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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS
CEEBJA – SANTA HELENA
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS SANTA HELENA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
SANTA HELENA2012
Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 1
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS
CEEBJA – SANTA HELENA
Ofício nº 23/2012 Santa Helena, 15 de maio de 2012.
Senhora Chefe de Departamento
O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Santa Helena –
Ensino Fundamental e Médio, do município de Santa Helena, vem apresentar a Vossa
Senhoria a Proposta Pedagógica da EJA – Modalidade Presencial, deste Estabelecimento
de Ensino, para a Renovação de Autorização de Funcionamento do Ensino Fundamental
Fase I e da Renovação do Reconhecimento do Ensino Fundamental – Fase II e Ensino
Médio, Presencial, da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, implantados em 2006,
conforme legislação vigente orientadora da elaboração documento.
Atenciosamente,
MARCIA IVONE FRANZ KLEIN
Assinatura e carimbo da Direção
Ilma. Senhora
CIBELE LACERDA
Chefe do Departamento de Legislação Escolar/SEED
CURITIBA – PR.
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Santa Helena, 15 de maio de 2012.
Exmo. Senhor
FLAVIO ARNS
MD Secretário de Estado da Educação
Curitiba – PR.
REQUERIMENTO
Senhor Secretário de Estado da Educação
A direção do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Santa
Helena – Ensino Fundamental e Médio, do município de Santa Helena, vem mui
respeitosamente Requerer a Vossa Excelência a Renovação de Autorização de
Funcionamento do Ensino Fundamental Fase I e da Renovação do Reconhecimento do
Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, Presencial, da Modalidade de Educação
de Jovens e Adultos, implantados em 2006, conforme legislação vigente orientadora da
elaboração documento.
Nestes termos, pede deferimento,
MARCIA IVONE FRANZ KLEIN
Assinatura e carimbo da Direção
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I – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
1 – Denominação Completa do Estabelecimento de Ensino
Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos / CEEBJA - Santa Helena -
Ensino Fundamental e Médio (47774)
2 – Endereço completo
Rua Minas Gerais, 1233
3 – Bairro/Distrito
Centro
4 – Município
Santa Helena (2371)
5 – NRE
Toledo
6 – CEP
85.892-000
7 –Caixa Postal 8 – DDD
45
9 – Telefone
3268- 2806
10 – Fax
3268- 2806
11 – E-mail
12 – Site
www.shaceebjasantahelena.seed.pr.gov.br
13 – Entidade mantenedora
Governo do Estado do Paraná
14 – CNPJ/MF
76.416.965/0001-21
15 – Local e data
Santa Helena, 15 de maio de 2.012.
16 – Assinatura
Direção
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1 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Tomando como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais da
Educação de Jovens e Adultos, este estabelecimento de ensino tem como uma das
finalidades a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar
continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurandolhes
oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida
e de trabalho, mediante ações didáticopedagógicas coletivas e/ou individuais. Com
compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os
educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, podendo
aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e
coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportarse de forma solidária;
acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo
soluções originais.
1.1 PERFIL DO EDUCANDO
Tomando como referência a caracterização dos educandos da educação de jovens
e adultos apresentada no documento Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de
Jovens e Adultos do Paraná, este Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos atenderá educandos de diferentes gerações, etnias, gêneros, crenças, cuja
característica não se restringe exclusivamente a faixa etária, mas articula dentre outras a
diversidade sóciocultural, como populações do campo, em privação de liberdade, com
necessidades educativas especiais, indígenas, assentados que demandam uma educação
que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.
1.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de
escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no
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Ensino Fundamental ou Médio, assegurandolhes oportunidades apropriadas, consideradas
suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático
pedagógicas coletivas e/ou individuais.
Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos –
Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos
níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo.
Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a
viabilizar processos pedagógicos, tais como:
• pesquisa e problematização na produção do conhecimento;
• desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;
• registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,
ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e
socialização dos conhecimentos;
• vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem
como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.
Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de
estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos
aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização
da modalidade.
Organização Coletiva
Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e
término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A
mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma
coletiva, na relação professoreducandos e considerando os saberes adquiridos na história
de vida de cada educando.
A organização coletiva destinase, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade
de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma préestabelecido.
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Organização Individual
A organização individual destinase àqueles educandos trabalhadores que não têm
possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários
alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação,
aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no
momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua
inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um
cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do
educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.
1.3 NÍVEL DE ENSINO
1.3.1 Ensino Fundamental – Fase I
A oferta de Ensino Fundamental – Fase I atende jovens, adultos e idosos não
alfabetizados e/ou aqueles que não concluíram as séries iniciais do ensino fundamental,
com o objetivo de continuidade dos estudos e conclusão da educação básica. Ocorrerá
somente, em situações específicas que sejam de competência exclusiva do Estado, como
para educandos
em privação de liberdade ou em locais onde não haja esta oferta, em caráter excepcional.
A mediação pedagógica ocorrerá de maneira interdisciplinar, não havendo nenhuma
separação entre alfabetização e outras possibilidades de intermediação, que possam
constituir barreiras ao desenvolvimento educacional do educando. Este será matriculado ao
mesmo tempo em todas as áreas do conhecimento.
1.3.2 Ensino Fundamental – Fase II
Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este
estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e
Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de
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formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar
bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.
Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e
possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.
1.3.3 Ensino Médio
O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os
princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas
Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes
Curriculares Estaduais da Educação Básica.
1.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL
A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades
educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou
individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos
mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente
estes educandos.
Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por
razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação
assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos educandos que
apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:
•deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva;
•condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos;
•superdotação/altas habilidades.
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É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e
as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a
aprendizagem e participação de todos os alunos.1
Desse modo, deslocase o enfoque do especial ligado ao educando para o
enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem
características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de
condições sócioculturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber
apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.
Garantese, dessa forma, que a inclusão educacional realizese, assegurando o
direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de
educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que
cada um aprenda, resguardandose suas singularidades.
1.5 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS APED
Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas,
efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e
necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e
idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela
SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
1.6 FREQUÊNCIA
A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100%
(cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase I e Fase II e no Ensino Médio,
sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por
cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula.
1 CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.Rua Minas Gerais, 1233.
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1.7 EXAMES SUPLETIVOS
Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto
na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da
Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho,
através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.
1.8 CONSELHO ESCOLAR
Este Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos tem constituído
um Conselho Escolar com representantes da equipe técnicopedagógica, professores,
alunos, pais ou responsáveis e representantes da sociedade. Esse Conselho é um órgão
Colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza consultiva, deliberativa,
avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e
administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes
educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, a Proposta Pedagógica
e o Regimento deste Centro de Educação, para o cumprimento da função social e específica
da Escola. Além disso, objetiva promover a articulação entre os vários segmentos da
sociedade e os setores da escola, a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu
funcionamento.
1.9 CONSELHO DE AVALIAÇÃO
O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em
assuntos didáticopedagógicos, com atuação dirigida a cada educando da instituição de
ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem, com a finalidade
de analisar os dados resultantes do processo de ensino e de aprendizagem, constantes
nesta proposta, propondo o aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que vise assegurar a
apropriação dos conteúdos estabelecidos.
Constituído por todos os professores que ministram aulas nas disciplinas
constantes na matriz curricular, por educandos (pelo menos dois de cada nível de ensino),
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pela equipe de professores pedagogos.
Que se reunirá sempre que um fato o exigir, sendo lavrada ata, em livro próprio,
para registro, divulgação ou comunicação aos interessados.
Compete ao Conselho de Avaliação:
I. emitir parecer sobre assuntos referentes ao aproveitamento pedagógico dos
educandos, respondendo a consultas feitas pelo diretor, pela equipe pedagógica ou pelo
educando interessado;
II. analisar as informações apresentadas pelos diversos professores sobre cada
educando, quanto às atitudes e domínio dos conteúdos, que afetem o rendimento escolar
na(s) disciplina(s) em curso;
III. analisar o desempenho dos educandos e dos professores, face aos conteúdos
e aos encaminhamentos metodológicos;
IV. propor medidas para melhoria do aproveitamento, integração e
relacionamento dos educandos e professores;
V. estabelecer projetos viáveis de recuperação dos educandos, em consonância
com a proposta curricular;
VI. opinar sobre os procedimentos a serem utilizados nas diversas Áreas de
Conhecimento.
1.10 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, como material de apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, utilizarão outros
recursos didáticos.
Serão adotados materiais didáticos (apostilas de toda as disciplinas para Ensino
Fundamental e Médio) fornecidos pela SEED/DET, que servem de apoio ao trabalho
pedagógico, bem como, a Coleção Cadernos de EJA enviados pelo Secad/MEC, revistas,
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jornais, materiais de pesquisa disponíveis na Biblioteca, vídeos, CDs, DVDs educativos e
mapas. Para o Ensino Médio, acrescentase o Livro Didático Público (Folhas).
1.11 BIBLIOTECA ESCOLAR
A biblioteca é um espaço pedagógico democrático com acervo bibliográfico à
disposição de toda a comunidade escolar.
entendermos melhor o conceito de biblioteca escolar é preciso entendêla como
um local privilegiado para a prática pedagógica.
“É organizada para se integrar com a sala de aula no desenvolvimento do currículo escolar. Além disso, a Biblioteca Escolar tem como objetivo despertar os alunos para a leitura, desenvolvendo o prazer de ler, podendo servir, também, como suporte para a comunidade, em suas necessidades de informação.”
A Biblioteca é responsável pela execução de atividades que busquem a
identidade cultural de nossa escola, assim como priorizem aspectos significativos da
estética, da sensibilidade, da ética e da igualdade de cada educando.
Os professores desse estabelecimento atuarão em conjunto na implementação de
ações que dinamizem a Biblioteca.
1.12 LABORATÓRIO
O laboratório de Informática é um espaço pedagógico para uso dos professores e
alunos, que tem por finalidade auxiliar a compreensão de conteúdos trabalhados nas
diferentes disciplinas do Ensino Fundamental, Médio e Educação Profissional, como uma
alternativa metodológica diferenciada.
Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o
desenvolvimento da sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume de
informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja para o acesso ao
mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da cidadania e para as atividades do
cotidiano.
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A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir para
a compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e tempos do
planeta, como um todo dinâmico, como elementos em permanente interação do corpo
humano e sua integridade, da saúde como dimensão pessoal e social, do desenvolvimento
tecnológico e das transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados
esperados na área de Ciências do Ensino Fundamental e Médio.
As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel de
suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de temas ou
assuntos em estudos, propiciando a participação ativa dos educandos, potencializando as
atividades experimentais e facilitando a compreensão de conceitos ou fenômenos.
Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação, expresso
no Parecer nº 095/99
“... indubitavelmente, um conceito novo para o espaço denominado laboratório acompanha uma educação científica nova, espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o bosque ou a praça pública...”
que explicitam a necessidade de estender o laboratório para os espaços citados
no referido parecer, com o intuito de complementar as possibilidades de experimentação a
serem realizadas pelos alunos, reforçando o princípio pedagógico da contextualização que
se quer implementar neste Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos.
1.13 RECURSOS TECNOLÓGICOS
Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o cidadão
deve dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na escola é
possibilidade de construir estratégias e habilidades necessárias para compreensão e
inserção no mundo atual com novas formas de expressão e comunicação. Neste enfoque
será tratada como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo
ensino e aprendizagem.
É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizandoa para colaborar na
solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da tecnologia pelo Laboratório do
Paraná Digital possibilita ensinar de formas diferentes, transformando a aula em
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A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que jovens e
adultos sejam preparados para lidar com a informação.
2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICOPEDAGÓGICOS
A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Colocanos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscarse uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que
atende a educandostrabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a
formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a
participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e
compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Tendo em vista este papel, a educação deve voltarse para uma formação na qual
os educandostrabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir
com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva;
comportarse de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais;
enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir
da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e
sóciohistóricos2.
Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica
verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino
aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com
2 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem
do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.
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• o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;
• o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo,
crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;
• os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e
idosos – cultura, trabalho e tempo;
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura,
conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a
partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornandoa mais próxima da realidade e
garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de
ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica – que considera e
valoriza a produção humana ao longo da história.
A compreensão de que o educando da EJA relacionase com o mundo do
trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens
produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre
a função do trabalho na vida humana.
É inerente a organização pedagógicocurricular da EJA, a valorização dos
diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os
saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à
diversidade de suas características.
E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e
Adultos no Estado do Paraná:
• A EJA deve constituirse de uma estrutura flexível, pois há um tempo
diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como
os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos
educativos formais;
• O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo
educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de
caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação
qualitativa com o conhecimento;
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• Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à
realidade, considerando sua dimensão sóciohistórica, vinculada ao mundo do trabalho, à
ciência, às novas tecnologias, dentre outros;
• A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade
de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação
da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo
assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social;
• O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que
fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim,
como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes,
estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo
integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas
do conhecimento.
Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o
desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar
às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:
• Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu
processo de formação, mas são sujeitos sóciohistóricoculturais, com conhecimentos e
experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem;
• Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios
educandos;
• O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a
objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens
desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos,
tecnológicos e sóciohistóricos;
• Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos
interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do
trabalho;
• Fornecer subsídios para que os educandos tornemse ativos, criativos, críticos
e democráticos;
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Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se
refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com
a diversidade sóciocultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do
campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que
demandam uma proposta pedagógicacurricular que considere o tempo/espaço e a cultura
desse grupos.
3 INDICAÇÃO DA FASE DE ESTUDOS
Propõese a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino
Fundamental – Fase I e II e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o
acesso ou continuidade em seus estudos.
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4 MATRIZ CURRICULAR
4.1 Ensino Fundamental – Fase I
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Santa Helena NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO: 1ºSem/2013 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 horas/aula
ÁREAS DO
CONHECIMENTOTotal deHoras
Total deHoras/aula
LÍNGUA PORTUGUESA
1200 1440MATEMÁTICA
ESTUDOS da SOCIEDADE e da NATUREZA
TOTAL 1200 1440
Total de Carga Horária do Curso 1200horas ou 1440 horas/aula
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4.2 Ensino Fundamental – Fase II
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IIESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Santa Helena NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO: 1ºSem/2013 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 horas ou 1920/1932 horas/aula
DISCIPLINAS Total deHoras
Total dehoras/aula
LÍNGUA PORTUGUESA 280 336ARTE 94 112
LEM – INGLÊS 213 256EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112
MATEMÁTICA 280 336CIÊNCIAS NATURAIS 213 256
HISTÓRIA 213 256GEOGRAFIA 213 256
ENSINO RELIGIOSO * 10 12
TOTAL 1600/1610 1920/1932
* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
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4.3 Ensino Médio
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de SANTA HELENA – CEEBJA – SANTA HELENAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: Santa Helena NRE: ToledoANO DE IMPLANTAÇÃO: 1ºSem/2013 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1200 horas ou 1440 horas/aula
DISCIPLINAS Total deHoras
Total dehoras/aula
L. PORTUGUESA ELITERATURA
174 208
LEM – INGLÊS 106 128ARTE 54 64
FILOSOFIA 54 64SOCIOLOGIA 54 64
EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64MATEMÁTICA 174 208
QUÍMICA 106 128FÍSICA 106 128
BIOLOGIA 106 128HISTÓRIA 106 128
GEOGRAFIA 106 128LEM ESPANHOL * 106 128
TOTAL 1200/ 1306 1440/ 1568
* LEM ESPANHOL, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.
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5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS.
A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de ensino
da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio
cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera
os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.
Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do
conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constituise no
elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal
forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma
dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas
práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do
conteúdo do ensino.
Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e
Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos
critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegurem o acesso aos conhecimentos
historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.
Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a
Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação
Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes.
No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas
pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas
Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se
articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se restringir à
transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios, informações, entre outros,
mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à
abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.
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5.1. Ensino Fundamental – Fase I
CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
“A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural.” (FREIRE, 2005. p. 209.)
A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos, a seguir
apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva, envolvendo
professores da rede pública estadual do Estado do Paraná.
Esta concepção proposta para as ações pedagógicas desenvolvidas na Fase I do
Ensino Fundamental é a dialógica, reflexiva e crítica, voltada para questões
sociais, culturais, políticas, dentre outras, compreendendo o educando como sujeito que
participa e interfere na construção histórica da sociedade em que vive.
Reconhecendo a especificidade desse nível de ensino, o perfil do educando, a
diversidade cultural destes sujeitos e suas experiências socialmente construídas,
o trabalho pedagógico é efetivado, considerando a participação coletiva do educando e do
educador e ainda, a relevância e a possibilidade de articulação das questões locais e
universais de forma interdisciplinar.
Isso significa que a escola não pode ser vista de forma isolada da sociedade, pois
muitas das demandas não resolvidas pelas políticas sociais básicas tais como saúde,
educação, cultura e lazer contribuem de certa forma para a marginalidade dos educandos.
Assim sendo, cabe ao professor em sala de aula fazer um diagnóstico traçando metas de
curto e médio prazo, a fim de sanar as dificuldades educacionais e culturais que o educando
traz de sua vida pregressa.
Assim, na Fase I deste CEEBJA é responsabilidade política do professor preparar
conteúdos e materiais pedagógicos que oportunizem ao educando situarse criticamente na
sociedade capitalista contemporânea. Tal pressuposto visa desvelar ao educando que talvez
a educação não salve o mundo, mas através dela, ele pode transformar a sua vida, e a partir
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daí, colaborar significativamente em sua comunidade indígena , de modo a diminuir as
desigualdades sociais .
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
O encaminhamento se dará a partir da definição de temáticas, articuladas aos
conteúdos, com práticas pedagógicas que privilegiem estratégias e contemplem as
diferentes linguagens verbal ou alfabética e não verbal, icnográfica (leitura de imagens,
desenhos, filmes, outdoor) e cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa), para que o
educando reconheça as diferentes formas de falar, escrever e interpretar, bem como os
efeitos dessas linguagens.
A problematização dos temas possibilita ao educando a aprendizagem de novos
conhecimentos, por meio da articulação entre os saberes e experiências por ele acumulados
e os saberes científicos, utilizando as várias linguagens textuais e situações problemas
como mediadores do processo de construção individual e coletiva de conhecimento. Essa
possibilidade de diálogo entre educador e educando poderá revelar o conhecimento prévio
que possuem sobre o assunto.
Outros fatores, tais como: fonte, interlocutor, data, local, suporte de
texto, contexto histórico, autor, entre outros, contribuem para a contextualização da temática
definida. Esses elementos também contribuem para localizar informações
explícitas, implícitas e para que o educando possa estabelecer relação com outros textos a
partir da leitura alfabética. Esta deve destacar elementos da construção dos
gêneros de apresentação do texto verbal. Isso compreende o discurso histórico, político,
econômico, filosófico, científico, senso comum, entre outros, que possibilitem a
compreensão dos diversos pontos de vista para que o educando possa posicionarse
diante das diferentes situações do cotidiano. Além disso, a pesquisa orientada
poderá favorecer outras possibilidades de compreensão da temática em estudo.
A reflexão sobre as temáticas permite a abordagem dos conteúdos e articulação
entre os eixos de cada disciplina garantindo, dessa forma, a interdisciplinaridade.
Nesse sentido, a prática pedagógica deve facilitar a integração entre os diferentes saberes.
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As atividades desenvolvidas a partir da leitura e análise de cada área do
conhecimento devem culminar com uma produção oral ou escrita que revele o
posicionamento a respeito do assunto, bem como o nível de aprendizagem do
educando.
O texto verbal ou não verbal produzido pelo educando, indica os conteúdos
apreendidos ou não no processo ensino aprendizagem e que permitem o
redirecionamento do trabalho pedagógico e ainda subsidiam a avaliação.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
de cada disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
AVALIAÇÃO
A avaliação deverá se constituir num processo contínuo, diagnóstico, dialético,
devendo ser tratada como parte integrante do processo ensino aprendizagem e
está diretamente relacionada ao encaminhamento metodológico adotado. Portanto, os
critérios de avaliação precisam ser claros e conhecidos pelos educandos.
Toda produção, verbal ou não verbal, será avaliada servindo para orientar a
prática pedagógica do educador, bem como possibilitar ao educando rever sua forma de
estudar. Nesse processo, o erro assume um caráter mediador, permitindo ao educando e ao
educador redirecionar a prática pedagógica.
Para que os alunos alcancem os objetivos delineados para a Fase I do Ensino
Fundamental na Língua Portuguesa, Matemática, Estudos da Sociedade e da Natureza,
propõese situações de variadas formas nas quais os alunos terão que utilizar a linguagem
oral com diferentes objetivos, desafiandoos a participar ativamente, falando ou ouvindo
nesses momentos de interação. Essas aprendizagens realizadas no ambiente escolar são
muito importantes, para que possam lidar com situações que se dão fora deste contexto: no
trabalho, na comunidade, no sindicato e em outros espaços de participação política ou, até
mesmo, em situações como: consultas médicas, requisição de informações ou documentos
em repartições públicas e outros. Do mesmo modo ao relacionar ideias matemáticas entre
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si, os alunos reconhecerão princípios gerais, tais como: proporcionalidade, igualdade,
composição e inclusão, percebendo que processos como o estabelecimento de analogia, de
indução e dedução está presente tanto no trabalho com números e operações, como em
espaços, formas e medidas. Também os alunos têm ideias a cerca de seu corpo, dos
fenômenos naturais, do modo de realizar transformações no meio, ao expor suas ideias e
confrontálas com outras explicações, eles podem perceber seus limites e necessidade de
novas informações,
Esse processo não é espontâneo, é construído com a intervenção do professor,
criando situações interessantes e significativas fornecendo informações que permitam a
reelaboração e a ampliação dos conhecimentos prévios, provendo articulações entre os
conceitos construídos, para organizálos em um corpo de conhecimento sistematizado.
CONTEÚDOS FASE I
LÍNGUA PORTUGUESA
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
• Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.
• Funções da linguagem.
• Linguagem verbal e nãoverbal.
GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS
• Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos
(informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.).
• Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do
autor, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros.
• Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico
discursivos, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, ideia central,
sequência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento
coesivo entre outros.
