Politica de Dividendos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA DO IPA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO MIRIAN KRAUSBURG DE ARAUJO POLÍTICA DE DÍVIDENDOS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA DO IPA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

MIRIAN KRAUSBURG DE ARAUJO

POLÍTICA DE DÍVIDENDOS

PORTO ALEGRE

2014

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MIRIAN KRAUSBURG DE ARAUJO

POLÍTICA DE DIVIDENDOS

Trabalho da disciplina de administração financeira e orçamentaria II do Centro Universitário Metodista do IPA como requisito parcial para conclusão da disciplina. Professor: Carlos Arthur Lecini

PORTO ALEGRE

2014

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1. Política de Dividendos – Conceito e Características

A política de dividendos é de extrema importância, pois é considerada

uma das principais decisões da administração financeira, principalmente no

fator de tomada de decisão, já que a administração da política de dividendos

pode influenciar no preço das ações das organizações. Para Lemes Junior

(2005, p. 305) a "política de dividendos é o procedimento adotado pela

empresa nas decisões de reter ou distribuir lucros". O autor Gitman (2002)

acredita que a política de dividendos representa um plano de ação a ser

seguido, sendo que, deve ser formulada com base em dois critérios essenciais:

maximizar a riqueza dos acionistas e fornecer financiamentos suficientes,

entretanto eles não são excludentes e buscam estarem inter-relacionados.

A política de dividendos consiste na implementação de uma deliberação

tomada pela administração da empresa com relação à parcela do lucro líquido

a ser retida na empresa e, consequentemente, com relação à parcela a ser

distribuída aos acionistas. Por isso decisão impacta diretamente nas decisões

estratégicas acerca de financiamento da empresa.

2. Modelos de Política de Dividendos

Crescimento Constante: Os investidores preferem empresas que

mantém certa estabilidade ao longo do tempo no valor dos dividendos

distribuídos. A empresa define um valor e uma taxa de crescimento

anual real e mantém essa programação mesmo que os lucros flutuem.

Dividendos Constantes + Dividendo Extra: Para períodos favoráveis

sem se comprometer de maneira permanente.

Liquidez e Capacidade de Endividamento: Quanto maior a liquidez de

uma empresa maior a capacidade de pagar dividendos. Uma empresa

rentável em crescimento pode ter baixa liquidez devido às necessidades

de financiar o seu crescimento, mas talvez queira manter o pagamento

de dividendos de qualquer forma e então ela recorre ao endividamento

par pagar os dividendos.

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Dividendos pagos em Ações: Estudos têm mostrado que o valor das

ações tende a crescer apenas se o pagamento de dividendos em ações

for acompanhado de crescimento nos lucros.

Oferta de recompra de ações: Tendo recursos para distribuir, a

empresa recompra ações ao invés de pagar dividendos. Para o acionista

significa uma troca de dividendos por ganhos de capital. Ou tem muito

capital próprio, ou excesso de recursos e falta de oportunidades de

investimento. Os efeitos são positivos no mercado, sem custos de

corretagem, todos são atendidos, aumenta o valor das ações.

3. Diferença entre o mercado brasileiro e o norte-americano

No Brasil, a partir de 1996, um novo mecanismo de pagamento de

dividendos foi criado sob a forma de juros sobre o capital próprio, classificado

contabilmente como despesa dedutível da base de cálculo do IR da pessoa

jurídica, gerando, consequentemente, um benefício fiscal à empresa pagadora.

Segundo Bruni (2003), nos Estados Unidos, mercado que contém uma das

principais bolsas de valores do mundo, os dividendos são tributados, assim

como os ganhos de capital. Por outro lado, no Brasil, o ganho de capital é

tributado em 20%, os dividendos são isentos de tributação e os juros sobre

capital próprio são tributados na fonte. Empresas nos Estados Unidos, em

geral, pagam dividendos todo trimestre, enquanto que em outros países eles

são pagos normalmente em uma base semestral ou anual.

4. Oferta Pública Inicial (IPO)

4.1 Conceito

Quando uma empresa registra suas ações pela primeira vez para

negociação na Bolsa de Valores, realiza um evento denominado Oferta Pública

Inicial (IPO – Initial Public Offering). A IPO de ações pode ser por emissão de

novas ações, emissão primária ou por venda de ações já existentes, oferta

secundária. Dura entre dois e três meses e envolvem várias etapas,

disponíveis nos sites das corretoras através de um prospecto.

