Poesia lírica
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André Carvalho nº 05 1104
Não há definição objectiva, mas a poesia é, a expressão de sentimentos, emocões sentidas pelo poeta em relação àquilo que o rodeia ou pelo que toma como tema, revelado numa forma escrita, cuja sonoridade e estrutura, muitas vezes se assemelha a um cântico, a um apelo, etc.
Analisando-a no plano fónico, a poesia não é uma linguagem comum que serve somente para significar. Consegue criar um conjunto de sons agradáveis e melodiosos através da rima, do ritmo e de várias figuras de estilo como a repetição que é frequentemente utilizada.
A poesia lírica nasceu na Grécia acompanhada de instrumentos musicais, como a lira e a flauta, nos versos de Safo e Alceu.
Safo, nascida na ilha de Lesbos, de família aristocrática, foi a primeira voz individual no lirismo, e sua poesia, nos séculos VII – VI a.C., era dirigida para outras mulheres.
A lírica grega influenciou a poesia lírica romana, que floresceu sob a égide da proteção das artes, através do imperador Augusto.
Entre os séculos XI e XVIII, floresceu no Sul da França a poesia provençal, ainda ligada à música, mas com a valorização da melopéia, característica relacionada à significação das palavras, através do som e do ritmo por elas produzidos. O Classicismo português desabrocha na era da razão, dividida entre a emoção e a contensão de um “eu lírico” que se preocupa com o saber, o engenho e a arte.
Após a Revolução Francesa, emerge do seio uma sociedade burguesa, o conceito de autoria, e com ele a evasão romântica, o individualismo e a exacerbação da subjetividade. O poeta romântico atribui à poesia, a expressão do “eu” mergulhado em subjetividade e, é em Baudelaire que poesia se associa à inteligência, abrindo caminho para a estética do grotesco.
A partir do Simbolismo, o sujeito lírico moderno consciente de que o mundo poético dista do mundo real, liberta o “eu” aprisionado pela lógica, e a poesia torna-se libertária, através da escolhas feitas pelo sujeito lírico.
A poesia lírica moderna expande as possibilidades criativas, ganha consciência crítica, sob o olhar do sujeito lírico que subverte as normas, os velhos temas e as antigas ideologias.