POBLlCAÇÕF.Í. l.ÓO bro. ' ';, «Somemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03015.pdf · Idem o...

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ANNO XIII Subscreve-se no escriptorio da fypographià Imparcial, Rua da Imperatriz n. 27, para a capital a 128 rs.por anno. o 68 rs.por se- mostre, o para fóra a 158 rs.por anno. A assignatura pdde começar om qualquer dia do anno, mas acaba s imprò em flra.deJun.hu o Dozem- bro. PAGAMENTO ADIANTADO DOMINGO 10 DE JUNHO DE 1866 íhís-ísíüS: N. 3015 ,. , ;..'"-,.. ..,:• - ' . ' ';, ., ..'.'.'| POBLlCAÇÕF.Í. Annuncios l.ÓO rs. por linha Publicações litterâriàa 50 re. » Dii,a3 particulares 100 rs. » Noticias diversas 500 r's^ ». Folha avulsa custa SOO rs. A*s con-espondflnciase çommti- nicados terão dirigidas èm csj-tta ft-cha^â ao escriptorio da rada* «So. JDtetor òa vtUcção e proíirietan0 bo EstabeUcimeutü-^Wp mmm m ^m^ Mtmml-€o[iab^aòmB UmxBm Lei Provincial N. 55 (Continuação) § 12 GAMARA DA CIDADE DE UBATUBA RECEITA Saldo existente constante do balanço. . 1.118,1143 Imposto sobre portas e janellas. . ¦'. . 1.2008000 Dito de lotação para venda de aguardente nacional. . . ... 1.0008000 Idem do contracto de casinhas. . . . 500,<JOOO Idem do dilo de açougue.. ....150S000 Idem dito de subsidio de mar em fóra. 2008000 Ilem do dito de afferições.. ....1008000 Idem do; dito de 10 rs. por alqueire de sal importado. . . . . . . . . 45Q8O0O Idem de 18 ri. por pipa de aguardente ex* portada. . . ' . . ... . . 1008000 Idem do dito de carnes verdes e aguas-ar- dentes. ......... 4008000 I lem do dito de 20 rs. por alqueire de café do município. ...... 3008000 Idem de multas diversas. ..... 3008000 Idem de licenças para casas de negócios, officinas, carros, carroças e jogos liei- tos, mascates, etc... 6008000 Ilem do imposto de terrenos para edificar, e por aforamenlo. ...... 2508000 ...6.6988143 DESPEZA Importe da gratificação ao secretario. . 5008000 Idem da gratificação ao fiscal.. . . . 3008000 Idem ao porteiro. ..... . . 1608000 Com a creação e estabelecimento de ex- - postos. ......... 1008000 Idem o expediente do jury e meias custas 8008000 Idem o costeio da cobrança do alcance da , câmara suspensa. ..... . 2008000 Idem o pagamento da nova casa da ca- mara. . . . . . . . . . 1.0008000 Idem u concerto, conservação e novo en* canamento do chafariz1.0008000 Idem a limpeza de largos e abertura de ruas.. . 500S000 Idem concerto, e conservação de pontes e estradas municipaes. . . . . . 6008000 Idem as obras, da egreja matriz. 4008000 Idem às obras-publieas-em-gerftlj-espe cialmente cães do rio.dá barra, esgo- _ tos e rampa.. ...... . . 1.1388143 ..' 6.6988143 8 13 CÂMARA DA CIDADE DE JACAREHY . RECEITA Sildo.ílo anno anterior. . . . . n59i-595 Árrematação das casinhas".3328000 Idem, idem afferições. ...;..12DÍÍ000 Idem, idem do pasto da valia578000 Idem do.matadouro218000 Multas diversas\ ?2SSSSn Avenças de ramos de armazéns e tabernas1.3008000 Imposto sobre lojas.JÍShKaS I'ifracção de posturas. ......1QMS Taxa sopre carros. n nnn Imposto sobre latoeiros. . ... 108000 Idem, idem bilhares108000 Escriptprio de descontos208000 Imposto sobre botlcas108000 Idem, idem cães108000 Dito de 18 rs. sobre cabeça de rez cortada no município.2088000 FOLHETIM MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS pór UM BRASILEIRO (Conítnuwfâo do n. 3,014) CAPITULO VI FMMEIRA NOUTE FÓRA DE CASA O compadre, apenas dera por falta do afilhado, viu- se presa da maior affliceão: poz em alarma toda a vi- zinhança, procurou, indagou, mas ninguém lhe deu novas nem mandados d'elle. Lembrou-se então da Vin-Sacra, e imaginou que o pequeno a teria acompa- nliado; percorreu todas as ruas por onde passara o acompanhamento, perguntando alilicto a quantos en- cóntrava pelo lhesouro precioso de suas esperanças; chegou sem encontrar vestígio algum até o Bom Jesus, onde lhe disseram ter vislo Ires meninos que por se portarem endiabradamente na oceasião da enlrada da Yia-Sacra o sacrisUo os correra para fóra da egreja. Foi est0 o único signal que pôde colher. Yagou depois por muito tempo pela rua, e se re- colheu para a casa estando a noute adiantada. Ao chegará porta de casa abriu-se o postigo da uma rotula contígua, e uma voz de mulher perguntou: —Então visinho, nada? —Nada, visinha, respondeu o compadre com voz desanimada. —Ora, quando eu lhe digo que aquella creança tem maus liófes.... —Visinha, isto nâo são cousas que se digam... —Digo-lhee repito-lhe que tem maus bufes...Deus permitia que não, mas aquillo n-o lem bom fim... —Oh 1 senhora, replicou o compadre muito irritado, que tem a senhora com a minha vida e mais das cousas Idem de 500 rs. sobre cada escravo preso no município. ... ... . Espectaculos públicos.. . . . . . Carne verde e subsidio litterario. . . . Imposto de 500 rs. porjòrta e janella. . DESPEZA Gratificação ao secretario.'. . . . . Liem ao fiscal. Idem ao porteiro. IJem ao ajudante do mesmo'. Expediente da câmara Idem do jury.-, , Luzes para a cadáa. . Festas nacionaes Honorário aos advogados.. . ,: . '. Gratificação ao zeladqr.,do cemitério . . Extincção^de formigueiros. . ."¦¦'•¦' . Obras publicas.. ....... Reparos na matriz e cemitério.' .'¦¦'. . Com o encanamento das águas e limpeza da valia ao Avarehy. . . . •'. .• Porcentagem ao procurador de 12 por 0/°. Eventuaes. . ... . . . 108000 '208000 1.5008000 800800Ó 5.6008506 4008000 3508000 100800O 208000 2008000 200S0ÒO 10800O 50800O 100S00O 1008000 150S00O 2Ó0flOÓO 2 0008000 9508506 5948000 1168000 &' §14 5.6008506 CÂMARA DA CIDADE DE TAUBATÉ' RECEITA Saldo do anno findo.8Í8184 Aluguel dos quartos da casa de mercado.. Imposto sobre casas do negócios.. . . Idem sobre carros. ... Idem sobre carne verde e subsidio. '.- . Idem sobre aguas-ardentes, . . . . Idem sobre rolos de fumo.. . . . . Idem sobre toucinho ou cevados.. --À . Novo imposto de 68400. ... . '. "'¦ . Licenças para officinas.. . ."' . . , Idem sobre casas de negócios.."', . '". Idem para jogos lícitos. . ; ." ; . Idem sobre hotéis. . . .. . ... Idem sobre mascates de ouro.. . -. . Idem sobre mascates de fazendas.. . Idem sobre espectaculos. . .'¦ . . . Idem diversas. .... . Afferições. :; .. . . . . , \ \ Cortes rezes.. ..... \ '\ Multas diversas.. . . . . . -.'¦-, idem pelo tribunel do jury...... Prisão de escravos.. .' "~" ""**DESPEZA' Gratificação ao secretario.. i ¦; . . Idem ao fiscal da câmara. . . . . . Idem ao da casa do mercado, desde já. . Idem ao porteiro. .'.;'..., Água e luzes para a cadéa. . . . . Extincção de formigueiros. . . . . Custas em geral. . . . . . . , Expediente da câmara Commissão ao procurador, (reduzida a 8 por cento) Obras publicas. Eventuaes 808000 1.TOSÔ0O 4808000 2708000 3128000 138000 1478000 5318000 7808000 1808000 13088OO 468000 1008000 508000 208,000 ' '180S000 3498000 1658000 1118000 678000 18S00O .^5.91381.84 600SO0O 4008000 2008000 2008000 1608000 608000 5008000 1508000 4648960 2.8188224 3008000 §15 5.9738184 CÂMARA DA CIDADE DE PINDAMONHANGABA RECEITA Imposto de 320 rs. sobre cabeça de rez. . Idem de 200 rs. sobre cabeça de porco. . Idem sobre mascates Idem sobre negócios, fabrieis, etc. . . Idem sobre carros Idem de 40 e 20 rs. por palmo de testada com appllcação especial 1508000 450SO0O 2008000 5008000 4008000 1.2008000 que me pertencem ? Metta-se comsigo, cuide nos seus bilros e na sua renda, e deixe a vida alheia. Entrou depois para casa murmurando : —Um dia faço aqui uma estrallada com esta mulher: 6 sempre isto I parece ura agouro I Toda a noute levou o pobre homem acordado a pen- sar nos meios de achar o pequeno: e depois de ler for- mado mil planos, disse comsigo. --Em ultimo lugar vou ter com o major Vidigal. E esperou que o dia voltasse para proseguir em suas pesquizas. Entretanto vamos salisfazer ao leitor, que ha de talvez ter curiosidade de saber onde se raetteu o ps- queno. Còm os emigrados de Portugal veio também para o Brasil a praga dos ciganos. Gente ociosa e de poucos escrúpulos, ganharam elles aqui reputação bem mere- cida dos mais refinados velhacos: ninguém que tivesse juiso se mettia com elles em negocio, porque tinha cer- teza de levar carolo. A poesia de seus costumes e de suas crenças, de que muito se falia, deixaram,-n'a da outra banda do oceano; para trouxeram máos hábitos, esperteza e vèlhacaria, e se não, o nosso Leo- nardo pôde dizer alguma cousa a respeito. Viviam em quasi completa ociosidade; não tinham noute sem fes- ta. Moravam ordinariamente um pouco arredados dás ruas populares, e viviam em plena liberdade. As mu- lheres trajavam com certo luxo relativo aos seus liave- res: usavam muito de retidas e fitas; davam preferen* cia a tudo quanto era encarnado, e ne huma d'eílas dis- pensava pelo menos nm cordão de ouro ao pescoço; os homens não tinham outra distincçâo mais do que ai- guns traços physionomicos particulares que os faziam conhecidos. Os dous meninos com quem o pequeno fugitivo tra* vara amlsade pertenciam a uma familia d'essa gente gue morava no largo do Rocio, lugar que tinha por isso al.'> algum tempo o nome de campo dos Ciganos. Ti- nham esses meninos, como dissemos, pouco mais ou menos a mesma edade que elle: porém acostumados á vida vagabunda, conheciam toda a cidade, e a percor- riam sós, sem que isso causasse cuidado a seus pães; Idem de 500 rs. sobre portas e janellas idem-. . . ... . . . . . Idém sobre aguas-ardentes nacionaes e estrangeiras idem. . . . . ... Idem carnes verdes e subsidio l.tterario ..- Idem.. ...'-. . . . V; . . Estanque de agua's-ardente3. . . . :. Affefições pesos e medidas.. . . . Impostos diversos, i- «. ..... Multas em geral,por infracçâo de posturas Cobranças de dividas aclivas. . . . . DESPEZA Gratificação ao fiscal. Idem ao porteiro. . , . * . . . '-, Idem ao secretario.. .. . . . . . Idem ao zelador do cemitério;. . . p;í Luzes para a cadôa.. . -. . ..;;'.'- Expediéntedojuíj^e custas. . . ." . Eventuaes.- ......-..;«. •'. '. . . . , Porcentagem de lÔ«por.% ao procurador., Extincção de formigueiros. . . . . Illuminaçãò da cidade.. . . . . . Com a exploração de tiradad'agüa, desde >¦• •••• :v •-:•* •. Com o pagamento do déficit do anno an- terior. . . ./:'-. .-.^ . _, ' , Com obras publicas.¦ '¦.: ;'ãÀ . . . 1.3OO80OO 350S00O 4608000 2.0008000 2408000 2008000 4008000 1..1558580 9.6058580 3008000 ¦ 1208000 ' 5008000 1008000 1508000 3008000 750S000 1858000 500SO0O ;1.5008000 5008000 '2668510 3:8318070 §16 CÂMARA DA CIDADE DE S. LUIZ DO HYTINGA . RECEITA , Saldo constante do balanço.. , .'. . . Estanque de aguardente e subsidio de mar fura Afferições., . ....... . . \ ', Talho de carne verde. ....... Arrendamento das terras da câmara. . . Novo Imposto sobre armazéns, tabernas e boticas. Rendimento cemitério,. :'•'.'. . . . Imposto sobre carnes verdes,-.aguardente e subsidio. ........ Licenças para armazéns e lojas. , . . Multas diversas.. . . ..-...' Divida activa da câmara... . . . '. DESPEZA Gratificação ao secretario. . . . -i ;. Idem ao fiscal. . , . ¦ . .. ___._> Dez por por 7o ao procurador, ... Gratificação ao porteiro. Idem ao medico do partido. .... Luzes e limpeza da cadéa Expediente do jury, junta de qualificação, mesa parochial e meias custas. . . Expediente da câmara Aluguel da casa para cadôi Idem, da casa para as sessões da câmara.. Desappropriações de terrenos Pagamento da divida passiva da câmara.. Obras publicas Eventuaes .... .9.6058580 PARA- 2.9788231 1.1008000 628.000 508000 3968800 2008000 508000 2008000 308000 1008000 5198954 {5.6848991 ' 2508000 lOOfiOOO 2318695 508000 1008000 13Ú8000 2008000 508Ó00 120S000 120S000 1008000 1101000 .2508000 8138296 (Conítniío.) 5.6848991 Quartel general do conluiando cm che- le do exercito em operações ACAMPAMENTO JUNTO AO PASSO DA PÁTRIA, 15 DE ABRIL DE 1866 ORDEM DO DIA N. 151 S, ex. o sr. general em chefe manda dar publicidade ás partes especiaes sobre o combate: dia 10 do cor- rente,) dos differentes chefes dos contingentes que com- punhâo a guarnição da ilha em frente ao forte de Ila- pirú, io mando do mallogrado o de gloriosa memória tenen e-coronel João Carlos de Willagran Cabrita, ^cambamenío do 7." batalhão de voluntários da pátria na'Ilha da Redempção, aos 10 de Abril de 1866 í""?* lT'~Levo ao c°nbecimento do v. s., que hoje pelas* bojas da manhã, sendo pelos postos avançados ao DMallião'(,o meu commando, que guarnece o íhnco üireiid.desta ilha, presentida a aproximação do inimi- go, aje¦ yinhSo^em; duas chalanas e majs de 30 canoas em numero superior a 1,200 homens segundo fui in- tormijto.por um dos officiaes parsguayos, que fizemos Vmoí\§"°>os Quaes, não o.bstante a pertinaz resisten- cia qjie lhes-fizerão os postos avançados e o pelotão de proteflc'áo,:drsp-utando-dhes passo a passo, avançarão em fogo .incessapte até as nossas trincheiras, nas quaes encontrarão uma obstinada opposição da parte dos nos- sos soldados até ao romper d'alva, tempo em que sen- tindofníe sem. munições mandei carregar á bayone- ta, o que foi executado com uma bravura especial re- saltando de todo esse ataque ficarem mortos defronto das tijincheiras propriamente do 7.°. batalhão, 182 pa- raguayos, que tenho mandado dar-lhes sepultura, e outros que se vão ainda encontrando, cujo numero' to- tal precisarei em tempo opportuno, e 13 prisioneiros mais pu. menos feridos, e ,o. que escapou aponta de bayoneta, despresando seu armamento, encontrou se- pultufa no leito do rio, a que se atirou. Cinco canoas, 255 espingardas com bayonetas, 6 di- tas sem ellas, 12 espadas, de cavallaria e 101 patronas com grande quantidade de munições, são os trophéos colhidos em frente das trincheiras do batalhão que le- nho satisfação de commandar.. Slnjo-me orgulhoso declara do a v. s., que todos os officia>*s-, officiaes inferiores e soldados se portarão nes- se ataque como cumpro ao soldado brioso. Incluso .remetto a vi s.'.a relação dos officiaes e praças de prat, que.mais se distinguirão, e a dos mortos e fe- ridos,re;alguns.papei8 encontrados com officiaes inimi- gos mortos. -Dl8u*.enw,?av-J,--~II,m'' sr. tenente-coronel João Larloside Willagran Cabrita, commàndante da euarni- ção desta ilha^Franctsflo Joaquim Pinto Pacca. te- nente-rçoronel commandanle. Relação nominal dos officiaes, officiaes inferiores e mais P.W8. .*!-•*¦, ?e dislinguir.ão- no ataque do dia 10 na ílhada Rederapçãdr Capitão'Feiicio Ribeiro-dos Santos Camargo. Esta ollicial pomn-andava os postos avariçadosVò coiíimuito denodo|ifficultou a marcha de uma coIumW.deSi- gos de ájrjsa deiOO hóih'éhs,achando^wpe praças..' ¦; Dito Diogo Antônio de Barros. Este official bastante Drioso, conservou a melhor ordem e o mais activo fogo na parte do intrincheiramento confiado á sua guarda, e carregou o inimigo com muito denodo. Dito Elias José de Oliveira. Idem. Capilão Fortunato de Campos Freire.—Além disso combateu corpo a corpo com üm official inimigo, a quem matou, ficando levemente baleado era uma perna. Up tào Tristào Firmino de Almeida—Com muito nno, denodo e sangue frio, conservou a melhor ordem e o mais activo fogo na parte do intrincheiramento con- uaío á sua guarda, ecarregou depoÍ3 o inimigo. lenente Antônio Cupertino Marcondes do Amaral.— Idem. Alferes João Carlos da Silva Telles Junior.—Idem. Dito, Francisco Benedicto de Mattos!-Idem. Dito do 8." corpo de voluntários, Carlos Sabino Ma- lheiros.—Idem. Dito do 3.- corpo de caçadores a cavallò, ajudante do üatallião, José Pinto Freire. Este official que em todo o combate empreguei na transmissão das minhas or- dens, cruzando constantemente da direita para a es- querda do intrincheiramento, debaixo do mais renhido fogo, conservou sempre o mais admirável sangue frio excitando os soldados com o maior enthusiasmo, e aja' nunca faltavam a acompanhamento de Via-Sacra, nem a outra qualquer cousa d.'esse gênero. Encontrando- se n essa noute, como sabem os leitores, como o nos- so futuro clérigo, a elles se associaram, e o carregaram para casa de seus pães, onde, como de costume, havia festa de ciganos, (e este costume ainda hoje se conser- va); .faziam, dissemos, festa todos os dias, porém mo- tivavam-n'asempre. Hoje era um baptisado, amanhã um casamento, agora annos d'este, logo annos d'aquel- le, festa d'este. fasla d'a*jaeIIo santo. Na noute de que tratamos havia um oratório armado, e festejava- se um santo de sua devoção ; não lhe sabemos o nome. Pelo caminho o menino teve alguns escrúpulos e quiz voltar, porém os outros tal pintura lhe fizeram do que elle ia ver se os acompanhasse, que decidiu-se a seguu-os até onde quizessem. Chegaram emfirn á casa, onde linha começado a I6S13» Ao lado esquerdo da sala estava o oralorlo illumina- do por algumas pequenas velas de cera, sobre uma me- sa coberta com uma toalha branca, servia-lhe de espal- dar uma colcha de chita cora folhos. Em roda da sala eslayam collocados assentos de toda a natureza, bancos, cadeiras, elo., onde assentavam os convidados. Não eram estes em pequeno numero, eram ciganos e gente do paiz; traziam toilleles de Ioda a casla, do soffrivel para baixo; mostravam-se alegres e dispostos a apro- veitarem bem a noute. . t Òs meninos entraram sem que alguém reparasse n elles, e foram collocar-se junto do oratório. D'ahi a pouco começou o fado. Todos sabem o que é fado, essa dansa tão voluptuosa tão variada, que pareço filha do mais apurado estudo da arte. Uma simples viola serve melhor do que ins- trumento algum para o effeito. O fado tem diversas fôrmas, cada qual mais original. Ora, uma pessoa, homem ou mulher dansa no meio da casa por algum tempo, fazendo passos os mais dif- íicullosos, tomando as mais airosas posições, acompa- nhando tudo isso com estalos que com os dedos, e •vae depois pouco e.ponco aproximando-se de qualquer que lhe agrada; faz-lhe diante algumas negaçasevi-| ravoltas e finalmente bale palmas, o que quer dizer qua a escolheu para substituir.o seu lugar. Assim corre a roda toda até que todos tenham dan- sado. Outras vezes um homem e uma mulher dansam jun- tos; seguindo com a maior certezi o compasso da mu- sica, ora acompanham-se a passos lentos, ora apressa- dos, depois repellem-se,.depois juntam-sa; o homem ás vezes busca a mulher com passos ligeiros, emquanto ella, fazendo um pequeno movimento com o corpo e com os braços, recua vagarosamente, outras vezes é ella quem procura o homem, que recua por seu turno, ató que emfim acompanham-se de novo. _ Ha também a roda em que dansam muitas pessoas, interrompendo certos compassos com palmas o com um sapaleado ás vezos estrondoso e prolongado, ás vezes mais brando e mais brove, porém sempre igual e a um so tempo. Além d'estas ha ainda oulras formas de que não fal* Íamos. A musica ô differente para cada uma, porém sempre tocada em viola. Muitas vezes o tocador canta em certos compassos uma cantiga ás vezes de pensa- mento verdadeiramente poético. Quando o fado começa custa a acabar; termina sem* pro pela madrugada, quando nâo leva de enfiada dias e noules seguidas e inleiras. O menino, esquecido de tudo pelo prazer, assistiu á fesla emquanto pôde; depois chegou-lhe o somno, e reunindo-se com os companheiros em um canto, ador- meceram todos embalados pela viola e pelo sapâteado. Quando amanheceu aerrdou sarapantado; chamou urn dos companheiros; e pediu que o levasse para casa 0 padrinho ia sahindo para começar nas pesquizas quando esbarrou com elle.H —Monino dos trezentos...onde te metteste tu?... -Fui ver um oratório... .Não diz que eu hei de ser padre? I... O padrinho olhou-o por muito tempo, e afina], não podendo resistir ao ar de ingenuidade que elle mostra- va, desatou a rir, e levou-o para dentro completa- mente apaziguado'. (Conítnúo) mimwx!!8S£B£i

