Princípios de uma Poética da Tristeza do Cinema
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Princípios de uma Poética da Tristeza do Cinema
Nelson Zagalo, Anthony Barker, Vasco Branco
Universidade de Aveiro
21 de Outubro 2005
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Objectivo
Identificar formas fílmicas capazes de estimular tristeza no espectador passíveis de serem transferidas para ambientes de Entretenimento Interactivo
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• Para Steven Spielberg os videojogos serão apenas considerados uma nova arte de contar histórias quando “alguém confessar que chorou ao chegar ao Nivel 17”.
• A Tristeza é o único quadrante emocional ausente no Entertenimento Interactivo.
• Sequências sem interactividade são utilizadas para comunciar a história, e comunciar as emoções mais complexas, contudo as sequências sem controlo do utilizador geram descréscimos acentuados da Emoção Interesse nos utilizadores.
Problemas de Diversidade Emocional(Zagalo, et al. 2005)
Testes Psicológicos
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da Poética
Define-se,
• “temáticas”, “formas de construção”, “estilísticas” (Bordwell 1989)
• “composição comunicacional; a “composição estética”; e “composição poética” ou de “sentimento” (Gomes, 2004)
• A poética da representação engloba assim: Significados, Estruturas e Processos
Poética Fílmica
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Emoções Fílmicas - Cognitivismo
A partir da segunda metade da década de 90
“Emotion and the structure of narrative film: film as an emotion machine” de Ed. Tan (1996)
“Moving pictures: a new theory of film genres, feelings and cognition” de Torben Grodal (1997)
“Film structure and the emotion system” de Greg Smith (2003)
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Tan e a Emoção
• Para Tan o mecanismo central de emoção da resposta do espectador é o “interesse”. O filme narrativo de entretenimento, oferece recompensas pelo interesse através de resoluções narrativas de questões que ficam em aberto ao longo do filme. O interesse conjuga em si mesmo o processamento emocional e cognitivo das informações narrativas.
• Estruturas principais de criação de Interesse
enredo - temáticas do filme
personagens – a empatia e a simpatia.
Arcos Emocionais (Zagalo et al, 2004)
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• Grodal apresenta-nos um sistema com base num modelo de “Fluxo”[1], o qual se desenvolve no sentido dos processos mais simples para os mais complexos.
• a criação de obstáculos à manutenção do fluxo, despoleta conflitos emocionais no próprio espectador que o obrigam a desviar a sua experiência emocional.
• Através da “Identificação”, o seu sistema permite-lhe advogar que a criação de obstáculos às motivações dos personagens cria por si também obstáculos ao correcto fluxo de emoções do espectador.
• Desta forma Grodal envereda por uma tentativa de rotulação dos vários possíveis obstáculos e das várias possíveis experiências emocionais que decorrem do fluxo narrativa. Podemos mesmo dizer que Grodal procura a criação de uma linguagem filmica emocional à semelhança da sintagmática de Metz.
[1] do inglês “Flow”
Grodal e a Emoção
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• Smith, apresenta a sua metodologia do “humor-estímulo” [1], como capaz de ir além da simples análise das temáticas do enredo e das motivações e comportamentos dos personagens, focando também toda a estilística subjacente a cada experiência emocional.
• “expressão facial, movimento de figuras, diálogos, expressão vocal e tom, guarda-roupa, som, musica, iluminação, mise-en-scene, cenários, montagem, câmara (angulos, distancia, movimentos), profundidade de campo, história e qualidade dos personagens e situações narrativas” (2003:42).
• “marcadores emocionais” de cariz mais visceral ou biológico, ou seja estímulos directos de emoção que assentam em imagens ou sons da realidade reconhecidos como capazes de despoletar determinadas respostas
[1] Do original inglês, “mood-cue approach”
Smith e a Emoção
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A Tristeza
Fisiologicamente (experiência)
• Russell (2000) caracteriza a Tristeza como uma experiência negativa e que produz uma resposta de passividade face à causa. A reposta não activa pode ser definida por lentidão, inércia, letargia, suavidade, torpor ou indiferença.
Cognitivamente (causas)
• Frijda (1986) define a tristeza como “correspondente a uma estrutura de significado situacional de vazio, ou seja a uma ausência explicita de algo valioso... (nomeadamente a) perda” (p.199).
• Esta ausência, necessita ainda de ser enquadrada numa propriedade de finalidade, ou seja a “noção de que a ausência será para sempre” (p.200).
• Barr-Zisowitz 2000, define a Tristeza face ao Medo (emoção negativa), como uma resposta a um evento que já aconteceu, enquanto o a resposta do medo antecipa o evento que há-de vir.
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A Função da tristeza
A Funcionalidade
• A tristeza aumenta a atenção focada sobre o próprio sujeito (Sedikides 2000), criando espaço para difentestes niveis de profundidade instrospectiva consoante a intensidade emocional. Como consequência, a Condição Humana é aqui alvo de muitas das nossas interrogações, e dessa forma revela a emoção de tristeza como crucial no desenvolvidmento de temas de maior profundidade dramática
• A “impossibilidade de não-comunicar” defendida por (Watzlawick, Beavin et al. 1967), pode aqui demonstrar que a inércia ou a passividade comunicam, e pretendem comunicar com o outro, pretendem chamar a atenção e funcionar como um apelo a um conforto que de certa forma subtraia a perda, a ausência.
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Análise de Sequências
Analisámos duas sequências fílmicas previamente testadas por (Gross e Levenson 1995) com efeitos eficazes na criação de tristeza.
Bambi, 1940 The Champ, 1979
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Os testes sobre as sequências
- 72 sujeitos aleatórios
- 76% de acerto (emoção de tristeza)
- 5,35 numa escala de 0 a 8
- 52 sujeitos
- 94.2% de acerto (emoção de tristeza)
- 5.71 numa escala de 0 a 8,
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Resultados da Análise
As Estruturas encontradas em ambos as sequências fílmicas para produzir Tristeza foram:
Pragmáticas da relação texto-espectador
Empatia e Simpatia
Contágio Emocional
Semânticas da representação
Quebra de Vínculo
Memórias Ressonantes
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Estilísticas
• Contágio Emocionalgrandes planos + lágrimas + expressão facial + tom vocal
• Empatia e Simpatiatoque afectivo + música + voz compassada
Resultados da Análise
• Memórias RessonantesRelação progenitor/cria. Protótipos de relação familiares e universais.
• Quebra de VínculoMorte de um personagem.
Semânticas
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Princípios de uma Poética da Tristeza do Cinema
Nelson Zagalo, Anthony Barker, Vasco BrancoUniversidade de Aveiro