PERSONALIZAÇÃO DO SERVIÇO, VALOR PERCEBIDO E … · feitos por meio de receitas individuais vêm...
-
Upload
nguyenhuong -
Category
Documents
-
view
212 -
download
0
Transcript of PERSONALIZAÇÃO DO SERVIÇO, VALOR PERCEBIDO E … · feitos por meio de receitas individuais vêm...
FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil
Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA
Curso de Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE
PERSONALIZAÇÃO DO SERVIÇO, VALOR PERCEBIDO E
SATISFAÇÃO COMO ANTECEDENTES DA INTENÇÃO DE
RECOMPRA DOS CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS
MANIPULADOS.
VIVIANE CAÚ AMARAL
Recife, PE
2017
VIVIANE CAÚ AMARAL
PERSONALIZAÇÃO DO SERVIÇO, VALOR PERCEBIDO E
SATISFAÇÃO COMO ANTECEDENTES DA INTENÇÃO DE
RECOMPRA DOS CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS
MANIPULADOS
Projeto de Dissertação apresentado ao Mestrado Profissional em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da Faculdade Boa Viagem – FBV para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial, sob a orientação do Prof. Dr. Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.
Recife, PE
2017
FACULDADE BOA VIAGEM – DeVry Brasil MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL
- MGE -
CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES
Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o
acesso à dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial - MPGE do Centro de
Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido
em três graus:
• Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas);
• Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita
a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;
• Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o
texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou
custódia;
A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.
Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica
na área de administração.
Título da Dissertação: “PERSONALIZAÇÃO DO SERVIÇO, VALOR PERCEBIDO E
SATISFAÇÃO COMO ANTECEDENTES DA INTENÇÃO DE RECOMPRA DOS
CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS.
Nome do(a) autor(a): VIVIANE CAU AMARAL Data da Aprovação: 10 de agosto de 2017
Classificação conforme especificação acima:
Grau 1 ( X )
Grau 2 ( )
Grau 3 ( )
Recife, 07 de Fevereiro de 2018
VIVIANE CAU AMARAL
Catalogação na fonte -
Biblioteca da Faculdade Boa Viagem | DeVry, Recife/PE
A485p Amaral, Viviane Cau.
Personalização do serviço, valor percebido e satisfação como
antecedentes da intenção de recompra dos consumidores de
medicamentos manipulados / Viviane Cau Amaral. – Recife :
DeVry | UniFBV, 2017.
103 f. : il.
Orientador(a): Marcus Augusto Vasconcelos Araújo.
Dissertação (Mestrado) Gestão Empresarial --
Faculdade Boa Viagem - DeVry.
Inclui anexo e apêndice.
1. Personalização. 2. Manipulação. 3. Farmácia. 4.
Satisfação. 5. Valor. 6. Medicamento. I. Título. DISS
658[17.2]
Ficha catalográfica elaborada pelo setor de processamento técnico da Biblioteca.
Dedico,
Ao meu marido Nilton Silva;
Aos meus Avós Neta Caú e Pedro Caú (in
memoriam);
Sem vocês, a construção deste trabalho não seria
possível.
AGRADECIMENTOS
Ao Ser Supremo, pela vida e a possibilidade de empreender nesta trajetória evolutiva, por
propiciar tantas oportunidades de estudos e por colocar neste caminho pessoas amigas e
preciosas.
Aos Familiares e em especialmente minha mãe Claudineide Cau Amaral e o meu pai Antonio
Barbosa Amaral que com muita compreensão e amor sempre estiveram ao meu lado.
Ao meu esposo Nilton Silva, ouvinte atento de algumas dúvidas, inquietações, desânimos e
insucessos e mesmo assim se manteve sempre tão entusiasta do meu trabalho, dando‐me
coragem para ultrapassar as barreiras, ressaltando a importância da força e resistência nas
grandes conquistas.
Ao Prof. Marcus Augusto e Prof. Marcos Primo, o meu reconhecimento pela oportunidade
de realizar este trabalho ao lado de pessoas que transpiram sabedoria; meu respeito e admiração
pela serenidade e pelo Dom no ensino da Ciência, em prol da simplicidade e eficiência.
Aos professores e amigos de turma, em especial aos colegas Humberto Caetano, Patrícia
Novaes e Fernando Barbosa que durante estes anos participaram direta e indiretamente desta
jornada.
“Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que fez tua rosa tão importante"
Antoine de Saint-Exupéry
RESUMO
Acompanhando uma tendência mundial de personalização de produtos e serviços, os fármacos
feitos por meio de receitas individuais vêm ganhando espaço frente aos remédios
convencionais. Na era da tecnologia, da produção em série e massificação da indústria
farmacêutica, a farmácia de manipulação mantém técnicas artesanais na produção e
personalização de medicamentos, o que possibilita um atendimento individualizado, através do
fornecimento de medicamentos de acordo com as necessidades do paciente. Para o segmento
de manipulação de medicamentos, a manutenção e a ampliação das trocas relacionais, diante da
necessidade e expectativa do cliente, reforçam que a personalização é um diferencial diante do
mercado competitivo, transformando em estratégia para aumentar a intenção de recompra dos
clientes. Desta forma, o propósito deste trabalho foi estudar a relação entre a personalização do
serviço, valor percebido, satisfação com a intenção de recompra dos clientes que fazem uso de
medicamentos manipulados, através um modelo teórico relacional. O estudo foi realizado com
clientes que fazem uso dos medicamentos manipulados das farmácias de manipulação em
Recife-PE.
Palavras-chave: personalização, manipulação, farmácia, satisfação, valor, medicamento.
7
ABSTRACT
Accompanying a worldwide trend of personalization of products and services, drugs made
through individual prescriptions have been gaining ground over conventional medicines. In the
era of technology, mass production and the pharmaceutical industry, the manipulation pharmacy
maintains artisanal techniques in the production and personalization of medicines, which
enables individualized care through the supply of medicines according to the needs of the
patient. For the drug handling segment, the maintenance and expansion of relational exchanges,
in the face of customer need and expectation, reinforce that personalization is a differential in
the face of the competitive market, transforming it into a strategy to increase clients' repurchase
intentions. In this way, the purpose of this work was to study the relationship between service
personalization, perceived value, satisfaction with the intention of repurchase of clients who
use manipulated drugs, through a relational theoretical model. The study was carried out with
clients who use the drugs handled in the pharmacies of manipulation in Recife-PE.
Keywords: loyalty, manipulation, pharmacy, satisfaction, value, trust.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Modelo de hierarquia de valor para o cliente ................................................ 25
Figura 2 – Componentes que influenciam o Valor Percebido........................................... 27
Figura 3 – Modelo Americado ACSI ................................................................................. 31
Figura 4 – Modelo de satisfação do consumidor para serviços de cuidado a saúde ........ 32
Figura 5 – Modelo teórico proposto .................................................................................. 39
Figura 6 – Modelo teórico das hipoteses suportadas no estudo........................................ 69
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Resumo dos antecedentes ligados a intenção de recompra ................................ 18
Tabela 2 Fases da evolução do marketing ......................................................................... 22
Tabela 3 Escalas utilizadas por construto ......................................................................... 43
Tabela 4 Características de tipo de cliente da amostra pesquisada ................................. 53
Tabela 5 Características de tempo como clienre da amostra pesquisada ........................ 54
Tabela 6 Característica de frequencia de compra da amostra pesquisada ...................... 54
Tabela 7 Característica de faixa etária da amostra pesquisada ....................................... 55
Tabela 8 Característica de sexo da amostra pesquisada ................................................... 55
Tabela 9 Característica da escolaridade ............................................................................ 56
Tabela 10 Mediana das questões de pesquisa .................................................................... 57
Tabela 11 Confiabilidade do instrumento do bloco Personalização ................................. 59
Tabela 12 Confiabilidade do instrumento do bloco Valor Percebido ............................... 59
Tabela 13 Confiabilidade do instrumento do bloco Satisfação ......................................... 60
Tabela 14 Confiabilidade do instrumento do bloco Intenção de Recompra .................... 60
Tabela 15 Cargas Fatoriais dos itens do bloco Personalização ......................................... 61
Tabela 16 Cargas Fatoriais dos itens do bloco Valor Percebido ....................................... 62
Tabela 17 Cargas Fatoriais dos itens do bloco Satisfação................................................. 62
Tabela 18 Cargas Fatoriais dos itens do bloco Intenção de Recompra ............................ 63
Tabela 19 Mediana das variáveis ....................................................................................... 64
Tabela 20 Coeficientes do modelo de regressão da pesonalização relacionada com valor
percebido ............................................................................................................................ 65
Tabela 21 Indice de ajustamento do modelo de regressão da variável Personalização....65
Tabela 22 Coeficientes do modelo de regressão de Valor Percebido relacionando com a
Satisfação ............................................................................................................................ 66
Tabela 23 Indices de ajustamento do modelo de regressão da variável de valor percebido
............................................................................................................................................ 66
Tabela 24 Coeficiente do modelo de regressão de valor percebido e satisfação,
relacionado com a intenção de recompra .......................................................................... 68
Tabela 25 Indices de ajustamento do modelo da regressão de valor percebido e satisfação
............................................................................................................................................ 68
Tabela 26 Resumo de hipóteses suportadas e refutadas no estudo ................................... 69
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Definições de Valor Percebido pelo consumidor .............................................. 26
Quadro 2 Diferenças entre medicamentos industrializados e medicamentos manipulados
...................................................................................................................................................41
11
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
1.1 Objetivos da pesquisa .......................................................................................... 15
1.1.2 Específicos ........................................................................................................ 16
1.2 Justificativas ........................................................................................................ 16
1.2.1 Teórica .............................................................................................................. 16
1.2.2 Prática ............................................................................................................... 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 22
2.1 Personalização do serviço.......................................................................................22
2.1.1 Diferença entre personalização e customização em massa (CM) em
serviços............................................................................................................................24
2.2 Valor Percebido ................................................................................................... 24
2.3 Satisfação ............................................................................................................. 38
2.4 Intenção de Recompra ....................................................................................... 32
2.5 Modelo Teórico Proposto ................................................................................... 38
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 40
3.1 Farmácia de Manipulação......................................................................................40
3.2 Caracterização da Pesquisa ................................................................................ 43
3.2.1 Variáveis pesquisadas ....................................................................................... 43
3.2.2 População alvo e amostra ................................................................................. 45
3.2.3 Validação do instrumento de coleta de dados .................................................. 46
3.2.4 Pré teste do instrumento de coleta de dados .................................................... 47
3.2.5 Coleta e processamento de dados ..................................................................... 47
3.2.6 Procedimentos para análise de dados .............................................................. 48
3.2.7 Dados perdidos ................................................................................................. 49
3.2.8 Observações Atípicas ........................................................................................ 49
3.2.9 Análise fatorial exploratória (AFE) ................................................................. 50
3.2.10 Regressão Logística ........................................................................................ 51
4 ANALISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................. 53
4.1 Caracterização da amostra.....................................................................................53
4.2 Estatística descritiva das variáveis ..................................................................... 56
4.3 Confiabilidade do instrumento ........................................................................... 58
4.4 Análise fatorial exploratória (AFE) .................................................................... 61
12
4.5 Regressão logística............................................................................................... 63
4.5.1 Regressão Logística: Personalização relacionando-se com Valor Percebido..64
4.5.2 Regressão Logística: Valor Percebido relacionando-se com Satisfação...........65
4.5.3 Regressão Logística: Valor Percebido relacionando-se com a intenção de
recompra.........................................................................................................................67
4.6 Avaliação das hipóteses de estudo ....................................................................... 68
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 70
5.1 Implicações gerenciais e acadêmicas ................................................................. 72
5.2 Sugestão de pesquisas futuras ............................................................................ 73
5.3 Limitações ............................................................................................................ 74
REFERENCIAS...................................................................................................... .......76
ANEXO - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA............................................................99
13
1 INTRODUÇÃO
O setor de varejo no qual está inserido o segmento de manipulação de
medicamentos, tem crescido em importância e poder tornando-se mais caracterizado por
ofertas de produtos e serviços, e para se tornar mercadologicamente estratégico é importante
criar vantagens e diferenciações por meio da exploração de ofertas amplificadas de serviços,
com maior qualidade no desenvolvimento de relacionamentos mais perenes com seus
clientes. (BLECHER, 2002; SANTOS, 2008; LOPES, 2009).
O aumento na busca por medicação mais personalizada gera uma grande
competitividade, tornando ainda maior o desafio do crescimento empresarial. Oliver
(2010), afirma que para sobreviver no mercado, às empresas vêm desenvolvendo uma
nova forma de tratar seus clientes, buscando estabelecer uma relação de parceria em longo
prazo. A intenção de recompra do consumidor aparece, então, como um fator importante
no estabelecimento dessas relações. De acordo com Rissato (2016), O consumidor de uma
farmácia de manipulação é diferenciado, pois busca personalização nos produtos e
serviços, adquirindo medicamentos ou produtos estéticos preparados especificamente de
acordo com sua necessidade.
A globalização e o avanço tecnológico impactam na aceleração da concorrência
em quase todos os setores, principalmente em virtude dos altos investimentos para manter
a empresa competitiva no mercado. (MITTAL; KAMAKURA, 2001). Nas últimas
décadas, a abertura do mercado nacional e a concorrência estrangeira em vários setores
contribuíram para a entrada de novas empresas no mercado. Como resultado, satisfazer
os clientes se tornou um dos aspectos-chaves na estratégia mercadológica de várias
empresas, uma vez que maior satisfação pode resultar em maior recompra (LAM et. al.,
2004).
Segundo Oliver (2010), o contato diário para promover a intenção de recompra
torna-se fator chave para o desempenho lucrativo empresarial. As empresas que
conseguem fidelizar os seus clientes criam uma base segura por um período longo. Estas
estratégias de marketing têm sido amplamente usadas em diversos setores de atividades,
no entanto, embora a intenção de recompra do cliente tenha sido recorrentemente
estudada, os processos psicológicos subjacentes à sua formação ainda são desconhecidos,
mesmo que numerosos antecedentes tenham sido identificados. (BODET, 2008). Muitos
14
medicamentos manipulados são de uso continuado, de forma que faça com que o
consumidor retorne à farmácia, tornando relevante o desenvolvimento de estratégias que
desperte a intenção de recompra.
A repetição de compras pelos consumidores são as principais fontes de sustentação
de um bom volume de negócios (vendas, faturamento, receitas) e de lucro e rentabilidade para
as empresas varejistas (GUPTA; KIM, 2010). Neste sentido, fazer com que os consumidores
repitam as suas compras ao longo do tempo se tornou uma preocupação vital para qualquer
empresa no contexto do varejo (QURESHI et al., 2009)
Nas décadas de 1990 e 2000, reacendeu o interesse pelos antecedentes e
consequentes da intenção de recompra, ressaltando-se as tentativas de comprovação das
relações entre os conceitos de satisfação e valor percebido. Sendo assim, estabelecer a
relação entre os antecedentes e as consequências da intenção de recompra tornou-se um dos
incentivos para a abordagem em questão. (OLIVER 1999; BARNES 2002; BODET 2008;
YANG E WANG 2010).
Kwon e Kim (2012) afirmam que as estratégias de diferenciação e de
personalização que algumas empresas têm, são de extrema utilidade no que concerne a
atrair e a reter clientes. Estas estratégias objetivam ir de encontro às necessidades de cada
cliente, originando-lhe a percepção de valor com relação ao serviço e por consequência a
tendência de o fidelizar. Segundo Allen (2006), a farmácia de manipulação exerce um
papel extremamente importante na área de saúde ao proporcionar a personalização do
tratamento permitindo ao médico ajustar as dosagens de acordo com as necessidades do
paciente, sobretudo, em virtude de o processo ser manual/artesanal o cliente tende a
aumentar o seu grau de exigência, pelo que exige por parte do fornecedor um nível de
qualidade e de credibilidade muito mais elevado do que anteriormente. Sendo assim, o
fornecedor deverá assumir uma posição direcionada para os intentos do cliente, de modo
a obter a sua satisfação (DONG ET AL., 2010)
De acordo com Junior (2015) é essencial que as organizações se preocupem em
ter seus clientes satisfeitos. Há quem entenda a satisfação como um sentimento de prazer
ou de desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo serviço
em relação às expectativas da pessoa. Como se pode depreender, a satisfação do cliente
passa necessariamente pela qualidade do serviço prestado, que por sua vez, “está
relacionada a um conjunto de características que conferem aptidão para satisfazer
necessidades explícitas e implícitas” (OLIVEIRA, 2007 p. 45). Rissato (2016) cita que a
qualidade do trabalho de farmácias de manipulação às vezes não é tão conhecida, de
15
forma que os médicos preferem indicar estabelecimentos mais populares aos seus
pacientes. No Brasil, atualmente existem cerca de cinco mil farmácias de manipulação
com mais de 60 milhões de receitas manipuladas por ano no país, que representa menos
de 10% do mercado magistral (ANFARMAG, 2016).
O valor percebido como antecedente da intenção de recompra de um cliente é um
conceito amplamente investigado (ZEITHAML, 1988; SIRDESHMUKH et al., 2002;
LINDGREEN e WYNSTRA, 2005; ULAGA e EGGERT, 2006; LEE e JUN, 2007;
HANSEN et al., 2008; WANG, 2010; GERA, 2011). Zeithaml (1988, p. 14) postula que
o valor percebido é “a avaliação global feita pelo consumidor sobre a utilidade de um
produto, baseado na percepção do que é recebido e do que é dado”; valor é tudo aquilo
que quero de um produto; ainda assim, segundo alguns teóricos, são difíceis à mensuração
pelo fato de refletir o desejo do cliente e o recebido pelo mesmo na transação
(WOODRUFF, 1997; YANG; JOLLY, 2010; CHI; KILDUFF, 2011). Para os
consumidores de medicamentos manipulados, a percepção de valor está baseada na
quantidade de benefícios que a farmácia pode gerar (RISSATO, 2016). Deng et. al.,
(2009) afirma que o valor percebido e satisfação são fatores que podem afetar
significativamente na intenção de recompra dos clientes.
A presente pesquisa será desenvolvida com a intenção de testar um modelo
teórico, no sentido de investigar a relação entre a personalização do serviço, valor
percebido e a satisfação com a intenção de recompra. A partir dessas considerações, o
presente trabalho busca apresentar um modelo teórico e proposições de estudo a partir da
seguinte pergunta de pesquisa: “Qual a relação entre a personalização do serviço,
valor percebido e satisfação com a intenção de recompra dos consumidores de
medicamentos manipulados? ”
1.1 Objetivos da pesquisa
Levando em consideração o problema de pesquisa, foram definidos os objetivos
norteadores para a realização desta pesquisa, os quais se dividem em objetivo geral e
objetivos específicos.
1.1 Objetivo Geral
16
Analisar a relação entre a personalização do serviço, valor percebido e satisfação
com a intenção de recompra dos consumidores de medicamentos manipulados.
1.2.1 Objetivos Específicos
• Analisar a relação que existe entre a personalização do serviço e o valor percebido
dos clientes que compram medicamentos manipulados;
• Verificar a relação que existe entre valor percebido com a intenção de recompra
• Verificar a relação que existe em valor percebido com a satisfação dos clientes
que compram medicamentos manipulados;
• Verificar a relação que existe entre a satisfação com a intenção de recompra dos
medicamentos manipulados
1.2 Justificativas
1.2.1 Teórica
Existem, na literatura, vários estudos que citam a personalização, valor percebido,
satisfação e como antecedente da intenção de recompra (DENG et Al 2009).
A personalização está relacionada à capacidade de oferecer bens ou serviços, a
através de uma interação entre o fornecedor e o cliente, de forma a que a empresa possa
atender os desejos de cada. (PINE, 1994; HART, 1995; DURAY, et al, 2000; JIAO; MA;
TSENG, 2001; SILVEIRA; BORENSTEIN; FLOGLIATTO, 2001; TU;
VONDEREMBSE; RAGU-NATHAN, 2001; TU et al, 2004). Personalizar não é o
mesmo que apenas disponibilizar variedade de escolha. Variedade significa produzir e
ofertar produtos na esperança de que algum consumidor os adquira. Rossi (2001) afirma
que o segmento farmacêutico ligado a manipulação de medicamentos é considerado um
grande mercado pois as medicações são preparadas a partir de uma receita específica para
um determinado paciente com princípios ativos e dosagens personalizadas de acordo com
a necessidade individual do consumidor.
Personalizar significa produzir com níveis de eficiência, produtividade, custos e
qualidade ligados à produção, portanto o produto ou serviço a serem personalizados e o
17
grau de envolvimento do cliente no processo de personalização tende a gerar valor na
percepção do cliente (MacCARTHY; BRABAZON, 2003)
Os conceitos sobre valor percebido dentro do ambiente de marketing são vários.
Para alguns autores, o valor percebido é a avaliação total do consumidor sobre a utilidade
de um produto, baseada em percepções do que é recebido (benefícios) e do que é dado
(sacrifícios) (ZEITHAML, 1988) já que enxergam o produto como um conjunto de atributos
e desempenhos; quando compram e usam o produto, desenvolvem preferências e
desejos por certos atributos, que lhes proporcionam as consequências desejadas nas
situações de uso (conceito de valor em uso), atendendo seus objetivos e gerando
satisfação com o valor recebido. (WOODRUFF 1997; GALE 1996).
Em complemento a isso, este trabalho se justifica teoricamente devido à lacuna
existente no MSI (2016), que indica que deveriam ser realizadas novas pesquisas para a
compreensão e a experiência do cliente, além de criar e comunicar valor duradouro com
desenvolvimento e realização de programas de marketing totalmente integrados. Desta
forma, são tópicos de interesse de estudo as pesquisas que contemplem a percepção dos
clientes, assim como o valor percebido e como ele pode ser incorporado em tempo real
nas decisões de marketing. O relatório destaca ainda, que uma das tarefas mais
importantes do marketing é conduzir a satisfação, lealdade e rentabilidade dos
consumidores e ainda referência que qualquer “insight” nesta área de pesquisa tem
implicações significativas para a saúde financeira da organização.
Segundo Oliver (1997), a satisfação do consumidor a resposta de uma realização,
onde ele é que julga quão bem foram classificadas as compras. A satisfação e a recompra
estão fortemente relacionadas, por meio de uma relação assimétrica. Os consumidores
leais geralmente são consumidores satisfeitos, mas a satisfação nem sempre se converte
em recompra. Assim, a satisfação é apresentada como um antecedente da intenção de
recompra, mas ela só leva a este estado na presença de outros fatores.
Sendo assim, analisando as recomendações encontradas nos trabalhos anteriores
para o desenvolvimento de novas investigações em relação a fatores que referenciam as
relações com a intenção de recompra, destacam-se os estudos, tal como mostra a tabela
01.
18
Tabela 01 - Resumo dos antecedentes ligados a intenção de recompra
Fonte: JOAQUIM, 2011
Percebe-se, a partir dos estudos de 2011, que ocorrem mudanças nas
características dos consumidores. Para Cotti (2016), a recompra tornou-se algo difícil de
ser conquistada, pois o poder de compra e de escolha permitiu que o consumidor se
aperfeiçoasse na marca e nas lojas, já que analisa muito antes de consumir, buscando
soluções econômicas para o seu orçamento. Com a facilidade de conseguir informações
na internet e a grande concorrência, conseguir um comprador fiel torna-se difícil, mas
também muito desejável. (SCHUMANN; WÜNDERLICH; EVANSCHITZKY, 2014).