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ANNO XIII

Subscreve-se no escriptorio dafypographià Imparcial, Rua daImperatriz n. 27, para a capital a128 rs.por anno. o 68 rs.por se-mostre, o para fóra a 158 rs.poranno.

A assignatura pdde começar omqualquer dia do anno, mas acabas imprò em flra.deJun.hu o Dozem-bro. PAGAMENTO ADIANTADO

DOMINGO 10 DE JUNHO DE 1866íhís-ísíüS:

N. 3015

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A*s con-espondflnciase çommti-nicados terão dirigidas èm csj-ttaft-cha^â ao escriptorio da rada*«So.

JDtetor òa vtUcção e proíirietan0 bo EstabeUcimeutü-^Wp mmm m ^m^ Mtmml-€o[iab^aòmB UmxBm

Lei ProvincialN. 55

(Continuação)§ 12

GAMARA DA CIDADE DE UBATUBARECEITA

Saldo existente constante do balanço. . 1.118,1143Imposto sobre portas e janellas. . ¦'. . 1.2008000Dito de lotação para venda de aguardente

nacional. . . ... 1.0008000Idem do contracto de casinhas. . . . 500,<JOOOIdem do dilo de açougue.. .... 150S000Idem dò dito de subsidio de mar em fóra. 2008000Ilem do dito de afferições.. .... 1008000Idem do; dito de 10 rs. por alqueire de sal

importado. . . . . . . . . 45Q8O0OIdem de 18 ri. por pipa de aguardente ex*

portada. . . '

. . ... . . 1008000Idem do dito de carnes verdes e aguas-ar-

dentes. ......... 4008000I lem do dito de 20 rs. por alqueire de

café do município. ...... 3008000Idem de multas diversas. ..... 3008000Idem de licenças para casas de negócios,

officinas, carros, carroças e jogos liei-tos, mascates, etc... 6008000

Ilem do imposto de terrenos para edificar,e por aforamenlo. ...... 2508000

... 6.6988143DESPEZA

Importe da gratificação ao secretario. . 5008000Idem da gratificação ao fiscal.. . . . 3008000Idem ao porteiro. ..... . . 1608000Com a creação e estabelecimento de ex- -

postos. ......... 1008000Idem o expediente do jury e meias custas 8008000Idem o costeio da cobrança do alcance da

, câmara suspensa. ..... . 2008000Idem o pagamento da nova casa da ca-

mara. . . . . . . . . . 1.0008000Idem u concerto, conservação e novo en*

canamento do chafariz 1.0008000Idem a limpeza de largos e abertura deruas.. . 500S000

Idem concerto, e conservação de pontes eestradas municipaes. . . . . . 6008000

Idem as obras, da egreja matriz. • • • 4008000Idem às obras-publieas-em-gerftlj-espe

cialmente cães do rio.dá barra, esgo-_ tos e rampa.. ...... . . 1.1388143

..' 6.69881438 13

CÂMARA DA CIDADE DE JACAREHY. RECEITA

Sildo.ílo anno anterior. . . . . n59i-595Árrematação das casinhas ". 3328000Idem, idem afferições. ...;.. 12DÍÍ000Idem, idem do pasto da valia 578000Idem do.matadouro 218000Multas diversas \ ?2SSSSnAvenças de ramos de armazéns e tabernas 1.3008000Imposto sobre lojas. JÍShKaSI'ifracção de posturas. ...... 1QMSTaxa sopre carros. n nnnImposto sobre latoeiros. . ... • 108000Idem, idem bilhares 108000Escriptprio de descontos 208000Imposto sobre botlcas 108000Idem, idem cães 108000Dito de 18 rs. sobre cabeça de rez cortada

no município. 2088000

FOLHETIMMEMÓRIAS

DE

UM SARGENTO DE MILÍCIASpór

UM BRASILEIRO(Conítnuwfâo do n. 3,014)

CAPITULO VIFMMEIRA NOUTE FÓRA DE CASA

O compadre, apenas dera por falta do afilhado, viu-se presa da maior affliceão: poz em alarma toda a vi-zinhança, procurou, indagou, mas ninguém lhe deunovas nem mandados d'elle. Lembrou-se então daVin-Sacra, e imaginou que o pequeno a teria acompa-nliado; percorreu todas as ruas por onde passara oacompanhamento, perguntando alilicto a quantos en-cóntrava pelo lhesouro precioso de suas esperanças;chegou sem encontrar vestígio algum até o Bom Jesus,onde lhe disseram ter vislo Ires meninos que por seportarem endiabradamente na oceasião da enlrada daYia-Sacra o sacrisUo os correra para fóra da egreja.