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4.2 As principais motivações para uma empresa realizar IPO

Aceder ao mercado de capitais e financiar projetos de investimento

Usar as suas ações como forma de pagamento na aquisição de outras

empresas

Criar um referencial de avaliação para o negócio

Incentivar a profissionalização da gestão

Obter capital para empreendedores ou viabilizar a saída de sócios

investidores

Fortalecer a imagem da empresa

4.3 Empresa brasileira que realizou o IPO recentemente

Segundo notícia da Revista Veja Online datada de 25/04/2013 a “ BB

Seguridade selou, nesta quinta-feira (25/04/2013), a maior oferta pública inicial

(IPO, na sigla em inglês) do mundo em sete meses, num momento no qual a

confiança com o Brasil diminuiu por preocupações com a alta inflação e a

interferência do governo em alguns setores da economia. A oferta movimentou

11,475 bilhões de reais, na maior operação do gênero de uma empresa

brasileira desde os cerca de 14 bilhões de reais captados na bolsa pelo

Santander Brasil, em outubro de 2009”.

A BB Seguridade Participações S/A (“BB Seguridade”), segundo seu site

principal, é o grupo segurador do Banco do Brasil S/A (“Banco do Brasil”), o

maior banco da América Latina em termos de ativos, com 58,5 milhões de

clientes.

5. Relação com Investidores (RI)

Os fatores não financeiros (governança corporativa imagem, marca,

capital intelectual, liderança, responsabilidade social e ambiental,

transparência, comunicação, inovação) exercem influência direta na avaliação

de uma empresa. A sustentabilidade do negócio é tema preponderante e

largamente valorizado pelos gestores de investimentos. Nesse contexto,

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destaca-se o profissional de Relações com Investidores como a voz do

mercado dentro da empresa e a voz da empresa perante o mercado.

5.1 Papel e posição na estrutura organizacional:

As relações com investidores foram, durante décadas, tarefa exclusiva

dos departamentos financeiros, porém, novas necessidades dos mercados

globalizados, principalmente nos últimos 10/15 anos, conduziram a atividade à

sua atual condição estratégica. Assim, as RI combinam o uso das diferentes

ferramentas das subáreas da Comunicação Empresarial com o conhecimento

financeiro para prover aos mercados informações a respeito do desempenho

da empresa e de suas perspectivas. Cabe a esse composto de comunicação e

finanças criar e aplicar estratégias, com o objetivo de valorizar as ações da

empresa no mercado, o que, por sua vez, exige a adequada projeção e

melhoria da imagem institucional. O fornecimento de informações sobre o

desempenho institucional, atividades e projetos faz-se indispensável como

forma de tornar o processo transparente aos acionistas e potenciais

investidores.

5.2 Descrição das atividades:

a) Informar os investidores com clareza sobre os fatos relevantes que

afetam de forma substancial a empresa;

b) Conhecer as necessidades e os formatos de informações dos mais

importantes investidores e da mídia para melhor atendê-los;

c) Submeter todo o processo de comunicação à legislação que regula as

relações da empresa com os investidores;

d) Conhecer a situação da empresa em seus mercados de atuação e os

agentes de sua cadeia de suprimentos: fornecedores, concorrentes e

clientes;

e) Verificar se o processo de comunicação está alinhado de forma coerente

às premissas do planejamento estratégico;

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f) Visualizar com clareza qual é a situação financeira e econômica da

empresa para atender seus pontos fortes e fracos;

g) Coordenar o processo de comunicação de forma que todas as áreas

usem uma linguagem comum com os públicos internos e externos da

empresa;

h) Disponibilizar as informações sobre a empresa de modo equânime para

todos os públicos;

i) Buscar usar sempre formas claras e objetivas de comunicação;

j) Procurar decodificar as mensagens do pessoal técnico da empresa para

que esta seja compreendida por todos os públicos;

k) Divulgar de forma sempre correta as marcas e os produtos da empresa;

l) Monitorar a forma como a empresa é percebida pelos seus diferentes

públicos e, em especial, funcionários, acionistas, clientes, sindicatos e

entidades governamentais.

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REFERENCIAS

BRUNI, A.L.; GAMA, A.; FAMÁ, R.; FIRMINO, A. L.G. O anúncio da distribuição de dividendos e seu efeito sobre os preços das ações: um estudo empírico no Brasil. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Anais... 2003. São Paulo

LEMES JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIN, A. P. M. S. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras 2. ed. São Paulo: Campus, 2005.

GITMAN, L. J. Princípios da Administração Financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra, 2002.

VEJA ONLINE - BB Seguridade e Smiles abrem período de IPOs no Brasil, acesso em 23 de outubro de 2013, às 11:30. - http://www.bb.com.br/portalbb/page3,500148,500155,21,0,1,1.bb?codigoNoticia=36769&codigoMenu=17789

BB SEGURIDADE -http://www.bb.com.br/portalbb/page3,500148,500155,21,0,1,1.bb?codigoNoticia=36769&codigoMenu=17789, acesso em 23 de outubro de 2013, às 11:43