PEMC_3ªaula_Placenta e cordão
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Placenta e cordão umbilical
PEMCMestre Maria João Guerra
2012/2013:
Slide nº2/ Maria João
Introdução• A placenta é un orgão essencial e característico dos mamíferos
superiores.• Orgão central da gestação, com uma série de funções muito
importantes:• Nutrição fetal.• Regulação do crescimento e metabolismo embrionário.• Glândula endócrina importantíssima.
• Apresenta uma estrutura muito complexa, por onde a circulação materna e fetal estabelecem relacões muito íntimas, que permitem as trocas de gases e de sustâncias nutritivas.
• A placenta é o órgão que durante a gravidez, que durante os 9 meses é o pulmão, o intestino e o rim do feto. Desde a nidação na mucosa uterina até à expulsão do feto, a placenta é o órgão através da qual se estabelece a conexão entre o organismo materno e o feto.
Slide nº3/ Maria João
PlacentaReação decidual
• São as modificações que ocorrem no endométrio durante a nidação ou implantação do embrião.
Decidua: É a capa funcional do endométrio grávido.
A placenta desenvolve-se a partir das mesmas células provenientes da fusão entre o espermatozóide e o óvulo e que deram origem ao desenvolvimento do embrião e tem duas componentes: a porção fetal, o córion frondoso e uma porção materna ou decídua basal.
Slide nº4/ Maria João
Placenta
Slide nº5/ Maria João
Placenta
• Pelo 9º-10º dia encontramos o sinciciotrofoblasto no período lacunar.
Slide nº6/ Maria João
Placenta
• Espaços em branco, intervilosidades sinusóides maternos e a circulação útero-placentária definitiva.
• As lacunas próximas entre si fundem-se, formando redes lacunares intercomunicaveis, que vão ser o primórdio dos espaços intervilosos da futura placenta.
• Os capilares que rodeiam o embrião implantado congestionam e dilatam formando sinusoides.
Slide nº7/ Maria João
Placenta• Posteriormente o trofoblasto provoca a erosão e o sangue
materno passa a fluir de forma direta até às redes lacunares, começando a circular com lentidão, estabelecendo-se assim a circulação útero-placentaria primitiva.
• Neste momento do desenvolvimento, estas lacunas são mais evidentes e visíveis no polo embrionário.
• Pelo 13º dia formam-se as vilosidades primárias, e no inicio da 3ª semana formam-se as vilosidades secundárias.
Slide nº8/ Maria João
• No início da 3ª semana, a mesoderme somático extraembrionário (MSE) envia prolongações para as vilosidades, formando o feixe conjuntivo da vilosidade, passando então a denominar-se vilosidades secundarias ou coriónicas.
• O MSE e o trofoblasto juntos, constituem o corión.
Slide nº9/ Maria João
Placenta
• Por volta do fim 3ª semana de gestação formam-se as vilosidades terciárias ou placenta final. Vemos também o escudo citotrofoblástico exterior.
Slide nº10/ Maria João
Placenta
• No 2º mês do desenvolvimento da gestação as vilosidades recobrem toda a superficie do corión, apresentando um aspecto radiado.
Slide nº11/ Maria João
Placenta• A circulação não é estabelecida em
todo o corion que rodeia o embrião, mas sim na porção junto deste e junto da inserção do pedículo e que corresponde ao polo embrionário.
• A esta parte do corión que se desenvolve mais, denomina-se corion frondoso.
• O restante corión que rodeia ao embrião torna-se liso, por volta do terceiro mês, e denomina –se corion liso ou leve.
Slide nº12/ Maria João
Placenta
• O corion frondoso está recoberto pela decidua basal, enquanto que o corion liso está recoberto pela decidua capsular.
• A única porção do corion que participa nos processos de trocas é o corion frondoso que, junto com a decidua basal, formam a placenta.
• O corion frondoso prosseguirá o seu desenvolvimento até constituir a placenta definitiva.
Slide nº13/ Maria João
Placenta
Decídua
É o endometrio grávido; a capa funcional do endometrio da mulher grávida que se separa do resto do útero depois do parto.Apresenta três camadas:• A decidua basal: é a parte situada na profundidade do produto da conceção, que
forma a porção materna da placenta• A decidua capsular: é a parte superior que cobre o produto da conceção• A decidua parietal: esta constituida pelo resto da decidua
Slide nº14/ Maria João
Placenta
• O sangue materno, cujos vasos foram destruidos pelo trofoblasto, banha agora todas as vilosidades terciárias, circulando através do espaço interviloso e filtrando nutrientes e oxigeno para o interior das vilosidades por onde circula o sangue fetal:
• Chegou-se ao estadio final da placentação humana ou hemocorial.
