Projeto Gráfico Editorial para Jornalistas · Se o estímulo visual não provocar uma reação ......
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Aula – Diagramação
1. introdução
A visão não é um processo mecânico, no qual o
olho, como a lente de uma câmara fotográfica,
transmite ao cérebro imagens perfeitamente
acabadas e completas.
Pelo contrário, a nossa visão se assemelha mais
ao funcionamento de um computador, reunindo
pedaços e partes dos dados observados,
transmitindo-os assim ao cérebro, onde todo esse
mosaico é classificado e reestruturado, resultando
então em objetos e imagens.
Essa imagens podem ser agradáveis ou enfadonhas;
podem ficar na memória ou ser facilmente esquecidas.
Seria, então, um erro considerar que, conquistada a
atenção do leitor, o exercício chegou ao fim.
Se o estímulo visual não provocar uma reação –
emocional ou intelectual – não haverá uma efetiva
comunicação.
1. introdução
2. legibilidadeA legibilidade de uma página depende de:
• a forma das letras
• o branco que antecede estas letras
• o corpo usado
• o comprimento das linhas
• o entrelinhamento
• o espacejamento
• as margens
Estilo Veja: os textos e as imagens ocupam todos os espaços da página.
A fotomontagem é bem didática: a vassoura empurra a sujeira para debaixo do tapete.
Revista Veja, edição 1907, ano 38, nº 22, 1º junho de 2005
O recurso para “ligar” esta dupla com a anterior: a imagem da mão levantando o
tapete, para revelar o que há embaixo dele.
Revista Veja, edição 1907, ano 38, nº 22, 1º junho de 2005
Colunas largas e espaço entre colunas bem largo, também.
Revista Caros Amigos, nº 98, maio de 2005
Texto longo em caixa alta; justificado sem quebras, o que gerou “dentes”.
Revista Caros Amigos, nº 98, maio de 2005
3. tipologiaNão existem fórmulas. O uso da tipologia pode ser bom ou ruim,
dependendo do contexto. A tipologia é afetada por:
• pelo tamanho da página
• pelo número de páginas
• pela linguagem usada
• pela quantidade de texto, e como ele é dividido
• pela cor, textura, peso e brilho do papel
• pela cor e brilho da tinta usada na impressão
• pela qualidade e resolução da impressão
Aqui vemos uma integração perfeita entre texto e imagens. Neste caso, a direção
oblíqua dos títulos é permitida, e se harmoniza com a página, como um todo.
Revista Superinteressante, edição 205, outubro de 2004
Aqui vemos novamente uma “brincadeira” oblíqua com os boxes da página
da direita (ímpar). A cor de fundo dá unidade à página; a ilustração central é o
elemento de ligação entre o texto e os boxes..
Revista Superinteressante, edição 205, outubro de 2004
3. tipologia
Deve ser cuidadosamente
escolhida para que haja boa
legibilidade e que
proporcione ao leitor maior
velocidade de leitura.
Nesta dupla vemos o uso clássico de capitular, indicando ao leitor o
caminho da leitura. O olho, no meio da página, reúne três recursos interessantes:
o contraste de tamanhos, de cores diferentese caixa baixa X versalete.
Revista Aventuras na História, edição 15, novembro de 2004
Aqui os boxes se misturam com a própria ilustração.
Neste caso particular, o uso da direção oblíqua se faz presente e colabora
grandemente para o efeito total do conjunto.
Revista Aventuras na História, edição 15, novembro de 2004
4. A utilização dos espaços na
página impressa: margens
São necessárias para se melhorar a precisão das
pausas e fixação no final de cada linha.
As margens razoavelmente largas são
consideradas importantes para a aparência
estética e para a legibilidade, e o espaço em
branco entre as colunas é preferido em
substituição às linhas (fios) separando as
colunas.
A margem superior deve ser a maior.
