ANEXO III - Fotos do Evento e Veiculação da Fundação Agrisus ·
PROJETO AGRISUS No: 858/11 RELATÓRIO FINAL · integração lavoura-pecuária-floresta, na...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
Av. Alexandre Ferronato, 1200 – Setor Industrial – 78557-267 – Sinop/MT
Tel/Fax: (66) 3531-1663 – 3531-9796
ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM
NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.
PROJETO AGRISUS No: 858/11
RELATÓRIO FINAL
Coordenador do projeto:
Prof. Dr. Anderson Lange
JANEIRO/2015
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ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-
FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.
Projeto Agrisus No: 858/11
Coordenador do projeto: Prof. Dr. Anderson Lange.
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT,Campus de Sinop.
Avenida Alexandre Ferronato, 1200, Setor Industrial - SINOP – MT. CEP 78550-000.
Email: [email protected]
Local da pesquisa: Fazenda Gamada, município de Nova Canaã do Norte, MT
.
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 30.000,00
Vigência do Projeto: 01/11/11 a 30/11/2014
PUBLICAÇÕES GERADAS NESTE ESTUDO E APOIADAS NO PROJETO PA 858-
11
CONGRESSOS
FERTBIO 2012:
CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS E SERAPILHEIRA SOBRE O
SOLO NO TERCEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE
INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA NO BIOMA AMAZÔNICO.
Fábio Henrique Della Justina do Carmo(1); Anderson Lange(2); Maristela
Volpato(1); Leandro Erthal(1); Amauri Balbino Ferreira Junior(1); Antônio
Carlos Buchelt(3); Flávio Jesus Wruck(4);
METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM DE SOLO E DISTRIBUIÇÃO
HORIZONTAL DE FÓSFORO NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO-LAVOURA-
PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ-MT. Anderson Lange(1); Leandro
Erthal(2); Amauri Balbino Ferreira Junior (2); Fabio Henrique Della Justina Do
Carmo (2); Antônio Carlos Buchelt (3); Onã da Silva Freddi(4); Daniela
Campos(4);Flávio Jesus Wruck
XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo 2013 :
MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO E TEORES DE POTÁSSIO EM ARRANJOS
DIFERENCIADOS NO SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-
FLORESTA DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT (1). Anderson Lange(2);
Antonio Carlos Buchelt(3); Amauri Balbino Ferreira Junior(4); Fabio Henrique
Della Justina Do Carmo(4); Edilson Cavalli(4).
IX Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais:
SERRAPILHEIRA E CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO
SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA DE NOVA
CANAÃ DO NORTE – MT. Kamile Zompero(1); Cassiano Cavalli(2); Edilson
Cavalli(2); Jeane Rodrigues(2); Anderson Lange(2); Flávio Wruck(2).
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TEORES DE FÓSFORO, POTÁSSIO E VARIAÇÃO DE PH DO SOLO EM
ARRANJOS FLORESTAIS NO SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-
PECUÁRIA-FLORESTA DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT. Anderson
Lange(1); Antonio Carlos Buchelt(2); Edilson Cavalli(2); Kamile Zompero(2); Jeane
Rodrigues(2); Cassiano Cavalli(2); Flávio Jesus Wruck(2);
NITROGÊNIO, FÓSFORO E ENXOFRE NA FOLHA NO SISTEMA
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO
NORTE – MT.Angélica da Silva(1); Kamile Zompero(2); Cassiano Cavalli(2);
Edilson Cavalli(2); Antonio Carlos Buchelt(2); Anderson Lange(2);
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
CARMO, F.H.D.J. Atributos químicos do solo, desempenho e nutrientes na
serapilheira em ILPF em Nova Canaã do Norte-MT. TCC (graduação em
Engenharia Florestal). Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de
Ciencias Agrarias e Ambientais, Sinop, 2013. 52f.
OLIVEIRA, B.S. Atributos físicos e biológicos do solo em sistemas de
integração lavoura-pecuária-floresta, na Amazônia Meridional.
Dissertação (Mestrado em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola).
Universidade do Estado de Mato Grosso. Tangará da Serra – MT. 2013, 78
f.
SANTOS, J.R.L. Crescimento e nutrição de Eucalipto, Tecá, Paricá e Bau-
de-Balsa cultivada a sistema de ILPF em Nova Canaã do Norte-MT. TCC
(graduação em Engenharia Florestal). Universidade Federal de Mato
Grosso, Instituto de Ciências Agrarias e Ambientais, Sinop, 2013. 37f.
ALMEIDA, A.P.S.; Biomassa de Eucalyptus Urograndis cultivado em
sistema agrossilvipastoril. TCC (graduação em Engenharia Florestal).
Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrarias e
Ambientais, Sinop, 2014, 37f.
ZUCCHI, A. A. Propriedades Físicas de um Latossolo sob Sistemas
Integrados de Produção. TCC (Graduação em Agronomia) - Instituto de
Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus de Sinop, 2015, 47 f.
MAGALHÃES, W. M. Sistemas Integrados no Norte de Mato Grosso e
Indicadores Físicos do Solo.. Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato
Grosso, Campus de Sinop, 2015, 95 f.. Defesa em fevereiro/2015
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PARTE 1- FÍSICA
DO SOLO
AMOSTRAGEM 2012
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ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E ESTOQUE DE CARBONO NA INTEGRAÇÃO
LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.
INTRODUÇÃO
Os sistemas agrícolas de produção estão constantemente passando por mudanças,
haja visto a necessidade da adoção de manejos que proporcionem melhores produtividades
das culturas e ao mesmo tempo contribua para menor impacto ambiental. Assim, a ideia da
construção de sistemas sustentáveis vem crescendo nos últimos anos. No Brasil mais da
metade da área cultivada adota o sistema de semeadura direta sem o emprego do
revolvimento do solo (FEBRAPDP, 2014).
Os sistemas integrados de produção tem-se implantado em várias propriedades
brasileiras dada as grandes vantagens obtidas com a adoção destes sistemas. Além da
integração lavoura-pecuária, produtores rurais passaram a empregar árvores em meio a
cultura de grãos e pastagem. Os sistemas integrados de produção lavoura-pecuária-floresta
possibilitam a recuperação de áreas degradadas por meio da intensificação do uso da terra
(Veloso et al., 2010) integrando a produção de grãos, carne e madeira na mesma área. Esse
manejo pode ser de forma rotacionada, em consorciação ou em modo de sucessão de culturas
dentro da propriedade rural (Alvarenga & Noce, 2005).
Segundo Balbino et al. (2011), os sistemas integrados são complexos e necessitam
de maiores estudos sobre os arranjos espaciais e seus efeitos na produtividade florestal de
diferentes espécies arbóreas em consórcio com diferentes culturas anuais, sobretudo na
qualidade do solo. Atributos físicos como densidade, compactação, resistência à penetração,
estabilidade de agregados e porosidade são aspectos fundamentais no monitoramento da
qualidade física do solo.
Ao avaliar o efeito de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) nas
propriedades físicas do solo, Souza-Neto et al. (2014) observaram que o maior adensamento
de árvores de eucalipto (14 x 2) proporcionou menor proteção física ao solo e por
consequência maior compactação. No entanto, os sistemas integrados promoveram aumento
no estoque de carbono, principalmente aqueles com arranjo florestal de eucalipto. De acordo
com Paciullo et al. (2010), não há influência da projeção da copa das árvores sobre a
densidade do solo, visto que em ILPF em consórcio com pastagem, os animais de corte
passam a maior parte do tempo preferencialmente sob ás arvores. Este comportamento
também foi verificado por Souza-Neto et al. (2014).
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Vilela et al. (2012), ressalta a importância do estudo dos sistemas ILPF, haja visto que
a adoção destes sistemas resulte em melhorias significativas na sustentabilidade
socioeconômica e ambiental nas propriedades e da região de influência de suas fazendas.
Neste sentido, considerando a importância dos estudos de sistemas integrados de produção
sobre as propriedades físicas do solo, este trabalho torna-se necessário no intuito de auxiliar
no desenvolvimento regional a fim de orientar no melhor arranjo florestal e sua influência nas
propriedades físicas do solo.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a distribuição espacial dos indicadores
físicos do solo e o estoque de carbono em um sistema de integração Lavoura-Pecuária-
Floresta (iLPF) instalado em Nova Canaã do Norte, MT.
METODOLOGIA
Este experimento foi executado em uma Unidade de Referencia Tecnológica (URT) da
Embrapa, pertencente a Fazenda Gamada (10°24’10” S, 55°43’ 22” W e altitude de 280 m),
localizada na cidade de Nova Canaã do Norte (MT). Segundo a classificação de Köppen, a
região apresenta clima tipo Awi (tropical chuvoso) com nítida estação de seca. A temperatura
média anual varia entre 20°C e 38°C, com média de 26°C.
O histórico resumido da área segue: em 1998 a área experimental teve a floresta
derrubada para a implantação de pastagem com braquiarão (Brachiaria brizantha cv
Marandu), a qual permaneceu por dois anos. Em seguida a área foi utilizada para cultivo de
culturas anuais por seis anos consecutivos (sendo dois anos cultivos de arroz e quatro anos
com cultivo de soja com segunda safra o cultivo do milho). Depois desse período a lavoura foi
substituída pela pastagem novamente com braquiarão, a qual permaneceu na área por dois
anos, até a implantação do experimento.
A implantação do experimento se deu em janeiro de 2009 após a dessecação da
pastagem. Os tratamentos foram constituídos de 5 hectares cada com o plantio de mudas de
espécies florestais arranjadas da seguinte maneira:
(i) Tratamento 1 (T1) – Eucalipto (Eucalyptus urograndis) em linha simples (2 m
entre árvores e 20 m ente linhas);
(ii) Tratamento 2 (T2) – Paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) em
linha simples (2 m entre árvores e 20 m ente linhas);
(iii) Tratamento 3 (T3) – Eucalipto em linha dupla (3 m x 2 m entre árvores e 20 m
entre linhas);
(iv) Tratamento 4 (T4) – Paricá em linha dupla (3 m x 2 m entre árvores e 20 m
entre linhas);
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(v) Tratamento 5 (T5) – Eucalipto em linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20
metros entre linhas);
(vi) Tratamento 6 (T6) – Paricá em linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20 metros
entre linhas);
(vii) Tratamento 7 (T7) – Teca (Tectona grandis L. f.) em linha tripla (3 m x 2 m entre
árvores e 20 metros entre linhas);
(viii) Tratamento 8 (T8) – Pau-balsa (Ochroma pyramidale (Cav. Ex. Lam.) Urb.) em
linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20 metros entre linhas);
(ix) Tratamento 9 (T9) – Floresta de Eucalipto (8 m x 6 m entre plantas), mais capim
no sub-bosque ou entre linhas.
A faixa de 20 metros foi ocupada sempre por lavoura: arroz em janeiro do ano de 2009;
soja safra e arroz safrinha nos anos agrícolas de 2009/2010 e; soja safra e milho safrinha nos
anos agrícolas de 2010/2011. Em março de 2011 a pastagem foi introduzida em meio a
lavoura de milho (mistura de sementes de capim ao fertilizante), a qual foi pastejada a partir
de junho de 2011. A Floresta de Eucalipto (T9) foi conduzida no sistema convencional e
utilizada como parâmetro de comparação, tratando-se de área adjacente à área experimental,
que apresenta as mesmas condições de relevo, histórico de área e plantio das árvores.
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo
distroférrico, cuja composição granulométrica na camada de 0-0,20 m por sistema encontra-
se na Tabela 1.
Tabela 1. Características granulométricas para a camada de 0-0,20 m do Latossolo Vermelho-
Amarelo nos sistemas integrados de produção.
Sistemas Argila Silte Areia Classificação textural*
---------------- g kg-1 ----------------
Eucalipto I 416±3,148 181±0,951 403±2,487 Argila
Eucalipto II 449±1,378 199±0,997 352±0,844 Argila
Eucalipto III 503±0,648 151±1,625 346±1,690 Argila
Teca 424±2,083 124±2,115 453±0,451 Argila
Pau-balsa 387±2,371 88±3,364 525±2,055 Argila
Paricá I 344±3,534 97±1,226 559±4,189 Franco Argilo Arenosa
Paricá II 282±4,708 136±1,450 583±5,280 Franco Argilo Arenosa
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Paricá III 380±1,108 118±1,170 502±1,606 Argila Arenosa
F. Eucalipto 186±1,239 760±0,736 54±0,503 Franco Arenosa
* Classificação textural baseado no sistema Norte Americano de classificação e tamanho das partículas, adotado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS).
As coletas de solo para avaliação da qualidade física do solo foram realizadas no
sentido transversal às linhas das espécies florestais, coletando-se 5 pontos, sendo um a 10
m das árvores (P1), outro a 5 metros (P2), outro sob as árvores (P3) e novamente a 5 (P4) e
10 m (P5) (Figura 1), sendo cada ponto analisado isoladamente, nas camadas de 0-0,10 e
0,10-0,20 m, com 3 repetições por tratamento.
Figura 1. Pontos de amostragem do solo em relação às linhas de árvores.
Para cada ponto de amostragem, foram coletadas amostras deformadas e não
deformadas, onde foram escavadas trincheiras de 0,30 m de profundidade. Com auxílio de
um enxadão foram coletadas amostras com estrutura preservada que foram acondicionadas
em sacos plásticos e levadas ao laboratório de solos para análise de textura, agregação do
solo e teor de carbono.
Amostras não deformadas foram coletadas com auxílio de cilindros (0,05 m de altura
e 0,048 m de diâmetro), no centro das camadas, totalizando 246 amostras no experimento,
para determinações dos seguintes atributos: densidade do solo, grau de compactação,
porosidade total, microporosidade e macroporosidade. No laboratório, as amostras não
deformadas foram saturadas por meio da elevação gradual de uma lâmina de água em uma
bandeja, até atingir 2/3 da altura das amostras, conforme Embrapa (1997).
Após devidamente preparadas, as 246 amostras com estrutura não deformada foram
saturadas por meio de elevação gradual de uma lâmina de água em uma bandeja e então
submetidas à tensão de 100 hPa em mesa de tensão. Após o equilíbrio das amostras na
25
determinada tensão, foi calculado seus conteúdos de água (Gardner, 1986) e então secas em
estufas a 105º C por um período de 24 horas, para a determinação da massa de sólidos (kg),
o que possibilitou o cálculo de densidade do solo segundo metodologia proposto pela
Embrapa (1997). Por meio dos conteúdos de água estabelecidos na saturação do solo, na
tensão de 100 hPa e solo seco em estufa foi determinada a macroporosidade,
microporosidade e porosidade total segundo Danielson & Sutherland (1986).
Para determinação da agregação do solo, as amostras com estrutural natural “não
deformadas”, após coletadas a campo com auxílio de enxadão, foram levadas ao Laboratório
de solos e então espalhadas e destorroadas suavemente sobre uma manta de papel e secas
a sombra. Em seguida, foram peneiradas separando os agregados com tamanho entre 8 e 4
mm. Para o processo de tamisagem, em cada repetição, foi utilizado 3 amostras de 30 g
(material úmido), duas para determinação de agregação e uma para determinação da
umidade das amostras.
As amostras foram umedecidas por capilaridade sobre um papel filtro por cerca de
10 minutos e então transferidas cuidadosamente com auxílio de uma piseta com água para
a peneira superior do conjunto de peneiras de malhas correspondentes a 4,0; 2,0; 1,0; 0,5;
0,25 e 0,125 mm, para separação das classes de tamanhos dos agregados, conforme descrito
por Yoder (1936). Em seguida, o conjunto de peneiras foi colocado no tanque de Yoder com
água até o nível das peneiras e submetido à agitação vertical por 15 minutos, com 30
oscilações por minuto.
O solo retido em cada peneira, após o teste, foi transferido para cápsulas de alumínio
com auxílio de jatos de água fracos dirigidos ao fundo da peneira e em seguida colocados na
estufa para secagem (105∘C durante 24 h). Após a secagem, o solo retido em cada uma
das peneiras foi pesado e de posse da massa de solo seco de cada classe de agregados, foi
calculado a média entre as duas repetições de cada amostra.
Foi adotado como índice de estabilidade a porcentagem de agregados > 2,00 mm
estáveis em água, o diâmetro médio ponderado (Equação 1) e o diâmetro médio geométrico
(Equação 2), cujos cálculos foram realizados, seguindo-se a proposta de Kemper & Rosenau
(1986).
𝐷𝑀𝑃 = ∑ (𝑥𝑖. 𝑤𝑖)𝑛𝑖=1 (1)
𝐷𝑀𝐺 = exp[∑ (ln 𝑥𝑖 ∗ 𝑤𝑖)𝑛𝑖=1 ] (2)
em que: Wi é a proporção de cada classe em relação ao total; xi é o diâmetro médio das
classes (mm) e n é número de classes.
A densidade de referência do solo foi determinada em amostras deformadas coletadas
na camada de 0-0,20 m e passadas em peneira de 0,004 m. Para tal, foi utilizado o teste de
Proctor normal com reutilização do material (Nogueira, 1998).
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O grau de compactação do solo (GC) foi obtido pela divisão da densidade do solo pela
densidade de referência multiplicado por cem, sendo o resultado em porcentagem.
O teor de carbono orgânico (CO) foi determinado pelo método da oxidação por
dicromato de sódio (Na2Cr2O7), seguido pela leitura em espectrofotômetro com filtro de
transmissão máxima de 650 nm. O estoque de carbono do solo (EQC) correspondeu ao
produto do teor de C no solo (g kg-1) pela densidade do solo (Mg m-3) e pela profundidade da
camada, empregando-se a fórmula:
EQC = (C x Ds x prof.)/10
em que: EQS = estoque de carbono do solo (t ha-1); C = teor de carbono do solo (g kg-1); Ds
= densidade do solo (Mg m-3); e prof. = profundidade da camada do solo (cm).
Para possibilitar a comparação entre os sistemas de produção, as áreas foram
agrupadas de acordo com as características granulométricas do solo sendo formado um grupo
para os sistemas Eucalipto I, II e III, Pau-balsa e Teca e um grupo sob as áreas com Paricá I,
II e III, por terem apresentado homogeneidade granulométrica.
Os dados coletados foram submetidos aos testes de normalidade “Shapiro-Wilk” e
homogeneidade de variância “Cochran”. Com o intuito de avaliar os efeitos dos sistemas
integrados e posição de amostragem sobre os atributos analisados, realizou-se análise de
variância, de forma isolada para cada camada, considerado um delineamento inteiramente
casualizado, com parcelas subdivididas, em que o fator principal foram os sistemas ILPF, e o
fator secundário (subdivisões das parcelas) às distâncias de amostragem em relação as
árvores. Quando o teste F foi significativo, as variáveis foram separadas pelo teste “t” à 5%
de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Agregação do Solo
A análise de variância não mostrou diferença significativa para o diâmetro médio
geométrico (DMG) e o diâmetro médio ponderado (DMP) em relação aos diferentes sistemas
(S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa) nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,20 m (Tabela 2).
Também não apresentou diferença estatística de DMG e DMP em relação à posição das
coletas de solo (P) para ambas as profundidades (p<0,05). Não houve interação significativa
entre S x P para as variáveis estudadas nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,20 m (p<0,05; Tabela
2).
Na camada de 0-0,10 m foram obtidos as maiores médias de agregados na P1, em
relação à camada 0,10–0,20 m nos sistemas com Eucalipto I, II, III, Teca e Pau-balsa (Tabela
2). As médias de DMG e DMP obtidas nos sistemas com Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa
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estão abaixo daquelas encontradas por Souza Neto (2014) avaliando altura de pastejo e
densidade de árvores em diferentes sistemas integrados de produção. Entretanto, os valores
de DMP estão acima daqueles encontrados por Santos et al. (2012). Analisando os resultados
de DMP, que significa a força do agregado em não se fragmentar quando exposto a energia
desagregante, verifica-se maior valor na camada de 0–0,10 m em relação à camada 0,10-
0,20 m (4,65 e 3,79 mm respectivamente; Tabela 2). Maiores valores de DPM na camada
superficial pode estar relacionada ao maior teor de matéria orgânica que favorece a
agregação do solo. Portela (2009) avaliando a estabilidade de agregados de um Argissolo
Vermelho, observou que para aquelas condições, DMP com valores próximos a 1,0 mm,
caracterizava um estágio próximo a degradação, o que não ocorreu para os agregados deste
trabalho.
Tabela 2. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa), posição de amostragem (P) e interações (S x P).
Causa de variação
Porcentagem de agregados(1) DMG DMP
P1 P2 P3 P4 P5 P6 ----- mm -----
0-0,10 m
Sistemas 0,813 0,343 0,796 0,925 1,283 1,951 1,036 0,914
Posição 0,636 1,749 0,812 0,183 0,310 0,315 0,547 0,503
S x P 0,613 0,613 0,752 0,919 0,674 0,423 0,645 0,642
CV 1 (%) 25,89 54,03 60,24 76,53 80,57 63,39 32,95 19,01
CV 2 (%) 16,09 40,87 45,76 45,84 42,62 44,31 21,13 11,56
Média Geral 70,67 8,17 5,34 7,45 5,91 2,46 3,61 4,65
0,10–0,20 m
Sistemas 0,171 1,865 2,814 0,533 0,264 0,431 0,070 0,145
Posição 2,773 5,537 1,179 1,259 2,884 2,512 2,257 2,457
S x P 1,592 1,810 1,118 1,461 1,301 1,583 1,384 1,537
CV 1 (%) 27,66 24,67 23,68 41,96 60,21 68,90 35,52 20,50
CV 2 (%) 25,48 26,83 35,63 34,04 32,00 32,30 25,65 16,56
Média Geral 51,84 13,28 9,32 13,10 9,06 3,39 2,63 3,79
28
(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.
Em relação aos sistemas Paricá I, II e III, a avaliação da estabilidade de agregados do
solo mostrou que as classes de agregados P1, P2, P3, P4, P5 e P6, assim como o DMP e
DMG, não variaram em função dos sistemas de produção (p<0,05) (Tabela 3). Houve uma
diminuição dos valores de agregados da P1 e, DMG e DPM da camada de 0–0,10 m para a
camada de 0,10-0,20 m. Entretanto para as classes de agregados da P2, P3, P4, P5 e P6, é
observado um aumento na camada subsuperficial, sendo esse mesmo comportamento
observado no trabalho de Santos (2012). Ao estudar a agregação do solo em sistemas ILPF,
Souza Neto et al. (2013), observou baixos valores de DMG atribuindo este comportamento
pela menor distância entre renques (14 m), o que culminou para menor incidência solar na
área comprometendo o desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular das
forrageiras.
