Probab Il i Dade
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CONEXÕES COM A MATEMÁTICA
Capítulo
19
Probabilidade
Experimento aleatório é todo experimento que, quando
repetido várias vezes e sob as mesmas condições, apresenta,
entre as possibilidades, resultados imprevisíveis.
Espaço amostral (S) de um experimento aleatório é o
conjunto de todos os resultados possíveis desse experimento.
Evento (E) é todo subconjunto do espaço amostral do
experimento aleatório.
Experimento aleatório, espaço amostrale evento
19.1
Exemplo
a) Quando se retira uma bola de uma urna que contém 50 bolas
numeradas de 1 a 50, um evento possível é: a bola retirada conter um
número primo menor que 20.
O espaço amostral desse experimento é S = {1, 2, ..., 50} e o evento
é E = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19}.
O número de elementos do conjunto S é n(S) = 50 e o do conjunto E é
n(E) = 8.
19.1
Experimento aleatório, espaço amostrale evento
Exemplo
b) No sorteio de uma carta de um baralho honesto de 52 cartas, um
possível evento é: a carta sorteada ser de copas e com figura.
O espaço amostral desse experimento é o conjunto S = {ás de copas,
2 de copas, ..., rei de copas, ás de ouros, 2 de ouros, ..., rei de ouros,
ás de espadas, ..., rei de espadas, ás de paus, ..., rei de paus}.
O evento é o conjunto E = {valete de copas, dama de copas, rei
de copas}. Nesse experimento, n(S) = 52 e n(E) = 3.
19.1
Experimento aleatório, espaço amostrale evento
Vamos considerar o experimento aleatório “lançar um dado
cúbico e registrar o número representado na face voltada
para cima”.
Espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e n(S) = 6
Alguns exemplos de eventos:
E1: o número é 5 E1 = {5} e n(E1) = 1
Quando o evento é um subconjunto unitário do espaço
amostral, é denominado evento simples ou evento
elementar.
Eventos
19.2
E2: o número é menor ou igual a 6 E2 = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e
n(E2) = 6
Se coincidir com o espaço amostral, o evento é chamado
evento certo. E2 é um evento certo.
E3: o número é maior que 6 E3 = e n(E3) = 0
Nesse caso, se for o conjunto vazio, o evento será chamado
evento impossível.
19.2
Eventos
E4: o número é par E4 = {2, 4, 6} e n(E4) = 3
E5: o número é ímpar E5 = {1, 3, 5} e n(E5) = 3
Note que E4 ∩ E5 = . Quando dois eventos não têm elementos
comuns, ou seja, quando a intersecção desses eventos é o
conjunto vazio, eles são denominados eventos mutuamente
exclusivos.
19.2
Eventos
No caso desses eventos, temos ainda que E4 ∩ E5 = {1, 2, 3, 4,
5, 6} = S.
Dois eventos que não têm elementos comuns e cuja união é
igual ao espaço amostral são denominados eventos
complementares.
Indicamos o complementar de um evento E por E.
19.2
Eventos
Exercício resolvido
R1. Lançando dois dados, um vermelho e um azul, e
considerando as faces voltadas para cima:
a) quantos elementos há no espaço amostral?
b) em quantos casos a soma dos números das faces superiores
é maior que 8?
c) em quantos casos o produto dos números das faces
superiores é igual a 28?
19.3
R1.
Resolução
a) A tabela mostra todos os possíveis resultados do
experimento:
Portanto, há 36 elementos no espaço amostral do experimento.
Dado azul
1 2 3 4 5 6
1 (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (1,6)
2 (2,1) (2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (2,6)
3 (3,1) (3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (3,6)
4 (4,1) (4,2) (4,3) (4,4) (4,5) (4,6)
5 (5,1) (5,2) (5,3) (5,4) (5,5) (5,6)
6 (6,1) (6,2) (6,3) (6,4) (6,5) (6,6)
Dad
o
verm
elh
o
19.3
Exercício resolvido
R1.
Resolução
b) Observando a tabela, temos a soma maior que 8 em 10
casos:
E = {(3, 6), (4, 5), (4, 6), (5, 4), (5, 5), (5, 6), (6, 3),
(6, 4), (6, 5), (6, 6)}
Logo, o número de elementos que correspondem ao evento
“soma maior que 8” é n(E) = 10.
19.3
Exercício resolvido
R1.
