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    Dicas para a Resoluo de Problemas:Um Guia para Reduzir o Crime e a Desordem

    atravs de Parcerias

    No original:

    Problem-Solving Tips - A Guide to Reducing Crime and Disorder Through Problem-Solving Partnerships

    2. Edio

    www.cops.usdoj.gov

    Traduo: Chefe Evaristo Ferreira

    [email protected]

    [email protected]

    CDPAVR/SPPP

    Maio 2012

    Ministrio da Administrao Interna

    POLCIA DE SEGURANA PBLICAComando Distrital de Polcia de Aveiro

    http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/http://www.psp.pt/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.cops.usdoj.gov/http://www.cops.usdoj.gov/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.cops.usdoj.gov/mailto:[email protected]://www.psp.pt/http://www.psp.pt/
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    Dicas para a Resoluo de Problemas:Um Guia para Reduzir o Crime e a Desordem

    atravs de Parcerias

    2. Edio

    Este guia foi criado com o propsito de dar assistncia aos leitores nos seus esforos para

    reduzir o crime e a desordem atravs de parcerias estabelecidas para a resoluo de

    problemas. Ele pode ser livremente reproduzido e distribudo.

    Este guia foi compilado pelos ex-membros do COPS Karin Schmerler, Matt Perkins, Scott

    Phillips, Tammy Rinehart e Meg Townsend. Ele baseado, em grande medida, nos trabalhos

    anteriores de Herman Goldstein, Rana Sampson, Darrel Stephens, John Eck, William Spelman,

    do Police Executive Research Forum e a Dr. Debra Cohen, do Home Office, supervisionou a

    impresso desta 2. edio para o COPS Office.

    O COPS Office deseja manifestar os seus agradecimentos a Joel B. Plant, do Departamento de

    Polcia do Milwaukee (WI) e ao Center for Problem-Oriented Policing pelo fornecimento de

    exemplos de iniciativas de Resoluo de Problemas.

    As referncias da internet, citadas nesta publicao, eram vlidas em junho de 2011. Dado queos URLs e os websites esto em constante mudana, nem os autores nem o COPS Office podem

    atestar a sua atual validade.

    2010 O U.S. Department of Justice reserve-se no direito de, mesmo numa base de royalty-

    free, no exclusiva e irrevogvel, licenciar a reproduo, a publicao, ou outro qualquer tipo

    de uso, e a autorizar outros a usarem esta publicao para propsitos governamentais

    federais. Esta publicao poder ser livremente distribuda e usada para propsitos

    educacionais e no comerciais.

    www.cops.usdoj.gov

    ISBN: 978-1-935676-08-9

    Originalmente publicada em abril de 1998

    Atualizada em julho de 2011

    Nem o autor nem o Departamento de Justia dos Estados Unidos so responsveis pela exactido desta traduo.

    http://www.cops.usdoj.gov/http://www.cops.usdoj.gov/http://www.cops.usdoj.gov/
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    Acerca do COPS Office

    OOffice of Community Oriented Policing Services (the COPS Office) a componente do U.S.Department of Justice responsvel pelos avanos na prtica do Policiamento Comunitrio

    implementados pelas agncias policiais estatais, locais, e tribais dos EUA, atravs do

    fornecimento de Informaes e da concesso de recursos financeiros. A filosofia do

    policiamento comunitrio promove as estratgias organizacionais que apoiam o uso

    sistemtico de parcerias e de tcnicas de resoluo de problemas para, proativamente, tratar

    das condies imediatas que fazem surgir os problemas de segurana pblica, como o crime, a

    desordem social, e o medo do crime. Desta forma simplista, o policiamento comunitrio tem

    tudo a ver com a construo de relacionamentos e com a resoluo de problemas.

    O COPS Office atribui fundos s agncias policiais estatais, locais e tribais para contratarem e

    formarem profissionais em Policiamento Comunitrio, para adquirirem e para usarem

    tecnologias incisivas de combate ao crime, e para desenvolverem e testarem estratgias de

    policiamento inovadoras. Os fundos do COPS Office, tambm, fornecem formao e assistncia

    tcnica aos membros das comunidades e aos lderes governamentais locais e a todos os nveis

    das foras de segurana.

    Desde 1994, o COPS Office investiu mais de $16 bilies de dlares para aumentar o nmero de

    agentes policiais, ligados ao policiamento comunitrio, nas ruas dos EUA, para melhorar as

    tecnologias de combate ao crime, para apoiar as iniciativas de preveno criminal, e parafornecer formao e assistncia tcnica no sentido de ajudar aos avanos do policiamento

    comunitrio. Mais de 500.000 agentes policiais, membros das comunidades, e lderes

    comunitrios receberam instruo atravs das organizaes de formao apoiadas pelos

    fundos do COPS Office.

    O COPS Office j produziu mais de 1.000 publicaes informativas e distribuiu mais de 2

    milhes de publicaes incluindo Guias sobre Policiamento Orientado para a Resoluo de

    Problemas, Manuais de Apoio, documentos estatsticos, boas prticas, e curricula. E em 2010, o

    COPS Office participou em 45 conferncias sobre foras de segurana e segurana pblica, em

    25 estados, para maximizar a exposio e a distribuio daquelas produes informativas.Mais de 500 daquelas produes, juntamente com outros produtos, que abrangem uma ampla

    rea de tpicos sobre Policiamento Comunitrio desde a segurana nas escolas e nos campus

    violncia de gangues , os quais esto normalmente disponveis online, sem quaisquer custos,

    atravs do seu Resource Information Center em www.cops.usdoj.gov. Mais de 2 milhes de

    cpias j foram descarregados, s do FY2010. A forma mais fcil de navegar e de consultar o

    website mais atualizado , tambm, atravs do nosso portal aplicacional de apoio, o qual

    fornece acesso online aos formulrios de candidatura.

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    Contedo

    Carta do Diretor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A Abordagem Resoluo dos Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Problemas Recorrentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Envolvimento da Comunidade nos Esforos de Resoluo dos Problemas . . . . . . . . . . . . . . .

    O Modelo SARA: Um Instrumento til . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Identificar e Selecionar um Problema (Identificao) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Mtodos de Identificao dos Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Selecionar um Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Redefinir o Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Identificar os Interessados no Problema Selecionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Problema Exemplificativo (Roubo, Medo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Analisar o Problema Selecionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Porque que a Anlise Importante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fazer as Perguntas Certas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    O Tringulo do Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Questes Exemplificativas para se Analisar Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Recursos que podero Ajudar a Analisar Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Responder a um Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A Tradio Dominante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Avaliar o Impacto sobre o Problema Selecionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Medidas Tradicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Uma Estrutura No Tradicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Parmetros Demonstrativos do Impacto no Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Parmetros No Demonstrativos do Impacto no Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Ajustar as Respostas Baseadas na Avaliao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Exemplos de Iniciativas de Resoluo de Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Plano, Texas, Congestionamento de Trnsito junta a Escola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Chula Vista, Califrnia, Problemas em Hotis e Motis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Charlotte-Mecklenburg, Carolina do Norte, Assaltos em Armazns . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Lista de Referncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Notas Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Recursos Adicionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    Introduo

    Tradicionalmente, a polcia tem lidado com cada incidente, ou chamada de servio, como

    sendo, cada qual, uma nica e separada ocorrncia. Por exemplo, muitos dos assaltos aestabelecimentos comerciais tm sido tratados individualmente: Um agente recolhe o

    depoimento da vtima e tenta identificar o ofensor e recuperar os bem furtados. O agente

    interventor poder, tambm, aconselhara vtima a respeito das tcnicas genricas de

    preveno criminal e tentar ligar uma srie de assaltos em lojas a um ofensor. Mas,

    tipicamente, os incidentes no tm sido analisados em grupo para se compreender porqu, e

    como, os crimes tm ocorrido repetidamente e como que os mesmos poderiam ter sido

    prevenidos.

    O COPS Office procura desenvolver conhecimentos com base nas abordagens de resoluo de

    problemas. Aquelas abordagens envolvem a anlise de grupos de incidentes relacionados entre

    si e que compreendem um problema criminal especfico, para que possam ser desenvolvidas

    estratgias globais concebidas para prevenir a criminalidade futura. Aquelas estratgias de

    resoluo de problemas baseiam-se: menos na deteno dos ofensores, e mais no

    desenvolvimento, a longo prazo, de formas de dissuadir os ofensores, de proteger as provveis

    vtimas e de transformar os locais propensos ao crime para que sejam menos favorveis aos

    comportamentos problemticos.

    Criado com o propsito de servir de referncia a todos aqueles que esto interessados em

    implementar uma abordagem de resoluo de problemas, este guia denominado no originalcomo Problem-Solving Tips: A Guide to Reducing Crime and Disorder Through Problem-Solving

    Partnerships contm informaes e reflexes sobre este processo. Ele conduzi-lo-, passo-a-

    passo, atravs da resoluo de problemas, dando-lhe exemplos reais de resolues de

    problemas e fornecendo-lhe recursos adicionais.