Tabela 3. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Paricá I, II e III), posição de amostragem (P) e interações (S x P).
Causa de variação
Porcentagem de agregados do solo(1) DMG DMP
P1 P2 P3 P4 P5 P6 ---- mm ----
0–0,10 m
Sistemas 0,322 1,434 0,425 0,534 0,627 1,018 0,343 0,394
Posição 1,795 2,569 1,088 1,700 2,881 1,709 2,404 2,375
S x P 1,119 1,718 0,953 1,654 1,365 0,870 1,611 1,551
CV 1 (%) 29,41 38,81 55,79 77,71 70,05 67,07 37,38 20,48
CV 2 (%) 14,63 29,08 36,77 35,38 36,14 40,08 18,63 10,13
Média Geral 67,24 7,78 5,15 9,59 7,58 2,66 3,31 4,46
0,10–0,20 m
Sistemas 1,095 14,515 0,658 1,779 2,688 2,196 1,931 1,591
Posição 2,619 0,591 2,753 1,918 2,163 1,885 2,342 2,737
S x P 0,459 0,762 0,407 0,548 0,758 1,441 0,470 0,500
29
CV 1 (%) 46,09 20,03 21,55 45,34 37,79 31,21 39,85 30,89
CV 2 (%) 33,37 26,81 25,12 26,30 26,92 26,35 28,93 20,97
Média Geral 35,69 11,78 11,96 21,85 14,13 4,59 1,79 2,90
(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.
Para as condições do presente trabalho, notou-se que as variáveis estudadas (% de
agregados em peneira, DMG e DMP) não foram afetadas pelos sistemas de produção, assim
como para a posição de amostragem. Os sistemas integrados de produção não apresentaram
até o momento comportamento distinto na agregação do solo.
Em relação ao sistema com Floresta de Eucalipto, o DMG foi menor na camada de 0–
0,10 m e maior em profundidade, ocorrendo ao contrario para DMP, onde a média foi
levemente superior na camada de 0–0,10 m em relação à camada 0,10–0,20 m (Tabela 4).
Tabela 4. Valores médios e erro padrão da distribuição das classes de agregados do solo sob sistema Floresta de Eucalipto.
Porcentagem de agregados do solo(1) DMG DMP
P1 P2 P3 P4 P5 P6 ---- mm ----
0-0,10 m
58,9±5,31 6,3±0,73 5,1±0,30 13,9±2,21 12,6±1,97 3,2±0,49 2,6±0,32 4,0±0,28
Coeficiente de variação (%)
6,39 4,97 9,70 3,64 3,70 3,82 4,72 8,22
0,10-0,20 m
18,6±2,47 7,9±1,22 11,2±0,84 31,0±0,94 26,2±3,24 5,0±0,12 1,1±0,09 1,9±0,15
Coeficiente de variação (%)
4,35 3,75 7,69 18,97 4,68 23,06 7,42 7,24
(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.
Porosidade, Densidade do solo e Grau de Compactação
30
Houve similaridade dos dados para os atributos microporosidade (Mic), densidade do
solo (Ds) e grau de compactação (GC) entre os sistemas eucalipto I, II, e III, Teca e Pausa na
camada de 0-0,10 m (Tabela 5). Houve interação significativa entre sistemas (S) e posição de
amostragem (P) para a variável macroporosidade (Mac) nesta mesma camada.
A análise de variância mostrou diferença significativa para os atributos porosidade total
(Pt), Mac e Ds entre sistemas de produção (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa) na camada
de 0-0,10 m. Para posição de amostragem houve diferença significativa entre os atributos Pt,
Mac, Mic, Ds e GC (p<0,05).
Tabela 5. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa), posição de amostragem (P) e interações (S x P).
Causa de
Variação
Porosidade Total
Ds GC
Total Macro Micro
------------------ m3 m-3 ------------------ Mg m-3 %
0-0,10 m
Sistemas 5,468* 4,503* 2,541 4,981* 1,363
Posição 2,602* 8,222** 10,978** 2,959* 2,975*
S x P 1,646 2,219* 1,605 0,999 0,993
CV 1 (%) 6,51 24,97 8,87 5,56 5,52
CV 2 (%) 4,11 25,56 4,20 3,93 3,90
Média Geral 0,47 0,09 0,39 1,34 89,10
0,10-0,20 m
Sistemas 18,485** 6,533** 25,623** 9,798** 3,520
Posição 2,348 2,662* 1,040 2,682* 2,722*
S x P 0,859 1,587 1,698 1,230 1,153
CV 1 (%) 4,31 16,60 3,18 4,82 4,78
CV 2 (%) 4,85 19,92 3,57 4,05 4,04
Média Geral 0,47 0,12 0,35 1,33 88,21
31
(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. **, * F significativo à 1 e 5 % respectivamente.
Na camada de 0,10-0,20 m houve similaridade dos dados apenas para posição de
amostragem para os atributos porosidade total (Pt) e Mic. Não houve interação significativa
entre S x P para as variáveis analisadas na camada 0,10-0,20 m.
A Pt foi maior nos sistemas com Eucalipto diferenciando-se dos tratamentos com Teca
e Pau-balsa (p<0,05) na camada de 0-0,10 m (Tabela 6). Em profundidade (0,10-0,20 m), a
maior média de Pt foi obtida no tratamento com Eucalipto III, sendo diferente dos demais
tratamentos (p<0,01). A macroporosidade foi menor apenas no tratamento Teca na camada
0-0,10 m e, maior apenas no sistema Eucalipto III em profundidade. Os sistemas Teca e Pau-
balsa apresentaram as maiores médias em relação a densidade do solo em ambas as
camadas (Tabela 6). Desta forma, é possível observar que em função destes atributos, os
sistemas Teca e Pau-balsa apresentam qualidade física do solo inferior aos sistemas com
Eucalipto no seu arranjo florestal. Independente dos sistemas avaliados, todos os tratamentos
apresentaram na camada superficial (0-0,10 m) volume de macroporos abaixo do limite de
0,10 m3 m-3, considerado crítico para o desenvolvimento radicular (Secco et al., 2004). A
macroporosidade tende a diminuir com a compactação do solo (Freddi et al., 2009)
ocasionado neste caso pela ação do pisoteio do gado ao longo de dois anos de pastejo.
Tabela 6. Propriedades físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção.
Atributos físicos(1)
Sistema
Eucalipto I Eucalipto II Eucalipto III Teca Pau-balsa
0-0,10 m
Pt (m3 m-3) 0,480 a 0,489 a 0,488 a 0,450 b 0,454 b
Mac (m3 m-3) 0,095 a 0,085 a 0,095 a 0,066 b 0,089 a
Ds (Mg dm-3) 1,35 ab 1,29 b 1,30 b 1,38 a 1,38 a
0,10-0,20 m
Pt (m3 m-3) 0,476 b 0,477 b 0,495 a 0,451 c 0,439 c
Mac (m3 m-3) 0,121 b 0,113 b 0,139 a 0,107 b 0,110 b
Mic (m3 m-3) 0,357 ab 0,365 a 0,355 b 0,343 c 0,328 d
Ds (Mg m-3) 1,32 bc 1,30 cd 1,26 d 1,36 ab 1,39 a
32
(1)Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo. Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 5 %.
A posição de amostragem do solo mostrou comportamento variável em função dos
atributos analisados. O maior volume de macroporos foi obtido na posição P3 (0,109 m3 m-3),
onde também se obteve o menor volume de microporos (0,367 m3 m-3) na camada de 0-0,10
m. Este local é preferencialmente ocupado pelos animais de corte, em vista do sombreamento
proporcionado pela copa das árvores na maior parte do dia. Este mesmo comportamento foi
verificado por Souza-Neto et al. (2014), entretanto não foram observadas diferenças na
densidade do solo entre a projeção da copa das árvores e entre as linhas das espécies
florestais (pleno sol).
As maiores medias de densidade do solo assim como para o grau de compactação,
foram obtidas nas posições P3, P4 e P5. Isto provavelmente pode estar relacionado a uma
maior ocupação pelos animais nestes locais, ocasionando maior adensamento do solo.
Embora este mesmo comportamento não seja observado em profundidade (0,10-0,20 m), a
camada 0-0,10 m está mais sujeita a alterações devido a sua maior exposição ao pisoteio dos
animais. A menor densidade do solo na camada de 0,10-0,20 m foi observada na posição P4,
assim como o menor grau de compactação.
O grau de compactação corresponde na divisão da densidade do solo atual pela
densidade máxima do solo obtida pelo ensaio de Proctor. Independente dos sistemas
avaliados e da posição de amostragem, as médias foram 89,10 m e 88,21 m para as camadas
0-0,10 e 0,10-0,20 m respectivamente (Tabela 5). Estes valores são considerados críticos ao
desenvolvimento das plantas, haja visto que diversos trabalhos demostram que valores acima
de 81 % tem prejudicado o desenvolvimento das plantas (Beutler et al. 2004, 2005; Silva et
al., 2004).
Tabela 7. Propriedades físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção com Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa.
Variável
Posição de amostragem
P 1 P 2 P 3 P 4 P 5
0-0,10 m
Pt (m3 m-3) 0,481 a 0,473 abc 0,477 ab 0,463 c 0,465 ab
Mac (m3 m-3) 0,095 ab 0,067 d 0,109 a 0,084 bc 0,076 cd
Mic (m3 m-3) 0,388 b 0,406 a 0,367 c 0,379 bc 0,389 b
Ds (Mg m-3) 1,31 c 1,33 bc 1,34 abc 1,35 ab 1,37 a
33
GC (%) 87,33 c 88,17 bc 88,72 abc 90,05 ab 91,23 a
0,10-0,20 m
Mac (m3 m-3) 0,105 b 0,131 a 0,122 ab 0,119 ab 0,112 b
Ds (Mg m-3) 1,35 a 1,32 ab 1,33 ab 1,29 b 1,34 a
GC (%) 89,76 a 87,48 ab 88,52 ab 85,98 b 89,76 a
Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 %. Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo; G.C.: grau de compactação.
Houve interação significativa entre S x P para macroporosidade do solo na camada de
0-0,10 m (Tabela 8). O sistema Teca apresentou os menores volumes de macroporos nas
posições P3, P4 e P5, sendo igual estatisticamente ao sistema Pau-balsa na posição P1
(p<0,05). Os cinco sistemas foram iguais estatisticamente para a posição P2.
Tabela 8. Valores de Macroporosidade (m3 m-3) referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados e posição de amostragem na camada de 0-0,10 m.
Sistemas
Posição de amostragem
P1 P2 P3 P4 P5
Macroporosidade (m3 m-3)
Eucalipto I 0,113 Aab 0,077 Ac 0,130 Aa 0,063 BCc 0,093 Abc
Eucalipto II 0,103 ABa 0,047 Ab 0,113 ABa 0,080 BCbc 0,083 Aa
Eucalipto III 0,100 ABab 0,070 Ab 0,113 ABa 0,097 ABbc 0,097 Abc
Teca 0,083 ABa 0,077 Aa 0,083 Ba 0,057 Cbc 0,033 Bb
Pau-balsa 0,073 Bbc 0,067 Ac 0,107 ABab 0,127 Aa 0,073 Abc
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.
No quadro 9 é apresentado o resumo da análise de variância da propriedades físicas
do solo entre os sistemas Paricá I, II e III. O volume de macroporos apresentou
comportamento diferenciado entre sistemas integrados e entre posição de amostragem.
Verifica-se que houve interação significativa entre os sistemas integrados (S) e posição de
amostragem (P) para o volume de macroporos na camada de 0,10-0,20 m. Desta forma, não
puderam ser analisados separadamente. Isso indica que as modificações causadas pelos
34
sistemas no manejo do solo resultou em mudanças no volume de macroporos nesta
profundidade.
Tabela 9. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Paricá I, II e III), posição de amostragem (P) e interações (S x P).
Causa de
Variação
Pt Mac Mic Ds GC
-------------- m3 m-3 -------------- Mg m-3 %
0-0,10 m
Sistemas 0,399 8,242* 0,380 0,868 0,068
Posição 0,530 5,597** 2,269 1,162 1,161
S x P 0,461 0,843 0,636 0,265 0,274
CV 1 (%) 12,61 21,91 19,45 7,98 7,93
CV 2 (%) 8,17 28,34 9,70 6,11 6,05
Média Geral 0,44 0,09 0,35 1,42 89,52
0,10-0,20 m
Sistemas 0,344 1,145 3,912 0,581 0,870
Posição 1,097 1,911 0,400 0,847 0,781
S x P 1,873 3,383** 0,471 1,554 1,546
CV 1 (%) 10,93 21,16 7,39 6,94 6,66
CV 2 (%) 6,66 22,03 8,89 5,13 5,09
Média Geral 0,43 0,12 0,31 1,40 88,70
(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. **, * F significativo à 1 e 5 % respectivamente. Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo; G.C.: grau de compactação.
O sistema Paricá II apresentou o maior volume de macroporos na camada de 0-0,10
m se diferenciando estatisticamente dos sistemas Paricá I e Paricá III (p<0,05; Tabela 10).
Baixos valores de macroporosidade podem levar a deficiência de O2 às raízes e reduzir a
continuidade de poros e a permeabilidade do solo (Lanzanova et al., 2007).
35
Tabela 10. Valores de macroporosidade do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção com Paricá I, Paricá II e Paricá III na camada de 0-0,10 m.
Variável
Sistema
Paricá I Paricá II Paricá III
Macroporosidade (m3 m-3) 0,08 b 0,11 a 0,09 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras minúsculas comparam na linha.
Segundo Reinert et al. (2008), valores de GC de 80 a 90 % não são indicativos de
solos compactados, todavia vale ressaltar que os valores encontrados neste trabalho estão
entre 88,70 % para a camada 0,10-0,20 m e 89,52 % para a camada 0-0,10 m nos sistemas
com Paricá (Tabela 9).
Quando comparado as posições de amostragem na camada de 0-0,10 m, o volume de
macroporos sob a copa das árvores (P3) é maior sendo diferentes estatisticamente das
posições P1, P2 e P5.
Tabela 11. Valores de macroporosidade do Latossolo Vermelho-Amarelo nos sistemas Paricá I, Paricá II e Paricá III em função da posição de amostragem na camada de 0-0,10 m.
Variável
Posição de amostragem
P1 P2 P3 P4 P5
Macroporosidade (m3 m-3) 0,07 c 0,08 bc 0,13 a 0,10 ab 0,09 bc
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras minúsculas comparam na linha.
O maior volume de macroporos foi observado no sistema Paricá I sob a copa das
árvores (P3) se diferenciando estatisticamente dos outros sistemas e também para posição
de amostragem (p<0,01). O volume de macroporos nas posições P1, P2, P4 e P5 no sistema
Paricá I foi inferior estatisticamente em relação aos sistemas Paricá II e Paricá III.
36
Tabela 12. Valores de Macroporosidade referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados (Paricá I, Paricá II e Paricá III) e posição de amostragem na camada de 0,10-0,20 m.
Sistemas
Posição de amostragem
P1 P2 P3 P4 P5
Macroporosidade (m3 m-3)
Paricá I 0,100 Ab 0,103 Ab 0,203 Aa 0,120 Ab 0,117 Ab
Paricá II 0,117 Aa 0,117 Aa 0,113 Ba 0,130 Aa 0,123 Aa
Paricá III 0,110 Aa 0,117 Aa 0,100 Ba 0,123 Aa 0,113 Aa
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.
Estoque de Carbono
Na Tabela 13 é apresentado o resumo da análise de variância dos estoques de
carbono para os sistemas integrados de produção. Não houve diferença estatística entre os
sistemas Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa e também para posição de amostragem nesses
tratamentos (p<0,05). Para as condições deste estudo, os sistemas com Eucalipto, Teca e
Pau-balsa promoveram aproximadamente 32, 45 Mg ha-1 em estoque de carbono. Sistemas
conservacionistas que não realizam revolvimento do solo promovem aumento do carbono
orgânico na camada superficial do solo (Costa et al., 2008), haja visto que maior parte da
perca de carbono orgânico ocorre pela oxidação da matéria orgânica nos primeiros 0,20 m de
profundidade (Castro Filho et al., 1998).
Houve interação significativa entre os fatores sistemas de produção Paricá I, II e III e,
posição de amostragem (P) (p<0,01; Tabela 13). Observa-se que entre os sistemas de
produção o sistema Paricá III apresentou menor estoque de carbono nas posições de
amostragem P1, P2 e P4. Em ambos os sistemas, entre os renques das espécies florestais é
cultivado braquiária por um período de dois anos. O menor estoque de carbono observado no
sistema Paricá III pode ser atribuído a um menor desenvolvimento da gramínea. Com maior
adensamento das árvores, ocorre menor incidência da radiação solar e consequentemente
menor fotossíntese e desenvolvimento da braquiária. Souza-Neto et al. (2014) não
observaram diferenças no estoque de carbono em diferentes sistemas de integração lavoura-
pecuária-floresta. Entretanto, os menores valores de produção de grãos de soja foi atribuída
a menor incidência solar ocasionada pelas áreas sombreadas nestes sistemas integrados.
37
Tabela 13. Valores de F calculados pela análise de variância para estoque de carbono (C) nos diferentes sistemas integrados de produção e posição de amostragem do Latossolo Vermelho-Amarelo.
Causa de Variação – EQC
Sistema (S) Posição (P) S x P CV 1 (%) CV 2 (%) Média Geral (Mg ha-1)
Eucalipto I, Eucalipto II, Eucalipto III, Teca e Pau-balsa
0,990 2,088 1,008 17,01 16,95 32,45
Paricá I, Paricá II e Paricá III
680,710** 0,690 4,153** 1,71 11,50 27,77
(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. ** F significativo à 1%.
Tabela 14. Valores de estoque de carbono referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados (Paricá I, Paricá II e Paricá III) e posição de amostragem na camada de 0,10-0,20 m.
Sistemas
Posição de amostragem
P1 P2 P3 P4 P5
Estoque de Carbono (Mg ha-1)
Paricá I 29,99 Aa 32,78 Aa 24,12 Bb 28,11 Aab 30,60 Aa
Paricá II 34,02 Aa 28,11 Abc 30,26
Aabc 31,91 Aab 26,13 Ac
Paricá III 21,74 Bb 21,24 Bb 25,20 Bab 23,18 Bb 29,19 Aa
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.
CONCLUSÕES
Não houve influência dos sistemas integrados de produção na agregação do solo.
A macroporosidade do solo é menor na camada 0-0,10 m em relação à camada 0,10-
0,20 m, sendo o menor volume de macroporos provavelmente atribuído ao pisoteio animal.
Os sistemas integrados com Eucalipto, Teca e Pau-balsa não diferiram quanto ao
estoque de carbono, entretanto na média geral foram superiores aos sistemas com Paricá
(32,45 e 27,77 Mg ha1 respectivamente).
O sistema Paricá III promoveu menor estoque de carbono no solo em relação aos
sistemas integrados Paricá I e Paricá II.
38
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40
PARTE 2-
QUIMICA DE
SOLO,
CRESCIMENTO
DAS ÁRVORES E
SERAPILHEIRA
AMOSTRAGEM 2012
41
INTRODUÇÃO
O setor de base florestal foi o responsável pelo surgimento de grande parte das
cidades de Mato Grosso, propulsor do crescimento econômico e desenvolvimento social,
fazendo com que o Estado alcançasse o patamar atual de crescimento. Porém, grande parte
da área que antes era ocupada pela floresta foi aberta, dando lugar à agricultura e à pecuária.
O desmatamento indiscriminado e a ocupação de áreas para introdução das
pastagens desencadearam desequilíbrios ambientais, entre eles os processos erosivos,
expondo a superfície do solo, incidindo queda da fertilidade natural, que já é baixa, e, em
consequência, redução da taxa de lotação animal, promovendo prejuízos aos pecuaristas e
ao ambiente como um todo.
Sabe-se que o uso intensivo da terra, sem a preocupação com a conservação da
mesma, pode trazer grandes prejuízos, tanto para o ambiente como para o setor agrícola,
acarretando perdas significativas de produtividade.
Uma opção que vem ganhando espaço no Estado, porém sem grande destaque, é a
adoção dos sistemas integrados e conservacionistas, como exemplo pode-se citar o cultivo
de árvores em meio à lavoura, seguido pelo pasto, denominado integração lavoura-pecuária-
floresta (iLPF), que tem sido visualizado como uma importante estratégia de uso sustentado
da terra, principalmente nas áreas sujeitas à degradação.
Dentre os benefícios desse tipo de sistema, estão a produção de forragem na
entressafra e palha para a semeadura direta, quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas
invasoras, melhoria na fertilidade física, química e biológica do solo (SPERA et al., 2009).
Segundo Carvalho (2010), o que contribui ainda, indiretamente, com a qualidade da água e
aumenta o sequestro de carbono pelo solo. Há uma melhoria na aeração e descompactação
do solo e, consequentemente, melhoria também na fixação de nitrogênio na soja, no
aproveitamento pela floresta dos nutrientes deixados pela lavoura. Além disso há ainda uma
diversificação da renda no sistema dentro da propriedade (grãos, madeira, carne, leite, fibra
e biocombustível), ciclagem de nutrientes a maiores profundidades (RADOMSKI & RIBASKI,
2009), conforto animal em função da sombra e da redução da temperatura (LEME et al., 2005)
e aumento da fertilidade do solo.
A fertilidade do solo fornecerá informações sobre a capacidade que o mesmo tem de
suprir os nutrientes exigidos pelas plantas. Essa capacidade é influenciada pelo ciclo de
nutrientes, que consiste, principalmente, na decomposição e liberação dos minerais
constituintes da serapilheira, para uma posterior reabsorção pelas raízes das plantas. A
quantidade de nutrientes depositada ao solo por meio de serapilheira depende da espécie, do
local, da idade do povoamento, do tipo de solo, da densidade de plantio, dentre outros fatores.