Resolução
c) Os únicos pares de números naturais cujo produto é 28 são:
(28, 1), (14, 2), (7, 4), (1, 28), (2, 14) e (4, 7). Uma vez que
nenhum desses pares ordenados pertence ao espaço
amostral, o evento “produto igual a 28” não tem elementos,
ou seja, trata-se de um evento impossível.
19.3
Exercício resolvido
R2. Cada um dos números 1, 2, 3 e 4 é escrito em um pequeno
cartão, que é depositado em uma caixa. Sabendo que dois
cartões são sorteados aleatoriamente, um após o outro,
determinar o espaço amostral quando esse experimento
é realizado:
a) com reposição dos cartões;
b) sem reposição.
19.4
Exercício resolvido
AD
ILS
ON
SE
CC
O
R2.
Resolução
a) Se o experimento é realizado com reposição, os números 1, 2,
3 e 4 “participam” de ambos os sorteios, e o espaço amostral
é, então, dado por:
S = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 1), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (3, 1),
(3, 2), (3, 3), (3, 4), (4, 1), (4, 2), (4, 3), (4, 4)}
19.4
Exercício resolvido
R2.
Resolução
b) Se o experimento é realizado sem reposição, o número
sorteado em primeiro lugar não “participa” do segundo
sorteio. Nesse caso, o espaço amostral é diferente daquele do
experimento com reposição.
Assim, o espaço amostral é dado por:
S = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 1), (2, 3), (2, 4), (3, 1),
(3, 2), (3, 4), (4, 1), (4, 2), (4, 3)}
19.4
Exercício resolvido
Acompanhe a situação a seguir.
Genética. Suponha que um casal queira ter dois filhos.
Cada um dos filhos poderá ser do sexo masculino (M) ou do
sexo feminino (F). Sabendo que a chance de nascer um filho
do sexo masculino é igual à de nascer um filho do sexo
feminino, independentemente do sexo dos filhos anteriores,
qual é a chance de esse casal gerar dois filhos do sexo
masculino (M, M)?
Espaço amostral equiprovável
19.5
Para responder a essa questão, determinamos o espaço
amostral S e o evento E (dois filhos do sexo masculino):
S = {(M, M), (M, F), (F, M), (F, F)}
E = {(M, M)}
Observe que: n(E) = 1 e n(S) = 4
Assim, a chance de o casal gerar dois filhos do sexo masculino
é de 1 para 4, ou .
19.5
Espaço amostral equiprovável
Nessa situação, consideramos que, para cada evento simples,
existe a mesma chance de ocorrência. Quando adotamos esse
critério em um espaço amostral finito, esse espaço é
denominado espaço amostral equiprovável.
19.5
Espaço amostral equiprovável
Em um espaço amostral S equiprovável, finito e não
vazio, a probabilidade de ocorrência de um evento E,
indicada por P(E), é a razão entre o número de
elementos do evento, n(E), e o número de elementos
do espaço amostral, n(S):
Definição de probabilidade
19.6
Podemos representar a probabilidade de um evento nas formas
fracionária, decimal ou percentual. No caso do nosso exemplo,
a probabilidade de o casal ter dois filhos do sexo masculino é:
19.6
Definição de probabilidade
Seja E um evento e S o espaço amostral finito, não vazio,
de um experimento aleatório, temos:
Se E é um evento impossível, então: P(E) = 0
Se E é um evento certo, então: P(E) = 1
Consequências da definição
19.7
R3. No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de a
face superior apresentar:
a) o número 3 (evento E1)?
b) um número menor que 7 (evento E2)?
c) um número menor que 1 (evento E3)?
d) um divisor da soma dos pontos de todas as faces do dado
(evento E4)?
19.8
Exercício resolvido
R3.
Resolução
O espaço amostral S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} é equiprovável
e n(S) = 6.
a) E1 = {3} é um evento simples e n(E1) = 1, então: P(E1) =
b) E2 = {1, 2, 3, 4, 5, 6} = S é um evento certo e n(E2) = 6, então:
P(E2) = = 1
19.8
Exercício resolvido
R3.
