POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
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FACULDADE ADELMAR ROSADO – FARCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO SOCIAL: SAÚDE, POLITICAS
PUBLICAS E ASSISTENCIA SOCIALDORANE FRANÇA
POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
TERESINA2015.1
DORANE FRANÇA
POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Artigo apresentado a Coordenação do Curso de Especialização em Gestão Social em saúde, política públicas e Assistência Social da Faculdade Adelmar Rosado – FAR, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Social sob a orientação do Prof. Esp. Junior Ferreira
TERESINA2015.1
DORANE FRANÇA
POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
FOLHA DE APROVAÇÃO
_______________________________________
Profª. ..................
Presidente da Banca Examinadora
_______________________________________
Prof. Esp. Emanuel Junior Ferreira
Orientador
_____________________________________
Prof. Esp.
Convidado da Banca Examinadora
TERESINA2015.1
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me inspirar e me iluminar a reflexão deste tema e construir seu
conteúdo, também as pessoas que participaram direta e indiretamente deste
trabalho.
Dedico este artigo a todos os profissionais de saúde que lutam arduamente para ganhar seu pão de cada dia e atendem seus usuários do sus com humanização carinho e respeito ao próximo.
RESUMO
Neste estudo buscou se analisar os desafios para implementação da política de
humanização na perspectiva dos profissionais de saúde. Trata-se de um estudo de
abordagem qualitativa descritivo-exploratório, faz-se necessário para a conformação
do trabalho em equipe na concepção integração ou interdisciplinar que os
profissionais busquem conhecer as diretrizes políticas, bem como a humanização no
Hospital em estudo, de forma a nortear melhor a sistematização do cuidado e da
gestão da assistência e a aplicação efetiva de protocolos, de forma que, possam dar
o melhor atendimento para os usuários internados na perspectiva da integralidade
do cuidado e conhecimento, Trabalho este fonte da pesquisa de um trabalho
monográfico realizado em 2014 no Hospital Dirceu Arco verde.
Palavras chave: humanização, profissionais.
ABSTRACT
This study sought to analyze the challenges to implementation of the policy of
humanization in the perspective of health professionals.This is a descriptive-
exploratory qualitative approach, it is necessary for the conformation of teamwork in
the design or interdisciplinary integration professionals seek to meet policy
guidelines, as well as the humanization in Hospital under study in order to better
guide the systematization of the care and management of the assistance and the
effective application of protocols, so that, can give the best service to users admitted
to the perspective of the completeness of the care and knowledge, this Job search
source of a monographic work held in 2014 in Hospital green Arc Paiboon.
Keywords: humanization, professionals
1. INTRODUÇÃO
Em 2003,a Política Nacional de Humanização da atenção e gestão no SUS,
Humaniza SUS programa este que incentiva um aumento na autonomia e no
protagonismo desses sujeitos, estabelecendo vínculos solidários e a participação
coletiva no processo de gestão, visando mudança nos modelos de atenção e gestão
dos processos de trabalho, tendo como foco as necessidades dos cidadãos e
produção de saúde.
Na transformação do modelo assistencial a humanização do atendimento
tem que garantir o direito à informação, que é o elemento vital para tomada de
decisões. As informações devem ser simples, aproximativas, inteligíveis, legais,
respeitosas e suficientes para garantir autonomia.
Nesse sentido, este trabalho em saúde incorporou tecnologias leves que se
materializam em práticas relacionais, a exemplo do acolhimento e vínculo
profissional-paciente. O profissional de saúde atuando no hospital se expõem ao
cotidiano estressante, e em muitas vezes o aborrecimento afeta o seu desempenho
diário, a necessidade da Política da Humanização vem para frear condutas
desumanizantes no dia a dia do profissional de saúde.
Pode se identificar que a experiência adquirida durante a coleta de dados, foi
de grande importância para construção deste artigo, conhecendo assim a realidade
dos profissionais de saúde e suas percepções acerca da Política de Humanização.
Sendo assim este artigo aborda o tema a Política de Humanização na
Perspectiva dos profissionais de saúde, baseado no estudo e pesquisa realizado no
Hospital Dirceu Arco Verde, um hospital de urgência e emergência na cidade de
Parnaíba-PI, onde o sujeito da pesquisa foram os profissionais de saúde atuantes
nesta unidade de saúde são eles: Enfermeiros, técnicos, Médicos, Assistentes
Sociais e demais profissionais de saúde.