As folhas normalmente representam a maior parte da biomassa que retorna ao solo, seguida
42
dos galhos, cascas e frutos. E esse processo é que garante a sustentação de muitas espécies
no sistema, influindo na produção das plantas. O objetivo do trabalho foi acompanhar a
variação espacial dos indicadores químicos do solo, deposição e liberação de nutrientes da
serapilheira e o incremento do povoamento florestal em um sistema de integração lavoura-
pecuária-floresta (iLPF), instalado em Nova Canaã do Norte, MT.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Integração lavoura-pecuária-floresta/Sistema agrossilvipastoril
Segundo Porfirio-da-Silva (2007, apud DERETI et al., 2009, p. 1), “A Integração
lavoura-pecuária-floresta (iLPF) tem sido proposta como alternativa sustentável aos sistemas
tradicionais de uso da terra”.
Já Moreno (2011, p. 14), ao conceituar iLPF, diz:
A iLPF contempla sistemas produtivos diversificados de grãos, fibra,
carne, leite, lã e produtos florestais dentre outros, realizados na
mesma área, em plantio consorciado, em sucessão ou rotação. Tem
por objetivo maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas,
animais, e seus respectivos resíduos, assim como efeitos residuais de
corretivos e nutrientes. Visa ainda minimizar e otimizar a utilização de
agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas,
equipamentos e mão de obra, gerar emprego, renda, melhorar as
condições sociais no meio rural, além de reduzir os impactos ao meio
ambiente.
Existem atualmente quatro tipos de integração (EMBRAPA, 2009), sendo esses:
Integração lavoura-pecuária (Agropastoril): Sistema que integra os
componentes lavoura e pecuária, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em
um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos;
Integração pecuária-floresta (Silvipastoril): Sistema que integra os
componentes pecuária e floresta em consórcio;
Integração lavoura-floresta (Silviagrícola): Sistema que integra os
componentes floresta e lavoura, pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos
agrícolas (anuais ou perenes);
Integração lavoura-pecuária-floresta (Agrossilvipastoril): Sistema que integra
os componentes lavoura, pecuária e floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma
43
área. O componente lavoura restringe-se (ou não) à fase inicial de implantação do
componente florestal.
Para Martins (2001), a mata ou as árvores cultivadas em meio a pastagens ou
lavouras, propiciam efeito de filtro, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos,
aumentando a infiltração e assim afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água,
a fauna aquática e a população humana, além de outros.
Fertilidade do solo
A International Fertilizer Associationn (IFA, sem data apud MALAVOLTA, 2006, p. 512)
define fertilidade como sendo:
Capacidade abrangente de um solo para garantir crescimento
vigoroso da cultura fornecendo nutrientes adequados, condições
favoráveis para a absorção de água e para o crescimento e
desenvolvimento das raízes. A fertilidade é uma síntese de
componentes físicos, químicos e biológicos sendo influenciada por
fatores de clima e de manejo.
Segundo Correia et al. (2004, p. 30), “As rochas podem ser consideradas como o
material de origem mais importante dos solos. É a partir da ação de agentes do intemperismo,
tais como clima e organismos que a rocha se decompõe...”.
A fertilidade do solo, entretanto, não depende apenas da natureza da
rocha que lhe deu origem. Em condições de intemperismo intenso, os
minerais que contribuem para o enriquecimento da fertilidade do solo
são eliminados do sistema. Por essa razão, quanto ao seu grau de
intemperismo os solos podem ser divididos em “jovens” (menos
intemperizados) e “velhos” (mais intemperizados). As diferenças
marcantes entre eles são a profundidade e a fertilidade (CORREIA et
al., 2004, p. 30).
Solos jovens normalmente são menos profundos, pois ainda não houve tempo para
que os agentes do intemperismo atuassem na decomposição dos minerais primários; quando
originados de rochas ricas em minerais, tendem a ser mais ricos em nutrientes. Já nos mais
velhos, a intensa atividade bioclimática durante longo período de tempo permitiu que se
desenvolvesse um manto de intemperismo profundo; assim os elementos facilmente
44
removidos como cálcio e magnésio, responsáveis pela maior fertilidade, são lixiviados do
sistema, resultando em solos de baixa fertilidade. Exceção ocorre com solos arenosos que,
embora sejam solos jovens, são profundos e muito pobres em elementos, em consequência
da composição do material de origem (CORREIA et al., 2004).
Atributos químicos do solo
De acordo com Correia et al. (2004), a fertilidade do solo é inferida, principalmente,
por meio da soma de bases (S), da saturação por bases (V%), da capacidade total de troca
de cátions (T ou CTC), saturação por alumínio (m%) e do grau de acidez (pH). Em virtude
desses valores têm-se:
Solos eutróficos: apresentam saturação por bases (V%) ≥ 50% no horizonte B.
São solos normalmente de alta fertilidade e alumínio nulo ou reduzido.
Solos distróficos: apresentam saturação por bases (V%) ≤ 50% no horizonte B.
São solos normalmente de baixa fertilidade e alumínio nulo ou baixo.
Solos álicos: apresentam saturação por alumínio (m%) ≥ 50%. São solos
normalmente de baixa fertilidade e alumínio alto.
Solos ácricos: predominam cargas elétricas positivas (ΔpH1 nulo ou positivo).
De acordo com os mesmos autores (2004), esse termo refere-se a solos que contêm
quantidades iguais ou menores que 1,5 cmolc kg-1 de soma de bases e que preencham pelo
menos as seguintes condições: pH KCl 1N igual ou superior a 5,0; ou ΔpH positivo ou nulo.
São solos que apresentam adsorção de ânions (fosfatos, nitratos, sulfatos e cloretos).
Ainda segundo os mesmos autores (2004), os valores de soma de bases, saturação
por bases, capacidade de troca catiônica e saturação por alumínio, é dado a partir de cálculos
envolvendo a quantidade de Cálcio (Ca2+), Magnésio (Mg2+), Sódio (Na+), Hidrogênio (H+),
Potássio (K+), e Alumínio (Al3+), sendo os dois últimos de maior importância quando se avalia
fertilidade. Conforme Silveira & Gava (2003), outro elemento muito importante, embora não
seja utilizado para cálculo desses parâmetros, é o Fósforo (P), que é responsável pelo
fornecimento de energia na planta.
Acidez do solo
Conforme Sousa & Lobato (2004), o problema de acidez, causado pelo excesso de Al,
baixos teores de Ca e Mg, na região do Cerrado, não é só superficial (camada de 0 a 20 cm),
podendo ocorrer também na subsuperfície (camadas mais profundas).
1 ΔpH: pH em KCl – pH em H2O
45
O excesso de Al afeta o crescimento das raízes das plantas, juntamente com a
deficiência de Ca. Um sistema radicular pouco desenvolvido limita a absorção de água,
nutrientes e, consequentemente, a produtividade das culturas, segundo os mesmos autores
(2004).
De acordo com Martinazzo (2006), o Al, em especial, além de paralisar o crescimento
das raízes, causa engrossamento das mesmas, devido ao enrijecimento da parede e à
inibição da divisão celular, o que, por sua vez, altera a absorção e utilização de nutrientes,
especialmente o P. Diante disso, em solos cuja fertilidade natural é baixa e a acidez é elevada,
o suprimento de elementos essenciais pode não ser adequado à obtenção de boas colheitas
e os riscos de deficiência hídrica são muito elevados, visto que o desenvolvimento das raízes
concentra-se na camada superficial, mais rica em nutrientes e matéria orgânica.
A correção da acidez superficial e subsuperficial se faz necessária para que se
obtenha melhor produtividade das culturas e maior otimização no uso da água e nutrientes.
Para essa correção, o insumo mais utilizado para a camada superficial é o calcário e para a
subsuperficial, o gesso agrícola. (SOUSA & LOBATO, 2004).
Fósforo
Segundo Sousa et al. (2004 p. 147), “O fósforo é um dos nutrientes que merecem mais
atenção para a produção agrícola nos solos da região do Cerrado onde a disponibilidade
desse elemento, em condições naturais, é muito baixa.” A adubação fosfatada, dessa forma,
se torna necessária. Porém, esse é um investimento de altos custos para a prática da
agricultura comercial nesses solos.
A difusão é a forma mais importante de absorção de P pelas plantas,
sendo facilitado quando estas apresentam um sistema radicular bem
desenvolvido e uma boa distribuição do nutriente no perfil do solo. A
aplicação localizada de P tem vantagem de limitar temporariamente a
fixação do elemento, porém, ocorre a redução do contato das raízes
com o nutriente, resultando em menor absorção e restrição no
crescimento da planta. Por outro lado, quanto melhor a distribuição do
P aplicado ao solo, maior será seu contato e, por consequência, maior
será a sua adsorção, resultando em menor disponibilidade para as
plantas (NOVAIS & SMITH, 1999 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011,
p. 2).
46
O P é móvel nos tecidos, com isso, os sintomas de deficiência surgem nas folhas mais
velhas. Em estudo realizado por Barroso et al. (2005) em mudas de teca submetidas à
deficiência de P, foi observado o enrugamento/encarquilhamento nas extremidades das folhas
mais velhas e clorose leve.
Para o eucalipto no estágio inicial da carência, as folhas mais velhas ficam com
coloração verde escura mostrando-se arroxeadas próximo às nervuras e com pontuações
escuras ao longo do limbo foliar. No estágio final, as pontuações progridem em tamanho e
tornam-se necróticas (KAUL et al., 1966, 1968, 1970 e 1970; BALLONI, 1978; DELL et al.
1995; DELL, 1996; SILVEIRA et al., 1996, 2000 e 2001 apud SILVEIRA & GAVA, 2003).
Em estudo realizado, os mesmos autores (2003) observaram, em solos da região de
São Paulo e Bahia, uma média de 9,43 kg ha-1 de P disponível no solo, pelo método de resina,
nos primeiros 20 cm de solo, o que representa cerca de 4,71 mg dm-3, valor este insuficiente
para atender uma demanda total média de P pelo Eucalyptus com idade aproximada de 7
anos, cujo valor está em torno de 44 kg ha-1 de P, ou 22 mg dm-3.
Potássio
Segundo Martinazzo (2006) a disponibilidade de K para as plantas é função das
características químicas e mineralógicas do solo, por haver diferentes respostas nos
diferentes grupos de solos. Assim solos argilosos, por exemplo, que têm maior CTC, podem
receber adubações maiores de K que os solos arenosos, que têm baixa CTC.
O K não faz parte de nenhum composto orgânico, não desempenhando função
estrutural na planta. Atua no controle osmótico das células. Plantas deficientes em K
apresentam menor turgor, pequena expansão celular, maior potencial osmótico e abertura e
fechamento dos estômatos de forma irregular (MENGEL & KIRKBY, 1978; MALAVOLTA et
al., 1997, apud SILVEIRA & MALAVOLTA, 2000).
A recomendação de adubação potássica depende da interpretação (Tabela 01) dos
resultados da análise de solo.
Tabela 01.Interpretação do teor de K no solo, conforme as classes de CTC do solo a pH 7,0.
Interpretação
CTC pH 7,0 (cmol dm-3)
=> 15 5,1 a 15,0 <= 5
mg dm-3
Muito baixo <= 30 <= 20 <= 15
Baixo 31 - 60 21 - 40 16 - 30
Médio 61 -90 41 - 60 31 - 45
Alto 91 - 180 61 - 120 46 - 90
Muito alto => 180 => 120 => 90
Fonte: Sociedade (2004 apud SCIVITTARO & PILLON, 2007).
47
Barroso et al. (2005) em estudo sobre deficiência de macronutrientes em teca,
observaram reduções do crescimento, clorose internerval, encarquilhamento e pontos
necrosados nas folhas mais velhas, em mudas submetidas à ausência de K, sendo os
sintomas já observados no 2º par de folhas, a partir do ápice, e redução da emissão de raízes
novas.
Matéria orgânica do solo
A função física da matéria orgânica (MO) do solo se refere à melhoria da estrutura do
solo, otimizando a aeração, drenagem e retenção de umidade. Biologicamente, sua função é
fornecer carbono como fonte de energia para os microrganismos, promovendo a ciclagem de
nutrientes. Sua função química é manifestada por sua capacidade de interagir com metais,
óxidos e hidróxidos metálicos, atuando como trocador de íons (CTC) (MARTINAZZO, 2006).
Segundo Bot & Benites, (2005, apud CHIODINI et al., 2013, p. 183),
“... a MO tem a capacidade de reter nutrientes, como o K, Ca e Mg,
podendo atuar como reservatório de Nitrogênio (N), P, enxofre (S) e
boro (B), sendo capaz de suprir parte das necessidades da cultura
durante seu ciclo.”
Dentre os nutrientes disponibilizados pela MO, o N é o mais requerido pela maioria
das culturas. Segundo Cantarella et al. (2008, apud CHIODINI et al., 2013), mais de 90% do
N no solo encontra-se no compartimento orgânico, o que torna inevitável a associação de sua
disponibilidade com o teor de MO do solo.
Ciclagem de nutrientes
Delitti (1995) define a ciclagem de nutrientes como sendo a trajetória cíclica dos
elementos essenciais à vida dentro dos ecossistemas. Resultante de uma série de processos
interconectados em que os mesmos recursos nutricionais são utilizados em sucessivos
períodos de fixação de energia.
“A ciclagem de nutrientes em florestas nativas é um processo de suma importância
para o equilíbrio ecológico de florestas naturais e das plantações florestais de espécies
nativas.” (POGGIANI & SCHUMACHER, 2005, p. 288).
Para plantios florestais, durante o período de rotação, as árvores utilizam os nutrientes
disponíveis do solo, portanto, é recomendada a permanência dos resíduos sobre o solo na
48
colheita florestal, pois propicia a permanência de parte significativa dos nutrientes extraídos
durante o crescimento das mesmas (SCHUMACHER et al., 2008).
Segundo Figueiredo (2005), os sistemas florestais apresentam a vantagem de retirar
nutrientes dos horizontes mais profundos dos solos e promover a ciclagem de nutrientes para
horizontes superficiais por meio da serapilheira depositada na superfície do solo. E o maior
percentual de nutrientes dos sistemas florestais fica armazenado nas copas das árvores
(folhas e ramos), que permanecem na área após a colheita.
Esses nutrientes também podem vir de fora do sistema (via restos orgânicos, estercos,
cinzas ou adubos químicos), da água da chuva e da poeira em suspensão, da atmosfera
(quando o N é fixado, por exemplo) e das folhas das plantas, quando são lavadas pela chuva
(a precipitação interna numa floresta é como um chá, rico em nutrientes, principalmente N e
K) (PENEIREIRO et al., sem data).
Serapilheira
Por meio da deposição de serapilheira, as árvores promovem aumentos no teor de
matéria orgânica e de outros nutrientes no solo, sendo um meio importante de reciclagem de
nutrientes (XAVIER et al., 2011). A quantidade de serapilheira e nutrientes que retornam ao
solo influenciam na capacidade produtiva da espécie, assim, a avaliação da produção e da
decomposição da serapilheira é essencial, devido a sua associação com a quantificação dos
nutrientes que retornam ao solo, em sistemas onde haja a presença de árvores
(CIANCIARUSO et al., 2006).
Vários fatores afetam a quantidade de resíduos que irão formar a
serapilheira, entre eles destacam-se: o clima, o solo, as características
genéticas das plantas, a idade e a densidade de plantas. Em escala
mais ampla, a produtividade vegetal é determinada pela distribuição
de chuvas, que exerce forte influência sobre a disponibilidade de água
no solo e, por conseguinte, sobre a disponibilidade de nutrientes
(CORREIA & ANDRADE, 1999 apud CAMPOS et al., 2006, p. 11).
Conforme Haag, (1985 apud CAMPOS et al., 2006), a tendência de concentração de
nutrientes na serapilheira de sistemas florestais naturais é bastante similar ao de florestas
implantadas, ou seja, o N é o nutriente em maior concentração, seguido pelo Ca, K, Mg e P.
Vieira et al. (2009) estudando a produção de serapilheira e o retorno de nutrientes ao
solo pela espécie Eucalyptus urograndis, obtiveram um total de 5,77 t ha-1 de serapilheira
49
depositada, no período de maio a abril. Já em relação a nutrientes, observaram o N como o
elemento mais representativo, seguido pelo Ca, K e Mg.
Já Zaia et al. (2004 apud NETO et al., sem data), avaliando a ciclagem de nutrientes
em populações de eucalipto, verificaram maiores aportes de Ca e menores de P, com aportes
intermediários de Mg, assim como Rosa (2010), que em seu estudo sobre concentração de
nutrientes em um povoamento de teca, observou a mesma tendência de aporte de nutrientes.
Espécies florestais
Eucalyptus urograndis
O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, proveniente da Austrália,
possuindo cerca de 600 espécies e variedades endêmicas no país. Possui um alto
crescimento fora do seu local de origem (DRUMOND & OLIVEIRA, 2006). Possui massa
específica básica de aproximadamente 0,49 g cm-3 (ALZATE, 2004).
Segundo Wilcken et al. (2008), no Brasil, o eucalipto foi introduzido com finalidade
comercial em 1904. Inicialmente o propósito dos plantios era a produção de dormentes, postes
e lenha para as locomotivas das estradas de ferro paulistas; porém, várias pesquisas desde
então têm demonstrado a versatilidade de uso da madeira de eucalipto.
A madeira pode ser utilizada para produção de energia (lenha e carvão vegetal),
postes e mourões, na construção civil (pontaletes e madeiramento para telhados e pisos),
para chapas de fibras, celulose e papel e até móveis finos. Como produto não-madeireiro, é
possível a extração de óleo essenciais das folhas do eucalipto, plantio para quebra-ventos,
produção de mel, entre outras utilidades, segundo os mesmos autores (2008).
A grande disponibilidade de espécies e a adaptação dessas às condições de
praticamente todo o território brasileiro, permite a comercialização de diversos produtos, de
forma a aproveitar ao máximo todas as partes das plantas. Atualmente, segundo Queiroz &
Silva (2005), as ponteiras e galhos das árvores estão sendo utilizadas como matéria prima na
obtenção de carvão vegetal. Geralmente essas partes são desprezadas dependendo do
destino da madeira.
O Eucalyptus urograndis é um hibrido desenvolvido no Brasil, através
do cruzamento do E. grandis x E. urophylla. Atualmente mais de
600.000 ha são cultivados com este hibrido, constituindo na base da
silvicultura clonal brasileira. O objetivo do cruzamento destas duas
espécies é obter plantas com um bom crescimento, características do
E. grandis e um leve aumento na densidade da madeira e melhorias
50
no rendimento e propriedades físicas da celulose, características do
E. uroplylla. A rusticidade, propriedades da madeira e resistência ao
déficit hídrico do E. uroplylla, também fazem parte deste interesse no
cruzamento de E. grandis e E. uroplylla (AGROTECA TANABI, 2008
apud BRAGA, 2008, p. 4).
Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes, Poggiani (1980), realizou
estudos envolvendo a espécie Eucalyptus grandis, com idade de quatro anos, em plantio com
1300 árvores por ha (Tabela 02), indicando a quantidade de nutrientes exportados durante a
colheita da mesma.
Tabela 02. Fitomassa seca a 80ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-2) exportados por ocasião do corte.
Componente Fitomassa
(t ha-1)
g m-2
Ca N P K Mg
Copa (folhas + galhos) 14,63 3,976 22,526 1,940 7,448 2,580
Fuste (lenho + casca) 42,28 4,420 8,024 1,122 3,372 1,194
Total 5.690,92 8,396 30,550 3,062 10,820 3,774
Fonte: Adaptado de Poggiani (1980).
Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex. Ducke)
Conforme Carvalho (2007), o paricá pertence à família Fabaceae Caesalpinioidea.
Segundo Matsubara, (2003, apud, AMATA, 2009, p. 59), “A madeira é muito leve,
apresentando massa específica aparente anidra (0% de umidade) média de 0,39 g cm-3; a
massa específica aparente a 12% de umidade é de 0,42 g cm-3 e a massa específica básica
média é de 0,36 g cm-3 aproximadamente”.
Economicamente o paricá despontou no cenário nacional como a terceira espécie
florestal mais plantada, conquistando o mercado nacional e externo devido a excelente
madeira, apresentando uma taxa de retorno financeiro satisfatório, ao ponto de estimular a
ampliação da área plantada (AMATA, 2009).
Por volta do sexto ou sétimo ano de idade já é possível a realização da colheita do
paricá, através do corte raso ou desbaste, sendo que o incremento médio anual para a espécie
é superior a 30 metros cúbicos ha-1 ano-1. O ciclo de corte de sete anos é praticado para
lâminas para compensados (AMATA, 2009).
Atualmente o paricá tem grande aceitação no mercado externo e também no mercado
nacional. Na região sul do país, é também utilizado para capa de compensados com
enchimento de outras espécies. Ainda de acordo com Amata (2009), o valor do compensado
51
de paricá varia entre 340 a 500 dólares por metro cúbico, dependendo das dimensões e
acabamentos. Já as lâminas para capa de primeira qualidade ficam em torno de 700 reais por
metro cúbico posto na região sul.
Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes Marques (1990), realizou
estudos envolvendo a espécie Schizolobium parayba var. amazonicum (Huber ex. Ducke),
com três anos de idade (Tabela 03), indicando a quantidade de nutrientes em diferentes
compartimentos da biomassa.
Tabela 03. Fitomassa seca a 70ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-1) em diferentes compartimentos.
Componente Fitomassa
t ha-1
g m-²
Ca N P K Mg
Copa (folhas + galhos) 4,50 1,58 - 0,24 2,31 0,42
Fuste (lenho + casca) 9,70 2,32 - 0,19 2,07 0,45
Total 14,20 3,90 - 0,43 4,38 0,87
Fonte: Adaptado de Marques (1990).
