a 360 graus.
Sujeitos e Método 28
– Amplitude de flexão do tronco: A voluntária posicionou-se em pé, com
os membros inferiores unidos e estendidos e com o aparelho fixado na
lateral do tronco. Pediu-se para que flexionasse ao máximo o tronco
para frente, direcionando quadris e braços para os pés, até o
momento em que tendesse a flexionar os membros inferiores
(Mannion, 2000).
– Amplitude de extensão do tronco: A voluntária posicionou-se em pé,
com os membros inferiores unidos e estendidos e com o aparelho
fixado na lateral do tronco. Pediu-se para que estendesse o tronco ao
máximo para trás, em direção aos calcanhares, com braços no
prolongamento do corpo, até o momento em que tendesse a projetar o
quadril para frente (Mannion, 2000).
3.5.3. Teste de equilíbrio
O equilíbrio corporal foi avaliado através da estabilometria, que analisou
o equilíbrio por meio da quantificação das oscilações do corpo. Para isso
utilizou-se a plataforma de força Accusway Plus® acoplada a um computador,
que registrou os deslocamentos do centro de pressão (CP) no plano da
plataforma (X,Y), nas direções ântero-posteriores (Y) e laterais (X), através da
força exercida na plataforma pela planta dos pés, captados pelo software
Balance Clinic. A avaliação foi realizada com a voluntária em pé sobre a
plataforma, com apoio bipodálico e descalça, com calcanhares afastados em
dois centímetros e formando um ângulo de 30°, braços no prolongamento do
corpo, parada e com fixação ocular em um ponto à frente, permanecendo com
os olhos abertos por 30 segundos e posteriormente com os olhos fechados por
mais 30 segundos. Os parâmetros estabilométricos analisados foram a
Sujeitos e Método 29
amplitude média de deslocamento do centro de pressão (CP) nos planos
ântero-posterior (Y) e lateral (X), a velocidade média e a área elíptica de
deslocamento do CP no plano da plataforma (X,Y) com os olhos abertos e
fechados (Figura 1) (Bizzo et al., 1985).
A
B
Figura 1. Área elíptica do deslocamento do CP no plano da plataforma com a voluntária de olhos abertos (A) e olhos fechados (B).
3.6. Coleta dos dados
A coleta dos dados foi realizada no período de novembro de 2006 a julho
de 2008 no Ambulatório de Menopausa do CAISM, que atende em média 60
mulheres por semana com sintomas do climatério, e onde é investigada a
ocorrência de osteoporose em mulheres com fatores de risco. Durante a
Sujeitos e Método 30
consulta de rotina das pacientes, foi feita uma pré-seleção baseada nos exames
de densitometria óssea realizados nos últimos dois anos e nos critérios de
inclusão e exclusão, selecionando-se, em média quatro voluntárias por semana
para participar do estudo. As mulheres selecionadas receberam explicações
sobre o estudo e foram convidadas a participar da pesquisa. Aquelas que
aceitaram, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO
1), responderam as questões sobre os dados socioeconômicos, clínicos e sobre
a história de quedas ocorridas nos últimos 12 meses (ANEXO 2) e realizaram
as avaliações da força muscular, flexibilidade e equilíbrio corporal, descritas no
item 3.5.
3.7. Processamento e análise de dados
Os dados da ficha clínica e os resultados dos testes de força muscular,
flexibilidade, equilíbrio e densitometria óssea foram inseridos no programa Excell da
Microsoft.
Para a análise estatística dos dados foram calculadas a médias, desvios-
padrão e percentuais das variáveis estudadas. A homogeneidade entre os grupos,
em relação às características sociodemográficas, foi avaliada através do teste de
Mann-Whitney e teste de qui-quadrado. Como houve diferenças significativas
nessas variáveis, a comparação da força, flexibilidade e equilíbrio foi feita através do
método general linear model (GLM), controlado pelas variáveis de controle. No
entanto, como as variáveis não apresentaram distribuição normal, foi usado o
Sujeitos e Método 31
BOX-COX para transformar a distribuição dos dados em normal e aplicar o
GLM. Nessa transformação foi considerada a variável dependente como Y e a
independente como X. Foram calculadas estimativas de risco através do odds
ratio (intervalo de confiança 95%) bruto (crude) e ajustado através de regressão
logística múltipla para as variáveis que apresentaram diferença significativa
entre os grupos. Para correlacionar as medidas de força, flexibilidade e
equilíbrio com a quantidade de quedas foram utilizados o coeficiente de
correlação de Spearman e o coeficiente de correlação parcial de Spearman
(ajustado). Na análise múltipla trabalhou-se com a regressão logística binária
com critério de seleção de variáveis stepwise, sendo considerado como
variáveis independentes a idade, IMC, tempo de menopausa, atividade física,
cor, estado marital, ocupação, tabagismo, uso de medicamentos, terapia
hormonal, osteoporose, força, flexibilidade e equilíbrio. Para esses
procedimentos foi utilizado o Statistical Analyses System (SAS) versão 9.2.
3.8. Aspectos Éticos
As voluntárias receberam explicações sobre o estudo e foram
esclarecidas quanto às dúvidas em relação ao mesmo. Foi explicado que a
identidade delas ficaria em sigilo e que os dados obtidos na pesquisa eram
confidenciais, e que mesmo que resolvessem não participar do estudo,
continuariam com seu acompanhamento médico sem qualquer prejuízo do
tratamento. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1) foi lido
e assinado pelas voluntárias que aceitaram participar do estudo.
Sujeitos e Método 32
Sujeitos e Método 33
As avaliações da força muscular da coluna lombar e membros inferiores,
flexibilidade da coluna vertebral e equilíbrio corporal não foram testes que
ofereceram riscos à saúde das voluntárias. A densitometria óssea é um exame
indolor, que expõe a voluntária à radiação em dose considerada pequena para
causar danos à saúde.
Foram cumpridas as diretrizes e normas regulamentadas na Resolução
nº 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos do Conselho Nacional de
Saúde.
4. Publicações
Artigo 1 – PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA
COM E SEM OSTEOPOROSE
Artigo 2 – INTRINSIC RISK FACTORS FOR FALLS IN POSTMENOPAUSAL
WOMEN WITH AND WITHOUT OSTEOPOROSIS
Publicações 34
Publicações 35
4.1. Artigo 1
PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E
SEM OSTEOPOROSE
FALLS PREVALENCE IN POSTMENOPAUSAL WOMEN WITH AND WITHOUT OSTEOPOROSIS
Raimunda Beserra Silva1, Lúcia Costa-Paiva2, Aarão Pinto-Neto3, Mariana Mari
Oshima4, Sirlei Siani Morais5
1. Educadora Física e doutoranda do Curso de Pós-graduação em Tocoginecologia/
Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
2. Professora Associada do Departamento de Tocoginecologia/ FCM/Unicamp.
3. Professor Associado do Departamento de Tocoginecologia/ FCM/Unicamp.
4. Graduanda do Curso de Medicina da FCM/Unicamp.
5. Serviço de Estatística do Departamento de Tocoginecologia/FCM/Unicamp.
Apoio Financeiro:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP
Auxílio à pesquisa:Processo número: 06/59698-3.
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Bolsa pesquisa de doutorado.
Publicações 36
RESUMO
Objetivo: Avaliar a prevalência de quedas em mulheres na pós-menopausa
com e sem osteoporose. Sujeitos e métodos: Estudo de corte transversal com
133 mulheres com osteoporose e 133 sem osteoporose, acima de 60 anos em
amenorréia mínimo 12 meses acompanhadas no Ambulatório de Menopausa do
CAISM/UNICAMP. As mulheres foram entrevistadas sobre quedas ocorridas nos
últimos doze meses, informações clínicas e sociodemográficas. O diagnóstico de
osteoporose foi realizado através da densitometria óssea considerando-se T-score
≤-2,5DP na coluna lombar (L1-L4). Para análise estatística foram calculadas médias,
desvios-padrão, percentuais, teste de Mann-Whitney, qui-quadrado e Odds Ratio
ajustado através de regressão logística múltipla. Resultados: Mulheres com
osteoporose apresentaram menor IMC, menor escolaridade, menor tempo de uso
de terapia hormonal e menor idade na menopausa. A maioria das mulheres nos dois
grupos era branca, sedentária e aproximadamente 75% faziam uso terapia
hormonal. A prevalência de quedas foi significativamente maior no grupo de mulheres
com osteoporose (51%) comparada ao grupo sem osteoporose (29%) (p<0,01).
Mulheres com osteoporose apresentaram risco ajustado 1,97(1,30 a 3,42) vez maior de
quedas e 3,26(1,23 a 8,21) vezes maior de quedas recorrentes que o grupo sem
osteoporose. Conclusões: Mulheres com osteoporose pós-menopausa apresentam
maior prevalência de quedas e maior risco de quedas recorrentes comparadas
com mulheres sem osteoporose. Esses dados reforçam a necessidade de estudos
que avaliem possíveis fatores que se relacionam com a queda e que apresentem
estratégias para minimizar suas consequências em mulheres com osteoporose.
Palavras-chave: acidentes por quedas, prevalência, osteoporose, pós-menopausa
Publicações 37
ABSTRACT
Objective: To evaluate the prevalence of falls in postmenopausal women with
and without osteoporosis. Subjects and methods: A cross-sectional study of
133 women with osteoporosis and 133 without osteoporosis, aged over 60 years
experiencing amenorrhea for at least 12 months with follow-up at the Menopause
Outpatient Facility of CAISM/UNICAMP. Women were interviewed about falls that had
occurred in the last twelve months. Information on clinical and social demographics
was gathered. Osteoporosis was diagnosed by bone densitometry and was defined
as T-score ≤ -2.5SD at the lumbar spine (L1-L4). For statistical analysis, the means,
standard deviations, percentages, Mann-Whitney test, chi-square test and Odds
Ratio (95%CI) adjusted by multiple logistic regression analysis were calculated.
Results: Osteoporotic women had the lowest BMI, lowest school education, shorter
use of hormone therapy and younger age at menopause. Most women in both groups
were white, led a sedentary lifestyle and approximately 75% received hormone
therapy. The prevalence of risks was significantly higher in the group of osteoporotic
women (51%) compared to the group without osteoporosis (29%)(p<0.01).
Women with osteoporosis had higher adjusted odds of falling equivalent to 1.97
(1.30 to 3.42) and higher adjusted odds of recurrent falling equivalent to 3.26
(1.23 to 8.21) than did the group without osteoporosis. Conclusions: Women
with postmenopausal osteoporosis had a higher prevalence of falls and a higher
risk of recurrent falls compared to women without osteoporosis. The data obtained
reinforces the need for studies that evaluate possible factors related to the fall and
strategies that minimize its consequences in osteoporotic women.
Keywords: Accidental falls, prevalence, osteoporosis, postmenopausal
Publicações 38
INTRODUÇÃO
A ocorrência de quedas é um sério problema de saúde pública em
idosos, pois ocorrem frequentemente e podem levar a consequências severas.
Em pessoas com mais de 65 anos, a prevalência tende a ser alta, atingindo
entre 21 a 38% das pessoas3, sendo que as mulheres acima de 70 anos de
idade são as mais atingidas11.
No Brasil, a prevalência de quedas em pessoas com mais de 65 anos
também é alta, atingindo de 23 a 35%15,17,22 e sua ocorrência é maior entre as
mulheres26. Entre os idosos que vivem em instituições, a prevalência apresenta-
se ainda mais elevada, sendo de 54%20 e dessas pessoas 5 a 10% dos que caem
tem como consequência lesões severas como fratura, traumatismo craniano e
ferimentos sérios que reduzem a mobilidade e independência, aumentando as
chances de morte prematura18.