Foi est0 o único signal que pôde colher.Yagou depois por muito tempo pela rua, e só se re-

colheu para a casa estando já a noute adiantada. Aochegará porta de casa abriu-se o postigo da uma rotulacontígua, e uma voz de mulher perguntou:—Então visinho, nada?

—Nada, visinha, respondeu o compadre com vozdesanimada.

—Ora, quando eu lhe digo que aquella creança temmaus liófes....

—Visinha, isto nâo são cousas que se digam...—Digo-lhee repito-lhe que tem maus bufes...Deus

permitia que não, mas aquillo n-o lem bom fim...—Oh 1 senhora, replicou o compadre muito irritado,

que tem a senhora com a minha vida e mais das cousas

Idem de 500 rs. sobre cada escravo presono município. ... ... .Espectaculos públicos.. . . . . .Carne verde e subsidio litterario. . . .Imposto de 500 rs. porjòrta e janella. .

DESPEZAGratificação ao secretario.'. . . . .Liem ao fiscal. Idem ao porteiro.IJem ao ajudante do mesmo '.Expediente da câmaraIdem do jury.- , ,Luzes para a cadáa. .Festas nacionaesHonorário aos advogados.. . ,: .

'.Gratificação ao zeladqr.,do cemitério . .Extincção^de formigueiros. . ."¦¦'•¦' .Obras publicas.. .......Reparos na matriz e cemitério.' .'¦¦'. .Com o encanamento das águas e limpeza

da valia ao Avarehy. . . . •'. .•Porcentagem ao procurador de 12 por 0/°.Eventuaes. . ... . . .

108000'208000

1.5008000800800Ó

5.6008506

40080003508000100800O208000

2008000200S0ÒO

10800O50800O

100S00O1008000150S00O2Ó0flOÓO

2 0008000

950850659480001168000

&'§14

5.6008506

CÂMARA DA CIDADE DE TAUBATÉ'RECEITA

Saldo do anno findo. 8Í8184Aluguel dos quartos da casa de mercado..Imposto sobre casas do negócios.. . .Idem sobre carros. ...Idem sobre carne verde e subsidio. '.-

.Idem sobre aguas-ardentes, . . . .Idem sobre rolos de fumo.. . . . .Idem sobre toucinho ou cevados.. --À .Novo imposto de 68400. ... .

'. "'¦ .

Licenças para officinas.. . ."' . . ,Idem sobre casas de negócios.."', .

'".Idem para jogos lícitos. . ; ." ; .Idem sobre hotéis. . . .. . ...Idem sobre mascates de ouro.. . -. .Idem sobre mascates de fazendas.. .Idem sobre espectaculos. . .'¦ . . .Idem diversas. .... . •Afferições. :; .. . . . . , \ \Cortes dé rezes.. ..... \

'\

Multas diversas.. . . . . . -.'¦-,idem pelo tribunel do jury......Prisão de escravos.. .'

"~" ""** DESPEZA'

Gratificação ao secretario.. i ¦; . .Idem ao fiscal da câmara. . . . . .Idem ao da casa do mercado, desde já. .Idem ao porteiro. .'.;'...,Água e luzes para a cadéa. . . . .Extincção de formigueiros. . . . .Custas em geral. . . . . . . ,Expediente da câmaraCommissão ao procurador, (reduzida a 8

por cento)Obras publicas.Eventuaes

8080001.TOSÔ0O

480800027080003128000138000

147800053180007808000180800013088OO468000

1008000508000208,000' '180S000

34980001658000111800067800018S00O

.^5.91381.84

600SO0O4008000200800020080001608000608000

50080001508000

46489602.8188224

3008000

§155.9738184

CÂMARA DA CIDADE DE PINDAMONHANGABARECEITA

Imposto de 320 rs. sobre cabeça de rez. .Idem de 200 rs. sobre cabeça de porco. .Idem sobre mascatesIdem sobre negócios, fabrieis, etc. . .Idem sobre carrosIdem de 40 e 20 rs. por palmo de testada

com appllcação especial

1508000450SO0O200800050080004008000

1.2008000

que me pertencem ? Metta-se comsigo, cuide nos seusbilros e na sua renda, e deixe a vida alheia.

Entrou depois para casa murmurando :—Um dia faço aqui uma estrallada com esta mulher:6 sempre isto I parece ura agouro I

Toda a noute levou o pobre homem acordado a pen-sar nos meios de achar o pequeno: e depois de ler for-mado mil planos, disse comsigo.

--Em ultimo lugar vou ter com o major Vidigal.E esperou que o dia voltasse para proseguir em suas

pesquizas.Entretanto vamos salisfazer ao leitor, que ha de

talvez ter curiosidade de saber onde se raetteu o ps-queno.

Còm os emigrados de Portugal veio também para oBrasil a praga dos ciganos. Gente ociosa e de poucosescrúpulos, ganharam elles aqui reputação bem mere-cida dos mais refinados velhacos: ninguém que tivessejuiso se mettia com elles em negocio, porque tinha cer-teza de levar carolo. A poesia de seus costumes e desuas crenças, de que muito se falia, deixaram,-n'a daoutra banda do oceano; para cá só trouxeram máoshábitos, esperteza e vèlhacaria, e se não, o nosso Leo-nardo pôde dizer alguma cousa a respeito. Viviam emquasi completa ociosidade; não tinham noute sem fes-ta. Moravam ordinariamente um pouco arredados dásruas populares, e viviam em plena liberdade. As mu-lheres trajavam com certo luxo relativo aos seus liave-res: usavam muito de retidas e fitas; davam preferen*cia a tudo quanto era encarnado, e ne huma d'eílas dis-pensava pelo menos nm cordão de ouro ao pescoço; oshomens não tinham outra distincçâo mais do que ai-guns traços physionomicos particulares que os faziamconhecidos.

Os dous meninos com quem o pequeno fugitivo tra*vara amlsade pertenciam a uma familia d'essa gentegue morava no largo do Rocio, lugar que tinha por issoal.'> algum tempo o nome de campo dos Ciganos. Ti-nham esses meninos, como dissemos, pouco mais oumenos a mesma edade que elle: porém acostumados ávida vagabunda, conheciam toda a cidade, e a percor-riam sós, sem que isso causasse cuidado a seus pães;

Idem de 500 rs. sobre portas e janellasidem-. . . ... . . . . .Idém sobre aguas-ardentes nacionaes e

estrangeiras idem. . . . . ...Idem carnes verdes e subsidio l.tterario..- Idem.. ...'-. . . . V; . .

Estanque de agua's-ardente3. . . . :.Affefições dé pesos e medidas.. . . .Impostos diversos, i- «. .....Multas em geral,por infracçâo de posturasCobranças de dividas aclivas. . . . .

DESPEZAGratificação ao fiscal. Idem ao porteiro. . , . * . . .

'-,Idem ao secretario.. .. . . . . .Idem ao zelador do cemitério;. . . p;íLuzes para a cadôa.. . -. . ..;;'.'-Expediéntedojuíj^e custas. . . ." .Eventuaes.- ......-..;«. •'. '. . . . ,Porcentagem de lÔ«por.% ao procurador.,Extincção de formigueiros. . . . .Illuminaçãò da cidade.. . . . . .Com a exploração de tiradad'agüa, desde>¦• •••• :v •-:•* • •.Com o pagamento do déficit do anno an-

terior. . . ./:'-. .-.^ . _, ' ,

Com obras publicas.¦ '¦.:

;'ãÀ . . .

1.3OO80OO

350S00O

46080002.0008000240800020080004008000

1..1558580

9.6058580

3008000¦ 1208000' 5008000100800015080003008000750S0001858000500SO0O

;1.5008000

5008000'2668510

3:8318070

§16CÂMARA DA CIDADE DE S. LUIZ DO

HYTINGA. RECEITA ,Saldo constante do balanço.. , .'. . .

Estanque de aguardente e subsidio demar fura

Afferições., . ....... . . \ ',

Talho de carne verde. .......Arrendamento das terras da câmara. . .Novo Imposto sobre armazéns, tabernas eboticas.Rendimento dó cemitério,. :'•'.'. . . .Imposto sobre carnes verdes,-.aguardente

e subsidio. ........Licenças para armazéns e lojas. , . .Multas diversas.. . . ..-...'Divida activa da câmara... . . .

'.

DESPEZAGratificação ao secretario. . . . -i ;.Idem ao fiscal. . , . ¦ . .. ___._>Dez por por 7o ao procurador, ...Gratificação ao porteiro.Idem ao medico do partido. ....Luzes e limpeza da cadéaExpediente do jury, junta de qualificação,mesa parochial e meias custas. . .Expediente da câmaraAluguel da casa para cadôiIdem, da casa para as sessões da câmara..Desappropriações de terrenosPagamento da divida passiva da câmara..Obras publicasEventuaes

....

.9.6058580

PARA-

2.9788231

1.1008000628.0005080003968800

2008000508000

200800030800010080005198954

{5.6848991' 2508000lOOfiOOO2318695508000100800013Ú8000

2008000508Ó00120S000120S00010080001101000.25080008138296

(Conítniío.)5.6848991

Quartel general do conluiando cm che-le do exercito em operaçõesACAMPAMENTO JUNTO AO PASSO DA PÁTRIA, 15 DE ABRIL

DE 1866ORDEM DO DIA N. 151

S, ex. o sr. general em chefe manda dar publicidadeás partes especiaes sobre o combate: dó dia 10 do cor-

rente,) dos differentes chefes dos contingentes que com-punhâo a guarnição da ilha em frente ao forte de Ila-pirú, io mando do mallogrado o de gloriosa memóriatenen e-coronel João Carlos de Willagran Cabrita,^cambamenío do 7." batalhão de voluntários da pátriana'Ilha da Redempção, aos 10 de Abril de 1866

í""?* lT'~Levo ao c°nbecimento do v. s., que hojepelas* bojas da manhã, sendo pelos postos avançadosao DMallião'(,o meu commando, que guarnece o íhncoüireiid.desta ilha, presentida a aproximação do inimi-go, aje¦ yinhSo^em; duas chalanas e majs de 30 canoasem numero superior a 1,200 homens segundo fui in-tormijto.por um dos officiaes parsguayos, que fizemosVmoí\§"°>os Quaes, não o.bstante a pertinaz resisten-cia qjie lhes-fizerão os postos avançados e o pelotão deproteflc'áo,:drsp-utando-dhes passo a passo, avançarãoem fogo .incessapte até as nossas trincheiras, nas quaesencontrarão uma obstinada opposição da parte dos nos-sos soldados até ao romper d'alva, tempo em que sen-tindofníe já sem. munições mandei carregar á bayone-ta, o que foi executado com uma bravura especial re-saltando de todo esse ataque ficarem mortos defrontodas tijincheiras propriamente do 7.°. batalhão, 182 pa-raguayos, que já tenho mandado dar-lhes sepultura, eoutros que se vão ainda encontrando, cujo numero' to-tal precisarei em tempo opportuno, e 13 prisioneirosmais pu. menos feridos, e ,o. que escapou aponta debayoneta, despresando seu armamento, encontrou se-pultufa no leito do rio, a que se atirou.

Cinco canoas, 255 espingardas com bayonetas, 6 di-tas sem ellas, 12 espadas, de cavallaria e 101 patronascom grande quantidade de munições, são os trophéoscolhidos em frente das trincheiras do batalhão que le-nho aí satisfação de commandar. .Slnjo-me orgulhoso declara do a v. s., que todos osofficia>*s-, officiaes inferiores e soldados se portarão nes-se ataque como cumpro ao soldado brioso.• Incluso .remetto a vi s.'.a relação dos officiaes e praçasde prat, que.mais se distinguirão, e a dos mortos e fe-ridos,re;alguns.papei8 encontrados com officiaes inimi-

gos mortos.-Dl8u*.enw,?av-J,--~II,m'' sr. tenente-coronel JoãoLarloside Willagran Cabrita, commàndante da euarni-ção desta ilha^Franctsflo Joaquim Pinto Pacca. te-nente-rçoronel commandanle.Relação nominal dos officiaes, officiaes inferiores e mais

P.W8. .*!-•*¦, ?e dislinguir.ão- no ataque do dia 10 naílhada RederapçãdrCapitão'Feiicio Ribeiro-dos Santos Camargo. Estaollicial pomn-andava os postos avariçadosVò coiíimuitodenodo|ifficultou a marcha de uma coIumW.deSi-

gos de ájrjsa deiOO hóih'éhs,achando^wpepraças..'¦; Dito Diogo Antônio de Barros. Este official bastanteDrioso, conservou a melhor ordem e o mais activo fogona parte do intrincheiramento confiado á sua guarda, ecarregou o inimigo com muito denodo.