2.6.3 Tectona grandis
Conforme Angeli (2003), a Tectona grandis L.f. pertence à família botânica
Verbenaceae. A massa específica média da teca é 0,65 g cm-3 e, apesar de ser leve,
apresenta boa resistência a peso, tração e flexão, semelhante ao mogno brasileiro (Swietenia
macrophylla). A madeira é estável; praticamente não empena e se contrai muito pouco
durante a secagem. A estabilidade permite que a teca (madeira) resista à variação de umidade
no ambiente. A durabilidade é uma característica marcante dessa espécie. Até o momento
são poucos os registros, nos países onde a teca é cultivada, de ataques de pragas que
possam comprometer os plantios.
No Brasil, a teca tem sido manejada em ciclos de corte de 25 anos, enquanto nos
demais países de cultivo, esse ciclo varia de 60 a 80 anos, sendo que a produtividade média
aqui, no ciclo recomendado para produção de madeira comercial, situa-se entre 10 a 15 m³
ha-1 ano-1, totalizando de 250 a 350 m³ ha-1 ao longo de 25 anos e num regime com 4
desbastes de acordo com o mesmo autor (2003).
Segundo Coelho et al. (2010, p. 2), “Possui alta procura no mercado mundial,
principalmente pela excelente qualidade, podendo alcançar preços até três vezes superiores
aos do mogno.” Ele cita que a produção de móveis, esquadrias de alto padrão, embarcações
e decoração são seus principais usos.
Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes, Behling (2009), realizou
estudos envolvendo a espécie Tectona grandis, com idade média de sete anos e meio (Tabela
04), indicando a quantidade de nutrientes em diferentes compartimentos da biomassa.
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Tabela 04. Fitomassa seca a 70ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-1) em diferentes compartimentos.
Componente Fitomassa
(t ha-1)
g m-²
Ca N P K Mg
Copa (folhas + galhos) 23,18 37,603 17,454 2,073 18,700 3,923 Fuste (lenho + casca) 77,10 26,602 13,632 6,027 39,300 5,550
Total 100,28 64,205 31,086 8,100 58,000 9,473
Fonte: Adaptado de Behling (2009).
Ochroma pyramidale (Cav.) Urb.
“A espécie Ochroma pyramidale (Cav.) Urb., pertencente à família Bombacaceae, é
vulgarmente chamada de pau-de-balsa, pau-de-jangada ou simplesmente balsa...” (RIZZINI,
1977 apud NETTO, 1994, p. 1). Segundo Faria (2011), possui massa específica de 0,13 a
0,20 g cm-3, é de fácil manuseio e permite diversos usos.
Depois de plantada a muda, em alguns meses atinge 2,4 m de altura, em dois anos
mais de 6 m, aos três anos as árvores iniciais chegam a 45 cm de DAP em cinco anos já estão
com cerca de 20 m de altura e mais de 50 cm de diâmetro, e quando atingem a maturidade
podem medir 30 m de altura e mais de 70 cm de diâmetro com sete anos de idade. A produção
já no terceiro ano pode chegar a 100 m³ ha-1 e em alguns lugares podendo chegar até 150 m³
ha-1, e no quinto ano estima-se que pode passar dos 220 m³ ha-1. Em reflorestamentos
homogêneos, possui um alto índice de sobrevivência, com fustes retos e sem galhos, podendo
chegar até 96% (ORTIZ, 2009).
Segundo Leão et al. (2008, p. 1) “o uso principal é a madeira, muito empregada na
construção de barcos e jangadas, na confecção de boias salva-vidas, brinquedos, isolantes
térmicos, forros de teto, caixas leves e também na fabricação de celulose”. A espécie é
recomendada para recuperação de áreas degradadas e melhoramento de solos, por
apresentar altas taxas de crescimento e resistência à luz. Para sistemas pastoris, caso haja
a intenção de se explorar a madeira, seu uso não é muito recomendado, pois, embora propicie
sombra para o gado, este pode provocar danos ao fuste da espécie.
METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido na fazenda Gamada (10º24’10’’ S, 55º43’22’’ W e altitude
de 280 m), localizada no município de Nova Canaã do Norte – extremo norte do Estado de
Mato Grosso, em uma área experimental de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), nela
instalada desde 2009, constituída por nove piquetes de cinco hectares (ha) (250x200).
Em 1998, a área experimental teve sua vegetação de Floresta Ombrófila derrubada
para a implantação de pastagem com braquiarão (Brachiaria brizantha cv Marandu), a qual
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permaneceu por dois anos. Em seguida, a área foi utilizada para o cultivo de culturas anuais
por seis anos. Depois desse período, a lavoura foi substituída novamente pela pastagem de
braquiarão, a qual permaneceu na área por mais três anos (2006 - 2008). Para implantação
do experimento, a pastagem foi dessecada, sendo semeado o arroz sob semeadura direta em
dezembro de 2008 e em janeiro de 2009, no sulco central, foi realizado o plantio de mudas
das espécies florestais nos seguintes arranjos: eucalipto (Eucalyptus urograndis) linha simples
(S), dupla (D) e tripla (T) (S x 2 x 20 m; D x 3 x 2 x 20 m; T x 3 x 2 x 20 m); paricá (Schizolobium
parahyba var. amazonicum (Huber ex. Ducke)) nos mesmos arranjos; teca (Tectona grandis
L. f.) e pau-de-balsa (Ochroma pyramidale (Cav.) Urb.) apenas no arranjo T x 3 x 2 x 20 m, e
eucalipto no espaçamento inicial de 4 x 3 m, como mostrado na figura 01. A faixa de 20 metros
foi ocupada sempre por lavoura nos anos agrícolas de 2009, 2010 e 2011, sendo após esse
período conduzido à pastagem.
Segundo a classificação de Köppen, a região apresenta clima tipo Awi (tropical
chuvoso) nítida com estação seca. A temperatura média anual varia entre 20ºC e 38ºC, com
média de 26ºC (FERREIRA, 2001 apud OLIVEIRA, 2013). A média anual de precipitação
pluviométrica da área nos últimos seis anos foi de 2.175 mm. O solo da área experimental é
classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distroférrico de textura média.
Dois meses antes da instalação do experimento, o solo foi amostrado na profundidade
de 0 – 20 cm (Tabela 05).
Tabela 05. Análise de solo na pré-instalação do experimento.
Profundidade (cm)
pHágua P K Ca Mg Al MO
mg dm-3 cmol dm-3
g Kg-1
0 - 20 5,70 2,50 0,29 1,56 0,44 0,00 17,00
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Figura 01. Arranjos entre lavoura/pastagem e floresta implantadas em janeiro de 2009.
Amostragens
Químicas
Foi amostrado solo, em todos os nove tratamentos, com três repetições cada (três
faixas/pontos dentro do talhão de cinco ha), sendo determinados pH, P, K, Ca, Mg, Al, H+Al
e MO. A amostragem foi realizada no sentido transversal às linhas das espécies florestais,
partindo do meio da área ocupada pela pastagem (a 10 m das árvores), até o meio da próxima
faixa de pastagem (10 m após as árvores), ficando as linhas florestais no centro da área de
amostragem. O mapa da área, contendo a localização dos pontos de coleta de amostra, pode
ser visto na figura 02. As amostras para análise química foram retiradas da camada de 0-20
cm de profundidade nos pontos a 10 m, 6 m e 3 m das florestais para ambos os lados, mais
um ponto no sub-bosque entremeio às florestais, totalizando sete amostras em cada
repetição, com um total de vinte e uma amostras por piquete (resultado das três repetições),
189 amostras nos nove piquetes. Cada ponto foi analisado isoladamente, tendo a amostragem
ocorrido em junho de 2012. Também foram coletadas amostras na área de mata nativa,
pastagem e lavoura tradicional da fazenda.
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Figura 02. Mapa da fazenda Gamada, com os pontos de coleta de material (Imagem SPOT 2007/2008).
Serapilheira e análises foliares
Foram coletadas amostras de serapilheira em todos os nove tratamentos, com duas
repetições para cada, nos centros das linhas de espécies florestais. Para isto, foi utilizado um
gabarito nas dimensões 0,5 x 0,5 m o qual foi lançado aleatoriamente abaixo da copa, próxima ao
tronco, sendo todo o material não vegetativo coletado e armazenado em sacos de papel. Em
seguida, o material foi levado à estufa de circulação forçada de ar numa temperatura de 65ºC,
durante 48 horas, para depois ser pesado, transformando-se as massas de serapilheira em g m-2.
Feito a pesagem, homogeneizou-se as repetições de cada ponto de coleta para assim serem
moídas em moinho de faca.
Todas as análises químicas procederam-se no laboratório de solos da Universidade Federal
de Mato Grosso, Campus de Sinop – MT. Sendo determinados os teores de N e P do material,
segundo metodologia proposta por Malavolta et al. (1997).
Crescimento espécies florestais
Dentro de cada arranjo florestal, foram feitas três repetições por tratamento, seguindo um
caminhamento em diagonal, sendo que, para cada repetição, eram selecionadas três árvores por
linha, totalizando três árvores amostradas na linha simples, seis para a linha dupla e nove para a
linha tripla. O eucalipto puro seguiu o esquema de amostragem da linha simples.
Para medição da altura total, foi utilizado um clinômetro que, através da comparação de
ângulos, nos informava a altura das árvores. Já o diâmetro à altura do peito (DAP – 1,30 m) foi
mensurado por meio da utilização de uma fita diamétrica.
Delineamento experimental
Todas as análises estatísticas foram feitas utilizando o delineamento inteiramente
casualizado em esquema de faixas (Split Block) para as análises químicas e delineamento
inteiramente casualizado para as demais análises. As médias foram comparadas pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade, com auxílio do programa Sisvar.
RESULTADOS
Atributos químicos do solo
pH
Analisando os valores de pHágua (Tabela 06), destaca-se o tratamento de mata que
apresentou numericamente o menor resultado, igual à 5,1. Fato que pode ser explicado pela
calagem que foi feita na área contendo os tratamentos florestais e lavoura tradicional de forma
homogênea, tanto na instalação do estudo como em agosto de 2010, quando o V% da área era de
27% e foram aplicadas 2,0 t ha-1 de calcário. Nesta situação, o espalhador aplicou calcário também
no sub-bosque das florestais, o que uniformizou a aplicação da área, explicando a tabela 07, em
que o valor de pHágua no solo não diferiu entre as distâncias. Em média, o pHágua da área foi de 5,80
(Tabela 12 em anexo), valor considerado adequado, segundo a classificação agronômica proposta
por V. Alvarez et al. (1999). Já em relação a classificação química, o mesmo se enquadra como
sendo de acidez média.
Tabela 06. Valores de pHágua e teores de P e K no solo em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Tratamento pHágua
(E.p) P (E.p) K (E.p)
mg dm-3 cmol dm-3
Eucalipto simples 5,5 ab (± 0,15) 6,6 bc (± 1,09) 0,15 ab (± 0,04)
Eucalipto duplo 5,9 a (± 0,15) 6,1 bcd (± 1,09) 0,22 ab (± 0,04)
Eucalipto triplo 5,7 ab (± 0,15) 3,6 bcd (± 1,09) 0,21 ab (± 0,04)
Paricá simples 5,6 ab (± 0,15) 7,0 bc (± 1,09) 0,20 ab (± 0,04)
Paricá duplo 5,9 a (± 0,15) 7,5 bc (± 1,09) 0,19 ab (± 0,04)
Paricá triplo 6,0 a (± 0,15) 4,9 bcd (± 1,09) 0,21 ab (± 0,04)
Teca 5,9 a (± 0,15) 3,4 bcd (± 1,09) 0,16 ab (± 0,04)
Pau-de-balsa 5,8 a (± 0,15) 3,1 bcd (± 1,09) 0,18 ab (± 0,04)
Eucalipto puro 5,4 ab (± 0,15) 8,0 b (± 1,09) 0,10 ab (± 0,04)
Lavoura 6,0 a (± 0,15) 42,2 a (± 1,09) 0,28 a (± 0,04)
Mata 5,1 b (± 0,15) 2,5 cd (± 1,09) 0,15 ab (± 0,04)
Pastagem 5,5 ab (± 0,15) 1,2 d (± 1,09) 0,06 b (± 0,04)
Média 5,7 8,0 0,18
DMS 0,69 5,12 0,19
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão)
Tabela 07. Valores de pHágua e teores de P e K no solo em diferentes distâncias nos arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Distância pHágua (E.p) P (E.p) K (E.p)
mg dm-3 cmol dm-3
10MD 5,78 a (± 0,10) 5,08 ab (± 0,43) 0,20 a (± 0,02)
6MD 5,94 a (± 0,10) 5,63 ab (± 0,43) 0,22 a (± 0,02)
3MD 5,92 a (± 0,10) 5,08 ab (± 0,43) 0,17 a (± 0,02)
0 5,66 a (± 0,10) 3,57 b (± 0,43) 0,23 a (± 0,02)
3ME 5,79 a (± 0,10) 5,90 a (± 0,43) 0,14 a (± 0,02)
6ME 5,89 a (± 0,10) 6,30 a (± 0,43) 0,20 a (± 0,02)
10ME 5,61 a (± 0,10) 5,29 ab (± 0,43) 0,16 a (± 0,02)
Média 5,80 5,26 0,19
DMS 0,52 2,15 0,13
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão)
Fósforo
Na tabela 06, observa-se o maior resultado alcançado pelo tratamento lavoura tradicional
(42,22 mg dm-3), que diferiu estatisticamente dos demais, resultado atribuído a adubação realizada
nas culturas agrícolas.
Analisando a relação de nutrientes com a distância (Tabela 07), verifica-se que houve
diferença significativa entre o centro das espécies e as distâncias de 3ME e 6ME. Destaca-se o
centro das espécies florestais por apresentar numericamente o menor resultado 3,57 mg dm-3, fato
que pode explicado pela baixa ciclagem deste elemento pelas plantas (SANTANA, 2002), mesmo
resultado encontrado por Rosa, (2010) em que o elemento apresentou a segunda pior concentração
acumulada nas plantas. Outros autores também encontraram o mesmo resultados para florestas
naturais (HAAG, 1985 apud CAMPOS et al., 2006) e para plantações de Populus t. e Pinus t.
(POGGIANI, 1980). Também atribui-se a isso, à adubação das culturas de grãos durante duas
safras, que tendeu a acumular P na área de lavoura e, como a adubação das espécies florestais
com P foi apenas no fundo dos berços, no plantio, o teor é menor, reafirmando o resultado.
O valor médio de P encontrado nos quatro tratamentos de eucalipto, 5,54 mg dm-3, é
considerado como teor médio, segundo Sousa et al. (2004), indicando que provavelmente na
instalação do experimento o solo já não apresentava a quantidade recomendada e que necessita
de adubação de correção, afim de elevar o teor desse nutriente até o nível de suficiência.
Potássio
Houve diferença estatística na quantidade de K no solo entre os tratamentos lavoura
tradicional (0,28 cmol dm-3) e pastagem (0,06 cmol dm-3), como observado na tabela 06, ficando
esse, com a maior quantidade. Tal resultado pode ser explicado pelas adubações com cloreto de
potássio e NPK, realizadas nas duas safras agrícolas na lavoura, que tendeu a acumular K, o
mesmo não acontecendo com a pastagem, conferindo-lhe uma concentração de K muito baixa.
Avaliando as médias dos tratamentos de eucalipto simples, duplo e triplo (0,19 cmol dm-3),
segundo Scivittaro & Pillon (2007), já apresentado anteriormente (Tabela 01, item 2.3.3.), o teor de
K no solo é considerado alto, recomendando-se assim a realização da adubação de manutenção.
Em relação as distâncias entre os tratamentos das espécies florestais (Tabela 07), não
houve diferença significativa entre elas.
Cálcio
Não houve diferença significativa nos teores de Ca no solo entre os arranjos florestais
(Tabela 08), no qual os tratamentos eucalipto puro, mata e pastagem apresentaram numericamente
os menores valores.
A média de Ca concentrada no solo do tratamento eucalipto puro (1,1 cmol dm-3), ficou
abaixo do teor considerado adequado para a espécie de 1,5 cmol dm-3, segundo Bellote & Neves
(2001 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011). Já para os arranjos florestais da mesma espécie no
sistema de integração, a média de Ca (2,0 cmol dm-3) ficou acima do teor adequado.
Tabela 08. Teores de Ca, Mg, Al e MO no solo em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Tratamento Ca (E.p) Mg (E.p) Al (E.p) MO (E.p)
cmol dm-3 cmol dm-3 cmol dm-3 g kg-3
Eucalipto simples 1,6 ab (± 0,28) 1,15 bc (± 0,17) 0,20 b (± 0,05) 35,7 ab (± 1,72)
Eucalipto duplo 2,4 a (± 0,28) 1,27 bcd (± 0,17) 0,14 b (± 0,05) 34,5 ab (± 1,72)
Eucalipto triplo 1,9 ab (± 0,28) 1,41 abc (± 0,17) 0,17 b (± 0,05) 34,2 ab (± 1,72)
Paricá simples 1,4 ab (± 0,28) 1,03 bcd (± 0,17) 0,18 b (± 0,05) 27,9 b (± 1,72)
Paricá duplo 2,0 ab (± 0,28) 1,13 bcd (± 0,17) 0,12 b (± 0,05) 32,0 ab (± 1,72)
Paricá triplo 2,2 ab (± 0,28) 1,35 abc (± 0,17) 0,11 b (± 0,05) 31,0 ab (± 1,72)
Teca 2,1 ab (± 0,28) 1,50 ab (± 0,17) 0,10 b (± 0,05) 30,1 ab (± 1,72)
Pau-de-balsa 2,5 a (± 0,28) 1,33 abc (± 0,17) 0,11 b (± 0,05) 34,3 ab (± 1,72)
Eucalipto puro 1,1 b (± 0,28) 0,33 d (± 0,17) 0,28 b (± 0,05) 27,9 b (± 1,72)
Lavoura 1,7 ab (± 0,28) 2,03 a (± 0,17) 0,05 b (± 0,05) 28,8 b (± 1,72)
Mata 1,0 b (± 0,28) 0,73 bcd (± 0,17) 0,65 a (± 0,05) 37,8 a (± 1,72)
Pastagem 1,1 b (± 0,28) 0,63 cd (± 0,17) 0,14 b (± 0,05) 28,7 b (± 1,72)
Média 1,8 1,2 0,19 31,9
DMS 1,32 0,81 0,24 8,08
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão).
Além de ser o nutriente com maior concentração nas folhas, o Ca é também o nutriente que
apresenta a maior concentração no lenho e na casca, segundo Santana et al. (1999), o que, aliado
a grande absorção do mesmo pelas plantas, explica a baixa concentração deste nutriente no centro
das linhas de florestais de 1,55 cmol dm-3 (Tabela 09), que apresentou numericamente o menor
valor comparado com as demais, pois as cascas começam a se soltar tarde (a partir dos 3 a 4 anos)
de acordo com levantamento feito por Foelkel (2006), em eucaliptos, o que retarda a ciclagem do
mesmo. Devido à grande exportação de Ca durante a colheita florestal é recomendável que esta
atividade restrinja-se apenas ao lenho, dando assim uma maior sustentabilidade ao sistema.
Tabela 09. Teores de Ca, Mg, Al e MO no solo em diferentes distâncias nos arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Distância Ca (E.p) Mg (E.p) Al (E.p) MO (E.p)
cmol dm-3 cmol dm-3 cmol dm-3 g kg-1
10MD 1,97 a (± 0,16) 1,17 a (± 0,14) 0,17 a (± 0,10) 32,57 a (± 0,76)
6MD 2,17 a (± 0,16) 1,40 a (± 0,14) 0,09 a (± 0,10) 32,22 a (± 0,76)
3MD 2,24 a (± 0,16) 1,44 a (± 0,14) 0,08 a (± 0,10) 32,79 a (± 0,76)
0 1,55 a (± 0,16) 1,07 a (± 0,14) 0,20 a (± 0,10) 32,92 a (± 0,76)
3ME 2,00 a (± 0,16) 1,39 a (± 0,14) 0,16 a (± 0,10) 32,21 a (± 0,76)
6ME 2,20 a (± 0,16) 1,33 a (± 0,14) 0,15 a (± 0,10) 32,75 a (± 0,76)
10ME 1,97 a (± 0,16) 1,11 a (± 0,14) 0,18 a (± 0,10) 31,82 a (± 0,76)
Média 2,01 1,27 0,15 32,47
DMS 0,77 0,64 0,10 3,74
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão).
Magnésio
O teor de Mg no solo do tratamento lavoura tradicional foi o que apresentou estatisticamente
o maior resultado 2,03 cmol dm-3 (Tabela 08). Destaca-se também o menor valor alcançado pelo
tratamento eucalipto puro (0,33 cmol dm-3), explicado, pois este não foi beneficiado, assim como as
espécies florestais do sistema de integração, pela calagem nas entrelinhas. Esse valor é
considerado abaixo do recomendável para a mesma espécie de 0,5 cmol dm-3, segundo Bellote &
Neves, (2001 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011).
Já, para os teores médios de Mg nos arranjos de eucalipto, a média de 1,28 cmol dm-3 se
mostrou acima dos teores considerados adequados para mesma espécie, de acordo com os
mesmos autores (2011).
Em relação as distâncias (Tabela 09), destaca-se o centro das linhas florestais por
apresentarem numericamente o menor resultado 1,07 cmol dm-3, situação semelhante a encontrada
para o P, apresentando grande absorção do mesmo pelas plantas e baixa concentração deste na
serapilheira (resultado será apresentado posteriormente). Este nutriente apresenta a segunda
menor concentração na serapilheira, ficando acima somente do P, quando se compara N, P, K, Ca
e Mg, (HAAG, 1985 apud CAMPOS et al., 2006), (POGGIANI, 1980), (SANTANA, 2002), (ROSA,
2010), também, aliado a isso, temos a calagem que foi realizada nas entrelinhas.
Alumínio
Nas médias dos tratamentos analisados (Tabela 08), a mata foi o que apresentou
estatisticamente a maior concentração de Al no solo 0,65 cmol dm-3, resultado esperado, visto que
esta área não sofreu nenhum tipo de correção e adubação de solo; resultado semelhante foi
alcançado por Carneiro et al. (2009) que, analisando um Latossolo Vermelho na região do Cerrado,
encontraram valores de 0,81 cmol dm-3 deste elemento, apresentando a maior média em relação a
outros tipos de uso de solo para mesma região.