Segundo o Sistema de Informação Médica, a taxa de mortalidade
hospitalar por queda no Brasil em julho de 2008 foi de 2,62% entre pessoas de
60 a 69 anos, 3,85% entre 70 e 79 anos e 7,69% nas pessoas acima de 80
anos sendo o sudeste, a região mais afetada4.
A queda é definida como uma mudança de posição inesperada, não
intencional que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior à
posição inicial, não sendo determinada por uma paralisia súbita, ataque
epilético ou força externa29. É um evento multifatorial e seus determinantes
podem ser atribuídos a fatores extrínsecos, que se relacionam com o ambiente
em que o indivíduo se encontra e a fatores intrínsecos, pertinentes ao estado
físico e cognitivo do indivíduo6. Entre os fatores extrínsecos, os deslizes em
Publicações 39
pisos escorregadios14 e a disposição dos móveis na casa16 são os fatores que
mais se relacionam com a queda, que tendem a ocorrer com maior frequência
no ambiente familiar9.
Em relação aos fatores intrínsecos, algumas variáveis que parecem ter
relação com a ocorrência de quedas são sexo feminino, diminuição da mobilidade
física, depressão11, idade avançada, diabetes, comprometimento da audição3,
do equilíbrio corporal23, da força muscular, visão e doenças osteoarticulares30
e uso de mais de quatro medicamentos22. Além desses fatores, quedas
recorrentes e o medo de cair novamente são acontecimentos que também
predispõem ao risco de quedas8.
O medo de voltar a cair é uma das consequências psicológicas resultantes
da queda, que traz consigo o receio de ser hospitalizado e de ficar dependente
de outras pessoas, fato que altera a vida emocional e social dos indivíduos que
caem19. A ocorrência de quedas recorrentes associa-se significativamente com
o declínio das funções físicas das pessoas acometidas por este evento28,
podendo levar a perda da capacidade funcional para realização das atividades
da vida diária, tornando as pessoas dependentes9.
Sabe-se também que pessoas entre 75 e 85 anos de idade que
necessitam de ajuda para as tarefas diárias, tem uma probabilidade de cair 14
vezes maior que pessoas da mesma idade independentes18. Estima-se que as
quedas causam 90% das fraturas de quadril em idosos5, acometimento que
apresenta alta morbidade, mortalidade e custos para a saúde publica1.
Em mulheres na pós-menopausa, quedas parecem ser o fator mais
importante para fraturas e se relacionam com a idade e densidade mineral
Publicações 40
óssea10. Já está estabelecido na literatura, que baixa densidade óssea é um
fator preditivo importante para o risco de fraturas27. Estudos mostram que a
osteoporose pós-menopáusica e a ocorrência de quedas13 são fatores de risco
para fraturas, devendo serem evitados, a fim de que haja uma redução na
ocorrência de fraturas ósseas.
Também vale lembrar que indivíduos com osteoporose podem apresentar
diminuição da força da musculatura do tronco, cifose24, alteração da amplitude
dos movimentos e da coordenação motora2 causando alterações posturais que
podem favorecer a ocorrência de quedas.
Sabe-se que a prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa
é de 18,5%7, porém não sabemos qual a prevalência de quedas nesta população.
Dessa maneira, o objetivo desse estudo foi identificar a prevalência de quedas
em mulheres na pós-menopausa com e sem osteoporose.
SUJEITOS E MÉTODOS
Foi realizado um estudo de corte transversal com 266 mulheres na pós-
menopausa, acompanhadas no Ambulatório de Menopausa do Centro de
Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp). As mulheres foram divididas em dois grupos, 133
mulheres com osteoporose pós-menopáusica e 133 sem osteoporose.
Os critérios de elegibilidade do estudo foram ter idade acima de 60 anos,
estar em amenorréia há no mínimo doze meses, apresentar densitometria
óssea normal ou com osteoporose. Foram excluídas mulheres que referiram
doença musculoesquelética com deformidade dos membros inferiores, doença
Publicações 41
neurológica com alteração do equilíbrio, sintomas clínicos como tontura,
zumbido, hipoacusia e plenitude auricular, antecedente de neoplasia maligna,
deficiências visuais, diabetes mellitus não controlada, hipotensão postural, distúrbios
tireoidianos não controlados e ingestão de medicamentos que alteram o equilíbrio
corporal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp.
O cálculo do tamanho amostral foi embasado no estudo de Arnold et al.2
(2005) que observaram a prevalência de quedas de 30% em mulheres na pós-
menopausa com osteoporose. Considerando essa prevalência, um nível de
significância de 5% e um erro tipo II de 20% (poder do teste de 80%), estimou-
se que deveriam ser estudadas no mínimo 133 mulheres com osteoporose e
133 sem osteoporose, num total de 266 mulheres.
Todas as mulheres foram submetidas a uma entrevista conduzida pela
pesquisadora, sendo coletadas informações referentes às características
sociodemográficas e clínicas. A determinação de quedas foi realizada através
da aplicação de questionário, em que foram verificados a ocorrência, o número
e o local de quedas nos últimos doze meses. A queda foi definida como uma
mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo
permaneça em um nível inferior à posição inicial, não sendo determinada por
uma paralisia súbita, ataque epilético ou força externa29.
O diagnóstico de osteoporose foi obtido através da densitometria óssea
realizada no Setor de Medicina Nuclear do Hospital das Clinicas/Unicamp
utilizando-se um equipamento LUNAR-DPX (Madison, Coorporation, USA),
baseado nos critérios densitométricos da WHO31 (1994) em que é classificado
Publicações 42
como massa óssea normal, o valor de T-score maior ou igual (≥) a -1,0 DP
(adulto jovem) na coluna lombar (L1-L4) e osteoporose valor menor ou igual (≤)
a -2,5DP (adulto jovem) na coluna lombar (L1-L4), medido através de Dual
Energy X-ray Absorptionmetry (DXA).
Para a análise dos dados foram calculadas as médias, desvios-padrão e
percentuais das variáveis estudadas. A homogeneidade entre os grupos, em
relação as características sociodemográficas, foi avaliada através do teste de
Mann-Whitney e teste de qui-quadrado. Foram calculadas estimativas de risco
através do Odds Ratio (intervalo de confiança 95%) bruto (crude) e ajustado
através de regressão logística múltipla para as variáveis que apresentaram
diferença significativa entre os grupos. Para esses procedimentos foi utilizado o
Statistical Analyses System (SAS) versão 9.2.
RESULTADOS
A tabela 1 mostra as características clínicas das mulheres dos grupos com e
sem osteoporose. Mulheres com osteoporose apresentaram menor IMC, menor
escolaridade, menor tempo de uso de TH e menor idade na menopausa. A média
do T-Score (adulto jovem) da coluna lombar (L1-L4) do grupo osteoporose foi
de - 2,9 (±0,4 DP) e do grupo sem osteoporose foi de 0,0 (±0,9 DP).
A maioria das mulheres nos dois grupos era branca, sedentária,
aproximadamente 75% das mulheres faziam uso de terapia hormonal e cerca de
90% eram usuárias de algum medicamento para doenças crônicas (Tabela 2). A
quantidade média de remédios usados entre as mulheres nos dois grupos foi
três, sendo os mais usados o captopril, hidroclorotiazida, cálcio e alendronato.
Publicações 43
A prevalência de quedas foi significativamente maior no grupo de
mulheres com osteoporose quando comparada ao grupo sem osteoporose,
51,1% e 29,3% respectivamente (p<0,01). Mulheres com osteoporose apresentaram
risco ajustado 1,97(1,30 a 3,42) vez maior de quedas e 3,26(1,23 a 8,21) vezes
maior de quedas recorrentes que o grupo sem osteoporose (Tabela 3). Em
relação ao local dessas quedas, aproximadamente 56% ocorreram em casa.
DISCUSSÃO
Esse estudo avaliou a prevalência de quedas em mulheres na pós-
menopausa e verificou que a prevalência de quedas foi significativamente maior
em mulheres com osteoporose em relação ao grupo sem osteoporose, sendo
de 51,1% e 29,3%, respectivamente.
Esses resultados estão de acordo com a literatura que mostraram uma
prevalência de quedas entre 29% e 35% na população idosa brasileira15,26.
Pesquisas também mostraram que a prevalência de quedas em pessoas idosas
é bastante variável nas diferentes populações.
Dados sobre quedas em uma coorte de idosos de ambos os sexos com
mais 65 anos, independentes na comunidade, em São Paulo, mostraram uma
prevalência de quedas de 29% em um ano e 12% de quedas recorrentes17. Em
pesquisa de base populacional, com 4.000 idosos acima de 65 anos em 07 estados
do Brasil, a prevalência foi de 34,8% de quedas sendo significativamente maior
entre as mulheres e associada a idade avançada, sedentarismo e auto-percepção
negativa da saúde26. Estudo que avaliou apenas as mulheres acima de 60
Publicações 44
anos, residentes no Rio de Janeiro, mostrou a prevalência de quedas de 23,3%
em um ano e 14% de quedas recorrentes22.
Na América Latina e Caribe, pesquisa incluindo homens e mulheres de
60 anos ou mais mostrou que a prevalência de quedas variou de 21% a 34% e
que o sexo feminino, maior idade, sintomas depressivos e presença de
limitações funcionais foram identificados como principais fatores de risco
associados a queda21.
Existem poucos estudos que avaliam especificamente o risco de quedas
em mulheres com osteoporose. Arnold et al.2 (2005) que avaliaram os fatores
de risco para quedas em um grupo de mulheres acima de 60 anos com osteoporose
mostrou uma prevalência de quedas de 30% num período de 06 meses, sendo
que metade das mulheres apresentaram quedas recorrentes.
O presente estudo avaliou a ocorrência de quedas em mulheres com e
sem osteoporose nos últimos 12 meses, e verificou alta prevalência de quedas
no grupo com osteoporose, que apresentou um risco 02 vezes maior de quedas
comparado ao grupo sem osteoporose. Essa diferença entre os estudos, sobre
as prevalências de quedas em indivíduos com osteoporose, pode ser atribuída
ao período recordatório estabelecido para a ocorrência de quedas que foi de
apenas 06 meses no estudo citado e de 12 meses no presente estudo.
Fatores de risco potenciais para quedas exclusivamente para mulheres
com osteoporose não tem sido identificados. Sabe-se que a osteoporose pode
levar a deformidades da coluna como a cifose torácica devido a compressão
vertebral que altera a estrutura da coluna vertebral, ocasionando fraqueza dos
músculos extensores do tronco e acarretando uma menor flexibilidade e
Publicações 45
mobilidade física25. Pesquisas mostram que na postura cifótica, o corpo se
desloca para frente levando a um deslocamento do centro de equilíbrio
chegando próximo aos limites de estabilidade24. Todas essas alterações podem
explicar a maior prevalência de quedas nas mulheres com osteoporose,
observada neste estudo.
Além disso, o antecedente de queda é considerado um importante fator
preditivo para quedas recorrentes28. Pluijm et al.19 (2006) observaram que
indivíduos idosos com história prévia de quedas no último ano apresentaram
um risco quatro vezes maior de quedas recorrentes. Os dados do presente
estudo mostraram que 57,4% das mulheres com osteoporose tiveram quedas
recorrentes comparado a 25,6% no grupo sem osteoporose e que o risco de
quedas recorrentes foi três vezes maior no primeiro grupo. Esses dados
reforçam a idéia de que uma única queda pode ser ocasionada por fatores
casuais, enquanto quedas recorrentes podem ser potencializadas por fatores
extrínsecos ou intrínsecos17 como a presença da osteoporose.