Dito Elias José de Oliveira. Idem.Capilão Fortunato de Campos Freire.—Além dissocombateu corpo a corpo com üm official inimigo, aquem matou, ficando levemente baleado era uma perna.Up tào Tristào Firmino de Almeida—Com muitonno, denodo e sangue frio, conservou a melhor ordeme o mais activo fogo na parte do intrincheiramento con-uaío á sua guarda, ecarregou depoÍ3 o inimigo.lenente Antônio Cupertino Marcondes do Amaral.—Idem.

Alferes João Carlos da Silva Telles Junior.—Idem.Dito, Francisco Benedicto de Mattos!-Idem.Dito do 8." corpo de voluntários, Carlos Sabino Ma-lheiros.—Idem.Dito do 3.- corpo de caçadores a cavallò, ajudante doüatallião, José Pinto Freire. Este official que em todoo combate empreguei na transmissão das minhas or-dens, cruzando constantemente da direita para a es-

querda do intrincheiramento, debaixo do mais renhidofogo, conservou sempre o mais admirável sangue frioexcitando os soldados com o maior enthusiasmo, e aja'

nunca faltavam a acompanhamento de Via-Sacra, nema outra qualquer cousa d.'esse gênero. Encontrando-se n essa noute, como já sabem os leitores, como o nos-so futuro clérigo, a elles se associaram, e o carregarampara casa de seus pães, onde, como de costume, haviafesta de ciganos, (e este costume ainda hoje se conser-va); .faziam, dissemos, festa todos os dias, porém mo-tivavam-n'asempre. Hoje era um baptisado, amanhãum casamento, agora annos d'este, logo annos d'aquel-le, festa d'este. fasla d'a*jaeIIo santo. Na noute deque tratamos havia um oratório armado, e festejava-se um santo de sua devoção ; não lhe sabemos o nome.

Pelo caminho o menino teve alguns escrúpulos equiz voltar, porém os outros tal pintura lhe fizeram doque elle ia ver se os acompanhasse, que decidiu-se aseguu-os até onde quizessem.

Chegaram emfirn á casa, onde já linha começado aI6S13»

Ao lado esquerdo da sala estava o oralorlo illumina-do por algumas pequenas velas de cera, sobre uma me-sa coberta com uma toalha branca, servia-lhe de espal-dar uma colcha de chita cora folhos. Em roda da salaeslayam collocados assentos de toda a natureza, bancos,cadeiras, elo., onde sé assentavam os convidados. Nãoeram estes em pequeno numero, eram ciganos e gentedo paiz; traziam toilleles de Ioda a casla, do soffrivelpara baixo; mostravam-se alegres e dispostos a apro-veitarem bem a noute.. t Òs meninos entraram sem que alguém reparassen elles, e foram collocar-se junto do oratório.

D'ahi a pouco começou o fado.Todos sabem o que é fado, essa dansa tão voluptuosa

tão variada, que pareço filha do mais apurado estudoda arte. Uma simples viola serve melhor do que ins-trumento algum para o effeito.O fado tem diversas fôrmas, cada qual mais original.

Ora, uma só pessoa, homem ou mulher dansa no meioda casa por algum tempo, fazendo passos os mais dif-íicullosos, tomando as mais airosas posições, acompa-nhando tudo isso com estalos que dá com os dedos, e•vae depois pouco e.ponco aproximando-se de qualquerque lhe agrada; faz-lhe diante algumas negaçasevi-|

ravoltas e finalmente bale palmas, o que quer dizer quaa escolheu para substituir.o seu lugar.Assim corre a roda toda até que todos tenham dan-sado.Outras vezes um homem e uma mulher dansam jun-tos; seguindo com a maior certezi o compasso da mu-sica, ora acompanham-se a passos lentos, ora apressa-

dos, depois repellem-se,.depois juntam-sa; o homemás vezes busca a mulher com passos ligeiros, emquantoella, fazendo um pequeno movimento com o corpo ecom os braços, recua vagarosamente, outras vezes éella quem procura o homem, que recua por seu turno,ató que emfim acompanham-se de novo._ Ha também a roda em que dansam muitas pessoas,interrompendo certos compassos com palmas o com umsapaleado ás vezos estrondoso e prolongado, ás vezesmais brando e mais brove, porém sempre igual e a umso tempo.

Além d'estas ha ainda oulras formas de que não fal*Íamos. A musica ô differente para cada uma, porémsempre tocada em viola. Muitas vezes o tocador cantaem certos compassos uma cantiga ás vezes de pensa-mento verdadeiramente poético.Quando o fado começa custa a acabar; termina sem*

pro pela madrugada, quando nâo leva de enfiada diase noules seguidas e inleiras.O menino, esquecido de tudo pelo prazer, assistiu áfesla emquanto pôde; depois chegou-lhe o somno, ereunindo-se com os companheiros em um canto, ador-meceram todos embalados pela viola e pelo sapâteado.Quando amanheceu aerrdou sarapantado; chamouurn dos companheiros; e pediu que o levasse para casa0 padrinho ia sahindo para começar nas pesquizas

quando esbarrou com elle. H—Monino dos trezentos...onde te metteste tu?...-Fui ver um oratório... .Não diz que eu hei de serpadre? I...

O padrinho olhou-o por muito tempo, e afina], nãopodendo resistir ao ar de ingenuidade que elle mostra-va, desatou a rir, e levou-o para dentro já completa-mente apaziguado'.

(Conítnúo)

mimwx!!8S£B£i

Page 2: POBLlCAÇÕF.Í. l.ÓO bro. ' ';, «Somemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03015.pdf · Idem o expediente do jury e meias custas 8008000 Idem o costeio da cobrança do alcance

«OBJUEIO PAULISTANO

dando depois no momento da carga com muita intrepi*"ll"

sargento José Theophilo dos Santos. Este oflicialinferior portou-se corajosamsnte e foi ferido le.vomentona mão direita.

Dito, José Emiliano Claro de Sanl Anna. Portou-secom summa bravura e summa actividade.

2.» cadete 2.° sargento, I^P^JSfWfeM1."va Este cadete torna-se mui recommendavel pela sua

bravura e sanguo frio. Estando no posto avançado ot

o orimeiro om carregou sobre o iuimigo em seu de-

sembarnúe Tliindo gravemente farido por um golpedee aqdanafacodireil, e nâo obstante conservou-se

ainda no intrincheirameato por mais de uma hora fa-

zendo incessante fogo. . _ . .2 • sargento Antônio Rodrigues Leit*. Ebte olltcial

inferior não obstante ter sido gravemente fendowmba-teu até o fim do ataque com admirável s.ngue frio..

n to S"»oel Portilho dos Reis. Este oflicial inferior

Do^tou-se com muita bravura, e sendo encarregado por

Süm do commsn-Jo de uma divisão na carga á bayone-tQ a pxecutou com denodo. .....

|"argentoJoão Antunes CaslrtotoJunior. Portou-

se com bravura o verdadeira presença de espirito.

Fo"iel Manoel Cietano de Abreu Junior . Idem,

n„an oi sua bravura e sangue frio, defendendo o seu

capitão, e ílvrando-o se-n duvida de uma morte certa,

^SSoZSSo. Liem, quanto á sua

bravura e sangue frio, tomando também parte na defe-

za de eu capitão, quando circulado pelo inimigo.Dito Joaquim da Silva Moreira. Sua bravura o le-

vou aíé a sahir das fileiras para atirar sobre o (nimigo,3 qüitom

Sz Pinto de Souza Rangei. Wm sendo

atacado Jm dous inimigos, se houvj, com tanto denod/

que os matou á bayoneta. áSDito Dario Fortunato Azambuja de Souza. Este ca-

bos ndo atacado por um oflicial Inim.go.eajguns so

dados, defendeu-se bravamente, matando o. dito ofli-

CÍ Dito, Antônio de Moura. Sendo atacado por-alguns

inimigos defendeu-se bravamente agarrando um com o

prodio punho, a quem matou o afugentando os ou-

iros. ;.'._ ....;._ ..,.._ p„„,„ carregou

por

Com tanto

' Anspeçada João Baptista da Silva Costa

sobre o inimigo com muita bravura. .D,lo Manoel José de Carvalho. Idem, e foi ferido

18 Ditò.nAmancio Ivo de Andrade. Sendo atacado

seis dos inimigos, defendeu-se denodadamente.2 • cadete Pedro Monteiro do Amaral. Loi

denódo se houve por oceasião do ataque á bayoneta,

que defendeu-se de um grupo de inimigos agarrandoum uue trouxe prisioneiro.

Dito Joaquim Casimiro de Oliveira. A bayoneta de-

fendeu-se ousadamente dos inimigos que o circulayão.Dito João José Ribas. Mostrou muito sangue frio, e

portou-se com denodo sempre ao lado de seu comman-

át^T£L Pinto de Arruda -Cru. Este pa,

ticular portou-se com tanta bravura que ainda depois

de ferido no pescoço por uma bala, nào se retirou do

combate senão depois do concluído.Soldado José Pedro dos Santos. Idem.Dito Camillo Santiago. Sua bravura o levou até a

sahir das fileiras para atirar no inimigo á queima rou-

pa, animando incessantemente os sous camaradas.Dito Joaquim José Bello. Idem, ficando levemente

ferido no hombro direito.Dito Porfirio Antônio do Nascimento Brandão, bua

bravura não lhe consentio que deixasse as fileiras am-

da depois deferido. j„„„j„Dito João Ferreira Campanha. Defende-se denoda-

damente á bayoneta dc um grupo de.inimigos, quo o

cercava, ferindo a uns e afugentando a outros.Cometa Tiburcio de Paula. Este cometa, tanto fa-

zia o uso do seu instrumento como do seu refe, e ainda

depois de baleado, não deixou da perseguir o inimigo.Dito Manoel José Ramos. Este cometa por oceasião

da carga fez uso do seu instrumento, como de seu reie,acommettendo o inimigo com denodo.

Acampamento da ilha da Redempção, 12 de Abril de

1866.—Francisco Joaquim Pinto Pacca, tenenie-co-ronel commandante.

MISSÃO ESPECIAL DO BRAZIL.Francisco Octaviano de Almeida Rosa, do Conselho de

Sua Magestade o Imperador do Brasil, stu EnviadoExtraordinário e Ministro Plenipotenciario em missãoespecial junto fts republicas do Rio da Prata.

Pede as autoridades civis e militares dos Goyernnsaluados o ordena ás do Império que deixem livre-mente passar e prestem o auxilio de que careça aosr capitão Felicio Ribeiro dos Santos Camargo quesegue viagem para o Rio de Janeiro, encarregado dosdespschos ao Governo Imperial.Buenos-Ayres, 26 de Abril de 1866.

F. Octavtano de Almeida Rosa.

troyana, cantada por Homero, até a luta gigantesca dos

Estados-Unidos, contomplada e admirada por nós.

O mundo é assim. A luta ó a vida. E uma, e uni-

ca, a lei quo regula a adherencia, das moléculas, a har-

monia das espheras, a consolidação autonomica das na-

cionalidades, e o seu equilíbrio internacional.Não ha umá só contradicção A esta lei na historia de

todas as civilisações e de todas as idades:Xerxes invadindo a Grécia, Alexandre levando a ei-

vilisaçâo hellenica alô Babilônia, são dous factos queexplicam-se e completam-se, realisando a fu-são de

duas civilisações isoladas, se não desconhecidas uma á

outra.O pacto de sangue entre a invasão dos bárbaros o o

anniqulllamento do velho império romano ainda foi a

fusão de duas raças e de duas ordens de idéas.Ainda é este o effeito da homolgação das raças bar-

baras sob o sceptro de Carlos Magno, o das Cruzadas,o que proveio da invazão mahometana na penínsulaibérica : em todos esses factos a fusão pela luta, peladestruição e reorganisação,e a marcha .da civilisação.

A moderna idade ainda não desmente o passado :-

Luthero, o papado, e Carlos V resumem uma grandeluta e a fuzlo e a reorganisação Sde idéas e princípiossoclaes. • •

' A revolução franceza e a guilhotina foram duas luc-tuosas e sanguinolentas apotheoses do esterminio e da

morte, mis legaram aos homens um cathecismó social

e politico. * .'As campanhas de Napoleão foram como as linhas por-

taes que o distribuíram por toda a Europa. As águias

francezas chegaram ao coração da Rússia, e esta veio

depois até Paris : a Europa inteira recebeu as sementes

que até hoje ainda germinam em alguns pontos, e que

já rieramfructo em outros.Um período correspondente vem chegando para os

povos da América.Gerações novas, calcadas pelas mais elevadas idéas

da civilisação, já levam, eritretanto,na sua marcha mui-ta bagagem que precisa de reforma.

A luta, a fusão, a reorganisação já principiaram seus

trabalhos.Os Estados Unidos já viveram um dia de sacrifícios

para garantir no seu futuro o gozo de muitos séculosde prosperidade.

Washington, tornado necessário â soa pátria,reappa-receu na figura de Lincoln.

Na America do Sul a guerra do Prata não é um factoizolado, accidental e -sem repercusõses. Pelo' contrario:é a homologação de nacionalidades, uma tentativa (fe-ounda) de nivelamento entre nacionalidades desiguaesem civilisação, 6 a luta entre a luz e a barbaria, é o re-conhecimento e a fusão do idéas e principio?.

Sejam quaes forem os dolorosos soffrimentos porquepassa e tem passado a familia brazileira—derramandoo sangue de seus filhos—esgotando os cofres de sua ri-queza—e paralisando, sua vida orgânica e social, é forade duvida, que a civilisação brazileira fecunda se tomaforças nos estremèções da luta.

