Projeto Integrado 4º semestre
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP)
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
Curso de Relações Públicas
ALINE DE CASTRO
ANDERSON DE LUNA
CAMILA E SILVA
DANILO DOS SANTOS
MALLORY RODRIGUES
MARCELO ALVES
MICHELE BOIN
ROMÁRIO COSTA
TAIS TORO
ZAIRA DOS SANTOS
O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DA COMUNICAÇÃO
NO RELACIONAMENTO COM A COMUNIDADE:
Projeto Rondon
São Bernardo do Campo- SP, 2012
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP)
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
Curso de Relações Públicas
ALINE DE CASTRO
ANDERSON DE LUNA
CAMILA E SILVA
DANILO DOS SANTOS
MALLORY RODRIGUES
MARCELO ALVES
MICHELE BOIN
ROMÁRIO COSTA
TAIS TORO
ZAIRA DOS SANTOS
O PROFISSIONAL DE RP E A GESTÃO DA COMUNICAÇÃO
NO RELACIONAMENTO COM A COMUNIDADE:
Projeto Rondon
Trabalho final referente ao Projeto
Integrado do Curso de Relações Públicas -
IV semestre/2012.
Professores orientadores: André
Olobardi, Arlete Prieto, Edi Bacco, José
de Sá, Roberto Malacrida, Rodolfo
Bonventti .
São Bernardo do Campo- SP, 2012
SUMÁRIO
Página
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
Capítulo I -O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A GESTÃO DA
COMUNICAÇÃO EM PROJETOS DE RELAÇÕES PÚBLICAS ................................ 9
1.1 A gestão da comunicação e sua relação com o planejamento estratégico................9
Capítulo II – COMUNICAÇÃO, HISTÓRIA E SOCIEDADE .................................... 13
2.1 A história do Projeto Rondon no Brasil ............................................................ 13
2.2 Comunicação e sociedade ................................................................................. 15
2.2.1 Imprensa no Brasil ................................................................................. 15
2.2.2 História do rádio no Brasil .................................................................... 17
2.2.3 Surgimento da televisão no Brasil ......................................................... 18
2.2.4 Fernando Collor de Melo ....................................................................... 19
2.2.5 Plano Real de 1994 ................................................................................ 20
2.2.6 Fernando Henrique Cardoso .................................................................. 21
2.2.7 A tecnologia e a internet nos dias atuais ............................................... 22
Capítulo III – RESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPRESARIAL NO TERCEIRO
SETOR ............................................................................................................................. 24
3.1 Responsabilidade social ...................................................................................... 24
3.1.1 A sociedade atual e a importância das relações com a comunidade ..... 24
3.1.2 A importância dos valores intangíveis e reputação .............................. 25
3.1.3 A responsabilidade social e a sustentabilidade ..................................... 25
3.2 Terceiro Setor ..................................................................................................... 26
3.2.1 Terceiro Setor e sua evolução a partir deste novo cenário .................... 26
3.2.2 O papel da área da comunicação, em especial das relações públicas .... 28
Capítulo IV – BRIEFING ................................................................................................. 29
4.1 História ............................................................................................................... 29
4.2 Estrutura física e humana ................................................................................... 30
4.3 Identidade visual ................................................................................................. 30
4.4 Atividades e público prioritário .......................................................................... 31
4.5 Políticas e diretrizes organizacionais ................................................................. 32
4.6 Relacionamento e reconhecimento ..................................................................... 33
Capítulo V – ESTUDO DOS PÚBLICOS ....................................................................... 35
5.1 Mapeamento dos públicos na Universidade Metodista de São Paulo ................ 35
5.2 Quadro dos públicos da Universidade Metodista de São Paulo ......................... 36
5.3 Análise dos públicos ........................................................................................... 39
5.4 Diagnóstico ......................................................................................................... 42
Capítulo VI – PESQUISA EM GRUPO FOCAL ........................................................... 43
6.1 Introdução ........................................................................................................... 43
6.2 Objetivos ............................................................................................................. 43
6.2.1 Objetivo principal .................................................................................. 43
6.2.2 Objetivos secundários ............................................................................ 43
6.3 Metodologia ........................................................................................................ 43
6.4 Perfil dos participantes ....................................................................................... 44
6.5 Roteiro do grupo focal ........................................................................................ 44
6.6 Principais resultados – conclusão ....................................................................... 45
6.7 Recomendações .................................................................................................. 53
Capítulo VII – ANÁLISE ESTRATÉGICA E AMBIENTE EXTERNO ..................... 55
7.1 Análise de ambiente externo............................................................................... 55
7.2 Catalisadores ....................................................................................................... 56
7.3 Ofensores ............................................................................................................ 57
7.4 Oportunidades ..................................................................................................... 58
7.5 Ameaças.............................................................................................................. 59
Capítulo VIII – PROPOSTA DE RP ................................................................................ 61
8.1 Justificativa ......................................................................................................... 61
8.2 Objetivo geral .................................................................................................... 62
8.3 Responsabilidades ..............................................................................................
8.4 Cronograma ........................................................................................................
8.5 Instrumentos de avaliação ..................................................................................
8.5.1 Frequência no estande
8.5.2 Pesquisa de avaliação
8.5.3 Participação nas ações
8.5.4 Enquete
8.6 Programação visual.............................................................................................
8.7 Plano de ações para a divulgação .......................................................................
8.7.1 Ação 1 (pré-evento/plano de divulgação) – Divulgar e Propagar
8.7.1.1 Estratégia
8.7.1.2 Objetivos específicos
8.7.1.3 Público-alvo
8.7.1.4 Desenvolvimento
8.7.1.5 Instrumentos/Peças
8.7.1.6 Fichas técnicas
8.7.2 Ação 2 – Participar para aproximar
8.7.2.1 Estratégia
8.7.2.2 Objetivos específicos
8.7.2.3 Público-alvo
8.7.2.4 Desenvolvimento
8.7.2.5 Instrumentos/Peças
8.7.2.6 Fichas técnicas
8.7.2.6.1 Biombo, folhas e canetão
8.7.2.6.2 Câmera fotográfica e tripé
8.7.3 Ação 3 – Incentivar e Informar
8.7.3.1 Estratégia
8.7.3.2 Objetivos específicos
8.7.3.3 Público-alvo
8.7.3.4 Desenvolvimento
8.7.3.5 Instrumentos/Peças
8.7.3.6 Fichas técnicas
8.7.3.6.1 Tripé e câmera fotográfica
8.7.3.6.2 TV e pedestal
8.7.3.6.3 Notebook
8.7.4 Ação 4 – Apresentar e oficializar
8.7.4.1 Estratégia
8.7.4.2 Objetivos específicos
8.7.4.3 Público-alvo
8.7.4.4 Desenvolvimento
8.7.4.5 Instrumentos/Peças
8.7.4.6 Fichas técnicas
8.7.4.6.1 Camiseta
8.7.4.6.2 Mochila
8.7.4.6.3 Colete
8.7.4.6.4 Chapéu
8.7.4.6.5 Squeeze
8.7.4.6.6 Caneca
8.7.4.6.7 Capa de chuva
8.7.4.6.8 Varal de nylon ou barbante
8.7.5 Ação 5 – Compartilhar
8.7.5.1 Estratégia
8.7.5.2 Objetivos específicos
8.7.5.3 Público-alvo
8.7.5.4 Desenvolvimento
8.7.5.5 Instrumentos/Peças
8.7.5.6 Fichas técnicas
8.7.5.6.1 Folhetos
8.7.5.6.2 Guia de Rondonistas
8.7.5.6.3 Guia de IES (Instituições de Ensino Superior)
8.7.5.6.4 Adesivos
8.7.5.6.5 Convite para ida ao espaço extra
8.7.5.6.6 Convite para acesso a fan page no Facebook
8.7.5.6.7 Balas
8.8 Orçamento
8.9 Roteiro institucional de receptivo .......................................................................
8.9.1 Abordagem/recepção .............................................................................
8.9.2 Apresentação .........................................................................................
8.9.3 Fechamento ............................................................................................
8.9.4 Palavras-chave .......................................................................................
8.10 Perguntas e respostas ..........................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................
ANEXOS ............................................................................................................................
RESUMO
Este trabalho aborda o papel de um gestor de comunicação e o seu relacionamento
com a comunidade, ou seja, a melhor forma de um gestor obter sucesso neste relacionamento
utilizando técnicas e conhecimentos fundamentais para o alcance ou proximidade do objetivo
final. Para isso, verifica-se a importância do planejamento estratégico e análise de cenário
para que se tenha controle ao sugerir e executar um projeto com base num diagnóstico
preciso, da história e políticas de uma organização e do mapeamento dos públicos para a
escolha dos instrumentos de comunicação corretos. Portanto, a Universidade Metodista de
São Paulo e o seu projeto de extensão, o Projeto Rondon, foram analisados objetivando uma
proposta de relações públicas aplicada no evento ExpoMetô para a divulgação e melhoria do
relacionamento na comunidade em que estão inseridos com base na percepção dos públicos e
no impacto causado aos mesmos. Além do que já havia sido estabelecido, utilizou-se a
pesquisa bibliográfica e documental, entrevista em grupo focal, reuniões com os clientes-
representantes e sites como referências. A Universidade Metodista como um todo, mostra que
ela executa este tipo de atividade dentro e fora de sua estrutura, o que fortifica a sua
identidade, pois a cidadania faz parte das suas diretrizes organizacionais.
Palavras-chave: relações públicas, estratégia, gestão, relacionamento, projetos, divulgação.
9
INTRODUÇÃO
A gestão da comunicação no relacionamento com a comunidade é necessária para
organizar, sugerir, aprimorar e fidelizar da melhor forma possível tudo o que envolve seus
públicos. Para isso o gestor deve focar principalmente no seu objetivo final, mas terá que
cumprir vários outros papéis necessários para o bom desenvolvimento do trabalho. O gestor
se utilizará do planejamento estratégico com base no diagnóstico envolvendo a empresa e
seus públicos internos e externos mapeados para traçar um plano de ações, que é a proposta
de RP, e é com base nessa etapa inicial que todo o restante das etapas serão apoiadas.
As diretrizes e políticas da empresa devem ser claras para todos e o papel de cada um
nesse projeto também. O gestor deve ter uma visão abrangente para analisar o cenário com
mais precisão possível e em todos os seus aspectos. Por isso, todas as etapas envolvidas,
desde o planejamento estratégico, diagnóstico de públicos envolvidos, até a parte mais prática
como orçamentos, cronograma, escolha dos intrumentos e forma como abordar o público são
essenciais para um bom resultado final. Tudo deve estar alinhado, inclusive a equipe, pois
sem isso cada detalhe perde a sua eficácia.
Em um plano de ação, qualquer item listado tem um objetivo e motivação próprios
para ser escolhido, pois a escolha dele implicou na conclusão do objetivo para outras
possíveis opções. Trabalhar com relacionamentos é uma tarefa desafiadora, por isso, é
necessário entender as ligações e coisas em comum entre esses públicos e pessoas para
elaborar todo o trajeto deste relacionamento e também todas as dificuldades que poderão ser
enfrentadas. É a forma como esta empresa escolhe para fidelizar o seu público e aproximá-lo,
por isso que sua escolha influenciará diretamente no resultado esperados. O profissional com
esta visão abrangente para uma boa execução de um projeto envolvendo o relacionamento
com a comunidade é o relações públicas.
Tendo em vista o Projeto Rondon, projeto de extensão presente na Universidade
Metodista de São Paulo na sua primeira e segunda etapa de realização, foram analisadas a
comunicação,divulgação e relacionamento externos, incluindo então além do relacionamento
entre o projeto e seus públicos, uma proposta de RP e plano de ações aplicados no evento
ExpoMetô, com base em pesquisa exploratória, em grupo focal, no diagnótisco e mapeamento
de públicos. O projeto integrado foi dividido em duas partes, sendo a parte téorica envolvendo
o entendimento de alguns papéis e cenários de comunicação e relações públicas, incluindo a
história da comunicação no Brasil e no mundo e posteriormente a parte prática com a
10
proposta de relações públicas que contém a análise, diagnóstico, plano de ações e
instrumentos sugeridos num total de oito capítulos.
No primeiro capítulo, foi abordada a boa gestão de comunicação e a utilização e
necessidade do planejamento estratégico para obtê-la. No segundo capítulo, foi contada a
história da comunicação no Brasil e no mundo envolvendo a participação da sociedade. No
terceiro capítulo, foi apontada a necessidade de inclusão desta atividade nas organizações e
qual é o envolvimento do Terceiro Setor, pontos cobrados pela sociedade atual. No quarto
capítulo, foi mostrada a história da Universidade Metodista de São Paulo e o Projeto Rondon
executado na mesma, e suas estruturas físicas e humanas, atividades e públicos prioritários,
políticas e diretrizes organizacionais, relacionamento e reconhecimento. No quinto capítulo,
foi feito o mapeamento interno e externo de todos os públicos da Universidade Metodista de
São Paulo, incluindo os públicos prioritários da mesma, explicando também a necessidade dos
mesmos e o porquê desta identificação. No sexto capítulo, foi realizada uma entrevsta em
grupo focal abordando a visão da comunidade com relação ao Projeto Rondon e a
Universidade Metodista de São Paulo e suas percepções. No sétimo capítulo, foi feito um
diagnóstico com base nos dados e informações colhidas através dos vários tipos de pesquisas
realizadas e também uma análise geral do ambiente externo da instituição e suas implicações.
No oitavo capítulo, foi mostrada a elaboração do projeto de apresentação do Projeto Rondon
no estande institucional da Metodista no evento ExpoMetô,
O evento conta com programação visual, cronograma, instrumentos de avaliação,
responsabilidades, justificativa, objetivos geral e específicos, plano de ações para a
divulgação, roteiro institucional de receptivo e conjunto de “perguntas e respostas”.
O levantamento de informações foi feito através de reuniões com cliente-
representantes, materiais divulgados pelos mesmos, pesquisas realizadas nos respectivos sites
e pesquisa exploratória em grupo focal, o que nos possibilitou uma visão mais ampla do
cenário. Este trabalho seguiu as normas ABNT.
11
Capítulo I – O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A
GESTÃO DA COMUNICAÇÃO EM PROJETOS DE
RELAÇÕES PÚBLICAS.
1.1 – A gestão da comunicação e sua relação com o planejamento estratégico
Para que um plano de ações possa vir a ser bem sucedido, alcançando ou pelo menos
se aproximando do objetivo final, é necessário traçá-lo utilizando um planejamento
estratégico. Este planejamento deve visar além do objetivo final e demais objetivos, as metas
e a estratégia traçadas para conseguir um resultado substancial. Para isso é necessário
primeiramente conhecer o contexto em que a organização ou demais objetos de análise estão
inseridos. Para Margarida Kunsch:
O planejamento estratégico visa buscar as melhores formas para gerenciar as
ações estratégicas das organizações, tendo por base as demandas sociais e
competitivas, as ameaças e as oportunidades do ambiente, para que a tomada
de decisões no presente traga os resultados mais eficazes possíveis no futuro.
(2003, p. 214)
O planejamento costuma ser mais utilizado em organizações, mas ele também pode ser
usado em outros meios e condições se for adaptado. Uma família, por exemplo, pode fazer o
seu planejamento familiar, que pode ser mais simples ou mais sofisticado. No entanto,
independente do objetivo de enfoque para este tipo de planejamento, é importante considerar
as regras existentes e a história que o envolve, pois se estes fatorem forem desrespeitados o
objeto pode perder sua identidade, que está construída sobre esses detalhes. Além disso, é
necessário pensar no tempo preciso para se concluir a ação, os públicos envolvidos, destes
quais são os prioritários e também os eventuais problemas que podem surgir neste período.
É importante pensar em cada detalhe e como agir diante de cada um. Cada público tem
um perfil, cada eventual problema tem uma solução e diferentes formas adequadas para
resolvê-los. Não há um padrão, por isso é necessário pesquisa, conhecimento profundo e
diagnóstico para que seu planejamento estratégico se aproxime mais de sua finalização com
sucesso.
Por envolver tantas questões específicas o planejamento estratégico “caracteriza-se
como de longo prazo e em constante sintonia e interação com o ambiente”, (KUNSCH, 2003,
P. 214).
12
Isso demonstra mais preocupação e controle das organizações que trabalham com este
tipo de atividade, pois desta forma elas estão cientes do contexto em que estão inseridas, da
situação em que estão e o quanto precisam para se alcançar o objetivo final. O planejamento
estratégico é uma análise muito profunda do cenário em que a organização se encontra, mas
também sofre implicações externas das quais a empresa não pode controlar e por isso às vezes
é necessário fazer alguns ajustes para a empresa se adequar a este novo cenário.
De acordo com Koontz e O’Donnell (apud KUNSCH, 2003, P. 216) é mais do que
isso, ou seja,
um excelente meio de controle, pois seu processo operacional tem condições
de indicar os desvios de curso de ações e os mecanismos de correção em
tempo hábil. Sua importância está também no fato dele minimizar os custos,
pois quando há planejamento se prevê com mais cuidado o quanto se vai e
pode gastar. O planejamento, além disso, substitui as atividades isoladas,
individuais e fragmentadas pelo esforço equilibrado, incentivando mais o
trabalho em equipe e contornando julgamentos improvisados por decisões
mais conscientes.
Nesse contexto, o profissional de relações públicas deve estar sempre atualizado com
relação aos acontecimentos e possíveis mudanças, além de ter um conhecimento ínfimo do
objeto em questão. Isso é bom não apenas para efetuar um plano estratégico, mas também
para observar o andamento do mesmo e alterar parte deste plano, se necessário. Portanto, este
profissional deve ter o perfil de um gestor de comunicação, que toma decisões com base em
saberes técnicos e utiliza o apoio de outras áreas importantes para conseguir administrar o
planejamento feito.
O gestor tem o papel de administrar os recursos que disponibiliza e provocar a sinergia
entre os funcionários. Além disso, ele deve estar atento ao desempenho de sua equipe para
conseguir motivá-la e desenvolvê-la. É sua missão fazer com que os funcionários acreditem e
conheçam as diretrizes da empresa e conseguir agregar valor a cada ação e produto da mesma.
Um bom gestor tem o conhecimento de percepção e também o conhecimento técnico para
saber quais recursos deve utilizar, em quais etapas, e como fazê-lo.
Para tudo há uma razão, então não adianta ter um bom planejamento e uma gestão mal
executada, pois provavelmente o projeto poderá ser comprometido. O gestor carrega muitos
papéis necessários e além de disseminador de informações ele é um porta-voz. Em alguns
momentos desempenhará os dois papéis, em outros será um ou outro. Adão Albuquerque
(1983, p. 47) acredita que essa necessidade do bom planejador e do gestor saber posicionar-se
13
ao mesmo tempo como fonte e receptor de mensagens, é uma de suas principais
características profissionais.
Para se ter uma gestão adequada da comunicação é necessário ter um diagnóstico, para
assim preparar um projeto utilizando o planejamento estratégico. Para que tudo dê certo, esses
itens devem estar “amarrados” e a equipe bem instruída, motivada e preparada.
O diagnóstico é importante para conhecer e entender os desafios, problemas, vitórias
já sucedidas, história e a cultura presente em uma organização. Este diagnóstico pode conter
análises críticas, mas não necessariamente precisa tê-las.
É pelo diagnóstico que se conhecerá a empresa, traçará um planejamento de acordo
com seu perfil e dos seus stakeholders e assim disseminará a mesma informação de diferentes
formas para públicos variados, a fim de provocar reações e obter um bom resultado.
O gestor vai estruturar o processo de planejamento e alinhar as metas e desafios para
se aproximar do objetivo final. A divisão de tarefas, compartilhamento de informações e
conhecimentos, e o efeito de comprometimento por parte da equipe e do restante da
organização é parte essencial do trabalho deste profissional, pois apenas assim teremos a
continuidade do planejamento, da marca e de forma estratégica, o que cabe quase que
integralmente ao gestor. Ele é o responsável pelo andamento deste projeto.
Nos dias atuais uma empresa não lida apenas com suas próprias dificuldades e riscos,
mais do que isso, ela lida com o mercado como um todo, principalmente com empresas do
mesmo segmento que o seu, mas em alguns momentos até empresas fora disto podem
competir entre si. Para serem competitivas e assumirem esses riscos, as organizações devem
pensar de forma estratégica, e às vezes até obterem inicialmente ou em momentos específicos
resultados negativos, para futuramente conseguir os positivos. Um bom gestor conseguirá
captar todos esses momentos, e decidir se pode competir para com outras empresas, e passar
por momentos negativos na sua organização, para conseguir um fim positivo. É uma opção
arriscada, pois se mal planejada a empresa pode se prejudicar muito ao ponto de não
conseguir prosseguir com seus serviços. É preciso avaliar a flexibilidade da empresa e
vulnerabilidade da mesma para tomar essas decisões com mais precisão e cautela.
Além disso, para facilitar neste tipo de decisões uma técnica opcional e muito útil para
qualquer empresa é fazer a análise de benchmarking, que é justamente a análise da
concorrência, que se utiliza de técnicas para comparar uma organização com as demais do
mesmo perfil, patamar, faturamento e segmento. Esta técnica consiste na identificação de
possíveis falhas e no encontro de melhores práticas do mercado para que com base nisso, o
gestor possa planejar suas ações e traçar sua estratégia.
14
Hoje em dia, a sociedade exige cada vez mais respostas e soluções rápidas,
valorização e respeito mais do que em qualquer outro período. Por isso, cada ação tomada e
informação passada devem ser feitas com muito cuidado, pois às vezes uma pequena falha
pode comprometer todo o restante de um planejamento estratégico. As pessoas devem estar
preparadas para resolver rapidamente essas situações, pois uma grande ação, plano ou projeto
podem ser interrompidos ou até perdidos por pequenos (ou grandes) “deslizes”.
Portanto, acredita-se que o profissional de relações públicas como gestor de
comunicação, possa utilizar seus conhecimentos técnicos e práticos e por meio de um plano
de ação traçado com um planejamento estratégico, que englobe as diretrizes, a cultura, os
públicos e os objetivos específicos de uma organização, provocando então a sinergia entre
departamentos e funções por uma causa, esta mesma de transformar pensamentos, ideias e
pessoas, conseguindo ao mesmo tempo agregar valores às ações, produtos e serviços de uma
empresa. Este sistema é essencial para o bom desenvolvimento de projetos e
consequentemente da organização como um todo, alcançando dessa forma a capacitação
organizacional, que mais do que a capacitação individual, ou seja, é a capacidade da empresa
como um todo para com o mercado ou o seu público.
No caso do Projeto Rondon, um gestor qualificado faria exatamente isto. Este projeto
é uma iniciativa única no Brasil, mas há outros tipos de projetos que envolvem questões
parecidas e poderiam ser analisados com a técnica de benchmarking. Assim o gestor
conseguiria identificar as falhas e ver como poderia melhorar o desenvolvimento deste
projeto, conseguindo desta forma fazer um planejamento estratégico das próximas ações a
serem tomadas, preservando a identidade do mesmo, provocando a sinergia da equipe de
coordenação, do Ministério da Defesa e das equipes das Universidades participantes em prol
dessa causa e assim, se a visão desse gestor for abrangente e ele conseguir avaliar cada ponto
de risco, de desafios e de conquistas, provavelmente conquistaria o seu objetivo final, que é a
maior adesão por partes das Universidades e de seus alunos e professores, e a maior
divulgação do mesmo, para que as pessoas o conheçam melhor e possam ajudar mais com
esta questão que é tão presente em nosso país. Conseguindo ligar todos os pontos e fazerem
todos trabalharem juntos, observando possíveis barreiras, mas também se prevenindo quanto a
melhor forma de enfrentá-las, ele estaria desempenhando o papel de gestor e utilizando o
planejamento estratégico dentro do Projeto Rondon.
O Projeto Rondon é realizado com a parceria de diversos Ministérios, sendo orientado
pelo Comitê de Orientação e Supervisão do Projeto Rondon (COS), composto pelos
Ministérios da Defesa, que o preside, do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e
15
Combate à Fome, Educação, Esporte, Integração Nacional, Meio Ambiente, Saúde e da
Secretaria-Geral da Presidência da República. Esse Comitê é necessário para a aplicação
apropriada do projeto, considerando que as ações afetam cada um deles dentro da região
selecionada. Para que o trabalho seja executado de forma adequada o Ministério proporciona
às Universidades uma semana para uma viagem precursora, onde é possível ter um
conhecimento real da localidade que serão aplicados os projetos e assim poder atingir da
melhor forma os objetivos do Projeto Rondon. Pode-se observar dessa forma que dentro da
aplicação das ações existem seus gerenciadores que fixam metas e objetivos a alcançar
durante o dia, conhecimento e soluções dos problemas apresentados pela região, utilização de
recursos financeiros viáveis para a área, levando-se em conta o baixo Índice de
Desenvolvimento Humano, e a motivação das pessoas, tanto dos rondonistas quanto dos
moradores. Os registros das ações planejadas e executadas são feitas através de relatórios
diários, no Diário de Bordo, dando um controle para o grupo. E a postura é analisada pelos
militares que os acompanham, para manterem a imagem apropriada do Projeto Rondon.
Dentro da Universidade Metodista de São Paulo, o projeto é desenvolvido por alunos e
professores interessados, sob autorização da Coordenadoria do Projeto de Extensão. As
inscrições para a participação é disponibilizada sob as normas do Ministério da Defesa, mais
os projetados pela própria universidade, visando interesse, postura e efetiva participação no
desenvolvimento ainda em São Paulo, o adequado acompanhado garante a Universidade um
trabalho responsável e maduro, influenciando da melhor forma a imagem da instituição.
16
Capítulo II- COMUNICAÇÃO, HISTÓRIA E SOCIEDADE
2.1 – A história do Projeto Rondon no Brasil
O Projeto Rondon foi criado em 11 de julho de 1967, durante a ditadura militar,
objetivando levar os estudantes universitários a colocar em prática aquilo que foi ensinado em
sala de aula como voluntários em comunidades carentes do Brasil, ajudando as mesmas a
valorizarem a sua cultura. A idéia do deste projeto surgiu na Escola de Comando e Estado
Maior do Exército, durante a realização de um trabalho de sociologia chamado “O Militar e a
Sociedade Brasileira”.
O nome Rondon foi dado em homenagem a Cândido Mariano da Silva, o Marechal
Rondon. Ele foi um mato-grossense que se tornou professor primário aos 16 anos, mas
resolveu seguir carreira militar, servindo como soldado. Mais tarde graduou – se como
bacharel em matemática, sempre participando de movimentos abolicionistas e republicanos.
Então foi nomeado professor de astronomia e mecânica da Escola Militar. Em 1900, Rondon
dirigiu uma de suas maiores construções, a das linhas telegráficas entre Cuiabá e Corumbá,
que objetivava alcançar as fronteiras do Paraguai e da Bolívia. Com esse feito, Rondon foi
convidado pelo governo brasileiro a ser o primeiro diretor do Serviço de Proteção aos Índios,
que foi criado em 1910. Depois disso, Rondon ficou conhecido como defensor dos povos
indígenas do Brasil.
A primeira operação do Projeto Rondon, teve início em 11 de Julho de 1967 e foi
denominada “Operação Zero”, com trinta estudantes, que partiram do Rio de Janeiro até
Rondônia, a bordo da aeronave C-47, concedida pelo antigo Ministério do Interior. A primeira
equipe ficou 28 dias realizando trabalhos envolvendo as comunidades, pesquisas e prestando
assistência médica.
Devido ao sucesso da primeira operação, logo depois dessa experiência, mais de 350
mil alunos universitários participaram do projeto, pela experiência que ele proporcionava para
sua prática profissional.
Em 1967, mesmo ano em que o Projeto Rondon foi criado, Costa e Silva foi eleito o
Presidente da República pelo Congresso Nacional, obtendo 242 votos, com grande
expectativas quanto ao progresso econômico e a redemocratização do pais.
No final dos anos 80, o Projeto Rondon deixou de ser prioridade do Governo Federal e
por isso foi extinto em 1989, mesmo ano em que aconteceu a primeira eleição direta para
Presidente da República desde o Golpe Militar, de 1964. Nessa década, o Brasil teve sua
17
eleição mais turbulenta, com 22 personagens se candidatando para Presidente da República,
sendo que alguns morreram e outros fizeram tudo diferente do que prometeram. No entanto,
naquele ano, o grande vencedor foi Fernando Collor de Melo.
Até o dia em que Collor foi empossado Presidente da República, muitas curiosidades
das eleições aconteceram, como o empresário Silvio Santos tentando se filiar ao partido PFL
(Partido da Frente Liberal). Como não conseguiu, ingressou no partido PMB (Partido
Municipalista Brasileiro), mas o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não deixou Silvio Santos
participar das eleições por encontrar irregularidades na sua candidatura. Sem o apresentador
no páreo, os olhos da população ficaram voltados para os candidatos Luís Inácio Lula da
Silva, ex-metalúrgico que mais a frente se tornaria Presidente do Brasil com oito anos de
Governo, e para Collor, que venceu as eleições daquele ano.
No entanto, Collor não durou muito tempo. Em 1992 já estava de malas prontas, após
enfrentar um processo de impeachment e renunciar ao cargo por suspeita de corrupção. Itamar
Franco assumiu seu lugar na Presidência e Collor ficou inelegível durante oito anos. Itamar
assumiu o Governo do Brasil na época em que o país estava vivendo um dos momentos mais
difíceis de sua história, com inflação aguda e crônica e desemprego.
O ano de 1993 foi marcado pelo Massacre do Vigário. A chacina aconteceu depois de
quatro policiais militares serem mortos numa emboscada feita pelos traficantes. Naquele ano
o Brasil estava numa fase ruim, em todos os sentidos, e o Rio de Janeiro foi o marco de
violência.
Itamar Franco ficou no governo até 1995, depois que lançou o Plano Real, que acabou
com a superinflação. Logo depois foi recém – eleito o ex-Presidente Fernando Henrique
Cardoso, que ficou no poder até 2002 e conseguiu controlar inflação, entretanto, a distribuição
de renda continuou desigual no Brasil.
No ano de 2003, Luís Inácio Lula da Silva venceu as eleições, fato que poucos
esperavam. No governo Lula, o Presidente deu segmento à política econômica que já estava
sendo aplicada no governo anterior. Lula ficou durante oito anos no poder e teve o maior
índice de aprovação pelo Brasil, principalmente na região Norte, onde seu Governo ficou mas
focado, fazendo projetos voltados para as famílias mas carentes.
Em 2005 o Governo resolveu reatar com o Projeto Rondon, trazendo o projeto com
roupagem nova, figurando uma nova pauta dos seus programas e passando o programa para a
coordenação do Ministério da Defesa. Tudo isso com o intuito de ajudar as comunidades
carentes e levar uma grande experiência para os universitários. O programa começou a contar
com mais recursos do que antes.
