Porto Alegre, 27 de janeiro de 2012 / nº 4 / Ano XVII ... · situação é mais complicada porque...

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As Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paraná (Fiep) e Santa Catarina (Fiesc) assinaram na segunda-feira, em Curitiba, um manifesto requisitando ao governo mais investimentos na logística de distribuição de gás natural na região. Em reunião, os presidentes das três entidades, além de empresários e especialistas em energia, definiram ações urgentes para garantir a ampliação do abastecimento no Sul do País, que vem sendo preterido nas políticas de investimento federal na área de distribuição. “Estamos praticamente travados pela falta de gás natural e, desta forma, perdendo competitividade”, disse o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Segundo dados do Fórum Industrial Sul, a região usa 4.803,6 mil m³ de gás natural por dia, sendo o setor industrial responsável por 72% deste consumo. E a tendência é crescer. “Essa situação não só inviabiliza o aumento no volume de abastecimento do Porto Alegre, 27 de janeiro de 2012 / nº 4 / Ano XVII / www.fiergs.org.br S . E . M . A . N . A E CONOMIA DA REGIÃO S UL PODE TRAVAR SEM NOVOS INVESTIMENTOS EM GÁS NATURAL combustível nos três Estados como dificulta a atração e instalação na região de novas empresas”, afirmou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação é mais complicada porque a rede de distribuição funciona no formato de“telescó- pio”, ou seja, os gasodutos ficam mais finos à medida que avançam, reduzindo os volumes transportados. Para Glauco José Côrte, da Fiesc, a união dos Estados é fundamental para enfrentar a questão. “Nossas convergências serão sempre muito maiores do que nossas divergências”, garantiu. Outro entrave enfrentado diz respeito à falta de terminais marítimos para recebi- mento de Gás Natural Liquefeito (GNL), que poderiam suprir o aumento na demanda industrial. Recentemente o governo federal iniciou a construção de três novos portos GNL no País, mas nenhum deles na região Sul. Além do manifesto, as três Federações criaram um grupo de trabalho para estudar outras medidas a serem adotadas. Também irão envolver os governadores e suas ban- cadas federais. Algumas alternativas foram definidas, como a construção de um terminal de GNL na região Sul; o aumento na pressão do gasoduto Brasil-Bolívia e a exploração e operação de novas reservas no litoral do Sul. Se não houver isonomia no tratamento, as Federações alertam para as seguintes consequências: Comprometimento da expansão industrial e, portanto, da geração de emprego e renda na região Redução da competitividade Perda de novos investimentos Redução da eficiência de processos das indústrias consumidoras de gás natural, que ficam impossibilitadas de aumentar sua demanda Falta de confiança nas políticas públicas na área de geração e distribição de energia. Presidente da FIERGS participou de encontro entre as Federações Industriais dos três Estados do Sul do Brasil Foto: Rogério Theodorovy

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As Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paraná (Fiep) e Santa Catarina (Fiesc) assinaram na segunda-feira, em Curitiba, um manifesto requisitando ao governo mais investimentos na logística de distribuição de gás natural na região. Em reunião, os presidentes das três entidades, além de empresários e especialistas em energia, defi niram ações urgentes para garantir a ampliação do abastecimento no Sul do País, que vem sendo preterido nas políticas de investimento federal na área de distribuição. “Estamos praticamente travados pela falta de gás natural e, desta forma, perdendo competitividade”, disse o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.

Segundo dados do Fórum Industrial Sul, a região usa 4.803,6 mil m³ de gás natural por dia, sendo o setor industrial responsável por 72% deste consumo. E a tendência é crescer. “Essa situação não só inviabiliza o aumento no volume de abastecimento do

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economIa da reGIão sul pode travar sem novos InvestImentos em GÁs natural

combustível nos três Estados como difi culta a atração e instalação na região de novas empresas”, afi rmou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação é mais complicada porque a rede de distribuição funciona no formato de “telescó-pio”, ou seja, os gasodutos fi cam mais fi nos à medida que avançam, reduzindo os volumes transportados. Para Glauco José Côrte, da Fiesc, a união dos Estados é fundamental para enfrentar a questão. “Nossas convergências serão sempre muito maiores do que nossas divergências”, garantiu.