A idéa da dignidade nacional (orna-se, de uma causaignorada que era, uma religião social.

Os horisonlés alargam-se, e p povo braziltiro, povocriança e ignorante, enxerga e contempla outras na-cionalidades, outros mundos.outras idéas e outros cos-tumes.

Quando vier o descanço e a reflexão o povo ha de sen-tir,que tem nas veias uma vida nova e Um sangue maisenérgico.

Publicamos ainda um documento comprobatono domotivo porque o distineto sr.capitão Felicio dos San-tos Camargo acha-se ausente do theatro da guerra.

Correio—Amanhã, ao meio dia, fecha-se a malado correio de Bragança, e á.5 horas datarde, a do cor-raio do Norle.

"Vaceina-Hoje ás 11 l.oras da manhã* applicadapelo snr. cirurgiáo-mór S. Machado de Oliveira, noedificio contíguo á Sé Cathcdral.

Reunião «opuIar-Ante-hontem houve umasegunda, composta de maior numero de volantes llbe-raes do que o da noute anterior, e todos concordaramna sustentação da idóa que visa a conf.icçào da listapara eleitores, por meio da eleição prévia.

O sr. de JLinski—Kste distineto artista pretendedar um interessante espectaculo no praximo domingo.Annuncla uma novidade: é uma loteria de 20 prêmios(objectos interessantes e delicados) cujos bilhetes serãodistribuídos aos compradores de camarotes, cadeiras ogeraes. *

«lury-Hontem tendo-se reunido numero de jura-dos superior a 36 declarou o snr.dr.juiz de direito,que os jurados que são lentes da faculdade, tinham aopção de ficar no jury ou de voltar para a mesma, vistoter havido pedido de dispensa dos mesmos pelo direc-tor d'aquelle estabelecimento. . .

O snr.dr.Falciio filho como jurado e lente, pediu apalavra, e declarando qúe sendo igualmente iinportan-te o serviço db magistério o o de juiz de facto, não de-liberava por si, e instava para que o snr.dr.juiz decla-rasse a sua dispensa ou a necessidade de seu serviço nojury.

Decidindo então o dr.juiz de direito quea opção im-portava dispensa, o snr.juiz de facto, declarou que dasegunda-feira'em diante não fazia raeis. parte do jurye voltava para o serviço da faculdade.

Em seguida entrou em julgamento o processo emque é réo Procopio Pereira dos Santos, aceusado pelocrime do art.201 do" Código Criminal,por ter no dia ITde janeiro do corrente anno, ferido a dous guardas na-cionaes que patrulhavam a rua.do .Quartel. ,

Foi defendido pelo acadêmico José Rubino de Oh-veira, e absolvido.

Obituario-Sepultaram-se uo dia 8 os. seguintescadáveres:

D. Anna Angélica da Silva Horta, 86 annos, entrastechronica. ¦,'

Jorge, recém-nascido, filho de Antônio Cândido dosSantos. ¦ -¦

Maria, 19 annos, parto, escrava de D_mingos de Pai-va Azevedo.

Ifljl PAMTAlS. Paulo,

'

IO de Junho de 18«0

RESULTADOS DA GUERRA

A guerra è o homicídio organisado, na phrase sócia-

li3ia dos que saúdam o futuro, e ahi enxergam os linea-

mèntos da republica universal.Será assim, quando o sonho prophetico entrar na or-

dom dos factos consummados, quando as nacionali-

dades enlaçarem-se em uma eó familia,quando a huma-

nidade constituir-se uma confederação.Hoje não. Hoja a guerra é uma desgraça—porém

inovitavel, necessária o santa.

Necessária o santa, porque a defeza é um direito,por

que a independência ó uma prerogativa orgânica das

nacionalidades, uma religião. Porque a forçaé o uni-co moio de fazer effectivo o direito entro naçõss auto-

nomicas, acima das quaes não exista um tribunal ou

um juizauetorisado.Em tal estado de cousas a guerra é um principio,

a bayoneta uma lei, a carneficina uma epopéia. Tyr-

tflo vale um Lycurgo. Altila eqüivale ã um semi-

deus.A humanidade caminha sobre cadáveres, todas as

grandes idéas são fecundadas com sangue : não é uma

insulsa laetaphora, é uma lei histórica.

A destruição ô o começo da reorganisação. A guer-ra é alguma cousa como as innundações do Nilo, quederrama-se pelos areaes para fecundal-os.

A victoria de Iodos os grandes princípios, os fastos

da historia humanitária o demonstram, desde a epopéia

,*•

Folhetim do domingo—0 nosso distineto echistoso folhetinista envia-nos a seguinte declaração,na qual, graciosamente motiva e explica o seu involun-tario não comparecimenlo, hoje, como estava assentadona suas promessas:

«Meu caro redactor.—0 homem põe e D_os dispõe—è proloquio antigo, mas de uma verdade que não nane-gar.

Eu contei, em demasia comigo, quando tomei a bom-bros escrever-lhe um folhetim hebdomadário ; não lem-brel-me que teria, por vezes.de faltar ao compromisso,porque emlim eu estava sujeito aos contratempos queaiüigem esta pobre raça humana.

E eis aqui como hoje—vejo-me inhibido de dar-lhe omeu costumado folhetim, por causa de força inven-eivei.

Ha uma cousa que doe-me d'entro d'alma, o ô que aamável leitora mal interprete a minha ausência. Nâová ella crer: ou que sou ingrato—pecha de que arre-nego:—ou que fraqueio, e sou levado, de temor, ánão proseguir na encetada tarefa.

Creia-me porém a leitora, se não lhe mando hoje aminha palestra tão coitada, é quenão posso, e simples-mente porque não posso.

Prometto, porém, a a promessa não ha de mentir,que domingo próximo hade encontrar-me de novo,abaixo do risco, á conversal-a n'aquella, doce e lieati-fica qui;-tudo que me conhece.

E pois, meu caro redactor, lamente o desculpe esteseu descauteloso

Alfredo Craiier,S.Paulo 9 de Junho de 1866.»

Estrada de ferro de S. Paulo-Os trilhosjá eslão assentes ató além do tunnel da Cachoeira. 0sibylo das locomotivas deve ter soado, pela primeira,vez n'aquell*s paragens, hontem ou ante-hontem. .

Ha somente 10 milhas a vencer-se para que o assen-lamento dos trilhos chegue á estação terminal em Jun-diahy.

Colombo—Vae hoje á scena este drama pela 4. •*"vez no theatro de S.José.

?•• de voluntarios-Pabllca-se hoje no corpodo jornal, a relação dos oíliclaes o soldados deste bata-lhâo que mais dislinguiram-se no glorioso ataque daIlha da redempção (ilha de Carvalho).

XJin. sacrilégioSou naturalde Lerma aldôa de Burgos hoje pela lei

nova provincia espanhola. Em 1820 embarquei emBilbao, e vim procurar fortuna no México.

Em Vera-Cruz fui atacado, da .febre amarella, primei-ro castigo da minha ambição, sim ambição I

Filho segundo de um honrado e remediado lavrador,querendo na santa terrinha trabalhar como trabalhei naAmerica podia lá viver honestamente e alegremente,embora, porém, não podesse sahir da mediania. Quizser rico, sonhei com milhões, tive ardente sede do ou-ro, razão porque vim para a terra do ouro. Tinhaacabado de fazer os meus 16 annos.

Fui infeliz em Vera-Cruz o, vim para Puébla;porfavor de Don Gorizaléz Óllero, em Puébla pedi esmo-Ias. Um arrielro vendo o meu desamparo me conduziopara a cidade do México, tratou, porém, comigo quehavia de ficar pelo menos um anno como caixeiro emcasa de Don Tliorriâo' Muniesa, gallego senhor de umaestalagem de grando fama entre a aristocracia arriel-ral. ' .

Fora da minha terra, chorando por minha familia,achei-me na dura condição do aceitar uma convenção,embora com o nobre nomo de caixeiro, de ser creado deservir de uma estalagem l_

Em Hespanba cuidão que na America se ganha for-tuna sem penosos trabalhos, sem l.grimas dedesospe-ração, cuidão que os emigrados achão todas as estra-das juncadas de flores, e que os pitricios com as portasabertas pedem como grande favor a honra de hospeda-remos de novo ch .'gados com bordão e mala ás costas.

Cuidão que'bista cahir no chão para o ouro em póvir agarrado nas palmas das mãos.

Illusão, illusão I Voltão alguns para a pátria ricos,a riqueza dá nòs olhos do vulgo, e ninguém se lembrados desgraçados.

"Um dià hàde vir em que na Ilespa-

nha se publiquo a verdadeira história da emigração, efaça sentir ao governe o seu' dever. 0 México offerecerecursos immensos, para o trabalho, e só esses recursose o desejo de trabalhar, são bastantes para a felicidadedos emigrados?

Em Bilbao embarquei em um desses navios, que pro-curando fretes procurâo emigrados.

Ao jantar velho feijão, e como na agoa abundavão ossaltões, elles servião de adubo, Unhamos também paracheirar peixe salgado, meio podre. As sextas feiras esabbados havia sua posta de ardido bacalbáo; e nos do-mingos, dias do Senhor, éramos agraciados com meialibra de carne salgada, ou toucinho, e um prato dearroz.

O capitão tinha palavra de rei, o só recebeo a bordoaquelles que se obrigarão (menores obrigando-se I) a pa-gar eni Vera-Cruz trinta pesos fortes.

Logo que o navio enlrou no porto foi cercado do bo-tes, e nelles vinhão os arrematantes dos serviços dos ra-pazes aventureiros. A decência manda calar a histo-ria das raparigas aventureiras.

Um velho de má catadura, bem vestido, e com gran-des correntes de ouro, gostou da minha cara, epergun-tou-me:— quer ser meu caixeiro? A' vista de tanloouro logo lhe respondi—sim senhor.

.Tornou a dizer-me:—vou pagar a sua passagem coma cláusula de vmc. ficar obrigado a servir-me por umanno, e por muito favor dar-lhe-hoi comida o de ves-tir.

Que jurídico conlracto I E' necessário observar, quequalquer jornal .iro vencia por dia um peso forte.

Desejava ver-me livre do Immundo navio, e do talcheiro de peixe pôlrc, e por isso logo respondi quesim, qua aceitava o favor offerecido. Julgava que ti-nha meltido uma lança em África.

O meu novo patrão pagou em ouro os trinta pesosfortes, mandou buscara minha mala, e duas horas de-pois eu estava em casa de Don Gonzalez Ollero merca-dor de panno, de lã, e famoso contrabandista. Comonãoentendia do riscado, seis mezes o servi varrendo a loja,e a rua, limpando os candieiros, as botas dos caixelrosmais antigos e carregando fardos I

Adoeci com a febre amarei Ia e meu amo mandou-me,já se sabe por muito favor, para o hospital da mise-ricordia I

Quando tive alta no hospital fui para a loja do patrãoelle com muito máu modo me disse:—já tenho outromelhor caixeiro, vá por tanto procurar fortuna—rua—rua I

Por favor, se miizfcr, pode ir amanhã para Puéblaroai os meus.'rrioiros que levão cargas de pannos, edarei ordem para não fazer despesa alguma.

Vamos ao-mèu novo posto de caixeiro, ou creado do '#estalagem de Don Thorriâo Muniesa. _.;

Nunca tinha sido creado de seivlr, e por isso no pri-meiro dia fiquei atterrado, não servi bem os freguezese o gallego zangado me deo uma roda de pontapés!

Os arrieiros por galhofa me lançarão ã cara os ossosdas gallinhas, e bochechas de vinho 1

Quatro mezes comi só os restos dos pratos, que todoslimpos, mistura- só própria para cachorros, dava naverdade comida para seis ferozes animaes I

Sem cama, para não dormir no chão, dormia sobrequalquer das mesas de jantar, tendo a mala por tra-vesseiro, e por causa dos mosquitos cobrindo-me comuma das fedorentas toalhas I

Don Thorriâo tinha a sua Thor.ãona, isto ó tinha pordespenseira uma mulher muito gorda com os seus 26annos, raça mista-hespánho-india, que na realidade ti-nha bonitos olhos.

Teve compaixão de minhas lagrimas, ou gostou dosmeus bons modos, fosse qual fossa a razão, resolveu-sea fazer-me esmolas. Principiei a comer na despensabons petiscos, e á noite a beber bom copo de vinhoXerez.

Njs noutes'de frio Unha um bom cobertor.O diabo, dizem, quo guarda os segredos debaixo de

um grande capote, que leva, porém, sempre um cho-calho chocalheiro.

A felicidade só durou dous mez^s. -Vi-me na rua sem o resto dos pratos e sem os petls-

cos, e o peor era que não tinha real.Os freguezes quando se lovarítavào da mesa sempre

deixavão alguns vinténs, único salário estipulado docaixeiro, os magros vinténs apenas chegavão para ei-garros.-Nio ha nada mais poderoso neste mundo do que aprotecção sincera de uma mulher—toda a difficuldadeestá na palavra—sinoera-.

O templo do patronato, osso deus que tudo governa,abre promptamente as suas portas ao sexo feminino:é um deus de bom palalar, respeita todos os interes-ses desde a alta aristocracia até a ultima plebea.

E se assim não fosse, que fim teria levado o mundo ?•A despenseira náo ma abandonou, nem eu abando-

nei os seus Imios olhos;-ella psrsuidio ao irmão, era-pregado secundário da alfândega, para procurar-me umbom arranjo, como ella dizia.