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    A Abordagem Resoluo dos Problemas

    A nfase dada resoluo de problemas uma estratgia de policiamento eficaz que deriva do

    trabalho pioneiro sobre o Policiamento Orientado para a Resoluo de Problemas realizado porHerman Goldstein, em finais da dcada de 70, e das experincias realizadas no incio da dcada

    de 80 em Madison, no Wisconsin; no Condado de Baltimore, no Maryland; e em Newport

    News, na Virgnia. Em Newport News, os agentes policiais, ao trabalharem em conjunto com

    estudiosos e com membros da comunidade, demonstraram que os problemas decorrentes do

    crime e da desordem podiam ser significativamente reduzidos atravs da implementao de

    respostas concebidas para o efeito e diretamente ligadas s concluses, detalhadas,

    resultantes das anlises efectuadas aos problemas. A polcia e os membros da comunidade, em

    Newport News, conseguiram reduzir em 34% os assaltos a residncias num bairro de blocos de

    apartamentos que serviu de alvo sua estratgia, reduziram em 39% os roubos relacionados

    com a prostituio num distrito-alvo, e reduziram em mais de 50% os furtos no interior de

    viaturas em duas reas da baixa da cidade.1 A partir daqueles esforos desenvolvidos e de

    outros trabalhos prvios sobre o policiamento orientado para a resoluo de problemas, os

    defensores do policiamento comunitrio reconheceram a eficcia da abordagem orientada

    para a resoluo de problemas e incorporaram-na na filosofia do policiamento comunitrio.

    Desde meados da dcada de 80, as comunidades de todos os tamanhos e as agncias policiais

    de todos os tipos incluindo departamentos de xerifes, polcias estatais, patrulhas das auto-

    estradas e polcias de trnsito comearam a usar, com sucesso, aquele tipo de abordagem

    virada para a resoluo de problemas, para lidar com uma infindvel diversidade deproblemas. A partir daqueles esforos, tornou-se claro que a Resoluo de Problemas de

    importncia determinante para o sucesso dos esforos no mbito do policiamento comunitrio.

    As iniciativas s quais falta uma componente analtica, por norma, melhoram as relaes

    polcia/comunidade mas, frequentemente, tm pouco impacto nos problemas decorrentes dos

    crimes e das desordens especficos.

    Problemas Recorrentes

    A adoo de uma abordagem solucionadora de problemas, para tratar de um problema

    criminal especfico, obriga a um estudo abrangente natureza desse problema em particular.

    Como parte daquele estudo, muitas equipas de resoluo de problemas, constitudas por

    elementos da polcia e da comunidade, acabaram por chegar concluso que era til a anlise

    aos padres subjacentes aos pedidos de interveno recorrentes, relacionados com vtimas,

    locais, e ofensores especficos. A pesquisa demonstrou que um nmero relativamente pequeno

    de locais e de ofensores estava envolvido numa quantidade relativamente grande de crimes.

    De forma similar, um pequeno nmero de vtimas estava relacionado a uma quantidade

    relativamente grande de vitimizaes.

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    Por exemplo, nalgumas reas, os investigadores descobriram que mais de 60% das chamadas

    de servio foram realizadas a partir de, somente, 10% dos locais.2 De acordo com um estudo,

    aproximadamente 50% das vtimas de crimes, na Inglaterra, sofreram repeties de

    vitimizao e 4% das vtimas, as cronicamente vitimizadas, contaram para 44% de todos os

    crimes.3 Uma grande cidade do sudoeste dos EUA, tambm, descobriu que as vtimas repetidas

    nesta caso estabelecimentos comerciais contaram para um nmero desproporcionado de

    assaltos na jurisdio. Nesta cidade, 8% dos negcios foram assaltados duas ou mais vezes no

    decurso de um ano e contaram para, pelo menos, 22% de todos os assaltos a estabelecimentos.

    Em Gainesville, na Florida, este padro repetiu-se. Recuando cinco anos, a polcia descobriu

    que 45 das 47 lojas de convenincia da cidade tinham sido vtimas de roubo, pelo menos uma

    vez entre 1981 e 1986, mas que metade delas haviam sido roubadas cinco ou mais vezes e que

    vrias haviam sido roubadas, pelo menos, 10 vezes.4

    Envolvimento da Comunidade nos Esforos de Resoluo

    de Problemas

    Envolver a comunidade sem uma efetiva resoluo dos problemas resulta num servio

    inconsequente populao; uma resoluo dos problemas sem o estabelecimento de parcerias

    no deve ser feita, porque arrisca negligenciar as presses que mais preocupam a comunidade;

    por isso, as parcerias entre os departamentos de polcia e as comunidades que servem so

    essenciais para se implementar um programa de policiamento comunitrio de sucesso.5

    Os lderes da comunidade, os pesquisadores e os membros das polcias, todos, reconhecem a

    necessidade de um desempenho forte e bem articulado, por parte dos membros da

    comunidade, nos esforos de policiamento comunitrio. Eles esto cientes que a polcia,

    sozinha, no consegue causar um impacto substancial na criminalidade e advogam que, a

    comunidade, seja um parceiro de corpo inteiro na preveno e na resposta aos problemas. O

    envolvimento da comunidade parte integral de uma estratgia de resoluo de problemas a

    longo prazo. Ao nvel mais bsico, as comunidades fornecem as agncias de polcia de

    Informaes inestimveis, tanto a respeito dos problemas que as preocupam, como sobre a

    natureza desses problemas. O envolvimento da comunidade, tambm, ajuda a garantir que as

    agncias policiais se concentram sobre os assuntos mais prementes, de uma forma sustentvel.

    Acrescentando, o trabalho de colaborao que envolve a polcia e os membros da comunidade

    fornece, comunidade, reflexes a respeito da perspetiva policial sobre os problemas

    especficos decorrentes do crime e da desordem.

    Tradicionalmente, o envolvimento da comunidade nos esforos para a preveno e a reduo

    do crime tm-na limitado a servir de olhos e ouvidos da polcia, ou a prestar ajuda na

    implementao das respostas. Uma abordagem colaborativa na resoluo dos problemas

    permite aos membros da comunidade desempenhar papis mais substantivos e de maiorimportncia. Por exemplo, os estudantes de uma escola secundria, com um problema de

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    consumos de droga no recinto escolar, podero realizar uma sondagem aos seus pares para se

    determinar a extenso do problema e, tambm, para ajudar a conceber as respostas ao

    problema.

    O Modelo SARA (IARA): Um Instrumento til

    Como parte do projeto de policiamento orientado para a resoluo de problemas, em Newport

    News, os agentes policiais trabalharam com os investigadores universitrios no

    desenvolvimento de um modelo de resoluo de problemas que pudesse ser usado para tratar

    de quaisquer problemas criminais e de desordem. O resultado foi a criao do modelo SARA (ou

    IARA em portugus), o qual corresponde a quatro fases: Scanning (Identificao), Analysis

    (Anlise), Response (Resposta) e Assessment (Avaliao). Estas fases sero discutidas com mais

    detalhe abaixo. Desde meados da dcada de 80, muitos agentes policiais tm usado o modelo

    SARA para orientar os seus esforos de resoluo de problemas. Embora o modelo SARA no

    seja a nica forma para se abordar a resoluo de problemas, ele poder servir de instrumento

    til.

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    Identificar e Selecionar um Problema (Identificao)

    Um problema pode ser definido como:

    Um conjunto de incidentes semelhantes, relacionados entre si e recorrentes, em vez de

    um nico incidente; uma preocupao comunitria concreta; (ou) uma componente do

    trabalho policial;6

    Um tipo de comportamento (a vadiagem, o furto de viaturas); um local (um

    determinado centro comercial); Uma pessoa, ou pessoas (um perpetrador recorrente

    de violncia domstica, ou as vtimas recorrentes de assaltos); ou um evento, ou poca

    especial (um desfile anual, ou os roubos de salrios). Um problema, tambm, poder

    ser uma combinao de quaisquer dos problemas acima referidos;7 e

    Informalmente, um problema pode ser entendido como dois ou mais incidentes, de

    alguma forma semelhantes, e que constitui motivo de preocupao para a polcia e

    um problema para a comunidade.

    Mtodos de Identificao dos Problemas

    Os problemas podero obrigar-nos a prestar-lhes ateno de diversas maneiras, incluindo

    quando:

    Rotineiramente, analisamos as chamadas de servio, os dados dos incidentes criminais

    e os registos de outras agncias policiais, para encontrar padres e tendncias que

    envolvam locais, vtimas, e ofensores repetidos. (as agncias policiais podero ter que

    analisar as chamadas de servio, recuando no tempo de seis meses a um ano, para

    conseguir formar uma imagem precisa das chamadas repetidas relativas a alguns tipos

    de problemas);

    Mapeamos crimes especficos de acordo com a altura do dia, a proximidade adeterminados locais, e outros fatores semelhantes;

    Nos aconselhamos com agentes, supervisores, detetives, gestores intermdios e

    comandantes;

    Analisamos os relatrios policiais;

    Inquirimos os residentes da comunidade, os comerciantes, os autarcas ou os

    estudantes;

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    Analisamos as reclamaes e as cartas dos cidados;

    Participamos em reunies comunitrias;

    Analisamos Informaes provenientes das associaes de moradores e das

    organizaes sem fins lucrativos (locais e nacionais);

    Consultamos os servios de segurana social e outros organismos governamentais; e

    Seguimos a cobertura noticiosa dos rgos de comunicao social.

    Seleccionar um Problema

    importante que, ambos, os membros da comunidade e a polcia dem contributos para que

    os problemas sejam priorizados assim que sejam identificados. Por vezes, os problemas que

    preocupam os membros da comunidade so algo diferentes daquilo que so as expetativas

    policiais. Consultar os membros da comunidade, acerca do que so as suas prioridades, no s

    garante que as preocupaes comunitrias sero tratadas como, tambm, desenvolve os

    esforos de resoluo dos problemas em cada fase do processo. Os contributos dos cidados

    podem ser solicitados de diversas formas, incluindo atravs de sondagens, de reunies

    comunitrias e de grupos-alvo (por exemplo, um grupo de estudantes, ou um conjunto de

    moradores de um bairro). Os contributos policiais para a seleo do problema so, tambm,algo de importante, porque a polcia tem a percia e a informao acerca dos problemas que,

    por norma, os cidados no tm.