Desta forma, o presente estudo é relevante por testar, em um mesmo modelo, a
relação entre os construtos personalização, valor percebido, satisfação e intenção de
recompra, junto aos clientes que efetuam compra continuada de medicamentos
manipulados e devido à carência de estudos neste campo de pesquisa, pois os primeiros
passos relevantes que tratariam com mais ênfase as questões regulamentadoras deste
segmento, surgiram a partir do ano de 2000 (BERTOLO, 2008), assim percebe-se que
estudos empíricos sobre o poder de recompra e as demais relações são necessários, já que
atualmente as empresas estão enfrentando uma concorrência bastante agressiva. Para
combatê-la, a melhor estratégia é fornecer alto grau de satisfação aos consumidores,
entender as relações existentes para a sustentabilidade empresarial, já que o esforço
necessário por parte da concorrência para induzir clientes satisfeitos a trocar de
fornecedor é muito elevado. Estima-se que o custo de atrair novos consumidores seja
cinco vezes maior que o custo de mantê-los satisfeitos (KOTLER, 1998).
19
1.2.2 Prática
As farmácias de manipulação surgiram no final da década de 80 porque
presenciaram um cenário forte de restrição as importações dos produtos pelo governo.
Muitas industrias deixaram de produzir inúmeros medicamentos abrindo espaço para a
atividade das farmácias magistrais. Até o final da década de 90 esta atividade restringiu à
manipulação de formulações personalizadas prescritas por determinadas especialidades
médicas e a partir de então passou a atender quase todas as especialidades, manipulando
inúmeros medicamentos cujas apresentações não são disponibilizadas pela indústria
farmacêutica. (ANFARMAG, 2015)
Conforme dados da Associação Nacional das Farmácias Magistrais
(ANFARMAG, 2015), a farmácia de manipulação representa cerca de 10% de todo o
mercado de medicamentos no Brasil. Este segmento tem a constante preocupação de
fornecer medicamentos de alta qualidade, com o intuito de valorizar a personalização e o
atendimento médico/paciente. Estas empresas são desafiadas a se distinguirem em um
ambiente globalmente competitivo, despertando o interesse em descobrir os esforços para
compreender como se forma uma base de clientes lucrativos e rentáveis.
O segmento de farmácias e drogarias é caracterizado por uma forte concorrência,
na medida em que se constitui num segmento lucrativo. Atualmente, segundo o Conselho
Federal de Farmácia – CFF (2015), existem no Brasil aproximadamente 97 mil farmácias
e drogarias. Portanto, cada percentual de mercado conquistado representa um bom lucro
para as organizações.
Cada vez maior o número de empresas que se preocupam em desenvolver
relacionamentos com os seus clientes, sendo este um tópico bastante abordado
(GRÖNROOS, 1994; MAGNUSEN et al., 2012; MURDY, S. & PIKE, S, 2012), pois
desenvolver a fidelidade mediante as exigências e mudanças de um mercado consumidor
atual é cada vez mais um desafio para todo tipo de organização que se preocupa não
somente com a competitividade, mas com a sua permanência no mercado.
A recompra dos medicamentos revela-se tema de grande importância no ambiente
corporativo magistral, tendo em vista constituir-se em uma das principais formas de
fortalecimento e preferência por determinadas marcas de produtos e serviços escolhidos
diariamente pelos consumidores, cada vez mais exigentes e vivenciadores, que oferecem
ampla gama de opções de produtos e serviços. Assim, cabe às organizações compreender
quais são suas novas necessidades e o que se constitui num importante diferencial para
20
eles. (ANFARMAG, 2015).
De acordo com o CPDEC – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação
Continuada, ligado à UNICAMP (2016), uma pesquisa, cuja intenção é traçar o perfil do
cliente que elege uma farmácia para realizar suas compras de medicamentos, cita que os
critérios que o consumidor avalia durante o processo de escolha é a localização da loja,
nível de atendimento prestado, agilidade para estacionar, facilidade de pagamento,
possibilidade de entrega do produto.
Para Bachelet (1995), a satisfação do consumidor é vista como elemento crucial
para o sucesso de uma organização, sobretudo por ter efeito direto sobre lealdade à marca,
repetição de compras, comunicação boca a boca positiva, lucratividade e participação de
mercado. Apesar do grande esforço empreendido no desenvolvimento de modelos que
expliquem a satisfação e ofereçam medidas mais precisas das relações que envolvem tal
construto, menor ênfase tem sido dada à elaboração de mecanismos de mensuração que
permitam a criação de índices que possibilitem constante monitoramento do mercado por
parte das organizações. As avaliações constantes das satisfações dos consumidores
tornaram-se uma ferramenta importante, capaz de trazer benefícios como forma de
realimentar e controlar o esforço de uma empresa sob o ponto de vista de seus clientes
(MARCHETTI; PRADO, 2001).
No âmbito econômico, as empresas podem adotar uma série de estratégias para
sustentar a confiança como manter uma boa reputação e comprometimento com o
consumidor. O caráter, a personalidade, os princípios e os valores de todos os envolvidos
comprometem a confiança do mercado para com a organização, pois se entende que
confiar é tolerar os riscos inerentes ao nível de envolvimento e profundidade
estabelecidos em um relacionamento entre parceiros de troca (SHEPPARD; SHERMAN,
1998).
Entende-se que nos últimos anos a fidelização se torna uma expressão
frequentemente citada, sendo sugerida como uma excelente área de estudo, orientando as
empresas e ao mercado como possibilidade de iniciar uma transferência de informações
para melhoria da percepção do cliente para com a empresa, gerando diversos vieses de
estudo para que o cliente seja fiel ao produto ou serviço. (GRÖNROOS, 2000; RUST et
al., 2004; MARTIN; PONDER; LUEG, 2009).
A justificativa prática deste trabalho tem o objetivo de avaliar os atributos mais
valorizados pelos consumidores de medicamentos de uso esporádicos e continuados e a
importância de conhecer o que cada consumidor valoriza, auxiliando as empresas no
direcionamento das estratégias e na obtenção de informações sobre o comportamento
21
deste consumidor, identificando as melhores relações de recompra, visando aumentar
a lucratividade do negócio, já que alguns medicamentos, principalmente de uso
continuado, podem ser adquiridos com preços mais acessíveis ou, em alguns casos, de
graça em diversas cidades do país (BRASIL, 2014).
22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com os objetivos propostos, neste capítulo será iniciada a discursão
teórica sobre o os construtos: personalização, valor percebido, satisfação e intenção de
recompra, no qual serão apresentados os fatores determinantes nas respectivas relações
hipotetizadas para a pesquisa. Na sequência, será apresentado o modelo a ser estudado e
as hipóteses a serem testadas.
2.1 – Personalização do serviço
No início da produção de produtos e bens de consumo havia artesãos que
respeitavam as especificações dos clientes. Estes produtos eram produzidos
manualmente, por um processo moroso, e tinham preços altos. Depois com a
industrialização, chegou a produção em massa, em que os consumidores compravam
produtos baratos, mesmo que para isso sacrificassem o seu gosto pessoal. Man (2000)
apresenta as fases de evolução do marketing, as quais ajudam a entender a mudança que
houve do paradigma da produção em massa até o novo paradigma da personalização, tal
como mostra a tabela 02 - Fases de evolução do marketing:
Tabela 02 - Fases de evolução do marketing
Fonte: Man, 2000
23
Personalização significa, “fabricar um produto segundo o pedido individual de um
cliente” (PEPPERS; ROGERS 1997) e envolve a adaptação de algumas características de
um produto ou serviço, de modo que o cliente desfrute de mais comodidade, custo mais
baixo ou de algum outro benefício (PEPPERS; ROGERS, 2001).
Segundo os autores Kwon e Kim (2012), a personalização implica de uma
interação entre o fornecedor e o cliente, de forma a que a empresa possa corresponder
fielmente aos desejos de cada indivíduo, dando assim origem a um relacionamento forte
entre ambas as partes, que poderá conduzir ao aumento de clientes através de um
comportamento de recompra, e consequentemente, a uma maior rentabilidade,
estabelecendo então uma relação de proximidade na qual o cliente é o elemento mais
importante, que estando satisfeito volta, compra mais e fala bem da sua experiência a
outras pessoas. Logo a empresa alcança uma posição competitiva mais forte perante a
concorrência, obtém mais lucro e aumenta a sua quota de mercado.
A produção personalizada, pede por flexibilidade e respostas rápidas. Em um
ambiente em constante mudança, pessoas, processos, fábricas e tecnologias transformam-
se para dar ao cliente exatamente o que ele quer, com capacidades individuais e um
eficiente sistema de integração são cruciais. Os resultados serão baixos custos, alta
qualidade e produtos e serviços customizados. (KOTHA, 1995).
Até pouco tempo atrás, acreditava-se que o mais importante era conquistar novos
clientes. Kotler (1999, p.155) lembra que "Os vendedores passavam a maior parte do
tempo correndo atrás de novos clientes, em vez de cultivar o relacionamento com os já
existentes. Comemoravam cada novo cliente como se fosse um troféu e serviam a seus
atuais com menos entusiasmo." No entanto hoje os profissionais de marketing buscam o
inverso, ou seja, manter seus clientes atuais e desenvolver um relacionamento duradouro
e produtivo.
É importante observar que a perda de um cliente não representa apenas a perda de
uma compra, mas também o lucro de todas as vendas futuras, sem falar no custo de
reposição daquele cliente. De acordo com pesquisas, o custo incorrido para atrair um novo
cliente é cinco vezes maior que o custo para manter um cliente atual satisfeito. Pior ainda,
leva alguns anos para o novo cliente comprar na mesma proporção do antigo (KOTLER,
1999).
Hoje, como afirma Grõmoos (1993), devemos conhecer nossos clientes para
compreender como eles tomam suas decisões individualmente. Não basta ter um
conhecimento razoável dos segmentos de cliente; uma compreensão mais detalhada se
24
faz necessária. A personalização do medicamento manipulado, além de permitir uma
identificação com rótulo no produto contendo dados específicos e mais completos do
cliente e do medicamento que está sendo consumido, facilita o entendimento da forma de
tratamento a ser seguida evitando enganos como a utilização inadequada (ANVISA
2012).
Para Kwon e Kim (2012) é necessário que exista um incentivo aos clientes no
sentido de estes perceberem o quão importante é para uma empresa possuir
conhecimentos detalhados acerca dos seus gostos e preferências, e se necessário, reunir o
máximo de informação acerca de cada cliente para que se possa personalizar a oferta e o
atendimento. Hoje os consumidores não ficam satisfeitos só com os preços baixos e
exigem também produtos que sejam da sua preferência e adaptados às suas necessidades
(PILLER 2006; NAMBIAR, 2009)
O crescimento dos consumidores que fazem uso de medicamentos manipulados
tem crescido nos últimos anos, desencadeando a necessidade de mais farmácias de
manipulação, surgindo a necessidade de medidas direcionadas para a diferenciação do
negócio, apostando em conhecer melhor os consumidores, pois quando um cliente se
sente satisfeito com os serviços personalizados, facilmente estabelece uma relação de
recompra com a empresa. Desta forma, a personalização vai permitir angariar clientes e
conseguir que eles sejam fiéis, o que se repercutirá em lucro, bem como, em menos custos
de aquisição de novos clientes. (CHEN E CHING, 2007)
Neste cenário, a personalização irá atuar sobre o valor percebido que é um
importante determinante na retenção de clientes, verificada através da repetição da
compra. Nos dias que correm, o cliente é cada vez mais exigente para com as empresas, e
por isso, exige produtos e serviços de qualidade, adequados às suas necessidades e aos seus
desejos. Esta atitude do cliente faz com que exista uma elevada influência do valor percebido,
estando, portanto, estas variáveis diretamente ligadas e influenciando claramente a recompra
do cliente. (CHENG, 2011; KUO ET AL., 2009; BERBARDO ET AL., 2012)
2.2.1 – Diferença entre personalização e customização em massa
Para atender à demanda por produtos personalizados e de baixo custo, um novo
sistema de produção, denominado “customização em massa”, foi concebido por Davis
(1989).
25
A estratégia de customização em massa pode ser entendida como o conjunto de
planos que irá servir de referência para a tomada de decisões (associadas à alocação de
recursos e implementação de ações), no sentido de satisfazer às necessidades individuais
dos clientes, por meio da rápida disponibilização de bens e serviços de forma eficiente e
em grande escala. Ela representa, portanto, a possibilidade de prover um valor único para
cada comprador, podendo se constituir numa fonte de vantagem competitiva para
a empresa (MACCARTHY; BRABAZON, 2003). Como consequência provável da
execução desta estratégia, a empresa estaria apta a alcançar um desempenho superior
(JIAO; MA; TSENG, 2001).
De fato, a área de serviços customizados apropria-se das características de
manufatura customizada, não havendo uma classificação das características de
customização sob a perspectiva de serviços. Salienta-se, contudo, que uma abordagem
para obter características de serviços customizados seria utilizar as características de
manufatura e, através da variável de nível de customização, no qual não se aplica para
manipulação de medicamentos. (McCARTHY et al, 2010)
Silveira et al. (2001), identificaram oito níveis de customização para produtos e
processos. Esses níveis apresentam a seguinte ordem decrescente: projeto, fabricação,
montagem, adição de trabalho customizado, adição de serviços, embalagem e
distribuição, uso, padronização. O nível de projeto é o nível de desenvolvimento
colaborativo de projeto, manufatura e entrega de produtos de acordo com as necessidades
preferenciais do cliente. O nível de fabricação refere-se à fabricação de produtos
adaptados ao cliente a partir de projetos iniciais. O nível de montagem oferta produtos
através de arranjos modulares de acordo com diferentes demandas do cliente.
A customização em massa (CM) é uma estratégia de produção que se caracteriza
pela capacidade de produzir itens que atendam às preferências individuais dos clientes, a
Preços similares aos de produtos manufaturados em massa, sobretudo, o medicamento
manipulado é destinado a um paciente de forma individualizada, com produção unica, ou
seja, para atender a uma necessidade particular de um paciente e para uso imediato, com
característica de atendimento a uma necessidade particular, seja em termos da
individualização da dose, de forma farmacêutica adequada para um determinado paciente
(ANVISA, 2012)
Pan e Holland (2006) definem seis níveis de customização em função da relação
do cliente com o processo. Os níveis, em grau crescente de customização, são: captação
26
do cliente, alteração, superficialidade, transparência, adaptação e colaboração. O primeiro
nível, de captação do cliente, consiste em entender o mercado e repensar o sistema de
manufatura, permitindo que os clientes encontrem o que querem através de uma ampla
oferta de produtos. O segundo nível, de alteração, pressupõe que os funcionários da
empresa aprendam sobre customização e a pratiquem como diferencial para os clientes.
Duray (2002) ressalta ser especialmente crítica a transição para esse nível, haja
vista a complexidade da mudança de cultura. O terceiro nível, de superficialidade, é o
nível em que a cadeia de suprimento é envolvida, com a mudança nos sistemas de
distribuição e entrega de itens para o cliente final.
2.2 - Valor Percebido
Valor percebido é um conceito amplamente investigado (ZEITHAML, 1988;
SIRDESHMUKH et al., 2002; LINDGREEN e WYNSTRA, 2005; ULAGA e
EGGERT, 2006; LEE e JUN, 2007; HANSEN et al., 2008; WANG, 2010; GERA,
2011), ainda assim, segundo alguns teóricos, de difícil conceituação e mensuração, pelo
fato de refletir o desejo do cliente e o recebido pelo mesmo na transação (WOODRUFF,
1997; YANG; JOLLY, 2010; CHI; KILDUFF, 2011).
Segundo Zeithaml (1988), o valor percebido é a relação entre o que foi esperado
pelo produto ou serviço e o que o cliente efetivamente recebeu. A comparação entre as
expectativas e percepções em relação à transação. A autora também observa que a
avaliação global do produto ou serviço com base nas percepções do que foi recebido
em relação ao que foi dado em troca, representa o equilíbrio percebido. Com base
nestas observações, o valor percebido é a relação entre os benefícios totais recebidos e
os esforços ou sacrifícios feitos pelos clientes (EBERLE, 2014; NESPOLO, 2014).
Existe uma grande variedade de definições dos diferentes aspectos do valor
percebido (ULAGA e EGGERT, 2005), mas quatro deles podem ser identificados como
sendo: (1) O valor percebido é um conceito subjetivo (KORTGE e OKONKWO, 1993),
(2) é conceitualizado como sendo uma avaliação entre benefícios e sacrifícios
(ZEITHAML, 1988), (3) os benefícios e os sacrifícios podem ser multidimensionais
(GRISAFFE e KUMAR, 1998 apud ULAGA e EGGERT, 2005), e (4) as percepções
de valor são relativas às ofertas dos concorrentes (GALE, 1996; ANDERSON e
NARUS, 1999).
O modelo de valor proposto por Woodruff (1997) é um dos mais referenciados
27
em pesquisas que tratam do construto valor percebido. No modelo, apresentado na
Figura 1, o autor apresenta uma hierarquia de valor para o qual os clientes consideram
atributos que impactam na performance do produto ou serviço, permitindo, assim, que
estes façam conexões entre os aspectos que compõem os produtos ou serviços e a
satisfação. Este modelo representa o relacionamento entre o valor e o recebido
(GRÖNROOS, 2011; GRÖNROOS, 2013; FLINT e WOODRUFF, 2015).
Figura 1 : Modelo de Hierarquia de valor para o cliente
Fonte: Adaptado por Woodruff (1997)
Frequentemente, os clientes se deparam com inúmeras ofertas de produtos e
serviços para escolher. Nessa situação, o fator decisivo na escolha é o valor percebido
pelo cliente, ou seja, a avaliação que este faz da diferença entre todos os benefícios e
todos os custos de uma oferta ao mercado em relação às ofertas dos concorrentes
(PORTER, 2004). Se cada pessoa tem uma maneira própria de atribuição de valor a algo
que a interessa, a percepção do indivíduo sobre a oferta de uma empresa (sendo um
produto ou serviço) pode ser considerado por diversos fatores (SANTOS,1998). Em
contraste com o setor industrial farmacêutico, as farmácias de manipulação não possuem
grandes recursos de divulgação sobre os produtos, o que ocasiona uma valorização do
produto farmacêutico industrializado em detrimento do produto manipulado
(SALGADO, 2010).
Partindo deste pressuposto, os autores SNOJ; KORDA; MUMEL, 2004, trazem
um quadro sobre as definições de valor percebido pelo consumidor:
28
Quadro 02- Definições de valor percebido pelo consumidor
Fonte: Adaptado de SNOJ; KORDA; MUMEL, (2004)
Analisando-se os conceitos do quadro acima, pode-se perceber que a definição de
Zeithaml (1988) foi significativa em termos de conceituação do valor percebido. Após
esta definição, todas as demais passam a considerar os benefícios (ou a qualidade
percebida) em relação aos custos (ou preço, ou sacrifícios). Após o ano de 2004, não
houve mudança significativa no conceito, sobretudo, os estudos de Brei e Rossi (2005),
Matos e Henrique (2006) e Chen e Hu (2010) propõem o valor percebido como um
antecedente, sendo um elemento mediador entre lealdade, confiança e satisfação, além de
comprovarem que estas relações serão melhores compreendidas quando o cliente possui
um alto valor percebido, tanto funcional (avaliação global do valor da qualidade do
29
serviço recebido) quanto simbólico (percepções de valores emocionais, estéticos e
reputação).
Figura 02 – Componentes que influenciam o valor percebido.
Fonte: JOAQUIM, 2011
As empresas devem se preocupar muito mais que entregar um produto ou serviço.
Graf e Maas (2008) definem valor percebido como sendo resultado da avaliação subjetiva
de um cliente em relação a um produto ou uma empresa. Nas farmácias magistrais além
do atendimento e preço baixo, a proximidade da farmácia em relação à casa ou trabalho
e estacionamento com fácil acesso também apresentaram alto grau de importância na hora
da escolha (valor percebido) de um estabelecimento para realizar as compras (PEREIRA;
BASTOS, 2009).
A percepção de valor dos clientes que compram medicamentos manipulados
também está intimamente ligada à qualidade do atendimento e à confiança que o cliente
tem no atendente. Para existir uma percepção positiva de valor, basta que a utilidade
inferida da percepção de qualidade (um exemplo de benefício) seja maior do que a
utilidade sacrificada. Com outras variáveis se mantendo estáveis, quanto mais positiva a
percepção de valor dos compradores, maior será sua disposição para efetuar a compra
(MONROE; KRISHNAN, 1985). Desta forma, percebe-se uma mudança nas empresas
deste segmento em direcionar as atenções para a gestão do valor percebido, sendo
impulsionador da satisfação dos clientes, conduzindo-os à escolha e recompra. Assim, faz
com que a empresa conheça melhor seus clientes e o mercado, adequando o conceito de
venda de valor e não apenas preço.
30
2.3 – Satisfação
A orientação das empresas para a satisfação do cliente é um fenômeno antigo,
onde as empresas identificam a importância de enfocar seu negócio para a satisfação do
cliente. Smith e Barclay (1997) apontam a satisfação como uma relevante consequência
do relacionamento ente vendedor e comprador. Storbacka et al. (1994, p. 25) definem a
satisfação do cliente com sendo a “avaliação emocional e cognitiva dos clientes, com base
em suas experiências pessoais entre os episódios dos serviços de relacionamento”, e, de
acordo com Crosby et, al. (1990), são estas avaliações que irão servir como base para
prever a qualidade de interações futuras.
O crescimento do interesse pela satisfação de seus clientes deveu-se, com maior
intensidade, a partir dos anos 80, à consciência de que a satisfação dos clientes é uma
variável chave de seus comportamentos posteriores (recompra, lealdade, fidelidade, etc.)
e, também, pelo impulso dos programas de qualidade total, em que a satisfação dos
clientes representa (EVRARD, 1994), complementarmente, Loverlook et al. (1998)
apontam que a importância e relevância do estudo da satisfação se dá pela relação com o
comprometimento com o relacionamento e sua relação positiva futura.
Outros benefícios evidenciados pela literatura que aborda o tema são identificados
por diversos estudos, os quais têm descoberto que níveis mais elevados de satisfação
levam à maior retenção e lealdade de clientes e que com o aumento da lealdade a
satisfação de clientes pode ajudar a assegurar receitas ao longo do tempo, a reduzir custos
de transações futuras, a diminuir a elasticidade de preços e a minimizar a probabilidade
de os clientes trocarem de fornecedor. (ANDERSON et al. 1997; ANDERSON, 1998;
ANDERSON e FORNELL, 1999).
Oliver (1999) cita que a satisfação está relacionada com uma necessidade
individual de cada consumidor, um objetivo que deve ser atingido através do consumo
dos produtos e da padronização dos serviços. A satisfação é aquilo que está ligado à
qualidade do serviço que se presta. Só haverá satisfação do cliente se ele perceber que a
empresa se empenhou de fato em descobrir o que ele necessitava e desenvolveu para ele
o produto adequado (YEVDOKYMENKO et al., 2013, p.34). Nesse sentido, a satisfação
na compra é uma conquista para as organizações, é um sinal que os consumidores estão
dominando a complexidade que é o mercado competitivo. Obviamente, nem todas as
compras serão uma conquista, mas podem ser consideradas como instâncias que reforçam
e provocam estabilidade e serenidade na vida do cliente.
31
Satisfazer o cliente não pode ser o único objetivo das organizações. As
organizações podem perder o foco de outras metas básicas, tais como conseguir uma
vantagem competitiva, criar vantagem sustentável ou obter lucro, sobretudo, a satisfação
dos consumidores é algo amplamente procurado pelas empresas para aumento de seus
desempenhos. (LOVELOCK E WRIGHT, 2001; RIBEIRO E PICININ, 2012). Para
Watanabe (2014), nos dias de hoje, os consumidores buscam uma experiência com um
conjunto de atributos que tornam uma empresa excelente e com imagem favorável.
