Percurso artístico Gauguin
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O Percurso Artístico de Paul Gauguin
• Nasceu em Paris mas viveu 7 anos no Peru, de onde a mãe era
originária. Passou a infância em Lima; ingressou na marinha mercante
em 1865 e a partir da 1872, tornou-se um bem sucedido corretor da
Bolsa.
• Foi um pintor, escultor e gravador pós-impressionista.
• Casou em 1873 com uma dinamarquesa da qual teve 5 filhos.
Posteriormente rompeu definitivamente com a família e com o
emprego para se dedicar à pintura.
• Conviveu em Paris com os Impressionistas e foi iniciado tardiamente
na pintura por Pissarro. Participou na 5ª e 8ª exposições
impressionistas.
• Contactou com Cézanne e Van Gogh, mas evoluiu de um modo
muito pessoal, reflectindo as influências das estampas japonesa e
da arte medieval do vitral na simplificação/ sintetização das formas,
fechadas pela linha de contorno a negro ( Cloisonismo ).
• A sua procura de uma vida mais simples e de uma arte mais pura
levou-o a partir para a aldeia de Pont-Aven, na Bretanha, no Norte
de França, onde viveu até 1890.
• Na Bretanha tornou-se o centro de um grupo de artistas atraídos
pela sua personalidade e pelas suas ideias no campo da estética.
• Em colaboração com Paul Sérusier e Émile Bernard desenvolveu
um tipo de pintura caracterizada pela ruptura com o impressionismo
e o neo-impressionismo.
• Nela aplicaram as técnicas do Sintetismo ( principio estético que
defendia as formas simples e primitivas e a acentuação do valor da
cor, aplicada em amplas áreas planas) e a do Cloisonismo ( estilo
de pintura caracterizada por largas áreas de cores planas e
brilhantes, envoltas em contornos pretos à maneira dos vitrais ou
esmaltes.
Na Bretanha …
• A obra mais importante deste período foi: “ Visão depois do
Sermão”, conhecida também como “ Jacob Lutando com o Anjo”,
onde utilizou áreas de cor pura e plana com objectivos expressivos
e simbólicos.
• Neste quadro em 1º plano estão representadas as mulheres
vestidas com roupas da Bretanha que reflectem recolhidas e
pensativas sobre o que ouviram no sermão.
• No plano do fundo trava-se a luta entre Jacob e o Anjo. Nesta obra
as duas cenas estão separadas por uma árvore (tradição oriental).
As cores são fortemente contrastantes; usa grandes superfícies de
cor pura e plana, suprime as sombras e gradações de cor, com
propósitos expressivos e simbólicos. Utiliza também a técnica
cloisonista.
Dança das Três Raparigas da Bretanha, 1888As roupas e a música popular manifestam o interesse de Gauguin pelo
primitivismo rústico do meio ambiente.
No ano de 1889, viveu algum tempo em Arles, com Van Gogh, mas o
temperamento de ambos tornou o convívio impossivel. Datam deste
período “ Vincent Van Gogh pinta Girassóis” e o “ Café Nocturno em
Arles”
De volta à Bretanha ,o pintor
apresenta uma visão, a
aparição de um crucifixo em
frente de um grupo de
mulheres.
A extrema coloração da
imagem e as copas das
árvores conferem a todo o
quadro um ar de
sobrenaturalidade.
Gauguin recorreu
frequentemente à
representação de motivos
religiosos, por se cuadunar
com as suas ideias de
religiosidade , fé e tradição, e ir
ao encontro da evocação do
sobrenatural, tanto do seu
agrado.
O Cristo Amarelo, 1889
Neste auto-retratoGauguin representa aimagem do artistaincompreendido, solitárioe sofredor.
Nele estão representadosos símbolos cristãos dopecado( (serpente emaçãs) e do perdão(auréola).
Auto retrato com auréola, 1889
De 1891 a 1893 esteve no Taiti, e embora tenha regressado a Paris
acabará por se fixar definitivamente nas Ilhas do Pacífico, vindo a
falecer nas Ilhas Marquesas. É o contacto com este mundo primitivo
que caracteriza a sua obra.
Eu te saúdo Maria,1891- transposição do nascimento de Cristo para o
Pacífico Sul. Todos os elementos do quadro são polinésios A mãe, a
criança e os adoradores que timidamente se aproximam deles. Mas,
no arbusto o esconde-se um anjo com asas douradas. Referência aos
valores cristãos por oposição aos valores pagãos.
Todas as representações da vida no Taiti têm um certo sabor a
utopia.