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• Recursos visuais, sonoros, gráficos, etc.
• Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.
• Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título,
legibilidade, aceitabilidade, entre outros.
• Ambiguidade como recurso de construção do texto.
• Ambiguidade como problema de construção do texto.
• Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.
• Relações entre imagem e texto.
ELEMENTOS GRAMATICAIS NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO
• Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, pontoevírgula,
ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses,
travessão, reticências, entre outros.
• Identificação da sílaba tônica e acentuação.
• Identificação das classes de palavras no texto, reconhecendo sua função na construção
de sentidos: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo, numeral,
pronome, advérbio e interjeição.
• Sujeito e predicado na construção do texto.
• Aposto e vocativo na construção do texto.
• Concordância verbal e nominal na construção do texto.
CONTEÚDOS – MATEMÁTICA
NÚMEROS E OPERAÇÕES
• Construção do conceito de número: classificação e seriação.
• Conjuntos numéricos: abordagem histórica.
• Números naturais, Inteiros, Racionais.
• Números racionais (relação entre fracionários e decimais).
• Algoritmos e operações.
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• Cálculo Mental e Estimativo.
• Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos.
GEOMETRIA
• Conceitos de: direção e sentido; ângulo; paralelismo e perpendicularismo.
• Figuras geométricas espaciais: cubo, paralelepípedo, prisma reto, pirâmide, cilindro,
esfera e cone.
• Figuras geométricas planas: quadriláteros, triângulos, círculos e polígonos regulares.
• Relações entre figuras espaciais e planas.
• Simetria.
MEDIDAS
• Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal, uso das
medidas de tempo e conversões.
• Temperatura Corporal e Climática.
• Sistema Monetário. Conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, euro,
pesquisa de mercado.
• Medidas de comprimento, superfície, capacidade, volume, massa.
• Perímetro e área de figuras planas.
• Porcentagem.
CONTEÚDOS – CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA
IDENTIDADE CULTURAL
• O educando e seu espaço de vivência.
• História pessoal.
• A escola.
• A comunidade.
• Festividades e manifestações culturais.
• Patrimônio cultural e memória.
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ORGANIZAÇÃO SOCIAL
• Serviços públicos.
• Órgãos de administração pública.
• Movimentos sociais.
CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL
• Caráter dinâmico da cultura.
• Formação da sociedade brasileira.
• Diversidade cultural brasileira.
OS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: CAMPO E CIDADE
• O espaço agrícola.
• O processo industrial.
• Industrialização no Paraná.
• Transporte, comunicação e consumo.
• Movimentos sociais no campo.
• Tecnologia no campo e na cidade.
RELAÇÕES DE TRABALHO
• Trabalho escravo no passado e na atualidade.
• Relações de trabalho no campo e na cidade.
• Desemprego.
• Trabalho informal.
ORGANIZAÇÃO SÓCIO ESPACIAL BRASILEIRA
• Formação do estado nacional.
• O território brasileiro.
• Organização político administrativa.
• Os três poderes.
• Ocupação e formação do espaço paranaense.
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• Movimentos migratórios.
• Desigualdade econômica no Brasil.
CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO
• Cidadania e trabalho.
• Direitos civis, políticos e sociais.
• Legislação trabalhista (CLT).
• Estatuto da criança e do adolescente.
• Estatuto do Idoso.
• Movimentos e organizações populares (Conselhos, Associações de Moradores,
Sindicatos e outros).
QUESTÕES AMBIENTAIS NO CAMPO E NA CIDADE
• Degradação ambiental.
• Poluição.
• Questão da água.
• Preservação ambiental.
• Solo.
• Problema do lixo.
O SER HUMANO, CONSTITUIÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE.
• O corpo humano.
• Reprodução
• Alimentação e saúde.
• Qualidade de vida.
ECOSSISTEMA
• Planeta Terra – movimentos consequências.
• O sol como fonte de energia.
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• Relações dos seres vivos com o ecossistema.
• Ciclos naturais.
• Cadeia alimentar e fotossíntese.
NOÇÕES DE CARTOGRAFIA
• Leitura de mapas.
• Escala.
• Localização e orientação espacial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANTES, A. A. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983.ARGAN, G. C. Arte e crítica de arte. Lisboa: Estampa, 1988.ARNHEIM, R. Intuição e intelecto na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989.BARBOSA, A. M. e SALES, H. M. (orgs.). O ensino da arte e sua história. São Paulo:
MAC/USP, 1990.BASTIDE, R. Arte e sociedade. São Paulo: Nacional, 1979.BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: COSTA
LIMA, L. (org.). Teoria da cultura de massa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1985.BRONOWSKI, J. Arte e conhecimento: ver, imaginar, criar. São Paulo: Martins Fontes,
1983.CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística: SP Scipione, 1997.CALABRESE, O. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Globo, 1987.Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez.
1992.FARACO, C.A. Escrita e alfabetização. Sp: Ática,1994.FREIRE, João Batista; Scaglia, Alcides José. Educação como prática corporal. São
Paulo. Scipione. 2004.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.FUSARI, M. F. R e FERRAZ, M. H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez,
1992.GOMBRICH, E. H. Norma e forma. São Paulo: Martins Fontes, 1990.LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1995.MASSINI, . CAGLIARI, O. Fala e escrita: problemas de coerência e coesão em textos de
alfabetizandos. Porto Alegre, Kuarup/PUCRS,1992.Rua Minas Gerais, 1233.
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MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na Adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo. Phorte Ed. Ltda. 2000.
MOLES, A. Arte e computador. Porto: Edições Afrontamento, 1990.READ, H. Educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1977.SILVA, Maria Alice Souza. Construindo a leitura e as escrita. São Paulo: Ática, 1995.SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. SP: ÁTICA, 1986.TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever. São Paulo: Ática, 1994.ZUNTHOR, P. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo. Ed. Cortez.
1992.
5.2. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio
DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Considerandose as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da
Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e
com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao
perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da proposta pedagógica do
ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá
ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais.
Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o
conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por
meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos
saberes próprios da cultura do educando, preparandoo para produção de seu próprio texto,
oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais.
O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está
fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a linguagem
como interação.
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VYGOTSKY (1989) dedicouse a estudos sobre a origem cultural das funções
superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e
da relação linguagempensamento. Por isso, propõe que se estudem as mudanças
ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo num determinado contexto
cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para
esse autor, a cultura é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em
movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e
significados.
Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos
apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro,
atribuindo, assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo da
linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do
cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as diversas
vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por
último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com
a vivência sociocultural de cada sujeito.
As ideias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem no sentido de que a prática
pedagógica deve se dar numa relação dialógica entre os sujeitos envolvidos no processo
ensinoaprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo entre
educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo.
As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como
espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto
histórico, político, filosófico, social, entre outros.
Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica historicamente três
concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos
tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana.
A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre
os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer classificações e
dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral
e escrito produzido nas diversas situações de interação social.
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A partir desses pressupostos, VAL (1993, p.3) estabelece, como propriedade do
texto, a unidade sóciocomunicativa – interação social e a unidade semântica – em que a
coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “podese definir
texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão,
dotada de unidade sóciocomunicativa, semântica ou formal”.
Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob
três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o
semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito à coesão.
Ainda, de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características
que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência de frases” (VAL,
1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores responsáveis
pela textualidade de um discurso qualquer: coerência, coesão, intencionalidade,
aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade.
Portanto, podese afirmar que o texto, em suas diferentes formas de
apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sóciocomunicativo por meio dos fatores
pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.
Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo
temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de utilização
apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato, o texto
de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre
outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato e, consequentemente, da
finalidade a que se destina, dos interlocutores e do conteúdo.
O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de
diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia
“interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades
culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando
perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos
textuais, para que possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos, seja
do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros.
A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização
da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas linguísticas, mas Rua Minas Gerais, 1233.
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também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda
palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de
conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando
um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado
por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”.
O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do
enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por
diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir
igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que
acompanha a apreensão do discurso”. (Bakhtin, 1986, p.149). Nesse enfoque, há que se
considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir
um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o
mundo social e o mundo subjetivo. Assim, o contexto de produção ou a situação
comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta.
Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social,
econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do
texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos, tais como a
escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do
texto, nos diferentes gêneros textuais, nos momentos de reflexão sobre a língua.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas
pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na realidade,
de modo a privilegiar a relação teoriaprática, na busca da apreensão das diferentes formas
de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do planejamento pedagógico
pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes
gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de linguagem,
ou seja, leitura, análise linguística e produção textual.
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A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma
verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre
outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis.
Os diferentes níveis de leitura constituemse num meio para identificar, nos
diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações explícitas,
subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem
como estabelecer relações intertextuais.
Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as
possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por objetivo
identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político,
histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades linguísticas,
os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto.
Nesse contexto, salientase a importância de apreender os dados sobre o autor
(biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se
destina o texto.
Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma
descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do
texto, para que o educando possa reconhecêlos como elementos de construção textual dos
gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar
para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão.
Para isso, fazse necessária a prática orientada da produção oral e escrita de
textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante,
porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos
aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.
Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem
como para as práticas de linguagem , foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do
educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os
conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os diferentes
saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois
níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a
reflexão sobre a linguagem.
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No intuito de contemplar a Lei 11.645/08, referente à história e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ENSINO FUNDAMENTAL FASE II
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
1 DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)
CONTEÚDOS BÁSICOS
GÊNEROS DISCURSIVOS
Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão
adotados, como conteúdos básicos, os gêneros discursivos, conforme suas esferas sociais
de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros, nas diferentes esferas, de
acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o
Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com
o nível de complexidade adequado.
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Argumentos do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Léxico;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
• Ambiguidade;
• Contexto de produção; Rua Minas Gerais, 1233.
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• Repetição proposital de palavras;
• Intertextualidade;
• Informações explícitas e implícitas;
• Conteúdo temático;
• Intencionalidade do texto;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Semântica;
• Operadores argumentativos;
• Sentido figurado;
• Expressões que denotam ironia e humor no texto;
• Discurso ideológico presente no texto;
• Partículas conectivas do texto;
• Progressão referencial no texto;
• Polissemia.
ESCRITA
• Ambiguidade;
• Expressões que denotam ironia e humor no texto;
• Modalizadores;
• Operadores argumentativos;
• Polissemia;
• Sentido figurado;
• Significado das palavras;
• Acentuação gráfica;
• Argumentatividade;
• Concordância verbal e nominal;
• Conteúdo temático;
• Contexto de produção;
• Discurso direto e indireto;
• Divisão do texto em parágrafos;
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• Elementos composicionais do gênero;
• Finalidade do texto;
• Informatividade;
• Intencionalidade do texto;
• Interlocutor;
• Intertextualidade;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
• Ortografia;
• Partículas conectivas do texto;
• Processo de formação de palavras;
• Progressão referencial no texto;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Semântica;
• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência;
• Vícios de linguagem;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Contexto de produção;
• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do
texto;
ORALIDADE
• Tema do texto;
• Finalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
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• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos, recursos semânticos;
• Semântica;
• Conteúdo temático;
• Elementos semânticos;
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
ANÁLISE LINGUÍSTICA, perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
• Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno;
• Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
• Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos
do texto;
• A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
• Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico;
• Acentuação gráfica;
• Processo de formação de palavras;
• Algumas figuras de pensamento (prosopopeia, ironia,hipérbole, eufemismo,antítese);
• Procedimentos de concordância verbal e nominal;
• Particularidades de grafia de algumas palavras;
• Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto;
• Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais;
• A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico;determinado/indeterminado;
ativo/passivo);
• Neologismo;
• Linguagem digital;
• Semântica;
• Semelhanças e diferenças entre o discurso escrito e oral;
• Conotação e denotação;
• A função das conjunções na conexão de sentido do texto;
• Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...);Rua Minas Gerais, 1233.
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• Figuras de linguagem;
• A elipse na sequência do texto;
• Estrangeirismos, neologismos, gírias;
• As irregularidades e regularidades da conjugação verbal;
• A função do advérbio: modificador e circunstanciador;
• Complementação do verbo e de outras palavras;
• Vícios de linguagem;
• Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;
• Expressões modalizadoras.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL (*)
CONTEÚDOS BÁSICOS
LEITURA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade;
• Argumentos do texto;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Discurso ideológico presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Contexto de produção da obra literária;
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• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Progressão referencial;
• Partículas conectivas do texto;
• Relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;
• Semântica:
operadores argumentativos;
modalizadores;
figuras de linguagem.
ESCRITA
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade;
• Informatividade;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Referência textual;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Ideologia presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Progressão referencial;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Semântica:
operadores argumentativos;
modalizadores;
figuras de linguagem;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
conectores, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.;
• Vícios de linguagem;
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• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Intencionalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas, entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Elementos semânticos;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito
ANÁLISE LINGUÍSTICA:
Conotação e denotação;
Figuras de pensamento e linguagem;
Vícios de linguagem;
Operadores argumentativos e os efeitos de sentido;
Expressões modalizadoras;
Semântica;
Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no texto;
Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto;
Progressão referencial no texto;
Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como elementos
do texto;
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Função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto;
A pontuação e seus efeitos de sentido no texto;
Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico;
Acentuação gráfica;
Gírias, neologismos, estrangeirismos;
Procedimentos de concordância verbal e nominal;
Particularidade de grafia de algumas palavras.
AVALIAÇÃO
É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja um
processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao desempenho, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período.
A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de
aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,
possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo.
• Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos
diferentes interlocutores e situações.
• Leitura: serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a
compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre textos,
relações de causa e consequência entre as partes do texto, o reconhecimento de
posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos efeitos de ironia e humor em
textos variados, a localização das informações tanto explícitas quanto implícitas, o
argumento principal, entre outros.
• Escrita: o texto do aluno é visto como uma fase do processo de produção, nunca
como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as circunstâncias de
sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto escrito será avaliado nos
seus aspectos discursivotextuais, verificando: a adequação à proposta e ao gênero
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solicitado, se a linguagem está de acordo com o contexto exigido, a elaboração de
argumentos consistentes, a coesão e coerência textual, a organização dos parágrafos.
• Análise Linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em
todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática
pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam ser
avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem compreender
esses elementos no interior do texto.
Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são avaliados
continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem e refletem
sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes permite o aperfeiçoamento
linguístico constante, o letramento.
A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de
aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e
análise linguística, para que o educador possa reencaminhar seu planejamento.
O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os
encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o
educando confrontase com o objeto do conhecimento, com participação ativa, valorizando o
fazer, o refletir e o refazer.. Sendo assim, a avaliação no processo ensinoaprendizagem
indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de
linguagem deve partir das necessidades dos educandos.
Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do conhecimento,
lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador
da aprendizagem, valorizando a interação.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da
Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004.
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FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.HOFFMANN, Celso Almiro. Programa de Linguística Textual e Língua Portuguesa do
Ensino Médio. Apostilamento de Material Pedagógico.Toledo, 2010.MARCUSCHI, Luiz antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In:
KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005.
SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa, Curitiba, 2008.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
DISCIPLINA DE ARTE
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE
Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação
dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização
dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura,
a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a
posterior Reforma Educacional Brasileira (17921800) – Reforma Pombalina o ensino da
Arte tornouse irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma
de Desenho Geométrico.
Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX –
o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o
ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi
ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin
Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a
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implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fezse
presente no primeiro projeto de educação pública de massa.
No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade
de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.
O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em
1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista
e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que
deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica,
porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,
abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.
Esse breve passeio pela história nos dá uma ideia dos conceitos que permearam
a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização
dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro,
do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no
Brasil até o início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina.
Verificamos também que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e
positivista foi preponderante no ensino público brasileiro.
Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que
contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos
educandos e das educandas.
Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem
global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não
somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a ideia é que se busque uma nova leitura
da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma
formação omnilateral,3 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que
aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14).
Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou
etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os
recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa
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visão fragmentada, geradora dos incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a
marginalidade que não é alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao
apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares outras vozes que estão
presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e
a educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas.
A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a
realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística é concretizada
utilizandose de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica, dentre
outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras possibilidades de
leituras da realidade e, portanto, com mais subsídios para repensála. O objetivo dessa
proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que
vive. A Arte ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e
portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques4: “Um dos
elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que,
na escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e
contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e
na construção da sociedade brasileira.”
A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a
arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de transmissão e
recepção de ideias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é entendida como
linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na
Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas
Artes Visuais (forma e luz).
Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que
tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o produto artístico
como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os
símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos
e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar.
4 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005.
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Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira singular,
dandolhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse trabalho,
ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade. É com base
nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem. Linguagem artística.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte do Ensino
Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do
Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde estão
identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que
norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE
E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de Arte, dos quais derivarão as
temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08, referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
Para atender a Instrução nº009/2011 – SUED/SEED sobre conteúdo da
Prevenção do Uso Indevido de Drogas, Sexualidade Humana, Educação Fiscal e Tributária
(Decreto nº 1143/99, Portaria nº 413/02) serão trabalhados conteúdos relacionados aos
movimentos e períodos artísticos afins.
ARTE E ESTÉTICA
Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986).
A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar,
um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor,
permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em
seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados
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para a palavra estética: “1 estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2 (...)
estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à
diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.
Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como
sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo ela
derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma reflexão sobre a
experiência, incluise aqui o fazer artístico, que é a manipulação dos elementos da
linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança.
Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação
Artística e Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as
experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para
as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA tornase
sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho,
de criação, de produção e de cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e
Adultos, p. 30)
ARTE E IDENTIDADE
É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e como
essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise?
O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss
identidade é:
1 estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2 consciência da
persistência da própria identidade, 3 o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra,
4 conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e
graças às quais é possível individualizála.
A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais.
Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico, fazer (se)
reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos, crenças
de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da linguagem artística para
expressarse e assinar suas características sociais, antropológicas e psicológicas.
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Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das idéias que as
pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma Candau
(2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o que uma
pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica que pertencemos
ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja
localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à
globalização e aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos
elementos que faz parte da identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas
influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística.
Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que: Não se domina um país pela
invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e
sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja,
relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias
estéticas.
A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com
os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino
Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupase em uma educação pela arte que
transmita significados que estão próximos da vida concreta do educando, produzindo
aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os
sentimentos e as experiências a que se propõe.
Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do
poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades, compreende a
força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como
indivíduos e como identidade coletiva.
ARTE E SOCIEDADE
... concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153)
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A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou
apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que
trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais.
A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que
pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou mera
produção. As pessoas são construções sociais, que necessariamente influem e são
influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um determinado
tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo popular, que são
absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas artísticoculturais. A
abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no cotidiano se problematizem
as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais
enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas
da vida social como: a relação do homem com o trabalho; as relações de gênero; a
ocupação do espaço urbano e outros. Também através deles podemos compreender,
inclusive, a influência da indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura
de massa tenta impor uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o
conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelarse de modo que o ser humano
possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.
No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista
as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os
educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se
resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente em trabalhar,
partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e
igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma
que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua
realidade social” (Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31).
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados de acordo com a especificidade da
disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a construção
do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania Rua Minas Gerais, 1233.
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participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos abrangente e
articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os
indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que
fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de estudo terão a flexibilidade
necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda.
Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado “validação”,
ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente
pelas seguintes perguntas:
1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas
Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA Cultura, Trabalho e Tempo?;
2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e
Sociedade e Arte e Estética?
3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É
flexível?
4. É possível adequálo às necessidades dos educandos e educandas da EJA
(Idade, condições físicas, espaciais, etc)?
Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula
de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91102):
1. Textos – Repertórios.
2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).
3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se
manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a
luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos derivamse os
elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos para o Ensino
Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada linguagem artística (Música,
Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão
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ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio
trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte
educando e da educanda dos conteúdos propostos na sala de aula.
ENSINO FUNDAMENTAL
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
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Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Música popular e étnica
Indústria Cultural
Eletrônica
Minimalista
Rap, Rock, Tecno
Música Engajada
Música Popular Brasileira.
Música Contemporânea
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS Rua Minas Gerais, 1233.
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Bidimensional
Tridimensional
Figurativa
Geométrica, simetria
Proporção
Figura e fundo
Abstrata
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Estilização
Deformação
Figurafundo
Técnicas: Pintura, arquitetura, modelagem, gravura, desenho, fotografia, áudio – visual e
mista, grafite, perfornance,...
Gêneros: Cenas da mitologia, paisagem, retrato, natureza morta, paisagem urbana, cenas
do cotidiano...
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Greco Romana
Arte Africana
Arte PréHistórica
Arte Indígena
Arte Popular
Brasileira e Paranaense
Indústria Cultural
Arte no Séc. XX Rua Minas Gerais, 1233.
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Arte Contemporânea
Realismo
Vanguardas
Muralismo e Arte
LatinoAmericana
Hip Hop
ÁREA TEATRO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS
Enredo, roteiro.
Espaço Cênico, adereços
Representação,
Leitura dramática,
Cenografia.
Representação no Cinema e Mídias
Texto dramático
Maquiagem
Sonoplastia
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Roteiro
Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara,
mímica formas animadas, jogos teatrais, sombra, adaptação cênica, monólogo, jogos
teatrais, direção, ensaio, TeatroFórum...
Dramaturgia
Cenografia
Sonoplastia
Iluminação
Figurino
Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.
Rua e arena, Caracterização
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
GrecoRomana
Comédia dell’ arte
Teatro Popular
Brasileiro e Paranaense
Teatro Africano
Indústria Cultural
Realismo
Expressionismo
Cinema Novo
Teatro Engajado
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro do Absurdo
VanguardasRua Minas Gerais, 1233.