De maneira geral, satisfação é o julgamento formado durante o uso ou consumo de
produto ou serviço de determinado fornecedor, ou depois dele; portanto constitui uma reação ou
sentimento em relação a uma expectativa (SOLOMON, 1999). Essas definições ressaltam tanto
aspectos cognitivos quanto emocionais da satisfação, que se constitui num sentimento que surge
como resultado da avaliação subjetiva de que a alternativa escolhida atende ou excede as
expectativas (BLOEMER E KASPER, 1995).
A desconfirmação de expectativas é amplamente apresentada como determinante da
satisfação dos consumidores (OLIVER, 1980; CHURCHILL E SURPRENANT, 1982). Segundo
esse paradigma, o consumidor forma expectativas anteriores ao consumo, observa o desempenho
do produto e compara o desempenho percebida com as expectativas iniciais. As expectativas são
pensamentos que criam um padrão de referência para o julgamento do consumidor; quando os
resultados são diferentes deste padrão, ocorre a desconfirmação. Se o resultado for melhor do que
esperado, a desconfirmação será positiva; se for pior do que o esperado, há desconfirmação
negativa, tendendo a gerar insatisfação
O desenvolvimento da teoria levou à incorporação de emoções (reações afetivas) nos
modelos de satisfação. Com isso percebeu-se aumento na capacidade prognóstica dos modelos.
O estado afetivo do consumidor refere-se aos sentimentos positivos e negativos que os
consumidores associam com o produto ou serviço após a compra e durante o uso (MOWEN E
MINOR, 1998). As emoções positivas e negativas estão relacionadas à satisfação e à insatisfação,
respectivamente. A combinação da desconfirmação das expectativas e das emoções predizem
melhor a satisfação do que apenas a avaliação do desempenho
Por outro lado, por mais que a satisfação seja amplamente procurada, ela apenas
não é suficiente para manter um cliente (REICHHELD, 1996), pois clientes satisfeitos
não são necessariamente clientes fiéis (MILLER, 1996). Conforme demonstrado por
Davis (2007) entre 65% e 85% dos clientes que escolheram um novo fornecedor disseram
que estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o seu fornecedor atual. Neste contexto,
a satisfação é um elemento central da investigação proposta neste trabalho. Trata-se de
uma questão intrínseca ao consumo de produtos e serviços e determinantes de cada
32
compra. Cobra e Brezzo (2010) afirmam que o consumidor deve ser a razão de ser de
qualquer organização, onde todas as atividades empresariais devem ser focadas nos
consumidores, objetivando sua total satisfação. Nesse contexto, os autores concordam
que esse é o diferencial do marketing contemporâneo de suas visões anteriores como a de
vendas, em que o foco era o produto propriamente dito e o seu posicionamento no
mercado.
Para Medeiros (2013), se o cliente obtiver uma experiência de bom atendimento,
este cria uma imagem positiva sobre a organização, o que influencia em seus julgamentos
e atitudes posteriores, impactando em seu nível de satisfação e o interesse de manter um
relacionamento com a empresa. Boone e Kurtz (2009) afirmam que a satisfação do
consumidor pode ser medida pelas lacunas entre o que eles esperam e o que percebem
que receberam. Essas lacunas podem ser favoráveis ou desfavoráveis, cabendo aos
profissionais de marketing da empresa conhecerem as necessidades dos clientes atuais e
potenciais para que a empresa possa evitar as lacunas desfavoráveis.
A literatura teoriza que a satisfação dos consumidores pode ser divida em dois
tipos: Satisfação Especifica da Transação e Satisfação Cumulativa (YI, 1991). A primeira
se refere à avaliação que os consumidores fazem após uma compra especifica, e a segunda
se refere a classificação baseada na experiencia do consumidor (JOHNSON; FORNEL,
1991) Estes dois construtos não são independentes, pois experiencias anteriores
(Satisfação Cumulativa) afeta a expectativa e, portanto, a Satisfação Especifica da
Transação.
Portanto, neste trabalho estamos tratando das duas satisfações, sendo mensurada
através aquele consumidor esporádico, onde capta as relações psicológicas que os clientes
tem a respeito do desempenho do produto e do serviço (Satisfação Específica da
Transação) e dos consumidores que fazem compras recorrentes, pois reconhece que o
cliente leva em consideração toda a sua experiencia para a sua intenção de recompra
(Satisfação Cumulativa) de medicamentos continuados (OLIVER, 1997; OLSEN, 2004;
JOHNSON, 2004;)
Devido ao crescimento e interesse de estudo deste construto e aos aspectos da
economia moderna baseada na produção e consumo cada vez maior de produtos e serviços
diferenciados, a medição da satisfação do consumidor teve representatividade
significativa, tenho um início através do desenvolvimento de modelos que avaliam o nível
de satisfação dos clientes para com as empresas. Estes modelos definem de uma maneira
geral a satisfação do consumidor como um todo, tratando desde a evolução acumulativa
33
da experiencia de compra até a satisfação específica. (JOHNSON; FORNEL, 1991)
A medição da satisfação do consumidor teve início paralelamente com o
movimento da qualidade total TQM, sendo também explorada sob uma ótica psicossocial
pelos estudiosos de Marketing, tendenciado a exploração da formação da satisfação
partindo do pressuposto de que há impactos na relação futura de compra (Comportamento
de Compra). A importância de se avaliar a satisfação dos consumidores se tornou
imprescindível a nível global. Desta forma diversos modelos foram criados em diversos
países, sobretudo o mais relevante para esta pesquisa é o modelo ACSI – índice Nacional
Americano, que foi desenvolvido em 1994 pela Universidade of Michigan Business
School and ASQ, sendo utilizadas as especificações de modelos desenvolvidos
anteriormente como base para sua criação. (JOHNSON et Al., 2001), tal como mostra a
figura 03:
Figura 03 - Modelo Americano ACSI
Fonte: Jonhson, 2001
Complementarmente, Choi et al. (2004) avaliaram a influência do valor percebido
e da percepção de qualidade na satisfação do cliente e suas intenções comportamentais
para serviços de cuidados à saúde. Os resultados obtidos são apresentados no modelo da
Figura 4, onde confirma as pesquisas dos autores Wang e Lo (2002) e Cronin Jr. et al.
(2000), em que a qualidade de serviço e o valor percebido constituem os determinantes
principais da satisfação. Assim, a qualidade do serviço afeta positivamente o valor
percebido, assim como também o valor percebido impacta diretamente e positivamente
na satisfação do cliente.
34
Figura 04 - Modelo de satisfação do consumidor para serviços de cuidado à saúde.
Fonte: Adaptado de Choi et al. (2004).
Desta forma, a satisfação do cliente atua como variável central sendo a avaliação
realizada pelo cliente de um bem físico ou serviço, quando satisfazem as suas
necessidades e expectativas. (Howard; Sheth (1969); Hunt (1977); Oliver (1981; 1997);
Churchill; Suprenant (1982) Zeithaml; Bitner (2003).
2.4 – Intenção de Recompra
Alguns debates na década de 80 foram direcionados à satisfação de clientes, sendo
que a mesma não deve ser abordada como um fim em si, mas sim como uma forma de se
voltar para objetivos estratégicos, tais como a repetição de compras, a retenção e a
lealdade de clientes (MITTAL; KAMAKURA, 2001; HARKER; EGAN, 2006). Neste
contexto, a intenção de recompra surgiu como um construto relevante, tanto no meio
acadêmico quanto no meio gerencial (WU et al., 2012; SHIN et al., 2013).
A intenção de recompra consiste no reflexo da percepção que o próprio cliente
possui sobre a probabilidade de novamente comprar em determinado estabelecimento ou
contratar determinado serviço (OLIVER, 1999; LOPES et al., 2012). Este construto
emergiu da pesquisa de mercado e acadêmica focada na satisfação do consumidor.
Durante a década de 90, foram conduzidos estudos e debates que estabeleceram que a
satisfação não deveria consistir em um fim em si, mas sim em um meio para o alcance de
objetivos estratégicos, como a retenção de clientes (MITTAL; KAMAKURA, 2001). A
partir deste foco, a intenção de recompra passou a ser reconhecida como um expressivo
35
nível de interesse tanto para pesquisadores como para gestores, e sua constante retomada
em pesquisas de comportamento do consumidor (ZHANG et al., 2011; LOPES et al.,
2012; WU et al., 2012) demonstra que a intenção de recompra segue considerada como
um consequente substancial e destacável no comportamento de consumo.
Oliver (1999), por sua vez, propõe que o comportamento de recompra de produtos
e/ou de serviços é antecedido por quatro estágios sequenciais, nas quais os compradores
passam antes de efetivarem a ação em si, no caso, a compra:
a) Estágio cognitivo: a preferência está associada a atributos do produto
e/ou do serviço e cuja vulnerabilidade principal se concentra na
possibilidade de identificação, por parte do consumidor, de produtos ou
serviços com características hipoteticamente melhores a partir, por
exemplo, de propaganda das empresas;
b) Estágio afetivo: há um componente idiossincrático em que a preferência
ou a predisposição do consumidor se relaciona a um “gostar de”. Neste
estágio, as principais vulnerabilidades se concentram em um possível
descontentamento ou insatisfação do consumidor, que podem ser
induzidos pela concorrência ou pela própria deterioração do
desempenho do produto e/ou serviço que vinha sendo comprado pelo
consumidor;
c) Estágio conativo: se inicia com uma intenção racional de recompra
propriamente dita, com o real desejo de repetir a compra do produto e/ou
serviço de determinada empresa. Neste estágio, as mensagens de
persuasão para troca de marcas a partir de propagandas, por exemplo, e
a deterioração de desempenho também são os principais riscos
relacionados à repetição de compras;
d) Estágio de ação: estágio no qual as intenções de recompra são
convertidas em ações efetivas, ou seja, na compra ou no consumo por
parte do consumidor. Os principais obstáculos são a indisponibilidade
de produtos e/ou serviços e a deterioração do seu desempenho com o
uso.
Alguns autores defendem que a intenção de recompra é uma dimensão da lealdade
atitudinal, na qual preferências e intenções cognitivas e emocionais dos consumidores
passam a ser relevantes para verificar a intenção da necessidade do consumidor em
adquirir novamente um produto e/ou serviço após uma experiência anterior, normalmente
36
positiva ou satisfatória (GOMMANS, KRISHNAN; SCHEFFOLD, 2001;
PARASURAMAN; ZEITHAML; MALHOTRA, 2005). Consoante isso, Oliver (2010)
afirma que a lealdade é um comprometimento de recompra ou de favorecimento futuro
concedido por um indivíduo (consumidor) em relação a uma determinada marca, produto
e/ou serviço, independentemente das influências situacionais ou esforços de marketing
por parte dos competidores.
Vale ressaltar que a circunstância de compra repetida pelo consumidor pode ser
explicada, basicamente, por duas possibilidades. Primeira, uma solução repetida do
problema, onde os problemas contínuos requerem soluções que já deram certo, evitando
o investimento de tempo e de energia na busca de alternativas ou riscos. Segunda, tomada
de decisão habitual, pela qual as compras se repetem em função de hábitos já definidos
ou de rotinas que geralmente simplificam a vida do consumidor. O comportamento criado
pela prática de compra da mesma empresa (fornecedor) marca, produto e/ou serviço pode
ser em função de inércia, de preferência ou da retenção ou da lealdade do consumidor
(BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008).
De outra forma, White e Yanamandram (2007) propuseram que as intenções de
recompra não significam o mesmo que a lealdade, uma vez que a lealdade pode ser
definida em função da concepção comportamental e atitudinal ou de ambas. Todavia, a
repetição de compras também é moderada por fatores contingenciais, tais como
características individuais, circunstâncias e situações específicas, que se apresentam no
momento da compra.
E cada vez maior o número de empresas que se preocupam em desenvolver
relacionamentos com os seus clientes, sendo este um tópico bastante abordado na
literatura de marketing (GRONROOS, 1994; MAGNUSEN et al, 2012. MURDY &
PIKE, 2012). Muitas destas empresas estão inseridas no paradigma do Marketing de
Relacionamento, que visa estabelecer, desenvolver, e manter trocas relacionais de sucesso
(MORGAN & HUNT, 1994). Porém, Hoffman e Lowitt (2008) destacam que os clientes
procuram uma variedade de produtos e marcas e estão cada vez mais informados sobre
promoções e preço
Devido à própria raiz dos estudos sobre intenção de recompra, as pesquisas
dedicaram-se especialmente à investigação do comportamento de aproximação como um
constructo relacional (DONOVAN; ROSSITER, 1982; DONOVAN et al., 1994;
WAKEFIELD; BAKER, 1998). A partir deste pressuposto, percebeu-se que a
comunicação entre a empresa e o cliente também é capaz de influenciar a intenção de
37
recompra. Barreto (2001, p. 10), afirma que por causa da baixa escolaridade, ou vergonha,
o paciente brasileiro sai do consultório médico com muitas dúvidas, sendo a farmácia na
maioria das vezes que o paciente compreende sobre sua prescrição. Isso se percebe, por
exemplo, em estudos que investigaram o efeito sobre a intenção de recompra, pois
consumidores que se sentem bem em um estabelecimento tendem a ser mais rentáveis,
pois permanecem mais tempo no ambiente, tornando a gastar mais dinheiro com a
empresa e muitas vezes adquirindo serviços adicionais (PARASURAMAN et al., 1988).
O estudo de Zhang et al. (2011), mostra a relação entre a percepção de valor e a
intenção de recompra que são diretamente influenciadas pelo ambiente (LABARBERA;
MAZURSKY, 1983), e alguns autores sugerem que a influência dos outros é mais
dominante na formação de intenções de compra do que um serviço de qualidade
(CRONIN; TAYLOR, 1994; ARAUJO et al., 2013b), pois consumidores podem afetar
um ao outro indiretamente fazendo parte do ambiente ou mais diretamente por encontros
interpessoais específicos (BAKER, 1987; BITNER, 1992). Estas relações são altamente
pertinentes porque eles podem influenciar dramaticamente a experiência do consumidor
(MARTIN; PRANTER, 1989);
O relacionamento entre a empresa e o cliente tem que ser benéfico para ambas as
partes, pois no início do relacionamento entre o cliente e a empresa há uma tendência de
identificação das expectativas e da qualidade geral do serviço prestado, onde o
consumidor analisa o desempenho da empresa. Uma sequência consistente e consecutiva
de experiências positivas pode levar ao desenvolvimento de confiança dentro desta
relação (VIEIRA; SLONGO 2008). Observa-se que é crescente a preocupação da maioria
das organizações com o desenvolvimento de ações que garantam a fidelização de clientes
através da construção de relacionamentos duradouros.
O atual cenário é de grande competitividade, o que contribuiu fortemente para a
reformulação da relação entre a empresa e o cliente. Sparemberger e Zamberlan (2011)
afirmam que o “marketing de relacionamento oferece um caminho não só para melhorar
a retenção de clientes, mas também o relacionamento de longo prazo com vendedores
concorrentes e outros agentes envolvidos no processo”. Estas experiências positivas
podem surgir através dos serviços personalizados, sendo uma característica presente no
segmento da manipulação de medicamentos, atendendo às necessidades individuais de
cada cliente, fazendo com que acredite que a empresa está bem interessada no seu bem
estar, consequentemente aumentando a confiança, que é um antecedente da intenção de
recompra. Com base nisso, percebe-se a oportunidade de se verificar empiricamente a
38
personalização a e a sua relação com o valor percebido, assim apresenta-se a seguinte
hipótese de pesquisa H1:
H1- A personalização do serviço se relaciona direta e positivamente o valor
percebido
Adicionalmente, percebe-se que a criação de valor através da percepção do
cliente, tem uma influência positiva na recompra. O valor é um dos construtos mais
relevantes, tanto no seu estudo individual quanto na relação com os outros construtos
(SIRDESHMUKH; SIGGH; SABOL, 2002; PERIN et al., 2004; BREI et. AL, 2005;
ESPARTEL, 2005; CORNÉLIUS 2006;).
Kwon e Kim (2012) referem que uma relação de proximidade da empresa para
com o cliente é essencial e assume um grau de importância muito elevado, pois um cliente
satisfeito aumenta o seu valor percebido. Logo, interagir com o cliente, visando atender
a sua necessidade através da personalização valoriza a relação e é fundamental para o
segmento de manipulação de medicamentos, pois a personalização de serviços permite
proporcionar aos clientes exatamente o que procuram (Forgas-Coll, 2012).
Chen e Hu (2010) afirmam, a personalização de produtos e serviços deve existir
como forma de atrair e reter os clientes, sendo necessária a existência de uma atitude que
vá no sentido do aperfeiçoamento e adaptação aos desejos reais do cliente. É por estas
razões que se formulou a hipótese de investigação. Com base nisso, percebe-se a
oportunidade de se verificar empiricamente o valor percebido e a sua relação com o
recompra, sendo assim, apresenta-se a hipótese de pesquisa H2:
H2 - O valor percebido relaciona-se positivamente com a intenção de recompra dos
clientes;
Nos estudos de Sirdeshmuck, et al. (2002, p. 221), sustenta-se que o valor
percebido é a “percepção do consumidor dos benefícios deduzidos os custos de
manutenção de um relacionamento existente com um fornecedor de serviços”, o que se
justifica porque, mesmo quando o consumidor colhe benefícios das trocas relacionais com
o fornecedor, se lhe forem impostos altos custos de manutenção, o relacionamento será
menos atrativo e menores serão as evidências de recompra. O trabalho de Gassenheimer,
et al. (1998) testemunham que valor é o resultado de uma percepção de valor social que
se altera de acordo com o nível de relacionamento e se baseia na satisfação percebida e
na comparação entre as alternativas existentes. Para estes autores, quanto maior for o
39
investimento na relação, menor valor econômico e maior valor social terá a transação,
enquanto que quanto maior for a distância relacional menor será a percepção de valor
social e maior o valor econômico.
À medida que aumenta o valor percebido e a sua satisfação, desvia-se a atenção
do cliente em relação à concorrência (fornecedores alternativos) e dos preços pagos
(sacrifício financeiro) (MILAN, 2006; TAI, 2011). E esta afirmação justifica a tendência
de se realizar maiores investimentos nas trocas relacionais, com a intenção de estimular
a permanência do cliente na relação, promovendo a percepção de um valor equivalente e,
de preferência, superior ao valor que a concorrência poderia lhe propiciar
(SIRDESHMUKH; SINGH; SABOL, 2002; ZHANG; BLOEMER, 2008; TAI; HO,
2010). Com base nisso, percebe-se a oportunidade de se verificar empiricamente o valor
percebido pelo cliente e a sua relação com a satisfação e fidelização e, sendo assim,
apresenta-se a hipótese de pesquisa H3:
H3 - O Valor Percebido se relaciona direta e positivamente com a satisfação dos
clientes;
A satisfação é estudada como um antecedente de recompra que resulta do
balanceamento entre o que os clientes esperam que ocorra (expectativas de desempenho)
e o que pensam que ocorreu (percepções de desempenho). Esta avaliação do desempenho
percebido face às expectativas pode ser realizada a cada transação operada entre a
empresa e o consumidor quando se refere a uma avaliação imediata que decorre no
momento seguinte à compra ou pode ser uma avaliação integral de todas as trocas entre
o cliente e a organização ao longo do tempo, onde para além da satisfação com produtos
e serviços comprados estão incluídos outros aspectos do relacionamento com a empresa
(ANDERSON et. Al, 1994; FORNELL, 1995; FORNELL, et al. 1996; GARBARINO e
JOHNSON, 1999; HUNT, 1997; OLIVER, 1999).
Com base nisso, percebe-se a oportunidade de se verificar empiricamente o valor
percebido pelo cliente e a sua relação com a satisfação e fidelização e, sendo assim,
apresenta-se a hipótese de pesquisa H4:
H4 - A satisfação se relaciona direta e positivamente com a intenção de recompra
dos clientes;
40
Conforme Sparemberg (2011), “não se pode pensar em vender apenas uma vez,
mas estabelecer um processo de contato permanente com os compradores (...) e o que
antes era um fator que diferenciava a empresa é hoje apenas o cumprimento de uma
obrigação para manter seus clientes satisfeitos com os serviços prestados”
(SPAREMBERGER; ZAMBERLAM, 2011).
O marketing de relacionamento promove o fortalecimento das relações entre as
empresas e seus clientes, com enfoque em mantê-los, a fim de que se tornem fiéis. Las
Casas (2009) afirma que “o objetivo da aplicação do marketing de relacionamento é obter
a fidelização do cliente” O marketing de relacionamento é importante para todas as
empresas, mas para aquelas que comercializam serviços, a necessidade é ainda maior.
Neste contexto, estabelecer um bom relacionamento com o cliente para facilitar que ele
saiba e acompanhe sobre os serviços da empresa tem grande relevância. Fator importante
é manter um canal de comunicação com esse cliente e através de pesquisas estar sempre
atento à sua opinião (LAS CASAS, 2014). Com base nisso, percebe-se a oportunidade de
se verificar empiricamente as variáveis referente a relações entre os clientes que usam
medicamentos continuados e medicamentos esporádicos.
2.5 - Modelo Teórico Proposto
Visando melhor compreensão em torno das hipóteses da pesquisa, a figura 04
apresenta o modelo teórico proposto, pois trata-se de uma compilação dos modelos
apresentados. Diversos autores trazem elementos que apontam a necessidade e
oportunidade de pesquisa da relação entre os construtos Personalização, Valor Percebido,
Satisfação e Intenção de Recompra, tal como são referenciados nos modelos: Oliver
(1999); Bayol et.al (2000), Yang e Peterson (2004), Karatepe, Yavas e Babakus (2005),
Vesel e Zabkar (2009), Joaquim (2011), Ornelas (2013), que embasam este trabalho.
41
Figura 05 - Modelo teórico proposto
Fonte – Autoria Própria
42
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente capítulo trata das análises dos dados coletados a partir da survey.
Inicialmente serão apresentadas as estatísticas descritivas, de maneira a caracterizar a
amostra. Em seguida serão efetuadas as análises multivariadas e testes estatísticos de
maneira que possam ser confirmadas ou não as hipóteses propostas no estudo.
3.1 – Farmácia de Manipulação
As farmácias de manipulação representam significativa parcela do mercado
brasileiro de medicamentos. Este setor ressurgiu no Brasil no final da década de 1980,
após seu desaparecimento quase completo devido ao advento da indústria farmacêutica
na década de 1950. No início eram poucos estabelecimentos voltados principalmente à
dermatologia ou à homeopatia, com foco na individualização da prescrição. (FERREIRA,
2008).
A profissionalização na área de medicamentos e saúde, fez com que gradualmente as
boticas fossem substituídas pelas “Pharmácias” cuja produção, essencialmente artesanal, era
baseada nos formulários internacionais e na flora medicinal brasileira. Até o surgimento e
desenvolvimento da indústria farmacêutica no país, esses estabelecimentos, através de suas
preparações magistrais, foram os únicos capazes de fornecer os medicamentos prescritos pela
classe médica. Conforme Junior (2002), por volta de 1950, com a industrialização na área
farmacêutica, o farmacêutico a ela se associou, omitindo sua verdadeira essência e permitindo
que os “oficias de farmácia” assumissem o seu papel, na farmácia, de modo que a
manipulação magistral perdeu grande passo do seu espaço
No Brasil, segundo o Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, há dois
tipos de medicamentos manipulados, os farmacopeicos e os magistrais. O primeiro se
refere ao medicamento “[...] cujo modo de preparação ou elaboração está indicado nas
Farmacopeias” e o segundo “[...] destinado a um paciente individualizado”, que é “[...]
produzido de forma personalizada, ou seja, para atender a uma necessidade particular de
um paciente e para uso imediato” (ANVISA, 2012).