18
Com a volta do projeto, foi realizada a primeira operação nomeada “Operação
Amazonas”, que foi iniciada em janeiro de 2005. Foram 200 professores e estudantes,
representando 40 instituições de Ensino Superior, com o intuito de pesquisarem aspectos e
indicadores da situação social, econômica, educacional, sanitária e infra-estrutura em 10
municípios. As informações coletadas serviram para melhorar a vida dos municípios
atendidos, e para serem reunidas em um arquivo/relatório e destinadas a orientar futuras
operações do Projeto Rondon na região amazônica.
A segunda operação foi no estado do Acre, que ocorreu no período de 8 a 23 de
outubro de 2005, com 12 universidades atendendo as comunidades dos municípios
envolvidos, realizando atividades educativas relacionadas com proteção dos direitos da
criança, adolescentes e idosos. Também foram elaborados projetos técnicos envolvendo
saneamento básico, coleta de lixo e tratamento de resíduos sólidos.
O Projeto encontra-se em processo de consolidação, cada vez mais as Universidades
procuram participar, porque veem o Projeto com uma ferramenta poderosa para transformar a
população e conscientizar cada vez mais os jovens na importância de uma sociedade mais
justa. O Projeto Rondon, em 2012, já levou mais de 12 mil rondonistas a cerca de 800
municípios, com o intuito de aplicar o mesmo para valorizar sua cultura, não deixando que
aquilo se perca com o tempo. Apesar de não ser a intenção mudar a cultura, isso acaba
acontecendo, pois os universitários acabam levando ou criando algumas ferramentas que vão
mudar o jeito deles viverem. O Projeto Rondon está sempre em busca do melhor, trazendo
benefícios para os dois lados, com intenção de não deixar que a historia do Brasil se perca no
tempo.
2.1 - Comunicação e sociedade
2.2.1 - Imprensa no Brasil
A imprensa brasileira nasceu oficialmente no estado do Rio de Janeiro em 13 de maio
de 1808, com a criação da “Impressão Régia”, hoje a imprensa nacional pelo príncipe Dom
João. Antes desse período não eram permitidas publicações como jornais, livros e panfletos.
Os primeiros jornais publicados em território nacional começaram a circular em 10 de
setembro de 1808, impressos em máquinas trazidas da Inglaterra.
Naquele mesmo ano, o exilado Hipólito José da Costa lançava de Londres, o “Correio
Brasiliense”, o primeiro jornal brasileiro fora do Brasil. O primeiro número publicado do
19
“Correio Brasiliense” foi no dia 1º de junho de 1808, mas só chegou ao Rio de Janeiro no mês
de outubro. Este jornal foi criado para atacar os defeitos da administração do Brasil. Buscava
intensificar suas notícias em caráter bem mais doutrinário do que informativo, ao contrario
dos demais jornais da época.
Durante o ano de 1820, apenas a “Gazeta” (e revistas impressa na própria “Régia”)
tinham licença para circular. Em 1821, com o fim da proibição, surge o “Diário do Rio de
Janeiro”, primeiro diário do país, que circulou de 1821 a 1878.
No dia 28 de agosto de 1821, a censura prévia é extinta, devido à deliberação das
cortes Constitucionais de Lisboa em defesa das liberdades públicas. A liberdade de imprensa
já era garantida mesmo pela Constituição Outorgada de 1824. Mesmo assim, havia jornais que
ligavam muito para a Constituição. O “Diário do Rio de Janeiro” nem sequer informa a
notícia do Grito do Ipiranga, pois seguiu a regra de imprensa engajada e doutrinária.
Entre os anos de 1930 até o fim de 1945, o cenário político brasileiro oscilou entre o
Governo Provisório, a Revolução de 1932, que culminou com a Constituição de 1934, e o
estabelecimento do Estado Novo de 1937. Naquela época a imprensa se posicionava em
função dos acontecimentos que surgiam, inclusive alinhando-se com as facções em combate
de 1932. Durante o ano de 1937, o espaço de liberdade de imprensa se perdeu, devido às
diferenças políticas sufocadas. O Estado se fez crescer sobre jornais, com base da carta
constitucional outorgada naquele ano, que tornava a imprensa um serviço público e como tal,
sujeita ao controle estatal.
No ano de 1939, foi criado o (DIP) Departamento de Imprensa e Propaganda, com isso
foi reformulado o departamento de propaganda, pelo decreto-lei n° 1915 em 27 de dezembro,
com as atribuições de censurar toda a produção jornalística, cultural e de entretenimento,
produzindo conteúdos e controlando abastecimento de papel.
Nesse período surgiram os seguintes jornais associados à ANJ: A Tribuna de Vitória,
Espírito Santo; Correio de Uberlândia de Uberlândia, Minas Gerais; Correio Lageano de
Lages, Santa Catarina; Diário da Manhã de Passo Fundo, Rio Grande do Sul; Diário de Natal
de Natal, Rio Grande do Norte; Gazeta de Alagoas de Maceió, Alagoas; Jornal da Cidade de
Rio Claro de Rio Claro, São Paulo; Jornal do Comércio de Porto Alegre, Rio Grande do Sul;
O Imparcial de Presidente Prudente, São Paulo; O Popular de Goiânia, Goiás; e O São
Gonçalo de São Gonçalo, Rio de Janeiro.
No ano de 1945, se encerraria o poder autoritário de Getúlio Vargas. Com isso, uma
nova fase começa a surgir com uma experiência democrática que o país nunca tinha visto e
que se prolongaria até o Golpe Militar de 1964. Durante o ano de 1954, Vargas se suicidou no
20
meio de uma crise política, pelo atentado contra o jornalista Carlos Lacerda. Isso causou uma
grande comoção nacional com incidentes em várias cidades.
Em 1961, Jânio Quadros renunciou à Presidência, e seu vice João Goulart só iria
assumir de fato após o regime parlamentarista revogado em 1963. Acontecimentos como
esses fizeram o jornalismo se consolidar com os temas políticos abordados ao mesmo tempo
em que a imprensa crescia. Havia uma transformação no país, na parte econômica onde a
empresa “Agrário Exportadora Industrializada” se fortalecia juntamente ao governo de
Juscelino Kubitschek. O mesmo acelerou os processos de urbanização e industrialização do
mercado interior do Brasil.
O período de 1945 a 1964 ficou conhecido como o tempo de transição do Brasil e de
sua imprensa. Naquela época havia liberdade nas relações entre governo e jornais, porém
ainda existiam algumas práticas ultrapassadas, que começaram a perder espaço devido ao
crescimento da participação de propagandas de empresas privadas no faturamento dos jornais.
Dentro deste período, a televisão surge como grande instrumento de comunicação e com uma
enorme audiência, mesmo assim, os jornais são o meio de comunicação por excelência.
2.2.2 - História do rádio no Brasil
No dia 07 de setembro de 1922, o Brasil teve a sua primeira transmissão de rádio. O
público ouviu o pronunciamento do até então presidente da República naquele ano, Epitácio
Pessoa, transmitida pelo Teatro Municipal. Com o passar dos anos as emissoras foram
aumentando em nosso país. No ano de 1923, através de Roquete Pinto, foi inaugurada a
primeira emissora de rádio chamada de “A Rádio Sociedade”.
A revolução de 1930 marcou o Brasil em sua história política, com o presidente
Getúlio Vargas. No período do Estado Novo, a autopromoção das ações do Governo, através
da radio, foi algo que se tornou institucional. Assim como Hitler, Vargas soube utilizar muito
bem os meios de comunicação na época, no caso o rádio, que emitia todas as notícias aos
brasileiros. Através do rádio, Vargas passava a imagem à população brasileira de um grande
líder, um verdadeiro patriota do país. O Carnaval e outras manifestações culturais que tinham
no Brasil, mas eram mais regionalizadas se tornaram símbolos nacionais pelas ondas das
emissoras, assim unindo o Brasil do Norte a Sul.
A legislação da radiodifusão foi instituída em 1930 e durou até 1962. Assis
Chateaubriand não gostou das medidas da radiodifusão, tornou-se opositor do Governo
21
Vargas, porque somente com ajuda do capital internacional o Brasil poderia desenvolver-se e
integrar suas ações. Já o presidente não enxergava com essa visão, ele não era contra o capital
estrangeiro, porem defendia uma relação do Brasil soberano. Durante o seu 2° governo, as
pressões eram tantas por queda, que os veículos da propaganda oposicionistas, foram de três
bilhões e 506 milhões de cruzeiros. Desse total um bilhão e 197 milhões de cruzeiros foram
doados aos jornais e 869 milhões às empresas radiofônicas.
2.2.3 - Surgimento da televisão no Brasil
Assis Chateaubriand era proprietário da empresa de comunicação “Diários
Associados”, onde possuía emissoras de rádio e jornais. No dia 18 de setembro de 1950 foi
inaugurada a TV Tupi em São Paulo, no canal 3. A primeira transmissão da TV Tupi foi no
saguão do “Diários Associados”. Ela foi inaugurada sob a razão social “Rádio e Televisão
Difusora”.
Chateaubriand distribuiu duzentos aparelhos de televisão com a intensão de atrair o
interesse do público, já que a maioria ainda não possuía aparelhos de TV em suas residências.
As transmissões da TV Tupi ocorriam das 18 horas às 23 horas. O primeiro programa que foi
ao ar foi “TV na Taba”, com Ivon Cury, Hebe Camargo e outros artistas. O primeiro telejornal
foi o “Imagens do Dia”, que foi ao ar no dia 19 de setembro de 1950, sendo que as notícias
eram feitas com câmeras de cinema. As empresas “Sul América Saúde”, “Moinho Santista”,
“Antártica” e “Prata Wolf” foram as primeiras a comprar o espaço publicitário na televisão.
No governo de Juscelino Kubitschek, a indústria eletrônica começou a fabricar
aparelhos de televisão 100% brasileiros e criou o crediário, facilitando a compra dos produtos
eletrônicos e popularizando a televisão, conquistando novos públicos e atraindo a população
com baixo poder aquisitivo. Na década de 1970, o “Censo” apontou que quatro milhões de
aparelhos de televisão chegaram aos lares brasileiros. Isso mostrou que atingiu
aproximadamente 25 milhões de telespectadores. Em 25 de janeiro de 1970, foi inaugurada a
“TV Gazeta”, que é propriedade da “Fundação Cásper Líbero” em São Paulo.
Em 1971 é iniciada a preparação para a implantação da TV em cores. A primeira
transmissão a cores da televisão brasileira ocorreu na “Festa da Uva” em Caxias do Sul, no
Rio Grande do Sul, no dia 31 de março de 1972. A “TV Globo” é a emissora mais adaptada na
transmissão de imagens em cores.
22
Em 18 de julho de 1980, é o fim da primeira emissora inaugurada no Brasil, a “TV
Tupi” de São Paulo. Já vinham acontecendo greves entre os funcionários devido a atrasos dos
salários e muitos programas foram tirados do ar por não ter como gravá-los. Em março de
1981 é iniciada as operações do “SBT” (Sistema Brasileiro de Televisão), propriedade de
Silvio Santos, estreando o programa “Sessão Premiada”, apresentado por Gugu Liberato, onde
os telespectadores concorriam a prêmios durante a exibição dos filmes.
Em 1982 a “Rede Bandeirantes” é a pioneira a utilizar satélite em suas transmissões,
substituindo o sistema de micro-ondas e reduzindo seus custos. É inaugurada a “TV
Manchete” em 1983, com equipamentos de última geração, apresentando séries premiadas e
filmes. A programação é voltada para o público de classes mais altas.
Em 1984 a televisão brasileira adere a campanha “Diretas Já”, quando a população foi
às ruas pedindo o fim da Ditadura Militar e a instauração de eleições diretas para a
Presidência da República. A televisão brasileira transmite ao vivo a eleição indireta de
Tancredo Neves para Presidência da República em 1985.
Um dos grandes marcos para a televisão brasileira foi a transmissão ao vivo da queda
do Muro de Berlim, ocorrida em 1989, onde o muro separava o lado oriental e ocidental da
Alemanha. Em 1989 foi a posse do primeiro presidente Fernando Collor de Mello, que foi
eleito por votos após 25 anos, desde o Regime Militar ocorrido em 1964.
2.2.4 - Fernando Collor de Mello
Em 1989 aconteceu a primeira eleição direta para a Presidência da República, após o
Golpe de 1964. Na concorrência para a presidência os candidatos eram Mario Covas, Paulo
Maluf, Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Freire e
Fernando Collor de Mello. Esta eleição foi realizada em dois turnos, entre eles Luiz Inácio
Lula da Silva e Fernando Collor de Mello.
O papel da televisão foi muito importante para a candidatura de Fernando Collor. A
principal emissora de televisão foi a TV Globo, onde foi elaborada uma estratégia de
marketing que beneficiava a reputação de Collor. Nos debates eleitorais, a “TV Globo” deixou
que Collor tivesse mais tempo para falar seus pontos de vista do que os outros candidatos. O
debate entre Lula e Collor foi editado, pois mostravam que Collor era contra as corrupções
políticas, e na edição que foi feita Lula é mostrado como se estivesse somente interessado na
sua candidatura e que deixava a corrupção política como segundo plano. Em uma reportagem
23
a “Folha de S. Paulo”, Roberto Marinho (antigo proprietário da “Rede Globo”) deixa explícito
o apoio que foi dado à candidatura de Fernando Collor de Mello.
Em 1º de janeiro de 1990 Fernando Collor de Mello tomou a posse para a Presidência
da República, mas em 1992, dois anos após sua posse, houve o impeachment, suspendendo o
mandato presidencial de Collor, após escândalos de corrupção.
2.2.5 - Plano Real de 1994
O Plano Real foi iniciado no final do ano de 1993, devido a uma crise política que
existia no Brasil, que com grandes crises inflacionárias atingiu níveis exagerados. Portanto, a
finalidade com o Plano Real era a de controlar a inflação do país. O presidente da época,
Itamar Franco, permitiu que o Ministério da Fazenda, guiado por Fernando Henrique
Cardoso, tomasse conta com outros economistas para elaborar as medidas e reformas
econômicas e monetárias necessárias.
No dia de 27 de fevereiro de 1994, foi iniciado oficialmente o Plano Real, através da
medida provisória n° 434. A implantação do Real teve três etapas importantes: equilíbrio das
contas públicas, criação da URV e lançamento do Real. Cogitou-se a possibilidade do nome
Real ser chamado de Cristal, Coroa, Cruzeiro-Cruzado, mas o nome Real vingou pela
possibilidade publicitária que oferecia.
O programa para estabilização da economia passou pela desindexação da economia,
por um amplo processo de privatizações, pelo equilíbrio fiscal, pela abertura econômica, pelo
contingenciamento e por políticas monetárias restritivas. Fernando Henrique Cardoso
fortalecia sua imagem perante os acontecimentos que surgia com o Real. Os efeitos imediatos
do Real refletiram-se no aumento da capacidade de consumo da população, no amplo controle
da inflação que caiu de taxas de 50% para 3% e de redução da população miserável brasileira.
O Plano Real foi o programa mais bem elaborado em relação a estabilização
econômica da história do Brasil, mas para alcançar o sucesso foi preciso que fossem tomadas
medidas como privatizações de vários setores estatais, criação de agências reguladoras,
implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, liquidação ou venda da maioria dos bancos
estaduais, renegociação da dívida pública e maior abertura comercial com o exterior. Por
motivos como esses, o Plano Real também recebeu oposição no seu período de implantação,
tendo o Partido dos Trabalhadores (PT) como um dos maiores opositores.
24
Desde 1994 até os dias atuais, o Real passou por momentos turbulentos, entretanto
demonstrou capacidade de controle mediante as crises mundiais, especialmente nos anos de
2008 e 2009, que gerou um prejuízo enorme na Europa e nos Estados Unidos e que passou
sem muito impacto pelo Brasil. O país, hoje, conta com uma moeda forte e estável, sem
apresentar indícios de substituição.
2.2.6 - Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso foi presidente em dois mandatos, no período de 1994 a
1997 e de 1998 a 2002. Esse período foi marcado pela efetiva implantação da política
Neoliberal no Brasil. FHC nasceu no estado do Rio de Janeiro no dia 18 de junho de 1931.
Com menos de 10 anos mudou-se para São Paulo, onde concluiu o curso de Ciências Sociais
pela Universidade de São Paulo (USP). Realizou a pós graduação na Universidade de Paris.
Durante o ano de 1960, após o Golpe Militar, foi exilado no Chile e depois foi para a França
concluir sua Pós Graduação. Retornou ao Brasil se tornando professor da USP no ano de
1968.
FHC teve seu início na política no ano de 1978, sendo eleito suplente do senador
paulista Franco Motoro. Durante o ano de 1983 assumiu de vez o senado quando Franco
Motoro assumiu o governo de São Paulo. Foi um dos fundadores do Partido Social
Democrático Brasileiro (PSDB). Durante o primeiro ano de governo de Itamar Franco,
Fernando Henrique assumiu o Ministério de Relações Exteriores no ano de 1992, e durante
1993 foi encarregada a ele a função do Ministério da Fazenda.
Nas eleições de 1994, Fernando Henrique ganhou no primeiro turno como Presidente
da República, devido ao sucesso com o Plano Real, iniciado quando ainda era Ministro da
Fazenda de Itamar Franco. No dia 1º de janeiro de 1995, tomou posse como presidente tendo
consigo como vice Marco Maciel do PFL. Durante o seu discurso prometeu acabar com a
fome e a miséria no Brasil.
Em seu primeiro mandato FHC conseguiu aprovação da emenda constitucional que
criou a reeleição para os cargos eletivos do Executivo, com isso sendo o primeiro presidente
reeleito. No período que esteve na frente do Governo, sofreu algumas acusações de corrupção
dentre as quais merecem destaque as acusações sem prova de compra de parlamentares para
aprovação da reeleição e favorecimento de alguns grupos financeiros no processo de
privatização de empresas.
25
Já na área social, criou o primeiro programa de distribuição de renda, o Bolsa Escola,
beneficiando a vida de mais de cinco milhões de família no Brasil. A Rede de Proteção Social,
um programa complexo de distribuição de renda, premiou várias ações tais como Bolsa
Alimentação, O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Auxílio Gás e outros.
Foi implantado o gasoduto Brasil-Bolívia e criado o Fundo de Desenvolvimento do
Ensino Fundamental (Fundef) que garante recursos para o ensino fundamental.
No fim do seu segundo mandato uma crise aconteceu no setor de energia, que ficou
conhecida como a Crise do Apagão. Ocorreu devido a falta de planejamento e investimento
em geração e distribuição de energia. Por causa da falta de chuva, o nível dos reservatórios
das hidrelétricas baixou e os brasileiros tiveram que racionar energia. Com isso a economia
por sua vez também foi afetada, e aos poucos FHC já não era tão unânime nacionalmente.
Fernando Henrique foi o primeiro civil eleito pelo voto direto que conseguiu terminar
o mandato de presidente desde Juscelino Kubitschek. Até aquele momento, o segundo
presidente que governou por mais tempo tinha sido Getúlio Vargas.
2.2.7 - A tecnologia e a internet nos dias atuais
O computador nasceu em 1945 e pesava 30 toneladas com funções como cálculos para
o Exército Americano, dentre outras parecidas. Somente mais tarde foi modernizado e
adaptado para ações cotidianas e de acesso a todos os cidadãos comuns, como pesquisas no
geral, trabalhos de escola, entretenimento, utilizações profissionais, dentre outras. Já a internet
foi inventada em 1969 com uso comercial no Brasil em 1995.
A tecnologia está cada vez mais avançada. Hoje em dia não podemos mais pensar em
viver sem ela, pois já nos tornamos dependentes da mesma. As grandes descobertas são graças
à tecnologia. Na parte da saúde é fundamental, pois a ciência e a tecnologia andam de “mãos
dadas”, ajudando a descobrir a cura para doenças que antigamente não teria acesso. Para
donas de casas também está sendo de grande ajuda, pois ganham tempo e evitam maiores
esforços domésticos descobrindo novidades para ajudá-las.
A internet é essencial na parte educacional, auxilia professores no preparo das aulas e
no envio de materiais para os alunos, que também são muito favorecidos, facilitando nas
pesquisas e entrega de trabalhos. Para os jovens a internet se tornou um estilo de vida, não
conseguem mais viver sem ela, pois nela pode-se encontrar o que quiser, ter trocas de
informações em tempo real, em qualquer lugar e com qualquer pessoa.
26
As redes sociais fizeram com que as pessoas pudessem se aproximar com pessoas que
estão do outro lado do mundo, facilitando a comunicação de todos os modos possíveis.
Entretanto, a tecnologia e a internet não trazem somente benefícios, pois muitas vezes a
tecnologia toma o lugar de pessoas, trazendo máquinas no lugar delas e assim gerando
desemprego. A internet acaba deixando pessoas com “preguiça de pensar”, pois para qualquer
situação ela está disponível para qualquer dúvida, já trazendo a resposta e resultando na
alienação.
Da mesma maneira que ela pode aproximar pessoas que estão distantes, ela distancia
quem está por perto. Um exemplo simples são os filhos que ficam horas seguidas trancados
em seus quartos na frente do computador e não conseguem ter uma conversa sadia com os
seus pais. Tanto a tecnologia como a internet tem que ser usadas de forma consciente, sem
prejudicar ninguém.
27
Capítulo III – RESPONSABILIDADE SOCIAL E EMPRESARIAL NO
TERCEIRO SETOR
3.1 - Responsabilidade social
3.1.1 - A sociedade atual e a importância das relações com a
comunidade
No século XXI, houve grandes mudanças na sociedade, como evoluções tecnológicas,
nos meios de comunicação e principalmente modificações relacionadas ao meio ambiente,
como o aquecimento global. Além dessas mudanças, algumas situações acabaram se
agravando, como a pobreza e a fome em países pobres, voltando à atenção da sociedade para
esses problemas sociais.
Por causa dessas transformações, principalmente das relacionadas ao meio ambiente, a
sociedade acabou exigindo uma preocupação forte das grandes economias, principalmente de
grandes organizações mundiais (ONU, por exemplo), que trabalham constantemente no
combate a fome, miséria e trabalho infantil, assuntos que geram preocupação mundial.
No mundo contemporâneo, as pessoas recebem diariamente um grande volume de
informações através dos meios de comunicação, principalmente pela internet e televisão. Com
a evolução desses meios, elas acabaram adquirindo uma maior preocupação mais com o que
acontece a sua volta, como em política, meio ambiente e economia. Segundo Margarida
Kunsch, “Hoje o individuo, mais consciente de seus direitos e deveres, percebe que pode e
deve participar do processo de construção de uma sociedade mais justa, sabedor de que o
Estado sozinho não dá conta de cumprir sua missão...”. Esse pensamento de aproximação com
o próximo é cada vez mais comum e as ações sociais, principalmente no Brasil, estão
ganhando cada vez mais espaço.
Com a maior participação da sociedade e conscientização dela sobre sustentabilidade e
responsabilidade social, as organizações procuram se aproximar mais das pessoas com quem
mantém interações, pois sabem que o consumidor busca comprar produtos de empresas que
exercem seu papel de cidadão. Hoje as organizações não visam apenas o lucro, pois sabem
que a valorização desses fatores elimina concorrência e gera uma boa reputação.
28
3.1.2 - A importância dos valores intangíveis e reputação
Antigamente, as empresas eram medidas pelos seus valores tangíveis, como suas
propriedades físicas, além de seus galpões e máquinas. No entanto, essa realidade mudou,
sendo que as organizações se preocupam cada vez mais com a sua imagem, pois sabem do
valor que é uma empresa que possui boa reputação no mercado. As organizações se
preocupam muito com os seus valores intangíveis, como crescimento sustentável, marca forte,
boas imagens e inovação, para serem reconhecidos pelo público externo.
Esses valores intangíveis estão em constante crescimento, pois o consumidor associa
sua imagem e reputação (o seu status) à marca, e não à estrutura física propriamente dita. É
através dessa nova visão tida pelo mercado que a empresa adquire valores que vão além de
tudo que ela possui. Para Robert S. Kaplan e David P. Norton “os ativos intangíveis
respondem por mais de 75% do valor da empresa. Em média, os ativos tangíveis – valor
contábil líquido do ativo menos o passivo – representam menos de 25% do seu valor de
mercado.”.
Essa valorização é obtida além do que a própria marca representa, através do apoio
que as empresas dão para o Terceiro Setor. Os clientes estão cada vez mais preocupados com
diversas questões que envolvem toda a comunidade, e as organizações que se preocupam com
essas causas são mais bem vistas pelos consumidores, gerando cada vez mais lucro e
reputação.
3.1.3 - A responsabilidade social e a sustentabilidade
Um dos assuntos que mais ganharam dimensão é a questão da sustentabilidade,
conceito que pode ser aplicado a qualquer coisa, seja uma pessoa, uma empresa ou um país.
Uma das preocupações da sociedade atual é com o futuro do planeta e, dessa forma,
automaticamente com o aquecimento global. Com isso, as organizações estão se preocupando
mais sobre os danos que causam ao meio ambiente. Consequentemente, isso resultou em
várias tentativas de minimizar e controlar os impactos emitidos por elas. Em 1997, por
exemplo, o “Protocolo de Kyoto” foi criado para então formalizar metas e assim provocar a
diminuição da emissão de gases poluentes.
Uma empresa sustentável, além de pensar em questões ambientais, pensa também na
comunidade e o que pode afetar seus habitantes. Ela se preocupa e busca (na maioria das
29
vezes) encontrar soluções que não agridam essa população, nem sua cultura, seus costumes e
espaço físico, de forma que não prejudique as funções da empresa.
Esse é um dos pontos que trazem valores intangíveis à organização, pois é algo que
agrega preocupação com o futuro do planeta e da própria comunidade em que a empresa está
inserida. Hoje as pessoas estão tomando consciência sobre um consumo sustentável, e vendo
que temos que dar atenção para esse tema, porque alguns recursos estão cada vez mais
escassos.
3.2 – Terceiro Setor
3.2.1 - Terceiro Setor e sua evolução a partir deste novo cenário
Com a popularidade da sustentabilidade, surgiram diversas organizações voltadas para
práticas socioambientais para o bem da humanidade, surgindo assim um setor voltado a tal
prática. O Terceiro Setor é um dos setores que está ganhando cada vez mais mercado, hoje em
dia há mais entidades voltadas para a preocupação social, principalmente por causa da
mobilização da sociedade a partir do século XXI com a sociedade.
Segundo Roserly Fernandes “A origem das entidades sem fins lucrativos no Brasil é
datada na metade do século XVI, com o surgimento das Santas Casas, administradas pelas
igrejas cristãs que atuavam prestando assistência à comunidade”. O Terceiro Setor ganhou
força e espaço no mundo a partir dos anos 1960 e no Brasil dos anos 1980, principalmente na
época da Ditadura Militar com os movimentos civis da sociedade em busca de democracia.
Mesmo com as manifestações populares em busca de um país que respeitasse os
direitos humanos, o Governo Brasileiro juntamente ao Exército promoveram um projeto
voltado para responsabilidade social chamado “Projeto Rondon”, que “É um projeto de
integração social que envolve a participação voluntária de estudantes universitários na busca
de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e
ampliem o bem-estar da população”. (fonte: Site do Projeto Rondon)
Com o fim da ditadura, a Constituição Brasileira, revista e atualizada, teve um avanço
em 1988 em termos de política social no Brasil. A partir de sua proclamação surgiram
diversas organizações por meio de empresas privadas, como a “Fundação Abrinq” que
defende os direitos da criança e dos adolescentes. No ano seguinte, em 1989, o “Projeto
Rondon” foi extinto por deixar de ser prioridade do Governo Federal.
30
Segundo Roserly Fernandes “O termo ‘Terceiro Setor’ para designar as organizações
da sociedade civil sem fins lucrativos passa a ser utilizado no Brasil a partir do início dos anos
90”. Na década de 90, várias organizações ganharam espaço na mídia e na sociedade pelo
desenvolvimento de seus trabalhos sociais. Uma dessas organizações é o “Instituto Ethos”,
que foi criado em 1998 por um grupo de empresários e executivos da iniciativa privada
(fonte: site da organização).
Nessa época os movimentos sociais e ambientais ficaram mais fortes, surgindo
organizações populares, além das organizações do segundo setor voltadas à filantropia, como
é o caso da “Fundação Bradesco”, que foi criada a mais de cinco décadas e a “UNESCO”.
Após o “ECO 92”, os movimentos ambientais ganharam mais espaço na mídia e houve um
crescimento estrondoso de ONGs, principalmente de sindicatos, com a consolidação da
democracia, como é o caso do “Sindicato dos Metalúrgicos do ABC”.
O setor foi então ganhando mais popularidade, principalmente com a aproximação do
Segundo Setor, com a variedade de fundações, institutos empresariais, associações
comunitárias, entre outros sem fins lucrativos. No Governo Lula, o “Projeto Rondon” voltou a
ser executado, sendo um dos programas sociais do presidente, que no seu mandato priorizou
programas para o desenvolvimento do país, além de apoiar fortemente o Terceiro Setor.
Cotidianamente, o Terceiro Setor oferece boas ideias de empregos, buscando divulgar a
consciência social na sociedade.
Atualmente, a relação das empresas com a comunidade está cada vez mais próxima,
principalmente pelo compromisso que elas têm com as pessoas que são afetadas pelo seu
trabalho. Em prol dessa aproximação, por meio da busca do comportamento empresarial
socialmente responsável, as organizações hoje possuem parcerias com o Terceiro Setor -
entidades, associações, fundações, organizações não governamentais (ONGs), e qualquer
outro tipo de exercício de atividade envolvendo o interesse social civil de fins públicos e não
lucrativos.
As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o que acontece no mundo, por isso
algumas organizações buscam tratar de sustentabilidade para poder de forma estratégica
conseguir mais lucro. Mesmo com o marketing positivo que acarreta na sua imagem, a
sociedade, e principalmente as organizações, se preocupam em como investir seu capital, para
não associar sua imagem às organizações de caráter duvidoso. Portanto, buscam ajuda de
profissionais de relações públicas na hora de gerenciar seu relacionamento com esse setor.
31
3.2.2 - O papel da área da Comunicação, em especial das Relações
Públicas
A comunicação nas organizações é extremamente importante para o desenvolvimento
delas, principalmente se tratando do contexto de responsabilidade social e sustentabilidade.
Hoje em dia, os assuntos que envolvem as atividades empresariais viraram assunto de
discussão na sociedade, sendo assim, as empresas têm mantido uma postura aberta ao diálogo,
para crescer sua exposição e mostrar que é uma organização transparente.