Slide nº15/ Maria João
Placenta
Slide nº16/ Maria João
Estrutura da Placenta• No inicio do 4º mês, a placenta apresenta 2 componentes:
• Porção fetal, formada pelo corión frondoso.• Porção materna, constituida pela decidua basal.
• No lado fetal, a placenta está rodeada pela lâmina coriónica.• No lado materno, a placenta está rodeada pela decidua basal,
cuja lâmina decidual é a porção que está mais íntimamente incorporada na placenta.
Slide nº17/ Maria João
Estrutura da Placenta
Slide nº18/ Maria João
Estrutura da Placenta – termo da gravidez• Tem forma de disco ou discóide.• Mede entre 18-20 cms e tem cerca de 2-3 cms de espessura
(mais na sua porção média que nos bordos). • Pesa entre 500-600 grs.
Slide nº19/ Maria João
Estrutura da Placenta – termo da gravidez
Face fetal
Face materna
Slide nº20/ Maria João
Estrutura da Placenta – termo da gravidezApresenta duas faces:
• Face materna: em relação com a parede uterina, é mais sangrante, arroxeada e áspera.
• Face fetal: que está virada para o feto, é mais lisa, branca-azulada e apresenta a inserção do cordão umbilical, são visíveis uma série de vasos, que são as ramificações das artérias umbilicais e das veias que afluem à veia umbilical.
Slide nº21/ Maria João
Placenta• No momento do parto a placenta desprende-se da parede uterina
e exterioriza-se.• Ao observarmos a placenta depois da dequitadura, verificamos:
• A Face materna, onde se visualizam 15 a 20 áreas algo salientes, os cotiledones, cobertos por uma fina capa de decidua basal. Os sulcos que separam os cotiledones são formados pelos tabiques deciduais. Grande parte da decidua fica temporariamente no útero sendo expulsa juntamente com o sangue uterino posteriormente.
• A Face fetal está coberta por completo pela lamina coriónica. Observam-se arterias e veias de grande calibre, os vasos coriónicos, que se dirigem para o cordaõ umbilical.
• A inserção do cordão umbilical pode ser central mas muitas vezes é de localização marginal.
• É raro acontecer que a inserção da membrana coriónica ocorra por fora da placenta, designando-se por inserção velamentosa.
Slide nº22/ Maria João
Placenta
Slide nº23/ Maria João
Anexos Embrionários- ÂMNIO
• Pregueamento do embrião: membrana amniótica que envolve o corpo.
• Feto está envolvido num meio líquido durante toda a gravidez.
• Funções:– Amortização das pressões mecânicas sobre o feto.– Permite os movimentos fetais.– Protege o feto de aderências.
Slide nº24/ Maria João
Separação da membrana amniótica e coriónica
Slide nº25/ Maria João
Funções da Placenta
1.- Respiração2.- Produção Hormonal3.- Nutrição4.- Excreção5.- Proteção6.- Armazenamento
Slide nº26/ Maria João
Funções da Placenta
RESPIRATÓRIA:• Fornecimento de oxigénio ao feto e eliminação de
anidrido carbónico.• O intercâmbio destes gases faz-se por difusão
simples, em função dos diferentes gradientes de pressão.
• O feto no termo da gestação extrai entre 20 a 30 ml de oxigénio/min. da circulação materna.
• O fluxo de sangue placentário é decisivo para o aporte de oxigénio, pois a quantidade de oxigénio que chega ao feto depende principalmente da oferta e não da taxa de difusão.
Slide nº27/ Maria João
Funções da PlacentaNUTRITIVA-METABÓLICA:
• O intercâmbio de elementos nutritivos e de electrólitos é rápido e aumenta à medida que a gestação avança.
• Água: Atravessa a placenta no sentido feto-mãe por diferença de pressão hidrostática, enquanto que no sentido oposto tem de ser realizado por transporte ativo e contra o gradiente de pressão.
• Na, Fe e P: São transferidos por transporte ativo. • Proteínas e aminoácidos: São essenciais ao feto. Estão em
maior concentração no sangue fetal, pelo que o transporte desde o sangue materno faz-se por transporte ativo.
• Hidratos de carbono: Principal fonte de energía para o metabolismo fetal. O feto no termo da gestação, consome 20mg/min. de glicose. É transferida por difusão facilitada.
Slide nº28/ Maria João
Funções da Placenta
TRANSMISSÃO DE AntiCorpos MATERNOS:Certa imunidade passiva é conferida ao feto por transferência trans-placentária de anticorpos maternos.