Com relação as distâncias (Tabela 09), o centro das linhas florestais foi o que apresentou
numericamente a maior concentração de Al no solo, 0,20 cmol dm-3. Isso pode estar associado ao
fato desta distância ter apresentado, numericamente, um dos menores valores de pHágua, já que,
quanto mais ácido o solo maior o teor de Al
Matéria orgânica
A quantidade de MO para o tratamento mata, foi o que apresentou o maior resultado (37,8
g kg-1) (Tabela 08). Esse era o resultado esperado, pois este sistema já se encontra em equilíbrio
há muito tempo, apresentando uma camada espessa de serapilheira, dossel bem formado que,
auxiliando o microclima interno deste ecossistema, contribui para uma decomposição mais lenta
dos restos culturais, elevando assim o teor de MO do solo.
Em relação às distâncias (Tabela 09), não houve diferença estatística entre os tratamentos.
Espera-se no entanto, que, com o passar do tempo ocorra uma maior concentração de MO no
centro das linhas das espécies florestais, devido à deposição de material vegetal das mesmas e
das fezes dos animais que irão procurar por sombra próximo as árvores. Nogueira et al. (sem data),
realizando estudo sobre o acúmulo de MO no solo, em sistema silvipastoril na região do Cerrado
sul mato-grossense, encontraram maior concentração deste próximo as linhas florestais, resultado
esperado, devido à maior quantidade de serapilheira.
Parâmetros do solo
Analisando os valores de saturação por bases da CTC pH 7 (V%) (Tabela 10), a média de
todos os tratamentos de 40,24%, classifica o mesmo com sendo um solo distrófico, segundo
classificação de Correia et al. (2004), indicando baixa fertilidade.
Os tratamentos em linhas simples se destacaram, por apresentarem os menores valores de
soma de base (SB) e a maior porcentagem de saturação por alumínio (m%), caso que pode estar
associado à baixa deposição de material vegetal sobre o solo.
Tabela 10. Cálculo da soma de base (SB), Saturação por bases da CTC pH 7 (V%), CTC efetiva (t), Saturação por alumínio (m%) e CTC a pH 7 (T), em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Tratamento SB
(cmolc/dm-3) (V%)
(t) (cmolc/dm-3)
(m%) (T) (cmol
dm-3)
Eucalipto Simples 2,94 ab 34,32 b 3,15 ab 7,92 a 8,38 bc
Eucalipto Duplo 3,92 a 41,21 ab 4,06 a 4,29 ab 9,37 ab
Eucalipto Triplo 3,56 ab 34,63 b 3,73 ab 5,39 ab 10,02 a
Paricá Simples 2,62 b 40,15 ab 2,80 b 6,98 ab 6,44 d
Paricá Duplo 3,29 ab 39,86 ab 3,40 ab 4,02 ab 8,13 c
Paricá Triplo 3,71 a 43,79 a 3,82 ab 3,17 b 8,38 bc
Pau-de-balsa 3,97 a 43,23 a 4,09 a 3,68 ab 9,05 abc
Teca 3,79 a 44,72 a 3,89 a 2,57 b 8,47 bc
Média 3,47 40,24 3,62 4,75 8,53
Erro-padrão 0,242 1,941 0,239 1,058 0,278
DMS 1,055 8,485 1,044 4,624 1,215
Serapilheira
A maior deposição de serapilheira foi encontrada no arranjo florestal pau-de-balsa, que
diferiu significativamente dos tratamentos de eucalipto puro e duplo, paricá simples e duplo, e teca
(Figura 03). Com exceção à teca, vale destacar a deposição dos arranjos florestais em linha tripla
e mata, que estatisticamente apresentaram as maiores médias. Isso se deve à maior quantidade
de árvores e consequentemente a um dossel mais denso, contribuindo com maiores quantias de
serapilheira.
A massa da serapilheira para o tratamento teca (392 g m-2), está abaixo do valor encontrado
por Corrêa et al. (2006) que, estudando a mesma espécie em um sistema agroflorestal no
espaçamento (5 x 2,5 m) em linha dupla, distanciados 4 metros de uma faixa, onde foram plantadas
frutíferas, com seis anos de idade, chegaram a 740 g m-2. Resultado esperado, uma vez que se
espera uma maior quantidade de serapilheira à medida que as árvores crescem.
Figura 03. Deposição de serapilheira (g m-2) em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Em relação aos teores de nutrientes presentes na serapilheira (Figura 04), a quantidade de
N foi muito superior a quantidade de P, mesmo resultado alcançado por Rosa (2010) e Santana
(2002), como já discutido no tópico 4.1.2 sobre nutrientes no solo. A concentração de P não diferiu
entre os tratamentos, tendo o eucalipto puro alcançado, numericamente, o maior resultado (1,67 g
kg-1).
As maiores concentrações de N foram encontradas na serapilheira do arranjo paricá simples
e duplo, pau-de-balsa, teca e mata. De acordo com Vezzani (1997, apud KLEINPAUL, 2008), a
serapilheira formada a partir de leguminosas arbóreas será mais rica em nitrogênio, afirmação esta,
confirmada, com exceção ao tratamento paricá triplo, o qual estatisticamente não apresentou os
mesmos resultados dos demais arranjos da espécie.
A concentração de N na serapilheira do tratamento teca (12,37 g kg-1), foi próxima à média
encontrada por Rosa (2010), para a mesma espécie, com idades de cinco, seis e sete anos, a qual
apresentou respectivamente 12,16; 11,49; e 12,25 g kg-1 de N.
Já a concentração de P, no mesmo tratamento (0,69 g kg-1), está abaixo do alcançado pela
autora (2010) acima referida, que foi de 1,67; 1,57; e 1,63 g kg-1, nas idades de cinco, seis e sete
anos respectivamente.
717,3 B789,3 AB
228,0 B
446,7 B
569,3 B
749,3 AB
1437,3 A
392,0 B
785,3 AB
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1400,0
1600,0
Peso s
era
pilh
eira g
m-2
Figura 04. Concentração de N e P na serapilheira (g kg-1), em arranjos florestais num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
O acúmulo de nutrientes na serapilheira acompanha a quantidade de serapilheira produzida,
sendo que, para a quantidade de N acumulada na serapilheira, o tratamento pau-de-balsa e mata
foram os que diferiram estatisticamente das demais e apresentaram os maiores resultados (Figura
05). Cunha et al. (2009), estudando fragmentos de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro,
encontraram valores de 14,0 a 15,6 g m-2 de N acumulada na serapilheira; enquanto que Caldeira
et al. (2007), em estudo numa floresta Ombrófila Mista Montana, em General Carneiro no Paraná,
obtiveram valores de 9,6 g m-2 de N na serapilheira.
Já para a quantidade de P acumulada na serapilheira, os tratamentos eucalipto puro e teca
foram os que apresentaram as menores concentrações, diferindo estatisticamente dos demais. O
arranjo florestal com pau-de-balsa destacou-se por apresentar numericamente as maiores
concentrações tanto de P, quanto de N, por hectare de serapilheira, fato associado a sua grande
produção de serapilheira por hectare. Uma das características morfológicas desta espécies que
favorecem a ocorrência deste resultado, é o tamanho de suas folhas.
8,9
6C
D
9,1
5B
CD
8,0
3D
13
,21
AB
12
,51
AB
C
10
,69
BC
D
11
,90
AB
CD
12
,37
AB
C
15
,59
A
1,6
2A
0,9
1A
1,6
7A
1,4
0A
1,2
1A
1,3
3A
1,6
2A
0,6
9A
1,1
9A
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
N e
P n
a s
era
pilh
eira (
g k
g-1
)
N P
Figura 05. Concentração de N e P na serapilheira (g m-2) em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Crescimento das espécies florestais
Os médias de DAP, encontrados para as espécies florestais, foram de 14,82; 16,96; 20,23;
e 13,77 cm para o eucalipto, paricá, pau-de-balsa e teca, respectivamente. Os tratamentos que
apresentaram o maior crescimento para esta variável foram o pau-de-balsa e o paricá simples,
diferindo estatisticamente das demais, segundo o teste de Tukey a 5% (Tabela 11).
Observando os valores de DAP, é nítido o maior desempenho alcançado pelos tratamentos
em linha simples, em relação aos demais tratamentos, com exceção ao pau-de-balsa, por ser uma
característica da espécie apresentar um rápido desenvolvimento em diâmetro. As maiores médias
alcançadas nos tratamentos em linha simples, em relação ao tratamento em linha dupla e tripla,
pode ser explicada pela competição entre os indivíduos, uma vez que esses não tendo concorrentes
ao seu lado, encontram maiores condições para seu desenvolvimento e, como consequência,
apresentam crescimento em diâmetro maior.
Bernardo (1995, apud OLIVEIRA et al., 2009), cita que, de modo geral, o crescimento em
diâmetro é uma característica altamente responsiva aos espaçamentos. Berger et al. (2002),
observaram que os tratamentos, com menor densidade de plantio, apresentaram os maiores valores
de DAP.
Já para a variável altura total (Tabela 11), o tratamento que apresentou a melhor média foi
o eucalipto puro, juntamente com o eucalipto duplo e paricá duplo, que diferiram dos demais,
resultado esperado, pois o eucalipto é uma espécie que passou pelo processo de melhoramento
genético, apresentando assim a maior média para esta variável. Vale destacar o desempenho do
6,4
9B
C
7,2
6B
C
1,7
7C
5,9
1B
C
7,1
5B
C
7,5
7B
C
17
,05
A
4,8
7B
C
12
,25
AB
1,2
1A
B
0,7
3A
B
0,3
6B
0,6
4A
B
0,7
0A
B
1,0
3A
B
2,4
8A
0,2
8B
0,8
6A
B
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0N
e P
na s
era
pilh
eira (
g m
-2)
N P
paricá, que, por ser uma espécie pioneira, apresentou um crescimento em altura bastante
interessante, mesmo ainda não tendo passado por nenhum processo de melhoramento genético.
Analisando a variável volume (Tabela 11), observa-se os maiores valores nos tratamentos
paricá duplo, paricá simples e pau-de-balsa, que não diferiram estatisticamente entre si. Importante
destacar o baixo desempenho da teca, que é uma espécie clímax, com ciclo longo de corte.
O fato pelo qual os tratamentos contendo paricá, no geral, terem apresentado as maiores
médias em volume, é explicado pelo maior desenvolvimento deste em diâmetro se comparado com
o eucalipto, mesmo este tendo apresentado um maior crescimento em altura. Azevedo et al. (2009),
realizando estudo em sistemas silvipastoris no Estado do Pará com três espécies florestais
(Schizolobium p. Var. a.; Eucalyptus tereticornis Smith; e Bagassa guianensis (Tatajuba)), também
observaram o melhor desempenho em volume do paricá em relação ao eucalipto.
Tanto o paricá quanto o eucalipto, ambos no arranjo em linha dupla, apresentaram o maior
incremento; Vale et al. (1982) e Leite et al. (1997 apud AMATA, 2012), em levantamento sobre a
espécie paricá, observaram que a adoção de espaçamentos muito reduzidos acarretam duas
situações: a produção de toras de pequeno diâmetro, fato encontrado tanto para a referida espécie,
quanto para o eucalipto, ambos no arranjo linha tripla, em que foram observados as menores médias
de DAP; e que a adoção de maior densidade também contribui para a ocorrência de espécies
dominadas, diminuindo assim a média de altura das árvores, fato também observado em ambos os
tratamentos em linha tripla, em que em vários pontos ocorreram este tipo de situação.
Tabela 11. Médias de diâmetro à altura do peito (DAP), altura total e volume, em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.
Tratamento DAP (cm) Altura (m) Volume (m³)
Teca 13,77 d 10,09 d 0,09 d
Eucalipto triplo 13,98 d 16,44 bc 0,13 d
Eucalipto simples 15,63 bcd 15,49 c 0,16 d
Eucalipto duplo 14,92 cd 18,36 ab 0,16 cd
Eucalipto puro 14,73 d 18,62 a 0,16 cd
Paricá triplo 15,47 bcd 15,02 c 0,24 bc
Pau-de-balsa 20,23 a 12,07 d 0,28 ab
Paricá simples 17,87 ab 15,44 c 0,31 ab
Paricá duplo 17,55 bc 18,29 ab 0,36 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Os arranjos em linha simples, tanto para paricá quanto eucalipto, se destacaram por
apresentarem os piores resultados em altura entre suas espécies, fato que contribuiu para que estes
não alcançassem o maior resultado em volume, o que era esperado. Acontecimento que não condiz
com a literatura, pois o espaçamento não é determinante no crescimento em altura, mas sim em
diâmetro. O crescimento, em altura, é influenciado pela qualidade de sítio, tanto que a classificação
deste parâmetro é feita com base no crescimento em altura das espécies dominantes da floresta.
Alguns trabalhos indicam diferença no crescimento em altura quando considerado o espaçamento
em relação à média de todas as árvores do povoamento, uma vez que a quantidade de árvores
dominadas irá diminuir a média do povoamento (BALLONI et al., 1980, apud OLIVEIRA, 2008).
Crescimento acumulado
Comparando-se as médias de crescimento aos 39 meses, com os dados de 25, 19, 14, 10
e 6 meses, avaliados por Nogueira (2011) na mesma área de estudo, observa-se para o parâmetro
altura, que a linha de crescimento para os tratamentos contendo eucalipto, a partir dos 14 meses
(Figura 06), apresentou a mesma tendência de curva, com exceção do tratamento em linha tripla
que, devido a presença de árvores dominadas e quebradas no centro das linhas, como já descrito
anteriormente, diferiu da curva dos demais, ficando o tratamento em linha dupla, estatisticamente,
com a maior média.
Figura 06. Crescimento acumulado em altura em diferentes arranjos especiais para espécies de eucalipto, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Para o tratamento paricá, analisando o parâmetro altura, também a partir dos 14 meses
(Figura 07), destaca-se o baixo desempenho do tratamento triplo. Aos 25 meses, ele mostrou uma
recuperação em relação aos demais, porém, assim, como ocorreu no eucalipto, foi evidenciado a
presença de árvores dominadas, prejudicando a média do tratamento. Já o tratamento simples teve
um bom crescimento no início, mas foi ultrapassado pelo tratamento linha dupla, por volta do mês
30, podendo ser explicado pelas melhores condições encontradas no solo deste tratamento, com
maior CTC efetiva, da soma de bases, menor saturação por alumínio, melhorando as condições de
5,69
6,89
8,2
15,49 B
6,17,17 9,3
18,36 A
5,697,08
9,8
16,44 B
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
14 meses 19 meses 25 meses 39 meses
Altura
(m
)
Eucalipto simples Eucalipto duplo Eucalipto triplo
desenvolvimento para a mesma (Tabela 10), além da maior concentração de MO no solo do mesmo,
como já visto no item 4.1.7. Isto pode ser atribuído à maior deposição de serapilheira pelo mesmo
ao solo, como já visto anteriormente. O tratamento em linha dupla foi o que estatisticamente
apresentou a maior média.
Figura 07. Crescimento acumulado em altura em diferentes arranjos especiais para espécies de paricá, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Na figura 08, analisando todos os tratamentos em linha tripla, pode-se destacar o tratamento
pau-de-balsa que até os 25 meses apresentou os maiores resultados em altura, no entanto, a partir
deste período seu ritmo de crescimento diminuiu drasticamente, sendo ultrapassado pelo eucalipto
e paricá, mostrando sua característica de espécie pioneira, de rápido crescimento inicial, assim
como as demais, porém com ciclo de corte menor. Já em relação as outras espécies, se observa a
mesma tendência de crescimento, com o eucalipto e o paricá apresentando estatisticamente as
maiores médias.
7,06 7,27
9,67
15,44 B
6,36 6,68
9,58
18,29 A
5,37 5,74
9,26
15,02 B
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
14 meses 19 meses 25 meses 39 meses
Altura
(m
)
Paricá simples Paricá duplo Paricá triplo
Figura 08. Crescimento acumulado em altura para espécies de eucalipto, paricá, teca e pau-de-balsa, no arranjo triplo, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Com relação ao crescimento acumulado em DAP, foram analisados os dados das idades de
39, 25 e 19 meses e os tratamentos com eucalipto (Figura 09), não tiveram nenhuma variação
durante o seu período de crescimento, não diferindo estatisticamente entre si, ficando o tratamento
em linha simples numericamente com o maior resultado, seguido do tratamento em linha dupla e
tripla, fato atribuído a densidade de plantio, como já explicado anteriormente.
Figura 09. Crescimento acumulado em diâmetro à altura do peito (DAP) em diferentes arranjos especiais para espécies de eucalipto, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
1,47
9,8
16,44 A
1,06
9,26
15,02 A
0,72
6,99
10,09 C
1,04
10,5712,07 B
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
6 meses 10 meses 14 meses 19 meses 25 meses 39 meses
Alt
ura
(m
)
Eucalipto triplo Paricá triplo
Teca Pau-de-balsa
8,55
10,43
15,63 A
7,93
9,7
14,92 A
7,21
9,04
13,98 A
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
19 meses 25 meses 39 meses
DA
P (
cm
)
Eucalipto simples Eucalipto duplo Eucalipto triplo
Para o tratamento paricá (Figura 10), destaca-se até os 25 meses a mesma tendência de
crescimento entre os tratamentos, ficando o tratamento em linhas simples com o melhor resultado,
seguido do tratamento linha dupla e tripla, justificado pela densidade de plantio, porém, aos 39
meses, o tratamento em linha dupla já mostra tendência de superar o tratamento simples, pois
assim, como para a variável altura, esse possui uma qualidade de solo melhor, resultado da maior
deposição de material vegetal em seu sub-bosque, contribuindo para seu melhor desenvolvimento.
Figura 10. Crescimento acumulado em diâmetro à altura do peito (DAP) em diferentes arranjos especiais para espécies de paricá, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Avaliando a variável DAP nos tratamentos em linha tripla (Figura 11), tem-se uma tendência
de crescimento igual para o pau-de-balsa, paricá e teca, ficando o pau-de-balsa estatisticamente
com o maior resultado. Porém, o tratamento de eucalipto apresentou uma queda em seu
crescimento, ficando aos 39 meses com diâmetro próximo ao da teca, o que não era esperado, pelo
fato de a teca ser uma espécie de crescimento mais lento.
9,21
12,18
17,87 A
8,32
11,05
17,55 AB
7,09
9,9
15,47 B
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
19 meses 25 meses 39 meses
DA
P (
cm
)
Paricá simples Paricá duplo Paricá triplo
Figura 11. Crescimento acumulado em altura para espécies de eucalipto, paricá, teca e pau-de-balsa, no arranjo triplo, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES (ANO 2012)
Com os resultados obtidos neste estudo, verificou-se que a implantação do sistema de
integração lavoura-pecuária-floresta, trouxe benefícios para a fertilidade do solo, aumentando a
concentração da maior parte dos atributos analisados, fato esse que pode ser atribuído à adubação
realizada antes da instalação do experimento e pela contribuição das árvores. Porém, espera-se
que, com o passar do tempo, à medida que for ocorrendo o maior estabelecimento das espécies, a
contribuição destas para o sistema se torne mais intensa, aliado aos benefícios que o componente
gado também traz.
Com relação aos componentes florestais do sistema, o pau-de-balsa se destacou por
apresentar a maior contribuição na ciclagem de nutrientes, devido à grande quantidade de
serapilheira produzida, auxiliando na melhora da fertilidade do solo. Aliado a isso, tem-se o bom
crescimento apresentado pela mesma, indicando um potencial da espécie para o mercado florestal.
Já a espécie paricá, surpreendeu quanto ao seu crescimento em volume, alcançando médias
superiores ao eucalipto e a do próprio pau-de-balsa, mostrando-se potencial para o mercado
florestal, porém, para o sistema, a espécie ficou abaixo do pau-de-balsa e do eucalipto quanto à
produção total de serapilheira, mas sua concentração de nutrientes, principalmente de N, faz
compensar esse menor resultado, pelo fato de ser uma espécie fixadora deste elemento.
7,21
9,04
13,98 B
7,09
9,9
15,47 B
5,38
8,17
13,77 B12,45
15
20,23 A
0
5
10
15
20
25
19 meses 25 meses 39 meses
DA
P (
cm)
Eucalipto triplo Paricá triplo Teca Pau-de-balsa
Os tratamentos com eucalipto tiveram um resultado abaixo do esperado, o que não era
esperado, uma vez que esta, é a espécie com o melhor melhoramento genético de todas,
destacando-se somente na variável altura total, mesmo assim apresentou um dos piores resultados
para a variável volume, superando somente a teca. Já, em relação a produção de serapilheira, o
mesmo apresentou melhor desempenho em relação ao paricá, porém ficou muito abaixo do
produzido pelo pau-de-balsa.
O tratamento contendo teca, foi o que menos se destacou, o que era esperado, uma vez que
o desenvolvimento desta se caracteriza por ser de ciclo maior que todas as outras espécies
avaliadas, ainda que pertencendo ao mesmo grupo das demais espécies, o grupo das clímax.
Com relação aos arranjos, o melhor resultado foi encontrado no alinhamento duplo,
apresentando bons resultados quanto à produção de serapilheira e mostrando o maior incremento,
indicando que este é um arranjo promissor para este tipo de sistema.
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ANEXOS Tabela 12. Análise de solo na pré-instalação do experimento (1º) e média para todos os tratamentos 39 meses após a instalação do experimento.
Profundidade (cm)
Medição pHágua P K Ca Mg Al MO
mg dm-3 cmol dm-3
g Kg-1
0 – 20 1º 5,70 2,50 0,29 1,56 0,44 0,00 17,00
0 – 20 2º 5,80 5,26 0,19 2,01 1,27 0,14 32,47
PARTE 3-
ATRIBUTOS
ARBOREOS
AMOSTRAGEM 2013
CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE EUCALIPTO, TECA, PARICÁ E PAU-DE-BALSA
CULTIVADA A SISTEMA DE ILPF EM NOVA CANAÃ DO NORTE-MT.