Vesti-me decentemente, tinha recebido vários presen-tes de roupa da minha protectora, e fui lovado a casa-de uma senhora viuva sem filhos, rica em bens, pobre,porém em rendimentos. Era roubada pelos adminis-tradores o feitores. Tinha 30 annos, era feia, quando,porém, aos domingos ia á missa do meio dia ao C .rmofazia grando espalhafato, tinha sua corte dos mancebosperaltas o adoradores. Era esquiva, gostava como to-das as mulheres gostão, de ser admirada.nunca quiz,porém, admirar pessoa alguma.

Tinha os meus Ilaainos já feitos, e a despenseira di-zia que eu era um guapo rapaz. A viuva olhou paramim, analisou-me com os olhos desde a cabeça até ospés, e disse-me :^pois o-senhor tão joven acha-se comanimo de administrar a minha casa ? De melhorar asminhas rendas, que estão na maior confusão ?

Respondi,—sim, minha senhora.Sabe contabilidade?Respondi-lhe, que tinha estudido tres annos em

Burgos. .... ....Bem, quero experimentar: dou-lhe duzentos pezos

fortes annualmente, e se cumprir com a sua palavra,se bem me servir, heide dar-lhe uma gratificação de¦cem. '.- • ,'-•'..

Ajoelhei, o beijei-lhe a mão.Pareceu-me, que gostou de meu rasgo de gratidão—

não fez a menor resistência, tornou a analisar-ma, emuito alegre rio-se, chamou uma creada, o deu as or-dens para saapromptaro quarto do novo administra-dor.

Tudo foi barulho, todos quizerão vér a cara do no-vo bicho, e uma velha mais doutora sempre foi dizen-do em voz altar-a senhora entrega a sua casa a um fe-delliol.. E'bonito rapaz, e terá juizo?.. Em, quaacabará isto? . .

Tive muito trabalho pois as duas fazendas, qua erãoa herança do fallecido velho marido, estavão léguas dis-tantes da cidade, e ellas erão a única riqueza da patroa.Tres vez.s escapei de ser assassinado, os administrado-res e feitores não me podiam Vér..

No fim do anno não só recebi a gratificação, comotamh.m tive a honra de D-Laureana (era o seu nome)me apertar a mão, e dizer-me—tem entrada franca nomeu gabinete, quero todos os.dias saber do movimou-lo da casa.

Fiquei sendo tratado e-respeitado como um pequenopríncipe. ¦

No fim do tres annos as rendas tinhão treplicado, eD.Laureana por gratidão e amisade deu-me sociedadenas fazendas—fiquei sendo meeiro no rendimento, efallando a verdade fiquei sendo o dono da casa. Traba-lhei como um mouro, sem me lembrar de cousa algu-ma do mundo excepto o ser rico I...

Toda a cidade soube da sociedade,—cada um contoua sua historia com mais ou menos veneno, e a cadaconto augmentavüo um ponto.

Náo houve boda ou baptizado para o qual eu nãofosse convidado 11 Cousas deste inundo I

Oito annos depois da sociedade falleceu D.Laureana.Aberto d testamento se soube que ella deixou as duasterças partes da herança em legados aos conventos e ásconfrarias, o bem pouco aos pobres. Um sem numerode missas com esmola certa e avultada se devião dizerno convento doRsverendissimo confessor. Fui institui-do universal herdeiro do resto da herança—1832.—

O juizo do fisco nacional obrigou-me a vender as fa-zendas, o nome pertence a um—hespanhol—fez dimi-nuir o valor; paguei custas sobra custas, porcentagemsobre porcentagem, e pouco me restou.

O testamento deitou por terra um castello armado noar, esperava, por muitas rasões, vencor a batalha, eficar herdeiro de toda a herança; não fiquei, porém,pobre. Sou gralo á minha protectora de raça mista, ea minha bemfeitora mexicana. D_i o meu dinheiro áprêmio, levei alguns grandes logros, o assim mesmoaugmentei o meu capital.

Vivia tranquillo, e se os francezes ficassem lá em suacasa, eu docerto findava meus dias na cidade do Mexi-co, e até já tinha faltado a Don Cox.los para me ven-der um terreno no cemitério.

Como velho tive medo dos gritos diários—Viva o Im-peradorl— Morra o Imperador I—Viva a Republicai —Morrão os Ropublicanos I O poor de tudo erão os gr!»tos—Morrão os Coroados!—Morrào os Hespanhóes!—»Os coroados tem a protecção do Papa, os hespanhóes,porém,de quem? No México não se faz caso das excom-munbões da rainha.

A minha fortuna, esse pouco, fui mandando para acasa dos senhoras Gomes Rees e Companhia banqueirosna cidade de Cadiz.

Vendi o resto dos bens e emigrei.Estou em Cadiz e pensionista em casa de D.Armou-

Page 3: POBLlCAÇÕF.Í. l.ÓO bro. ' ';, «Somemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03015.pdf · Idem o expediente do jury e meias custas 8008000 Idem o costeio da cobrança do alcance

CORREIO PAULISTANOr-V '*'

• •'.•*',

dariz honrada viuva de um empregado da alfan-

Tonho calculado qne não me hade faltar dinheiro emquanto viver, tenho 60 annos;—vivo muito parcamen-te, não tenho amisades, não freqüento sociedades, opor isso as minhas despezas são poucas.

Logo quo cheguei fui a Lerma, e não conheci a ter-ra em que nasci 1 Usos, costumes, familia, patrimônio,tudo foi novo para mim.

Di familia não achei uma única pessoa do meu tem-po; sobrinhos, sobrinhas, em abundância, caras paramim novas e algumas dellas repugnantes.

Os bens de meus pães, tinhão sido partilhados, e ai-guns vendidos, e para maior f teilidade do inventariome deriio por morto I

Um demandista da terra veio ter commigo e quiz quelhe vendesse o direito de annullar os dous inventários,quiz-mo convencer que por alto preço pagava o meudireito. Fiz o contrario, e lavrei termo julgado porsentença de desistência, e reconhecimento das pai ti-lhas passadas em julgado, confirmando as posses boason más dos acluaes possuidores.

Na familia sempre achei uma carinhade quem gos-tei, uma segunda sobrinha, linda menina de 12 annos.Não sahi da provin lia sem primeiro a deixar no con-vento das Claras Franciscanas da cidado de Burgos, sópara-a educar.

Em Cadiz estou vivendo como devoto, e como va-dio. ...-¦¦.. . ', '

üe manhã vou pára o convento de S.Francisco des-de as 8 horas da manhã até o meio dia, ouço as mi-nhas três missas dò costume, converso'com' o dònatosiohristão sobre os milagres de S.FranciscOj ouço assuas sabias explicaçõss sobre a transmissão das cincochagas, e .venho para casa jantar.

A's cinco horas alé as sete voa passear, entro nesteou naquele botequim só para láras noticias do México,depois de tor bebido a minha chicara de choco-late.

Duas velhas solteironas ia me escreverão seus bilhe-tes offereaendo-se pára .engommadeiras, a tenho-lhesjá chupado alguns covilhetes de doce.

Uma linda Andalusa já quiz apostar comigo queme advinhava o futuro fazendo resuscitar um. morto-,pois tinha em si a sciencia galvanisadora.

Dous galantes muchachos |á se offerecerão para le-var-me a vôr as senhoritas mais bonitas da cida-de. Eu, porém, que ando sempre armado com asminhas missas não tenho cahido nas tentações do de-monio.

Entrei uma vez no cifó catholico e li no Diário umannuncio de um pae que pedia ao publico informaçõessobre uma innocente filha roubada pelos ciganos.

Lembrei-me da minha vida na cidade dò México.Tinha 25 annos de idade, quando entrei em casa acheiuma creança recém-nascida, quo ninguém sabia comotinha vindo para o meu quarto, era uma galante meni-na, e não obstante ser uma alma ainda não baptisadaparecia um anjinho, tinha um único signal, sobre opeito esquerdo tinha uma vérrug.» avermelhada.

D.Laureana me declarou que não queria creanças emcasa e que procurasse ama.

Mandei por uma velha creada entregar] a menina áuma emigrada, que ella dizia ser casada, e ter-lhe mor-rido o filho :• o segredo obrigou me a- náo fazer maisperguntas. ' ¦ ....

Além do enxoval mandei uma bolsa com dinheiro, euni bilhete, no qual dizia—ainda não eslá baptisada, edeve-se chamar Laurinda.

A velha creada dois annos depois morreu de repente,e ella que era a depositaria de todo o segredo, dei-xou-me só sabedor, que a menina tinha sido entreguea uma emigrada natural de Xerez de Ia Frontera.

Procurei e tornei a procurar a emigrada e não pudeter delia noticia. .

Tudo forão dificuldades as quaes náo obstante á mi-nha boa e sincera vontade não pude vencer. Na policiaachou-se o seguinte registro:—No dia... uma hespa-nhola viuva, com uma filha de dous annos despachou-se para Cadiz.

Aemdizo ditado —O diabo já fez fogo com umatrinca

Fui á noite ao theatro da Alameda Real, e achei naarcada uma não usual concurrencia de povo, fui curió-so e perguntei a um dos da multidão,—o que ha denovo? ¦."¦;; ....

Respondeu', pois não sabe quehojeôa noite ao bens-ficio de D.Lourença dei' Carpio I

D.Lourença dei' Carpio, mulher de 35 annos pareciater menos; era magra, porém de uma elegância adrai-ravel, era feia, e quando a analysei de perto, pareceu-me o vivo retrato dé D. Laureanda; rasão, de certo,porque dellà me namorei, como um louco, como um ve-lho'bàbãd e perdido I

Pertencia á companhia do baile, e quando no ían-dango andaloz principiava a trinar as castanhetas,quando com os seus movimentos voluptuosos desafiava

deus do amor. os espectadores da platéa, velhos e jo-vins, com palmas e com gritos de applausos, deitavãoa casa abaixo. A mania dns hespanhoes I

Se David, depois de muito velho mandou procurar,como diz a Escripiura. a virgem Abisag Sunanalta pa-rx o aquecer, como ó que eu posso ser censurado porprocurar legalmente u na mnlher de mais de meia-ida-da para me governar a casa?

Dina dei' Carpio morava só, e com bastante cuslo fuiovado á sua presença.

Mulher sincera, alheia completamente ás paixõesvulgares, tinha horror ao seu modo de vida, único meiode ganhar o pão nosso de cada dia.'

Disse-me:—não sei quem são os meus pães, nomqual óa minha pátria; fui creada por uma mulher quepara mira sempre foi uma tyranna, morava na cidadede Huelba, e delia fugi quando tinha a idade de 12 an-nos pedi esmohs.e afinallajuntei-meá uma companhiada saltimbancos, e eis a rasão da minha profissão.

Paixões de jovens sãn ardentes, são porém semprevolúveis; e pelo contrario as paixõjs do velho sâosempre firmes e constantes.

Apaixonei-me, e depois da algum tempo de obser-vação docaracterda dançarina, julguei que ella podia

ser uma boa companheiia uo resto da minha velhice.Ella já era meia velha, estava alheia ao fogo ardentedas paixõss, e poucas causas me podia dar de ciúme.

O ciúme do velho è a sua morte. Só o rei David, quan-do velhinho teve uma mulher virgam, e a deixou vir-cam e nunca teve ciúmes ;

Offereci casamento á Dona dei' Carpio com duas condi-çõas—largir para sempre o theatro, e sahirmos de lies-panha. Ella acceitou e logo largou a companhia.

Fiz á minha custa todas as despezas necossanas e de-saneio dia... 1864, para celebrar-se o matrimônio.

Alcancei do bispo dispensa das proclamas, á vista daminha idade, quiz evitar as fallaclas dos maldizentes

O vigário geral quiz pôr duvidas por causa de faltade certidõss de idade, porém o dinheiro para as obraspias tudo venceu.'

"

Como freqüentava diariamente o convento dos francis-canos lá tinha alguns conhecidos.

Fr. Jeronymo das Chagas pagava-me particular atten-ção o por isso o procurei para confessar-me, como ne-cessirio era para poder receber o sacramento do matri-

Djpóis da confissão, passeando no claustro elle me

disse:—penso quenilo faz-bem em casar se—a sua ida-de já não é própria ; e casar-se com uma dançarinanão ma parece rasoavel.

Amigo, lhe rospondi, conheço que tem rasão, pensan-do á sangue frio, saiba porém que estou apaixonado, epaixão de velho é sempre teimosa.

Estávamos ria egreja, erão padrinhos o meu banquei-ro e o seu sócio, a na oceasião do padre deitar a ben-ção nupcial. entrou uma mulher velha, rota, esUrra-pada, e de horrenda figura, e clamou—suspenda sr.pa-are 111 Chcgru-sa ao padre e lhe disse um segredo—o padra deixou cahir o livro, levantou os braços para océu e exclamou—um sacriiejiol

A velha veio ter comigo, entregou me uma pequenalata, e dentro estava a certidão de baptismo de Laurin-da, o meu bilhete e vários papeis relativos ao seu nas-cimento.

Fiquei louco, rasguei o peito do vestido da suppostanoiva, e vi sobre o peito esquerdo a verruga averme-lhada; e ao pescoço dependurado em uma fila preta orelicario de ouro que D. Laureanda tinha lançado aopescoço da recém-nascida.

Laurinda reconheceu a emigrada que a tinhacrcado.edeclarou a rasão porque mudou de nome quando fugio,e de ter sempre guardado o relicario.

