Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO 1 Proposta Curricular para o 3º ano do Ensino Fundamental Apresentação: O 3º ano do Ensino Fundamental de Nove Anos representa a culminância de um dos ciclos da infância (6 a 8 anos), portanto, há a necessidade da escola consolidar o processo de alfabetização e oferecer as condições adequadas para que os alunos possam avançar na construção do conhecimento. Nesse sentido, é fundamental que os conceitos básicos das áreas do conhecimento estejam incorporados, através de um trabalho pedagógico sistematizado, respeitando a criança como um sujeito histórico, com suas formas próprias de expressão, socialização e interpretação do mundo. Considerando essa visão pedagógica, a Proposta Curricular do 3º ano oferece a garantia de um trabalho voltado para a socialização dos saberes construídos historicamente pela humanidade, e vislumbra avanços significativos quanto ao fazer pedagógico do professor. Esperamos que esse documento possa favorecer a promoção de um ensino de qualidade e caminhar para uma sintonia pedagógica na rede municipal de Marília, tendo como parâmetro o respeito à autonomia da escola e à pluralidade de ideias. Marília, fevereiro de 2011. Prof. Mário Bulgareli Prefeito Municipal Prof. Joaquim Bento Feijão Profª. Rosani Puia de Souza Pereira Diretor de Gestão Escolar Secretária Municipal da Educação

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Proposta Curricular para o 3º ano do Ensino Fundamental

Apresentação:

O 3º ano do Ensino Fundamental de Nove Anos representa a culminância de um

dos ciclos da infância (6 a 8 anos), portanto, há a necessidade da escola consolidar o

processo de alfabetização e oferecer as condições adequadas para que os alunos

possam avançar na construção do conhecimento.

Nesse sentido, é fundamental que os conceitos básicos das áreas do

conhecimento estejam incorporados, através de um trabalho pedagógico

sistematizado, respeitando a criança como um sujeito histórico, com suas formas

próprias de expressão, socialização e interpretação do mundo.

Considerando essa visão pedagógica, a Proposta Curricular do 3º ano oferece a

garantia de um trabalho voltado para a socialização dos saberes construídos

historicamente pela humanidade, e vislumbra avanços significativos quanto ao fazer

pedagógico do professor.

Esperamos que esse documento possa favorecer a promoção de um ensino de

qualidade e caminhar para uma sintonia pedagógica na rede municipal de Marília,

tendo como parâmetro o respeito à autonomia da escola e à pluralidade de ideias.

Marília, fevereiro de 2011.

Prof. Mário Bulgareli

Prefeito Municipal

Prof. Joaquim Bento Feijão Profª. Rosani Puia de Souza Pereira

Diretor de Gestão Escolar Secretária Municipal da Educação

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Sumário

Áreas do Conhecimento

I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem _______________________________________ 03 e 04

B – Conteúdos________________________________________________________ 05 e 06

C – Orientações Didáticas_________________________________07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13

II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem____________________________________________ 13

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 14

C – Orientações Didáticas___________________________________________________ 15

III – Ciências Naturais A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________16

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 17

C – Orientações Didáticas____________________________________________________18

IV– História A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________19

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 20

C – Orientações Didáticas________________________________________________21 e 22

V – Geografia A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________23

B – Conteúdos_____________________________________________________________24

C – Orientações Didáticas________________________________________________25 e 26

VI – Arte A – Expectativas de Aprendizagem _____________________________________26, 27 e 28

B – Conteúdos_____________________________________________________________29

C – Orientações Didáticas_____________________________________________30, 31 e 32

VII – Educação Física A – Expectativas de Aprendizagem ____________________________________________33

B – Conteúdos ____________________________________________________________ 34

C – Orientações Didáticas____________________________________________________35

VIII – Organização Pedagógica _____________________________________________ 36

A – Rotina ___________________________________________________________ 37 e 38

B – Atividades Permanentes _________________________________________ 39, 40 e 41

C_ Sequência Didática _______________________________________________41, 42 e 43

D_ Projetos de Trabalho _________________________________________________43 e 44

IX– Avaliação _______________________________________________44, 45, 46, 47 e 48

Referências Bibliográficas ______________________________________________49 e 50

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I – Língua Portuguesa

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica e cênica)

como forma de expressão e valorização da cultura popular e erudita;

Reconhecer e utilizar o nível da linguagem (formal/informal) relacionando

a finalidade, o interlocutor e o contexto inserido;

Participar de situações de intercambio oral, ouvindo com atenção,

formulando perguntas, relatando, comentando e estabelecendo conexões

entre o texto, os conhecimentos prévios, vivencias, crenças e valores;

Interagir e compreender diferentes gêneros (textos literários, instrucionais,

informativos, diários, propagandístico, etc.) relacionando-o à situação

comunicativa e ao suporte em que circular originalmente, tanto em

situações de escrita, reescrita e de leitura;

Apreciar e ler textos literários;

Utilizar as diferentes estratégias de leitura (antecipar, inferir, confirmar,

selecionar, sumariar, sintetizar) no contato com os diversos gêneros

textuais, a fim de construir a compreensão global do texto;

Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler e compreender

textos diversos;

Ler, por si mesmos diferentes gêneros (textos literários, textos

instrucionais, textos de divulgação científica e notícias) apoiando-se em

conhecimentos sobre o tema do texto e as características de seu portador,

do gênero e do sistema de escrita.

Compreender a natureza do sistema de escrita e produzir alfabeticamente

escrita de memória ou a partir de um texto de referência, levando em conta

o gênero, o contexto e a finalidade;

Produzir textos de autoria alfabeticamente utilizando procedimentos de

escritor: planejar o que vai escrever considerando a intencionalidade, o

interlocutor, o portador e as características do gênero;

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Conhecer e utilizar em seus escritos as convenções gráficas (orientação e

alinhamento da escrita, tipos de letras, segmentação, pontuação,

regularidades/irregularidade ortográficas), considerando a finalidade, o

interlocutor e o gênero textual.

Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor, observando os

aspectos de estrutura textual, coerência, coesão e ortografia;

Revisar e editar o texto focalizando os aspectos de análise e reflexão da

Língua e da linguagem;

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B - CONTEÚDOS LÍNGUA PORTUGUESA – 3 º ANO

Práticas de Linguagem Oral.

Práticas de Leitura.

Práticas de Escrita.

Análise e Reflexão sobre a Escrita

Participação em situação de

intercâmbio oral que

requeiram: ouvir com atenção,

intervir sem sair do assunto

tratado, formular perguntas,

explicar, manifestar e acolher

opiniões;

Relato de experiências vividas

e acontecimentos, respeitando a

sequência temporal e causal;

Instruções orais e

esclarecimentos de possíveis

dúvidas pelo interlocutor;

Reconto de histórias

conhecidas com aproximação

às características da história

original;

Exposição de assuntos

pesquisados apoiando-se em

ilustração ou esquema;

Comentários de notícias

veiculadas em diferentes

mídias;

Apreciação de poemas lidos ou

recitados, cantigas de roda e

outros textos;

Descrição (itinerários, dentro

Participação e apreciação de situações de

leitura, assumindo um papel interativo e

participativo, intervindo e apontando as

relações do conteúdo;

Nível de linguagem em uso: formal/

informal, observando finalidade e

interlocutor;

Relação do gênero à situação

comunicativa, finalidade e ao suporte

original;

Gêneros discursivos: características

externas e marcas lingüísticas:

Narrar (ficção e criação): contos, fábulas,

lendas;

Relatar (relato de algo que realmente

aconteceu): diários, depoimentos, relatos

históricos, reportagens;

Expor (divulgação de conhecimentos

científicos): artigos científicos, seminários,

verbetes de enciclopédia;

Argumentar (defesa de um

posicionamento): Cartas do leitor, debates,

artigos de opinião;

Instruir (informação de procedimento):

manuais de instrução, receitas, bulas de

Produção textual com apoio

(professor, duplas,

coletivamente), com foco

predeterminado (proposta,

estrutura textual, coerência /

coesão ou ortografia);

Reescrita de memória e novo

texto a partir de referência,

considerando a função do

texto, forma física do texto

(silhueta) e as características

do gênero.

Produção de textos escritos de

gêneros diversos, adequados à

finalidade, ao interlocutor e

ao contexto de circulação:

Literários: Contos, lendas,

folhetos de cordel, fábulas,

histórias em quadrinhos,

adivinhações, trava-língua,

parlendas, músicas e

poemas;

Enumerativos: listas,

agendas, índices, cartazes;

Informativos: convites

cartões, cartas, bilhetes,

gráficos e notícias;

Diferenciação entre o sistema de escrita e

outras formas gráficas de representação;

Compreensão da natureza alfabética e

uso do sistema de escrita;

Orientação e o alinhamento da escrita da

língua portuguesa;

Segmentação das palavras, frases,

períodos e parágrafos;

Formas e tipos de letras (forma, cursiva,

maiúscula e minúscula);

Exploração das possibilidades e recursos

de linguagem que se usa para escrever a

partir da observação e análise de textos

impressos, utilizando como referência;

Reflexão sobre convenções sobre o

sistema de escrita, observando palavras

compostas por sílabas não canônicas

(sílabas complexas);

Reflexão sobre regularidades

ortográficas:

Regulares diretas (trocas P/B, T/D e F/V)

Regulares contextuais (R/RR, G/GU,

M/N, etc.);

Regulares morfológico-gramaticais (L/U,

AM/ÃO, etc.).

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de uma narração ou de uma

exposição) de personagens,

cenários e objetos; ajustando-se

ao propósito destinatário e

contexto;

Canto e diversos gêneros

musicais com valor cultural.

Dramatização de contos,

músicas e diversos textos.

remédio, regras de jogo.

Participação em situação de leitura

(questionamento de texto), considerando:

Contexto situacional e cultural;

Tipo de texto e superestrutura;

Coerência do discurso e coesão;

Marcas significativas de sintaxe e de

léxico;

Leitura de textos ajustando-se o falado ao

escrito;

Estratégias de leitura:

Antecipação;

Inferência;

Confirmação;

Seleção;

Sumarização;

Sintetização

Relação entre título e corpo do texto ou

imagens, fotos e ilustrações;

Informações implícitas, explícitas,

Significado de palavras ou expressões a

partir do texto, selecionando a acepção

mais adequada em verbete de dicionário ou

enciclopédia;

Inerência, localização e relação entre a

idéia/assunto principal de cada texto;

Observação do funcionamento do ritmo e

da rima nos poemas para compreender

alguns de seus usos;

Expositivos: biografias,

relatórios e definições;

Prescritivos: receitas,

regras, bulas e instruções;

Elementos da narrativa

(enredo: situação inicial,

conflito gerador,

desenvolvimento, clímax e

desfecho); personagens,

tempo; espaço, foco

narrativo e ponto de vista

do autor;

Distinção e uso entre a fala

do personagem e enunciado

do narrador;

Expressões e palavras que

marcam a progressão do

tempo e as relações de

causalidade;

Produção de texto de

autoria, adequando ao

gênero, tema, contexto e

convenções gráficas;

Procedimentos de produção

de textos (planejar, redigir,

reler, confrontar, revisar e

cuidar da apresentação);

Reflexão sobre irregularidades

ortográficas, observando modelos

(dicionários), palavras de uso frequente

(cotidiano), radical das palavras (família

semântica).