Esse estudo apresenta algumas limitações. Uma delas é o fato de que
apesar de se tratar de um estudo de corte transversal, as participantes reportaram
dados referentes a quedas retrospectivas, o que pode ter ocasionado algum
viés recordatório, influenciando a prevalência estimada.
Outra limitação do estudo é em relação a população analisada, que foi de
mulheres atendidas em um serviço ambulatorial e hospitalar. Por outro lado,
estudar quedas em indivíduos com osteoporose é difícil, pois a osteoporose é
uma doença assintomática que acomete cerca de 20%7 da população pós-
menopáusica, mas que muitas vezes não é diagnosticada. Por esse motivo,
Publicações 46
utilizou-se uma população de mulheres na pós-menopausa que freqüentam um
serviço ambulatorial para assistência ao climatério onde é investigada a
ocorrência da doença em mulheres com fatores de risco. Mas é importante
ressaltar que essas mulheres não são hospitalizadas nem institucionalizadas e
vivem de forma independente na comunidade.
Cabe comentar que, em conformidade com a literatura, o presente
estudo mostrou que 56% das quedas ocorrem no próprio domicílio. Estudos que
avaliaram idosos de ambos os sexos verificaram que 53% das quedas ocorreram
ao redor da casa9 sendo uma das principais causas o ambiente físico12 como
chão escorregadio14. Em mulheres, a ocorrência de quedas também é maior no
ambiente domiciliar (62%) e a maioria ocorre durante o dia em decorrência de
deslizes em superfícies escorregadias16.
Finalmente cabe ressaltar que a queda é um evento multifatorial6 e
pesquisas tem sido realizados no sentido de entender a relação dessa variável
com vários fatores, porém, não se tem ainda uma definição em relação à
influência específica que fatores extrínsecos e intrínsecos exercem sobre a
queda e nem quais as variáveis mais importantes nessa relação.
Diante disso, além de conhecer a prevalência de quedas em mulheres na
pós-menopausa com osteoporose, são necessários estudos que avaliem os
possíveis fatores que se relacionam com a queda e que apresentem estratégias
para minimizar suas consequências, particularmente as fraturas em mulheres
com osteoporose.
Publicações 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Araújo DV, Oliveira HAO, Bracco E. Custos da Fratura Osteoporótica de
Fêmur no Sistema Suplementar de Saúde Brasileiro. Arq Bras Endocrinol
Metab 2005; 49:897-901.
2. Arnold CM, Busch AJ, Schachter CL, Harrison L, Olszynski W. The
relationship of Intrinsic fall Risk Factors to a Recent History of Falling in
Older Women With Osteoporosis. J Orthop Sports Phys Ther 2005; 35:452-
60.
3. Barrett-Connor E, Weiss TW, McHorney CA, Miller PD, Siris ES. Preditors of
falls among postmenopausal womem: Results from the National Osteoporosis
Risk Assessment (NORA). Osteoporos Int 2008 Sep 17 [Epub ahead of print].
4. Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação da Saúde. Disponível
em http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php, acessado em 21/10/2008.
5. Carter ND, Kannus P, Khan KM. Exercise in the prevention of falls in older
people: a systematic literature review examining the rationale and the
evidence. Sports Med 2001;31:427-38.
6. Close JCT, Lord SL, Menz HB, Sherrington C. What is the role of falls? Best
Pract & Res Clin Rheum 2005; 19: 913-35.
7. Costa-Paiva L, Horovitz AP, Santos AO, Fonsechi-Carvasan GA, Pinto-
Neto AM. Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa e
associação com fatores clínicos e reprodutivos. RBGO 2003; 25:507-12.
8. Fletcher PC, Hirdes JP. Restriction in activity associated with fear of falling
among community-based seniors using home care services. Age Ageing
2004; 33:273-79.
Publicações 48
9. Ganança FF, Gazzolla JM, Aratami MC, Perracini MR, Ganança MM.
Circumstances and consequences of falls in elderley people with vestibular
disorder. Rev Bras Otorrinolaringol 2006; 72:388-93.
10. Geusens P, Autier P, Boonen, S, Vanhoof J, Declerck K, Raus et al. The
relationship Among History of Falls, Osteoporosis, and Fractures in
Postmenopausal Women. Arch Phys Rehabil 2002; 83:903-6.
11. Halil M, Ulger Z, Cankurtaran M, Shorbagi A, Yavuz BB, dede D, Ozkayar N,
Ariogul S. Falls and the elderly: Is there any difference in the developing
world? A cross-sectional study from Turkey. Arch of Gerontol and Geriatr
2006; 43:351-359.
12. Jahana KO, Diogo MJD. Quedas em idosos: principais causas e
consequências. Saúde Coletiva 2007; 17:148-53.
13. Kelsey JL, Prill MM, Keegan THM, Quesenberry CP, Sidney S. Risk Factors
for Pelvis Fracture in Older Persons. Am J Epidemiol 2005; 162:879-86.
14. Lopes MCL, Violin MR, Lavagnoli AP, Marcon SS. Fatores desencadeantes
de quedas no domicílio em uma comunidade de idosos. Cogtare Enferm
2007; 12:472-7.
15. Moreira MD, Costa AR, Felipe LR, Caldas CP. Variáveis associadas à
ocorrência de quedas a partir de diagnósticos de enfermagem em idosos
atendidos ambulatorialmente. Rev Latino-Am Enfermagem 2007; 15:10-15.
16. Nachreiner NM, Findorff MJ, Wiman JF, McCarthy TC. Circumstances and
consequences of falls in community-dwelling older women. J Women's
Health 2007; 16:1437-46.
Publicações 49
17. Perracini MR, Ramos LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de
idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública 2002; 36:709-16.
18. Perracini MR. Prevenção e manejo de quedas no idoso. [on-line acessado em
20/07/2006] Disponível em http://pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas.
19. Pluijm SMF, Smit JH, Tromp EAM, Stel VS, Deeg DJH, Bouter, LM, Lips P. A
risk profile for identifying community-dwelling elderly with a high risk of recurrent
falling: results of a 3-year prospective study. Osteoporos Int 2006; 17:417-25.
20. Rebelatto JR, Castro AP, Chan A. Quedas em idosos institucionalizados:
características gerais, fatores determinantes e relações com a força de
preensão. Acta Ortop Bras 2007; 15:151-154.
21. Reyes-Ortiz CA. Snih SA, Markides KS. Falls among elderly persons in
Latin America and the Caribbean and among elderly Mexican-Americans.
Rev Panam Salud Public 2005; 17:362-69.
22. Rosenfeld S, Camacho LAB. Medication as a risk factor for falls in older
women in Brazil. Rev Panam Salud Public 2003; 13:369-75.
23. Sambrook PN, Cameron ID, Chen JS, Cumimg RG, Lord SR, March LM,
Schwarz J, Seibel MJ, Simpson JM. Influence of fall related factors and bone
strength on fracture risk in the frail elderly. Osteoporos Int 2007; 18:603-10.
24. Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Significant reduction
in risk of falls and back pain in osteoporotic-kyphotic women through a spinal
proprioceptive extension exercise dynamic (SPEED) Program. Mayo Clinic
Proc 2005a; 80:849-55.
Publicações 50
25. Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Balance disorder
and increased risk of falls in osteoporosis and kyphosis: significance of
kyphotic posture and muscle strength. Osteoporos Int 2005b; 16:1004-10.
26. Siqueira FV, Facchini LA, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS,
Vieira V, Hallal P. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados.
Rev Saúde Pública 2007; 41:749-56.
27. Siris ES, Brenneman SK, Barret-Connor E, Miller PD, Sajjan S, Berger ML
et al. The effect of age and bone mineral density on the absolute, excess,
and relative risk of frature in postmenopausal women age 50-99: results
from the National Osteoporosis Risk Assessment (NORA). Osteoporos Int
2006; 17:565-74.
28. Stel VS, Smit JH, Pluijm SMF, Lips P. Consequences of falling in older men
and women and risk factors for health service use and functional decline.
Age Ageing 2004; 33:58-65.
29. Tinetti, ME, Speechley, M, Ginter, SF Risk factors for falls among elderly
persons living in the community. N Engl J Med 1988; 319:1701-07.
30. Tinetti, M. Preventing falls in elderly persons. N Engl J Med 2003; 348:42-9.
31. World Health Organization WHO. Assessment of fracture risk and its
application to screening for postmenopausal osteoporosis; 1994 Geneva.
Publicações 51
Tabela 1. Características clínicas das mulheres na pós-menopausa segundo os
grupos osteoporose (n=133) e sem osteoporose (n=133)
Grupo Características Com Osteoporose Sem Osteoporose p-valor*
Média ± DP Média ± DP Idade (anos) 66,0±4,5 64,9±4,4 0,03 Idade na Menopausa (anos) 46,4±6,2 49,2±4,8 <0,01 Tempo de Menopausa (anos) 19,6±7,3 15,5±5,5 <0,01 Escolaridade (anos) 3,7±3,0 5,1±3,6 <0,01 Tempo uso TH (anos) 7,2±5,4 8,7±5,4 <0,01 IMC (Kg/m2) 27,5±4,8 29,8±5,1 <0,01 DMO (g/cm2) 0,8±0,1 1,2±0,1 - T-score (adulto jovem) -2,9±0,4 0,0±0,9 - *Teste Mann-Whitney
Publicações 52
Tabela 2. Características sociodemográficas das mulheres na pós-menopausa
segundo os grupos osteoporose (n=133) e sem osteoporose (n=133)
Grupo Características Com Osteoporose Sem Osteoporose p-valor*
n % n %
Cor Branca 107 80,5 112 84,2 0,42
Estado marital 0,48 Com companheiro 73 54,9 85 63,9 Sem companheiro 60 45,1 48 36,1
Ocupação 0,72 Em casa 119 89,5 115 86,5 Fora casa 14 10,5 18 13,5
Exercício Físico 31 23,3 36 27,1 0,48
Fumante 13 9,8 6 4,5 0,09
Uso de Medicamentos 120 90,2 114 85,7 0,26
Uso terapia hormonal 95 71,4 103 77,4 0,06
*Teste de qui-quadrado
Publicações 53
Tabela 3. Distribuição percentual das mulheres na pós-menopausa com
osteoporose (n=133) e sem osteoporose (n=133), segundo a prevalência e
quantidade de quedas ocorridas nos últimos 12 meses
Grupo Com
Osteoporose Sem
Osteoporosep-valor* OR IC 95%* OR IC 95%**
n % n %
Prevalência Sim 68 51.1 39 29,3 <0,001 2,52 (1,52 a 4,18) 1,97 (1,30 a 3,42)Não 65 48,9 94 70,7 <0,001 1,00 1,00
Quantidade 1 29 42,6 29 74,4 <0,001 1,00 1,00 2 ou + 39 57,4 10 25,6 <0,001 3,90 (1,64 a 9,26) 3,26 (1,23 a 8,21)
*Teste qui-quadrado **OR ajustado por Regressão Logística: idade, IMC, escolaridade, tempo de menopausa e exercício físico
Publicações 54
Publicações 55
4.2. Artigo 2
INTRINSIC RISK FACTORS FOR FALLS IN POSTMENOPAUSAL WOMEN
WITH AND WITHOUT OSTEOPOROSIS
Raimunda B Silva1, Lúcia Costa-Paiva L2, Aarão M Pinto-Neto3, Sirlei S Morais4
1. Physical Educator and doctorate student in the Postgraduate Course in Obstetrics and
Gynecology/School of Medicine/Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
2. Associate Professor of the Department of Obstetrics and Gynecology/School of
Medicine/Unicamp.