Todos os vestígios negativos da vida foram suprimidos dos quadros.
Gauguin pretendia deixar o testemunho de um mundo ainda não
corrompido pela sociedade, por isso as suas figuras apresentam-se
em atitudes calmas, de conversa, de um certo intimismo.
Gauguin foi um dos primeiros pintores a buscar inspiração visual na
arte dos povos primitivos.
Admirava nas nativas a naturalidade, a sua força, o seu orgulho e
dignidade, assim como a capacidade de alternar o trabalho duro,
com o relaxar e o não fazer nada.
Empregou as cores sem qualquer preocupação naturalista
Mulher com Manga, 1892
Neste quadro, Gauguin , enaltece o corpo da mulher enquanto símbolo
da fertilidade. Os pormenores decorativos foram reduzidos ao mínimo.
Nos quadros de Gauguin, referentes ao Tahiti, há por vezes uma certa
ambiguidade em relação ao sexo dos seus modelos (androgenia).
Passatempo, 1892
De volta a França, participou em 1893, numa exposição na galeria de
Durant-Ruel, onde apesar das sua sobras terem sido objecto de
controvérsia, conseguiu vender 12.
Em 1894 executou uma das suas obras mais conseguidas do seu
período parisiense.
O violoncelista Upaupa Schnecklud, 1894
Neste quadro aplicou os
princípios da sinestesia, ou
seja a transmissão do som da
música através da pintura.
“A música e a pintura
aproximam-se nas linhas
suavemente arqueadas que
relacionam o braço que segura o
arco com o motivo abstracto do
fundo.
Por todo o quadro se espraia
uma sensação de movimento,
o ímpeto do braço que produz a
música, tem continuidade nos
ornamentos que nos
transportam para associações
com a música.”
Entre 1895 a 1903, Gauguin está de volta aos trópicos.
São deste período: “ Não ao trabalho”; “ O Nascimento de Cristo”; “ De
Onde Vimos? O que somos? Para onde Vamos?; “ Raparigas com
Manga”, para só referir alguns.
“ O Nascimento de Cristo”, 1896 - A história da Bíblia é mais uma vez
transportada para o mundo do Pacífico. Uma cabana polinésia com
traves ornamentadas e uma cama simples constituem o ambiente. Os
animais do estábulo também estão presentes. A mulher nativa
representa a mãe de Deus, ela e o recem - nascido têm uma auréola.
“ DE ONDE VIMOS? O QUE SOMOS? PARA ONDE VAMOS?,1897- O nascimento e a morte
delimitam o circuito das actividades humanas que são apresentadas na obra.
De um lado o recém- nascido, do outro uma velha que parece só olhar para o passado. Entre eles o
mundo dos adultos com os seus medos e alegrias.
Ao fundo um Idolo pagão; ao centro uma representação de um Cristo?
O que é que o artista pretendia representar? A vida como um grande segredo?
INFLUÊNCIAS, ASPECTOS TEMÁTICOS E PLÁSTICOS NA OBRA
DE GAUGUIN
Influências- Do grupo Impressionista: Pissarro, Monet, Renoir, Degas;
- Da arte oriental, sobretudo das gravuras japonesas, encontrando-se
frequentemente características desta arte na sua obra.
- O contacto com Cézanne proporcionou-lhe o entendimento do
volume por planos, que Gaugin concretiza através das cores planas.
- De Van Gogh , adquiriu o gosto pela simbologia da cor.
Temáticas
- Paisagem; natureza morta; a figura integrada na paisagem ou como
tema central; interesse pelos motivos exóticos; mistura de elementos
simbólicos cristãos e pagãos.
ASPECTOS PLÁSTICOS
• Utilização da cor pura;
• Unificação da pincelada dentro do mesmo plano;
• Cores aplicadas sem manchas nem gradações;
• Clara separação dos planos dentro do quadro;
• Aplicou a técnica” cloisonista” ; a sinestesia;
• Rompeu com a cor naturalista , preferindo o simbolismo à cor real;
(cores eram anti- naturalistas, simbólicas, alegóricas e exóticas)
• Rompeu com o entendimento ocidental da perspectiva;
• Procurou o contraste a partir do uso das cores complementares;
Para além de pintor foi escultor e fez peças de cerâmica.
INFLUÊNCIAS DA OBRA DE GAUGUIN NOUTROS MOVIMENTOS
• Influenciou os fauves e nabis, simbolistas , e todo o processo da
vanguarda do século XX, até à Pop - Art.