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PMI-3320
PLANEJAMENTO DE LAVRA DE MINAS
Aula 4 – 2017
Gestão de Recursos e Reservas
Prof. Giorgio de Tomi
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
SUMARIO
• Gestão x Governança (ultima aula)
• Gestão de Recursos e Reservas Minerais
• Princípios e Conceitos Principais
• Caso Bre-X
• Códigos Internacionais para informes de recursos e reservas minerais
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Gestão de Recursose
Reservas Minerais
POSICIONAMENTO NA CADEIA DE PRODUÇÃO MINERAL
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
CLASSIFICAÇÃO DE RECURSOS/RESERVAS
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
Aumento da confiança sobre o retorno econômico
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
CICLO DE PLANEJAMENTO DE LAVRA
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
Resultados do LOM:• Caso Base (‘Do Nothing’)• Alternativa 1• Alternativa 2• ...• Alternativa n
Plano LOM:• Ano 1: mensal• Anos 2-5: com desenho de cava• Anos 6+: cavas sequenciais
‘Reserves Statement’
Melhor cenário:• LOM para esse cenário• Detalhes OpEx para esse cenário• Perfis de produção
Budget:• Plano Operacional• Alcançável• Refinamentos
Plano Quinquenal de Lavra• Estratégia de Lavra• Termos de Referencia• Previsões de CapEx
Plano Curto-Prazo:• Mês a mês / dia a dia• Acompanhamento diário• Planos móveis trimestrais
Previsões:• Revisão 0+12 • Revisão e update 3+9• Revisão e update 6+6• Revisão e update 9+3
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
LONGO PRAZO (Vida Útil)
PLANO QUINQUENAL PLANO ANUAL
Foco Conceitual Capital Custo Operacional
Precisão Classe I (20%) Classe II (10-15%) Classe III (5%)
Escopo das Mudanças
Incluir/Eliminar/Adiar Projetos
Ajuste de Fases, Reposição Frotas
Mudanças em Índices Operacionais
Receitas Preços de Projeções de Longo Prazo Previsões Quinquenais Expectativas anuais e
Políticas de Hedging
Frequência Abril/Maio Junho/Julho Agosto/Setembro
Suporte Gerencial
Cenários Estratégicos Planos de Produtividade Melhoras de Processo
Performance x Objetivos Compromisso Absoluto
GESTÃO DE RISCOS NA MINERAÇÃO
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
GESTÃO DE RISCOS NA MINERAÇÃO
Porque isso é tão importante?
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Variação entre Mínimo e Máximo >20%
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Variação entre Mínimo e Máximo >50%
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
Recursos Reservas Plano de Plano de Plano Lavra Usina Pátio Embarque NavioExaustão Curto-prazo Operacional
Jazida Produto
GESTÃO DE RISCOS NA MINERAÇÃO
Existe algum exemplo recente de exposição a tais riscos?
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
O CASO Bre-X
• Local da jazida: Busang, Ilha de Borneo, Indonésia
• Bre-X, empresa “junior” baseada em Calgary, no Canadá• Fundada por David Walsh em 1988
• Campanhas de pesquisa mineral no Canadá, sem sucesso para Au
• Contrata John Felderhof, conhecido geólogo Holandês, no início de 1993
• Adquire Busang por US$ 80 000 em Jul/1993
• Ações sobem de $0.12 para $1.55 em 1993
• Início da pesquisa em 1993 (em área de floresta tropical)
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
• 1995-96: Anúncios consecutivos - maior descoberta de ouro do século -
• Reservas de 30 milhões de onças de ouro(“plus, plus, plus”)
• Mais de US$ 13 bilhões em valor
• Anúncio oficial por parte do governo da Indonésia
• 1996: Busca de parceiros -• Placer Dome oferece US$5bi para parceria mas é rejeitada
• Outros potenciais interessados são igualmente rejeitados
• 1996-97: Nova modelagem & estimativa pela Kilborn-Indonésia-
• Reservas “oficiais” sobem para 70 milhões de onças
• Bre-X anuncia que reserva total pode chegar a 200 m.o.