O profissional de relações públicas é extremamente importante na temática da
responsabilidade social e sustentabilidade, pois ele contribui na hora de fazer parcerias e
mediações com o Primeiro e Segundo Setor. Como diz Maria Jose da Costa Oliveira (apud
KUNSCH):
O papel que a área de relações publica pode desenvolver na construção da
cidadania é múltiplo, pois deve incluir, em especial, a interação entre
governo, empresas e terceiro setor, analisando os contrapontos, ou seja, as
áreas de maior conflito, buscando uma maior aproximação e debate, que
possibilitem amenizar os pontos de maior divergência e o alcance de um
consenso. (2002, p. 145).
Sendo assim, o profissional de relações públicas acaba desenvolvendo um trabalho de
mediar sobre como vai trabalhar com esse setor, por meio de estratégias de comunicação para
atingir seu público alvo, além de conquistar mais doadores e assim ganhar mais visibilidade
para se destacar no mercado.
Com a valorização do profissional no setor, diversas empresas acabaram contratando
profissionais de RP para melhorar a comunicação perante seu público, além de mudar a
cultura organizacional de uma empresa para agregar valores socioambientais. Este é caso do
“Grupo Estre Ambiental”, que desenvolveu um Programa Integrado de Comunicação para
ganhar visibilidade no mercado em que atua. Em 2011 o case “Comunicação para mudança de
cultura do Grupo Estre Ambiental com conceitos de Sustentabilidade” foi um dos premiados
na categoria “Relações Públicas e Sustentabilidade: Responsabilidade Social e Ambiental” no
31º Prêmio Opinião Pública.
32
CAPÍTULO IV – BRIEFING
4.1 - História
A história da Universidade Metodista de São Paulo se inicia há mais de um século
atrás, com a construção do Colégio Piracicabano, no interior de São Paulo, sendo este o
primeiro colégio metodista do Brasil. Em 1964, além de fornecer educação básica como
colégio ele passou a oferecer cursos de graduação.
Um pouco antes, em 1938, no bairro Rudge Ramos em São Bernardo do Campo, a
Faculdade de Teologia já havia sido implantada pela Igreja Metodista. A localização foi
escolhida pelo seu crescimento notável.
Em 1970, a Igreja Metodista decide consolidar o seu compromisso além da região do
interior de São Paulo, abrangendo também a região metropolitana do estado. Para isso, cria o
Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS), que hoje possui três campi na região: o campus
Rudge Ramos, que além de proporcionar a maior opção de cursos abriga a mantenedora,
coordenação e administração da instituição; o campus Vergueiro que é mais voltado para
cursos na área de negócios e o campus Planalto que abriga os cursos da área da saúde.
A instituição ministra cursos de graduação presenciais e à distância nas áreas de
Comunicação, Biológicas e Saúde, Humanidades, Gestão e Negócios e Exatas e Tecnologia.
Além destes há outros cursos como o de Línguas e os de pós-graduação lato sensu e stricto
sensu.
Sua estrutura conta com auditórios de tamanhos variados, laboratórios de informática,
farmácia e biologia, centro de convivência, salas de aula com tecnologia datashow, academia
de esportes, quadras poliesportivas, ginásio, bibliotecas, estúdio e muito mais. É considerada
uma das melhores instituições privadas de ensino superior no país, principalmente na área da
comunicação, na qual já conquistou o título pelo Guia do Estudante por três anos
consecutivos de melhor instituição privada no país nesta área.
O principal objetivo da Universidade é formar profissionais conscientes de seus
direitos e deveres como cidadãos. É por esse motivo que ela desenvolve e participa de vários
projetos de extensão. Esses projetos fazem com que os universitários adquiram conhecimento
prático e desenvolvam senso crítico pela sociedade como um todo, pois grande parte deles é
voltada para seu público externo, ou seja, a comunidade em geral.
O Projeto Rondon, desenvolvido inicialmente pelo Exército Brasileiro e que está
presente na Universidade desde 1967, é um projeto de extensão, pois foca em universitários
33
voluntários de diversos cursos e professores convidados. Em 1989, este projeto não era mais
prioridade do Governo Federal e por isso foi interrompido, retornando apenas em 2005, por
uma decisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva a pedido da União Nacional dos
Estudantes. A partir desse ano o Projeto Rondon é uma iniciativa do Ministério da Defesa em
parceria com outros ministérios. A Universidade Metodista retornou com as atividades da
segunda etapa do projeto em 2009 e de lá pra cá foram feitas quatro viagens pela instituição.
4.2 - Estrutura física e humana
A estrutura física da Universidade Metodista de São Paulo é completa para oferecer
aos seus alunos e professores o apoio necessário para o desenvolvimento de trabalhos de
extensão. Entretanto, a instituição não foca apenas em auxiliar o seu público interno neste
quesito, por isso ela conta com serviços de assistência médica (Policlínica), odontológica e
veterinária (Hospital Veterinário) com valores acessíveis para usufruto da comunidade local.
A Universidade também conta com um corpo de colaboradores qualificados para atender aos
serviços prestados internamente e externamente. Esses colaboradores são funcionários
efetivos registrados, temporários, estagiários e até mesmo voluntários.
No caso do Projeto Rondon, a responsável é a coordenadora de projetos de extensão
da Universidade, Elizabete Renders. Também há os estudantes universitários e docentes sem
os quais não é possível a efetivação do projeto, pois são eles que arcam com a parte prática do
mesmo, executando as ações diretamente nas regiões apontadas como necessitadas.
Fora da Universidade Metodista, a estrutura humana do Projeto Rondon é composta
pelo Exército e pela Marinha. A estrutura física do Projeto Rondon são os próprios municípios
das regiões visitadas para a execução do projeto. Normalmente são escolas da região cedidas
pelo município e suas estruturas próprias que envolvem cozinha, banheiros, refeitório, salas,
pátio e áreas livres.
4.3 - Identidade visual
O logotipo da Universidade Metodista de São Paulo (conforme anexo nº 01) tem os
dizeres “Universidade Metodista de São Paulo” e do lado esquerdo o símbolo da instituição,
que são três letras “M” que unidas estrategicamente formam uma estrela central de seis
pontas.
Tanto os dizeres quantos as letras “M” são de cor azul escuro. A estrela central é
34
amarela contornada pela cor branca e a palavra “Metodista” encontra-se em tamanho maior
em relação as demais e em negrito para destaca-la.
As edificações de seus campi estão sempre pintadas nas cores branco, amarelo e azul
escuro, fidelizando o padrão de seu logotipo e assim fazendo com que as pessoas consigam
relacionar um ao outro. Os uniformes, materiais e produtos de sua marca vendidos dentro da
instituição respeitam estas mesmas cores.
O logotipo do Projeto Rondon (conforme anexo nº 02) tem os dizeres “PROJETO
RONDON – Lição de vida e de cidadania”. Sua escrita está em azul (C=100, M=90, Y=0,
K=30) e a segunda letra “O” da palavra Rondon foi substituída pelo mapa do Brasil em verde
(c=100, M=0, Y=100, K=0) e duas setas circulares amarelas (C=0, M=20, Y=100, K=0)
sobrepostas ao mapa, que é o símbolo do projeto. Suas cores foram inspiradas nas da bandeira
brasileira.
Sua identidade visual está presente em qualquer divulgação feita e nos uniformes
fornecidos aos voluntários para as viagens. A camiseta é amarela e tem o logotipo do projeto,
porém o chapéu e o colete distribuídos estão na cor bege claro, como itens de proteção ao
clima desses locais e por isso sendo considerados itens adicionais.
4.4 - Atividades e público prioritário
A Universidade Metodista de São Paulo tem suas atividades voltadas principalmente
para a educação com o diferencial de fazer seus alunos exercitarem o pensamento da práxis
cidadã. Assim, seus públicos prioritários internos são os professores e alunos, além da
coordenação e reitoria.
Seus públicos prioritários externos são possíveis futuros alunos e a comunidade
próxima que utiliza dos seus benefícios, e assim acaba dando oportunidade aos alunos de
aprenderem na prática.
O Projeto Rondon é uma de suas atividades que beneficiam tanto o público interno
quanto o externo. Ele tem dois principais objetivos: o aprendizado prático e humanitário além
dos da sala de aula e por isso é um projeto de extensão, pois estende o conhecimento da teoria
para a prática, e também objetiva orientar as comunidades carentes, principalmente das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, a utilizarem de forma mais proveitosa os
recursos que já possuem, melhorando assim a qualidade de vida dessas pessoas. Por isso,
hoje, o caráter do projeto é transformador e não apenas assistencialista, pois é um processo
35
que visa transformar pensamentos e vidas com consciência e conhecimento.
Ele é realizado em janeiro e julho de cada ano, por ser época de recesso escolar. Nestes
meses, os universitários voluntários aprovados no processo de inscrição e numa espécie de
processo seletivo, juntamente com os professores voluntários convidados, viajam para os
locais estipulados pelo Ministério da Defesa para desenvolver diversos tipos de atividades das
áreas de cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde (o eixo A) e/ou comunicação,
meio ambiente, trabalho, tecnologia e produção (o eixo B), e assim orientar às comunidades
em relação a aspectos destes segmentos, sempre acompanhados de um militar do Exército
Brasileiro denominado “anjo”, que presta apoio e auxílio às equipes. A Universidade pode ser
escolhida para desenvolver as atividades em um eixo ou outro ou até nos dois, porém em
regiões separadas neste último caso, considerando que sempre são equipes de duas
universidades diferentes (uma para cada eixo no local).
O público prioritário interno do Projeto Rondon são os universitários e professores,
pois sem eles a parte prática do projeto não aconteceria e assim as comunidades não seriam
ajudadas e o público prioritário externo são entidades e órgãos que auxiliam na realização do
projeto como um todo, como os Ministérios envolvidos, por exemplo.
4.5 - Políticas e diretrizes organizacionais
A Universidade Metodista de São Paulo visa “participar efetivamente na formação de
pessoas, exercendo poder de influência e contribuindo na melhoria da qualidade de vida,
baseada em conhecimento e valores éticos”. (MISSÃO...; [s.d.])
Sua missão é “ser referência educacional na construção de uma comunidade
aprendente, reconhecida nacional e internacionalmente por serviços de qualidade e relevância
social, com práticas flexíveis, criativas e inovadoras”. (MISSÃO..., [s.d.])
Seus valores são “desenvolvimento de consciência crítica da realidade;
desenvolvimento de senso de justiça e de solidariedade, e de sua prática, inclusive nas
relações de trabalho; prática reflexiva voltada para o âmbito de espiritualidade cristã;
desenvolvimento da consciência de que os interesses social e individual são igualmente
importantes para o equilíbrio das relações sociais e inovação e criatividade subordinadas à
ética, na construção e socialização do conhecimento”. (MISSÃO..., [s.d.])
Já a missão do Projeto Rondon é “viabilizar a participação do estudante universitário
brasileiro nos processos de desenvolvimento local sustentável e de fortalecimento da
36
cidadania”. (CONCEPÇÃO..., 2011)
Os objetivos são “contribuir para a formação do universitário como cidadão; integrar o
universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações participativas sobre
a realidade do País; consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social
coletiva em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais e
estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as
comunidades assistidas”.
As diretrizes são “contribuir para o desenvolvimento sustentável nas comunidades
carentes, usando as habilidades universitárias; estimular a busca de soluções para os
problemas sociais da população, formulando políticas públicas locais, participativas e
emancipadoras; contribuir na formação acadêmica do estudante, proporcionando-lhe o
conhecimento da realidade brasileira, o incentivo à sua responsabilidade social e o
patriotismo; manter articulações com os órgãos governamentais e não governamentais, em
seus diferentes níveis, para evitar a pulverização de recursos financeiros e a dispersão de
esforços em ações paralelas; assegurar a participação da população na formulação e no
controle das ações; priorizar áreas que apresentem maiores índices de pobreza e exclusão
social, bem como áreas isoladas do território nacional que necessitem de maior aporte de bens
e serviços; buscar garantir a continuidade das ações desenvolvidas e democratizar o acesso às
informações sobre benefícios, serviços, programas e projetos, bem como recursos oferecidos
pelo poder público e iniciativa privada e seus critérios de concessão.” (CONCEPÇÃO...,
2011)
Eles conciliam exatamente no “pensar” em um cidadão e não apenas em uma pessoa,
bem como na responsabilidade social, valorizando a ética.
4.6 - Relacionamento e Reconhecimento
A Universidade Metodista de São Paulo se relaciona com a sociedade não apenas
através de serviços prestados a ela, mas também noticiando os acontecimentos da região em
publicações impressas e virtuais e promovendo eventos culturais e/ou de caráter educacional.
Já o Projeto Rondon se relaciona com a sociedade através da execução do próprio projeto e
também no site e em comerciais na televisão.
O relacionamento entre ambas as partes é de acordo com as normas impostas por
ambas as organizações. A coordenadora de projetos de extensão e reitoria da Universidade
37
Metodista de São Paulo se reporta ao Projeto Rondon via contato com o Ministério da Defesa.
A Universidade Metodista é reconhecida pela sociedade brasileira e também no
exterior, pois ela mantém parcerias com universidades de outros países, tais como Portugal,
Argentina, Espanha e Estados Unidos para intercâmbio entre seus alunos.
Ela também tem reconhecimento pelo Guia do Estudante com muitos cursos estrelados
e, recentemente, foi considerada a melhor faculdade de jornalismo do país em análise feita
pelo jornal “Folha de S. Paulo”. Seu forte é a área da Comunicação, que completou 40 anos
de existência.
O Projeto Rondon tem reconhecimento pelas pessoas que conhecem o seu
funcionamento e a sua história, principalmente por pessoas de mais idade, que acompanharam
a sua primeira etapa de realização. No entanto, as inscrições para a possível participação das
operações nas universidades têm sido em menor quantidade do que o esperado, mas esse nível
varia de universidade para universidade.
Na Universidade Metodista as inscrições têm sido em número baixo, pois acredita-se
que o Projeto Rondon não é tão conhecido dentro da instituição, sendo que o local onde os
universitários e professores mais trabalham com ele é o campus Planalto.
38
CAPÍTULO V – ESTUDO DOS PÚBLICOS
4.1 - Mapeamento dos públicos da Universidade Metodista de São Paulo
Para que haja uma ligação adequada entre uma instituição e seus públicos, é necessário
que os mesmos compreendam o que está sendo dito, sendo assim, os setores de comunicação
das empresas precisam desenvolver um mapeamento destes públicos para então poderem
aplicar os meios comunicacionais da melhor maneira possível, permitindo uma maior
compreensão do que está sendo transmitido e inibindo distorções de informações e
afastamento dos mesmos por desinteresse, já que em alguns casos o que é aplicado para um
determinado público não é para outro. Essa necessidade de separar e entender onde se
encontra cada público é importante, pois como diz Fábio França (2012, p. 52) “são eles que
constroem a imagem da empresa e de sua marca, e a empresa depende deles para sobreviver”.
Ao fragmentar os públicos e classificá-los observa-se alguns conceitos iniciais a serem
levados em conta. Quem inicialmente pretende-se atingir? Os internos ou externos? Assim,
pelos estudos do Dr. Fábio França, pode-se separá-los desta forma: públicos internos, públicos
externos e públicos mistos, para determinarmos quais meios utilizar com cada um deles.
Entendendo que cada um destes são compostos por vários tipos de interesses, logo
informações dadas de formas diferentes, França (2004) realiza então um mapeamento de
públicos, que funciona como guia para identificá-los e descrevê-los, por conta disso são
estudados diversos modelos de tabelas, para então utilizar o que se enquadre melhor nos
objetivos da instituição.
Neste projeto a tabela utilizada é composta por: tipo de públicos, quem são; tipo de
relação, qual é a relação entre instituição e públicos, podendo ser composto por mais de um;
objetivos da organização, o que se pretende atingir levando em conta a finalidade de gerar
benefícios e expectativa dos públicos, saber o que o público espera da instituição. Nesse
último, Fábio França recorda a importância do estudo do quarto modelo de relações públicas
de Grunig e Hunt (apud KUNSCH, 1997, p.110), simétrico de duas mãos, que tem por
objetivo a busca pelo equilíbrio e entendimento entre os interesses da organização e dos
públicos envolvidos, para melhor focá-los e assim desenvolver seus projetos de comunicação
atrativos para os mesmos.
39
Neste projeto integrado serão abordados e classificados os públicos da Universidade
Metodista de Ensino Superior (UMESP), para compreensão dos instrumentos direcionados a
cada um.
4.2 - Quadro dos públicos da Universidade Metodista de São Paulo
Classificação Públicos
Tipo da
relação
Objetivos da
organização
Expectativas dos
públicos
Públicos
essenciais
(Ligados ou não
juridicamente à
organização e
dos quais ela
depende para
sua
constituição).
Constitutivos
(Possibilitam a
existência da
organização,
fornecendo elementos
e recursos para sua
constituição).
Mantenedora Negócios
Legal
Obter apoio financeiro.
Aprovação de projetos com movimentação
financeira.
Transparência nas comprovações fiscais,
quanto às verbas
destinadas à Universidade.
Retorno financeiro.
Apoio Institucional. Curso, equipamentos e
infraestrutura de qualidade.
MEC Legal
Político
Obter apoio legal.
Adquirir reconhecimento
institucional. Ter aprovação nos
cursos e projetos da
Universidade.
Cumprimento das leis e
da grade reconhecida pelo Ministério.
Desenvolvimento dos alunos e professores.
Não-constitutivos
primários
(Não interferem
diretamente na
constituição da
organização, mas em
sua viabilização
enquanto colaboram
para a execução da
atividade-fim – a
organização
dependem deles para
sua viabilização,
estão altamente
envolvidos com ela.).
Reitor Negócios
Acadêmico
Legal
Acompanhar e
responder pela
Universidade.
Ser transparente e ético.
Ter a Universidade
progredindo seguindo a
missão proposta em suas
diretrizes. Ser referência
educacional.
Ser reconhecida nacional e
internacionalmente.
Professores Negócios
Acadêmico
Legal
Social
Possuir equipe capacitada para o ensino.
Motivação e pró-atividade no
desenvolvimento das aulas
e projetos, com práticas flexíveis, criativas e
inovadoras.
Manter bons relacionamentos entre
funcionários e alunos.
Demonstrar respeito e confiança nos trabalhos
desenvolvidos.
Comprometimento com a Universidade e alunos.
Apoio e incentivo, quanto aos projetos e aulas
planejados, com comunicação transparente
e objetivo.
Reconhecimento profissional.
Boa remuneração.
Pagamentos em dia. Reciclagem profissional.
Alunos Acadêmico
Social
Legal
Ética e respeito em suas
condutas.
Formar profissionais qualificados e cidadãos
conscientes, baseado em
conhecimento e valores éticos.
Desenvolver senso de
justiça e solidariedade.
Cursos conectados à
realidade do mercado.
Respeito com as diversidades
Transparência nas
informações quanto à Universidade.
Laboratórios e
equipamentos novos e de
qualidade, com utilização
fora das aulas.
Facilidade na comunicação com todos os
setores da Universidade.
40
Públicos
essenciais
(Ligados ou não
juridicamente à
organização e
dos quais ela
depende para
sua
constituição).
Não-constitutivos
primários
(Não interferem
diretamente na
constituição da
organização, mas em
sua viabilização
enquanto colaboram
para a execução da
atividade-fim – a
organização
dependem deles para
sua viabilização,
estão altamente
envolvidos com ela.).
Fornecedores Legal
Negócios
Obter bons produtos a
preços justos.
Comprometimento com a qualidade dos produtos e
materiais adquiridos. Entregas em tempo,
cumprindo agendamentos.
Confiança no contrato
firmado.
Ética nos relacionamentos.
Retorno financeiro. Pagamentos em dia.
Não-constitutivos
secundários
(Não interferem
diretamente na
constituição da
organização, mas em
sua viabilização
enquanto colaboram
para a execução da
atividade-fim –
possuem menor nível
de envolvimento,
podendo ou não,
estão juridicamente
ligado a eles).
Funcionários
Legal
Negócios
Social
Comprometimento pelo
serviço exercido. Cuidar do bem estar no
ambiente de trabalho.
Confiança nos relacionamentos
interpessoais.
Ter equipe profissional e ética, com
responsabilidades e
motivações.
Ações sem
discriminação. Boa remuneração.
Pagamentos em dia.
Respeito pelas diversidades e trabalhos
realizados.
Reconhecimento profissional.
Oportunidade de
aprendizados e desenvolvimento, pessoal e
profissional.
Bons materiais e equipamentos.
3. Empresas Parceiras
4. Empresas
Terceirizadas 5. Centro de
Convivência
Negócios
Legal
Obter apoio no atendimento adequado
sobre a Universidade.
Confiança no trabalho exercido.
Credibilidade quanto ao
trabalho desenvolvido com os alunos.
Ser reconhecido como
bom local para se trabalhar, possuir parcerias.
Funcionários
capacitados e éticos em seus exercícios
profissionais.
Crescimento na parceria entre Universidade e
empresas.
Reconhecimento dos esforços para atingimento
de objetivos propostos pela
Universidade. Pagamentos em dia.
Ética nos
relacionamentos entre funcionários próprios e
terceiros.
Apoio no desenvolvimento
profissional e da qualidade
do trabalho realizado. Bons produtos e
equipamentos para
realização do trabalho contratado.
Vestibulandos Acadêmico
Negócios
Social
Adquirir novos alunos.
Demonstrar qualidade
educacional com cursos de qualidade.
Ser a primeira opção em
ensino superior. Reconhecimento pelos
projetos desenvolvidos,
adaptando os alunos ao mercado de trabalho e
tornando-os cidadãos
responsáveis.
Transparência quanto as
informações da
Universidade. Honestidade quanto às
informações prestadas.
Cursos de qualidade e reconhecidos.
Retorno financeiro
observados na conservação da infraestrutura da
Universidade
.
41
Públicos não-
essenciais
(Definidos como
redes de interesse
específico, pelo
grau de
participação nas
atividades, porém
não fazem parte
das atividades-
fim; não estão
ligados aos
fatores
produtivos).
Redes de
Consultoria,
divulgação e
promoção (São representados
por empresas externas
de setores de
prestação de serviços.
Oferecem
colaboração
qualificada à
organização no
planejamento de
divulgações).
Redes de setores
sindicais (São representados
pelos sindicatos
patronais e dos
trabalhadores
juridicamente
organizados para
defesa dos interesses
classicistas comuns)
SINPRO-ABC (Sindicato dos
Professores do
ABC)
Negócios Legal
Bons relacionamentos e comunicação entre
representantes trabalhistas
e Universidade. Obter apoio e coerência
entre os contatos.
Eliminar conflitos. Comunicação
transparente e realista, para
melhor compreensão entre as partes envolvidas.
Respeito aos docentes e as propostas apresentadas
para melhoria da categoria
trabalhista. Excelente comunicação
e compreensão das
solicitações e projetos pautados.
Transparência no
compartilhamento de informações.
Cumprimento de
acordos. Ética e apoio, aos
docentes, quanto à criação
de projetos a serem desenvolvidos durante o
período letivo.
Redes de setores
associativos (Agrupadas por
interesses
corporativos e
setoriais, essas
associações defendem
interesses coletivos ou
particulares, junto a
setores
governamentais e
classicistas. As
empresas filiadas
podem ter diferentes
níveis de
envolvimento e
participação.
ADIMS (Associação dos
Docentes do
Instituto Metodista de
Ensino Superior)
Negócios Legal
Social
Compreensão quanto aos métodos de trabalho
desenvolvidos pela
Universidade. Respeito quanto ao
método de administração,
tanto da Universidade quanto da ADIMS.
Ética nas ações
incorporadas nos planos de ações da associação.
Obter apoio e coerência entre os contatos e
contratos firmados.
Apoio quanto aos meios de contatos entre os
docentes e a instituição
(ADIMS). Respeito quanto às
manifestações expressas à
associação.
Redes de setores
comunitários (Público aproximável
e de maior atenção
seja pelo patrocínio
de atividades
beneficentes,
culturais, comerciais,
seja pelo despertar da
consciência da
empresa socialmente
responsável)
Comunidades
Social
Adquirir
reconhecimento. Ser respeitado pelos
projetos extensão.
Participar ativamente da comunidade, respeitando a
cultura local.
Contribuir para a melhoria da qualidade de
vida.
Troca de experiências e aprendizado mútuo.
Convivência social.
Excelente comunicação e atendimento em seus
respectivos setores.
Aprendizado mútuo. Respeito pela
diversidade cultural e
dificuldades apresentadas. Serviços de qualidade e
humanista.
Públicos de redes
de interferência
(Representam
públicos especiais
do cenário
Redes de
concorrência
(Públicos
representados por
organizações que
oferecem ao mercado
produtos/serviços
Faculdades e
Universidades
(Públicas e privadas)
Social
Negócios
Institucional Comercial
Ética e respeito quanto
às menções da
Universidade aos meios de comunicações.
Conhecimento dos
métodos aplicados, para aquisição de discentes.
Entendimento dos
Ética e respeito na
averiguação de dados da
instituição concorrente e na divulgação de informações
para a imprensa.
Disputa mercadológica de forma ética.
42
externo das
organizações, que
pelo seu poder de
liderança
operacional ou
representativa
junto ao mercado
e à opinião
pública podem
gerar
interferências
indesejáveis para
a organização ou
podem apoiá-las,
como seria
esperado)
similares aos já
produzidos e
comercializados por
outras.
objetivos traçados para
compreensão de sua
presença no mercado.
Redes de
comunicação de
massa
(As redes de
comunicação
centralizada na mass
media impressa e
eletrônica
representam
permanentes ameaças
a qualquer
organização, tanto no
cenário nacional
como internacional
em um mundo
globalizado).
Mídia Divulgação
Social
Institucional
Mercadológico
Manter bons
relacionamentos.
Garantir informações simétricas de duas mãos.
Ética na divulgação das
noticias, averiguando a veracidade das mesmas.
Divulgação clara e
atrativa sobre a Universidade.
Confiança quanto ao uso
das informações
adquiridas. Excelente
relacionamento entre
Universidade e imprensa. Informações claras e
objetivas.
Ter prioridade nas divulgações da
Universidade.
4.3 - Análise dos públicos
Ao pesquisar os públicos da instituição, identifica-se a mantenedora, que, em sua
grande maioria, visa o retorno financeiro e /ou apoio institucional como em eventos e feiras.
Juntamente, analisou-se o MEC (Ministério da Educação e Cultura), com o qual o Instituto
Metodista de Ensino Superior tem por objetivo obter seu apoio legal e aprovação em projetos
e cursos, para que com isso a instituição venha a ser reconhecida no mercado como uma
Universidade idônea e que segue as leis exigidas pelo Ministério.
Na análise dos públicos o reitor da Universidade foi identificado como um
representante legal da instituição, que tem como um dos objetivos ser transparente e ético na
sua liderança, e com a expectativa de ser referência educacional.
Também os professores, com apoio e incentivo, criam, planejam e auxiliam em aulas e
projetos, tanto dentro como fora da Universidade. Os alunos buscam cursos conectados com a
realidade perante a instituição e uma fácil comunicação com a Universidade, e, dentre isso, a
própria instituição visa aos seus alunos, a formação profissional qualificada, que
automaticamente será reconhecida e até divulgada pela sua competência.
Destacam-se os funcionários da instituição, sempre valorizados, bem remunerados e
principalmente sendo vistos e reconhecidos profissionalmente. A Universidade tem seus
objetivos com este público alcançados com sucesso, dentre eles, podemos destacar uma
equipe profissional e ética com responsabilidade e motivados em seus respectivos serviços.
Citando os fornecedores e a comunidade, onde os fornecedores visam perante a
instituição a confiança e credibilidade no contrato firmado, ética em seus relacionamentos, e
43
juntamente com isso, a Universidade exige um comprometimento com a qualidade dos
produtos e materiais adquiridos, onde se possa firmar uma parceria entre ambas por vários
anos. E por fim a comunidade, que espera da instituição a convivência social, serviços de
qualidade, ensino com excelência, transparência, ética e credibilidade. Com isso, a
Universidade será vista e reconhecida em seu mercado, seus projetos serão respeitados e
alguns até utilizados pela comunidade local.
Empresas parceiras, terceirizadas e o Centro de Convivência, tem os principais
objetivos desses públicos como a confiança no trabalho exercido e a credibilidade quanto ao
trabalho desenvolvido com os alunos. Por exemplo, se o Centro de Convivência tiver uma boa
estrutura, bom atendimento e com produtos de qualidade, a Universidade automaticamente
será vista positivamente, afinal, o espaço físico é da Instituição, e mesmo os restaurantes e
lanchonetes sendo particulares, cabe à Universidade fiscalizar, para dar sempre um ótimo
ambiente aos alunos, professores e funcionários.
Identificam-se os vestibulandos, pois buscam uma Universidade de qualidade, com
infraestrutura, bons professores, cursos e instituição reconhecidos, principalmente no mercado
de trabalho. Já a Universidade, além de buscar alunos para poder se manter financeiramente,
visa com este público, o reconhecimento pela sua qualidade, tanto de ensino quanto pela sua
estrutura física e administrativa. A instituição quer ser vista como formadora de profissionais
qualificados e cidadãos, para que venha a ter futuras parcerias, até mesmo com empresas onde
seus ex-alunos trabalham. Decorrente disto, vira um ciclo, pois os ex-alunos irão divulgar a
Universidade e ela terá mais alunos novos.
Identificou-se a ADIMS (Associação dos Docentes do Instituto Metodista de Ensino
Superior) e SSIMPRO-ABC (Sindicato dos Professores do ABC). Classificados como
públicos externos têm como principais objetivos o respeito aos docentes e as propostas
apresentadas para melhoria na categoria trabalhista, quando trabalhando em parceria com a
Universidade, os alunos saem ganhando, com professores mais motivados e valorizados, e a
própria instituição acaba tendo seus valores e ética sendo aplicados pelos mesmos.
Para finalizar o mapeamento, a imprensa visa ter um ótimo relacionamento com a
Universidade, com informações claras e objetivas, para que assim ela possa emitir opiniões e
informações dos pontos positivos e negativos da Instituição para seus leitores, assim como a
Universidade Metodista espera clareza e ética nas informações que são passadas e impressas
em jornais, televisão e outros veículos, sempre garantindo informações simétricas de duas
mãos.
44
Verificaram-se várias falhas na divulgação do Projeto Rondon na Universidade
Metodista de São Paulo, a partir daí, analisou-se então a necessidade de maior esclarecimento
e aprofundamento em relação a todas as etapas envolvidas. Devido a isso, deve-se dar atenção
a todos os públicos, mas classificados como prioritários são alunos, comunidades,
vestibulandos e empresas parceiras, de forma que instigue os mesmos a explorarem mais as
questões que envolvem o Projeto Rondon como um todo, sendo não só o que é divulgado,
mas também os “bastidores” do processo e viagem.