A importância e objetivo principal desta pesquisa e Identificar a perspectiva
dos profissionais de saúde em relação a política de humanização, além de objetivar
especificadamente a visão de diversos profissionais de saúde sobre a política de
humanização e analisar o ponto de vista acerca da humanização no fazer
profissional deles em seu cotidiano de trabalho.
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Como justificativa de buscar compreender e analisar a perspectiva dos
profissionais de saúde no Hospital Dirceu Arco Verde um hospital que já está
implementando a mais de um ano o atendimento humanizado de acordo com a
Política Nacional de Humanização (PNH), surge a necessidade de aprofundamento
acerca do tema, utilizando, para tal, a elaboração deste artigo.
2. HUMANIZAÇÃO (Conceito)
A humanização pode, então, ser traduzida como um ideal de construção de
uma livre e inclusiva manifestação dos diversos sujeitos no contexto da organização
das práticas de saúde, através de interações mais simétricas entre todos envolvidos
nesse processo e do estabelecimento de uma relação adequada entre profissionais
e clientes do setor saúde (HOGA, 2004).
A partir daí, a humanização torna-se um desafio social nos aspectos da
cultura organizacional, nas relações assimétricas entre profissional-cliente e na
hegemonia de uma objetividade científica utilitarista (HOGA, 2004).
A proposta da humanização também está inserida na perspectiva qualitativa
onde há o respeito à diferença, a valorização do protagonismo dos sujeitos
(profissionais e clientes) e a centralidade da comunicação (DESLANDES, AYRES,
2005).
Em 2003, no primeiro ano do Governo Lula, o PNHAH foi extinto e
substituído pela Política Nacional de Humanização (PNH), HUMANIZASUS. Essa
política faz parte do esforço para melhorar o sistema público de saúde e torna-se
tributária do contexto da reforma sanitária, inaugurada na década de 80 e
formalizada na Constituição de 1988, que visava assegurar o direito universal à
saúde no país. Isso se torna evidente no próprio documento do HUMANIZASUS,
quando afirma que a saúde, como “direito de todos e dever do Estado”, é uma
“conquista do povo brasileiro” e que toda conquista é “resultado e início de outro
processo” (BRASIL, 2004, p.7).
A Política Nacional de Humanização (PNH), que também pode ser chamada
de HUMANIZASUS, busca promover a mudança de cultura no âmbito das práticas
de saúde, tanto na atenção quanto na gestão, favorecendo a formação de sujeitos
sociais (gestores, trabalhadores e usuários) responsáveis e comprometidos com a
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eficácia e a qualidade dos serviços de saúde, pautando-se na ética da
responsabilidade e na cidadania. (BRASIL,2010).
Seu propósito é o de contribuir para a melhoria da qualidade da atenção e
da gestão da saúde no Brasil, por meio do fortalecimento da Humanização como
política transversal na rede e afirmando a dissociabilidade do modelo de atenção e
de gestão (BRASIL, 2008a).
2.1 POLITICA DE HUMANIZAÇÃO
A Política Nacional de Humanização (PNH) é uma estratégia de
fortalecimento do Sistema Público de Saúde, em curso no Brasil desde meados de
2003. Seu propósito é o de contribuir para a melhoria da qualidade da atenção e da
gestão da saúde no Brasil, por meio do fortalecimento da Humanização como
política transversal na rede e afirmando a indissociabilidade do modelo de atenção e
de gestão (BRASIL, 2008a).
A proposta da Política Nacional de Humanização (PNH) concorda com os
princípios do SUS, ressaltando a precisão de garantir atenção integral à população e
táticas de expandir a condição de direitos e de cidadania das pessoas. Investindo na
perspectiva da transdisciplinaridade, propõe uma ação que leve à "ampliação da
garantia de direitos e o aprimoramento da vida em sociedade” (BRASIL, 2004). Com
isso, já deixa enxergar a complexidade acerca do que se pode constituir como
âmbito de monitoramento e avaliação da humanização em saúde.