Outro entrave enfrentado diz respeito à falta de terminais marítimos para recebi-mento de Gás Natural Liquefeito (GNL), que poderiam suprir o aumento na demanda industrial. Recentemente o governo federal iniciou a construção de três novos portos GNL no País, mas nenhum deles na região Sul.

Além do manifesto, as três Federações

criaram um grupo de trabalho para estudar outras medidas a serem adotadas. Também irão envolver os governadores e suas ban-cadas federais. Algumas alternativas foram defi nidas, como a construção de um terminal de GNL na região Sul; o aumento na pressão do gasoduto Brasil-Bolívia e a exploração e operação de novas reservas no litoral do Sul.

Se não houver isonomia no tratamento, as Federações alertam para as seguintes consequências:• Comprometimento da expansão industrial

e, portanto, da geração de emprego e renda na região

• Redução da competitividade• Perda de novos investimentos• Redução da efi ciência de processos das

indústrias consumidoras de gás natural, que fi cam impossibilitadas de aumentar sua demanda

• Falta de confi ança nas políticas públicas na área de geração e distribição de energia.

Presidente da FIERGS participou de encontro entre as Federações Industriais dos três Estados do Sul do Brasil

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A escolha de São Leopoldo para a ins-talação da fábrica de elevadores, esteiras e escadas rolantes da Hyundai deve resultar em novos investimentos para o Rio Grande do Sul. A avaliação é do presidente da FIERGS, Heitor José Müller. “A chegada da empresa representa o início de uma etapa que pode trazer mais indústrias da Coreia do Sul. Precisamos promover um choque de industrialização no Estado tendo em vista que a manufatura perdeu muito espaço para a agricultura nos últimos anos”, afirma Müller.

O anúncio do município ocorreu na sexta-feira (21) por meio do vice-presi-dente da Hyundai no Brasil, Victor Park. Segundo ele, a razão que mais pesou para a decisão foi o processo de logística e o suporte que a cidade ofereceu. “No pacote como um todo, São Leopoldo estava mais preparada para nos rece-ber e para concretizar essa fábrica no menor espaço de tempo”, informa Park. O Rio Grande do Sul também chamou a

atenção da multinacional pela qualidade dos profissionais e a disponibilidade para treinamento. A FIERGS, por meio do Senai-RS, será uma das responsáveis pela capacitação dos trabalhadores, de acordo com o perfil que a sul-coreana necessita. “Temos um apoio muito gran-de da FIERGS que nos ofereceu todas as condições para preparar da melhor maneira a mão de obra para a nossa indústria”, relata Park.

Em agosto de 2011, executivos da sul-coreana, liderados pelo presidente e CEO da Hyundai Marinha Mercante (HMM), Suk-Hui Lee, participaram da Reunião de Diretorias FIERGS/CIERGS, quando declararam que os coreanos também têm interesse em áreas como operações de logística no Porto de Rio Grande e no transporte de gás natural liquefeito. Conforme Park, já há negociações para que outras empresas de médio e grande portes da Coreia do Sul se estabeleçam no Estado.

Instalação da HyundaI deve atraIr maIs empresas

para o rIo Grande do sulComérCio ExtEriorComo participar estrategicamente de feiras internacionais. Este é o tema do encontro promovido pela FIERGS, por meio do Centro Internacional de Ne-gócios, e CNI. Será realizado no dia 9 de fevereiro, na sede da entidade, com apoio da Softsul e Al-Invest. A aborda-gem terá como foco a missão para a feira Cebit e o Encontro de Negócios BITS, ambos agendados para este ano. Informações: (51) 3347-8675.