    Ao selecionarmos um problema no qual nos deveremos focar, de entre os muitos problemas

    que a nossa comunidade enfrenta, poderemos querer ter em ateno os seguintes fatores:8

    O impacto do problema na comunidade a sua dimenso e custos;

    A presena de condies que ameacem a vida;

    O interesse da comunidade e o grau de apoio que provavelmente exista, tanto para o

    estudo como para as subsequentes recomendaes;

    As potenciais ameaas aos direitos constitucionais como as que podem ocorrer

    quando os cidados tomam posies no sentido de limitar o uso dos meios pblicos,

    quando limitam o acesso s propriedades, ou quando restringem a liberdade de

    expresso, de circulao, ou de reunio;

    O grau dos efeitos pelos quais o problema afeta negativamente o relacionamentoentre a polcia e a comunidade;

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    O interesse dos agentes policiais de base, e o seu grau de apoio, ao tratamento do

    problema;

    A especificidade do problema, dada a frustrao associada ao se tentar entender

    reclamaes que so indefinidas e difusas; e

    O potencial para que surja algum progresso no tratamento do problema a que a

    explorao do problema, provavelmente, conduzir.

    Redefinir o Problema

    Logo que o problema tenha sido selecionado poder ser necessrio redefini-lo medida que

    vo surgindo mais informaes acerca do mesmo. Isto expetvel. medida que trabalhamos

    no decurso do processo de resoluo do problema poderemos vir a descobrir que o problema

    com o qual comeamos demasiado abrangente. Por outro lado,poderemos vir a concluir que

    ele , na realidade, sintoma de outro diferente problema e o qual merecer a nossa ateno.

    Ser mesmo possvel que aquilo que primeira vista parecia um problema no seja, na

    realidade e de maneira nenhuma, um problema assim que se olha com mais ateno. normal

    que o problema venha a ter que ser redefinido medida que se avana atravs do processo de

    resoluo do problema, e isto uma das razes do porqu de se comear a implementar as

    respostas, somente, aps se ter analisado o problema na sua totalidade.

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    Identificar os Interessados no Problema Selecionado

    As partes interessadas so organizaes privadas e pblicas, tipos ou grupos de pessoas

    (cidados idosos, proprietrios de residncias, comerciantes, etc.) que beneficiaro se oproblema for tratado, ou que podero vir a sofrer consequncias negativas (devido a

    ferimentos, por lacunas dos servios, por perda de rendimentos, devido a uma ao policial

    mais rigorosa, etc.) se o problema no for tratado. Poderemos incluir como partes

    interessadas:

    O servio de segurana social local e os organismos governamentais com jurisdio no

    problema, ou com interesse nalguns aspetos do problema;

    As vtimas do problema, e/ou as associaes de defesa das vtimas;

    Os vizinhos, colegas de trabalho, amigos e parentes das vtimas, ou moradores das

    vizinhanas afetadas pelo problema;

    Os organismos ou as pessoas que exercem algum tipo de controlo sobre os ofensores

    (pais, parentes, amigos, funcionrios das escolas, funcionrios de reinsero social,

    gestores de edifcios, etc.);

    Os estabelecimentos comerciais negativamente afetados pelos problemas decorrentes

    do crime e da desordem; e

    As organizaes nacionais ou as associaes comerciais com algum interesse no

    problema (por exemplo, a Students Against Drunk Driving para o problema da

    conduo sob efeito do lcool pelos menores (nos EUA a idade mnima para conduzir

    viaturas automveis os 16 anos)).

    Deveremos identificar o mximo possvel de partes interessadas, relativamente ao problema

    selecionado. Cada parte interessada poder contribuir com diferentes conhecimentos e poder

    cooperar, sua maneira, no sentido de impulsionar os esforos de resoluo do problema.

    Quantos mais interessados forem identificados, tantos mais recursos estaro disponveis para

    tratar do problema.

    Contudo, algumas comunidades acabaram por descobrir que os esforos de resoluo de

    problemas progridem com mais eficcia se, somente, duas ou trs partes interessadas um

    grupo central trabalharem no problema ao longo do projeto. Com frequncia, existem outras

    partes interessadas, mais perifricas, que podem contribuir com algo durante algumas fases

    especficas, mas no ao longo de todo o processo.

    Segue-se uma breve descrio de um problema exemplificativo e de uma lista de possveispartes interessadas e de parceiros.

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    Problema Exemplificativo (Roubo, Medo)

    Uma cidade de mdio tamanho do este dos EUA, com cerca de 35.000 habitantes e com taxas

    de criminalidade relativamente baixas, sofreu uma srie de roubos cometidos contra pessoas

    que faziam entregas de comida ao domiclio. Em mdia, estava-se a registar um roubo, a umadaquelas pessoas, em cada ms. Muitas lojas de pizzas e de outros tipos de comida rpida

    comearam a recusar a entrega dos seus produtos em bairros com moradores de baixos

    rendimentos e predominantemente de raa negra, onde, segundo parecia, muitos dos roubos

    estariam a ocorrer. Os responsveis dos restaurantes disseram que haviam decidido no

    proceder entrega de comida, naquela rea, devido ao aumento do nmero de funcionrios

    que haviam sido agredidos quando se encontravam a trabalhar e porque, estes, temiam fazer

    as suas entregas em reas com grande criminalidade. Um morador do bairro onde as entregas

    no se estavam a processar reclamou acerca da no prestao do servio de entregas e deu

    incio a uma petio pblica para que aquela norma fosse alterada. A assembleia municipal

    teve em considerao a proposta, que solicitava que as entregas fossem feitas a todos os

    moradores, independentemente da sua localizao, e o assunto teve cobertura noticiosa nos

    jornais locais e regionais.

    Partes Interessadas

    (Para alm da polcia)

    Os potenciais clientes das entregas ao domiclio, moradores no bairro onde as mesmas

    estavam suspensas, assinantes da petio.

    Os trabalhadores das entregas de comida rpida.

    Os gestores dos restaurantes de fast food (franchisados locais).

    As redes nacionais de entregas de fast food ao domiclio.

    A Associao Nacional de Restaurantes.

    A seco local da National Association for the Advancement of Colored People -

    NAACP.

    Os legisladores locais.

    Os rgos de comunicao social locais.

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    Analisar o Problema Selecionado

    Porque que a Anlise Importante

    Analisar um problema, de forma abrangente, fundamental para o sucesso dos esforos de

    resoluo desse problema. No se conseguem desenvolver respostas eficazes, concebidas

    medida, a no ser que saibamos o que est a causar o problema.

    Contudo, por norma, muitas pessoas passam por cima das fases do modelo SARA. As razes

    para isso so diversas, mas incluem o seguinte: por a natureza do problema, por vezes

    falsamente, parecer bvia primeira vista; por poderem existir enormes presses, internas e

    externas, para se resolver de imediato o problema; por a presso para se responder aos

    pedidos de interveno no parece dar tempo a que se realizem estudos detalhados naturezado problema; por a investigao ou estudo do problema no parecer ser uma verdadeira

    funo da polcia; e por os supervisores, eventualmente, poderem no valorizar o trabalho

    analtico, que leva o seu tempo a ser realizado, e que no resulta em detenes, em autuaes

    rodovirias, ou em outras medidas policiais tradicionais. Tambm, em muitas comunidades, o

    forte comprometimento com a antiga maneira, de encarar e de lidar com os problemas,

    impede a polcia e os cidados de encararem os problemas atravs de novas e diferentes

    formas.

    Apesar daquelas presses e percees, os solucionadores de problemas devem resistir

    tendncia de saltarem a fase da anlise, porque arriscam-se a lidar com um problema que noexiste e/ou a implementarem solues que so ineficazes a longo prazo.

    Por exemplo, os dados informticos dos despachos do servio, de um departamento de polcia

    do sudeste dos EUA, indicaram a existncia de um grande problema relativo ao furto de

    viaturas num centro comercial local. Contudo, aps um sargento ter revisto os relatrios das

    ocorrncias e os subsequentes aditamentos pelos cancelamentos, tornou-se-lhe claro que

    muitos dos furtos de viaturas denunciados eram, na realidade, casos em que os lojistas haviam-

    se esquecido do local onde tinham estacionado as suas viaturas e, erradamente, comunicaram

    o seu furto polcia. Se ele no tivesse analisado o problema, o primeiro impulso do sargento,

    provavelmente, iria no sentido da implementao de esforos para prevenir os furtos de

    viaturas, os quais teriam pouco ou nenhum impacto no problema das denncias de alegados

    furtos de viaturas baseadas em pressupostos errados. Aps ter analisado o problema, tornou-

    se-lhe bvio que o problema do furto de viaturas no era to grave como parecia e que era

    necessrio, sim, uma combinao entre os esforos concebidos para a preveno do furto de

    viaturas e uma melhor distino dos locais de parqueamento, atravs da sinaltica, no centro

    comercial.

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    Fazer as Perguntas Certas

    O primeiro passo, na anlise, para se determinar qual o tipo de informao que necessrio.

    Isto deve consistir numa pesquisa alargada, no inibida por perspetivas passadas; as questes

    devem ser colocadas, quer as respostas sejam ou no obtidas. A abertura do processo e asondagem persistente de informaes, associadas a tal pesquisa, sero do mesmo tipo da

    abordagem que seria adotada por um detetive conceituado para resolver um crime intrincado:

    procurar em todas as direes, sondar a fundo, e fazer as perguntas certas. Grupos de

    elementos policiais experientes, convidados a participar em tal exerccio, devero colocar um

    amplo conjunto de questes pertinentes. Eles, tambm, devero reconhecer que, exceptuando

    alguns bons palpites, no tm as respostas para as questes que colocam.9

    O Tringulo do Crime

    Geralmente, so necessrios trs elementos para a constituio de um crime na comunidade:

    um ofensor, uma vtima, e uma cena do crimeou um local.10Os solucionadores de problemas

    descobriram ser til, para a compreenso dos problemas, visualizar-se a ligao entre aqueles

    trs elementos atravs da construo de um tringulo.