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ÁREA DANÇA
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS
Kinesfera
Eixo
Ponto de Apoio
Movimentos articulares
Fluxo (livre e interrompido e conduzido)
Rápido e lento
Formação
Níveis (alto, médio e baixo)
Deslocamento (direto e indireto)
Dimensões (pequeno e grande)
Ponto de Apoio
Rotação
Coreografia
Salto e queda
Peso (leve e pesado)
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conduzido)
Lento, rápido e moderado
Direção
Giro
Rolamento
Saltos
Aceleração e desaceleração
Direções (frente, atrás, direita e esquerda)
Improvisação
Sonoplastia
Extensão (perto e longe)
Técnica: Improvisação
Gênero: Circular
Folclórica, popular e étnica
Indústria Cultural e espetáculo
Performance e moderna
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip Hop
Musicais
Expressionismo
Indústria Cultural Rua Minas Gerais, 1233.
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Dança Moderna
Vanguardas
Dança Moderna
Dança Contemporânea
ENSINO MÉDIO
ÁREA MÚSICA
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
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Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Música Popular Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Africana
LatinoAmericana
ÁREA ARTES VISUAIS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Luz
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
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CONTEÚDOS BÁSICOS
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Contrastes
Ritmo Visual
Simetria
Deformação
Estilização
Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura ,
arquitetura ...
Gêneros: paisagem, naturezamorta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Renascimento
Barroco
Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de Vanguarda
Indústria Cultural
Arte Contemporânea
Arte Latino AmericanaRua Minas Gerais, 1233.
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ÁREA TEATRO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Personagem:
expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
Ação
Espaço
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
CONTEÚDOS BÁSICOS
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, TeatroFórum
Roteiro
Encenação e leitura dramática
Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico
Dramaturgia
Representação nas mídias
Caracterização
Cenografia,
sonoplastia, figurino e iluminação
Direção
Produção
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
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CONTEÚDOS BÁSICOS
Teatro GrecoRomano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro do Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de Vanguarda
Teatro Renascentista
Teatro Latino Americano
Teatro Realista
Teatro Simbolista
ÁREA DANÇA
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Elementos Formais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Movimento Corporal
Tempo
Espaço
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Composição
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CONTEÚDOS BÁSICOS
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos articulares
Lento, rápido e moderado
Aceleração e desaceleração
Níveis
Deslocamento
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Movimentos e Períodos
CONTEÚDOS BÁSICOS
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip Hop
Indústria Cultural Dança Moderna Rua Minas Gerais, 1233.
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Vanguardas
Dança Contemporânea
AVALIAÇÃO
A concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nas Diretrizes
Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para
planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da
prática pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação da
aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas), bem como a autoavaliação dos
alunos.
De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e
cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Na
Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I, art.8º), a avaliação
almeja “o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve “levar em consideração a
capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades
realizadas”.
De fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das práticas
pedagógicas, pois o professor participa do processo e compartilha a produção do aluno. Ou
seja, a avaliação permite que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo que
se desvincula de uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada pela produção de
resultados ou a valorização somente do espontaneísmo. Ao centrarse no conhecimento, a
avaliação gera critérios que transcendem os limites do gosto e das afinidades pessoais,
direcionando de maneira sistematizada o trabalho pedagógico.
Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição da
apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas para o
aluno. Ao ser processual e não estabelecer parâmetros comparativos entre os alunos,
discute dificuldades e progressos de cada um a partir da própria produção, de modo que
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leva em conta a sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais efetiva da
realidade.
O método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação e registro do
processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação do
conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os problemas
apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões em grupo. Como
sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar seus registros de forma
sistematizada. As propostas podem ser socializadas em sala, com oportunidades para o
aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos colegas. 0
É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um capital
cultural próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola, como a família,
grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um percurso escolar diferenciado de
conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes Visuais, ao Teatro e à Dança.
O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos já
conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical, dançar,
desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e habilidades dos alunos para
uma ou mais áreas da arte também devem ser detectadas e reconhecidas pelo professor.
Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que estejam
definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de sua abordagem
dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo.
Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de desenvolvimento proximal,
conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky que trabalha a questão da apropriação do
conhecimento. Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de desenvolvimento real,
determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um problema sob a orientação
de um adulto ou em colaboração com outro colega, é denominado de zona de
desenvolvimento proximal.
Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado entre os
colegas e, ao mesmo tempo, constituise como referência para o professor propor
abordagens diferenciadas.
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A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação tais como: trabalhos artísticos individuais e em grupo.
REFERÊNCIAS
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BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002.
CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002
CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez,
1993.FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed.
Curitiba: Positivo, 2004.FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983._____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª
ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998._____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995.HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio
de Janeiro: Objetiva, 2001KOSIK, K. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo:
Cortez, 2001._________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993.OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes Curriculares de Arte para a
Educação Básica. Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEEDPR, 2006.PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.
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SACRISTAN J.G. A escolarização transformase em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 3555
SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995.
SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986.
DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) INGLÊS
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) INGLÊS
A Língua Estrangeira Moderna LEM é um espaço em que se pode ampliar o
contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista
que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece.
Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas
que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com
LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros
instrumentos de acesso à informação: as LEM são também possibilidades de conhecer,
expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005)
É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o
acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de horizontes e
a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se
reconhece a diversidade cultural, e tornase possível oportunizar o educando a vivenciar
criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria.
A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a
partir do 6º ano do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da
inclusão de uma segunda língua estrangeira.
Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação
intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes
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línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de
falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em
livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e
conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições
internacionais, música pop e propaganda.
Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja
capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros,
propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre
as motivações subjacentes às escolhas linguísticas em situações de comunicação (oral e
escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na
sociedade, os educandos podem entender as implicações políticoideológicas.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua
é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção,
norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar
seá em consideração a realidade do educando, valorizando sua bagagem de
conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de
que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se
vê envolvido no processo ensinoaprendizagem.
Há que se pensar que ao ensinar uma LEM devese buscar a autenticidade da
Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolares frente
à experiência social construída historicamente pelos educandos.
Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em
conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente
ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que
ele vai adquirir.
Na busca desta interação, devese buscar uma metodologia que leve em
consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e
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compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e
precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos específicos.
Devese levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo
fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo
da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE
se perde.
Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,
principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades
regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vêm prontos na
linguagem.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES que norteiam o ensino/aprendizagem da LEM no
Ensino fundamental Fase II
O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o Discurso como
prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e
de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. Nesta perspectiva o aluno terá
contato com diferentes gêneros.
Conteúdos Básicos
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;Rua Minas Gerais, 1233.
Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 71
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• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade
• Informações explícitas
• Discurso direto e indireto
• Elementos composicionais do gênero;
• Repetição proposital de palavras;
• Léxico;
• Repetição proposital de palavras;
• Conteúdo temático;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presente no texto;
• Semântica:
• Operadores argumentativos;
• Ambiguidade;
• Sentido conotativo e denotativo das palavras no texto;
• Expressões que denotam ironia e humor no texto.
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
ESCRITA
• Conteúdo temático;
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Informatividade;
Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 72
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• Elementos composicionais do gênero;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
• Semântica:
– Operadores argumentativos;
– Ambiguidade;
– Significado das palavras;
– Figuras de linguagem;
– Sentido conotativo e denotativo;
– Expressões que denotam ironia e humor no texto.
ORALIDADE
• Tema do texto;
• Conteúdo temático;
• Aceitabilidade;
• Informatividade;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas;
• Finalidade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
• Elementos semânticos;Rua Minas Gerais, 1233.
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• Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.
Conteúdos temáticos contemporâneos
• Textos que abordam a cultura afrobrasileiro descendente e indígena: letras de
músicas, culinária, biografias.
• Textos que abordam a cultura indígena
• Textos científicos
• Textos poéticos
• Textos cinematográficos
• Textos humorísticos
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES que norteiam o ensino/aprendizagem da LEM no
Ensino Médio
O conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna tem o Discurso como
prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e
de escrita que são as práticas que efetivam o discurso. Nesta perspectiva o aluno terá
contato com diferentes gêneros.
Conteúdos Básicos
LEITURA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Temporalidade;
• Referência textual;
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• Partículas conectivas do texto;
• Informações explícitas;
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Repetição proposital de palavras;
• Léxico;
• Repetição proposital de palavras;
• Conteúdo temático;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presente no texto;
• Semântica:
• Operadores argumentativos;
• Ambiguidade;
• Polissemia;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto.
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de
linguagem.
ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Aceitabilidade do texto;
• Discurso direto e indireto;
• Informatividade;
• Situacionalidade;
• Intertextualidade;
• Temporalidade;
• Referência textual;
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• Partículas conectivas do texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;
• Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;
• Polissemia;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos ( como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
ORALIDADE
• Conteúdo temático;
• Informatividade;
• Aceitabilidade do texto;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas;
• Finalidade;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica.
• Adequação da fala ao contexto ( uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.
AVALIAÇÃO
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua
sobre sua prática e a criação de novos instrumentos de trabalho, possibilitando também a
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retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados
para o processo de ensino/aprendizagem do educando da EJA.
Dentro da nova concepção de ensino/aprendizagem de Língua Inglesa, a
avaliação deve estar centrada em um diálogo interativo, em que o sujeito/ aluno possa
compreender as relações subjacentes em cada discurso. Para tanto, as atividades
desenvolvidas devem proporcionar ao aluno, uma reflexão crítica do contexto em que está
inserido. Dessa forma, a avaliação será contínua, cumulativa, qualitativa e processual,
valorizando a construção do conhecimento, bem como sua aplicação no relacionamento
homem e sociedade, utilizando a Língua Inglesa para uma possível transformação da
realidade em que está inserido.
REFERÊNCIAS
GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Estrangeira Moderna, Curitiba, 2008.
PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999.
DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da
Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa
disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o
conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua
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história. Tratase, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física, além da aprendizagem
de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento.
Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os
objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações
sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e
consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas. Esse
entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores
de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto
negar o movimento como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar
o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já
trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.
Segundo Soares et all (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:
(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.
A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve
favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o
cidadão que vai produzila, reproduzila e transformála, instrumentalizandoo para usufruir
das atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levandoo a descobrir motivos
e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas,
contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade
local para as diferentes culturas.
Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino
aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um
ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu
processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar
decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
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A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens,
adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre
outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesma por
fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de
conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único
espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se
refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sóciocultural dos
mesmos.
Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade de ensino
encontramse em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho
pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa
parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às
práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando
preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à
realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos
relacionados a essas atividades.
Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação da
incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes,
adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos podemos assumir, portanto, que
o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto
da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas
educacionais específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal
humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas
direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas que se encontram em
fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para
a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino.
Duas questões essenciais precisam nortear o trabalho pedagógico da disciplina
de Educação Física com jovens e adultos:
- Quem são os alunos da EJA?
- Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos?
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Avaliação
Sequenciação
Trabalho
Cultura
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Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar
a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a
reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e
consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA,
2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o
trabalho e o tempo 1 .
É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na
prática pedagógica do educador, expressando ideias e ações relacionadas a: sequenciação
(organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do
processo ensinoaprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do
trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das consequências do processo ensino
aprendizagem), conforme representados na figura 1:
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08, referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar).
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Tempo Comprometimento
Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.
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Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do
desenvolvimento sóciohistórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas
significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens
novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da
necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida,
valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez
que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).
Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que
contemplem:
- a relação entre o conhecimento social e escolar do educando;
- a identidade e as diferenças sócioculturais dos educandos na proposição das
praticas educativas;
- ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento;
- as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na
formação do educando;
- as múltiplas interações entre os diferentes saberes;
- articulação entre teoria, prática e realidade social;
- atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.
Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do trabalho
docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer.
Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como investimento
individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social
e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, pelas atividades físicas e corporais,
por intermédio de: alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e
preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma
vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer
uma dimensão históricopolítica e social.
O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da
escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificálo no currículo escolar da
EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura corporal, devemos
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questionar suas normas, resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual,
o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não
contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá
lo, promovendo a sua ressignificação, e sua adaptação à realidade, à prática que cria e
recria, colocandoo como um meio e não fim em si mesmo.
Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas,
que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão
sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade,
bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais.
O estudo da ginástica, pretende favorecer o contato do educando com as
experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão
física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios, bem
como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta.
A dança a ser trabalhado na EJA, contribui para o desenvolvimento,
conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionarse com o outro, cada gesto representa sua
história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de
integração e relacionamento social.
O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre, com
atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização, conscientização e
clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu
bem estar físico, mental e social.
Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou
teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos esporte,
jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o
conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino.
CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:Rua Minas Gerais, 1233.
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ESPORTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Coletivos
Individuais
Radicais
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• História e origem.
• Princípios básicos (fundamentos).
• Regras e elementos básicos do esporte
• Relação com os jogos populares
• Compreender por meio de discussões o sentido da competição esportiva
• Aspectos positivos e negativos das práticas esportivas
• Contexto social e econômico em que os diferentes esportes se diferenciam
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
JOGOS E BRINCADEIRAS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Jogos e brincadeiras populares e tradicionais no contexto brasileiro
Brincadeiras e cantigas de roda
Jogos de tabuleiro
Jogos dramáticos
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Jogos cooperativos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Aspectos históricos sociais.
• Definição de jogo.
• Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos
intelectivos, jogos de dramatização e jogos prédesportivos.
• Diferentes manifestações culturais.
• Atividades práticas.
• Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes
elementos:
Visão do jogo
Objetivo
O outro
Relação
Resultado
Consequência
Motivação
CONTEÙDO ESTRUTURANTE:
DANÇA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Danças folclóricas
Danças de rua
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Danças criativas
Danças circulares
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre outros) das diferentes danças
• Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão, danças criativas
• Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento
no forró, vanerão e nas danças africanas
• Expressão corporal/atividades rítmicas.
• Danças da cultura local.
• Atividades práticas.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
GINÁSTICA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ginástica rítmica
Ginástica circense
Ginástica geral
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Origem e histórico da ginástica e suas diferentes manifestações
• Estimular a ampliação da consciência corporal
• Fundamentos básicos da ginástica:
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CEEBJA – SANTA HELENA
Saltar
Equilibrar
Rolar/Girar
Trepar
Balançar/Embalar
Malabares
• Modismos relacionados a ginástica
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
LUTAS
CONTEÚDOS BÁSICOS
Lutas de aproximação
Lutas que mantêm a distância
Lutas com instrumento mediador
Capoeira
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Pesquisar a Origem e os aspectos históricos, filosóficos e as características das
diferentes formas de lutas
• judô, luta olímpica, sumô...
• karatê; boxe; taekwondo
• esgrima; kendô
• Capoeira
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CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
ESPORTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Coletivos
Individuais
Radicais
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Diferenças entre esporte de da escola, o esporte de rendimento e a relação entre esporte
e lazer
• Função social do esporte
• Influência da mídia, da ciência e da indústria cultural no esporte
• Dopping
• Recursos ergogênicos
• Nutrição, saúde e prática esportiva
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
JOGOS e BRINCADEIRAS
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Ficaram definidos como
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CONTEÚDOS BÁSICOS
Jogos de tabuleiro
Jogos dramáticos
Jogos cooperativos
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Dinâmicas de grupos que possibilitem a aproximação e considerem as individualidades
• dama, trilha, resta um, xadrez
• improvisação, imitação, mímica
• futpar, volençol, cadeira livre...
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
DANÇA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Danças folclóricas
Danças de salão
Danças de rua
Danças circulares
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Diferentes passos , posturas, conduções, formas de deslocamento
• Ritmos e expressões culturais por meio da dança
• Apropriação das danças pela indústria cultural
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CONTEÚDO ESTRUTURANTE
GINÁSTICA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ginástica artística/olímpica
Ginástica de condicionamento físico
Ginástica geral
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Função social da ginástica
• Fundamentos da ginástica
• Ginástica no mundo do trabalho
• Ginástica X Sedentarismo X Qualidade de vida
• Relação da ginástica com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre
resistência e força, fontes energéticas, frequência cardíaca, fonte metabólica, gasto
energético, composição corporal, desvios posturais...
• LER, DORT
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Lutas
CONTEÚDOS BÁSICOS
Lutas de aproximação
Lutas que mantêm a distância
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Lutas com instrumento mediador
Capoeira
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes manifestações das lutas
• Diferença entre lutas e artes marciais
• judô, luta olímpica, sumô...
• karatê; boxe; taekwondo
• esgrima; kendô
• Capoeira
AVALIAÇÃO
A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa
e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é
entendêla como processo contínuo e sistemático de obter informações, de perceber
progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este
pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que:
o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma
autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza;
rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do
ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da
avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.
Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova
visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo
exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que pretende atender a
necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função social da EJA, com o Rua Minas Gerais, 1233.
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reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso tornase
essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a
desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de
oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade, assim como, atitudes que
ampliem sua qualidade de vida e saúde.
Diante das discussões desenvolvidas nas DCEs, é necessário entender que a
avaliação em Educação Física à luz dos paradigmas tradicionais, como o da esportivação,
desenvolvimento motor, psicomotricidade e da aptidão física é insuficiente para a
compreensão do fenômeno educativo em uma perspectiva mais abrangente.
Dessa forma, a avaliação deve estar vinculada ao projeto político pedagógico da
escola, de acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo docente
considerando o comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico por
meio dos seguintes critérios:
• entrega as atividades propostas;
• houve assimilação de jogos e regras analisadas;
• houve assimilação dos conteúdos propostos;
• recriação de jogos e análise de regras esportivas;
• questionam situações apresentadas de maneira crítica e criativa com
posicionamento frente a divergências;
• envolvimento nas atividades práticas;
• realiza os questionários sobre os textos e conteúdos trabalhados.
Partindose desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um processo
contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB, nº 9394/96, em que o
professor organizará o seu trabalho, sustentado nas diversas práticas corporais, culturais e
sociais, reconhecendo oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as
diferenças, com desenvolvimento de ideias e de valorização humana.
A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos metodológicos,
constituídose na forma de resgatar as experiências e sistematizações realizadas durante o
processo de aprendizagem. Isto é, tanto o professor quanto os alunos poderão revisitar o
trabalho realizado, identificando avanços e dificuldades no processo pedagógico, com o
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objetivo de (re)planejar e propor encaminhamentos que reconheçam os acertos e ainda
superem as dificuldades constatadas.
Por fim, a avaliação não deve ser pensada à parte do processo
ensino/aprendizado da escola, mas sim compreendida como algo contínuo, permanente e
cumulativo.
REFERÊNCIAS
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DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA
A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento que envolve
saberes diversos, onde só o saber matemático ou a experiência de magistério não são
considerados suficientes para atuação profissional. Desta forma, fazse necessário estudar
os processos que investigam como o estudante compreende e se apropria da própria
Matemática e, também, como ele, ao fazer uso do conhecimento matemático adquirido,
desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua formação integral como
cidadão. Na Educação Matemática, o conhecimento é abordado sob uma visão histórica, de
modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos,
influenciando na formação do pensamento do aluno. Percebese, então, que este campo do
conhecimento está centrado na prática pedagógica e envolve as relações entre o ensino, a
aprendizagem e o conhecimento matemático.
Nesta concepção, o educador matemático é o professor que procura o
desenvolvimento intelectual e profissional, refletindo criticamente sobre sua prática,
tornandose um pesquisador que busca constantemente meios para superar os desafios
pedagógicos que se lhe apresentam.
Enquanto ramo de conhecimento, a Matemática pode ser concebida como um
saber pronto e acabado ou como um saber dinâmico que necessita ser discutido, ampliado e
reelaborado. Desta forma, entendese que o Educador Matemático seja aquele que conceba
a Matemática como atividade humana em construção. Esta ciência, então, constituise para
ele um campo de estudos que lhe possibilita balizar sua ação docente, de forma crítica.
Consequentemente, o ensino de Matemática deve possibilitar aos estudantes
analisar, discutir, conjecturar, apropriarse de conceitos e formular ideias, pois a concepção
presente é a de que aprender Matemática deve levar a uma ampliação do conhecimento e
do desenvolvimento social.
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ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A comunidade de Educação Matemática no Brasil entende que a abordagem dos
conteúdos faça uso das tendências metodológicas que compõem este campo de estudos,
sendo elas: a resolução de problemas; a modelagem matemática; as mídias tecnológicas; a
etnomatemática; a história da Matemática e as investigações matemáticas. Este movimento
compreende também que nenhuma destas tendências, de forma isolada, atende às
necessidades educativas, mas que a articulação entre elas é fundamental para promover
uma aprendizagem eficaz.
Fazer esta articulação significa que a abordagem de um conteúdo específico
pode abranger: a utilização da história da Matemática para que o educando compreenda a─
evolução do conceito através dos tempos; a formulação de um modelo matemático ─
modelagem matemática; a solução deste modelo uso da metodologia de solução de─
problemas; o uso de recursos tecnológicos na solução mídias tecnológicas; e ao se─
chegar a solução, é necessário validála, discutila, analisála metodologia de investigação─
matemática.
Como encaminhamento metodológico na Educação de Jovens e Adultos
entendese que a solução de problemas seja o eixo organizador do trabalho pedagógico,
pois que no ensino de Matemática nesta modalidade educativa, temos um sujeito que, no
exercício da cidadania, soluciona problemas reais, urgentes e essenciais nas atividades
profissionais ou em outras circunstâncias (FONSECA, 2002). Trabalhos importantes da
psicologia evolutiva indicam também que o aluno adulto tem melhor desempenho na
solução de problemas reais do que em situações fictícias, portanto a seleção de conteúdos
e atividades matemáticas em EJA não pode desconsiderar este fato.
Destacase ainda que, em EJA, a Etnomatemática pode ser uma alternativa
para valorizar a maneira como os jovens, adultos e idosos lidam com a Matemática, pois
nesta perspectiva, o conhecimento matemático é considerado uma construção social.
Já a modelagem matemática para o ensino de Matemática em EJA viabiliza a
solução de problemas do cotidiano de forma bastante eficiente, pois, ao partir de
experiências reais para abstrações e formalizações, tornam o ensino desta disciplina mais
significativo para quem aprende. Ao tomar a Matemática como um modelo da realidade esta
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abordagem permite ao estudante de EJA conciliar a necessidade que tem de adquiri
instrumental para resolver problemas com os recursos que adquiriu no convívio social,
familiar e profissional.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
A organização dos conteúdos na EJA contempla os conteúdos básicos e
estruturantes previstos nas DCE do Estado do Paraná. No Plano de Trabalho Docente, os
Conteúdos Básicos terão abordagens diversas a depender dos fundamentos que recebem
de cada conteúdo estruturante. Quando necessário, serão desdobrados em conteúdos
específicos sempre, considerandose o aprofundamento a ser observado para no nível de
ensino. A distribuição dos conteúdos é igual tanto para a organização individual quanto para
o coletivo. A carga horária do Ensino Fundamental e Médio obedece à legislação vigente.
ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Números e Álgebra; Grandezas e Medidas; Geometrias; Funções; Tratamento
da Informação;.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Números e Álgebra;
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Sistemas de numeração;
• Números Naturais;
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• Múltiplos e divisores;
• Potenciação e radiciação;
• Números fracionários;
• Números decimais
• Números Inteiros;
• Números Racionais e Irracionais;
• Equação e Inequação do 1º grau;
• Razão e proporção;
• Regra de três simples.
• Potências;
• Monômios e Polinômios;
• Produtos Notáveis
• Números Reais;
• Propriedades dos radicais;
• Equação do 2º grau;
• Teorema de Pitágoras;
• Equações Irracionais;
• Equações Biquadradas;
• Regra de Três Composta
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
GRANDEZAS E MEDIDAS
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Medidas de comprimento;
• Medidas de massa;
• Medidas de área;
• Medidas de volume;
• Medidas de tempo;
• Medidas de ângulos;
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• Sistema monetário
• Medidas de temperatura;
• Medidas de ângulos.
• Medidas de comprimento;
• Medidas de área;
• Medidas de volume;
• Medidas de ângulos.
• Relações Métricas no Triângulo Retângulo;
• Trigonometria no Triângulo Retângulo.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
GEOMETRIAS.
CONTEÚDOS BÁSICOS
• Geometria Plana;
• Geometria Espacial
• Geometrias nãoeuclidianas
• Geometria Analítica;
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
CONTEÚDOS BÁSICOS
• Dados, tabelas e gráficos;
• Porcentagem
• Pesquisa Estatística;
• Média Aritmética;
• Moda e mediana;Rua Minas Gerais, 1233.
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• Juros simples.
• Gráfico e Informação;
• População e amostra.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
FUNÇÕES
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Noção intuitiva de Função Afim.
• Noção intuitiva de Função
• Quadrática.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Números e Álgebra.
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Números Reais;
• Números Complexos;
• Sistemas lineares;
• Matrizes e
• Determinantes;
• Polinômios;
• Equações e Inequações
• Exponenciais, Logarítmicas e Modulares.
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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
GRANDEZAS E MEDIDAS
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Medidas de Área;
• Medidas de Volume;
• Medidas de Grandezas
• Vetoriais;
• Medidas de Informática;
• Medidas de Energia;
• Trigonometria.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
FUNÇÕES
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Função Afim;
• Função Quadrática;
• Função Polinomial;
• Função Exponencial;
• Função Logarítmica;
• Função Trigonométrica;
• Função Modular;
• Progressão Aritmética;
• Progressão Geométrica
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
GEOMETRIAS
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Geometria Plana;Rua Minas Gerais, 1233.
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• Geometria Espacial;
• Geometria Analítica;
• Geometrias nãoeuclidianas.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO.
CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Análise Combinatória;
• Binômio de Newton;
• Estudo das Probabilidades;
• Estatística;
• Matemática Financeira.
AVALIAÇÃO
A avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer observações
sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo
educando, estabelecendo relações entre o conhecimento matemático e o contexto social.
É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo
educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a
finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando a ele─
mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica
sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas
dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os
obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.
Desta forma, o processo avaliativo é um recurso pedagógico, que considera erros
e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro
como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de
construção do conhecimento matemático.Rua Minas Gerais, 1233.
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No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando
jovem, adulto e idoso, pontuase alguns indicativos a serem contemplados pelos
educadores:
- considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos
utilizados pelo educando para resolver uma determinada situaçãoproblema;
- resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática,
pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizadose de métodos coerentes,
equivocandose em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio
matemático.
- erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,
compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.
Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como
mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola:
currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria
escola.
Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante
elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica
como um todo.
A proposta de avaliação compreende a explicitação de alguns critérios e
instrumentos. De acordo com os conteúdos desenvolvidos, podem ser contemplados os
seguintes critérios:
• indicação dos processos adotados na solução de um problema;
• valorização da expressão oral do estudante;
• utilização adequada dos conceitos matemáticos necessários na solução de
problemas;
• revisão de noções elementares a qualquer momento em que uma
dificuldade se apresente;
• utilização de materiais didáticos manipuláveis, sempre que necessário;
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• análise dos erros cometidos e dos devidos encaminhamentos para suas
soluções;
• produções do aluno sob orientação do professor.
Constituemse instrumentos de avaliação dos conteúdos da disciplina: provas
escritas e trabalhos.
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DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS
A Educação de Jovens e Adultos EJA, no Estado do Paraná, de acordo com
suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os
professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos,
metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta
curricular desta disciplina.
Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta,
pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências
no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual
se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um
modelo que desenvolva a capacidade dos educandos de buscar explicações científicas
para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e
valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto
escolar. Para tanto,
“...devese reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançálos apontam para diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de
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conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos.” (BIZZO, 2002, p.14)
Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o
conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade.
Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem
ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância
da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências, que se
complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que
neles se apresentam.
Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento,
portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a
forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras
áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do
que se estuda ou se conhece.
Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão
sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações históricas,
biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a responsabilidade humana
na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que
dependemos do Planeta e a ele pertencemos.
O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser
discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as
mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os
quais interage, proporcionandolhe também o estabelecimento das relações entre o
conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo destas
situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo, agindo e
interagindo com o sistema.
Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideramse, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefíciomalefício da relação ciênciatecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.6869).
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É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de
compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo,
numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da
mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e
negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu
meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e
políticos que sustam a vida.
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida
para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do
trabalho e com outras dimensões do meio social.
As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131).
Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências
na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do
conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e
se posicionar criticamente.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação
de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no
estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de
melhores possibilidades de vidas individuais e coletivas, há que se optar por uma
metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em
consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de
ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),
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criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.
Nessa perspectiva, destacase a importância de propiciar aos educandos, a
compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento
possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres
diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar
se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA
deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo
próprio de construção da aprendizagem, considerando
- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma
real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;
- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o
tempo pedagógico e o tempo físico;
- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
Nesse aspecto, ressaltase a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de
forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a
interrelação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam
no seu diaadia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou
seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A
essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma
dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada"
(SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser
aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o
desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua
aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.
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Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da
Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa
disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e
tecnológica oriundas desse processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será
indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico
sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constituise em referência
fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser
registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do
processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser
incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas
realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo
dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano
são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Devese considerar a
possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos,
situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de
experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade
comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada
pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),
é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não
seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002,
p. 66), propõe
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que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar àqueles que
possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem
possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado
fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia
intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as situações
problemas e da busca por mais conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem
a rígida sequência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a
relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no
processo educativo.
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a
reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do
educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a
revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e,
principalmente, pelo educador.
O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de
educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e
aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim
de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas,
sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o
educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do
conhecimento, caracterizandoo como um exercício de aprendizagem.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
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É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na
proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à
experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de
melhor compreensão e atuação na realidade.
Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que
possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitandolhes a percepção das
diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências
não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de
conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe
no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma
abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).
Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e
Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao
tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de
conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla:
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
ASTRONOMIA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Universo
Origem e evolução do Universo
Sistema solar
Movimentos terrestres
Movimentos celestes
Astros
Gravitação universal
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Conteúdos Específicos
• Fenômenos da natureza
• Características básicas de diferenciação entre estrelas, planetas, planetas anões,
satélites naturais, cometas, asteróides, meteoros, meteoritos
• Teorias geocêntricas e heliocêntricas
• Movimentos de rotação e translação
• Movimentos aparentes do céu, noites e dias, eclipses do Sol e da Lua
• Movimento terrestre: as estações do ano
• Modelos científicos que abordam a origem e a evolução do universo
• Relações entre as teorias e sua evolução histórica
• Diferenciação das teorias que consideram um universo inflacionário e teorias que
consideram o universo cíclico
• Classificação cosmológica(galáxias, aglomerados, nebulosas, buracos negros, Lei de
Hubble, idade do Universo, escala do Universo leis de Kepler para as órbitas dos
planetas
• Leis de Newton no tocante a gravitação universal
• Fenômenos terrestres relacionados à gravidade, como as marés
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
MATÉRIA
CONTEÚDOS BÁSICOS
CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
PROPRIEDADES DA MATÉRIA
Conteúdos específicos
• Constituição do planeta Terra; atmosfera e crosta, solos, rochas, minerais, manto e
núcleo
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• Composição da água
• Composição físicoquímica do Sol e produção da energia solar
• Constituição do Planeta Terra primitivo, antes do surgimento da vida
• Conceito de matéria, sua constituição, propriedades e suas transformações
• Conceito de átomo, íons, elementos químicos, substâncias, ligações químicas,
reações químicas
• Leis da conservação da massa
• Compostos orgânicos e relações destes com a constituição dos organismos vivos
• Propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade, elasticidade,
divisibilidade, indestrutibilidade, impenetrabilidade, maleabilidade, ductibilidade,
flexibilidade, permeabilidade, dureza, tenacidade, cor, brilho, sabor
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
SISTEMAS BIOLÓGICOS
CONTEÚDOS BÁSICOS
CÉLULA
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DOS SERES VIVOS
MECANISMOS DE HERANÇA GENÉTICA
Conteúdos Específicos
• Constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos
• Características gerais dos seres vivos
• Teoria celular como modelo explicativo da constituição dos organismos
• Níveis de organização celular
• Estrutura química da célula
• Constituição da célula e as diferenças entre os tipos celulares
• Fotossíntese
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• As relaçôes entre os órgãos e sistemas animais e vegetais a partir dos entendimentos
dos mecanismos celulares
• Os mecanismos celulares e sua estrutura
• Estrutura e funcionamento dos tecidos
• Conceitos que fundamentam os sistemas digestório, cardiovascular, respiratório,
excretor e urinário
• Fundamentos teóricos que descrevem os sistemas nervoso, sensorial, reprodutor e
endócrino
• Herança genética, os cromossomos, genes, os processos de mitose e meiose
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
ENERGIA
CONTEÚDOS BÁSICOS
FORMAS DE ENERGIA
CONVERSÃO DE ENERGIA
TRANSMISSÃO DE ENERGIA
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
Conteúdos Específicos
• Conceito de energia por meio da análise de suas manifestações
• Conversão de uma forma de energia em outra
• Conceito de transmissão de energia
• Energia mecânica, térmica, luminosa, nuclear, fontes e processos de irradiação,
convecção e condução
• Relação das formas de energia aos ciclos de matéria na natureza
• Energia luminosa
• Importância da energia solar para os seres vivos
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• A identificação dos fundamentos da luz, as cores, e a radiação ultravioleta e
infravermelha
• Conceito de calor com energia térmica e suas relações com os sistemas
endotérmicos e ectotérmicos
• Os fundamentos da energia química, mecânica e nuclear, suas fontes, modos de
transmissão e armazenamento
• Lei da conservação da energia
• As relações entre sistemas conservativos
• Conceitos de movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
BIODIVERSIDADE
CONTEÚDOS BÁSICOS
ORIGEM DA VIDA
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
SISTEMÁTICA
ECOSSISTEMAS
EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
Conteúdos Específicos
• O reconhecimento da diversidade das espécies e sua classificação
• Distinção entre ecossistema, comunidade, população
• Extinção das espécies
• Formação de fósseis e sua relação com a produção contemporânea de energia não
renovável
• Fenômenos metereológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres vivos
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• Conceito de biodiversidade e sua amplitude de relações com os seres vivos, de
categorias taxonômicas, filogenia
• Interações e sucessões ecológicas, cadeia alimentar, seres autótrofos e heterótrofos
• Teorias evolutivas
• Ciclos biogeoquímicos
AVALIAÇÃO
A avaliação é atividade essencial do processo ensinoaprendizagem dos
conteúdos científicos escolares e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/96,
deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática
realizada pelo professor é entendida como ação, movimento, provocação, na tentativa de
reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Para que tal ação tornese
significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem
utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e
excludente.
Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das
relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse modo, a
considerar o modelo ensinoaprendizagem proposto nestas diretrizes, a avaliação deverá
valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas
atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos
pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se valorize, também, o que se
chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de
diversos instrumentos de ensino e de avaliação.
Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter
significado real para o estudante e, por isso, interage “com idéias relevantes existentes na
estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p. 56). Mas, como o professor de
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Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos científicos escolares
pelo estudante ocorreu de forma significativa?
A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por meio de
problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou contextuais.
Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de
investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos
escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de
desenvolvimento potencial tornouse um nível real (VYGOTSKY, 1991b). Para isso, as
questões da prova precisam ser diversificadas e considerar outras relações além daquelas
trabalhadas em sala de aula.
Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo ensino
aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos
científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma aprendizagem
realmente significativa para sua vida.
Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do
educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o
conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses
conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as
transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e
depois do processo.
A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório,
devese respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus
aspectos, oportunizandolhe o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade,
tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses
educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada
um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como
objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito
nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo.
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Astronomia – Matéria e energia – Saúde. São Paulo: FTD, 1993.______. O corpo humano. São Paulo: Ática, 1998. 52 ed.HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São
Paulo: Instituto de Física, 1989.KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação
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OLIVEIRA, Renato José de. A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2001.
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STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989.SOARES, José Luís. Biologia. São Paulo: Scipione, 1993.
DISCIPLINA DE BIOLOGIA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA
A Educação de Jovens e Adultos EJA, no Estado do Paraná, de acordo com
suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como a
segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de
Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos,
metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta
curricular desta disciplina.
Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta,
pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia
no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual
se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um
modelo que desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas
para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico.
É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e
valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto
escolar.Rua Minas Gerais, 1233.
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Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia Ensino Médio, desta Secretaria
de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua
diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos
organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de
organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos
constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu
meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e
no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”.
Nas Diretrizes, ainda, afirmase que “ao longo da história da humanidade várias
foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos
científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os
de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível,
aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção
científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a
formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada a seu
momento histórico.”
As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o
conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões
polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais
e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente,
levandose em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a
natureza se comporta e a vida se processa. Sabese que desde o surgimento do planeta
Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o
ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por
outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três
milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciandose de todas
as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos
espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”.
Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos
articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos,
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enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas
fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que estes
sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do
respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”.
É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento
científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres
vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e
reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos
da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e
interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que
sustentam a vida.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Compreender o fenômeno da VIDA e sua complexidade de relações, na disciplina
de Biologia, significa analisar uma ciência em transformação, cujo caráter provisório permite
a reavaliação dos seus resultados e possibilita repensar, mudar conceitos e teorias
elaborados em cada momento histórico, social, político,econômico e cultural.
O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida
para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do
trabalho e com outras dimensões do meio social.
Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia Ensino Médio –
SEEDPR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo
escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizandoos para resolver problemas que
atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”.
As Diretrizes, ainda, consideram que
para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professoraluno e alunoaluno são determinantes na efetivação do processo ensinoaprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.
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Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e
fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e
ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes
metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por
exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar
determinados problemas”.
Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação
de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, ainda
na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores
possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de
ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999,
p.8),
criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.
Nessa perspectiva, destacase a importância de propiciar aos educandos, a
compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento
possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres
diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar
se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA
deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo
próprio de construção da aprendizagem, considerando
- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de
forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos;
- as experiências dos educandos no mundo do trabalho;
- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo
pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica;
- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico.
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Nesse contexto, ressaltase a importância de trabalhar a disciplina de forma
contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter
relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se
deparam no seu diaadia. Essa contextualização podese dar a partir de uma
problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para
determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é
necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode
deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina
de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e
assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir
os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da
Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa
disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e
tecnológica oriundas desse processo.
É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será
indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico
sobre a realidade trazida pelos educandos.
A busca de soluções para as problematizações constituise em referência
fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser
registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do
processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser
incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.
Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em
laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa
alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são
deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Devese considerar a possibilidade
de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou
eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e
práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e Rua Minas Gerais, 1233.
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diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo
professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),
é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não
seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002,
p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que
se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante
de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada
à realidade dos alunos.
Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que
possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem
possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado
fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia
intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear proposta
nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos
mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo.
O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a
reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do
educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a
revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e,
principalmente, pelo educador.
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CEEBJA – SANTA HELENA
O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de
educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e
aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim
de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas,
sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o
educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do
conhecimento, caracterizandoo como um exercício de aprendizagem.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO
A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da
disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamentase nas
“Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná– SEED – PR.
É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da
disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos
educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEEDPR,
os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena.
Segundo as Diretrizes,Rua Minas Gerais, 1233.
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estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimonos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.
Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino
Médio Regular, propõese ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os
aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos
conhecimentos científicos referenciados na prática.
Por serem conhecimentos fundamentais para a disciplina de Biologia, os
conteúdos básicos não podem ser suprimidos nem reduzidos, porém, ao construir a
proposta pedagógica, o professor poderá seriar/sequenciar esses conteúdos básicos de
modo a orientar o trabalho de seleção de conteúdos específicos no Plano de Trabalho
Docente, lembrando da articulação dos mesmos com os conteúdos estruturantes.
1. CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS
O trabalho pedagógico neste conteúdo estruturante deve ser permeado por uma
concepção metodológica que permita abordar a classificação dos seres vivos como uma das
tentativas de conhecer e compreender a diversidade biológica considerando, inclusive, a
história biológica da VIDA. Desse modo, fica evidente a impossibilidade de discutir a
classificação sem considerar as contribuições dos estudos sobre filogenética.
1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
• Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos;
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• Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia;
1.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Organização celular e molecular:
membrana,
citoplasma e núcleo
divisão celular
tecidos
• Os seres vivos e o Ambiente
• Saúde
2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
MECANISMOS BIOLÓGICOS
Neste conteúdo estruturante é importante que o professor considere o
aprofundamento, a especialização e o conhecimento objetivo dos mecanismos biológicos.
Para que se compreendam os sistemas vivos como fruto da interação entre seus elementos
constituintes e da interação destes com os demais componentes do meio, é importante
adotar concepções metodológicas que favoreçam o estabelecimento de relações entre os
diversos mecanismos de funcionamento e manutenção da vida.
2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
• Mecanismos de desenvolvimento embriológico
• Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos
2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Origem e evolução da vida
• Origem das espécies
• Genética
• Embriologia
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3.3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
BIODIVERSIDADE
Nestas Diretrizes, pretendese que as reflexões propostas pelo trabalho
pedagógico neste conteúdo estruturante sejam permeadas por uma concepção
metodológica que permita abordar as contribuições de Lamarck e Darwin para superar as
ideias fixistas já superadas há muito pela ciência e supostamente pela sociedade. Pretende
se a superação das concepções alternativas do aluno, com a aproximação das concepções
científicas, procurando relacionar os conceitos da genética, da evolução e da ecologia, como
forma de explicar a diversidade dos seres vivos.
3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
• Teorias evolutivas
• Transmissão das características hereditárias
3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Biomas terrestres e Aquáticos
• Ecossistemas
• Ciclos
• Biogeoquímicos
• Desequilíbrio ambiental urbano e rural
4. CONTEÚDO ESTRUTURANTE
MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Ao propor este conteúdo estruturante pretendese que o trabalho pedagógico seja
permeado por uma concepção metodológica que permita a análise sobre as implicações dos
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avanços biológicos que se valem das técnicas de manipulação do material genético para o
desenvolvimento da sociedade.
4.1 CONTEÚDOS BÁSICOS:
• Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o
ambiente
• Organismos geneticamente modificados
4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
• Ciência e saúde
• Pesquisas científicas Biológicas
• Bioética
• Biotecnologia
AVALIAÇÃO
Nestas Diretrizes, ao assumir fundamentos teóricometodológicos que garantam
uma abordagem crítica para o ensino de Biologia, propõese um trabalho pedagógico em
que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto, em construção.
Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino
aprendizagem, abandona a ideia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos impostos à
continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos
constituem importantes elementos para avaliar o processo de mediação desencadeado pelo
professor entre o conhecimento e o aluno. A ação docente também estará sujeita a
avaliação e exigirá observação e investigação visando à melhoria da qualidade do ensino.
O processo de ensinoaprendizagem está vinculado à avaliação como
instrumento reflexivo que prevê um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas
pelo professor ao longo do processo por meio de um diagnóstico contínuo e usando
instrumentos avaliativos variados, como: debates, problematização, exposição interativaRua Minas Gerais, 1233.
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dialogada, pesquisa, experimentação, trabalho em grupo, resolução das questões para
estudos e exercícios, relatórios de aulas práticas, avaliação objetiva, estudo do meio,
seminários, paines, discussões e provas. Práticas estas, amarradas nos critérios:
pensamento crítico, oralidade, desenvolvimento do processo investigativo – científico.
Concomitantemente ocorrerá a recuperação paralela, com o intuito de diminuir
possíveis casos de desnível de aprendizado, equalizando o ensinoaprendizado.
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DISCIPLINA DE FÍSICA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA
Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de
Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiamse na Fundamentação
TeóricoMetodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de
Física – Texto Preliminar Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná–
SEED – PR.
O processo ensinoaprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por
aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo
consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o
objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos
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pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência
na educação básica ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2).
Essa Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social,
econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não
pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a ciência não está
pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “... como é
penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das idéias científicas”
(PONCZEK, 2002, p. 22).
Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou
que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social
humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecêlo.
Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam
capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não
podemos deixálos alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é
importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da
Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na
humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma
percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.
Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e
entendendo que
... tecnologia referese à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) referese a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101102)
Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito
aos saberes dos educandos, o processo de ensinoaprendizagem em Física deve partir do
conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções
espontâneas a respeito de ciência.