Calcule uma medida de 8 a 10% da altura
total do papel. As outras três margens serão
menores, podendo ter a mesma medida, ou
as laterais uma medida e a inferior menor
ainda. Cuidado com as margens internas
das páginas duplas: elas “dobram” as
medidas. Veja:
4. A utilização dos espaços na
página impressa: margens
4. a utilização dos espaços na
página impressa: margens
Página de
24 x 18 cm
Margens
laterais
com 1,4 cm
Margem
superior
com 2 cm
Margem
inferior
com 1 cm
4. a utilização dos espaços na
página impressa: margensNo entanto, se as páginas forem duplas, as margens internas
deverão ser menores, pois juntas elas “dobram” suas medidas:
Margem
superior
com 2 cm
Margem
inferior
com 1 cm
Margem
externa
com
1,4 cm
Margens
internas
com
1,1 cm
cada
Margens
internas
com
1,1 cm
cada
Margem
externa
com
1,4 cm
Cada
página com
24 x 18 cm
4. a utilização dos espaços na
página impressa: margens
Mas atenção:
NÂO HÁ NÚMEROS FIXOS!!!
Mais uma vez,
o que vale é o bom senso!
5. os elementos básicos da página
• as letras, agrupadas em palavras, frases e períodos
• as imagens, sob forma de fotos e ilustrações
• os brancos da página
• os fios tipográficos e outros recursos gráficos
Títulos sobrepostos com contrastes de cores e caixa alata e baixa
Revista Marie Claire, nº 159, junho de 2004
Os vazios são fundamentais para evidenciar os elementos. Capitulares em cxb, sobrepostas
Revista Marie Claire, nº 159, junho de 2004
6. os conceitos que guiarão o
designer:
• ritmo
• equilíbrio
• harmonia
• motivo predominante
• motivo secundário
• motivo de ligação
É importante segmentar a matéria para criar “ganchos”:
Revista Elle, ano 13, nº 7, julho de 2000
É importante segmentar a matéria para criar “ganchos”:
Revista Elle, ano 13, nº 7, julho de 2000
É importante segmentar a matéria para criar “ganchos”:
Revista Elle, ano 13, nº 7, julho de 2000
6.1. regras a serem observadas
• destaque para o título
• precisão no corte da fotografias
• cálculo exato do texto
• bom senso estético
• respeito aos vazios da página
7. zonas de visualização
1. principal ou primária
2. secundária
3. morta
4. morta
5. centro óptico
6. centro geométrico
8. importante observar:
Contraste: por meio da utilização de pesos, formas, direções a
tamanhos alternados, o contraste evita que a composição se torne
monótona.
Equilíbrio: o topo deverá ser mais leve e a parte inferior da página,
com mais textos
Unidade: organizar a página seguindo os critérios da proporção
áurea.
Proporção: uma matéria horizontal, se colocada ao lado de uma
vertical, parecerá deslocada.
9. fotos e ilustrações
• escolha a foto pelo seu significado, não por ser apenas
graficamente bonita
• destaque a parte significativa em benefício do pensamento
• dimensione a foto pela sua importância na matéria, jamais
para preencher vazios
• faça com que as pessoas das fotos fiquem voltadas para
dentro da página, a menos que você queira que o observador
sinta curiosidade de ver o que há na página seguinte
• evite espalhar fotos pequenas e insignificantes
10. a cor
• organiza os elementos da página
• define e classifica os tipos de informação
• identifica o caráter das matérias por repetição
• enriquece a publicação, tornando-as mais bonita
• deve ser usada com critérios, pois não deve
sobresair-se mais do que a notícia
• o fundo colorido colabora com a matéria, tornando-a grande
• use a cor para ligar, para separar, para focalizar
Editorial sobre cores de maquiagem são de grande responsabilidade, pois as cores
impressas devem manter-se fiéis ao original.
Revista Elle, ano 13, nº 7, julho de 2000
Editorial sobre cores de maquiagem são de grande responsabilidade, pois as cores
impressas devem manter-se fiéis ao original.