    Como parte da fase de anlise, importante descobrir-se o mximo, possvel, de informaes

    acerca de todos os trs lados do tringulo. Uma forma de se comear perguntando: Quem? Oqu? Quando? Onde? Como? Porqu? E porque no? Acerca de cada um dos lados do

    tringulo.11

    Vtimas

    importante focarmo-nos no lado do tringulo referente vtima. Como referido

    anteriormente, os estudos recentes tm demonstrado que uma pequena quantidade de vtimas

    est relacionada com uma grande quantidade de incidentes criminais. Acrescentando, os

    pesquisadores, na Inglaterra, concluram que as vtimas de assaltos, de violncia domstica, e

    de outros crimes tm grande probabilidade de virem a ser revitimizadas a curto prazo, logo

    Crime

    Supervisor

    Ofensor

    Guardio

    Vtima

    Gerente

    Local

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    aps a primeira vitimizao com frequncia no espao de um a dois meses.12, 13 As

    intervenes eficazes, destinadas s vtimas repetidas, podem contribuir para uma reduo

    significativa do crime.

    Por exemplo, de acordo com um estudo referente a assaltos a residncias, levado a efeito na

    Diviso da Polcia de Huddersfield, em West Yorkshire, na Inglaterra, as residncias que j

    tinham sido assaltadas tinham quatro vezes mais probabilidades de voltarem a ser vitimizadas

    que as residncias que nunca haviam sido vtimas, e que muitos dos assaltos repetidos

    ocorriam dentro de seis semanas aps o primeiro. Consequentemente, a Diviso de

    Huddersfield desenvolveu uma resposta tripartida adaptada medida das vtimas de assaltos

    repetidos, baseada no nmero de vezes que as suas casas haviam sido assaltadas. De acordo

    com os relatrios iniciais, os assaltos a residncias foram reduzidos em 20% desde que o

    projeto se iniciou, e no se registou nenhuma deslocalizao.14 De facto, os assaltos a

    estabelecimentos comerciais, na mesma rea, tambm, foram reduzidos, apesar de este

    problema no ter sido um dos objetivos da resposta. Contudo, a polcia teve alguma dificuldadeem identificar as vtimas repetidas, porque o seu sistema de base de dados no estava

    concebido para este tipo de pesquisa.

    Ofensores

    fundamental, para o esforo de resoluo dos problemas, que se encare, de uma forma

    renovada, o lado do tringulo referente ao ofensor. No passado, foi colocada demasiada

    nfase na identificao e na deteno dos ofensores. Embora isto possa reduzir um tipo

    especfico de problema criminal, particularmente se os ofensores detidos contriburem para

    uma grande parte do problema, essa reduo , frequentemente, temporria medida que

    novos ofensores substituem os antigos ofensores.

    O problema da substituio dos ofensores particularmente agudo nas atividades relacionadas

    com a aquisio de dinheiro: como o trfico de droga, os assaltos, os roubos, a prostituio,

    etc. Por esta razo, as polcias chegaram concluso que ajuda aprender-se mais acerca das

    razes que levam os ofensores a serem atrados por certas vtimas e locais, daquilo que eles

    especificamente ganham ao ofender, e daquilo, se que existe algo, que possa prevenir ou

    reduzir as suas taxas de delito.

    Locais

    igualmente importante que se analise o lado do tringulo referente ao local. Como referido

    anteriormente, certos locais so responsveis por uma significativa quantidade de atividade

    criminal. Uma anlise desses locais poder indicar-nos a razo porque so to favorveis

    ocorrncia de um determinado tipo de crime e indicar-nos as formas pelas quais eles podero

    ser alterados, para inibir os ofensores e proteger as vtimas. Por exemplo, colocar os caixas

    multibanco dentro das agncias bancrias poder fazer reduzir a quantidade de informao

    que um ofensor pode obter acerca das suas potenciais vtimas (que elas esto a levantar

    dinheiro no banco, que elas pem o dinheiro no bolso da frente do lado esquerdo) e poder

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    reduzir a vulnerabilidade das vtimas quando esto de costas para os potenciais ofensores, ao

    servirem-se nos caixas multibanco.

    Supervisores, Gestores e Guardies

    Existem pessoas, ou coisas, que podem exercer um controlo sobre cada um dos lados do

    tringulo, para que o crime tenha menos probabilidade de ocorrer. Os ofensores podero, por

    vezes, ser controlados por supervisores como a polcia e os funcionrios da reinsero social. Os

    alvos e as vtimas podem ser protegidos pela presena de guardies. Os locais, tambm, podem

    ter guardies ou gerentes os quais podero exercer influncia tanto nos ofensores como nas

    vtimas. A resoluo de problemas, com sucesso, assenta na compreenso, no s, da forma

    como todos os trs lados do tringulo interagem mas, tambm, na forma como os ofensores,

    as vtimas e os locais so, ou no so, controlados por terceiros.15

    Questes Exemplificativas para se Analisar Problemas

    As agncias policiais devero fazer uma lista das questes, acerca da natureza do problema,

    que necessitam de ser respondidas, antes de se poder desenvolver respostas novas e eficazes.16

    Seguem-se 15 questes exemplificativas acerca do problema dos roubos, descrito

    anteriormente na parte Identificar os Interessados deste guia (pg. 15).

    Vtimas

    1. Quem so as vtimas (idade, raa, gnero)? Para quem trabalham? Qual foi a natureza

    das ofensas?

    2. Em que altura do dia foram as vtimas ofendidas?

    3. Existem alguns funcionrios da entrega de comida ao domiclio que tenham sido

    ofendidos mais do que uma vez? Existem alguns funcionrios da entrega de comida, de

    determinados restaurantes, que foram ofendidos com mais frequncia que outros?

    4. Qual o grau de medo que tm as pessoas que entregam comida ao domiclio? Quais as

    reas que mais temem? Eles tm algumas sugestes sobre formas de cumprirem com

    mais segurana as suas obrigaes? Eles esto munidos de algum tipo de

    equipamentos de segurana, ou foi-lhes prestada formao acerca da sua segurana?

    5. O que que outras jurisdies, que enfrentaram o mesmo problema, fizeram para

    aumentar a segurana das pessoas que se dedicam entrega de comida ao domiclio?

    Quais as normas que se mostraram mais eficazes e porqu?

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    Locais (Cena do Crime, Localizao, Ambiente)

    6. Onde que os roubos ocorreram no local das entregas, no percurso de ida para o

    local de entrega, ou perto do estabelecimento de comida rpida? Qual a conformidade

    e proximidade entre os locais das ofensas e as reas em que as pessoas das entregasno costumam ir?

    7. Dos roubos que ocorreram longe do estabelecimento de comida rpida, qual a

    distribuio dos locais nos quais os roubos ocorreram (prdios de apartamentos,

    condomnios fechados, casas isoladas, habitao social, motis e hotis, parques de

    estacionamento, edifcios de escritrios, etc.)?

    8. Os funcionrios das entregas foram roubados perto das suas viaturas, ou longe delas?

    Qual o tipo de viatura que os funcionrios das entregas conduzem? Esto assinaladas

    como viaturas de entrega de comida?

    9. Onde se encontra localizada a loja de comida rpida em relao ao bairro onde no

    so feitas as entregas? Quais os caminhos que os empregados das entregas tomam

    para fazer as suas entregas?

    10.Existem algumas semelhanas ambientais entre os locais especficos dos roubos

    (iluminao, arbustos, isolamento ou com reas escondidas)?

    Ofensores

    11.Qual o mtodo empregue nas ofensas? Existem alguns padres evidentes? Que

    armas tm sido utilizadas, e em quantos dos ataques?

    12.Como que os ofensores escolhem as suas vtimas? O que que torna algumas vtimas

    mais atraentes ao roubo que outras? O que que torna as pessoas que no so vtimas

    menos atraentes?

    13.Os ofensores fazem pedidos de entrega para atrarem a si os empregados das

    entregas, ou encontram as suas vtimas por acaso? Se os ofensores fazem pedidos decomida para roubar os empregados das entregas, aqueles pedidos so feitos no nome

    dos verdadeiros clientes ou so feitos com nomes falsos?

    14.Que quantidade de dinheiro costuma ser roubada pelos ofensores numa ocorrncia

    tpica? Mais alguma coisa roubada?

    15.Os ofensores vivem no(s) bairro(s) onde os roubos ocorrem? Se sim, eles so

    conhecidos dos moradores, os quais possam ter alguma influncia sobre aqueles?

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    (Para Informaes adicionais sobre a anlise de problemas, ver o captulo sete do guia

    Problem-Oriented Policing, de Herman Goldstein, e o captulo cinco do guia Neighborhood-

    Oriented Policing in Rural Communities, publicado pelo U.S. Department of Justice. Uma lista

    de referncias completa pode ser encontrada na pg. 38)

    Recursos que Podero Ajudar a Analisar os Problemas

    Existe um nmero de instrumentos que nos podero ajudar a recolher dados, e outras

    informaes, acerca dos problemas criminais e de desordem.

    Analistas criminais. Os analistas criminaispodem-nos prestar uma grande ajuda na

    recolha e na anlise de dados, e outras Informaes, acerca de crimes especficos e de

    problemas decorrentes de desordens.

    Sistemas de Gesto de Registos. Este tipo de sistemas pode ajudar as agncias

    policiais a recolher, a recuperar e a analisar informaes acerca dos problemas. Em

    particular, ele deve ser capaz de, rapidamente e com facilidade, ajudar os utilizadores

    a identificar as chamadas de servio repetidas relacionadas com vtimas, com locais e

    com ofensores especficos.