A PNH aposta no reposicionamento dos usuários, ou seja, no seu
protagonismo, na força do coletivo, na importância da construção de redes de
cuidados repartidos: uma aposta política. Destaca os “direitos das pessoas” usuários
e trabalhadores de saúde, com a potencialização da capacidade de criação que
constitui o humano, valorizando sua autonomia em uma forma coletiva dos
processos de atenção e gestão.
Neste conceito, são apostas básicas da política de humanização o direito à
saúde, garantido pelo acesso com responsabilização e vínculo; continuidade do
cuidado em rede; garantia dos direitos aos usuários; aumento de eficácia das
intervenções e dispositivos; e o trabalho criativo e valorizado, através da construção
de valorização e do cuidado aos trabalhadores da saúde.
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O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi
criado no ano de 1999, pela Secretaria da Assistência à Saúde do Ministério da
Saúde, com os objetivos de Nogueira-Martins (2001):
Melhorar a qualidade e a eficácia da atenção dispensada aos usuários da
rede hospitalar; Recuperar a imagem dos hospitais junto à comunidade; capacitar os
profissionais dos hospitais para um conceito de atenção à saúde baseado na
valorização da vida humana e da cidadania; conceber e implantar novas iniciativas
de humanização beneficiando tanto os usuários como os profissionais de saúde;
estimular a realização de parcerias e trocas de conhecimentos; desenvolver um
conjunto de indicadores/parâmetros de resultados e sistemas de incentivos ao
tratamento humanizado.
A própria mudança do PNHAH para a PNH que aumenta o campo iluminado
da humanização, mantendo foco nas relações intersubjetivas, mas acentuando a
necessidade de mudar processos de gestão e organização do trabalho na área de
saúde tem como base a realidade descrita nesses e noutros trabalhos. (RIOS,
2009).
Após a realização, pelo Ministério, de um projeto-piloto com alguns hospitais
em 1999 e de uma primeira fase de ação com vários hospitais em 2000, as
Secretarias de Estados e Municípios ficaram, no ano de 2001, encarregadas da
multiplicação do Programa. Em São Paulo, no nível estadual, a centralização das
atividades ficou a cargo da Coordenação dos Institutos de Pesquisa (CIP) da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (NOGUEIRA-MARTINS, 2002)
Foi formado um Grupo Técnico responsável pelo desenvolvimento do
Programa, composta por cinco (05) profissionais da área de Saúde Mental. Durante
o ano de 2002, o Grupo Técnico realizou os Encontros para a Formação de Grupos
de Trabalho de Humanização (GTH), trabalhando com representantes de 40
hospitais da rede pública, com o objetivo de formar o GTH de cada hospital.
(NOGUEIRA-MARTINS, 2002)
Foram ministradas aulas teóricas e realizadas supervisões em pequenos
grupos, em encontros mensais, com esses representantes (um ou dois de cada
instituição). As aulas teóricas abordaram temas como: Gestão SUS, Aspectos
psíquicos nas relações profissionais, Conceito de Humanização, Formação de
grupo, Trabalho interdisciplinar.
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As supervisões trabalharam com dinâmica grupal, elaboração em grupo dos
conteúdos das aulas teóricas, discussões específicas da realidade de cada hospital
para a formação do Grupo de Trabalho de Humanização, e orientações pontuais do
supervisor a respeito de questões práticas encontradas no dia-a-dia do trabalho de
implantação do GTH. (NOGUEIRA-MARTINS, 2002)
O PNHAH surge como uma tentativa de enfrentar os problemas relativos à má
qualidade nas várias áreas do atendimento hospitalar, voltando-se para as
necessidades de clientes e profissionais. Incentiva o acolhimento das pessoas, a
promoção de uma cultura de respeito e valorização humana no cuidado aos clientes
e a ampliação da qualidade técnica da assistência (BRASIL, 2004a)
2.1.1 IMPLANTAÇÕES DA POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO NO HEDA
A Política de humanização No HEDA foi implantada em 2007 quando foi
criado o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), visando à implementação do
politica nesta unidade com a realização pela Secretaria de Saúde do Estado-
(SESAPI) de várias oficinas de capacitação.