• Assinado acordo com Freeport McMoRan (EUA)
O CASO Bre-X
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• Ações da Bre-X explodem para $233 (Mai/96) e $284 (Set/96)
• “Heróis” da descoberta são:• John Felderhof, Geólogo Senior (Holandês)
• Michael de Guzman, Geologo Chefe de Pesquisa (Filipino)
• Com a entrada da Freeport:• Início imediato de um programa de “Due Diligence” da Freeport
• Trabalhos desde o início de Fev/97, incluindo sondagens paralelas
• Primeiros resultados já são conhecidos em Março/97, quando a Freeport indica formalmente discrepâncias à Bre-X (antes mesmo de produzir o relatório final, chamado de “Due Diligence Report”)
• No entanto:• Bre-X não aceita alegações de discrepâncias, e explica que é especulação
• Freeport não abre mão das discrepâncias em seus resultados preliminares
• A saída foi contratar uma empresa de consultoria p/ auditoria independente
O CASO Bre-X
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• Março/97: Auditoria Técnica pela Strathcona Mineral Services:• Revisão de ambas as campanhas de sondagem (Bre-X e Freeport)
• Detalhamento (log de testemunhos) de 6 furos (total de 1470m)
• Desse detalhamento, 350m foram análisados p/ informe preliminar
• Foram preparadas 175 amostras para confirmar a presença de ouro
• Enquanto isso, foi completado o “Due Diligence Report” da Freeport:
• Somente 9 páginas: aponta discrepâncias e problemas desde início
• Conclue que SEGURAMENTE não há ouro em Busang
• ASSEGURA a ocorrência de fraude
• O programa de Due Diligence foi executado em ‘disciplinas’ simultâneas -• Verificação do banco de dados e do modelo de blocos• Testes de variância e precisão das amostras• Auditoria técnica no local • Programa de sondagens independentes (7 sondagens da Freeport)
• Resultado do programa de Due Diligence da Freeport:
• Imediata detecção e confirmação de fraude
• Identificação do método de falsificação de amostras
O CASO Bre-X
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• Março/97: Execução do programa de Due Diligence da Freeport -• Técnicos da Bre-X estavam recebendo prêmios no Canadá
• Os técnicos da Freeport tiveram acesso irrestrito ao local
• Instaurada segurança absoluta pela Freeport: video tapes, etc.
• Os funcionários envolvidos nos processo foram interrogados pela Freeport
• Março/97: Iniciam-se os boatos -• “Não há ouro”: Freeport acusada de tentar abaixar valor do negócio
• Freeport comprova aquisição de ouro aluvionar por geólogo senior da Bre-X
• Esse ouro aluvionar teria sido usado para “salgar” as amostras fraudadas
• Março/97: As reações -• Freeport continua não declarando nada oficialmente
• Bre-X ordena De Guzman a regressar imediatamente para Busang
• Freeport anuncia o fim do programa de Due Diligence em 19/3/97
• Março/97: O desaparecimento… -• M. De Guzman cai do helicóptero a caminho de Busang
• 19/03/97, 10:00 am – corpo decomposto foi achado 4 dias depois
O CASO Bre-X
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• Os resultados da Auditoria Técnica da Strathcona• Amostras enviadas a laboratórios na Austrália, Indonésia e Canadá
• Em TODAS foram contrados apenas traços de ouro, sem valor comercial
• Não há GEOLOGICAMENTE possibilidade de haver uma jazida
• Strathcona aprovou sondagens e programa de Due Diligence da Freeport
• O ouro nas amostras de sondagem da Bre-X veio de fonte externa
• Strathcona oficialmente recomenda investigações criminais em Busang
• Recomenda segurança máxima para amostras existentes
• Recomenda a paralização imediata da pesquisa em Busang
O CASO Bre-X
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• Detalhes do processo de ‘salgamento’ detectado pela Freeport:
• Log feito por geólogos inexperientes, com aval de um geólogo sênior
• A falsa ‘mineralização’ foi fraudosamente associada a alterações (falhas)
• Amostras acondicionadas em sacos c/ 2m e transportadas por rio até galpão
• Os sacos de amostras eram verificados no galpão do escritório de Samrinda
• A verificação em Samrinda era feita por geólogo sênior, trabalhando só
• O ‘esquema de salgamento’ envolveu 5 a 6 pessoas no máximo
• Os fraudadores usaram US$20 000 de ouro aluvionar para o ‘salgamento’
• O ‘salgamento’ ocorreu na verificação dos sacos em Samrinda
• Análise mineralógica confirma a suspeita de salgamento com ouro aluvionar
• O começo do fim….