Exploração de aspectos gramaticais que

podem funcionar na organização textual,

constituindo discursos em que os

interlocutores possam interagir com

eficiência;

Elementos constitutivos da organização

interna em um gênero:

Pontuação: final, medial e construção do

diálogo.

Paragrafação;

Marcas lingüísticas;

Tempos verbais;

Conectivos;

Revisão e edição (versões) do texto

focalizando os aspectos estudados na

análise e reflexão sobre a Língua e

Linguagem;

Observação: A organização dos conteúdos de Língua Portuguesa em função do eixo USO – REFLEXÃO - USO pressupõe um tratamento cíclico, cabendo aos professores

trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

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C – Orientações Didáticas

1- Práticas de Linguagem oral

Organizar rodas de conversa em que os alunos possam escutar e narrar

fatos conhecidos ou relatar experiências e acontecimentos do cotidiano.

Nessas situações é necessário garantir que os alunos possam expressar

sensações, sentimentos, opiniões e necessidades;

Propor apresentações em que os alunos possam expor oralmente um

tema/assunto, declamar poesias e participar em campanhas educativas;

Promover situações de conversas em torno de textos que ajudem os alunos

a compreender e distinguir características da linguagem oral e da

linguagem escrita;

Organizar situações em que as crianças estabelecem uma relação entre o

que é falado e o que está escrito. Mediante a reflexão e intervenção do

professor, perceber as diferenças linguísticas de cada situação;

Reconstrução oral de histórias conhecidas – trata-se de mais um passo do

processo de aprendizagem. A reconstrução não é somente um resumo do

argumento, do conteúdo da história. Na reconstrução interessa, além da

fidelidade ao argumento, a utilização dos elementos linguísticos próprios

do gênero

Criação de textos orais diversos, reconstruindo o enredo, conteúdo e a

mensagem, a fim de organizar ideias principais dos mesmos;

2- Práticas de leitura

O espaço da sala de aula deve ser um espaço de formação de leitores. Um

ambiente que favoreça a prática constante de leitura de textos em situação

real de comunicação, a partir de um trabalho que deve se organizar em

torno da diversidade de textos que circulam na sociedade. Esse trabalho

deve envolver todos os alunos, inclusive aqueles que não leem

convencionalmente;

Organizar um acervo de classe com livros de boa qualidade literária para

uso dos alunos. Viabilizando também, o uso da biblioteca tanto para

exploração em sala de aula como para empréstimos;

Atividades de leitura para os alunos que não sabem ler convencionalmente,

oferecendo textos conhecidos de memória - parlendas e canções - em que a

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tarefa é descobrir o que está escrito em cada parte, ajustando o falado ao

que está escrito;

Promover leituras diárias pelas crianças e leituras dos professores,

utilizando livros, jornais, panfletos, músicas, poesias, histórias em

capítulos; de forma a repertoriá-los ao mesmo tempo em que se

familiarizam com a linguagem escrita;

Proporcionar situações de leitura pelos alunos de diferentes gêneros

textuais para dotá-los de conhecimento sobre as características do gênero,

contexto, tema e finalidade.

Oportunizar momentos em que as crianças sintam a necessidade de

descobrir o sentido do texto apoiando-se nos mais diversos elementos,

como nas figuras, na diagramação, em seus conhecimentos prévios sobre o

assunto etc.;

Ler é uma atividade reflexiva que exige intervenção do professor, portanto

é necessário, ensinar os alunos a utilizar as estratégias de leitura, a fim de

torná-los leitores capazes de construir o sentido global de diferentes textos

com quais se defrontam no seu cotidiano:

Antes da realização leitura (antecipação, levantamento de hipóteses,

conhecimentos prévios, etc.),

Durante a realização da leitura (representações parciais do texto, tecer relações

entre os diferentes elementos do texto, buscar pistas textuais e contextuais,

confirmar hipótese, confrontar textos, selecionar marcas linguísticas, etc.)

Após a realização da leitura (fazer inferências, confirmar hipóteses, pontos de

vista, estabelecer relações com outros textos e explorar o sentido do texto para

outras vivências);

A leitura é uma atividade de resolução de problemas, desta forma, torna-se

essencial que os alunos participem de situações de questionamento de

texto, considerando:

Contexto situacional e cultural (quem escreveu, o que escreveu, para que ou para

quem foi escrito, onde, quando, edição, autor, etc.)

Tipo de texto e superestrutura (organização espacial- silhueta do texto e dinâmica

interna);

Coerência do discurso e coesão (enunciação: pessoa, referência de tempo, lugar,

modalidades de expressões, substitutos e dispositivos de conexão);

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Marcas significativas de sintaxe e de léxico (marcas nominais, verbais, denotação

e conotação, palavras em contexto - campo semântico).

Organizar atividades de leitura com diferentes propósitos (resolver um

problema prático, divertir-se, informar-se, localizar uma informação

específica, revisar o próprio texto), propiciando que os alunos aprendam os

procedimentos adequados aos propósitos e gêneros;

Selecionar textos adequados para o trabalho de reflexão sobre a escrita, no

qual possibilitem a realização de sequências didáticas.

3- Práticas de Escrita

Criar um ambiente alfabetizador e organizar situações de aprendizagem

que possibilitem a discussão e reflexão sobre a escrita alfabética. Essas

situações de aprendizagem devem acontecer de modo a possibilitar que o

professor conheça as concepções de escrita que os alunos possuem e

saibam as melhores estratégias de intervenção;

As atividades de escrita devem ser diárias e significativas para as crianças,

revestindo a escrita de seu caráter social;

Propor atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), envolvendo a leitura e

escrita;

Planejar atividades de escrita contextualizadas e adequadas para o trabalho

de reflexão sobre a Língua, desenvolvendo sequências didáticas

significativas aos alunos;

Propor aos alunos que escrevam os diferentes gêneros textuais, ainda que

não o façam convencionalmente. Mas o fato das escritas não convencionais

serem aceitas não significa ausência de intervenção pedagógica para a

construção da escrita convencional, visto que sem esta intervenção os

avanços não ocorrem;

Os saberes sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem escrita devem ser

ensinados e sistematizados. Não é suficiente a exposição dos estudantes

aos textos para que aprendam como o sistema de escrita funciona ou para

que aprendam a escrever textos expressivos ajustados às expectativas do

contexto de produção;

Organizar e combinar as atividades do dia, fazendo uso da escrita na sala

de aula, com diferentes finalidades, envolvendo os alunos (registro da

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rotina do dia, anotações de combinados coletivos, listas de organização de

trabalhos, jogos e festas, etc.);

Produzir coletivamente os textos: estratégia semanal que proporciona a

evolução dos níveis de escrita e permite explorar a organização e riqueza

das ideias, características próprias de cada gênero e aspectos de coerência e

coesão;

Promover atividades de produção de textual a partir de texto de referência,

reescrita de textos diversos, modificar o final de uma história, continuar um

texto, transformar um gênero em outro;

Atividades que o professor assuma a posição de apoio, produzindo

coletivamente pré-texto ou roteiros para a produção textual; auxiliando os

alunos na organização textual;

Atividades em que os diferentes gêneros sejam apresentados aos alunos,

tornando - os familiares, de modo a reconhecer as suas diferentes funções e

organizações discursivas;

Propor atividades em que os alunos são convidados a analisar textos bem

escritos de autores consagrados, destacando aspectos no que se refere à

escolha de palavras, recursos de substituição, de concordância, pontuação e

marcas que identifiquem estilos, reconhecendo as qualidades estéticas do

texto;

A atividade de produção textual constitui-se em procedimento de

construção de competências, desta forma é necessário garantir:

Contextualização: planejar atividades visando criar condições para o aluno

produzir o texto, ou seja, enriquecer os conhecimentos do aluno sobre a situação de

comunicação (emissor, destinatário, etc.), finalidade, gênero e conteúdo/tema que

vai ser escrito.

Proposta: tem que ser clara e sedutora para o aluno; de preferência, com um

objetivo de comunicação real.

1ª versão: escrita individual do aluno; o professor deve percorrer a sala durante a

produção, orientando quando for solicitado na macro estrutura , coerência/coesão e

convenções próprias à linguagem escrita.

Reflexão sobre o texto: nesse momento, o professor devolve os textos aos alunos

(1ª versão) oferece condições para o aluno refletir e autocorrigir o seu texto:

confrontação e socialização com os colegas, confrontação com textos de autores

(apresentação de modelo-referência), critérios para autocorreção, correção coletiva

de um texto de algum aluno, etc.

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2ª versão: o aluno reescreve o seu texto, após ter tido oportunidade de refletir sobre

seu escrito. Neste texto o professor vai orientar na micro estrutura e na macro, se

necessário. As correções podem ser feitas: através de legendas, escrevendo da

maneira correta no alto ou embaixo da palavra grafada de forma não convencional,

nunca por cima da mesma, rabiscando-a,

Versão final: tem que atingir o “melhor possível” para o momento, garantir a

legibilidade, partilhar (exposição nos painéis, montagem de livros, portfólio), tem

que ser lida pelo professor, a fim de checar se foram atingidos os propósitos

predeterminados.

Avaliação - Cada criança realiza a autoavaliação relativa à sua produção final e as

demais. O professor deve realizar a avaliação global ou dos progressos e ainda do

que resta aprender.

Planejar propostas de produção de texto pertinentes às necessidades da

turma e reflexibilizadas aos alunos com defasagem ou dificuldades de

aprendizagem. Nesta situação as propostas devem ser diversificadas e

significativas aos alunos, favorecendo a expressão através da linguagem

escrita.

Atividades em que o professor assuma a posição de escriba para que os

alunos revisem coletivamente textos já escritos, levando-os a verificar a

adequação do escrito do ponto discursivo, priorizando um aspecto de cada

vez: proposta, estruturação, coerência/coesão, ortografia e vocabulário;

Atividades de produção de textos de autoria definindo o leitor, o propósito

e o gênero de acordo com a situação comunicativa.

Atividades para ensinar procedimentos de produção de texto (planejar,

redigir, reler, revisar e cuidar da apresentação;

4- Análise e Reflexão sobre a escrita

Propor atividades de escrita em que os alunos, com hipótese não

alfabética, sejam colocados para escrever textos de memória (o texto

falado, não sua forma escrita), como parlendas, quadrinhas e canções. O

objetivo é que os alunos reflitam sobre o sistema de escrita;

Planejar atividades diversas com escrita do próprio nome;

Propor atividades em que os alunos possam observar e refletir sobre o

alinhamento, direcionamento e distribuição espacial (marcadores de

espaço: segmentação, pontuação e parágrafos) do texto no seu suporte;

Organizar atividades em que os alunos tenham a necessidade de utilizar a

ordem alfabética em algumas de suas aplicações sociais, como no uso de

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agenda telefônica, dicionário, guias e na organização de listas dos nomes

dos alunos e outras que se fizer necessário;

Atividades de escrita em que os alunos, com hipótese ainda não alfabética,

façam uso de letras móveis (alfabeto móvel). A mobilidade deste material

potencializa a reflexão sobre a escolha de cada letra;

Promover atividades em que os alunos possam refletir sobre convenções

sobre o sistema de escrita, observando palavras compostas por sílabas não

canônicas (sílabas complexas);

A compreensão do sistema de escrita passa pelo reconhecimento de suas

diferentes formas e usos, portanto o trabalho com a letra cursiva deve

acontecer somente após o aluno dominar alfabeticamente a estrutura deste

e inserido em um contexto prazeroso e funcional;

Atividades de reflexão ortográfica para os alunos que escrevem

alfabeticamente. Para isso é necessário eleger quais correspondências

irregulares e regulares será objeto de reflexão, partindo sempre dos textos

dos alunos, analisando o tipo de erro, estruturando o trabalho em atividades

de geração (investigação-descoberta), sistematização e manutenção,

utilizando estratégias diversas:

Para as regulares: banco de palavras (levantamento dos erros mais comuns da

turma), observação da regularidade (observar o que é regular, acontece

reiteradamente na mesma situação na notação das palavras), construção de regras

ortográficas (atividades que gerem reflexão sobre as regularidades e formulação de

regras), quadros de regras ortográficas (registro das descobertas-cartazes),

aplicação (uso das regras ortográficas nas situações de escrita).