Olhei para o padre e disse—misericórdia divina 1 Aprovidencia livrou-nos de um sacrilégio I

Fiz o meu testamento em oscriplura publica; deixeium dote á menina qúe deixei no convento de Burgos,reconheci Laurinda por minha filha, e a nomeei por mi-nha única e universal herdeira.

Parti para Lisboa, onde 'vivo com Laurinda e a emj-grada. Procuro casar minha filha, á quem ainda dei-xo uma boa fortuna, adquirida em casa de D.Laurean-da, perdi toda a mania de casar-me, pôde tornar a ap-parecer— um sacrilégio.

8 da Junho de 1866.Um caixeiro.

Sociedade Euterpe CommercialD.e ordem do sr. presidente, convl 'o aos srs. sr.cíos a

cnrr.parecer hoje as 4 horas da tardo na «ala dos ensaios,afim de tratar-se de negócios que interessão esta soc-ie-d ide,

S. Paulo 10 de Junho'da 180(3.0 1.° secretario.

Guilherme iosc dos Santos.

DECLARAÇÃO

Companhia Dramática

Sobre esta eplgraphe a direcçáo d'esta companhiaprocurou, no «Correio Paulistano, de hoje, responderaarguição que se fez por ter retirado da scena o drama—Colombo—sem que aos accionistas fosse dada uma re-cita d'èsle drama.• Longe de responder a justa increpaçãoque lhe foi di-rigida a companhia dramática torna patente o poucoapreço em que são tidos os accionistas do lheatro de S.José.

A direcçáo «esperava que os accionistas comprassemseu camarote uma vez ao menos para essa peça l> Qaerazão poderia auetorisar tal esperança ? Pois nâo sabea direcçáo que o empresário do lheatro, em seu con-tracto com ps accionistas, obrigou-se a dar todos os es-pectaculosexceptuando apenas os benefícios a favor dosadores «em particular»? Nâò vé que as taes recitas embeneficio da companhia não passam de subterfúgioscapeiosos com que se sophismam os direitos dos aceio-distas, cuja longanimidade tudo supporta ?

E se os accionistas tivessem de.occupar seus camaro-tes para as peças novas o.que lhes ficava para as de suaassignatura ? A repetição das que tinham visto e a quepor. isso deixariam de Ir.

A direcçáo confessa que se obrigou a dar três recitasmensaes aos accionistas, e isto em oceasião em que haquasi dois mezes que não se lhe dá uma só I

Não sabemos em que se fundou o empresário paracortar.assim o direito! dos accionistas, limitando os astaes três recitas mensaes, quando pelo contracto só osprivou dos benefícios dos adores e ainda nem a razãoporque nem ao menos estas lhes tem sido dadas compontualidade. Não foi para beneficio dos artistas que osaccionistas concorreram para a edificação do theatro ;fizeram-no para terem effeclivamente um camarote co-mo se lhes garantio quando se lhes pedio o seu concur-so. 0 theatro não pôde ser transferido ou alugado semeste ônus a que está sujeito, e se o empresário quertel-o livre indemnise os aemonistas, descontando as re-citas qu-) lhes tem sido dadas, mesmo as vistas e can-sadas e por isso não concorridas.

E respeite-se mais a fé dos contractos e abuse-se menosda bondade dos accionistas.

Água Florida de Murray c LaumanEsta é áquella excellen'e e original água de cheiro

para o toucador, quà tão altamente tem sido exhibidae oxhortada por todos os jornaes públicos da Americado Sul, e da qual se tem vendido tantas imitações nestepaz.

Entendendemos que foi para guardar o publico con-tra similhantes imposições, que os proprietários doartigo genuíno, depois de o haverem introduzido á maisde vinte annos nas republicas hespanholas.

Cuba e Brazil; começarão não somente á manufactu-ral-o para este mercado, como também para os mais jáacima mencionados.

Este excelente e Impagável artigo já commeçou á serpopular,e é de esperar, que aqui em breve venha á sup-plantar e leve a palma, como já o fez na America doSul, á todos os perfumes, e essências mais gostosas quenos costuma vir da Europa.

Ella é igual em todos os respeitos, quando não supe-rior aos mais finos exlractos-que nos vem do estran-geiro.

Vede que os nomes de «Murray e Lanman,> e achemInscriptos e gravados sob cada capa, lettreiro a garra-fa, pois sem o que nenhuma é verdadeira.

Collegio União

Desde o dia 30 do mez passado em que mudou-seeste collegio da ladeira do Porto Geral para o palaceteda rua Alegre n.l não tem apparecido o menor en-commodo de saúde em pessoa alguma.

A grande extenção do prédio, a sua excellente posi-ção, espaçosos commodos, bons recreios, etc, tudo ga-rante aos collrgiaos a perfeita conseivaçâo de sua sau-de. £' tão saudável este lugar que em 9 mezes que daoutra vez esteve n'elle estabelecido o collegio, comgrande numero de alumnos, só appareceram dousdoentes com moléstias de fácil restabelecimento, o quese torna muito recoramendavel aos pães de familia.

Praça do juizo dc orphãosDá ordem do illm.snr.dr.juiz de orphãos faço publi-

coque a praça pira a arrematação de uma casa térreasituada na villa de Santo Amaro, avaliada pela quan-tia de 3008000 rs., e de uma escrava parda de 16 an-nos, reformada a avaliação em 1.0008 rs., pertencentesá hs1 rança dos filiados Amaro Antônio de Borba e suamulher, ha de ter lugar no dia 11 do corrente mez aomeio dia, nas casas da policia.

São Paulo, 8 de Junho de 1866.O escrivão

. Manoel Eufrasio de Azevedo.Marques Sobrinho.

Roda da fortuna

Os lotes que Mr.Linski dará na loteria que ha de ef-fectuar-se no espectaculo do dia 11, estão patentes aoexame do publico no hotel do Commèrcio e não no daEuropa, como se lê no programma avulso.-

TnMra*rw*T*iTr"nw ¦ .i r^ar^çagBM^

Ha delicadezas que offendem e humildades que exa-cerbam os ânimos prevenidos. Isto colligimos da res-posta que se dignou dar-nos o distlncto director dacompanhia dramática.

O snr.Joaquim Augusto deu-nos mais uma provainequívoca do seu brilhante talento, mostrando que éphilosopho de critério e poeta que se eleva em sublimesarrobos.

E' elle que com perspicácia admirável nos diz—queojaroma deleitavel das flores delicadas também mata.

O que, porém, não é philosophico, nem poetho e nemperspicaz, é, dizemos, dever pezar sobre os accionistaso ônus, se bem que honroso e agradável de contribui-rem para a prosperidade da companhia, sem que mero-çam uma tênue compensação.

A' isto, cremos que se não deve oppor a nimia bon-dade tão provada dos distinetos directores da compa-nhia.

Não concluiremos sem um voto de profunda consida-ração pelos condignos argumentos com que se dignoua illustre directoria da companhia dramática do thea-tro de S.José, não responder ao nosso único argumen-to, exhibido no artigo a que allude.

Accionistas.

ErrataNas instrucçõea de 9 de Maio devem attender-3e ás

seguintos emendas:Nota 6.p No segundo periodo do officio. em vez de

1851, leia-se 1854.Nota 9. * Segunda linha, em vez de—esperar—leia-¦"—espaçar.

\. . EngomiiiadosNa subida"do Pjqnes.n.50 lava-se e engomma-se rou-

pa a ISOQOrs.fcdüiia.-, 3—1

D. Maria do Carmo do Valle, D. AdelaideJosepha do Valle.Marcellino Antônio do Vai-le,(ausente) e Gregorio José de Oliveira Cos-Ia, muito agradecem ás pessoas que acompa-nharão o cadáver de sua irmã, e tia, D.AnnáCleta do Valle, e rogão ás mesmas e maispessoas ce sua amisade, o caridoso obzequiode assistirem uma missa que por alma da fi-nada mandão celebrar terça-feira 12 do cor-rente na igreja de Nossa Senhora do Rosárioas 8 horas da manhã.

NUMERO 50 E NUMERO 31O Restaurant Provincial.lem a sua enlrada

principal na rua üa Esperança n. 56 e a segun-da na rua do Quartel n. 31 em cuja casa seabrio um negocio de molhados que pertence aomesmo Restaurant, além destas entradas lemoutra particular pela travessa do Quartel cantoda rua da Esperança. O estabelecimento con-serva os seus preços baixos como abaixo se vô;comida para uma pessoa 18© por mez, dita ecama 22$ rs., dila dita em um quarto inde-pendente 25© rs. Os srs. viajantes pagamt©200 a 1©500 diários por um quarto inde-pendente e comida, sendo esta dada ás horasque lhe convier: nao querendo quarto pagarãosomente 1 ©000 por cama e comida. Os seusanimaes serão bcui tratados a 1©000 por diaem umà còcheira publica e das melhores destacidade a qual se acha em frente ao mesmo esla-belecimento e a elle pertence estando por issoos animaes sempre á vista de seus donos quesempre gostam de ver como são tratados.

Interinidades

Rua Alegre

O director do collegio União tendo acabado de mudaro seu bem montado collegio para o palacete dá ruaAlegre n.l vae promptifical-o de modo a offerecer to-das as acommodações desejáveis, visto que fez escolhado melhor prédio que se pôde desejar para um collegio,e eslá na disposição de não poupar sacrifícios para queos snrs.pães de familia—contem com uma boa casa deinstrucção e educação para seus filhos n'esta cidade.

Salsaparilha

A Salsaparilha Legitima de Bristol, preparada única-mente por Linman e Kamp de Nova-York.

Poucos.remédios ha qoe. tonhão produzido tantos be-neficios no mundo como este, é a única preparação queataca Invariavelmente no sangue a origem das enfer-mida des ulcerosas e eruptiveis,- e- extingue ao mesmotenpo a aausa po éffeitp.

Podamos pois confiadamente afiançar que com suapurificadora influencia, a corrupção sa transforma, emincorruptibilidade.

As chagas escrofulosas e todas as moléstias externas,glandulares e cutâneas, communs aos paizes trópicos,cedem promptamente a sua poderosa agencia.

Seus elleitos curativos nas affecçôes do fígado e norheumatismo nãi são menos sorprendentes.

E' sabido quão prejudiciaes são as interinidades emcargos públicos, ecom especialidade nos de justiça. Epois unimos os nossos votos aos do autor de um—apedido hontem publicado no Diário que pede ao go-verno a continuação do snr.dr.Cândido Xavier na po-licia alé chegar o chefe de policia nomeado.

PedidoAos srs. que nas noites de espectaculo, no theatro de

São José, depois delle concluido eostumão retirar-se decarro, pede, visto como ainda não ha postura á respei-to, o dr. delegado de policia inspector do mesmo thea-tro, que facão a sua descida, não pela rua do Impera-dor, mas por outra qualquer.

Delegacia de policia de S. Paulo 7 de Junho de 1866.O escrivão

Anionio Pedrode Oliveira.

Respeito e veneração á Santa Cruz

João Gualberto seguindo as máximas do munío. efalsa honra de vingança, e dc buscar o inimigo, procu-r..va muito a um matador de seu irmão; finalmente oachou em um dia santíssimo, mas esquecido de tudo,foi-se a elle, para tirar-lhe a vida com ferro agudo,tanto mais que o inimigo estava desprovido de armas;então se lembrou este de abrir os braços em cruz, e di-zer:—por esta cruz me não mates—: em cuja reveren-cia, possuído de um temor santo, abaixou Gualberto aespada, e lhe perdoou no coração e nos braços.

D'ali seguindo João Gualberto, entrou (como é bomfazer sempre) am uma igreja; e fazendo sua oração, oSenhor Crucificado, que estava no meio do altar, lhe in-clinou a cabeça, em signal de lhe agradecer o perdãodado ao seu inimigo, em reverencia á sua Cruz I

D'aqui começou Gualberto a chegar-se para Deus, adespedir-se do inundo, e a procurar a sua salvação;como com elfeito conseguio, e chegou a ser santo; e oseu dia é a 12 de Julho.

EDITALO dr. Antônio Francisco de Aguiar Barros, juiz de

orphãos e ausentes n'osla imperial cidade de S. Paulo eseu termo, etc, etc.

Faço saber aos que o presente edital virem, e d'ellenoticia tiverem que á requerimento dos interessados,da publicação d'este a três dias o official de justiça ser-vindo de porteiro d'este juizo Agostinho Pereira Leite,ou quem suas vez :s fizer, ha de trazer á pregão devenda e arrematação por oito dias consecutivos, á ex-cepção dos domingos e dias santos, todos os bens mo-veis, e por vinte dias os bens do raiz, pertencentes áherança da finada Francisca Fortunata Lopes Fontoura,constantes do bilhete que com este se entregará ao ditoporteiro, á quem darão seus lanços nos referidos dias,ou nas três praças do eslylo, que se farão nos dias, lu-gar e hora que para isso forem designados. E paraque chegue á noticia de todos mandei lavrar e publicartrês de ura só theor de que se passarão as necessáriascertidões onde convier. Dado e passado nesta imperialcidade de S. Paulo sob meu signal e sello ex-causa aosoito dias do mez de Junho de mil oitocentos sessenta eseis. Eu Manoel Eufrazio de Azevedo Marques Sobrl-nho, escrivão que o escrevi.

Anionio Francisco de Aguiar Barros.Valha sem sello ex-causa.

Aguiar Barros.• Edital pelo qual se faz publica a venda e arremata-ção dos bens moveis e de raiz pertencentes á herançada finada Francisca Fortunata Lopes Fontoura, na fór-ma acima declarada.