3. Associate Professor of the Department of Obstetrics and Gynecology/School of
Medicine/Unicamp.
4.Statistics Division of the Department of Obstetrics and Gynecology/School of
Medicine/Unicamp.
Address for correspondence:
Lúcia Costa Paiva
Street Alexandre Fleming, 101- Cidade Universitária Zeferino Vaz Barão Geraldo-
Campinas: São Paulo - Brazil
Maibox 6081 CEP: 13083-881
e-mail: [email protected]
Financial Support:
Foundation for Research Support of the State of São Paulo – FAPESP
Research Aid:Process number: 06/59698-3.
Coordination for the Improvement of Higher Level Personnel - CAPES
Research grant for doctorate degree.
Publicações 56
ABSTRACT
Objective: To correlate falls with muscle strength, flexibility and balance in
postmenopausal women with and without osteoporosis. Subjects and methods: A
cross-sectional study of 266 women with and without osteoporosis, aged over 60 years,
experiencing amenorrhea for at least 12 months. Falls that had occurred in the last
twelve months were assessed by a questionnaire. Osteoporosis was assessed by bone
densitometry and strength was measured by a dorsal dynamometer. Flexibility was measured
by a flexion meter and balance was assessed by a force platform. For statistical analysis,
the means, standard deviations, percentages, the Mann-Whitney test, Spearman’s correlation
coefficient and multiple analyses were calculated. Results: The prevalence of falls was
significantly higher in the osteoporotic group. There was a significant and inverse
correlation between strength of the lumbar spine and trunk flexion with falls.
Regression analysis showed that increasing strength in the lumbar spine decreased the
odds of falling to 0.97 and the presence of osteoporosis increased the odds of falling
2.17 times. Conclusions: Muscle strength of the lumbar spine and the presence of
osteoporosis are factors associated with fall risk.
Keywords: accidental falls, osteoporosis, postmenopausal, bone density, muscle strength
Publicações 57
INTRODUCTION:
Osteoporosis and falls are common problems encountered in the elderly. It is
known that in developed countries, the prevalence of falls range from 21 to 38% in
individuals over 65 years of age [1,2], affecting mainly women over 70 years [3]. Falls
are a risk factor for fractures [4,5,6]. Falls are multifactorial events that are determined
by extrinsic factors related to the individual’s environment and intrinsic factors
pertaining to the physical and cognitive status of the individual [7]. The consequences
range from simple lesions [8] to more severe conditions such as fractures [9,10] which
may lead to a higher risk of illness and death [11].
Falls are responsible for about 90% of hip fractures in the elderly [12] and have
increased morbidity and mortality rates. Studies in the city of Baltimore (United States)
have shown that mortality rates due to hip fractures reach 17.4% of the population, while some
cities in Latin America have recorded a higher rate, ranging from 23.2% to 30.5% [13].
Regarding intrinsic factors, the following variables are related to falls: female gender;
decrease in physical mobility; depression [3]; advanced age; diabetes; hearing disorder
[1]; impairment in body balance [2]; muscle strength [14] and vision; osteoarticular
diseases [15] and use of medication [16]. It is well-known that some intrinsic factors such as
sex and age are not modifiable, while others such as muscle strength [17], flexibility
[18] and body balance [19] are likely to be modified after adequate intervention.
To be successful in preventing fractures [5, 20], apart from intervening in bone
dimension [21], it is also necessary to intervene in factors that predispose to falls [22] in
order to decrease the incidence of fractures [5].
Potential risk factors for falls have not been identified in women with
osteoporosis. This population may present various intrinsic factors that increase their
Publicações 58
risk for falls compared to adults and healthy elderly people. In theory, changes in body
balance [23], posture and muscle strength [24] may be affected by the presence of
osteoporosis and therefore may represent a higher risk for falls. The identification of risk
factors intrinsic to falls and interventions appropriate for these factors may be developed
for this population at high risk for fracture.
The aim of this study was to correlate the occurrence of falls with muscle
strength of the lumbar spine and lower limbs, spinal column flexibility and body balance
in postmenopausal women with and without osteoporosis.
SUBJECTS AND METHODS:
A cross-sectional study of 266 postmenopausal women was conducted, with
follow-up in the Menopause Outpatient Facility of the Women’s Integral Healthcare
Center (CAISM) at the Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Women were
divided into two groups: 133 women with postmenopausal osteoporosis and 133 without
osteoporosis. Eligibility criteria were age more than 60 years, amenorrhea for at least
twelve months, normal bone densitometry or presence of osteoporosis. Women who
reported muscular skeletal disease with lower limb deformity, neurologic disease with
change in balance, clinical symptoms such as dizziness, tinnitus, hypoacusis and feeling
of fullness in the ear, history of malignancy, visual deficiencies, uncontrolled diabetes
mellitus, postural hypotension, uncontrolled thyroid disorders and ingestion of
medication that alter body balance were excluded from the study. This study was
approved by the Research Ethics Committee of the School of Medicine/UNICAMP.
Sample size calculation was based on a study by Arnold et al. [25], who
correlated the number of falls and intrinsic factors for falls in postmenopausal women
Publicações 59
with osteoporosis. The correlation rate between the number of falls and the balance
variable was 0.27. Considering a significance level of 5% and type II error of 20%
(power of the test was 80%), the size of the sample calculated for balance was n=40.
Since the prevalence of falls was 30% in women (Arnold et al., 2005), to obtain n=40
(women with falls) which represented 30% of the sample, it was estimated that at least
n=133 women with osteoporosis and n=133 without osteoporosis had to be studied, from
a total of n=266 women [26].
Procedures
All women were interviewed by the researcher, who collected information on
social demographic and clinical characteristics. Falls were determined by a questionnaire
that assessed the occurrence, number and location of falls in the last twelve months. A
fall was defined as an unexpected and unintentional change in position causing an
individual to land at a lower level and not resulting from sudden onset of paralysis,
epileptic seizures or overwhelming external force [27].
Osteoporosis was diagnosed by bone densitometry performed at the Nuclear
Medicine Sector of the Hospital das Clinicas/Unicamp using a LUNAR-DPX machine
(Madison, Corporation, USA), based on the WHO densitometric criteria [28]which
classifies normal bone mass as a T-score higher or equivalent to (≥) to -1.0 SD (young
adult) in the lumbar spine (L1-L4) and osteoporosis as a value lower than or equal to (≤)
-2.5DP (young adult) in the lumbar spine (L1-L4), measured by Dual Energy X-ray
Absorptiometry (DXA).
Muscle strength of the lumbar spine and lower limbs was evaluated by using a
Crown® analogical dorsal dynamometer graded according to Kg (ranging from 01 to
200 Kg). To assess strength of the lumbar spine, the standing position with legs
Publicações 60
extended was used. To evaluate lower limb strength, the standing position with legs
flexed was used. After positioning the volunteer, she was asked to exert maximum force
to lift the device rods that recorded the strength produced [29].
To evaluate lumbar spine flexibility, flexion and extension of the trunk were
measured by a Sanny® flexion meter device graded in degrees. The standing position
was adopted by the participant with lower limbs together and extended. The measuring
device was placed in the lateral trunk of the participant. To evaluate spinal flexion, she
was asked to exert maximum flexion movement, directing her hips and arms towards her
feet until she tended to flex her lower limbs. To evaluate spinal extension, maximal
extension was exerted towards the heels of the volunteer with her arms along her body
until she tended to project her hip forward [30].
Body balance was assessed by stabilometry which analyzes balance by quantifying
body sways. For this purpose, the AccuSway Plus® force platform connected to a
computer was used, which recorded center of pressure (COP) movements on the
platform plane (X,Y), in the anterior-posterior (Y) and lateral (X) directions through a
force exerted on the platform by the soles of the feet, captured by a Balance Clinic
software. Assessment was performed with the volunteer standing on the platform. Bipodalic
support was provided to the barefoot volunteer whose heels were two centimeters apart
and formed a 30 degree angle. Arms were maintained along the body. The volunteer
stood still and focused on a target ahead with her eyes opened for 30 seconds and
subsequently with her eyes closed for 30 more seconds. The stabilometer parameters
analyzed were the mean amplitude of center of pressure (COP) movements, in the
anterior-posterior (Y) and lateral (X) directions, the mean velocity and elliptical area of
COP movement on the platform plane (X,Y) with eyes opened and closed [31].
Publicações 61
For statistical analysis, the Mann-Whitney test was used to compare control
variables among the groups. Since there were significant differences in these variables,
strength, flexibility and balance were compared by using GLM (general linear model)
methodology, controlled by the control variables. However, since the variables did not
have a normal distribution, BOX-COX was used to transform data distribution into
normal and apply GLM. In this transformation, the dependent variable was Y and the
independent variable was X. To correlate strength measures, flexibility and balance with the
number of falls, Spearman’s correlation coefficient and Spearman’s partial correlation
coefficient (adjusted) were used. In multiple analysis, binary logistic regression was
used with stepwise variable selection criteria. Independent variables were: age, BMI,
time since menopause, osteoporosis, color, marital status, occupation, smoking, use of
medication, hormone therapy, strength, flexibility and balance. For these procedures, the
Statistical Analysis System (SAS), version 9.2 was used.
RESULTS:
Table 1 shows the clinical characteristics of women in the groups with osteoporosis
and without osteoporosis. Women with osteoporosis had a lower BMI, lower school
education, shorter use of hormone therapy and younger age at menopause. The mean T-
Score (young adult) of the lumbar spine (L1-L4) was – 2.9 (±0.4 SD) in the group with
osteoporosis and 0.0 (±0.9 SD) in the group without osteoporosis.
Most women in both groups were white, had a sedentary lifestyle, approximately
75% received hormone therapy and about 90% used some type of medication for chronic
diseases in the osteoporotic group. The mean number of drugs used by women in both
groups was three. The most widely used drugs were captopril, hydrochlorothiazide,
Publicações 62
calcium and alendronate. The prevalence of falls was significantly higher in the group of
women with osteoporosis (51%) than in the group without osteoporosis (29%) (p<0.01).
Regarding muscle strength, both lumbar spine strength and lower limb strength
were lower in the group with osteoporosis. However, there was a significant difference
only in mean muscle strength of the lower limbs (p<0.02). Regarding flexibility, mean
trunk extension was significantly higher in the osteoporotic group (p<0.01). Adjusted
correlation analysis between intrinsic factors and falls showed a significant and inverse
correlation between strength in the lumbar spine (p<0.03) and flexion of the spine
(p<0.04) (Table 2).
Figures 1 and 2 show a comparison between balance parameters, using stabilometry
among the groups of women with and without osteoporosis. In the test performed with
the eyes opened, osteoporotic women had greater amplitude of movement in the Y axis
than women in the control group. No statistically significant difference was observed
regarding amplitude of movement in the X axis, mean velocity of movement and
elliptical area in the tests with eyes opened and closed and in the amplitude of movement
in the Y direction with eyes closed. Adjusted correlation analysis between balance
parameters and falls showed no significant correlation with any of the parameters
evaluated (data not shown).
Binary logistic regression showed that the variables associated with falls were
muscle strength of the lumbar spine and the presence of osteoporosis. Increasing lumbar
spine strength decreased fall risk to 0.97, while the presence of osteoporosis increased
fall risk by 2.17 times (Table 3).