Para as irregulares: promover a discussão entre os alunos sobre a forma de grafar

determinada palavra, priorizando as palavras de uso frequente, construindo listas

com determinada dificuldade de grafia( ligada a um tema/ contexto), observação

de palavras que pertencem a uma mesma família semântica, cartazes, jogos e uso

do dicionário, etc.

Promover atividades de reflexão sobre o sistema de pontuação a partir da

análise de como os bons autores utilizam a pontuação para organizar seus

textos.

Planejar atividades em que os alunos revisem textos (próprios ou de

outros), coletivamente, pequenos grupos ou individualmente, buscando

identificar problemas discursivos (coerência/coesão, estruturação,

pontuação, ortografia, etc);

Promover sequências didáticas em que os alunos produzam textos com

propósitos sociais e tenham que revisar distintas versões até considerarem

o texto bem escrito, compondo um processo de reflexão sobre os aspectos

estudados da língua e da linguagem.

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II – Matemática

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 3° ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

1 – Números e Operações

Compor e decompor números menores que 1000, comparando-os e

ordenando-os;

Resolver situações-problema envolvendo as ideias das operações

fundamentais;

Registrar adequadamente, através de algoritmos as operações com as ideias da

adição, multiplicação, subtração e divisão;

Compreender e utilizar a numeração ordinal, registrando-a;

Sistematizar técnicas operatórias sem e com reagrupamentos.

2 – Espaço e Forma

Identificar e comparar sólidos geométricos mais comuns;

Perceber semelhantes e diferenças entre sólidos geométricos e relacioná-los

com objetos do cotidiano;

Construir objetos com formas geométricas diversos e utilizá-los em situações-

problema;

Classificar figuras geométricas;

Reconhecer as faces, vértices e arestas de um poliedro.

3 – Grandezas e Medidas

Utilizar medidas de tempo, explorando o calendário;

Reconhecer medidas de tempo: mês, bimestre, trimestre, semestre, ano,

década e século;

Reconhecer medidas de uso social: centímetro, metro, quilômetro, litro, quilo,

dúzia, dobro, triplo, metade;

Utilizar instrumentos padronizados de medidas.

4 – Tratamento da Informação

Criar registros próprios para consolidar informações pessoais;

Coletar informações e registrá-las em tabelas;

Elaborar e interpretar gráficos e tabelas;

Produzir escritos a partir da interpretação de gráficos e tabelas.

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B - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA – 3º ANO

1 – Números e Operações 2 – Espaço e Forma 3 – Grandezas e Medidas 4 – Tratamento da

Informação

Composição e decomposição de

números menores que 1000;

Leitura e escrita de números

menores que 1000;

Utilização de números ordinais em

atividades do cotidiano;

Cálculo mental (estimativas)

relacionado à situações-problema;

Idéias das operações fundamentais

através de situações-problema, com

registro de algoritmos:

- Adição: juntar e acrescentar;

- Multiplicação: adição de parcelas

iguais e análise combinatória;

- Subtração: tirar, comparar e

completar;

- Divisão: repartir e medir.

Técnicas Operatórias de adição,

multiplicação e subtração: sem e

com reagrupamento, divisão:

exata e não exata, dividir por

decomposição.

Percepção e distinção de formas geométricas;

Identificação de semelhanças e

diferenças entre objetos;

Classificações segundo a forma;

Classificação das figuras não planas

em: poliedros e corpos redondos;

Construção de modelos;

Simetria em figuras planas e não

planas;

Reconhecimento de faces, vértices e

arestas de um poliedro.

Unidades de medidas de tempo:

mês, bimestre, trimestre,

semestre, ano, década e século;

Medidas de uso social:

centímetro, metro, quilômetro,

litro, quilo, dúzia, dobro, triplo,

metade;

Uso de instrumentos

padronizados de medidas.

Registros pessoais;

Elaboração e interpretação

de gráficos e tabelas;

Produção de textos escritos

a partir da interpretação de

gráficos e tabelas

Observação: Os conteúdos de Matemática estão elencados por temas, cabendo ao professor trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

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C – Orientações Didáticas

Para que o aluno compreenda as ideias matemáticas e sistematize-as, é

necessário que o professor estabeleça uma sequência didática (etapas) para a

resolução das situações-problemas propostas;

As aulas de Matemática devem ser iniciadas com um “desafio” (situação-

problema) que estimule o cálculo mental e favoreça a elaboração de

estimativas;

Um dos principais objetivos do ensino de Matemática é fazer ao aluno pensar

produtivamente, portanto, todo fazer pedagógico do professor deve ser

planejado a partir de situações-problema;

As situações-problema propostas não podem estar muito além ou aquém das

possibilidades dos alunos. Isto poderia gerar medo, ansiedade e pouco

envolvimento com a situação;

O ensino da matemática deve ser interdisciplinar, com o envolvimento das

outras áreas do conhecimento, mas a especificidade dos conteúdos deve ser

garantida;

Os jogos matemáticos são essenciais para a formação dos conceitos;

É importante que os alunos representem a situação-problema: dramatizando,

utilizando-se de desenhos, materiais de sucata, listas etc;

Valorize o processo, a maneira como o aluno resolveu o problema, e não

apenas o resultado;

As soluções incorretas apresentadas pelos alunos devem ser pontos para a

reflexão e não para censuras;

Utilizar adequadamente materiais elaborados como: ábacos, blocos lógicos,

material dourado, material Cuisenaire;

É fundamental que o aluno construa materiais específicos como: sólidos

geométricos, tabelas, gráficos, dobraduras etc;

As atividades realizadas pelos alunos devem ser socializadas em exposições,

murais (sala de aula e pátio) e portfólios;

A socialização favorece a comunicação das ideias e a sistematização dos

conceitos compreendidos;

O uso da informática no ensino da matemática deve ser aprimorado e torna-se

essencial quando as atividades propostas são desafiadoras.

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III – Ciências Naturais

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Apresentar atitude investigativa, levantando e testando hipóteses a partir de

experimentos sobre materiais e objetos do meio ambiente, elaborando

conceitos e reconhecendo características em relação ao meio natural e

construído;

Identificar características do próprio corpo, compreendendo a função dos

diversos órgãos e seu funcionamento;

Distinguir características sexuais primárias e as diversas etapas de

desenvolvimento que o ser humano passa ao longo da vida, valorizando e

respeitando as diferenças;

Aplicar os conhecimentos relativos à manutenção do bem estar físico e

mental em seu dia-a-dia (noções de higiene, cuidados com o corpo,

alimentação saudável);

Analisar situações que podem acarretar acidentes, evitando contato com

substâncias tóxicas e/ou materiais que comprometem a saúde;

Desenvolver a consciência ecológica, valorizando a inter-relação do

homem com o meio ambiente de forma equilibrada, com ações de

preservação da fauna e flora;

Promover mudanças no ambiente em que vive, através de práticas como

reciclagem e economia de recursos naturais;

Conhecer diversas espécies da fauna e da flora, classificando as mesmas a

partir de suas características e propriedades distintas;

Entender que algumas situações estudadas dentro da ótica das “Ciências

Naturais” têm relação direta com problemas sociais, como a questão da

poluição, programas de saneamento e ocupação inadequada de ambientes;

Perceber a relação direta que o homem possui com a natureza,

possibilitando qualidade de vida através da utilização de recursos naturais

como a água, as árvores e cultivo do solo;

Valorizar o desenvolvimento tecnológico, observando a variedade de

inovações que são alcançadas através da transformação da matéria-prima,

possibilitando conforto e também melhorias em áreas fundamentais como a

saúde.

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CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS NATURAIS – 3º ANO

Corpo Humano e Saúde

Os seres vivos e o Ambiente As relações do homem com a natureza

Características externas do corpo

(membros superiores e inferiores)

Características sexuais primárias

(meninos e meninas)

Transformação do corpo nas diversas

fases da vida (nascimento/

infância/juventude/ adulto/ velhice)

Cuidados com o corpo:

- noções de higiene corporal e coletiva

- vacinas obrigatórias

- doenças contagiosas

- prevenção de acidentes (plantas e

substâncias tóxica/ animais/ materiais/

objetos/ circunstâncias)

Água:

- locais onde existe na natureza

- ciclo

- relação do seres vivos com água

- poluição e preservação

Ar:

- importância, poluição e preservação

Solo

- tipos de solos de acordo como o meio

ambiente

- poluição, erosão e preservação

Seres vivos (animais e plantas):

- comportamento dos seres vivos:

- classificação

- cadeia alimentar

- reprodução

Intervenção do homem no meio ambiente (ambiente

natural e construído)

As diferentes formas de energia aproveitáveis

Origens e propriedades de determinados materiais e

formas de energia para relacioná-las aos seus usos

Recursos tecnológicos: objetos fabricados por

diferentes processos (matéria prima/ etapas/

características do processo)

Espécies da fauna e da flora ameaçados de extinção

em função de desequilíbrios da natureza provocados

pela atividade humana.