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Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o
papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os
sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como mediador.
O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno,
significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando
o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as
novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno
e, simultaneamente, derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e
enriquecerem o conhecimento já existente.
Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias, sua
visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências diárias e
nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999), os seres
humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma
metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os estudantes já
conhecem. Esta ideia remete aos estudos das concepções espontâneas ou ideias
alternativas dos sujeitos:
(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrálas mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de idéias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)
O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros
elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele
perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um
determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas
idéias tendo em vista a concepção científica. Assim, esperase que esteja reelaborando
seus conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá
estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de utilização.
Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do
científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses
conhecimentos no contexto da comunidade científica.
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Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo para o
desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da ciência no
desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica
de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233).
Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania
para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações
da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática
social e política de classes. Estamos entendendo que a
... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)
Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a
contribuição para a formação dos sujeitos através das
... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e
Adultos, identificouse algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico da
disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir
para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a
formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência
do educando no espaço escolar e as possibilidades de estudo fora deste, para que as
estratégias metodológicas possam ser efetivadas.
Assim, é preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem
condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta,
tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador.
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Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 78)
A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é
necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos
e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem
dos educandos. (...),
não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40).
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO
Considerando a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar a
importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens
significativas aos educandos da EJA.
Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta
curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a experiência
cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como instrumentos de melhor
compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também
... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu diaadia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139140)
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Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os
essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos. Os
conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um determinado
fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material
de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de
ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar
retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).
Considerandose ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de
Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que
tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da aprendizagem dos educandos, a
proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir.
INTRODUÇÃO À FÍSICA
Campo de estudo e atuação da Física.
História da Física.
A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
MOVIMENTO
CONTEÚDOS BÁSICOS
Momentum e inércia
Conservação de quantidade de movimento (momentum)
Variação da quantidade de movimento = Impulso
2ª Lei de Newton
3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio
Energia e o Princípio da Conservação da energia
Gravitação
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Conteúdos Específicos
Movimento retilíneos.
Movimentos curvilíneos.
Mecânica (Leis de Newton).
Energia. Trabalho. Potência.
Impulso e Quantidade de movimento.
A Gravitação Universal.
A Hidrostática.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
TERMODINÂMICA
CONTEÚDOS BÁSICOS
Leis da Termodinâmica:
Lei zero da Termodinâmica
1ª Lei da Termodinâmica
2ª Lei da Termodinâmica
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Fenômenos térmicos.
O calor e a Temperatura.
O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases.
As mudanças de estado físico da matéria.
Trocas de calor. Transmissão de calor.
Comportamento térmico dos gases.
As Leis da Termodinâmica.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Eletromagnetismo
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CONTEÚDOS BÁSICOS
Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas
Força eletromagnética
Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática/Lei de Coulomb,
Lei de Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday)
A natureza da luz e suas propriedades
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade.
A Lei de Coulomb.
O campo elétrico. Potencial elétrico.
A corrente elétrica.
Geradores e circuitos elétricos.
O campo magnético.
Indução magnética.
Energia e suas transformações.
Fontes e tipos de energia.
Fenômenos ondulatórios.
Ondas mecânicas e eletromagnéticas.
Natureza ondulatória e quântica da luz.
Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz.
Lentes e instrumentos ópticos de observação.
Espelhos.
A óptica e o olho humano.
AVALIAÇÃO
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A construção da Proposta Pedagógica Curricular para a EJA, amparase nos
fundamentos teóricos metodológicos das Diretrizes Curriculares da Educação Básica.
Assim, a teoria pedagógica contemplada no plano de Trabalho Docente
embasado nas DCE é que dará suporte para qualificar a avaliação e os caminhos para
intervenção. A avaliação deve levar em conta os pressupostos da disciplina de Física para a
Educação de Jovens e Adultos.
Do ponto de vista específico, a avaliação deve prever a apropriação dos
conceitos, leis e teorias que compõem o programa de Física para o Ensino de EJA. Isso
pressupõe o acompanhamento constante do progresso do estudante quanto à compreensão
dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das idéias da Física, envolvendo
a Cientificidade dos fenômenos.
Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento tanto para
que o professor conheça o seu aluno, antes que se inicie o trabalho com os conteúdos
escolares, quanto para o desenvolvimento nas outras etapas do processo educativo.
Embora o sistema de segmento da vida escolar do estudante esteja centrado em uma nota
para sua aprovação, a avaliações será um instrumento auxiliar a serviço da aprendizagem
dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu crescimento e sua formação.
Para o professor a avaliação deve ser vista qualitativamente como um ato
educativo essencial para condução de um trabalho pedagógico inclusivo, no qual a
aprendizagem seja um direito de todos e a escola pública o espaço onde a educação
democrática deve acontecer do ponto de vista qualitativo e deve orientarse pelo
estabelecido no regimento escolar.
Quanto aos critérios de avaliação em Física, devese verificar:
• A compreensão os conceitos físicos essenciais a cada unidade de Ensino
aprendizagem planejada;
• A compreensão do conteúdo físico expresso em textos científicos;
• A compreensão de conceitos físicos presentes nos conhecimentos empíricos;
• A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis
e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os
conhecimentos da Física.
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REFERÊNCIAS
ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.1846.
ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época)
AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA, Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d.
BARROS, Henrique Lins.In: BEMDOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra.
BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: Autores Associados, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)
GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.
MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.
________. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2.
MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005.
OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didáticopedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/ou/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101107.
RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 2529/ janeiro, 1993.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.
ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45.
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ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de las Ciencias. Vol.4, nº 1, 2005.
SEEDPR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto digitalizado.
SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 2028.
PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná de Física. Curitiba: 2008.
DISCIPLINA DE QUÍMICA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA
A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o
desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A
Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias
das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),
o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.
Assim, a Química fundamentase como uma ciência que permite a evolução do
ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre
outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica,
positiva ou negativamente, o meio em que vive.
A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares
que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das
teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que
a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem
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uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.
Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo
pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.
A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve
apresentarse como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a
partir da Química como ciência.
A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)
Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e
conforme MALDANER (2000, p.196),
compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores.
Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm
trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os
educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a
memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem
significação para sua vida.
Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos
na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência,
para DELIZOICOV et.all. (2002, p.34),
a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sóciohistoricamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.
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Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA,
possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do
conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e
se posicionar criticamente.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta
pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, fazse
necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e
Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de
ensino da educação básica.
Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa
seria partir da seqüência: “fenômeno–problematização–representaçãoexplicação”
(MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,
episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184)
Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações,
regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o educando
venha a apropriarse dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consistente,
respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o
mesmo perceba a função da Química na sua vida.
Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)
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Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender
significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá significado
somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando
jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e
macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e
acadêmico.
Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de
experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude
homens e mulheres na formação de sua consciência política.”
Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química,
considerase a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve
permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será
reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor,
alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da
disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um
olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levandoo a compreensão dos mesmos de forma
consciente, dandolhe condições de discernir algo que possa ajudálo, daquilo que pode lhe
causar problemas.
Nesse sentido, ressaltase a importância de trabalhar a disciplina de forma
contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter
relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se
deparam no seu diaadia. Essa contextualização podese dar a partir de uma
problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para
determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é
necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode
deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química,
devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim,
para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização sem reduzir os
conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na Rua Minas Gerais, 1233.
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ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do
estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura
científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências históricas
têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando
numa prática pedagógica pouco significativa.
É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas
realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a
fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo conceitos
pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência.
Segundo BIZZO (2002, p.75), é
importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.
Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o
educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando
todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50),
o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.
Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre
o assunto trabalhado, estimulandoo a buscar mais dados e informações.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não
seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que
é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos prévestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos prévestibulares”, tornouse programa de ensino na maioria das escolas brasileiras.
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A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado
como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao
professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as
informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.
Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os
essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e
adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que
existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem
constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os
conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequência linear proposta nos livros
didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos,
assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo.
É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos
conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as
estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos
conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a
articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um.
Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a
problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas
são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre
os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e
com as demais relações sociais.
A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que
possam ser trabalhados, independentemente da sequência usual presente nos livros
didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como
serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá
condições de desenvolver metodologias que visem evitar a fragmentação ou a
desarticulação dos conteúdos dessa disciplina.
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No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO
O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados
essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade
Educação de Jovens e Adultos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Matéria e Sua Natureza
Biogeoquímica
Química Sintética
CONTEÚDOS BÁSICOS
LIGAÇÃO QUÍMICA
• Tabela periódica;
• Propriedade dos materiais;
• Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais;
• Solubilidade e as ligações químicas;
• Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares;
• Ligações de Hidrogênio;
• Ligação metálica (elétrons semilivres)
• Ligações sigma e pi;
• Ligações polares e apolares;
• Alotropia.
REAÇÕES QUÍMICAS
• Reações de Oxiredução
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• Reações exotérmicas e endotérmicas;
• Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas;
• Variação de entalpia;
• Calorias;
• Equações termoquímicas;
• Princípios da termodinâmica;
• Lei de Hess;
• Entropia e energia livre;
• Calorimetria;
• Tabela Periódica.
RADIOATIVIDADE
• Modelos Atômicos (Rutherford);
• Elementos químicos (radioativos);
• Tabela Periódica;
• Reações químicas;
• Velocidades das reações;
• Emissões radioativas;
• Leis da radioatividade;
• Cinética das reações químicas;
• Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear);
GASES
• Estados físicos da matéria;
• Tabela periódica;
• Propriedades dos gases (densidade/ difusão e efusão, pressão x temperatura, pressão x
volume e temperatura x volume);
• Modelo de partículas para os materiais gasosos;
• Misturas gasosas;
• Diferença entre gás e vapor;
• Leis dos gases Rua Minas Gerais, 1233.
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FUNÇÕES QUÍMICAS
• Funções Orgânicas
• Funções Inorgânicas
• Tabela Periódica
AVALIAÇÃO
A avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo
coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os
erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica
como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida
para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção
do conhecimento, caracterizandoo como um exercício de aprendizagem.
Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de
falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso.
A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61)
Ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de
avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na
concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química,
estabelecendo uma perspectiva de tornála reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e
reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso.
Logo , a avaliação deve ser de forma processual e formativa, ocorrendo de forma de
interações recíprocas, no dia a dia, no transcorrer da própria aula utilizandose várias formas
de expressão do próprio aluno, relacionando sempre teoria com prática, dependendo de
cada conteúdo trabalhado.
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REFERÊNCIAS
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000.
RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.
SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.2028.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básico Paraná de Química. Curitiba: 2008.
DISCIPLINA DE HISTÓRIA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA
A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos
e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder.
De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento histórico é
a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que
se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”.
Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua
visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida
por um grupo social. Tratase de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado.
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Hoje, por exemplo a História busca os diversos aspectos que compõem a
realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a
partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um
progresso pautado pela invenção do estadonação que precisava ser legitimado. Nesse
contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função legitimar a identidade
nacional.
Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo
eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos cursos
universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço
ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem
recente.
A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos:
econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber como
sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade,
movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas.
O homem/mulher como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês,
dos problemas, das ideias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da
sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus
deveres.
Na Educação de Jovens e Adultos devese levar em consideração o fato de que
os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como
finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A
diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada
a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Podese recorrer às diferenças para
estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar
trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças.
É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja
dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em constante
transformação. Nesse sentido, podese tomar sempre como ponto de partida e de chegada
o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar
que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não
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significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não
se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o
interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as
especificidades de cada contexto histórico.
É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um
conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne
possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que
possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda
está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica
dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história.
Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias,
capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História é
uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações são
de suma importância para uma participação consciente na transformação da sociedade e
do mundo em que vivem.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a
aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o
educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu
mundo.
No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura escolar é
fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam
diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de discussões
teóricometodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo
ensinoaprendizagem, pretendese contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão
nas ações pedagógicas.
Para isso, propõemse a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no
ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo,
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dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade
imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretendese com isso priorizar
uma prática pautada na associação ensinopesquisa e no uso de diferentes fontes e
linguagens.
Nessa perspectiva, exigese uma abordagem problematizadora dos conteúdos de
História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar
condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões através dos conteúdos
socialmente significativos relacionados ao contexto político e social, reconhecendo a
pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos.
Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social,
distinguindose da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos
educandos, impondolhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987).
É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a
escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensinoaprendizagem
e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades,
objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral.
Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura,
optouse por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o
documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do Paraná. Esses eixos
estabelecem relações entre si e articulamse às temáticas que por sua vez articulamse aos
conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa concepção, referese ao tempo
histórico.
Os conteúdos selecionados, foram organizados em quatro temas plurais no
Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e
Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade Cultural;
Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania . É importante
que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de aprendizagem, que
respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos
construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o
ambiente cultural e a identidade do grupo.
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No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do
conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma
isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no
espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica
local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos
educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do
contexto histórico.
Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para
demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão
crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para
que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o
ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação.
É essencial no processo ensinoaprendizagem que a teoria esteja em sintonia
com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria
realidade.
Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e
escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e
interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que
valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a
sua leitura de mundo percebendose como sujeito da História na busca da autonomia e da
cidadania.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Ensino Fundamental e Ensino Médio
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Relações de trabalho
Relações de poder Rua Minas Gerais, 1233.
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Relações culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
Ensino Fundamental
A EXPERIÊNCIA HUMANA NO TEMPO
Tempo e memória
As periodizações e as diversas temporalidades
Fontes e documentos históricos
Narrativas históricas no tempo: oral e escrita
OS SUJEITOS E SUA RELAÇÃO COM O OUTRO NO TEMPO
O surgimento da humanidade na África
Cultura indígena, africana e dos imigrantes europeus e asiáticos
Crianças, jovens e idosos no Brasil e no mundo
Sociedade s: comunitária, matriarcal, patriarcal
CULTURA LOCAL E CULTURA COMUM
Mitos, lendas e cultura popular
Festas e religiosidade
A constituição do pensamento científico: Antiguidade clássica e transição da Idade Média
para Moderna
Remanescentes dos Quilombos
HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DA HUMANIDADE COM O TRABALHO O TRABALHO E A
VIDA EM SOCIEDADE.
Trabalho nas sociedades: indígenas, patriarcal, escravocrata
Mocambos e Quilombos: resistência na colônia
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História do trabalho nas primeiras sociedades humanas
Trabalho e vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita
O trabalho assalariado
Trabalho feminino
O TRABALHO E AS CONTRADIÇÕES DA MODERNIDADE
O trabalho na antiguidade clássica
As três ordens no imaginário feudal
Desvalorização do trabalho no Brasil Colônia el Imperial
Busca pela cidadania no Brasil Império
As três ordens no imaginário feudal
As corporações de ofício
O nascimento das fábricas e a vida cultural em seu entorno
OS TRABALHADORES E AS CONQUISTAS DE DIREITO RESISTÊNCIA E CONQUISTA
DOS DIREITOS
Discriminação
Consciência negra e a luta dos escravos contra os senhores
Congadas como forma de resistência
Declaração dos direitos do homem e do cidadão
Ludismo
Os primeiros sindicatos
Movimento sufragista
A FORMAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES
Cacicado e os jesuítas no Brasil
Irmandades católicas e as religiões afrodescendentes
O surgimento das prisões, hospitais bancos e universidades
Ordens religiosas
Guildas e corporações de ofício
O surgimento das empresas transnacionais Rua Minas Gerais, 1233.
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A FORMAÇÃO DO ESTADO
Monarquia
República: aristocracia, ditadura, democracia
Quilombos
Formação do estado Nação brasileiro
Constituições brasileiras
Os três poderes
A constituição do MERCOSUL
A formação dos reinos africanos
Monarquia e nobreza medieval
O estado absolutista europeu
O imperialismo no séc. XX
Formação dos blocos econômicos
SUJEITOS, GUERRAS E REVOLUÇÕES
Revoltas indígenas e quilombolas
Revoltas no Brasil Colônia e Império
Movimentos: abolicionista, anarquista, tenentista, comunista.
Movimento de redemocratização
Revoltas na antiguidade clássica
Heresias na Idade Média mulheres
Revoltas religiosas
Revoluções socialistas
AS RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
Terras coletivas (indígenas e outros), latifúndio, minifúndio
Reforma agrária no Brasil
Sociedades oligárquicas e latifundiárias no Brasil e no Paraná
RELAÇÕES CAMPO CIDADERua Minas Gerais, 1233.
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As cidades: mineradoras, do tropeirismo, da ervamate
Os cercamentos
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS
1. RELAÇÕES DE TRABALHO
1. Conceito de trabalho
2. Trabalho compulsório e livre: escravo, servil, assalariado
3. O trabalho nas mais diferentes sociedades
4. Transição do trabalho escravo e a construção do trabalho livre e assalariado
5. O trabalho nas sociedades contemporâneas
2. URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO
• O conceito de cidade
• As cidades ontem e hoje
• Urbanização e industrialização no Brasil
• Urbanização e industrialização no séc. XIX
• Urbanização e industrialização nas sociedades contemporâneas
• Industrialização e urbanização no Paraná
• O Paraná no contexto do capitalismo
3 ESTADO E AS RELAÇÕES DE PODER
1. Conceito de poder e de estado
2. Formas de estado e suas doutrinas: capitalismo, socialismo, liberalismo,
neoliberalismo, Estado de Bem estar social
3. Emancipação do Paraná
4. Populismo e ditaduras na América latina
4. MOVIMENTOS SOCIAIS
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Conceitos: revolução, classe social e gênero
• As lutas femininas
• Lutas da plebe na Roma antiga
• Resistências camponesas na Idade Média
• As lutas dos escravos e indígenas no Brasil
• Movimentos de resistências no Paraná: Contestado, Sem Terra
• Movimentos contemporâneos no Brasil
• Estados africanos e guerras étnicas
5. CULTURA E RESISTÊNCIA
• Religiosidade: africanos, americanos, asiáticos, europeus; xamanismo, totemismo,
animismo (procurar)
Grandes religiões: judaísmo, cristianismo, islamismo, confucionismo, budismo.
• Teocentrismo e antropocentrismo
• Reforma e contra reforma
• Cultura africana e indígena
• Manifestações populares: congada, cavalhada, fandango, folia de reis.
AVALIAÇÃO
De acordo com os pressupostos a avaliação será vista na sua totalidade, para
tanto diferenciando critérios de instrumentos. Os primeiros implicam em se ter clareza
daquilo que se pretende. Portanto os critérios serão: conhecimento do código e linguagem
formal para realização de leitura, interpretação e compreensão dos textos e narrativas em
geral e igualmente para produzir suas próprias narrativas e nestas os alunos necessitam
evidenciar a compreensão e apropriação de conceitos chaves essenciais na disciplina de
história.
Outro aspecto são os instrumentos: provas formais, pesquisas bibliográficas,
produções narrativas escritas ou orais com base em leitura, compreensão e interpretação,
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participação efetiva em sala de aula em seminários e debates, o que significa leitura em
classe e extraclasse. O pressuposto da participação efetiva requer pontualidade e
assiduidade para que se processe a efetivação da avaliação processual e contínua.
REFERÊNCIAS
VÁRIOS AUTORES. HISTÓRIA. Curitiba: SEEDPR, 2008.
FIGUEIRA, Divalte Garcia. HISTÓRIA. 1º ED. São Paulo: Ática, 2005.
GOMES JUNIOR, J. SILVA, G. L. COSTA, P. A. B. (orgs). Curitiba:UFPR/PROEC, 2008.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.
Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de História. Curitiba: 2008.
BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: EuropaAmérica, 1997.
CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986.
DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff,
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987.
KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.
SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984.
SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992.
DISCIPLINA DE GEOGRAFIA
CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA
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Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no
espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses
refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia.
Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas
questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?
Para responder a essas questões, fazse necessário esclarecer que a Geografia
como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível teórico
quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas
concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e
enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram obrigados a memorizar listas intermináveis
de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia.
Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente
do quadro natural estruturase em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos.
Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes.
Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que
se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da
superfície terrestre); o clima (calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a
vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das
espécies vegetais pela superfície terrestre).
Os aspectos humanos referemse ao homem “inserido” no quadro natural, como
se a paisagem tivesse sido moldada para recebêlo e fornecerlhe suas “dádivas”, ou seja,
seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo.
Por fim, na parte econômica buscase explicar como o homem explora e
transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem:
extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a
circulação no território.
Observase que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolvese por meio de
blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente,
nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é
estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, fazse uma descrição sem
correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil,
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“a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas
manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um
passado já superado”.
Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento
geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino
de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial.
A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável,
solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de ações, não
considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos
(1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao educando desenvolver
um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua
dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o indivíduo crítico implica
estimular o aluno questionador, dandolhe não uma explicação pronta do mundo, mas
elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão
democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença,
considerando a pluralidade de visões como um valor em si”.
Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o
espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto
das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive
se em um mundo de indefinição entre o real e o que imaginase dele”. E, em conformidade
com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico,
que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua
atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo
integrado, um espaço real”.
Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos
educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua
complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das
relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS
(2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento
dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de
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momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não
porque o homem o habita, mas porque o produz”.
Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento
geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.
Tornase urgente, assim, romper com a compartimentalização do conhecimento
geográfico. Neste sentido, fazse necessário considerar o espaço geográfico a partir de
vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações
humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de
alcance planetário, não desprezando a base local e regional.
Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e histórico
que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de
geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude,
nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais
articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos
mediante várias explicações”.
O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as
contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens e
mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar
possível ao educando perceberse como parte integrante da sociedade, do espaço e da
natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está inserido,
descobrindose nela e percebendose na sua totalidade, onde revelamse as desigualdades
e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um
cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações socioespaciais,
reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Percebese que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem
sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas
prédeterminadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática
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tem se mostrado insuficiente para que se concretize a construção do conhecimento
geográfico. Portanto, fazse necessário repensar a metodologia para que, de fato, se
assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe.
É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao
mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas
omissões.
É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos
de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, p.61): “não há educação
fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante a
valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de
suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros
saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários.