Durante toda a trajetória de implantação desta política no hospital, o GTH
apresentou várias dificuldades de operacionalização, principalmente devido as
constantes mudanças de gestores. No entanto várias ações foram sendo
implementadas desde 2007 entre elas: Ouvidoria, brinquedoteca, atendimento com
classificação de risco, capacitação de funcionários, GTH.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Como a PNH está sendo desenvolvida no HEDA na Perspectiva dos profissionais de saúde
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Pensar nas questões da humanização sempre nos faz crer no âmbito global,
e não somente olhar para o corpo e as necessidades físicas, mas as afetivas e
sociais do indivíduo.
Veigas (2007, p.49) retrata que falar de humanização é fácil, o difícil é praticá-
la. Essa prática deve se aplicada como medicamento fitoterápico, em pequenas
doses, com paciência e com carinho, assim se conseguirá produzir em todos os
envolvidos o sentido da humanização.De acordo com a implementação na visão dos
profissionais:
Foram implementadas o sistema de acolhimento que acabou agora atualmente sendo agora classificação , do atendimento SAVVIS que e de atendimento a violência sexual ,também a questão da ouvidoria e importante na humanização e também os projetos do governo federal quanto atendimento a gestante na maternidade estes projetos ai de hospital amigo da criança e rede cegonha, teve vários eu mesmo participei ai de palestras do tratamento de humanização desde á chegada da gestante até a saída né, tbm saí com o bebê registrado aquela implementação do registro civil aqui dentro do hospital e tem outros que eu desconheço e não lembro(ENTREVISTADA J )
A entrevistada relata pontos da Política de humanização, como atendimento
especial as vítimas de violência sexual, os direitos da gestante e o ponto forte da
política de humanização a Ouvidoria, que e um núcleo de informações, queixas e
resolutividade dentro de um hospital.
Eu não conheço, apesar de fazer parte da fundação da humanização, fui eu e o André assistente social, que a princípio fomos treinados para poder capacitar o pessoal, eu não vejo que nenhuma ação foi efetivada (ENTREVISTADA A)
Desconhecer aspectos de humanização em sua totalidade e a visão desta
entrevistada por sua perspectiva ela deixa clara que nenhuma ação está sendo
efetuada dentro de seu local de trabalho.
Olha o que eu percebo dessas ações é assim, a clientela, os usuários ficaram mais acessíveis a administração do hospital e a administração permitiu que o usuário opina-se sobre a qualidade do atendimento, eu acho que dessa forma e os profissionais já foram questionados sobre dar mais atenção aos usuários, eu acho que dessa forma eu tenho visto, mais ainda e muito superficial eu acho. (ENTREVISTADO H)
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Este afirma que existe humanização, mais de forma isolada, referente ao
atendimento, mais em outros aspectos demostra algo isolado ou seja superficial,
nada efetivo.
Na maioria dos depoimentos foi destacado que durante todo este período vem
sendo implementadas ações de humanização, os profissionais conseguem visualizar
que está sendo realizado programas ativos de humanização, buscando assim
melhorar o atendimento ao usuário, porém outros profissionais veem a PNH como
algo isolado sem importância seja por falta de informação ou socialização do que se
passa dentro desta unidade de saúde com relação as ações de humanização.