Com a entrada dos medicamentos genéricos no mercado, o segmento passou a
manipular inúmeros medicamentos cujas apresentações são disponibilizadas pela
indústria farmacêutica. O aumento do número de medicamentos manipulados no Brasil
43
resultou em maior preocupação com a qualidade destes produtos. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, em 19 de abril de 2000, a primeira
regulamentação específica para este setor, onde instituiu as boas práticas de manipulação
de medicamentos e propiciou significativas evoluções quanto à qualidade dos produtos
magistrais. (ANVISA 2012)
Para elucidar quais são as principais diferenças entre medicamentos
industrializados e medicamentos manipulados a ANVISA – Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária lançou uma cartilha onde relaciona estas diferenças, tal como
mostra o quadro 01:
Quadro 02 – Diferenças entre medicamentos industrializados e
medicamentos manipulados
MEDICAMENTOS INDUSTRIALIZADOS MEDICAMENTOS MANIPULADOS
São produzidos nas indústrias em grandes
quantidades, utilizando equipamentos que têm
capacidade para fabricar lotes de até milhares de
unidades.
São manipulados para atender a uma
prescrição médica e em quantidade suficiente
para atender às necessidades específicas do
paciente.
São produzidos em dosagens ou concentrações
padronizadas, de modo a serem utilizados por
um grande número de pacientes.
São prescritos e manipulados numa dosagem
ou concentração especifica para cada paciente,
sendo, portanto, de uso personalizado.
Passam por controle de qualidade durante todo
o processo de produção. As matérias-primas,
materiais de embalagem e produtos acabados
são analisados pelo fabricante do medicamento.
Vários testes de controle de qualidade exigidos
da indústria não são viáveis em escala
reduzida de produção. As análises das
matérias-primas e dos materiais de embalagem
são feitos pelos fornecedores e alguns testes
são refeitos nas farmácias. É feita a
conferência dos produtos com a fórmula e
realizados alguns testes para verificar sua
conformidade.
Todos os processos de fabricação são
supervisionados por profissionais farmacêuticos
qualificados.
Os processos de manipulação são
supervisionados por profissionais
farmacêuticos qualificados
Possuem embalagens padronizadas, com
rotulagem contendo dizeres obrigatórios sobre o
fabricante, lote, fabricação, validade,
farmacêutico responsável, entre outros. Os
dados sobre indicação, uso, efeitos colaterais,
contraindicações e cuidados de conservação
estão num documento conhecido como bula
Contém rótulos com informações sobre a
farmácia responsável pela manipulação, data e
validade, farmacêutico responsável e cuidados
de conservação. Não contém a bula. As
informações sobre o uso, possíveis efeitos
colaterais e contraindicações devem ser
prestadas pelo prescritor e pelo farmacêutico
na entrega do medicamento na farmácia
Pelo fato de terem em suas formulações,
estabilizantes, conservantes e outros
coadjuvantes, os medicamentos industrializados
possuem um tempo maior nos seus prazos de
Como trata-se de um medicamento que deve
ser preparado para atender às necessidades
específicas de um determinado paciente,
normalmente, o prazo de validade do
44
Fonte: ANVISA, 2010
A manipulação necessita de seleção criteriosa de princípios ativos e da dose para
obter a eficácia terapêutica desejada. A sociedade acredita que os medicamentos disponíveis
no mercado são de qualidade e que correspondem às suas respectivas fórmulas
proporcionando a atividade terapêutica prometida. É indiscutível que aquele que produz o
medicamento é o principal responsável pela sua qualidade, entretanto está afirmação não
exime a responsabilidade do estado de avaliar a qualidade dos produtos sujeitos a Vigilância
Sanitária que por sua vez deve garantir que os medicamentos produzidos, distribuídos,
comercializados e utilizados, cumpram os requisitos de qualidade, segurança e eficácia
(D’IPPOLITO et al. 2005).
As farmácias de manipulação para exercerem sua função de comércio varejista de
medicamentos e produtos, necessitam se enquadrar nas normas específicas. Para que todos
os produtos manipulados tenham segurança, qualidade e eficácia. Torna-se necessário a
adequação e o cumprimento de várias etapas que vão desde infraestrutura, pessoal
qualificado, aquisição da matéria prima com a devida atenção ao longo de toda a sua cadeia,
desde a aquisição, recebimento, armazenamento, manipulação e produto acabado
(ANFARMAG, 2007) e caso isto não seja percebido pelo cliente, podem existir diferenças
entre as expectativas quanto aos atributos de valor do produto (ZEITHAML, 1998)
Além disso, a farmácia magistral busca trabalhar alinhada com a classe médica
afim de oferecer informações pertinentes de cada fármaco através de uma grande
variedade de produtos medicamentosos, tornando-se um local de grande prestação de
serviços de saúde, através da personalização que é oriunda de uma prescrição médica.
(ANFARMAG, 2006b). Ela exerce um papel de extrema importância nos cuidados para
com a saúde, tendo em vista as vantagens como a economia financeira, pois considera-se
o medicamento manipulado 30% mais barato que o industrializado, onde o consumidor
pode obter a uma combinação através da adequação ao uso através da dosagem individual
e personalização do produto, rótulo personalizado e serviço (de acordo com sua
necessidade).
validade, definido com base em estudos de
estabilidade.
medicamento manipulado está vinculado ao
período de tratamento do paciente
Os medicamentos industrializados devem ser
registrados na ANVISA.
Os manipulados têm as empresas (farmácias
de manipulação) registradas e fiscalizadas
pelos serviços de vigilância sanitária dos
estados e municípios brasileiros
45
3.2- Caracterizações da Pesquisa
Esta pesquisa tem natureza descritiva - quantitativa e utilizou os pressupostos
sugeridos por diversos autores, sendo: Hair Jr., Black, Babin, (2009) e Malhotra, Birks e
Wills (2012), e se apoiou na descrição das características de um publico específico –
clientes eventuais e contínuos de farmácias de manipulação.
O método que utilizado para obtenção de informações na população pesquisada é
o Método de Levantamento de Campo (survey), com corte transversal único, que se baseia
no interrogatório direto dos participantes a partir de questionários formulados.
(MALHOTRA, 2006)
O aporte teórico conforme descrito na fundamentação, foi submetido a uma
análise confirmatória. As etapas de avaliação das escalas seguiram o modelo de validação
proposto por Churchill (1979) que segundo o autor, uma boa pesquisa deve começar com
a definição clara daquilo que o autor se propõe a investigar. No caso de um estudo
exploratório, a medida deverá ser purificada, sugerindo-se uma nova coleta de dados e,
então, a avaliação da validade e confiabilidade das medidas. No caso desta pesquisa,
foram utilizadas medidas já conhecidas e amplamente testadas em trabalhos realizados
em diversas áreas.
3.2.1 – Variáveis Pesquisadas
Tal como apresentado no modelo teórico de acordo com a figura 04, quatro
construtos são apresentados e testados. Na tabela 02 serão apresentadas todas as variáveis
pesquisadas através da aplicação de questionário. Os trabalhos que serviram como
referência para a criação do instrumento de pesquisa também estão apresentados.
Tabela 03 – Escalas utilizadas por construto
Construtos Itens de
Escala Questões
Escalas
Utilizadas
Itens na
escala
Detalhamento
dos itens
Personalização PERS_1 a 4 1;2;3;4; Discordo
totalmente
46
J.Ganesh
(2010) e Silva
(2014)
Tipo likert de
5 (cinco)
pontos
concordo
totalmente
Valor
Percebido VPER_1 a 4 5;6;7;8;
Yang e
Peterson
(2004)
Satisfação SATI_1 a 4 9;10;11;12
Oliver (1999);
Kurke (1999)
Ornelas
(2013);
Intenção de
Recompra
INT_REC 1 a
3 13, 14 e 15
Bayol et.al
(2000) e
Vesel e
Zabkar (2009)
Fonte: Elaborado pelo autor
Para a variável Personalização (PERS) foi realizada uma pesquisa adaptada por
J.Ganesh (2010) que aborda a personalização relacionada como antecedente do valor
percebido. O autor desenvolveu uma escala com 20 itens dos quais 04 estão
relacionados à personalização. A escolha desta escala foi em virtude de constar também
no trabalho desenvolvido por Silva (2014) no qual pesquisa as antecedentes relações do
valor percebido, com os diversos construtos que estão sendo abordados neste estudo.
Este fato facilitou a adequação das questões para serem mencionadas.
Na avaliação do valor percebido (VPER) a pesquisa foi baseada no estudo que foi
desenvolvida por Yang e Peterson (2004) onde se pretenderia avaliar a condição da
fidelidade em relação com o construto. Foram selecionadas 04 questões que se adequam
para avaliação da percepção do cliente no segmento de farmácia de manipulação. Estas
questões foram adaptadas e utilizadas por Erbele (2014);
No construto Satisfação, (SATI) a pesquisa se baseou no trabalho de Oliver e
Burke (1999), no qual se referencia a experiências gastronômicas no ambiente de serviços
nos restaurantes. As questões usadas para mensurar a satisfação foram adaptadas a fim de
medir a satisfação do cliente que usam medicamentos manipulados. Foram selecionadas
04 dimensões a fim de avaliar a satisfação total e o desempenho dos serviços oferecidos
a eles.
47
Por fim, na avaliação da variável fidelidade (INT_REC), foi realizada uma
pesquisa, que foi desenvolvida baseada nos trabalhos de Bayol et.al (2000), Versel e
Zabkar (2009). Estes últimos autores desenvolverem um modelo denominado ECSI –
The European Consumer Satisfaction (Modelo de Satisfação do consumo Europeu) que
atribuiu a satisfação do cliente a intenção de recompra. Esta escala foi adaptada por
pesquisadores da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, em conjunto com a
Universidade Nova de Lisboa (Portugal) e usada em diversos segmentos como: Bancos de
varejo, telefonia móvel e fixa, TV por assinatura e Internet Banca Larga. Portanto a junção
destas escalas utilizada por estes autores foi fundamental para a construção deste questionário
de pesquisa.
O instrumento de coleta de dados foi finalizado com a utilização de questões
para o levantamento de informações a fim de caracterizar o perfil dos entrevistados,
uma questão do tipo likert de cinco pontos serviu para medir todas as variáveis. A
transformação da escala likert para escala binária foi feita a partir da mediana, o
questionário elaborado para esta pesquisa está disponível no Apêndice A.
3.2.2 População-alvo e Amostra
Considerando a técnica de informantes-chave, que propõe que os informantes
devem ser selecionados com base nas suas qualificações, no conhecimento especializado
e na sua posição na empresa, a pesquisa foi realizada a clientes que fazem uso de
medicamentos manipulados. Os participantes do estudo serão clientes que compram
medicamentos manipulados, seja continuamente ou de uso esporádico (KUMAR;
STERN; ANDERSON, 1993).
Nesta etapa foram coletadas informações acerca do universo estudado. De
acordo com Gil (2010), universo ou população é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características em comum. Amostra é o subconjunto desse
universo, por meio do qual se estabelecem ou se estimam características para a população.
A amostra é uma parte de um universo ou população com as mesmas
características. Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes
do universo pesquisado, tem-se um censo (GIL, 2010).
48
Oliveira (2001) define amostragem não probabilística como “aquela em que a
seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte
do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo”, e amostra por conveniência
como “A seleção de membros da população mais acessíveis”. Devido ao fato dos
participantes da pesquisa não terem sido escolhidos de forma aleatória, a amostra utilizada
no estudo foi definida como não probabilística e por conveniência.
Dessa forma, o universo da pesquisa compreende os clientes que realizam compras
continuadas nesta farmácia de manipulação. A amostra foi calculada a partir das técnicas
utilizadas no estudo, Análise Fatorial, que necessita de pelo menos 5 respondentes por
item do questionário (15 itens), total de 70 questionários. Outra técnica estatística a ser
utilizada no estudo é a técnica de Regressão Logística. De acordo com recomendações
encontradas na literatura, para a utilização da técnica de Regressão Logística, o número
mínimo de casos deve ser de 9 casos para cada variável independente presente na equação,
fazendo com que a amostra mínima do estudo seja de 135 questionários. (HAIR Jr. et al.,
2009).
3.2.3 Validação do Instrumento de Coleta de Dados
Como já foi mencionado anteriormente, foi utilizado para obtenção dos dados da
pesquisa o levantamento das informações através do instrumento de coleta. Para
validação do instrumento de coleta de dados foi realizada a validação de face, que é um
procedimento nos quais especialistas observam se os itens existentes na escala parecem
claros e adequados ao que se propõem medir. (HAIR Jr. et al., 2009; LUCIAN e
DORNELAS, 2014). Estes, segundo Hair Jr. et al. (2009), são os passos necessários para
validação de uma escala em Marketing. A validação de face ou validade nominal foi
realizada antes da estruturação do instrumento de coleta de dados da pesquisa
(KINNEAR; TAYLOR, 1996; MALHOTRA; BIRKS; WILLS, 2012).
Após esta etapa, foi aplicado um questionário presencialmente para o grupo de
clientes (clientes com perfil de compra continuada) contendo um total de 15 questões de
múltipla escolha, um espaço para comentários e sugestões ao final que servirá para
adaptações da realização do pré-teste, e um cabeçalho com espaço determinado para que
o respondente cite data de nascimento, gênero e perfil de compra (Continuada). Esta
49
condição de se identificar no questionário fica a critério do respondente, pois se entende
que enquanto o respondente é identificado, a propriedade torna-se estrategicamente
apreciada (GIL, 2010).
Após a aplicação do questionário, os itens que compõem cada uma das escalas
foram submetidos a uma análise de confiabilidade através do cálculo do índice alfa de
Cronbach (MALHOTRA,2012). O coeficiente alfa de Cronbach tem uma grande
utilização e aceitação no meio acadêmico, fazendo com que este tenha grande adoção
como ferramenta para estimação da confiabilidade (DA HORA, MONTEIRO e ARICA,
2010). Malhotra (2012), afirma que o coeficiente alfa de Cronbach pode variar entre 0
e 1, sendo que valores abaixo de 0,6 são considerados de confiabilidade insatisfatória.
3.2.4 Pré-teste do Instrumento de Coleta de Dados
De forma a identificar possíveis problemas com o questionário foi executada a
etapa de pré-teste. O pré-teste foi realizado com 15 participantes do estudo, que são
usuários de medicamentos manipulados tanto de uso continuado como de uso esporádico.
Na execução desta etapa foram analisadas a compreensão geral do texto, o tempo de
resposta do questionário e a ordem das perguntas. (HAIR JR. et al., 2009; MALHOTRA,
2014).
A coleta dos dados do pré-teste foi realizada pessoalmente pela pesquisadora com
a intenção de orientar os respondentes e detectar possíveis alterações a serem feitas. O
tempo médio para preenchimento do questionário foi de 5 minutos. De forma geral os
participantes não tiveram dificuldades na compreensão das questões, não sendo
necessários ajustes no questionário.
Objetivo com o pré-teste é antecipar alguns problemas e evidenciar falhas (GIL,
2010), até mesmo no sentido de traçar novas estratégias de abordagens junto ao
pesquisado.
3.2.5 Coleta e Processamento dos Dados
Para Malhotra, Birks e Wills (2012), a coleta de dados é o momento em que o
50
pesquisador entra em contato com os envolvidos na pesquisa para que se possa entregar
o questionário e realizar a pesquisa.
Dado o tamanho da amostra, a forma de coleta de dados definida para esta
pesquisa se deu a partir de três maneiras: (1) o questionário foi administrado
presencialmente pelo próprio pesquisador, através da versão virtual, solicitando que os
clientes pudessem responder assim que realizavam compras de medicamentos
manipulados em um ambiente de uma farmácia de manipulação “delta” situada no
shopping recife (2) também foi realizada por e-mail, para os clientes que possuem os
dados cadastrados em uma farmácia de manipulação “alfa” que possui 09 lojas situadas
na região metropolitana do Recife, sendo 500 clientes contatados (3) e foi disponibilizado
nas redes sociais – Facebook e WhatsApp
3.2.6 – Procedimento para análise de dados
Em situações nas quais se deseja separar dois grupos distintos ou alocar um novo
elemento em quaisquer desses grupos, a técnica Regressão Logística é indicada. Ela é
descrita como método que verifica a existência de dependência estatística de uma variável
denominada dependente (prevista ou explicada), em relação a uma ou mais variáveis
independentes (explanatórias ou preditoras) (HAIR et al., 2009; RODRIGUES; PAULO,
2007).
A aplicação da análise discriminante envolve muitas suposições às variáveis
independentes, dentre elas terem normalidade e matrizes de variância e covariância iguais
entre ambos os grupos de classificação. O modelo logístico costuma ser mais utilizado,
pois além de não exigir todas estas suposições, permite uma interpretação direta de seus
coeficientes e, assim como na regressão múltipla, consegue introduzir efeitos não lineares
(HAIR et al., 2009). Outro aspecto ressaltado pelos mesmos autores indica que o uso da
análise discriminante pode não ser tão favorável, pois ela possui um score (dispositivo
discriminatório) classificado em ordem crescente, o que não indica nenhum método
probabilístico.
As análises foram realizadas com o uso do software Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS) versão 22. Segundo Hair Jr. et al. (2009), as técnicas
multivariadas possibilitam que o pesquisador tenha um grande poder analítico, mas
também exige maior responsabilidade, de forma a garantir que a estrutura estatística e
51
teórica na qual se baseiam também está bem sustentada. O autor argumenta que são
necessários que sejam examinados os dados antes da aplicação de qualquer técnica
multivariada.
3.2.7 – Dados perdidos
Hair Jr. et al. (2009), define que dados perdidos (missings) são resultados de
processos que podem ser eventos sistemáticos externos ao respondente, como erros de
entrada de dados ou de coleta, ou qualquer ação por parte do respondente, como a recusa
em responder uma questão. Os impactos dos dados perdidos na pesquisa podem ser: (1)
de modo prático, a redução do número de respondentes disponível, e assim do tamanho
da amostra, ou (2) de forma substantiva, a possibilidade de viés estatístico a partir da
utilização de dados não aleatórios.
Para que esses dados perdidos sejam tratados Hair Jr. et al. (2009), define um
processo de quatro etapas a serem realizadas, que são: (1) determinar o tipo de dados
perdidos; (2) determinar a extensão de dados perdidos; (3) diagnosticar a aleatoriedade
dos processos de perda de dados; e, (4) selecionar o método de atribuição.
Finalmente, alguns autores indicam o percentual aceitável de dados perdidos de
até 10% (HAIR Jr. et al., 2009; BYRNE, 2010). Para este estudo, optou-se por utilizar
questões objetivas. Desta forma, não se fará necessário o tratamento dos dados perdidos.
3.2.8 – Observações atípicas
Observações atípicas (outliers), segundo Hair Jr. et al. (2009), “são aquelas que contém
combinações únicas de características identificáveis como sendo notavelmente
diferentes”. Devido ao fato de que as observações atípicas podem implicar em distorções
das variâncias e das covariâncias entre os indicadores ou variáveis, afetando os resultados
obtidos através da Modelagem de Equações Estruturais (MME), estes casos devem
receber tratamento especial (EBERLE, 2014; NESPOLO, 2014).
As observações atípicas podem ser divididas em quatro classes, sendo elas: (1)
erro de procedimento, como erros na entrada ou codificação de dados, (2) evento
extraordinário, explicando a peculiaridade de uma situação, (3) observações
52
extraordinárias, na qual o pesquisador não possui uma explicação para o fato, ou (4)
únicas em sua combinação, que são observações que não tem valores particularmente
altos, mas que sua combinação é incomum (HAIR Jr. et al., 2009).
Observações atípicas podem ser: (1) univaridas: apresentam escores extremos em
uma variavel (KLINE, 2011); (2) bivariadas: podem ser avaliadas conjuntamente com um
diagrama de dispersao; e (3) multivariadas: apresentam escores extremos em mais de uma
variavel. Já em relação a manter um registro ou eliminar uma observação que se
apresentou de forma atípica, Hair Jr. et al. (2009) propõe que estas só devem ser
eliminadas quando os valores estão visivelmente fora da normalidade e que não
representam as observações da população estudada (HAIR Jr. et al., 2009).
3.2.9 Análise Fatorial Exploratória (AFE)
Análise Fatorial Exploratória (AFE) é uma técnica de interdependência com o
propósito principal de “definir a estrutura inerente entre as variáveis na análise” (HAIR
et al., 2009, p. 102). Esta técnica é comumente empregada em análises exploratórias,
onde não se sabe a verdadeira estrutura por trás de um conjunto de dados.
Neste trabalho foram utilizadas a Análise Fatorial Exploratória e a Análise
Fatorial Confirmatória. Segundo Hair Jr. et al. (2009), análises multivariadas são aquelas
se referem a técnicas estatísticas que analisam múltiplas medidas sobre indivíduos de
forma simultânea. A análise fatorial exploratória é uma das primeiras técnicas
multivariadas a ser utilizada, pois permite a aplicação de outras técnicas multivariadas. A
análise fatorial é uma técnica de interdependência, e tem como objetivo principal definir
a estrutura subjacente da matriz de dados, direcionando-se a analisar a estrutura das
correlações entre um grande número de variáveis, definindo estruturas subjacentes
denominados fatores (HAIR Jr. et al., 2009).
A análise foi realizada de forma a atingir um dos três objetivos: (1) identificar dimensões
das variáveis; (2) identificar um novo conjunto, menor, de variáveis não correlacionadas;
e (3) identificar, em um conjunto maior, um conjunto menor de variáveis que se destacam
(MALHOTRA, 2001).
Para que seja realizada a identificação das dimensões propostas no estudo foi
realizada uma análise fatorial exploratória com todas as variáveis de todos os construtos,
53
com o objetivo de se verificar a dimensionalidade dos mesmos. Com base nos valores
indicados na literatura, foi utilizada uma carga fatorial mínima de 0,60, adequada para o
grande número de variáveis utilizadas (HAIR Jr. et al., 2009).
Diante da formulação teórica dos construtos, as escalas foram definidas de forma
a operacionalizar a pesquisa a partir da formulação teórica. Para que seja realizada a
identificação das dimensões propostas no estudo foi realizada uma análise fatorial com
todas as variáveis de todos os construtos, com o objetivo de se verificar a
dimensionalidade dos mesmos, com uma amostra mínima de 75 respondentes, com base
em uma carga fatorial mínima de 0,50, adequada para o grande número de variáveis
utilizadas (HAIR et al., 2009).
3.2.10 – Regressão Logística
A análise de regressão logística é à técnica estatística utilizada nesse estudo por
sua particularidade em aceitar uma medida binária para a variável dependente. Esta
técnica é bastante apropriada por sua robustez no tratamento de dados independentemente
de se atenderem as suposições de normalidade e linearidade. Além disso, ela apresenta
“testes estatísticos diretos, tratamentos similares para incorporar variáveis métricas e não
métricas e efeitos não lineares, e uma vasta gama de diagnósticos” (HAIR et al., 2009).