Revista Elle, ano 13, nº 7, julho de 2000
Editorial sobre cores de maquiagem são de grande responsabilidade, pois as cores
impressas devem manter-se fiéis ao original.
Revista Marie Claire, nº 165, dezembro de 2004
Editorial sobre cores de maquiagem são de grande responsabilidade, pois as cores
impressas devem manter-se fiéis ao original.
Revista Marie Claire, nº 165, dezembro de 2004
Nada deve ser colocado arbitrariamente numa página.
Tito Lívio
designer
r. Sumidouro, 36
(11) 3555 1212
São Paulo, SP
Alinhamento sem critério algum
Tito Lívio
designer
Alinhamento à direita
r. Sumidouro, 36
São Paulo, SP
(11) 3555 1212
Alinhamento á esquerda
Tito Lívio
designer
r. Sumidouro, 36
São Paulo, SP
(11) 3555 1212
Alinhamento centralizado
Tito Lívio
designer
r. Sumidouro, 36
São Paulo, SP
(11) 3555 1212
11. alinhamento de textos:
11. alinhamento de textos: justificado
o alinhamento
justificado (dos dois
lados do texto) com
a imagem sugere
precisão, rigidez,
seriedade
11. alinhamento de textos: justificado
Mas atenção! Um texto
justificado deve sempre
estar hifenizado (as
palavras devem ser
separadas por sílabas
quando necessário).
Caso contrário, seu
texto ficará cheio de
buracos (chamamos de
“dentes”), e o resultado
final é bem ruim.
Mas atenção! Um texto
justificado deve sempre
estar hifenizado (as
palavras devem ser
separadas por sílabas
quando necessário).
Caso contrário, seu
texto ficará cheio de
buracos (chamamos de
“dentes”), e o resultado
final é bem ruim.
Texto longo em caixa alta; justificado sem quebras, o que gerou “dentes”.
Revista Caros Amigos, nº 98, maio de 2005
11. alinhamento à esquerda/à direita
Um texto alinhado
à esquerda ou à direita
JAMAIS deverá ser
hifenizado:
use as palavras
inteiras, e cuide
para que se forme um
desenho interessante
Um texto alinhado
à esquerda ou à direita
JAMAIS deverá ser
hifenizado:
use as palavras
inteiras, e cuide
para que se forme um
desenho interessante
explore o alinhamento para amarrar a legenda
com a imagem; posicione o alinhamento ao
lado da imagem
enfatize a interdependência da legenda com a imagem alinhando o
topo da primeira linha com o topo da imagem, ou da última linha
com o pé da figura
use alinhamento à
direita com cuidado,
pois a leitura é mais
difícil; arrisque este
alinhamento se o texto
não tiver muitas linhas,
e se as linhas não forem
muito grandes. A
intenção é não esgotar a
paciência do leitor. Use
o teste final:
você leria este texto?
Isso pode afetar a
decisão
sempre que possível
posicione a legenda
alinhada à esquerda.
A leitura fica
facilitada, pois o
leitor sabe onde
começa
a próxima linha
11. alinhamento centralizado
O mesmo
ocorre com um texto
centralizado: ele
JAMAIS deverá ser
hifenizado:
use aqui também as
palavras inteiras,
e cuide
para que se forme um
desenho interessante
12. bibliografiaHORCADES, Carlos M. A Evolução da Escrita – História Ilustrada.
Rio de Janeiro, Senac Rio, 2004.
HURLBURT, Allen. Layout: o design da página impressa. São Paulo,
Nobel, 1986.
RIBEIRO, Milton. Planejamento visual gráfico. Brasília, LGE Editora,
2003.
SILVA, Rafael Souza. Diagramação – o planejamento visual gráfico
na comunicação impressa. São Paulo, Summus, 1985.
WHITE, Jan. A arte de ser revisteiro, Carta do Editor – Comunicação
entre os jornalistas da Editora Abril, ano II, nº 8, julho de 1993.
WILLIAMS, Robin. Design para quem não é designer. São Paulo,
Callis, 1993