Pois é, e onde é que a semiótica entra nessa história?
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Uma das mais conceituadas pesquisadoras na área, Lúcia Santaella, autora de dezenas de livros sobre o assunto, já se deparou com questões curiosas; já lhe perguntaram se seria o estudo dos símios ou uma especialidade da oftalmologia.
Para se ter uma ideia, tem a ver com fenomenologia, a área da filosofia que estuda o modo como nós compreendemos tudo o que é apresentado à nossa mente, desde uma imagem, um som, até conceitos mais abstratos e emoções complexas.
Fenômeno, que vem do latim phaneron, é tudo aquilo que nossa mente consegue perceber. Nada a ver com o prosaico Ronaldinho.
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Pois é, e onde é que a semiótica entra nessa história?
Bem, a palavra deriva do grego semeion, que significa signo, e é a ciência que estuda os signos (não, não tem nada a ver com horóscopo!). Signo, para a filosofia, é tudo aquilo que significa alguma coisa. Assim, aquele cheirinho de café feito na hora é um signo tanto quanto a marca gráfica de uma empresa.
O signo, essa coisinha cheia de armadilhas perigosas, pode ser analisado de 3 pontos de vista (segundo Charles Pierce, uma das principais referências; mas há quem discorde, como, de resto, tudo na filosofia):
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1) O signo em si mesmo, ou seja, a sua apacidade de significar. Por exemplo, o quanto o desenho de uma flor é reconhecível como a representação de uma flor.
2) A referência àquilo que ele indica ou representa. Por exemplo, a relação entre o desenho e a flor. A flor é a idéia; o desenho é uma forma de comunicá-la.
3) Os efeitos que o signo produz em quem está sendo impactado por ele. Por exemplo, a sensação que a pessoa tem quando vê o desenho da flor
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Com que critério se vai escolher entre um ícone, um índice ou um símbolo para representar uma ideia?
O impacto da escolha do tipo de signo tem implicações diretas na forma como ele será interpretado e as relações que terá com seus receptores.
A teoria da comunicação nos diz que as pessoas interpretam os signos de acordo com o repertório delas. O repertório é o conjunto de informações que essas pessoas já conhecem e inclui a história, a cultura, as crenças e as vivências de cada um. Se o designer escolhe signos que estão fora do repertório do seu público, é provável que essas pessoas não o compreendam ou se sintam desconfortáveis com ele. Se o designer usa apenas signos comuns ao repertório de todos, cai na mesmisse e no lugar-comum. Uma verdadeira sinuca; é aí que os brilhantes aparecem e se destacam.
Um designer que não entende de semiótica não passa de um semidesigner.
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