Page 18: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

O questionamento dentro do ensino de Ciências deve ser mecanismo

presente. Sua utilização não deve ser pautada no sentido de avaliar

aprendizado de conteúdos conceituais, mas no desenvolvimento de

posturas críticas;

Os conteúdos não devem ser encarados de forma neutra. É fundamental

que os conceitos apresentados sejam abordados em seu aspecto social,

promovendo a percepção da “Ciência” no dia-a-dia, dando significado e

funcionalidade no que se estuda em sala de aula;

Valorize as hipóteses de seus alunos, oriente para que as elaborem dentro

do raciocínio lógico, apresentando argumentos claros que sustentem seu

pensamento. Permita que exponham o que sabem a respeito de animais,

plantas, flores e fenômenos naturais; conduza a turma a elaborar suas

próprias conclusões e compará-las com as informações retiradas de livros e

outras fontes de pesquisa;

Ciências Naturais é a área do conhecimento movida pelas perguntas, desse

modo instigar a curiosidade das crianças é o grande caminho pra o

trabalho. Auxilie na criação de respostas através do desenvolvimento de

experimentos;

Privilegie atividades de observação, transformação, interação e descoberta,

atentando para o aspecto de elaboração de registros;

Crie espaços alternativos para realização de experimentos. Na ausência de

uma área externa cultive plantas em vasos ou em garrafas pet (exercitando

a consciência ecológica);

O conhecimento do corpo humano favorecerá na reflexão sobre cuidados

necessários com o mesmo. Estimule para que as crianças apontem formas

de cuidado que devem praticar rotineiramente;

É fundamental que o “erro” seja encarado como uma etapa natural da

construção do conhecimento científico, mostrando que historicamente

teorias são superadas, porém sem perder seu valor dentro da escala

evolutiva da ciência;

“É importante que as perguntas ou problematizações formuladas pelo

professor permitam às crianças relacionar o que já sabem ou dominam com

o novo conhecimento. Esse tipo de questionamento pode estar baseado em

aspectos práticos do dia-a-dia da criança, relacionados no modo de vida de

seu grupo social” (Teixeira, 2008, p.81)

Page 19: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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IV – História

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Comparar acontecimentos no tempo, tendo como referência anterioridade,

posteridade e simultaneidade;

Compreender a identidade pessoal e coletiva, desenvolvendo a percepção e o

respeito às diferenças, de variada natureza, que caracterizam os indivíduos e

os grupos sociais;

Reconhecer-se como parte da história da comunidade, identificando os grupos

sociais que a compõem e suas regras de funcionamento e convivência;

Reconhecer a importância de valorizar as diferenças étnicoculturais que

caracterizam a sociedade brasileira;

Identificar as diferentes linguagens das fontes históricas, para iniciar a

compreensão de fenômenos histórico-sociais;

Reconhecer, a partir da relações cotidianas, as diferenças entre o tempo do

indivíduo e o tempo histórico e social;

Identificar as características dos sistemas de notação do tempo em diferentes

instituições sociais;

Compreender as permanências e mudanças no tempo escolar, no tempo da

família e no tempo da comunidade;

Identificar mudanças que ocorreram em profissões, produtos e serviços em

sua comunidade ao longo do tempo;

Estabelecer relações em presente e passado.

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CONTEÚDOS DE HISTÓRIA – 3º ANO

1º BIMESTRE 2º BIMESTRE 3º BIMESTRE

4º BIMESTRE

1. TEMPO

Tempo histórico: presente, passado e

futuro;

Noção de contemporaneidade;

Noção de anterioridade;

Noção de posterioridade;

Noção de simultaneidade.

2. ESPAÇO

Casa;

Escola e moradia;

Localização casa/escola – rua/ bairro.

3. GRUPOS SOCIAIS

História da família;

Comunidade escolar.

4. TRABALHO

Enfocar o trabalho em cada grupo social

que as crianças participam;

Trabalho e profissões: mudanças e

permanências.

5. NATUREZA

Meio ambiente – conservação e

permanência;

Cuidados em relação ao meio ambiente.

6. CULTURA

Modos de viver, trabalhar e pensar no

tempo e no espaço;

Manifestações culturais: festas folclóricas,

músicas, artesanato, danças.

1. TEMPO

Tempo histórico: presente, passado e

futuro;

Noção de contemporaneidade;

Noção de anterioridade;

Noção de posterioridade;

Noção de simultaneidade.

2. ESPAÇO

Bairro;

O bairro: mudanças e permanências;

Mudanças do bairro.

3. TRABALHO

Trabalho remunerado e não remunerado;

Diferentes formas de remuneração;

4. GRUPOS SOCIAIS

Moradores antigos do bairro;

Relatos históricos do bairro;

Associação de bairro;

5. NATUREZA

Meio ambiente – conservação e

permanência;

Cuidados em relação ao meio ambiente.

6. CULTURA

Pluralidade cultural;

Manifestações culturais: festas folclóricas,

músicas, artesanato, danças.

1. TEMPO

Tempo histórico: presente, passado e

futuro;

Noção de contemporaneidade;

Noção de anterioridade;

Noção de posterioridade;

Noção de simultaneidade.

2. ESPAÇO

Serviços públicos e lazer no bairro;

Meios de transporte e comunicação nos

diferentes espaços e tempos.

3. TRABALHO

Trabalho infantil (livre e escravo/

exploratório e colaborativo);

4. GRUPOS SOCIAIS

Grupos religiosos;

5. NATUREZA

Meio ambiente – conservação e

permanência;

Cuidados em relação ao meio ambiente.

6. CULTURA

Pluralidade cultural;

Manifestações culturais: festas folclóricas,

músicas, artesanato, danças.

1. TEMPO

Tempo histórico: presente, passado e

futuro;

Noção de contemporaneidade;

Noção de anterioridade;

Noção de posterioridade;

Noção de simultaneidade.

2. ESPAÇO

O município de Marília;

Contextualização do local geográfico:

antes e depois do desbravamento da região.

3. TRABALHO

Diferença entre trabalho, emprego e

profissão.

4. GRUPOS SOCIAIS

Outros grupos sociais existentes na

comunidade;

5. NATUREZA

Meio ambiente – conservação e

permanência;

Cuidados em relação ao meio ambiente.

6. CULTURA

Pluralidade cultural;

Manifestações culturais: festas folclóricas,

músicas, artesanato, danças.

Page 21: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

As aulas devem ser organizadas através de atividades de comparação,

realizadas a partir da análise dos grupos sociais estudados (Família; Escola;

Comunidade), possibilitando desenvolver habilidades que permitam ampliar

experiências no campo da leitura histórica.

O ensino de História deve ter por base a concepção de que a vida é alteração.

Nesse sentido, História é uma Área do Conhecimento que permite a

compreensão das transformações que produziram a realidade atual e de outras

a serem operadas pelo homem em seu tempo e em seu grupo;

O trabalho com a história local é importante, pois propicia pesquisas com

depoimentos e relatos de pessoas da escola, da família e de outros grupos de

convívio, fotografias e gravuras, observações e análises de comportamentos

sociais e de obras humanas: habitações, utensílios caseiros, ferramentas de

trabalho, vestimentas, produção de alimentos, brincadeiras, músicas, jogos,

entre outros.

Propiciar estudos comparativos, distinguindo semelhanças e diferenças,

permanências e mudanças de costumes, modalidades de trabalho, divisão de

tarefas e formas de relacionamento com a natureza;

É importante que a noção de tempo seja trabalhada permeando todas as

atividades e conteúdos desenvolvidos, de modo que se dê continuidade ao

processo de formação do pensamento cronológico, processo este que ocorre

ao mesmo tempo em que se desenvolve o pensamento histórico, que irá se

reelaborando ao longo de toda a vida escolar do aluno;

O exercício de trabalhar as diferenças / semelhanças, permanência /

transformações e simultaneidade/contemporaneidade permite que a criança

comece a perceber que a realidade não se extingue nela mesma, evidenciando

seus múltiplos aspectos. Enfim, permite que a criança crie o hábito de

observar e perceber as coisas e as pessoas que a rodeiam de forma mais

crítica;

As noções de diferenças/semelhanças, permanência/transformações e de

simultaneidade/contemporaneidade serão trabalhadas intimamente

relacionadas com a noção de tempo, sendo trabalhadas de forma articulada no

interior dos conteúdos propostos, desenvolvendo-se simultaneamente;

Para favorecer a aprendizagem e a construção de noções históricas é

necessário que o professor oriente e acompanhe a realização de alguns

procedimentos pelos alunos (BRASIL, 1997):

Page 22: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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22

Busca de informações em diferentes tipos de fontes (entrevistas,

pesquisa bibliográfica, imagens, etc.);

Análise de documentos de diferentes naturezas;

Troca de informações sobre os objetos de estudo;

Comparação de informações e perspectivas diferentes sobre um

mesmo acontecimento, fato ou tema histórico;

Formulação de hipóteses e questões a respeito dos temas estudados;

Registro em diferentes formas: textos, livros, fotos, vídeos,

exposições, mapas, etc.

Conhecimento e uso de diferentes medidas de tempo.

História como área do conhecimento deve integrar-se entre si e com as

outras áreas do conhecimento. No entanto, é importante destacar a

relevância e especificidade de cada uma no que diz respeito à análise da

realidade social segundo a ação e as relações que o homem estabelece no

espaço natural e no espaço por ele construído;

A utilização de fotografias do lugar (documentos que o aluno vai ler e

interpretar), antigas e recentes, permitirá a observação das modificações

que ocorreram ao longo do tempo indicando o que permanece e o que

mudou. Plantas e mapas do lugar também poderão ser utilizados com a

mesma finalidade;

O trabalho com a História deve funcionar como uma analise construtiva de

cada tempo histórico e acontecimento histórico no qual o aluno fará as suas

hipóteses e comparações, concepções e conceitos construídos no coletivo e

direcionado pelo professor , desenvolvendo diversas habilidades através da

troca de informações, socialização de ideias, das contradições de atitudes e

conceitos contribuindo significativamente para uma aprendizagem

permanente;

A história oral, por assim dizer, as memórias, também filmes e

documentários, são fontes importantes, apesar do cuidado que se deve ter

com a origem de seus discursos e com suas intencionalidades;

Page 23: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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V – Geografia

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Reconhecer no lugar em que se encontram inseridos (ambiente familiar,

ambiente escolar, comunitário) os referenciais de localização, orientação e

distância;

Utilizar a linguagem gráfica, em especial a cartográfica, para a leitura da

representação do espaço;

Perceber que o espaço geográfico está em constante transformação;

Reconhecer na paisagem local e no espaço próximo, as diferentes

manifestações naturais e culturais sobre a paisagem;

Perceber as semelhanças e diferenças na forma em que os grupos humanos se

apropriam dos recursos naturais, transformando-os;

Identificar a importância de atitudes responsáveis de cuidado com o meio em

que vive;

Identificar no tempo físico as condições climáticas, as variações de tempo,

estações do ano e movimento aparente do Sol;

Reconhecer a importância de uma atividade responsável de cuidado com o

meio em que vivem, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se

deve ter na preservação e na manutenção da natureza.

Page 24: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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B - CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA – 3º ANO

1º BIMESTRE 2º BIMESTRE 3º BIMESTRE 4º BIMESTRE

1. TEMPO

Tempo físico;

Movimento aparente do sol;

Leitura da sombra.

2. ESPAÇO

Escola.

2.1. Representação

Estudo e construção de

planta baixa e legenda dos

espaços estudados: casa/

escola.

2.2. Localização

Estudo e registro do trajeto

casa/ escola.

2.3. Orientação

Pontos cardeais tomando

como referência a casa e a

escola.

3. NATUREZA

Natureza nas paisagens

naturais e construídas no

espaço escolar;

Observação das mudanças

ocorridas na natureza do

espaço escolar;

Mudanças no tempo linear e

no tempo cíclico.

1. TEMPO

Tempo físico;

Movimento de rotação e translação;

Representação das quatro estações do ano (temperatura,

vegetação, chuva, estiagem);

2. ESPAÇO

Rua e bairro;

Tipos de bairros (residencial, comercial, industrial, centrais,

periféricos, favelas);

2.1. Representação

Estudo e construção de planta baixa e legenda dos

espaços estudados: bairro (destaque para a casa dos alunos e

escola);

2.2. Localização

Principais pontos de referência do bairro (escolas, UBS,

igrejas, praças);

Conhecimento e compreensão e dos pontos cardeais, a partir

de uma referência, nos diferentes espaços estudados: bairro.

2.3. Orientação

Relação entre a lateralidade da criança com os pontos

cardeais.

3. NATUREZA

Natureza nas paisagens naturais e construídas dos espaços

estudados: bairro;

Observação das mudanças ocorridas na natureza dos espaços

estudados;

Observação nesses espaços: vegetação, relevo, água, e clima.