NEgoCiação iNtErNaCioNalA FIERGS realiza, dia 29 de feverei-ro, treinamento para as empresas analisarem os riscos e obrigações e responsabilidades envolvidas na negociação internacional, além de apresentar as estratégias para mini-mizar os riscos. O curso ocorrerá na sede da entidade, em Porto Alegre. Mais informações: (51) 3347-8675 ou e-mail [email protected].

missão à itáliaIndústrias do segmento de beleza e cosméticos podem participar da Missão Empresarial à Feira Cosmoprof, que ocorre de 8 a 14 de março, em Bolonha, na Itália. As inscrições estão abertas. A feira é especializada nos setores de per-fumaria, cosméticos, penteados, beleza e embalagem. A realização da missão é da CNI, Fiepe, com a colaboração da FIERGS, e ocorre no âmbito do Programa Al-Invest. Informações: (51) 3347-8675.

FEira Bits 2012As empresas interessadas em participar do Encontro de Negócios Al-Invest BITS 2012 podem enviar a ficha de participação até 30 de abril. As vagas são limitadas. A iniciativa ocorrerá em paralelo à Feira BITS South America, em maio, em Porto Alegre, e direciona-se às empresas interessadas em identificar oportunidades de negócios e estabe-lecer parcerias com Europa e Mercosul no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação. A realização é da CNI com apoio da FIERGS, no âmbito do Programa Al-Invest IV. Informações: (51) 3347- 8675 ou [email protected].

A G E N D A

Park (D) destacou a parceria com a FIERGS na Reunião de Diretoria da entidade

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senaI: 70 anos de educação profIssIonal

A educação profissionalizante e tecno-lógica no Brasil tem um marco histórico: o surgimento do Senai em 1942. Ao longo de sete décadas, a organização vem oferecendo ensino focado nos interesses e na realidade da indústria nacional. Esta história começa no governo Vargas. Turbulências políticas decorrentes da Segunda Guerra Mundial, comprometimento no ritmo das importações, carência de pessoal qualificado. Esse era o cenário quando se iniciava o processo de in-dustrialização do País. A solução foi dada pelo idealismo de empreendedores brasileiros, propondo administrar, dirigir e manter pelo próprio setor produtivo uma organização voltada para a educação profissional.

Surgiu, assim, há 70 anos, o Senai, vinculado à CNI. Já na ocasião, estava claro que sem edu-cação profissional não haveria futuro industrial para o País. No entanto, desde sua criação, muita coisa mudou. Da escola formadora de mão de obra especializada a organização passou a ser um polo nacional de geração e difusão de conhecimento e poderoso agente de desenvolvimento industrial e social.

Desde 22 de janeiro de 1942, são 55 milhões de profissionais preparados para

o trabalho e para a vida. Alguns exemplos: o torneiro mecânico e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o eletricista e astronauta Marcos Pontes e o mecânico de automóveis e tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet. O Senai também apoia empresas em 28 áreas industriais por meio da prestação de serviços técnicos e tecnológicos, como consultoria e assistência ao setor produtivo, com redes de laboratórios, pesquisa aplicada e informação tecnológica, inclusive de apoio à inovação. No Rio Grande do Sul, o Senai já capacitou 1,4 milhão de pessoas.

Com assessoria técnica e tecnológica, o Senai busca soluções para problema de qualidade de produtos ou gargalos na produ-tividade da empresa ou instituição. A sua rede de laboratórios oferece serviços de calibração, dosagem, ensaio e/ou teste de desempenho para qualificação de produtos e processos, preferencialmente fundamentada em normas técnicas ou procedimentos sistematizados. O trabalho executado com a pesquisa aplicada tem o objetivo de desenvolver ou aprimorar produtos, processos ou sistemas, utilizando uma ampla rede de laboratórios, centros de informação e de especialistas, com foco na

pesquisa de novos conhecimentos ou na compreensão dos já existentes.