3.1.1 MOTIVAÇÕES DOS PROFISSIONAIS E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
A intensidade refere-se a quanto esforço a pessoa despende na realização de
uma tarefa, sendo capaz de levar a resultados favoráveis quando conduzida em uma
direção que beneficie a organização. A persistência é a medida de quanto tempo a
pessoa consegue manter seu esforço. Os profissionais da instituição de saúde estão
motivados para desenvolver ações de humanização, deve-se existir respeito,
valorização e seu reconhecimento, isso no HEDA se configura da seguinte forma:
Mais o pessoal eles mesmos são capacitados, eles são bem motivados mesmos, eles são interessados para praticar a humanização aqui dentro (ENTREVISTADO – I )
Muitos sim outros não, O que falta e uma capacitação dos profissionais para uma atuação mais comprometida com as diretrizes da política, de modo que interfira nos procedimentos absorvidos historicamente por esses profissionais que vão de encontro ao novo modelo. (ENTREVISTADA-C)
O reconhecimento do profissional, eu acho que não e como deveria ser, porque quem trabalha no serviço público passa por muitas necessidades e dificuldades, mas como você sabe né,nem todo serviço e 100 % perfeito.(ENTREVISTADA E)
NÃO ,não acho que estejam motivados ,justamente pela banalização que inicia um projeto ,termina ,começa a fazer qualquer trabalho de humanização e não se termina ,então acho que isso desmotiva .Eu me lembro que a primeira reunião que a gente fez a gente tinha a participação de uns 4 médicos a gente tinha uma equipe de mais de 40 pessoas ,hj se vc chamar alguém para se reunir sobre humanização ,acho que vão 5 ou 3,para vc ver o nível de envolvimento que as pessoas tem ,não tem mais credibilidade. Precisa alguma coisa acontecer para isso caminhar (ENTREVISTADO –A)
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Ainda não, precisa que o contexto do objetivo do hospital que e de urgência e emergência e a demanda também as vezes dificulta abordar o lado afetivo emocional, como os pacientes e outros usuários e a quantidade de pessoas para atender. (ENTREVISTA H)
Ainda não é nítida essa motivação, se há motivação, creio que não tenha nenhuma relação direta com a implementação da PH, até porque não é percebido ações que garantem a valorização e reconhecimento desses profissionais. (ENTREVISTADO –I)
A motivação e a satisfação dos colaboradores que atuam na área da saúde
propiciam diretamente muitos ganhos para a qualidade dos serviços prestados.
Esses colaboradores do HEDA se defrontam com várias mudanças de gestores e
pouco reconhecimento profissional, ocasionando a falta de motivação e stress.
3.1.2 PROTAGONISMOS DOS SUJEITOS
O respeito e o protagonismo dos sujeitos o cuidado e o fator primordial na
humanização. Em um hospital humanizado o paciente deve ser tratado com
respeito, com autonomia e protagonismo. No HEDA os profissionais relatam da
seguinte forma
O paciente ou familiar só é ouvido quando age com certo desespero ou apela para outros expedientes, como a imprensa por exemplo. (ENTREVISTADO L)
Acontece? -Por alguns servidores ali sim, por outros não, não vou lhe dizer que são todos, pois eles não sabem o que e isso, alguns sabem outros não (ENTREVISTADO A)
Infelizmente não é frequente essa prática. Há uma grande demanda para o porte dessa instituição hospitalar, o que dificulta tal prática. Para que isso aconteça é necessário investimento na estrutura física e de recursos humanos. (ENTREVISTADO I)
Esta relação pode ser estabelecida, conhecendo a fundo os deveres e direitos inerentes a política de saúde. (ENTREVISTADO-E)
A partir do princípio que todo cidadão merece respeito e tem direito de sua saúde e ser tratado como gente. (ENTREVISTADO-D)
Em um discurso contrário aos princípios da PNH a entrevistada G,
relata:
E como eu lhe falei ,se trata com respeito ,mais e mão dupla ,tem que haver respeito ,por exemplo ele pode ter acesso ao prontuário ,mais chega o
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ponto, eu vou lhe dar um exemplo : chegou aqui uma avó ,dizendo que tudo que a gente estava fazendo era errado ,chegou ao ponto da gente dizer olha senhora eu não vou questionar com a senhora porque a senhora não tem um grau de entendimento .Ela não aceitava a posição que a gente colocava o bebê ,ela dizia que estava errado ,tudo ela dizia que estava errado e que ela queria o prontuário agora ,só que a gente não pode dar o prontuário ,sem ter terminado ,por exemplo quando a gente termina a gente fecha o prontuário ai entrega pro departamento e eles vão arquivar tudo ,então depois a pessoa tem acesso ,ela pode pegar na hora que quiser ,mais só que eu não posso está dando toda hora porque vai se extraviar ,vai se perder e isso e uma questão de protocolo ,então esta pessoa estava questionando o tempo todo ,tudo que a gente fazia a gente tentava explicar ,foi preciso vários funcionários para explica, nós trabalhamos aqui com médicos,enfermeiros,fisioterapeutas ,técnicos ,temos uma fonoaudióloga ,então todos nós falamos com ela ,o fisioterapeuta ,foi explicar porque da posição da criança estava ali ,todos foram explicar os procedimentos e ela não aceitava ,então tem que ter este respeito a gente explica ,mais nem sempre a pessoa entendem ,elas não tem uma noção, hoje em dia tem o google onde vc pode pesquisar sobre exames e tem uma senhora que veio aqui dizendo que pesquisou na internet e achava que os sintomas da filha dela era de leucemia e na verdade não era nada disso ,então tudo isso e muito complicado.(ENTREVISTADA G)
No caso acima pode-se perceber que o profissional tem pouca ou
nenhuma compreensão do que seja autonomia, não existe compreensão de que a
voz do usuário é fundamental neste processo
Desenvolver um programa de humanização institucional pressupõe
transpor barreiras disciplinares nas quais os profissionais se encontram
frequentemente inseridos. É preciso entender, no entanto, que não são as
dificuldades que ocasionam situações geradoras de desumanização, mas a
percepção que o ser humano tem delas num dado momento, como obstáculos
insuperáveis.