    Sistemas de informao geogrfica/mapeamento.17 Estes sistemas podem-nos

    esclarecer a respeito dos padres, ajudam a identificar reas problemticas, emostram as potenciais ligaes entre os hot spots criminais e outros tipos de

    estabelecimentos (mquinas multibanco, lojas de venda de bebidas, etc.).

    Assistncia tcnica. Os profissionais ligados justia criminal, que se especializaram

    no uso das tcnicas de Resoluo de Problemas, para resolver problemas criminais

    especficos como os homicdios, os roubos, o trfico de droga nas ruas, etc., podem

    fornecer uma ajuda inestimvel s agncias de polcia e aos membros da comunidade.

    Acrescentando, outras pessoas no ligadas justia criminal, com formao numa

    diversidade de reas, tambm, podero ajudar nos esforos de resoluo de

    problemas. Por exemplo, um arquiteto poder ser capaz de ajudar a avaliar os riscoscriminais relacionados com a conceo de um conjunto de blocos de apartamentos, e

    um perito em sade mental poder ser capaz de ajudar a avaliar a resposta corrente

    de uma comunidade s pessoas com doena mental e ajudar a melhorar a resposta.

    Inquritos aos moradores/comerciantes. Estes inquritos podem ajudar a polcia e as

    entidades com base na comunidade a identificar e a analisar os problemas, a calcular

    os nveis de medo, a identificar as respostas mais indicadas e a determinar a eficcia

    real e percecionada dos esforos de resoluo dos problemas. Estes inquritos,

    tambm, podem ajudar a determinar as taxas de vitimizao geral e repetida,

    particularmente as relacionadas com as cifras negras e com os crimes raros.

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    Inquritos ambientais criminais. Estes instrumentos podem ajudar as agncias de

    polcia e as entidades da comunidade a, sistematicamente, avaliarem o ambiente

    fsico dos locais problemticos e as formas pelas quais as caratersticas especficas dos

    locais conduzem ao crime e desordem.

    Entrevistas com as vtimas e os ofensores. As entrevistas, sistemticas e estruturadas

    com as vtimas e com os ofensores, podem fornecer reflexes importantes sobre as

    dinmicas de um determinado problema criminal. Por exemplo, as entrevistas

    realizadas a ladres de rua, de uma determinada localidade, forneceu importantes

    Informaes polcia relacionadas com a seleo das vtimas e com outros aspetos

    dos roubos que puderam ser usadas para prevenir futuras vitimizaes.

    Formao. A formao em Resoluo de Problemas, com uma nfase na anlise, pode

    ajudar a polcia e os cidados a desenvolver e a melhorar as suas competncias de

    resoluo de problemas.

    Laptops/computadores portteis. Quando instalados nos carros patrulha, a ltima

    gerao de computadores portteis pode fornecer, aos agentes policiais, acesso direto

    a dados teis e atempados sobre o crime e permitir-lhes analisar problemas criminais

    e a produzir mapas enquanto de patrulha.

    Internet. Ao usarem servios de pesquisa online sobre assuntos legais e comerciais, o

    pessoal policial e os membros da comunidade podem, rapidamente, saber a quem

    pertence determinada propriedade que se tornou num paraso para o trfico de droga,

    a apurarem qual a legislao aplicvel a um determinado problema e a rever a

    cobertura noticiosa das comunidades que enfrentam problemas semelhantes. De

    forma similar, o pessoal policial e os membros das comunidades podem usar a

    internet para a troca de Informaes com outros que j trataram de problemas

    idnticos e para obterem acesso a redes especificamente dedicadas ao policiamento

    comunitrio e resoluo de problemas.

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    Responder a um Problema

    Aps um problema ter sido claramente definido e analisado, teremos que nos confrontar com o

    desafio ltimo do Policiamento Orientado para a Resoluo de Problemas: a procura da formamais eficaz para lidar com ele.18

    O terceiro estdio do modelo SARA foca-se no desenvolvimento e na implementao de

    respostas eficazes para o problema. Antes de se entrar neste estdio, uma agncia policial

    deve ter a certeza de que analisou completamente o problema. A tentao para se

    implementar uma resposta e para se comear a fazer alguma coisa, antes de a anlise estar

    terminada, muito forte. Mas, os remedeios rpidos raramente so eficazes a longo prazo.

    Provavelmente, os problemas persistiro se as solues no forem concebidas medida das

    causas especficas do problema.19

    Para se desenvolver respostas medida dos problemas criminais, os solucionadores de

    problemas devem rever as suas descobertas acerca dos trs lados do tringulo do crime as

    vtimas, os ofensores e os locais e devero desenvolver solues criativas que tratem de, pelo

    menos, dois dos lados do tringulo.20 Eles devem fazer uma aproximao ao desenvolvimento

    de solues sem quaisquer noes preconcebidas acerca do que deve ser feito.

    Frequentemente, os resultados na fase da anlise apontam, polcia e aos cidados, para

    direes inesperadas. Por exemplo, suponhamos que a agncia policial que enfrenta o

    problema dos roubos aos empregados das entregas de fast food, descrito anteriormente,

    acaba por descobrir:

    Que 14 empregados das entregas foram roubados no ano anterior;

    Que nove dos roubos ocorreram entre as 22H00 e as 02H00, nas noites das quintas-

    feiras, das sextas-feiras e dos sbados;

    Que quatro das lojas de entrega de comida ao domiclio contaram para 10 dos roubos

    e que o pessoal que trabalha para aquelas quarto lojas sofreram sete daqueles roubos;

    Que o pessoal das duas lojas que foram mais vitimizadas efetuaram entregas at s02H00, enquanto as outras duas passaram a deixar de o fazer s 12H00;

    Que em sete dos roubos, a polcia foi incapaz de localizar o cliente que fez o pedido, o

    que leva a crer que os pedidos eram solicitados sob nomes falsos, ou indicando falsas

    moradas;

    Que as festas ao ar livre de grandes dimenses, muitas integrando jovens adolescentes

    mais velhos, eram realizadas nas noites de cada fim-de-semana, em diversos locais

    pblicos, perto de reas residenciais. As reas das festas encontravam-se nas

    vizinhanas onde ocorreram os roubos. Eram servidas bebidas alcolicas naquelas

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    festas, e existia alguma preocupao entre os moradores quanto ao barulho e quanto

    ao consumo de lcool por menores, naquelas festas;

    Que os empregados das entregas de comida ao domiclio referiam que alguns dos

    roubos eram cometidos por adolescentes que pareciam estar sob efeito do lcool;

    Que vrios empregados das entregas de comida, tambm, referiam terem visto, ou a

    passar por eles, um grupo de adolescentes apeados antes de terem sido roubados; e

    Que em 11 dos roubos, os ofensores roubaram menos de 40 dlares. Nos outros trs

    roubos, foram roubados entre 40 e 60 dlares.

    Uma resposta concebida para este problema poderia incluir o seguinte:

    Um acordo entre as duas lojas mais vitimizadas no sentido de terminarem as entregasa partir da meia-noite e para solicitarem aos clientes o levantamento das suas

    encomendas, nas suas lojas, entre a meia-noite e as 02H00;

    Um acordo entre as lojas para pedir aos clientes em que nome constaria a fatura, ao

    realizarem o pagamento da comida, para que os empregados das entregas pudessem

    levar consigo, somente, a mnima quantidade de dinheiro necessrio para fazer os

    trocos. O montante exato poderia ser solicitado, mas no exigido;

    Um acordo entre as lojas para passarem a usar um sistema melhorado de identificao

    das chamadas de forma o cruzar os nomes indicados com os nmeros de telefone. Se

    os nomes dos clientes no coincidirem com o nmero e o nome indicado no mostrador

    do telefone, atravs do identificador de chamadas possivelmente por causa da

    pessoa que fez o pedido ser um convidado do residente o pessoal da loja de comida

    procuraria o endereo do morador para confirmar se o nmero de telefone coincidia

    com o endereo. O morador seria contatado via telefone, entretanto, para confirmar o

    pedido;

    Um acordo entre as lojas para a implementao de uma norma para a no entrega de

    um pedido, se isso implicasse uma caminhada por entre uma grande multido queestivesse presente na rea. Se o empregado das entregas fosse incapaz de efetuar a

    entrega por esta razo, o empregado regressaria loja, telefonaria ao cliente e

    solicitaria que este se encontre com o empregado numa zona prxima, mas afastada

    da multido; e

    Um acordo com os moradores, que deram incio petio por causa da no prestao

    do servio de entrega de comida no bairro, para procederem comunicao da

    natureza e as razes das novas normas referentes s entregas de comida (com exceo

    da confirmao do identificador de chamadas) aos outros moradores. O responsvel

    pela petio, ento, transmitiria esta informao numa reunio de moradores eatravs de panfletos entregues a cada morador. Em vrias das festas com

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    adolescentes, os moradores poderiam informar os jovens presentes que os empregados

    das entregas no transportam consigo, a todo o momento, mais do que 10 dlares

    (frequentemente muito menos que isso).

    A Tradio Dominante

    Desde o incio, temos estado, constantemente, a tentar combater a tendncia natural de voltar

    s respostas tradicionais.21

    Tendo sido depositada demasiada confiana nas respostas tradicionais no passado (amplos

    varrimentos de rea, ou detenes, patrulhamento intensivo, etc.), natural que as agncias

    de polcia venham a gravitar volta destas mesmas tticas para lidar com os problemas no

    futuro - mesmo que essas mesmas tticas no se tenham provado especialmente eficazes, ou

    sustentveis a longo prazo.

