Poemas Do Edgardo Xavier 2009
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E d g a r d o E d g a r d oX a v ie rX a v ie r
...sei a prata dos silêncios...sei a prata dos silênciose o barulho dos e o barulho dos sentidos...sentidos...
Outra PeleOutra Pele
Sinto a luz da tardeSinto a luz da tardecomo outra pelecomo outra pelee saio de mime saio de mim
O gosto é acreO gosto é acreno tempo das promessasno tempo das promessase o ar anil quando ardee o ar anil quando arde
no teu corpono teu corpode seda e jasmimde seda e jasmim
Não leio palavras nos teus olhosNão leio palavras nos teus olhosmas sei a prata dos silênciosmas sei a prata dos silêncios
e o barulho dos sentidose o barulho dos sentidos
Sei que pelo amorSei que pelo amoraté as pedrasaté as pedras
adoçam os gumesadoçam os gumese se moldam à mãoe se moldam à mãoque lhes trava o vooque lhes trava o voo
Pelo amorPelo amorsangram as escarpas sangram as escarpas
seixos e papoilasseixos e papoilas
Há vermelho nos trigaisHá vermelho nos trigais
LimiteLimite
Salga-me a bocaSalga-me a bocana maresia dos teus lábiosna maresia dos teus lábios
túmidostúmidose despe-me de roupa e de pelee despe-me de roupa e de pele
ainda que fujaainda que fujaainda que geleainda que gele
O amor não se esgota na lisura das sedesO amor não se esgota na lisura das sedese antes se amarra de raiva no sanguee antes se amarra de raiva no sangue
das tuas redesdas tuas redesDoces são os dedos Doces são os dedos
quando me esventramquando me esventramna pressa de beber-mena pressa de beber-me
DueloDuelo
À carne expectanteÀ carne expectanteanuncio o meu corpo anuncio o meu corpo
em trovoada de sentidos em trovoada de sentidos Há dores Há dores cheiros cheiros gemidosgemidos
na tua terra queimadana tua terra queimada
Na promessa de redençãoNa promessa de redençãocrestam-se os lábios crestam-se os lábios
E as chagasE as chagas
É tempo amorÉ tempo amorSangra-me a sede mais ferozSangra-me a sede mais feroz
e mistura a tua noite e mistura a tua noite ao meu venenoao meu veneno
As lágrimas como fonteAs lágrimas como fonterio abertorio aberto
pranto serenopranto serenosubmersos padrões de dor sangradasubmersos padrões de dor sangrada
nos mistérios do peitonos mistérios do peitona incerteza das mãosna incerteza das mãos
na inclemência com que nos fustigamosna inclemência com que nos fustigamosde palavras e uivosde palavras e uivos
Somos a fusão de corpos exânguesSomos a fusão de corpos exânguesna avidez de um fogona avidez de um fogo
já extintojá extinto
É tempo de papoilas nos trigaisÉ tempo de papoilas nos trigaise nas matas livres do sopé da serrae nas matas livres do sopé da serra
frágeis tons de rubro em verde soltofrágeis tons de rubro em verde soltona terrana terra
ou na boca das mulheresou na boca das mulheresque o amor ferraque o amor ferra
A música vem de tiA música vem de tipromessa ainda demoradapromessa ainda demorada
na luz do tempona luz do tempono pó da estradano pó da estrada
A música vemA música veme chegam tambéme chegam também
a urze e o azula urze e o azulque te precedemque te precedem
És a flor na aurora brandaÉs a flor na aurora brandaou pedra que gemeou pedra que gemena tua boca caladana tua boca calada
É em ti que moroÉ em ti que moroe vivoe vivo
que visito os horizontesque visito os horizonteságuaságuasserras serras montesmontes
que trazes no teu olharque trazes no teu olharSe tu és fogoSe tu és fogo
tempotempoe luze luz
Eu sou o mar Eu sou o mar
Os sentimentos são urgentesOs sentimentos são urgentesOs sentidos, nãoOs sentidos, não
As emoções são sempre fortesAs emoções são sempre fortesQuando seguro a tua MãoQuando seguro a tua Mão
Corre-me no sangueCorre-me no sanguea tua voz ardentea tua voz ardente
som de terrasom de terraqueimadaqueimada
a golpes de tempoa golpes de tempoCorre-me no corpoCorre-me no corpo
a força do lumea força do lumeacesoaceso
na seda breve dos teus dedosna seda breve dos teus dedosdescuidadosdescuidados
Conta-me o que vêsConta-me o que vêsdo alto do teu pradodo alto do teu prado
Diz-me do sol e do ventoDiz-me do sol e do ventodentro do teu sobradodentro do teu sobrado
Mostra-me como é fácilMostra-me como é fácilser-se espumaser-se espuma
na melodia das ondasna melodia das ondasConta-me como é bom serConta-me como é bom ser
mulher e sereiamulher e sereia
Por coração uma pedraPor coração uma pedrae no corpo este vazioe no corpo este vazio
Crescem a sedeCrescem a sedee as mágoase as mágoas
no parado deste friono parado deste frio
Se vens acordo Se vens acordo e esqueçoe esqueço
que o coração de pedra não senteque o coração de pedra não senteVolto a ser rioVolto a ser rio
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