Na rede de concorrência, a instituição, perante seus concorrentes, busca sempre uma
disputa mercadológica de forma ética, para que seus futuros universitários as escolham pelas
suas qualidades e não porque uma denegriu a imagem da outra, algumas vezes, até
confundindo o vestibulando. Passando o período de vestibulares e matrículas as instituições
podem até se tornarem “parceiras” em projetos em prol da sociedade e quando uma for falar,
exibir ou publicar informações da concorrente para a imprensa, espera-se respeito na
averiguação de dados antes de serem divulgados.
Para que haja uma comunicação adequada entre uma instituição e seus públicos, é
necessário que os mesmos compreendam o que está sendo dito, sendo assim, os setores de
instituição precisam desenvolver um mapeamento destes públicos para então poderem aplicar
os meios comunicacionais da melhor maneira possível, para tanto analisamos que alguns
púbicos não têm a mesma comunicação ou relação com a instituição como outros. Por
exemplo, no caso dos alunos, eles têm a Central do Aluno, site, professores e coordenadores
do curso sempre a disposição para eventuais dúvidas e questionamentos, porém, o mesmo não
podemos dizer da comunidade, onde em alguns setores da Universidade Metodista , tem total
informação e utiliza dos serviços da Instituição, como na área da saúde, por exemplo.
Vestibulandos foi outro público analisado, também tem muito foco pela Universidade
Metodista, como informações sobre provas e os cursos, tanto no site da Instituição como fora
dela. A Metodista participa da Feira do Estudante, Dia da Universidade Aberta, eventos onde
os professores e alunos dão informações e experiências dos cursos que a Metodista tem.
Entretanto, outras áreas são menos divulgadas e acabam sendo menos frequentadas
pela comunidade ao seu redor, que pode ficar até sabendo sobre um serviço ou evento, mas
por terceiros e não pela Universidade Metodista, como deveria ocorrer.
45
4.4 - Diagnóstico
A participação em projetos sociais traz à instituição uma imagem positiva, mesmo que
esta não seja afetada diretamente pelo projeto previsto. Pois dessa forma, acarreta em demais
voluntários para outras ações que a Universidade está inserida, que podem ou não necessitar
de presença do público externo também. Assim ela provavelmente terá maior sucesso futuro
em suas ações ao longo do tempo e terá mais interessados, onde já se inclui outro público
prioritário, os vestibulandos. Ou seja, com a divulgação de seus alunos nos projetos a
Universidade alcançará um dos seus objetivos, que é de ser reconhecidas pela sua excelência
em cursos, atividades extracurriculares e outros.
Outro público são as empresas parceiras, tendo em vista que alguns projetos da
Universidade necessitam de apoio de empresas que estejam ligadas diretamente ou
indiretamente às atividades extracurriculares de que a Universidade Metodista participa. O
Projeto Rondon vai às cidades escolhidas para aplicar suas ações na área da saúde, onde
orientam a população local em relação à higiene pessoal, dentre outras coisas e também outras
áreas. As empresas parceiras podem fornecer, por exemplo, os kits odontológicos para serem
distribuídos à população.
Contudo, para que inicialmente o público interno (alunos e professores) se interessem
pelo Projeto Rondon, é crucial que o mesmo se identifique com seus objetivos e metas e que
tenha conhecimento suficiente sobre o seu funcionamento, assim podendo se encantar com os
ideais do mesmo e querer fazer parte desta ação. A proposta visa alcançar a meta principal de
angariar mais voluntários para o projeto, obtendo qualidade nas etapas que decorrem desde o
interesse de participação da instituição até o relatório final, após a viagem.
A estratégia objetiva beneficiar não só o Projeto Rondon, mas também a Universidade
Metodista de São Paulo. Assim o aumento de interessados no projeto de extensão poderá
atrair mais participantes para outras ações da instituição e o crescimento de ambos será
evidente. É necessário que os problemas e as necessidades da empresa ou as escolhas a fazer
para orientar sua evolução sejam percebidas com suficiente acuidade. É imprescindível que se
torne evidente a necessidade de uma visão clara, dinâmica e profunda do negócio e suas
implicações.
46
CAPÍTULO VI – PESQUISA EM GRUPO FOCAL
6.1 - Introdução
Nesse relatório serão apresentados conhecimentos, opiniões e até mesmo sugestões
levantadas de acordo com uma pesquisa exploratória em grupo focal de pessoas que
eventualmente conhecem o Projeto Rondon, com o objetivo de saber qual o grau de
conhecimento das pessoas sobre o mesmo, e o que podemos fazer a respeito.
O Projeto Rondon, que está presente na Universidade Metodista de São Paulo desde
1967, é um dos projetos de extensão da casa que permite por meio de viagens a municípios
com baixos índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que os universitários
voluntários adquiram conhecimento além da sala de aula, ao mesmo tempo em que ajudam
comunidades de todo o Brasil.
6.2 - Objetivos
6.2.1 - Objetivo principal
Saber qual é o impacto causado na comunidade ao redor da Metodista em relação ao
Projeto Rondon, a Universidade Metodista de São Paulo e a relação dos dois na
comunidade.
6.2.2 - Objetivos Secundários
Identificar o nível de conhecimento da comunidade sobre o Projeto Rondon através da
mídia (impressa e digital);
Descobrir como a comunidade percebe a Metodista e sua ligação com o Projeto
Rondon;
6.3 - Metodologia
O estudo foi realizado em uma etapa qualitativa, através da aplicação da técnica de
Grupo Focal. Foi realizada uma reunião em 09/11/2012 com base num roteiro semi-
estruturado, filmada e posteriormente, transcrita (anexo nº 04) para facilitar a análise.
47
6.4 - Perfil dos participantes
Foram entrevistadas oito pessoas (anexo nº 03) que conhecem o Projeto Rondon, cinco
homens e três mulheres com idades entre 21 e 25 anos, todos são solteiros. Os níveis de
instrução dos participantes são Ensino Superior incompleto (interrompido), Ensino Médio-
Técnico completo, Ensino Superior incompleto (cursando) e Ensino Superior completo. A
classe econômica abrange classe média baixa e classe média alta. O grupo focal foi realizado
no Colégio Metodista, em São Bernardo do Campo – SP.
6.5 - Roteiro do grupo focal
1. Como conheceram o Projeto Rondon?
2. Se fossem professores ou universitários, participariam do Projeto como ele é realizado
hoje? Por quê?
3. Se vocês estivessem sendo impactados pelo Projeto, ou seja, fizesse parte das
comunidades beneficiadas, o que esperariam do mesmo? Por quê?
4. Em suas opiniões, qual é o papel e a responsabilidade que as Universidades devem ter
sobre os professores e universitários voluntários? Acreditam que a Universidade
Metodista de São Paulo cumpre isso? Por quê?
5. Se baseando nos valores do Projeto Rondon e da Universidade Metodista, os mesmos
condizem com suas opiniões sobre os valores que ambos deveriam ter para um
trabalho desta proporção? Por quê?
6. Vocês alterariam algo na forma que a Metodista transmite o Projeto Rondon por meio
de seus alunos e professores? Por quê?
7. Se tivesse a liberdade de opinar para somar ao Projeto, porém dentro do Ministério da
Defesa (coordenador do Projeto), quais seriam essas mudanças? O que consideraram
para levar em conta esses detalhes?
8. O Projeto Rondon influência na formação ética e cidadã dos participantes? Por quê?
9. Vocês acham que esse papel de formação ética e cidadã cabem apenas à instituição de
ensino? Por quê?
10. Vocês acham que a divisão do Projeto em eixos A e B para separar algumas áreas
específicas é um filtro que favorece ao Projeto Rondon como um todo e a quem está
sendo impactado por suas ações? O que os fizeram chegar a essa conclusão?
11. Acreditam que um dos eixos é mais necessário para a elaboração do Projeto do que o
outro? Por que?
48
12. Vocês já tiveram curiosidade em saber no que resultou o Projeto às pessoas
impactadas por ele?
13. Se sim – O que descobriram?
14. Se não – Quais acreditam ser as mudanças sofridas por essas pessoas?
15. Vocês acreditam que a participação dos jovens pode resultar em algum “desastre” no
Projeto e nas estratégias escolhidas pelos grupos participantes? Por que?
16. Quais perfis ou critérios acham que deveriam ser estabelecidos na seleção de
participantes voluntários para não correrem muitos riscos?
17. O Projeto Rondon deveria expandir o público participante para além de universitários
e docentes? Por quê?
18. Como uma Universidade consegue destaque neste tipo de projeto, mesmo ele sendo
executado internamente? Por quê?
19. Vocês acreditam que a Universidade Metodista poderia aprimorar o desenvolvimento
do Projeto Rondon dentro da Universidade? De que forma isso poderia ser feito?
6.6 - Principais resultados – Conclusão
Para ter mais conhecimento sobre o impacto causado na comunidade ao redor da
Metodista em relação ao Projeto Rondon, a Universidade Metodista e a relação dos dois na
comunidade, foi perguntado aos entrevistados a relação do Projeto Rondon com a
Universidade, além da comunidade.
Os entrevistados demonstraram que conhecem o Projeto Rondon através de pessoas
que participaram do projeto, parentes, amigos - alguns da própria Universidade Metodista,
pelo site do projeto e pela Universidade, através de divulgação dos professores. Ficou
constatado que o Projeto Rondon é conhecido pelos jovens pela divulgação das Universidades
que participam do projeto para que os estudantes participem do mesmo.
Conheci através da internet mesmo. É... Participei de outro projeto chamado
Oasis, que é feito no litoral, e acabei conhecendo o Projeto Rondon.
Se pudessem participar do projeto como professores ou universitários, os entrevistados
disseram que participariam do projeto, pela busca de novas experiências e principalmente pelo
conhecimento, caso tivessem tempo para participar. Pois como o trabalho e os estudos
atrapalham, é complicado ficar fora por algumas semanas.
49
Eu acho interessante, mas também não participaria devido a atividades. Ah,
gente, rotina! E é difícil sair dela. Mas a iniciativa em si é bem interessante.
Eu participaria em outras ocasiões.
Em relação à hipótese de serem impactados pelo Projeto, ou seja, se fizessem parte das
comunidades beneficiadas, os entrevistados acreditam que o projeto pode oferecer algo que
realmente a comunidade precise, além de uma estrutura para atender a comunidade em termos
de saúde e comunicação. Esperam que, principalmente informem os beneficiados sobre o
projeto e expliquem o porquê de serem beneficiados. Mesmo sendo pouco tempo implantando
o projeto no local, requer algo que dure mesmo após o termino dele na comunidade.
[...] Então eu como beneficiário, eu esperaria, claro, empenho e melhora de
vida no geral. Porque esse é o objetivo do Projeto Rondon. Manter a cultura
local, mas de certa forma melhorar as condições. Não mudar a cultura, mas,
no caso, melhorar. Fazer com que eles usem o que for melhor com os
benefícios que eles têm na própria terra mesmo. Não mexer muito na cultura
deles.
As universidades têm um papel primordial em relação à responsabilidade que exercem
de mandar universitários e professores aos locais atendidos pelo projeto, em relação ao papel
e a responsabilidade que a Universidade Metodista de São Paulo tem perante o Projeto
Rondon. Os entrevistados disseram que a Universidade possui um núcleo de Projetos de
Extensão nas suas dependências, com professores responsáveis para organizar o projeto. A
estrutura e a fiscalização dela é a mais forte, pois o Ministério da Defesa é rigoroso em
relação a isso, fazendo com que as universidades participantes tenham estrutura condizente
com o projeto.
A seleção que a Universidade realiza para escolher os alunos que vão participar do
projeto deve ser rigorosa. Os professores coordenadores do projeto apenas escolhem alunos
que realmente querem participar, já que vão ter contato com pessoas que não são do mesmo
cotidiano deles, além de prepará-los fisicamente e emocionalmente sobre as questões que vão
enfrentar como dormir em alojamentos, falta de saneamento básico, entre outras coisas.
Ela tem que ter uma estrutura já preparada pra isso. E eu acho que não só
a Metodista, mas como qualquer universidade que participa do projeto. Ela
tem que orientar o aluno desde o início, antes de ir pra viagem. Ver se é
50
possível, se ele, aluno, ‘tá’ realmente preparado pra ver o que ele vai fazer
lá, o que ele vai esperar lá.
Como a Universidade possui sua responsabilidade social voltada ao bem da
comunidade em sua volta, já prescrito em seus valores, por meio de projetos de extensão
como o Projeto Rondon, ela procura participar de projetos que beneficiem a comunidade. Os
entrevistados disseram que os valores do Projeto e os da Universidade estão em harmonia,
mesmo não tendo o mesmo pensamento de como colocar em prática o que pretendem. Ambos
possuem o mesmo foco, a vontade de ajudar o próximo, que é o começo para colocar projetos
voltados à comunidade em prática e a Universidade segue as regras impostas pelo Projeto.
A vontade de ajudar o próximo também é um fator muito importante para participar do
Projeto Rondon. Os professores coordenadores instruem os “rondonistas” para que tomem
cuidado na hora de abordar a população, sendo feita de forma amistosa a propagação de
informações para ajudar a comunidade que está recebendo o projeto, pois como nunca tiveram
contato anterior com a população local, podem acabar sendo mal interpretados. Por isso há
preocupação da Universidade e do Projeto Rondon em passar os valores do projeto, para que
os jovens cheguem preparados para enfrentar diferentes culturas, classes sociais e outras
coisas.
Eu acho que tem que ser um motivo bom, tanto da faculdade, quanto do
Projeto Rondon. E ambos devem se preocupar e ter a obrigação. A
Universidade por ser uma instituição de ensino, de conscientizar os alunos e
os demais, sociedade, comunidade, de que o projeto beneficia pessoas que
às vezes não têm uma estrutura que nós temos aqui e regiões urbanas. Lá
tem lugares tipo inóspitos, que não têm quase nada. Então, se não tiverem
uma mesma ideia, mesmos objetivos pra alcançarem juntos a mesma meta,
fica difícil. Eu acho que pela Universidade que é, eu acho que tem isso em
mente e devem trabalhar em cima disso.
Perguntados a respeito se alterariam a forma de transmitir o Projeto Rondon por meio
dos docentes e alunos, os participantes do grupo focal concluíram que a comunicação interna
poderia ser mais bem trabalhada, pois fica muito centrada no portal da Universidade e do
próprio projeto. A divulgação já foi feita via SIGA, mas apenas para os alunos da área da
Saúde. A comunicação para os alunos de comunicação é via os professores coordenadores do
51
Projeto, além dos alunos que já participaram e da busca no site por interesse próprio dos
estudantes, sendo exposto que, realmente quem procura participar do projeto é que tem
interesse mesmo.
O Projeto Rondon divulga na televisão um comercial, mas para quem não
conhece o projeto, torna-se complicada a compreensão do que se trata o
projeto.
Realmente não sei quanto à Metodista. A divulgação da faculdade realmente
não é efetiva. Se foi é porque é uma pessoa que se interessa e foi muito atrás
pra poder participar. Então eu acho que não tem que ser assim. Eu acho que
é o projeto, é a faculdade que têm que se interessar. Parece que não há
realmente um grande interesse assim, um interesse verdadeiro em querer
uma participação mútua do projeto. Talvez interessa quem quer demais ao
ponto de se sacrificar pra correr atrás de participar do projeto.
Se os entrevistados tivessem a liberdade de opinar para somar ao Projeto, porém
dentro do Ministério da Defesa (coordenador do Projeto), eles mudariam a forma de
abordagem que o Governo utiliza para divulgar o Projeto nas universidades, pois deixar
apenas a mesma fazer esse trabalho não afetará todos os alunos. Trabalhando melhor a forma
de comunicar para a comunidade em sua volta e seu corpo estudantil, teria uma maior
popularização do Projeto Rondon, fazendo que mais pessoas se interessem em participar.
O Ministério da Defesa poderia exigir um mínimo de inscrições, por
exemplo, ou uma mobilização. Eles tivessem uma forma de focar em cada
universidade. Como a gente tem várias áreas, eu até que trabalho com
“RH”, eles poderiam ter uma semana em cada faculdade, pelo menos uns
dois dias, pra poder trabalhar com essa motivação e não esperar só da
faculdade, que às vezes falha, muitas vezes não faz a parte dela na
comunicação. Mas assim, ela colocar isso dentro da faculdade. Que nem
tem pra várias coisas na faculdade. O contato direto.
O Projeto Rondon acaba influenciando a formação ética e cidadã dos participantes. No
grupo focal foi constatou-se que é muito forte essa mudança de visão de mundo dos
“rondonistas”, pois com a convivência com pessoas de culturas e modos de viver diferentes
52
do seu, faz com que volte com outro olhar. Quando os professores responsáveis pelo Projeto
escolhem os participantes, eles escolhem pessoas que têm perfis parecidos com os que o
Projeto precisa, para acrescentar novas experiências em sua vida pessoal e profissional.
O que o Governo quer é formar cidadão, o que a faculdade quer é formar
profissional. Porque daí ela tem mais inscrições, tem mais alunos e cresce.
Então o que a pessoa que vai participar tem que tirar disso, é se desenvolver
como ser humano. Ela vai participar do projeto e cair de cabeça e
desenvolver como ser humano. E colocar no currículo, numa entrevista, pra
aí sim agregar ao profissional e a faculdade saber orientar o aluno quanto a
isso. Numa entrevista você passar também que além de um profissional você
é um ser humano. Você foi lá e aprendeu isso e aquilo e ajudou as pessoas.
Então é tentar tirar o humano e o profissional de tudo isso e tentar tornar o
projeto interessante para ambas as partes.
A formação ética e cidadã de uma pessoa é muito importante. Perguntados se o papel
de formar cidadãos éticos é apenas da instituição de ensino, os entrevistados disseram que
não, pois esses valores vêm da sua criação. A família transmite primeiro e depois as
instituições, além do que se aprende na sociedade. O governo e as instituições de ensino
deveriam investir mais na passagem desses valores por meio de projetos de extensão.
A universidade é uma parcela mínima. Eu acho que o Governo deveria
investir mais na massa, não da instituição. A universidade pega trinta,
cinquenta e leva pro Rondon. Mas e o resto da população? Tinha que ter um
projeto, talvez o Rondon, talvez não. Podia fazer a expansão do Rondon pra
população.
O Projeto Rondon é dividido em dois eixos, o eixo A e o eixo B. O eixo A é voltado
para cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde. O eixo B é voltado pra
comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e produção. Em relação à divisão desses
eixos para separar algumas áreas especificas, como um filtro para favorecer ao projeto e quem
está sendo impactado por ele, os entrevistados comentaram que é válido por causa da
organização.
53
O bom também é que ajuda a organizar o que você vai fazer. Você vai
trabalhar com quem, se você precisar de algo você tem que procurar quem.
Porque você sabe que o eixo você ‘tá’ com um foco, então se você mistura os
dois, poxa, “eu sou da área da saúde, só que eu também ‘to’ fazendo a parte
de comunicação.”. Aí fica meio perdido. Se você separa, você consegue
colocar os focos melhor.
Os convidados acreditam que o eixo B seja o mais importante e fica em primeiro plano
quando os “rondonistas” chegam às comunidades, por acabar atendendo regiões mais carentes
e ter um foco que inclui a área da saúde. A princípio chegam aos locais com essa prioridade,
depois de analisar o que a população necessita, põe em prática o eixo A, mais voltado para
comunicação. Nas regiões rurais a falta de saneamento básico acaba gerando certos costumes
que perduram há anos, como lavar roupa e frango no mesmo rio, contaminando a água que os
próprios utilizam para consumo próprio, o alimento e a roupa. Nessa parte de informar a
população como deve proceder, o eixo A entra em ação, trabalhando paralelamente com o
eixo B.
Dependendo da região deve ter uma população mais necessitada de A e
outras mais de B. Mas geralmente, pô, necessidade básica. Alimentação,
vestimentas, saúde... Eu acho que isso a princípio é o mais importante.
Perguntados se já tiveram curiosidade em saber qual foi o resultado do Projeto Rondon
nas regiões onde ele já passou, por exemplo, se a cidade se desenvolveu, se houve melhorias
ou não, os entrevistados contaram que já pesquisaram no site, mas o acharam confuso e tem
poucas informações. Há algumas fotos dos soldados com crianças e determinados projetos de
saúde bucal, além de pessoas narrando suas experiências no projeto, mas nada além disso.
Já em relação às mudanças sofridas pelas pessoas beneficiadas pelo Projeto Rondon, o
saneamento básico nos locais onde não existia é uma das grandes mudanças, além da
reeducação, conscientizando-os para que os mesmos continuem com o trabalho começado
pelos “rondonistas”. Em termos de reeducação os “rondonistas” tomam cuidado na forma de
abordar a população, pois eles têm certas crenças da qual fazem parte da cultura local,
podendo gerar certas resistências para receber ajuda, por isso são orientados há não interferir
na cultural local.
54
Aquilo que ‘tava’ ruim, não deu pra um mês, dois meses, fica melhorado. E
mais na educação, a mobilização. Acho que a cabeça daquela pessoa que
ela recebe ajuda, até ela sabe, “olha, você ‘tá’ aqui hoje, você ‘tá’ me
ajudando, mas amanhã não vai ter. Mas agora eu sei como lutar pra poder
melhorar a minha situação.”. Eu creio que é mais a educação mesmo. Essa
parte de informação que é o efetivo. Porque assim, eu nunca vi na
divulgação de resultados. Eu ouço assim, o ingresso, a forma de participar,
como chegar lá. Mas assim, ninguém dando depoimento da outra parte, do
que aconteceu. Um efetivo ou até depois de um tempo voltar lá pra saber o
que ‘tá’ acontecendo, como ‘tá’ hoje, entendeu? Eu não vi.
Em relação à participação dos jovens, que pode acabar resultando em algum
“desastre” no Projeto Rondon e nas estratégias escolhidas pelos grupos participantes, eles
concordam que depende da faixa etária. A organização toma cuidado na hora de escolher
alguém, escolhem pessoas que estão realmente interessadas em ajudar, a maturidade dos
participantes é importante na realização do projeto. A busca de jovens para participar do
Projeto Rondon é pelo motivo dos jovens serem mais dispostos, já que exige grande esforço
físico e mental.
Aí entra o papel do professor, que normalmente é mais experiente e pode
tocar esses alunos mais jovens e tal, instruir. Acho que a instrução desses
pra que não seja um desastre, é instruir corretamente, é falar “oh, você está
indo pra lugar X, que é assim, assim assado e você não deve fazer isso, isso
e aquilo”. Acho que também há uma certa ignorância de quem “tá” indo.
Então ela tem que ser suprida. Senão realmente vai ser um desastre.
Para manter uma linha de conduta no projeto, existem certos critérios para participar
do Projeto Rondon, como disponibilidade de se deslocar por 20 dias para o local que irá
receber o projeto. Os entrevistados disseram que para participar do Projeto Rondon, o jovem
deve ter força de vontade, já que não tem como quantificar em relação ao caráter de uma
pessoa. Condições físicas, avaliação médica, testes psicológicos e entrevistas são outros
fatores importantes, já que deveram estar dispostos, pois há sempre crianças acompanhando
seus pais nas palestras e atividades e eles devem entretâ-las.
55
Exatamente. Acho que um dos critérios é você pegar, acho que você tem um
dos critérios, é você selecionar vários maiores de dezoito, entre dezoito e
vinte e cinco, mas aí você vai pegar também acho que a questão econômica.
Envolve muito também, sabe? Não chegar assim, “ai, olha, vai, filhinho de
papai”.
Para os entrevistados, o Projeto Rondon deveria ser expandido ao público externo,
além de universitários e docentes, pois há várias pessoas e ex-alunos dispostos a participar,
mas infelizmente não sabem como. O governo seleciona apenas universitários pela facilidade
deles se deslocarem e porque a faculdade acaba selecionando apenas quem realmente tem
interesse em participar. Para o governo atender a quantidade de pessoas que querem participar
do projeto necessita-se de uma grande estrutura por intermédio de uma entidade. As
universidades com apoio da prefeitura poderiam oferecer essa estrutura selecionando uma
pequena porcentagem de público e depois aumentarem de acordo com a demanda da região.
Tem muita gente. Velho, novo, criança, jovem, que pode ajudar diversas
regiões. É questão de estudar a necessidade da região e qual a possibilidade
da pessoa. Do perfil daquela pessoa ajudar aquela região, entendeu? Se
houvesse uma troca das qualidades das pessoas daqui pra passar pra lá,
com certeza eu acredito que a situação melhoraria muito, sabe? Não seria
necessário nenhum tipo de investimento muito alto. Simplesmente o
conhecimento de pessoas que vivem aqui e sabe sobreviver a essa sociedade.
A divulgação do Projeto Rondon é feita internamente para os alunos, por isso acaba
não recebendo grande destaque externamente. Perguntados sobre como uma Universidade
consegue destaque neste tipo de projeto, mesmo ele sendo executado internamente, os
entrevistados disseram que as universidades têm em seus valores a busca de ajudar a
sociedade por meio de projetos sociais, como é o caso do Projeto Rondon, Projeto Canudos e
outros.
Toda empresa, e a faculdade não deixa de ser uma empresa, todas as
empresas hoje no mercado, elas tentam agregar valor a ela através de
incentivos sociais. Produtos sustentáveis e tudo mais e ok. ‘Pro’ lado disso
ser comercial seria o lado negro da coisa. Eles querem agregar valor à
marca deles pra poder fazer o projeto social valer, render alguma coisa pra
56
eles. Talvez a faculdade, se ela tentasse ajudar mais, de uma forma mais
efetiva, que a gente já voltou em comunicação e tal, ela pudesse se destacar,
além dos seus próprios atributos acadêmicos. Ter também com o projeto
social o destaque, além de todos os atributos. A Metodista tem lá, melhor
faculdade de comunicação e tal pela revista Exame lá. ‘Tá’ em todo lugar e
isso todo mundo cansa de saber. Também a faculdade que mais faz ações
sociais, enfim. Vai ‘tá’ ajudando, se ajudando e ajudando aí as pessoas, etc.
Em relação ao aprimoramento do Projeto dentro da Universidade, os entrevistados
disseram que a mesma deve abrir suas portas para a comunidade participar dos projetos
sociais e investir melhor na comunicação, pois focar apenas no site acaba centralizando as
informações de como participar.
Essa daí é aquela coisa, ‘como que ela poderia fazer?’. Abrindo as portas,
fazendo projetos pra comunidade.
Conclui-se que o impacto causado na comunidade ao redor da Universidade
Metodista, em relação ao Projeto Rondon, a instituição e a relação dos dois na comunidade é
pequena, pois afeta apenas a massa universitária, pela centralização de informações na
Universidade. A comunidade percebe a Metodista e sua ligação com o Projeto Rondon,
através dos seus alunos que participaram do projeto, mostrando que o nível de conhecimento
da comunidade sobre o Projeto Rondon através da mídia é insuficiente, as informações apenas
se encontram no hotsite do Projeto Rondon e no Portal da Metodista, além de um comercial
veiculado na televisão. Mas para quem não conhece o Projeto, torna-se complicada a
compreensão do que se trata.
6.7 - Recomendações
Com o decorrer da pesquisa foi constatado que o impacto causado na comunidade ao
redor da Universidade Metodista de São Paulo em relação ao Projeto Rondon, a própria
Metodista e a relação dos dois na comunidade são pequenos. Para as informações não ficarem
apenas centralizadas nos universitários do campus Planalto, a Universidade deve investir na
sua comunicação interna e externa, já que as informações para participar do projeto ficam
centralizadas no portal da Metodista, além dos professores coordenadores do projeto.
57
Por meio de totens, banners e displays distribuídos por todos os campi da instituição,
chamaria a atenção dos alunos, principalmente durante o período de inscrições. Além de
folders espalhados nos ambientes utilizados, informando sobre o Projeto e como participar,
pop-ups nos laboratórios e a divulgação por meio de redes sociais, que é também
extremamente importante, já que os universitários acessam mais suas redes do que o próprio
site da Metodista. Um evento anual que pudesse informar, interagir e tirar dúvidas de todos as
pessoas dos três campi também seria algo mais dinâmico que poderia chamar a atenção e
fazer com que mais pessoas se interessassem pelo Projeto Rondon.
Para este Projeto ser divulgado para os diversos públicos externos na instituição e
fazendo a mesma ser reconhecida por mais este projeto social, além dos outros que já possui,
mesmo que o Projeto Rondon não seja aberto para participação de pessoas que não
graduandos e docentes, o mesmo poderia ser divulgado em datas abertas a comunidade tais
como Dia da Universidade Aberta, ExpoMetô, dentre outros. Pois assim as pessoas
conheceriam o Projeto e seria mais um atrativo para ingressar na Universidade.
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CAPÍTULO VII – ANÁLISE ESTRATÉGICA E AMBIENTE EXTERNO
7.1 - Análise de ambiente externo
As instituições são afetadas pelo mercado, de todos os lados, não só por ações que
ocorrem em seus setores internos, mas principalmente pelos externos. Por conta disso,
Antonio Maximiano (1997, p. 235) afirma que “quanto mais competitivo, instável e complexo
o ambiente, maior a necessidade de analisá-lo” e a análise do campo que a cerca é mais do
que a previsão de um futuro, é a preparação de um planejamento estratégico para enfrentá-lo
de forma adequada, pois
o mercado está passando por um processo de renovação, e as organizações
que desejam permanecer precisam ser rápidas na implementação de novos
procedimentos, no domínio das novas linguagens e tecnologias e na maneira
de se relacionar com os públicos de interesse. (BUENO, 2009, p. 75).
As variações do ambiente externo que afetam uma Universidade também são
ocasionadas por alguns desses públicos, podendo ser tanto num curto prazo, como num longo
prazo, sendo este último de grande impacto, considerando que suas mudanças vêm ocorrendo
com os anos de forma lenta e pouco perceptiva, ocasionando despreparo da mesma, mudanças
nas expectativas dos universitários é um de seus exemplos.
Segundo Eliezer da Costa (2007, p. 81), “alguns autores, consultores e professores têm
preferido, para uma análise rápida da situação da empresa, a conhecida análise SWOT” sendo
esta utilizada para apontar os aspectos externos – as oportunidades (Opportunities) e as
ameaças (Threats) – e os aspectos internos - as forças (Strengths) e as fraquezas (Weaknesses)
– da instituição. Porém neste projeto integrado analisou-se, com apoio dos estudos de Costa
(2007), o ambiente externo da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) em quatro
ângulos – catalisadores e ofensores, que são as ações presente que afetam de imediato as
atividades da Universidade, respectivamente de forma positiva e negativa; oportunidades e
ameaças, sendo as ações previsíveis para os futuro, se ocorrem, afetarão as atividades da
mesma, sendo respectivamente de forma positiva e negativa.