• Anúncio público da fraude foi feito no final de Março/97
• Confirmação oficial pela bolsa de Toronto em Abril/97
• Abril e Maio/97: “Crash” das ações da Bre-X e negociação suspensa
• Milhares de investidores individuais perderam fortunas com Bre-X
• Os certificados de ações Bre-X são hoje relíquias para colecionadores
O CASO Bre-X
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“Crash” daBre-X
AçõesJudiciais
Publicação da Fraude
Auditoria TécnicaStrathcona
InvestigaçõesFreeport
Parceria Bre-X & Freeport
Due Diligenceda Freeport
Feb/97
Mar/97
Abr/97
Mai/97
O CASO Bre-X
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CONCLUSÕES DO CASO Bre-X• É a maior fraude da história da mineração em todo o mundo
• Foram iniciadas inúmeras ações judiciais no Canadá e Indonésia
• Impactos na regulamentação e legislações:• Mudanças na regulamentação de informes no Canadá (NI 43-101)
• Mudanças na legislação mineral da Idonésia (ainda em discussão)
• Houve impacto na confiança em investimentos no 3o. mundo naépoca
• Imagem marcada negativamente para:• Governo da Indonésia
• Industria Mineral Canadense
• Algumas lições para a mineração:• Obrigatoridade de seguir princípios de Governança Corporativa
• Necessidade de programas permanentes de ‘Due Diligence’
• Obrigatoriedade de uso de auditorias técnicas independentes
PMI 3220 – Planejamento de Lavra
CONCLUSÕES DO CASO Bre-X
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• Vários países já regulamentaram os informes de recursos e reservas
• Os códigos de são formulados por entidades técnicas de classe
• E são adotados pelas bolsas de valores para proteger os acionistas
• Empresas de mineração tem que usar esses códigos para:• poder lançar ações na bolsa
• acesso permanente à informações de recursos e reservas
• Os códigos internacionais são similares entre sí, e estão gradualmente tendendo à uniformização.
• Em geral, se baseiam em 3 princípios básicos:• Materialidade: informações relevantes ao negócio devem ser reportadas
• Transparencia: informações devem estar sempre disponíveis para auditoria
• Competência: conclusões e cálculos devem ser feitos por pessoal qualificado
• Todos os códigos estão permanentemente sob revisão
• A emissão de informes conforme os diversos códigos é obrigatória para empresas de mineração de capital aberto
CODIGOS DE RECURSOS E RESERVAS
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CODIGOS DE RECURSOS E RESERVAS
Australia: JORC Joint Ore Reserves CommitteeSouth Africa: SAMREC South African Minerals Reporting CodeIntern’l/Europe CRIRSCO Combined Reserves Int’l Reporting Std. Comm.Canada: NI 43-101 National Instrument 43-101USA: Industry Guide 7 SEC Industry Guide 7
definições – recursos minerais, reservas lavráveis, etc.guidelines – tipos de atividades, projetos, estudos, etccheck-lists – o que tem que ser feito e/ou disponibilizado
MaterialidadeTransparenciaCompetência
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Revisão
• Uma mineração pode sofrer sanções por erros de estimativa geológica?
• Existe possibilidade de um novo caso Bre-X no Canadá? E em Angola?
• E no Brasil??
• Qual a diferença entre a lei Sarbanes-Oxley e o código SEC Industry Guide 7?
• Quais os 3 princípios básicos de todos os códigos internacionais de regulamentação de informes de recuros e reservas minerais?
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Revisão