INTRODUÇÃO
Devido sua grande extensão em terras e seu clima tropical favorável às pastagens, o Brasil
é hoje mundialmente um dos países mais fortes na pecuária. Sendo um importante setor para
economia brasileira. Porém isso gerou no país segundo o Ministério da Agricultura (2011) cerca de
30 milhões de hectares com algum grau de degradação, ocasionando na diminuição da capacidade
produtiva das forragens e perda de solo e água (erosão), causando um forte prejuízo aos
pecuaristas e ambiente como um todo. Entretanto os uso correto de tecnologias e de boas práticas
agropecuárias conservacionistas podem reverter essa situação.
Conforme Embrapa (2009) estas áreas podem ser recuperadas com a adoção da Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas
agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como atividades de lavoura
(grãos e/ou fibras), pecuária (carne e/ou leite) e florestal (madeira, energia e/ou celulose) os de
grãos. Fazendo a união da adequação ambiental com a valorização do homem, aumento da
produção e viabilidade econômica da atividade agropecuária. Sendo uma das mais importantes
estratégias de produção agropecuária sustentável. A tecnologia traz ainda ganhos sociais,
ambientais e econômicos, aumentando a renda do produtor rural, reduzindo a pressão por
desmatamento de novas áreas e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa sem
desacelerar a produção no campo, como melhorias físicas, químicas e biológicas do solo devido ao
aumento da matéria orgânica. Além de minimizar a ocorrência de doenças e plantas daninhas e
proporcionando melhorias na utilização dos recursos naturais (FREIRE, 2012).
Além disso, o setor madeireiro está crescendo cada vez mais a madeira proveniente de
plantios de reflorestamentos está ganhando destaque devido à necessidade de redução de extração
nas matas nativas. De forma geral a prática é vantajosa, por que o produto de comercialização
“madeira” não tem prazo determinado para ser colhida como as culturas anuais, podendo assim ser
colhida e comercializada no momento que melhor favoreça o produtor, com facilidade de venda e
preço satisfatório. Assim, em maio de 2013 foi realizada uma avaliação no sistema de ILPF já
implantado em 2009, na fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte, com a finalidade de avaliar
os teores de nutrientes no solo, as concentrações foliares de nutrientes e a deposição e composição
da serapilheira nos arranjos florestais dentro do experimento.
REFERENCIAL TEÓRICO
Avaliação nutricional
A avaliação do estado nutricional consiste na comparação entre amostra, planta ou conjunto
de plantas na qual se deseja avaliar o estado nutricional e o padrão, planta ou conjuntos de plantas
normais do ponto de vista nutricional. É considerada uma planta normal quando, essa apresenta
quantidades e proporções adequadas de nutrientes no tecido foliar, com uma alta produtividade (
MALAVOLTA,1997). No ambiente encontram-se os nutrientes essenciais que dividem-se em
macronutrientes e micronutrientes, os macro quando é encontrado em grande abundância nas
plantas e o micro em pequena quantidade. Porém não significa que um nutriente seja mais
importante que o outro, apenas que são necessários em quantidades e concentrações diferentes
(PINTO,2003). Segundo o mesmo autor a ausência ou o excesso de qualquer um dos
macronutrientes ou micronutrientes provoca, dependendo da sua função, anomalias no crescimento
e desenvolvimento da planta, ocorrendo muitas vezes no limbo das folhas a presença de cloroses
e necroses.
Nitrogênio (N)
O nitrogênio é um dos principais elementos que as plantas necessitam em maior quantidade
e que limita seu crescimento. Sua absorção ocorre principalmente na forma de nitrato (NO3-) ou de
amônio (NH4+), sendo a primeira forma mais frequente (LOBATO & SOUSA, 2004). O nitrogênio
(N) faz parte da composição da clorofila, participa diretamente da fotossíntese além de aumentar o
teor de proteína nas plantas. Sua deficiência resulta em clorose gradual das folhas mais velhas e
redução do crescimento das plantas, inicialmente, em detrimento das reservas da parte aérea, a
planta promove alongamento do sistema radicular, como uma tentativa de suprir o nutriente. A
matéria orgânica do solo e a fixação biológica de nitrogênio (FBN) são as principais fontes naturais
de nitrogênio(N) nutriente que costuma ser exigido em quantidades superiores aos demais
nutrientes minerais. Esse processo consiste na conversão do N2 atmosférico em NH3 (HUNGRIA
Fósforo (P)
Depois do N, o fósforo(P) é o nutriente mais limitante nos solos brasileiros e sem a correta
correção fosfatada a planta não consegue se desenvolver e produzir adequadamente. A falta de P
é o que mais restringe a produção agrícola no Brasil. Conforme (LOPES, 1989) nas plantas o P é
essencial e jamais pode ser substituído por outro, de forma que a planta o necessita para atuar nos
processos de fotossíntese, respiração, divisão, crescimento celular e transferência de energia nas
células. O fósforo quando é fornecido á superfície foliar ou quando a folha envelhece, até 60% do
nutriente pode ser conduzido via floema a outras partes, principalmente para os órgãos novos e aos
frutos em desenvolvimento, o que faz baixar o teor do elemento na folha (MALAVOLTA, 1997).
Potássio (K)
Depois de N e P os solos são mais comumente deficientes em potássio (-K). Devido a isso
são comuns as formulações de fertilizantes com N-P-K. O K é importante no controle de água
dentro da planta, pois ele controla a abertura e fechamento dos estômatos das plantas. O potássio
(K) é um elemento altamente móvel no floema e prontamente redistribuído para os órgãos novos
em crescimento, funciona em processos osmóticos, na síntese de proteínas e na manutenção de
sua estabilidade, na abertura e fechamento dos estômatos, na permeabilidade da membrana e no
controle do pH (MALAVOLTA, 1997).
Enxofre (S)
A maior parte dos S das plantas encontra-se nos aminoácidos metionina e cisteína. As
principais fontes são os sulfatos, que são minerais naturais, processados fisicamente nas empresas.
As principais fontes naturais são os restos orgânicos de vegetais. Sua função é promover a nutrição
protéica da planta para seu crescimento (MALAVOLTA,1997). A deficiência de enxofre (S) resulta
Diagnose foliar
A diagnose foliar é um método em que se analisam os teores dos nutrientes em
determinadas folhas, em períodos definidos da vida da planta, e os compara com padrões
nutricionais da literatura. Na folha ocorrem os principais processos fisiológicos, portanto, é o órgão
que melhor representa o estado nutricional da planta e que demonstram se há alguma variação de
determinado nutriente no solo (GONÇALVES&BENEDETTI, 2005).
Serapilheira
A serapilheira é constituída por materiais vegetais depositados na superfície do solo, tais
como folhas, cascas, ramos, troncos, gravetos, flores, inflorescências, frutos, sementes e
fragmentos vegetais não identificáveis. Sua deposição introduz heterogeneidade temporal e
espacial ao ambiente, podendo afetar a estrutura e a dinâmica da comunidade vegetal (FACELLI &
PICKETT 1991).
A produção de serapilheira e a devolução de nutrientes em ecossistemas florestais
constituem a via mais importante do ciclo biogeoquímico (fluxo de nutrientes no sistema solo-planta-
solo). Este ciclo, juntamente com o bioquímico (circulação de nutrientes no interior da planta),
possibilita que as árvores da floresta possam sintetizar a matéria orgânica através da fotossíntese,
reciclando principalmente os nutrientes em solos altamente intemperizados, onde a biomassa
vegetal é o seu principal reservatório (SCHUMACHER, 2004).
A manutenção dos ecossistemas florestais segundo Souto (2006) depende da ciclagem de
nutrientes via produção e decomposição da serapilheira, sendo este o mais importante processo de
transferência de nutrientes proveniente do material vegetal e/ou animal presente na superfície do
solo. Portanto, a velocidade com que esses nutrientes presentes no solo vão ser reciclados vai
influenciar diretamente na produtividade primária da floresta.
A sazonalidade de deposição varia de espécie para espécie nas regiões tropicais e
subtropicais. Nas florestas de regiões temperadas e frias a chegada do outono é o fenômeno que
desencadeia o processo de derrubada total das folhas (Schumacher, 2004).
As diferentes situações topográficas podem ocasionar dinâmicas diferentes na ciclagem de
nutrientes, devido ao maior escoamento superficial e subsuperficial da água da chuva (Moreira
&Silva,2004).
Segundo Poggiani(1985) a manutenção da produtividade das florestas naturais e plantadas
quando bem manejadas, estão intimamente ligadas com a eficiência nos processos de ciclagem de
nutrientes.
À medida que os materiais vegetais vão se incorporando a serapilheira e se decompondo,
ocorre a liberação desses nutrientes ao solo e, consequentemente, disponibilização para as plantas.
Dessa forma, a quantificação dos nutrientes da biomassa, bem como o padrão de sua ciclagem,
permitem avaliar a magnitude dos reflexos causados pela intervenção antrópica ou por fenômenos
naturais ocorridos no ecossistema, tornando possível, por meio de estudos de ciclagem de
nutrientes, a quantificação das saídas ou perdas de nutrientes (OKI, 2002).
Dentre os nutrientes, o nitrogênio apresenta um ciclo dinâmico, ou seja ,tem uma grande
mobilidade em solo, enquanto o fósforo, que forma compostos menos solúveis em água, se
movimenta de modo mais lento de um compartimento para outro.(CAMPOS et a. sem data).
As deficiências de N e P, frequentemente, são as mais limitantes para a produção em
ecossistemas florestais (CAMPOS, 2006).
METODOLOGIA
Semelhante a 2012, com a diferença que foram realizadas amostragens foliares na espécies
florestais. As análises procederam-se no laboratório de solos da Universidade Federal de Mato
Grosso, Campus de Sinop – MT, seguindo metodologia da proposta por Silva (2009). Realizou-se
as analises químicas dos teores de (N.P,K,S) de acordo com a metodologia proposta por Malavolta
et al. (1997).
RESULTADOS
Solo
De acordo com os dados obtidos (Tabela1), houve uma diferença estatisticamente no
tratamento da mata em relação ao pH aonde apresentou um menor valor que os demais. Isso se
deve ao fato que a mesma não recebeu calagem, assim o solo permaneceu ácido com um pH de
5,13. Enquanto que nos demais tratamentos não diferiram estatisticamente entre si, isso pode ser
atribuído a calagem que foi realizada de forma homogênea, tanto para a instalação do estudo, como
em agosto de 2010 quando o V% da área era de 27% e foram aplicadas 2,0 ton ha-1 de calcário.
Nesta situação a aplicação com espalhador aplicou calcário também no sub-bosque das florestais,
o que uniformizou a aplicação na área. Em média o pH da área foi de 5,7.
Andrade et al (2012) obteve dados semelhantes em seu estudo, segundo ele isso se deve
ao fato que os maiores teores de matéria orgânica do solo são encontrados neste sistema, dado o
caráter ácido da matéria orgânica (em sua fração mais recalcitrante, é formada por ácidos fúlvicos
e húmicos), mantidos por causa do aporte contínuo de folhas e restos de vegetação caídos na
superfície do solo, formando a serapilheira no remanescente de mata nativa.
Não verificou diferença nos tratamentos entre os teores de potássio no solo. Com uma média
46,6 mg dm-3.
Nos teores de fósforo os tratamentos de Eucalipto puro e Lavoura diferiram estatisticamente
dos demais.
A lavoura apresentou o maior valor com 14,54 mg dm-3 .Este resultado pode ser atribuído ao
fato que a área continuou a receber fertilizantes durante as safras de 2011-12 e 2012-13, receberam
adubação até a 2010-11, enquanto as demais áreas de cultivo, com exceção da mata e pastagem,
que não recebem corretivos ou fertilizantes, as demais áreas receberam adubação até a 2010-11,
e após isto apenas a pastagem ficou na área, sem adubação causando redução da fertilidade do
solo, principalmente de P, nutriente já limitante na região.
De modo geral, os valores médios estão baixos, necessitando de reposição do nutriente.
Outro fator que levou ao maior valor de P para lavoura e eucalipto puro é a textura do solo, que
apesar de não abordada ainda, indica ser esta área do experimento mais arenosa, o que configura
um maior teor de P disponível nas analises. Andrade et al(2002) destaca-se a importância da
matéria orgânica do solo em relação à sua contribuição na geração de cargas do solo, expressas
na capacidade de troca catiônica (CTC), o que encontra ainda mais relevância nas camadas
superficiais de um solo de textura arenosa, que possui naturalmente uma menor CTC em relação a
solos com maiores teores de argila.
Tabela 01 - Valores de pH em água, e teores de potássio e fosforo no solo em diferentes arranjos
florestais num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra
não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Tratamento pH agua K P
mg dm-3
Eucalipto Simples 5,63 a 53,45 a 5,18 b
Eucalipto Duplo 5,76 a 65,11 a 3,43 b
Eucalipto Triplo 5,50 a 51,76 a 2,50 b
Paricá Simples 5,69 a 40,35 a 4,58 b
Paricá Duplo 5,75 a 39,61 a 5,68 b
Teca 5,97 a 40,91 a 3,05 b
Pau-de-balsa 5,68 a 30,89 a 3,17 b
Eucalipto Puro 5,57 a 39,43 a 11,74 a
Lavoura 5,76 a 72,35 a 14,58 a
Mata 5,13 b 57,38 a 3,30 b
Pastagem 5,87 a 33,51 a 1,11 b
Média 5,70 46,66 4,11
CV 7,25 87,0 90,0
Solo: Distâncias de Renques
De acordo com a (Tabela 2) apresentada a baixo, na distancia 0,isto é no sub-bosque houve
diferença estaticamente das outras distancias, porém de pouca relevância. Ao qual pode ser
atribuído a calagem que deve não ter ocorrido de forma homogênea, ocasionando assim na queda
do pH, pois o uso de espalhador mecanizado pode ter a distribuição de corretivos ou fertilizantes
prejudicada em virtude de obstáculos no campo.
Os teores de potássio(K) não diferiram estatisticamente nas diferentes distancias dos
arranjos florestais (Tabela 2). Observando o maior valor no sub-bosque e com média de 46,38 mg
dm-3 .
Ocorreu diferença nos teores de P nas diferentes distâncias (Tabela 2). Verificando o menor
valor na distância 0 com 2,02 mg dm-3 .Isto se infere a adubação das culturas de grãos durante 3
safras que tendeu a acumular P na área de lavoura e, como a adubação das espécies florestais
com P foi apenas no fundo dos berços, no plantio, o teor é menor. Contudo é importante salientar
que o teor de P inicial do solo era de 2,5 mg dm-3, mostrando o enriquecimento da área de cultivo
de grãos e redução no sub-bosque.
Tabela 02 -Valores de pH em água, e teores de potássio e fosforo no solo em diferentes arranjos
florestais, nas diferentes distâncias das árvores num sistema de integração lavoura-pecuária-
floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Distancias pH K P
mg dm-3
10 D Média 5,78 a 45,80 a 3,24 b
6 D Média 5,81 a 40,40 a 4,08 a
3 D Média 5,71 a 39,99 a 4,79 a
0 D Média 5,46 b 62,55 a 2,02 b
3 E Média 5,72 a 48,42 a 5,11 a
6 E Média 5,83 a 46,35 a 4,36 a
10 E Média 5,68 a 41,13 a 3,40 b
Média Geral 5,71 46,38 3,86
CV 90,2 91,2
Serapilheira
Houve diferença no tratamento de pau de balsa triplo em comparação com os outros, no que
se refere ao acúmulo de serapilheira em kg m-2 (Tabela 3). Podendo ser associado ao seu grande
dossel e as suas folhas serem maiores das demais espécies, contribuindo para um aumento na
quantidade de material vegetal depositado sob o solo, além do fato de a mesma estar em um arranjo
em linha tripla, aumentando ainda mais sua quantidade.
No que concerne aos nutrientes presentes na serapilheira em g kg-1, o potássio(k) foi o
elemento mais demonstrativo entre os arranjos florestais, notando maiores concentrações nos
plantios de eucalipto e na mata, ficando as menores concentrações nos tratamentos de pinho e pau
balsa (Tabela 3).
No que diz respeito aos valores de Nitrogênio, verificou-se diferença estatisticamente
apenas na mata, obtendo maior concentração de N (Tabela3), pois a mata é um ambiente mais
estável, onde a decomposição é menos acelerada, devido a menor entrada de luz e maior umidade
do ambiente.
Não havendo diferença estatisticamente nas concentrações de P e S entre nos tratamentos.
Quanto aos nutrientes em kg m-2, observou que o Pau de balsa se destacou em comparação
com os demais, com maiores teores de K, N, P, S. Esse resultado pode ser atribuído a sua grande
produção de serapilheira por m², levando em consideração as características morfológicas da
espécie como o tamanho das folhas e seu grande dossel, já citado acima. Demonstrando ser uma
espécie de grande potencial.
A mata e o eucalipto puro apresentaram maior estoque de K, além da mata se destacar no
acumulo de N.
Tabela 03 – Acúmulo de serapilheira em kg m-2, concentrações de nitrogênio (N), fósforo (P) e
potássio (K) e enxofre (S) em g kg-1 e acumulo de nutrientes (kg m-2) nos diferentes arranjos
florestais no sub-bosque. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si
ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Tratamentos Serapilheira K N P S K N P S
kg m-2 g kg-1 kg m-2
Eucalipto puro 0,800 b 14,43 a 8,75 b 0,35 a 2,29 a 11,32 a 7,05 b 0,28 b 1,88 b
Eucalipto simples 0,484 b 15,03 a 11,20 b 0,38 a 2,63 a 7,30 b 5,38 b 0,18 b 1,26 b
Eucalipto duplo 0,675 b 12,75 a 9,45 b 0,35 a 1,92 a 8,64 b 6,34 b 0,24 b 1,29 b
Eucalipto triplo 0,447 b 14,75 a 10,01 b 0,33 a 2,05 a 6,47 b 4,48 b 0,14 b 0,95 b
Pinho duplo 0,824 b 9,30 b 11,59 b 0,36 a 2,27 a 7,74 b 9,56 b 0,30 b 1,84 b
Pinho triplo 0,756 b 10,78 b 11,20 b 0,34 a 2,32 a 7,72 b 8,34 b 0,26 b 1,75 b
Pau balsa triplo 1,439 a 9,90 b 11,97 b 0,35 a 2,38 a 13,58 a 17,36 a 0,51 a 3,41 a
Mata 0,840 b 13,25 a 18,10 a 0,31 a 2,19 a 11,15 a 15,75 a 0,26 b 1,83 b
Média geral 0,783 12,52 11,53 0,35 2,25 9,24 9,28 0,27 1,78
CV 36,7 17,8 16,5 6,0 20,9 31,1 49,5 36,8 44,0
Teores de nutrientes nas espécies florestais e Incremento em crescimento.
A média da altura de todos os plantios foi de 19,75 metros, obtendo as maiores alturas nos
tratamentos de pau balsa e eucalipto, esse na configuração duplo para o lado direito apresentou a
maior altura com 23,92m e o Pau balsa na mesma configuração obteve 23,74m (Tabela 4).
É sabido que a orientação dos renques em sistemas agroflorestais deve ser no sentido leste-
oeste, facilitando a entrada de radiação em meio ás florestas e assim fornecer energia luminosa
para a espécie ali semeada (grão ou forragem).No entanto não foi possível a instalação da URT
nesse sentido, havendo uma inclinação, com disposição dos plantios florestais aproximadamente
leste-sudeste(ESSE).
Por isso o maior crescimento para o lado direito do renque pode estar associado a maior
insolação pela manhã. Assim alguns renques recebiam maior insolação de manha e outros a tarde.
Neste caso, o sol da manhã pode ter afetado o crescimento. O renque que recebia sol de manha
ficava no período da tarde em posição de sombra, assim como o solo do seu sub-bosque, o que
possivelmente conservou a agua no sistema.
Em relação a variável DAP (Diâmetro a altura do peito), ocorreu uma diferença na espécie
Pau balsa na configuração tripla para o lado direito, com incremento de 81,87 cm, sendo que as
demais não diferiram entre si (Tabela 4).
Tabela 04 – Atura (ALT) e diâmetro a altura do peito (DAP) das espécies florestais em sistema ILPF
e concentrações foliares de nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S) em g kg-1 nos diferentes arranjos
florestais no sub-bosque. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si
ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
TRATAMENTOS ALT DAP N foliar P foliar S foliar
-- m -- -- cm -- ------------------ g kg-1------------------
Eucalipto duplo esquerda 21,30b 51,66c 12,66b 0,66b 1,95b
Eucalipto duplo direita 23,92a 53,71c 12,06b 0,62b 2,10b
Eucalipto puro 22,60a 52,63c 11,67b 0,66b 1,84b
Eucalipto simples 21,13b 58,58c 11,96b 0,66b 1,97b
Eucalipto triplo centro 20,68b 47,00c 12,43b 0,62b 2,00b
Eucalipto triplo direita 20,11b 45,08c 12,76b 0,58c 1,97b
Eucalipto triplo esquerda 20,38b 52,67c 12,33b 0,64b 1,96b
Teca triplo centro 11,80c 50,67c 9,83c 0,51c 1,86b
Teca triplo direita 13,40c 54,62c 9,61c 0,63b 1,81b
Teca triplo esquerda 12,31c 53,21c 9,83c 0,57c 1,94b
Pau balsa triplo centro 22,83a 58,13c 18,76a 0,80a 2,63a
Pau balsa triplo direita 23,74a 81,87a 19,31a 0,85a 2,50a
Pau balsa triplo esquerda 22,54a 69,79b 20,13a 0,80a 2,74a
Média Geral 19,75 56,12 13,33 0,66 2,10
CV 9,1 8,7 8,3 7,1 12,1
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O plantio de Pau balsa foi o tratamento em que mais se destacou, produzindo uma maior
quantidade de serapilheira. Apresentando maiores concentrações de N, P, K, S da mesma e
obtendo maiores concentrações foliares de N, P, S. Observou-se que a espécie se encontrava com
um maior DAP, diferindo das demais, sendo a segundo espécie em altura. Demostrando ser uma
espécie de grande potencial.
Não houve diferença nos valores de Potássio (K) nas avaliações do solo, diferindo
estaticamente apenas na serapilheira.
No que concerne ás distâncias dos renques, os menores valores para pH e P ocorreu na
distância de 10 metros e no sub-bosque, devido a menores aplicações de nutrientes.