A análise de regressão logística é um tipo de análise de regressão múltipla e tem
por objetivo “usar as variáveis independentes cujos valores são conhecidos para prever
os valores da variável dependente selecionada pelo pesquisador” (HAIR et al., 2009,
p.154). Na regressão logística, em geral, atribui-se o código um ao resultado de interesse,
denominado sucesso, que representaria a presença de uma particular característica e zero
ao evento complementar, denominado fracasso. A regressão logística é utilizada quando
o objetivo é estabelecer uma relação entre uma variável resposta dicotômica e uma ou
mais variáveis explicativas as quais podem ser tanto qualitativas como quantitativas.
Quando de interesse de uma aplicação, a regressão logística pode ser utilizada mesmo
quando a resposta não for originalmente binária, bastando para isto dicotomizar a variável
resposta (FARHAT, 2003).
Para esta pesquisa, a variável dependente “Intenção de Recompra” possui duas
alternativas possíveis, sim ou não, o que nesta técnica é representado por 0 e 1. Um valor
de probabilidade entre 0 e 1 é gerado para a previsão de cada observação, baseado nos
54
valores das variáveis independentes e nos coeficientes estimados. O ponto de corte para
determinar o resultado é a mediana obtida em cada variável. (HAIR et al., 2009). Com
esta técnica, é possível identificar os fatores/variáveis que mais influenciam as variáveis
dependentes nesta amostra.
55
4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
O presente capítulo trata das análises dos dados coletados a partir da survey.
Inicialmente serão apresentadas as estatísticas descritivas, de maneira a caracterizar a
amostra. Em seguida serão efetuadas as análises multivariadas e testes estatísticos a fim
de confirmar ou não as hipóteses propostas no estudo.
4.1 Caracterização da Amostra
A pesquisa foi operacionalizada através da utilização de um questionário
estruturado, aplicado entre os meses de janeiro e abril de 2017 junto à classe de clientes
que compram medicamentos manipulados. Cada cliente poderia responder apenas um
questionário. Ao todo obteve-se 200 questionários respondidos.
A seguir serão apresentadas as tabelas que caracterizam a amostra em termos: tipo
de clientes, tempo como cliente, frequência de compra, idade, sexo, escolaridade.
A tabela 04 mostra a distribuição dos respondentes por tipos de clientes, se julgam
clientes que compram eventualmente ou continuamente. Percebe-se que 65,5% se julgam
clientes de compra eventual e 34,5% se julgam como clientes de uso continuado.
Tabela 04 - Características de Tipo de Cliente da amostra pesquisada
Tipo Frequência Percentual
Eventual 131 65,5 %
Contínuo 69 34,5 %
Total 200 100,0 %
Fonte: Coleta de dados (2017)
Os participantes do levantamento, responderam em que periodicidade efetuam
compra na farmácia de manipulação. Percebeu-se que 40% são clientes desta farmácia a
mais de dois anos.
56
Tabela 05 - Características de Tempo como cliente da amostra pesquisada
Tempo de Empresa Frequência Percentual
Até 6 meses 40 20,0 %
Entre 6 e 12 meses 39 19,5 %
Entre 12 e 24 meses 31 15,5 %
Acima de 24 meses 80 40,0 %
Total 190 95,0 %
Não preenchidos 10 5,0 %
Total 200 100,0 %
Fonte: Coleta de dados (2017)
Em relação a frequência de compra verificou-se que 56% dos respondentes
compram medicamentos na farmácia acima/a cada 04 meses, reforçando os dados do “tipo
de clientes”, já que na grande maioria se julgam clientes que compram eventualmente.
Não existe na literatura constatações sobre a periodicidade de compra do cliente com
relação a medicamentos manipulados. O que pode-se afirmar é quando o cliente faz uso
de um medicamento a cada 03 meses (tempo médio de validade do medicamento
manipulado, havendo a necessidade de gerar uma nova prescrição), pois este cliente pode
ser julgado como cliente de perfil de compra continuada.
[...]Segundo a RDC Anvisa N° 67/2007, prazo de validade é o período de tempo
durante o qual o produto se mantém dentro dos limites especificados de pureza, qualidade
e identidade, na embalagem adotada e estocado nas condições recomendadas no
rótulo.[...] sobretudo, ao abrir a embalagem do medicamento para uso [especialmente a
embalagem primária], este adquire a característica de um medicamento extemporâneo.
Isso é devido ao fato de que as condições de exposição, manuseio, utilização e de
armazenamento, pelo usuário, podem envolver fatores de risco que não foram avaliados
previamente nos estudos de estabilidade, sendo indicado colocar na embalagem o prazo
máximo de 03 meses. (BRASIL, 2011)
Tabela 06 - Características de Frequência de Compra da amostra pesquisada
Tempo de Empresa Frequência Percentual
A cada 2 meses 60 30,0 %
A cada 3 meses 27 13,5 %
A cada 4 meses 25 12,5 %
Acima de 4 meses 87 43,0 %
57
Total 199 99,5 %
Não preenchidos 1 0,5 %
Total 200 100,0 %
Fonte: Coleta de dados (2017)
Já que a prescrição médica de um medicamento manipulado é individualizada,
respeitando a idade e dados relevantes para obter êxito no tratamento, qualquer pessoa
pode fazer uso destes medicamentos desde crianças e idosos. Esta pesquisa foi
direcionada para participantes acima de 18 anos, sobretudo, não houve destaque em
grupos das faixas etárias propostas na pesquisa, comprovando assim a variedade na faixa
etária diante do uso de medicamentos manipulados.
Tabela 07 – Características de Faixa etária da amostra pesquisada
Grupo Frequência Percentual
Até 25 anos 50 25,0 %
Entre 26 e 31 anos 44 22,0 %
Entre 32 e 37 anos 48 24,0 %
Acima de 38 anos 55 27,5 %
Total 197 98,5 %
Não preenchidos 3 1,5 %
Total 200 100,0 %
Fonte: Coleta de dados (2017)
A tabela 08, mostra a distribuição dos participantes por sexo, onde 54,5% dos
entrevistados são do sexo feminino. Alguns fatores podem explicar a maior utilização de
medicamentos pelas mulheres, como o fato destas possuírem maior preocupação com a
saúde, além de procurarem com mais frequência os serviços de saúde do que os homens.
Outro fator importante são os vários programas de saúde voltados para mulheres como o
pré-natal e prevenção de câncer de colo uterino e de mama, deixando-as mais sujeitas à
medicação (LIMA et al., 2004).
Tabela 08 - Características de Sexo da amostra pesquisada
Sexo Frequência Percentual
Feminino 109 54,5 %
Masculino 91 45,5 %
Total 200 100,0 %
58
Fonte: Coleta de dados (2017)
Finalmente a pesquisa também objetivou conhecer os entrevistados no que se
refere ao nível de escolaridade e percebeu que 60,5% dos entrevistados possuem ensino
superior.
Tabela 09 - Características de Escolaridade da amostra pesquisada
Escolaridade Frequência Percentual
Médio 22 11,0 %
Superior 121 60,5 %
Pós-Graduação 55 27,5 %
Total 198 99,0 %
Não preenchidos 2 1,0 %
Total 200 100,0 %
Fonte: Coleta de dados (2017)
4.2 Estatísticas Descritivas das Variáveis
Neste tópico serão apresentadas as estatísticas descritivas que possibilitam
caracterizar as variáveis presentes no estudo. Cada variável é apresentada de acordo com
sua distribuição normal.
Em relação à Personalização, obteve-se uma média de 3,285, em uma escala de
cinco pontos que varia de “Discordo totalmente” (1) a “Concordo totalmente” (5), o
desvio padrão foi de 0,899, e coeficiente de variação de 27,4%.
Para Valor Percebido, a média das respostas foi de 3,425, em uma escala de cinco
pontos com variação entre “Discordo Totalmente” (1) e “Concordo Totalmente” (5). Para
essa variável o desvio padrão foi de 0,882 e o coeficiente de variação foi de 25,8%.
A variável Satisfação foi estudada e a média das respostas foram 3,500 uma escala
de cinco pontos com variação entre “Discordo Totalmente” (1) e “Concordo Totalmente”
(5). O valor do desvio padrão desta medida foi de 0,833 com um coeficiente de variação
de 23,8%.
59
Por fim, com relação a variável intenção de recompra, o desvio padrão foi de
0,849, com média de 3,135 e coeficiente de variância de 27,1%. A escala de cinco pontos
contava com a variação entre “Discordo Totalmente” (1) e “Concordo Totalmente” (5)
O resultado da mediana encontra-se na Tabela 09.- mediana das questões de
pesquisa.
Tabela 10: Mediana das questões de pesquisa
Estatísticas Missing Median
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe de
novos produtos/serviços que me interessam; 0 4,00
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe acerca
de promoções 0 4,00
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe dos
preços dos medicamentos que são ajustados às minhas
necessidades;
0 4,00
Eu escolhi a farmácia de manipulação X porque os meus
amigos também a escolheram; 0 2,00
Eu diria que a farmácia de manipulação X oferece serviços
superiores a outras farmácias; 0 3,00
Eu acredito e confio que a farmácia de manipulação X
oferece serviços excelentes; 0 4,00
Comparando o que pagaria a farmácia de manipulação X para
começar a usar serviço de outras farmácias concorrentes, acho
que a farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0 4,00
Comparando o que eu pago a farmácia de manipulação X e o
que eu poderia obter de outras farmácias concorrentes, acho
que a farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0 3,00
Antes de conhecer a farmácia de manipulação X eu tinha uma
expectativa positiva em relação aos serviços oferecidos por
ela;
0 4,00
Eu avalio positivamente os serviços oferecidos pela farmácia
de manipulação X; 0 4,00
A farmácia de manipulação X oferece os melhores serviços
que já tive até hoje; 0 3,00
Fazendo uma comparação entre as expectativas que tinha
antes de adquirir o meu medicamento, eu posso afirmar que o
desempenho dos serviços da farmácia de manipulação X
superou as minhas expectativas ;
0 4,00
Se eu precisasse escolher uma nova farmácia de manipulação,
eu escolheria a farmácia de manipulação X; 0 4,00
60
Eu pretendo continuar com a farmácia de manipulação X por
um longo período de tempo; 0 4,00
Eu tenho considerações negativas a fazer para a farmácia de
manipulação X; 0 2,00
Fonte: Coleta de dados (2017)
4.3 Confiabilidade do Instrumento
A confiabilidade é o grau de consistência entre as múltiplas medidas de uma
variável. O coeficiente alfa de Cronbach é a medida mais amplamente utilizada para
avaliar a consistência de uma escala (HAIR Jr. et al., 2009).
Segundo Cronbach (1951), o índice em análise estima quão uniformemente os itens
contribuem para a soma não ponderada do instrumento. Esta propriedade é conhecida por
consistência interna da escala e pode ser interpretado como o coeficiente médio de todas as
estimativas de consistência interna que se obteriam se todas as divisões possíveis da escala
fossem feitas.
O coeficiente alfa de Cronbach tem grande utilização e aceitação no meio
acadêmico como ferramenta para estimação da confiabilidade do questionário. Hair Jr. et
al. (2009) e Malhotra (2001) afirmam que valores de alfa de Cronbach acima de 0,6 são
considerados satisfatórios. Adicionalmente, Hair Jr. Et al. (2009) sugerem que alfas
acima de 0,7 demonstram boa consistência interna da escala.
Para cada bloco analisado por construto, obteve-se um alfa de Cronbach. No Bloco
que mediu personalização obteve-se um alfa inicialmente de 0,555 com 4 itens, sendo
assim necessária a exclusão por baixa confiabilidade do item 04 – Eu escolhi a farmácia de
manipulação X porque os meus amigos também a escolheram. Após a exclusão houve um
aumento da consistência interna e apresentou um alfa de 0,684. Em geral, a variação dos
valores resultantes referente a consistência interna do questionário pode ser verificada
através da tabela 11:
61
Tabela 11 – Confiabilidade do instrumento do bloco Personalização
Questão Alfa de Cronbach
se Retirado
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe de novos
produtos/serviços que me interessam;
0,507
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe acerca de
promoções;
0,440
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe dos preços dos
medicamentos que são ajustados às minhas necessidades;
0,767
Fonte: Calculados pelo autor
Para Valor Percebido o valor calculado do alfa de Cronbach foi de 0,679. O valor
acima de 0,6 indica uma boa consistência interna em relação do questionário. A Tabela
12 traz os valores do alfa de Cronbach para a variável Valor Percebido.
Tabela 12 – Confiabilidade do instrumento do bloco Valor Percebido
Questão Alfa de
Cronbach se
Retirado
Eu diria que a farmácia de manipulação X oferece serviços
superiores a outras farmácias;
0,708
Eu acredito e confio que a farmácia de manipulação X oferece
serviços excelentes;
0,603
Comparando o que pagaria a farmácia de manipulação X para
começar a usar serviço de outras farmácias concorrentes, acho que
a farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0,567
Comparando o que eu pago a farmácia de manipulação X e o que
eu poderia obter de outras farmácias concorrentes, acho que a
farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0,564
Fonte: Calculados pelo autor
Já na dimensão Satisfação que foi avaliada através de 4 perguntas, revelou uma
capacidade de medição satisfatória, resultado de um coeficiente Alfa de Cronbach de
0,652.
De acordo com os resultados obtidos, ou seja, obtendo-se um Alfa de Cronbach
de 0,652, não se fez necessário eliminar da análise algum item desta escala, pois
consistência interna obtida no questionário pode ser verificada através da pequena
62
variação dos valores resultantes caso algum dos itens seja removido do questionário,
significando também que alguns dos entrevistados entenderam as questões citadas e se
posicionam em extremos distintos da escala. Os valores do Alfa de Cronbach pode ser
avaliado na tabela 13:
Tabela 13 – Confiabilidade do instrumento do bloco Satisfação
Questão Alfa de Cronbach
se Retirado
Antes de conhecer a farmácia de manipulação X eu tinha uma
expectativa positiva em relação aos serviços oferecidos por ela;
0,674
Eu avalio positivamente os serviços oferecidos pela farmácia de
manipulação X;
0,613
A farmácia de manipulação X oferece os melhores serviços que já tive
até hoje;
0,485
Fazendo uma comparação entre as expectativas que tinha antes de
adquirir o meu medicamento, eu posso afirmar que o desempenho dos
serviços da farmácia de manipulação X superou as minhas expectativas;
0,554
Fonte: Calculados pelo autor
Finalmente, o bloco de questões relacionadas à intenção de recompra foi medida
através de 3 perguntas e apresentou um alfa de 0,435. O item 03 – Eu tenho considerações
negativas a fazer para a farmácia de manipulação X, apresentou baixa confiabilidade,
sendo necessário a remoção do questionário. A exclusão do item 03 representou um
aumento na consistência interna obtendo um Alfa de Cronbach de 0,712, representando
os seguintes valores como mostra a tabela 14:
Tabela 14 – Confiabilidade do instrumento do bloco Intenção de recompra
Questão Alfa de
Cronbach se
Retirado
Se eu precisasse escolher uma nova farmácia de manipulação, eu
escolheria a farmácia de manipulação X;
0,133
Eu pretendo continuar com a farmácia de manipulação X por um
longo período de tempo;
0,712
Fonte: Calculados pelo autor
63
4.4 Análise Fatorial Exploratória (AFE)
Com finalidade de verificar a dimensionalidade das questões foi conduzida uma
análise fatorial exploratória, conforme sugerido por Hair Jr. et al. (2009). As escalas deste
estudo foram obtidas a partir de instrumentos já aplicados e validados em estudos
anteriores (J.Ganesh (2010) e Silva (2014), Yang e Peterson (2004) Oliver (1999); Kurke
(1999) Ornelas (2013); Bayol et.al (2000) e Vesel e Zabkar (2009))
As cargas fatoriais foram feitas a cada grupo de questões pertencentes as variáveis
do estudo. Adicionalmente, Hair Jr. et al. (2009) e Malhotra (2001), indicam que sejam
verificados os valores da estatística KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) e o teste de esfericidade
de Bartlett, de forma a avaliar a qualidade da correlação existente do modelo gerado
A variável Personalização foi avaliada a partir do questionário desenvolvido por
Silva (2014), baseado nos estudos de J. Ganesh et al. (2010), sendo formado por 4 itens.
Assim como citado na confiabilidade do instrumento, foi necessário a exclusão do item
04 – (Eu escolhi a farmácia de manipulação X porque os meus amigos também a
escolheram), da escala por baixa confiabilidade.
Quanto ao número total de respondentes (200), este supera o valor sugerido por
Hair Jr. et al. (2009), para a realização da análise fatorial. O valor do teste KMO foi de
0,595, e o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (p<0,001). A variância
explicada por este fator único foi de 61,76%. Os valores das cargas fatoriais para a
variável Personalização podem ser observados na Tabela 15.
Tabela 15 - Cargas Fatoriais dos itens do bloco Personalização
Questão Fator
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe de novos
produtos/serviços que me interessam;
0,843
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe acerca de
promoções;
0,866
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe dos preços
dos medicamentos que são ajustados às minhas necessidades;
0,626
Fonte: Calculados pelo autor
Para valor percebido, foi utilizado o questionário desenvolvido por Yan e Peterson
(2004). O questionário já foi aplicado em estudos posteriores realizados por Joaquim
64
(2011) onde é composto por 4 itens. Após a realização da análise fatorial, verificou-se
que apenas 03 itens que compõem a escala obtiveram carga fatorial nas suas respectivas
dimensões, sendo eliminada da escala o item 01 – Eu diria que a farmácia de manipulação
X oferece serviços superiores a outras farmácias. O teste de esfericidade de Bartlett foi
significativo (p<0,001) e o teste estatístico KMO obteve um resultado 0,589. A variância
explicada foi de 63,76%. As cargas fatoriais podem ser observadas na Tabela 16:
Tabela 16 - Cargas Fatoriais dos itens do bloco Valor Percebido
Questão Fator
Eu acredito e confio que a farmácia de manipulação X oferece
serviços excelentes;
0,608
Comparando o que pagaria a farmácia de manipulação X para
começar a usar serviço de outras farmácias concorrentes, acho que
a farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0,876
Comparando o que eu pago a farmácia de manipulação X e o que
eu poderia obter de outras farmácias concorrentes, acho que a
farmácia de manipulação X oferece um bom valor;
0,881
Variância explicada 51,81%
Fonte: Calculados pelo autor
Na medição de satisfação foi utilizado o questionário desenvolvido por Oliver e Burke
(1999). O questionário foi utilizado por Joaquim (2011) no trabalho que também é citado
no bloco valor percebido. Ele apresentou boa unidimensionalidade em todos os blocos.
Este questionário é composto por 4 itens, porém após a realização da análise fatorial,
verificou-se que apenas 03 itens que compõem a escala obtiveram carga fatorial nas suas
respectivas dimensões, sendo eliminado o item 01 que cita: Antes de conhecer a farmácia
de manipulação X eu tinha uma expectativa positiva em relação aos serviços oferecidos
por ela. O valor do teste KMO foi de 0,645, e o teste de esfericidade de Bartlett foi
significativo (p<0,001). A variância explicada por este fator único foi de 60,68%. Os
valores das cargas fatoriais para esta variável podem ser observados na Tabela 17:
Tabela 17 - Cargas Fatoriais dos itens do bloco Satisfação
Questão Fator
Eu avalio positivamente os serviços oferecidos pela farmácia de
manipulação X;
0,713
A farmácia de manipulação X oferece os melhores serviços que já
tive até hoje;
0,812
65
Fazendo uma comparação entre as expectativas que tinha antes de
adquirir o meu medicamento, eu posso afirmar que o desempenho
dos serviços da farmácia de manipulação X superou as minhas
expectativas;
0,808
Fonte: Calculados pelo autor
Finalmente, para o bloco Intenção de recompra, que foi utilizado o questionário
desenvolvido por Bayol et al (2000) e Versel e Zabkar (2009). O questionário foi utilizado
por Joaquim (2011) no trabalho que também é citado no bloco valor percebido e
satisfação.
Assim como citado na confiabilidade do instrumento, foi necessário a exclusão do
item 04 – Eu tenho considerações negativas a fazer para a farmácia de manipulação X,
da escala por baixa confiabilidade. Após a realização da análise fatorial. o teste de
esfericidade de Bartlett foi significativo (p<0,001) e o teste estatístico KMO obteve um
resultado de 0,500. As variâncias explicadas para cada uma das dimensões foram de
77,71%. As cargas fatoriais podem ser observadas na Tabela 18:
Tabela 18 - Cargas Fatoriais dos itens do bloco Intenção de Recompra
Questão Fator
Se eu precisasse escolher uma nova farmácia de manipulação, eu
escolheria a farmácia de manipulação X;
0,882
Eu pretendo continuar com a farmácia de manipulação X por um
longo período de tempo;
0,882
Fonte: Calculados pelo autor
4.5 Regressão Logística
Nesta seção serão realizadas as análises das relações entre as variáveis pesquisadas e
a confirmação das hipóteses do estudo. Para a análise das relações entre as variáveis do
estudo foi utilizada a Regressão Logística. Esta técnica possibilita a avaliação da
relevância de cada variável independente em relação às variáveis dependentes do estudo.
Adicionalmente, a Regressão Logística possibilita o estudo estatístico nos casos em que
não existem características paramétricas das variáveis estudadas (HAIR Jr. et al., 2009;
HOSMER; LEMESHOW; STURDIVANT, 2013)
66
As variáveis presentes no estudo foram transformadas da escala original tipo
Likert de 5 pontos, para escalas binárias. No contexto de escalas binárias é natural que se
use modelos de regressão logística para modelar os Log (odds) do desfecho com uma
combinação linear dos preditores. Esta transformação possibilita a melhor análise dos
resultados e melhor poder preditivo dos modelos. O ponto de corte foi definido como
sendo a mediana de cada uma das escalas, resultando em 0 para os casos em que os valores
foram iguais ou menores que a mediana e 1 para os casos nos quais os valores ficaram
acima da mediana. As variáveis foram dicotomizadas para que pudessem ser analisadas
no contexto de Regressão Logística, tal como mostra a mediana das variáveis que estão
disponíveis na tabela 19:
Tabela 19 – Mediana das variáveis
PERSONALIZAÇÃO VALOR.PERCEBIDO SATISFAÇÃO RETENÇÃO
Validade 200 200 200 200
Missing 0 0 0 0
Mediana 4,00 4,00 4,00 3,00
Fonte: Coleta de dados (2017)
4.5.1 – Regressão logística: Personalização relacionando-se com Valor Percebido
As relações entre as variáveis Personalização e Valor percebido nos trabalhos de
Silva (2014), baseado nos estudos de J. Ganesh et al. (2010) apresentam relações
significativas. Adicionalmente, Chen e Hu (2010) comprovam em seus trabalhos que a
diferenciação de produtos e serviços através da personalização deve acontecer como
forma de atrair, gerar percepção de valor e reter os clientes.
O Odds Ratio obtido para a variável Personalização foi de 3,7 indicando que
quando o cliente afirma que utiliza o serviço personalizado, as chances dele perceber
valor cresce 3,7 vezes.
Esta relação foi encontrada nos trabalhos citados anteriormente e neste estudo, a
hipótese H1 - A personalização do serviço se relaciona direta e positivamente o valor
percebido também foi suportada. Os valores do Modelo da Regressão Logística estão
disponíveis na Tabelas 20:
67
Tabela 20: Coeficientes do Modelo de Regressão da Personalização relacionada
com o valor percebido
B S.E. Wald df Sig. Exp(B)
Personalização 1,314 0,398 10,882 1 0,001 3,720
Constante -2,246 0,317 50,204 1 0,000 0,106
Fonte: Calculados pelo autor
Hair Jr. et al. (2009) indicam a utilização de valores acima de 0,05 para a
estatística de Hosmer e Lemeshow, sobretudo para a primeira regressão, não houve graus
de liberdade suficientes, portanto, o valor obtido no estudo, de 0, supera o limite
considerado mínimo. Os índices de ajuste do modelo final estão disponíveis na tabela 21.