3.1.3 DESAFIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA PNH
Dessa forma, nosso desafio é resgatar nossa capacidade de cuidar e acolher
o outro. No campo da saúde pública, o desafio é ainda maior: é necessário transpor
os princípios que constam na Constituição Federal para os modos de operar o
trabalho na atenção e gestão em saúde no cotidiano dos serviços, nas diferentes
realidades territoriais (BRASIL, 2009).
Na visão dos entrevistados, foram relatados da seguinte forma:
Maior desafio está em sensibilizar a própria população usuária do serviço do HEDA, em relação aos seus direitos e deveres. (ENTREVISTADO-E)
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Pergunta difícil de ser respondida. Primeiro os colegas de trabalho precisam se colocar no lugar dos usuários e entender que amanhã pode ser um deles. (ENTREVISTADA-D)
Eu penso que hoje o maior desafio para implementação da PNH, é a falta de compromisso da gestão, o que torna as ações fragilizadas.Falta de motivação dos profissionais para a PNH; A falta de recurso financeiro específico para a PNH;(ENTREVISTADO-I)
Conseguir trazer os funcionários para discutir humanização; Colocar o cliente, realmente, como prioridade. (ENTREVISTADO-L)
As condições em relação ao nosso setor e ainda muito precária ,em relação a equipamentos e materiais e segurança , a falta de investimento ,segurança deixa muito a desejar, a gente que fica na porta de entrada a gente pega de tudo que vc imaginar, as pessoas chegam ao hospital elas não querem saber que médico está de plantão está atendendo uma urgência ,que seja a urgência extrema eu não quero saber (voz do paciente segundo a entrevistada) na maioria das vezes há discursões ,brigas porque as pessoas chegam elas não querem saber de esperar, no mais a segurança e matérias deixa muito a desejar aqui.(....) Para mim e a consciência da população, a população infelizmente ainda e desinformada. O hospital aqui não realiza cirurgia tudo e transferido para Teresina mais quem sabe isso um dia melhore (ENTREVISTADA-B)
eu acho que tem muito o que melhorar ,como eu te falei este programa do SAVVIS foi bom,mais existe mais humanização eu acho que a humanização não só começa da enfermagem como o serviço social não .a humanização tem que iniciar desde recepção que o paciente e atendido até o próprio medico ,porque as vezes o paciente ele e atendido muito bem na recepção ,pela equipe de enfermagem ,mais quando ele chaga lá na frente do médico as vezes ele e mal tratado ,então vice e versa então .Eu acho assim que a humanização ela tem que se em conjunto ,tem que ter mais cursos de humanização desde a portaria até o médico pra que o paciente ele seja colhido na forma da necessidade dele ,eu acho que tem que melhorar bastante (ENTREVISTADA-F)A informação e o principal desafio entre os profissionais e os usuários sobre os direitos e deveres até o próprio gestor saber os direitos e deveres de todos a principal dificuldade é isso, pois para se conseguir a humanização não falta muita coisa e só vc chegar conversar, dar atenção, dar condição para pessoa se sentir bem .Pra se fazer humanização não precisa de muito espaço, de equipamentos ,pra fazer humanização vc precisa do básico as pessoas saberem dos seus direitos saberem o necessário para poder se comprometer mesmo e uma coisa de mão dupla.(ENTREVISTADA-J)
Acho que o maior desafio e a qualidade no atendimento e a falta de tempo dos profissionais devido ao grande número de pessoas atendidas. A chave da humanização está mesmo no tempo que o profissional tem para conversar, dialogar sobre o real problema do paciente (ENTREVISTADO-H)
(…) Porque quando se começa a humanização ,devia começar divulgando ,fazendo a conscientização das pessoas que vão usufruir desta humanização, porque cada um interpreta de uma forma diferente e dica difícil para gente explicar porque no hospital nós fazemos procedimentos que a pessoa se expõem ,então e muito difícil você ,como e no caso da obstetrícia ta ali a mulher parindo e um homem que não parente nem nada ,fica ali observando e que entrar e se sente no direito porque minha mulher ta ali ,mais ele não fica com a mulher ele fica olhando as outras ,então não respeitam ,então as meninas estão com dificuldades
