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PRIMEIROS SOCORROS
1.0- CONCEITOS GERAIS
Primeiros Socorros: É o primeiro atendimento prestado a uma vítima de trauma, mal
súbito ou parturiente no local da ocorrência, utilizando para isso pouco ou nenhum equipamento
específico. Conhecido também como a arte do improviso.
Hora de Ouro: É a primeira hora que se sucede ao trauma. Dentro desses 60 minutos
a vítima deve receber o primeiro atendimento e estar dentro do hospital de referência e se necessário
com equipe cirúrgica a disposição.
Socorrista: Atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n°
824 de 24 de junho de 1999. O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhado que uma
pessoa prestadora de socorro.
Urgência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital, onde a vítima
não esteja em estado iminente de morte.
Emergência: Estado grave, que necessita atendimento médico imediato, estando à
vítima em estado iminente de morte.
Acidente: Fato inevitável do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que
necessitam de atendimento.
Incidente: Fato ou evento desastroso evitável.
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima.
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2.0- ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO
- OMISSÃO DE SOCORRO
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar de
prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada,
ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública."
Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa
não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a
ocorrência de omissão de socorro.
- DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa do
atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com
clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças religiosas ou falta
de confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não
pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro
especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua
confiança através do diálogo.
Não discuta com a vítima.
Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças
religiosas.
– CADEIA DE SOBREVIVENCIA
Pedir Socorro / BLS / Desfibrilação / ACLS / Pós PCR
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3.0- ETAPAS BÁSICAS DO SOCORRO
3.1- AVALIAÇÃO DA CENA
Deve ser realizada de forma tridimensional a fim de detectar possível risco iminente de
vida para o socorrista e para a própria vítima. Nesta avaliação é feito também a análise do
mecanismo do trauma sofrido pela vítima, e após esta averiguação o socorrista irá determinar se
inicia o atendimento ou se promove a extricação do acidentado.
3.2- SEGURANÇA DA CENA
Consiste basicamente em manter a cena segura utilizando artifícios simples como a
sinalização, cordão de isolamento e etc.
3.3- CORDÃO DE ISOLAMENTO
Deve ser realizado também para garantir a segurança da cena. Pode ser feito com
material específico ou humano.
3.4- BIOPROTEÇÃO
Uso de equipamento de proteção individual. Em primeiros socorros, a luva de
procedimento é o mais comum.
3.5- TRIAGEM
Técnica pela qual se determina a ordem de atendimento de múltiplas vítimas ou de um
politraumatizado. Aqui veremos método de triagem em vítima politraumatizada.
1. Parada Respiratória ou Cardiopulmonar
2. Obstrução de Vias Aéreas Superiores
3. Estado de Choque
4. Hemorragias Severas
5. Queimaduras com ACQ > 10 %
6. Envenenamento e Intoxicações
7. Feridas abertas de tórax e abdome (PAF – PAB – Evisceração)
8. Emergências Clínicas (IM – AVC – Angina Pectóris)
9. Lesões Traumato-ortopédicas
10. Emergências Obstétricas
11. Óbito
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3.4 – EXTRICAÇÃO
Consiste na retirada da vítima de locais de onde ela não possa sair por meios próprios.
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4.0- AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
- EXAME NEUROLÓGICO SUMÁRIO
Realizado imediatamente ao se aproximar da vítima. Tem o objetivo de estabelecer
sinais de consciência ou não. Para a execução desta técnica usa-se o método AVDI.
A: Acordado
V: Verbal
D: Doloroso
I: Inconsciente
- C.A.B da Vida
Método americano conhecido e adotado mundialmente como protocolo de atendimento.
Tem a finalidade de identificar situações que trazem risco iminente de vida para a vítima.
C: Compressions – Comprimir rápido e forte no centro do peito da vítima.
A: Airway - Abertura de Vias Aéreas Superiores com Controle de Coluna Cervical.
B: Breathing – Realizar ventilações.
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Observe que a inclinação da cabeça e o levantamento do mento desobstruem a passagem
de ar.
HISTÓRIA NO PRÉ-HOSPITALAR
Criado para facilitar a colheita da história da ocorrência em ambiente não hospitalar.
Para isso usa-se o método SEMPRA.
S: Sintomas
E: Eventos
M: Medicações
P: Passado Médico
R: Refeições
A: Alergias
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5.0- DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS
5.1- ELEVAÇÃO DE MENTO
Com a tração anterior do queixo, a base da língua afasta-se da hipofaringe. Isso é
conseguido pela apreensão do queixo com os dedos indicador e médio e a aplicação da outra mão
sobre a testa da vítima e procede-se então um movimento de alavanca em direção posterior.