Tabela 21 Índices de Ajustamento do Modelo de Regressão da Variável
Personalização
Índices de Ajustamento do Modelo
Estat. Hosmer e Lemeshow 0
χ² (Qui-Quadrado) 0,000
Graus de Liberdade 0
(-) 2 Log likelihood 173,725
Cox & Snell R Square 0,057
Nagelkerke R Square 0,095
Fonte: Calculados pelo autor
4.5.2 – Regressão logística: Valor Percebido relacionando-se com Satisfação.
Nos trabalhos de Sirdeshmuck, et al. (2002) e Kwon e Kim (2012) confirmou-se
a relação entre Valor Percebido e satisfação tal como cita também os trabalhos de Graf e
Maas (2008) onde o “cliente percebendo valor do fornecedor é provável que eles
continuem utilizando o mesmo serviço, aumentando portanto o índice de recompra.”.
Milan (2006) e Tai (2001) afirmam que a medida que aumenta o valor percebido e a sua
satisfação, desvia-se a atenção do cliente em relação à concorrência. Já para Kwon e Kim
(2012) referem-se a uma relação de proximidade da empresa para com o cliente é
68
essencial e assume um grau de importância muito elevado, pois um cliente satisfeito
aumenta o seu valor percebido.
A relação entre valor percebido e satisfação, obteve suporte estatístico,
suportando a Hipótese H3 - O Valor Percebido se relaciona direta e positivamente
com a satisfação dos clientes. Esta relação também foi encontrada nos estudos de Oliver
(1999); Kurke (1999) Ornelas (2013).
O Odds Ratio obtido na variável satisfação foi de 0,455 quando relacionada com
a frequência de compra, percebendo que o cliente quando é eventual a chance de ficar
satisfeito diminui 54,5%. Já quando relacionamos as clientes do sexo feminino com a
satisfação, percebeu-se que há uma relação significativa, obtendo um Odds Ratio de
2,607, indicando que as chances de as mulheres ficarem satisfeitas aumentam 2,6 vezes
comparadas ao sexo masculino. O Odds Ratio obtido para a variável Valor Percebido foi
de 5,749 indicando que quando o cliente percebe valor na relação, a chance de ficar
satisfeito aumenta 5,749 vezes. Os valores da Regressão Logística da Retenção estão
disponíveis na tabela 22:
Tabela 22: Coeficientes do Modelo de Regressão de Valor Percebido
relacionado com a satisfação
B S.E. Wald df Sig. Exp(B)
Frequência de compra. -0,788 0,424 3,455 1 0,063 0,455
Mulheres 0,958 0,435 4,848 1 0,028 2,607
Valor Percebido 1,749 0,445 15,420 1 0,000 5,749
Constante -2,286 0,410 31,153 1 0,000 0,102
Fonte: Calculados pelo autor
Hair Jr. et al. (2009) indicam a utilização de valores acima de 0,05 para a
estatística de Hosmer e Lemeshow. Portanto o valor obtido no estudo, de 0,881, supera o
limite considerado mínimo. Os valores de ajustamento do modelo estão disponíveis na
Tabela 23:
Tabela 23: Índices de Ajustamento do Modelo de Regressão da Variável Valor
Percebido
Índices de Ajustamento do Modelo
Estat. Hosmer e Lemeshow 0,881
χ² (Qui-Quadrado) 1,185
69
Graus de Liberdade 4
(-) 2 Log likelihood 160,770
Cox & Snell R Square 0,102
Nagelkerke R Square 0,171
Fonte: Calculados pelo autor
4.5.3 – Regressão logística: Valor Percebido e satisfação relacionando-se com
Intenção de Recompra
Ao todo, a variável intenção de recompra foi teoricamente relacionada a 2
antecedentes. Nos trabalhos de SHIN et al., 2013 e MITTAL; KAMAKURA, 2001,
argumenta-se que índices elevados de satisfação e valor percebido dos clientes estão
associados ao comportamento de recompra. No geral, os clientes avaliam as intenções de
compra futuras com base no valor obtido, a partir de experiências e contatos anteriores,
sendo que estas percepções do relacionamento servirão de base para as expectativas de
benefícios futuros (OLARU; PURCHASE; PETERSON, 2008).
A relação entre Valor Percebido e Satisfação com a intenção de recompra, foi
analisada de forma unidimensional, tal como realizadas nos trabalhos de Yang e Peterson
(2004), Kurke (1999), Ornelas (2013). As hipóteses H2 - O valor percebido relaciona-
se positivamente com a intenção de recompra dos clientes e H4 - A satisfação se
relaciona direta e positivamente com a intenção de recompra dos clientes; foram
suportadas neste trabalho.
O Odds Ratio obtido na variável intenção de recompra foi de 1,938 e indicam que
as clientes do sexo feminino possuem 1,938 chances de aumentam a intenção de
recompra, comparada ao sexo masculino. Já para Valor percebido nesta relação, com um
Odds Ratio de 2,674, indica que que quando o cliente percebe valor, a intenção de
recompra aumenta 2,674 vezes. Finalmente, para a variável satisfação o Odds Ratio foi
de 2,374, indicando que caso o cliente esteja satisfeito a intenção de recompra aumenta
2,374 vezes. Os valores da Regressão Logística da Retenção estão disponíveis na tabela
24:
70
Tabela 24: Coeficientes do Modelo de Regressão de Valor Percebido e Satisfação
relacionada com a intenção de recompra
B S.E. Wald df Sig. Exp(B)
Mulheres 0,662 0,304 4,724 1 0,030 1,938
Valor Percebido 0,984 0,423 5,408 1 0,020 2,674
Satisfação 0,865 0,429 4,070 1 0,044 2,374
Constante -0,794 0,243 10,643 1 0,001 0,452
Fonte: Calculados pelo autor
Hair Jr. et al. (2009) indicam a utilização de valores acima de 0,05 para a
estatística de Hosmer e Lemeshow. Portanto o valor obtido no estudo, de 0,879, supera o
limite considerado mínimo. Os valores de ajustamento do modelo estão disponíveis na
Tabela 25:
Tabela 25: Índices de Ajustamento do Modelo da Regressão de Valor Percebido e
Satisfação
Índices de Ajustamento do Modelo
Estat. Hosmer e Lemeshow 0,879
χ² (Qui-Quadrado) 0,676
Graus de Liberdade 3
(-) 2 Log likelihood 257,946
Cox & Snell R Square 0,089
Nagelkerke R Square 0,119
Fonte: Calculados pelo autor
4.6 Avaliação das Hipóteses do estudo
Para que se possa fazer uma melhor avaliação em torno das hipóteses da pesquisa, a
Tabela 26, apresenta uma lista das hipóteses testadas no estudo. Nesta tabela é possível
identificarmos quais as relações hipotetizadas foram suportadas ou refutadas, reunindo,
os construtos que compõem o presente estudo.
71
Tabela 26: Resumo de Hipóteses Suportadas e Refutadas no Estudo
Hipotese
H1
A personalização do serviço se relaciona direta e
positivamente o valor percebido Suportada
H2
O valor percebido relaciona-se positivamente com a intenção
de recompra dos clientes Suportada
H3
O Valor Percebido se relaciona direta e positivamente com a
satisfação dos clientes Suportada
H4
A satisfação se relaciona direta e positivamente com a
intenção de recompra dos clientes Suportada
Fonte: Elaborado pelo autor
Após a descrição das Hipóteses suportadas pelo presente estudo, foi elaborada a
Figura 06, que possui as relações existentes nas equações de regressão finais, sendo o
mesmo modelo proposto de estudo.
Figura 06: Modelo Teórico das Hipóteses Suportadas no Estudo
Fonte: Elaborado pelo autor
72
5 CONCLUSÃO
A proposta deste estudo foi analisar a relação entre a personalização, valor
percebido, satisfação e intenção de recompra, percebidos por consumidores de
medicamentos eventuais e continuados em farmácias de manipulação, desta forma a
confirmação das hipóteses deste estudo vai de acordo com as várias abordagens discutidas
no referencial teórico. Diversos autores pesquisaram sobre os antecedentes da intenção
de recompra, no que se refere aos resultados da pesquisa percebe-se relação entre a
influência sobre valor percebido e satisfação na intenção de recompra, sendo confirmada
neste estudo a relação direta e positiva entre personalização e valor percebido.
Hur et al (2010) asseguram que qualquer empresa espera do consumidor um
comportamento continuado de compra. O uso de estratégias de marketing diferenciadas tem
sido grandemente aplicado como forma segura de conquista dos clientes, até porque eles têm
vindo a aumentar o seu grau de exigência perante as empresas, exigindo serviço de qualidade
e de confiança. As estratégias de marketing das empresas funcionam quando se leva em
consideração a importância do contato relacional com o cliente, para que este se sinta
satisfeito, seja retido e recompre.
Para Kwon e Kim (2012), a personalização do serviço implica uma interação entre
o fornecedor e o cliente de forma a que a empresa possa corresponder fielmente aos
desejos de cada indivíduo, dando assim origem a um relacionamento forte entre ambas as
partes, podendo conduzir ao aumento de clientes e consequentemente uma maior
rentabilidade. Neste estudo foi possível analisar a relação existente entre personalização
do serviço e o valor percebido dos clientes que consomem medicamentos manipulados e
concluiu-se que os clientes percebem valor quando usam o serviço.
A prescrição médica direcionada para a farmácia de manipulação é em virtude da
comprovação do crescimento do segmento por representar diversas vantagens para o
usuário, menor preço, tratamento e atendimento personalizado, percebendo-se neste
estudo que esta percepção com relação ao tratamento e atendimento personalizado torna-
se percebida e relevante pelos clientes de uso continuado e esporádico, reforçando a
personalização como valor para geração da intenção de recompra. (MARQUES 2008).
Em relação ao Valor Percebido que é considerado como a percepção que um cliente
tem acerca da utilidade de um produto ou serviço, sendo por isso, a variável mais importante
para o desenvolvimento da intenção de recompra. (PO – TSANG, 2009; CHENG, 2011), teve
73
suas hipóteses confirmadas quando relacionadas diretamente e positivamente com intenção
de recompra e satisfação. O valor percebido assume cada vez mais um lugar determinante no
processo da sua própria fidelização, devendo a empresa ser proativa e dinâmica no
relacionamento com o cliente (CHEN E HU, 2010). A probabilidade de o consumidor ficar
satisfeito e efetuar novas compras dependem da oferta atender ou não suas expectativas.
Entende-se que consumidores comprarão da empresa que, segundo a percepção deles,
oferece maior valor. Para Woodruff (1997), dois pontos são importantes para a construção do
valor percebido; percepção do cliente sobre as preferências e avaliações dos atributos do
produto. Neste contexto os clientes que fazem uso de medicamentos manipulados
desenvolvem preferências e desejos por certos atributos. No comprar ou usar o serviço são
desenvolvidas preferências, avaliações que proporcionam um atendimento aos seus objetivos,
gerando satisfação com o valor recebido. Desta forma comprova-se nesta relação que há
influência positiva e direta entre o valor percebido, satisfação e intenção de recompra.
A dimensão Satisfação apresentou relações significativas no presente estudo
estando relacionadas a aspectos considerados positivos da intenção de recompra dos
clientes, tal como quando associados a natureza de compra, pois percebeu-se que quando
o cliente é eventual a chance de se tornar satisfeito diminui.
As empresas precisam aprender a desenvolver a satisfação e seus clientes, pois os
clientes satisfeitos tendem a perceber um determinado serviço mais favorável e tolerante
e recompram continuamente (YI; LA, 2004). Neste estudo, verificou-se que quando o
cliente está satisfeito com a farmácia de manipulação a chance de recompra aumenta e
quando percebe valor a chance de ficar satisfeito também aumenta, reforçando todo o
contexto literário discutido anteriormente.
Fazendo uma análise especifica da satisfação e valor percebido dos participantes
desta pesquisa constatou-se que o nível de satisfação dos clientes é elevado e que os
resultados mostram que a percepção de entrega de valor nos serviços também é elevada.
A relação que se estabelece entre a empresa e os seus clientes satisfeitos influenciam
diretamente e positivamente na intenção de compra repetida, tal como cita Oliver
(2000), em função da performance surpreendente positiva que leva a ativação do afeto
positivo a uma experiencia de consumo, acarreta o encantamento pós consumo.
Forgas-Coll et al. (2012) defendem que qualquer atitude que conduza a um
aumento da satisfação e do prazer de consumir resultará num aumento recompra do
consumidor. Neste estudo, conclui-se que quando o cliente que usa medicamento
manipulado, sendo qualquer natureza de compra e percebe valor nesta relação, a chance
74
de recompra aumenta. Os clientes satisfeitos que fazem uso de medicamentos
manipulados percebem que estão recebendo um benefício importante da empresa,
permanecendo no negócio mesmo que existem outras razões que podem influenciar na
mudança para outro fornecedor de serviço.
O contexto, então, se apresenta de forma que a satisfação e valor percebido passe
a comandar as relações, pois o cliente espera que a farmácia de manipulação cumpra com
sua parte na prestação de serviços.
Contudo, o estudo demonstra que o mercado de medicamentos magistrais está em
ascensão, podendo ser mais bem propagado entre a classe médica e população em geral. Além
disso, tais medicamentos podem ser uma alternativa vantajosa para os pacientes que podem
encontrar no medicamento manipulado preços mais acessíveis, personalização do produto e
serviço além de outras vantagens não oferecidas pela indústria farmacêutica.
5.1 Implicações Gerenciais e Acadêmicas
Pretende-se que as conclusões deste estudo permitam alertar as farmácias de
manipulações para a necessidade e importância da criação de estratégicas de retenção de
clientes reforçando a satisfação e valor percebido como grandes ferramentas.
A nível teórico, este estudo contribui para compreender o que determina
Personalização, Valor Percebido, Satisfação dos clientes que fazem uso de medicamentos
continuados e esporádicos das farmácias de manipulação de Recife, além de abordar a
revisão literal dos construtos propostos, sobre os antecedentes da intenção de
recompra.
A utilização de várias variáveis no modelo, como Personalização, valor percebido,
satisfação e intenção de recompra utilizadas para obtenção dos dados e do momento em
que a pesquisa se propôs a ser realizada, tornam possível a identificação de fatores
potenciais relacionados à intenção de recompra, indicando a importância da pesquisa no
contexto das farmácias de manipulações.
A nível prático pode servir de base para as farmácias de manipulações alicerçarem as
suas estratégias de marketing, tendo em vista a manutenção dos clientes, e também, permitirá
ajudar na conquista de novos clientes. Os resultados da pesquisa mostraram que dois
antecedentes da intenção de recompra se destacaram, nomeadamente: a satisfação do
cliente e o valor percebido. Portanto é importante que as farmácias de manipulações se
75
concentrem em melhorar os serviços oferecidos aos clientes tendo em vista a esses
antecedentes.
Conforme foi abordado anteriormente é importante que as farmácias de
manipulações conheçam os seus clientes, que desenvolvam mecanismos para que o
desempenho dos serviços oferecidos seja capaz de superar as expectativas dos clientes.
Portanto, a intenção de recompra para com produtos da empresa aumentam por um longo
período de tempo e este envolvimento faz com que o cliente não apenas compre o
medicamento por apenas indicação médica, mas também use outro serviço que a farmácia
possa dispor. Por outro lado, o cliente tende a recomendar os produtos aos familiares,
amigos, colegas e outras pessoas, trazendo novos clientes para a empresa.
Pretende-se que as conclusões deste estudo permitam alertar as farmácias de
manipulações para a necessidade e importância de despertar a intenção de recompra em
seus clientes, como fatores de competitividade e rentabilidade que são fundamentais para
sustentabilidade financeira empresarial.
5.2 Sugestões de Pesquisas Futuras
Para pesquisas futuras sugere-se o seguinte:
1. A inclusão de outros antecedentes da intenção de recompra que são apontados
na literatura.
2. Seria pertinente fazer uma comparação entre as opiniões dos clientes que fazem
uso de medicamentos continuados e dos clientes que fazem uso de medicamentos
esporádicos. Nessa perspectiva, poderia optar-se por um estudo qualitativo.
3. A aplicação do mesmo assunto em outras áreas de atividades, em que o
cliente tem a mesma característica com o da pesquisa atual, ou seja, inicia o
relacionamento com uma empresa não por iniciativa própria.
4. Embora intencionalmente, os dados recolhidos para este estudo incidiram apenas em
um momento. Seria interessante, tendo em conta a relação entre a percepção da classe
76
médica e o consumidor final medir a relação entre eles, comparando o nível da
percepção de valor sobre o construto personalização.
5. Outro direcionamento que a pesquisa poderia ter é a comparação entre os
clientes da mesma farmácia de manipulação, tratando-se de clientes que são
indicados pelo cliente médico e por um lado, os clientes que tem um
relacionamento com a farmácia por iniciativa própria.
5.3 Limitações
Durante o processo de desenvolvimento da pesquisa houve algumas dificuldades para a
sua execução, tais como:
1. A existência de poucos artigos que abordam sobre o contexto de farmácia de
manipulação. Essa dificuldade foi minimizada com a introdução de informações
publicadas em artigos que abordam sobre os construtos citados neste trabalho;
2. O estudo foi realizado a partir de clientes que fazem uso de medicamentos
manipulados não avaliando a geração de valor sobre a força da indicação médica
com relação ao produto e serviço;
3. Pouco comprometimento em responder o questionário eletrônico. Percebe-se
que alguns respondentes não de comprometeram responder o questionário na
integra, além da baixa aderência de em responder o questionário eletrônico se
tratando que esta pesquisa se refere a todos os clientes que fazem uso de
medicamentos manipulados.
4. A escala de Likert utilizada neste estudo também pode ser considerada uma
limitação, no sentido em que, apesar de ser a escala psicométrica mais utilizada neste
género de pesquisas quantitativas, pois facilita a tarefa de processamento e
levantamento de dados, pode conduzir os inquiridos a assinalarem respostas que não
são as mais sinceras, não manifestando, desta forma, uma opinião exata.
77
5. Sobre a pesquisa para a elaboração do questionário, não foram encontrados autores
que tivessem estudado esta temática, pelo que foi necessário realizar adaptações a
partir dos questionários dos vários autores, que foram escolhidos para servirem de
base para este estudo.
78
REFERÊNCIAS
AAKER, D.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas,
2004.
______. Personalizando produtos e serviços – customização maciça. São Paulo: Makron
Books, 1994.
AGUSTIN, C.; SINGH, J. Satisfaction, trust, value and consumer loyalty: uvilinearities
in relationship dynamis. In: Proceedings of 31st Conference of European Marketing
Academy. Braga, Portugal: University of Minho –School of Economics and
Management, 2002.
ALBERTIN, A.L.; DE MOURA ALBERTIN, R.M. Dimensões do uso de tecnologia da
informação: um instrumento de diagnóstico e análise. Revista de Administração
Pública, v. 46, n. 1, p. 125-151, 2012.Alegre: Bookman, 2001
ALLEN, L.V. A importância da farmácia de manipulação nos tratamentos atuais.Revista
Anfarmag ano XI, n. 58, dezembro 2005/janeiro 2006, São Paulo, p. 42-46.
ANDERSON, E. & MITTAL V. (2000) - Strengthening the satisfaction- profit chain.
Journal of Service Research. Vol. 3, n.2, p.107-120. p. 53-66, 1994.
ANDERSON, E. W. Customer satisfaction and word-of-mouth. NQRC (National
Quality Research Center): The University of Michigan, July 23, 1998.
ANDERSON, E. W.; FORNELL, C. The customer satisfaction index as a leading
indicator. In: IACOBUCCI, D.; SWARTZ, T. (eds.). Handbook of services marketing
and management. New York: Sage Publications, 1999.
ANDERSON, E. W.; FORNELL, C.; LEHMANN, D. R., Customer satisfaction, market
share, and profitability: findings from Sweden. Journal of Marketing, vol.58, n.3,
ANDERSON, E. W.; FORNELL, C.; RUST, R. T. Customer Satisfaction,
productivity, and profitability: differences between goods and services. Marketing
Science, v. 16, n. 2, p. 129- 45, 1997.
79
ANDERSON, J.C.; NARUS, J.A. Business Market Management: Teaching Business
Market Management. Prentice Hall, 1999.
ANFARMAG 2016 – Crescimento da farmácia magistral. Disponível em:
http://www.anfarmag.org.br/home. Acesso em 30 de janeiro de 2016
AURIER, P.; N’GOALA, G. The differing and mediating roles of trusdt and relationship
commitment in service relationship maintenance and development. Journal of the
Academic Marketing Science, v. 38, n. 6, p. 303-325, 2010.
AXELSSON, Bjorn; ROZEMEIJER, Frank; WYNSTRA, Finn. Developing sourcing
capabilities. Creating strategic change in purchasing and supply management. England:
John Willey & Sons Ltd. 2005.
BACHELET, D. Measuring Satisfaction; or the Chain, the Tree and the Nest. ESOMAR
Monograph Series - Customer Satisfaction Research. Vol 2. p.77-108, 1995.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009
BARNES, James G. Segredos da Gestão pelo Relacionamento com os Clientes CRM.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
BATESON, J.E. & HOFFMAN, D.K. Marketing de Serviços. 4ª ed. São Paulo:
Bookman, 2001.BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA,
2009.
BAUMANN, Chris, ELLIOT, Greg; HAMIN, Hamin. Modelling customer loyalty in
financial services: A hybrid of formative and reflective constructs. International Journal
of Bank Marketing, Vol. 29 No. 3, p. 247-267, 2011.
BAYOL, M. P., Foye, A., Tellier, C., Tenenhaus, M. (2000). Use of PLS Path Modelling
to estimate the European Consumer Satisfaction Index (ECSI) model. Statistica
Applicata, Vol. 12, No. 3, p. 361–375.
Bayol, M. P., Foye, A., Tellier, C., Tenenhaus, M. (2000). Use of PLS Path Modelling to
estimate the European Consumer Satisfaction Index (ECSI) model. Statistica Applicata,
Vol. 12, No. 3, p. 361–375.
BEI, L.; CHIAO, Y. An integrated model for the effects of perceived product, perceived
service quality, and perceived price fairness on consumer satisfaction and loyalty.
Journal of Consumer Satisfaction, Dissatisfaction and Complaining Behavior,
Washington, v. 14, p. 125-140, 2001
80
BEMMAOR, AC (1995), “predict the behavior of purchase intention measures: the
parametric case " Journal of Marketing Research, vol 32 , May, pp 176-91
BERBARDO, Merce, Marimon, Frederic, Alonso-Almeida e María del Mar (2012).
Functional quality and hedonic quality: A study of the dimensions of e-service quality in
online travel agencies, Information & Management, 2593, 1-6.
BERRY, L. (2002). Relationship Marketing of Services – Perspectives from 1983 and
2000. Journal of Relationship Marketing. 1, 59-77
BERRY, L. L. Relationship marketing of services – perspectives from 1983 and 2000.
Journal of Relationship Marketing, v. 1, n. 1, p. 59-77, 2002.
BERRY, L.L.; ZEITHAML, V.A.; PARASURAMAN, A. (1985), “Quality counts in
services, too”, Business Horizons, May-June, pp. 44-52.
BERTOLO, G. M.O processo magistral em farmácias do estado do espirito santo.