• O feto recebe anticorpos do tipo da Ig G contra diversas doenças infeciosas como difteria, varíola e sarampo, mas não adquire imunidade contra pertussis ou varicela.
• A imunidade passiva é importante porque o feto tem pouca capacidade para produzir os seus próprios anticorpos até ao nascimento.
Slide nº29/ Maria João
Funções da PlacentaPRODUÇÃO DE HORMONAS:
• Gonadotropina Coriónica Humana (hCG): - Segregada pelas células do sinciciotofoblasto durante aproximadamente os dois primeiros meses de gestação.
- Sua missão é manter ativo o corpo lúteo para que prossiga produzindo progesterona.- Excretada pela mãe na urina, pelo que a sua presença é utilizada como indicador de gravidez.
Slide nº30/ Maria João
Funções da Placenta• Progesterona:
- Produzida fundamentalmente pelas células do sinciciotrofoblasto.- Hormona fundamental para a manutenção da gravidez.
• Estrógenos:- Provavelmente é também produzida pelas células do sinciciotrofoblasto.- Principalmente estradiol em quantidades cada vez
maiores, até imediatamente antes de completar-se a gestação, momento em que atinge o nivel máximo.
- Contribui para o crescimento do útero e para o desenvolvimento da glândula mamária.
Slide nº31/ Maria João
Funções da Placenta• Lactógeno Placentário Humano (hPL):
- Produzida pelas células do sinciciotrofoblasto.- Segregada sobre tudo na 2ª metade da gestação.- Também denominada Somatotropina Coriónica Humana. - Confere ao feto prioridade sobre a glicose sanguínea materna e é em certo grau diabetogénica para o organismo materno.- Favorece a passagem de glicose para o feto nomeadamente
ao cérebro e tecidos fetais.- Capta glicose para o feto.- Estimula o desenvolvimento do tecido mamário para a produção de leite.
Slide nº32/ Maria João
Funções da Placenta• Relaxina:
- Desconhece-se a sua origem com precisão.- Detetada no soro materno na altura da falha do
primeiro período menstrual.- Intervem na manutenção da gravidez precocemente.- Inibe a atividade uterina e ajuda a amolecer o colo
uterino.- Diminui a potência das contrações do miométrio.- Relaxa certas articulações (sacro-ilíaca, sacro-coxigea…)
Slide nº33/ Maria João
Structures and Functions of Placenta.mp4
Slide nº34/ Maria João
Slide nº35/ Maria João
Anormalidades da PlacentaPlacenta
sucenturiada
• Desenvolve-se um ou mais lóbulos acessórios mais pequenos nas membranas a uma certa distância na periferia da placenta principal.
• Tem conexões vasculares de origem fetal• Incidência : 3%
Slide nº36/ Maria João
Anormalidades da Placenta
Placenta bilobulada
• A placenta pode estar separada em lóbulos.• Quando ocorre a divisão é incompleta e os vasos de origem
fetal extendem-se de um lóbulo ao outro antes de se unir para formar o cordão umbilical (placenta bipartida oi placenta bilobulada).
• Esta anormalidade encontra-se em 1 de cada 350 partos.
Slide nº37/ Maria João
Anormalidades da PlacentaPlacenta Prévia
• Designa-se por placenta prévia quando o plano de inserção da placenta chega a obstruir o orifício cervical uterino, quer dizer, quando a implantação ocorre sobre o orifício cervical interno; quando recobre totalmente designa-se por placenta prévia central total; quando cobre sómente em parte, designa-se por placenta prévia parcial ou marginal.
Slide nº38/ Maria João
Anormalidades da PlacentaPlacenta increta
• Placenta acreta: é a aderência anormal de uma parte ou da totalidade da placenta à parede uterina, sem que as vilosidades coriónicas penetrem no miométrio.
• Placenta increta: as vilosidades coriónicas penetram no miométrio.
• Placenta percreta: é penetração dos elementos coriónicos até atingir a serosa do útero, podendo mesmo alcançar orgãos vizinhos.
Slide nº39/ Maria João
Anormalidades da Placenta
Slide nº40/ Maria João
Constituição do cordão umbilical• É um longo cordão constituído por duas artérias e uma veia
além de um material gelatinoso. Além da garantia de nutrientes é responsável pela troca gasosa que é feita da seguinte maneira: o sangue que chega pela veia cava inferior (sangue oxigenado que veio da placenta) cai no átrio direito e daí directamente para o átrio esquerdo através do forâmen oval, ou seja, ele não passa pelo ventrículo direito. Este sangue, vai para o ventrículo esquerdo que se responsabiliza de bombear para os vasos da cabeça e membros superiores.