59
IMP
AC
TO
PO
SIT
IVO
Catalisadores
Quarto ano consecutivo eleita a melhor
Universidade, entre as instituições privadas, em
comunicação, pelo Guia do Estudante.
Atualização e criação de novos cursos.
Programas de Bolsas de Estudos.
Educação a Distância (EAD)
Convênios com empresas.
Redes Sociais.
Oportunidades
Manutenção / aquisição das estrelas do
“Guia do Estudante” (Ed. Abril).
Novas parcerias com empresas.
Divulgações de projetos e eventos.
Apoio de órgãos públicos em projetos
sociais.
Melhoria dos canais de comunicação
existentes.
Aumento de matrículas.
IMP
AC
TO
NE
GA
TIV
O
Ofensores
Ampliação dos concorrentes na região.
Aumento das mensalidades dos cursos
superiores.
Pouco investimento no ensino superior por conta
do país
Ameaça
Dispensa de diploma em alguns cursos, no
mercado de trabalho.
Novas instituições no mercado, algumas até
mesmo com renome.
Concorrentes mantendo baixas
mensalidades.
ATUAL FUTURO
TEMPO
7.2 - Catalisadores
A Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) procura sempre em seu site mostrar
o que de fato o mercado de trabalho procura nos profissionais e os objetivos que a
Universidade tem para fazer do seu curso o melhor; os docentes são pessoas inseridas no
mercado e buscam sempre orientar os alunos com o que veem de novo, com isso observa-se a
quantidade de discentes atuando em suas profissões, sejam como estagiários ou efetivos.
A qualidade dos cursos e da estrutura que a Metodista proporciona aos seus alunos,
que também procuram absorver o que há de melhor, reflete-se não só no mercado de trabalho,
mas no reconhecimento de ser a melhor Universidade privada em Comunicação pelo quarto
ano consecutivo, no “Guia do Estudante” (Ed. Abril) que serve como um parâmetro para os
não estudantes e pré-vestibulandos.
Para suprir à necessidade do mercado a quantidade de cursos superiores vem
aumentando, juntamente com outros métodos de ensino, como EAD (Educação A Distância)
que nos últimos dez anos passou de 5 mil matriculados para 930 mil (CAPUCCI, 2012),
60
sendo em 2010 aumento de 10,9% comparado ao ano anterior, enquanto os cursos presenciais
foram de 6,45% no mesmo período (LEITE, 2012, on-line). A Metodista observando essas
mudanças já incluiu em sua grade novos cursos na graduação presencial, em 2012 com o
curso de Tecnologia da Informação (METODISTA, 2012); pós-graduação com o Doutorado
em Educação, especializações em área da saúde e humanidades (PÓS..., 2012, on-line); e no
EAD na especialização de “Língua Espanhola e Literatura” (PÓS..., 2012, on-line), para
acolher e capacitar esses novos profissionais.
Fator positivo para a Universidade Metodista é proporcionar aos alunos diversos
programas de bolsas de estudos e incentivo a adimplência das mensalidades, dando aos pré-
vestibulandos e alunos conhecimentos e meios para finalizar seus cursos sem comprometer
drasticamente sua renda.
A Metodista possui convênios com empresas que proporcionam, por meio do estágio,
oportunidades para os alunos interessados em adquirir conhecimento, de seus cursos, na
prática.
Sendo a melhor Universidade privada de Comunicação, a influência das redes sociais
não poderia ficar de fora, é um momento em que a Universidade consegue se promover
oficialmente ou não, pois alunos fazem o mesmo por ela ao divulgar por si os projetos que a
UMESP participa e incentiva, demonstrando aos conectados a rede que a Universidade está
presente não só em sua estrutura física, mas nas ações que incentivam para o melhor da
sociedade.
7.3 - Ofensores
Algumas Universidades, como a Anhanguera e Anhembi Morumbi - com cursos de
Pós-Graduação e Polos (ANHEMBI, [s.d.], on-line), têm ampliado seus campi, demonstrando
investimentos em novas estruturas e interesses em atingir novos públicos, podendo até mesmo
incentivar transferências entre elas, por aproximação e baixas mensalidades, pois apesar de ter
ocorrido uma queda nos custos médios das mensalidades nos últimos 11 anos, agora em 2012
o aumento retornou com reajuste de 7,5%.
Os consultores dizem que a retomada de preços é impulsionada por três
causas em especial. O aquecimento da economia após 2010 é uma delas. A
pequena retomada no crescimento da demanda dos alunos ingressantes,
projetada entre 3% a 7%, nos próximos cinco anos é outra. Mais bolsas do
Programa Universidade para Todos (ProUni) e contratos do Fundo de
61
Financiamento Estudantil (Fies) seriam outros elementos que justificam
parte desse cenário. (LIRA, 2012, on-line)
Com o aumento da demanda nas matriculas, vindo com as maiores possibilidades de
bolsas e programas de financiamentos, a tendência da economia é aumentar os valores para
então suprir os custos.
Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE),
na França, o Brasil é um dos países que menos investe em ensino superior, apesar do Ministro
da Educação, Aloizio Mercadante, alegar que os estudos da OCDE passam esses dados sem
avaliar os programas de incentivo do governo. Porém sua analise é feito por base dos
investimentos do Produto Interno Bruto (PIB) do País, que nesta fase do ensino investe
somente 0,8%, e em seu geral 5,55%, com a aprovação da Câmara o planejamento é aumentar
esta aplicação para 10% nos próximos anos. Então compreende-se que apesar do atual
reajuste ocorrido por base da economia, o Brasil ainda é um dos países com pouco
investimento no ensino superior e que traz como reflexo na inadequada aplicação de alguns
dos valores, principalmente com os demais setores da educação, que é a base para o
desenvolvimento de um vestibulando.
7.4 - Oportunidades
A Universidade Metodista de São Paulo mantendo / adquirindo novas estrelas pelo
guia do estudante ela demonstrará aos seus públicos que seu intuito é de fato a formação de
bons profissionais e cidadãos, as estrelas são somente reflexos disso, a Metodista possui uma
imagem formada por fatos, não interesses, pois suas ações são constantes e preocupadas com
as novas gerações, tanto pessoais como do mercado.
Criando parcerias com empresas e órgãos públicos interessados em colaborar nas
execuções de projetos da universidade, a Metodista tem a possibilidade de prolongar a vida de
seus diversos Projetos de Extensão, que servem como diálogo com a sociedade apesar da
baixa divulgação de alguns - traços estes que podem ser alterados inicialmente com os
Projetos Integrados proporcionados por docentes aos alunos durante o período letivo; tendo a
oportunidade de continuar trabalhando com a comunidade e com seus discentes em suas áreas
específicas.
Parcerias com órgãos públicos, principalmente com a prefeitura local, permite a
Universidade a expansão de seus projetos, exemplo disto é o apoio da Prefeitura de São
Bernardo do Campo para a Expometô, onde a entrada sendo alimento não-perecível permite a
doação para instituições necessitadas da cidade, então além de ocorrer um evento de grande
62
porto proporcionando aos alunos experiências de mercado, destaque para a Universidade, a
prefeitura ainda arrecada um modo de auxiliar suas áreas carentes, satisfazendo a todos.
Apesar dos custos de mercado que acarretará no aumento significativo até das
mensalidades, as propostas e prêmios constantes da UMESP servirá como uma alavanca para
o aumento das matrículas e consecutivamente demonstração real da qualidade da mesma.
7.5 - Ameaças
No ano de 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou que para exercer a
profissão de jornalismo não seria mais necessário o diploma de formação para o mesmo
(SUPREMO..., 2009, on-line), isso até certo ponto de vista foi tido como uma ameaça para as
instituições de ensino superior, pois poderiam ocasionar queda no ingresso de vestibulandos
neste curso, porém o mesmo não ocorreu e a procura pela mesma continua, pois como dito
pela jornalista Patrícia Pereira ([s.d.], on-line) “Isso porque o mercado continuará a exigir
profissionais bem preparados, com conhecimento técnico e humanístico, e dará prioridade aos
graduados na área”. Mas se outras áreas aderirem a isso e juntarem com o aumento dos
valores dos mesmos cursos a queda de fato pode ocorrer tornando-se um agravante, fazendo
os baixos custos e mensalidades serem prioridades no lugar da qualidade e grandes colégios
para manterem seus alunos e o conhecimento base abrirem como faculdades, apesar de mais
tarde poderem vender para grupos maiores, como ocorreu no ano de 2011 com a Faculdade
Anchieta (antes pertencente ao Grupo Educacional Anchieta), que foi adquirida pelo Grupo
Anhanguera
Para o sociólogo Simon Schwartzman, esse tipo de aquisição é cada vez
mais comum no mercado educacional do País. “Existe uma demanda grande,
que o ensino superior público não consegue suprir. Muitas pessoas precisam
cursar faculdade e não podem pagar os altos preços e é nesse universo que
estas instituições trabalham”, analisa.
De acordo com Schwartzman, instituições como a Anhanguera não irão
“ocupar” o ensino, mas conseguem captar estudantes – em sua maioria já
adultos – que não conseguem entrar nas universidades públicas e não podem
pagar mensalidades muito elevadas. (MARTINS, 2011, on-line).
O ProUni (Programa Universidade Para Todos), tem como finalidade a concessão de
bolsas de estudos em graduações e cursos presenciais, funcionando como incentivo para
pessoas de baixa renda a ingressarem em cursos de ensino superior, segundo o MEC (2012),
63
na segunda etapa da edição de 2012, o total de candidatos registrados foram de 456.973, e
desde 2004 o programa já havia oferecido mais de 1 milhão de bolsas de estudo,
comprovando que as mensalidades influenciam no ingresso das instituições de ensino
superior, pois muitos não tem condições de pagar.
São ponto que principalmente culminados num mesmo período podem acarretar numa
grande ameaça para a Universidade Metodista que deve ficar atenta aos setores econômicos e
novos concorrentes, principalmente os pequenos de sua região, pois a partir do momento que
o diploma for somente um papel para determinado setor, se as verbas não forem bem
aplicadas e demonstradas, as mensalidades valerão mais ainda nas escolhas dos pré-
vestibulandos.
Observa-se que a UMESP tem que estar atenta ao mercado que a cerca, não só em
âmbito educacional, com seus concorrentes, mas também sempre analisando os demais
setores, tendo em vista que ela procura instruir e formar novos profissionais para esses
mercados. Portanto, por mais que a mesma tenha um planejamento para um ano inteiro, seus
administradores devem ter em vista as mudanças que ocorrem, para sempre atualizar seus
cursos e manter seus alunos preparados para as novas ações.
64
CAPÍTULO VIII – PROPOSTA DE RP
8.1 - Justificativa
O público prioritário, tanto interno, quanto externo da Universidade Metodista são
alunos, professores, vestibulandos, e a comunidade. A Universidade já conquistou o devido
prestígio em relação aos cursos ministrados por ela, no entanto, uma parte desconhecida em
relação à mesma são as atividades extracurriculares, ou seja, os projetos de extensão
desenvolvidos pela instituição. Um dos projetos que damos ênfase é o Projeto Rondon, um
projeto que é pouco conhecido na comunidade em torno da Universidade e até mesmo pelos
seus atuais alunos e professores, pois a divulgação é feita em pouca demanda.
A Metodista no geral é conhecida por prezar a práxis cidadã, isso consta em suas
diretrizes organizacionais, entretanto, seu público desconhece de forma mais aprofundada
como a instituição trata essa questão, necessitando assim compreensão em relação a forma
com que a Universidade Metodista trabalha e preserva a sua identidade. A proposta de RP
contempla esclarecer aos mesmos exatamente a forma com que a Metodista trabalha sua
visão, missão e valores utilizando o Projeto Rondon para ilustrar isso, da mesma forma que
ambos serão conhecidos e divulgados.
Quando têm conhecimento suficiente sobre algum assunto ou ação as pessoas se
mostram mais propensas a ajudar com doações e contatos, por exemplo, em operações do
Projeto Rondon. E isso também é uma forma de divulgar a Universidade, que poderá acarretar
em mais vestibulandos para ela e mais interessados e inscritos para as operações do Projeto
Rondon em um período de médio e longo prazo. É uma forma diferenciada de praticar a sua
profissão e ainda por cima ajudar pessoas necessitadas do seu país, o que mostra que a
Metodista se preocupa em fazer um pouco mais do que o papel que uma Universidade comum
desenvolve, ela se preocupa com o aprofundamento da profissão para o estudante
universitário e também em ajudar a situação atual do país, criando um vínculo entre esses dois
personagens.
Com a participação ativa das pessoas, não só do público interno, mas também do
externo da Universidade Metodista, os seus projetos de extensão terão mais colaboração e
assim poderão ser desenvolvidos com mais ideias, tempo, dedicação e até com ajuda de
materiais necessários, pois uma maior quantidade de pessoas divide melhor todas essas
questões. E com mais disso tudo, as ações desenvolvidas serão trabalhadas de melhor forma e
isso impactará na visão positiva dos projetos de extensão da Universidade Metodista para a
comunidade, o que implicará automaticamente em mais vestibulandos. Com o progresso
65
contínuo nesse processo, se tornará um círculo ininterrupto, sempre fazendo com que uma
ação beneficie outra e claro, com a divulgação constante e clara do desenvolvimento de cada
uma delas para que esse círculo não se “quebre”.
8.2. - Objetivo geral
Aproximar a comunidade da Universidade Metodista por meio do Projeto Rondon, um
de seus projetos de extensão que envolve a práxis cidadã.
8.3 – Responsabilidades
Grupo Projeto Rondon – Responsáveis pela apresentação do Projeto na ExpoMetô,
elaborações das peças de comunicação como suporte para TV utilizada, camisetas,
instalação e desinstalação dos móveis e materiais necessários para o evento, verba
financeira;
Cliente – Projeto Rondon e Universidade Metodista:
Ministério da Defesa: Disponibilização do material de comunicação visual oficial do
Projeto Rondon como adesivos, folhetos, guias de rondonistas e de IES (Instituições
de Ensino Superior);
Coordenador do evento ExpoMetô e DICOM (Diretoria de Comunicação Metodista) -
Disponibilização do biombo, extintor e barraca 3x3 da Universidade Metodista;
Ex-participantes do Projeto Rondon: Disponibilizam roupas e utensílios oficiais do
projeto para expor no stand e ajudam na elaboração das peças de comunicação que
serão apresentadas na ExpoMetô;
Representantes do Projeto Rondon na Universidade Metodista: Disponibilizam
informações úteis, intermediam contatos do grupo com o Ministério da Defesa,
aprovam ações para a elaboração do projeto integrado e disponibilizam possíveis
peças para as ações.
8.4 – Cronograma
66
CRONOGRAMA
GERAL
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Planejamento ExpoMetô
Reunião com o
Coordenador
Reunião com o
Responsável
Plano de Divulgação
Montagem
Evento - Expometô
8.5 – Instrumentos de avaliação
8.5.1 - Frequência no estande
Preenchimento do cartão para participar do Sorteio Kit que será uma caneca + um
mouse pad. Após o evento contaremos quantas pessoas preencheram o cartão para participar
do sorteio e assim quantas visitaram o estande e o espaço extra, em separado.
8.5.2 - Pesquisa de avaliação
Preenchimento do cartão de identificação para o sorteio, o visitante poderá responder a
enquete no mesmo cartão, sobre a avaliação do estande e sobre as informações recebidas nele
com as opções ‘ótimo/bom/regular/ruim’.
8.5.3 - Participação nas ações
67
A ação com participação dos visitantes será a ação 2 – Divulgar para aproximar e nela
após escrever a mensagem o participante tirará uma foto que será postada na fan page após o
evento, com as fotos sabe-se quantas pessoas participaram da ação.
8.5.4 – Enquete
Qual é a sua impressão sobre o estande do Projeto Rondon? Ótima, boa, regular, ruim.
Qual é a sua consideração quanto às informações passadas a respeito do Projeto Rondon e a
forma como isso foi feito? Ótimas, boas, regular, ruim.
8.6 – Programação visual
Vídeos: Depoimentos de ex-participantes do Projeto Rondon, contando experiências,
vivências o que mudou e o que acrescentou em suas vidas.
Adesivo: Adesivos oficiais do Projeto Rondon com o logotipo.
Guia Rondonista: Guia oficial com informativo para professores, estudantes e
universitário sobre direitos e deveres dos tais para participação no projeto.
Instituições de Ensino Superior (IES): Guia oficial onde explica regras, normas e
como participar para os interessados no projeto.
Estande personalizado: Estande com intuito mercadológico e institucional, com fotos,
e materiais do Rondon, onde ocorre toda apresentação do projeto.
Barraca 3x3: Além do estande há também uma barraca no espaço externo
personalizada do grupo Projeto Rondon, podendo direcionar as pessoas ao local de
apresentação do projeto.
Camisas: Camisetas com o símbolo e o logo do Projeto Rondon.
Kit sorteio: Caneca personalizada, com o Símbolo do Rondon.
Totens: Dois totens personalizados do Projeto Rondon.
Biombo: utilizado como mural para recados. Visitante que tem o interesse de deixar
uma mensagem.
8.7 – Plano de ações para a divulgação
68
8.7.1 – Ação 1 (pré-evento/plano de divulgação) – Divulgar e Propagar
8.7.1.1 - Estratégica
Institucional
Mercadológica
8.7.1.2 - Objetivos específicos
Esclarecer as intenções e o funcionamento do Projeto Rondon dentro e fora da
Universidade Metodista de São Paulo;
Apresentar e aproximar o Projeto Rondon e a sua relação com a Universidade
Metodista de São Paulo das pessoas e possíveis futuros rondonistas;
Despertar o interesse de participação em operações futuras através da interação;
Vender a ideia do Projeto Rondon, fazendo as pessoas abraçarem a causa, mesmo que
não tenham o perfil para participar do Projeto;
Despertar o interesse da ida ao evento ExpoMetô através do conhecimento deste e de
outros projetos presentes no evento;
Obter possíveis parceiros para as próximas operações do Projeto Rondon através da
divulgação da página.
8.7.1.3 - Público-alvo
Universitários
Vestibulandos
Comércios para possíveis parcerias
8.7.1.4 - Desenvolvimento
Postagem e compartilhamento de imagens oficiais e fotografias de operações realizadas
pela Universidade Metodista de São Paulo, acompanhadas de informações sobre as regras,
curiosidades e funcionamento do Projeto Rondon como um todo e pela Metodista, tal
como informações do evento ExpoMetô.
8.7.1.5 – Instrumentos/Peças
Fan page na rede social Facebook
8.7.1.6 - Ficha técnica
Criada em 07 de novembro de 2012;
Nomeada de Projeto Rondon na ExpoMetô;
69
Designada como comunidade;
Possibilita interação total dos membros como comentários, opções curtir de postagens
e comentários e publicações diversas dos mesmos na página;
Com 409 opções curtir até 1º de dezembro de 2012
Pico de 6.367 pessoas alcançadas de 07 de novembro de 2012 a 13 de novembro de
2012;
Pico de 244 pessoas falando sobre isso de 08 de novembro de 2012 a 14 de novembro
de 2012;
Pico de 24,17% de efeito viral de uma publicação até 1º de dezembro de 2012.
8.7.2 – Ação 2 – Participar para aproximar
8.7.2.1 – Estratégia
Institucional
Mercadológica
8.7.2.2 – Objetivos específicos:
Provocar a aproximação para com o Projeto Rondon e a Universidade Metodista de
São Paulo dos participantes da ação através de sua participação;
Provocar o interesse pela participação na ação e consequentemente interesse pelo
Projeto Rondon do público presente no evento ExpoMetô utilizando dinamismo;
Atrair mais pessoas para a fan page no Facebook de modo que acompanhem as
publicações da mesma;
Fazer com que as pessoas se sintam parte de uma boa causa, divulgando a mesma e
automaticamente a Universidade Metodista de São Paulo;
Mostrar as comunidades visitadas o interesse em ajuda-las por parte das proximidades
da Metodista.
8.7.2.3 – Público-alvo
Participantes do evento ExpoMetô
Comunidade em torno da Metodista.
8.7.2.4 – Desenvolvimento
Durante o evento ExpoMetô, no espaço extra do Projeto Rondon, as pessoas
interessadas escreverão a próprio punho uma mensagem em uma folha sob um biombo
colocado no local especificamente para isso, sendo estas mensagens para as comunidades
70
visitas na próxima operação do Projeto feito pela Universidade Metodista de São Paulo, ou
seja, a operação São Francisco de janeiro de 2013, no estado do Sergipe. Após escreverem a
mensagem o grupo tirará uma foto da pessoa ao lado de sua mensagem e esta pessoa ganha
um folheto, duas balas, um convite para visitar a fan page e ver a sua foto e um adesivo
oficial do Projeto Rondon. Esta foto será postada na fan page do Facebook “Projeto Rondon
na ExpoMetô” e as mensagens escritas serão entregues em uma ou mais comunidades
visitadas na próxima operação São Francisco, sendo esta entrega documentada por meio de
fotos que após o término da operação serão postadas na página para a visibilidade de sua
finalidade.
8.7.2.5 – Instrumentos/Peças
Biombo com folhas e canetão para a escrita das mensagens;
Tripé e câmera fotográfica para registrar o momento;
Fan page do Facebook “Projeto Rondon na ExpoMetô” para a divulgação das fotos e
de sua finalidade.
8.7.2.6 – Fichas técnicas
8.7.2.6.1 – Biombo, folhas e canetão
Biombo com apoio;
Tamanho para folhas de 1m por 70cm (em média);
Folhas brancas;
Canetão fino de diversas cores.
8.7.2.6.2 – Câmera fotográfica e tripé
Tripé comum de altura máxima de 1m;
Câmeras fotográficas das marcas Fujifilm e Sony wx7
Câmeras fotográficas com 14 megapixel, trabalhando com 5 megapixel.
8.7.3 – Ação 3 – Incentivar e informar
8.7.3.1 – Estratégia
Institucional
8.7.3.2 – Objetivos específicos
Aproximar as pessoas mostrando as expectativas e a sensação antes e depois
das operações sentidas pelos ex-participantes;
71
Acarretar na valorização do Projeto Rondon e Universidade Metodista, assimilando as
suas diretrizes organizacionais;
Mostrar que a Universidade Metodista de São Paulo incentiva o seu corpo docente a
participar;
Mostrar o apoio da instituição aos alunos e professores nas operações já realizadas;
Com clareza e objetividade, mostrar as pessoas o funcionamento do Projeto Rondon
dentro da Universidade Metodista, possibilitando no futuro interesse e participação das
mesmas.
Mostrar a seriedade do trabalho feito pela Universidade e pelos rondonistas e a prática
da cidadania, além da cultura que se pode adquirir;
Divulgar e trazer valorização dos conhecimentos adquiridos nos projetos de extensão
da Universidade como um todo.
8.7.3.3 – Público-alvo
Universitários e professores da Universidade Metodista de São Paulo;
Vestibulandos;
Parceiros para doações;
Comunidade em torno da Universidade.
8.7.3.4 – Desenvolvimento
Em torno de 10 ex-participantes do Projeto Rondon, sendo 99% destes com sua
participação no Projeto Rondon pela Universidade Metodista de São Paulo, serão
entrevistados num formato de depoimento institucional gravados em áudio e vídeo em pontos
estratégicos dos campi Rudge Ramos e Planalto da instituição, colaborando com comentários,
curiosidades, histórias e observações sobre suas experiências, expectativas, resultados, valores
e lições com o Projeto Rondon. Essas pessoas são ex ou atuais professores e alunos que serão
convidados para participar da ação através de indicação por Facebook, e-mail e pessoalmente.
Este vídeo será editado e o resultado apresentado durante todo o evento ExpoMetô, em
um telão disponível no stand institucional do Projeto Rondon e sua edição será feita com
legendas e cortes estratégicos nas mensagens, intercalando os depoimentos.
8.7.3.5 - Instrumentos/Peças
Tripé;
Câmera fotográfica para gravação do vídeo;
TV;
72
Pedestal para suporte da TV;
Notebook para conectar os vídeos a TV.
8.7.3.6 – Instrumentos/Peças
8.7.3.6.1 – Tripé e câmera fotográfica
Tripé de altura de 1,6m;
Câmera Sony wx7 de 14 megapixel.
8.7.3.6.2 – TV e pedestal
TV de plasma da marca H-Buster de 32’;
Pedestal de 2m (em média).
8.7.3.6.3 - Notebook
Notebook da marca Acer com tela de 14’.
8.7.4 – Ação 4 – Apresentar e oficializar
8.7.4.1 – Estratégia
Institucional
8.7.4.2 – Objetivos específicos
Apresentar as roupas e objetivos pessoais oficiais caracterizados por uniformes,
distribuídos pelo Ministério da Defesa e de uso obrigatório nas operações;
Mostrar a participação do Ministério da Defesa como coordenador do Projeto Rondon;
Destacar que o Projeto Rondon funciona com uma série de normas e regras
necessárias para o desenvolvimento do Projeto e o controle das situações que o envolvem;
Mostrar a qualidade do material distribuído e a necessidade do uso dele nas operações.
8.7.4.3 – Público-alvo
Visitantes da ExpoMetô como um todo.
8.7.4.4 – Desenvolvimento
As roupas e materiais de uso pessoal e obrigatório nas operações do Projeto Rondon serão
emprestadas por ex-participantes do Projeto Rondon. Será camiseta, mochila, squeeze, colete,
chapéu, caneca e capa de chuva, sendo um item de cada expostos no stand institucional do
Projeto Rondon no evento ExpoMetô. Serão pendurados em um varal e devolvidos após o fim
do evento.
8.7.4.5 – Instrumentos/Peças
73
Camiseta;
Mochila;
Colete;
Chapéu;
Squeeze;
Caneca;
Capa de chuva;
Varal de nylon ou barbante.
8.7.4.6 – Fichas técnicas
8.7.4.6.1 - Camiseta
Tamanho grande;
Cor amarela com símbolo do Projeto Rondon na lateral;
Formato padrão.
8.7.4.6.2 – Mochila
Tamanho grande;
Cor preta com logotipo do Projeto Rondon;
Formato quadrado com bordas arredondadas;
Com bolsos.
8.7.4.6.3 – Colete
Tamanho grande;
Cor bege com logotipo do Projeto Rondon;
Formato padrão.
8.7.4.6.4 – Chapéu
Tamanho médio;
Cor bege com logotipo do Projeto Rondon na frente;
Formato simples.
8.7.4.6.5 – Squeeze
Tamanho médio;
Cor preta com logotipo do Projeto Rondon;
Formato padrão.
8.7.4.6.6 – Caneca
74
Tamanho e formato padrão;
Com o logotipo do Projeto Rondon.
8.7.4.6.7 – Capa de chuva
Tamanho grande;
Transparente com o logotipo do Projeto Rondon.
8.7.4.6.8 – Varal de nylon ou barbante
Em média de 70cm de comprimento;
Transparente.
8.7.5 – Ação 5 – Compartilhar
8.7.5.1 – Estratégia
Mercadológica;
Política.
8.7.5.2 – Objetivos específicos
Fazer com que as pessoas que se interessaram pelo Projeto Rondon tenham um
informativo de contato fora do evento ExpoMetô;
Mostrar a outros ministérios e/ou grandes influências políticas quanto à participação
do Ministério da Defesa e da Educação e envolve-los no funcionamento do Projeto
Rondon para autovalorização dos mesmos;
Divulgar a participação ativa dos envolvidos no Projeto Rondon, influenciando
diretamente na imagem positiva dos mesmos.
8.7.5.3 – Público-alvo
Influências políticas presentes no evento ExpoMetô;
Universitários da Universidade Metodista de São Paulo;
Professores da Universidade Metodista de São Paulo;
Vestibulandos.
8.7.5.4 – Desenvolvimento
Folheto, duas balas e convite para ir ao espaço extra do Projeto Rondon serão
entregues por quem passar no stand institucional do Projeto Rondon. Folheto, duas
balas, convite para acessar a fan page do Facebook Projeto Rondon na ExpoMetô” e
adesivo oficial do Projeto Rondon serão entregues para os participantes da ação do
espaço extra do projeto. Guias de rondonistas e de IES (Instituições de Ensino
75
Superior) serão entregues apenas às pessoas interessadas no stand institucional. Os
materiais de comunicação visual serão fornecidos pelo Ministério da Defesa,
coordenador do Projeto Rondon. As balas serão compradas pelo próprio grupo como
estratégia de chamar a atenção tanto para o stand, quanto para o espaço extra.
8.7.5.5 – Instrumentos/Peças
Folhetos;
Guias de Rondonistas;
Guias de IES (Instituições de Ensino Superior);
Adesivos;
Convite para ida ao espaço extra;
Convite para acesso a fan page no Facebook;
Balas.
8.7.5.6 – Fichas técnicas
8.7.5.6.1 – Folhetos
Tamanho em média de 20x15;
Com informações gerais do Projeto Rondon.
8.7.5.6.2 – Guias de Rondonistas
Em formato de caderno brochura;
Tamanho A4;
Com regras e normas dos Rondonistas durante as operações.
8.7.5.6.3 – Guias de IES (Instituições de Ensino Superior)
Em formato de caderno brochura;
Tamanho A4;
Com regras e normas das instituições durante as etapas das operações.
8.7.5.6.4 – Adesivos
Tamanho em média de 5x10;
Envernizado;
Com o logotipo do Projeto Rondon.
8.7.5.6.5 – Convite para ida ao espaço extra
Folha sulfite cortada em tamanho 5x10;
Dizeres em cor preta;
76
Localização do espaço extra e convite da ação especial.
8.7.5.6.6 – Convite para acesso a fan page no Facebook
Folha sulfite cortada em tamanho 5x10;
Dizeres em cor preta;
Endereço e nome da página e o que encontrará lá.
8.7.5.6.7 – Balas
Balas de iogurte.
8.8 – Orçamento
Item Quantidade Custo Unitário Custo Total
Adesivos 2.000 R$ 2,10 R$ 4.200,00
Guia de Rondonistas 700 R$ 0, 87 R$ 609,00
Guia de IES 700 R$ 0, 87 R$ 609,00
Folhetos 2.000 R$ 0,87 R$ 1.740,00
Extintor 1 (2 diárias) R$ 80,00 R$ 160,00
Barraca 3x3 1 R$ 130,00 R$ 130,00
Pedestal para
Televisão 1 R$ 200,00 R$ 200, 00
Estande 2x2 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00
Câmera fotográfica
14 megapixel 1 R$ 500,00 R$ 500,00
Canetões de várias
cores 10 R$ 2,85 R$ 28, 50
77
Notebook 14' 1 R$ 2.000, 00 R$ 2.000, 00
Locação de TV
plasma 32' 1 R$ 768,64 R$ 768,64
Caneca 1 R$ 21, 00 R$ 21,00
Mouse pad 1 R$ 3, 70 R$ 3,70
Camisetas 20 R$ 17, 00 R$ 340,00
Biombo 1 R$ 50,00 R$ 50,00
Varal de nylon ou
barbante 1 R$ 2,99 R$ 2,99
Tripé 1 R$ 58, 00 R$ 58, 00
Folhas grandes para
o biombo 50 R$ 1, 00 R$ 50, 00
Total das despesas:
R$ 14.470,83
8.9 – Roteiro institucional de receptivo
8.9.1 - Abordagem/recepção
Bom dia/ Boa tarde / Boa noite,
Meu nome é ____________________, sou aluno(a) do curso de Relações Públicas da
Universidade Metodista de São Paulo, e estamos apresentando o Projeto Rondon, projeto de
extensão da Universidade Metodista, e que faz parte do nosso trabalho de conclusão do
semestre, chamado Projeto Integrado. Você teria alguns minutos para conhecer mais sobre o
projeto?