Mudanças no tempo linear e no tempo cíclico;

Utilização responsável dos recursos naturais;

Preservação/ conservação.

1. TEMPO

Tempo físico;

Representação das quatro estações do ano

(temperatura, vegetação, chuva, estiagem)

2. ESPAÇO

Bairro e bairros vizinhos;

Inserção do bairro na cidade;

2.1. Representação

Construção da maquete do bairro;

2.2. Localização

Conhecimento e compreensão dos pontos

cardeais.

Introdução dos pontos colaterais.

2.3. Orientação

Pontos cardeais e introdução dos pontos

colaterais.

3. NATUREZA

Natureza nas paisagens naturais e

construídas dos espaços estudados: bairro

e arredores;

Observação das mudanças ocorridas na

natureza dos espaços estudados: bairro e

arredores;

Observação nesses espaços: vegetação,

relevo, água, e clima.

Mudanças no tempo linear e no tempo

cíclico;

Utilização responsável dos recursos

naturais;

Preservação/ conservação.

1. TEMPO

Tempo físico;

Horário de verão;

2. ESPAÇO

Zona urbana e zona rural;

Introdução a município;

Identificação e caracterização da

Geografia do lugar;

Limites de município (fronteiras e

vizinhos);

2.1. Representação

Diferentes maneiras de representar os

diferentes espaços: mapa, planta, croqui;

2.2. Localização

Conhecimento e compreensão dos pontos

cardeais e colaterais nos diferentes espaços

estudados;

2.3. Orientação

Pontos cardeais e colaterais.

3. NATUREZA

Natureza nas paisagens naturais e

construídas dos espaços estudados;

Observação das mudanças ocorridas na

natureza dos espaços estudados;

Observação nesses espaços: vegetação,

relevo, água, e clima.

Mudanças no tempo linear e no tempo

cíclico;

Utilização responsável dos recursos

naturais;

Preservação/ conservação.

Page 25: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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25

C – Orientações Didáticas

Observando que a organização do espaço geográfico ocorre num processo

dinâmico, de transformação, onde a sociedade produz e reproduz a existência

social através do trabalho, torna-se fundamental situar o aluno nesse

movimento para que ele compreenda seu lugar no grupo com o qual se

relaciona e na sociedade como um todo;

Quanto mais oportunidades as crianças tiverem para falar e ouvir opiniões de

adultos e de outras crianças sobre fatos da natureza e da sociedade, mais

poderão aprofundar o pensar crítico, autônomo e também solidário (embora

não necessariamente igual) ao pensar de outras pessoas;

Atividades envolvendo esquema corporal, brincadeiras e jogos que levem a

criança a explorar o espaço e tudo o que ele contém devem ser o ponto de

partida para o desenvolvimento do trabalho de representação espacial;

No trabalho com os conteúdos de Geografia, é fundamental promover na

criança a curiosidade, entender a relação do homem com a natureza, a

compreensão de que há uma relação entre fenômenos da natureza e a vida

humana;

A construção das relações espaciais é gradativa, por isso o trabalho com

mapas deve ser retomado nos anos seguintes, num ir e vir que a cada passo

acrescenta um pouco mais em termos de abstrações;

O contato com representações como plantas de rua, os mapas, globos

terrestres e outros tipos de representação, como desenhos feitos pelos adultos

para indicar percursos poderá ocorrer com a mediação do professor. Esse

contato permitirá às crianças reconhecerem a função social atribuída a essas

representações nos contextos cotidianos e de trabalho, e se aproximarem das

características da linguagem gráfica utilizada pela cartografia. Algumas

brincadeiras, como caça ao tesouro, por exemplo, apresentam desafios

relacionados à representação gráfica do espaço e podem ser desenvolvidas

com as crianças dessa faixa etária;

Para a elaboração de situações sugestivas de aprendizagem a partir das

relações entre o processo histórico que regula a formação das sociedades

humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço

geográfico e da paisagem, deve-se ter alguns cuidados:

Lidar com conceitos referentes a fenômenos concretos;

Page 26: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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26

Ter o aluno como elemento ativo do próprio processo de

aprendizagem;

Lidar com conceitos científicos na linguagem do aluno.

Atividades como observação, estudo do meio, investigações, exposições e

debates devem fazer parte do cotidiano escolar, aliadas não só ä utilização de

recursos tradicionalmente disponibilizados mas também a fontes alternativas,

consideradas não formais;

Os conceitos deverão ser construídos a partir das experiências já vividas pelo

aluno, das vivências que possam ser organizadas na escola e das observações

feitas por ele.

Para auxiliar e encaminhar o aluno do conhecimento do senso comum,

obtido através da observação de situações empíricas, para o conhecimento

organizado e sistematizado é necessário, que os conceitos trabalhados pelo

aluno com orientação do professor sejam conceitos científicos;

Propiciar situações lúdicas na educação geográfica favorece a articulação

das informações, a análise, e o estabelecimento de relações para a

compreensão do que acontece no mundo. Assim a utilização de mapas,

documentos, fotografias e também jogos e brincadeiras têm grande

relevância no processo de aprendizagem.

A Geografia deve ser trabalhada de forma integrada as outras áreas do

conhecimento e ao mesmo tempo, respeitando as especificidades das fontes,

abordagens e enfoques de cada uma;

- Artes Visuais (pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia, gravura)

- Teatro

- Música

- Dança

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final do 3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Compreender a Arte como resultado da leitura do mundo, sendo ferramenta

capaz de emitir determinada opinião através do desenho, interpretação,

Page 27: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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27

música ou movimento, podendo ser apresentada como atitude pessoal ou

coletiva;

Compreender que a manifestação artística retrata, muitas vezes, questões

sociais e políticas, sendo uma forma de registrar a trajetória da sociedade;

Perceber que a manifestação artística está presente no dia-a-dia, até mesmo

nos objetos que utilizamos, visto que são frutos da imaginação humana e

passaram por processo de produção, exigindo planejamento visual;

Entender que os padrões estéticos são elementos subjetivos e variáveis, não

podendo sobrepor o valor da arte enquanto resultado de sensibilidade,

criatividade e emoção, valorizando assim a diversidade de estilos e técnicas;

Valorizar e respeitar suas produções artísticas e as produzidas pelos colegas;

Utilizar técnicas variadas de desenho e pintura, aliada a observação, para

retratar pessoas, objetos, animais, plantas e paisagens;

Fortalecer a autoconfiança artística, compreendendo a complexidade do

percurso de criação e estabelecendo estratégias para facilitar o mesmo;

Conhecer vida e obras de artistas plásticos locais e também consagrados no

cenário nacional e mundial;

Realizar releituras a partir de obras de arte diversas;

Utilizar materiais alternativos para produzir desenhos e pinturas (como a

confecção de tintas utilizando folhas e flores);

Fazer representações tridimensionais utilizando argila, barro, massa de

modelar e sucata;

Recontar histórias através da representação cênica;

Utilizar criativamente objetos diversos nos jogos dramáticos ( brincadeiras

de faz de conta), dando asas a imaginação;

Participar de peças teatrais utilizando técnicas variadas de apresentação

(fantoches, dedoches, máscaras, sombras, bonecos);

Page 28: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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28

Assistir atentamente filmes e peças teatrais diversas, emitindo opiniões sobre

os temas apresentados e respeitando a dos colegas;

Confeccionar cenários para peças de teatro e preparar caracterização

(figurino, maquiagem, adereços) para interpretar os personagens;

Aprimorar a sensibilidade e capacidade de percepção dos sentimentos do

“outro” através da vivência interpretativa;

Perceber a música como forma de comunicação, possibilitando, através da

organização de sons, a manifestação de opiniões, sentimentos e criatividade;

Participar de atividades que explorem a percussão corporal, percebendo o

aspecto orgânico da música e aprimorando a percepção rítmica;

Reconhecer, classificar e reproduzir sons de objetos diversos e do meio

ambiente;

Conhecer ritmos e estilos musicais variados, valorizando e respeitando a

diversidade existente;

Apreciar músicas que geralmente não são executadas na mídia, conhecendo e

respeitando grandes cantores e músicos;

Produzir sons ordenados utilizando instrumentos musicais industrializados e

confeccionados pelo próprio aluno;

Reconhecer nos movimentos sequenciados e intencionais do corpo

potencialidade para expressão artística rítmica;

Executar individualmente e/ou coletivamente movimentos a partir de ritmos

diversos;

Brincar de rodas cantadas;

Assistir e participar de eventos de dança, omitindo e respeitando opiniões.

Page 29: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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29

B - CONTEÚDOS DE ARTE – 3 º ANO

Importante: Os conteúdos de Arte não podem ser explorados de maneira estanque. Eles devem estar estritamente relacionados com as diversas áreas

de conhecimento, numa proposta interdisciplinar.

Artes Visuais Dança Música Teatro Desenho, pintura, colagem, dobradura,

gravura e escultura;

Representação bidimensional e

tridimensional;

Contato e reconhecimento de materiais,

instrumentos e técnicas de produção de artes

visuais;

Experimentação, confecção, utilização e

pesquisa de materiais e técnicas artísticas;

Contato e reconhecimento, observação e

experimentação de leitura das formas visuais

em diversos meios de comunicação da

imagem;

Interpretação de artes visuais: oralidade;

Reconhecimento da importância das artes

visuais na sociedade e na vida dos

indivíduos;

Elementos básicos da linguagem visual:

ponto, forma, cor, textura, tamanho;

Identificação de produtores em artes visuais

como agentes sociais de diferentes épocas e

culturas: aspectos da vida de alguns artistas

(biografia);

Convivência com produções visuais e sua

concepções nas diferentes culturas;

Identificação dos significados expressivos e

comunicativos das formas visuais.

Experimentação e pesquisa das

diversas formas de movimento,

locomoção, deslocamento e

orientação no espaço;

Reconhecimento e desenvolvimento

da expressão em dança;

Seleção de gestos e movimentos

observados em danças, imitando,

recriando e criando pequenas

coreografias;

A dança como manifestação coletiva

(integração e comunicação);

Reconhecimento e distinção de

diversas modalidades de movimento

e suas combinações.

Utilização e criação de letras de

canções, parlendas etc, como elemento

musical;

Brincadeiras, jogos e danças,

articulados com elementos musicais;

A música e a importância na sociedade

e na vida dos indivíduos;

Apreciação e reflexão sobre música,

discutindo intencionalidade dos

compositores;

Tradução de realidades interiores e

emocionais por meio da música;

Interpretação de músicas existentes;

Percepção e identificação de

elementos da linguagem musical

(gênero e estilo).

Reconhecimento e utilização de

elementos da linguagem dramática;

Exploração das competências corporais

e de criação dramática;

Reconhecimento e utilização da

expressão e comunicação da criação

teatral;

Criação de textos dramáticos, poéticos

etc;

Pesquisa, elaboração e utilização de

cenários, figurinos, adereços e objetos;

Encenação em grupo;

Reconhecimento e compreensão das

propriedades comunicativas e

expressivas nas diferentes formas

dramatizadas;

Experimentação e articulação entre

expressões corporais, plásticas e

sonoras.