• O cordão umbilical é uma estrutura comprida e flexível. • Embora o seu desenvolvimento termine na quarta semana
de gravidez, o cordão continua a crescer ao longo de toda a gravidez até alcançar um diâmetro de 15 a 20 mm e um comprimento de 50 a 60 cm.
Slide nº41/ Maria João
Constituição do cordão umbilical
Slide nº42/ Maria João
Constituição do cordão umbilical
Slide nº43/ Maria João
Características do cordão umbilical• Aspecto branco nacarado• Vasos: 2 artérias, 1 veia• Gelatina de Wharton (tecido conectivo
especializado)• Inserção na superficie fetal da placenta• Comprimento: 50-60 cm• Diámetro: 1-2 cm• Estructura helicoidal
Slide nº44/ Maria João
Anomalias do Cordão• Normalmente tem cerca de 55cm de comprimento;
com uma variação entre 30 e 100cm.• Se é muito curto, o abdomen do feto vai estar em
contacto com a placenta e pode originar uma hernia umbilical congénita.
• Os cordões excessivamente cumpridos podem emrolar-se ao redor do feto e fazer com que resultem, de certa forma, em demasiado curtos.
Slide nº45/ Maria João
Anomalias do Cordão
Existem casos em que o cordão, devido ao facto de ser muito comprido ou devido aos movimentos do feto no interior do útero, fica numa posição anómala, correndo o risco de ser, ao longo do parto, comprimido, obstruindo os vasos umbilicais.
Slide nº46/ Maria João
Anomalias do CordãoCirculares do cordão
• Fala-se de circular do cordão quando o cordão umbilical fica, no final da gravidez, enrolado à volta de alguma parte do feto, normalmente à volta do pescoço.
• Deteta-se uma circular do cordão em cerca de 1/3 dos partos.
• O cordão é, na maioria dos casos, suficientemente comprido para permitir que o parto se desenvolva normalmente, sem que a circulação sanguínea seja perturbada pelos vasos umbilicais.
Slide nº47/Maria João
Procidência do cordão:Presença cordão adiante da apresentação com
Bolsa Amniótica Intacta
Prolapso do cordão:Presença cordão adiante da apresentação com
Rotura Bolsa Amniótica
Anomalias do Cordão
Líquido Amniótico
Slide nº48/ Maria João
Composição no termo da gestação
• Água 98-99 %• Solutos 1-2 %
– Glúcidos– Proteínas do plasma materno e AlfaFetoProteína– Lípidos do líquido pulmonar: surfactante– Electrólitos– Hormonas– Células descamadas do amnios e da pele fetal incluindo o
lanugo.
Líquido Amniótico
Slide nº49/ Maria João
Volume do líquido amniótico
• Aumenta com a evolução da gestação– 8° semana 10 ml– 4° mes 200 ml– 8° mes 800-1000 ml
• O líquido está em constante renovação, num hora renova um terço do seu volume total (200-500 ml/d no final da gestação)
Líquido Amniótico
Slide nº50/ Maria João
Fluído que preenche cavidade amniótica• Normal: 500-2000 ml• Composição: 1º trimestre - - - -------- 2º trimestre► transudado materno fetal urina fetal secreções respiratórias fetais
• Funções: fonte nutrientes inibição do crescimento bacteriano proteção do feto de impactos externos meio para mobilidade fetal essencial para o desenvolvimento pulmonar fetal
Líquido Amniótico
Slide nº51/ Maria João
Hidrâmnios ou Polihidrâmnios
Slide nº52/ Maria João
• Excesso de líquido amniótico maior que 2.000 ml no ÚLTIMO TRIMESTRE e geralmente diagnosticado por critérios ultra-sonográficos (Índice de líquido amniótico). Esta condição está associada com diabetes mellitus da mãe, gravidez múltipla, transtornos cromossómicos e anormalidades congénitas.
• Oligoâmnios – Presença de menos de 200 ml de líquido amniótico na cavidade amniótica intacta durante os últimos meses da gravidez
Bibliografia
Slide nº53/Maria João
• BOBAK, Irene; LOWDERMILK, Dietra; JENSEN, Margaret - Enfermagem na Maternidade. 4ª ed., Lusociência, 1999.
• CUNNIGHAM, F. Gary;MACDONALD, Paul C.; GANT, Norman F.; LEVENO; GILSTRAP; HANKINS; CLARK, Jorge - Williams Obstetrícia. 20ª ed., Guanabara Koogan, 2000.
• GRAÇA, Luis Mendes - Medicina Materno Fetal 1. 2ªed., Lidel, 2000