    Por exemplo, no caso dos roubos aos empregados das entregas ao domiclio, fcil de ver

    como a polcia poderia ter decidido avanar com patrulhamentos em viaturas, ou a peados, na

    rea problemtica, aos fins-de-semana, entre as 22H00 e as 02H00. Mas esta resposta teria

    sido relativamente dispendiosa para o departamento de polcia. As respostas criativas, que vo

    alm do sistema de justia criminal e que se focam na preveno de futuras ocorrncias,

    geralmente, surtem melhores resultados.

    Os cidados e a polcia so tentados, frequentemente, a implementar programas e respostasusadas noutras comunidades. Embora possa ser bastante til aprender-se como foi que outras

    comunidades foram bem sucedidas ao lidarem com problemas semelhantes (e encorajamos as

    agncias policiais a pesquisarem outras abordagens como parte das suas anlises), deveremos

    ser cautelosos quanto ao adotar solues tiradas da prateleira, a no ser que a situao seja,

    impressionantemente, semelhante.22

    A polcia ao enfrentar o problema dos roubos aos empregados das entregas ao domiclio

    poder sentir-se inclinada a sugerir aos servios pblicos para aumentar a iluminao pblica

    na rea problemtica, porque isto foi uma das maneiras que outras comunidades

    implementaram com sucesso para lidar com o problema dos roubos. Mas, a no ser que osroubos tenham ocorrido em reas que so fracamente iluminadas, esta estratgia,

    provavelmente, ter pouco efeito no problema dos roubos aos empregados da distribuio de

    comida.

    A chave para se desenvolver respostas propositadamente concebidas garantindo que as

    respostas so devidamente focadas e diretamente ligadas s concluses que resultaram da

    fase analtica do projeto.

    Para exemplos especficos de resolues de problemas, consultar a Srie de Guias Policiais

    Orientados para a Resoluo de Problemas, desenvolvida pelo Center for Problem-OrientedPolicing (www.popcenter.org)e custeados pelo COPS Office. Consultar, tambm, a seco de

    http://www.popcenter.org/http://www.popcenter.org/http://www.popcenter.org/http://www.popcenter.org/
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    Recursos Adicionais, a qual lista alguns dos problemas criminais e de desordem social os quais

    podero ser tratados com o uso de abordagens de resoluo de problemas.

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    Avaliar o Impacto sobre o Problema Selecionado

    Nos ltimos 20 anos, tornou-se claro para muitos dos que se dedicam ao policiamento que,

    tanto as abordagens tradicionais ao tratamento do crime, do medo e de outros problemas,como as avaliaes da sua eficcia, ficaram aqum das expetativas de muita gente. Isto fez

    com que um nmero significativo de departamentos de polcia procurasse novas abordagens

    para lidar com velhos problemas. Isto, tambm, levou a que muitos departamentos de polcia

    se comeassem a interrogar se, e at que ponto, o seu trabalho realmente fazia a diferena,

    para alm de lidar com as ocorrncias imediatas.23

    Medidas Tradicionais

    Uma quantidade de parmetros tem sido usada, tradicionalmente, pelas agncias policiais e

    pelos membros das comunidades, para avaliar a eficcia das suas medidas. Naqueles incluem-

    se: o nmero de detenes, os nveis dos crimes denunciados, os tempos de resposta policial, a

    quantidade de autorizaes concedidas, as reclamaes dos cidados e diversos outros

    indicadores do trabalho policial, como as chamadas de servio e o nmero de entrevistas de

    campo realizadas.24

    Vrios daqueles parmetros podero ser-nos teis para se avaliar o impacto de um esforo de

    resoluo de problemas, incluindo: as chamadas de servio relacionadas com o problema(especialmente uma reduo na repetio das chamadas de servio envolvendo locais, vtimas

    e ofensores especficos); as mudanas na incidncia dos crimes denunciados; e as mudanas

    nos nveis das reclamaes dos cidados. Outros parmetros tradicionais, como as detenes e

    o nmero de entrevistas de campo realizadas, podero no ser assim to teis para os nossos

    esforos de resoluo de problemas, a no ser que esses parmetros possam ser diretamente

    ligados a uma reduo, a longo prazo, dos malefcios associados a um determinado problema

    criminal.

    Mesmo as redues nas chamadas de servio e nas reclamaes dos cidados podero no ser

    os melhores indicadores de, e at que ponto, estarmos a causar um impacto positivo no

    problema, porque, nalguns casos, aqueles parmetros podero, na realidade, aumentar como

    resultado do nosso esforo de resoluo dos problemas. Nalguns casos, tal incremento poder

    ser um resultado positivo, se isso significar que os moradores se sentem mais vontade em

    registarem as suas reclamaes, ou porque acreditam que as suas chamadas sero levadas a

    srio. Contudo, quando o esforo de resoluo de problemas resulta num aumento das

    detenes, ou num aumento das chamadas de servio, as agncias policiais devem encarar

    aqueles resultados positivos com cautela. Ser que eles so os resultados pretendidos da

    iniciativa?

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    Uma Estrutura No Tradicional

    Avaliar o impacto de um esforo de resoluo de problemas poder requerer o uso de uma

    estrutura no tradicional para se determinar a sua eficcia. Uma daquelas estruturas

    desenvolvida por Eck e por Spelman identifica cinco diferentes nveis, ou tipos, de impactospositivos nos problemas. Eles so:25

    1. A total eliminao do problema;

    2. Menos incidentes;

    3. Incidentes menos graves ou perniciosos;

    4. Melhor tratamento das ocorrncias/uma resposta ao problema melhorada; e

    5. A remoo do problema como uma das preocupaes policiais (transferindo o

    tratamento para outros mais capazes em lidar com o problema).

    Tambm, foi sugerido um sexto impacto positivo:

    6. As pessoas e as instituies afetadas pelo problema ficam melhor preparadas para

    lidar com um problema semelhante no futuro.26

    Alguns dos parmetros listados acima podero ser adequados para os nossos esforos deresoluo dos problemas. Outros, no listados acima, podero ser, ainda, mais adequados.

    Aps termos analisado o nosso problema, poderemos pretender modificar os parmetros

    inicialmente selecionados, ou rever os parmetros. Os parmetros que selecionarmos iro

    depender da natureza do problema escolhido, das preferncias da polcia e da comunidade, e

    da habilidade da nossa jurisdio em recolher os dados necessrios, tanto antes do incio do

    projeto, bem como aps ele ter sido implementado no terreno por algum tempo.

    Um nmero de parmetros no tradicionais podero esclarecer-nos sobre a forma como um

    problema foi afetado.27A chave est em nos focarmos nos parmetros que demonstram o

    impacto no problema apontado.

    Parmetros Demonstrativos do Impacto no Problema

    Quatro casas de crack, existentes numa rea de 12 blocos de apartamentos, foram

    encerradas e as avaliaes, posteriores, indicaram que o trfico de droga no se

    havia deslocalizado para os cinco blocos de apartamentos das redondezas. As

    chamadas de servio, relativamente ao trfico de droga nas ruas da rea-alvo,

    haviam sido reduzidas, de uma mdia de 45 por ms par 8 por ms. O nmero de

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    moradores que relataram ser testemunhas do trfico de droga, durante o ms

    anterior, foi reduzido de 65%, antes dos esforos policiais, para 10% aps a

    interveno.

    Antes da interveno policial, 40% daqueles que foram vitimizados duas vezes por

    assaltantes, no perodo de seis meses seguinte foram, de novo, revitimizados. Aps

    os esforos policiais, s 14% das vtimas voltaram a ser revitimizadas. No cmputo

    geral, os assaltos na rea-alvo foram reduzidos, de 68 num ano para 45 no ano

    seguinte.

    Porque os esforos de resoluo de problemas conseguiram interromper a venda

    de armas aos jovens que procuravam a aquisio de armas de fogo semi-

    automticas, mais letais, o comrcio de armas, o nmero e a gravidade das

    ofensas integridade fsica, resultantes dos tiroteios a partir de viaturas em

    andamento, foram significativamente reduzidas, mesmo, apesar do nmero dedisparos com armas de fogo a partir de viaturas em andamento ter decrescido

    ligeiramente. Antes da interveno policial, ocorreram 52 daquelas ocorrncias na

    cidade e que resultaram em 21 ofensas integridade fsica graves e 5 homicdios.

    Aps os esforos policiais, ocorreram 47 tiroteios a partir de viaturas em

    andamento as quais resultaram em 8 ofensas integridade fsica graves e nenhum

    homicdio.

    No ano transato ao dos esforos policiais, a polcia recebeu uma mdia de 50

    denncias por ms relacionadas com desavenas entre vizinhos. Uma mdia de 10

    daquelas denncias ficaram resolvidas com uma nica interveno de um agente

    policial, mas aproximadamente 40 das chamadas de servio eram efetuadas pelos

    moradores de 22 locais habitualmente problemticos. Assim que os esforos de

    resoluo do problema foram implementados, o departamento policial passou a

    receber uma mdia de 12 denncias mensais. Cinco dos locais repetidamente

    problemticos mantiveram-se sem alterao, mas eles contaram para menos de

    25% das denncias recebidas mensalmente.

    Parmetros No Demonstrativos do Impacto no Problema

    Foram realizadas cinco reunies entre a polcia e a comunidade no decurso de um

    ano de projeto. (As concluses relativas ao impacto sobre o problema no se

    podem extrair deste parmetro. Se um dos objetivos do projeto for o de melhorar a

    compreenso da polcia acerca dos problemas comunitrios, um dos parmetros a

    ter em conta o nvel de perceo dos moradores acerca dos melhoramentos que

    resultaram dos esforos desenvolvidos, o qual poder ser determinado atravs de

    inquritos realizados antes e aps a implementao das medidas.)