Page 30: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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30

C – Orientações Didáticas

Com a finalidade e desenvolver uma prática consistente, coerente e

fundamental em relação à arte, não podemos perder de vista os três eixos

sobre os quais devemos estruturar nosso trabalho: o fazer artístico, a

apreciação estética e a reflexão através do conhecimento;

A observação é uma habilidade que deve ser bastante explorada para o

desenvolvimento da percepção artística. O interesse dirigido, aliando o

pensamento aos sentidos pode ser ensinado aos alunos. Proponha situações

diversas onde as crianças são levadas a observar detalhes nos ambientes,

formatos de prédios e casas, sintam com as mãos e pés texturas,

experimentem sabores diferentes, ouçam sons e apreciem o silêncio.

Tome cuidado com propostas de atividades descontextualizadas, como os

“desenhos livres”. Ninguém cria a partir do nada, portanto é fundamental que

exista intencionalidade e delimitação do que deverá ser feito, afinal há para

cada proposta uma expectativa que o professor pretende atingir. A liberdade

não está no “o que fazer”, mas sim no “como fazer” (técnicas, formatos,

cores, materiais);

As atividades de “Arte” podem e devem ser realizadas em sintonia com as

outras áreas de conhecimento. Nesse aspecto reconhecemos o papel

catalisador dessa disciplina, propiciando através da criatividade e ludicidade

a compreensão dos mais diversos conteúdos e conceitos;

Valorize a cultura local. Procure apresentar não só manifestações artísticas

consagradas pela crítica, mas também as que são mais próximas dos alunos.

Apresente artistas plásticos da cidade, músicos, bailarinos e outros mais que

houver;

Tenha clareza de que as manifestações artísticas são carregadas de

sensibilidade e expressam opiniões, ampliando as possibilidades de sentir e

refletir sobre novas ações. Em função disso os padrões estéticos não podem

sobrepor ao aspecto da criatividade e sensibilidade. Respeitar e valorizar as

diferenças favorece a autoconfiança e permite que talentos sejam revelados e

aprimorados;

Assim como um texto precisa de um leitor a manifestação artística precisa de

público. Valorize os trabalhos de seus alunos promovendo exposições,

apresentações e organização de portfólios para apresentar em reuniões de

pais. Uma boa estratégia é organizar um espaço permanente na sala de aula

onde amostras de diversos trabalhos podem ser apreciados;

Page 31: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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31

Proponha oficinas em que os alunos possam construir instrumentos para

apresentações musicais, adereços para uma peça teatral e até confeccionar

massa de modelar ou papel machê. Através desse trabalho atingimos

algumas expectativas implícitas, como desenvolver senso de organização,

responsabilidade e também a seleção e classificação de materiais e objetos;

Diversifique os materiais utilizados para atividades de desenho, colagem e

pintura. Além dos industrializados apresente elementos alternativos como

corantes naturais (carvão, urucum), folhas e sementes;

Para que as crianças possam criar suas produções, é preciso que o professor

ofereça oportunidades diversas para que elas se familiarizem com alguns

procedimentos ligados aos materiais utilizados, aos diversos tipos de suporte

e para que possam refletir sobre os resultados obtidos;

O trabalho com música abrange a apreciação bem como a participação em

corais, rodas cantadas e a elaboração de paródias e outras composições a

partir de sons naturais (seleção rítmica);

De acordo com Meyer e Goulart (2007, p. 49) “a produção artística oral,

escrita e plástica que historicamente os grupos populares vêm produzindo faz

parte do acervo cultural da humanidade e nos representa de modo legítimo”.

Porém é necessário que exista uma seleção criteriosa do que será apresentado

pela escola, visto que uma de suas funções é ampliar o repertório cultural dos

alunos, portanto evite reproduzir apenas o que é apresentado pela mídia.

Permita que os alunos tenham contato com músicas clássicas, canções

folclóricas e o rico repertório da Música Popular Brasileira;

Trazer o teatro para a educação consiste em utilizar suas técnicas para

favorecer a comunicação dos conhecimentos. Seja na condição de espectador

ou ator, o teatro proporciona a reflexão e memorização sobre diversos temas,

além do impacto emocional que propicia o debate de questões morais;

A linguagem teatral, assim como as demais linguagens, deve ser apresentada.

São processos gramaticais que legitimam tal linguagem. Não estamos com

isso afirmando que o processo de aprendizagem do teatro se dê de maneira

idêntica aos processos de outras linguagens, apenas reforçando que antes de

decorar um texto ou apresentar uma peça, a criança deverá passar por

vivências, sobretudo corpóreas, que capacitem a estar organicamente em

cena;

A linguagem teatral é marcada pela expressão corporal, sendo seu exercício

uma forma de autoconhecimento, estimulação de potencialidades e

superação de limites;

Page 32: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

32

Tenha claro que a infância é um rico espaço para invenção de novas

realidades, dessa forma, explorar os “jogos de faz de conta” estimula a

imaginação e permite que as crianças expressem sentimentos que teriam

dificuldade em apresentar numa abordagem direta;

Quando dizemos que historicamente teatro é “o lugar de onde se vê”,

estarmos apontando que a linguagem teatral necessita de uma platéia de

observadores para contribuir-se como tal, porém isso não significa que

haverá a necessidade em decorar textos e, de maneira robotizada, apresentar

peças públicas ou festas no final do ano;

Dançar não é um ato mecânico, estão envolvidas habilidades complexas,

como a noção de espaço, ritmo, atenção e autoconhecimento corporal.

Através do planejamento de atividades envolvendo dança você pode

aprimorar essas habilidades em sua turma;

Lembre-se de respeitar as diferenças e o tempo de seus alunos. Se propomos

um trabalho alicerçado na ludicidade as atividades envolvendo movimentos

corporais não podem se tornar “traumatizantes”, obrigando a criança a uma

exposição que lhe é desconfortável. Paciência e apoio para ultrapassar os

limites são fundamentais;

A dança é caracterizada pela execução de movimentos previamente

estabelecidos (coreografia) e também improvisados (dança livre). É

interessante que o aluno vivencie os dois tipos de situação, e escolha qual

mais lhe agrada;

É importante que as dança seja um momento propício para a socialização e

superação de preconceitos, tomando cuidado para não propor apenas

atividades estanques como a separação de meninos e meninas.

“A experiência estética que a arte proporciona é uma forma de felicidade

muito especial porque é transformadora. Ela nos modifica pela emoção que

proporciona. Para interagir e apreciar a arte usamos: experiências anteriores;

percepção; habilidades comunicativas, visuais e espaciais; informações;

sensibilidade; imaginação. Assim quanto mais desenvolvermos essas

competências e habilidades, mais nos aproximaremos do mundo da arte.”

(OLIVEIRA; GARCEZ, 2006, p.20).

Page 33: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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VII – Educação Física

A – Expectativas de Aprendizagem

Os alunos, ao final de 3º ano do Ensino Fundamental, deverão ser capazes de:

Participar de diferentes atividades corporais individuais e coletivas,

apresentando domínio sobre seus movimentos rudimentares e fundamentais;

Apresentar postura cooperativa e solidária nas diferentes atividades e

brincadeiras executadas, respeitando os limites de seus colegas;

Conhecer e praticar jogos e brincadeiras variadas que foram passadas de

geração para geração;

Participar de atividades respeitando regras existentes e elaborando novas;

Dominar objetos como bolas e bastões;

Explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, conhecendo

gradativamente os limites e as possibilidades do seu corpo.

Page 34: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – 3º ANO

Esquema Corporal Habilidades Motoras Recreação: jogos e brincadeiras

Orientação espacial: lateralidade, direção, trajetória, localização;

Orientação temporal: velocidade;

Movimentos globais para conhecimento e controle do corpo;

Movimentos segmentares, utilizando a cabeça, tronco, membros superiores e inferiores;

Movimentos interdependentes, utilizando duas ou mais partes do corpo;

Desenvolvimento da imaginação e criatividade associada ao movimento.

Atividades rítmicas: rodas cantadas, danças, coreografias simples;

Capacidades físicas: força, resistência, flexibilidade, coordenação, agilidade e equilíbrio;

Atividades motoras imitando animais e situações do cotidiano;

Coordenação motriz (global e seletiva) em situação contextualizada (jogo do faz-de-conta).

Brincadeiras folclóricas;

Jogos: populares e cooperativos;

Jogos simbólicos;

Elaboração de regras para os jogos (combinados);

Recreação livre e dirigida, utilizando músicas;

Gincanas.

Obs: Os conteúdos de Educação Física estão elencados por temas, cabendo ao professor trabalhá-los de uma forma integrada em todos os bimestres.

Page 35: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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C – Orientações Didáticas

É muito importante que o professor perceba os diversos significados que

pode ter uma atividade motora para as crianças. Isso poderá contribuir para

que ele possa ajudá-las a ter uma percepção adequada de seus recursos

corporais, possibilidades e limitações sempre em transformação, dando-lhes

condições de se expressarem com liberdade e de aperfeiçoarem suas

competências motoras;

Permita com que as crianças opinem sobre as atividades a serem realizadas.

Antes de começar discuta as regras, valorize as sugestões. Ao final promova

avaliação do que foi realizado, permitindo com que cada criança reflita sobre

sua participação para que possa aprimorá-la nas próximas vezes;

Valorizar o “brincar de antigamente” é uma estratégia bastante eficaz para

envolver as crianças e trazer a família mais perto da escola. Peça que

conversem com os familiares e tragam sugestões de atividades e/ou convide

algum parente para ensinar uma brincadeira. Esse resgate contribui para a

formação integral dos alunos;

Brincar favorece a socialização, permitindo o fortalecimento das relações

interpessoais através da resolução saudável de conflitos;

Promova oficinas de construção de petecas, bolas de pano, jogos com sucata

e os utilize durante a realização das atividades;

Lembre-se de que dentro da escola intermediamos sessões de aprendizagens

intencionais, em função disso sua aula deve ser planejada e executada a partir

de expectativas a serem alcançadas. Cuidado com as situações de “brincar

livremente”, onde fatalmente os garotos permanecem em um canto da quadra

com uma bola enquanto as meninas penteiam suas bonecas;

Aproveite a Educação Física para realizar trabalhos interdisciplinares. A

tabela de pontos durante um jogo pode gerar ótimas situações-problemas nas

aulas de Matemática, assim como a geometria presente nas bolas, cones,

bastões e linhas da quadra podem auxiliar nas atividades de classificação;

O brincar da criança conjuga-se em três tempos: passado, presente e futuro.

Quando se utiliza o imaginário no real, pode estar antecipando o futuro, pode

estar trazendo o passado para o presente ou até mesmo modificando o

presente. A criação na representatividade da criança enquanto brinca

transforma o tempo, daí a infância ter urgência;

É fundamental ter claro que a educação física não é uma área de

conhecimento estanque, isolada. As habilidades desenvolvidas através da

estimulação dos movimentos refletirão no processo global de aprendizagem.

Segundo Jordano (2008, p.38) “as expressões oral e gráfica (escrita) serão

reforçadas e mais significativas quanto mais se trabalharem as expressões

corporais.”

Page 36: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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36

O papel da escola é assegurar o acesso de todos à totalidade dos recursos

culturais relevantes para a intervenção e a participação na vida social. O domínio da

língua falada e escrita, a resolução de situações-problema, as coordenadas espaciais e

temporais que organizam a percepção do mundo, os princípios da explicação

científica, as condições de fruição da arte e das mensagens estéticas, são exigências

que se impõem no mundo contemporâneo. Trata-se, portanto, de ter em vista à

capacitação dos estudantes para a aquisição e o desenvolvimento de novas

competências, em função de novos saberes, favorecendo ao aluno construir

instrumentos que permitam aprender a aprender.