78
8.9.2 Apresentação
A Universidade Metodista, assim como inúmeras universidades pelo país, tem um
projeto de extensão voltado à ação social juntamente com o Ministério da Defesa, que é o
coordenador deste projeto, chamado Projeto Rondon. O Projeto tem por objetivo chamar
alunos e professores de universidades para auxiliar comunidades de outras regiões do Brasil
que precisam de orientações sobre alguns costumes sem interferir em suas culturas,
trabalhando com o desenvolvimento de pessoas. Ele orientam essas comunidades por meio de
feiras, palestras, oficinas e outras atividades a melhorarem a sua qualidade de vida utilizando
os recursos que já possuem.
O Projeto é dividido em dois eixos, A e B, onde o eixo A é mais voltado para a área da
saúde e o eixo B é para alunos e professores de comunicação e meio ambiente. O grande
papel das universidades em relação a tudo isso é se inscrever no Projeto e dar suporte aos
alunos com seus métodos de ensino e cidadania para os docentes e alunos colocarem em
prática no projeto.
8.9.3 - Fechamento
Assim, os alunos aprendem o exercício de suas profissões na prática utilizando o que
já aprenderam mais teóricamente na sala de aula e praticam o exercício da cidadania. É um
projeto voluntário, a viagem até essas regiões isoladas e carentes (normalmente interior do
Norte e Nordeste do país) é oferecida pelo Ministério da Defesa, a estadia e alimentação
geralmente é oferecida pelo município visitado e os demais custos (mais pessoais) são arcados
individualmente pelos próprios voluntários.
O objetivo deste projeto de extensão é mostrar aos alunos a situação social e
econômica atual de parte do país, desenvolvendo o pensamento crítico e exercitando a
cidadania com base nisso. Além do que, estarão exercendo a sua profissão na prática com
orientação de profissionais formados (professores) e terão uma experiência com muitos
ensinamentos, para ser lembrada a vida toda.
8.9.4 – Palavras-chave
Projeto Rondon, desenvolvimento de pessoas, suporte, profissões na prática,
cidadania, eixos A e B
79
8.10 -Perguntas e respostas
1- O que está sendo apresentado aqui?
É um evento organizado pela Universidade Metodista de caráter mercadológico e
institucional com os cursos de comunicação mercadológica, design de interiores, publicidade e
propaganda, e inaugurando este ano um espaço para o curso de relações públicas, onde
apresentamos nosso Projeto Integrado trabalhado internamente durante o período de um semestre,
desenvolvido a partir do tema proposto, que são os projetos de extensão da Universidade e no nosso
caso o Projeto Rondon.
2- O que é o Projeto Rondon?
O Projeto é uma iniciativa do governo que procura ajudar comunidades carentes e
isoladas do interior do país (principalmente regiões Norte e Nordeste). É coordenado pelo
Ministério da Defesa, com a colaboração do Ministério da Educação (MEC). Os quais
procuram exercer atividades propostas pelas Universidades participantes e supervisionadas
pelo Governo, ensinando as pessoas do local a importância da valorização cultural e a
obterem uma melhor qualidade de vida por meio dos recursos que já disponibilizam.
3- Como surgiu o Projeto?
A ideia do Projeto surgiu durante um trabalho de sociologia chamado " O Militar e a
Sociedade Brasileira", dando a oportunidade à primeira operação do Projeto Rondon chamada
"Operação Zero".
4- Desde que ano o Projeto esta ajudando as comunidades carentes?
Desde 1967 com a 'operação zero' em sua primeira etapa, finalizada em 1989 e com a
sua volta em sua segunda etapa de 2005 até então. No caso da Universidade Metodista a
mesma participou da primeira etapa e no caso da segunda e atual etapa ela está presente nas
operações desde 2009.
5- De que maneira podemos ajudar sem sermos voluntários?
A melhor forma de ajudar sem participar se inscrevendo para viajar com as
Universidade até esses locais é com doações, pois são comunidades carentes e muito
necessitadas. Portanto, basta entrar em contato com as Universidades participantes (existem
80
muitas) e perguntar se precisam de ajuda em relação a materiais ou até mesmo tempo para
desenvolver alguma atividade, se possível.
6- Qual a origem do nome dado ao Projeto 'Rondon'?
O nome do Projeto foi uma homenagem mais que merecida ao
Professor Cândido Mariano da Silva, o Marechal Rondon, conhecido como defensor dos
povos indígenas do Brasil, após ser convidado pelo Governo Brasileiro a ser o primeiro
diretor do Serviço de Proteção aos Índios.
7- Quantas operações são feitas por ano?
As operações são feitas duas vezes por ano, sempre em período de recesso escolar,
sendo uma em janeiro e outra em julho.
8- Quantas operações o Projeto Rondon já fez nos últimos anos?
Desde o período de retorno do Projeto, de 2005 até 2012 foram 16 operações. Com a
sua volta em 2009 na Instituição Metodista até o ano de 2012, foram realizadas 8 operações
pela Universidade.
9- Quem participa?
O Projeto envolve a participação voluntária de estudantes universitários, que se
inscrevem no Projeto dispostos a colocar em prática o que lhes foi passado em sala de aula e
também professores voluntários, que cumprem o papel de supervisionar as atividades
ministradas pelos alunos.
10- Como podemos participar?
Os acadêmicos interessados em participar do Projeto Rondon, devem fazer a inscrição
para o processo de seleção num edital aberto no site das instituições participantes e devem
estar dispostos a cumprir algumas regras simples. No caso da Universidade Metodista, uma
dessas regras é que estes estudantes universitários devem estar cursando pelo menos o período
correspondente a metade de seu curso.
11- O que é preciso para participar?
Interesse e tempo disponível, pois não é só o período da viagem, mas também a
criação e desenvolvimento do projeto proposto pela Universidade a ser colocado em prática
81
na operação que será feito antes dessa viagem, ou seja, durante o semestre todo. O aluno deve
se comprometer a arcar com possíveis vacinas/injeções, suas vestimentas e objetos pessoais,
além de se comprometer com o projeto como um todo. O transporte e a estadia são oferecidos
pelo Ministério da Defesa e o Município do local visitado. Lembrando que a inscrição não
garante a sua participação no Projeto, pois é feito um processo seletivo para a escolha dos
alunos que viajarão.
12- Qual o objetivo do projeto?
O Projeto Rondon tem por objetivos:
. Contribuir para a formação do universitário como cidadão.
. Integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, por meio de ações
participativas sobre a realidade do País.
. Consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva,
em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais.
. Estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com
as comunidades assistidas.
13- Quais as áreas de atuação do Projeto Rondon?
São áreas com maior numero de pobreza e exclusão social, como áreas isoladas e que
necessitam de maior contribuição de bens e serviços, priorizando as regiões Norte e Nordeste
do país. Costuma-se desenvolver nesses locais dois eixos de atividades, sendo um eixo mais
voltado para a comunicação e meio ambiente e outro mais para a área da saúde.
14- Os universitários que participam precisam pagar alguma taxa?
Os universitários que forem participar não precisarão pagar por nenhuma taxa de
inscrição, o único gasto será apenas os de objetos pessoais e vacinação em dia.
15- é verdade que a Metodista foi vendida para a Anhanguera?
A Universidade Metodista de São Paulo, a UMESP, não pode e nem será vendida
porque ela é uma Universidade confessional e que pertence à igreja Metodista. O slogan da
Universidade hoje é “A Metodista é da Metodista”. Segundo o reitor da UMESP, o professor
Marcio de Moraes, “são 42 anos de história e os boatos que circularam no mercado não
possuem nenhuma veracidade, pois isso, a venda não tem como acontecer conosco”.
82
16- Quanto custa os cursos da área da Comunicação da Metodista?
Os cursos da área da Comunicação, em 2012, possuem dois valores: um com desconto
para pagamentos até o dia 06 de cada mês, dentro de um programa de estímulo à adimplência,
e outro para pagamentos após o dia 06 de cada mês.
Cursos de Graduação:
Cinema Digital: R$ 1.450,00 após o dia 06 e R$ 1.450,00 até o dia 06.
Comunic. Mercadológica: R$ 1.026,67 após o dia 06 e R$ 924,00 até 06.
Jornalismo: R$ 1.108,89 após o dia 06 e R$ 998,00 até o dia 06.
Publicidade Propag.: R$ 1.133,33 após o dia 06 e R$ 1.020,00 até o dia 06.
Rádio, TV e Internet: R$ 1.450,00 após o dia 06 e R$ 1.450,00 até o dia 06.
Relações Públicas: R$ 1.028,00 após o dia 06 e R$ 926,00 até o dia 06.
Tecnólogos:
Design de Interiores: R$ 1.075,56 após o dia 06 e R$ 968,00 até o dia 06.
Produção Multimídia: R$ 756,67 após o dia 06 e R$ 681,00 até o dia 06.
17- De que forma é programado essas operações para que dêem certo?
1º)É necessário todo um planejamento, escolha do local pelo Ministério da Defesa
onde é feito um levantamento dos municípios de interesse da área (baixo IDH, tamanho do
município etc) e detalhamento das necessidades logísticas;
2º)O reconhecimento que ocorre quando os municípios selecionados recebem a visita
de um integrante do projeto, para:
83
a) Informar à prefeitura e às lideranças locais sobre as possibilidades e as limitações
do trabalho dos rondonistas.
b) Verificar se os conjuntos de ações selecionadas para a operação respondem às
principais necessidades do município e carências da população.
c) Apresentar a contrapartida solicitada aos municípios.
(3º) Nesta fase, a prefeitura confirma seu interesse em aderir e participar do Projeto
Rondon.
Divulgação do convite de participação para as instituições de ensino superior (IES) na
operação. O convite indica os municípios, os conjuntos de ações a serem realizados, o
cronograma de atividades e as condições a serem observadas pelas IES.
(4º) Após conhecer todas as regras de participação na operação, a IES terá que acessar
o site do Projeto Rondon para efetuar a sua inscrição. Durante a inscrição a IES terá que
informar para qual operação ela está se inscrevendo, dentre os municípios abrangidos quais
são os de maior interesse (em ordem decrescente) e um pré-projeto a ser desenvolvido neste
local. Ao término da inscrição a IES receberá um número de protocolo, que será usado
durante todo o processo de seleção.
(5º) A elaboração do plano de trabalho é de inteira responsabilidade da IES, que tem
total liberdade quanto ao conteúdo e formatação. É desejável que o plano de trabalho
contenha, para cada conjunto de ações: atividades previstas; objetivos; metodologia; público-
alvo; cronograma; e o retorno esperado para a comunidade.
(6º) A seleção das propostas de trabalho encaminhadas pelas IES é realizada pela
Comissão de Avaliação de Propostas do Projeto Rondon (CAPPR), especialmente designada
pelo coordenador-geral, que inclui a participação de técnicos de diversos ministérios. Os
critérios de seleção da proposta envolvem a excelência e a qualidade acadêmica da IES e o
mérito, a pertinência e a exequibilidade do plano de trabalho proposto.
(7º) Após a divulgação das IES selecionadas, os professores que coordenarão as
equipes de rondonistas visitam os municípios e ajustam com as lideranças municipais e as
prefeituras as ações que serão realizadas pela universidade durante a operação, de forma a
atender às reais necessidades de cada município. Neste momento também é definido o apoio
84
logístico (alojamento, alimentação e transporte no interior do município) que será prestado
aos rondonistas.
(8º) Geralmente, equipe é composta por dois professores e oito alunos. Cada equipe
deve ser multidisciplinar (com alunos de vários cursos dentre o eixo escolhido), de forma a
possibilitar a realização das diversas ações previstas. Em cada local os dois eixos são
compostos por equipes de Universidades participantes diferentes.
A preparação das equipes é de responsabilidade das IES e deverá respeitar os ajustes
feitos com as prefeituras durante a viagem precursora. A qualidade dos trabalhos é reflexo da
atenção dada pela IES à preparação da equipe.
(9º) Durante a preparação, é realizado o cadastro de todos os rondonistas – professores
e alunos – pelo representante da instituição de ensino superior junto ao Projeto Rondon. Os
voluntários cadastrados pela instituição terão passado por um processo seletivo desenvolvido
individualmente por cada Universidade para escolher os participantes.
(10º) Terá a duração de 15 dias, sendo os dois primeiros destinados à concentração,
ambientação, abertura e deslocamento dos rondonistas aos municípios e o último para o
encerramento e retorno às cidades de origem.
(11º) A IES terá que enviar o relatório dos trabalhos desenvolvidos no município
posteriormente. O prazo para o envio será definido no convite de cada operação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, utilizando o Projeto Rondon como análise, desenvolvemos a agilidade
com relação à tomada de decisões e com a divulgação externa mais adequada a cada tipo de
situação e público envolvido. Com base no grupo focal e percepção com análise no cenário,
pudemos entender a variedade de públicos envolvidos juntamente a uma organização e/ou
projeto.
Percebemos que devemos analisar o que cada público, identificados no mapeamento
de públicos, espera em relação ao outro, ou seja, qual é o vínculo que têm e que esperam ter
com a organização em questão. Com esta análise, devemos nos voltar para o objetivo final,
que dentre outros compreende a aproximação desses públicos da organização, resultando em
uma relação de parceria e cumplicidade, até mesmo com o cidadão comum, e atingindo em
longo prazo outros objetivos como, por exemplo, melhor visibilidade da empresa pela
85
comunidade como um todo, pois como futuros relações públicas entendemos que tudo resulta
na imagem da organização. Assim, está análise e criação das variadas ações de divulgação nos
possibilitaram uma compreensão melhor do funcionamento deste processo, tal como a
importância do mapeamento de público interno e externo e a necessidade da elaboração de
uma ação de acordo com cada um destes públicos específicos para alcançar esse objetivo final
que refletirá na imagem da organização.
Outro ponto que observamos é a importância de uma visão mais voltada para um
gestor de comunicação que se utiliza do planejamento estratégico e de seus conhecimentos
técnicos para criar e melhorar o seu desenvolvimento com os diversos públicos envolvidos em
suas ações. Portanto em todas as etapas envolvidas procuramos agir desta mesma forma para
sugerir ideias e criar as ações do evento ExpoMetô.
Notamos também que, uma organização, ao participar de projetos sociais e ações de
responsabilidade social e sustentabilidade, além de se envolver com entidades do Terceiro
Setor, é muito valorizada hoje em dia, pois faz parte da construção da reputação de uma
empresa. A credibilidade está ligada a participação de uma empresa perante a sociedade e
como ela retribui a natureza e aos seus contribuintes e por isso, a sociedade cobra respostas e
quer ver a forma como este retorno é trabalhado e essa participação é mais importante ainda
para a imagem desta empresa.
Uma dificuldade encontrada foi a de montar o grupo focal para saber o impactado
causado pela Universidade Metodista e o Projeto Rondon, pois a comunidade ou conhece
muito pouco ou não conhece os projetos de extensão da Universidade e nem o Rondon. Outra
dificuldade foi elaborar o plano de ações contendo instrumentos de divulgação com baixo
custo, que chamassem a atenção dos visitantes no estande institucional da ExpoMetô e que
permitissem a identificação deste projeto como um todo e sua participação na Universidade
Metodista.
O evento ExpoMetô é um grande evento e é muito aguardado pela comunidade, sendo
considerado pelo grupo o local ideal para divulgar os projetos de extensão da Universidade
por meio de um estande institucional, possibilitando assim uma maior visibilidade do Projeto
Rondon pela sociedade, que desconhece o funcionamento do mesmo e sua ligação com as
diretrizes organizacionais da Universidade.
Concluímos então que o profissional de relações públicas deve ter a percepção e visão
do cenário, pois isso é importante para que o mesmo assuma a posição de gestor e porta voz
de uma empresa, assim como outros papéis pertinentes à conquista do objetivo final. Desta
forma, ele aliará suas experiências aos conhecimentos técnicos adquiridos e juntamente a
86
análise de públicos e pesquisas exploratórias para identificar os possíveis problemas a serem
enfrentados e poderá propor uma ação de RP que consiga dar informações ao mesmo tempo
que atinja ou se aproxime do que esse ou mais públicos esperam da organização, o que poderá
resultar numa melhoria da imagem da empresa e possíveis parceiros, resultando na conquista
de objetivos específicos ou de um objetivo final.
Foi se baseando nessa perspectiva que a proposta de RP foi elaborada, resultando na
participação no evento ExpoMetô com ações específicas e mais adequadas possíveis aos
públicos a serem atingidos. Assim, o trabalho nos proporcionou uma visão mais clara e
objetiva das melhores atitudes a serem tomadas na elaboração de um projeto que envolva o
relacionamento com as comunidades, focado na obtenção de resultados e com o
desenvolvimento do papel de um gestor na área, o que pode qualificar melhor o profissional,
sendo que esse posicionamento é algo muito cobrado no mercado de trabalho, o que nos
preparou mais para situações futuras que possamos enfrentar trabalhando na área..
87
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<http://www.metodista.br/poseducacao/noticias/2012./doutorado-em-educacao-da-
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RUSCHEL e associados. Disponível em: <http://www.ruscheleassociados.com.br>.
Disponível em: 21 out. 2012.
SUPREMO decide que é inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do
jornalismo. Supremo Tribunal Federal. jun. 2009. Seção Imprensa. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=109717>. Acesso em:
06 nov. 2012.
TERRA, Carolina F., A reputação é necessária para vender mais?
Ou vende mais pela reputação?. Portal RP Bahia. [s.d.]. Disponível em: < http://www.rp-
bahia.com.br/rpemrevista/edicao18/opiniao.htm>. Acesso em: 20 out. 2012.
TUDO sobre TV. Disponível em: <www.tudosobretv.com.br/histortv>. Acesso em: 10 nov.
2012.
91
ANEXOS
ANEXO Nº 01
ANEXO Nº 02
92
ANEXO Nº 03
Pesquisa exploratória em grupo focal - Dados dos entrevistados
Nome: Larissa Leal Gusso.
Idade: 24 anos.
Classe econômica: Classe média baixa.
Escolaridade: Ensino Superior incompleto (interrompido).
Nome: Thiago Fernando Costa.
93
Idade: 24 anos.
Classe econômica: Classe média baixa.
Escolaridade: Ensino Médio-Técnico completo.
Nome: Elton Tsunoda.
Idade: 21 anos.
Classe econômica: Classe média baixa.
Escolaridade: Ensino Superior incompleto (cursando).
Nome: Desiree Stefanie dos Santos.
Idade: 22 anos.
Classe econômica: Classe média baixa.
Escolaridade: Ensino Superior completo.
Nome: Caroline Silva Rosa.
Idade: 25 anos.
Classe econômica: Classe média baixa.
Escolaridade: Superior incompleto.
Nome: Eder Roveda.
Idade: 25 anos.
Classe econômica: Classe média alta.
Escolaridade: Ensino Superior Incompleto (cursando).
94
Nome: André Akio Hamada.
Idade: 25 anos.
Classe econômica: Classe média alta.
Escolaridade: Ensino Superior Completo.
Nome: Gerson Costa.
Idade: 23 anos.
Classe econômica: Classe Média alta.
Escolaridade: Ensino Superior Incompleto (cursando).
ANEXO Nº 04
Transcrição da entrevista em profundidade (grupo focal) – Projeto Rondon
Mediador: Boa noite! (risos e pausa)
Bom, é... Todo mundo sabe mais ou menos do Projeto Rondon. E eu vou dar uma introdução
mais ou menos pra, só pra, deixar as ideias assim, já prontas.
Bom, o Projeto Rondon é uma iniciativa do “Gove” (interrompe), Governo Federal. E teve
início de suas atividades com caráter a, “assisten” (interrompe), assistencialista (com ênfase)
em 1967. Após uma pausa de 1990 até 2004, retornou suas atividades com caráter
transformador em 2005, sob (suspira), coordenação (suspira), do Ministério da Defesa.
É... Objetivo! (pausa)
95
Orientar comunidades carentes e isoladas localizadas, na maioria, n interior da região Norte e
Nordeste do Brasil a utilizarem recursos e já possuem. (pausa)
Nossa! ...que já possuem para melhoria na qualidade de vida, de..., de forma que valorize a
sua cultura.
Enquanto essas pessoas são ajudadas os universitários voluntários aprendem na prática de sua
profissão, sob orientação de seus professores, praticando o exercício de cidadania.
Universidades de todo, de todo país podem “particip” (interrompe), participar sob a aprovação
do Ministério da Defesa. Uma grande lição de vida.
Certo? (fala em tom baixo)
Vocês! Como vocês conheceram o Projeto Rondon?
André: Um amigo meu que foi. Aí eu fiquei conhecendo. (pausa)
Só (fala em tom baixo).
Thiago: Conheci através de uma amiga da faculdade, ela estuda na Universidade, então eu
fiquei conhecendo através dela.
Elton: Você! Era... (pausa e riso dos demais participantes)
Conheci através da internet mesmo. É... Participei de um outro projeto chamado Oasis, que é
feito no litoral, e acabei conhecendo o Projeto Rondon.
Gerson: Através da divulgação e também no portal.
Larissa: Através de amigos... Pela Universidade.
Eder: É... A minha faculdade tem, tem uns projetos de divulgação do Projeto Rondon.
Desiree: E eu também conheci na faculdade, no curso... E foi um professor meu que
participou.
Caroline: E eu conheci através de “um” prima. Que ela levantou a hipótese de participar e aí
ela acabou, é..., dizendo sobre o assunto com a gente em casa mesmo.
Mediador: Hum... É... Se fossem professores ou universitários participariam do projeto?
Como ele é, é realizado hoje? Por que?
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André: Eu participaria com toda certeza.
Mediador: Participaria?
André: Eu fui em outro projeto já pela Metodista.
Mediador: Uhum...
André: E... É quase a mesma coisa, assim, só que não é um projeto tão grande assim. Foi um
projeto realizado pela, pela faculdade, tem parceria com outro... (pausa, gesticula, risos) Tem
parceria com outro, com outra orientação, é... Acho que é mais, mais ou menos os mesmos
fins. E eu fui lá pra, pra ver como é que era e acabei gostando. E... E o Projeto Rondon eu
com certeza participaria, porque gostei muito de participar deste projeto que eu fui.
Mediador: “Tá” bom (em tom baixo).
Caroline: Eu participaria também porque eu acho que é uma forma, uma oportunidade de
aprendizado. Você pegar o novo, enfrentar e, e, e isso trazer uma oportunidade de você
aprender. (pausa)
Na prática.
Mediador consente com a cabeça.
Desiree: Eu também participaria, “né”? Também por essa curiosidade do conhecimento de
saber, então, qual é a finalidade, o que que daria dos meios, das ações que “ía” ser “feito” lá,
qual é a finalidade da participação...
Eder: Eu gostaria de participar, mas não participaria porque eu trabalho e, infelizmente,
acredito que não daria tempo pra poder participar. Mas eu gostaria.
Thiago: Bom, no caso eu acho que é uma iniciativa interessante da, das universidades, “né”?
De divulgação e tudo mais do projeto. Mas eu, assim, acho interessante, mas também não
participaria devido a atividades. Ah, gente, rotina! E é difícil sair dela. Mas a iniciativa em si
é bem interessante. Eu participaria em outras ocasiões.
Larissa: Se eu tivesse tempo eu participaria. Mas como exige um certo tempo, acho que
semanas pra, para o local, não teria como.
Gerson: Eu também participaria, só que o tempo que demanda, eu não teria a possibilidade.
97
Elton: Eu participaria independente do tempo. Pelo fato de, do reconhecimento de poder
ajudar algumas outras pessoas. Já “mim”, me daria o suficiente pra poder participar do
projeto.
Mediador: Se vocês estivessem sendo impactados pelo projeto, ou seja, fizessem parte das
comunidades beneficiadas, o que esperariam do mesmo? Por que?
André: Nossa! (risos)
“Deixa eu” pensar aqui.
Mediador: Alguém quer ajudar?
Desiree: Ai eu, eu. Assim, como beneficiária, “né”? Você quer dizer?
Mediador: Isso.
Desiree: Bom, eu esperaria, assim, algo objetivo, “né”? Que chegassem lá, avaliassem, “né”?
Avaliassem realmente a realidade da, da nossa necessidade, e esperaria, assim, algo objetivo e
claro. “Olha, é em tantos dias”. Porque quando você pensa assim em alguém que “tá”
precisando, você chega lá e daqui um mês, daqui dois meses... Eu esperaria algo rápido (com
ênfase), assim, objetivo mesmo (com ênfase), e não ficar esperando, assim...
André: É... Eu acho que é mais ou menos isso. Tipo, eu acho que é ver se a coisa é a
funcionar direito, pra conhecer a mecânica do projeto. Mas acho que além disso também, o
interesse pessoal dos integrantes do próprio projeto. Se eles estão envolvidos mesmo, se eles
estão engajados. Porque acho que pra perceber, tipo, porque eu falo por mim, porque eu fui
pra lá, fiz o projeto e, é..., é muito íntimo (com ênfase) quando você não quer fazer, quando
você tá de “saco cheio”. (segura risos) Então, se “tá” faltando, eu gostaria de ver isso. Se “tá”
faltando, se dá pra fazer mais, que faça com boa vontade.
Caroline: Eu... Eu acho, eu esperaria uma boa estrutura. Porque não adianta você ir com a
boa vontade, chegar lá, “dá de cara”, “eu estou aqui com a minha boa vontade”. Eu queria
estrutura, organização das pessoas envolvidas no projeto pra gente poder ir lá e conseguir
fazer um bom trabalho. Que a gente saiu da faculdade ou de casa ou... Não seja só uma
iniciativa. Pra gente poder ter um objetivo e voltar com a missão cumprida. Então eu esperaria
estrutura.
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Eder: Pela região do Brasil que é, é..., eu não sei se as pessoas esperam alguma coisa, “né”?
Não sei também como funciona a comunicação do projeto lá na região, mas, é..., se é uma
região “co” (interrompe), interior do Nordeste, do Norte, é..., acho que eu esperaria, acho que
a pessoa espera uma comunicação efetiva que, que ele entenda e saiba do que ele vai
participar e porque ele vai participar. Porque senão, pra pessoa ir ou não, não vai fazer a
menor diferença. Então acho que a comunicação lá pra eles efetiva seria a, seria o mais, seria
o, o mais esperado, “né”?
Thiago: Bom, é difícil de imaginar a pers (interrompe), perspectiva de quem “tá” lá, porque,
é..., ainda mais pelo grau de instrução e tudo mais. Eu acho que fica mais complicado da
pessoa, tipo, “nossa”, vê um monte de gente chegando, o Exército e tudo mais. E, mas eu
acho que eles têm aquela consciência de que é um benefício pra eles, “né”? Então eu como
beneficiário, eu acho, esperaria, claro, empenho e melhora de vida no geral, “né”? Porque esse
é o objetivo do Projeto Rondon. Manter a cultura local, mas de uma certa forma melhorar as
condições. É... Não mudar a cultura, mas, no caso, melhorar, “né”? Fazer com que eles usem
o que for melhor com os benefícios que eles têm na própria terra mesmo. Não mexer muito na
cultura deles. Seria mais ou menos isso.
Larissa: Tem de muito. Se na comunidade eles “tão” atendendo algo que “tá” necessitando
muito, como..., a comunidade vai criar vontade de participar mesmo e as pessoas que “tão” no
projeto vão com um... (pausa e tosse)
Vão acabar, acabar participando melhor e... (pausa, gesticula, risos)
Acaba realizando melhor o projeto.
Gerson: Então, eu acho que eu esperaria algo duradouro. Não que a, a ação durasse só o
tempo que o projeto “tá” lá e acabasse quando, quando todos fossem embora, “né”? Que
ficasse dentro da comunidade.
Elton: Bem... Ãhnn... Muito difícil responder essa, mas... Sendo, ãhnn, uma, uma
comunidade carente que o projeto “tá” implantando, só da parte de você “vê” a esperança de
que alguém “tá” pensando em você na hora, acho que já, eu esperaria deles. Deles “tá”
pensando lá e pra ajudar com mais conhecimento a, a sociedade, “né”? De informação.
Caroline: Posso colocar uma observação? Eu acho que eu falei mais como quem beneficia,
não como beneficiário, “né”? Que foi, que eu acho que eu não entendi um pouco a pergunta.
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Mas como beneficiário também entra a parte de estrutura. É que senão vira aquela coisa, é...,
“eu quero me beneficiar, mas não sei como chegar no projeto, como eu vou receber, o que eu
posso esperar”. Acho que a comunicação então. A comunicação do projeto comigo, eu sendo
beneficiária.
Mediador: Alguém mais quer?
André: Não (balança a cabeça negativamente).
Mediador: É... Em suas opiniões, qual é o papel e a responsabilidade que as universidades
devem ter sobre os professores universitários voluntários? Vocês acreditam que a
Universidade Metodista de São Paulo cumpre com isso?
André gesticula em sinal de dúvida.
Caroline: (rindo) Difícil essa. Olha...
André: Não é difícil porque eu não acredito na faculdade. É porque...
Eder: É que eu nunca vi a faculdade fazendo, “né”?
André: Na verdade não”to” mentindo. A faculdade, eu acho que ela tem um, um núcleo que
chama, acho que é o nome, que chama Núcleo de Projeto de Extensão da faculdade. E eu
conheço um professor que ele é responsável por fazer todos esses eventos, assim, esses
trabalhos. E inclusive esse professor que eu conheço participa do Projeto Rondon. Então eu
acho que isso a faculdade Metodista “tá” legal.
Caroline: Eu também acredito que a faculdade, ela, ela deve fazer, é..., a parte dela. E eu
creio que, que isso não é só chegar, montar uma turma e mandar pra lá. Tem toda uma
fiscalização. No caso, até o Ministério da Defesa deve ficar em cima e deve ter profissional
aqui preparado pra, pra encarar esse órgão lá na frente. Eu acredito que...