Todo esse leque de opções que o Senai oferece à indústria, os estudantes e a socie-dade em geral encontram em mais de 800 unidades fixas e móveis. Elas atuam de acordo com as necessidades locais e contribuem para o fortalecimento da indústria e o desenvolvi-mento pleno e sustentável do Brasil.

graNdEs CoNquistas

BRASIL• 2,4 milhões de matrículas anuais • 3 mil cursos • 471 unidades fixas e 326 móveis • 29 países em parcerias internacionais

RIO GRANDE DO SUL• 123 mil matrículas anuais• 1.484 cursos nas modalidades

de aprendizagem, qualificação, aperfeiçoamento, técnica, graduação e pós-graduação

• 106 unidades fixas e 37 móveis• 28 áreas industriais• 22 parcerias internacionais

Jovens são preparados para o mercado de trabalho com ensino que oferece tecnologia e inovação

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Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS - Av. Assis Brasil, 8787 - CEP 91140-01 - Porto Alegre-RSFone (51) 3347.8681 - Fax (51) 3347.8779 - E-mail: [email protected] - www.fiergs.org.br

O espetáculo Fê e Pê, do grupo Zoando Som, será a atração deste sábado, às 18h, na Tenda Multiartes, dentro da programação do Sesi Verão em Tramandaí. A Tenda Multiartes, em parceria com a Petrobras, está localizada na Avenida Beira-Mar, até 5 de março, com atividades diárias que incluem ginástica na praia (às 8h e 17h), Programa Atleta do Futuro (às 9h, 11h, 16h e 19h), Praia Inclusiva para

Todos (banho de mar para cadeirantes), grupo de caminhada (quartas, sextas e domingos, às 8h30min) e de corrida (terças, quintas e sábados às 8h30min). O local ainda conta com cursos do Cozinha Brasil e o Centro Cultural Sesi, além de esportes de aventura, como o rafting (foto) No domingo haverá intervenções de teatro de rua. Informações: www.tendamultiartes.blogspot.com.

Uma das maiores escolas de negócios do mundo, a Insead (França) será parceira do Instituto Euvaldo Lodi, integrante do Sistema FIERGS, no programa Alianças Estra-tégicas para Inovação e Internacionalização, que será realizado de 26 a 28 de abril, em Bento Gonçalves. A Insead foi considerada, em 2011, a 3ª melhor escola de negócios da Europa e a 4ª Global MBA, no ranking do Financial Times. As aulas são direcionadas a CEOs, diretores, empresários e executivos. O conteúdo abrangerá o potencial para inovação das economias emergentes e o desenvolvimento de uma estratégia de internacionalização sustentável.

O programa será ministrado pelos professores do Insead Lourdes Casanova e Yves Doz. Casanova é docente no Depar-tamento de Estratégia da escola, especiali-

zada em negócios internacionais com foco na América Latina e multinacionais dos mercados emergentes. Tem mestrado na Universidade de Southern California e um PhD pela Universidade de Barcelona. Hoje atua na Escola de Negócios da Universidade de Zurique e Universidade Autônoma de Barcelona. Ela dirigiu e ministrou vários programas de educação executiva para líderes de multinacionais como Telefonica, BBVA e Cemex.

Já Yves Doz é doutor pela Universidade de Harvard e já lecionou na Escola de Negó-cios de Harvard, Stanford Graduate School of Business, Universidade Nacional de Seul e Aoyama Gakuin University, em Tóquio. É professor de Inovação Tecnológica na In-sead e professor visitante na Universidade Aalto (Anteriormente Helsinki School of

Economics). Seu trabalho mais recente é apresentado no livro Managing Innovation Global, com a coautoria de Keeley Wilson, publicado em 2011. A pesquisa foi baseada em entrevistas com 150 executivos de em-presas globais como Cisco, HP, IBM, Intel, Nokia e SAP, considerando indicadores, ferramentas e comportamentos de lide-rança implementados que levaram a seu crescimento e são detalhados de forma a servir como exemplos de práticas a serem adotadas.

O Programa dá sequência às parce-rias que o IEL realiza, anualmente, com grandes escolas de negócios do mundo, como Wharton School e Stanford Graduate School of Business.

Informações: telefone (51) 3347- 8684 ou no site www.ielrs.org.br/cursoinsead.

Iel-rs e Insead são parceIros em capacItação empresarIal

sesI verão apresenta fê e pê

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