2008
BHATTACHERJEE, A. (2002), «Individual Trust in online Firms: Scale Development
and Initial Trust», Journal of Management of Information Systems, 19 (1), pp. 213- 243.
BITNER, M.J. (2001) Services and technology: opportunities and paradoxes, Managing
Service Quality, 11(6), pp.375–9.
BITNER, M.J.; BOOMS, B.H.; TETREAULT, M.S. The service encounter: Diagnosing
Favorable and Unfavorable Incidents. Journal of Marketing. 54, 1, 71-84, Jan. 1990.
ISSN: 00222429.
BITNER, Mary Jo. Building service relationships: it´s all about promises. Jounal of the
academy of marketing science, v.23, n.4, p. 246 – 251, Fall 1995.
BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul W.; ENGEL, James F. Comportamento do
consumidor. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005
BLAIR H. Sheppard and Dana M. Sherman. The Grammars of Trust: A Model and
General Implications. The Academy of Management Review, Vol. 23, No. 3 (Jul.,
1998), pp. 422-437
81
BLECHER, N. A ditadura do varejo. Disponível em
<http://portalexame.abril.com.br/edicoes/768/empresas/conteudo_18820.shtml>. Acesso
em: 01 maio. 2016.
BLOEMER, J. M. M.; KASPER, H. D. P. The impact of satisfaction on brand loyalty:
urging on classifying satisfaction and brand loyalty. Journal of Consumer Satisfaction,
Dissatisfaction and Complaining Behavior, vol.7, p.152-160, 1994.
BODET, G. (2008). Customer satisfaction and loyalty service: two
Concepts four different construction relationships. retail and consumer newspaper
services, 15, 156-162.
BOLTON, R. N. A dynamic model of de duration of the customer´s relationship with a
countinuous service provider: the role of satisfaction. Marketing Science, v. 17, n. 1, p.
45-65, 1998.
BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing Contemporâneo. Tradução Roberta
Schneider. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 776 p.
BREI, V. A.; ROSSI, C. A. Confiança, valor percebido e lealdade em trocas relacionais
de serviço: um estudo com usuários de internet banking no Brasil. Revista de
Administração Contemporânea, v. 9, n. 2, p. 145-168, 2005.
BUSH, R. P.; ORTINAU, D. J. Marketing research: a practical approach for the new
millennium. New York: Irwin/McGraw-Hill, 2000.
BYRNE, B. M. Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts,
Applications , and programming. London: Taylor e Francis group, 2010.
CHANDON, P., Morwitz, VG e Reinartz, WJ (2005), "intentions to really predict the
behavior? self- generated validity effects survey research ", Journal of Marketing , Vol .
69 No. 2, pp . 1-14
CHEN, J.; DAMANPOUR, F.; REILLY, R. R. Understanding antecedents of new
product development speed: A meta-analysis. Journal of Operations Management, v. 28,
p. 17–33, 2010
CHEN, Ja-Shen e Ching, Russell K. H. (2007). The Effects of Mobile Customer
Relationship Management on Customer Loyalty: Brand Image Does Matter, 40th
Annual Hawaii International Conference on System Sciences, 151b.
82
CHEN, P. T., & Hu, H. H. (2010). The effect of relational benefits on perceived value in
relation to customer loyalty: An empirical study in the Australian coffee outlets industry.
International journal of hospitality management, 29, 405-412
Cheng, Shih – I. (2011). Comparisons of competing models between attitudinal loyalty
and behavioral loyalty. (Report), International Journal of Business and Social Science,
2, 149-166
CHENG, Shih – I. (2011). Comparisons of competing models between attitudinal
loyalty and behavioral loyalty. (Report), International Journal of Business and Social
Science, 2, 149-166.
CHI, T.; KILDUFF, P. P. D. Understanding consumer perceived value of casual
sportswear an empirical study. Journal of Retailing and Consumer Services, v. 18, p.
422-429, 2011.
CHISTIAN Gronroos, Annika Ravald, (2011) "Service as business logic: implications
for value creation and marketing", Journal of Service Management, Vol. 22 Iss: 1, pp.5
– 22
CHOI, K. S.; CHO, W. H.; LEE, S. et al. The relationships among quality, value,
satisfaction and behavioral intention in health care provider choice: A South Korean
study. Journal of Business Research, v. 57, p. 913-921, 2004
CHURCHILL Jr., G. A. Marketing research: methodological foundations. Fort
Laudardale: Harcourt College Publishers, 1979
CHURCHILL, G. A. (1979). A paradigm for developing better measures of marketing
constructs. Journal of Marketing Research, 16(1), 64-73. doi: 10.2307/3150876
COBRA, Marcos; BREZZO, Roberto. O Novo Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010.
CORNELIUS, Paulo. As relações entre confiabilidade, confiança, valor e lealdade no
contexto do varejo de vestuário. Dissertação (Mestrado em Administração). MAN,
PUCRS, Porto Alegre, 2006.
CRAVENS, David W.; PIERCY, Nigel F. Relationship marketing and collaborative
networks in service organizations. International journal of service industry management
v. 5 n. 5 p. 39-53, 1994.
83
CRONBACH, L. Coe²cient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika, 16,
297-37, 1951.
CRONIN, Jr., J. Joseph; BRADY, Michael K.; HULT, G. Thomas M. Assessing the
effects of quality, value, and customer satisfaction on consumer behavioral intentions in
service environments. Journal of Retailing, v. 76 (2), p. 193-218, 2000
CROSBY L, Stephens N. Effects of relationship marketing on satisfaction retention, and
prices in the life insurance industry. J Mark Res 1987; 24:404 – 11.
DA HORA, H. R. M.; MONTEIRO, G. T. R.; ARICA, J.. Confiabilidade em
questionários para qualidade: um estudo com o Coeficiente Alfa de Cronbach. Produto
& Produção, v. 11, n. 2, p. 85-103, 2010.
DAVIS, J. Measuring Marketing: 103 key metrics every marketer needs. Singapore
(Asia), John Wiley & Sons (Asia) Pte Ud, 2007.
DAVIS, S. Futuro Perfeito. São Paulo: Ed. Nobel, 1990
DAVIS, S. M. “From future perfect”: Mass Customizing. Planning Review, p.16-21,
1989.
DAY, G.S., A empresa orientada para o mercado. Porto Alegre: Bookman, 1999.
DENG, Xiaoyan; KAHN, Barbara E. Is Your Product on the Right Side? The “Location
Effect” on Perceived Product Heaviness and Package Evaluation. Journal of Marketing
Research, v. 46, n. 6, p.725-738, December 2009
DICK, S. & BASU, K. (1994) - Customer loyalty: Toward an integrated conceptual
framework. Journal of the Academy of Marketing Science. Vol. 22, n.2, p.99-113.
DONEY, P.M, & Cannon, J.P. (1997). An Examination of the nature of trust in buyer-
seller relationships. Journal of Marketing, 61, 2, 35-51.
DONG, Li, Hongwei, Li e Caijuan, Liu (2010). Research on the Impact of Mobile
Communications Service Quality for Customer Loyalty, 3rd International Conference
on Information Management, Innovation Management and Industrial Engineering, 504-
507.
DONOVAN, R.; ROSSITER, J. Store atmosphere: an environmental psychology
approach. Journal of Retailing, v. 58, p. 34-57, 1982.
84
DONOVAN, R.; ROSSITER, J.; MARCOOLYNN, G.; NESDALE, A. Store
atmosphere and purchasing behavior. Journal of Retailing, v. 70, p. 283-94, 1994.
DURAY, R. et al. Approaches to mass customization: confi gurations and empirical
validation. Journal of Operations Management, v.18, p.605-625, 2000.
EBERLE, L. Valor percebido, reputação, confiança e custos de troca como
determinantes da retenção de clientes. 2014
ESPARTEL, Lélis B. Um estudo longitudinal da lealdade do cliente e de seus
antecedentes. Tese (Doutorado em Administração). Programa de Pós-Graduação em
Administração, Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2005.
EVRARD, Y. La satisfaction des consommateurs : etat des recherches. Groupe HEC,
Working Paper, 1994.
FARHAT, C. A. V. Análise de diagnóstico em regressão logística. 2003. Dissertação
(Mestrado em Estatística)-Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2003.
FARHAT, C. A. V. Análise de diagnóstico em regressão logística. 2003. Dissertação
(Mestrado em Estatística)-Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2003.
FLINT, D.J.; WOODRUFF, R.B. Issues in a Grounded Theory Study of Customer
Desired Value Change: Resolutions using Phenomenology, Ethnography and Holistic
Transcript Readings. In: Proceedings of the 1997 Academy of Marketing Science
(AMS) Annual Conference. Springer International Publishing, 2015. p. 134-139
FNQ - E-book FNQ sobre satisfação do consumidor pode diferenciar-se da
concorrência. Disponível em: .mbc.org.br/download.php?tipo=D&portal=ms&id=52.
Acesso em: 09 de junho. 2016
FORGAS, M. Miguel A., Sanchez, J., P., Ramon (2010). Antecedents of airline
passenger loyalty: Low-cost versus traditional Airlines Santiago, Journal of Air
Transport Management, 16, 229-233.
FORNELL, C. A national customer satisfaction barometer : the swedish
experience. Journal of Marketing, v. 56, p. 06-21, Jan. 1996.
85
FORNELL, C. Productivity, quality, and customer satisfaction as strategic success
indicators at firm and national level. Advances in Strategic Management, v. 11A, p. 217-
229, 1995.
GALE, Bradley T. Gerenciando o valor do cliente: criando qualidade e serviços que os
clientes podem ver. São Paulo, Pioneira, 1996.
GARBARINO, E. and M. S. Johnson (1999), ‘The different roles of satisfaction, trust,
and commitment in customer relationships’. Journal of Marketing 63(2), 70–87
GASSENHEIMER J.B., - Houston F.S. -Davis J.C. (1998) The role of economic value,
social value, and perception of fairness in interorganizational relationship retention
decision, In: Journal of the Academy of Marketing Science, Volume 26, No 4, pp.322-
337
GERA, R. Modelling the service antecedents of favorable and unfavorable behavior
intention in life insurance services in India. International Journal of Quality and
Services Sciences, v. 3, n. 2, p. 225-242, 2011.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. In: Métodos e técnicas de pesquisa
social. Atlas, 2010.
GODEIRO, D. P. O. A influência da cultura organizacional na adoção de práticas de
qualidade seis sigma: um estudo exploratório no segmento de farmácia de manipulação
do estado do Rio Grande do Norte. Dissertação de mestrado, do programa de engenharia
de produção da UFRN, 2008
GOMMANS, M.; KRISHNAN, K.; SCHEFFOLD, K. From brand loyalty to e-loyalty:
a conceptual framework. Journal of Economic and Social Research, v. 3 n. 1, p. 43-58,
2001
GRAF, Albert; MASS, Peter. Customer perspective a comprehensive review. Jounal fur
betriebswirtschaft, v. 58 p. 1-20, 2008.
GRÖNROOS, C. (1994). From marketing mix to relationship marketing: towards a
paradigm shift in Marketing. Management Decision 32 (2), 4-20.
GRÖNROOS, C. Relationship marketing: the Nordic school perspective. In: Handbook
of elationship marketing. Thousand Oaks, Sage, p. 95-117, 2000.
GRÖNROOS, C. Service Management and Marketing. Inglaterra: Wiley, 2000.
86
GRÖNROOS, C. Value co-creation in service logic: A critical analysis. Marketing
Theory. 11, 3, 279-301, Sept. 2011. ISSN: 14705931.
GRÖNROOS, C; VOIMA, P. Critical service logic: making sense of value creation and
co-creation. Journal of the Academy of Marketing Science. 41, 2, 133-150, Mar. 2013.
ISSN: 00920703.
GUIA EMPREEENDEDOR – 2016 A importância de fidelizar seus clientes. Disponível
em: http://www.guiaempreendedor.com/ Acesso em: 29 de ahosto de 2016
GUPTA, S.; KIM, H. W.; Value-Driven Internet Shopping: The Mental Accounting
Theory Perpective. Psychology & Marketing, v. 27, n. 1, p. 13-35, 2010.
HAIR Jr., J. F.; BLACK,W. C.; BABIN, B. J.; ANDERSON, R. E.; TATHAM, R. L.
Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009
HANSEN, H.; SAMUELSEN, B. S.; SILSETH, P. R. Customer perceived value in B-
to-B service relationship: investigating the importance of corporate reputation.
Industrial Market Management, v. 37, p. 206-217, 2008
HARKER, M. J.; EGAN, J. The past, present and future of relationship marketing.
Journal of Marketing Management, v. 22, n. 1/2, p. 215-242, 2006.
HARRIS, Lloyd C. and Mark M. H. Goode (2004), “The four levels of loyalty and the
pivotal role of trust: A study of online service dynamics,” Journal of Retailing, 80(2),
139-58.
HART, C. W. L. Mass customization: conceptual underpinnings, opportunities and
limits. International Journal of Service Industry Management, Bradford, v.6, Iss. 2,
p.36-45, 1995.
HERNANDEZ, J. M. C. . Foi Bom Para Você? Uma Comparação do Valor Hedônico de
Compras Feitas em Diferentes Tipos de Varejistas. RAM. Revista de Administração
Mackenzie (Impresso), v. 10, p. 1, 2009
HIPOLABOR – 8 Coisas que você deve saber sobre medicamentos de uso contínuo.
Disponível em: http://www.hipolabor.com.br/blog/2015/06/01/hipolabor-ajuda-8-
coisas-que-voce-deve-saber-sobre-medicamentos-de-uso-continuo/ Acesso em: 08 de
jan 2016.
HOFFMAN, J.L., & Lowitt, E.M. (2008). A better way to design loyalty programs.
Strategy & Leadership, 36 (4), 44-47.
87
HUR, Won-Moo, Park, Jungkun e Kim, Minsung (2010). The Role of Commitment on
the Customer Benefits–Loyalty Relationship in Mobile Service Industry, The Service
Industries Journal, 30 (14), 2293-2309.
JAMIESON, LF e Bass, FM (1989), "Adjusting stated intention measures to predict trial
purchase of new products : a comparison of models and methods ", Journal of
JIAO, J.; MA, Q.; TSENG, M. M.; Towards high value-added products and services:
mass customization and beyond. Technovation, p.1-13, 2001.
JOAQUIM, D. Estudo dos antecedentes e consequentes da fidelidade dos clientes do
serviço bancário. 2011.
JOHNSON, M.D.; FORNELL, C. A framework for comparing customer satisfaction
across individuals and product categories. Journal of Economic Psychology, v.12, p.
267- 286, 1991.
JONES, T. e SASSER, W. (1995). Why Satisfied Customers Defect. Harvard Business
Review. Vol. 73, nº6, p. 88-99
JUNIOR, Achiles Batista Ferreira; AZEVEDO, Ney Queiroz de. Marketing digital: uma
análise do mercado 3.0. Curitiba: InterSaberes, 2015.Marketing Research, Vol 26,
August , pp . . 336-45
KARATEPE, O. M.; YAVAS, U.; BABAKUS, E. Measuring service quality of banks:
scale development and validation. Journal of Retailing and Consumer Services. n.12, p.
373-383, 2005.
KEININGHAM, T. et. al. Does customer satisfaction lead to profitability?: The
mediating role of share-of-wallet. Managing Service Quality, vol. 15, nº 2, 2005.
KINNEAR, T. C., & Taylor, J. R. (1996). Marketing research an applied approach 5th
edition. Mc-GrawHill.
KLINE, R. B. Principles and practice of structural equation modeling. 3 th edition. New
York:The Guilford Press, 2011.
KORTGE, G. Dean; OKONKWO, Patrick A. Perceived value approach to pricing.
Industrial Marketing Management, v. 22, n. 2, p. 133-140, 1993
88
KOTHA, Suresh (1995). Mass Customization: Implementing the Emergent Paradigm
for Competitive Advantage. Strategic Management Journal, v.6 Special Issue, summer
1995
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 1998.
KOTLER, Philip. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo:
prentice Hall, 2005.
KRAMER, Roderick. Trust and Distrust in Organizations: Emerging perspectives,
enduring questions. Annual Review of Psychology, v. 50, p. 569-598, 2000.
KUMAR, N.; STERN, L. W.; ANDERSON, J. C. Conducting interorganizational
research using key informants. Academy of management journal, v. 36, n. 6, p. 1633-
1651, 1993.
KUO, Ying-Feng, Wu, Chi-Ming e Deng, Wei-Jaw (2009). The relationships among
service quality, perceived value, customer satisfaction, and post-purchase intention in
mobile value-added services, Computers in Human Behavior, 25, 887-896
KWON, Kwiseok e Kim, Cookhwan (2012). How to design personalization in a context
of customer retention: Who personalizes what and to what extent?, Electronic
Commerce Research and Applications,11 (2), 101-116
KWON, S., Kim, S. & Yi-Kook, J. (2011). Social Network Analysis of Stakeholders in
Green Tourism. Studies in Regional Science, v.39, n.3, p. 767-781.
LAM, S. Y., Shankar, V., Erramilli, M. K., & Murthy, B. (2004) The customer value,
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de marketing: Conceitos planejamentos
e aplicações a realidade brasileira. 1ª Ed.-3ª reimpr. São Paulo:Atlas,2010.
LEE, Sang Jun; LEE, Zoonky. An experimental study of online complaint management
in the online feedback forum. Journal of Organizational Computing and Electronic
Commerce, v.13, 2007, p. 65-85.
LINDGREN, A., & Wynstra, F. (2005). Value in business markets: What do we know?
Where are we going? Industrial Marketing Management, 34 (7), 732– 748.
89
LINDGREN, J.H. Marketing na Internet. In MARKETING - as melhores práticas. Porto
Alegre: Bookman, p. 464-483, 2001, 559 p
LING – YEE, L. Marketing metrics´usage: Its predictors and implications for customer
relationship management, Industrial Marketing Management, 40, 139-148, 2011
LOPES, E. L.; TEIXEIRA, J. M.; MORETTI, S. L. A. Valor de compra hedônico ou
utilitário e sua influência no varejo: resultados de um survey no setor de construção
civil. Revista O&S, v. 19, p. 87–108, 2012
LOPES, J. L. et al. Satisfação de clientes sobre cuidados de enfermagem no contexto
hospitalar. Acta Paul. Enferm., São Paulo, v. 22, n. 2, p. 136-41, 2009.
LOVELOCK, C.; WRIGHT, L. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Editora
Saraiva, 2002. 416 p.
LOVELOCK, C.H.; WIRTZ, J. Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e resultados.
Pearson Prentice Hall, 2008.
LUCIAN, Rafael, DORNELAS, Jairo. Mensuração de atitudes: A proposição de um
protocolo para a elaboração de escalas. Jundiaí, Paco Editorial, 2014.
MacCARTHY, B.; BRABAZON, P. G.; BRAMHAM, J. Fundamental modes of
operation for mass customization. International Journal of Production Economics, v.
85, p. 289-304, 2003.
MACINTOSH, Gerrard, and Lawrence S. Lockshin (2009), “Retail Relationships and
Store Loyalty: A Multi-level Perspective.” International Journal of Research in
Marketing 14 (5), 487–97.
MAESTRI FILHO, W. J.; ALMEIDA, D. A. Proposta de plano para retenção de clientes
da academia Planeta Fitness. Revista de Divulgação Científica Mafra, v. 17, n. 2, p.140-
159, 2010
MAGNUSEN, M., Kim, J.W. & Kim, Y.K. (2012). A relationship marketing catalyst:
the salience of reciprocity to sport organization–sport consumer relationships. European
Sport Management Quarterly 12 (5), 501-524.
MAGNUSEN, M., Kim, J.W., & Kim, Y.K. (2012). A relationship marketing catalyst:
the salience of reciprocity to sport organization–sport consumer relationships. European
Sport Management Quarterly, 12 (5), 501-524
90
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: Uma Orientação Aplicada. 3. ed. Porto
MALHOTRA, N. K.; BIRKS, D.; WILLS, P. Marketing research: applied approach.
4th edition. New York: Pearson, 2012.
MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4ª Ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
MARCHETTI, R.; PRADO, P. Avaliação da satisfação do consumidor utilizando o PLS:
um modelo aplicado ao setor elétrico brasileiro. In: ENCONTRO NACIONAL DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO E
PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 25., 2001, Campinas. Anais. Campinas: Anpad,
2001
MARTIN, W. C., N. Ponder and J. E. Lueg (2009), "Price Fairness Perceptions and
Customer Loyalty in a Retail Context," Journal of Business Research, 62 (6), 588-93.
MATOS, Celso Augusto de; HENRIQUE, Luiz Jorge. Balanço do Conhecimento em
Marketing: uma Meta-Análise dos Resultados Empíricos dos Antecedentes e
Conseqüentes da Satisfação e Lealdade. Anais XXX Encontro da ANPAD, Salvador
(BA), 2006.
MCCARTHY, J. IHRSA’s guide to membership retention: industry lessons on what and
what not to do. Boston: IHRSA publications, 2004.
MEDEIROS, D. Marketing de Relacionamento: Um estudo de caso na empresa alfa.
2013.
MILAN, G. S. A prática do marketing de relacionamento e a retenção de clientes: um
estudo aplicado em um ambiente de serviços. 2006. Tese (Doutorado). Escola de
Engenharia de Produção, UFRGS, Porto Alegre.
MILLER WILLIAMS INC. – Pesquisa sobre satisfação e fidelidade de clientes, 2002
MITTAL, V.; KAMAKURA, W. A. Repurchase Intent, and Repurchase Behavior:
Investigating the Moderating Role of Customer Characteristics. Journal of Marketing
Research, USA, v. 38, n. 1, p. 131-142, 2001.
MITTAL, V.; KAMAKURA, W. A. Satisfaction, repurchase intent, and repurchase
behavior: investigating the moderating effect of customer characteristics. Journal of
Marketing Research, v. 38, n. 1, p. 131-142, 2001.
91
MITTAL, V.; KAMAKURA, W. A. Satisfaction, repurchase intent, and repurchase
behavior: investigating the moderating effect of customer characteristics. Journal of
Marketing Research, v. 38, n. 1, p. 131-142, 2001.
MONROE KB & Krishnan R (1985). The effect of price on subjective product
evaluations. In Jacoby J & Olson J (eds.) Perceived Quality, Lexington, MA: D.C.
Heath.
MOORMAN, Christine, Gerald Zaltman, and Rohit Deshpand6 (1992), "Relationships
Between Providers and Users of Market Research: The Dynamics of Trust Within and
Between Organizations," Journal of Marketing Research, 29 (August), 314-29.
MORGAN, R. M.; HUNT, S. D. The commitment-trust theory of relationship
marketing. Journal of Marketing, v. 58, n. 3, p. 20-38, July 1994.
MORRISON, DG (1979), "intenções de compra e comportamento de compra", Journal
of Marketing, Vol. 43, Spring, pp. 65-74.
MORWITZ, VG, Johnson, E. e Schmittlein, D. (1993), "Does the behavior change
measures intended ? " , Journal of Consumer Research , Vol. 20 , June, pp . 46-61
MORWITZ, VG, Steckel, JH e Gupta, A. 1997" When will the repurchase intentions
predict sales? " , Working document, Report No. 97-112 , Marketing Science Institute ,
Cambridge, MA
MOWEN, J. C.; MINOR, M. Consumer behavior. 5. ed. Upper Saddle River: Prentice-
Hall, 1998.