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    Foram realizadas verificaes das condies de segurana em 43 residncias, pelos

    agentes policiais, da urbanizao-alvo. (Embora isto possa ser importante para se

    documentar o nmero de verificaes de segurana a residncias, seria mais

    importante saber-se at que ponto os assaltos foram reduzidos como resultado da

    iniciativa.)

    Os agentes policiais e os membros da comunidade participaram numa limpeza ao

    bairro e removeram perto de 500kg de lixo. (Esta informao no,

    necessariamente, indica uma reduo nos nveis dos problemas criminais e de

    desordem em causa, e uma limpeza espordica poder ser, somente, um

    melhoramento temporrio. Seria mais importante demonstrar-se que os

    problemas criminais e de desordem em causa foram reduzidos como resultado de,

    ou em conjunto com, a limpeza realizada.)

    A polcia apreendeu para cima de 10 quilos de cocana durante a iniciativa, a qualprocurou alvejar as atividades ligadas ao trfico de narcticos no distrito do

    sudoeste. (Este resultado no indica at que ponto as vendas de droga nas ruas e

    quaisquer outros problemas relacionados como a prostituio, a vadiagem, os

    graffiti, o lixo e a intimidao dos moradores foram reduzidos.)

    Ajustar as Respostas Baseadas na Avaliao

    Se as respostas implementadas no forem eficazes, a informao recolhida durante a anlise

    deve ser revista. Poder ser necessrio recolher-se novas Informaes antes de se desenvolver

    e testar novas respostas.28

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    Exemplos de Iniciativas de Resoluo de Problemas

    O COPS Office procura disponibilizar novas iniciativas de resoluo de problemas, concebidas

    para a realizao de anlises em profundidade aos problemas especficos de uma determinadalocalidade. Para uma construo baseada nos conceitos apresentados neste guia, que

    esperamos promover, abaixo temos trs exemplos dos tipos de esforos analticos.

    Exemplo 1:

    Plano, Texas, 29

    Congestionamento de Trnsito junto a Escola

    Educao rodoviria e mudanas estruturais suavizaram o congestionamento do

    trnsito nas imediaes de escola

    Identificao

    Os moradores de um bairro perto da Escola Bsica de Barron reclamaram junto da sua agente

    policial de bairro acerca dos problemas, aparentemente interligados, de trnsito, incluindo o

    congestionamento, o excesso de velocidade, o desrespeito pelos semforos, o estacionamento

    indevido, e os acidentes rodovirios. Os esforos policiais tradicionais, incluindo a vigilncia e a

    aplicao de coimas, tinham sido tentadas, intermitentemente, ao longo de muitos anos, mas

    no resultaram em melhoramentos sustentveis.

    Anlise

    Em 2000, a agente policial do bairro levou a efeito uma exaustiva anlise aos dados empricos

    disponveis relativamente aos fatores ambientais e aos padres de comportamento. Barron

    um local que se situa no cruzamento formado por uma das maiores vias rodovirias, com

    quatro faixas de rodagem, e uma rua estreita de uma zona residencial. A escola referida

    dedicada a crianas deficientes, do ensino pr-escolar, o que leva a que a maioria dos pais

    levem os seus filhos, de carro, de e para a escola. A nica maneira de deixar e ir buscar os

    alunos era entrando e saindo do referido bairro residencial, pelo que os pais queixavam-se deque, em vez de tentarem utilizar uma linha de estacionamentos inadequada, viam-se obrigados

    a largar os seus filhos no meio da estrada e mandavam-nos atravessar a rua a correr. Embora

    as chamadas para a polcia relacionadas com o trnsito no fossem anormalmente elevadas,

    quando comparadas com as imediaes de outras escolas, os acidentes de trnsito eram muito

    mais comuns no bairro de Barron. Aps rever as circunstncias de cada um dos acidentes que

    se registaram naquele bairro, a agente policial do bairro chegou concluso que cada um dos

    acidentes ocorreu como resultado do incumprimento das regras rodovirias numa tentativa de

    ultrapassar as incongruncias do plano rodovirio existente naquele bairro. As horas de ponta

    do congestionamento surgiam em perodos de 15 minutos nos quais a circulao automvel

    era substancialmente aumentada, durante a manh e a tarde, na altura em que os pais iam

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    levar e buscar os seus filhos, somando cerca de 1 hora diria nos dias teis: 07H45/08H00,

    10H45/11H00, 11H15/11H30, e 14H45/15H00. Os moradores queixaram-se, repetidamente, ao

    departamento de engenharia da cmara municipal, o que resultou em alteraes temporrias

    nos tempos de alternncia das luzes dos semforos. Aquela agente policial chegou concluso

    que a educao e a fiscalizao, combinados com uma conceo diferente, e permanente, da

    forma como o trfego rodovirio se processava, e com mudanas no controlo do mesmo,

    seriam necessrias para tratar daquele problema crnico.

    Resposta

    A agente policial desenvolveu estratgias no mbito de trs reas: educao, fiscalizao, e

    ordenamento do trfego. Ela alterou o seu horrio de servio de forma a coincidir com os

    perodos problemticos. Ao trabalhar com o pessoal da escola, os pais, e com os moradores ela

    criou e distribuiu mapas com percursos alternativos de e para aquele bairro. Ela, tambm, criou

    e distribuiu panfletos - traduzidos em Espanhol pelo pessoal da escola para informar os pais ea explicar as mudanas no ordenamento do trfego. A escola forneceu sinais de trnsito que

    substituram os sinais colocados pela autarquia a autorizar a fiscalizao rodoviria. Assim que

    o perodo educativo de sensibilizao terminou, a agente policial comeou a fiscalizar todos os

    condutores que violavam as regras de trnsito nos perodos de maior afluxo. Isto,

    ocasionalmente, significava ter que mandar parar at sete carros de uma vez. Ao trabalhar

    com o departamento de engenharia e do trnsito, foi desenvolvido um novo plano de trfego,

    incluindo uma nova linha de estacionamentos que afastou os veculos daquele bairro

    residencial e do cruzamento mais congestionado. As obstrues visuais sinaltica como os

    ramos das rvores foram removidos e os dispositivos de controlo do trfego foram instalados

    para reorientar a circulao automvel. O estacionamento foi condicionado e foi instaladasinalizao melhorada. Foram criadas quatro passadeiras para o acesso dos pees escola e

    as luzes dos semforos foram sincronizadas para funcionarem somente nos tempos mais

    necessrios. Os ciclos temporais dos semforos foram, precisamente, programados para

    coincidirem com as alturas de maior fluxo de viaturas, para facilitar as chegadas e as partidas

    sem interromper, desnecessariamente, a circulao automvel fora daqueles perodos. Por fim,

    aps anos de discusses entre a autarquia e a associao de moradores da rea, foi construda

    uma rua de acesso ao parque de estacionamento, o que veio facilitar o acesso ao bairro, pelos

    moradores, sem que as viaturas que se dirigiam escola tivessem necessidade de circular pelo

    bairro.

    Avaliao

    Comparando os resultados dos inquritos realizados antes e aps a interveno, os mesmos

    demonstraram que as frustraes dos moradores e dos pais se haviam reduzido, e que a

    maioria dos inquiridos estava em crer que haviam sido realizados melhoramentos, tanto em

    termos do congestionamento do trnsito como em termos de segurana. A agente policial do

    bairro relatou que o trfego de viaturas estava a fluir com normalidade, tanto nas horas de

    ponta como nos restantes perodos, e que o habitual bloqueio das ruas do bairro parecia ter

    terminado por completo. O desvio propositado do trnsito havia sido cuidadosamenteplaneado e todas as partes confirmaram que a distribuio da circulao automvel havia sido

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    distribuda com eficcia. Os acidentes de trnsito foram reduzidos em 90% (de 10 para 1) em

    somente 2 anos.

    Exemplo 2:

    Chula Vista, Califrnia,30

    Problemas em Hotis e Motis

    Sob as novas posturas municipais da cidade os gerentes dos hotis e dos motis

    foram responsabilizados e o crime e as desordens foram reduzidas em 70% e as

    chamadas de servio sofreram uma reduo de 50%

    Identificao

    Ao longo da dcada de 90, a cerca de uma dzia de hotis e motis da cidade estavam a gerar,

    continuamente, um nmero inaceitavelmente elevado de chamadas de servio para a polcia e

    de queixas relacionadas com ocorrncias criminais, apesar dos diversos esforos desenvolvidos

    por diversas partes interessadas, incluindo a polcia, outros organismos da cidade, e grupos de

    comerciantes locais. As tentativas prvias, no sentido de inverter as taxas de criminalidade e de

    desordem, as quais incluram uma ao policial mais incisiva e a adoo de posturas municipais

    que proibiam o aluguer de quartos h hora e que obrigavam os clientes a exibirem documento

    de identificao aquando do check-in, revelaram-se sem sucesso.