Observação da elevação do tórax Ventilação boca-nariz
5.2- ELEVAÇÃO DE MANDÍBULA MODIFICADA
Apoiando-se a mandíbula a cada lado ao nível de seu ângulo, a mesma é deslocada para
frente, desobstruindo-se assim a hipofaringe.
5.3- POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA
5.4- MANOBRA DE HEIMLICH
Técnica pela qual permite ao socorrista desobstruir as vias aéreas da vítima quando esta
se encontra engasgada ou com presença de corpos estranhos na mesma.
Existem dois tipos de obstrução de vias aéreas por corpos estranhos:
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Obstrução Leve: O agente que obstrui limita a passagem de ar da boca para a
traquéia. A vítima assume a posição universal de sufocamento e consegue emitir ruídos.
Obstrução Grave: O agente que obstrui impede a passagem de ar da boca para a
traquéia. A vítima assume a posição universal de sufocamento e não consegue emitir sons.
OBS: As compressões devem ser feitas de acordo com a apresentação da vítima. Se
estiver em pé aplicam-se compressões no sentido postero-superior até haver total desobstrução das
vias aéreas.
Se a vítima encontra-se deitada cabe ao socorrista abrir vias aéreas e realizar
compressões no mesmo ponto que quando em pé até que se desobstrua as vias da vítima procedendo
então novo CAB da Vida.
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6.0- PARADA CARDIORRES-PIRATÓRIA E REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR
- CONCEITO
É a interrupção das funções cárdio-pulmonares.
- CAUSAS
Várias patologias podem ocasionar este fator, segue abaixo alguns exemplos:
1- Obstrução mecânica de vias aéreas superiores 2- Obstrução das vias por queda de língua 3- Edema agudo de pulmão 4- Pneumotórax 5- Hemotórax 6- Infarto agudo do miocárdio 7- Acidente vascular cerebral 8- Arritmias cardíacas 9- Choque Elétrico 10- Estados de choque 11- Envenenamento 12- Intoxicação dentre outras
- CONSEQÜENCIAS
Lesões cerebrais podem ocorrer a partir de 4 minutos de parada e lesões cerebrais
irreversíveis podem ocorrer após 6 minutos neste estado, caso a vítima não seja prontamente
atendida, esta poderá vir a óbito.
Local da compressão torácica (massagem cardíaca)
No 1/3 inferior do esterno, linha inter-mamilar. Uma mão sobre a outra com dedos
entrelaçados. Com MMSS estendidos, de maneira a formar ângulo de 90º entre os membros do
socorrista em relação ao tórax da vítima.
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A compressão cardíaca com técnica correta pode alcançar 25 a 30 % do débito cardíaco
normal
Débito Cardíaco ( bombeamento / minuto ): 5 a 6 litros / minuto
Durante exercício vigoroso : 20 a 25 litros / minuto
Compressão Cardíaca : 1 a 2 litros / minuto
- GENERALIDADES
O ar que inspiramos possui 21% de oxigênio e o ar expirado possui uma concentração
menor, 17%. Funções da Ventilação boca-a-boca:
1°) Estimular o centro respiratório através de altas concentrações de CO2.
2°) Ofertar oxigênio para manutenção da atividade metabólica celular.
3°) Reverter a P.C.R.
- VENTILAÇÃO BOCA-A-BOCA
Método Facultativo
- VENTILAÇÃO BOCA / DISPOSI-TIVO DE BARREIRA
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- VENTILAÇÃO BOCA / NARIZ / AMBÚ®
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7.0- HEMORRAGIAS
Hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso, veia ou artéria,
alterando o fluxo normal da circulação. A hemorragia abundante e não controlada, pode causar a
morte em 3 a 5 minutos.
- CLASSIFICAÇÃO: As hemorragias se classificam quanto à apresentação e quanto à
origem.
Apresentação:
- Interna: O sangue extravasa do meio intravascular sem com tudo, ser exposto do
organismo. Não há nesse caso a visualização de sangue.
- Externa: O sangue extravasa do meio intravascular e por uma lesão cutânea é
visualizado fora do organismo.
- Interna Exteriorizada: O sangue extravasa do meio intravascular e se exterioriza
através de um orifício natural
Origem:
- Arterial: Ocorre quando há o rompimento de um vaso sangüíneo denominado artéria.