Publicações 63
DISCUSSION:
The aim of this study was to determine some intrinsic risk factors for falls in
postmenopausal women with osteoporosis. The prevalence of falls was significantly
higher in the group of women with osteoporosis than in the group without osteoporosis,
51% and 29%, respectively. Prevalence data were similar to those of other studies
showing that the prevalence of falls in the elderly in general is around 38% during a one-
year period [1] and 30% in osteoporotic women [25].
Fall risk depends on both intrinsic and extrinsic factors. In the present study, only
the intrinsic factors were evaluated. Results showed compromise of lower limb strength
and higher amplitude of trunk extension in women with osteoporosis than in women
without osteoporosis.
Regarding muscle strength, studies conducted in postmenopausal women [32]
and in the elderly in general [14] indicate that lower limb strength may predispose an
individual to falls when it is below adequate levels. In contrast, Keskin et al. [33]
analyzed muscle strength of the lower limbs in older women and observed no difference
in this variable among individuals presenting falls. Although lower muscle strength has
been implicated as a risk factor for falls in the elderly, some studies have found no
association between falls and this variable [33,34].
Few studies have assessed the intrinsic risk factors for falls specifically in
osteoporotic women. Sinaki et al. [24] studied women with osteoporosis and observed a
greater propensity for falling and lower grip strength, lower muscle strength in the
extensors of the spine and lower limbs in osteoporotic women with kyphosis compared
to women without osteoporosis. This data on muscle strength of the lower limbs is
Publicações 64
similar to that of the present study which also observed a decrease in muscle strength of
the lower limbs in osteoporotic women.
Divergence among study results concerning compromise of muscle strength at
different body sites may be attributed to the populations studied, since in a study by
Sinaki et al. [24], only osteoporotic women with spines compromised by kyphosis were
included. It is well-known that spinal deformities such as kyphosis may alter the
structure of the spinal column due to vertebral compression and decreased muscle
strength of the trunk extensors [24].
Nevertheless, despite a decrease in lower limb strength in osteoporotic women,
correlation analysis showed that falls only correlated with muscle strength of the lumbar
spine and with amplitude of trunk flexion.
Regarding flexibility, it is known that muscles and tendons tend to become more
rigid with aging, resulting in decreased flexibility [35]. Intervertebral disc degeneration
is also a factor that limits the amplitude of movement [36]. Furthermore, data in the
literature show that weakness of trunk extensor muscles in osteoporotic individuals leads
to a decrease in the amplitude of trunk extension [17,37].
In contrast, in the present study the amplitude of trunk extension was greater in
osteoporotic women. This data is counter-intuitive. Although the results of the present
study showed a statistical difference, absolute values for flexibility angles were very
small and had no clinical significance. However, trunk flexion correlated with a higher
occurrence of falls.
Advancing age and the presence of certain degenerative diseases of the
locomotor system such as osteoporosis may decrease flexibility and independence of
movements. The greatest damages due to this alteration are associated with gait,
Publicações 65
contributing to a higher risk of falls and fractures [38]. In logistic regression analysis,
increasing strength of the lumbar spine by one unit decreased the risk of falls to 0.97
times and the presence of osteoporosis increased the risk by 2.17 times.
Although multiple factors contribute to falls, a decrease in balance has been cited
as an important element [39,34]. Lynn et al. [40] observed differences in strategies for
balance control among individuals with and without osteoporosis. In particular,
osteoporotic individuals are better at using strategies involving the hip to maintain
balance compared to normal individuals.
The erect posture is not a static event and is characterized by sways, which
maintain the body in continuous movement. These sways are involuntary and depend on
action of the sensorial system (visual, vestibular and proprioceptive), processing in the
central nervous system (CNS) and neuromuscular system [41]. Sway may be quantified
on a force platform used to record center of pressure movements on surface planes and
anterior-posterior and lateral directions.
In the present study, no differences were observed in balance measurements
among groups using objective stabilometry parameters. We found no studies in the
literature that evaluated stabilometric data in osteoporotic individuals for the comparison
of results. In the elderly in general, the only parameter altered in patients reporting
recurrent falls was lateral movement with eyes opened and closed, which was greater in
those presenting 02 or more falls [42]. Similar to the present study, Melzer et al. [34]
using a force platform and a test with a wide support base to evaluate elderly individuals
with a mean age of 78 years also failed to observe differences in the anterior-posterior
and lateral directions, elliptical area and velocity of center of pressure movements in
individuals with and without falls. Findings of the current study are in agreement with
Publicações 66
those of other authors who also failed to observe differences in balance parameters and
the occurrence of falls [33,34,42].
Body balance may be assessed by functional and laboratory tests, both used to
identify individuals at risk for falls. Although functional tests are not very expensive,
they are subjective and may suffer external influence, requiring more training for their
application. Therefore, these tests may not be effective predictors of fall risk [33].
Laboratory tests using equipment that is capable of analyzing variables related to
balance with more details, offering greater accuracy in the evaluation, may detect
compromised body balance more appropriately despite their high cost for
implementation.
The diversity of study results may be explained by differences in mean age,
dwelling location (in a community or nursing home), lifestyle of the participants and
technique employed to assess the variables analyzed. This suggests that there may be
many interactive causal factors for falls that need further investigation, emphasizing the
complex interaction between intrinsic and extrinsic factors associated with falls.
Some limitations of this study need to be cited. First, the assessment of falls was
based in self-report and this may have influenced the prevalence estimated. Another
limitation was that in this cross-sectional study, variables such as strength, flexibility
and balance were measured and related to falls at the same period of time. However, it is
worth mentioning that the study was performed with community-dwelling patients,
using objective tests to evaluate the variables studied.
We think that many factors are implicated in the cause of falls and it seems likely
that combined intrinsic and extrinsic factors are more relevant for falls than a single
cause. The results of this study may guide future studies with more appropriate methods
Publicações 67
to detect a cause and effect relationship of factors related to falls in individuals with
osteoporosis. Further studies are needed to identify factors of greater risk for falls in the
elderly in general, especially in those at higher risk such as osteoporotic individuals,
aiming at developing strategies to prevent falls and their consequences.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Barrett-Connor E, Weiss TW, McHorney CA, Miller PD, Siris ES. Preditors of falls
among postmenopausal womem: results from the National Osteoporosis Risk
Assessment (NORA). Osteoporos Int 2008 Sep 17 [Epub ahead of print].
2. Sambrook PN, Cameron ID, Chen JS, Cumimg RG, Lord SR, March LM, Schwarz
J, Seibel MJ, Simpson JM. Influence of fall related factors and bone strength on
fracture risk in the frail elderly. Osteoporos Int 2007; 18:603-10.
3. Halil M, Ulger Z, Cankurtaran M, Shorbagi A, Yavuz BB, dede D, Ozkayar N, Ariogul
S. Falls and the elderly: Is there any difference in the developing world? A cross-
sectional study from Turkey. Arch of Gerontol and Geriatr 2006; 43:351-359.
4. Kelsey JL, Prill MM, Keegan THM, Quesenberry CP, Sidney S. Risk Factors for
Pelvis Fracture in Older Persons. Am J Epidemiol 2005; 162:879-86.
5. Patel S, Tweed K, Chinappen U. Fall-related risk factors and osteoporosis in older
women referred to an open access bone densitometry service. Age Ageing 2005;
34:67-71.
6. Willians-Johnson JA, Wilks RJ, McDonald AH. Falls: A modifiable risk factor for
the occurrence of hip fractures in the elderly. West Indian Med J 2004; 53:238-41.
7. Close JCT, Lord SL, Menz HB, Sherrington C. What is the role of falls? Best Pract
& Res Clin Rheumatol 2005; 19: 913-35.
Publicações 68
8. Nachreiner NM, Findorff MJ, Wiman JF, McCarthy TC. Circumstances and
consequences of falls in community-dwelling older women. J Women's Health
2007; 16:1437-46.
9. Riggs BL, Melton LJ, Robb RA, Camp JJ, Atkinson EJ, Oberg AL et al. Population-
based analysis of the relationship of whole bone strength indices and fall-related
loads to age and sex specific patterns of hip and wrist fractures. J Bone Miner Res
2006; 21:315-23.
10. Kaptoge S, Benevolenskaya L, Bhalla AK, Cannata JB, Boonen S, Falch JA, et al. Low
BMD is less predictive than reported falls for future limb fractures in women across
Europe: results from the European Prospective Osteoporosis Study. Bone 2005; 36:387-98.
11. Shortt LN, Robinson CM. Mortality after low-energy fractures in patients aged at
least 45 years old. Orthop Trauma 2005; 19:396-403.
12. Carter ND, Kannus P, Khan KM. Exercise in the prevention of falls in older people:
a systematic literature review examining the rationale and the evidence. Sports Med
2001;31:427-38.
13. Morales-Torres J, Gutiérrez-Ureña S. The burden of osteoporosis in Latin America.
Osteoporos Int 2004; 15:625-32.
14. Pijnappels M, Burg JCE, Reeves ND, Dieën JH. Identification of elderly fallers by
muscle strength measures. Eur J Appl Physiol 2008; 102:585-92.
15. Tinetti, M. Preventing falls in elderly persons. N Engl J Med 2003; 348(1):42-9.
16. Rosenfeld S, Camacho LAB. Medication as a risk factor for falls in older women in
Brazil. Rev Panam Salud Public 2003; 13:369-75.
Publicações 69
17. Chien MY, Yang RS, Tsau JY. Home-based trunk-strengtheing exercise for osteoporotic
and osteopnic postmenopausal women without fractures – a pilot study. Clin
Rehabil 2005; 19:28-36.
18. Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Significant reduction in risk
of falls and back pain in osteoporotic-kyphotic women through a spinal proprioceptive
extension exercise dynamic (SPEED) Program. Mayo Clinic Proc 2005a; 80:849-55.
19. Vaillant J, Vuillerme N, Martigné P, Caillat-Miousse J, Parisot J, Nougier V, Juvin
R. Balance, aging and osteoporosis: effects of cognitive exercises combined with
physiotherapy. Joint Bone Spine 2006; 73:414-18.
20. Hanssens L, Reginster JK. Relevance of bone mineral density, bone quality and falls
in reduction of vertebral and non-vertebral fractures. J Musculoskelet Neuron
Interact 2003; 3:189-93.
21. Nguyen D, Pongchaiyakul C, Center JR, Eisman já, Nguyen TV. Identification of
High-risk Individuals for Hip fracture: A 14-Year Prospective Study. J Bone Miner
Res 2005; 20:1921-28.
22. Swanenburg J, Bruin ED, Stauffacher M, Mulder T, Uebelhart D. Effects os
exercise and nutrition on postural balance and risk of falling in elderly people with
decreased bone mineral density: randomized controlled trial pilot study. Clin
Rehabil 2007; 21:523-534.
23. Liu-Ambrose T, Eng JJ, Mallinson A, Carter ND, Mckay HA. The influence of back
pain on balance and functional mobility in 65 to 75 year-old women with
osteoporosis. Osteoporos Int 2002; 13:868-73.
Publicações 70
24. Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Balance disorder and
increased risk of falls in osteoporosis and kyphosis: significance of kyphotic posture
and muscle strength. Osteoporos Int 2005b; 16:1004-10.
25. Arnold CM, Busch AJ, Schachter CL, Harrison L, Olszynski W. The relationship of
Intrinsic fall Risk Factors to a Recent History of Falling in Older Women With
Osteoporosis. J Orthop Sports Phys Ther 2005; 35:452-60.
26. Draper NR, Smith H. Applied Regression Analysis. 3 rd edition 1998. Ed. Wiley:
New York.
27. Tinetti, ME, Speechley, M, Ginter, SF Risk factors for falls among elderly persons
living in the community. N Engl J Med 1988; 319(26):1701-07.