Para tanto, é necessário que, no processo de ensino-aprendizagem, sejam

exploradas: a elaboração de estratégias de formulação e comprovação de hipóteses na

construção do conhecimento, o processo da argumentação, o desenvolvimento do

espírito crítico capaz de favorecer a criatividade. Além disso, é necessário ter em conta

uma dinâmica de ensino que favoreça não só o desenvolvimento das potencialidades

do trabalho individual, mas também do trabalho coletivo, a socialização de saberes,

favorecendo que os alunos aprendam os conteúdos necessários para a compreensão da

realidade.

Nesta perspectiva, a aprendizagem não é um processo linear e ocorre

com sucessivas reorganizações do conhecimento. Por isso, se o ensino estiver baseado

em fragmentos de conhecimento correspondendo a intervalos de tempo iguais e a

conteúdos compartimentados estará fadado ao fracasso.

Portanto, para criar condições a fim de flexibilizar o tempo, respeitando

o ritmo do aluno, a retomada dos conteúdos e uma aprendizagem significativa, a

autora Delia Lerner sugere que se coloque em ação diferentes modalidades

organizativas do ensino, que são: os projetos de trabalho, as atividades permanentes,

as sequências didáticas e as atividades independentes. Essas modalidades

organizativas devem coexistir e articular-se ao longo do trabalho pedagógico, com o

propósito de contribuir para que os alunos apropriem dos conteúdos das diversas das

áreas do conhecimento de maneira crítica e construtiva,

Neste sentido, o planejamento torna-se flexível, interdisciplinar, isto é,

contextualizado. Combinando as diferentes modalidades organizativas, o professor

tem condições de organizar com intencionalidade seu planejamento de modo a

proporcionar aos alunos processos de aprendizagem significativos, articulando os

diversos conteúdos com as diferentes modalidades, evita-se a fragmentação do

conhecimento, respondendo melhor ao desafio de ensinar.

VIII-ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA

Page 37: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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37

As rotinas atuam como as organizadoras estruturais das experiências cotidianas, pois

esclarecem a estrutura e possibilitam o domínio do processo a ser seguido e ainda,

substituem a incerteza do futuro (principalmente em relação às crianças com dificuldade

para construir um esquema temporal de médio prazo) por um esquema fácil de assumir. O

cotidiano passa, então, a ser algo previsível, o que tem importantes efeitos sobre a

segurança e a autonomia.

A sequência dos momentos, assim, como o tempo aconselhado para cada um, pode ser

alterada de acordo com as circunstâncias. Dessa forma o educador (a) deverá fazer as

alterações que considerar convenientes, adaptando os tempos da rotina diária, seja ao

horário de funcionamento da sua escola, seja ao grupo de crianças com o qual trabalha.

Ao estabelecer uma rotina diária com uma estrutura coerente, cujos tempos se repetem

sistematicamente, o educador (a) oferece à criança a oportunidade de:

expor intenções, tomar decisões, concretizá-las e, mais adiante, realizar as suas

experiências com outras crianças e adultos;

compreender o que é tempo, através da sequência de tempos que se repetem

sistematicamente, e controlá-lo sem necessidade de que o adulto lhe diga o que

deve fazer ao acabar uma atividade;

controlar sua ansiedade, pois poderá prever a sequência dos acontecimentos e

atividades do dia;

trabalhar em diversos ambientes, realizando atividades individuais, em duplas,

em pequeno e grande grupo;

Para Piaget, os indivíduos tendem a buscar uma organização interna, criando um modo

próprio de agir em seu meio, pois é inerente à natureza humana a ritualização de

determinados procedimentos, a fim de internalizá-las e aperfeiçoá-las. Portanto, nem tudo

que realizamos habitualmente constitui-se em uma atividade passiva e alienante. Ao

contrário, alguns hábitos, como aqueles relativos ao estudo e à aprendizagem, exigem

ações, conceituação e reflexão constante.

Uma proposta educacional voltada para a formação de um cidadão autônomo e

transformador precisa considerar a criança como agente. O primeiro passo a dar nessa

direção é estruturar junto com os alunos a rotina de trabalho e realizar o planejamento

cooperativo. A rotina organizará os diversos momentos do dia-a-dia e o planejamento

possibilitará a escolha das atividades que farão parte de cada momento. A definição da

ordem das atividades e do tempo necessário para realizá-las deve fazer parte de uma

combinação entre o professor e seus alunos e revista sempre que necessário.

A) ROTINA

Page 38: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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Portanto, em uma classe de educação básica, a rotina não deve ser uma simples

repetição de atividades dirigidas pelo professor, mas a estruturação de uma sequência de

atividades previamente combinadas com as crianças. Esta deve ser planejada com

intencionalidade educativa, deve prever momentos de atividades individuais e coletivas,

atividades coordenadas pelo professor e outras em que as crianças tenham autonomia para

realizarem sozinhas. A rotina rígida, então, estabelecida unicamente pelo professor,

desconsidera a criança, que precisa adaptar-se a essa estrutura artificial, e tende a tornar o

trabalho monótono, repetitivo e pouco participativo.

- Rotina Semanal / 3ºano

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira

Planejar com as crianças as atividades que serão realizadas no dia. ☺

Língua Portuguesa

Leitura realizada pelo professor e pelo aluno ☺

(gêneros textuais, estratégias de leitura)

- escrita individual,

- reflexão sobre a escrita,

- texto coletivo.

-revisão textual (versões).

Matemática

Atividades a partir de situações-problema, envolvendo os temas:

-números/operações;

-espaço e forma;

-grandezas e medidas;

-tratamento da informação

INTERVALO

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira

Atividade de

Arte (Visual)

Atividade de

História

Atividade de

Geografia

Atividade de

Ciências

Informática

Roda Semanal

de leitura

Atividade de

Arte (Teatro)

Atividade de

Arte (Dança)

Educação

Física

(Recreação)

Atividade de

Arte (Música)

Avaliação: Avaliar com as crianças as ações implementadas☺

Page 39: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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As atividades permanentes são situações propostas de forma sistemática e com

regularidade, mas não são necessariamente diárias. Para isso, o professor deverá ter o

cuidado de contextualizar tais práticas para as crianças, transformando-as em

atividades significativas e organizando-as de maneira que representem um crescente

desafio . A escolha dos conteúdos que definem o tipo de atividades permanentes a

serem realizadas com frequência regular, diária, semanal ou quinzenal, depende das

prioridades elencadas a partir da proposta curricular. Consideram-se atividades

permanentes, entre outras:

- Leitura diária feita pelo professor – enquanto leitor referência, o professor

poderá escolher dentro da diversidade de gêneros textuais, um portador que será

explorado utilizando as diferentes estratégias de leitura; Escreva na lousa ou em um

cartaz o título lido, os nomes dos personagens, palavras relevantes etc.;

Roda semanal da leitura – semanalmente as crianças levam um livro para ler em

casa. No dia previamente combinado, as crianças podem relatar suas impressões,

comentar o que gostaram ou não, o que pensaram etc.;

Jornal mural – notícias, receitas, jogos, poemas, eventos, cartas recebidas,

curiosidades científicas, desenhos, colagens etc.;

Jogos pedagógicos – organizar o ambiente para os jogos de mesa, oferecendo

jogos gráficos, jogos ortográficos, jogos envolvendo conteúdos das diversas áreas de

conhecimento (Matemática, Ciências, História, Geografia, etc.). Nesses casos, convêm

deixar à disposição das crianças jogos que possibilitem brincar com o outro;

B ) ATIVIDADES PERMANENTES

Page 40: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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40

Mural- Socialização de saberes – espaço reservado para divulgação de atividades

significativas realizadas pela a turma, envolvendo as diversas áreas do conhecimento

(Matemática, Leitura/Escrita, Arte, Ciências, etc.) e fixação de cartazes diversos:

aniversariantes do mês, calendário, ajudantes do dia, livros lidos/trabalhados,

frequência dos alunos às aulas, projetos realizados etc.;

Você sabia? – momento em que se discutem assuntos/temas de interesse das

crianças, tais como: curiosidades científicas, fenômenos da natureza, situações do

cotidiano. O professor também pode trazer para esse momento, conteúdos das outras

áreas curriculares;

Cantinho da arte – momento reservado para ampliação de repertório cultural,

artístico e estético, através de vivências e experiências diversas:

- Música: momento para as crianças conhecerem artistas específicos

(músicos/compositores), ouvindo, cantando e tocando com instrumentos diversos,

músicas de estilos e compositores variados, como forma de ampliação de repertório

musical.

- Arte visual: oficina de desenho, pintura, modelagem – preparo de tintas,

construção de instrumentos musicais com sucata, trabalho com argila, dobraduras.

Também poderão conhecer artistas plásticos (pintor e escultor), realizando releituras

de artistas e obras.

- Teatro: as crianças representarão cenas do cotidiano, personagens de livros e de

cinema. Esse espaço pode conter materiais diversos (roupas, adornos, tipos de papéis

diversos etc.);

Cantinho da matemática – sólidos geométricos, cartazes com situações-problema,

tabelas de números, jogos matemáticos, numéricos, de construção e de regras,

materiais didáticos, etc. Esse cantinho deve ser enriquecido sempre, com atividades

realizadas pelas crianças;

Page 41: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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A Família também ensina... momento em que se convidam mãe, pai, avô, avó,

tio, tia, para contar histórias, fazer uma receita culinária, cantar, ler, livros, construir

objetos. É a família socializando saberes;

O nosso Museu – espaço reservado para divulgar fatos, histórias, objetos antigos,

fatos de nossos antepassados, da nossa cidade, brinquedos antigos, animais pré-

históricos (figuras / representações);

Caixa da correspondência – os alunos poderão colocar na caixa: bilhetes,

recados, cartas, convites elaboradas coletivamente para serem enviados para colegas

da escola, professores, direção, coordenação, educadores e políticos do município etc.;

Recreação/Brincar – momento de recreação, no qual o professor deve resgatar

brincadeiras folclóricas e jogos diversos (socialização, regras e competitivos), a fim de

garantir o lúdico aos alunos;

Preservando a natureza – momento ecológico: limpeza e organização do

ambiente de trabalho, a destinação do lixo, os cuidados em relação aos animais e

plantas, adoção de uma plantinha, jardinagem, os cuidados com o uso da água etc.

A sequência didática é um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas

para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com os objetivos

que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas envolvem

atividades de aprendizagem e de avaliação.

Sua duração pode variar de dias a semanas e várias sequências podem ser

trabalhadas durante o ano, de acordo com o planejado ou com as necessidades da

classe...

Primeiro, é necessário efetuar um levantamento prévio dos conhecimentos dos

alunos e a partir desse planejar uma série de aulas com desafios e/ou problemas,

atividades diferenciadas, jogos, uso de diferentes linguagens e gêneros de textos e

C) SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Page 42: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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análise e reflexão. Gradativamente, deve-se aumentar a complexidade dos desafios e

dos textos permitindo um aprofundamento do tema proposto.

A sequência organizada e planejada deliberadamente permite ainda construir

com o aluno as ferramentas (habilidades/competências). Permite vivências, visando

aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais, fundamentais para a aprendizagem

do aluno e desenvolver sua autonomia.