A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os
conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar e
oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o
desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido.
Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a
abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao
tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão
postas, buscar explicações e relações e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema
“Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar:
1 Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade?
2 Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?
3 Qual a sua importância para o município, estado, país?
4 Qual sua importância para a população?
5 Por que ela se instalou nessa região?
6 Como é seu processo produtivo?
7 Quais impactos vêm causando no ambiente?
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Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é
necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade.
A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o
educando seja ouvido, o que significa envolvelo na construção do conhecimento.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA
Ensino Fundamental e Médio
Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o
Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos níveis de ensino a
partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos.
Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional,
nacional e mundial.
Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode
ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial devem ser
apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompôlo,
sobretudo para facilitar a compreensão do educando.
ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
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Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfica
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Conteúdos Básicos:
• Formação e transformação das paisagens naturais e culturais
• Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção
• A formação, localização e exploração dos recursos naturais.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a
(re)organização do espaço geográfico.
• As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural
• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico
• Formação território brasileira
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro.
• As diversas regionalizações do espaço brasileiro
• A mobilidade populacional e as manifestação socioespaciais da diversidade cultural
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e indicadores
estatísticos.
• Movimentos migratórios e suas motivações
• O espaço rural e a modernização da agricultura
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• Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.
• O formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço
geográfico
• A circulação de mão de obra, das mercadorias e das informações.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do
continente americano
• A circulação de mãodeobra, do capital, das mercadorias e informações
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço
geográfico
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista
• O espaço rural e a modernização da agricultura
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores
estatísticos
• A formação, o localização, exploração dos recursos naturais
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado
• A revolução tecnicocientíficoinformacional e os novos arranjos no espaço da
produção
• O comércio mundial e as implicações socioespaciais.
• A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração territórios.
• A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores
estatísticos
• A mobilidade populacional e as manifestações sociespaciais da diversidade cultural
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• Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.
• A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico
• A formação, localização, exploração dos recursos naturais;
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração
e produção
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração
territorial.
ENSINO MÉDIO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
Dimensão econômica do espaço geográfico
Dimensão política do espaço geográfica
Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Conteúdos Básicos:
• A formação e transformação das paisagens.
• A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
produção.
• A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a
(re)organização do espaço geográfico
• A formação, localização e exploração dos recursos naturais.
• A revolução técnicocientíficainformacional e os novos arranjos no espaço da
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produção;
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração
territorial.
• A circulação de mãodeobra, do capital, das mercadorias e das informações
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
• A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente.
• Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço.
• A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos.
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
• A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
• O comércio e as implicações socioespaciais.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
AVALIAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) determina que a
avaliação do processo de ensinoaprendizagem seja formativa, diagnóstica e processual.
Respeitando o prenúncio da lei, cada escola da rede estadual de ensino, ao construir seu
Projeto Político Pedagógico, deve explicitar detalhadamente a concepção de avaliação que
orientará a prática dos professores. Rua Minas Gerais, 1233.
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Propõese, nestas Diretrizes, que a avaliação deve tanto acompanhar a
aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Para isso, deve se
constituir numa contínua ação reflexiva sobre o fazer pedagógico. Nessa perspectiva,
Nessa concepção de avaliação, considerase que os alunos têm diferentes ritmos
de aprendizagem, identificamse dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a
todo o tempo. O professor pode, então, procurar caminhos para que todos os alunos
aprendam e participem das aulas.
Assim, recomendase que a avaliação em Geografia seja mais do que a definição
de uma nota ou um conceito. Desse modo, as atividades desenvolvidas ao longo do
desenvolvimento das aulas devem possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e
posicionamento crítico frente aos diferentes contextos sociais.
O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e atitude
do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/ aprendizagem,
quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos
alunos. Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da
aprendizagem, rompese a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava tão
somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993).
O processo de aprendizagem discutido por Vygotsky é condicionado pelo conflito/
confronto entre as idéias, os valores, os posicionamentos políticos, a formação conceitual
prévia dos alunos e as concepções científicas sobre tais elementos. Esse método
pedagógico dialético possibilita a (re)construção do conhecimento, em que o processo de
aprendizagem atinge, ao longo da escolarização, diferentes graus de complexidade de
acordo com o desenvolvimento cognitivo dos alunos (CAVALCANTI, 2005).
Nessa concepção de avaliação, considerase que os alunos têm diferentes ritmos
de aprendizagem, identificamse dificuldades e isso possibilita a intervenção pedagógica a
todo o tempo. O professor pode, então, procurar caminhos para que todos os alunos
aprendam e participem das aulas.
Assim, recomendase que a avaliação em Geografia seja mais do que a definição
de uma nota ou um conceito. Desse modo, as atividades desenvolvidas ao longo do ano
letivo devem possibilitar ao aluno a apropriação dos conteúdos e posicionamento crítico
frente aos diferentes contextos sociais.
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O processo de avaliação deve considerar, na mudança de pensamento e atitude
do aluno, alguns elementos que demonstram o êxito do processo de ensino/ aprendizagem,
quais sejam: a aprendizagem, a compreensão, o questionamento e a participação dos
alunos. Ao destacar tais elementos como parâmetros de qualidade do ensino e da
aprendizagem, rompese a concepção pedagógica da escola tradicional que destacava tão
somente a memorização, a obediência e a passividade (HOFFMANN, 1993).
O processo de aprendizagem discutido por Vygotsky é condicionado pelo
conflito/confronto entre as idéias, os valores, os posicionamentos políticos, a formação
conceitual prévia dos alunos e as concepções científicas sobre tais elementos. Esse método
pedagógico dialético possibilita a (re)construção do conhecimento, em que o processo de
aprendizagem atinge, ao longo da escolarização, diferentes graus de complexidade de
acordo com o desenvolvimento cognitivo dos alunos (CAVALCANTI, 2005).
A prática docente, sob os fundamentos teóricometodológicos discutidos nestas
Diretrizes Curriculares, contribui para a formação de um aluno crítico, que atua em seu meio
natural e cultural e, portanto, é capaz de aceitar, rejeitar ou mesmo transformar esse meio. É
esse resultado que se espera constatar no processo de avaliação do ensino de Geografia.
Para isso, destacamse como os principais critérios de avaliação em Geografia a
formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das relações socioespaciais
para compreensão e intervenção na realidade. O professor deve observar se os alunos
formaram os conceitos geográficos e assimilaram as relações Espaço Temporais e↔
Sociedade Natureza para compreender o espaço nas diversas escalas geográficas. ↔
No entanto, ao assumir a concepção de avaliação formativa, é importante que o
professor tenha registrado, de maneira organizada e precisa, todos os momentos do
processo de ensinoaprendizagem, bem como as dificuldades e os avanços obtidos pelos
alunos, de modo que esses registros tanto explicitem o caráter processual e continuado da
avaliação quanto atenda às exigências burocráticas do sistema de notas.
Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de avaliação.
Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode usar técnicas e
instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como:
• interpretação e produção de textos de Geografia;
• interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
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• pesquisas bibliográficas;
• relatórios de aulas de campo;
• apresentação e discussão de temas em seminários;
• construção, representação e análise do espaço através de maquetes, entre
outros.
A avaliação é parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto acompanhar a
aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Ela permite a melhoria do
processo pedagógico somente quando se constitui numa ação reflexiva sobre o fazer
pedagógico. Não deve ser somente a avaliação do aprendizado do aluno, mas também uma
reflexão das metodologias do professor, da seleção dos conteúdos, dos objetivos
estabelecidos e podem ser um referencial para o redimensionamento do trabalho
pedagógico.
Nestas Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica, valorizase
a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a realidade sócio
espacial em que vive, sob a perspectiva de transformála, onde quer que esteja.
REFERÊNCIAS
CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999.
CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993.MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981.Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro:
Record, 2001.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – Geografia. Curitiba: 2008. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986.RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987.
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SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
CONCEPÇÃO DO ENSINO
Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a busca
da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para
sua consolidação como ciência.
O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças
na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicações
para os fenômenos sociais com os quais conviviam.
As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas
experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da razão como
formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram
transformadas neste processo.
O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de
trabalho, traz em seu bojo questões econômicas/culturais que precisam de respostas.
Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através
da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e
posicionamentos políticos.
Com Augusto Comte (17981857) surge o termo Sociologia, este autor buscará
criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência
deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao
progresso.
Émile Durkheim (18581917) irá utilizarse de conceitos de Comte na elaboração
e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para
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Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só faz
sentido se :” compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente
de manifestações individuais, exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a partir
de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade,
na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade
sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal
cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste
processo.
Em Max Weber(18641920) a orientação vai num outro sentido, para ele o
indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai
buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações individuais. Para ele
“compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos
sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns
com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.
(SEED, 2006, p.22).
A sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade,
rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(...) prover os sujeitos de
conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições
– conduta de vida e conhecimento especializados – necessárias para realizar suas funções
de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22).
Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818
1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas
reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a
sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os
mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das
sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral que a
história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais. (SEED, 2006, p.21).
Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de
classe, pode oprimir ou emancipar o homem.
Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a
principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos
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de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que
resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade, possibilitando
aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam.
É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação
de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação
humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na
medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da
sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
No ensino da Sociologia propõese que sejam redimensionados aspectos da
realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais.
É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens
e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado,
um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os
conteúdos específicos deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão
sóciohistórica, vinculado ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre
outras coisas.
Neste sentido, destacamse os conteúdos específicos da disciplina não precisam
ser trabalhados, necessariamente, de forma sequencial, do primeiro ao último conteúdo
listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já
que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de
uma “amarração” com os demais.
Sugerese, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida
contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas principais
teorias na análise/compreensão da realidade.
No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos
metodológicos, instrumentos estes, que devem adequarse aos objetivos pretendidos, seja a
exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos
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(teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição
de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a
relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos
saberes.
Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação,
descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa
primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas
e contextualizadas, de modo a desconstruir prénoções e preconceitos que quase sempre
dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas á
transformação social.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a especificidade
da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
1Conteúdo estruturante:
O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas.
Conteúdos básicos:
Modernidade (Renascimento; Reforma Protestante; Iluminismo; Revolução Francesa e
Revolução Industrial).
Desenvolvimento das Ciências;
Senso comum e Conhecimento científico;
Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx;
Produção Sociológica Brasileira.
2Conteúdo estruturante:
O processo de socialização e as instituições sociais.
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Conteúdos básicos:
Instituições familiares;
Instituições escolares;
Instituições religiosas;
Instituições políticas, dentre outras.
3Conteúdo estruturante:
Cultura e Indústria Cultural.
Conteúdos básicos:
Conceitos antropológicos de cultura;
Diversidade cultural;
Relativismo;
Etnocentrismo;
Identidade;
Sociedade de consumo;
Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular;
Questões de gênero e outras minorias.
4Conteúdo Estruturante:
Trabalho, produção e classes sociais;
Conteúdos básicos:
Salário e lucro;
Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural;
Subemprego e informalidade;
Terceirização;
Voluntariado e cooperativismo;
Empreendedorismo;
Agronegócios; Rua Minas Gerais, 1233.
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Empregabilidade e produtividade;
Capital humano;
Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho;
Economia solidária;
Flexibilização;
Neoliberalismo;
Reforma agrária;
Reforma sindical;
Toyotismo, Fordismo;
Estatização e privatização;
Parcerias públicoprivadas;
Relações de mercado, entre muitos outros.
5 – Conteúdo estruturante:
Poder, política e ideologia
Conteúdos básicos:
Estado Moderno;
Tipos de Estados;
Conceito de poder;
Conceito de dominação;
Conceito de Política;
Conceito de ideologia.
6Conteúdo Estruturante:
Direitos, cidadania e movimentos sociais.
Conteúdos básicos:
Conceito moderno de direito; Rua Minas Gerais, 1233.
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Conceito de movimento social;
Cidadania;
Movimentos sociais urbanos;
Movimentos sociais rurais;
Movimentos sociais conservadores.
AVALIAÇÃO
A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um
processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos utilizados
nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados no
desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva
marcada pela autonomia do educando.
Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias
práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que
acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade
de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser
as formas, desde que se tenha como perspectiva, ao selecionálas, a clareza dos objetivos
que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos
pelo educando.
REFERÊNCIAS
ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo:
Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de Sociologia:pequena introdução ao estudo da Sociologia
geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990.
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BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981.
COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. GIDDENS, A Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN, M. G. (Org.) Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos
atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede pública de
Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008. _______. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ.
Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2008.
WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979.
DISCIPLINA DE FIILOSOFIA
CONCEPÇÃO DO ENSINO
Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de
Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia
para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidades desta modalidade de
ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência
vivida fora do processo de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo.
As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de
Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar.
Ensinase Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível
ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do
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filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do
mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A
Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia
leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem
filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação
dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184).
Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste
modo, entendese que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e
do filosofar. A Filosofia apresentase como conteúdo filosófico e também como um
conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio
de pensamento.
As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe
que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar
como atividades indissociáveis que dão vida a aula.
Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome
esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.
Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação
de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é
dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição
(DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).
Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de
experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca,
da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos.
Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com
significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e analisados com
auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios para que o
educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, ressignificar e criar
conceitos.
Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos
filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade
filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa
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perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única preocupação da aula de
Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser
tratado com os educandos.
O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA, a
experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em
cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo
problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe
pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.
O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na
relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções nos textos
filosóficos por meio do diálogo investigativo.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia
constituise em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a
criação de conceitos.
Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um
filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma
música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador,
com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e
o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização.
Após a sensibilização, iniciase o trabalho propriamente filosófico – a
problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a
sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado.
A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando
levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë importante
ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto,
filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala.
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Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o
problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a
partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em
sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defrontase
com as diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções que já
foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a
discussão.
A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a
vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também
com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a
sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas atuais, estudados a partir da
história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras
ciências, e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus
conceitos e construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os
filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser
trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e
como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa
sociedade. Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito
nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a
possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos um pensar
coerente e crítico.
É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais
e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e
investigativo ao ato de filosofar. No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História
e cultura afrobrasileira, africana e indígena, serão trabalhados conteúdos de acordo com a
especificidade da disciplina, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa
sociedade.
As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do
Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização do
ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz
curricular.
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Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que,
desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao
educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética;
Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE1. MITO E FILOSOFIA
O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria
explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou
seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto
pensamento por conceitos são constituintes do processo de formação do conhecimento
filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem
desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a
conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma
etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as
concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean
Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet.
1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
1.1.1 O nascimento da Filosofia;
1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega;
1.1.3 O mito a origem de todas as coisas;
1.1.4 Mito e razão filosófica;
1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico;
1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;
1.1.7 Ciência e senso comum.
1.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1.2.1 Atitude Filosófica
1.2.2 Contextualização da Grécia anterior à Filosofia
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1.2.3 Os mitos como forma de explicação do mundo
1.2.4 Os mitos gregos e os mitos nos dias de hoje
1.2.5 Enfraquecimento dos mitos e surgimento da Filosofia
1.2.6 Afinal, o que é Filosofia?
1.2.7 Para que serve a Filosofia?
1.2.8 Senso comum e senso crítico
1.2.9 Relação entre Mito e Filosofia
1.2.10 Filosofia e Cotidiano
1.2.11 Os primeiros filósofos da Grécia Antiga: Safo de Lesbos, Aspásia de Mileto,
Hiparquia, Hipácia
1.2.12 A história de vida de Sócrates
1.2.13 “Alegoria da Caverna” de Platão
2. CONTEÚDO ESTRUTURANTE
TEORIA DO CONHECIMENTO
Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e
a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber
fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar
problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre
os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles,
Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell.
2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
2.1.1 O problema do conhecimento;
2.1.2 Fundamentos do conhecimento;
2.1.3 Filosofia e método;
2.1.4 Racionalismo;
2.1.5 Empirismo;
2.1.6 Ceticismo;
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2.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
2.2.1 O conhecimento
2.2.2 Realidade e aparência
2.2.3 Formação do conhecimento e suas fontes
2.2.4 Platão e Protágoras: relativismo e racionalismo
2.2.5 As críticas de Aristóteles a Platão
2.2.6 Racionalismo cartesiano
2.2.7 Hume e a experiência no processo do conhecimento
2.2.8 Kant e a crítica da razão
3. CONTEÚDO ESTRUTURANTE
ÉTICA
Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações
intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos grandes problemas
enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra
grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos.
A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos valores, virtude, felicidade,
liberdade, consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia,
niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles,
Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca.
3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
3.1.1 Ética e moral;
3.1.2 Concepções éticas;
3.1.3 O que é liberdade?;
3.1.4 Liberdade e autonomia;
3.1.5 Liberdade e determinismo;
3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;
3.1.7 Autoridade e autoritarismo;
3.1.8 Responsabilidade e liberdade; Rua Minas Gerais, 1233.
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3.1.9 Questões de gênero;
3.1.10 Diversidade e sociedade.
3.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
3.2.1 Diferença entre Ética e Moral
3.2.2 A Ética em Aristóteles
3.2.3 A felicidade e o “saber viver” aristotélico
3.2.4 A Ética em Sartre
3.2.5 Jean Paul Sartre e a liberdade
3.2.6 Cultura afrodescendentes, africanas e indígenas
3.2.7 movimento feminino
4. CONTEÚDO ESTRUTURANTE
FILOSOFIA POLÍTICA
Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e
legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupase na investigação sobre a necessidade
humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da
existência de um poder externo e coercitivo. Problematiza conceitos como o de cidadania,
democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e
cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S.
Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.
4.1. CONTEÚDOS BÁSICOS
4.1.1 O preconceito contra política;
4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política;
4.1.3 Nascimento da democracia;
4.1.4 Ética e Política;
4.1.5 Concepção liberal e Política;
4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo.
4.1.7 Relações entre comunidade e poder
4.1.8 Liberdade e igualdade políticaRua Minas Gerais, 1233.
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4.1.9 Política e Ideologia
4.1.10 Esfera pública e privada
4.1.11 Cidadania formal e/ou participativa
4.2 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
4.2.1 Introdução à Filosofia Política
4.2.2 Relação entre Ética e Política
4.2.3 Qual é a importância do envolvimento político?
4.2.4 Preconceito contra a política e a política de fato
4.2.5 O surgimento da Democracia
4.2.6 Democracia Direta e Indireta
4.2.7 O que são formas de Governo?
4.2.8 Política na Grécia: o ideal político ateniense
4.2.9 Teoria Política de Aristóteles
4.2.10 O Contrato Social
4.2.11 O Estado: Poder e Violência
4.2.12 Marx e a crítica à sociedade burguesa e capitalista
4.2.13 Desigualdade social e violência no Brasil
4.2.14 Alienação e emancipação humana
4.2.15 Política na escola: Grêmio Estudantil, APMF, CE, etc
4.2.16 Políticas afirmativas: sistema de cotas, financiamento estudantil, etc.
5. CONTEÚDO ESTRUTURANTE
ESTÉTICA
Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do
mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e
consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a
beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de
dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriarse do mundo
enquanto realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções
sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Rua Minas Gerais, 1233.
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Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant,
Benjamim, Adorno Rancière, MerleauPonty, Husserl, Paul Valéry.
5.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
5.1.1 Pensar a beleza;
5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;
5.1.3 Concepções de estética;
5.1.4 Concepções de Arte;
5.1.5 Arte como conhecimento;
5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;
5.1.7 Arte e Política;
5.1.8 Crítica do gosto;
5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;
5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.
6. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas
ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com planos
epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são
frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da
pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendêlas. Filósofos sugeridos: Bachelard,
Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer.
6.1 CONTEÚDOS BÁSICOS
6.1.1 O que é Ciência;
6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;
6.1.3 As consequências sociais e políticas da ciência;
6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;
6.1.5 Tendências da Bioética;
6.1.6 Bioética e Aborto; Rua Minas Gerais, 1233.
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6.1.7 Bioética e experiência Genética.
AVALIAÇÃO
Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade
que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão
com o outro, como construção de conceitos essa disciplina encontra seu sentido na
experiência do pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse conhecimento
inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda,
avaliar ou medir.
A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem
finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da
ação no processo de ensinoaprendizagem, pela qualidade com que educadores,educandos
e a própria instituição de ensino o constroem coletivamente. Apesar de sua inequívoca
importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação não resumirseá a perceber
quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos
problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.
O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta
Langón (2003, p. 94): Ora, pareceme que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar
ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazêlo responsável. Nisto reside a
fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que
implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe
escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira,
isto não é um querer fácil.
Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando,
mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a capacidade de
argumentar e de identificar os limites dessas posições.
O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de
construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e
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discursos. Assim, tornase relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e
criar conceitos sob os seguintes pressupostos:
• Qual conceito trabalhou e criou/recriou;
• Qual discurso tinha antes;
• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.
A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o
educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, tornase possível
entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si
mesma.
REFERÊNCIA
ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004.
BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
CHAUI, M. O retorno do teológicopolítico. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans).
GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio:
análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002.
LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003.
LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992.
KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002.
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994.
______. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares para Educação Básica de Filosofia no Paraná. Cuririba: 2008.
RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus,
2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia:
teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
CONCEPÇÃO DO ENSINO
“Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento profético, que é também utópico, implica a denúncia de como estamos vivendo e o anúncio de como poderíamos viver.” “É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que as distintas maneiras de por em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa participação e expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997).
Considerandose as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de
Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à
cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, a disciplina de Ensino Religioso
está pautada no entendimento do conhecimento constituído sobre as diversas tradições e
organizações religiosas, o qual deve dimensionar o respeito na interrelação entre as
diferentes manifestações e crenças religiosas.
Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, se pautou na necessidade de
superação de uma situação historicamente constituída, que se perfazia no ensino do
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catolicismo, o qual expressava a proximidade desde o Império com a Igreja Católica.
Depois, com o advento da República, a nova constituição separou o Estado da Igreja e o
ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de religião foi mantida nos
currículos escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro.
Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas quais
o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente cristã no
processo de definição dos preceitos legais. Em consequência, desde a época do Império, a
doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de Ensino Religioso.
Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às
práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola. Os debates
em torno da sua permanência como disciplina escolar têm sido intensos e a busca de
explicações que justificam as novas configurações da disciplina não se restringem ao
contexto brasileiro.
Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de um
novo enfoque para o Ensino Religioso:
. o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não confessional, laico e
que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa;
. o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento,
devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da educação e
da comunicação;
. o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda
reviravolta nas concepções, em especial no séc. XIX, que atinge seu ápice na célebre
expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (18441900): “Deus está morto”,
metáfora do autor para dizer que sociedade não é capaz de crer numa ordenação cósmica
transcendente e imanente. Isto conduz a uma repulsa aos valores absolutos e também ao
questionamento em qualquer valor ditado por uma ordem superior, visto que o homem é um
ser pensante, logo criador. Para Nietzsche, esta posição subjetiva leva a sociedade ao
niilismo, à decadência moralreligiosa vinculada à manutenção de um local reservado ao
princípio transcendente e imanente, o qual vem sendo destruído pela sociedade. Mesmo
que aparentemente contraditório ao que se interpõem nos dias de hoje – uma sociedade
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racional e tecnologicamente equipada, há uma necessidade social de retorno à busca de
explicações no sagrado.
Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, já que as limitações da
racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já apontados e
estudados por autores como o filósofo alemão Edmund Husserl (18591938), com a obra A
Crise das Ciências Europeias, e o filósofo austríaco Ludwig Joham Wittgenstein (1889
1951) com seus escritos a respeito do entendimento da linguagem que circunda o homem e
o mundo. Foram críticas sobre a redutibilidade dos saberes do mundo à linguagem científica
e a sua pretensa superioridade em relação às demais formas de conhecimento e expressão.
Assim, fazse necessário superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da
realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da
sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a disciplina de Ensino
Religioso e para toda a escola.
Desta forma, o processo de ensino e de aprendizagem proposto para este
documento, visa à construção e produção do conhecimento que se caracteriza pela
promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do confronto
de ideias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de conteúdos
formalizados. Opõese a um modelo educacional que centra o ensino tãosomente na
transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as possibilidades de participação do
educando e não respeita a diversidade religiosa.
Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do Ensino
Religioso, expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo
de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que exigem a
compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito religioso entre os
países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no
presente, a sociedade esteve consciente da unidade do destino do homem em todo o
planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade.
Nesse contexto, está a escola e nela o currículo do Ensino Religioso,
historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese e que
permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão.
Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, podese destacar:
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a necessária superação das tradicionais aulas de religião;
a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas,
dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos;
as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas
as diversas formas de religiosidade.
Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status de
disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos escolares, da
produção de referenciais didáticopedagógicos e científicos, bem como da formação dos
educadores.
No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar, ainda
persistem dúvidas quanto aos conteúdos a serem tratados na escola; portanto, vale
destacar que para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crença.
No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser
tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que
delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são abordadas para ampliar a
compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente
e, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais.
Dessa forma, reafirmase o compromisso da escola com o conhecimento, sem
excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional.
Em outras palavras, podese dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé,
para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o
ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da
identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de
humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na escola pública não pode ser
concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as Igrejas
(COSTELLA, 2004, pp. 97107).
Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso,
esta Proposta Curricular tem como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos
conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas
aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano e faz
parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Assim, o currículo dessa
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disciplina propõese a subsidiar os educandos, por meio dos conteúdos, à compreensão,
comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação
dos seus múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na
compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre
inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado.
Por fim, destacase que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas
manifestações são significativos para todos os educandos no processo de escolarização,
por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces da cultura e da
constituição da vida em sociedade.
OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO
O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o sagrado, o qual é
interpretado dentro das Diretrizes Curriculares como foco do fenômeno religioso por
contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta concepção favorece
uma abordagem ampla de conteúdos específicos da disciplina. Tais conteúdos privilegiam o
estudo das diferentes manifestações do sagrado e possibilitam sua análise e compreensão
como o cerne da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes
grupos sociais.
As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura, ou seja, sua
apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As religiões se
apresentam como modalidades do sagrado que se revelam em processos históricos e em
espaços marcados por representações da necessidade humana de se convergir em uma
unidade sociocultural.
Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de mundo
e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano. Por isso, o
sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a permitir uma análise mais
complexa de sua presença nas diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem
ser assim estabelecidas:
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• Paisagem Religiosa: referese à materialidade fenomênica do sagrado,
apreendida por meio dos sentidos. É a exterioridade do sagrado e sua concretude
constituindo o os espaços sagrados.
• Símbolo: é a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o sagrado,
pelos seus predicados, reconhecendo sua lógica simbólica. É entendido como sistema
simbólico e projeção comunicativa cultural.
• Texto Sagrado: é a tradição e a natureza assumida do sagrado como fenômeno.
Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio
das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.
• Sentimento Religioso: é o seu caráter transcendente e imanente nãoracional. É
a experiência do sagrado em si, a qual escapa à razão conceitual em sua essência e é
reconhecida por seus efeitos. Tratase do que qualifica uma sintonia entre o sentimento
religioso e o fenômeno sagrado.
A partir do objeto de estudo, buscase superar as tradicionais aulas de religião e
entender esta disciplina escolar como processo pedagógico, cujo objetivo é o conhecimento:
o entendimento sobre os cultos (culturas) e sobre o sagrado, de uma forma que a
diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato,
efetivese.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso para
Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas, métodos,conteúdos ou
materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar das
ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas pelo
educador da disciplina poderão fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, o
que amplia e valoriza o universo cultural dos educandos.
É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e Adultos,
cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação, buscando junto a ele,
elementos oriundos de experiências vividas, que façam parte de seu contexto social. Dessa
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maneira, o educando deixa de ser um “depósito de informações” e passa a ressignificar
conhecimentos anteriormente adquiridos.
Também, fazse necessário superar práticas que tradicionalmente têm marcado o
currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculandoas das aulas de religião, seja em
relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos conteúdos selecionados, ou,
ainda, em relação ao encaminhamento metodológico adotado pelo educador.
Assim, um dos encaminhamentos propostos para este documento é a abordagem
dos conteúdos de Ensino Religioso, através de exposições dialogadas, debates entre
educador e educando, educando e educando, cujo objeto de estudo é o sagrado, conceito
discutido nos fundamentos teóricometodológicos das Diretrizes Curriculares da disciplina e
a base a partir da qual serão tratados todos os demais conteúdos.
Dessa forma, pretendese assegurar a especificidade dos conteúdos da
disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais áreas do conhecimento.
Podese citar, por exemplo, que os espaços sagrados também constituem conteúdos de
geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a esses espaços pelos adeptos desta
ou daquela religião serão tratados de forma mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino
Religioso, cujo foco é o sagrado.
A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo de
formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes paisagem
religiosa, símbolos e textos sagrados, o conjunto de conteúdos específicos a serem
observados pelo educador no Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens
e Adultos.
Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas manifestações
do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os quais poderão ser
enriquecidos pelo educador, desde que contribuam para a construir, analisar e socializar o
conhecimento religioso, para favorecer a formação integral dos educandos, o respeito e o
convívio com o diferente. No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e
cultura afrobrasileira, africana e indígena, serão trabalhados textos que tratem destes
temas, nessas culturas, bem como a influência dessas culturas na formação de nossa
sociedade.
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Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas aulas de
Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a religiosa,
é a adequada ao universo escolar. Da mesma forma devese levar em consideração que na
educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas também devem ser adequadas a
realidade dos educandos.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações que se
estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem tratadas
pelo Ensino Religioso, ressaltase a necessidade de definir como conteúdos estruturantes
desta disciplina referenciais que incluam nos conteúdos escolares a pluralidade das
tradições religiosas.
Dessa forma, os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os
conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam
os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso.
Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o sagrado, os
conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são:
. a paisagem religiosa;
universo simbólico religioso;
. o texto sagrado.
Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser entendidos
isoladamente; antes, são referências que se relacionam intensamente para a compreensão
do objeto de estudo em questão e se apresentam como orientadores para a definição dos
conteúdos escolares.
A relação do sagrado com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada
conforme o seguinte esquema:
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SAGRADO
PAISAGEMRELIGIOSA
UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO
TEXTO SAGRADO
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PAISAGEM RELIGIOSA
Por paisagem religiosa definese a combinação de elementos culturais e naturais
que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas experiências anteriores
remetem a uma gama de representações sobre o transcendente e o imanente.
Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado se
manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural; sempre está
carregada de um valor sagrado.
A ideia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições
conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra determinados
lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado.
Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação concreta,
física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação pré estabelecida por meio
de ações e práticas. Nessa simbologia, não podem ser ignorados o imaginário e os
estereótipos de cada civilização, impregnados de seus valores, identidade etc. Muitas
pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o sentido de sagrado, para
manifestar a sua fé. Com esse lugar definido, entre outras atividades, organizam ritos,
festas, homenagens em prol desse objeto.
Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para unir
se ao sagrado, os lugares se transformam num universo especialmente simbólico, resultante
das crenças existentes nas tradições religiosas.
A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído historicamente,
em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a paisagem sagrada é uma imagem
socialmente construída, de maneira que é preciso compreendêla corretamente para
entender tal aspecto do estudo do sagrado.
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UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO
A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de
leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se sustentam
em determinados símbolos religiosos.
Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem
papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes religiões no
mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma
concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de
arte, uma notação matemática, entre tantos outros.
De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações
humanas cuja função é comunicar ideias. Os símbolos são parte essencial da vida humana,
todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas. Ao
abranger a linguagem do sagrado, os símbolos são a base da comunicação e constituem o
veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo misterioso dos deuses,
deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres suprasensíveis que habitam o território
do inefável. O símbolo é um elemento importante porque para o estudo do sagrado porque
é manifestação religiosa.
TEXTO SAGRADO
Os textos sagrados expressam ideias e são meios de dar viabilidade à
disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações
religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada, pinturas sacras, textos
orais e escritos, entre outras.
Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de
nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas buscam criar
mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a assegurar que
os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos às novas gerações e novos adeptos.
Tais ensinamentos podem ser retomados em momentos coletivos e individuais para
responder a impasses do cotidiano e para orientar a conduta de seus seguidores.
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Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas oralmente
ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados registram fatos relevantes
da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as orações, a doutrina, a história, que
constituem sedimento no substrato social de seus seguidores e lhes orientam as práticas. O
que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite
uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre
os adeptos e o sagrado.
A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser modificada
conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às demandas do tempo
presente. Pode, também, sofrer alterações causadas pelas diversas interpretações
secundárias, diferentes do texto original.
Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para o
Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação atribuem às
práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou estão presentes nos
ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações da morte e da vida.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Os conteúdos básicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como referência
os conteúdos estruturantes, já apresentados. No caso do Ensino Religioso, o sagrado é o
objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos específicos
estará sempre a ele relacionado.
Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o educador enfatizará as
implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a sua visão do
mundo, atitudes, produções escritas, posições políticoideológicas, etc.
A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos
conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos. Por sua
vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da discussão dos espaços físicos
identificados como sagrados. Posteriormente, o educador tratará de espaços sagrados
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pouco conhecidos entre os educandos, como por exemplo: mesquitas, sinagogas, rios,
montanhas, entre outros.
Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses
espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já conhecidos
pelos educandos, que então terão mais elementos para analisar as configurações e
significados dos espaços sagrados que lhes são familiares, sempre com respeito à
diversidade religiosa. Tal organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme
o quadro apresentado a seguir:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES PAISAGEM RELIGIOSA
UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO
TEXTO SAGRADO
CONTEÚDOS BÁSICOS
Lugares sagrados
Textos sagrados orais e escritos
Organizações religiosas
símbolos religiosos
Ritos
Festas religiosas
Vida e morte
Temporalidade sagrada
AVALIAÇÃO
A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo,
diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de ensino
aprendizagem. Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso
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pedagógico sutil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na
construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida.
Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso, fazse
necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este
componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se
refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui
como objeto de reprovação, isso se justifica pelo caráter facultativo da matrícula na
disciplina.
Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos
elementos integrantes do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador a implementação
de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de
conhecimentos pelo educando e pela turma, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e
os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de vida de cada educando.
Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que o
auxiliem a registrar o quanto o educando e a turma se apropriaram ou têm se apropriado
dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer que o que se busca
com o processo avaliativo é identificar em que medida os conteúdos passam a ser
referenciais para a compreensão das manifestações do sagrado pelos educandos. Da
mesma forma devese procurar perceber o quanto o conteúdo ministrado possui significado
no cotidiano dos educandos.
Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser
observado pelo educador em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Podese
avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os
colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua; aceita as diferenças e,
principalmente, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade
de cada grupo social; emprega conceitos adequados para referirse às diferentes
manifestações do sagrado.
Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, o
educador terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de ensino
e aprendizagem, retomando as lacunas identificadas no processo de apropriação dos
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conteúdos pelos educandos, bem como terá elementos para dimensionar os níveis de
aprofundamento a serem adotados em relação aos conteúdos que irá desenvolver
posteriormente.
Nessa perspectiva, o educador de Ensino Religioso terá também, a partir do
processo avaliativo dos educandos, indicativos importantes para realizar a sua auto
avaliação que orientará a continuidade do trabalho ou a imediata reorganização daquilo que
já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de diretrizes.
É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está num processo
recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que poderá
contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares.
Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que impliquem na
reprovação ou aprovação dos educandos, as diretrizes orientam que o educador proceda ao
registro formal do processo avaliativo, adotando instrumentos que permitam à escola, ao
educando, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina.
Com essa prática, os educandos, especificamente, terão a oportunidade de
retomar os conteúdos, como também poderão perceber que a apropriação dos
conhecimentos dessa disciplina possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade
cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta
disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam aspectos
relativos à cultura.
REFERÊNCIAS
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DISCIPLINA DE ESPANHOL
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ESPANHOL
A língua tem um princípio social e dinâmico, por isso não se limita a uma visão
sistêmica e estrutural do código linguístico; é heterogênea, ideológica e opaca. Repleta de
sentidos a ela conferidos por nossas culturas e sociedades, ela organiza e determina as
possibilidades de percepção do mundo, estabelecendo entendimentos possíveis, entre eu e
o outro, sujeito que se constitui socialmente em um espaço discursivo.
Desta forma, a língua é concebida não como uma estrutura ou código a ser
decifrado e sim como discurso onde se constrói significados e não apenas os transmite. Ao
se apropriar de uma língua o sujeito se apropria de sua cultura e tornase capaz de delinear
um contorno para sua própria identidade, atuando sobre os sentidos possíveis e
reconstruindo sua identidade.
Assim, o ensino de língua estrangeira abre possibilidade para que o sujeito
compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto,
passíveis de transformação na prática social, tenha maior consciência sobre o papel das
línguas na sociedade, reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem
como seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país e também sua contribuição
para a formação de sujeitos críticos e transformadores.
O estudo da língua estrangeira oportuniza o desenvolvimento da consciência
sobre o papel exercido pelas línguas estrangeiras na sociedade brasileira e no panorama
internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e planetária. Bem como,
favorecendo a inclusão social dos alunos numa sociedade reconhecida, diversa e complexa,
alargando seus horizontes e expandindo sua capacidade interpretativa e cognitiva,
tornandoos integrantes da sociedade e participantes ativos do mundo, construindo
significados para entender melhor a realidade.
“Se a reprodução da ideologia dominante implica a ocultação de verdades, a distorção da razão de ser de fatos que, explicados, revelados ou desvelados trabalhariam contra os interesses dominantes, a tarefa das educadoras e dos educadores progressistas é desocultar, verdades”. Freire, P. 1995, p.96
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CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL
CONTEÚDOS BÁSICOS
GÊNEROS DISCURSIVOS E SEUS ELEMENTOS COMPOSICIONAIS.
Caberá ao professor a seleção de gêneros, nas diferentes esferas sociais de
circulação, de acordo com a Proposta Pedagógica Curricular e com o Plano de Trabalho
Docente, adequado ao nível Médio.
LEITURA
• Identificação do tema;
• Intertextualidade;
• Intencionalidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Marcadores do discurso;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Discurso direto e indireto;
• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
• Recursos estilísticos ( figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística.
• Acentuação gráfica;
• Ortografia.
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ESCRITA
• Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Intencionalidade do texto;
• Intertextualidade;
• Condições de produção;
• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);
• Vozes sociais presentes no texto;
• Vozes verbais;
• Discurso direto e indireto;
• Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;
• Léxico;
• Coesão e coerência;
• Funções das classes gramaticais no texto;
• Elementos semânticos;
• Recursos estilísticos( figuras de linguagem);
• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos (como aspas,
travessão, negrito);
• Variedade linguística;
• Ortografia;
• Acentuação gráfica.
ORALIDADE
• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc ...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Variações linguísticas;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito; Rua Minas Gerais, 1233.
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• Adequação da fala ao contexto;
• Pronúncia.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
A prática democrática jamais separa do ensino dos conteúdos o desvelamento da
realidade. Estimula a presença das classes sociais populares na luta em favor da
transformação democrática da sociedade, no sentido da superação das injustiças sociais.
Não considera suficiente mudar apenas as relações entre educador(a) e
educandos, mas, ao criticar e tentar ir além das tradições autoritárias da escola, critica
também a natureza autoritária e exploradora do capitalismo. Um equívoco: reduzir a prática
educativa ao ensino puro dos conteúdos; este equívoco é tão carente de dialética quanto o
seu contrário, o que reduz a prática educativa a puro exercício ideológico.
Ensinar, aprender, são atos importantes e essencial numa sala de aula, o que mede a
qualidade do ato educativo e muito mais a solidariedade de classe e formação da
cidadania militante do que a quantidade de conhecimentos adquiridos. SILVA,2002, p.08.
O ensino de língua estrangeira deve considerar, em primeira instância, o papel
das línguas nas sociedades para além de meros instrumentos de acesso à informação. É
imprescindível que, nos encaminhamentos dos trabalhos com a língua, estas sejam vistas
como possibilidade de conhecer, expressar, e transformar, modos de entender o mundo e
de construir significados.
Assim, partindo do conteúdo estruturante “Discurso como prática social”
manifestado nas e pelas práticas discursivas, oralidade, leitura e escrita serão abordadas
questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas.
O professor (a) deve partir do texto como unidade da linguagem em uso
(comunicação verbal, não verbal) o qual trará uma problematização em relação a um tema.
O trabalho com o texto deve possibilitar que os alunos desenvolvam uma prática analítica e
crítica acerca dos discursos que circulam em Língua Estrangeira, ampliem seus
conhecimentos linguísticoculturais e percebam as implicações sociais, históricas e
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ideológicas presentes num discurso e que nele se revele, o respeito às diferentes culturas,
crenças e valores.
Neste sentido, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna devem ser abordados
vários tipos de textos em atividades diversificadas não deixando de contemplar os aspectos
culturais do idioma estudado.
Os elementos do interdiscurso (o contexto físico: o lugar, o momento e as
circunstâncias de produção) e do intradiscurso (a superfície discursiva: o texto propriamente
dito, as sequências linguísticas e os tipos de textos em seus diversos gêneros) nos quais os
sentidos da enunciação se cruzam com outros dizeres que residem na memória dos
sujeitos, dizeres estes ativados pelo e no processo de leitura é que constroem os sentidos.
Assim, no processo de leitura é possível integrar as demais práticas discursivas
por meio de discussões orais sobre a compreensão do que se leu, bem como produzir
textos orais, escritos e\ou visuais a partir do texto lido.
No processo, o conhecimento de mundo e as experiências dos alunos devem ser
valorizadas, por meio de discussões dos temas abordados. É preciso explorar seus
pressupostos, formular hipóteses, criar situações que ajudem os alunos(as) a construírem
expectativas, quanto ao sentido possível dos textos estudados.
Ao se trabalhar a produção escrita deve ser garantida seu caráter
sociointeracional, isto é, devese propor atividades significativas, em situações reais de uso
da língua: escrevese sempre para alguém ou um alguém de quem se constrói uma
representação. É preciso que no contexto escolar esse alguém seja definido como um
sujeito sóciohistóricoideológico.
Para isso, de acordo com o quadro de conteúdos básicos que foram elaborados
a partir das Diretrizes Curriculares de LEM, o professor desenvolverá seu trabalho buscando
atingir os objetivos propostos. Assim, ele irá propiciar práticas de leitura de textos de
diferentes gêneros, considerar os conhecimentos prévios dos alunos, encaminhar
discussões sobre o tema e intenções do texto, contextualizar os gêneros tais como gráficos,
fotos, imagens, mapas, criar situações para a socialização das ideias dos alunos sobre o
texto; na escrita, o professor planejará a produção textual a partir da delimitação do tema, do
interlocutor, do gênero e da finalidade, acompanhará a produção e a reescrita textual,
revisando argumentos, ideias e elementos que compõem o gênero, conduzirá reflexões
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sobre os elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; na oralidade, organizará
apresentações de textos produzidos pelos alunos, proporá reflexões sobre os argumentos
utilizados nas exposições orais dos alunos, dará orientações sobre o contexto social de uso
do gênero oral selecionado, promoverá apresentações que explorem as marcas linguísticas
típicas da oralidade em seu uso formal e informal.
No intuito de contemplar a Lei 11.645/08 referente à História e cultura afro
brasileira, africana e indígena, serão trabalhados textos que tratem deste tema, bem como a
influência dessas culturas na formação de nossa sociedade.
AVALIAÇÃO
A avaliação como parte do processo ensinoaprendizagem deve ter como
principal objetivo o de favorecer este processo norteando o trabalho do professor e
fornecendo dados aos alunos da dimensão do ponto em que se encontra no percurso
pedagógico. Ela se sobrepõe ao caráter eventualmente punitivo e de controle cumprindo sua
função de subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida. Assim, ela se configura
como processual, e, como tal levanta dados para discussões sobre as dificuldades e
avanços dos alunos.