28. WHO – World Health Organization. Assessment of fracture risk and its application
to screening for postmenopausal osteoporosis. 1994 Geneva.
29. Adrian M, Cooper J. Biomechanics of human Movement. 1995 Mcgraw-Hill: Boston.
30. Mannion AF, Klein GN, Dvorak J, Lanz C. Range of global motion of the cervical
spine: intraindividual reliability and the influence of measurement device. Eur Spine
J. 2000; 9:379-85.
31. Bizzo G., Guillet N., Patat A, Gagey P. Specifications for building a vertical force
plataform designed for clinical stabilometry. Med & Biol Eng & Comput 1985;
23:474-476.
32. Sirola J, Rikkonem T, Kröger H, Honkanen R, Tuppurainen M, Airaksinen O,
Saarikoski S. Factors related to postmenopausal muscle performance: a cross-
sectional population-based study. Eur J Appl Physiol 2004; 93:102-7.
33. Keskin D, Borman P, Ersöz M, Kurtaran A, Bodur H, Akyüz. The risk factors
related to falling in elderly females. Geriatric Nursing 2008; 29: 58-63.
Publicações 71
34. Melzer I, Benjuya J, Kaplanski J. Postural in the elderly: a comparison between
fallers and non-fallers. Age Ageing 2004; 33:602-7.
35. Homer S, Mackintosh S. injuries in young female elite gymnastas. Physiotherapy
1992; 78: 11-15.
36. Tanaka N, An HS, Lim T, Fujiwara A, Jeon C, Haughton VM. The relationship between
disc degeneration and flexibility of the lumbar spine. The Spine Journal 2001; 1:47-56.
37. Keller TS, Harrison DE, Christopher DC, Colloca J, Harrison DD, Janik TJ.
Predition of osteoporotic Spinal deformity. Spine 2003; 5:455-62.
38. Bouxsein ML, Melton LJ, Riggs BL, Muller J, Atkson E, Oberg A, Robb RA, Camp
JJ, Rouleau PA, McCollough CH, Khosla S. Age and sex-specific differences in the
factor of risk for vertebral fracture: A population Study using QCT. J Bone Miner
Res 2006; 21:1475-82.
39. Sinaki M, Lynn SG. Reducing the risk of falls through proprioceptive dynamic
posture training in osteoporotic womem with kyphotic posturing. Am J Phys Med
Rehabil 2002; 81:241-46.
40. Lynn SG, Sinaki M, Westerlind KC. Balance Characteristic of persons with
osteoporosis. Arch Phys Med Rehabil 1997; 78:273-77.
41. Horak FB, Hlavacka F. Somatosensory loss increases vestibulospinal sensitivity. J
Neurophysiology, 2001; 86:575–85.
42. Stel VS, Smit JH, Pluijm SMF, Lips P. Balance and mobility performance as treatable
risk factors for recurrent falling in older persons. J Clin Epidemiol 2003; 56;659-68.
Publicações 72
Table 1. Clinical characteristics of postmenopausal women according to groups with
osteoporosis (n=133) and without osteoporosis (n=133)
Group Characteristics With Osteoporosis Without Osteoporosis p-value*
Mean ± SD
Mean ± SD
Age (years) 66.0±4.5 64.9±4.4 0.03 Age at Menopause (years) 46.4±6.2 49.2±4.8 <0.01 Time Since Menopause (years) 19.6±7.3 15.5±5.5 <0.01 School Education (years) 3.7±3.0 5.1±3.6 <0.01 Length of HT use (years) 7.2±5.4 8.7±5.4 <0.01 BMI (Kg/m2) 27.5±4.8 29.8±5.1 <0.01 BMD (g/cm2) 0.8±0.1 1.2±0.1 - T-score (young adult) -2.9±0.4 0.0±0.9 -
*Mann-Whitney Test
Publicações 73
Table 2. Mean muscle strength and flexibility and correlation with falls in
postmenopausal women with (n=133) and without osteoporosis (n=133)
Group Correlation with Falls
Variables With Osteoporosis
Without Osteoporosis
p-value*
Mean±SD Mean±SD r** p-value**Muscle StrengthLumbar Spine Lower Limbs
33.4±11.8 33.6±11.8
40.0±14.5 40.8±14.7
0.06 0.02
-0.13 -0.10
0.03 0.11
Flexibility Trunk Flexion Trunk Extension
81.2±16.7 20.3±08.3
82.6±16.0 18.7±07.3
0.62 0.01
-0.13 -0.09
0.04 0.15
*Generalized linear model (GLM) with variables: age, BMI, school education, time since amenorrhea and physical exercise; **Spearman’s correlation coefficient adjusted for age, BMI, school education and time since menopause, physical exercise, osteoporosis.
Publicações 74
Figure A Figure B
Figures 1: Comparison of mean amplitude of movement in the X (figure A) and Y (figure B) planes with
eyes opened and closed in postmenopausal women according to groups with osteoporosis (n=133) and
without osteoporosis (n=133).
Figure A Figure B
Figure 2: Comparison of mean velocity (figure A) and area of movement on the platform (figure B) with
eyes opened and closed in postmenopausal women according to groups with osteoporosis (n=133) and
without osteoporosis (n=133).
Publicações 75
Publicações 76
Table 3. Binary logistic regression analysis for variables associated with falls in
postmenopausal women (n=266)
Fall
Variables LR p-value* OR (95%CI) Multiple*
Muscle strength in the lumbar spine 20.7 <0.01 0.97 (0.95 to 0.99)
Osteoporosis 13.2 <0.01 2.17 (1.29 to 3.65)
*Binary logistic regression with stepwise variable selection criteria. Dependent variable: fall (binary) and independent variables: age, BMI, time since menopause, physical exercise, color, marital status, occupation, smoking, use of medication, hormone therapy, osteoporosis, muscle strength, flexibility and balance.
5. Discussão
Este estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de quedas e
correlacioná-las com os fatores musculoesqueléticos em mulheres na pós-
menopausa com e sem osteoporose. Os resultados mostraram que a
prevalência de quedas foi significativamente maior em mulheres com
osteoporose quando comparadas ao grupo sem osteoporose e que quedas se
correlacionam com força muscular da coluna lombar e presença de
osteoporose.
A prevalência de quedas foi de 51,1% nas mulheres com osteoporose e
de 29,3% naquelas sem osteoporose. Esses dados de prevalência são
semelhantes aos relatados na literatura para indivíduos com mais de 65 anos
de idade de ambos os sexos, que é de 30% a 38%. Em mulheres com
osteoporose, a prevalência encontrada foi maior. Não foram encontrados
estudos que avaliassem essa prevalência especificamente em mulheres com
osteoporose para comparação dos resultados. O único estudo encontrado foi de
Arnold et al. (2005), que avaliou 73 mulheres acima de 60 anos com diagnóstico
Discussão 77
de osteoporose estabelecida e observou a prevalência de 30% em um período
recordatório de seis meses.
A maior prevalência obtida no presente estudo foi atribuída ao período
recordatório de 12 meses, o que pode ter influenciado a estimativa encontrada.
Essa maior prevalência pode estar relacionada à presença de fatores de risco
musculoesqueléticos para quedas, muitas vezes presentes em mulheres com
osteoporose. Sabe-se que nos indivíduos com osteoporose, principalmente na
osteoporose estabelecida - quando já existem fraturas vertebrais ou de fêmur -,
alguns parâmetros intrínsecos de risco para quedas, como a força muscular,
flexibilidade e equilíbrio, podem estar comprometidos.
No presente estudo, as mulheres com osteoporose quase não
apresentaram alterações destes parâmetros em comparação àquelas sem a
doença, o que pode, em parte, ser atribuída a menor severidade da
osteoporose, uma vez que no presente estudo não foi definido como critério de
inclusão ter osteoporose estabelecida. Além disso, a idade média das
participantes foi ao redor dos 65 anos, quando em muitos estudos essa média
de idade é bem mais alta. O fato de serem mais jovens e com massa óssea
menos comprometida pode explicar os resultados encontrados.
Apesar de os resultados deste estudo terem apresentado pouco
comprometimento dos parâmetros musculoesqueléticos na população com
osteoporose, a força da coluna lombar e a presença da doença foram fatores
identificados como de maior risco para quedas.
Discussão 78
Em relação ao equilíbrio corporal, muitos estudos têm avaliado esta
variável em população idosa e obtido associação com alterações do equilíbrio e
maior ocorrência de quedas. O equilíbrio corporal tem sido avaliado por meio
dos testes funcionais, que podem identificar as pessoas que apresentam risco
para quedas. Entretanto, estes testes dependem do estado de saúde e do nível
funcional da população estudada para prever o risco de quedas e revelar
déficits de equilíbrio (Boulgarides et al, 2003). Diante disso, os testes funcionais
de equilíbrio usados atualmente podem não ser preditores efetivos do risco de
quedas (Keskin et al., 2008). Avaliações mais objetivas através de testes como
posturografia, baropodometria e estabilometria têm sido utilizadas para diminuir
a interferência de fatores externos e da subjetividade das medidas realizadas
(Cordeiro, 2001).
Uma contribuição original deste estudo foi avaliar os parâmetros de
equilíbrio através da estabilometria, que utiliza uma plataforma de força capaz
de registrar os deslocamentos do centro de pressão através da força exercida
pela planta dos pés na plataforma. Esse instrumento registra os valores obtidos,
que são analisados através de software específico, fornecendo medidas mais
precisas dos parâmetros de equilíbrio. Novos estudos realizados em diferentes
populações que utilizam essas técnicas são necessários para sugerir uma
possível aplicação clínica deste método como ferramenta preliminar para
estabelecer o risco de quedas.
Quedas estão associadas com significantes consequências sociais e
psicológicas, uma vez que as pessoas perdem a confiança e se tornam
Discussão 79
Discussão 80
isoladas, restringindo suas atividades. Uma queda pode ser a primeira
indicação de uma doença não detectada. Quedas repetidas frequentemente
levam a um declínio na habilidade funcional de uma pessoa idosa. A menos que
uma ação seja tomada, o número de quedas e injúrias relacionadas a elas
tendem a aumentar nos próximos 25 a 30 anos (Tinetti, 2003).
Algumas intervenções para grupos específicos de indivíduos,
especialmente aqueles de alto risco para quedas, precisam ser implementadas.
Toda mulher idosa precisa ser esclarecida frequentemente sobre o risco de
quedas. A ocorrência de quedas no passado, idosos que relatam modificação
na sua mobilidade para realizar atividades e presença de anormalidades de
equilíbrio devem ser sinais de alerta para o médico realizar ou encaminhar
essas pessoas para uma avaliação do risco de quedas e para intervenções
multifatoriais.
Muitos fatores estão implicados como causadores da queda, e parece
ser mais provável que as combinações de fatores sejam mais relevantes para a
queda do que uma única causa. Novos estudos são necessários para identificar
fatores de risco para quedas em idosos em geral e principalmente naqueles
mais suscetíveis à queda, como os portadores de osteoporose, visando ao
planejamento de estratégias que previnam e minimizem as consequências da
queda, como as fraturas em mulheres com osteoporose.
6. Conclusões
– A prevalência de quedas em mulheres com osteoporose foi maior que em
mulheres sem osteoporose, sendo de 51% e 29,1%, respectivamente.
– A ocorrência de quedas esteve correlacionada apenas com a força da coluna
lombar e a flexão do tronco. Houve associação entre quedas e a força
muscular da coluna lombar e a presença de osteoporose.
Conclusões 81
7. Referências Bibliográficas
Adrian M, Cooper J. Biomechanics of human movement. Boston: Mcgraw-Hill;1995.