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muito grandes ,pessoas que acham que podem entrar na Uti ,elas não tem um conhecimento da dinâmica do hospital então e muito complicado isso.(ENTREVISTADA-G)
No discurso dos profissionais entrevistadas sobre os desafios para
implantação da a política de humanização fica evidente que sua efetivação depende
de vários fatores, não estando relacionada apenas e tão somente a falta de
infraestrutura, como equipamentos e recursos humanos. A fala destes sujeitos
revela que é preciso sensibilizar a própria população sobre os direitos e deveres,
sendo necessário ainda se colocar no lugar no usuário, tendo este como prioridade.
Os profissionais na sua maioria concebem que apesar dos limites
institucionais o HEDA desenvolve ações de humanização e que a informação e o
principal desafio na execução desta politica
4. CONCLUSÃO
Buscou se para caracterização do processo do desafio da PNH no HEDA
(Hospital Estadual Dirceu Arcoverde), a pesquisa através das entrevistas semi
estruturada e observações com diálogos informal, para ampliar o tema, visando a
caracterização da instituição, quanto a sua organização em programas e
atendimento em saúde. Os sujeitos da pesquisa escolhidos foram os profissionais de
saúde, pois eles são os fatores primordiais no processo de humanização e
promoção de saúde.
Pode se identificar que a experiência adquirida durante a coleta de dados,
foi de grande importância para construção deste trabalho, conhecer a realidade dos
profissionais de saúde, suas percepções.
Vale ressaltar que a intenção deste estudo aqui não é esgotar a
discussão sobre o tema, mais sim realizar uma aproximação ao fenômeno, em
aprender as possibilidades reais dos desafios da implementação da PNH no HEDA
na busca de conhecer os reais desafios no ponto de vista dos profissionais de
saúde.
No HEDA, instituição onde está inserida o estudo, vem vivenciando nos
últimos anos de forma rotineira a troca de gestão e tem sido alvo de questões
políticas, que reflete no atendimento aos usuários e no desempenho dos
profissionais. O desencadear de tais acontecimentos caracterizam uma crise
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institucional com reflexos prejudiciais na assistência prestada, conforme relatado
pelos profissionais de saúde. Também é sentido por esses profissionais como um
fator de sobrecarga e desgaste no ambiente de trabalho.
A falta de um canal efetivo para o diálogo e comunicação entre os demais
profissionais e algo falho dentro do HEDA, necessita a instituição de uma dedicação
maior, sabe-se que na saúde pública investimentos nessa categoria e algo
dificultoso se tratando de algo que só depende dos próprios gestores e não da
própria política. A falta de um setor colegiado dificulta o andamento da boa gestão.
5. REFERÊNCIAS
BRASIL Ministério da Saúde. PNH - Política Nacional de Humanização. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS). 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política de Humanização. HumanizaSUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4. ed. Brasília, 2008a.
______. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instancias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004a.
______. Ministério da Saúde. Clínica Ampliada e compartilhada. Brasília: Ministério da Saúde; 2009a.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Cadernos Humaniza SUS. Atenção Básica. v.2 Brasília, 2010a.
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HEDA-Hospital Dirceu Arco Verde: http://www.heda.pi.gov.br/index.php acessado em janeiro de 2015
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