Prof. Doutor Romero Bandeira - hseit.pt · Número relevante de vítimas surgidas, por exemplo,...
Transcript of Prof. Doutor Romero Bandeira - hseit.pt · Número relevante de vítimas surgidas, por exemplo,...
Introdução
Afluxo intenso de vítimas
Destruições de ordem material
Desproporcionalidade acentuada entre os meios de socorro e as vítimas a socorrer
Simultaneidade
Conceito de Catástrofe
2
Introdução
Prosodia de Benedicto Pereyra (1750) – “Destruição, mudança das cousas, fim ou morte”
Elucidário de Viterbo (1798/1799)
Moraes Silva (1813) – Desastre, Emergente e Urgência
Constâncio (1836) – Desastre, Emergência, Urgência
Domingos Vieira (1871/1874)
O Termo “Catastrophe”
3
“EMERGENCIA en el sentido de "alarma", "caso urgente" (de
emergencia "de socorro") es reciente, inútil y grosero anglicismo. Inmersión, deriv. del lat. immergere "meter en el agua“.
“URGÊNCIA, s. f., cousa que urge, aperta, pressa, cousa que obriga, v. g. - das razões.
Introdução
In: Corominas (1987)
Introdução
5
Como Urgência Colectiva
Como Resposta Polimorfa (Inadequação)
O Médico Urgentista (Anestesistas/ Reanimadores e Cirurgiões)
O caos gerado em situação de catástrofe (Medicina do quotidiano)
Devemos precisar o que ela não é
Praticada desde quando (Medicina de Guerra)
Quais os cenários onde se desenvolve (NRBQ)
Medicina de Catástrofe – algumas reflexões:
Introdução
6
A Medicina de Catástrofe está limitada pelas evacuações em massa; como deve ser encarado o seu papel?
Existe adequação entre as medidas oficiais por ocasião dos exercícios e as possibilidades de intervenção tanto no plano dos meios logísticos como dos pessoais face a um acontecimento real?
O pessoal sanitário pode passar, sem formação, das situações de urgência habituais a estas situações de excepção?
A formação actual é suficiente?
Algumas questões que subsistem:
Breve evolução histórica
7
Epidemias
Da Antiguidade aos Tempos Modernos
Peste
Sífilis
Varíola
Tuberculose
Cólera
Desde 1377 Dubrovnik e Veneza regulamentaram a Quarentena
Patente limpa
Patente suspeita
Patente “bruta”
In: Jean Schwartz (2000) Reflexions sur l’ histoire de la Medicine
Terramoto de 1755
12
Continua desajustada em relação à actualidade. Em Portugal, a Lei de Bases de Protecção Civil, Lei n.º 27/2006 de 3 de Julho, define no seu artº 3º - Acidente Grave e Catástrofe e no artº 8º: Alerta, Contingência e Calamidade, conforme a seguir se transcreve:
Lei de Bases da Protecção Civil
13
Classificação Médico- sanitária
Acidente Catastrófico de Efeitos Limitados (ACEL) - até 100 vítimas
Acidente Catastrófico de Efeito Major (ACEM) - até 1000 vítimas
Catástrofe - até 3000 vítimas
Megacatástrofe - superior a 3000 vítimas
15
Evidências versus especificidades
“Proclamar as sumas vantagens da organização dos socorros médicos nos sinistros.”
“Vulgarização dos socorros de urgência.”
Dr. Pedro Vitorino Tese 1910
16
Interventores/ Primointervenientes
Classificação de temperamentos Heymans e Wiersma
Activo (A) e não Activo (nA)
Primário (P) e Secundário (S)
Emotivo (E) e não Emotivo (nE)
In Custódio Rodrigues Afectividade 1989 17
Primário (fis.) – simpaticotónico
Secundário (fis.) parasimpaticotónico
Interventor
nE A P (não emotivo, activo, primário) – 1ª intervenção
nE A S (não emotivo, activo, secundário) – 2º intervenção
Interventores/ Primointervenientes
18
Implicados
Definição, origem e evolução do conceito
Qualquer indivíduo que “não seja vítima somática” no local do acidente
mas cujo comportamento necessita de um
acompanhamento adaptado
Extensão aos indivíduos que não estavam presentes no local
Em princípio, aplicável a acidentes colectivos bem como em qualquer forma de acidente
Traumatismo psíquico Socorros psicológicos
Gestão do stress Gen. Noto (2010 a) 19
Medicina Humanitária. Medicina de Urgência. Socorrismo
Definição estratégica de Medicina da Frente, no Terreno
Direcção de Socorros
Organizações Governamentais
Defesa Civil, Militar e Económico – Financeira
Conceptualização actual
20
Palavra designando um lugar que conduz a três caminhos …
Teria sido utilizado pela primeira vez por Larrey
Separar os feridos em três grupos :
1. Sobrevivência, a não ser com
tratamento
2. Espera , sem grandes sequelas
3. Destinados a morrer
Triagem
23
Triagem
A triagem não é um fim em si…
É um estado de espírito que deve existir ao longo de toda a cadeia de Socorros.
Não obedece a regras fixas e deve ser de geometria variável. Não deve nunca servir para atrasar.
LARCAN, « Définition, sémantique, historique du triage »,
Urgences Médicales 1992
MC Puidupin M et al. (2011, SFMC) 24
Número relevante de vítimas surgidas, por exemplo, após emprego de armas de destruição maciça
Afluxo maciço (Mass casualty)
A Queyroy, A Puidupin MC Puidupin M et al. (2011, SFMC)
26
Afluxo saturante
A Queyroy, A Puidupin MC Puidupin M et al. (2011, SFMC) 27
Excedente momentâneo da capacidade de uma cadeia de socorros de fazer face a um afluxo de vítimas respeitando os tempos de espera médico- cirúrgicos, garantindo o melhor prognóstico individual.
Reforço de recursos humanos
Pluridisciplinaridade das equipas
Preparação arquitectural
Reforço em material e medicamentos
Hospital de Rectaguarda (HR)
41
Durante o cerco de Paris em 1870, 160 civis foram evacuados por balões de ar quente tendo ao que parece todos sobrevivido à nóvel e insólita evacuação .
Os Sérvios em Novembro de 1915 protagonizaram o tipo de evacuações por via aérea.
Evacuações
42
Galeno e Sydenham versus Amato Lusitano Comportamento perante o Risco Nuclear O médico nunca deve ultrapassar a sua competência O médico deve encarar as vítimas globalmente O médico não deve actuar isoladamente, mas em equipa Só deve ser evacuado quem possa sobreviver “A reverência perante a vida” (Albert Schweitzer) nos locais de acidente com inúmeras vítimas
Iatroética – Urgência Colectiva
48
Carta Ética Europeia e Mediterrânica
O projecto de Carta Ética Europeia e Mediterrânica sobre a resiliência às Catástrofes, de 24 de Março de 2010, do Conselho da Europa, é um documento que obrigatoriamente deve ser conhecido por todos aqueles que se dedicam à Medicina de Catástrofe.
Os seus 27 artigos, “ na falta dum instrumento jurídico adequado que precise, à escala Universal ou Regional os direitos e os deveres do Homem em caso de catástrofe“, constituem recomendações incontornáveis acerca dos deveres e direitos para todos aqueles que têm que lidar com situações de catástrofe.
49
Reflexões conclusivas
Informação em situação de catástrofe Multiplicidade de interventores Medicina de Catástrofe e Prevenção Estruturas novas ou enxertadas/ Convivência das duas estruturas Crianças e Catástrofe. Vulnerabilidades
A Formação actual é suficiente?
51