Alegro-Lopes J, Cordero-Guevara J, Alonso-Valdivielso JL, Fernández-Mélon J.
Factors associated with mortality and functional disability after hip fracture: an
inception cohort study. Osteoporos Int 2005; 16:729-36.
American College of Sports Medicine ACSM. The recommended quantity of
exercise for developing and maintaining cardiorrespiratory and muscular fitness,
and flexibility in healthy adults. Med Sci Sports Exerc 1998; 30:975-91.
Araújo DV, Oliveira HAO, Bracco E. Custos da fratura osteoporótica de fêmur
no sistema suplementar de saúde brasileiro. Arq Bras Endocrinol Metab 2005;
49:897-901.
Arnold CM, Busch AJ, Schachter CL, Harrison L, Olszynski W. The relationship
of Intrinsic fall risk factors to a recent history of falling in older women with
osteoporosis. J Orthop Sports Phys Ther 2005; 35:452-60.
Augestad LB, Schel B, Forsmo S, Langharmmer A, Flanders WD. The association
between physical activity and forearm bone mineral density in healthy
premenopausal women. J Women's Health 2004; 13: 301-13.
Referências Bibliográficas 82
Aveiro MC, Granito RN, Navega MT, Driusso P, Oishi J. Influence of physical
activity training program on muscle strength, balance and gait velocity among
with osteoporosis. Rev Bras Fisiot São Carlos 2006; 10:441-8.
Barrett-Connor E, Weiss TW, McHorney CA, Miller PD, Siris ES. Preditors of
falls among postmenopausal womem: results from the National Osteoporosis
Risk Assessment (NORA). Osteoporos Int 2008 Sep 17 [Epub ahead of print].
Bizzo G., Guillet N., Patat A, Gagey P. Specifications for building a vertical force
plataform designed for clinical stabilometry. Med & Biol Eng & Comput 1985;
23:474-476.
Boulgarides LK, Mcginty SM, Willett JA, Barners CW. Use of clinical and
impairment- based tests to predict falls by community-dwelling older adults.
PhysTher 2003; 83:328-39.
Bouxsein ML, Melton LJ, Riggs BL, Muller J, Atkson E, Oberg A, et al. Age and
sex-specific differences in the factor of risk for vertebral fracture: A population
study using QCT. J Bone Miner Res 2006; 21:1475-82.
Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação da Saúde. Disponível em
http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php, acessado em 21/10/2008.
Carter ND, Kannus P, Khan KM. Exercise in the prevention of falls in older
people: a systematic literature review examining the rationale and the evidence.
Sports Med 2001;31:427-38.
Caspersen CJ. Physical activity, exercise and physical fitness: definitions and
distinctions for health-related research. Public Health Rep 1985; 100:126-31.
Referências Bibliográficas 83
Chien MY, Yang RS, Tsau JY. Home-based trunk-strengtheing exercise for
osteoporotic and osteopnic postmenopausal women without fractures – a pilot
study. Clin Rehabil 2005; 19:28-36.
Close JCT, Lord SL, Menz HB, Sherrington C. What is the role of falls? Best
Pract & Res Clin Rheumatol 2005; 19: 913-35.
Cordeiro RC. Caracterização clínico-funcional do equilíbrio em idosos
portadores de Diabetes Mellitus do tipo II. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo
(SP): Universidade Federal de São Paulo; 2001.
Costa-Paiva L, Horovitz AP, Santos AO, Fonsechi-Carvasan GA, Pinto-Neto
AM. Prevalência de osteoporose em mulheres na pós-menopausa e associação
com fatores clínicos e reprodutivos. RBGO 2003; 25:507-12.
Cunha U, Veado MAC. Fratura da extremidade proximal do fêmur em
idosos:independência funcional e mortalidade em um ano. Rev Bras Ortop
2006; 41:195-9.
Draper NR, Smith H. Applied regression analysis. 3rd ed. New York: Ed.
Wiley;1998.
Engelke K, Kemmler W, Lauber D, Beeskow C, Pintag R, Kalender WA.
Exercise maintains density at spine and hip EFOPS: a 3-year longitudinal study
in early postmenopausal women. Osteoporos Int 2006; 17;133-42.
Ensrud KE, Blackwell TL, Mangione CM, Bowman PJ, Whooley MA, Bauer DC,
et al. Central nervous system-active medications and risk for falls in older
womem. J Am Geriatric Soc 2002; 50:1744-45.
Referências Bibliográficas 84
Fabrício SCC, Rodrigues RAP, Costa Júnior ML. Causas e consequências de
quedas de idosos atendidos em hospital público. Rev Saúde Pública 2004;
38(1):93-9.
Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do trabalho de força muscular. 12a.ed.
Porto Alegre: Ed. Artmed; 1999.
Fletcher PC, Hirdes JP. Restriction in activity associated with fear of falling
among community-based seniors using home care services. Age Ageing 2004;
33:273-79.
Ganança FF, Gazzolla JM, Aratami MC, Perracini MR, Ganança MM.
Circumstances and consequences of falls in elderley people with vestibular
disorder. Rev Bras Otorrinolaringol 2006; 72:388-93.
Garcia R, Leme MD, Garcez-Leme LE. Evolution of Brazilian elderly with hip
fracture secondary to a fall. Clinics 2006; 61:539-44.
Geusens P, Autier P, Boonen S, Vanhoof J, Declerck K, Raus, J et al. The
relationship among history of falls, osteoporosis, and fractures in
postmenopausal women. Arch Phys Rehabil 2002; 83:903-6.
Gonçalves, DFF. Avaliação do equilíbrio funcional de idosos de comunidade
com relação ao histórico de quedas. [Tese de doutorado]. Campinas (SP):
Universidade Estadual de Campinas; 2006.
Gusi N, Raimundo A, Leal A. Low-frequency vibratory exercise reduces the risk
of bone fracture more than walking: a randomized controlled trial. BMC
Musculoskelet Disord 2006; 7:92-9.
Halil M, Ulger Z, Cankurtaran M, Shorbagi A, Yavuz BB, Dede D, Ozkayar N,
Ariogul S. Falls and the elderly: Is there any difference in the developing world?
Referências Bibliográficas 85
A cross-sectional study from Turkey. Arch of Gerontol and Geriatr 2006; 43:351-
359.
Hanssens L, Reginster JK. Relevance of bone mineral density, bone quality and
falls in reduction of vertebral and non-vertebral fractures. J Musculoskelet
Neuron Interact 2003; 3:189-93.
Homer S, Mackintosh S. injuries in young female elite gymnastas.
Physiotherapy 1992; 78: 11-15.
Horak FB, Hlavacka F. Somatosensory loss increases vestibulospinal sensitivity.
J Neurophysiology, 2001; 86:575–85.
Hubley-Kosey CL, Testing flexibiliy. In: MaDougall, ED, Wenger HA, Green HJ.
Physiological testing of the high-performance athlete. 2a. ed. Champaign:
Ed.Human Kinetics; 1991.
Inouye SK, Studenski S, Tinetti ME, Kuchel GA. Geriatric Syndromes: clinical,
research and policy implications of a core geriatric concept. J Am Geriatr Soc
2007; 55:780-91.
Jahana KO, Diogo MJD. Quedas em idosos: principais causas e
consequências. Saúde Coletiva 2007; 17:148-53.
Kaptoge S, Benevolenskaya L, Bhalla AK, Cannata JB, Boonen S, Falch JA, et
al. Low BMD is less predictive than reported falls for future limb fractures in
women across Europe: results from the European Prospective Osteoporosis
Study. Bone 2005; 36:387-98.
Keller TS, Harrison DE, Christopher DC, Colloca J, Harrison DD, Janik TJ.
Predition of osteoporotic Spinal deformity. Spine 2003; 5:455-62.
Referências Bibliográficas 86
Kelsey JL, Prill MM, Keegan THM, Quesenberry CP, Sidney S. Risk factors for
pelvis fracture in older persons. Am J Epidemiol 2005; 162:879-86.
Keskin D, Borman P, Ersöz M, Kurtaran A, Bodur H, Akyüz. The risk factors
related to falling in elderly females. Geriatric Nursing 2008; 29: 58-63.
Lane JM, Cornell CN, Barth R, Werntz JR. Doença óssea metabólica. In:
Browner BD, Júpiter JB, Levine AM, Trafton PG. Traumatismo do sistema
musculoesquelético. São Paulo: Ed. Manole; 2000.
Liu-AmbroseT, Eng JJ, Mallinson A, Carter ND, Mckay HA. The influence of
back pain on balance and functional mobility in 65 to 75 year-old women with
osteoporosis. Osteoporos Int 2002; 13:868-73.
Lopes MCL, Violin MR, Lavagnoli AP, Marcon SS. Fatores desencadeantes de
quedas no domicílio em uma comunidade de idosos. Cogtare Enferm 2007;
12:472-7.
Lynn SG, Sinaki M, Westerlind KC. Balance Characteristic of persons with
osteoporosis. Arch Phys Med Rehabil 1997; 78:273-77.
Madureira MM, Takayama L, Gallinaro AL, Caparbo VF, Costa RA, Pereira
RMR. Balance training program is highly effective in improving fubctional status
and reducing the risk of falls in elderly women with osteoporosis: a randomized
controlled trial. Osteopor Int 2007; 18:419-25.
Mannion AF, Klein GN, Dvorak J, Lanz C. Range of global motion of the cervical
spine: intraindividual reliability and the influence of measurement device. Eur
Spine J 2000; 9:379-85.
Melzer I, Benjuya J, Kaplanski J. Postural in the elderly: a comparison between
fallers and non-fallers. Age Ageing 2004; 33:602-7.
Referências Bibliográficas 87
Morales-Torres J, Gutiérrez-Ureña S. The burden of osteoporosis in Latin
America. Osteoporos Int 2004; 15:625-32.
Moreira MD, Costa AR, Felipe LR, Caldas CP. Variáveis associadas à
ocorrência de quedas a partir de diagnósticos de enfermagem em idosos
atendidos ambulatorialmente. Rev Latino-Am Enfermagem 2007; 15:10-15.
Nachreiner NM, Findorff MJ, Wiman JF, McCarthy TC. Circumstances and
consequences of falls in community-dwelling older women. Journal of Women's
Health 2007; 16:1437-46.
Nguyen D, Pongchaiyakul C, Center JR, Eisman já, Nguyen TV. Identification of
High-risk Individuals for Hip fracture: A 14-Year Prospective Study. J Bone
Miner Res 2005: 20:1921-28.
NIH. National Health Institute. Consensus development panel on osteoporosis
prevention, diagnosis and therapy. Osteoporosis prevention, diagnosis and
therapy. JAMA 2001; 285:785-95.
Oliver D, McMurdo ET, Sanjeev P. Secondary prevention of falls and
osteoporotic fractures in older people. BMJ 2006; 331:123-4.
Patel S, Tweed K, Chinappen U. Fall-related risk factors and osteoporosis in
older women referred to an open access bone densitometry service. Age Ageing
2005; 34:67-71.
Perracini MR, Ramos LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de
idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública 2002; 36:709-16.
Perracini MR. Prevenção e manejo de quedas no idoso. [on-line, acessado em
20/07/2006] Disponível em http://pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas.
Referências Bibliográficas 88
Pijnappels M, Burg JCE, Reeves ND, Dieën JH. Identification of elderly fallers
by muscle strength measures. Eur J Appl Physiol 2008; 102:585-92.