Nesta concepção de avaliação cabe ao professor observar a participação dos
alunos e considerar que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação
verbal, a partir dos textos e de diferentes formas: entre os alunos e o professor, entre os
alunos na turma; na interação com o material didático, nas conversas em língua materna e
língua estrangeira; e no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao
promover o desenvolvimento de ideias.
Avaliar em língua estrangeira não se trata de testar conhecimentos linguísticos
discursivosgramaticais, de gêneros textuais, entre outros de um texto, mas sim verificar a
construção dos significados na interação com textos e nas produções textuais dos alunos,
não perdendo de vista que vários significados são possíveis e válidos, desde que
apropriadamente justificados.
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No Ensino Fundamental e Médio a avaliação de determinada produção em língua
estrangeira considera o erro como resultado do processo de aquisição de uma nova língua.
Assim, na avaliação reflexiva, o erro deve ser visto como um passo para que a
aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que não é linear, não
acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas.
Considerando que no processo ensinoaprendizagem o aluno é também
construtor do conhecimento ele deve ter seu esforço reconhecido por meio de ações tais
como: um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do erro como integrante da
aprendizagem. Desta maneira, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o
percurso desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem como planejar e propor
outros encaminhamentos que busquem superálas.
Além da avaliação processual, é importante considerar também avaliações de
outras naturezas: dialógica, diagnóstica e formativa desde que se articule com os objetivos
específicos e conteúdos definidos.
REFERÊNCIAS
ANTUNES Celso. Professor bonzinho=aluno difícil. Editora Vozes (5ª ed.). Petrópolis
2006,
ANAYA. Diccionario – Lengua Española
ALVES, AddaNari M. ¡Vale! Español para brasileños. São Paulo: Moderna, 2002. (vol. 1,
2, 3 e 4).
BRIONES, Ana Isabel, FLAVIAN Eugenia, FERNÁNDEZ Gretel Eres. Español ahora. São
Paulo: Moderna, 2005. Vol. Único.
FANJUL, Adrián. Gramática de Español Paso a Paso. São Paulo: Moderna, 2005. Vol.
Único.
FREIRE, P. Política e Educação (2ª ed.). São Paulo, Cortez, 1995
Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores – Curitiba, SEEDPR,
2006. p. 256.
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GLOBO Dicionário Português / Espanhol
ITER Sopena – Diccionario ilustrado de la lengua española.
LAROUSSE. Grande dicionário Usual da Língua Espanhola.
LAROUSSE. Dicionário prático. Português/Espanhol – Español/Portugués.
MARTÍN, Ivan Rodrigues. Espanhol série Brasil. São Paulo: Ática, 2005. Vol. Único.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: 2008.
ROMANOS & JACIRA. Espanhol Expansión ensino médio. São Paulo: FTD, 2004. Vol.
Único.
SEÑAS Dicionário de Língua Espanhola.
SILVA, Ezequiel T., da O professor e o combate a alienação imposta (5ª ed.). São
Paulo, Cortez, 2002
SOUZA, Jair de Oliveira. ¡Por Supuesto! Español para brasileños. São Paulo: FTD, 2003.
Vol. Único.
6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO
6.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e
interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o
processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindolhes valor.
A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.
Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de
reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser
entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude
críticoreflexiva frente à realidade concreta.Rua Minas Gerais, 1233.
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A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações
contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios:
• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
• contínua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem
e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando
instrumentos diversos para o registro do processo;
• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempoescola
do educando;
• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempoescola, bem como do trabalho pedagógico da escola.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao
longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular,
com oferta diária de 04 (quatro) horasaula por turno, com avaliação presencial ao longo do
processo ensinoaprendizagem.
Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados
como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará,
necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu
trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual
processo de escolarização.
A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como:
provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas,
participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas
pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os
conteúdos desenvolvidos.
É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única
oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo
educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e
necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
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6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS
a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06
(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a
que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor,
conforme descrito no Regimento Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as
avaliações realizadas no decorrer do processo ensinoaprendizagem não terão
registro de nota para fins de promoção e certificação.
c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez v írgula zero);
d) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e
frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de
cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização
individual;
e) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para
os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos;
f) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a
média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo
os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero);
g) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
h) o educando portador de necessidades educativas especiais, será
avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;
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i) na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no
decorrer do processo ensinoaprendizagem, sendo registradas 04 (quatro) notas
para fins de calculo da média final;
j) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será
avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na
documentação escolar, por não ser objeto de retenção.
6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de
construção do conhecimento, de aceitálo como parte integrante da aprendizagem,
possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo
ensinoaprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo
direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o
nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos
básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos
conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação,
conforme o descrito no Regimento Escolar.
6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,
amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio
de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e
prosseguimento de estudos.
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6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o
previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar.
7 REGIME ESCOLAR
7.1 ORGANIZAÇÃO
Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento no Ensino
Fundamental – Fase I e por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Médio, conforme
dispostas nas Matrizes Curriculares, em concordância com as Diretrizes Curriculares
Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98CEB/CNE para o Ensino Fundamental e
Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 CEB/CNE para o Ensino Médio e com as
Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08, todas do Conselho Estadual de
Educação.
7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO
A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as
seguintes ofertas :
a) organização coletiva para o Ensino Fundamental – Fase I, nas Áreas do
Conhecimento;
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b) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino
Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matricula na organização
coletiva;
c) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização
coletiva.
7.2.1 Ensino Fundamental – Fase I e II e Ensino Médio
No Ensino Fundamental – Fase I, Fase II e Ensino Médio considerarseá, a
oferta de 100% da carga horária total estabelecida.
7.3 MATRÍCULA
Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos:
a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;
b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora;
c) o educando do Ensino Fundamental – Fase I será matriculado,
concomitantemente, em todas as áreas do conhecimento;
d) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá
matricularse de uma a quatro disciplinas simultaneamente;
e) no Ensino Fundamental Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de matrícula
facultativa para o educando;
f) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matricula facultativa
para o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas
concomintante;
g) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por
meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s) /
etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular, mediante
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apresentação de comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento
Escolar;
h) para os educandos que não participaram do processo de escolarização
formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de escolarização
formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por
processo de classificação, definidos no Regimento Escolar;
i) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por
mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua
matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e
os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois)
anos, a partir da data da matrícula inicial;
j) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula
inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na disciplina, podendo
participar do processo de reclassificação;
k) o educando desistente da Língua Espanhola, por mais de 02 (dois) meses
consecutivos ou por mais de 02 (dois) anos, a contar da data da matrícula inicial, no seu
retorno, deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os
registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina.
No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando
será orientado por equipe de professorpedagogo sobre: a organização dos cursos, o
funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a
carga horária das disciplinas.
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os
receberão individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações
metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o
Guia de Estudos:
• a organização dos cursos;
• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;
• a dinâmica de atendimento ao educando;
• a duração e a carga horária das disciplinas;
• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;Rua Minas Gerais, 1233.
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• o material de apoio didático;
• as sugestões bibliográficas para consulta;
• a avaliação;
• outras informações necessárias.
7.4 MATERIAL DIDÁTICO
Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e
Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, como material de apoio.
Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão utilizar
outros recursos didáticos.
7.5 AVALIAÇÃO
a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,
permanente;
b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com
finalidade educativa;
c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06
(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e
também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a
que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor,
conforme descrito no regimento escolar;
d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,
sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez v írgula zero);
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e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e
frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de
cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização
individual;
f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada
registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para
os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos
conhecimentos;
g)a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das
avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis
vírgula zero);
h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em
documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando;
i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado
não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;
j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da disciplina de
Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima de 6,0 (seis virgula
zero) e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga
horária da disciplina;
k) no Ensino Fundamental Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será
avaliada no processo de ensino aprendizagem, não tendo registro de notas na
documentação escolar, por não ser objeto de retenção;
l) para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino
Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de
75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina.
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7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de
construção do conhecimento, de aceitálo como parte integrante da aprendizagem,
possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo
ensinoaprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo
direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos.
A recuperação será também individualizada, organizada com atividades
significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o
nível de aprendizagem de cada educando.
Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos
básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos
conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação,
conforme o descrito no Regimento Escolar.
7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO
Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação
estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente.
7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO
As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a
Educação de Jovens e Adultos limitamse à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo
Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde
que autorizadas pela mantenedora.
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7.9 ESTÁGIO NÃOOBRIGATÓRIO
Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED,
oportunizará o estágio nãoobrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente
de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.
7.10 PROGRAMA PRONTIDÃO ESCOLAR PREVENTIVA PEP
O Programa Prontidão Escolar Preventiva – PEP, é um programa de natureza
pedagógica que visa preparar os profissionais que atuam nas escolas e o corpo discente a
executar ações de prevenção de incêndios, desastres naturais e situações de risco. É
importante que docentes, discentes e toda comunidade escolar estejam preparadas para, de
modo eficaz, enfrentar esses acontecimentos. Na eventualidade de um sinistro é de grande
valia que todos saibam os primeiros passos de enfrentamento de princípios de incêndio,
procedimentos de segurança pessoal, bem como noções de primeiros socorros a serem
utilizados até que o socorro especializado chegue ao local.
Este programa fará parte das ações da escola e os temas serão integrados aos
conteúdos específicos das disciplinas afins, conforme Instrução Nº 02/10 – DAE/SUDE que
orienta sobre o Programa Prontidão Escolar Preventiva nos Estabelecimentos de Ensino da
Rede Estadual. O programa será realizado em etapas: de conscientização, de mobilização e
de operacionalização através das palestras sobre os temas: desastres naturais e segurança,
incêndio e rotas de fuga, primeiros socorros, procedimentos em caso se sequestro e artefato
explosivo. Após as orientações, serão realizados exercícios de alerta simulado.
Também se fez necessário a organização de uma Brigada composta por direção,
equipe pedagógica, funcionários e alunos, tendo como atribuição principal as ações de
prevenção e emergência em casos de sinistros, bem como, na efetivação de exercícios
simulados.
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7.11 PROGRAMA VIVA ESCOLA
O Programa Viva Escola se constitui em atividades de complementação
curricular. Isto significa dizer que, como o tempo de aprendizagem de tais conteúdos é
diferente entre os alunos, haja vista o referencial conceitual real dos mesmos para aprender,
bem como suas condições concretas sejam elas subjetivas ou objetivas (sem jamais
sonegar conhecimento em nome das dificuldades de aprendizagem) – a forma de se
trabalhar um ou outro conteúdo das disciplinas pode variar em outro tempo ou outro espaço.
Segundo a Resolução n° 3683/2008, o Programa Viva Escola assume como
política pública as Atividades Pedagógicas de Complementação Curricular, contempladas na
Proposta Pedagógica Curricular (PPC) relativas aos possíveis recortes do conteúdo
disciplinar. Isso implica numa seleção de atividades organizadas em núcleos de
conhecimentos que venham ao encontro do Projeto PolíticoPedagógico (PPP), com o
objetivo de:
a) dar condições para que os profissionais da educação, os alunos da Rede
Pública Estadual e a comunidade escolar desenvolvam diferentes atividades pedagógicas
no contraturno, no Estabelecimento de Ensino ao qual estão vinculados;
b) viabilizar o acesso, à permanência e à participação dos alunos da Rede
Pública Estadual em atividades pedagógicas de seu interesse, oferecidas pelo
Estabelecimento de Ensino onde estão vinculados;
c) possibilitar maior integração na comunidade escolar ao realizar Atividades
Pedagógicas de Complementação Curricular, de modo a promover a interação entre alunos,
professores e comunidade (Instrução n° 010/2009 – SUED/SEED).
Portanto, ao propor uma atividade de complementação curricular no contraturno,
a escola o faz tomando como referência o currículo, os conteúdos propostos para a
disciplina, o plano de trabalho docente e uma avaliação sobre as necessidades de seus
alunos.
Ao se analisar que conteúdos devem, ainda, ser trabalhados de forma mais
ampliada e metodologicamente diferente, a escola proporá atividades complementares com
este fim, por meio do Programa Viva Escola.
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8 RECURSOS HUMANOS
8.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS
De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste
Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigirseá o
profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da
EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares
Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes
à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos.
8.1.1 Direção
Para todos os profissionais que atuam na gestão de ensino e apoio pedagógico, é
de suma importância que tenha um profundo conhecimento e estudo constante da LDB, Lei
nº 9394/96, e das normalizações do Conselho Estadual de Educação do Paraná, e das
conferências municipais sobre a EJA, promovida pela UNESCO.
Ao diretor e equipe cabe administrar o Centro Estadual de Educação Básica para
Jovens e Adultos, junto com o Conselho Escolar, coordenando a execução de um plano de
trabalho, construído coletivamente, no sentido de elevar os padrões de qualidade do
Estabelecimento Escolar.
O diretor trabalha com uma equipe constituída por vicediretor, coordenadores,
equipe de apoio pedagógico, professores e apoio administrativo.
É responsável por gerenciar todas as atividades pedagógicas e administrativas
realizadas no CEEBJA.
O diretor deve ser um líder e agir como motivador, responsável pela integração e
articulação das diversas atividades internas e externas, para viabilização de uma política
institucional em educação na forma presencial, assim como pela definição de apurações e
tomadas de decisão, para que os objetivos fundamentais do curso sejam alcançados.
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O diretor deve ser um articulador dos diferentes segmentos escolares em torno da
Proposta Pedagógica que se quer desenvolver. Quanto maior for essa articulação, melhor
poderão ser desempenhadas suas próprias tarefas, sejam no aspecto organizacional ou da
comunidade em que a escola está inserida.
Com as atuais diretrizes o gestor deve ser um profissional apto a gerir com
competência, todos os recursos pedagógicos, desta proposta e as atividades de
aperfeiçoamento dos profissionais e funcionários junto com a SEED.
Esperase que o diretor incentive o trabalho em equipe, de modo a mobilizar a
comunidade escolar em torno de um compromisso com a qualidade do ensino público.
Compete ao diretor:
- Convocar integrantes da comunidade escolar para a elaboração do plano anual
e do Regimento Interno do Estabelecimento de Ensino, submetendoo à apropriação do
Conselho Escolar.
- Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e
submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar.
- Coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas, aplicar normas,
procedimentos e medidas administrativas de acordo com instruções da secretaria de Estado
da Educação.
- Supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e pedagógico
do estabelecimento.
- Coordenar e supervisionar os serviços da secretaria Escolar.
- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
experiências de sucesso.
- Deferir as matrículas, no prazo estipulado pela legislação.
- Implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento das
responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo.
- Coordenar a equipe pedagógica (vicediretor, coordenadores, orientadores e
professores) para coleta e análise dos indicadores educacionais, para elaboração e
implementação de plano de trabalho.
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- Abrir espaço para discussão, avaliação e intercâmbio, interno e externo das
práticas escolares.
- Coordenar toda a equipe, tendo em vista o cumprimento dos objetivos
propostos para a EJA.
- Solicitar ao NRE, suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e
professores do estabelecimento, observando a legislação vigente.
- Administrar os recursos financeiros.
- Controlar a frequência de professores e funcionários.
- Adquirir e controlar material de consumo e permanente.
- Acompanhar e validar a Avaliação de conteúdos por disciplina.(???)
Executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.
- Cabe ampliar e fazer cumprir o Regimento Escolar.
- Negociar com competência, para harmonizar interesses divergentes e
estabelecer relacionamentos nutrientes, levando em conta as necessidades de todos os
envolvidos direta ou indiretamente.
O diretor exerce sempre a função de liderança na escola, mas uma liderança com
o modelo participativo, capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos escolares com toda
a sua equipe, criando e estimulando a participação de todos. A liderança como modelo
participativo, requer um profissional que possui: comunicação, ética, informação,
acessibilidade, construção de cadeias de relacionamento, motivação, compromisso,
agilidade.
Deve agrupar as competências de: saber agir, mobilizar, transferir, engajar, ter
visão estratégica e assumir responsabilidades.
8.1.2 Professor Pedagogo
Esses profissionais têm participação decisiva no contexto pedagógico que não
são estáticas, mas que se transformam em função de interação com o todo da escola, no
contexto pedagógico e também administrativo.
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O trabalho coletivo é fundamental, com o envolvimento de toda a equipe para
construção de estratégias de ação que favoreçam a atuação em grupo, para diagnosticar e
propor encaminhamentos para melhoria de metodologias, do processo ensino e
aprendizagem.
Informações para compreensão da realidade social e cultural do educando
atendido, possibilitando modificações, se necessárias, nas praticas pedagógicas, de forma a
beneficiar a aprendizagem do educando.
O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no
administrativo, tais como:
- Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina;
- Promover e acompanhar reuniões de estudo e trabalho;
- Propor a implementação de projetos que visem o enriquecimento pedagógico
nas diversas áreas do conhecimento;
- Participar de eventos da SEED quando solicitados;
- Transmitir orientações da SEED para os demais professores;
- Avaliar e acompanhar o trabalho pedagógico dos professores;
- Elaborar juntamente com toda a equipe da escola a Proposta Pedagógica e o
Regimento da EJA;
- Tornarse ciente das políticas educacionais para a EJA (acompanhar a
Proposta Pedagógica);
- Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e Exames de
Suplência quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões) específica(s)
dessa(s) ação(ões).
- Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.
- Acompanhar o estágio nãoobrigatório.
8.1.3 Coordenações
As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral
e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação dos Exames de Suplência, têm como
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finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e
regulamentadas pela mantenedora.
Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:
Coordenador Geral
- Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas.
- Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.
- Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.
- Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do
Estabelecimento.
- Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas
Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.
- Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema.
- Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
- Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.
- Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
- Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.
- Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o
atendimento aos educandos de todas as turmas.
- Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas
durante as horas atividades dos professores.
- Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de
experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensinoaprendizagem.
- Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em
comunidades que necessitam de escolarização.
- Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.
- Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.
- Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando
solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações
Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação;
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Coordenador Itinerante
- Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas
Descentralizadas.
- Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos.
- Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.
- Observar e registrar a presença dos professores.
- Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.
- Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.
- Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos.
- Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.
- Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral
qualquer problema neste procedimento.
- Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.
- Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas
das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade.
- Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os
professores;
Coordenador de Exames Supletivos
- Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos.
- Tomar conhecimento do edital de exames.
- Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital.
- Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam
ser executados.
- Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.
- Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da
emissão de Relatório de Inscritos.
- Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,
para execução dos exames.
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- Solicitar, por email ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em
Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso.
- Solicitar, por email ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o
DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais.
- Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos
Exames.
- Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.
- Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos
Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização
e o preenchimento dos cartõesresposta.
- Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e
tranquilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames.
- Divulgar as atas de resultado.
- Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.
8.1.4 Docentes
O corpo docente da educação de EJA deve ser composto de profissionais
habilitados.
Entender que os educandos de EJA, são jovens, adultos e idosos que possuem
uma bagagem de conhecimento adquirido em sua vida, necessitando de ações educativas
inovadoras, que respondam às novas exigências de uma sociedade em transformação,
requerendo assim, educadores que garantam a contextualização em suas disciplinas, a
interrelação personalizada e continua da realidade de cada educando com o sistema de
ensino.
O processo educativo deve estar compromissado em garantir a formação de
identidade dos cidadãos, propondo coletivamente ações de interação, acompanhando e
avaliando o trabalho a ser realizado pelo educando.
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Cabe ao docente:
- Organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar e
contextualizada.
- Estabelecer um processo de avaliação a respeito do desempenho dos alunos,
tendo como principio o acompanhamento contínuo da aprendizagem.
- Implementar projetos de recuperação de conteúdos, por meio de exposições
dialogada com atividades significativas e novos instrumentos de avaliação para diagnosticar
o nível de aprendizagem de cada educando.
- Organizar, acompanhar e validar a avaliação da apropriação de conteúdos por
disciplina (????).
- Executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.
- Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das
Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste
Estabelecimento Escolar.
- Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.
- Utilizar adequadamente os espaços e materiais didáticopedagógicos
disponíveis, tornandoos meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o
processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste
Estabelecimento.
Os docentes de EJA deverão apresentar perfil inovador e estar apto em enfrentar
mudanças no dia a dia.
Ter compromisso com a proposta de EJA, com objetividade no trabalho
realizado, com disponibilidade de horário que venha favorecer ao educando trabalhador, ser
criativo e ter espírito coletivo.
Os docentes supridos neste Estabelecimento deverão atuar na sede e nas ações
pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverão atuar em todas
as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais
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8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo
A secretaria é o setor que tem sob sua responsabilidade todo registro de
escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este serviço é
coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a ela subordinado.
O cargo de secretário (a) é exercido por um profissional devidamente qualificado
para o exercício desta função. Portanto, a organização, a minúcia, a seriedade daqueles que
ocupam este ambiente têm, obrigatoriamente, que fazer parte de todas as suas ações.
Aos profissionais que executam esta função, cabe a tarefa de:
- Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando
a organização da EJA prevista nesta proposta.
- Conhecer a Legislação que rege o registro de documentação de alunos,
matrículas e todos os registros sobre o processo escolar em pastas individualizadas,
expedindo toda documentação (declarações, certificados, transferências, relatórios,
estatísticas e outros) sempre que necessário.
- Utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente.
- Participar de reuniões, encontros e / ou cursos sempre que convocados e por
iniciativa própria com o intuito de aprimoramento profissional.
9 BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.
BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo :
Cortez, 1997.
CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998.
(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).Rua Minas Gerais, 1233.
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Conselho Estadual de Educação PR
Deliberação 011/99 – CEE.
Deliberação 014/99 – CEE.
Deliberação 005/98 –CEE.
Deliberação 008/00 – CEE.
Indicação 004/96 – CEE.
Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).
Conselho Nacional de Educação
Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.
Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Resolução 03/98 – CEB.
Constituição Brasileira – Artigo 205.
DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC :
UNESCO, 1998.
DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997.
DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de
Escolarização da População. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.
DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação
de Jovens e Adultos. mimeog.
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Decreto 2494/98 da Presidência da República.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
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KUENZER,Acácia Zeneida.Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do
trabalho. São Paulo: Cortez.2000, p.40.
OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba:
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Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.
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Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.
SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica PósLDBEN.
SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a
Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.
Rua Minas Gerais, 1233.Fone (Fax) 45 - 3268-2806 e-mail: [email protected] 236