MSI Marketing Science Institute Disponível em:
http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/226030/mod_resource/content/1/Marketing
%20Science%20Institute%202014-2016%20Research%20Priorities.pdf Acesso em: 27
de agosto de 2016
MULLER, Aline e VERSCHOOR, Willem F. C. Asymmetric foreign exchange risk
exposure: evidence from U.S. multinational firms. Journal of Empirical Finance, v. 13,
n. 4- 5, p. 495-518, 2006.
MURDY, S. & PIKE, S. (2012). Perceptions of visitor relationship marketing
opportunities by destination marketers: An importance-performance analysis. Tourism
Management 33 (5), 1281-1285.
92
NAMBIAR, A. N. « Mass Customization: Where do we go from here? » In Proceedings
of the World Congress on Engineering 2009, Vol I WCE 2009, July 1 - 3, 2009, London,
U.K.
NESPOLO, D. Relação entre valor percebido, reputação, confiança e custos de troca
como determinantes da retenção de clientes no contexto de serviços de telefonia
móvel. 2014.
NUNES, F. P. Propaganda de Massa x Zapping. Revista HSM. Ano II. No. 63 pp 104
– 112 Jul/Ago 2007
OLARU, D.; PURCHASE, S.; PETERSON, N. From customer value to repurchase
intentions and recommendations. Journal of Business & Industrial Marketing, v. 23, n.
8, p. 554-565, 2008.
OLIVEIRA, J. C. V. Marketing da experiência. 2007. Disponível em
<http://www.sebraesp.com.br/principal/abrindo%20seu%20neg%C3%B3cio/produtos%
20sebrae/artigos/listadeartigos/marketing_experiencia.aspx>. Acesso em: 16 Mar. 2016.
OLIVEIRA, M. V. O. Amostragem não probabilística: adequação de situações para uso
e limitações de amostras por conveniência, julgamento e quotas. Administração On
Line, v. 2, n. 3, jul./ago./set. 2001
OLIVER, R. L. (1999). consumer loyalty where? Journal of Marketing, 63 (special), 33-
44.
OLIVER, R. L. A cognitive model of the antecedents and consequences of satisfaction
decisions. Journal of Marketing Research, 19., 1980.
OLIVER, R. L. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. New York:
McGraw Hill, 1997.
OLIVER, R. L. Whence consumer loyalty? Journal of Marketing, v. 66, p. 33–44, 1999.
OLIVER, R. L.; BURKE, R. R. Expectation processes in satisfaction formation: a field
study. Journal of Service Research, Newbury Park, v. 1, n. 3, p. 196-214, 1999
OLIVER, R.L. Satisfaction: a behavioral perspective on the consumer. 2nd edition.
New York: M. E. Sharpe, 2010.
93
OLIVER, RICHARD L;BURKE, RAYMOND R. Expectation processes in satisfaction
formation: a field study . Jounal of service Research, v. 1 n. 3, p. 196- 214 Feb. 1999.
Disponível em: http://jsr.sagepub.com/content/1/3/196.full.pdf+html acesso em: 19 jan
2016
OLIVER, RL. A Cognitive Model of the Antecedents and Consequences of Satisfaction
Decisions. Journal of Marketing Research (JMR). 17, 4, 460-469, Nov. 1980. ISSN:
00222437.
OLSON, E. M., Slater, S. F., & Hult, G. T. M. (2007). The performance implications
of fit among business strategy, marketing organization structure, and strategic
behavior. Journal of Marketing, 69(3), 49–65
ORNELAS, Cristiane. Marketing Pessoal: você é o seu melhor produto. [S.l.; s.n. 2013
Disponível em: < http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/marketing-
pessoal-voce-e-o-seu-melhor-produto/70471/>. Acesso em: 16 maio 2016.
ORTEGA, 2012 - Índice criado na ECA mede satisfação de clientes com empresas de
telefonia, TV paga e bancos. Disponível em: http://www5.usp.br/17680/indice-criado-
na-eca-mede-satisfacao-de-clientes-com-empresas-de-telefonia-tv-paga-e-bancos/
Acesso: 01 de julho 2016
PALMATIER, Robert W., Mark B. Houston, Rajiv P. Dant, and Dhruv Grewal (2013),
"Relationship Velocity: Toward a Theory of Relationship Dynamics," Journal of
Marketing, 77 (January), 13-30
PALMATIER, Robert W., Rajiv P. Dant, Dhruv Grewal, and Kenneth R. Evans (2006),
“Factors Influencing the Effectiveness of Relationship Marketing: A Meta-Analysis.”
Journal of Marketing 70 (October), 136–53.
PARAHOO, Sanjai K. Credit where it is due: drivers of loyalty to credit cards.
International Journal of Bank Marketing, Vol. 30 No. 1, p. 4-19, 2012.
PARASURAMAN, A. BERRY, L. L.; ZEITHAML, V. SERVQUAL: a multiple-item
scale for measuring consumer perceptions of service quality. Journal of retailing, v. 64,
n. 1, p. 12-40, 1988.
PARASURAMAN, A.; ZEITHAML, V. A.; MALHOTRA, A. E-S-QUAL: a multiple-
item scale for assessing electronic service quality. Journal of Service Research, v. 7, n.
3, p. 214-233, 2005.
94
PAN, B., HOLLAND, R. A mass customized supply chain for the fashion system at the
design production interface. Journal of Fashion Marketing and Management, v.10, n.3,
p.345-359, 2006.
PEPPERS, Don; ROGERS, Martha. Empresa 1:1: instrumentos para competir na era da
interatividade. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
PEREIRA, P. F. P.; BASTOS, F. C. Um estudo sobre a fidelização de clientes a partir de
estratégias de marketing de relacionamento no segmento de farmácias e drogarias. In:
In: VI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia - SEGeT, 2009, Resende. Anais
do VI SEGeT. Resende: AEDB, 2009. Disponível em:
<http://www.aedb.br/seget/artigos09/229_Artigo_Seget_utima_versao.pdf> Acesso em
15 ago. 2010.
PERIN, Marcelo Gattermann, SAMPAIO, Cláudio Hoffmann. “Orientação para o
Mercado, Porte Empresarial e Performance”; In: RAE - Revista de Administração de
Empresas, v. 44, n. 3, p. 73-88, jul/set, 2004.
PILLER, F.; KUMAR A., «Mass Customization & Financial Services: Providing
custom products and services with mass production efficiency», Journal of Financial
Transformation, Special Issue on "The Finance Factory", 18 (2006) November: 125-
131.
PINE II, B. J.; Mass Customization The new Frontier in Business Competition, Harvard
Business School Press, Boston, Massachusetts, 1993
PINE, B. J. Making mass customization happen: strategies for the new competitive
realities. Planning Review, v.21, n.5, p.23-24, sep./oct. 1993.
PO – Tsang Chen, Hsin – Hui Hu (2010) "How determinant attributes of service quality
influence customer‐perceived value: An empirical investigation of the Australian coffee
outlet industry", International Journal of Contemporary Hospitality Management, Vol.
22 Iss: 4, pp.535 – 551
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da
concorrência. 17. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004
PO-TSANG, Chen e Hsin-Hui, Hu (2009). The effect of relational benefits on perceived
value in relation to customer loyalty: An empirical study in the Australian coffee outlets
industry, International Journal of Hospitality Management, 29, 405-412.
95
QURESHI, T. M., Warraich, A. S., & Hijazi, S. T. (2009). Significance of Project
Management Performance Assessment (PMPA) model. International Journal of Project
Management, 27(4), 378-388. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijproman.2008.05.001.
REICHHELD, F. & Schefter, P. (2000) “E-Loyalty,“ Harvard Business Review, 78 (4):
105-114.
REICHHELD, F. F. Learning from customer defections. Harvard Business Review, v.
74, n. 2, p. 56-69, 1996.
REICHHELD, F. F. Loyalty-based management. Harvard Business Review, n. 71, p.
64-73, 1993.
REICHHELD, F. F.; MARKEY Jr., R. G.; HOPTON,C. The loyalty effect – the
relationship between loyalty and profits. European Business Journal, v. 12, n. 3, p. 134-
139, 2000.
REICHHELD, F. F.; SASSER Jr., E. W. Zero defections: quality comes to service.
Harvard Business Review, n. 68, p. 105-111, 1990.
REICHHELD, Frederick F. A estratégia da lealdade. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
RIBEIRO, A.; PICININ, C. T. Avaliação do microambiente de marketing como forças e
fraquezas do setor supermercadista: um estudo de caso. Revista Brasileira de
Administração Científica, Aquidabã, v.3, n.3, p.19‐38, 2012.
RICHARDS, K. A; JONES, E Customer relationship management: Finding value
drivers. Industrial Marketing Management, 37 (2), 120-130, 2008.
RISSATO, 2016 - 5 acções para melhorar a percepção de valor dos seus clientes.
Disponível em: http://www.conselhomagistral.com/blog/veja-5-acoes-para-melhorar-a-
percepcao-de-valor-dos-seus-clientes/ Acesso em: 08 de jan 2016.
RISSATO, 2016 – 5 estratégias campeãs para reter e fidelizar clientes da sua farmácia
de manipulação. Disponível em: http://www.conselhomagistral.com/blog/5-estrategias-
campeas-para-reter-e-fidelizar-os-clientes-da-sua-farmacia-de-manipulacao/ Acesso em:
08 de jan 2016.
RODRIGUES, A.; PAULO, E. Introdução à Análise Multivariada. In: CORRAR, L.;
PAULO, E.; DIAS FILHO, J. M. (Org.). Análise multivariada para os cursos de
Administração, Ciências Contábeis e Economia. São Paulo: Atlas, 2007
96
ROSSI, P. E. Análise das Estratégias Competitivas da Indústria Farmacêutica. São
Paulo, USP. Dissertação de Mestrado (Engenharia de Produção), Escola de Engenharia
de são Carlos da UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2001
ROTTER, J. A new scale for the measurement of interpersonal trust. Journal of
Personality, United Kingdom, Iss. 4, v. 35, p. 651-665, dec. 1967.
ROUSSEAU, D. et. al. Not so different After All: a cross discipline view of
trust. Academy of Management Review, Briarcliff Manor, Iss. 3, v. 23, n. 3, p. 393-404,
jul. 1998
RUBIN, A. M.; PERSE, E. M. Audience activity and television news
gratification. Communication Research,v. 14, n. 1, p. 58-84, Feb. 1987.
RUST, R. T., K. N. Lemon, and V. A. Zeithaml (2004), ‘Return on marketing: Using
customer equity to focus marketing strategy’. Journal of Marketing 68, 109–127
RUST, R. T.; ZEITHAML, A. V.; LEMON, N. K. O valor do cliente: o modelo que esta
reformulando a estratégia corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2001.
SALIBY, E. P. O Marketing de relacionamento: o novo marketing da nova era
competitiva. RAE LIGHT, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 6-12, 1997. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S00345901997000300011&script=sci_arttext >.
Acesso em: 12 junho. 2016
SANTOS, Cristiane Pizzutti dos; FERNANDES, Daniel Von Der Heyde. A recuperação
de serviços como ferramenta de relacionamento e seu impacto na confiança e lealdade
dos clientes. Revista RAE. v. 48, n. 1, Jan/Mar. p.10-24, 2008
SANTOS, E. V. dos. Globalização e desenvolvimento regional. Negócios e Talentos, v.
5, 2008. Disponível em: . Acesso em: 3 abril. 2016. SEBRAE. Ideias de negócios:
drograrias. Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2016.
SAREL, D.; MARMORSTEIN, H. A strategic orientation for e-commerce investments:
A customer equity approach. Journal of Targeting, Measurement and Analysis for
Marketing, Cramfield, v. 11, p. 110-123, 2002
SCHUMANN, Jan H.; WÜNDERLICH, Nancy V.; EVANSCHITZKY, Heiner.
Spillover Effects of Service Failures in Coalition Loyalty Programs: The Buffering
Effect of Special Treatment Benefits. Journal of Retailing, Vol. 90, p. 111–118, 2014.
97
SHEPPARD, B. H.; SHERMAN, D. M. The grammars of trust: a model and general
implications. Academy of Management Review, v. 23, n. 3, p. 422-437, 1998.
SHIN, J. I.; CHUNG, K. H.; OH, J. S.; LEE, C. W. The effect of site quality on
repurchase intention in internet shopping through mediating variables: the case of
university students in South Korea. International Journal of information Management, v.
33, n. 3, p. 453-463, 2013
SHOEMAKER, S.; BOWEN, J. T., Commentary on “Loyalty: a Strategic Commitment:
Cornell Hotel and Restaurant Administration Quarterly. OctoberDecember. pp. 47-52,
2003
98
SILVA, Sebastião Orlando, Determinantes da fidelização: Qualidade Percebida,
personalização e satisfação dos Utentes das farmácias na região da madeira, 2014
SILVEIRA, G. da; BORENSTEIN, D.; FOGLIATTO, F. S. Mass customization:
literature review and research direction. International Journal of Production Economics,
v.72, p. 1-13, 2001
SINGH, J.; SIRDESHMUKH, D. Agency and Trust Mechanisms in Consumer
Satisfaction and Loyalty Judgments. Journal of the Academy of Marketing Science. v.
28, p. 150- 167, 2000.
SIRDESHMUKH, D; SINGH, J.; SABOL, B. Consumer Trust, Value, and Loyalty in
Relational Exchanges. Journal of Marketing, Chicago, Iss. 1, v. 66, p. 15-37, jan. 2002
SMITH, B. J.; BARCLAY, D. W. The effects of organizational differences and trust on
the effectiveness of selling partner relationships. Journal of Marketing, v. 61, p. 3-21,
Jan. 1997.
SNOJ, Boris; KORDA, Aleksandra Pisnik; MUMEL, Damijan. The relationships
among perceived quality, perceived risk and perceived product value. Journal of
Product & Brand Management, v. 13 I. 3, p. 156-167, 2004
SOLOMON, M. R. Consumer Behavior: buying, having and being. 3.ed. Upper Saddle
River: Prentice Hall, 1999
STORBACKA, Kaj, STRANDVIK, Tore, GRONROOS, Christian. Managing customer
relationship for profit: the dynamics of relationship quality. International Journal of
Service, v.5, n.5, p.21-38, 1994.
SZYMANSKI, David M.; HENARD, David H. Customer Satisfaction: a Meta-Analysis
of the Empirical Evidence. Journal of the Academy of Marketing Science, v.29, n.1,
p.16-35, 2001
TAI, Y. M.; HO, C. F. Effects of information sharing on customer relationship intention.
Industrial Management & Data Systems, v. 110, n. 9, p. 1385-1401, 2010.
TAI, Y. Perceived value for customers in information sharing services. Industrial
Management & Data Systems, v. 111, n. 4, p. 551-569, 2011.
TOLEDO, G. L .; NEVES, M. F .; MACHADO SON, C. A. P. Strategic marketing and
retail: the European case. Journal of Management. São Paulo, v. 32, no. 2, p. 47-57,
abr./jun. 1997.
99
TOLEDO, G. L.; IKEDA, Ana Akemi; OLIVEIRA, B. A. C. Fidelização e valor: uma
interdependência inequívoca. In:VII SEMEAD - Seminários em Administração, 2004,
São Paulo. VII Semead - Seminários em Administração, 2004.
TU, Qiang. et al. Measuring modularity-based manufacturing practices and their impact
on mass customization capability: a customer-driven perspective. Decision Sciences,
v.35, n.2, p.147-168, 2004
TU, Qiang; VANDEREMBSE, Mark A; RAGU-NATHAN, T. S. The impact of time-
based manufacturing practices on mass customization and value to customer. Journal of
Operations Management, v.19, p.201-217, 2001.
ULAGA, W.; EGGERT, A. Relationship value in business markets: the construct and its
dimensions. Journal of Business-to-business Marketing, v. 12, n. 1, p. 73-99, 2005.
ULAGRA, W., and Eggert, A., (2006): Value-Based Differentiation in Business
Relationships: Gaining and Sustaining Key Supplier Status, Journal of Marketing, 70,
pp. 119-136.
USP – 2012, USP Lança índice de satisfação de clientes Disponível em:
http://saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=223029. Acesso em: 16 de julho
2016
VESEL, P., & Zabkar, V. (2009). Managing customer loyalty through the mediating role
of satisfaction in the DIY retail loyalty program. Journal of retailing and customer
services, 16, 396-406
VIEIRA, V. A., & Slongo, L. A. (2008). Comprometimento e lealdade: dois conceitos
ou duas dimensões de um único conceito? Uma resposta a Prado e Santos
(2003). Revista de Administração Contemporânea, 12(4),995-1018. Recuperado
de http://www.scielo.br/pdf/rac/v12n4/06.pdf.
WAKEFIELD, K. W.; BAKER, J. Excitement at the mall: determinants and effects on
shopping behavior. Journal of Retailing, v. 74, n.4, p. 515-40, 1998.
WALLACE, T. F. Sales & Operations Planning: the how-to handbook. Cincinnati: T. F.
Wallace & Company, 2004.
WANG, C. C., Liau, Y. S., & Yang, J. J. W. (2010). Information spillover in the spot and
ETF indices in Taiwan.Global Journal of Business Research, 3(1),117-131
100
WATANABE, E.A.M.; LIMA-FILHO, D.O.; TORRES, C.V. Store image attributes and
customer satisfaction in supermarkets in Campo Grande-MS. Revista Brasileira de
Marketing, v. 12, n.4, p.85- 107, 2014.
WERNERFELT, B. Defensive marketing strategy by customer complaint management:
a theoretical analysis. Journal of Marketing Research, v. 24, n. 4, p. 337-346, Nov.
1987.
WHITE, L.; YANAMANDRAM, V. A model of customer retention of dissatisfied
business services customers. Managing Service Quality, v. 17, n. 3, p. 298-310, 2007.
WOODRUFF, R. B. Customer value: the next source of competitive advantage. Journal
of Academy of Marketing Science, Coral Gables, v. 25, n. 2, spring 1997, p. 142.
WRIGHT, C and Leigh Sparks (1999), “Loyalty Saturation in Retailing: Exploring the
End of Retail Loyalty Cards?”, International Journal of Retail and Distribution
Management, 10, 429-439.
WU, L. Y.; CHEN, K. Y.; CHEN, P. Y.; CHENG, S. L. Perceived value, transaction cost,
and repurchase-intention in online shopping: a relational exchange perspective. Journal
of Business Research, v. 67, n. 1, p. 2.768-2.776, 2012
YANG, K., & Jolly, L. D. (2010). The effects of consumer perceived value and
subjective norm on mobile data service adoption between American and Korean
consumers. Journal of Retailing and Consumer services, 16(6), 502-508.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jretconser.2009.08.005
YANG, Z. & Peterson. R.T. (2004). Customer Perceived Value, Satisfaction, And
Loyalty: The Role Of Switching Costs. Psychology & Marketing, 21(I0) 799-822.
YANG, Z.; JUN, M.; PETERSON, R. T. Measuring customer perceived online service
quality: scale development and managerial implications. International Journal of
Operations & Production Management, Bingley, v. 24, n. 11, p. 1149- 1174, 2004.
ZANIN, S.M. et. Al O cotidiano das farmácias de manipulação. 2002
ZEITHAML, V. Consumer Perceptions of Price, Quality, and Value: A means-end
Model and Synthesis of Evidence,Journal of Marketing, Chicago, Iss. 3, v. 52, p.2-22,
July 1988
ZEITHAML, Valerie A. et. al. Marketing de Serviços: a empresa com foco no cliente. 2.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
101
ZHANG, J.; BEATTY, S. E.; MOTHERSBAUGH, D. A CIT investigation of other
customers’ influence in services. Journal of Services Marketing, USA, v. 24, n. 5, p.
389-399, 2010.
ZHANG, J.; BLOEMER, J. M. M. The impact of value congruence on consumer-
service brand relationships. Journal of Service Research, v. 11, n. 2, p. 161-178, 2008.
102
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Nome completo:______________________________________________________
Gênero (sexo): a) Feminino b) Masculino
Idade:______ (anos)
Tempo como cliente:___________ na farmácia de manipulação X
Qual a sua renda mensal, aproximadamente? (Marque apenas uma resposta)
a) Nenhuma renda.
b) Até 1 salário mínimo (até R$ 678,00).
c) De 1 a 3 salários mínimos (de R$ 678,01 até R$ 2.034,00).
d) De 3 a 6 salários mínimos (de R$ 2.034,01 até R$ 4.068,00).
e) De 6 a 9 salários mínimos (de R$ 4.068,01 até R$ 6.102,00).
f) De 9 a 12 salários mínimos (de R$ 6.102,01 até R$ 8.136,00).
g) De 12 a 15 salários mínimos (de R$ 8.136,01 até R$ 10.170,00).
h) Mais de 15 salários mínimos (mais de R$ 10.170,01).
Qual o nível de escolaridade? (Marque apenas uma resposta)
(A) Da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental (antigo primário)
(B) Da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental (antigo ginásio)
(C) Ensino Médio (antigo 2º grau)
(D) Ensino Superior
(E) Especialização
(F) Não estudou
(G) Não sei
Considerando a sua experiência com a FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO X, indique
uma das alternativas abaixo
Perfil de compra:
a) Compra eventualmente na farmácia de manipulação
b) Compra continuamente na mesma farmácia de manipulação
Se compra eventualmente de quanto em quanto tempo
a) A cada 2 meses
b) A cada 3 meses
c) A cada 4 meses
d) Acima de 4 meses.
Considerando a sua experiência com a FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO X, indique
em que medida concorda ou discorda de cada uma das afirmações abaixo em uma escala
de 1 a 5, sendo 1 Discordo Totalmente e 5 Concordo Totalmente
1 Discordo totalmente
2 Discordo
3 Indeciso
4 Concordo
5 Concordo totalmente
103
Questões Discordo
Totalmente Concordo
Totalmente
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe de
novos produtos/serviços que me interessam.
1 2 3 4 5
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe
acerca de promoções. 1 2 3 4 5
Eu gosto que a farmácia de manipulação X me informe de
novos preços dos medicamentos de acordo com minhas
necessidades.
1 2 3 4 5
Eu escolhi a farmácia de manipulação X porque os meus
amigos também a escolheram.
1 2 3 4 5
Eu diria que a farmácia de manipulação X oferece serviços
superiores a outras farmácias;
1 2 3 4 5
Eu acredito e confio que a farmácia de manipulação X
oferece serviços excelentes;
1 2 3 4 5
Comparando o que pagaria a farmácia de manipulação X
para começar a usar serviço de outras farmácias
concorrentes, acho que a farmácia de manipulação X
oferece um bom valor;
1 2 3 4 5
Comparando o que eu pago a farmácia de manipulação X e
o que eu poderia obter de outras farmácias concorrentes,
acho que a farmácia de manipulação X oferece um bom
valor;
1 2 3 4 5
Antes de conhecer a farmácia de manipulação X eu tinha
uma expectativa positiva em relação aos serviços
oferecidos por ela;
1 2 3 4 5
Eu avalio positivamente os serviços oferecidos pela
farmácia de manipulação X;
1 2 3 4 5
A farmácia de manipulação X oferece os melhores serviços
que já tive até hoje;
1 2 3 4 5
Fazendo uma comparação entre as expectativas que tinha
antes de começar a receber a minha medicação, eu posso
afirmar que o desempenho dos serviços da farmácia de
manipulação X superou as minhas expectativas
1 2 3 4 5
Se eu precisasse escolher uma nova farmácia de
manipulação, eu escolheria a farmácia de manipulação X;
1 2 3 4 5
Eu pretendo continuar com a farmácia de manipulação X
por um longo período de tempo;
1 2 3 4 5
Eu tenho considerações negativas a fazer para a farmácia
de manipulação X;
1 2 3 4 5