Desiree: Eu também acredito que assim, a, a Metodista ela já tem um nome, assim, a zelar. E
tem essa questão da responsabilidade social. Acredito que a Metodista esteja nos conformes,
mas eu acho que também assim, tem que estar preparado. É o que ela falou (aponta para
Caroline). Não dá pra você sair pegando qualquer um. “Ai, olha, vem que eu estou precisando
pra ir pra um projeto”. Não! Eu acho que tem que avaliar, tem que preparar, porque só chegar
lá porque “eu tenho que fazer na boa vontade” (tom de ironia), eu acho que isso não é nada.
Eu acho que você tem que preparar e dar segurança pra esse aluno, afinal de contas ele vai
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“prum” outro estado, e como eu já fiquei sabendo algumas vezes, você não vai dormir, você,
você dorme em alojamento... Não é assim que você vai chegar lá e vai ficar num hotel. Eu
acho que tem que preparar mesmo, então.
Eder: Eu não sei quanto a Metodista. Eu não, eu não faço a menor ideia, “né”? Acho que eles
sejam competentes quanto a isso. Mas de uma maneira geral, as pessoas, a responsabilidade é
totalmente da faculdade quanto a, ao processo seletivo, tanto dos professores, quanto dos
alunos, pra participação do projeto. Pra como, como já foi dito (olha para o lado), pra questão
da, é..., da vontade mesmo de fazer o projeto. Não simplesmente ir lá por querer ir. Mostrar
para nesse processo “tá” falando exatamente em que vai ser passado lá. “Ah, vai ter situações
adversas”, enfim, tudo que pode acontecer que é, a pessoa tem a consciência do que vai
acontecer lá e que queira ir de boa vontade mesmo, com boa fé. Acho que, acredito que essa é
totalmente a responsabilidade da, das universidades, das faculdades...
Thiago: Eu acho que, que deve existir parâmetros aí, “né”? Porque eu acho que essa
universidade, ela tem a responsabilidade de zelar pelo aluno da faculdade, “né”?
Primeiramente, que seja capacitado. São boas pessoas como a nossa amiga falou (aponta para
o lado), alojamento, às vezes escola, enfim. E a faculdade tem que preparar o aluno desde o
início do projeto. Aqui (aponta para carteira), dentro da Universidade, ela tem que passar de
uma forma eficiente “pro” aluno. O que ele vai encontrar lá, o que ele vai fazer lá, sabe? É um
projeto que tem uma seriedade, “né”? Então mexe com o Ministério da Defesa e tudo mais. E
tem que conscientizar o aluno de que, poxa, tá chegando lá e é uma coisa muito séria. Então
eu acho que... Eu não conheço a respeito da Universidade Metodista, se deve agir de acordo,
“né”? Mas eu não conheço. Mas acredito que pelo nome, pela qualidade de ensino e tudo
mais, que a gente tem conhecimento, eu acho que deve seguir sim com os padrões e deve “dá”
tudo certo. Acredito que sim.
Larissa: Acho que pelo nome ela não vai mandar um aluno que não “tá” preparado
psicologicamente “prum” local, sabe? Que é bem complicado. Que isso não deixa de ser
fundamental. Então ela no processo seletivo, ela já vê, é..., deve ver um psicólogo, vê se a
pessoa já tem um, tem uma estrutura de chegar lá e acabar encarando a realidade da
comunidade que vai. Então ela, ela deve cumprir sim.
Gerson: Como todo mundo comentou, a tradição da faculdade. Ela tem que ter uma estrutura
já preparada pra isso. E eu acho que não só a Metodista, mas como qualquer universidade que
participa do projeto. Ela tem que orientar o aluno desde o início, antes de ir pra viagem. Ver se
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é “possi” (interrompe), se ele, aluno, “tá” realmente preparado pra ver o que que ele, o que ele
vai fazer lá, o que ele vai esperar lá.
Elton: Bem, ãhn... Eu não tenho conhecimento (gesticula com as mãos em sinal de razoável)
da Metodista em relação ao projeto. Não tinha ideia que a Metodista participava também. Mas
creio que ela esteja dando o máximo que pode, até pra vocês que “tão” fazendo agora,
formando, não sei de que é. E ela “tá” participando junto. “Tá” liberando sala, informação,
professor... Eu acho que ela “tá” bem preparada pro, “pro” projeto.
Mediador: Bom, vou falar agora referente aos valores, “né”? Dentro do Projeto Rondon.
Bom, seria a, a orientação e apoio, para que assim consigam desenvolver uma melhoria no
processo de desenvolvimento da região selecionada com, com recursos que já dispõem e
assim, promovem a queda de índices de doença, mortalidade, precariedade em relação não
apenas de saúde, mas também outros segmentos como renda, meio ambiente, entre outros.
Tanto o Projeto Rondon, quanto a Universidade Metodista, têm os valores em
responsabilidade social, ambos trabalhando em paralelo para atingir os mesmos, os mesmos
objetivos. A principal virtude é colocar o próximo em primeiro lugar, priorizando aqueles que
mais necessitam. É... Trazendo essa dignidade para dentro da sala de aula, como no caso da
Universidade Metodista. O Projeto Rondon consequentemente terá um bom resultado e um
ótimo desempenho nesses programas na formação de universitários.
Baseado nos valores, no Projeto Rondon e da Universidade Metodista, os mesmos condizem
com opiniões de que ambos deveriam ter para um trabalho... (pausa)
Desculpa, gente (expressão de dúvida). Deixa eu, ãhn... (gesticula e pausa)
Se baseando nos valores do Projeto Rondon e da Universidade Metodista, os mesmos
condizem com, com as suas opiniões sobre seus valores, que ambos deveriam ter para um
trabalho dessa proporção? Por quê?
Caroline: Essa. Olha...
Desiree: Você fala... Quando você fala de valores, quer dizer valores? (expressão de dúvida)
Mediador: Então, é esse trechinho que eu li.
102
André: Os valores do Projeto são os mesmos que eles dão impondo? Impondo não. Que eles
“tão” no momento da faculdade? Mais ou menos isso?
Mediador: Isso! É... Foi um trechinho que eu falei agora no comecinho, “né”? Ah... Vocês
querem que eu leia de novo? É... Uma parte, assim?
Todos consentem com a cabeça.
Mediador: É... A “orien” (interrompe), orientação e apoio que assim consigam desenvolver
uma melhoria no processo de, de desenvolvimento na região selecionada com recursos que já
“des” (interrompe), dispõem e assim promovem a queda de índice de doenças, mortalidade e
precariedade em relação não apenas a saúde, mas também em outros segmentos como renda,
meio ambiente, entre, entre outros.
A Metodista então ela tem, ela tem os valores dela se... Essa responsabilidade social junto
com o Projeto Rondon e eles têm, têm que atingir os mesmos objetivos, então a principal
virtude é colocar o próximo em primeiro lugar, priorizando aqueles que mais necessitam.
Seria a, como os valores que vêm a, dos dois. Dos dois juntos.
É... Bom, repetindo a pergunta seria, é...
Se baseando nos valores do Projeto Rondon e da Universidade Metodista, os mesmos
condizem com as, as suas opiniões sobre os valores que ambas deveriam ter para um trabalho
dessa proporção?
Caroline: Não sei. Eu acho que... Eu creio (aponta para si mesma), eu, assim, agora eu
entendi. Eles pegam uma determinada região e aí eles estudam lá que todos, o que eles
precisam, o que é precário naquela área. Mas o que... É... Geralmente, o projeto eles têm, eles,
eles, eles encaram lá muito mais do que eles imaginam. Eles vão preparados pra, pra poder,
pra poder se deparar a uma situação e muitas vezes, como eu já ouvi falar também, eles
chegam lá e eles se deparam com coisa muito, muito mais séria. Então as vezes nem sempre
os valores, eu creio que o valor do projeto que (fala em tom baixo) envolve os valores da
faculdade são suficientes pra, então, pra o tipo de problemas que tem lá. Seria mais ou menos
isso? E eu acredito que totalmente ele não supre.
Elton: Então eu acho que com... O inicial é o...
Caroline: Já é...
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Elton: ...é o necessário.
Caroline: Isso! Pra começar, pra poder colocar...
Elton: Ela tem vantagem em colocar o outro em primeiro lugar. Eu acho que ela...
André: É impossível prever uma coisa. Sim, mas (fala em tom baixo), eu entendi o que você
falou (olha e aponta para Caroline).
Caroline: É...
André: Com certeza vai chegar, vai falar “pode faltar material”, pode ser que dê algum
problema, sei lá. Tem vários fatores. Mas eu acho que tendo os valores, sei lá, de se importar
com o próximo e tudo o mais, eu acho que tendo isso na cabeça já “tá” ótimo. Eu acho bom.
Elton: É tipo, um “baguio” pré-definido, “né”?
Thiago: Eu acho que...
André: É... (falando ao mesmo tempo que Thiago)
Thiago: Eu acho que tem que ser um motivo bom, tanto da faculdade, quanto do Projeto
Rondon. E ambos devem se preocupar e ter a obrigação. A universidade por ser uma
instituição de ensino, de pregar, sabe? De, de conscientizar os alunos e os demais, sociedade,
comunidade, de que o projeto beneficia pessoas que às vezes não têm uma estrutura que nós
temos aqui e, regiões urbanas. Lá, poxa, tem, lá tem lugares tipo inóspitos, que não têm quase
nada. Então, se não tiverem uma mesma ideia, mesmos objetivos pra alcançarem juntos a
mesma meta, fica difícil. Eu acho que, eu acho que, pela Universidade que é, eu acho que tem
essa, tem isso em mente e devem trabalhar em cima disso.
Gerson: Eu acho que assim, o básico eles já “tão” dizendo, “né”? As duas, os dois valores,
eles se complementam. Então, assim (fala em tom baixo), você não sabe o que vai esperar lá,
mas o pensamento que você tem que ter eles já “tão” colocando.
Desiree: É... Conforme, é..., o que já foi falado (aponta para todos) é isso mesmo. É... Os
valores. Não sei se, se ambas vão chegar lá com o mesmo pensamento e tudo mais, mas pelo
menos o básico já tem que ir em mente, entendeu? Não chegar lá, “ai, a nossa realidade é
muito pior”, sabe? “E eu vou deixar de mão”. Não!
Caroline: É...
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Desiree: Chegar lá (risos e olha para Caroline) arregaça e vamos que vamos.
Caroline: Mas o...
Desiree: Porque você tem que “tá” preparado. Chegando lá, se está pior mesmo, vamos tentar
fazer alguma coisa pra melhorar, “né”? Pelo menos uma parte. Não chegar e deixa pra lá,
“né”?
Caroline: (interrompendo Desiree) Não com todas as missões é assim. Com todas as missões
elas, elas voltem com 100%.
Desiree: Cem...
Caroline: ... do resultado. Mas assim, eles vão com os valores, só que, só que assim, tem um
esperado. Tem aquilo que chega lá. Porque eu acho, senão tem pessoas que não são instruídas
que nem a gente é aqui, então assim, a boa vontade tem. Tem que ver essa boa vontade do
outro pra receber (aponta pra si mesma) essa ajuda, entendeu?
Elton: Mas você não acha que isso daí é, assim, a preocupação do outro em receber ajuda. Às
vezes eles não sabem...
Caroline: Isso! Mas é também o que eu falei. A ignorância, “né”?
Elton: E a falta de informação que eles podem ter.
Caroline: Falta de informação.
Elton: Talvez possa esbarrar um pouco nisso, mas eu acho que tendo amor pelo o que você
“tá” fazendo, aí você consegue acho que fazer.
Caroline: Sim. Aí sim.
Elton: Fazer, chegar...
Desiree: Eu acho que chegar impondo também não dá. Tem que ser claro, sabe? Objetivo.
Não chegar lá porque “eles ‘tão’ precisando de ajuda, eles não têm que aceitar nada”. Você
explica, sabe? Se, ah, sei lá, eu não sei como é que funciona, não “tá” conseguindo conversar,
“olha, passo pra você a vez. Tenta lá conversar porque eu acho que não fui clara”, ou sei lá, às
vezes a pessoa não “tá” conseguindo manter muita paciência, oh, “vê aqui, você vai lá e
105
conversa”. Porque não é chegar, “ah, eles estão precisando, eu vou lá ajudar e eles vão ter que
aceitar”. Não.
Larissa: É, ah... É a boa vontade já de querer ajudar o próximo, agora depende do próximo
querer ser ajudado. Já, já saindo daqui com a boa vontade de querer ir lá e ajudar já é alguma
coisa.
Eder: Os valores são... Os valores que foram passados aí são os valores mínimos que tem que
ter pra você poder encaminhar o projeto e ter um desenvolvimento pra atingir os objetivos,
“né”? Então basicamente o que foi falado.
Mediador: Bom, é... Vocês alterariam algo na forma que a Metodista transmite o Projeto
Rondon por meio de seus alunos e professores?
Larissa: Sim. A comunicação podia ser bem melhor.
André: Poderia, poderia.
Larissa: Eu acho que ficou muito centrado no, no site. E os alunos mesmo, eles não, “num”
têm aquele acesso toda hora ao site, sabe? Aquela curiosidade de “ai, vou procurar o Projeto
Rondon”. Acho que poderia divulgar em redes sociais, talvez no, em salas mesmo, via mural,
que teria uma repercussão bem melhor.
Elton: Como eu sou de outra faculdade eu nem sabia que a Metodista tinha esse projeto. Eu
fui saber há pouco tempo.
Thiago: A divulgação do Projeto Rondon ela é uma divulgação interna, me parece. Porque
externamente pelo menos eu nunca tinha visto.
André: (em tom exaltado) Na verdade eu vi na “TV” outro dia.
Thiago: Você viu? Eu nunca cheguei a ver.
André: Assim, eu nunca tinha visto. Foi muito...
Thiago: Se você ver você não vai saber, tipo, o que que é, “né”?
André: É. Eu só vi no... Não fala de que faculdade que é.
Thiago: Sei...
106
André: ...que “tá” participando, mas fala do projeto em si.
Thiago: No portal Metodista, se você entra na página inicial, tem um pequeno (fala estendido
e gesticula em sinal de pequeno com as mãos) ícone do Projeto Rondon ali. A pessoa às vezes
vai passar pra ver cursos, alguma coisa ali, vai passar batido.
Larissa: Acho que nem e-mail marketing. Acho que eles nem mandam. O básico do básico
(faz sinal negativo com a cabeça e careta).
André: Eu nunca recebi pelo menos.
Caroline: Eu creio que a Metodista, ela falha. Porque assim, ela “tá” aqui pra poder formar
pessoas, então ela, ela “tá” aqui pra abrir caminhos e esse caminho no projeto ela não “tá”
abrindo. Ela tinha que abrir campanhas, mobilização pra comunidade, entendeu? Porque aí
sim ela “ía” “tá” abrindo o caminho pra esses alunos que ela “tá” formando e pra, pra o
aprendizado ser completo. Tanto de quem recebe a informação, quanto dos alunos.
André: Eu só acho que varia muito do curso. Eu, por exemplo, fiz curso na área de saúde. Pra
mim chegou a ser divulgado. É por, só que é pelo SIGA.
Desiree: Quase ninguém entra no SIGA.
André: Aí ninguém entra no SIGA (fala em tom baixo, risos e gesticula em sinal de dúvida).
Mas chega a ser divulgado. Agora que eu lembrei aqui não posso “tá” crucificando a
faculdade. A galera divulgou, mas foi no SIGA.
Eder: Eu não sei. Realmente não sei quanto à Metodista. Mas, é..., um amigo meu que foi,
ele, a divulgação da, da faculdade realmente não é, não é efetiva. Se foi é porque é uma
pessoa que se interessa e foi muito atrás pra poder participar. Então eu acho que não tem, tem,
tem que ser assim. Eu acho que é, é o projeto, é a faculdade que têm que se interessar. Então
assim, parece, acaba aparentando pelo que vocês “tão” falando da Metodista e o que eu sei,
parece que não há realmente um grande (entonação) interesse assim, um interesse verdadeiro
em “ap” (interrompe), eu querer uma participação mútua, é..., da, do projeto.
Talvez é, é só isso mesmo. Talvez interessa quem quer demais ao ponto de se sacrificar pra, de
correr atrás, de participar do projeto, “né”? Porque é, é realmente o que vocês “tão” falando.
É... Se repete.
André concorda com a cabeça.
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Eder: Não. Não é só na Metodista essa falta de comunicação. Parece que até mesmo uma
falta de interesse de divulgar o projeto, por mais que vocês estejam fazendo esse trabalho aqui
do Projeto Rondon. Pode ser que agora esteja. O panorama esteja mudando. Mas pelo menos
até agora, até o momento é, é uma comunicação, uma divulgação falha.
Desiree: Bem, eu já fui estudante da Metodista e só fiquei sabendo porque um professor meu,
acho que ele participou de um núcleo aqui da Metodista mesmo, e ele sempre foi responsável,
acho que por ações sociais. Ele participou e ele divulgou. Foi o único momento. Porque eu
acho assim, que não sei, não tenho certeza do que eu “to” falando agora. Acho assim, que a
Metodista tem o dia da Universidade Aberta, entre outras coisas. Será que nesse espaço se
divulga? Porque assim, que nem ele falou (aponta para Eder), porque ah, uma pessoa que
quer, ela tem que correr realmente atrás? Mas qual é a intenção do projeto? Atingir só essas
pessoas realmente “qué” ou você quer uma comunicação maior? Quer que isso tenha um
efeito maior? Se você pensar só em quem quer, vai ser um número de pessoas. Mas e se eu
divulgar nesses meios que a Metodista promove muito? Dia da Universidade Aberta, entre
outros? Será que não vai ter uma repercussão maior? Será que não é esse a intenção do
projeto? Não é chegar lá às vezes só com si. É muito mais. Tanto que não é só a Metodista que
participa, conforme foi falado (olha para André). Tem outras faculdades. Então eu acho assim,
, que a comunicação ela é fundamental. Eu como estudante (aponta pra si), eu só fiquei
sabendo, desde aluna eu só fiquei sabendo mesmo (entonação) porque o meu professor
chegou e ele pegou um pedaço da aula dele. Não eram nem, entendeu? Não estávamos nem
dentro do assunto e ele falou “olha, pessoal. Queria compartilhar com vocês as experiências”.
E aí ele foi contando. Foi só assim e eu não ouvi mais falar.
Gerson: Eu acho que assim, tem uma divulgação, só que ela não chega no aluno. Tem o site,
tem, são coisas... O, o método usado não chega no aluno. E, e se o principal ele quer atingir
que são os alunos pra participar, tem que ver o jeito que fica, o jeito que vai chegar neles. Tem
que esperar eles se adequarem aos métodos lá.
Eder: Olha que a faculdade de vocês fica se gabando de comunicação, que é a melhor
faculdade de comunicação.
André: Chega a ser irônico, “né”?
Caroline: É... (risos)
Todos riem juntos.
108
Larissa: É meio complicado, viu?
André: “Caraca”! É verdade.
Caroline: Se comunica quando tem que se comunicar.
Larissa: É. (faz final com a cabeça de dúvida, razoável)
Caroline: Não. Quando tem que se comunicar deveria ser no projeto também, “né”? É. Mas
o... Eles têm o marketing bom. Acho que a comunicação não.
Mediador: Às vezes, justamente essa falta de comunicação que faz, que fazem as inscrições
serem prorrogadas. Caso das últimas inscrições. Se tivessem pessoal suficiente seria
necessário isso? (pausa)
É... Se vocês tivessem a liberdade de opinar para somar ao Projeto “Ron” (interrompe), ao
projeto, porém, dentro do Ministério da Defesa, que é o coordenador do Projeto Rondon,
quais seriam essas mudanças? O que considerariam para levar em conta “esse” detalhes?
Caroline: Explica.
Mediador: Se vocês tivessem com, ter uma opinião, vocês querem que mude alguma coisa no
Projeto Rondon? O que que seria?
Elton: É difícil falar isso. É que ninguém participou ainda.
Larissa: Uhum.
Elton: Do projeto em si.
Mediador: É...
Thiago: Só tem como saber você participando pelo menos. Aí você lá...
Larissa: É. Experiências.
Thiago: ...vai ver realmente. Ver o que pede, o que precisa...
André: Não tem nenhuma experiência.
Larissa: Não tem experiência. É complicado.
Elton: Tem só em mente assim como é que funciona.
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Caroline: Se fosse pra, pra...
André: Talvez da divulgação então.
Caroline: Isso, isso!
Larissa: É... É...
Caroline: O Ministério da Defesa poderia exigir um mínimo de inscrições, por exemplo,
assim, o mínimo de inscrições, é..., ou uma mobilização. Eles, eles começaram... Eles
tivessem uma forma de focar em, de focar em cada universidade. Como a gente tem várias
áreas, eu até que trabalho com “RH”, tem a semana de, a semana de...
Eles poderiam ter uma semana em cada faculdade, pelo menos uns dois dias, pra poder, pra
poder ter, é..., trabalhar com essa motivação e não esperar só da faculdade, que às vezes falha,
muitas vezes não faz a parte dela na comunicação. Mas assim, ela, ela colocar isso dentro da
faculdade. Que nem tem pra emprego (gesticula como que contando), tem pra várias coisas na
faculdade. Porque eles, eles... O contato direto.
Mediador: Cobrando, “né”? Da faculdade? (fala em tom baixo)
Caroline: Não na faculdade. Nem tanto da faculdade, cobrando a faculdade, mas assim, esse
contato, esse contato direto em projetos, direto com o aluno. Porque assim, aí eles...
André: Direto com a grande população?
Caroline: Isso! (consente com a cabeça) Porque aí eles teriam um, as inscrições necessárias,
porque aí eles teriam pessoas mais dedicadas, pessoas interessadas. É, é... Não aquelas que
querem, mas aquelas que se mobilizaram e...
André: “Ía” ser difícil, mas “ía” ser bom.
Caroline: Mas “ía”, porque assim, as pessoas não conhecem e às vezes é chato falar em
projetos. As pessoas acham chato. “Ai, muito chato”. Daí então assim, dentro da faculdade,
entendeu? Chamaria mais atenção. Eu acho que eles deveriam ter um contato direto também.
Não ter um intermediário só. A faculdade como intermediária.
Eder: O interesse é, o projeto é do Governo, não da, das faculdades.
Caroline: É...
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Desiree: A faculdade “tá” fazendo uma parceria.
Eder: A faculdade “tá” fazendo um favor (entonação). “Tá”, “tá” falando assim, “quem quer
participar, participa”, “né”? É, mas de interesse é realmente, é o projeto do Governo, então
acho que, já que ninguém foi não tem o que, o que, o que acrescentar o projeto, “né”? Então
acho que fica isso, então.
Mediador: É... Vocês acham que o Projeto Rondon influencia na formação ética e “cida”
(interrompe), cidadã dos participantes?
Larissa: Sim (consente com a cabeça).
André: Ah... Com certeza.
Caroline: Sim. Muito!
Mediador: Por quê?
Elton: Pela dificuldade de estar num lugar. Você sai do seu ambiente, você “tá” indo lá, você
tem que começar a se adaptar, você vê uma vida diferente, você vê as cidades ali... Tipo, você
tem...
Eder tosse.
Elton: ...todos os dias em casa, seu prato de comida lá. Talvez seja mais restrito. Muito menos
coisa. Você acaba dando mais valor ao que você tem.
Thiago: Eu acho que a pessoa chega lá e conhecer o projeto lá e participar e não acrescentar
em nada (balança negativamente a cabeça) na vida pessoal dela, eu acho que é uma pessoa
muito insensível.
Larissa: É...
Caroline: É... (consente com a cabeça)
André: É... (consente com a cabeça)
Thiago: Pelo que eu conheço do projeto e algo tipo, eu acho muito legal assim a iniciativa.
Se a pessoa não conseguir acrescentar nada a isso, o mais simples que seja, eu acredito que
realmente essa pessoa precisa procurar...
111
André: (interrompe Thiago) Nem “ía” “pro” projeto.
Thiago: ...ajuda ou alguma coisa do tipo, porque realmente é uma coisa que mexe, “né”? Pô,
é um ser humano. Eu acho que é uma coisa que, que, que agrega muito pra sua vida pessoal,
pra participar.
Caroline: Agrega. (consente com a cabeça)
Ah é. Eu também tenho essa visão. Que ela agrega, isso agrega! Agrega muito à vida da
pessoa. Tanto que as pessoas que elas têm um currículo, os universitários que eles têm um
“trab” (interrompe), que eles têm trabalhos com o Projeto Rondon, até mesmo contato direto
com, com o projeto em outro estado, ele, isso agrega muito no currículo. Isso agrega muito.
É... Os valores, entendeu?
As pessoas começam a enxergar essa pessoa de forma diferente. Então eu creio que tanto
pessoal, quanto esse, essa parte profissional, isso, isso influencia, isso agrega muito. Acho que
o projeto é que nem ele falou (aponta para Thiago). Uma pessoa que vai pra lá ou tem um
contato, isso não mudou nem um pouquinho (gesticula em sinal de diminutivo) da vida dela,
“né”? A pessoa foi porque ela (balança a cabeça negativamente) não tinha o que fazer.
André: Status.
Caroline: É. Ela foi por...
Thiago: Mas eu acho que esse projeto... Desculpa te interromper (aponta para Caroline). Eu
acho que esse projeto, esse projeto assim, quem realmente participa, se debanda daqui pra lá
(entonação e gesticula) pra participar?
Caroline: Isso!
Thiago: Aí “tá” um ponto positivo, porque a dificuldade é tanta (entonação), tem que se
esforçar tanto pra participar, eu acho que quem realmente participa é quem realmente...
Caroline: (interrompe Thiago) Quem quer (consente com a cabeça).
Thiago: ...quer. Quem, sabe? “Tá” interessado mesmo. Eu acho que aquele que é “ah, eu fui
lá porque eu sei lá, eu sou o cara (gesticula). Eu quero viajar, conhecer outros estados... É
porque é isso e acabou”. Acho melhor. Chega na hora o cara vai tirar o corpo fora. Ele não vai
ter coragem de largar as coisas aqui pra ir. Eu acho que quem vai, eu dou parabéns pra quem
112
tem coragem de largar e ir mesmo. É o cara que quer mesmo conhecer o projeto de alguma
forma, entendeu?
Caroline: E agrega.
Desiree: Eu acredito que agrega. Contribui muito! Porque é uma forma da pessoa ver
realmente o que o Governo como a mobilidade. Porque aqui o saneamento básico pode não
ser às “mil maravilhas”, mas lá pode ser dez vezes pior (olha para todos e consente com a
cabeça). E aí? É uma forma da pessoa olhar tudo isso. E o sistema de saúde? E você imagina
o que é uma pessoa que não sabe o que é higiene, o que é ter higiene. Isso serve pra que? Aqui
(aponta para si mesma) você não entra em determinados lugares sem o RG e CPF. E uma
pessoa que não tem cadastro? Então não existe. E você olhar, imagina. Você falou, a pessoa
vai pra outro lugar e ela morre indigente. E aí? Você já se viu nessa situação? Entendeu? Ah,
sei lá. Eu acredito que contribui muito.
André: Eu sou muito suspeito pra falar porque o outro projeto que eu fui, ele é bem
semelhante. Não é o Projeto Rondon. Mas eu queria fugir disso pra ficar focado no Projeto
Rondon, pra agora essa, essa entrevista. Mas o que você falou (aponta para Desiree) é bem
verdade. A gente chegou lá, a gente foi pra Bahia, e a gente chegou lá, tinha gente que tirava,
é..., da mesa deles pra dar pra gente, sabe? Isso é, é muito, sei lá. É muito incomum aqui em
São Paulo. Pelo menos eu nunca vi. Muda muito a sua vida e...
Desiree: É outra cultura, “né”?
André: Não, você...
Desiree: Aqui você vai “pro” restaurante, tem toda essa... Aí você chega lá, uma pessoa que
nem te conhece vai tirar do seu prato (aponta pra si) pra dar.
Thiago: E aí a gente vê a diferença de certos valores, “né”? De cultura de lá pra cá (gesticula)
há o pessoal, como ele falou, eu ouço falar de pessoas que vão pra Bahia, pra outros estados e
eles são muito (entonação) receptivos, assim, muito receptivos. Aqui em São Paulo mal se dá
bom dia um pro outro.
Desiree: Não.
Thiago: Tem valores que, cara, é difícil de conviver, viu?
Caroline: Não dá.
113
Elton: É que aqui só pensa em dinheiro e trabalho. Lá o pessoal...
Thiago: Eu acho que a organização, assim, as pessoas entram numa rotina tão grande que elas
esquecem de certos (gesticula) valores, “né”? E eu acho que o Projeto Rondon também serve
pra isso. Pra você às vezes “pô”, dá um estalo, “né”? (estala o dedo) Passa do lado do cara ali
(aponta para Elton), “nossa, eu não conheço. Eu não vou falar bom dia pra ele. Não te
conheço.”, “né”? Às vezes as coisas tão simples que mudam, “né”? Hábitos, coisas tão
simples. E eu acho que esse projeto, além de ajudar as pessoas que “tão” lá, pode ajudar as
pessoas que “tão” do lado de cá também. Uma visão melhorada da sociedade em si.
Eder: É... O que o Governo quer é formar cidadão, o que a faculdade quer é formar
profissional. Porque daí ela tem mais inscrições, tem mais alunos e cresce, “né”? Então o que
o “alu” (interrompe), o que a pessoa que vai participar tem que tirar disso, é ela se, é se ter, se
desenvolver como ser humano, “né”? Ela vai participar do projeto e, e cair de cabeça e
desenvolver como ser humano. E falou de currículo, colocar no currículo, numa entrevista,
pra aí sim agregar ao profissional e a faculdade saber orientar o, o aluno quanto a isso. Numa
entrevista você passar também que além de um profissional você é um ser humano. Você foi
lá e aprendeu isso e aquilo (gesticula) e ajudou as pessoas. Então é, é tentar tirar o humano e o
profissional de tudo isso e tentar ser, e tentar tornar o projeto, é..., interessante para ambas as
partes.
Mediador: É... Então esse... Como vocês acham que esse papel de formação cidadã e ética
cabe apenas à instituição de ensino? Só eles que, que têm esse papel de fazer você uma pessoa
ética?
Eder: Pelo contrário.
André: Ah, vem da família.
Caroline: Eu acho que pelo contrário.
Eder: É o Governo que tem que, que tem que passar isso, “né”?
André: Vêm da família também, eu acho. Os valores vêm da família.
Gerson: Não. Vêm de todos os lugares que a gente passa.
Thiago: A universidade é uma parcela mínima. Eu acho que o Governo deveria investir mais
no, na massa (entonação), não da instituição. “Tá”, a universidade sei lá, pega trinta,
114
cinquenta (aponta em sinal de contagem), e leva pro Rondon. Ah, legal. Mas e o resto da
população? Duzentos milhões, gente! Pelo amor de Deus. Tinha que ter um projeto, talvez o
Rondon, talvez não. Podia fazer a expansão do Rondon pra população. Não sei, é...