A espécie de Eucalipto do lado direito foi a que obteve um maior crescimento em altura.
Sendo uma das principais características da cultura, o crescimento rápido. Em relação a
configuração do lado direito se deve pela insolação pela manhã, com sombra à tarde e a uma
possível maior retenção de agua pelo solo no sombreamento. Dando ênfase para o P no solo,
podendo esse estar associado à deposição de fezes nas proximidades das arvores, enriquecendo
o solo com o mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PARTE 3-
ATRIBUTOS
ARBOREOS
AMOSTRAGEM 2014
Dados ainda não concluídos
(faltam análises de tecidos e outros
parâmetros).
BIOMASSA DE EUCALYPTUS UROGRANDIS CULTIVADO EM SISTEMA
AGROSSILVIPASTORIL
INTRODUÇÃO
Os sistemas agroflorestais são sistemas de consórcio, constituídos obrigatoriamente por
espécies arbóreas, culturas agrícolas e/ou animais, sendo capazes de produzir de maneira
economicamente viável, aumentando a renda da propriedadede com baixos impactos ambientais
(NAIR, 1993).
Esse tipo de sistema ganha espaço na realidade das propriedades rurais, uma vez que são
uma alternativa viável de uso da terra pelo melhor aproveitamento da área de cultivo, manejo do
solo menos agressivo, produzindo múltiplos produtos. Além disso, há uma melhor distribuição de
serviços na propriedade rural e promove a redução do uso de fertilizantes e insumos (BALBINO et
al., 2011).
A porção Norte do estado do mato Grosso, é um área potencialmente pecuarista, o uso dos
sistemas agroflorestais porporciona um melhor beneficiamento das áreas da região, além disso as
propriedades que aderiram ao sistema podem contar com diversos produtos, como madeira,
utilizada tanto para serrarias, quanto para a fabricação de mourões e lenha, comercialização de
carne animal, e produtos oriundos de culturas agrícolas.
Dos tipos de sistemas agroflorestais, os sistemas agrossilviopastoris ganharam destaque,
apresentando-se como uma alternativa, indiretamente incentivada por lei, para fornecimento de
matéria-prima diversificada. Além disso o crescimento do setor florestal brasileiro em consumo de
madeiras oriundas de plantios homogêneos, foi motivado pela alta demanda de mercado e pelas
mudanças recentes na política nacional, que afetou diretamente a indústria madeireira pela restríção
do uso de madeiras de lei e gerou impacto indireto no setor agrícola, pela exigência de proteção
das áreas florestais.
Como os sistemas agrossílvipastoris são recentes, pouco se sabe acerca dos efeitos das
diferentes formas de espacialização e distribuição do componente arbóreo, em referência a
produção de biomassa e deposição de resíduos após a colheita florestal. A produção de biomassa
é uma resposta importante sobre a qualidade do plantio, uma vez que ela é a resposta do
crescimento da árvore, expresso pelo incremento, em vista da absorção de nutrientes do solo e
assimilação de luz. Desta forma a biomassa pode indicar se o plantio, em determinado sítio, está
se desenvolvendo de forma positiva em relação a outro, comparando espécies, espaçamentos,
arranjo espacial e face de exposição do plantio.
Já o resíduo é definido como o compartimento total biomassa que permanece na área
posterior a colheita florestal. Ele é constituído pela sobra de galhos grossos, finos, ponteira e folhas.
Esse resíduo que permanece sobre o solo florestal passa pelo processo de ciclagem, uma vez que
após a decomposição, os nutrientes constituintes de suas estruturas celulares, retornam ao solo.
Em alguns casos o resíduo da colheita florestal, especialmente os galhos de maior espessura, é
utilizado para a geração energia, na forma de lenha, em virtude do maior tempo de combustão
(SALMERON, 1980).
A quantificação desse resíduo garante uma avaliação do potencial de aproveitamento da
área, uma vez que diversos estudos apontam os benefícios desses sistemas, poucos são os
resultados ao que se refere a produção de resíduos nesses sistemas de cultivo consorciado. Além
disso, a utilização de híbridos de Eucalyptus grandis x urophylla tem apresentado bons resultados
devido as propriedades genéticas desse cruzamento. Contudo, em termos de produção de
biomassa restritos são os estudos concretos sobre esse o uso da espécie nesse tipo de sistema de
produção consorciada. Objetivou-se avaliar o estoque de biomassa de Eucalyptus urograndis
cultivado em diferentes arranjos espaciais sob sistema agrossilvipastoril.
A biomassa residual e de fuste das árvores está associada ao material genético, a qualidade
do solo e ao modelo de plantio, como plantios em faixas simples, dupla ou tripla. Mesmo com a
expansão da área cultivada com sistemas agroflorestais ainda são escassos os resultados que
retratam essas comparações de produção biomassa com clones de eucalipto. Esses resultados são
indicadores de avaliação do modelo de plantio no que tange a eficiência de crescimento das árvores,
comparado ao monocultivo florestal.
REVISÃO DE LITERATURA
Sistemas Agroflorestais
Os sistemas agroflorestais (SAf´s) são caracterizados como um conjunto de medidas
alternativas para utilização dos recursos naturais, onde indivíduos florestais estão consorciados
com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma ecologicamente correta e socialmente aceitável, de
modo que essa relação seja economicamente viável (MACEDO et al., 1999). É o manejo
sustentável da terra, que gera um aumento da produção total, combinando simultaneamente ou
sequencialmente indivíduos perenes frutíferos, culturas agrícolas, espécies florestais e/ou animais
(BENE et al., 1977). Nesse sistema, a integração de seus componentes pode ocorrer de forma
simultânea, onde os componentes são implantados ao mesmo tempo na área, ou sequencial, na
qual o tempo de implantação dos componentes não é o mesmo, em uma infinidade de combinações
possíveis.
Uma das características mais importante desses sistemas é o princípio ecológico da
estabilidade e equilíbrio do mesmo, representado pelo uso contínuo de uma mesma área, com
diferentes espécies (DANTAS, 1994). Os aspectos sociais e econômicos também devem ser
levados em consideração, uma vez que ocorre uma melhoria na qualidade de vida dos
trabalhadores, uma maior demanda por mão de obra local, um aumento na renda familiar o ano
todo, devido a diversidade de produtos obtidos nesses consórcios (MACEDO e VENTURIN, 2008).
Os sistemas agroflorestais apresentam inúmeras vantagens (DANIEL et al.,1999). Segundo
Lunz e Melo (1998), as principais vantagens são a maior ciclagem de nutrientes garantidos pelo
acúmulo de biomassa do componente arbóreo, a melhor utilização dos recursos naturais
disponíveis, a menor incidência de pragas e doenças, a maior diversificação da produção, a
diminuição dos riscos econômicos, a melhor distribuição temporal do uso da mão de obra familiar e
a maior estabilidade produtiva. Quanto às desvantagens, destaca-se o limitado conhecimento dos
agricultores, técnicos e pesquisadores sobre a utilização do sistema, o manejo complexo em relação
às monoculturas, o maior custo de implantação, o retorno financeiro mais demorado, entre outros.
Eles podem ser classificados de acordo com a estrutura, a função, a importância, os
objetivos e as características. A classificação feita pela Rede Brasileira Agroflorestal (REBRAF,
2013), é uma das mais aceitas, pois fundamenta essa classificação no tipo de componente e na
associação entre eles. Os sistemas classificados por sua estrutura e natureza dos componentes
podem ser categorizados como sistema agrossilvicultural, envolvendo árvores e cultivos agrícolas,
incluindo arbustos e trepadeiras, o sistema silvipastoril, envolvendo a associação de árvores,
pastagens e animais e por fim, o sistema agrossilvipastoril, englobando a associação de árvores,
cultivos agrícolas e pastagem (DANIEL et al., 1999). Contudo, o sistema agrossilvipastoril, em
alguns referenciais, é também chamado de sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF).
O iLPF pode ser definido como um sistema de produção que alterna, na mesma área, o
cultivo de espécies para produção vegetal, pastagens e florestas, de forma simultânea ou
sequencial, garantindo a sinergia entre as atividades (NAIR et al., 2010). O componente arbóreo no
sistema iLPF pode proporcionar benefícios ambientais, principalmente em termos de conservação
do solo e da água e no sequestro de carbono, além de benefícios econômicos, especialmente pela
venda de madeira. Nesse sistema, o arranjo e o número de árvores por hectare pode ser ajustado
de acordo com a prioridade de produtos previamente estabelecidos. Para Porfírio-da-Silva (2008),
o arranjo mais eficaz em iLPF é o de cultivo em linhas, onde as árvores são plantadas em faixas
compostas por linhas simples ou múltiplas, em espaçamento amplo entre faixa, onde é cultivado a
cultura agrícola e/ou a pastagem.
Eucalyptus
O gênero Eucalyptus são espécies folhosas que pertencem à família Myrtaceae, composta
por aproximadamente 70 gêneros e 33 espécies (OLIVEIRA, 1999). O gênero eucalipto é originário
da Austrália, Timor Leste, Indonésia, Papua Nova Guiné, Molucas, Irian Jaya e sul das Filipinas
(ELDRIDGE et al., 1994).
A introdução das primeiras mudas no Brasil foi em 1868, no Rio Grande do Sul e no Rio de
Janeiro (OLIVEIRA, 1999). O pioneiro no desenvolvimento experimental com a espécie foi Navarro
de Andrade, em São Paulo, a partir de sementes oriundas de Portugal em 1904. Contudo os plantios
em escala comercial foram realizados somente a partir de 1909, pela Cia Paulista de Estradas de
Ferro (MORA e GARCIA, 2000).
O propósito inicial desses plantios era a produção de dormentes, postes e lenha para as
locomotivas das estradas de ferro paulista. No entanto, a madeira de eucalipto mostrou-se versátil
em relação ao seu uso, sendo amplamente empregada na produção de energia (lenha e carvão
vegetal), postes e mourões, na construção civil, na fabricação de chapas de fibras, na produção de
celulose e papel e até na confecção de móveis finos. Além do fornecimento dos produtos
madeireiros, apresentou múltipla funcionalidade, como a produção de produtos não madeireiros
(óleos essenciais), seu uso em quebra-ventos, produção de mel, entre outras utilidades (WILCKEN
et al., 2008). O plantio de eucalipto desponta como uma alternativa para minimizar a pressão sobre
as florestas nativas, as quais tem seu livre consumo cada vez mais restrito. Outro fator que
impulsiona o uso do gênero, especialmente pelo setor madeireiro, é sua alta produção, estimada
em mais de 800 m³.ha-1 de madeira aos 21 anos, comparado a 40 m³.ha-1 de madeira nativa
aproveitável (MORA e GARCIA, 2000).
Conforme o Anuário ABRAF, 2008, ano base 2007, as áreas que contém plantios de
eucalipto no Brasil, no ano de 2007 no ano de 2007, totalizaram 3.751.867 hectares e a maior
concentração estava nos estados de Minas Gerais com 1.105.961 hectares (28%); São Paulo,
813.372 hectares (22%); e Bahia, 50.127 hectares (15%).
As áreas com florestas de eucalipto no Brasil representam cerca de 62% do total das áreas
destinadas ao plantio florestal, de forma que o eucalipto é a espécie mais plantada hoje no Brasil
no setor de florestas. Ainda assim, as florestas de eucalipto e pinus ocupam apenas 0,65% do total
do território nacional, bem menos do que nos EUA, Japão e China, entre outros
Já o sucesso obtido com o melhoramento genético do eucalipto no Brasil foi importante, uma
vez que ele não só permitiu o aumento da produtividade de madeira, como também o aumento da
resistência a alguns patógenos e, sobretudo, a maior uniformidade dos plantios comerciais (BISON,
2004).
No Brasil, as principais espécies de eucalipto cultivadas são o E. grandis, E. camaldulensis,
E. saligna, e E. urophylla, bem como espécies híbridas, como E. grandis x E. urophylla (LERAYER
et al., 2008). As espécies híbridas têm idade de corte antecipada, produção e qualidade de madeira
superior (FERREIRA, 1992), com grande capacidade de adaptação a diferentes condições
ambientais e maior resistência ao ataque de organismos patógenos (CRISTINA, 2004; SANTOS,
2005; SOUZA, 2008).
Em se tratando de sistemas agroflorestais inúmeras espécies arbóreas vêm sendo
utilizadas, contudo devido à maior adaptação a solos com problemas de fertilidade, boa
produtividade, capacidade de rebrota, resistência a podas e pastejo, resistência a doenças, o
eucalipto ganhou destaque e apresentam grande potencial para utilização nesses sistemas
consorciados (HUXLEY, 1983).
Biomassa e resíduo florestal
A biomassa engloba a matéria vegetal gerada por meio da fotossíntese e os seus derivados,
como os resíduos florestais e agrícolas, animais e a matéria orgânica contida nos resíduos
industriais, domésticos, entre outros. Coelho et al. (1982) definem biomassa florestal como o
conjunto de materiais orgânicos gerados por organismos autótrofos do reino vegetal (fitomassa) ou
acumulados nos seres heterótrofos do reino animal (zoomassa). Já para Maia Araújo et al. (1999),
é a quantidade do material lenhoso, folhas, galhos, casca e sementes.
Os ecossistemas florestais contêm 90% da biomassa terrestre, sendo essa biomassa
dividida em diferentes compartimentos (GARDNER e MANKIN, 1981), que são a biomassa acima
e abaixo do solo. A primeira inclui os troncos, galhos finos e grossos, folhas, casca, flores e frutos
e o segundo se enquadra as raízes e a biomassa morta, que consiste em toda matéria morta não
contida na serapilheira (IPCC, 2001).
A biomassa total de uma árvore de eucalipto com sete anos, em monocultivo, está distribuída
nos percentuais de 12 a 18% nas raízes, 8 a 12% na casca, 6 a 10% na copa e de 60 a 74% na
madeira. (VITAL 2007). Já em sistemas agroflorestais, estudos apontam que a quantidade de
biomassa florestal é maior quando comparado aos sistemas convencionais, devido a maior
produtividade global por unidade de área, ou seja, maior produtividade considerando-se os fatores
determinantes e os elementos que intervém na mesma (NAIR, 1993; YOUNG, 1997; HUXLEY,
1999; MACEDO, 2000). Contudo, para Oliveira Neto et al. (2003), o aumento na produção da
biomassa é maior em plantios com espaçamentos menores, devido o maior número de indivíduos
por hectare.
Em contrapartida, os resíduos florestais são definidos como os restos de materiais, que não
o produto prioritário, que fica na área após operações de colheita, ou seja, é o material que
permanece da biomassa florestal que não é utilizada para comercialização. Os resíduos de colheita
florestal são todo o material orgânico que resta na floresta após a colheita, como por exemplo,
casca, galhos, folhas, toco, raízes e a serapilheira. Esse material pode ser incorporação no solo,
pela trituração, facilitando a decomposição e acelerando a ciclagem de nutrientes, bem como ser
reaproveitado na geração de energia por meio da sua queima (PULITO e ARTHUR Jr., 2008).
Em plantações de eucalipto o processo de ciclagem de nutrientes pode contribuir para
garantir a sustentabilidade de rebrota e/ou rotações subsequentes, em razão da serapilheira
acumulada no piso florestal suprir parte da demanda de energia e de nutrientes do ecossistema
florestal (GUO e SIMS, 1999). Deste modo, a ciclagem de nutrientes constitui uma importante etapa
do ciclo biogeoquímico, principalmente em solos pouco férteis (GAMA-RODRIGUES e BARROS,
2002). Contudo, o eucalipto apresenta baixa taxa de decomposição devido a baixa qualidade
nutricional da serapilheira, decorrente da eficiente retranslocação de nutrientes na planta (GAMA-
RODRIGUES e BARROS, 2002).
Outra vertente para o uso dos resíduos oriundos da floresta é a geração energética, que é
uma tendência e desperta interesse tanto de países em desenvolvimento, como de países
desenvolvidos e industrializados. Pelo seu potencial renovável e pela possibilidade de redução do
consumo e dependência de combustíveis fósseis (SANTIAGO, 2013). A utilização energética dos
resíduos promove o aumento do aproveitamento de florestas comerciais, portanto um aumento no
econômico nas atividades das áreas, o que pode viabilizar atividades de manejo florestais e tratos
silviculturais (DO CANTO, 2009).
A exportação de resíduos florestais influencia principalmente na ciclagem de nutrientes
(PULITO e ARTHUR Jr., 2008), uma vez que a quantidade de nutrientes de um ecossistema florestal
é representada pelo total de nutrientes presentes em cada compartimento da biomassa acima do
solo (folhas, casca, galhos, etc.), somado a vegetação de sub-bosque, serapilheira e solo
(POGGIANI e SCHUMACHER, 2000). A ciclagem de nutrientes é que garante a sobrevivência das
árvores em solos tecnicamente e economicamente inviáveis para a produção, reafirmando assim a
importância da permanência de parte ou da totalidade dos resíduos florestais na área (KOLM, 2001).
Por outro lado, Gonçalves et al. (2002) alertam sobre o efeito negativo da manutenção dos
resíduos no solo, uma vez que eles aumentam o risco de incêndios florestais e dificultam o controle
de formigas.
MATERIAL E MÉTODOS
Descrição da área
O estudo foi realizado em uma área experimental com sistema agrossilvipastoril, de
Eucalyptus urograndis e Brachiaria brizantha cv Marandu e plantio puro de Eucalyptus urograndis,
na Fazenda Gamada, nas coordenadas de 10º 24’ 10’’ S e 55º 43’ 22’’ W, no município de Nova
Canaã do Norte, no Mato Grosso, Brasil. Conforme a classificação de Köppen, o clima local é do
tipo Awi (tropical chuvoso), com estação seca bem definida, e temperatura anual média de 26 ºC e
precipitação de 2.175 mm. O solo local é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo
distroférrico, de textura média (EMBRAPA, 1999).
Área do estudo- renques de eucalipto
Figura 12. Espacialização dos cultivos de E. urograndis em consórcio com pastagem, no sistema agrossilvipastoril de faixa simples, dupla tripla, no município de Nova Canãa do Norte, Mato Grosso, Brasil.
Amostragem e análise da biomassa residual e de fuste
Seleções das árvores
Para a quantificação da biomassa residual e de fuste foram selecionadas oito árvores no
arranjo de linha simples e de linha dupla e doze árvores no arranjo de linha tripla, observando a
localização do ponto de coleta de solo. Conforme estudos anteriores a primeira árvore selecionada
foi a que se encontrava mais próxima do ponto amostral de coleta de solo, sendo que, a segunda
foi a que se localizou na direção oposta à primeira. No caso do arranjo de linha tripla foram
escolhidas as três árvores que circundavam o ponto de coleta de solo, a fim de que a árvore da
linha central também fosse analisada.
Após a seleção realizou-se o abate com utilização de motosserra, sendo posteriormente
realizada a cubagem pelo método de Smalian, com e sem casca das árvores selecionadas,
considerando a altura total até um diâmetro mínimo de 0,08 m. O fuste com diâmetro menor que
0,08 m foram caracterizadas como ponteira.
Coleta, preparo e análise da biomassa residual e de fuste
Sequencialmente ao abate, as árvores tiveram seus compartimentos separados em
biomassa de fuste, composta por madeira e casca (diâmetro mínimo de 0,8 cm) e biomassa residual
que representou a fração de biomassa que permanece na área, sem finalidades comerciais. Foi
determinado o peso úmido total da biomassa residual (Figura 2), obtendo-se amostras que foram
pesadas, acondicionadas em sacos de papel devidamente identificados e conduzidos ao laboratório
para análise.
Figura 2: Pesagem da biomassa residual em campo.
O material da biomassa residual foi mantido em estufa, a 102º aproximadamente, por 72
horas. Decorrido esse período, todo o material foi pesado, a fim de obter o peso seco da amostra e
assim posteriormente determinar o peso seco total desse compartimento:
PST= (PUT X PSA) ÷ PUA
onde PST: peso seco total do compartimento; PUT: peso úmido total do compartimento em campo; PSA: peso seco da amostra do compartimento; PUA: peso úmido da amostra do compartimento.
Para a determinação do peso seco da madeira e da casca foram obtidas amostras de discos
de aproximadamente 3,0 cm nas posições base, 50 e 100% da altura total. Os discos (madeira e
casca) foram devidamente identificados, acondicionados em sacos de tecido Voil® (Figura 3), bem
ajustados e amarrados com barbante.
Figura 3: Discos de madeira na posição base, 50% e 100% da altura total da árvore, envolto por tecido Voil®.
O material coletado foi conduzido ao laboratório de Solos, da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), Campus Universitário de Sinop (CUS). No laboratório, os discos foram colocados
em caixa de água de mil litros (Figura 4), para a completa saturação. Os mesmos permaneceram
60 dias em água, sendo a água substituída frequentemente. Decorrido esse período as amostras
foram preparadas para a análise da densidade básica da madeira e da casca, que foi encontrada
apenas para a determinação do peso total do compartimento, não sendo a densidade o foco do
presente estudo.
Figura 4: Discos retirados ao longo dos fustes, imersos em água para saturação.
A densidade básica da madeira e da casca foi determinada conforme Vital (1984).
De cada disco foram confeccionadas duas cunhas em direções opostas do disco. A casca
de cada cunha foi retirada e depositada em saquinhos de TNT, de massa desprezível, para sua
pesagem. O material foi todo pesado em balança hidrostática, e posteriormente acondicionado em
sacos de papel, devidamente identificados, para sua secagem.
As cunhas sem casca foram presas, suspensas, em uma haste de metal e imersas em um
béquer com água, evitando que a cunha não tocasse o fundo do béquer (Figura5). Após a pesagem,
as cunhas foram acondicionadas em sacos de papel devidamente identificado e conduzido para
secagem.
Figura 5. Pesagem das cunhas de madeira, a fim de determinar a densidade básica.
A secagem da casca e da madeira (cunha) foi realizada em estufa, a 105 ± 2°C de
temperatura, por 72 horas, ou até atingir o peso constante.
Com a obtenção do peso seco e saturado das amostras de casca e madeira (cunha),
determinou-se a densidade básica (g.cm³) de cada compartimento:
DB = 𝟏
𝑷𝒔𝒂𝒕
𝑷 𝒔𝒆𝒄𝒐−𝟎,𝟑𝟒𝟔
onde DB: densidade básica da casca ou madeira, expressos em g.cm³; Psat: peso da amostra saturada, expresso em gramas; Pseco: peso da seco da amostra.