    Anlise

    O Departamento da Polcia de Chula Vista realizou uma anlise s chamadas de servio e aos

    dados relativos aos crimes e s desordens, descobrindo que os motis eram, habitualmente, os

    locais da cidade onde, com mais frequncia, eram realizadas mais detenes relacionadas com

    estupefacientes. Ainda por cima, muitas das chamadas de servio eram originrias dos quartos

    dos motis, ao contrrio das reas comuns e dos parques de estacionamento. Durante as

    entrevistas que foram feitas a clientes dos motis, a polcia chegou concluso que 75%

    daqueles eram moradores do Condado de San Diego, muitos dos quais disseram serem

    indivduos sem-abrigo ou quase sem-abrigo. Em 2002, o Center for Criminal Justice Research da

    California State University, em San Bernardino, chamou a si a criao e a implementao de

    um inqurito aos gestores dos motis e de um instrumento de anlise ambiental. O inqurito

    referenciou as insuficientes prticas de gesto e que estas se correlacionavam com os altos

    nveis de chamadas de servio para a polcia. Aquelas prticas de gesto incluam a serventia

    de comida clientela local e o aluguer de quartos a clientes de longa durao. A anlise

    ambiental examinou as medidas de segurana, o controlo dos acessos, e os sinais evidentes de

    desorganizao dos locais. Muitos dos quartos dos motis, por toda a cidade de Chula Vista,

    careciam dos padres de segurana mais bsicos, como fechaduras de segurana, visores nas

    portas, correntes de segurana nas portas dos quartos e trancas nas portas exteriores. Em

    2005, o departamento da polcia calculou o rcio das chamadas de servio por quarto de cadahotel e motel da cidade. Os rcios apurados foram de 2.77 a 0.11 chamadas de servio por

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    quarto. Os rcios das chamadas de servio provenientes dos quartos dos motis, e relativos a

    intrigas entre os clientes, foram mapeados e revelaram que o tamanho ou a localizao do

    motel tinham pouco a ver com a probabilidade de poderem gerar chamadas de servio e

    desordens. A anlise s diferenas de preos dos quartos dos motis sugeriu que,

    contrariamente crena de longa data local, os preos baixos, por si s, no pareciam ter nada

    a ver com o nmero de chamadas de servio. Por fim, o grupo das partes interessadas

    desenvolveu uma coleo de respostas baseadas no princpio de que os gestores e os

    proprietrios dos hotis e dos motis se encontravam na melhor posio para controlar o crime

    e as desordens atravs de prticas de gesto mais consistentes.

    Resposta

    No incio de 2003, foi iniciada primeira fase das respostas. Foi realizada uma reunio entre os

    proprietrios dos motis, a polcia, a autarquia, e a Cmara do Comrcio. Foram fornecidos os

    dados das chamadas de servio especficas aos proprietrios, prtica que continuou numa baseregular. Foi distribuda a cada proprietrio uma checklist das melhores prticas concebidas

    para reduzir os problemas. Os funcionrios da autarquia responsveis pela fiscalizao das

    posturas municipais deram incio a um programa anual de inspees, para garantir o

    cumprimento dos cdigos estatais e locais. Entre 2001 e 2005, registou-se uma reduo de 7%

    nas chamadas de servio para os motis, mas os motis continuaram a ser os locais onde eram

    realizadas mais detenes por droga, em Chula Vista. Em 2005, foi lanada a segunda fase das

    respostas. O Gabinete do Ministrio Pblico e outros organismos da cidade foram chamados a

    prestar assistncia no esboo de uma postura municipal relativa s prticas de gesto dos

    motis, modelada com base nas diversas leis similares publicadas por todo o pas. No

    cumprimento da nova legislao, todos os motis eram obrigados a solicitar autarquia uma

    licena anual para poderem funcionar. A concesso da licena estava dependente das

    condies do hotel, do uso de equipamentos normalizados de segurana nos quartos, e da

    manuteno de um rcio de chamadas de servio aceitvel. O rcio normal aceitvel foi

    encontrado na mdia do rcio das chamadas de servio de 2005 de todos os motis da cidade.

    Os proprietrios foram instados a adotarem medidas preventivas e a desenvolverem e a

    implementarem respostas especficas aos problemas nas suas propriedades. A autarquia

    comprometeu-se a prestar assistncia aos proprietrios dos motis, no sentido de eles

    mitigarem os seus problemas, mas no obrigou a nenhumas aes de remedeio especficas.

    Aquele regulamento foi sancionado por cada rea de grupos de negcio, incluindo a Cmara doComrcio, e foi aprovada na Assembleia Municipal por unanimidade.

    Avaliao

    Todos os motis que pretendiam continuar a funcionar comearam a cumprir com a nova

    legislao, logo no segundo ano aps a sua entrada em vigor. As chamadas de servio, para os

    motis de Chula Vista, foram reduzidas em 49%. As detenes por droga nos motis foram

    reduzidas em 66%. Todos os tipos de crimes denunciados decresceram em 70%, com os crimes

    violentos contra pessoas a decarem em 49%. Os agentes policiais passaram a despender 52%

    menos tempo de servio nos motis por toda a cidade, libertando para cima de 1.240 horas depatrulha durante o primeiro ano da vigncia do novo regulamento. A qualidade dos motis, a

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    sua aparncia, e as prticas de gesto melhoraram; vrios hotis foram vendidos a novos

    donos; e o nmero de unidades hoteleiras sem as mnimas condies da cidade (por exemplo,

    aquelas sem fechaduras de segurana, visores nas portas, correntes de segurana nas portas

    dos quartos e trancas nas portas exteriores) caram de 378 para 0 (zero). A autarquia relatou

    um aumento dos recibos referentes s taxas de ocupao dos quartos. No se registaram

    deslocalizaes do crime e das desordens, tanto para o interior como nas imediaes dos

    complexos de apartamentos ou para outros motis nas jurisdies vizinhas durante os

    primeiros dois anos, aps a entrada em vigor do novo regulamento.

    Exemplo 3:

    Charlotte-Mecklenburg, Carolina do Norte, 31Assaltos em Armazns

    Anlises metdicas conduziram a respostas simples, resultando numa substancial

    reduo dos assaltos a armazns-alvo

    Identificao

    Em 2005, O Departamento da Polcia de Charlotte-Mecklenburg verificou um aumento de 28%

    nos assaltos a edifcios comerciais, 7% dos quais ocorreram em pequenos barraces ou

    instalaes de armazenamento. A maioria dos incidentes envolveu diversas unidades de

    armazenamento no interior de uma mesma instalao, com uma mdia de 3,5 vtimas por

    ocorrncia (Nos EUA habitual existirem instalaes destinadas ao aluguer de locais de

    armazenamento individuais e fechados). Um sargento e dois detetives foram encarregados de

    iniciarem esforos de resoluo do problema, para tratar dos assaltos nas instalaes de

    aluguer de armazns individuais.

    Anlise

    Os detetives comearam a sua anlise atravs da leitura de cada um dos 99 relatrios

    referentes aos assaltos, que se verificaram a instalaes de armazenamento, em 2005. Dos 99

    relatrios, 71 dos assaltos ocorreram numa das 28 instalaes assaltadas e contaram para umtotal de 291 vtimas individuais. Os detetives identificaram um total de 75 instalaes de

    armazenamento, na jurisdio, e chegaram concluso que a maioria daquelas instalaes

    no tinha problemas significativos com assaltos. Quando os locais das instalaes foram

    mapeados, em relao com os dados criminais, no foi encontrada qualquer correlao entre a

    localizao de uma determinada instalao, a ocorrncia de um assalto na mesma instalao,

    e o nvel de criminalidade nas suas vizinhanas. Os relatrios foram analisados para determinar

    at que ponto existiriam quaisquer tipos de bens, em particular, que estivessem a ser alvo dos

    ofensores, mas os detetives no encontraram nenhum padro em que se pudessem basear.

    Num esforo para identificar as diferenas de conceo dos locais, das normas de utilizao, e

    das prticas que pudessem estar na base dos diferentes nveis de vitimizao, os detetives

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    visitaram cada uma das 75 instalaes. A descoberta fundamental, que resultou daquelas

    visitas, foi o uso de loquetes reforados, com disco de marcao numrica, que pareciam ser a

    forma mais eficaz para manter seguras as unidades de armazenamento. A nica instalao que

    obrigava os clientes a usarem aqueles loquetes no havia sofrido nem um nico incidente de

    assalto.

    Resposta

    De forma a testarem a sua hiptese, de que o uso de loquetes com segredo poderia vir a

    reduzir substancialmente a ocorrncia de assaltos, o departamento da polcia idealizou um

    estudo que envolveu trs locais: duas instalaes de armazenamento que iriam sugerir, mas

    no obrigar, que os seus clientes usassem os tais loquetes, e uma instalao que j obrigava os

    clientes a us-los. O departamento da polcia adquiriu os loquetes usados no estudo e lanou a

    iniciativa no primeiro dia de julho de 2006. Assim que o teste comeou, os detetives

    colaboraram com a indstria de aluguer de mini-armazns e com os proprietrios de cada reapara desenvolver um guia de boas prticas. As recomendaes do guia relacionavam-se com

    a conferncia dos antecedentes criminais dos clientes, com a educao dos inquilinos sobre

    preveno dos assaltos, com a restrio de acesso s unidades, que passou a efetuar-se,

    somente, nos perodos em que os gestores dos locais estivessem presentes, no estmulo ao uso

    daqueles loquetes com segredo, no melhoramento da iluminao noturna, no uso de cmaras

    de videovigilncia, e na autorizao dada polcia para terem acesso aos cdigos dos loquetes

    para poderem entrar nas instalaes.

    Avaliao

    Comparado com o ano anterior ao do estudo, as instalaes envolvidas no mesmo obtiveram

    uma reduo de 58% no nmero de assaltos denunciados e uma reduo de 69% no nmero de

    unidades individuais assaltadas, durante o primeiro ano de teste. Sublinhando a utilidade do

    uso de loquetes com segredo o facto de que num incidente, numa das instalaes de teste,

    ter envolvido a entrada em 26 unidades individuais separadas, nenhuma das quais dispunha

    daqueles loquetes. Este nico incidente de assalto contabilizou para 79% dos assaltos quele

    tipo de instalaes, durante o perodo do teste. Tambm, durante o mesmo perodo, registou-

    se um aumento de 39% no nmero de assaltos denunciados e um aumento de 45% no nmero

    de unidades individuais assaltadas nas instalaes no abrangidas pelo estudo.

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