Pluijm SMF, Smit JH, Tromp EAM, Stel VS, Deeg DJH, Bouter LM, et al. A risk
profile for identifying community-dwelling elderly with a high risk of recurrent
falling: results of a 3-year prospective study. Osteoporos Int 2006; 17:417-25.
Rebelatto JR, Castro AP, Chan A. Quedas em idosos institucionalizados:
características gerais, fatores determinantes e relações com a força de
preensão. Acta Ortop Bras 2007; 15:151-154.
Reyes-Ortiz CA. Snih SA, Markides KS. Falls among elderly persons in Latin
America and the Caribbean and among elderly Mexican-Americans. Rev Panam
Salud Public 2005; 17:362-69.
Ribeiro AP. Repercurssões das quedas na qualidade de vida de mulheres
idosas. [Tese de doutorado]. Rio de Janeiro (RJ): Fundação Osvaldo Cruz;
2006.
Riggs BL, Melton LJ, Robb RA, Camp JJ, Atkinson EJ, Oberg AL, et al.
Population-based analysis of the relationship of whole bone strength indices and
fall-related loads to age and sex specific patterns of hip and wrist fractures. J
Bone Miner Res 2006; 21:315-23.
Rosenfeld S, Camacho LAB. Medication as a risk factor for falls in older women
in Brazil. Rev Panam Salud Public 2003; 13:369-75.
Sambrook PN, Cameron ID, Chen JS, Cumimg RG, Lord SR, March LM, et al.
Influence of fall related factors and bone strength on fracture risk in the frail
elderly. Osteoporos Int 2007; 18:603-10.
Referências Bibliográficas 89
Shortt LN, Robinson CM. Mortality after low-energy fractures in patients aged at
least 45 years old. Orthop Trauma 2005; 19:396-403.
Shumway-Cook A, Woollacott A. Controle motor: Teorias e aplicações práticas.
São Paulo: Ed.Manole; 2003.
Silveira V, Medeiros MMC, Coelho-Filho JM, Mota RS, Noleto JC, Costa FS, et
al. Incidência de fratura de quadril em área urbana do Nordeste Brasileiro. Cad
Saúde Pública 2005; 21:907-12.
Sinaki M, Lynn SG. Reducing the risk of falls through proprioceptive dynamic
posture training in osteoporotic womem with kyphotic posturing. Am J Phys Med
Rehabil 2002; 81:241-6.
Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Significant reduction
in risk of falls and back pain in osteoporotic-kyphotic women through a spinal
proprioceptive extension exercise dynamic (SPEED) Program. Mayo Clinic Proc
2005a; 80:849-55.
Sinaki M, Brey RH, Hughes CA, Larson DR, Kaufman KR. Balance disorder and
increased risk of falls in osteoporosis and kyphosis: significance of kyphotic
posture and muscle strength. Osteoporos Int 2005b; 16:1004-10.
Siqueira FV, Facchini LA, Hallal PC. The burden of fractures in Brazil: A
population-based study. Bone; 2005:261-6.
Siqueira FV, Facchini LA, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS, et al.
Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev Saúde Pública
2007; 41:749-56.
Siris ES, Brenneman SK, Barret-Connor E, Miller PD, Sajjan S, Berger M, et al.
The effect of age and bone mineral density on the absolute, excess, and relative
Referências Bibliográficas 90
risk of frature in postmenopausal women age 50-99: results from the National
Osteoporosis Risk Assessment (NORA). Osteoporos Int 2006; 17:565-74.
Siris ES, Brenneman SK, Miller PD, Barret-Connor E, Chen YT, Sherwood LM,
et al. Predictive Value of low BMD for 1-Year Fracture Outcomes Is Similar for
Postmenopausal Women Ages 50-64 and 65 and older: Results from the
National Osteoporosis Risk Assessment (NORA). J Bone Miner Res 2004;
19(8):1215-20.
Sirola J, Rikkonem T, Kröger H, Honkanen R, Tuppurainen M, Airaksinen O, et
al. Factors related to postmenopausal muscle performance: a cross-sectional
population-based study. Eur J Appl Physiol 2004; 93:102-7.
Stel VS, Smit JH, Pluijm SMF, Lips P. Balance and mobility performance as
treatable risk factors for recurrent falling in older persons. J Clin Epidemiol 2003;
56:659-68.
Stel VS, Smit JH, Pluijm SMF, Lips P. Consequences of falling in older men and
women and risk factors for health service use and functional decline. Age
Ageing 2004; 33:58-65.
Swanenburg J, Bruin ED, Stauffacher M, Mulder T, Uebelhart D. Effects the
exercise and nutrition on postural balance and risk of falling in elderly people
with decreased bone mineral density: randomized controlled trial pilot study. Clin
Rehabil 2007; 21:523-534.
Tanaka N, An HS, Lim T, Fujiwara A, Jeon C, Haughton VM. The relationship
between disc degeneration and flexibility of the lumbar spine. Spine J 2001;
1:47-56.
Tinetti M. Preventing falls in elderly persons. N Engl J Med 2003; 348:42-9.
Referências Bibliográficas 91
Referências Bibliográficas 92
Tinetti ME, Speechley M, Ginter SF. Risk factors for falls among elderly persons
living in the community. N Engl J Med 1988; 319:1701-07.
Tinetti ME, Inouye SK, Gill TM. Shared risk factors for falls, incontinence and
functional dependence. Unifying the approach to geriatric syndromes. JAMA
1995; 273: 1348-53.
Vaillant J, Vuillerme N, Martigné P, Caillat-Miousse J, Parisot J, Nougier V,
Juvin R. Balance, aging and osteoporosis: effects of cognitive exercises
combined with physiotherapy. Joint Bone Spine 2006; 73:414-18.
Vainionpää A, Korpelainen R, Leppäluoto J. Effects of high-impact exercise on
bone mineral density: a randomized controlled trial in premenopausal women.
Osteoporos Int 2005; 16:191-7.
Willians-Johnson JA, Wilks RJ, McDonald AH. Falls: A modifiable risk factor for
the occurrence of hip fractures in the elderly. West Indian Med J 2004; 53:238-41.
World Health Organization WHO. Assessment of fracture risk and its application
to screening for postmenopausal osteoporosis. Geneva; 1994.
Yamazaki S, Ichimura S, Iwamoto J, Tsuyoshi T, Toyama Y. Effect of walking
exercise on bone metabolism in postmenopausal women with
osteopenia/osteoporosis. J Bone Miner Metab 2004; 22:500-8.
8. Anexos
8.1. Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
“QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM OSTEOPOROSE: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS”
A senhora está sendo convidada para participar da pesquisa “QUEDAS EM
MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM OSTEOPOROSE: PREVALÊNCIA E
FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS”, que está sendo realizada no CAISM/UNICAMP
pela pesquisadora Raimunda Beserra da Silva sob a orientação da Profa. Dra. Lúcia
Helena Simões da Costa Paiva, e que tem como objetivo estudar a ocorrência de queda e
sua relação com a força dos músculos, alongamento e equilíbrio do corpo.
Por causa das alterações dos hormônios, mulheres na pós-menopausa tendem a ter
osteoporose, que podem levar a fraturas de forma espontânea ou por consequências de
traumas externos como a queda. Saber a prevalência de quedas e o comportamento das
variáveis que se relacionam com ela, nos permitirá saber um pouco mais sobre esta
população, possibilitando indicar ações preventivas mais direcionadas para mulheres
com e sem osteoporose.
Se a senhora aceitar participar do estudo, no momento da sua consulta de rotina
no Ambulatório de Menopausa do CAISM, responderá algumas perguntas feitas pela
pesquisadora sobre as ocorrências de quedas nos últimos 12 meses e será avaliada sua
força através de aplicação de força em um aparelho, o alongamento do seu corpo através
de posições simples que será medida por aparelho, o equilíbrio do seu corpo através
de uma plataforma em que você ficará posicionada sobre ela.
Anexos 93
Depois de concluída, a pesquisa poderá fornecer dados sobre as variáveis estudadas,
que auxiliarão os profissionais a identificar mulheres na pós-menopausa que precisam
de ações para fortalecer essas variáveis a fim de que as quedas diminuam e
consequentemente se evite a fratura por osteoporose.
Informo que se a senhora não quiser participar do estudo, ou se aceitar e por
qualquer motivo desejar sair, continuará com o atendimento médico normal do
ambulatório, sem nenhum prejuízo do tratamento.
Informo também que os dados obtidos nesta pesquisa serão confidenciais, e não
serão comunicados a outras pessoas, a não ser para trabalhos científicos, onde será
preservado o seu anonimato.
Devido ao tempo gasto para a realização dos testes, será oferecido ajuda de
custo para despesas com alimentação para as voluntárias.
Qualquer dúvida, a pesquisadora coloca-se a sua disposição, e poderá ser
encontrada a qualquer momento pelo telefone (19) 3255-0127. O Comitê de Ética e
Pesquisa também pode ser contatado pelo telefone (19) 3788-8936, caso a senhora
necessite de qualquer outro recurso.
Ciente das informações acima, se a senhora concordar em participar voluntariamente
da pesquisa em questão, assine abaixo.
Voluntária:
Idade: RG: Prontuário:
Endereço:
Assinatura: Pesquisadora: Raimunda Beserra da Silva
Campinas, de de 2006.
Anexos 94
8.2. Anexo 2 – Ficha Clínica
“QUEDAS EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA COM E SEM OSTEOPOROSE: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS”
1 – DADOS PESSOAIS:
Data de nascimento: |___|___|/|___|___|/|___|___|
Idade: |___|___| anos
Cor: |___| 1 – branca 2 – não branca
Qual sua escolaridade: |___|___| anos
Estado Marital: |___| 1 – solteira 2 – casada 3 – viúva 4 – separada
Ocupação: |___| 1 – ativa 2 – aposentada 3 – Dona de casa
Exercício físico: |___| 1 – sim 2 – não
Você fuma?: |___| 1 – sim 2 – não
Há quanto tempo você fuma?: |___|___| anos
Tem tonturas, zumbido, hipoacusia ou plenitude auricular? |___| 1 – sim 2 - não
Faz uso de medicamentos? |___| 1 – sim 2 – não
Qual(is):
2 – ANTECEDENTES GINECO-OBSTÉTRICOS:
Tempo de amenorréia: |___|___|___|___| meses
Idade que atingiu a menopausa: |___|___| anos
Faz Terapia de Reposição Hormonal atualmente?: |___| 1 – sim 2 – não
Há quanto tempo faz Terapia de Reposição Hormonal?: |___|___|___| meses
Já fez Terapia de Reposição Hormonal?: |___| 1 – sim 2 – não
Durante quanto tempo você fez Terapia Reposição Hormonal?: |___|___| meses
Há quanto tempo você parou Terapia Reposição Hormonal?: |___|___| meses
Anexos 95
3 – DADOS SOBRE QUEDAS:
Caiu nos últimos doze meses? |___| 1 – sim 2 – não
Se sim, quantas vezes? |___|
Em que espaço físico?
4 – DADOS CLÍNICOS:
Peso: |___|___|___|,___| kg
Altura: |___|,___||___| m
Força muscular da coluna lombar: |___|___|___|___| Kgf
Força muscular dos membros inferiores: |___|___|___|___| Kgf
Flexibilidade: I___|___|___| graus
Equilíbrio: |___|___|___|___| %
Número do estudo: |___|___|___|
Data: |___|___|/|___|___|/|___|___|
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - destaque aqui
Nome:
Número prontuário médico: I___I___I___I___I___I___I – I___I
Número do estudo: |___|___|___|
Anexos 96
8.3. Anexo 3 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
Anexos 97
Anexos 98
Anexos
99