Resolução
c) E3 = ∅ é um evento impossível e n(E3) = 0, então:
P(E3)= = 0
d) A soma dos pontos de todas as faces do dado é:
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21
E4 = {1, 3} e n(E4) = 2, então: P(E4) =
19.8
Exercício resolvido
R4. No lançamento simultâneo de uma moeda e de um dado,
determinar:
a) o espaço amostral;
b) o número de elementos do evento E1: coroa na moeda e face
par no dado; e a probabilidade de ocorrência de E1;
c) a probabilidade de ocorrência do evento E2: face 3 no dado;
d) a probabilidade de ocorrência do evento E3: coroa na moeda.
19.9
Exercício resolvido
R4.
Resolução
a) A moeda tem duas faces, coroa (k) e cara (c), e o dado tem
as faces numeradas de 1 a 6. Portanto, o espaço amostral é:
S = {(k, 1), (k, 2), (k, 3), (k, 4), (k, 5), (k, 6), (c, 1),
(c, 2), (c, 3), (c, 4), (c, 5), (c, 6)} e n(S) = 12
b) O evento “coroa na moeda e face par no dado” é o conjunto:
E1 = {(k, 2), (k, 4), (k, 6)} e n(E1) = 3. Então:
P(E1) = ou P(E1) = 25%
19.9
Exercício resolvido
R4.
Resolução
c) O evento “face 3 no dado” é o conjunto: E2 = {(k, 3), (c, 3)}
e n(E2) = 2. Então:
P(E2) = ou P(E2) ≃ 16,7%
d) O evento “coroa na moeda” é o conjunto:
E3 = {(k, 1), (k, 2), (k, 3), (k, 4), (k, 5), (k, 6)} e n(E3) = 6. Então:
P(E3) = ou P(E3) = 50%
19.9
Exercício resolvido
R5. Uma equipe de doze pessoas é formada por nove homens e
três mulheres. Dessas pessoas, duas serão sorteadas para
compor uma comissão. Qual é a probabilidade de a
comissão ser formada por:
a) duas mulheres?
b) dois homens?
c) um homem e uma mulher?
19.10
Exercício resolvido
R5.
Resolução
Para calcular o número de elementos do espaço amostral,
devemos considerar um grupo de doze pessoas, do qual serão
sorteados dois elementos, não importando a ordem, o que
corresponde ao número de combinações de 12, tomadas 2 a 2:
19.10
n(S) =
Exercício resolvido
R5.
Resolução
a) Seja E1: comissão formada por duas mulheres, de um total de
três. Então:
19.10
n(E1) =
P(E1) =
Exercício resolvido
R5.
Resolução
b) Seja E2: comissão formada por dois homens, de um total de
nove. Então:
19.10
n(E2) =
P(E2) =
Exercício resolvido
R5.
Resolução
c) Seja E3: comissão formada por 1 homem (de um total
de 9) e 1 mulher (de um total de 3). Então:
19.10
n(E3) =
P(E3) =
Exercício resolvido
Se A e B são eventos quaisquer de um espaço amostral S, a
probabilidade da intersecção de A e B, representada por
P(A ∩ B), é dada por:
Intersecção de dois eventos
19.11
Vamos considerar dois eventos E1 e E2 de um espaço amostral
S, finito e não vazio, para os quais temos:
União de dois eventos
19.12
n(E1 ∪ E2) = n(E1) + n(E2) – n(E1 ∩ E2)
Dividindo os membros da igualdade por n(S):
Portanto, a probabilidade de ocorrência do evento união de
E1 e E2 é dada por:
19.12
União de dois eventos
Quando dois eventos, E1 e E2, são mutuamente exclusivos,
eles não têm elementos comuns, ou seja, E1 ∩ E2 = ,
e n(E1 ∩ E2) = 0.
Eventos mutuamente exclusivos
19.13
P (E1 ∩ E2) = P(E1) + P(E2)
Então:
Logo, a probabilidade da união de eventos mutuamente
exclusivos é:
19.13
Eventos mutuamente exclusivos
Se dois eventos, E1 e E2, de um espaço amostral S são
complementares, ou seja, se E1 ∩ E2= e E1 ∪ E2 = S, então:
Portanto, se E1 e E2 são eventos complementares:
Eventos complementares
19.14
P (E1) + P(E2) = 1
R6. Em uma reunião, há 16 homens e 20 mulheres. Metade dos
homens e metade das mulheres usam óculos. Ao escolher
uma dessas pessoas ao acaso, qual é a probabilidade de ela
ser homem ou usar óculos?
19.15
Exercício resolvido
R6.