Eder: Difícil, “né”?
Thiago: Tem muita universidade. Eu acho que podia ter uma expansão maior.
Mediador: É... Vou falar. No Projeto Rondon existem dois eixos. O eixo A e o eixo B. O eixo
A, ele é voltado para cultura, direitos humanos, e justiça, direitos humanos e justiça, educação
e saúde. O eixo B é voltado pra comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e
produção.
Então vocês acham que a divisão do projeto em eixos A e B para separar algumas áreas
específicas é um filtro que favorece o Projeto Rondon como um todo e a quem está sendo
impactado por suas ações? O que vocês (gesticula) acham (entonação) disso?
André: Do filtro?
Mediador: É. Porque é filtrado “pro” projeto “pro” eixo A e B.
Thiago: Mas esse filtro é por profissionais qualificados? (gesticula) Como funciona?
Mediador: O...
André: Acho que é feito justamente pra ajudar, pra ficar. É que você fala do eixo A e B. São
coisas distintas. Acho que é válido. É válido.
Elton: Esse eixo A e B “é” feito na mesma região? Ou pego uma região, “não, essa região a
gente vai aplicar o eixo A”?
Mediador: É na mesma região.
Elton: Esse é o eixo A, esse é o eixo B, daí?
Mediador: Então, o eixo A é mais pra galera que “tá” trabalhando, que estuda na área da
saúde. E aí o eixo A, o eixo B seria pra estudantes de comunicação pra poder ir lá. Eles são
voltados pra diferentes... (gesticula)
Eder: É interessante porque, é interessante porque pelos valores do projeto que “é” trazer, é...,
mais saúde e tudo o mais, então eu acredito que o eixo A seja uma coisa mais, mais prática.
115
Então vai lá e vai realmente influenciar ativamente no desenvolvimento daquela região. Então
é, ãhn, atender, é..., os doentes, os “enfe” (interrompe), os enfermos e fazer os atendimentos lá
de odontologia, medicina e etecetera. Então tem um, tem um, um, é..., um contato efetivo
(entonação) com a região (gesticula), “né”? Com o que “tá” acontecendo lá. E o eixo B é
trazer o desenvolvimento continuado, “né”? Então é levar conhecimento. Então quer dizer,
“pro” aluno de, de direito (entonação), ele não vai lá, é..., resolver o processo judicial de
alguém. Ele vai informar as leis, quais são os direitos da população. Que é uma coisa que vai
se desenvolver ao longo do tempo. Um médico, ele não vai lá ensinar ninguém a fazer uma
cirurgia. Ele vai lá e vai fazer alguma coisa pra, pro, pros cidadãos que moram naquela região.
Então acho que o eixo A seja um eixo mais ativo (entonação), é..., num curto espaço de
tempo. E o eixo B o, uma coisa mais continuada, assim, que vai trazer um desenvolvimento a
longo prazo “pro” projeto.
Elton: Não seria uma coisa passageira, “né”? “Fui lá, ajudei e acabou”. Depois vai ter que
voltar e fazer de novo. O eixo, o eixo B é pra...
Eder: É...
Caroline: E também...
Eder: Acaba sendo assim, “né”? Acaba sendo assim.
Caroline: Os dois eixos, assim, o A e o B, eu creio que cada um é o objetivo pra algumas
áreas, mas eu creio que assim, o aluno não “tá”. “Tá” indo o aluno, “tá” indo o professor e
também eu creio que, que ele pode dar foco, ele pode dar um foco melhor em determinadas
áreas. E assim, eu creio que seja dividido por “depar” (interrompe), que não seja só dividido
só aluno e professor e que tenha, e que tenha Ministério da Defesa, e que tenha outras áreas
que eles acabam instruindo as pessoas certas, entendeu? Não adianta colocar todo mundo, dar
a largada e falar “vai, cada um faz a sua parte”. Não. Tem que ter organização. Tem a ajuda do
Ministério da Defesa, tem o professor, tem o aluno. Então eu acredito que essa divisão seja
pra, pra ser efetivo o trabalho. Pra ser efetivo, é..., que nem ele falou. Pra ser efetivo. E um
professor pode trabalhar certos assuntos e o aluno pode agregar o que o Ministério da Defesa
“tá” passando, o Ministério da Defesa “tá” instruindo e chegar no beneficiário, é..., a melhor,
a medida certa. Não chegar pela metade. É o trabalho completo.
116
Gerson: O bom também é que ajuda a organizar o que você vai fazer, você vai trabalhar, com
quem, se você precisar de algo você tem que procurar quem. Porque você sabe que o eixo
você “tá” com um foco, então se, se você mistura os dois, poxa, “eu sou da área da saúde, só
que eu também ‘to’ fazendo a parte de comunicação”. Aí fica meio perdido. Se você separa,
você consegue colocar os focos melhor.
André: Verdade.
Thiago: Tem que lembrar que não é mutirão, “né”? Você faz uma fila, joga um saco de arroz
(aponta para o lado) aqui no primeiro e vai passando até o último.
André: É mesmo.
Larissa: A organização vira bagunça.
Thiago: Se você não dividir em eixo vira bagunça. Porque o cara que faz “PP”, ele não vai
chegar lá e “deixa eu ver o seu dente, se ‘tá’ tudo bonitinho. Vou te ensinar a escovar os
dentes direitinho”. Não faz sentido. Então eu acho que organizar...
André: Tem que dividir.
Thiago: ...é o ideal. Até “pro” projeto poder abranger mais pessoas. Poder pegar lá desde a
saúde bucal da pessoa até a instrução que ele falou (aponta para Eder), de direitos, enfim. Eu
acho, eu acho que tem que ter. É uma coisa necessária.
Gerson: Também a função, “né”? De cada um.
Thiago: Exatamente (consente com a cabeça).
Elton: Tem que ser uma coisa organizada, “né”? Não adianta a principal. Ás vezes falta
alguma, falta uma coisa lá e não tem.
Desiree: Eu acho importante os dois eixos, mas é também a questão da realidade. “Ah, é
importante os dois”, vamos lá, se organizar em equipe. Só que “ah, eu chego lá, eles não ‘tão’,
a tecnologia não é algo urgente”. Então eu acho que mesmo, se organiza. Só que quando lá
você vê que é a saúde, é algo que está em emergência, eu acho que tem que se focalizar
naquilo (gesticula). E não “ah, eu vim aqui, eu tenho que fazer isso porque afinal de contas eu
sou desse eixo”. “Tá”, eu não sei. Vai ter pessoas “responsável” pra centrar (gesticula) as
informações pra lá, “né”? Não que eu cheguei “ah, você é da tecnologia, aí vem (tom de
117
ironia), vamos. Faz a sua parte, eu vou fazer a minha”. “Tá”, você vai centralizar no que está
precisando mais. Eu acho que é isso aí.
Eder: É isso que ela (aponta para Desiree)... E isso...
Desiree: Não chegar e incluir só. É com...
Eder: ...caracteriza a, o sucesso da divisão em eixo, “né”? Porque é, dá um cara de, que nem
ele falou (olha para Thiago), de “PP” e falar de saúde bucal, por exemplo. Não faz sentido,
“né”? Então o, isso torna o sucesso da divisão do eixo, “né”?
Thiago: É claro. Apesar de todos já saberem, “né”? Todos os envolvidos têm que ter um certo
conhecimento geral do que se passa lá, claro (entonação). “Ah, eu vou chegar lá”, que nem ele
falou (aponta para Eder), “vou chegar lá (encena, gesticula), vou ensinar isso aqui (gesticula)
e acabou e vou fazer só isso”. Você tem que ter conhecimento da sua área. Claro, você “tá”
cursando, por exemplo. Mas você também tem que ter conhecimento geral do projeto, do que
se passa.
Você sabe que o seu colega, ele cursa, ele “tá” fazendo isso. Mas você não manja tanto quanto
ele e ele não manja tanto quanto você, do seu curso. Mas tem que ter também aquela, aquela
orientação geral do que se está passando. Não é só no seu eixo. A pessoa tem que saber o que
está se passando no geral.
Mediador: Vocês acreditam que um (sinaliza o numeral 1 com a mão) dos eixos é mais
necessário pra elaboração do projeto do que o outro? Da questão de atitude? (gesticula)
Caroline: Saúde.
André: Talvez saúde pela região.
Desiree: Saúde.
Thiago: Acho que necessidades básicas...
André: É...
Thiago: ...acho que a princípio é mais saúde. Eu pelo menos...
118
Caroline: Pelas condições que geram as “doen” (interrompe)... Igual a gente fala de saúde,
mas as condições adversas igual saneamento básico. Eu acredito que tudo tem a sua
importância.
André: É.
Caroline: Só que assim, é, tem as prioridades. Acredito que eles chegam lá no primeiro dia,
desembarcou, colocou lá as prioridades. Eu creio que a saúde, ela fica em primeiro lugar.
Thiago: Como dizem, saúde em primeiro lugar.
Larissa: É.
Thiago: Dependendo da região deve ter, “né”? Uma população mais necessitada de A e outras
mais de B, não sei (fala em tom baixo). Mas geralmente, pô, necessidade básica. Alimentação,
vestimentas, saúde... Eu acho que isso a princípio é o mais importante.
Gerson: É a... É que se a população tiver não adianta ter um outro. Se você...
Eder: Exatamente.
Thiago: É. Você tem um RG, mas não tem o que comer, cara. Fica difícil. É os dois. Os dois.
Caroline, Desiree e Larissa riem.
Eder: É. Eu já penso um pouco diferente. Porque a, a situação da região do projeto que, que
você vai lá e faz aquela ação naquele momento, é..., aquilo não vai mudar a situação da
região. Vai ser algo totalmente, é..., remediável, “né”? E vai voltar! (gesticula, entonação) Vai
voltar. Vai ir e vai voltar, vai ir e vai voltar. (gesticula) Porque é crônico, não tem jeito. Então
talvez o eixo B trazendo uma solução, tecnológica ou não, mas uma solução a longo prazo,
é..., possa fazer que a região acabe se desenvolvendo. O cara olha e fala, “nossa, é realmente
isso que eu vou fazer”, acaba evitando, é..., a fazer as pessoas de lá, é..., virarem o jogo na
situação deles. Ensinar eles, mostrar o caminho de como eles darem a voltar por cima, “né”?
Dessa, dessa situação deles. E não remediar algo que “tá” acontecendo. Porque depois vai
voltar (gesticula) e acontecer. Então acho que talvez nesse caso, o eixo B talvez seja mais
interessante “pro”, pra uma região que, que não tem uma direção.
Thiago: Aí depende de cada região, “né”?
Eder: Aham.
119
Thiago: Porque como eu tinha falado anteriormente, não é pra eternidade. O projeto ele frisa,
é..., não alterar o local, mas sim melhorar dentro dos padrões deles mesmo. Reeducar, fazer
com que eles aproveitem mais os recursos próprios, é..., de uma forma melhor. Porque,
porque que nem eu fiquei sabendo a respeito que, poxa, no mesmo lugar que lava roupa, lava
o frango. Tipo, um negócio absurdo!
Larissa: É...
André: É. (consente com a cabeça)
Thiago: Então precisa de uma orientação. Tipo, saber que aquela água faz isso, essa água faz
aquilo. E dentro disso tem todo um processo, “né”? Então é dependendo da região mesmo, o
eixo A ou o eixo B é mais importante.
Gerson: O B vai ser algo pra educar. Só que assim, a prioridade... Os dois trabalham juntos. A
prioridade vai ser o A naquele momento. A partir do momento que você arrumar, o B vai
entrar como a ser educado.
Thiago: Na verdade eles trabalham juntos. (faz sinal com a cabeça e gesticula)
Larissa: É. Trabalham.
Elton: Mas os dois são importantes pra aquele momento. Não tem como classificar que um
seja mais importante que o outro. Sem um...
Mediador: Bom. Vocês já tiveram “algu” (interrompe), alguma curiosidade de saber o que
resultou o projeto? Como as pessoas impactadas evoluíram, o que teve? Descobriram se teve
alguma, um bom resultado?
Desiree: Ai, eu...
Caroline: Eu não escutei direito, assim...
Mediador: Se vocês já tiveram a curiosidade de saber, é..., no que resultou o Projeto Rondon
(gesticula) na, na região. Ficar sabendo o que que veio...
Elton: Já, mas não achei nada.
André: Eu “tive” entrando no site, mas eu achei meio confuso. Mas eu cheguei a entrar no
site.
120
Larissa: Podia ter uma divulgação melhor, “né”? O resultado, o que foi, no site. Tem pouca
coisa, “né”?
Thiago: Você vê algumas fotos de, dos soldados com crianças, alguns projetos ali de saúde
bucal, escovando o dente e tal...
Elton: Pessoas contando...
Mediador: É. Precisa pedir tudo.
Então, é, vocês acreditam quais as mudanças que tiveram, assim, pelo menos que vocês
imaginam?
André: Acho que saneamento básico. Porque antes não tinha nenhum e agora é o básico.
Todos riem ao mesmo tempo.
Caroline: Eu acho que eu creio (aponta para si mesma) que assim, aquilo que “tava” ruim,
não deu pra um mês, dois meses, fica, fica melhorado. Eu acho que assim, é mais na
educação, a mobilização. Acho que a cabeça daquela pessoa que ela recebe ajuda, não é só
ajuda, até ela sabe, “olha, você ‘tá’ aqui hoje, você ‘tá’ me ajudando, mas amanhã não vai ter.
Mas agora eu sei como lutar pra mim poder melhorar a minha situação”. Eu creio que é mais a
educação mesmo. Essa, essa parte de informação que, que é o efetivo (gesticula). Porque
assim, eu (aponta para si mesma) nunca vi, é, na divulgação de resultados. Eu ouço assim, o
ingresso, a forma de participar, como chegar lá. Mas assim, ninguém dando depoimento da
outra parte, do que aconteceu. Um efetivo ou até depois de um tempo voltar lá pra saber o que
“tá” “aconte” (interrompe), como “tá” hoje, entendeu? Eu não vi. (negativa com a cabeça)
Thiago: Acho que independente ninguém “tá” indo lá pra pavimentar rua, fazer serviço de
encanar, enfim. É um projeto voltado pra conscientização cultural primeiramente, pra que eles
tentem manter e consigam de certa forma, com recursos próprios, terem benefícios. Eu
acredito que o Rondon de certa forma sim, consegue beneficiar a população.
Caroline: Sim...
Thiago: Ninguém “tá” fazendo caridade, ninguém “tá” fazendo obra, colocando poste lá com
luz... Mas é mais a parte cultural mesmo, “né”? Mais humana (gesticula). Não obra civil.
Nada disso.
121
Desiree: Eu já, “né”? Como eu já falei, eu recebi e o professor contou um fato que a gente
achou muito curioso. Porque ele falou que foi na casa de uma mulher que ela “tava” a perna
doente fazia muito tempo (estala os dedos), e ele foi conversar com ela, tudo, e ela falou
assim. E ele, a perna dela “tava” assim em uma situação grave (gesticula), que ela tinha que
procurar um médico, mas ele não entrou em detalhes, como que é essa questão do médico. E
ela falou pra ele, olha, pra você ver a mentalidade da pessoa. E ela falou pra ele que ela era de
uma determinada igreja, que ela acreditava que Deus “ía” curar ela. E ele, acho que era pastor,
e ele pegou e falou assim pra ela, “olha, é, eu respeito a sua religião, respeito a sua crença,
que você acredita em Deus, mas hoje, ‘tá’, você acredita em Deus, mas sua perna, se você não
procurar um médico, uma pessoa especializada, ela não vai se curar, Deus não vai descer.
Não” (gesticula). Ele falou que ele “teve” toda essa conversa com ela. A única coisa que eu sei
é a respeito disso. Ele falou assim, que deu trabalho, porque ela...
André: Mas ela foi atrás?
Desiree: Então, ele, ele falou que conversou com ela e conseguiu que ela fosse atrás de um
médico. Mas ele falou que foi assim, uma coisa de persistir (gesticula) mesmo.
André: Ele chegou com cuidado.
Desiree: Ela falava que... Ele falou que ela era de idade. Que assim, a situação da perna dela
era grave, porque aonde ela morava era difícil de chegar mesmo. Assim, o local mesmo. A
casa dela era numa situação muito delicada. Ele falou que assim, ela falava diversas vezes
“Deus vais me curar”. Aí...
André: Então. Acho que assim...
Desiree: Aí ele falou que conseguiu convencer ela de ir “pro” médico, mas a situação não era
nada favorável.
André: Ele podia ter chegado e falado assim, “é Deus que ‘tá’ mandando eu te ajudar”. Aí ela
aceitava.
Caroline, Desiree, Larissa e mediador riem ao mesmo tempo.
André: Não. Não é desumano.
Caroline: Mas assim...
122
Thiago: Não. Porque de certa forma você “tá” ajudando, “né”? Pode dar certo, mas aí você
“tá” manipulando.
André: Ah...
Desiree: Acho que...
Eder: Nada é por acaso, mas faz sentido.
Todos riem ao mesmo tempo.
André: Falando assim parece ser muito cruel.
Eder: Faz sentido.
Caroline: Mas isso aqui em São Paulo. Aqui em São Paulo...
Thiago: Não. Faz sentido. Faz todo sentido...
André: Eu não posso ajudar, mas Deus desceu...
Thiago: ...no Projeto Rondon.
Caroline: Eu vi um caso assim, a situação não, a situação “num” ajudava, mas eu creio que
aqui é, é complicado falar quando você fala de crenças ou quando você julga a fé de uma
pessoa. Mas assim, aqui (gesticula) em São Paulo, com tanta informação, ainda existe,
existem casos assim. Então...
André: Não tem como.
Caroline: É complicado. Eu acho que até a resistência dela também, pela dificuldade de
poder chegar nisso. Eu não sei a situação que tem lá.
Thiago: A religião munido às vezes a, a falta de médico lá na região...
Caroline: Ajuda.
Thiago: É complicado. A pessoa tem que apelar pra fé porque ela vai fazer o que? Não tem
nada.
Larissa: É...
André, Caroline, Desiree e Larissa riem ao mesmo tempo.
123
Eder: E é aí que entra os universitários do Projeto Rondon, “né”? É pra esse tipo de
informação mesmo.
Thiago: Até pra poder colher informações da região pra sei lá, pro Governo, das áreas.
Projeto Rondon, beleza! Mas também falta aquela parte. Precisa de estrutura e a pessoa tiver
cultura. Não, “que eu sou um cidadão. Ah, beleza. Eu devo fazer isso e aquilo, isso e aquilo”
(gesticula). Mas e aí? Cadê os recursos? Não tem. Tem que partir desse ponto de vista
também.
Gerson: Nesse caso mexe no que ela acreditava. Só que assim, independente do que ela
acreditava ou não, tem que considerar o que tem que fazer por causa da situação que ela
“tava”. Da onde você “tá” tirando, tirando algo dela? Só acrescentando informações antes.
Desiree: Porque depois pode “ah, a mulher morreu porque ela acreditava em milagre”.
Caroline: “E ninguém fez nada pra mudar isso?”.
Desiree: “Ai, eu não fiz nada porque era a religião dela”? Não é isso. Acontece. Não que, “ai,
você não tem que acreditar”, mas acho que você tem que orientar.
Thiago: Porque aí de repente ela fala, “vai, concordo em ir ao médico”.
Caroline: “Fez a sua parte. Deus vai fazer a dele.”.
Desiree: “Tá, então vamos ver uma pessoa?”. É...
André: Deixou isso virar debate. (risos)
Mediador: Enfim (levanta a mão). Bom, é... Você acreditam que a participação dos jovens
pode resultar em algum desastre (faz sinal de aspas com os dedos) no Projeto Rondon e nas
estratégias escolhidas pelos grupos participantes?
André: Ah, acho que depende da faixa etária. Acho que...
Elton: Acho que depende da faixa etária. Acho que é mais da organização deles. Se escolher
uma pessoa errada... (gesticula)
André: É. Eu acho que...
Caroline: É a maturidade. Eu acho que a pessoa que, que tem que ir pra lá, ela tem vontade,
ela quer viver o novo, ela quer ajudar, mas ela tem que ter a maturidade. Ela tem que ter a...
124
Como eu posso dizer? (pausa para pensar) Ela tem que julgar se é necessário ela colocar
determinados assuntos, situações, ou se ela “tá” sendo precipitada da forma que ela quer
ajudar.
André: Tipo excesso de boa vontade, “né”? Porque ajudar demais atrapalha.
Caroline: Isso! E também eu acho assim, o jovem ele é mais disposto. Às vezes, quando a
gente chega “numa” certa idade da vida, a gente, a gente perde aquela...
Desiree: Se restringe.
Caroline: Se restringe! Umas atitudes que o jovem tem ali, é, essa parte ajuda. Nessa parte
que o jovem ele tem mais disposição. Mas em certas horas a precipitação, assim, ela
atrapalha.
Eder: Aí entra o papel do professor, “né”? Que normalmente é mais experiente e pode, e pode
tocar (gesticula) esses alunos mais jovens e tal. Instruir, “né”?
Acho que a instrução desses pra que não seja um desastre, é instruir corretamente, é falar “oh,
você está indo pra lugar X, que é assim, assim assado e você não deve fazer isso, isso e
aquilo”. Acho que também há uma certa ignorância de quem “tá” indo, “né”? Então ela tem
que ser suprida. Senão realmente vai ser um desastre.
André: “Né”?
Mediador: Quais os perfis ou critérios que acham que deveriam ser estabelecidos nas “sele”
(interrompe), nas seleções de participantes voluntários para não correr muitos riscos?
André: Nossa! (risos)
Larissa: Nossa! (risos)
Caroline: Essa daí é pior que as outras. (risos)
Elton: Primeiro a vontade. A vontade de querer participar então. Acho que é essencial.
Caroline: Com... Eu acho que tem avaliação.
André: Não tem como você quantificar quanto de caráter que a pessoa tem, por exemplo.
Caroline: Não. É.
125
Desiree: Não dá pra ver essa questão de caráter, mas assim. É...
Eder: O que você vai utilizar indo pra lá, “né”?
Caroline: Condições físicas.
Desiree: Exatamente (olha para Caroline). Mas assim, que nem ela falou, vai. Acho que um
dos critérios é você pegar, é, acho que, que você tem um dos critérios, é você selecionar
vários maiores de dezoito, entre dezoito e vinte e cinco, mas aí você vai pegar também, acho
que a questão econômica (gesticula). Envolve muito também, sabe? Não chegar assim, “ai,
olha, vai, filhinho de papai”.
André: Diferença de classe.
Desiree: Não. É... Olha, vai colocar uma pessoa com...
André: É.
Larissa: Chega com chapinha, bater perna...
André: Sem preconceito, mas eu acho que você tem razão.
Thiago: Cadê a tomada pra chapinha?
Larissa: Isso! Aham.
Desiree: Esse daí pode ter a mentalidade de chegar lá “esculhambando” (gesticula).
Thiago: Não sei se eles aceitam no processo seletivo do Rondon.
André: É verdade.
Thiago: Pelo que eu fiquei sabendo, você tem que ser o que? Você tem que ser mais humilde,
tem que ser mais “boy”, tem que ser o que? Tem que instruir.
André: Mais “boy”... (risos)
Desiree: Acho que tem que mesclar (gesticula). Acho que tem que mesclar isso daí.
André: Vai ter a prova?
Caroline: Mas assim, mas e a condição?
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Thiago: Teste psicológico. Não sei.
Caroline: Eu acho que assim, é muito importante você sair daqui e se dispor pra ajudar
alguém. Que nem você sair daqui e ir fazer uma viagem, qualquer coisa assim. Você tem que
ter condição. Não adianta você pegar e sair daqui pra você passar mal. É... O cara, o cara lá,
você “tá” doente, “tá” morrendo e você fala “ele ‘tá’ pior, ‘tá’?”.
Desiree: Você não vai dar segurança nenhuma.
Larissa: É, é...
André: Avaliação médica.
Caroline: Você tem que ter condições físicas. Uma avaliação médica, física, pra saber se tem
condição.
Desiree: Por isso que eu acho. Tem que fazer um, sabe? Fazer entrevista, fazer entrevista.
André: Depende da onde você vai. Eu acho que entrevista é mínimo, “né”?
Desiree: Consultar, essas coisas. Porque senão, a pessoa vai saber o histórico e a pessoa “aí,
meu vô morreu”.
Eder: Cedo.
Desiree: Sabe? Com alguma coisa. Aí vai chegar lá a pessoa piora.
Caroline: Alérgico...
Mediador: Vocês acham que deveria expandir o público participante ali de universitários,
docentes, pessoas?
Desiree: Com certeza.
André: Ah, eu não sei.
Caroline: Com certeza.
Larissa: Sim.
Elton: Existe muita pessoa por fora ali, que tem a vontade de ajudar. Quer ajudar, mas não
sabe como.
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Eder: Tem muita gente. Velho, novo, criança, jovem, que pode ajudar diversas regiões. É
questão de estudar a necessidade da região e qual a possibilidade da pessoa. Do perfil daquela
pessoa ajudar aquela região, entendeu? Se houvesse uma troca (gesticula), é..., dos, das
qualidades das pessoas daqui pra passar pra lá, com certeza eu acredito que a situação
melhoraria muito, sabe? Não seria necessário nenhum tipo de investimento muito alto, “né”?
Simplesmente o conhecimento de pessoas que vivem aqui e sabe, e sabe sobreviver a essa,
essa sociedade.
André: Mega metas.
Eder: É. Essa socialização total. Passar o conhecimento pra eles. Eu, na minha opinião, tem
que, tem que expandir.
André: Eles escolhem universitários porque é a fatia mais fácil, “né”? Porque teoricamente
são os formadores de opinião e os que “tão”, tem condições, se a gente for ver o eixo A e B...
(gesticula)
Desiree: Mas aí fica muito restrito.
Eder: Tem que ter o objetivo contrário, “né”? Ajudar lá e ajudar aqui (gesticula). Ajudar você
a se transformar “num” ser humano.
Caroline: Mas eu creio que tinha que abrir mesmo. Porque até mesmo um ex-formando,
depois de uma bate papo desse aqui...
Eder espirra.
Caroline: ...é, dá “mó” vontade de sair daqui e falar, “ah, aonde eu vou dar meu nome porque
eu quero ir? Vou pegar minhas férias, eu tenho condições agora de ir, eu tenho tempo. Aonde
eu vou?”. “Ah, você não pode.”.
Assim, os ex-formandos até às vezes, até você se dar conta daquilo que seria necessário pra
sua vida ou até pra ajudar alguém, você já passou. Então ali você fica restrito até o último ano
de faculdade. Acabou, acabou. E se formou, não vai mais.
Eder: É. A pessoa quer ajudar e não pode?
Larissa: É.
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Caroline: Eu acho também que. Eu creio que assim, pra faculdade, eles colocarem isso na
faculdade, seria por quê? Porque eles teriam que montar uma entidade, um órgão que
seleciona a...
Eder espirra.
Caroline: Eles têm a faculdade. A faculdade seleciona, monta equipe e em conjunto com eles
manda. Mas assim “ah, todo mundo pode”. E aí? Todo mundo vai bater na porta da...
André: É. E aí como faz?
Thiago: Aí a faculdade faz o intermédio. Agora você captar população, gente formada pra
fazer...
Caroline: “Faz a fila aí (gesticula). Indiana. Um atrás do outro.”. Tem que ter um órgão
necessário.
Thiago: Tem que ter uma baita estrutura pra fazer.
Eder: Pode fazer parceria acho que com as próprias faculdades que já têm o projeto com os
alunos e iniciar, iniciar essa ampliação de público com uma porcentagem de público externo,
aí vai aumentando gradativamente.
Caroline: Fica a sugestão, “né”? Fica a sugestão pra isso.
Eder: Fica a dica.
Elton: Pra pessoal externo.
Eder: É. Faz uma coisa pequena e vai ampliando.
Thiago: Regional, “né”?
Eder: É. Região, por exemplo, Rudge Ramos. Aqui onde tem a Metodista. Faz uma ação pra
regional participar. Daí o pessoal acompanha e faz tudo o que tem que fazer.
Thiago: Quem pode cuidar disso aí é a prefeitura, subprefeitura, não sei.
Eder: Geralmente.
Caroline: E às vezes não tem pessoas necessárias, “né”? Pra poder fechar um quadro pra ir
pra lá.
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Thiago: A gente tem, mas falta incentivo.
Eder: É...
Caroline: Então, mas a faculdade às vezes não tem a equipe necessária pra isso e muitas
vezes eles prorrogam até pra poder levando isso pra lá. Só que se entrasse a população.
Quantas faculdades a gente tem? Então eu creio que com todas as faculdades que a gente tem
daria pra eu ir, o meu amigo ir, eu conscientizar um parente e essa mobilização com cada
faculdade local.
Mediador: É. Como uma universidade consegue destaque neste tipo de projeto, mesmo ele
sendo executando internamente?
Eder: Olha a, é... Assim, toda empresa, e a faculdade não deixa de ser uma empresa, é, todas
as empresas hoje no mercado, elas tentam agregar valor a ela através de incentivos sociais, é,
sabe? Produtos sustentáveis e tudo mais e ok. “Pro” lado disso ser comercial, é, seria lado
negro da coisa, é, beleza. Eles querem agregar valor à marca deles pra poder fazer o, o projeto
social valer, render alguma coisa pra eles, “né”?
Talvez a faculdade, se ela, ela tentasse ajudar mais, “né”? De uma forma mais efetiva, que a
gente já voltou em comunicação e tal, ela pudesse, é, se destacar, além dos seus próprios
atributos acadêmicos. Ter também com o projeto social o destaque, além de todos os atributos
(gesticula). A Metodista tem lá, melhor faculdade de comunicação e tal pela revista Exame lá.
“Tá” em todo lugar e isso todo mundo cansa de saber, “né”? Também a faculdade que mais
faz ações sociais, enfim. Vai “tá” ajudando, se ajudando e ajudando aí as pessoas, etecetera.
Mediador: E vocês acreditam que a Universidade Metodista poderia aprimorar o
desenvolvimento do Projeto Rondon dentro da Universidade? De que forma, de que forma
isso poderia ser feito?
Eder: Essa daí ficou repetitiva, “né”?
Caroline: É. Essa daí é aquela coisa, “como que ela poderia fazer?”. Abrindo as portas,
fazend projetos pra comunidade. É o que agente falou anteriormente, assim.
André: A gente não falou do projeto.
Caroline: Isso, mas eu acho que ela poderia fazer, fazer mais na comunicação, que aí volta
todas as perguntas anteriores que eles deixam a desejar, “né”?
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Mediador: É isso, gente. Muito obrigada! Agradeço a presença de vocês.