As características de uma hemorragia arterial são a coloração sangüínea vermelha - vivo e em jatos
referentes à contratilidade cardíaca.
- Venosa: Ocorre quando há o rompimento de um vaso sangüíneo denominado veia. As
características de uma hemorragia venosa são a coloração sangüínea vermelha escura e escorrendo
sobre a pele.
- Capilar: Ocorre quando há o rompimento de um vaso sangüíneo denominado capilar.
As características de uma hemorragia capilar são a coloração sangüínea vermelha viva e se
apresenta em gotículas sobre a pele.
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- Métodos de Hemostasia: São sistemas pelos quais se contém uma hemorragia e
podem ser por métodos naturais ou artificiais. Trabalharemos aqui com os métodos artificiais, pois
os naturais são totalmente fisiológicos.
Compressão Direta: Consiste na aplicação de pressão sobre a região lesada e deve ser
feita com mãos enluvadas e com pano úmido.
Compressão Indireta: Consiste na aplicação de pressão sobre uma região arterial que
irriga a região que foi lesada.
Obs.: Atualmente em desuso por falta de comprovação científica.
Elevação do Membro: Consiste em elevar o membro lesado, este procedimento é
totalmente contra indicado em casos de suspeita de hemorragia abdominal.
Aplicação de Frio: Pode ser realizada em conjunto com as técnicas acima e visa
promover vaso constrição, próximo a hemorragia.
Garroteamento: Consiste em aplicar acima da região lesada um material elástico que
faça a função de diminuir o fluxo sangüíneo no local da hemorragia.
Torniquete: Consiste na aplicação de material não elástico acima do ferimento de forma
a envolver toda a circunferência do membro e com um sistema de “torneira” para fechar o fluxo
sangüíneo na região em que ocorre a hemorragia. Este deve ser mantido até a chegada da vítima ao
hospital, só devendo ser removido por equipe médica.
Obs: Após anos em desuso voltou a ser utilizado devido a comprovação em novas
pesquisas.
OBS: Na hemorragia interna, como nós não vemos o sangramento, temos que prestar
atenção a alguns sinais externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico
imediatamente e evitar o estado de choque. Deve-se verificar:
a) Pulsação - se o pulso está fraco e acelerado;
b) Pele - se está fria, pálida e se as mucosas dos olhos e da boca estão brancas;
c) Mãos e dedos (extremidades) - ficam arroxeadas pela diminuição da irrigação
sanguínea.
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PROCEDIMENTOS GERAIS
· Hemorragia Interna: Aquecer a vítima e acionar o socorro especializado ou
encaminhar a vítima ao hospital. Ter atenção e estar preparado para inconsciência e RCP.
· Epistaxe (hemorragia nasal)
- Sentar a vítima em local fresco
- Pressionar levemente suas narinas
- Aplicar gelo sobre a testa
- Orientar para que coloque a cabeça entre os joelhos.
· Hemoptíase (sangue vermelho – vivo e espumoso com bolhas vindo dos pulmões)
- Tranqüilize a vítima
- Deite-a de lado, evitando asfixia por refluxo.
- Providenciar transporte imediato
· Estomatorragia (sangramento da boca)
- Apertar sobre o local pano enrolado e úmido
- Aplicar frio sobre a região
· Hematêmese (vômito com sangue)
- Coloque a vítima em repouso
- Não lhe de nada de comer ou beber
- Aplique compressas frias no abdome
- Providenciar transporte
· Enterorragia (hemorragia intestinal)
- Deite a vítima de costas e tranqüilize-a
- Aplique compressas de gelo, sobre região pélvica.
- Providencie transporte
· Otorragia (hemorragia do ouvido)
- Tranqüilize a vítima
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- Coloque-a com o lado afetado para baixo
- Tampone o ouvido afetado com gaze ou pano limpo
No caso de TCE pode haver saída de líquor, neste caso não tampone e providencie
transporte.
· Metrorragia (sangramento do aparelho genital feminino)
- Mantenha a vítima deitada
- Aplique absorvente higiênico externo
- Aplique bolsas de gelo sobre a região pélvicas
Na hemorragia interna, como nós não vemos o sangramento, temos que prestar atenção a
alguns sinais externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico
imediatamente e evitar o estado de choque. Deve-se verificar:
a) Pulsação - se o pulso está fraco e acelerado;
b) Pele - se está fria, pálida e se as mucosas dos olhos e da boca estão brancas;
c) Mãos e dedos (extremidades) - ficam arroxeadas pela diminuição da irrigação
sanguínea.