Posteriormente foi realizada a média simples dos valores de densidade das cunhas retiradas
dos discos obtidos ao longo do fuste.
O peso total da biomassa de madeira e casca de cada árvore foi determinado pela
multiplicação do volume de cada compartimento por sua respectiva densidade básica.
A biomassa total por hectare, de cada tratamento foi obtida pela média da biomassa de cada
compartimento multiplicado densidade de cada árvore por hectare.
Modelos de Regressão
A partir da base de dados, foram ajustados quatro modelos de equações de
regressão encontradas na literatura utilizando como variável dependente o peso de biomassa em
kg, e como variáveis independentes o diâmetro à altura do peito (1,3 m), a altura total da árvore
(Ht).
O ajuste destas equações foi feito com o objetivo analisar se os modelos matemáticos de
regressão encontrado na literatura, para estimativa da biomassa, representam o experimento do
presente estudo. Os modelos estão apresentados na Tabela1.
Tabela 1.Modelos matemáticos para ajuste de equações de regressão.
Modelo Equação
1 P = a + b.dap + c.(dap².h)
2 P = a + b.dap² + c.(dap².h)
3 P = a + b.dap + c.dap²
4 P = a + b.dap + c.h
Análise Estatística
Realizou-se a análise de distribuição normal dos resultados da biomassa residual e da
biomassa de fuste das árvores cultivadas nos diferentes arranjos e no monocultivo. A mesma
análise foi realizada para os valores de biomassa extrapolados para T/há¹.
Caso os resultados apresentassem distribuição normal, realizou-se a análise de variância e
a comparação de médias pelo teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro. Caso os
resultados não apresentassem distribuição normal foi utilizada a análise de variância pelo método
Kruskal Wallis Mann Whitney. Todas as análises foram realizadas no programa Minitab 1.6.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A densidade de árvores por hectare foi de 250 árvores no arranjo de linha simples, de 435
árvores no arranjo de linha dupla, de 537 árvores no arranjo de linha tripla e de 833 árvores no
monocultivo. O número de hectare foi calculado com base no aplicativo desenvolvido pela Embrapa
para tal finalidade. Além disso o programa indicou que no tratamento em linha simples houve 10%
de aproveitamento da área enquanto que o tratamento em linha dupla apresentou 21,7% e o
tratamento de linha tripla houve 30,8% de aproveitamento da área.
Em relação a densidade básica de madeira e casca, estas foram de 0,61g/cm³ e 0,69g/cm³,
respectivamente. Os resultados obtidos para biomassa residual, biomassa de casca e biomassa de
madeira, apresentaram distribuição normal não indicando a necessidade da transformação dos
dados ou o emprego de outro tipo de análise especial.
Biomassa das árvores amostradas
Os maiores valores de biomassa residual foram registrados no arranjo de linha simples, o
qual diferiu significativamente dos demais arranjos e do monocultivo, os quais não diferiram entre
si. Para a biomassa de madeira, quanto para a biomassa de casca não se teve diferença
significativa, avaliando os diferentes arranjos entre si. (Tabela 2)
Tabela 2. Biomassa média por árvore (Kg) de E. urograndis cultivado em linha simples, dupla, tripla e no monocultivo.
MÉDIA DO COMPARTIMENTO (kg/árvore)
Biomassa Residual Biomassa de Casca Biomassa de Madeira Total
Linha Simples 52,6 A 37,1 A 198,6 A 288
Linha Dupla 32,1 B 36,1 A 183,9 A 252
Linha Tripla 24,7 B 31,5 A 189,6 A 245
Monocultivo 23,9 B 25,9 A 154,8 A 204
Letras iguais indicam que não houve diferença significativa entre tratamentos, ao nível de 5% de
probabilidade.
A biomassa residual apresentou uma amplitude de 40,33 kg, já a biomassa de madeira
apresentou uma amplitude de 183,91 kg e a biomassa de casca apresentou uma amplitude de 44,25
Kg.
Ao se analisar os resultados obtidos nos quatro tratamentos em porcentagem, é possível
notar que em todos os tratamentos a porcentagem de madeira foi maior que as dos demais
compartimentos. (Figura 5).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Resíduo Casca Madeira
Bio
mas
sa %
PORCENTAGEM DE BIOMASSA NOS COMPARTIMENTOS
Linha Simples Linha Dupla Linha Tripla Monocultivo
Figura 5. Porcentagem de biomassa residual média (kg) das árvores de E. urograndis, cultivado em linha simples, dupla, tripla e em monocultivo.
Os resultados obtidos condizem com os de Souza e Fiorentin (2013), em seu estudo de
quantificação de biomassa para um plantio de eucalipto em Santa Maria-RS, onde o compartimento
madeira apresentou maiores valores de peso seco.
A figura 5 ainda indica que apesar das diferentes formas de arranjo do experimento, ao se
analisar as árvores amostradas se comportaram de formas muito parecidas, a não ser pelos
resíduos no tratamento em linha simples, que se sobressaem em relação aos resíduos dos demais
tratamentos, o que ocorre nesse tratamento, possivelmente está ligado a luminosidade recebida por
essas árvores amostradas. O maior espaçamento permite com que o indivíduo invista o recurso
recebido na produção de galhos e folhas, o que para este estudo foi considerado resíduo, o
espaçamento mais amplo permite maior liberação para o crescimento da copa e das árvores e,
consequentemente, maior alocação de biomassa para os galhos (SANQUETTA et al., 2003).
Análise de regressão árvores amostradas
As quatro equações selecionadas para estimar a biomassa apresentaram resultados ruins e
muito parecidos, pois o R2aj para resíduos ficou entre 0,296 e 0,368, para madeira 0,671 e 0,771 e
para casa entre 0,264 e 0,378, o que para, Santana et al. (2008), não é nada significativo, pois o
autor sugere um que o R2aj superior a 0,9 encontrado na maioria das equações altamente
significativas. Os valores estão expressos na tabela 3.
Tabela 3. Ajustes da regressão da biomassa das diferentes equações.
Fórmula Compartimento Syx abs Syx% R2 aj
1
Resíduo 11,615 35,883 0,344
Madeira 4,265 2,336 0,729
Casca 8,327 25,606 0,356
2
Resíduo 11,430 35,312 0,364
Madeira 24,905 13,640 0,743
Casca 8,282 25,470 0,363
3
Resíduo 12,031 37,169 0,296
Madeira 28,196 15,442 0,671
Casca 8,905 27,384 0,264
4
Resíduo 11,395 35,203 0,368
Madeira 24,029 13,160 0,761
Casca 8,184 25,167 0,378
A baixa significância das equações testadas indica que os modelos de equações
encontrados na literatura não podem representar o experimento em do presente estudo, sendo
necessário desenvolvimento de mais equações que representem esse plantio. Além dos valores
expressos na tabela gráficos de dispersão foram montados para indicar a não significância dos
resultados.
CONCLUSÃO
A escolha de implantação dos arranjos, juntamente com a densidade de indivíduos, tem
influência na produção de biomassa por hectare.
A competição intra-específica por recursos, causa decréscimo na produção de biomassa dos
plantios consorciados por recurso.
PARTE 4-
FORRAGEIRAS NO
SISTEMA
AMOSTRAGEM 2014
Dados em andamento, coletas
continuam. Análise de nutrientes
parou devido a reforma no
laboratório
MATÉRIA SECA, TEOR E ACUMULO DE NITROGÊNIO EM BRAQUIÁRIA CULTIVADA EM
SISTEMA DE ILPF NO MUNICÍPIO DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT- MÉTODO DAS
GAIOLAS
INTRODUÇÃO
Sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistemas agroflorestais (SAF) ou
sistemas agrosilvipastoril podem ser definidos como a combinação de cultivos simultâneos de
essências florestais com culturas anuais e/ou perenes. Esses sistemas contribuem para o aumento
da cobertura florestal e constituem em opção para o aumento da produção de madeira, de lenha e
de alimentos, além de permitirem a utilização mais eficiente dos recursos naturais, a diversificação
da produção, a formação de culturas alimentares, a redução dos riscos de produção e a
diversificação da renda dos produtores (RODIGHERI & GRAÇA, 1996). Esse tipo de sistema
proporciona a melhoria da fertilidade do solo por diversos fatores, sendo eles, a deposição de palha
proveniente da lavoura, a deposição de esterco através do gado e por meio da serapilheira liberada
pelo componente florestal.
É sabido que a maioria das pastagens no Brasil se encontra degradada ou em processo de
degradação, em virtude no mau uso e manejo do pasto e do solo sendo que, no MT a situação não
é diferente. Dantas (2008) observou redução nos teores de nutrientes ao longo dos anos de uso do
solo numa cronossequência de mata nativa e pastagem com 10 e 20 anos de utilização, na mesma
unidade de solo. Como exemplo, os teores de cálcio reduziram de 5,03 para 2,56 e para 1,13 cmol
dm-3 (22% do inicial) para a cronossequência acima citada, na camada de 0 - 0,2m, mostrando o
esgotamento do solo, o que provoca a busca de novas áreas pelos produtores para suprir a
necessidade de pasto aos animais. Para os demais nutrientes a condição foi semelhante.
A disponibilidade de energia radiante sob as copas assume papel importante para a produção
das forrageiras, por causa do sombreamento exercido pelas árvores (Bosi et al., 2014). A tolerância
da pastagem ao sombreamento depende de sua habilidade em se adaptar, morfológica, fisicamente
e nutricionalmente, a um nível específico de luminosidade (Dias-Filho, 2000). O objetivo foi avaliar
a matéria seca, teor e acúmulo de nitrogênio em braquiária cultivada em sistema de iLPF, no
município de Nova Canaã do Norte – MT.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo está sendo desenvolvido na Fazenda Gamada, localizada no município de Nova
Canaã do Norte – MT, em uma área experimental de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) já
instalada desde 2009, constituída por 9 piquetes de 5 ha (250x200). O histórico resumido da área
segue: em 1998 a área experimental teve a floresta derrrubada para a implantação de pastagem
com braquiarão (BrachiariabrizanthacvMarandu), a qual permaneceu por dois anos. Em seguida a
área foi utilizada para o cultivo de culturas anuais por seis anos. Depois desse período a lavoura foi
substituída pela pastagem de braquiarão, a qual permaneceu na área por três anos (2006- 2008).
Dois meses antes da instalação do estudo, o solo foi amostrado na profundidade de 0-20 cm, o qual
apresentava as seguintes características químicas: pHag= 5,70; P(Mehlich) = 2,50 mg dm -3,
K(Mehlich) = 111 mg dm-3; Ca = 1,56 cmolc dm-3; Mg = 0,44 cmolc dm-3; Al = 0,00 cmolc dm-3; MO =
17 g dm-³, H= 1,75 cmolc dm-3 e V%=56. Para implantação do experimento a pastagem foi
dessecada, sendo semeado o arroz sob semeadura direta em dezembro de 2008 e o plantio das
árvores em janeiro de 2009. Os arranjos florestais foram: eucalipto (Eucalyptusurograndis) linha
simples (S), dupla (D) e tripla (T) (S x 2 m x 20 m; D x 3 x 2 x 20 m; T x 3 x 2 x 20 m]; paricá
(Schizolobiumamazonicum Huber exDucke) no mesmo arranjo; teca (Tectonagrandis L. f.) e pau-
balsa (Ochromapyramidale (Cav. exLam.) Urb.) apenas no arranjo T x 3 x 2 x 20 m e eucalipto no
espaçamento inicial de 4 x 3 m, tendo um desbaste programado para 2011, a 8 x 6 m, com 50% do
piquete ocupado por floresta mais capim no sub-bosque e 50% ocupado com lavoura no verão e
pastagem no inverno. A faixa de 20 metros foi ocupada sempre por lavoura nos anos agrícolas de
2009, 2010 e 2011.
Em março de 2011 a pastagem foi introduzida em meio a lavoura de grãos (mistura de sementes
ao fertilizante), a qual já está sendo pastejada até o presente momento.
Foi realizada a instalação de gaiolas de pastejo no tratamento Eucalipto Triplo em maio de 2014.
Os tratamentos foram os seguintes: 6 níveis de sombreamento e 2 níveis de adubação. Os níveis
de sombreamento foram 3 metros a esquerda, 6 metros a esquerda, 10 metros a esquerda, 3 metros
a direita, 6 metros a direita e 10 metros a direita e os 2 níveis de adubação foram 600 kg ha-1 do
formulado 10-10-10 em cobertura, aplicados em maio de 2014 ou ausência de fertilização, com 4
repetições (blocos). Cada repetição era composta por 12 gaiolas (10,6,3,3,6,10 m das arvores) tanto
do lado direito como esquerdo. Cada gaiola continha 1 metro quadrado, impedindo o acesso dos
animais ao pasto.
Realizaram-se quatro cortes na pastagem o primeiro dia 22 de setembro de 2014, o segundo
dia 02 de novembro de 2014, o terceiro dia 06 de dezembro de 2014 e o quarto dia 19 de janeiro
de 2015. Em todos os cortes utilizou-se um gabarito de 0,5 m por 0,5 m sendo que foram amostrados
dois pontos por gaiola totalizando 0,5 m2. O corte foi a 20 cm do solo e todo o material acima dessa
altura foi coletado. O restante de braquiária da gaiola foi rebaixado a 20 cm. Todo o material coletado
foi seco em estufa de circulação forçada a 65 °C por 2 dias para retirada de toda a umidade e após
isso pesado e calculado em massa de matéria seca por hectare. Após o material ser moído foi
realizada análise de Nitrogênio apenas para o primeiro e segundo corte. Para os demais as análises
ainda serão realizadas. Calcularam-se as médias dos valores obtidos em relação às distancias e
ao lado da linha florestal, e com ou sem adubação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A braquiária teve uma melhor resposta em massa seca à adubação na primeira coleta
quando relacionada à segunda coleta sendo que cinco dos seis tratamentos com fertilizante foram
superiores aos seus respectivos tratamentos sem fertilizante, porém na segunda coleta apenas três
tratamentos com fertilizantes foram superiores (Figura 1 e 2). Na quarta coleta (Figura 4) pode-se
notar que o acúmulo de matéria seca foi maior em todos os tratamento com adubação quando
relacionados aos sem adubação e as parcelas próximas aos renques florestais tiveram um menor
crescimento. Na primeira coleta o tratamento que melhor destacou-se com relação a matéria seca
foi 6 metros a esquerda com fertilizante e na segunda coleta 10 metros a esquerda sem fertilizante.
A média das somas de todas as coletas demonstrou um maior acúmulo de matéria seca nos
tratamentos com adubação.
Em geral os tratamentos da segunda coleta apresentaram maiores concentrações de
nitrogênio que os mesmos tratamentos da primeira coleta (Figura 3 e 4). O tratamento que
apresentou o maior concentração de nitrogênio na primeira coleta foi o três metros a direita sem
fertilizante e na segunda coleta dez metros a direita sem fertilizante. As maiores concentrações de
N nos tratamentos sem fertilizantes se devem ao efeito de diluição, pois os tratamentos com
fertilizantes apresentaram maior acúmulo de massa, o que dilui o N no tecido. Como o nitrogênio
faz parte da estrutura da proteína, um aumento nas concentrações desse nutriente na planta
repercute em um aumento na proteína. Paciullo et al., (2011) constataram que acúmulo diário de
proteína bruta nos tecidos das plantas, estimado apenas na época chuvosa, variou com a distância
do renque de árvores e alcançou valor máximo de 2,20 kg há-1 por dia, a 6,6 m de distância do
renque de árvores.
As médias para acúmulo de nitrogênio foram: com fertilizante primeira coleta 28,40 kg há-1,
sem fertilizante primeira coleta 26,40 kg há-1, com fertilizante segunda coleta 17,08 kg há-1 e sem
fertilizante segunda coleta 17,40 kg há-1. O maior acumulo de nitrogênio foi encontrado no
tratamento seis metros a esquerda com fertilizante da primeira coleta (Figura 5). O acúmulo de N
está diretamente relacionado a uma melhor alimentação animal e maior ciclagem do nutriente.
CONCLUSÕES
A utilização de 600 kg há-1 do formulado 10-10-10 na Braquiaria resultou em um maior
acumulo inicial de matéria seca sendo que na segunda coleta esse acumulo não foi observado,
voltando a ser observado na quarta coleta.
LITERATURA CITADA
BOSI, C; PEZZOPANE, J.R.M; SENTELHAS, P.C; SANTOS, P.M; NICODEMO, M.L.F.
Produtividade e características biométricas do capim-braquiária em sistema silvipastoril. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.49, n.6, p.449-456, jun. 2014.
DANTAS, J. S. Evolução da degradação de pastagens mediante avaliação de características
químicas de um Latossolo Vermelho-Amarelo em uma cronossequência na Amazônia
Meridional. 2008. 32f. Monografia (Agronomia) - Universidade do Estado de Mato Grosso/Campus
de Alta Floresta, 2008.
DIAS-FILHO, M.B. Growth and biomass allocation of the C4 grasses Brachiaria brizantha and B.
humidicola under shade. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.2335-2341, 2000.
PACIULLO, D. S. C.; GOMIDE, C. A. M.; DE CASTRO, C. R. T. et al., Características produtivas e
nutricionais do pasto em sistema agrossilvipastoril, conforme a distância das árvores. Pesq.
agropec. bras., Brasília, v.46, n.10, p.1176-1183, out. 2011
RODIGHERI, H. R.; GRAÇA, L. R. Análise econômica comparativa de dois sistemas de cultivo
de erva-mate com o de rotação de soja-trigo no sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 34., 1996, Aracaju. Anais... Brasília: SOBER, 1996. p.
1494 – 1504.
Anexos
Figura 13: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Figura 14: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
1000
2000
3000
4000
5000
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
2947
4125
2601 27372724
3217
2554 25532888
2684
22232386
Mat
éri
a Se
ca (
kg h
a-1)
Tratamentos
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
500
1000
1500
2000
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
1452 16261445
13311361 1283
1843
12741514
1160
1571
1131
Mat
éri
a Se
ca (
kg h
a-1
)
Tratamentos
Figura 15: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 3ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
500
1000
1500
2000
2500
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
1948
2475
1753 18161849
1820
1663
1988
1747 1689
19742119
Mat
éri
a Se
ca (
kg h
a-1
)
Tratamentos
Figura 16: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 4ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Figura 17: Soma das massas de matéria seca de Braquiaria das 4 coletas, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação (600 kg ha-1 de 10-10-10) num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
200
400
600
800
1000
1200
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
1097
727 689
10741054
1059
699
417
279
509
680746
Mat
éri
a Se
ca (
kg h
a-1
)
Tratamentos
ComFertilizante
SemFertilizante
0
2000
4000
6000
8000
10000
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
74438952
6487 69576987
7379
6759 6232 6428 6042 6448 6382
Mat
éri
a Se
ca (
kg h
a-1
)
Tratamentos
Figura 18: Média dos teores de nitrogênio de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Figura 19: Média dos teores de nitrogênio de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
2
4
6
8
10
12
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
10,01
8,959,52
9,44 10,108,03
9,1510,13 10,66
11,6010,48 10,02
Teo
r d
e N
itro
gên
io (
g kg
-1)
Tratamentos
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
5
10
15
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
11,51 12,5512,93
11,69 12,28 11,25
11,0812,40 12,57 12,78
11,94
13,78
Teo
r d
e N
itro
gên
io (
g kg
-1)
Tratamentos
Figura 20: Média dos acúmulos de nitrogênio de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Figura 21: Média dos acúmulos de nitrogênio de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).
Com Fertilizante
Sem Fertilizante
0
10
20
30
40
50
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
34,6341,50
29,64 30,67 32,68 29,96
28,0631,06
36,26 37,09
28,65 29,03
Acu
mu
lo d
e N
itro
gên
io(k
g h
a-1
)
Tratamentos
ComFertilizante
SemFertilizante
0
5
10
15
20
25
30
10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D
22,6126,84 25,30
21,55 22,99 20,19
26,08
22,1425,46
21,3724,88
22,65
Acu
mu
lo d
e N
itro
gên
io(k
g h
a-1
)
Tratamentos
IMAGENS E COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO
2009 A 2014
Início do projeto, com a dessecação da pastagem e instalação dos tratamentos em janeiro de 2009.
Início do projeto, junho de 2009. Área após colheita do primeiro cultivo com arroz.
Área em novembro/dezembro de 2009. Soja em meio ao eucalipto linha dupla
Área em janeiro de 2011. Soja em meio ao pau balsa linha tripla. Inicio de sombreamento severo provocado pela espécie florestal.
Área em janeiro de 2011 ao fundo. Soja em meio ao pau balsa linha tripla. Efeito de sombreamento severo sobre a produtividade. Área comercial 55 sc/ha e área com pau balsa
33 sc/ha.
Área em dezembro de 2011. Linhas duplas de eucalipto e pastagem ao meio, a qual foi introduzida em abril/maio de 2011.
Área de pau balsa. Sombreamento já danificando pastagem e alta produção de serapilheira matando pastagem.
Outubro de 2012. Alta incidência de uma praga na espécie florestal Pinho cuiabano. Broca que danifica o lenho, depreciando a madeira.
Outubro de 2012. Animais em pastejo na área de eucalipto linha tripla.
Outubro de 2012. Animais em pastejo na área onde faz-se lavoura no verão e pastagem na seca.
Área de pau balsa. Sombreamento matando pastagem.
Dezembro de 2013. Inicio do desbaste das arvores de eucalipto. Corte das arvores tortas e danificadas para produção de mourões para a fazenda e de lenha (restos) para o secador
de soja. Rendimento de aproximadamente 5 mourões por arvore abatida.
Instalação das gaiolas de pastejo para coleta de forrageira. Instalação apenas em meio ao sistema eucalipto linha tripla.
Uso do eucalipto na fazenda. Produção de mourões com madeira do ILPF. Inverno de 2014.
Coleta das arvores em setembro de 2014. Derrubada de arvores e mensurações florestais. Trabalhos ainda em andamento dentro do laboratório.