Resolução
Vamos considerar:
E1: ser homem → n(E1) = 16
E2: usar óculos → n(E2) = 18
E1 ∩ E2: ser homem e usar óculos → n(E1 ∩ E2) = 8
Então: P(E1 ∪ E2) = P(E1) + P(E2) – P(E1 ∩ E2)
Logo, a probabilidade de ser um homem ou uma pessoa que
usa óculos é de .19.15
Exercício resolvido
R7. Uma urna contém bolas numeradas de 1 a 50. Calcular:
a) a probabilidade de ser sorteada uma bola cujo número seja
par ou múltiplo de 5;
b) a probabilidade de ser sorteada uma bola cujo número seja
par e maior que 10 ou o menor número primo.
19.16
Exercício resolvido
R7.
Resolução
a) Para calcular a probabilidade de sair um número par ou um
número múltiplo de 5, vamos considerar os eventos E1 e E2 e os
respectivos números de elementos:
E1: número par n(E1) = 25
E2: número múltiplo de 5 n(E2) = 10
E1 ∩ E2: par e múltiplo de 5 n(E1 ∩ E2) = 5
19.16
Exercício resolvido
R7.
Resolução
Assim:
P(E1 ∪ E2) = P(E1) + P(E2) – P(E1 ∩ E2)
P(E1 ∪ E2) = = 0,6 = 60%
Logo, a probabilidade de ocorrer um número par ou múltiplo
de 5 é de 60%.
19.16
Exercício resolvido
R7.
Resolução
b) Para calcular a probabilidade de sair um número par maior
que 10 ou o menor número primo, vamos considerar os
eventos E3 e E4 e os respectivos números de elementos:
E3: número par maior que 10 n(E3) = 20
E4: menor número primo.
De 1 a 50, há 15 números primos, e o menor deles é 2.
Portanto: E4 = {2} e n(E4) = 1
19.16
Exercício resolvido
R7.
Resolução
E3 ∩ E4: não há número par maior que 10 e igual a 2, logo:
n(E3 ∪ E4) = 0
Os conjuntos E3 e E4 são eventos mutuamente exclusivos:
P(E3 ∪ E4) = P(E3) + P(E4) – 0
P(E3 ∪ E4) =
Logo, a probabilidade de ser sorteado um número par maior
que 10 ou o menor número primo é de 42%.19.16
Exercício resolvido
R8. Em uma pesquisa realizada com 50 pessoas, os resultados
indicaram que 25 pessoas ouvem FM, 20 pessoas ouvem
AM e 20 pessoas não costumam ouvir rádio. Calcular a
probabilidade de, ao selecionar uma dessas pessoas, ela
ouvir ambas as frequências.
19.17
Exercício resolvido
R8.
Resolução
Observe que a pessoa que ouve FM pode também ouvir AM
e a pessoa que ouve AM pode também ouvir FM. Sendo x o
número de pessoas que ouvem ambas as frequências, vamos
representar os dados da pesquisa por um diagrama:
19.17
Exercício resolvido
R8.
Resolução
O evento E (“selecionar uma pessoa que ouve ambas as
frequências, FM e AM”) é a intersecção dos eventos F
(“selecionar uma pessoa que ouve FM”) e A (“selecionar uma
pessoa que ouve AM”).
Como n(E) = n(F ∩ A) = x, temos:
(25 – x) + x + (20 – x) + 20 = 50
65 – x = 50
x = 15
19.17
Exercício resolvido
R8.
Resolução
Portanto, 15 pessoas ouvem ambas as frequências.
Logo, a probabilidade de E é:
19.17
Exercício resolvido
Dois eventos, A e B, são eventos independentes se a
ocorrência de um deles não afeta a ocorrência do outro, isto é,
se: P(A / B) = P(A) e P(B / A) = P(B).
Para a ocorrência simultânea dos dois eventos independentes,
substituímos P(A / B) por P(A) em P(A ∩ B) = P(B) ∙ P(A / B)
e temos:
Eventos independentes
19.20
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)
Assim, dois eventos são eventos dependentes quando a
probabilidade de ocorrência de um deles é afetada pela
ocorrência do outro. Nesse caso: P(A ∩ B) P(A) ∙ P(B)
Observação
A probabilidade de ocorrência de mais de dois eventos
independentes é igual ao produto das probabilidades de cada
um dos eventos.
19.20
Eventos independentes