Para v.s. ver eassignar.N. 7—200. Pagou duzentos réis. S. Paulo, 9 de

Junhb de 1866.—CaiUin/io.-Cru:.

PROFESSORA DE PARTOMme. Cezarine Chameròy pôde ser procura-

da a qualquer hora para partos e moléstias dasmulheres, lanto para senhoras como para escravas.

Travessa do Quartel n. li. 10—10Arrematação ™

De ordem do sr.dr.juiz de orphãos faço publico, quena audiência de 12 do corrente mez, segunda feira aomeio dia na casa da policia, se fará a ultima praça paraarrematação de todos os bens pertencentes ao exllnctocasal de Bernardino Gomes da Paixão, que são os so-guintes:

Um terreno com portão sito á rua dos Bambus, de150 palmos de frente, e de 36 braças de fundo, avalia-do por 2:00020000 ; 5 escravos; sendo Valerio do va-lor de 1:4008000 ; João. de 800JOOO ; Luiza, de 1:3000rs.; Camillo, de'400g000 e Ilonorata de 9008000.

Bem assim se arrematará, a quem mais der, um cer-cado sito na villa de Santo Amaro,pertencente á horan-ça do finado Luiz Antônio Machado, que foi avaliadopor 3000000.

Serão também arrematados, perlancente ao extindocasal do mesmo Barnardino Gomes da Paixão, todos osbens moveis, que poderão ser vistos em casa de sua re-.sidencia, na rua dos Bambus, e as avaliações no carto-rio do abaixo assignado.

S. Paulo, 1 de Junho de 1806.O escrivão

Januário Moreira.3-2

para as noites de fogueirasS. ANTÔNIO, S. JOÃO, S. PEDRO

A Roda do Destino, novo e completo livrode sortes, com um quadro indicador, um bo-nito volume impresso em Paris

O Fado, livro de-sortes engraçadas, 1 volu-me in 8. ° encadernado

Pacotilha Poética ou collecção de sortes, 1volume in-8.° encadernado

em casa deGarraux, deLailhacar e C.

Largo da Sé n. 1.

28000.

28000.

2S000.

15-4CHEGOU á rua do Commèrcio n. 32 (ouri-ves) uma grande quantidade de ballões de gos-to para illuminaçáo, comendo as armas brasi-

leirns e outras estampas muito chiques, pelospreços de 320 até 3$000, bem assim lençoscom a coroa brasileira a 1$000. 3—3-

Page 4: POBLlCAÇÕF.Í. l.ÓO bro. ' ';, «Somemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03015.pdf · Idem o expediente do jury e meias custas 8008000 Idem o costeio da cobrança do alcance

;—_-^_—

ÜOMEIO PAUL1STAJN0

SUM&.iTTtt&F&SaG3ia2rC£liC&i!

- -iO..Peitoral «le Cereja,

DO DR. AYER,'

TAKA A CURA IlADICAI. K OER-TA do todas as raolcstlas do peito -o da garganta, tosses, consttpações,Broncliite, asmn, delluxos, roqul-dão, Coqueluche, angina, Dipthorla.

EBte xnropo peitoral & o resul-tado do longos nnnos do estudopor um dos primeiros médicos daAmerica do Norte, o do pxpcrl-ouolns minuciosas nos principaes

hospítaes do mundo; o" receitado pelos médicos mais distinetosdosto século na sua clinica particular, portanto & digno do todacouflanjo, 1», por ser efflcaz, alcançando com uma certeza infal-ivel o assento da moléstia o arrancando lho as raízes, assimdando aos órgãos affcctados uma acção natural o sã:—2», porserinnocentc e applicavala qualquer•pessoa de qualquer idadeou sexo, ao iiomem robusto ou á criança da mais tenra idade,cada frasco sendo nccompanhndo do dirrecções minuciosas:—3«, e ultimo, por nio ser um remédio secreto, pois qualquer med-ico ou pliarmoceutico pôde obter a formula da sua composição,dirlglndo-so pessoalmente ou por carta ao agente geral, H. JI.Lane, a rua Direita No. 15. Rio de Janeiro.

Muitos casos qno tiiiliüo zombado de todos os recursos

da sciencia tem sido curados radicalmente com o uso do

Peitoral «Se (Cereja*As pessoas atacadas do tosse, dofluxos,

'pôr da garganta,

Bronchite, asma, etc, e outros symptomas do. tísica prima-ria geralmente fazem pouco caso do seu podecimento até

que seja tardo para cura-lo. Nüo -descuideis d' uma tosso

porquo agora parece do pouca importância; uma tossodescuidada chega a ser chroniea o induz a formação do

Ttibcrculos nos pulmões.Nenhuma casa do familia deve estar sem. um frasco

disto xarope á müo; pois nos ataques repentinos do

Angina, dc Group, e nos paroxismos do Coqueluche; outosse comprida a quo estão sujeitas as crianças, não hatempo do chamar um medico, nom do fazer remédios, o

esto xarope alivia immediatamente o põo o filho queridosilo o salvo, fora de perigo.

As moléstias que estilo no alcance das virtudes curativasdo PEITORAL DE CEMEJA são

Defluxoa, Tossos, Asma, Esciuinonoia, Bronohito,Ooqueluoho, Tosse ferina ou convulsivo,.

Boquidno, Todas as moléstias do peitoe garganta. Consumpção dos Fui-

mões ou Tisioa pulmonar.Acha-se cm todas as Uoticus c Drogarias do Império,

Pílulas Cathartiçâs do Dr. AyerOTTEÃO

Prlsã* do ventre, Xndigestão, Oonstlpaeão, Jthcu-mattsmo, Semmorrhoidaè, Dôr de cabeça, A Nevral-gla, mal do estômago, Enxaqueca,'«nal do Fígado,Oàstrite, Febre gasiro-liepàtica, Zombrlgaa. Ergslp-ella, Jlydropsla, Incremento do baco.

Todas as moléstias quo provém do uso excessivo doQuinino.

0 melhor purgante até hoje-conhecido.Estas pílulas assucaradas suo puramente vegitaes.

PTJEGÃ0 E PTJRIFICÃ0 SEM MERCÚRIO.

A venda cm todos as Boticas e Drogarias do Imserio.

Vende-se nesta provincia em casa, de W. D.Pitt, rua Direita n. 46, e Antônio José de Oli-veira, rua Direita n. 15—em S. Paulo.

Francisco d'Araujo Braga, Bragança.

H. M. LANE E OImportadores de gêneros americanos

com deposito á rua Direita n. 15RIO DE JAEIRO

Fazes*» cssicciaiârtade do instr-u-mentos o machi-uns «1c agri-c-»íltura, sendo únicos agcii-tes neste ini-pei-io

ARIES PfcOW E C.#Tem sempre

arados de iodos os tamanhos e feitios, própriospara a cultura do algodão, canno, arroz, café,fumo etc.ARADOS de virar, de aço.Ditos « « « ferro.Ditos de aço para algodão.Ditos « € * vargem.Ditos « « « morro.Ditos de duas faces para canna e mandioca.Dilos de aço de pá (Shovel-plow).Ditos raspadores(Scraper).Capinadores, cultivadores, grandes

plantadores etc.Grades paraalgodão(Cotton-Harrou).Enchadas para algodão (Blocking

hoes).Machinas para descaroçar algodão,de todas as marcas.

Neste estabelecimento se acha tudo quantoha de novo em machinas e instrumentos dc la-voura, e os annunciantes mandão vir dos Esta-dos-Unidos ou da Europa qualquer objectopertencente ao seu ramo de negocio, medianteuma commissão; para mais esclarecimentos di-rija-se á

H. M LANE ECSRua Direita n 15—Rio de Janeiro.

Um confeito e especifico páraexpellir os Vermes.

Pastilhas VcrniifiigasDS IIBMP.

Os meninos ás podem à gritos, porqueellns são do cheiro, sabor c cór agrada-v.eis. A elegância, a seguridade de ac-ção, o inoflensivo das

Pastilhas Vermiíügas de KempA FAB/DA SUA

Composição exclusivamente Vegetal,

são estas pois as suas melhores e maiscompletas de todas as recommendaçõesque se possa fazer ò com justa razão ascollocãona categoria d'uin favorito uni-versai.

A superioridade das

Pastilhas de Kempsobre todas as preparações destinadaspara o mesmo fim 6 devido á sua sim-pies composição âo seu aroma agrada--vel o á rapidez e infallibilidade comque alcança a destruição total das

LOMBRIGAS.

Uni Descobrimento Espantoso:

0 Mundo Scicntiíico iinaniraamentc o approv.\

A Composição AuaeakuitaPeitoral de Kemp.

Por espaço do muito tempo so ha uzado ex-tensamente em Tampico para a oura de

TÍSICA pülmonae,CATÂRBSO, ASTHMA, -

BRO&MTE, TOSSE CONVÜLSA,GRUPO OU GARROTILHO, e

Inflammações da Garganta è do Peito,o isto com um resultado tão feliz e verdadei-ramonto assombroso o páo ou madeira d'umaarvore á quo chamão Anacahuita, e que sóse encontra no México.

A Composição Anacahuita Peito-ral de Kemp o' um Xarope delicioso, intei-ramonto differente na sua composição dotodos os mais Peitoraes o Expoctorantes ma-nufacturados de fruetos astringentes, cascase raizes, ifcc, o mesmo não contem nenhumÁcido Prussico ou outros quaesquer ingre-dientes venenosos.

Todas as moléstias e affecções da gargantao dos pulmões desapparecem como por ummágico encanto, mediante a acção deste incomparável c irresistível remédio.

Vende-se nas casas de

W. D. Pitt, rua Direitan.46,S.Paulo.José Antônio de Oliveira, rua Direita

n. 15, S. Paulo.J Youds 8c Irmão, rua da Imperatriz

n. 26, S.Paulo.Joaquim Quirino dos Santos Júnior,

Campinas.Jorge Schmidt,S. João do Rio Claro.Joaquim Teixeira das Neves, idem.

ada rua Direila n. 13 para a rua da

Imperalriz n. 23JO ÃO PLANDE', de volta do Rio dc Janeiro, trouxe urn grande sorlimento de

calçadodo varias qualidades c de lodus as dimensões.Vende-se cm porção e a varejo na rua da Imperatriz n. 23, pegado ao sobrado

que fui do Sr. Balihar, próximo á lypographia úo Correio Paulistano.13, em S. Paulo.

Na mesma casa vende-se bezerro de Suzer a 55$ rs., a dúzia. 10=9

I ilUHIl UW0 \Õ9 Olfmj

A

DOMINGOIO DE JXJIVHO I>E ÍS66ütecita extraordinária

EM BENEFICIO DA COMPANHIA

Depois que a orcheslra dirigida pelo Sr. Emílio do Lago, houver executado uma brilhanteouverlura, subirá á scena pela qiiarta vez o ningnifico e upparatoso drama histórico, degrande especlaculo, em 6 oclos e.7 quadros, ornado de musica :

EM ULTIMA REPRESENTAÇÃO

CMSTOVÃO COLOMBOou

DESCOBERTA D'AMERÍCADENOMINAÇÃO, E ETOCAS DOS ACTOS

1. °—O incêndio, e a (uga—Gênova—14892.*—Isabel a Galholica—Castella— 14923. °—A revolta a bordo—No Oceano—U924.Cl — Justiça e injustiça—--Hnili—1A965. ° —A recompensa tardia—Sevilha- 15056. °—O martyriò do gênio—Yalhadolid—-15067.® e ultimo quadro—-Finatisará o drama com a grande sceria da

APOTHEOSEem: HoisriaiA. a.' oolombo

Apparécendo o Templo da Immortalidade, coroado pela Fama,e nelle a estatua de CHRIS-'TOYÃO COLOMBO, saudado pela America, Europa c outras nações; com fogos cambiantes ecoro geral em honra ao descobridor do NOVO MUNDO.

Sendo preciso desembaraçar-se o palco para as recitas dos snrs. accionistas, é/a direc-ção obrigada a retirar o drama Colombo, dando por este motivo a sua riltima.representação.

PREÇOS—Os do costume.Começa ás 7 1-2 horas em ponto.

Mercado de SSo PauloPreços da Praça (da ultima semana).

Aguardente de 20 gráos..Assucar branco superiorDito regular.Dito redondo superior..Dito regularDito mascavoArrozAzeite de mamonaCafé superiorDito bomDito regularDito ordinário ou escolhaFarinha de mandioca...Dita de milhoFeijãoFumoMilhoQueijosSal....Toucinho de Minas

cargueiro.arroba... .ditodito......ditoditoalqueire. .cargueiro.arroba. ..ditoditoditoalqueire..ditoditoarroba....alqueire..cento. ...alqueire..arroba....

249000597004980049400'4900039500G90009

4950049000595001/6002^5602/2404)00010/0002)00000/0002)2407)000

25/0005/4005/000-

11

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90/0002/500

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6/500dimensões dos barris. -— O toucinho

Dito de São Paulo | dito | 5)500Nas vendas da aguardente influe muito as

tem 12 libras de tara por jaca, o fumo 4 libras por arroba, e saccos com assucar ecafé, 2 libras.

Conducção de Capivary e immediações para esta capital, de 800 á 700. porarroba; de Itú &c, de á 800 rs.; d'aqui para Santos, a 290 á 320 rs. por arroba.9 de Junho de 1866.

Typographia Imparcial

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