Os conteúdos trabalhados em sala de aula devem contribuir para a formação de

cidadãos conscientes, informados e capazes de transformar a sociedade. Elaborar aulas

em que o objetivo central é somente o interesse dos alunos, nem sempre garante bons

resultados, em geral ao se valorizar apenas o conhecimento que os alunos trazem, fica-

se na superficialidade e presos ao imediatismo.

Nesta perspectiva, o currículo aparece como ditado pelas circunstâncias,

tratando de acontecimentos pontuais e não como um roteiro de trabalho construído a

partir da relação entre a proposta pedagógica e a realidade. É necessário que a equipe

escolar defina o seu Projeto Político Pedagógico de acordo com a realidade da

comunidade onde está inserida, a prática e com as necessidades de seus alunos.

A sequência didática permite a interdisciplinaridade quando, ao tratar de um

tema dentro de um eixo, o professor recorre a conhecimentos de outro.

Interdisciplinaridade é a articulação entre os eixos que permite trabalhar o

conhecimento globalmente e superando a fragmentação. Só um tema gerador

trabalhado pela ótica de diferentes eixos não garante a interdisciplinaridade. O tema

gerador é um ponto de partida, não o centro do estudo e nem deve ser longo, para não

cansar. Durante o planejamento coletivo por eixos, permite determinar as

possibilidades de trabalho interdisciplinar durante o ano, a partir das pesquisas dos

alunos, do professor ou em parceria.

A definição de três pontos são essenciais: o que quero ensinar, como cada aluno

aprende, como será feito o acompanhamento e avaliação dos alunos. Ou seja, primeiro

estabelecemos habilidades e competências, as noções e conceitos, as expectativas e os

conteúdos que alicerçarão essa construção. Depois, pensar nas atividades a serem

desenvolvidas baseadas em como o aluno aprende, além das linguagens e gêneros de

textos para efetuar essa aprendizagem.

Nesse processo, tanto a avaliação das produções dos alunos, quanto às

intervenções necessárias, devem ser constantes. É primordial reportar-se as

expectativas iniciais, objetivando o que foi consolidado e o que ainda necessita de

maiores explorações. Só assim o decente terá subsídios reais para continuidade de seu

trabalho.

De acordo com essa fundamentação podemos destacar a sequência didática em

três itens fundamentais:

Page 43: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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43

1-PLANEJAR

*Clareza nas expectativas

*Selecionar e organizar as atividades adequadas;

*Sequência de ações (Contextualização).

2-EXECUTAR

*Problematizar;

*Envolver os alunos, motivar;

*Observar, acompanhar, interferir.

3-AVALIAR

*Processo de reflexão;

* Voltar-se para as expectativas;

* Redimensionar o trabalho.

Os projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos

específicos constituídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao

redor de um problema para resolver ou um produto final que se quer obter. Possui uma

duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o desejo

e o interesse das crianças pelo assunto tratado. É importante que os desafios

apresentados sejam possíveis de serem enfrentados pelo grupo de crianças. Um dos

ganhos de se trabalhar com projetos é possibilitar às crianças que a partir de um

assunto relacionado com um dos eixos de trabalho, possam estabelecer múltiplas

relações, ampliando suas ideias sobre um assunto específico.

A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem ser

planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e

acompanhar o percurso até o produto final.

D) PROJETOS DE TRABALHO

Page 44: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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A característica principal dos projetos é a visibilidade final do produto e a solução

do problema compartilhado com as crianças. Ao final do projeto, pode-se dizer que a

criança aprendeu porque teve uma intensa participação que envolveu a resolução de

problemas de naturezas diversas.

Na implementação dos projetos, precisamos tomar os seguintes cuidados:

O professor deve estar preparado para assumir essa postura pedagógica;

Selecionar situações-problema, de acordo com a faixa etária das crianças;

O planejamento das ações é fundamental para o sucesso do trabalho;

Acompanhamento e avaliação de todo o processo;

Registro de todas as ações realizadas;

Participação efetiva dos alunos em todas as ações implementadas;

Sistematizar os conteúdos curriculares das áreas do conhecimento relativos

aos projetos;

Divulgação dos projetos junto às comunidades interna e externa da escola;

Estabelecer parcerias com outras instituições, quando necessárias.

A avaliação tem por objetivo acompanhar a aprendizagem e o desenvolvimento

dos educandos, suas inteligências, habilidades e competências, tem caráter

diagnóstico, processual e investigativo. Contribui para a função básica da escola que é

promover o acesso a todo o conhecimento constituído e acumulado pela sociedade.

A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua

sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de

aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o

processo de aprendizagem individual ou de todo grupo. Para o aluno, é o instrumento

de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidade para

IX - AVALIAÇÃO

Page 45: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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45

reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita

definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior

apoio.

Como já foi dito, a função básica da escola é promover o acesso ao

conhecimento, portanto, a avaliação fortalece a natureza da aprendizagem; elucida a

aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, leva em conta não só os resultados das

tarefas (produtos), mas o processo. É um instrumento para ajudar o aluno a aprender e

contribuir para orientar os procedimentos do ensino, sendo assim, o educador precisa:

Acompanhar e mediar às atividades que os alunos realizam, analisando com

eles seus avanços e ainda dificuldades, criando mecanismos diferenciados para

gerar aprendizagem;

Adequar a avaliação à natureza da aprendizagem, levando em conta o processo

de construção de cada aluno, isto é, raciocínio, atitudes, enfim, o caminho que

guia a diferentes percursos;

Criar hábitos de registro sobre os encaminhamentos vivenciados no cotidiano

escolar. Ao final de cada dia exercitar diferentes avaliações, registrando os

avanços e as dificuldades dos alunos;

Ser um pesquisador que investiga qual problema o aluno enfrenta e qual

competência ainda falta adquirir, com atenção e cuidado às produções já

realizadas e conquistadas;

Detectar os “nós” que estão emperrando o processo de apropriação de

construção do conhecimento, utilizar as informações conseguidas para

planejar suas intervenções;

Clarificar a concepção de “aproveitamento escolar”, entendendo que o mesmo

se dá em parceria: professor e aluno;

Page 46: Proposta curricular para o 3º ano do ensino fundamental

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46

Criar situações para que os educandos questionem ao intervir em suas zonas

de desenvolvimento proximal e apresentar desafios que sejam pertinentes;

Fazer a correção e dar retorno para os alunos, problematizar e discutir as

respostas, critérios e valores;

Entender o erro como parâmetro para tomada de decisão em relação à

continuidade do trabalho.

Todos esses passos didaticamente formulados só fazem sentido se planejarmos a

partir das características sociais e cognitivas dos nossos alunos. O critério mais

precioso das avaliações é o que nos liberta da terrível arma da comparação. Como não

temos, muitas vezes, elementos concretos que só a convivência nos autoriza a

descobrir, devemos comparar cada criança apenas com ela mesma.

Destacamos nessa proposta os seguintes instrumentos avaliativos:

* Portfólio, dossiê, relatórios de avaliação, todas essas nomenclaturas se

referem, no sentido básico, à organização de registros sobre aprendizagem do aluno

que auxilia a escola, o professor, os próprios alunos e as famílias uma visão evolutiva

do processo. É importante que a cada dia, seja feito pelo menos um registro, pois isso

possibilita ao professor e ao aluno um retrato dos passos percorridos na construção das

aprendizagens. Essa forma de registrar diariamente a caminhada do aluno tem o

objetivo de mostrar a importância de cada aula, de cada passo, como uma situação de

aprendizagem.

A organização de um dossiê ou Portfólio torna-se significativo pelas intenções

de quem o organiza. Não há sentido em coletar trabalhos dos alunos para mostrá-los

aos pais/mães somente como instrumento burocrático. Ele precisa constituir-se em um

conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais, novos jeitos de pensar

e de fazer, alusivos à progressão do estudante.

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As ideias e estratégias de portfólio encorajam um enfoque de currículo e

instituição centrada nas crianças através de observações regulares das mesmas, sendo

que mediante esta proposta a criança estará sendo envolvida cada vez mais a

participarem do seu próprio processo de aprendizagem. A construção, a reflexão e a

criatividade acabam desenvolvendo na criança um senso de autoavaliação, levando-os

a questionamentos dos conteúdos que serão desenvolvidos durante sua vida escolar.

Quanto mais o educador observa o desenvolvimento do seu aluno, mais irá

entendê-lo e para isso é necessário que o educador tenha um desenvolvimento

profissional contínuo, utilizando dessas observações para o aperfeiçoamento e à

experimentação de diferentes estilos de ensino para que o educador supra as

necessidades do seu aluno.

Neste sentido propomos que seja elaborado um portfólio coletivo da turma com

as atividades mais significativas desenvolvidas ao longo do período escolar. Este

instrumento complementa o processo avaliativo e poderá ser exposto em reuniões de

pais e outras atividades culturais.

* Portfólio (Pasta de produção de texto): tem a especificidade de acompanhar a

evolução do processo de produção textual que deverá se desenvolver em um contexto

significativo e funcional de cada gênero explorado. Deve constar neste portfólio, as

versões dos textos produzidos pelos alunos com as intervenções realizadas pelo

professor.

* Ficha de Acompanhamento e Avaliação do Aluno: é um instrumento de

avaliação pontual que visa ampliar o desenvolvimento do processo qualitativo e

subsidiar análises, discussões, procedimentos e principalmente socialização das

experiências pedagógicas como forma de certificar a importância da participação de

todos no desenvolvimento das aprendizagens das crianças de cinco anos.

Percebendo a avaliação como um instrumento para a reavaliação e

reestruturação do processo ensino/aprendizagem, considera-se fundamental o registro.

Portanto, exige-se um olhar mais reflexivo sobre a criança, seu contexto sócio –

cultural e suas manifestações decorrentes de seu desenvolvimento. Para a avaliação ser

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significativa é preciso respeitar a criança em sua individualidade e em suas sucessivas

e gradativas conquistas do conhecimento nas mais diversas áreas.

Para que ocorra efetivamente essa avaliação significativa, o educador necessita

dispor-se a acolher o que está acontecendo. Poderá ter algumas expectativas em

relação a possíveis resultados de sua atividade, mas é preciso que esteja disponível

para aceitar também os resultados que não correspondem a estas expectativas. O que

se precisa ter como princípio da prática avaliativa é que, por mais que o professor tente

realizar as mesmas atividades ou dar-lhes uma mesma direção com um grupo de

crianças da mesma idade, haverá enormes diferenças de reações e entendimento delas

em cada situação, bem como em relação à extensão e profundidade do conhecimento

construído por cada uma nesta mesma situação.

Em vez de analisar se uma criança está se desenvolvendo no mesmo ritmo e jeito

das outras, é preciso caracterizar seu próprio ritmo, entender a sua maneira e o seu

tempo, a fim de flexibilizar as atividades, segundo suas necessidades, oportunizando o

desenvolvimento pleno.

Em suma, a avaliação contemplada nessa Proposta Pedagógica deve ser

compreendida como: elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto

de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o

aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter informações sobre

o que foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua

prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus

avanços, dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o processo de

ensino e aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como

fechamento de grandes etapas de trabalho.

Marília, fevereiro de 2011.

Equipe Pedagógica da Educação Básica

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